ENS - Carta Mensal 508 - Junho 2017

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Ano LVII • junho e julho • 2017 • nº 508

Promover relações respeitosas com a vida (CF 2017)

Festas Juninas ENS-Balanço

Financeiro


Í

N

01 editorial 02 03 04 06 08 09 13 15 17

super-região 5 de junho: recordar a Campanha da Fratenidade 2017! Transmissão da Fé “Farei de ti minha esposa sempre” Reconhecer Cristo Nas ENS Espiritualidade e finanças caminham juntas Demonstrações Financeiras 2016 Desculpem-nos

correio da ERI Zona Euráfrica: alargar horizontes A delimitação da finalidade ajuda a alcançar os fins

D

I

vida no movimento Super-Região Brasil Província Nordeste Província Centro-oeste Província Leste Província Sul I Província Sul II Província Sul III

35

Mimetismo

36 37

Encontro de Equipes Novas da Região Paris Um sorriso inesquecível

38

igreja católica Festas juinas e seus Santos festeiros Amoris Laetitia - capitulo VI Palavra do Papa

E

27 28 29 30 31 32 34

40 19 22 25

C

42

raízes do movimento testemunho

reflexão Namorar é bom demais

partilha e PCE Oração Conjugal

serviços nas ENS Experiência Comunitária

45 notícias

Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

no 508 • junho-julho • 2017

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622). Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira. com - Responsável: Ivahy Barcellos - Fotos pp. 35, 38, 41 e 43 Can Stock Photo - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta edição: 26.850 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial Queridos irmãos equipistas, A Paz e Alegria de Jesus! No dia 5 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, o que nos remete à Campanha da Fraternidade 2017. Para que não percamos seus objetivos, o Padre Paulo Renato vem oportunamente nos lembrar do compromisso em termos de ações concretas que protejam a natureza, necessidade de zelar pela Casa Comum. Nesta edição, o artigo “Reconhecer Cristo na Eucaristia é reconhecer Cristo nos irmãos”, do Frei Arthur, SCE Província Leste, celebra a festa de Corpus Christi. A ERI também está presente nesta edição, com dois artigos: a mensagem do casal responsável pela Zona Euráfrica, José Antonio e Amaya Marcén-Echandi, e o artigo do Padre José Jacinto, SCE da ERI. Vale lembrar que todo o colegiado da ERI estará em Florianópolis no mês de julho. Vejam mais detalhes no final desta edição, em “Notícias”. Não poderíamos deixar de falar de Santo Antônio, São João e São Pedro e suas festas. Com a colaboração de Salma e Paulo, da equipe Carta Mensal, temos um artigo que conta um pouquinho a história do início das festas religiosas, da vida dos santos e de alguns costumes juninos. Como acontece há cinco edições, este mês a reflexão do Padre Geraldo Hackmann é sobre o sexto capítulo da Amoris Laetitia. Ainda nesta Carta, a visita da Super-Região à Província Leste, na cidade de Juiz de Fora. Em todas as Províncias o Movimento trabalha e cresce com muita alegria. A vida do Movimento está a 100 por hora. Mantendo a proposta para este ano, falamos da Oração Conjugal e da Experiência Comunitária. Um PCE e um serviço, conceito e testemunho. Por fim, em tempos de tantos problemas econômicos, com a graça de Deus, o Movimento está com a situação financeira equilibrada. Esta edição da Carta traz o Balanço Patrimonial de 2016. Boa leitura! Abraços fraternos. Fernanda e Martini CR Carta Mensal

Tema: “Ousar o Evangelho - PONTES SIM, MUROS NÃO” CM 508

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uper-região

5 de junho: recordar a Campanha da Fraternidade Já vão longe os dias da Quaresma desse ano. Espero que tenham sido, para você e sua família, dias austeros e penitenciais de confronto da vida com o projeto de Jesus. Graças à Campanha da Fraternidade, no Brasil, enriquecemos todos os anos o tempo quaresmal com uma reflexão específica que permeia nossa realidade. Esse ano refletimos sobre os biomas do nosso Brasil, que “são conjuntos de ecossistemas com características semelhantes dispostos em uma mesma região e que historicamente foram influenciados pelos mesmos processos de formação” (Introdução do Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2016). Mas por que falar sobre isso no mês de junho, mês de São João, Santo Antônio, do Dia dos Namorados, entre outras festividades? Primeiro porque infelizmente depois que passa a Campanha da Fraternidade muitos temas importantes acabam sendo esquecidos. Depois porque, em sintonia com a CF 2017, é oportuno recordar que dia 5 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Criado na Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, 5 de junho é um dia no qual busca-se refletir sobre a necessidade de uma postura crítica e ativa em relação aos problemas ambientais existentes no planeta. Nós, seres humanos, somos os grandes responsáveis por mudanças graves no meio ambiente, como a 2

poluição e a perda de biodiversidade, e cabe a nós criarmos medidas que impeçam que nossos impactos atinjam de modo irreversível a Terra. Como pessoas evangelizadas e evangelizadoras temos um compromisso bíblico: “cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15). A Campanha da Fraternidade pediu de nós uma conversão específica: tornar nossa consciência mais sensível para o cuidado com nosso meio ambiente, nossos biomas. Gostaria de usar esse mês de junho para um lembrete, a Campanha da Fraternidade não acaba quando termina a Quaresma, mas deve permanecer afetivamente em nossas preocupações e efetivamente em nossas ações. Que o Senhor da criação, que nos confiou o ecossistema para que pudéssemos através dele garantir nossa subsistência, nos dê o discernimento necessário para que utilizemos os recursos disponíveis com sabedoria. Que os Biomas, verdadeiros jardins de onde brota nossa vida regional, sejam por nós preservados e defendidos. Assim como fez o Papa Francisco na carta enviada por ocasião da CF, peçamos “a Deus que a Campanha da Fraternidade 2017 atinja seus objetivos”. Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 508


Transmissão da Fé Vamos fazer um exercício? Convido-lhes a recordar quais foram as pessoas ou situações que deixaram uma marca na transmissão da nossa fé, ou: “Quem me ajudou a crer?” Os pais, os avós, uma tia, um vizinho, um catequista, o pároco, quem sabe... Todos temos na memória, mas especialmente no coração, alguém que nos ajudou a crer. Feito este pequeno exercício, vamos atentar para algo importante: as crianças olham continuamente para nós, observam-nos o tempo todo, conhecem as nossas alegrias, as nossas tristezas e preocupações. Conseguem captar tudo, e considerando que são muito intuitivas, chegam às suas conclusões e tiram as suas lições. Sabem quando lhes armamos ciladas e quando não o fazemos, são extremamente espertas, e aprendem, mesmo quando não nos damos conta. Quando damos um filho ao mundo, nós assumimos a responsabilidade de levar esta criança a crescer na fé. Portanto devemos nos preocupar em prestar atenção ao seu coração, à sua alegria, à sua esperança. “Muitos pais pensam em vestir, alimentar, dar uma boa instrução, e não obstante a frustração da criança cresce, pois percebe, talvez não de uma forma totalmente consciente, que seus pais não a amam por ela mesma, mas sim por eles, como sua prolongação. Os pais talvez compreCM 508

endam, tarde demais, que a seu filho nada faltava, exceto o essencial: um verdadeiro amor. Porque amar não é mimar, presentear, mas compreender, e fazer emergir sua personalidade” (Pe. Caffarel Centelhas de sua Mensagem, p. 106). Imaginem a angústia e o sofrimento que um filho sente quando os pais discutem. Quando se separam, é ele que sofre as consequências, e não cresce na fé. O nosso compromisso é mostrar-lhe como a fé nos ajuda a ir em frente, apesar dos numerosos dramas e angústias que temos, não com uma atitude pessimista, mas confiante, eis o melhor testemunho que lhes podemos transmitir. Seus olhinhos memorizam gradualmente, e com o coração leem que a fé é a melhor herança recebida dos antepassados. Tem o ditado que diz: “O vento leva as palavras, mas aquilo que é semeado na memória, no coração, permanece para sempre.” É importante educar a criança fundamentada no “pensar-sentir-fazer”, ou seja, uma educação com a inteligência, com o coração e com as mãos; a tal ponto que possam pensar no que sentem e fazem, sentir o que pensam e fazem, e fazer aquilo que pensam e sentem. Não separar estas realidades, para que a educação seja harmoniosa. Quando separamos por exemplo o “pensar”, educa-se a inteligência, oferecendo-se apenas 3


noções intelectuais, que são importantes, mas não servem sem o coração e sem as mãos, não são úteis. Hoje em dia, infelizmente há pais que trabalham tanto, até nos feriados, para o sustento da família, e não têm tempo para o convívio familiar. Isto não é bom, uma vida que nos priva da humanidade! Apesar das dificuldades, devemos sempre que possível “perder tempo” com as crianças, brincar com elas, jogar com elas, pois isto é também transmitir a fé. É a gratuidade de Deus.

“E quando falham todos os meios humanos, vamos orar por eles, colocá-los sob o foco luminoso do olhar de Deus, a fim de compreendê-los para ajudá-los melhor, para amá-los m e lhor” (Pe. Caffarel, Centelhas de sua Mensagem, p. 108). Hermelinda e Arturo CR Super-Região

“Farei de ti minha esposa para sempre”

EDUCAR PARA A FIDELIDADE

A presente reflexão visa retratar a fidelidade de Iahweh e a infidelidade de Israel à luz da experiência humana e espiritual do profeta Oseias, dentro dos moldes da parte destacada 2, 16-17; 21-22. Um primeiro olhar lançado sobre a profecia de Oseias permitiu perceber que o cerne de toda a experiência humana e espiritual do profeta pode ser situada no horizonte de uma sinfonia de amor, cantando a misericórdia de Iahweh, que nunca se cansa de manifestar a sua lealdade com o seu povo, mesmo quando esse povo LHE dá as costas. E esse amor imenso, misterioso e “louco” de Iahweh tem como paradigma interpretativo a experiência de amor conjugal de Oseias com a esposa Gomer, metaforicamente falando. Mergulhando nos rios de um amor apaixonado, o profeta Oseias des4

cobre que é possível amar, até o perdão incondicional, a própria esposa infiel. Dessa forma, consegue aplicar tal descoberta à atitude de Iahweh para com Israel; um Deus que não deixa de manifestar sua mágoa em virtude da infidelidade do seu povo à aliança. São páginas de alta poesia com tensões profundas que retratam o esforço diuturno de Iahweh para conquistar Israel, depois de todas as traições e infidelidades, de modo a constituir uma estupenda e dramática “parábola do amor conjugal”, segundo a lógica de Iahweh, que dá razão de amor verdadeiro ao homem de ontem e de hoje, até as últimas consequências, para fazer brotar sempre “de novo” o sim do coração de sua esposa, Israel. Um sim livre e total para um amor que resgata o valor da própria humanidade imbuída da divindade do seu Criador. CM 508


Para Oseias não é suficiente ter um sentimento vago da divindade de Iahweh, visto que é preciso aprender a conhecer esse Deus para amá-lo e reconhecê-lo como o único e verdadeiro Deus. Tal conhecimento passa inevitavelmente pela experiência do “deserto”; uma experiência na qual Israel toma consciência do próprio pecado no meio de uma terra de abandono e desolação. É nessa terra que a voz de Iahweh, leal e fiel às suas promessas, se faz sentir para confirmar as palavras do primeiro encontro amoroso, mesmo que seja com palavras duras, mas certas, para provocar um benéfico “choque” no povo em vista da tão esperada volta ao primeiro amor. Cremos que, para se entender melhor a profecia de Oseias, temos de levar em consideração as implicações dos gêneros literários presentes no texto. Precisamos também não cair na armadilha da interpretação simplesmente alegórica, com base em polarizações como Javé-Israel, marido-mulher e fidelidade-infidelidade. Isso mostra extremamente a realidade gritante que lateja por trás do texto. Por isso, para compreender bem as profecias de Oseias é preciso levar no coração as angústias das pessoas marginalizadas e excluídas e, particularmente, o clamor das mulheres, que resistem, apesar de tudo, à violência patriarcal e a de outras agressões. Refletir na misericórdia e compaixão de Deus deve estimular nosso coração e fortalecer nossa relação com Ele. Portanto, perguntemos a nós mesmos: “Como posCM 508

so imitar melhor a misericórdia e a compaixão de Deus nos meus tratos com os outros? Caso um companheiro cristão me ofenda, tenho a mesma disposição de perdoar que Deus tem? Para prosseguir andando com Deus, temos de continuar a assimilar conhecimento sobre ELE e aplicá-lo à nossa vida. Se somos “ensináveis”, iremos aprender a fazer aquilo que é mais importante na vida, no casamento: amar. Esta poderosa união nos mostra o caminho para amar incondicionalmente outra pessoa imperfeita como nós e perdoá-la. Isto é maravilhoso. É difícil. É uma mudança de vida. Mas é possível. Sejamos, pois, fiéis à mística dos Pontos Concretos e à mística da Partilha que as ENS propõem, e já será um grande começo. A fidelidade está ligada à perseverança e à paciência. E a esse respeito disse Santo Agostinho: “Os que perseveram em vossas companhias sejam vossos modelos. E os que vão ficando pelas calçadas, aumentem vossa vigilância”. E o grande São João da Cruz ensinava: “A constância de ânimo, com paz e tranquilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando-lhe a solução conveniente”.

Bete e Carlos Alberto CR Província Leste 5


Reconhecer Cristo

na Eucaristia é reconhecer Cristo nos irmãos Através de Cristo, a presença concreta de Deus no meio do seu povo se faz verdade. Isso exige e questiona a vida de toda pessoa que se deixa iluminar por este fato tão importante para nossa fé católica. Cristo, modelo e mediador entre a humanidade e Deus, segue presente no nosso meio através dos mais excluídos. Sem Cristo, o projeto de Salvação do Pai não tem o seu desenlace na história universal; por Ele a vida do homem ganha um sentido profundo e verdadeiramente libertador. O desafio está em reconhecer a Cristo nos sinais que a vida nos apresenta através da família, da Igreja, dos movimentos eclesiais, e da sociedade brasileira em geral. Para Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja, gestos concretos, como a caridade, se transformam em um expoente da mediação deste Homem-Deus no nosso meio e que deve ser reconhecida e assumida por todos os cristãos. O amor compassivo de Deus para com a sua criação é que faz com que a presença ressuscitada de Cristo esteja no nosso meio, revigorando a vida e dando sentido à nossa existência. Esse amor, experimentado por diversos personagens bíblicos da história do povo de Israel no Antigo Testamento, desemboca em 6

uma realidade intrínseca e concreta: em Cristo se termina o tempo da espera e começa o tempo da libertação. “A morte de Cristo é geradora de vida. Na morte de Cristo, a própria morte encontrou a morte” (comentário de Santo Agostinho a São João. 12, 11). A morte produzida pelo homem nos dias atuais através das guerras, da falta de fraternidade e das injustiças sociais é o reflexo vivo da falta de consciência de tantos homens e mulheres, que “Cristo é nosso guia e inspirador. Conduz-nos como líder. Leva-nos em si mesmo como caminho. Atrai-nos a si mesmo como pátria” (comentário de Santo Agostinho ao Salmo 60, 4). Os movimentos dos homens e mulheres que se apaixonam pelo ideal inspirador de Cristo devem ser os mesmos movimentos de Cristo. A libertação da nossa condição de miséria e de falta de dignidade deve ser, na verdade, um ato verdadeiro de fé e de amor na construção de um mundo melhor. Somente crê em Deus quem põe seu amor e sua esperança Nele. E isso tem a sua expressão mais profunda no próximo, já que foi o jeito mais simples que o próprio Cristo quis deixar-se encontrar por todos nós: através do nosso próximo e, principalmente, os mais necessitados. CM 508


A Última Ceia - Vicente Juan Macip

“Ele está em cima e embaixo. Em cima, em si mesmo; embaixo, em seu povo. Teme-o em cima, reconhece-o embaixo. Ele é rico em cima, em Deus e com Deus. Ele é pobre embaixo, em e com os pobres. Agarra-te a Ele em cima em sua bondade; aceita-o embaixo em tua necessidade” (Sermão de Santo Agostinho 123, 4,4). A festa de Corpus Christi que celebramos esses dias traz em si este desafio. Reconhecer a Deus nas espécies eucarísticas só tem sentido se reconhecemos também a presença de Cristo em nossos irmãos e fizermos algo de concreto para cada um deles, da mesma forma que Cristo fez algo concreto também por cada um de nós. Cristo está vivo na Eucaristia. E isso nos motiva a uma ação concreta junto aos nossos irmãos em nossas famílias, na Igreja, nas Equipes de Nossa Senhora e, de maneira especial, nos excluídos de nossa sociedade. Como nosso fundador Padre Caffarel nos exorta: “Há um único meio para que não se perca em especulações ou ilusões: pegar no Evangelho de Cristo e não largá-lo mais, procurando incansavelmente. Pouco a pouco, com crescente nitidez, se lhe apresentará o verdadeiro rosto de Cristo e, com o auxílio de sua CM 508

graça – porque Ele tem ainda mais pressa em dar-Se a conhecer do que você em conhecê-lo – descobrirá as ‘insondáveis riquezas’ do seu amor.” Para nós, casais e conselheiros espirituais, a Eucaristia se torna essa forma ímpar de reconhecer a presença de Deus e suas insondáveis riquezas de amor. Enfim, nossa Esperança está n’Ele. Em Cristo reconhecemos o nosso destino: viver no amor e na graça de filhos de Deus. Nossa força para mudar a realidade em que vivemos está na certeza de que Ele nos alivia e nos satisfaz. Ele nos sacia com a sua palavra de libertação e com seu pão e vinho – fruto de vida eterna e memorial da sua paixão – que nos fortalece e nos recorda que a sua missão continua em cada um de nós. Sua presença eucarística nos alivia e nos enche de esperança. Jesus eucarístico se transforma para nós em caminho de libertação que nos leva ao Pai através da ajuda concreta aos irmãos. O importante é começar. Então, o que estamos esperando? Frei Arthur Vianna Ferreira, OSA. SCE Província Leste 7


Nas ENS espiritualidade e finanças caminham juntas Queridos equipistas, Toda vez que nos debruçamos para escrever um texto para a Carta Mensal nosso coração se enche de alegria e gratidão a Deus por estarmos a serviço das Equipes de Nossa Senhora. Um Movimento que preza, em sua missão, na obediência a Deus, o “testemunhar na igreja e ao mundo o mistério do sacramento do Matrimônio e o ideal da santidade em casal”. Faz isso com seus quatro objetivos: santificação dos casais, espiritualidade do cristão casado, difusão dessa espiritualidade e testemunho. Temos aqui mais uma oportunidade para refletirmos os ensinamentos de Jesus e a necessidade de utilizarmos nossos dons espirituais e bens materiais, que nos são concedidos por Deus, para a expansão do Evangelho. “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mt 28,18). Pela graça e misericórdia de Deus, observamos que o Movimento tem atingido a cada dia mais famílias pelo trabalho incansável de todos os equipistas, especialmente aqueles que exercem algum tipo de liderança. As formações estão acontecendo de Norte a Sul do nosso imenso Brasil. Temos um desafio de formar todos os equipistas para que possam se envolver ainda mais no plano da semeadura, ou seja, semear a Palavra de Deus. “Eis que o semeador saiu para semear” (cf. Lc 8,4-15). Queridos, o que nos deixa maravilhados, como responsáveis pelas finanças, são os milagres que Jesus nos revela todos os dias. Na situação atual do nosso país, tão adversa na área econômica, as finanças para suportar as despesas do Movimento nos lembram a multi8

plicação dos pães realizada por Jesus (cf. Mc 6, 35-44). Estamos em uma situação financeiramente equilibrada. Temos dado conta de cumprir com todas as obrigações atuais e programar novos projetos para o futuro. Esses dados podem ser verificados nas demonstrações financeiras. O Secretariado, por meio de seus funcionários, está à disposição daqueles que desejam maiores detalhes. Esse resultado demonstra a fidelidade de Deus para com aqueles que O obedecem, neste caso todos os equipistas. Esses demonstram maturidade e consciência da responsabilidade para com o crescimento do Reino de Deus, também por meio das contribuições. Conseguiram entender que Espiritualidade e finanças devem caminhar juntas. O apóstolo Paulo fala muito em suas cartas sobre a necessidade de se contribuir com bens materiais para o crescimento do Reino. Citaremos um versículo do texto que se encontra na sua IICor 9, 6-15: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura também colherá fartamente”. E, assim, caminhemos sempre unidos no amor de Jesus para que sejamos dignos de suas promessas e cumpramos com fidelidade a missão que o Senhor nosso Deus nos tem designado. Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda sempre por nós e nosso querido Movimento.

Cidinha e Vail CR Secretaria e Tesouraria

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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 2016 Equipes de Nossa Senhora

Com as Graças de Deus e a contribuição leal e generosa de cada casal Equipista, apresentamos as Demonstrações Financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2016, compostas pelo Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado e as Notas Explicativas, para o devido conhecimento de todos vocês, equipistas do Brasil.

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2016 (em R$) RESULTADO DO EXERCÍCIO 2016 31/12/2016

31/12/2015

6.293.787,35 47.484,35

5.136.845,59

ATIVO

Circulante Circulante – E. Internacional 2018 Circulante – III E. Nacional Não Circulante

TOTAL ATIVO

926.346,16 7.267.617,86

2.183.125,59 951.449,49 8.271.420,67

195.043,57

97.680,57

47.484,35 7.025.089,94 7.267.617,86

2.183.125,59 5.990.614,51 8.271.420,67

4.083.580,79 510.424,95 700.695,69 5.294.701,43

3.852.721,02 460.130,61 456.963,05 4.769.814,68

PASSIVO

Circulante Provisões Outras Obrigações – Encontro Patrimônio Líquido

TOTAL PASSIVO RECEITAS Contribuições Receitas Diversas Receitas Financeiras

TOTAL DE RECEITAS DESPESAS

Despesas com Encontros Doação (Contribuições p/ Canonização e Seminários) Carta Mensal e Desp. Postais Impressos Doutrinários Despesas c/ Adm. de Equipes Despesas c/ Pessoal Despesas Gerais

TOTAL DAS DESPESAS

1.783.470,53 307.240,00 1.104.701,89 560.136,74 194.544,27 212.533,95 97.598,62 4.260.226,00

1.906.314,23

1.193.129,52 166.255,96 199.939,95 375.778,73 3.841.418,39

RESULTADO Resultado do Exercício Fundo Patrimonial

1.034.475,43 5.990.614,51

928.396,29 5.062.218,22

RESULTADO ACUMULADO

7.025.089,94

5.990.614,51

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NOTAS EXPLICATIVAS EXERCÍCIO 2016

1. Ativo 1.1 - No saldo do Ativo Circulante está incluído o valor de R$ 47.484,35 referente ao XII Encontro Internacional de Fátima 2018. 2. Passivo 2.1-No Passivo Circulante está registrado o valor de R$ 47.484,35 correspondente ao saldo já recebido referente ao XII Encontro Internacional de Fátima 2018. 3. Receitas 3.1 - As contribuições leais e espontâneas no ano de 2016 totalizaram R$ 4.083.580,79 o que representam um aumento de 6 % em relação ao ano de 2015. 3.2 - Receitas Diversas registram o valor de R$ 510.424,95 relativo ao ressarcimento de livros e documentos do Movimento, ressarcimento de despesas e outras contribuições. 3.3 - Receitas Financeiras registram o valor de R$ 700.695,69 referente ao valor bruto auferido com aplicações financeiras. RECEITAS R$ 5.294.701,43 R$ 4.769.814,68 R$ 3.522.808,00

Receitas Financeiras R$ 700.695,69

R$ 4.054.651,00

Receitas Diversas R$ 510.424,95

Contribuições R$ 4.083.580,79

13%

77%

10%

RECEITAS 2016

2013

2014

2015

2016

CONTRIBUIÇÕES

CONTRIBUIÇÕES

(% em relação a Receita Total)

R$ 4.083.580,79 R$ 3.852.721,02

84,1% 80,8%

R$ 3.169.190,00 R$ 2.961.665,00 78,2%

2013

10

2014

2015

2016

2013

2014

77,1%

2015

2016

CM 508


4. Despesas 4.1 - No ano de 2016 houve um crescimento no total das despesas do Movimento de 11%. 4.2 - Despesas com Encontros registram todas as despesas do Colegiado Nacional, Encontros Provinciais, Colegiados Provinciais, Reuniões da Equipe da Super-Região, Sessões de Formações, EEN e Formação Permanente, bem como todas as despesas de transportes relacionadas a estes eventos. 4.3 - Despesas com Pessoal incluem os gastos com os funcionários do Secretariado, salários, encargos e benefícios, bem como todo o serviço de terceiros com os respectivos encargos. 4.4 - Despesas Gerais correspondem aos gastos gerais, como a edição de livros, impressos e documentos do Movimento, despesas bancárias e financeiras, despesas de custeio do Secretariado, Projeto Vocacional e outros gastos administrativos. 4.5 - O total das despesas com Encontros, Carta Mensal, Livros e Correios somou R$ 3.448.309,16 representando nossa prioridade na aplicação de 65,1% das receitas anuais em “Formação”. 4.6 - Doação em dinheiro (Contribuições Canônicas e Seminários) no valor de R$ 307.240,00. 4.7 - Despesas totais pela primeira vez ultrapassaram o valor das contribuições espontâneas. DESPESAS

DESPESAS

(% em relação as Receitas) R$ 4.260.226,00

R$ 3.841.418,39 R$ 3.145.584,00 R$ 2.506.459,00

80,5%

80,5%

2015

2016

77,6% 71,1%

2013

CM 508

2014

2015

2016

2013

2014

11


DESPESAS

(% em relação as Contribuições) 99,7%

99,3%

104,3%

Depesas Gerais R$ 97.598,62 Depesas com Pessoal R$ 212.533,95 Depesas c/ Adm. de Equipes R$ 194.544,27

84,6%

Impressos Doutrinários R$ 560.136,74

Carta Mensal e Despesas Postais R$ 1.104.701,89

2013

2014

2015

5%

2 5% %

DESPESAS

R$ 3.448.309,16

42%

13%

DESPESAS 2016

26% 7%

2016

com Formação e Carta Mensal

Despesas com Encontros R$ 1.783.470,53

Doações (Contribuições p/ Canonização) R$ 307.240,00

DESPESAS

com Formação e Carta Mensal

80,9%

80,7%

73,0% 67,8%

R$ 3.099.443,75

65,0%

65,1%

56,6% 48,2%

R$ 2.295.346,00 R$ 1.698.790,00

2013

2014

2015

2016

2013

2014

% em relação as Receitas

2015

2016

% em relação as Despesas

Outras Obrigações Outras Obrigações Nota 8 do Nota 8 do Balanço o Balanço: O 3 Encontro Nacional de Aparecida 2015 foi orçado tendo EncontroNacional Nacio- de Florianópolis 2009, acrescido como base oO2o3ºEncontro nal de Aparecida 2015, foi orçado da correção monetária prevista pelos os próximos seis anos. Todas tendo como foram base ocontabilizadas 2º Encontro em conta exclusiva Outras as inscrições Nacional de– em Florianópolis 2009, Obrigações Longo Prazo. acrescido da correção monetáA estrutura oferecida por Aparecida e o trabalho dedicado de ria prevista para os seis possibilitou a redução das despesas. todas as equipes de próximos coordenação anos. Todas as inscrições foram Após o Encontro Nacional de Aparecida, o valor remanescente foi contabilizadas conta exOutras distribuído aosem participantes de forma proporcional ao plano escolhido Obrigações Nota 8 Balanço: por cada um na suado inscrição. O 3º Encontro de Internacional das Equipes de As inscrições paraNacional o XII Encontro Aparecida 2015, foi orçado tendo Nossa Senhora, Fátima 2018 tinham a opção de serem parceladas, como o 2º Encontro Naciosendo base o primeiro vencimento em 31/01/2017. O saldo apresentado nal Florianópolis acresciem de 31/12/2016, R$ 2009, 47.484,35, refere-se ao pagamento antecipado do correção monetária prevista de da vários equipistas durante o mês de dezembro/2016. Os valores para os próximos anos.e Todas apresentados são seis restritos recebidos através da conta: Banco do as inscrições foram contabilizadas Brasil 44498-7. 12

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DESCULPEM-NOS! Mais uma vez aproveitamos este espaço da Carta Mensal para fazermos, a vocês, o pedido que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora faz a todos os seus membros: participem da Causa de Canonização do Pe. Caffarel com as suas orações, muitas orações, pedindo a intercessão do Pe. Caffarel. Desculpem-nos, sabemos que estamos sendo repetitivos, mas insistimos. Em primeiro lugar rezem pedindo por suas necessidades, suas dificuldades, sejam elas pessoais, conjugais, familiares ou problemas de saúde, financeiros. Peçam por tudo aquilo que os estiver angustiando ou perturbando. As graças alcançadas pela intercessão do Pe. Caffarel que nos têm sido comunicadas nos fazem pensar na fé que se manifesta nas palavras dos conterrâneos da Samaritana: “Muitos outros ainda creram por causa da palavra dele, e até disseram à mulher: ‘Já não é por causa daquilo que contaste que cremos, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo’.” (Jo 4,41-42). Estas belas palavras tiradas do Evangelho de São João podem também ser um convite a exercitarmos concretamente a nossa fé e experimentarmos receber graças (reparem: no plural) pela intercessão do Pe. Caffarel. Da mesma forma que os Samaritanos acreditaram em Jesus não porque alguém lhes contou sobre Ele, mas porque ouviram, viram e experimentaram o poder da Sua palavra, nós também, pela oração confiante, feita com fé, podemos alcançar muitas graças por intermédio do Pe. Caffarel. Aí então quando falarmos dele, seremos verdadeiros anunciadores e verdadeiras testemunhas, pois falaremos com a nossa vida, com o coração, falaremos daquilo que vivenciamos, que experimentamos, de graças que alcançamos ou que vimos pessoas perto de nós alcançarem. CM 508

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Pedimos também que rezem pelo andamento da Causa de Canonização; peçam que Nossa Senhora passe na frente e tire todos os obstáculos humanos, sobretudo aquilo que possa atrapalhar, impedir ou retardar que a santidade do Pe. Caffarel seja proclamada pela Igreja. No Boletim número 19 da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel, na página 7, o Frei Angelo Paleri, ofmconv – atual postulador da Causa – escreve: “Durante este ano, recebi informações relativas a graças obtidas por intermédio do Pe. Caffarel, mais precisamente três no Brasil e duas na Espanha; para algumas pedi documentação médica suplementar, bem como o testemunho dos profissionais de saúde que acompanharam o paciente. Nesta fase, não estamos em posição de afirmar que uma ou mais dessas graças/curas possam estar sujeitas ao rigor científico dos exames médicos nem fornecer a base para um eventual inquérito diocesano que é sempre examinado em Roma para a decisão final. Contudo, informações relativas às graças são, para todos nós que acompanhamos de muito perto esta Causa, a prova de que muitos fiéis no mundo inteiro amam o Pe. Caffarel e o invocam enquanto intercessor junto de Deus para obterem a saúde física e a salvação.” Vamos então nos unir em oração para que a Causa de Canonização do Padre Caffarel possa avançar, pois participando dessa Causa estaremos expressando toda a nossa gratidão por tudo que recebemos do Pe. Caffarel e de sua obra. E não se esqueçam de nos comunicar as graças que receberem e as recebidas por pessoas em torno de vocês.

Vicélia e Magalhães CR pela Causa de Canonização do Padre Caffarel  14

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correio da ERI

Zona Euráfrica: alargar horizontes O nosso serviço na Equipe Responsável Internacional como “casal da Zona Euráfrica” tem uma dimensão dupla. Por um lado, somos mais um membro da ERI e, por conseguinte, participamos das suas reflexões, deliberações, atividades e decisões. Por outro lado, somos “casal ligação”com a responsabilidade de transmitir às Super-Regiões as orientações gerais do Movimento e receber delas as suas opiniões e necessidades. Procuramos construir um espírito de comunidade e de unidade, e fazê-lo com humildade pois a nossa missão dirige-se a casais responsáveis que têm uma grande experiência do Movimento. A nossa posição é, sem dúvida, privilegiada: temos a sorte de participar na reflexão sobre os desafios para o futuro das equipes, de ajudar na realização de atividades e de documentos de interesse geral, de fomentar a expansão do Movimento em novos países… e a oportunidade de ver como tudo isso se concretiza e progride graças ao esforço fiel e incansável das Super-Regiões. Como casal da ERI, nos dois últimos anos recebemos da Tó e do Zé a tarefa de atualizar o documento oficial sobre Os padres conselheiros e o acompanhamento espiritual nas ENS. Foi CM 508

um trabalho apaixonante que nos fez mergulhar nas fontes origi nais do Movimento. Seguimos a metodologia própria das equipes, que consiste na colegialidade: o resultado final é fruto do esforço de muitos, e deve, ao mesmo tempo, ser compatível com o carisma e com a experiência vivida nas bases. Este novo documento terá três partes bem distintas. Na primeira, dando resposta a um desejo que o Padre Caffarel manifestou, aprofunda o conhecimento da grandeza e do mistério do sacramento da ordem, o significado da presença do padre em cada equipe, bem como a ideia de “complementaridade” dos dois sacramentos (ordem e matrimônio). Numa segunda parte, abre-se uma reflexão sobre a “arte do acompanhamento” espiritual tendo em vista os processos de crescimento no amor e na união a Cristo, como os que ocorrem na vida de uma equipe. Uma terceira e última parte oferece critérios e propostas para organizar e apoiar o serviço do acompanhamento espiritual por padres e outros acompanhantes. Como casal ligação de Zona, a nossa missão principal é re za r d ia ria me nte pe los casais responsáveis das quatro 15


Super-Regiões que constituem a Zona Euráfrica. Nesta oração fazemos nossos os seus projetos, as suas atividades, os seus problemas e os seus progressos, confiando tudo ao cuidado do Espírito Santo. A nossa obrigação é estar ao corrente da vida das Super-Regiões, conhecer a sua história, a sua evolução, a sua “personalidade”, para perceber melhor as suas aspirações e as suas reações às propostas e solicitações do Movimento. Para isso, é imprescindível manter um contato regular e, sobretudo, estabelecer relações fraternas e de confiança mútua. Uma escuta profunda e fecunda é mais fácil quando a relação humana é de amizade sincera e calorosa, o que não evita debates apaixonados e espírito crítico, também necessários. Por isso, como qualquer casal ligação, temos de ir ao encontro daqueles que nos foram confiados e promover o encontro entre todos nós. Neste último ano, tivemos oportunidade de visitar duas Super-Regiões. Em agosto, estivemos no Togo e no Benim, que constituem atualmente o centro nevrálgico das equipes na Super-Regiões África Francófona. Durante mais de uma semana, acompanhamos a várias celebrações (festejavam-se os 30 anos das equipes no Togo), visitas a bispos, reuniões de responsáveis… Verificamos com admiração a sua capacidade de organização no meio de dificuldades econômicas, a sua fidelidade ao carisma e às orientações do Movimento e o seu entusias16

mo em difundir as equipes em todos os países da região. Em setembro fomos à Itália, à sessão nacional de formação para responsáveis de Setor. Tivemos uns dias magnificamente organizados, com um programa muito dinâmico e criativo. Também na Itália, em Gênova, realizou-se em fevereiro a reunião anual da Zona, uma excelente ocasião para troca de informações e de experiências. Dedicamos um tempo considerável conhecendo a fundo as atividades para a expansão internacional do Movimento. A Espanha trabalha no lançamento de equipes na Suécia, a partir de comunidades imigrantes de língua espanhola; Portugal promove o caminho para a plena autonomia das Equipes na África Lusófona; a Itália anima e dá formação às equipes da Albânia e da Romênia; a África Francófona assegura a difusão no Gana e na Nigéria, dois grandes países vizinhos, de língua inglesa mas com uma cultura comum com o Togo e o Benim. É para nós uma graça de Deus poder acompanhar, a partir da ERI, o trabalho da Zona Euráfrica, vendo de perto como se alargam os horizontes espirituais e geográficos das Equipes de Nossa Senhora.

José Antonio e Amaya Marcén-Echandi CL da Zona Euráfrica CM 508


A delimitação da finalidade ajuda a alcançar os fins O nosso carisma e a nossa missão como Movimento são em si mesmos inesgotáveis, apesar da simplicidade e da clareza do seu objeto: ajudar os casais a percorrerem o caminho da santidade. A delimitação clara e simples do objeto ou da finalidade do nosso Movimento na Igreja ajuda seguramente a discernir quais os meios que é preciso utilizar para alcançar os seus fins. Nós sabemos que, desde o princípio, do que se tratava era de encontrar uma metodologia simples e concreta que ajudasse os casais a percorrerem o caminho da santidade, segundo o seu estado, ou seja, como cristãos unidos pelo sacramento do matrimônio. Trata-se, por isso, de um movimento de leigos, consagrados pelo batismo (e os sacramentos da iniciação cristã) e pelo matrimônio. O sacramento do matrimônio, como nos recorda o Papa Francisco, não pode ser visto por nós, isto é, pelos casais, como um acontecimento que diz respeito ao passado, àquele dia em que os noivos trocaram o seu consentimento e prometeram que pertenceriam um ao outro para toda a vida. É claro que o sacramento do matrimônio foi isso, o culminar de uma caminhada coroada com o sim mútuo, aquela palavra da fidelidade que é o sinal da vitória do amor sobre o tempo. Mas, sendo o coroamento de uma caminhada de reconhecimento mútuo, é também um ponto de partida: “Os noivos não considerem o matrimônio como o fim do caminho, mas o assumem como uma vocação que os lança para diante” (Papa Francisco, Amoris Laetitia 211), para a verdadeira aventura do amor, daquele amor autenticamente humano de que nos fala a Humanae Vitae, publicada por Paulo VI (1897/1978) a 25 de Julho de 1968, e que o Papa Francisco, em Amoris Laetitia, diz que os casais devem redescobrir - “é preciso redescobrir a Humanae Vitae” (AL 222) – , porque, na verdade, a Humanae Vitae é o elogio do verdadeiro amor, tanto humano como cristão, daquele amor humano que no sacramento é purificado, elevado e transformado para se realizar plenamente na perfeição da caridade. De fato, segundo a Humanae Vitae, o amor conjugal, purificado pela graça sacramental do matrimônio, é, por natureza, humano, total, fiel e exclusivo, e fecundo (HV 9). O que Paulo VI diz aqui, já tinha sido pressentido pelo filósofo Aristóteles (384322 a.C.) segundo o qual a amizade é querer bem ao outro por CM 508

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aquilo que ele é e não por aquilo que possa dar, o que, purificado pela graça, significa que o esposo ama a sua esposa porque ela é a sua esposa, aquela que Deus pensou desde sempre para ele, portanto como uma dádiva divina; e a esposa acolhe o amor do seu marido porque é o seu marido, aquele que Deus pensou desde sempre para ela, para juntos participarem do mistério da transmissão da vida e darem aos seus filhos os nomes pelos quais Deus os chamará pessoalmente no tempo e na eternidade. É isto que, de um modo simples, o Papa Francisco nos diz quando escreve: “De fato, Deus concede-lhes fazer a escolha do nome com que Ele chamará um dos seus filhos por toda a eternidade” (AL 166). Quando se fala em missão a respeito dos casais e das famílias cristãs penso que, em fidelidade ao pensamento do Papa Francisco, deve entender-se neste sentido, por outras palavras, redescobrir o pensamento de Deus a respeito de cada um de nós ou, concretamente, a respeito dos casais cristãos que desejam tomar a sério o sentido da sua vocação e missão, isto é, “construir famílias sólidas e fecundas segundo o plano de Deus” (AL 6). Tudo “segundo o plano de Deus” é o fundamental e para isso é que temos a mística do nosso Movimento, com os pontos concretos de esforço, dos quais são tão importantes, como sabeis, a oração conjugal e o dever de sentar-se. Eu acrescento: a necessidade do perdão como regra de vida e do perdão sacramental frequentemente recebido, como insistentemente nos recomenda o Papa Francisco (AL 227). Estarmos em estado penitencial permanente talvez seja a nossa condição de caminhantes, que ainda não chegaram ao fim, pois temos de estar sempre atentos às pequenas coisas e às pequenas atenções, para que a palavra da fidelidade e do perdão, uma vez pronunciada, se concretize em cada dia das nossas vidas. A nossa missão será então sonharmos a história do futuro que o Senhor quer escrever com cada um de nós. Que o Senhor vos acompanhe sempre e vos proteja, não vos deixando conformar com a mentalidade deste mundo.

Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj SCE da ERI

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igreja católica

Festas juninas e seus santos festeiros Antes de se tornarem festas aos santos do catolicismo, as celebrações de junho já eram realizadas pelos pagãos. O solstício de verão no hemisfério Norte ocorre em 21 ou 22 de junho, com o dia mais comprido e a noite mais curta do ano; os gregos, egípcios e celtas comemoravam essa passagem com celebrações à fertilidade e para rogar aos deuses fartura nas próximas colheitas. Com a evangelização da Europa na Idade Média, o ritual pagão foi incorporado ao calendário cristão. Em Portugal, a Igreja dedicou junho à celebração dos seus santos populares: Santo Antônio de Lisboa (ou Santo Antônio de Pádua) comemorado no dia 13, São João Batista em 24 e São Pedro em 29 de junho. Os rituais foram trazidos ao Brasil colonial principalmente por portugueses, mas houve a contribuição dos espanhóis, holandeses e franceses, originando diversos tipos de celebrações. A miscigenação étnica entre índios, africanos e europeus fez brotar uma série de belas expressões artísticas, como cantorias de viola e cordéis, emboladas de coco e cirandas, xote, xaxado e baião, quadrilhas e forrós. Ao chegar ao Brasil os jesuítas difundiram várias festas religiosas. Em pouco tempo, as celebrações mostraram-se eficazes para atrair a atenção dos indígenas para CM 508

a mensagem catequizadora. De junho a setembro é época de seca em muitas regiões do país, os rios baixos e o solo seco deviam ser preparados para o plantio. Os roçados do ano anterior ainda estavam repletos de mandioca, cará, inhame, batata-doce, abóbora e abacaxi; também era época de colheita do milho, do feijão e do amendoim. Tanta fartura era considerada uma bênção e devia ser comemorada. Santo Antônio A primeira das festas do ciclo junino é a do “santo casamenteiro”: nascido em Lisboa em 1195, passou a maior parte da sua vida em Pádua, na Itália, onde morreu, em 13 de junho de 1231. Entrou para o mosteiro dos padres agostinianos com 19 anos, mas, ao conhecer o fervor e a radicalidade dos franciscanos muda para o Mosteiro de São Francisco de Assis. Conta a história que ele ajudava, de modo “milagroso”, as moças pobres a conseguirem dote para o casamento, por isso a fama de “santo casamenteiro”, mas é considerado um santo das causas militares em Portugal, país onde é padroeiro; é protetor das coisas perdidas, dos pobres e o santo dos milagres: fez muitos ainda em vida. As igrejas católicas distribuem no seu dia “o pão de Santo Antônio”, que deve ser guardado junto com outros mantimentos, 19


para não faltar comida em casa. Sua inteligência e eloquência eram admiradas; redigiu os Sermões, tratados sobre a Quaresma e os Evangelhos. Na devoção a este santo são conhecidas as rezas como os “responsos”: para achar coisas perdidas; as trezenas: com cânticos, fogos, comes e bebes e uma fogueira com formato de um quadrado. Não é por coincidência que o Dia dos Namorados seja comemorado na véspera do Dia de Santo Antônio, ao menos aqui no Brasil e ao contrário de outros países, que comemoram essa data no dia 14 de fevereiro, dia de São Valentim. Para que sejam atendidos os pedidos de casamento, surgiram diversas crenças e simpatias para incentivar Santo Antônio. São João E as festas “joaninas”: filho de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus, nasceu no dia 24 de junho. Conta a história que Isabel pediu para levantarem um mastro iluminado por uma fogueira ao seu redor para anunciar a Maria o nascimento do seu filho. Por sua história, São João é o principal santo comemorado nas festas juninas e virou sinônimo da própria festa, pois muita gente sai para “comemorar o São João”. É conhecido também como protetor 20

dos casados e enfermos. São João é celebrado, principalmente nas cidades da região Nordeste do Brasil. Reza a tradição que a fogueira de São João deve ter a forma de uma pirâmide com a base arredondada. Geralmente o dia consagrado à celebração de um santo é o de sua morte, mas, o dia de São João é o de seu nascimento. São Pedro É o fim das festas: guardião das chaves do céu e “responsável pelas chuvas”, São Pedro é também conhecido como o protetor das viúvas e dos pescadores. Tradicionalmente, no seu dia – 29 de junho – é quando acabam os festejos juninos, embora estejam se tornando comuns as festas “julinas”, que atravessam o mês de julho. A fogueira de São Pedro sempre tem formato triangular. Quadrilha Alguns costumes juninos: a dança típica das festas juninas, de origem muito antiga, na Inglaterra dos séculos XIII e XIV, foi levada à Europa e França. Com a chegada da Corte real portuguesa ao Brasil, ocorreu a introdução de costumes e elementos da cultura europeia. A quadrilha francesa teve uma boa aceitação em terras brasileiras. O instrumento tradicional das quadrilhas é a sanfona. CM 508


Bandeirinhas Originalmente, os “banhos de santo” eram procissões que levavam a imagem de São João, e de outros santos, para ser banhada em rios, cachoeiras ou mar. O ritual era feito com bandeirolas coloridas com as imagens dos três santos e frases com significado religioso. Com o tempo, essas bandeirolas viraram as bandeirinhas que enfeitam as festas juninas. Balão junino Embora proibidos por conta do perigo de incêndio, os balões “enviam” os pedidos ou agradecimento dos fiéis a São João no céu. Quando o balão sobe, é sinal de que a graça será alcançada. Casamento na roça A encenação junina já foi levada a sério no interior do Brasil, onde não haviam padres disponíveis; padrinhos, noivos e seus respectivos pais reuniam-se em volta da fogueira junina e realizavam a cerimônia; a união era socialmente aceita e recebia a bênção da Igreja quando um padre passasse pelo lugar. Fogos de artifício Uma lenda curiosa diz para soltar fogos de artifício no dia 24 para “acordar” São João. O costume é lembrado na cantiga Capelinha de Melão: “Capelinha de Melão é de São João. / É de Cravo, é de Rosa, é CM 508

de Manjericão. / São João está dormindo, / Não acorda não. / Acordai, acordai, acordai João”. O fogo Tem o significado desde tempos remotos; as fogueiras eram utilizadas para espantar os maus espíritos e entidades que trouxessem pestes e estiagens; também celebravam a fertilidade e a fartura. O fogo ganhou significado religioso na história de São João Batista: que purificava os pecadores com água e dizia que “aquele que vier depois de mim batizará com fogo”. Comilança típica E por fim a que é quase toda à base de grãos e raízes que os índios cultivavam: milho, amendoim, batata-doce e mandioca. A colonização portuguesa adicionou novos ingredientes e hoje o cardápio tem milho verde, bolo de fubá, pé de moleque, quentão, pipoca e outras gostosuras. - Vamos festejar, minha gente! “O balão vai subindo. Vem caindo a garoa. O céu é tão lindo. E a noite é tão boa. São João, São João. Acende a fogueira.No meu coração”. Colaboração Salma e Paulo Equipe Carta Mensal Fontes: Biblioteca virtual/SP e Cadernos Franciscanos, “Santo Antônio e a Devoção Popular”, de Frei Adelino Pilonetto, ofmcap (Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil).

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Amoris Laetitia Capítulo VI O capítulo sexto da Amoris Laetitia, do número 199 a 258 do documento, intitula-se “Algumas perspectivas pastorais”, que se limita a “coligir alguns dos principais desafios pastorais”. Com este capítulo, o Papa Francisco aborda a necessidade de “desenvolver novos caminhos pastorais”, de acordo com os debates dos dois Sínodos, e afirma que tal tarefa cabe “às diferentes comunidades”, que “deverão elaborar propostas mais práticas e eficazes”, levando em conta tanto a doutrina da Igreja sobre o matrimônio quanto as necessidades e desafios locais (no 199). O capítulo está estruturado em cinco pontos, que frisam a necessidade do estabelecimento de uma efetiva pastoral familiar. O primeiro ponto, intitulado Anunciar hoje o Evangelho da família, aborda a família como o sujeito principal da pastoral familiar, oferecendo “o testemunho jubiloso dos cônjuges e das famílias, igrejas domésticas”, o que exige um “esforço evangelizador e catequético orientado para o núcleo da família” (no 200). Por isso, se exige uma conversão missionária de toda a Igreja, a fim de estabelecer uma pastoral familiar capaz de mostrar que o Evangelho da família é a resposta às expectativas mais profundas da pessoa humana, e propor valores e denunciar “os condicionamentos culturais, sociais e políticos e econômicos, bem como o espaço excessivo à lógica do mercado, que impedem uma vida familiar autêntica, gerando discriminação, pobreza, exclusão e violência” (no 201). A paróquia é um dos meios para a pastoral familiar, e deve oferecer a principal contribuição pastoral. Os seminaristas devem ter acesso a uma formação interdisciplinar sobre namoro e matrimônio, não se limitando à doutrina, e contando com a presença de famílias, em particular com a presença feminina. Também leigos devem ser preparados como agentes da pastoral familiar. O segundo ponto, com o título Guiar os noivos no caminho da preparação para o matrimônio, aborda a necessidade de preparar os jovens a descobrir o valor e a riqueza do matrimônio. Para tal, é necessário o empenho de toda a comunidade cristã para a preparação do matrimônio, que se divide em preparação próxima, consistindo em acompanhar o caminho de amor dos noivos (no 207), e a preparação remota, que é o acompanhamento dos grupos de noivos e a oferta de palestras com a finalidade de 22

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amadurecer o amor dos noivos (no 208). Importante também é a experiência familiar, por meio da qual os filhos aprendem com os pais o que é a família, e os recursos da pastoral popular. Aos que já formalizaram o noivado, é preciso ajudá-los a se prepararem para a vida matrimonial futura e a superararem uma preparação que se limite a encaminhar a cerimônia e a festa do casamento, a fim de que “tanto a preparação próxima como o acompanhamento mais prolongado devem procurar que os noivos não considerem o matrimônio como o fim do caminho, mas o assumam como uma vocação que os lança mais adiante, com a decisão firme e realista de atravessarem juntos todas as provações e momentos difíceis” (no 211). O terceiro ponto aborda o acompanhamento nos primeiros anos de vida matrimonial. O fundamento do matrimônio, segundo o Papa Francisco é o seguinte: “Só se podem casar aqueles que se escolhem livremente e se amam” (no 217). Com este fundamento, o matrimônio se torna um caminho de amor, vivido e desenvolvido ao longo de toda a vida, e não acabado no dia da celebração do matrimônio, tendo como protagonistas os esposos. Daí é necessário deixar de lado as ilusões, aceitar o outro como ele é e pôr-se a caminho, fugindo da estagnação e se entregando mutuamente com generosidade: “Do impacto inicial caracterizado por uma atração decididamente sensível, passa-se à necessidade do outro sentido como parte da vida própria” (no 220). É assim que cada matrimônio se torna uma “história de salvação”, quando um cônjuge se torna instrumento de Deus para fazer o outro crescer e, por isso, “o amor é artesanal” (no 221). O acompanhamento nos primeiros anos deve “encorajar os esposos a serem generosos na comunicação da vida”, ou seja, abertos à procriação. A paróquia é o lugar onde casais mais experimentados podem colocar à disposição dos casais mais jovens a sua experiência e a sua ajuda (no 223), além de ser o local, juntamente com os movimentos, as escolas e outras instituições, de apoio e de reavivamento das famílias (no 229). A pastoral familiar, hoje, deve ser “missionária, em saída, por aproximação”, não se reduzindo à “fábrica de cursos” (no 230). O quarto ponto, intitulado Iluminar crises, angústias e desafios, aborda as crises matrimoniais. Quando o amor envelhece, amadurece a fidelidade “da espera e da paciência” (no 231). As crises devem “melhorar, sedimentar e maturar o vinho da união”, dizendo não a uma “relação menos intensa”. Mas é preciso não negar ou esconder os problemas, mas assumir a crise e comunicar-se com o outro (no 232). Há crises comuns: a do início da vida CM 508

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matrimonial, a da chegada dos filhos, a do “ninho vazio”, a da velhice dos pais dos cônjuges, as crises pessoais dos cônjuges, as crises econômicas, laborais, afetivas, sociais e espirituais e a imaturidade de um ou de ambos os cônjuges. Diante disso, é preciso cultivar uma verdadeira espiritualidade conjugal, com a consciência de que “cada crise esconde uma boa notícia” (no 232). Quando a separação é inevitável, e até moralmente necessária, como “remédio extremo” (no 241), é necessário “acompanhar pastoralmente os separados, os divorciados, os abandonados”, encorajando as pessoas que não contraíram novas núpcias a encontrar na Eucaristia “o alimento que as sustente no seu estado” (no 242); e aos que contraíram novas núpcias, é necessário fazer com que sintam que fazem parte da Igreja e se integram na comunhão eclesial (no 243). O Papa Francisco ainda cita outros problemas advindos das separações dos cônjuges: o impacto do divórcio sobre os filhos (cf. no 245-246); os matrimônios mistos, com o impacto na educação religiosa e na partilha da Eucaristia (no 247) e disparidade de culto, com a questão do acesso ao batismo (no 248 e 249); a tendência homossexual no seio da família, que traz dificuldades para os pais e filhos (no 250) e as famílias monoparentais (no 251). O Papa Francisco realça a falta de fundamento para a “equiparação ao matrimônio das uniões entre pessoas homossexuais” (no 251). Também frisa a necessidade de tornar os processos de reconhecimento de nulidade matrimonial mais acessíveis e ágeis (no 244). O quinto ponto, intitulado Quando a morte crava o seu aguilhão, aborda a realidade da morte dos entes queridos, seja a do cônjuge ou do filho. A perda de uma pessoa muito amada traz angústia. Nestes momentos, o apoio deve ser dado pelos familiares ou pela comunidade. Mas é preciso não se deixar envenenar pela morte (cf. no 256), e, ao contrário, tomar consciência de que o amor é mais forte do que a morte (cf. Ct 8,6). A oração é importante, pois é uma forma de se comunicar com os entes queridos já falecidos. “O caminho é crescer no amor para com aqueles que caminham conosco, até o dia em que ‘a morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito de dor’ (Ap 21,4)” (no 258).

Pe. Geraldo Luiz Borges Hackmann Setor E, Porto Alegre-RS 24

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Palavra do Papa Um grão de areia Todo cristão deveria dedicar um dia à memória para reler a sua história pessoal inserindo-a na história de um povo: Não estou sozinho, sou um povo, um povo sonhado por Deus. Como acontece com frequência no tempo da Quaresma, observou o Pontífice, durante o qual se convida o crente a parar um pouco e pensar. Pare um pouco! Pense no teu pai! E o centro da atenção está em Abraão, fala-se do diálogo de Deus com Abraão, quando Deus estabelece a aliança com ele. Jesus e os fariseus chamam Abraão de pai porque foi ele quem começou a gerar este povo que agora é a Igreja, que somos nós. Homem leal. E, acrescentou Francisco, aceitando o convite das Escrituras, far-nos-á bem pensar no nosso pai Abraão. Portanto, quais são os aspectos fundamentais da vicissitude de Abraão que devemos recordar? Antes de tudo Abraão obedeceu quando foi chamado para ir à outra terra que teria recebido como herança. Isto é, ele confiou. Obedeceu. E partiu sem saber para onde. Por conseguinte, disse o Papa, Abraão foi um homem de fé, de esperança. Com cem anos e com a esposa estéril, acreditou quando lhe foi dito que teria um filho. CM 508

Posto à prova, depois de ter tido o filho, quando o menino se tornou adolescente foi-lhe pedido que o oferecesse em sacrifício: obedeceu e foi em frente contra toda a esperança. Eis quem é o nosso pai Abraão: alguém que vai em frente, continua. Explicou o Pontífice: ele teve a alegria de ver a plenitude da promessa da aliança, a alegria de ver que Deus não o tinha enganado, que Deus é sempre fiel à sua aliança. O Papa refletiu ainda sobre a beleza e a grandeza da promessa de Deus que disse a Abraão, qual com cem anos, sem filhos e a esposa estéril: Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei nascer de ti nações e terás reis por descendentes. No final da sua meditação, o Papa sugeriu um compromisso prático: Façamos de hoje um dia de memória para compreender que nesta grande história, na moldura de Deus e de Jesus, está contida a pequena história de cada um de nós. Portanto, acrescentou, convido-vos a permanecer hoje por cinco, dez minutos, sentados, sem rádio nem tv; sentados, pensando na própria história: nas bênçãos e em todos os problemas. Nas graças e nos pecados: em tudo. Cada um, disse, 25


nesta memória poderá encontrar a fidelidade daquele Deus que permaneceu fiel à sua aliança, fiel à promessa que tinha feito a Abraão, fiel à salvação que prometeu em seu Filho Jesus. E o Pontífice concluiu: Estou certo de que no meio de situações às vezes difíceis, pois todos nós as temos, muitas dificuldades na vida, se hoje fizermos isto, descobriremos a beleza do amor de Deus, da sua misericórdia, da esperança. E tenho a certeza de que todos nos sentiremos cheios de alegria. O Papa Francisco reflete sobre a fidelidade de Deus com suas promessas a Abraão e de Abraão com Deus, e nós, como descendentes dessas promessas, delas somos herdeiros. O Papa nos convida para alguns minutos de reflexão e oração sobre a própria vida, e do casal, reflexão esta muito cara ao Pe. Caffarel e que faz parte da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora. Dizia já Pe. Caffarel na década de 1950 em artigos publicados na Carta Mensal francesa: Bem sei o que me vão objetar. “Como querem que em nosso dia, consumido pelas tarefas profissionais ou domésticas, ainda possamos encontrar tempo para ir à missa, ler as Escrituras, orar?” Você encontra tempo para comer e dormir! “Claro, é preciso.” Sim, mas a questão é saber se, enquanto não aceita que se debilite o seu organismo físico, você se conforma 26

em deixar morrer de inanição a sua alma. (Textos Escolhidos, p. 21). Creio, após vinte anos de ministério, poder afirmá-lo com segurança: o cristão que não dedica diariamente dez a quinze minutos a essa forma de oração que chamamos de oração interior permanecerá sempre infantil, ou melhor, definhará. Ele passará por crises graves, das quais não sairá com glória, ou talvez mesmo nem conseguirá sair por muito tempo (Textos Escolhidos, p. 30). O convite do Papa Francisco está feito para nós, e mais uma vez nos desafia à oração, assim como Pe. Caffarel já colocava para os equipistas na década de 1950 a proposta de Oração Pessoal, em Casal, além do Retiro, momento propício para oração e reflexão sobre a nossa vida pessoal e conjugal. Como estamos aproveitando esses momentos? Adaptado da homilia do Papa Francisco em 6 de abril de 2017 na Casa Santa Marta por

Cristiane e Brito CR Comunicação Super-Região CM 508


vida no movimento

Super-Região Brasil

VISITA DA SUPER REGIÃO BRASIL À REGIÃO MINAS I – Juiz de Fora-MG No período de 7 a 9 de abril tivemos a alegria de receber em nossa Região Minas I a reunião da Equipe da Super-Região. Foi um tempo de muita união, oração, expectativa, disponibilidade, alegria e esforço de muitos casais e Sacerdotes para acolher estes nossos queridos irmãos responsáveis pelo Movimento em nosso Brasil. O momento mais esperado pelos equipistas da nossa região foi a Celebração Eucarística realizada na Catedral Metropolitana de Santo Antônio, presidida pelo nosso Arcebispo Dom Gil Antônio Moreira (conselheiro da Equipe Nossa Senhora da Natividade e do Setor B) e concelebrada por diversos Sacerdotes e Diáconos Permanentes, onde todos os presentes tiveram a oporCM 508

tunidade de conhecer e conviver com cada equipista visitante. Dom Gil ressaltou a importância das Equipes de Nossa Senhora para a Igreja e para as famílias. A participação de aproximadamente 450 pessoas (equipistas e familiares) de Juiz de Fora, Barbacena, Rio Preto / Parapeuna e São João Nepomuceno conseguiu realmente “alaranjar” a Catedral, com a cor da Província Leste. Cada casal e Sacerdote da SRB demonstrou a todos nós da Região Minas I muita alegria, desprendimento, humildade, interesse em partilhar conosco suas vidas, além de nos animar, nos orientar e nos manter fiéis à essência do nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora – “ajudar os casais a caminhar para a santidade. Nem mais, nem menos” (Pe. Caffarel). 27


Várias foram as mensagens que recebemos de casais de nossa região enaltecendo a beleza e a graça deste encontro e felizes com esta oportunidade de conviverem com os equipistas da SRB.

PROVÍNCIA

Rogamos a Nossa Querida Mãe Maria que cubra cada um de vocês e suas famílias com seu manto de amor, ternura, carinho e paz! Rosário e Gazzinelli CRR Região Minas I

NORDESTE

EEN REGIÃO PE I

Nos dias 1 e 2 de abril foi realizado o 2º EEN da Região PE I, no Centro Pastoral Dom Vital localizado na Várzea, Recife-PE, com a participação de 28 casais. Momento forte de Formação para todos os participantes e muito necessário para todas as equipes que terminaram a Pilotagem.

Maria e Amâncio CRR Pernambuco I

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PROVÍNCIA

CENTRO-OESTE

BIOMAS BRASILEIROS E DEFESA DA VIDA (Família: um sétimo bioma)

Em 14 de fevereiro de 2017, como parte da programação das chamadas Noites de Reflexão e organizada pelo Setor A da Região Brasília III, foi abordada a Campanha da Fraternidade de 2017 com o tema Biomas Brasileiros e Defesa da Vida e o lema “Cultivar e Guardar a Criação”. Na ocasião, foram utilizados vídeos e imagens para mostrar os seis grandes biomas brasileiros, suas belezas, características e dificuldades enfrentadas. Ressaltado que, dentre outros pontos, para que a vida seja defendida, cultivada e guardada, um dos caminhos é resgatar em nós o olhar de Deus, que é um olhar contemplativo e no qual somos chamados a suspirar e exclamar por cada ação e criação do Pai sobre a vida humana, sobre os biomas e sobre toda a Criação. O olhar contemplativo recupera a beleza da criação, e quanto mais se percebe sua beleza, mais se pode ver a Criação como a imagem refletida do Deus Criador. Assim, quem consegue compreendê-la como dom CM 508

e como belo, à imagem do Criador, consegue também compreender aquilo que o Senhor nos disse: guardar a criação. Só assim veremos na criação aquilo que fora em seu princípio: um belo e imenso jardim. Primordialmente, também devemos recuperar o olhar contemplativo para a Família que, de certa forma, é um bioma, pois nela a vida se manifesta. Devemos, portanto, superar os olhares cansados e desanimados: família e biomas se integram nesta grande casa chamada Terra. Por fim, devemos ser motivados, a todo momento e mesmo após o tradicional período de duração da Campanha da Fraternidade, a refletir sobre as perguntas: o que estamos preparando para aqueles que estão chegando? Deus nos entregou um jardim belo e integrado. E nós, como estamos cuidando dele?

Pe. Alex Sandro SCE da Eq.18-A e do Setor A Região Brasília III-DF 29


PROVÍNCIA

LESTE

ENCONTRO DE CASAIS LIGAÇÃO servirmos bem, precisamos nos entregar à ação do Espírito Santo e nos preparar adequadamente. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora se preocupa com a formação dos casais equipistas e promove momentos de estudo e aprofundamento. Um deles é a Formação do Casal Ligação.

REGIÃO ESPÍRITO SANTO “A Ligação não é somente uma experiência de comunicação, mas um verdadeiro anúncio de Boa Nova: ela tem a dimensão evangelizadora” (Manual do CL). Nós, casais cristãos equipistas, temos a missão de sermos portadores da Boa Nova de Jesus Cristo como testemunhas do Sacramento do Matrimônio. Mas para 30

Com este objetivo, dia 25 de março, 15 dos 17 CL participaram, em Vitória-ES, do primeiro Encontro de Casais Ligação da Região. Refletimos sobre a pedagogia da ligação, a missão, o espírito e suas responsabilidades. As palestras com o testemunho dos casais formadores provocaram o desejo de realizar nossa missão com maior espírito de humildade e caridade fraterna. “A ligação é indispensável para a construção do espírito de comunidade e de unidade, para dar o senso de pertença ao Movimento e a fidelidade aos seus objetivos e ao carisma fundacional” (Guia das ENS). Keusiane e Arthur Eq.08 - N. S. de Fátima Vitória-ES CM 508


PROVÍNCIA

SUL I

SESSÃO DE FORMAÇÃO NÍVEL III - SP SUL I

NOSSA ALEGRIA EM SERVIR Com alegria participamos dessa Sessão de Formação em nossa região, juntamente com outros 20 casais, vindos de diversos setores. Os formadores foram o CRP SUL I Sandra e Valdir e o nosso querido SCE SRB Pe. Paulo Renato, que de uma forma interativa abordaram diversos temas como: Visão Histórica, Estatutos, Carisma, Mística e Espiritualidade, Estrutura do Movimento, Ingresso e a Formação Inicial. A Formação Nível III trata da formação de quadros, ou seja preparar e incentivar os casais a assumirem responsabilidades no Movimento. Outro tema abordado pelo Pe. Paulo Renato foi a Eclésia, no qual todos puderam CM 508

compreender um pouco mais sobre a inserção de cada equipe na Igreja. O quanto o casal pode compreender mais e mais sua vivência cristã dentro da família e dentro da equipe. Que somos verdadeiramente uma igreja dentro da Igreja, portanto, que compreendamos nosso papel e façamos dele um comprometimento cada vez maior. Nós já havíamos feito esta formação, mas agora, como CRS, estivemos na apresentação desta e pudemos sentir mais uma vez, e em contato mais próximo com todos os casais, a importância da formação para cada equipista em nosso Movimento. Sentimos nesta formação um 31


momento forte de união, pois estamos vivendo a proximidade da transitoriedade de nosso CRR e de dois Setores em nossa Região. E esta formação trouxe um novo ânimo para todos, a certeza de que estamos no caminho certo e que Deus nos orienta e nos cumula de bênçãos, ajudando-nos a descobrir Sua vontade e perceber Sua presença no mundo de hoje. Percebemos, nos momentos de plenário, a sede dos casais em conhecer mais profundamente o Movimento: cada assunto que havia sido abordado nas palestras, cada dúvida levantada e o interesse de todos por compreender mais e mais. O momento de estudos nos grupos foi de muita interação e partilha, em

PROVÍNCIA

que todos se beneficiaram com a troca de experiências e de testemunhos. É muito lindo ver casais que nunca se encontraram, relacionando-se com familiaridade e amizade, uma das maravilhas que Deus faz nas Equipes de Nossa Senhora. No momento de convivência, um desafio foi proposto aos casais de cada grupo de estudo, o de transformar uma fábula infantil, tipo Chapeuzinho Vermelho, A Tartaruga e o Coelho, e outras mais, em ensinamentos relacionados ao Movimento e o resultado foi surpreendente: com muito humor e alegria, passaram a mensagem recebida durante a formação. Vania e Nivaldo CRS Santo André-SP

SUL II

ENCONTRO NOVO FÔLEGO Nós não estamos prontos Nossa equipe de base foi formada há 16 anos. Não é muito, se comparada com outras, que possuem expressivo tempo de Movimento. Todavia, também não é uma equipe com reduzido tempo de caminhada pelas veredas das Equipes de Nossa Senhora. Encontra-se em bom momento, motivada, com participação efetiva dos casais nas reuniões mensais, estando presentes nela, com clareza, a unidade e o sentido de comunidade. Mas, com expectativa 32

que atinge todo evento promovido pelo Movimento, lá chegamos, obtendo no Encontro, respostas precisas e elucidadoras. De lá saímos motivados pelo que vimos e ouvimos. Pudemos constatar a necessidade de cada vez mais nos aprofundarmos nos objetivos do Movimento; também, o perigo da acomodação, mormente em equipes como a nossa e já relatado, onde não vislumbramos, em princípio, a necessidade da participaCM 508


ção. E com isso a acomodação, que provoca, inevitavelmente, a perda de qualidade no que fizermos. E acomodação em nossa vida, seja em qual esfera for, pessoal, profissional, matrimonial ou outra que seja, é fatal. Fomos lembrados e alertados, por diversas vezes, de que não estamos prontos e acabados! Por isso, é preciso que nos mantenhamos em movimento, como o próprio Movimento se mantém; é preciso que procuremos sempre algo a mais, algo a acrescentar em nossa equipe; é preciso que sejamos casais de ação. Aliás, com propriedade, o Tema do Encontro “Novo Fôlego”, já nos conduzia a isso: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”- (Jo 5,2-9). Desse encontro, portanto, saímos surpresos, engrandecidos e agradecidos. Surpresos, porque descobrimos necessidade que em princípio não imaginávamos: a manutenção da caminhada. Afinal, outra vez, o CM 508

Movimento nos mostra com clareza, que devemos caminhar continuamente em busca da perfeição. Com certeza, hoje ela está menos distante do ontem, mas ainda distante, exigindo que nos levantemos; engrandecidos, pelas reflexões apresentadas que muito nos acrescentaram no auxílio de nosso propósito em casal: o caminho para a santidade, nem mais, nem menos, conforme nos ensina o Pe. Caffarel; e finalmente agradecidos, primeiro a Deus por lá estarmos, e aos casais organizadores e aos formadores desse encontro, pela sua disponibilidade e dedicação. Ainda que não nos surpreendessem, pelo amor que dedicam ao Movimento, é incentivo a todos nós para que assim também, cada vez mais, o ofereçamos, esse mesmo amor, ao nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Naide e Célio Eq.23 - N. S. da Santíssima Trindade Bauru-SP 33


PROVÍNCIA

SUL III

FORMAÇÃO PARA CASAIS LIGAÇÃO No dia 25 de março de 2017 participamos da formação para casais ligação que aconteceu na cidade de Umuarama-PR, que foi conduzida pelo casal responsável da Região Paraná Norte Edna e Gilberto. Foi uma experiência maravilhosa poder participar dessa formação, já que este ano é o nosso primeiro ano como casal ligação. Como tudo o que é novo nos causa aflição e dúvida, quando recebemos o chamado ficamos ansiosos e nos questionamos: será que daremos conta de uma responsabilidade como essa? E como será tendo que fazer a ligação de casais bem mais experientes que nós dentro do Movimento, uma vez que nós temos apenas seis anos de equipe? Mas enfim, dissemos sim ao chamado de Deus, e com esta formação podemos esclarecer muitas dúvidas que tínhamos em como exercer o serviço de ligar as equipes e a mantermos em Movimento. Ficamos felizes de ver outros casais na formação em busca de conhecer sempre mais nosso Movimento, pois realmente conhecemos a fundo o Movimento quando nos colocamos a serviço, e quanto mais conhecemos mais amamos o Movimento e sabemos que mesmo com as dúvidas o nosso sim tem tempo de duração. Finalizamos o momento da formação com a convivência, onde pudemos estreitar os laços de amizade com casais de outras equipes e assim mantermos a unidade do Movimento. Danúbia e Rogério Félix Eq.06 - N. S. Rainha da Paz Umuarama-PR 34

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raízes do movimento

MIMETISMO1 Toda criança normal deseja tender para a idade adulta, procura chegar depressa ao dia em que será finalmente um homem ou uma mulher. Suas filhas, ao brincarem de boneca, imitando a mãe, seus filhos, ao brincarem de bandido, imitando... os heróis de fitas de cinema, obedecem inconscientemente à lei do mimetismo, ao instinto de imitação que é o grande fator de seu crescimento. É, portanto capital procurar saber qual da imagem do homem adulto oferecida à criança. Temo que, em muitos lares, a idade adulta pareça às crianças ser a idade sonhada em que se pode tudo discutir, tudo criticar, tudo julgar, em que finalmente se é dono do seu nariz. E não serão as conversas à mesa familiar que poderão dissuadi-las disso: gestos, feitos dos avós e amigos, grandes temas da política financeira e internacional, decisões das autoridades civis, cartas dos bispos ou do Papa, tudo é passado pelo crivo do julgamento dos adultos, julgamento tão infalível quanto impiedoso. Se em sua casa for assim, como é possível que seus filhos, na medida em que aspiram a ser adultos – e tanto mais quanto mais próximo se encontram desse estado – não considerem intolerável ter de seguir as diretrizes de seus pais ou da Igreja, de se submeter a ordens e a proibições? Formam-se assim, mesmo no seio de famílias cristãs, os insubmissos que aos vinte anos declaram não mais acreditar em nada; casam-se com divorciados ou se inscrevem no Partido. Dirão: por que não imitam nossa

vida cristã? É, de novo, porque o que lhes parece característico da idade adulta não é a vida cristã, mas sim a independência. Se, pelo contrário, os filhos veem os pais submeterem seu julgamento e sua vida a seus superiores, acolherem com benevolência determinações e conselhos, se ouvem os pais falarem com deferência de seus chefes religiosos e civis, se a atitude dos pais na oração é de adoração e, sobretudo, se todas as reações diárias dos pais revelam que a vontade de Deus é o motor de suas vidas, então não se acharão obrigados a praticar a revolta para se assemelharem aos adultos. Pais, olhai o Cristo. Constatareis que, para fazer de seus discípulos filhos submissos ao Pai, tomou um cuidado especial em manifestar-lhes sua própria dependência em relação a seu Pai. Não parece Ele recear, antes de mais nada, que se possa pensar que suas iniciativas venham dele, que ensina em seu próprio nome, que faz alguma coisa por si mesmo e como lhe apraz! “Não, não vim por mim mesmo, foi o Pai quem me enviou.” “O Filho não pode fazer nada por si mesmo, mas somente o que vê fazer ao Pai. O que este faz, o Filho faz também.” “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar sua obra.” “Não falei por mim mesmo: aquele que me enviou, o Pai, me prescreveu o que eu deveria dizer e anunciar.” “Vivo pelo Pai.” Tal é a imagem do adulto que Ele nos dá, Ele, o Adulto por excelência (Henri Caffarel) .

Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP

1 Editorial do Pe. Henri Caffarel, Carta Mensal no 8, Ano IV – novembro de 1956.

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testemunho

Encontro de Equipes Novas da Região Paris   Assim que cheguei a Paris, em setembro de 2015, para minhas pesquisas acadêmicas, os equipistas da cidade pediram que acompanhasse uma nova e jovem equipe. Com 35 anos, eu era um dos mais velhos do jovem grupo, que começava sua Pilotagem. Pouco antes, meus amigos Roseline e Olivier de Sigalony, que viveram alguns anos em São Paulo, começaram seu período como responsáveis da Região Paris. Ao deixar São Paulo, prometi a mim mesmo que, diante de tanto que recebi dos equipistas do Brasil, nunca poderia dizer não ao Movimento. O peso da promessa se fez sentir quando os Sigalony me escreveram, no começo de setembro de 2016, pedindo para ajudá-los a animar o “final de semana com novas equipes e novos equipistas”. Trata-se de um encontro dirigido às equipes que há pouco terminaram a primeira fase de sua Pilotagem. Para nos ajudar a preparar o week-end (quem disse que os franceses não usam palavras em inglês?), contamos com Agnèse e François-Guy Trebulle, outrora responsáveis pela região. Recebemos um número considerável de jovens equipistas, na Casa Massabielle: 35 casais. Entre palestras e partilhas em equipes mistas, o grupo ia se entrosando. Os organizadores, responsáveis 36

pelas conferências e pelo acompanhamento, eram os “Casais Maria”; dois outros casais, vindos de Lille, cuidavam da infra-estrutura e da cozinha. Eram os “Casais Marta”. Também contamos com a colaboração de um grupo de jovens escoteiros, que gentilmente cuidaram das crianças. Os bebês ficaram bem comportados com seus pais. Nosso encontro foi no final de semana de 7 e 8 de janeiro de 2017. Era a festa da Epifania. Nossos “Casais Marta” não deixaram faltar a tradicional galette des rois, torta que todas as famílias francesas comem neste domingo. Agradeço o Senhor por haver participado deste belo momento junto aos jovens equipistas parisienses. Sua sinceridade na fé e fervor nos tocam mais ainda quando nos lembramos da complexa história da Igreja na França. Mesmo diante de tantas perseguições, ao longo das últimas décadas, a força do Evangelho nunca deixou de ser fecunda no seio da “filha mais vel h a d a I g re j a ” , segundo a feliz expressão de S. João Paulo II. Frei André Tavares OP SCE Equipe 305 Paris CM 508


Um sorriso

inesquecível Ele veio se aproximando e nós exclamamos:” “Sessenta anos de matrimônio!!” “Sessenta años? Y que tenia mas paciência?’’, Papa Francisco nos pergunta com os olhos bem abertos de espanto. “Os dois”!, respondemos juntos. Assim começou nosso inesquecível diálogo com nosso Papa Francisco, em 1/6/2016. Ele abriu um enorme sorriso e pegou suas mãos, juntando-as às nossas, como que em um abraço. Pedimos que nos abençoasse, entregando-lhe nossas mãos. Eram as mãos de três pessoas felizes, sorrindo intensamente, parecendo que nos conhecíamos desde sempre. Assim passaram-se alguns instantes, nossas mãos unidas, mesmo após a bênção das alianças. O sorriso penetrante exprimindo seu apoio e alegria. Foi uma sequência de fotos que infelizmente só poderemos enviar uma. Momentos vividos com a maior sinceridade e simplicidade jamais imaginada. Louvemos ao Senhor! Sim, 60 anos de matrimônio dos quais 44 anos vividos em pertença às ENS de Niterói. Fomos os das primeiras horas do Movimento de Niterói ainda Coordenação, formando a Equipe 3, e hoje, ainda com 4 casais da formação inicial, pertencemos à Eq.02 do Setor A de Niterói. Queremos deixar aqui, para quem está iniciando, que os 44 anos não são documento, mas sim, prova de perseverança, amor ao Movimento e BOA VONTADE. CM 508

Após a Pilotagem, foram anos da busca do conhecimento mútuo pessoal entre nós e a vontade de sermos amigos dentro de nossa equipe de base, para que juntos fizéssemos o esforço de procurar participar dos eventos que o Movimento nos oferecia para o crescimento espiritual e familiar. Assim, buscando conhecer a Mística e Carisma e a importância do que então chamávamos de “meios de aperfeiçoamento”, hoje PCE, fomos crescendo cada um no seu próprio ritmo. Daí sermos um MOVIMENTO. Sempre procurando renovação e acompanhando o momento histórico social que vivemos, sem no entanto perder de vista Os Estatutos e o grande objetivo de nosso inspirado Padre Caffarel. Sem esse firme propósito, não há Equipe de Nossa Senhora. Será um “grupo” à parte. Hoje somos uma equipe de idosos, octogenários, com seus desgastes de saúde, mas que a prioridade do mês é a nossa reunião mensal, escolhendo local e horário que facilitem a presença de todos, a partir de nosso estimado SCE Padre Antônio Revers MSC, que completou 89 anos em 12/10/2016. Coragem e Boa Vontade ainda não nos faltam. Estamos sob a proteção de Nossa Senhora das Graças, padroeira de nossa equipe.

Juju e Evaldo Eq. N. S. das Graças Niterói-RJ 37


reflexão

NAMORAR

É BOM DEMAIS... Dia 12 de junho é o Dia dos Namorados. Dia dedicado àqueles que namoram! O que é Namorar? Vocês sabem o que é isso? Será que ainda lembramos do que seja isso? Namorar, diz o dicionário, é cortejar, inspirar amor, apaixonar-se, cativar, seduzir, atrair, cobiçar, desejar ardentemente, ficar encantado, empregar todos os esforços para obter. Vamos voltar ao passado e lembrar-nos de nossa primeira troca de olhar: ELE ERA UM PÃO! ELA ERA UMA UVA! Vocês se lembram da primeira troca de palavras, de como ansiosamente nos preparávamos para cada encontro, de como o tempo custava a passar quando estávamos longe um do outro e de como o tempo voava quando estávamos juntos? O primeiro toque de mão! O primeiro abraço! O primeiro beijo! O escurinho do cinema! Os bailes... As brigas... Todas bobas! Mas não havia nada mais importante para nós: ERA O FIM DO MUNDO... Mas bom mesmo eram as reconciliações... Que saudade!... NAMORAR ERA BOM DEMAIS... Era...? Era...? Mas hoje não continuamos namorando? Se ERA BOM DEMAIS seria um contrassenso que o Namoro tivesse acabado...! O dicionário disse que para Namorar temos que cortejar, ou seja, tratar com cortesia, lisonjear, fazer a corte... Temos feito isso? Disse também que temos de inspirar AMOR. 38

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É isso mesmo. Temos de ser inspiração do amor. Senão como receber AMOR? Será que somos presença agradável? Inspiramos amor ou pena? Paixão ou compaixão? Temos de nos apaixonar. Fazer nascer a Paixão, que é um sentimento capaz de perturbar o juízo! Capaz de nos fazer sofrer ou alegrar com o outro. E até o sublime Amor chegar a extremos. Cristo Amou-nos até a Paixão!!! Mas namorar é também CATIVAR: trazer cativo. Não escravos ou prisioneiros de um compromisso formal, mas unidos pela conquista do companheirismo, da confiança e da estima. O dicionário disse que vamos FICAR ENCANTADOS. E o dicionário disse que, no namoro, é preciso SEDUZIR. Seduzir, aqui, é atrair, encantar, fascinar. NÃO enganar, desencaminhar, desonrar. É cuidado de todos os Dias, de todas as Horas. É estima, é Respeito, é a mais Pura Amizade. E seduzir, depende só de nós, no Agir, no Vestir, no Falar... Namorar é atrair... Namorar é COBIÇAR, é desejar ardentemente. É querer. E o querer é meio caminho do poder, do conquistar. E o mesmo dicionário diz que é coisa Maravilhosa, é estado de plena Satisfação. Logo, Namorar é BOM DEMAIS. É coisa Divina! É agradável a Deus! Por fim, nos disse que temos que empregar todos os esforços para obter! Então, não podemos acomodar-nos. Se Namorar é bom demais, esse esforço é plena ALEGRIA. Curioso... O dicionário não disse que NAMORAR é coisa para JOVENS ou para SOLTEIROS...! Assim, nós, casais (Casados ou Noivos), no Dia dos Namorados devemos levar como nossa Oferta a DEUS Pão e Uva, simbolizando aquele PÃO e aquela UVA que, através do Namoro, Noivado, conquistamos. E peçamos a Deus que é PLENO AMOR, que afaste de nós todas as barreiras que nos impeçam de AMAR, para que, enquanto viver, sejamos ETERNOS NAMORADOS!!! Feliz Dia dos Namorados! Aninha e Léo Eq.04 - Setor C Região do RN 1 - Natal-RN CM 508

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partilha e PCE

ORAÇÃO CONJUGAL O Movimento das Equipes de Nossa Senhora propõe que marido e mulher rezem juntos, pois nesse momento Cristo se torna presente de uma forma muito especial. Na oração conjugal o casal demonstra sua firmeza nas promessas assumidas quando juntos subiram ao altar. Além disso, aprofundam a união de seus corações, fortalecendo o sentimento que um dia os uniu. Também os filhos se beneficiam da oração conjugal, pois veem nos pais uma rocha sólida na qual podem fincar os pilares de seu caráter. É, ainda, uma maneira de perceber o que se passa no coração de seu cônjuge, quais são suas angústias, suas preocupações, seus pedidos de perdão e seus motivos de gratidão. Muitas vezes, cada um dos esposos tem sua própria maneira de rezar, individualmente. Nesse caso, o Movimento recomenda que os dois descubram juntos uma nova forma de oração, que possibilite

esse encontro conjugal com o Senhor. Essa experiência certamente eleva a intimidade do casal. Não é raro o casal iniciar a prática deste PCE recitando as orações já prontas e conhecidas na nossa fé, pois pode ser que a timidez atrapalhe no início. Porém, com o transcorrer do tempo e o aumento da maturidade conjugal, surge o desejo de orar de maneira espontânea. Quando isso acontece, temos uma prova dos benefícios dessa modalidade de oração, que engrandece a espiritualidade entre o casal. O convite do cônjuge para realizarem a oração conjugal é recebido pelo parceiro como um cuidado carinhoso, tal qual o que se tem com uma flor quando a regamos e adubamos. Por fim, a oração conjugal tem também um efeito “terapêutico”, pois não há desavença que subsista quando o casal se une para juntos dirigirem com sinceridade suas palavras ao Senhor, um pelo outro, ambos zelando pelo Sacramento do Matrimônio.

Espiritualidade do cotidiano “Corra o risco de ser considerado louco: vá visitar os ipês. E diga-lhes que eles tornam o seu mundo mais belo. Eles nem o 40

ouvirão e não responderão. Estão muito ocupados com o tempo de amar, que é tão curto. Quem sabe acontecerá com você o que aconteceu com Moisés, e sentirá que ali resplandece a glória divina...” Rubem Alves CM 508


A Espiritualidade do nosso Ipê encarnou em nossa vida conjugal até florescer o desejo último e secreto! Carregamos também profundos desejos espirituais de que o Senhor se serve, para nos conduzir à mística e pelo seu Espírito a uma maior intimidade com o Pai, para renovar a cada dia, como Cristo, a doação e o amor de um para com o outro. É mágico e belo o que acontece. Num ritual, o Ipê desenha sua trajetória de transformação e como a “sabedoria bíblica” brinca diante da presença de Deus e de nós dois, enfeitando nossa existência. É geometria de galhos entrelaçados que se enchem de folhas, vocacionadas a cair para tornarem-se tapete aos pés descalços. As folhas caem, mas não se inutilizam. Tornam-se passarela para os passos. O desejo das folhas é dar lugar ao amarelo ouro das flores! Elas se abdicam dos galhos do Ipê e da altura, para que o perfume, a cor e felicidade das flores se tornem espaço de encantamento. As folhas têm seu encanto, claro. Mas elas duram o tempo de dar seu lugar a outras possibilidades. As flores vêm tocar uma sinfonia diferente das folhas: da liberdade, da ausência de fardos, da alegria, do lúdico. CM 508

O Ipê vem ensinando-nos a beleza de transformar-nos. Que delícia saber-nos com essa perspectiva: transformação é fruto da persistência! Como casal em constante oração, podemos preencher o vazio existencial, alimentar por um tempo a solidão da alma e, sorrateiramente, abrir espaço para que a inteireza da beleza resplandeça. Vazios preenchidos, solidão acompanhada. Outro rito tem seu início: o rito do encanto da cor da flor, do cheiro e da alegria! Um rito não anula outro. Complementa-o. Dá-lhe significado. O rito do Ipê em flor é pura oração! É conversa entre nós dois. É silêncio que grita. Ritos organizam e enfeitam a vida! Contam experiências vividas e amor prometido, encontros e saudades. Esperança e sonhos! A oração em frente ao Ipê renova nossa coragem de sonhar o sonho de Deus! Somos o reflexo do amor divino, e nossa vida quer ser liturgia a cada instante alimentada pela espiritualidade do Ipê, que enfeita nosso quintal, na sequência de ritos: árvore, galhos entrelaçados, folhas, flores... e certeza de um dia encontrarmo-nos no Reino definitivo, nossa parúsia! Rita e Carlos Eq. N. S. das Graças Pouso Alegre-MG 41


serviços nas ENS

EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA A Experiência Comunitária é um instrumento de evangelização que aproveita a vivência e o conhecimento acumulados pelos casais das ENS, quanto à vida cristã, conjugal, familiar e em comunidade. A Experiência Comunitária concretiza-se pela união de um grupo de casais que procuram desenvolver o Sacramento do Matrimônio e a vida familiar. Para isso, aceitam experimentar a vida em comunidade e participar de uma iniciação catequética que lhes anunciará a Boa Nova vivida no casamento cristão. É recomendável que o número de participantes seja de sete casais, sob a orientação de um Casal Coordenador Equipista e sempre que possível com a presença de um Conselheiro Espiritual. As reuniões são quinzenais e o tempo da Experiência Comunitária deve ser de, no máximo, um ano. O projeto “Experiência Comunitária” também visa oferecer um caminho de expansão do Movimento.

Nossa vida conjugal e a Experiência Comunitária A oportunidade de coordenar um grupo de Experiência Comunitária foi para nós um momento muito enriquecedor. Representou primeiro uma alegria muito grande quando sentimos a confiança de Deus em nós, quando nos chamou para conduzir sete casais que não conhecíamos numa caminhada de dezesseis reuniões que em seu término fariam a opção de participarem ou não das Equipes de Nossa Senhora. Com muito amor no coração demos de imediato o nosso sim e com muita expectativa e confiança no Espírito Santo começamos a nossa caminhada. A simplicidade e receptividade dos casais de nosso grupo transformaram as reuniões em momentos de extrema felicidade para nós. Pudemos perceber a riqueza de nosso Movimento e os frutos que ele oferece aos casais que dele fazem parte. Eram casais em sua maioria com engajamento na vida paroquial, mas que não expe42

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rimentavam a riqueza de reservar um pouco de tempo para em casal, com todas as graças do Sacramento do Matrimônio, buscar a santificação pessoal do seu cônjuge. Reviver os primeiros passos do Movimento despertou em nós sentimentos únicos reforçando nossa vida conjugal. A cada reunião traziam testemunhos de suas alegrias e de suas percepções do seu crescimento como casais e dos frutos que colhiam nesta caminhada. Teve um que nos chamou atenção: um membro do grupo nos relatou que a princípio não entendia nossa disponibilidade de fazer uma viagem de mais de 70 km, após um dia de trabalho, para coordenar uma reunião e então retornar para casa. Depois do transcurso de algumas reuniões é que ele pôde perceber o que nos motivava. Pelo bem que estávamos proporcionando para ele, para o casal e para os outros membros do grupo. Seu depoimento muito nos emocionou. Percebemos a ação do Espírito Santo em nós e nos casais durante o desenvolvimento das reuniões. Amparados também pelo sacerdote, fomos crescendo em alegria, confiança e no final, no momento de optarem, nossa felicidade se completou quando os sete casais, com muito discernimento disseram seu “sim” e formaram a Equipe de Nossa Senhora do Rosário. Esta experiência foi para nós um momento de crescimento como casal pela confiança que tivemos em Deus em prover em nós os recursos necessários para esta condução e de enorme felicidade em levar aos casais do grupo de Experiência Comunitária um pouco da beleza do nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora e de motivá-los à busca da santidade sob as bênçãos do nosso querido Pe. Caffarel. Lavínia e Oscar Eq.18 - N. S. da Amizade Juiz de Fora-MG CM 508

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Um convite que se tornou um grande presente “Ouvi então a voz do Senhor que dizia: Quem enviarei eu? E quem irá por nós? Eis-me aqui, disse eu, enviai-me” (Isaías 6, 8). O chamado para conduzirmos um grupo de casais numa Experiência Comunitária no Setor Itaipava da Região Rio II nas Equipes de Nossa Senhora foi uma agradável surpresa, uma vez que já temos uma caminhada de 14 anos no Movimento. Graças a Deus! A busca da vivência dos pontos concretos de esforço em nossa vida matrimonial e a participação constante nas atividades que o Movimento nos propõe nos impulsionaram, de forma decidida, ao nosso “sim”. Reconhecemos o chamado de Deus no serviço e na doação. Para nós, hoje, torna-se quase impossível, na vivência do amor exigente, não reconhecer um cuidado de Deus nos chamando ao serviço, onde podemos a cada encontro estar mais perto Dele. Os casais que formam a Experiência Comunitária, que estamos acompanhando desde junho de 2016, encontram-se desejosos de viverem tudo aquilo que testemunhamos como casal equipista. A cada encontro manifestam a vontade de crescer na fé diante dos desafios do matrimônio e da vida cristã. Estar a serviço do Movimento sendo casal coordenador da Experiência Comunitária nos torna cada dia mais felizes no matrimônio e renovados pelo amor de Deus. A alegria estampada no semblante de cada casal que persevera na vivência do conhecimento da vida cristã, da vida conjugal e familiar é a certeza de que estamos no caminho certo. A Experiência Comunitária exprime-se na vivência do amor e da ajuda mútua entre os casais. Isso nos revela o quão grandioso é o Movimento, que se renova a cada dia ao sustentar casais desejosos em se engajar na busca da santidade conjugal. O convite do CRS Itaipava foi um grande presente! Do qual somos gratos, pois, se hoje somos melhores, muito devemos à vivência com estes jovens casais aos quais temos o privilégio de acompanhar, a cada passo, na vivência do matrimônio cristão. Nossa Senhora do Amor Divino, rogai por nós! Roseli e Aguinaldo Eq.02 - N. S. do Amor Divino Itaipava-RJ 44

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notícias ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

25 anos Eq. N. S. Auxiliadora João Pessoa-PB

25 anos Eq. N. S. Aparecida Edeia-GO

50 anos Eq. N. S. das Graças Assis-SP CM 508

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BODAS DE PRATA

Sandra e Alípio 04/04/2017 Eq. N. S. das Graças Barbacena-MG

Ruth e Nazildo 06/07/2016 Eq. N. S. Assunção Belém-PA

Elisângela e Roberto 28/02/2017 Eq. N. S. de Fátima Canápolis-MG

Claudia e Adriano 21/02/2017 Eq. N. S. Desatadora dos Nós Brasília-DF

BODAS DE PÉROLA

Jussara e Daniel Chacon 18/01/2017 Eq. N. S. Auxiliadora João Pessoa-PB

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BODAS DE OURO

Wanda e Roque 05/03/2017 Eq. N. S. de Nazaré Cabo Frio-RJ

Carmen e Ouvídio 25/02/2017 Eq. N. S. do Carmo Campo Grande-MS

Maria Helena e Sabado 27/12/2016 Eq. N. S. de Nazaré Belém-PA

VOLTA AO PAI José Antônio (da Maria Regina) Em 31/01/2017 Integrava a Eq. N. S. do Rosário das Maravilhas Rio de Janeiro-RJ Marcos (da Dona Neia) Em 13/12/2016 Integrava a Eq. N. S. do Silêncio Vitória de Santo Antão-PE Sandra (do Evaristo) Em 18/02/2017 Integrava a Eq. N. S. do Silêncio Blumenau-SC

Harry (da Vilma) Em 03/12/2016 Integrava a Eq. N. S. Aparecida Porto Alegre-RS Lafayete (da Marina) Em 13/10/2016 Integrava a Eq. N. S. das Graças Brasília-DF Álvaro (da Magda) Em 13/02/2017 Integrava a Eq. N. S. Mãe dos Homens Rio de Janeiro-RJ

Maria Carmem (do Fernando) Em 23/03/2017 Integrava a Eq. N. S. de Fátima Brasília-DF CM 508

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Visita da ERI ao Brasil Entre os dias 18 e 29 de julho próximo acontecem a reunião e a visita do Colégio da ERI, e desta vez será no Brasil, em Florianópolis, no Recanto Champagnat, cujo o lema: “sem Mim, nada podeis fazer”. (Jo 15,5) Na primeira parte do evento, entre os dias 18 e 21, será realizada a reunião ordinária da Equipe Dirigente da ERI, composta pelo Casal Responsável, o SCE da ERI, os Casais de Apoio e os Casais Ligação das quatro zonas que compõem hoje o Movimento no mundo. E a partir do dia 23 de julho, ocorrerá a reunião anual do Colégio da ERI, composta, além dos casais citados, também pelos Casais Responsáveis de todas as Super-Regiões e Regiões Isoladas do mundo. São esperados 38 casais dos países e regiões geográficas onde o nosso Movimento se faz presente. É a segunda vez, (a primeira foi em 2004 no Rio de Janeiro) que a ERI vem ao Brasil em missão. Teremos a oportunidade de receber em nosso país o grupo dirigente em nível mundial do nosso Movimento. Aproveitamos para convidar todos para um momento especial, onde o Casal Responsável da ERI e seu SCE acolherão os equipistas brasileiros para uma audiência informal. Este momento tradicional nas reuniões da ERI consiste num encontro de comunicação, de formação, de comunhão e de inter-relação da ERI com as bases do Movimento para troca de ideias e para aprofundar a experiência de internacionalidade Será no dia 29 de julho, sábado, a partir das 14 horas. Se puderem participar, serão muito bem-vindos, e para isso entrem em contato com vossos CRS ou CRR, ou ainda através do nosso site, no espaço “Fale conosco”. Rezemos pelo êxito desse encontro, para que Nossa Senhora Aparecida abençoe as viagens, as reuniões e as decisões que serão emanadas, para o bem da Santa Igreja e do Movimento em todo o mundo. Abraços fraternos Hermelinda e Arturo CR Super-Região CM 508

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MEDITANDO EM EQUIPE

O caminho da fidelidade

A medida do amor é a fidelidade, e a medida da fidelidade é o amor. Sem fidelidade não existe amor, nem existe fidelidade sem amor. O amor de casal leva à fidelidade a Deus, e o casal fiel a Deus vive a fidelidade na alegria de seu amor.

A Palavra de Deus: (Os 2,16-17; 21-22) Deus fala ao povo infiel como esposo que por amor perdoa e pelo amor leva à fidelidade a amada infiel. “É assim que a vou seduzir, ao deserto vou conduzi-la para lhe falar ao coração. (...) Ali ela responderá como no tempo de sua juventude. Como nos dias em que subiu da terra do Egito. Então te desposarei para sempre, desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com misericórdia e amor. Desposar-te-ei com fidelidade e tu conhecerás o Senhor”.

Reflexão Porque você ama essa pessoa, você lhe é fiel de coração, de pensamento e de ações. Fidelidade total em todos os momentos. Em você ela pode confiar, porque você nunca lhe faltará. – Você nunca lhe falta com a atenção, o carinho, a ajuda, o perdão e tudo o mais? Quais suas pequenas infidelidades? O amor por essa pessoa deve ajudar você a ser fiel a Deus com o maior amor que lhe for possível. – Seu amor de casal está levando você a amar a Deus ainda mais? – Quais estão sendo suas pequenas infidelidades a Deus? – Como seu amor de casal pode ajudar você nas pequenas fidelidades?

Oração espontânea – Adore, bendiga, agradeça a Deus que é tão fiel a você. – Peça que o Senhor ajude você a ser mais fiel a ele e à pessoa com quem você se casou. – Agradeça porque você pode confiar nessa pessoa que ele lhe deu.

Oração litúrgica Deus nos ama e é fiel a esse amor, apesar de nossas infidelidades. Que ele nos ajude a fazer de nosso amor de casal caminho para seu amor. – Aleluia! Louvai, servos de Javé, louvai o nome de Javé. Seja bendito o nome de Javé, desde agora e para sempre. – Do nascer ao pôr do sol seja louvado o nome de Javé. Excelso é Javé sobre todos os povos, mais alta que os céus é sua glória.

– Quem é igual a Javé nosso Deus que nas alturas tem seu trono e se inclina para olhar os céus e a terra? (...) – Glória ao Pai...

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


Campanha da Fraternidade 2017 Tema - “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” Lema - “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15).

ORAÇÃO Deus, nosso Pai e Senhor, nós vos louvamos e bendizemos, por vossa infinita bondade. Criastes o universo com sabedoria e o entregastes em nossas frágeis mãos para que dele cuidemos com carinho e amor. Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum. Cresça, em nosso imenso Brasil, o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas, e da beleza e riqueza da criação, alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém!

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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