ENS - Carta Mensal 514 - Março 2018

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Ano LVIII • março • 2018 • no 514

CARTA

Ano do Laicato “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14)

2º Colóquio sobre Pe. Caffarel


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01 Editorial 02 03 04 06 08 10 12 15

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Super-Região Superar a Violência, uma questão de Fraternidade! Diálogo Sexual Agradecendo Quaresma Comunicando sem parar Henri Caffarel, o homem e sua missão Colóquio sobre Padre Caffarel (Colóquio Internacional - 8 e 9 de dezembro de 2017) O Rosário, Mistério de Cristo, “Mistério” do Homem

Igreja Católica Ano do Laicato Domingo de Ramos

Vida no Movimento Super-Região Brasil - Missa em Celebração aos 70 anos da Carta das Equipes de Nossa Senhora

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27 28 29 30 31 32

Província Nordeste I Província Nordeste II Província Centro-Oeste Província Leste Província Sul II Província Sul III

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A Nonagésima-Sexta Parte - Henri Caffarel

Raízes do Movimento

CNSE 35 Que herança eu posso deixar? 37 39

Correio da ERI Um Colóquio Internacional Viver em fidelidade criativa

C

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Reflexão Quarta-feira de Cinzas Sexta-feira Santa: Tempo de oração e encontro com Deus

Formação Formação Integral

Serviços nas ENS 43 Secretaria e Tesouraria 44 Viver a obediência 45 Notícias 48 Dicas de Leitura

Carta Mensal

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622). Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Fotos pp. 12, 13, 34, 38 Cans Stock Photo, p. 37 Pixabay - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi e Samuel Lincon Silvério , - Tiragem desta edição: 27.500 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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no 514 • março • 2018


editorial Queridos irmãos equipistas niciamos nosso primeiro editorial do ano entusiasmados com o trabalho que temos pela frente. A Carta Mensal traz novas bandeiras e colaboradores sempre buscando uma leitura agradável e formativa. A vida do Padre Caffarel ganhou mais espaço para que o conheçamos melhor e assim possamos amá-lo mais. Em cada Carta, um capítulo da sua vida.

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Também neste ano dedicado ao Laicato, juntos com a Igreja e com a colaboração do Padre Orivaldo, teremos, a cada mês, um artigo. Dentro da comunidade eclesial, os leigos são chamados a cumprir tarefas, como também os ordenados e consagrados. Cada um com sua missão, com direito de agir, testemunhar e animar a sociedade e a Igreja. A Super-Região Brasil cuida com muita atenção dos equipistas e a partir desta edição teremos sempre um artigo para esclarecer quais são as etapas de formação que o Movimento nos proporciona continuamente, e nos dá suporte. Nos dias 8 e 9 de dezembro passado pudemos acompanhar o Colóquio sobre o Padre Caffarel, que ocorreu em Paris com a participação de equipistas do mundo todo. O casal responsável pela canonização do Padre Caffarel no Brasil, Vicélia e Magalhães, esteve lá e nos traz seu testemunho, assim como Rémi e Françoise Gaussel, CR Comunicação Internacional. Não deixem de ler! Temos novidades nas regras para publicação de datas comemorativas. Somos mais de 50.000 equipistas, graças a Deus, e como temos espaço limitado em nossa Carta foi preciso restringir o número de publicações. Todas as regras estão no nosso site. Por fim, outra boa nova é que o Rosário estará nas nossas edições a fim de ajudar os equipistas a melhor rezá-lo. Estamos vivendo um tempo especial: a Quaresma. Tempo em que nosso coração se volta para o silêncio, para a oração, para a reflexão, para a caridade e o perdão. Que sejam dias de paz e de fé e que o Senhor nos conceda uma santa e abençoada Quaresma. Tema 2018: “A MISSÃO DO AMOR”

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Com carinho, Fernanda e Martini CR Carta Mensal 1


super-região

Superar a Violência,

uma questão de Fraternidade! Em 1964, em pleno desenvolvimento do Concílio Vaticano II, realizou-se a primeira Campanha da Fraternidade CF, em âmbito nacional, sob os cuidados da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. De lá para cá a CF foi e continua sendo uma oportunidade ímpar de, sob a luz do Evangelho, refletir sobre temas fundamentais do cotidiano eclesial ou social. A Igreja no Brasil, com isso, muito contribuiu, contribui e continuará contribuindo para uma sociedade mais justa e solidária. Para o ano de 2018, foi escolhido o tema “FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA”, com o objetivo geral de construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. O tema da CF 2018 pretende considerar que a violência nunca constitui uma resposta justa. A Igreja proclama, com a convicção da sua fé em Cristo e com a consciência de sua missão, que a violência é um mal, que a violência é inaceitável como solução para os problemas, que a violência não é digna do homem. A busca de soluções alternativas à violência para resolver os conflitos assumiu, atualmente, um caráter de dramática urgência. É, portanto, essencial a busca das causas que originam a violência, em primeiro lugar as que se ligam a situações estruturais de injustiça, de miséria, de exploração, sobre as quais

é necessário intervir com o objetivo de superá-las (Cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja). Quanto ao lema escolhido, “VÓS SOIS TODOS IRMÃOS”, busca resgatar o sentido da Fraternidade dos povos, pois somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas de um mesmo Pai. Por isso, iluminados pelo Evangelho do Reino, somos chamados à não violência. Reconhecer a dignidade do outro, independentemente de sua condição social, cor da pele, sexo e mesmo convicções políticas, esportivas... mantendo com ele uma justa relação de alteridade, talvez seja o sinal de fraternidade mais urgente que o nosso tempo necessita. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida todos os homens e mulheres de boa vontade a percorrer o caminho da superação da violência crescente em todos os níveis. Para isso é preciso olhar a realidade, iluminar a realidade com a Luz da Palavra de Deus e do Magistério da Igreja e, por fim, agir transformando essa realidade. Vamos refletir e rezar com a Campanha da Fraternidade, patrimônio da Igreja no Brasil. Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região

*texto adaptado de artigo do Pe. Luis Fernando da Silva, secretário executivo das Campanhas na CNBB.

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Diálogo Sexual Vamos iniciar o ano falando de sexualidade? Como homens e mulheres somos chamados à perfeição e à santidade. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, portanto manifestamos Deus, cada um do seu modo, mas na complementaridade mostramos a imagem mais completa de Deus, como se duas peças se juntassem para formar uma imagem definitiva de Deus. Mas temos de nos aperfeiçoar, buscar a santidade através da nossa realidade humana, da qual também faz parte a sexualidade conjugal. Em 1987, Pe. Caffarel na Conferência de Chantilly reconhece: “Não ajudamos suficientemente os casais a alcançar a perfeição humana e cristã da sexualidade” ao reler os inquéritos que o Movimento fez em 1969, e dentre as conclusões, comenta impressionado: “A harmonia sexual atinge-se raramente no início, por vezes é necessário esperar anos, e em alguns casais, nunca se atinge”. E adverte que “nos casais, se não houver um bom entendimento sexual, dificilmente poderá se construir uma verdadeira espiritualidade conjugal”. Se há 40 anos, o Pe. Caffarel via tão difícil este aspecto, como será hoje, com tantas pressões e limitações de tempo? Então, em 2014, a ERI fez outro inquérito, respondido de forma anônima por homens e mulheres. O resultado é o CM 514

livro “Sexualidade e Espiritualidade Conjugal”, já disponível, para ser trabalhado somente em casal, com ricas reflexões a respeito, motivando o diálogo. Deus quer que a sexualidade seja fonte de espiritualidade, mas se o casal tem dificuldades nas suas relações sexuais, pouco a pouco vai se distanciando, e os esforços feitos para construir a espiritualidade conjugal vão se deteriorando a ponto de buscarem em outra pessoa o encantamento perdido, ou caírem numa letargia, privando-se de alegria mútua, e assim podem durar anos, e correm o risco da separação. Fatores como excesso de trabalho, rotina, estresse, filhos pequenos, a mídia em geral, etc. afetam a vida sexual dos casais. Mas o que mais afeta é o desconhecimento das diferenças entre homem e mulher, sob o aspecto psicológico e emocional. O encontro sexual é um ato de amor, de entrega e doação à pessoa que amamos. Mas para que isto aconteça é preciso conhecer e aceitar que o outro é diferente, e pensar mais na satisfação do outro que na própria. 3


O Pe. Radcliffe disse em 2012, em Brasília: “O verdadeiro amor consiste em estar aberto àquilo que o outro necessita naquele momento”. Mas, se não sei o que o outro precisa! Por isto é importante expressarmos abertamente nossos desejos, frustrações e divergências. O homem por exemplo age com base em OBJETIVOS, e a mulher em PROCESSOS: por isso o homem corrige (objetivo), e a mulher educa (processo); o homem compra, e a mulher vai às compras; o homem gosta de esportes, a mulher prefere romance; numa festa o homem vai sozinho ao banheiro, a mulher convida outras a acompanhá-la (conversa, retoca maquiagem, etc.); de manhã o homem veste-se, a mulher restaura-se. Esta realidade também está presente no encontro sexual do casal, porque o homem procura um OBJETIVO, e ao alcançá-lo atinge sua “meta”, ao passo que a mulher espera viver um PROCESSO, que

deve ter um antes, um durante e um depois. Para que o encontro sexual seja um verdadeiro ato de amor, um canal de graça, unindo o casal a Cristo, é preciso pensar no bem do outro, e oferecer-se ambos a Deus, como um só corpo e um só coração, e então vão perceber que colocaram Deus em primeiro lugar nas suas vidas, contentando-se com o segundo lugar no coração da pessoa amada. Que Deus ilumine todos os casais! Bom início de ano, com muito diálogo!

Enquanto caminhamos muitas são as maravilhas que vão sendo realizadas por gestos, palavras e atitudes ao longo do caminho. Algumas maiores, pela grandiosidade se fazem notar, outras tantas pequenas precisam que um olhar atencioso as encontre e revele. Contudo todas sem exceção merecem

um gesto de reconhecimento ao seu autor. Podemos logo pensar nas obras e graças concedidas por Deus. Será que O agradecemos em todas? Embora infinitamente menores também podemos pensar nas obras daqueles que conosco convivem e caminham. Será que lhes somos gratos?

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Hermelinda e Arturo CR Super-Região

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Na contramão das noticias alarmantes, muitas, mas muitas são as bem-aventuranças que silenciosamente são semeadas a todo instante nos mais diversos terrenos. E o mais bonito é que muitos semeadores o fazem sem a exigência do frutificar. Apenas semeiam e felizes seguem crentes que somente a graça de Deus pode trazer os frutos. É preciso começar o ano agradecendo para que esta virtude esteja presente em nossas vidas e não nos deixemos guiar pela normalidade que não reconhece os pequenos gestos. Deus nos dá tantos dons. São tantas as pessoas que nos ajudam em momentos difíceis. Também nós pertencentes às Equipes de Nossa Senhora temos motivos de sobra para agradecer a Deus que pelo Seu amor lembra de cada um de nós, e como é bom sentir-se amado. Agradecer a Santa Igreja que nutre este Movimento permitindo que o seu Carisma fecunde a nossa Espiritualidade Conjugal. Reconhecer que é a Santa Igreja que cuida de nossa Espiritualidade Conjugal. Então, como não agradecer? Como não perceber que sem a pertença a este Movimento nosso caminhar no Sacramento do Matrimônio seria outro? Ousamos dizer que talvez a caminhada sacerdotal também o fosse. Convictos de todo bem que o Movimento faz a casais e sacerdotes, é necessário a cada dia sermos gratos. Sim, gratos! Gratos por sermos privilegiados deste CM 514

convívio que enriquece e ampara estes dois sacramentos: Ordem e Matrimônio. Quem não é capaz de agradecer não é capaz de amar. Contudo é preciso assumir o compromisso de cultivar a complementaridade destas duas vocações. Cabe a cada casal, cada equipe e cada sacerdote exercitar o auxílio mútuo verdadeiro para que cada vocação se concretize na vontade de Deus. É preciso que os casais reconheçam a fecundidade da vocação sacerdotal e agradeçam ao padre pelo seu gesto de sacrifício e consagração. Como se pode compreender que o que renuncia ao amor e à paternidade seja precisamente o que tem poder para reavivar a chama do amor? Isto é um paradoxo? Não, não é um paradoxo, mas sim uma misteriosa relação entre a Ordem e o Matrimônio. (Henri Caffarel, l’Anneau d’Or, n° 14 1947, Le foyer et le prêtre, p. 6). No Movimento muitos são os casais e sacerdotes que se colocam a serviço, também estes precisam ser valorizados, amados e agradecidos por cada pequena obra que realizam. Não permitamos que ninguém que caminha ao nosso lado deixe de ser com ternura agradecido pelo amor e doação com que realizam cada serviço que lhes é confiado. Certamente ao receberem o nosso abraço, o nosso sorriso, o nosso reconhecimento, e ao lhes dirigirmos nossas palavras, sentir-se-ão amados por Deus. 5


Uma vez que reconhecemos todas as maravilhas que Deus faz em nossa vida e nos tornamos gratos, não podemos fugir à responsabilidade da missão, que é a de nos esforçarmos para que todas estas graças cheguem a outros lares. “Vos exorto também a continuarem a fazerem-se próximos às famílias feridas, que são hoje tão numerosas... É necessário, portanto, que vocês possam levar o vosso testemunho e a vossa experiência para ajudar as comunidades cristãs a discernir as situações concretas destas pessoas, em acolhê-las com as suas feridas e em ajudá-las a caminhar na fé e na verdade, sob o olhar de Cristo Bom Pastor, para que tomem parte em um modo apropriado na vida da Igreja. ”(Papa Francisco, setembro de 2015, Encontro Internacional CRR).

Deus ajude a todos nós para que possamos agradecidos cumprir bem nossa missão, mas não de qualquer jeito, que a façamos com amor descrito por São Paulo: o amor é paciente, é bondoso; o amor não tem inveja, não se vangloria, não se orgulha; não é indecoroso nem egoísta; não se irrita; não leva em conta o mal; não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Cor 13,4-7).

Adriana e Hudson CR Província Sul III

Quaresma A Igreja administra, de acordo com a liturgia, o tempo que lhe é dado por Deus neste mundo. No decorrer do ano são divididos e reservados diversos “tempos litúrgicos” onde a Igreja, por meio de uma pedagogia milenar, prepara o coração dos fiéis para celebrar a sua principal solenidade, que é a Páscoa da Ressurreição. De fato, a partir da data da Páscoa, fixada sempre no domingo depois da pri6

meira lua cheia do outono, é que se determinam todas as outras solenidades e festas do ano litúrgico. Assim, iniciamos com a sóbria e solene Celebração das Cinzas, o tempo sagrado da Quaresma, que são quarenta dias de jejum, penitência e oração intensificada que antecedem as festas pascais. Dentre esses quarenta dias, merecem particular atenção os cinco domingos. Cada um a seu modo, CM 514


traz um personagem do Evangelho que nos ajuda a penetrar o mistério de Cristo. O 1º domingo nos apresenta o retiro de quarenta dias feito pelo próprio Jesus no deserto. De lá Ele sai vitorioso das tentações do mal. É um convite para que o poder, o ter e o prazer não alcancem nunca a vitória definitiva sobre nós. É com a força de Deus e o auxílio da Palavra que vamos vencendo as seduções do mal. O Evangelho da Transfiguração do Senhor, proclamado na liturgia do 2º Domingo, põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. Somos chamados a olhar para o céu e, ao contemplar Cristo glorioso, ver n’Ele o nosso destino último. Descobrimos que em nós, mesmo com limitações e fraquezas, brilha a centelha divina, a luz de Deus que um dia triunfará em nossa vida. “Dá-Me de beber” (Jo 4, 7). É o pedido de Jesus à Samaritana, proposto na liturgia do 3º domingo. Jesus mesmo é a água que, como veremos no diálogo final com aquela mulher, sacia toda a sede. Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! O 4º domingo, do cego de nascença, apresenta Cristo como luz do mundo interpelando CM 514

cada um de nós: “Tu crês no Filho do Homem?”. Cristo deseja curar nossa cegueira interior. Quantas vezes somos tão rasos! A humanidade desse tempo parece ter perdido a profundidade e a espiritualidade. No 5º domingo contemplamos a ressurreição de Lázaro, nos deparamos com o último mistério da nossa existência que é a morte. Não é verdade que muitas vezes, como Lázaro, andamos enfaixados com as ataduras da morte? Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança. É Cristo que nos chama: “Vem para fora!”. O percurso quaresmal encontra seu ápice no Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, particularmente na noite do Sábado Santo com a Solene Vigília Pascal. Que possamos vivenciar com espírito de recolhimento esse tempo de graça, aprendendo na escola da liturgia o caminho seguro para a Páscoa eterna, para onde todos caminhamos. Pe. Antônio Júnior SCE Província Sul III

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Comunicando sem parar... Amigos equipistas, um novo ano se inicia e desejamos que este seja repleto de saúde e paz a todos equipistas e suas famílias! Como todos sabem, a comunicação não para! Nosso site (www. ens.org.br) sempre tem novidades e atualizações. Recentemente foi inserido na aba do Acervo de Formação, o link da Plataforma de Vida Cristã da ERI, já apresentada na edição anterior da Carta Mensal. Basta clicar a aba, acessar a plataforma (cujo endereço é: endfc.org), fazer o cadastro (no caso de novos usuários) ou inserir o login e senha (no caso de usuários já cadastrados) e utilizar essa excelente ferramenta disponibilizada para todos os equipistas. O site do Movimento encerrou o ano com cerca de 85.000 acessos mensais, que a princípio pode parecer elevado, mas considerando que somos mais de 52.000 equipistas, vemos que na média uma pequena parcela acessa o site mais de uma vez ao mês, o que é pouco considerando a velocidade da informação e quantidade de material ali depositado destinado à formação dos equipistas. Convidamos todos a obterem APP do Movimen8

to (disponível no momento apenas para sistema Android e em breve também para IOS) para facilitar o acesso ao site. A APP pode ser obtida direto no site do Movimento. A página oficial da Super-Região Brasil no Facebook conta com cerca de 8.800 membros e mostra a vida das Equipes, Setores e Regiões em todo o Brasil, sendo um instrumento para reforçar a unidade em um país com tanta diversidade cultural. Para publicar nesta página basta enviar uma mensagem com imagem e texto para o endereço comunicacao@ens.org. br. As novidades da Super-Região Brasil também podem ser seguidas no Instagram. A página Henri Caffarel, Profeta do Nosso Tempo, é o canal oficial da Super-Região Brasil no Facebook destinado a divulgar a vida e a obra do Pe. Henri Caffarel e conta com cerca de 2.800 membros. Esta tem como objetivo ser suporte ao seu processo de canonização, dando a conhecer a todos sua mensagem sobre o amor, o matrimônio e oração, não somente para os equipistas, mas para CM 514


a comunidade em geral, inclusive o clero. Convidamos a todos a ajudarem a divulgar essas comunidades convidando sua Equipe, Setor e amigos para curtir essas páginas. A Super-Região Brasil aprovou na ultima reunião de colegiado de 2017 o Manual de Identidade Visual das Equipes de Nossa Senhora, já disponível no site do Movimento na aba do secretariado. O Manual visa uniformizar o material impresso e digital do Movimento, e inicia com a apresentação do Movimento (quem somos), depois aborda todas as características de nossa logomarca, padrão de cores (para impressão e projeção), dimensão, como deve ou não ser utilizada e assim por diante. Em seguida apresenta a organização das Províncias com o padrão de cores utilizado em cada uma delas, também para impressão e projeção. Após vêm as orientações para confecção de material gráfico, papelaria, camisetas e brindes em geral e em seguida as orientações para blogs, sites, páginas em redes sociais e informativos. Pedimos uma especial atenção nesse item já que hoje existem cerca de 200 endereços eletrônicos na internet que não atendem às orientações do Manual. Por fim são elencadas as situações especiais e um glossário com as siglas do Movimento. A última parte CM 514

do Manual apresenta as formas de citação que devem ser utilizadas em textos e apresentações, em especial as falas e escritos do Pe. Henri Caffarel. Lembramos que nada que o Pe. Caffarel escreveu ou falou deve ser alterado, adaptado ou modificado pois pode prejudicar seu processo de canonização. No segundo semestre de 2018 haverá o Encontro Mundial das Famílias em Dublin na Irlanda onde novamente representaremos o Movimento. Durante o encontro serão postados nas mídias sociais do Movimento diariamente os principais pontos abordados e depois publicadas uma série de artigos na Carta Mensal, como em 2015. Um grande abraço a todos, fiquem com Deus! Feliz 2018!

Cristiane e Brito CR Comunicação Super-Região

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Henri Caffarel,

o homem e sua missão

Como terá Deus, que age pelos acontecimentos, preparado seu servo Henri Caffarel? Em “Henri Caffarel. Um Homem Arrebatado por Deus”, Jean Allemand, autor desta biografia de Caffarel, faz uma introdução em que justifica esta publicação precoce - um ano após a sua morte, informando que Padre Caffarel recusava qualquer biografia, com seus riscos de deformação e erros; mas, no final de sua vida projetara publicar uma antologia de seus escritos para marcar seu lugar na Igreja do século XX, no que diz respeito ao casamento, à viuvez e à oração interior. Também para os equipistas urge marcar o lugar de Padre Caffarel em nossas histórias e nos benefícios que recebemos de sua vida inspiradora e determinante, do que somos e do que poderemos ser, através do conhecimento de sua trajetória pessoal. Para isso, aspectos da vida e missão de Padre Caffarel podem fornecer subsídios que possam beneficiar a muitos. O século XX está se iniciando quando nasce Henri Caffarel em 30 de julho de 1903, em Lyon, França. Os pais: Ferdinand Caffarel e Elise Voisin tiveram outro filho, Georges, em 1906; seu pai era comerciante de artigos de lã. Foi batizado em 2 10

Georges e Henry Caffarel na época de serviço militar 1924

de agosto de 1903, pelo tio, Pe. Louis Vernard, com os nomes de Henri Auguste Marie. Sua família, em um século, forneceu à Igreja quatorze sacerdotes, o que demonstra o quanto era cristão o meio em que o menino cresceu. Na idade escolar frequenta a Escola Clerical de São Francisco de Sales e na paróquia deste nome faz a primeira comunhão em 1911. Quando o menino está no curso secundário, a família ainda mora em Lyon, perto da Catedral São João, e o jovem Henri frequenta o Externat Sainte-Marie, dos Irmãos Maristas. Informações relatam que lá o ensino era sólido, o catecismo perfeito; os dogmas expressos com nitidez e precisão, como também, a piedade; as missas exigidas às quintas-feiras e domingos, com instrução religiosa. Durante a escola, participou, na sua Paróquia de São João, dos círculos de estudo da Associação da Juventude Católica. Completa o bacharelato e entra na Faculdade de Direito; mas, após o início brilhante, ele mesmo diz que “é afligido por uma repentina incapacidade intelectual”, que o obriga CM 514


Ge o

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a ficar em casa e trabalhar com o para relaxar, à pintura; lembrar-se-á pai. Nos anos seguintes alternará disso mais tarde, quando examinar períodos na universidade e em casa, com os diagramadores a apresentação gráfica de suas revistas e livros. conforme o cansaço. Ainda antes de assumir o “chaSimultaneamente, frequenta a Casa dos Estudantes Cató- e Henry Caffare mado” irá cumprir o serviço ls 1 militar, em Autun, de maio a licos e sob a direção de rge novembro de 1924. SessenPadre Roullet participa ta anos mais tarde, escreve a de “missões” na região um amigo: “Eu tinha escolhide Lyon, para reanimar do servir num ‘batalhão disos grupos da “Ação ciplinar’, de soldados condeCatólica dos Jovens de nados por infrações diversas, França” - a ACJF. O Papara conhecer um ambiente dre Roullet era considediferente daquele da Faculdarado um asceta, homem de de Direito”. Depois de dezoito de grande valor e era de fato meses de Serviço militar, volta para o capelão dos estudantes de Lyon; sob sua influência relatam que “os casa decidido a seguir sem demora jovens se entusiasmavam e des- o apelo de Deus. pertavam para a vida apostólica”. Mas, no ano anterior – 1923, Ao que se sabe, Henri Caffarel algo decisivo ocorrera; o que parenão deixou escritos íntimos e era cia um chamado não muito claro e reservado em confidências sobre si a busca hesitante de um caminho mesmo, principalmente sobre sua de vida, cristaliza-se numa vocação juventude e formação. É possível, definitiva... com as recordações de familiares e Extraído do livro, inclusive as foalguns documentos, arrebanhar os tos (p. 197) “Henri Caffarel. Um longos anos que o predispuseram homem arrebatado por Deus”, de para a sua etapa criadora. Existem Jean Allemand. Tradução de Gerard ainda algumas fontes de informaFrançois Duchêne e Monique Dução e o processo de sua canonichêne – Equipes de Nossa Senhora. zação tem trazido à luz algo mais para se avançar no conhecimento de sua vida. O ambiente familiar oferece oportunidades de reuniões e Henri é brincalhão e alegre animador quando quer; atua numa comédia teatral com uma das primas, que ainda se recorda do fato. Já é um líder, dom Paulo (da Yara) e Salma e Paulo que como os demais, colocará a serEq. N. S. da Esperança viço de Cristo. É também apaixonaSão Jose dos Campos-SP do por literatura e arte, e dedica-se, 11


Colóquio sobre Padre Caffarel (COLÓQUIO INTERNACIONAL – 8 e 9 de dezembro de 2017) Por ocasião do 70º aniversário da Carta das Equipes de Nossa Senhora, a Associação dos Amigos do Pe. Caffarel em conjunto com a Equipe Responsável Internacional (ERI) organizou nos dias 8 e 9 de dezembro, no Collège des Bernadins em Paris, um colóquio com o patrocínio do Cardeal André Vingt-Trois, Arcebispo de Paris, tendo como tema “HENRI CAFFAREL PROFETA PARA O NOSSO TEMPO – Apóstolo do Matrimônio e Mestre de Oração”. O Colóquio foi concebido para ser: (a) um SERVIÇO À CAUSA DE CANONIZAÇÃO do Pe. Henri Caffarel: uma maneira de fazê-lo conhecido e de anunciá-lo; (b) INTERNACIONAL: pessoas de diferentes nacionalidades contribuíram, alguns com seu conhe12

cimento, outros com seu testemunho – esse foi um ponto muito forte, em todas as atividades os participantes eram de diferentes regiões do mundo, mais uma prova da internacionalidade, diríamos mesmo catolicidade, do legado do Pe. Caffarel; (c) um colóquio CIENTÍFICO: pesquisadores e especialistas apresentaram aprofundamentos sobre aspectos da vida, da personalidade e da obra do Pe. Caffarel, fruto de suas pesquisas, reflexões e estudos, e (d) um colóquio VIVENCIAL: casais e sacerdotes apresentaram como o legado do Pe. Caffarel é vivido por eles. Os dois dias do Colóquio seguiram a mesma dinâmica: duas Sessões, uma de manhã e outra à tarde. Cada Sessão, dedicada a um aspecto da vida e da obra CM 514


do Pe. Caffarel, continha três conferências seguidas de uma Mesa Redonda com a participação de um dos conferencistas e de um casal – e eventualmente um sacerdote – trazendo o seu testemunho, respondendo a perguntas e comentando sobre clips vivenciais apresentados com o testemunho de pessoas de diferentes países. Assim, o Colóquio não foi um momento intelectual apenas, mas cheio de vida e de vivências. Ficou fortemente evidenciada a força da influência do Pe. Caffarel na vida dessas pessoas e como ele contribuiu para a felicidade e a caminhada na fé de cada uma delas. Mesmo fazendo um resumo do que foi o Colóquio, não vamos conseguir contar num único artigo todos os seus momentos. Por isso vamos compartilhar com vocês nas próximas Cartas Mensais um pouco do seu conteúdo. Vamos ao Colóquio: A manhã do primeiro dia a Sessão inicial, da qual foram moderadores o casal Françoise e Rémy, membros da ERI, teve como tema: “Henri Caffarel, a Vocação de um Homem de Deus”. O Padre Marcovits o.p., primeiro Postulador da Causa do Pe. Caffarel, apresentou a conferência “Um homem de fé”, salientando que o Padre Caffarel nunca deixou de falar daquele Deus que o “tinha cativado” [“Aos vinte anos, Jesus Cristo, de repente, tornou­ se Alguém para mim”] e que seu único desejo era “entrar eu próprio mais na intimidade com Cristo e leCM 514

var os outros a entrarem também nessa intimidade”. Forte é esta sua afirmação: “O Pe. Caffarel é um homem de fé. Uma impressão profunda que eu tive ao preparar esta intervenção, e que eu experimento agora ao lhes falar, é que eu lhes falo, é certo, do Padre Caffarel, mas sobretudo de Deus, o personagem principal de tudo. Quando eu leio os escritos do Padre Caffarel eu sou colocado imediatamente diante do mistério de Deus, diante de seu amor. Eu creio que aí está uma característica da sua [do Pe. Caffarel] santidade”. “Nas fontes espirituais da sua vocação” foi o tema da colocação feita pelo Padre Jacinto, SCE da ERI. Pe. Caffarel teve uma grande atração pela vida monástica, desejo que não se realizará, mas terá uma grande fecundidade na sua vida e nas suas fundações. Cita uma resposta dada pelo Pe. Caffarel: “Quando lhe [ao Pe. Caffarel] perguntam se ocupar-se somente de Deus não implica em esquecer-se das questões importantes para a vida do homem e da mulher, ele responde: ‘Se eu me interesso por Deus me interesso por tudo, porque tudo está em Deus... Eu penso precisamente que só os que se interessam por Deus podem dizer que se interessam por tudo’. ” A terceira colocação, “lnspirado por José e Maria”, foi feita pelo casal Véronique e Thierry, da França. O Padre Henri Caffarel sempre teve uma forte devoção a Maria; ele colocou o movimento de casais que fundou sob a proteção de Nossa Senhora – em Lourdes, 13


1954, as Equipes de Nossa Senhora foram consagradas à Virgem Maria, afirmando que “o Movimento é entregue a Maria e por ela a Deus”. Eles salientaram qual seria a verdadeira devoção a Maria que o Pe. Caffarel esperava dos equipistas:

“O Pe. Caffarel deseja que cada casal se entregue à poderosa ternura da Virgem e que cada casal experimente a confiança e a segurança que habita o coração das crianças quando a sua mãe está ali; para ele [Pe. Caffarel] os corações se manterão humildes, as equipes serão protegidas contra o intelectualismo e o espírito de crítica e o amor fraterno reinará pois é isto que acontece sempre quando a mãe está no meio de seus filhos”. Na Mesa-Redonda que se seguiu participaram o Pe. Marcovits e o casal Bernadette e Sylvestre, do Togo (foram responsáveis da Super-Região África Francofônica). Os clips apresentados vieram da Colômbia [um SCE, “Ele nos deu Deus”], dos Estados Unidos [um casal, “A contemplação de José e Maria”] e da França [Marie-Hélène Mathieu, fundadora com Jean Vanier do Centro Cristão de Pessoas Deficientes em 1963 e do movimento Fé e Luz em 1971, muito ligada ao Pe. Caffarel]. 14

Diante da afirmação “o Pe. Caffarel é alguém que está vivo”, terminando essa primeira sessão o Pe. Marcovits diz: [O Pe. Caffarel] “está vivo e é alguém que nos fala e que nos ensina. Quando nós lemos os textos do Pe. Caffarel, quando nós escutamos sua voz, somos tocados na nossa fé e na nossa relação com Deus e é por isso que ele está vivo. Nós estamos vivos e ele vem se juntar a nós no mais profundo de nós mesmos, na mais profunda relação que nós temos com o Senhor. Eu acrescentarei que ele está vivo porque ele nos ensina e nos instrui. E se nós desejamos a beatificação e a canonização do Pe. Caffarel é por causa da [sua] mensagem sobre o matrimônio, sobre a viuvez e sobre a oração para o povo cristão, para as pessoas, não somente para a glória do Senhor, o que é muito bom, mas de fato é para a instrução do povo cristão”. Na próxima Carta Mensal traremos a segunda Sessão, cujo tema é “HENRI CAFFAREL, FUNDADOR NA IGREJA”.

Vicélia e Magalhães SRB - CR Canonização do Padre Caffarel

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O ROSÁRIO, Mistério de Cristo, “Mistério” do Homem Durante o ano de 2018, somos convidados a refletir com profundo amor sobre a oração do Rosário. A cada Carta Mensal teremos a meditação de um dos quatro mistérios que o compõem. Antes, porém, oferecemos com humildade, esta breve reflexão, como introdução ao Rosário, lembrando que: “A oração de cada um pertence a todos, unida a uma oração ainda maior: quando Jesus reza em teu coração, e apoiada por Maria que intervém em nosso favor com sua materna intercessão. O Rosário da Virgem Maria, que ao longo dos tempos foi se formando segundo os desígnios de Deus, é uma oração muito amada pelos santos, estimulada pelo magistério da Igreja, querida e rezada pelo povo de Deus. É ao mesmo tempo meditação e súplica. Com simplicidade e profundidade produz muitos frutos de santidade. Temos urgência de rezar a Deus pedindo ao mundo o dom da paz. O Rosário é, por natureza, uma oração orientada para a paz, precisamente porque consiste na contemplação de Cristo, príncipe da paz, porque Ele é a nossa paz (Ef 2, 14). Além disso, devido ao seu caráter meditativo com a serena sucessão das “Ave Marias”, exerce uma ação pacificadora sobre quem o reza, preparando-o para experimentar no mais íntimo de si mesmo e a espalhar ao seu redor a paz verdadeira. Outrora, esta oração era particularmente amada pelas famílias cristãs e favorecia certamente a sua união. É preciso não deixar perder esta preciosa herança. A imploração insistente da Mãe de Deus apoia-se na confiança de CM 514

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que a sua materna intercessão tudo pode no coração do Filho. Ao rezarmos os mistérios do Rosário vimos que seguindo o caminho de Cristo, o homem refaz também o seu próprio caminho. Não somente refaz, mas também se redime, pois ao contemplarmos os mistérios da alegria, meditando o nascimento de Jesus, compreendemos o verdadeiro valor da vida. Olhando para a família de Nazaré, nos abrimos para a santidade da família segundo o projeto de Deus. Acompanhando Jesus, na sua vida pública, através dos mistérios da luz, iluminamos o caminho de nossa peregrinação para Deus. E no mistério da dor, a grande lição de amor: Amou-nos até o fim. O amor que salva. E nos mistérios gloriosos, acompanhando a glória de Jesus e da Virgem Maria, vislumbramos o designo de Deus para cada um de nós. Podemos dizer que cada mistério do Rosário, bem meditado, ilumina o mistério da vida humana. Ajudando-nos nas nossas necessidades espirituais e temporais. A Ave-Maria é a homenagem mais agradável que fazemos á mãe de Deus. (Sto. Afonso Maria de Ligório). Ela é a oração dos simples e dos santos. Consolo para os doentes, momento de oração 16

privilegiado para os casais e tempo de graças para nossas comunidades cristãs. O que é preciso para rezar bem o Rosário? Para bem rezá-lo não há necessidade de gosto, nem de consolação, nem de suspiros, nem de lágrimas. São suficientes a fé pura e a boa intenção. (São Luis de Montfort) Com a certeza de que a oração do Rosário atrairá sobre todos, as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora, os guardamos em oração. (Fontes de pesquisa: Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, Do Sumo PontíficeJoão Paulo II)

Goretti e Moacir Casal Intercessor Nacional

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correio da ERI

Um Colóquio Internacional Entre 8 e 9 de dezembro, realizou-se no Collège des Bernardins em Paris um Colóquio Internacional sobre o tema “Henri Caffarel, profeta para o nosso tempo, apóstolo do matrimônio e mestre de oração”. Por que este segundo colóquio apenas alguns anos depois do anterior, organizado em 2010 pela Associação dos Amigos do Padre Caffarel? A razão é simples: o Padre Palleri, o postulador em Roma da causa do Padre Caffarel desde que o dossiê foi entregue no Vaticano (dossiê do qual o Padre Marcovits passou a ser o relator pensou que seria bom para o avanço da causa salientar a universalidade do pensamento do Padre Caffarel. O primeiro colóquio tinha-se centrado no homem, no seu lugar no século e na espiritualidade conjugal, tendo sido pouco evocada a sua irradiação internacional. A Tó e o Zé Moura Soares, Responsáveis da Equipe Internacional das Equipes de Nossa Senhora (ERI), e a Associação dos Amigos do Padre Caffarel, conscientes da importância da questão, concordaram em aceitar este desafio da internacionalidade. O resultado esteve, segundo o conjunto dos participantes, à altura do desafio. Todos os correspondentes da Associação no estrangeiro, bem como os responsáveis das Supra-Regiões e das Reuniões diretamente ligadas à ERI, marcaram CM 514

presença em resposta ao convite. Os intervenientes eram de nacionalidades muito diversas: franceses, portugueses, colombianos espanhóis, africanos, italianos, britânicos, americanos, canadenses... Além disso, em cada sessão foram apresentados vídeos para mostrar como cada um daqueles países se tinha apropriado do carisma fundador do nosso Movimento; aos vídeos seguiram-se mesas redondas em várias línguas. A transmissão direta do conjunto das sessões, permitiu que os equipistas do mundo inteiro participassem deste acontecimento, o que contribuiu para a repercussão internacional do colóquio. Foi muito comovente ver e sentir em todos os equipistas reunidos a grande fraternidade, a grande alegria e o grande entusiasmo suscitados pela estima ao Padre Caffarel. Quantas graças recebidas através dos vários testemunhos! Quanta emoção perante a fé inquebrantável de um casal brasileiro confrontado com a provação de uma doença muito incapacitante! A escolha das datas de 8 e 9 de dezembro não foi ao acaso. Efetivamente, a 8 de dezembro de 1947 era promulgada a “Carta das Equipes”. Era, portanto, o 70º aniversário deste documento fundador das Equipes. Este aniversário foi dignamente celebrado numa missa 17


presidida por Mons. de Moulins-Beaufort, bispo auxiliar de Paris, na igreja Saint-Augustin, a paróquia do Padre Caffarel. A missa foi concelebrada por conselheiros espirituais do mundo inteiro. Este belo momento da Igreja terminou com um tempo de convívio e partilha organizado pela Super-Região França-Luxemburgo-Suíça. Para o dia seguinte tinha-se proposto a todos os correspondentes, responsáveis e intervenientes que o desejassem uma peregrinação a Troussures, a casa no interior que acolheu nosso fundador. O Padre Marcovits, redator da causa de canonização do Padre Henri Caffarel, preparou uma pequena celebração com leitura de textos redigidos por aquele que foi um apóstolo do matrimônio e um mestre de oração, e o que se seguiu foi uma bênção! Apesar do frio, do vento e da chuva, o recolhimento e a emoção dos participantes foram intensos. 18

Depois de uma rápida visita à Casa de Oração de Troussures, onde o Padre Caffarel passou os últimos anos da sua vida, os equipistas dirigiram-se a Massabiel, a Casa do Casal, onde Antoine e Thérèse Leclerc, responsáveis da Super-Região França-Luxemburgo-Suíça, os convidaram a partilhar uma refeição festiva antes de terminar o dia com uma Eucaristia presidida pelo Padre Jacinto Farias, Conselheiro Espiritual da Equipe Responsável Internacional. Chegada a hora de se separarem, os “até a vista” foi uma despedida de irmãos em Cristo. Resta-nos agora rezar diariamente em nossa casa, na nossa equipe, no nosso país a belíssima oração pela canonização do Padre Henri Caffarel. PS: Para quem desejar seguir o colóquio na íntegra, basta acessar o site www.henri-caffarel.org Rémi e Françoise Gaussel Casal Responsável Comunicação Internacional CM 514


Viver em fidelidade criativa

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as viagens que tenho feito a serviço do Movimento, tem sido para mim muito confortante encontrar tantos equipistas que me reconhecem, porque o meu rosto e o meu pensamento lhes são familiares, pelas fotografias e pelas mensagens que vos tenho enviado regularmente no Correio da ERI. Esse reconhecimento é para mim muito estimulante para continuar a escrever estas mensagens, que se inserem no meu serviço sacerdotal de animar e de confirmar os irmãos na fé. No nosso caso confirmar e animar na fé para mim é ajudar-vos a manter o zelo em viver em fidelidade criativa o carisma e a espiritualidade do nosso Movimento: viver a santidade do sacramento do matrimônio. Mas este carisma e esta mística não podem ser vistos como se se tratasse de um título de propriedade ou de uma patente que o nosso Movimento e a Igreja tivessem sobre este modo de viver o matrimônio. Nós não somos proprietários: somos servos deste mistério. Temos o serviço e a missão de dar testemunho da dignidade do matrimônio “natural”, pois o sacramento baseia-se nas propriedades naturais do matrimônio, ou seja, pressupõe a dignidade antropológica do matrimônio enquanto tal. Ora as propriedades naturais do matrimônio são a unidade e a indissolubilida-

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de: todo o matrimônio entre um homem e uma mulher (unidade) é por natureza indissolúvel (indissolubilidade), até que a morte os separe. Diz-se “natural”, porque é independente da cultura ou da religião que se professe. Tem uma dignidade antropológica tal que é a base natural do sacramento cristão. Na sua dignidade natural, o matrimônio está inscrito na natureza humana e por isso “não está ao arbítrio da vontade humana”, como ensina o Concílio Vaticano II (GS 48). Se celebrado entre cristãos, torna-se sacramento, ou seja, sinal de Cristo e da Igreja: “Grande é este mistério, digo a respeito de Cristo e da Igreja” (Ef 5,32). Viver e testemunhar este mistério, aqui está o nosso carisma e a nossa missão. Toda a pedagogia do Movimento, expressa nos “pontos concretos de esforço”, constitui um método, uma “regra” para ajudar os casais a viverem o seu matrimônio na santidade. A nossa missão consiste em irradiar este mistério para a Igreja e para o mundo, missão tanto mais necessária quanto vivermos num ambiente adverso. Em resposta às doutrinas professadas especialmente por Lutero [1483-1546], o Concílio de Trento [1545-1563] declarou como dogma que o matrimônio é um dos sacramentos 19


instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo (DS 1601) e indicou as condições formais e materiais segundo as quais deve ser celebrado, sobretudo para ir de encontro a uma verdadeira praga social naquele tempo, os «matrimônios secretos» (cf. DS 1813-1814).

(Mt 19,26)! Para que a impossibilidade se torne possível é que o nosso Movimento nos oferece meios que nos ajudam a alcançá-la, os pontos concretos de esforço, dos quais tenho particularmente insistido na importância da oração conjugal e do dever de sentar-se.

Como Equipes de Nossa SeNeste ano em que nos prenhora, a nossa missão consiste em paramos para Fátima, peçamos a proclamar que este ideal do ma- Nossa Senhora a graça da fidelitrimônio cristão, como caminho dade ao nosso carisma e à nossa de santidade, não é propriedade missão, e que ela interceda sempre exclusiva dos católicos. Nós não por nós, agora e na hora da nossa temos nenhum título de proprieda- morte, as duas grandes horas dede. Nós somos encisivas da nossa As propriedades naturais viados, como pede vida. Que ela nos o Papa Francisco, a do matrimônio são a unidade indique sempre testemunhar que e a indissolubilidade:todo o o caminho cero modo cristão de matrimônio entre um homem to a percorrer, o e uma mulher (unidade) é viver o matrimôque havemos de por natureza indissolúvel nio corresponde fazer, como aos ao que todos os criados nas Bodas (indissolubilidade), homens anseiam até que a morte os separe. de Caná: “Fazei o no fundo do seu que Ele vos disser” coração, e que, por conseguinte, é (Jo 2,5)! E assim havemos de sacaminho de alegria e de felicidade borear o vinho novo da bondade para o homem de hoje. e da santidade do matrimônio, como fonte de felicidade e de Todos reconhecemos que viver esperança para a Igreja e para o a santidade do matrimônio exige mundo de hoje. dos casais “uma virtude notável” (GS 49), um elevado grau de heSaúdo-vos cordialmente, invoroísmo. No entanto, longe de cando para todos vós e às vossas nós pretendermos apresentar-nos famílias as mais como heróis. Vale também para abundantes graças nós a exclamação dos discípulos: e bênçãos de Deus. “Se assim é a condição do homem perante a mulher, não é convePe. José Jacinto niente casar-se” (Mt 19,10)! Mas F. de Farias, scj igualmente válida é a resposta do Conselheiro Senhor: “O que é impossível ao Espiritual da ERI homem, não é impossível a Deus” 20

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igreja católica

Ano do Laicato Ser leigo e leiga não significa ser incapaz de realizar alguma função, mas, ao contrário, os leigos(as) são todos os fiéis que foram incorporados em Cristo pelo batismo e constituídos Povo de Deus. Caríssimos casais equipistas em comunhão com toda a Igreja no Brasil estamos celebrando o “Ano do Laicato”, cujo início se deu no dia 26 de novembro de 2017, Solenidade de Cristo Rei, e se encerrará no dia 25 de novembro de 2018. O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Conforme as profundas e objetivas palavras do presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, Dom Severino Clasen, Bispo de Caçador (SC), “no Ano do Laicato pretende-se trabalhar a mística do apaixonamento e seguimento a Jesus Cristo. Isto leva o cristão leigo a tornar-se, de fato, um missionário na família e no trabalho, onde estiver vivendo”. Sendo assim, ao longo desse ano dedicado aos fiéis cristãos, leigos e leigas, abordaremos em cada Carta Mensal, um aspecto fundamental sobre a missão dos leigos na Igreja e no mundo. Partamos o nosso estudo acerca da etimologia da palavra leigo. Antes porém, vejamos o que em CM 514

geral as pessoas querem dizer quando usam a palavra leigo. Percebe-se que normalmente quando uma pessoa se sente despreparada, incapaz de realizar alguma função, diz “ah!, eu sou leigo”. Nesta linha de raciocínio, se concluir que o leigo é alguém incapaz de desempenhar uma função determinada e, assim, traduz equivocadamente o sentido próprio e especifico do termo leigo. Logo, é de suma importância partir da etimologia da palavra leigo para uma adequada compreensão do seu significado, sobretudo em ambiente eclesial. Sabemos também que as variações conceituais no decorrer da história contribuíram significativamente para o processo de maturidade e codificação do papel dos fiéis leigos e de sua identidade secular. O termo leigo deriva da palavra grega λαϊκός, do latim laicus, referindo-se àquele que pertence ao povo. Filologicamente, o termo λαϊκός é derivado do adjetivo substantivado λαός, que significa povo. É importante notar que, no mundo greco-romano, a palavra λαός indicava o povo em oposição aos governantes. No Antigo Testamento, a palavra λαός era usada somente com referência explícita ao Povo de Deus, ou seja, a parte do Povo de Deus distinta dos que governavam, daqueles que exerciam função religiosa de sacerdotes, levitas ou profetas. Desse modo, era demonstrada a compreensão sobre os leigos. 21


Segundo os estudos de Ignace de la Potterie, a palavra λαός1, mais o sufixo ϊκός, tem uma função classificadora. A palavra leigo se aplica àquele que pertence ao λαός, indicando, desse modo, a condição jurídica dele, de uma categoria oposta a uma outra categoria no interior da comunidade, entendendo-se que a categoria jurídica da pessoa é determinante no exercício da própria função. Ainda sobre o uso bíblico do termo leigo, no Antigo Testamento, é importante considerá-lo em referência ao Povo de Israel em oposição a etné (gentes). Neste sentido, Potterie entende que o uso da palavra λαός provém do uso de laicus na tradição judaica cristã. O adjetivo λαϊκός não se encontra na tradução dos LXX, e, portanto, é muito significativo que os tradutores hebreus do II século d.C., Aquila, Simmaco e Teodozione, perceberam a necessidade de introduzir o termo helenístico λαϊκός. Três são os textos bíblicos do Antigo Testamento, nos quais se encontram a terminologia λαϊκός: 1Sm 21,5; Ez 22,26 e Ez 48,15. Quanto ao Novo Testamento o termo λαϊκός não ocorre nenhuma vez, fundamentalmente são retomadas as categorias do Antigo Testamento. Os que forem regenerados pela ação do Espírito Santo constituem a raça eleita, o sacerdócio régio e a nação santa. Aqueles “que antes não eram povo, agora são Povo de Deus” (1Pd 2,10). Em outras palavras, aqueles que antes eram o etné, agora são o

λαός. Os membros da comunidade cristã são denominados como discípulos, irmãos, santos, eleitos. A novidade do Povo de Deus é de ter sido convocado pelo Pai por meio de Cristo e, no batismo, ter sido incorporado pelo Espírito para formar um só corpo. Como Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, em vista da sua missão, assim o fiel cristão recebe a unção do Espírito que o torna Igreja, capacitando-o para o exercício de sua função e missão no mundo. A ideia central do Novo Testamento é que os fiéis cristãos formam o Povo de Deus pela ação do Espírito, que os incorporaram a Cristo, pois esta é a novidade cristã: a participação dos fiéis leigos por meio do batismo na ação missionária da Igreja, ou seja, ser um membro do Povo de Deus implica ser um cristão, significa ser leigo. Essa significativa valorização da novidade cristã, que faz de todos os membros uma comunidade de fiéis, não exclui, no Novo Testamento, o testemunho de uma rica variedade

1 - Cf. I. de la Potterie, Origine e significato primitivo del termine laico, in I. de la Potterie - S. Lyonnet (curr.), La vita secondo lo Spirito condizione del cristiano, Roma 1971, p. 15-34.

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de carismas e ministérios. A unidade do Povo de Deus e a partilha de uma mesma dignidade não anulam a rica e variada articulação realizada pelo Espírito no âmbito do Corpo de Cristo, que é a Igreja: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos” (1Cor 12, 4-6). A concepção eclesial predominante no Novo Testamento privilegia a dimensão comunitária. Ao lado da organização hierárquica, que gradualmente se afirma, permanece na Igreja uma grande diversidade de ministérios, e, de modo particular, dois fatos levam a evidenciar a unidade muito mais que as diferenças internas. O primeiro deles refere-se ao fato dos cristãos se sentirem hostilizados e perseguidos; o segundo refere-se à necessidade de evidenciar, diante de os demais, a novidade cristã. Com isso, reforça-se a própria identidade em contraposição ao mundo circunstante. Nesse período, embora fosse clara a consciência da diversidade de ministérios, tudo convergia-se primordialmente para o ponto central que é a unidade no interior da comunidade. A tensão está no exterior, na relação com o gentio e com o perseguidor, que deve ser evangelizado. Se por um lado no mundo greco-romano, a palavra λαός indicava o povo em oposição aos governantes, por outro lado, nas Sagradas Escrituras, a condição jurídica dos fiéis leigos, de um ponto de vista terminológico e semântico, significava um membro do Povo de Deus; CM 514

distinto da hierarquia no interior da comunidade; com um posicionamento determinado em relação ao mundo profano. Nos escritos eclesiásticos, o termo leigo (λαϊκός) aparece pela primeira vez por volta do ano 95, na Epístola aos Coríntios do Papa Clemente Romano: “Ao sumo-sacerdote foram confiadas funções particulares, e aos sacerdotes um lugar próprio, aos levitas serviços determinados; o leigo está ligado pelas ordenações destinadas aos leigos”. O termo leigo é aplicado à pessoa e não a coisas, como vinha usado na versão grega da Bíblia e nos papiros helenísticos, que antecederam a era cristã. O termo leigo é usado neste contexto para distinguir funções e serviços, através de uma classificação de categoria de pessoas que é diversa da categoria dos sumo-sacerdotes e dos levitas. Desse modo, Clemente conserva a ordem estabelecida por Deus na Igreja, segundo a qual cada um deve cumprir uma função diversa e complementar no interior da Igreja. Com isso, Clemente recorre à imagem da Igreja como um corpo, que possui muitos membros, mas cada um tem uma missão específica para a edificação da Igreja Corpo de Cristo. É neste contexto, final do século I, que o Papa Clemente Romano, para indicar aqueles que pertenciam ao Povo de Israel, isto é, os leigos, classificava-os como aqueles que não são nem sacerdotes, nem levitas. Portanto, os leigos são os cristãos que não recebiam a ordem sacra. Do mesmo modo Clemente Alexandrino qualificou a condição dos leigos como não clérigos. Na carta 23


a Diogneto, é afirmado que assim como a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo. A palavra Christifidelis corresponde à palavra fiel cristão, a qual deriva da palavra fidelis, que, desde as inscrições dos primeiros séculos, o termo indicava os cristãos que haviam recebido o batismo e, além disso, esse vocábulo era usado para distinguir os batizados dos catecúmenos. Para uma exata compreensão acerca dos sujeitos no ordenamento jurídico da Igreja, torna-se imprescindível distinguir o significado dos termos fiel e leigo. O primeiro é genérico e designa a quantos se integram ao Povo de Deus; o segundo é específico e designa os que competem a uma determinada função na vida da Igreja. A expressão leigo ou fiel cristão indica a pessoa a quem se atribui deveres e direitos como missão ou

função. Portanto, ser leigo e leiga não significa ser incapaz de realizar alguma função. Os leigos(as) são todos os fiéis que foram incorporados em Cristo pelo batismo e constituídos Povo de Deus, participam a seu modo do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, realizam na Igreja e no mundo, na parte que lhes compete, a missão de todo o povo cristão e que não receberam uma ordem sacra ou abraçaram o estado religioso aprovado pela Igreja. Prof. Dr. Pe. Orivaldo Pereira Filho* SCE das Equipes 11, 16 e 20

Diocese de Araçatuba-SP oriper@yahoo.com.br *Mestre em Missiologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma

Domingo de Ramos É o dia em que celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém para os grandes momentos redentores da humanidade. Como nos diz a Escritura: “entrou na cidade montado num jumentinho” com olhar fixo sobre a cidade. O povo que conhecia os grandes feitos, milagres e ensinamentos, esperava que Ele fosse aclamado Rei e Senhor da História. Parte da multidão estendeu seus mantos ou vestes pelo caminho, outros cortavam ramos das árvores e es24

palhavam por onde Jesus devia passar. Seus cantares: “Hosana ao Filho de Davi” e “Bendito o que vem em nome do Senhor” ainda ressoam aos nossos ouvidos. “Montado num jumentinho” nos deixa muito claro que veio em sua humildade para ser o libertador do pecado que é a raiz de todos os males. Entrar na Jerusalém dos patriarcas e dos reis é a expressão de sua pequenez terrena, pois é Rei do Reino eterno e universal. CM 514


ao encontro de tantos que devem receber a Boa Nova. Juntos trilhamos o caminho do eterno. Nós estamos de passagem neste mundo e Jesus veio caminhar conosco para a casa do Pai. A entrada triunfal é também anúncio de intenso sofrimento de Jesus pela recusa de seus ensinamentos e acolhida que fazia a tantas pessoas que, no momento extremo, lhe deram as costas e o abandonaram. Os que o aclamavam estavam iludidos, pois: “o seu Reino não é deste mundo”, mas “é um Reino eterno, universal, de justiça, paz e amor”.

Os ramos significam a vitória como Filho de Davi e nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo e participantes da Igreja. Os ramos bentos que levamos para casa, após a procissão e a missa, lembram que estamos unidos em Cristo pela salvação do mundo e libertação do pecado e de outros males. A procissão nos lembra que somos uma Igreja peregrina e missionária que caminha com Cristo CM 514

O Domingo de Ramos nos ensina que a luta de Cristo, da Igreja e nossa é contra o pecado e pela dignificação de cada pessoa. Ensina que devemos despir-nos de nossos interesses e conveniências e revestir-nos do espírito de verdadeiros peregrinos. Nos ensina a seguir o Cristo, renunciar aos nossos caprichos e morrer como um grão de trigo para produzir frutos em abundância. Ensina ainda a assumir a própria cruz e a caminhar com Cristo. Assim, o Domingo de Ramos é o portal de entrada da Semana Santa para caminhar com Cristo pelo caminho do sofrimento e morte para a Ressurreição. Pe. Remi Maldaner SCER Rio Grande do Sul I Província Sul III 25


vida no movimento

Super-Região Brasil Missa em Celebração aos 70 anos da Carta das Equipes de Nossa Senhora

No dia 8 de dezembro passado, dia da Imaculada Conceição de Maria Santíssima, ocorreu em Paris, na Paróquia de Santo Agostinho (Église Saint-Augustin) a celebração dos 70 anos da Carta das Equipes de Nossa Senhora. Padre Caffarel, sentindo a necessidade de estabelecer algumas diretrizes para o Movimento que nascia e crescia rapidamente, escreveu pessoalmente as grandes linhas das regras sob a qual deveríamos viver e após, com o auxílio dos casais dirigentes da época, foi transformada na Carta (La Charte des Équipes Notre Dame), ou os nossos Estatutos. A Missa aconteceu durante a realização do 2º Colóquio Internacional sobre o Padre Caffarel, 26

realizado nos dias 8 e 9 de dezembro. Esta imponente igreja católica em elementos de arquitetura gótica e românica foi concluída na segunda metade do século XIX e, desde 1993, é tombada como patrimônio mundial pela ONU. Como é de nosso amplo conhecimento, Padre Caffarel foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia de Santo Agostinho em março de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, e nessa missão permaneceu até 1980. A Santa Missa foi presidida pelo Monsenhor Éric de Moulins-Beaufort, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Paris, e concelebrada por mais dois bispos eméritos, os quais conviveram com Padre Caffarel, CM 514


e mais cerca de 30 padres conselheiros espirituais. A homilia foi toda centrada na figura especial do Padre Caffarel, em uma homenagem sincera e forte ao nosso querido fundador, homem visionário que, como disse o Cardeal Arcebispo de Paris à época de sua morte, “era um homem arrebatado por DEUS”. A igreja, que é enorme, estava completamente lotada, pois, além dos inúmeros participantes das

diversas partes do mundo que estavam em Paris para participar do Colóquio, também compareceram muitos equipistas franceses e europeus. Do Brasil estávamos presentes em quatro casais e três padres. Após a Missa, os equipistas da França ofereceram um lanche comunitário a todos os presentes, num momento muito rico de confraternização e convivência. Hermelinda&Arturo CR Super-Região

PROVÍNCIA NO RD ES TE I EEN - Região Paraíba

Há dois anos estamos no Movimento das Equipes de Nossa Senhora e somos membros da Equipe Nossa Senhora das Graças, do Setor Santa Luzia A. Após concluirmos a primeira etapa da Pilotagem, fomos agraciados com a oportunidade de vivenciar o EEN, que ocorreu nos dias 4 e 5 de novembro de 2017, no Convento Ipuarana, na cidade de Lagoa Seca-PB. Esse encontro foi fundamental para fechar o ciclo da Pilotagem e renovarmos o sim dado ao Movimento. Tivemos um final de semana muito além das nossas expectativas, em que cada momento e cada CM 514

palestra foram uma ampliação do nosso conhecimento dentro do Movimento, conhecendo-o em detalhes, amando-o e nos sentindo cada vez mais fortalecidos na decisão tomada e na certeza do chamado de Deus para trilharmos o caminho que nos é solicitado. Tudo estava perfeito. Desde a acolhida já era visível o prazer nos rostos daqueles que ali trabalhavam. Os 50 casais que se fizeram presentes compartilhavam de uma imensa alegria. O ambiente perfeito e acolhedor, tudo era providência divina, uma verdadeira bênção em nossas 27


vidas. Quando iniciamos o encontro em si, tudo era um mistério, mas a nossa evolução a cada módulo era surpreendente. Cada melodia nos levava ainda mais a abrirmos nossos corações. Fizemos muitos amigos e isso foi imensamente gratificante. Fomos surpreendidos em diversos momentos e isso tornou ainda mais mágico esse final de semana. Mas nada foi mais emocionante do que a Celebração Eucarística onde firmamos nosso Compromisso, conscientes do que estávamos fazendo. Esses dias ja-

PROVÍNCIA

mais serão esquecidos, pois o EEN foi um momento ímpar em nossa caminhada e que ficará guardado para sempre em nossos corações. “Eu amo os que me amam, e os que madrugam à minha procura logo me encontrarão” (Provérbios 8,17). O Poderoso fez em mim maravilhas e santo é o seu nome! Michelle e Dênys Eq. 09 A - N. S. das Graças Santa Luzia-PB

NOR DES TE I I

Encontro Novo Fôlego

Região PE - 1

Um Novo Fôlego... Um Novo Impulso! Este encontro nos levou a refletir sobre o caminho percorrido, nos fez voltar às origens, foi preciso parar e refletir. Diante de tudo que recebemos na Formação Novo Fôlego, saímos com um propósito, um novo ânimo. Em 1957 na sua primeira visita ao Brasil, Pe. Caffarel fez um questionamento às equipes: “Onde estamos? Aonde que28

remos chegar?” Não importa o caminho a seguir, se não sabemos o que queremos. Quais frutos estou produzindo no Movimento? Este questionamento é muito pertinente para o momento que nossa equipe está vivendo. Identificamos a necessidade de despertar a equipe para o Espírito Santo, para um novo Pentecostes! É hora de renovar. A ordem é começar uma nova etapa, um caminho novo, refletir sobre o compromisso de fé em casal e nos abrir para novas perspectivas. Como? Através de uma re-pilotagem, onde vamos abordar o espírito de pertença, compromisso, ajuda mútua, folha de resposta, auxílio também para o conselheiro espiritual. Tudo isso à luz do Espírito Santo. Necessitamos clamar pelo Espírito Santo. Sem Ele nada podemos fazer, mesCM 514


Nem tudo é desânimo. Nem tudo é falta de compromisso. Por isso viemos buscar um Novo Fôlego... “O teu amor sem exigência me diminui, a tua exigência sem amor me revolta; O teu amor exigente me engrandece” (Pe. Henry Caffarel). mo tendo sido formado por Jesus, precisamos do Espírito Santo para fazer nova todas as coisas.

PROVÍN CIA

Tânia e Amaury / Cibelle e Marcílio / Janayna e Dimas Eq. 10 N. S. da Assunção de Maria Olinda-PB

CENTR O-OES TE

Formação Permanente Encontro Novo Fôlego

A Equipe 5, com 31 anos de vida e atualmente com seis casais, pertencente ao Setor C da Região Brasília III foi convidada a participar do ENF nos dias 11 e 12 de novembro de 2017. Este encontro de formação permanente foi idealizado para equipes com mais de 10 anos de existência. No primeiro dia, por motivo de doença, apenas um casal não esteve presente, porém no dia seguinte, todos os casais da equipe participaram. A Igreja sempre foi conduzida pelo Espírito Santo. Para nós, participando desse encontro, da maneira como foi conCM 514

duzido e pelo nome “ENCONTRO NOVO FÔLEGO”, tivemos a certeza da inspiração do Espírito Santo. O encontro teve como objetivo principal refletir sobre o caminho percorrido e projetar o caminho a percorrer. Os momentos durante o encontro foram de muita reflexão, porém, com muita leveza e descontração. As palestras motivadoras foram por meio de testemunhos muito ricos que nos levaram a fazer uma análise sobre a caminhada da equipe, o que nos trouxe uma nova motivação. 29


Enfim, a participação no encontro foi de muita valia para a equipe, foram momentos de grande aprendizado, momento de confraternização, alegria, reencontro.

PROVÍNCIA

Agradecemos de coração o convite feito e podemos dizer que o encontro foi uma bênção de Deus para nós. Muito obrigado. Sônia e Eiyti Eq. 5 Setor C Região Brasília III

LES TE

ENF - Região Minas V - Divinópolis

UMA TEMPESTADE DE BÊNÇÃOS

“A vida da equipe que deve ser repensada sem cessar, para que seja uma equipe original... se quereis que a vossa equipe seja viva e dinâmica, que ela tenha uma personalidade própria” (Pe. Caffarel). Foram tempestuosos, o sábado e o domingo, dias 21 e 22 de outubro de 2017, em Divinópolis, Minas Gerais. Não que ventasse ou que chovesse “lá fora”. Ventou e choveu foi no nosso coração de equipistas. É nele que bateram o sopro e as águas, vindos do Espírito Santo e de Jesus, que nos encontrou doentes à margem do tanque de Betesda. O ar veio para encher, de novo, os nossos “pulmões” e nos dar novo alento e as águas vieram para nos lavar profundamente e curar-nos das nossas mazelas, do nosso comodismo e da nossa falta de compromisso. E abundou, também,

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o pão, ora nas refeições partilhadas, ora nas celebrações eucarísticas, dando-nos forças e restabelecendo o nosso corpo e a nossa mente para a “coragem”, que é o desejo de tudo fazer com o coração. O que dizer da organização impecável do encontro, do empenho dos organizadores, do ambiente agradável, da acolhida? O que dizer da alegria e do entusiasmo dos casais que trouxeram de outras Betesdas (Varginha, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Lagoa Santa), as suas contribuições, partilhando conosco as suas experiências? O que dizer da riqueza das celebrações eucarísticas e das pregações do conselheiro espiritual que acompanhou com presteza o Encontro e da sua palestra sobre a AMORIS LAETITIA? Tudo a dizer. Tudo de bom! Tudo para nos lembrar do que nos conclama Jesus: “Levanta-te, toma a tua cama e anda” CM 514


(Jo. 5, 2-9). A todos eles a nossa gratidão. Que Deus lhes recompense por tudo. E terminado o encontro permanece o refrão: “Novo fôlego, novo fôlego/ novo fôlego Jesus vem nos dar. Impulsione, Senhor, nossas vidas para sempre seu amor testemunhar”. Fica o desejo de que esse ar, essas águas e esse pão continuem sendo, para nós, individualmente e como equipe, os elementos que

iremos buscar permanentemente. É deles que devem vir o nosso respiro, o nosso banho curador e o nosso alimento fortificador. Agora nos sentimos reanimados para levantar, tomar a nossa cama e continuar a nossa caminhada rumo à santidade. Assim seja. Neca e Magela Região Minas V - Divinópolis-MG

PROVÍ NCI A SU L I I Encontro Novo Fôlego

Nos dias 11 e 12 de novembro participamos do Encontro Novo Fôlego (ENF), na cidade de São Carlos, interior do estado de São Paulo. Foi de grande riqueza retomarmos a nossa vida de equipe e a partir daí, renovarmos o nosso compromisso de amor e fidelidade ao Movimento, como casal e como equipe. O desejo de trilharmos um caminho em busca da santidade nos impulsionou para que abríssemos o coração e tomássemos um Novo Fôlego para prosseguirmos na nossa caminhada. Durante o encontro, foram proporcionados momentos de reflexão em que pudemos rever assuntos importantes para a nossa formação, além de oportunidades de conhecerCM 514

mos casais de outros setores e, através de reuniões mistas, construirmos pontes e nos enriquecermos com a troca de experiências vividas na família e no Movimento pelos casais. Essas experiências e vivências também foram mostradas através de paródias e dramatizações que foram apresentadas pelas equipes criando um clima de descontração e amizade. Saímos do Encontro com um “Novo Fôlego”, muito agradecidos, especialmente a Deus, por nos dar o privilégio de pertencermos ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Eliana e Claudecir Eq. 05 A - N. S. da Saúde Jaú-SP 31


PROVÍ NCI A

SU L I I I

“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles...” (Jo 7,37)

Nos dias 7 e 8 de outubro de 2017 aconteceu a Primeira Formação Permanente na Região RS I da Província Sul III com o Encontro das Equipes em Movimento (EEM). A formação aconteceu na Paróquia Nossa Senhora da Salette em Porto Alegre com a participação de 45 casais e 4 viúvas. Nesta formação que é voltada para a equipe, os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre os principais aspectos do amor conjugal, da vida de oração, da fé em casal e da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora. Pelo brilho no olhar e pela humildade na partilhar do conhecimento, sentimos o empenho, a dedicação e a alegria com que a Equipe Formadora cumpriu com a missão que lhe foi 32

confiada. Este Encontro de Equipes em Movimento proporcionou ricas partilhas pelos trabalhos em Equipes Mistas, formação através das palestras e uma forte reflexão sobre a Missão e Vocação de cada um como cristão e como casal cristão. Pelo fortalecimento da fé e pelo reavivamento do sentimento de pertença ao Movimento percebemos nos participantes o desejo de seguir com entusiasmo abertos ao serviço e comprometidos com o seu testemunho no dia a dia. Pedimos a Jesus que continue caminhando conosco, e nos ajude a bem viver a missão na Santa Igreja sendo “Sal e Luz no Mundo”. Marli e Orlando Eq. N. S. do Trabalho Setor A Porto Alegre CM 514


raízes do movimento 1 A Nonagésima Sexta Parte Henri Caffarel

Sono...

Trabalho...

Refeições...

Oração

Lancemos um olhar sobre esta régua graduada. Contém 96 divisões. Representam os 96 quartos de hora de que se compõe o dia. Comecemos agora a contar, a partir da esquerda, o número de horas reservadas ao sono, e tracemos uma linha vertical. Contemos em seguida o número de horas dedicadas ao trabalho, seja profissional ou caseiro: um segundo traço vertical. A seguir, assinalemos também as horas de refeições, o tempo gasto em condução, na leitura do jornal, etc... Finalmente – e agora a começar pela extremidade direita – um último traço marcando o tempo que consagramos à oração. Comparemos agora! Podemos dizer: “Nada mais enganador do que este gênero de cálculos. O senhor põe em confronto realidades que não podem ser comparadas. A oração não é questão de tempo, da mesma forma que o amor: não é pelo fato de eu passar dez horas diariamente no meu trabalho e muito pouco tempo a conversar com a minha esposa e meus filhos que eu deixo de amá-los, que eu os estimo menos do que o meu escritório. O amor não é questão de tempo!” Cuidado! Quantas vezes o amor dos esposos, a afeição entre parentes periclita, precisamente porque descuidam em procurar mantê-los e aprofundá-los. Os nossos amores humanos exigem encontros, participação, momentos de contatos de coração para coração. É vital. O mesmo acontece com o amor de Deus. Esmorece na alma do cristão que não reserva a cada dia alguns momentos de encontro com o seu Senhor, momentos de convívio, de intimidade, isto é, de oração. Não é menos vital. Ficarei pensativo, se alguém retrucar: “Mas onde quer o senhor que eu encontre tempo para rezar?”... Ou esta pessoa 1 - Editorial do Pe. H. Caffarel na Carta Mensal nº 2 de março de 1953.

CM 514

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nada compreendeu do caráter vital da oração para a manutenção da vida religiosa ou então trata-se de um caso que merece os cuidados do psiquiatra, exatamente como aquela senhora, mãe de uma numerosa prole e que, sofrendo de anemia grave, respondeu ao médico: “Como quer o senhor que eu encontre tempo para me alimentar, se tenho oito filhos e tudo o que isto supõe: as mamadeiras, as fraldas para lavar, os banhos dos menores, as versões de latim dos maiores...?” Todo o problema está em saber se é vital o alimento, todo o problema está em saber se é vital a oração. Afinal, talvez seja culpa nossa, a nós padres, se os cristãos não acreditam no valor da oração: será que nós os prevenimos suficientemente de que a anemia espiritual os espreita? Quando eles vêm se confessar de covardias, de orgulho, de impureza, em lugar de os compelir em fazer esforços para não recomeçar, chamamos nós a sua atenção para a própria causa: o seu estado de menor resistência que os torna terrivelmente vulneráveis? Será que lhes chamamos a atenção para a única coisa que lhes permitirá adquirir vitalidade espiritual, e, portanto, os tornará capazes de resistir às ameaças externas e internas: a oração? O grande remédio não seria antes a Eucaristia? – alguém poderá perguntar. Sem dúvida, mas a Eucaristia, na alma que não reza, é semente em terra não lavrada; não pode produzir os seus frutos. Creio poder afirmá-lo com segurança; depois de 20 anos de ministério sacerdotal, o cristão que não dedica diariamente dez minutos a um quarto de hora (a nonagésima-sexta parte do seu dia) a esta forma de oração que chamamos meditação, permanece sempre infantil, ou melhor, definha. Conhecerá crises graves, das quais não sairá airoso, das quais talvez mesmo não sairá tão cedo. Em vez de me deter em analisar o aspecto negativo da questão, prefiro terminar pela evocação de tantos homens e tantas mulheres que conheço muito bem, não menos sobrecarregados de filhos, não menos absorvidos pelos trabalhos profissionais e caseiros do que tantos outros e cuja vida cristã se aprofunda, se expande, irradia, porque a oração é o seu alimento cotidiano. Compreenderam que é vital. E dela vivem. Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP 34

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Que herança eu posso deixar?! No recente Colóquio sobre o Pe. Caffarel, refletimos os valiosos bens deixados como sua herança, entre os quais as Equipes de Nossa Senhora foram a obra mais impressionante pela sua pujança e caráter internacional. Podemos juntar outros itens a esse patrimônio de graças, como a atualidade de seus artigos, conferências e ensinamentos condensados em livros e nos testemunhos daqueles que o conheceram. Não se pode esquecer sua preocupação com as viúvas que perderam seus maridos nos combates da II Grande Guerra, ensinando-lhes que o amor é mais forte que a morte. Surgiu então, na França, a associação denominada Fraternidade Nossa Senhora da Ressurreição, onde as viúvas se consagram inteiramente a Deus, mantendo-se fiéis

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ao amor conjugal do qual a morte as privou. Tais viúvas, oferecem sua oração e cotidiano para que o Reino de Deus cresça nos lares e nas famílias. Rezam e se oferecem por nós, que somos casais e famílias. Veio, também, o Agrupamento Espiritual de Viúvas, que mais tarde adotou o nome de Esperança e Vida, este já um movimento para as viúvas, que ali são acolhidas, mas que permanecem livres para voltar a se casar. A todas essas viúvas, o Pe. Caffarel ofereceu o seu apoio, como um sacerdote enviado por Deus, para guiá-las em suas buscas. Hoje muito se trabalham as estatísticas. Porém quase não se fala quase das estatísticas da viuvez. Mas é indisfarçável que cresce o número de pessoas viúvas. Podemos constatar em nossos próprios núcleos familiares. Toda essa gente é

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desafiada a seguir o seu caminho, muitas vezes tão sofrido, ao desabrigo da sorte, de amigos e até, por vezes, deixadas em segundo plano pela própria família. Assim como na França, e em diversos países do mundo, de dentro das Equipes de Nossa Senhora, da benevolência de Dona Nancy Cajado Moncau, de saudosa memória, e seu incansável grupo de apoio (casais e viúvas equipistas), surgiram as Comunidades Nossa Senhora da Esperança, para dar apoio espiritual e vivencial às pessoas que, pela morte do cônjuge, pela ruptura dos vínculos conjugais, ou ainda pela opção à vida de solteira, vivem uma situação de solidão. Esta é uma herança que as Equipes de Nossa Senhora deixam a esse contingente especial de pessoas, que clamam por gestos de acolhida, que as façam recuperar o sentido de sua própria identidade e manter viva a capacidade de ser úteis à Igreja e à sociedade. Nós, casais, temos justa preocupação de preparar a herança que queremos deixar para a posteridade. Disse o Papa Francisco, que a mais bela e valiosa herança que podemos transmitir àqueles que amamos é a fé no Deus que é fiel, que é Pai, e que não decepciona jamais. De alguma maneira as Comunidades Nossa Senhora da Esperança foram adotadas como filhas queridas das Equipes de Nossa Senhora, e isso tem sido sentido pelo apoio que nos é dado nos vários aspectos de nossas necessidades. Mas seria de36

safiador se muitos de vocês, que nos leem hoje, pudessem se questionar: “que herança posso pessoalmente deixar”, ou, numa linguagem mais direta, “será que não seria possível dedicar um pouco dos meus dons para oferecer apoio e amor a essa gente provada no sofrimento da morte, da perda ou da abstenção voluntária a um cônjuge?” Hoje as CNSE se espalham por mais de 80 cidades do Brasil, em 16 Estados da Federação. Mas e as pessoas viúvas de outras localidades, não estariam também esperançosas de receber a sua atenção, nem que fosse por apenas um ou dois anos de oferta de um trabalho simples para permitir que os grupos formados deem com segurança os seus primeiros passos? Que, mais do que estas palavras, a Virgem da Esperança toque os seus corações e, quem sabe, os motive a deixar no altar da vida a oferta de algumas horas do tempo que lhes sobre, e com isso possam ampliar o tesouro da herança que pretendem transmitir a alguém. Com nosso carinhoso abraço e profunda gratidão por seu apoio,

Silvia e Chico Coordenação Nacional das CNSE CM 514


reflexão

QUARTA-FEIRA DE CINZAS O que significa a Quarta-feira de Cinzas: A Quarta-feira de Cinzas representa o primeiro dia da Quaresma no calendário gregoriano, podendo ser designada por Dia das Cinzas e é uma data celebrada por alguns elementos da comunidade cristã. A data é um símbolo do dever da conversão e da mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a Sexta-feira (Santa) anterior ao Domingo de Páscoa. A origem deste nome é puramente religiosa. Neste dia, é celebrada a tradicional missa das Cinzas. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimônia utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”. CM 514

Na Quarta-feira de Cinzas (e na Sexta-feira Santa a Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem jejum e a não comerem carne. Esta tradição já existe há muitos anos e tem como propósito fazer com que os fiéis tomem parte do sacrifício de Jesus. Assim como Jesus se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, abstendo-se de uma coisa que gosta, neste caso, a carne. Porque a Páscoa muda de data a cada ano? A solenidade da Páscoa não cai sempre na mesma data, e isso provoca mudança de data em outras ocorrências litúrgicas (Cinzas, Ascensão, Pentecostes, Santis- sima. Trindade, Corpus Christi...) e civis (Carnaval). No hemisfério Norte, 21 de março é quando começa primavera (para nós é o início do outono. Na Europa, a Páscoa cai 37


sempre no domingo após a 1ª lua cheia da primavera. Para nós, no domingo após a 1ª lua cheia do outono. Dito de outra forma: a Páscoa é sempre no domingo seguinte à lua cheia de março. Quando começa e quando termina a Quaresma? Inicia-se com a Quarta-feira de Cinzas. Por causa da mobilidade da Páscoa, também o começo da Quaresma varia de ano para ano. Algumas datas da Quarta-feira de Cinzas: 2006 – 1º de março; 2007 – 21 de fevereiro; 2009 – 25 de fevereiro; 2010 – 17 de fevereiro. Como foi dito, a Quaresma termina às portas do Tríduo Pascal. Em nossas famílias a Quarta-feira de Cinzas era um dia muito especial, marcando o início de uma longa caminhada (Quaresma). Nossos pais vinham de famílias que observavam a intensa 38

preparação para a Páscoa, centro e ápice de todo o mistério de amor. Herdamos de nossos pais este sentimento de reflexão e de conversão, procurando durante a Quaresma nos preparar para a ressurreição de Jesus Cristo e buscando no fundo do baú de nossas recordações momentos vividos em família, onde nossos pais procuravam viver a santidade sem nem mesmo terem esta consciência que hoje temos graças ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Praticamos a caridade, a oração e o jejum como forma de penitência. Na Quarta-feira de Cinzas procuramos vivenciar as celebrações e sermos abençoados com as cinzas pelo padre celebrante. Marilene e James Eq. N. S. Aparecida Setor Litoral CRR Rio Grande do Sul II CM 514


Sexta-feira Santa: Tempo de oração e encontro com Deus

Quando pensamos em Sexta-feira Santa nos vem a seguinte reflexão: como vivê-la em casal? O Guia das ENS, na pág. 12, nos diz que uma das razões de ser do nosso Movimento é “procurar conhecer melhor a vontade de Deus para o homem e a mulher, a fim de poder cumpri-la”. Porém, para bem viver a Semana Santa, é preciso fazer do tempo quaresmal um tempo de graça, caminho de esperança e salvação. Cada um de nós, então, é convidado a renunciar ao pecado e iniciar uma vida nova, pois celebrar a Semana Santa é celebrar a vitória de Cristo em nossa vida. Nesses quarenta dias que antecedem a grande festa da Igreja precisamos dedicar mais tempo a Deus, pois somente assim poderemos nos unir a Ele em um percurso de amor. Portanto, somos convidados a dizer não aos convites do mundo, cuja decisão nos levará a caminhar passo a passo ao lado de Jesus, o mesmo caminhar de Maria, rumo à ressurreição. Que esse tempo não sirva apenas para se contar uma história ou mesmo relembrar fatos, mas viver nossa fé com vigor. Viver a oração, a penitência, o jejum, a reconciliação, a conversão e a vida fraterna. A Palavra Encarnada precisa nos visitar para entendermos o que CM 514

acontece no Tríduo Santo, mistério redentor, e a Sexta-feira Santa precisa ser para nós casais uma experiência de amor concreto do Senhor. Nenhum sofrimento físico separou Jesus da Cruz. Foi preso, amarrado, esbofeteado, açoitado, coroado de espinhos, arrastado, esfolado, esmagado sob o peso da cruz, cravado com pregos ao madeiro, torturado pela dor, pela sede, pelo esgotamento… e nada o deteve na sua entrega amorosa para resgatar-nos de nossos pecados.

N

estes dias do Tríduo Sagrado, não nos limitemos a celebrar a Paixão do Senhor, mas entremos no mistério, façamos nossos os Seus sentimentos e as Suas atitudes. Assim, a nossa Páscoa será feliz (Papa Francisco) Assim, ao adorarmos e beijarmos a Santa Cruz na sexta-feira, que não a beijemos por si mesma, mas que a beijemos como quem beija o próprio rosto de Jesus, por gratidão por tudo que Ele realizou por nós através da cruz, o mesmo gesto que o Padre realiza no início de cada Santa Missa ao beijar o altar. A todos uma Santa Páscoa! Edna e Gilberto Jachstet Eq. N. S. de Lourdes Setor B Londrina CRR Paraná-Norte

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formação

Formação Integral A mudança de época que vivemos hoje implica um novo perfil de evangelizador, em estado permanente de missão, conforme o documento da Igreja (UAE, 42), e também bem preparados com atitudes coerentes, formação adequada que auxilie na síntese, no discernimento e nas escolhas pois somos desafiados a todo instante por questões sobre a fé, a ética e a esperança. Temos ao nosso dispor a Formação Integral, que o Movimento nos proporciona continua-

mente, e nos dá suporte para a missão que o Amor nos confiou. É necessária a consciência que na evangelização nada substitui o contato pessoal (UAE, 59b). Dizemos isso, porque muitos querem o material da formação para passar adiante, mas a formação é um processo que se dá “in loco”, e ao longo do caminho, portanto um conjunto de fatores, e não um simples “transitar” de ppt. Também devemos lutar contra a tendência de nos acomodarmos,

ETAPAS DA FORMAÇÃO linha do tempo (em anos) CASAIS E EQUIPES

1234 4 2 Experiência Comunitária

Pilotagem 5 1º Tema Vem e Segue-me

2º Tema 6 Reunião de Equipe

FORMAÇÃO INICIAL

Info I

1

3 Info II

4 Estudo Estatuto

EEN

3º Tema 7 “Casamento, Sacramento do dia a dia”

EEC - Encontro de Equipes em Caminho ENF - Encontro Novo Fôlego EEN - Encontro de Equipes Novas EEM - Encontro de Equipes em Movimento


evitando novas responsabilidades ou compromissos, “devemos sair do sofá, e calçar os sapatos”, pois só anunciamos o que vivenciamos. O ideal das Equipes de Nossa Senhora é a busca da santidade em casal. O Padre Caffarel não hesitou em dizê-lo, já na primeira carta escrita ao casal brasileiro Nancy e Pedro: “As Equipes de Nossa Senhora têm por objetivo essencial ajudar os casais a tender para a santidade. Nem mais, nem menos”. Para chegar à perfeição as Equipes de Nossa Senhora têm uma

pedagogia que aprofunda o conhecimento da nossa fé, e a prática do discernimento. Este discernimento se alimenta: do estudo do “tema”, do estudo dos documentos do Movimento, das Sessões de Formação, dos PCE, e do seguimento das orientações periodicamente propostas pelo Movimento. Esta pedagogia ajuda-nos a permanecer no caminho em direção a um ideal. Apresentamos nosso Caminho de Formação, e esperamos que todos se animem!

EEC

EEM

ENF

FORMAÇÃO PERMANENTE GERAL Nível I

Nível II

Nível III

5 6 10

outros meios de formação permanente

Mutirão

Carta Mensal

Plataforma

Cristã

VIDA DE EQUIPE DE BASE

CRE - Pré - EACRE - Pós

Tema do Ano

Formação em Encontros

Formação em Serviços

Site


Formação em Serviços

Casal Resp. Equipe

Casal Informador

Formação em Encontros

Encontro Colégio Nacional

Casal Piloto

Encontro Provincial

Casal Ligação Casal Resp. Setor Casal Exp. Comunitária

Encontro Nacional Encontro Internacional

Casal Resp. Província Casal Resp. Regional Formação Formadores Casal Resp. Super-Região Conselheiro Espiritual

Os casais não devem considerar a sua entrada e adesão nas equipes como um fim, mas como um ponto de partida, porque esta pedagogia não esgota as possibilidades de formação do casal para a vida cristã, que implica uma atitude de busca contínua de aprofundamento. Porque as Equipes não são abrigos para adultos bem-intencionados, mas sim grupos de voluntários, generosos e ativos. (Guia das ENS, p. 54) “Hoje, a Igreja tem mais necessidade de leigos casados, com uma 42

Reunião da Equipe da Super Região Encontro Colégio Provincial

boa formação, em que a fé e a vida se nutrem mutuamente. Os casais cristãos têm também um dever missionário e um dever de ajuda em relação aos outros casais, aos quais desejam transmitir sua experiência e manifestar que Cristo é a fonte de toda a vida conjugal” (São João Paulo II) Com o ousado e único objetivo proposto pelo Pe. Caffarel:”A santidade, nem mais nem menos”. Hermelinda e Arturo CR Super-Região CM 514


serviços nas ENS

Secretaria e Tesouraria Como qualquer instituição organizada, as ENS precisam de uma estrutura para realizar os seus trabalhos administrativos. É a nossa Secretaria/Tesouraria Objetivos: O principal enfoque da Secretaria/Tesouraria é oferecer condições para que a Super-Região facilite a vida dos equipistas, bem como zelar pela integridade e funcionabilidade do Movimento. Responsabilidades: A cargo de um casal equipista, escolhido pelo Casal Responsável da Super-Região a Secretaria/Tesouraria faz parte da Equipe da Super-Região como apoio. Para melhor exercer sua missão o Casal Responsável pela Secretaria/ Tesouraria conta com os serviços, em tempo integral, de funcionários na sede das ENS. Principais atividades: • Gerenciamento de todo o cadastro das ENS utilizando o sistema Magnificat, que se encontra num intenso processo de atualização; • Controle estatístico dos dados do Movimento; • Monitoramento das despesas com transporte, em especial com transporte aéreo, analisando se estão dentro das Normas Administrativas; • Atualização das Normas Administrativas; • Organização da parte administrativa de todos os eventos do Movimento de responsabilidade da Super-Região Brasil: reserva da casa, acolhimento, distribuição dos quartos, livraria, alimentação, traslados, etc. • Controle e distribuição de livros e documentos editados pelas ENS; • Pagamento de fornecedores e servidores encargos sociais e benefícios;

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• Acompanhamento e controle dos Projetos de Expansão do Movimento; • Movimentação e conciliação bancária; • Planejamento e acompanhamento orçamentário das Províncias; • Controle das contribuições; • Acompanhamento do Projeto Vocacional através de doações aos seminários; • Aprovação das Demonstrações Financeiras e publicação na Carta Mensal.

Viver a obediência

Refletindo sobre as muitas oportunidades que temos no exercício da nossa missão como Casal Responsável pela Secretaria/Tesouraria, mais uma vez nos reportamos às cartas do apóstolo São Paulo para as comunidades às quais ele estava ligado. Paulo nos ensina a servir o nosso próximo a exemplo de Jesus, com sinceridade e integridade de coração para que tenha valor diante de Deus. Ele nos ensina a obediência a Deus, cita o exemplo do próprio Jesus, fazendo a vontade do Pai. Lemos na carta aos Filipenses, que Ele foi obediente até a morte na cruz (Fil 2). Jesus foi modelo de obediência ao Pai. Procurando seguir o exemplo por Ele deixado, nós Cidinha e Vail aprendemos como Casal Responsável pela Secretaria/ Tesouraria a servir com paciência, perseverança, esforço, dedicação e, acima de tudo, com amor! As dificuldades existem e sempre existirão, mas buscamos estar firmes no serviço do Senhor, com os dons que nos concedeu, em direção ao próximo. Juntos, em casal, aproveitamos todas as oportunidades que Ele nos dá, através do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, de praticarmos o verdadeiro amor! Cidinha e Vail Casal Responsável pela Secretaria/Tesouraria SRB 44

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notícias

Publicação Volta Aniversários ao Pai

Regras revisadas para publicação de datas comemorativas e falecimentos na Carta Mensal Serão publicados notícias de: Equipes: 25, 50, 60 anos ou mais. Início das ENS na cidade: 25, 50, 60 anos ou mais. Casais: Bodas de 25, 50, 60 anos ou mais. SCE/CE: Ordenações e Jubileu Sacerdotal de 25, 50, 60 anos ou mais. Apenas de equipistas e conselheiros. Informar nome, equipe, setor, região, cônjuge e data do falecimento.

Tanto para aniversários quanto para falecimentos: Homenagens não serão publicadas. Serão publicados com no máximo 3 meses de defasagem entre a data de envio pelo equipista e a data do aniversário ou falecimento.

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE 50 anos Eq. N. S. da Esperança 7/1/1968 São José dos Campos-SP

BODAS DE PRATA

Rute e Vilson 26/12/2017 Eq. N. S. da Rosa Mística Piracicaba-SP CM 514

Helena e Carlos 19/12/2017 Eq. N. S. das Graças Canápolis-MG 45


Márcia e Lafayete 21/11/2017 Eq. N. S. da Paz José Bonifácio-SP

BODAS DE OURO

Valdeni e José Carlos 21/10/2017 Eq. N. S. Medianeira Itumbiara-GO

Maria Aparecida e Waldir 9/10/2017 Eq. N. S. de Lourdes Guapiaçu-SP

Benedita e Iran 16/12/2017 Eq. N. S. do Bom Parto Guapiaçu-SP 46

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BODAS DE DIAMANTE

Adir e Valdir 26/12//2017 Eq. N. S. da Anunciação Brasília-DF

JUBILEU DE PRATA

Pe. Luís Antônio Cerqueijo Sé 19/12/2017 SCE Região São Paulo Oeste III Pederneiras-SP

VOLTA AO PAI Osvaldo (da Célia) Em 23/10/2017 Integrava a Eq. N. S. das Estrelas Piracicaba-SP

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Flávio Carpegiani (da Sônia) Em 04/11/2017 Integrava a Eq. N. S. do Bom Conselho São Paulo-SP

José Dias (da Eneida) Em 26/08/2017 Integrava a Eq. N. S. de Fátima Piracicaba-SP

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dicas de leitura LANÇAMENTO Sexualidade e Espiritualidade Conjugal Edição ENS 116 páginas

O Padre Caffarel, durante toda a sua vida, interrogou-se permanentemente sobre o amor humano e a sexualidade do casal. Esta mesma inquietude tem permanecido latente no Movimento através dos anos, começando por uma grande pesquisa que o mesmo Pe. Caffarel lançou no ano de 1969 a todos os casais equipistas, a partir da qual iniciou a preparação de um livro, que não conseguiu ver publicado. Este tema também já havia sido explorado pela mesma Equipe Responsável Internacional e algumas Super-Regiões, com o propósito de abordar o desafio de oferecer ferramentas, que ajudassem os casais a ver sua sexualidade como fonte de riqueza e não de fragilidade, como caminho para se alcançar o objetivo da santidade. No Colégio Internacional de Brasilia 2012, que marcou o ponto de partida do trabalho da atual Equipe Responsável Internacional, ERI, o Colégio Internacional expressou a necessidade de que, com um novo propósito, retomasse este tema, abordando-o como uma prioridade para ser estudada e discernida por todos os casais equipistas no mundo. Parafraseando Jean Allemand, biógrafo e amigo muito próximo do Padre Caffarel, o que queremos realçar com este trabalho, que hoje colocamos a vossa disposição, é que o ser humano é um e que o amor humano completo coloca em jogo todas as zonas do ser. Se uma delas não toma parte do concerto, o amor não é harmonioso, é discordante, e por isso é fundamental darmos à nossa sexualidade o lugar que tem em nossa integralidade. Os diálogos conjugais, as “conversas” que suscitam os onze capítulos e os testemunhos que compõem esta edição, são fonte de graça e riqueza no caminho para a santidade. Este livro pode ser adquirido através do site ENS (ens.org.br). Preço: R$ 8,00 (com frete já incluso).

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CM 514


MEDITANDO EM EQUIPE

Gratos ao Senhor e aos irmãos

Somos convidados a iniciar o ano agradecendo a Deus, à Igreja, às ENS e a nossa Equipe o que fazem por nós.

A Palavra de Deus (2 Ts 1,3-4; 2,13-14)

“Devemos dar graças a Deus a todo momento por vossa causa, irmãos, e isso é justo, porque vossa fé está em grande progresso e cresce vosso amor mútuo, a tal ponto que somos orgulhosos de vós entre as Igrejas de Deus por causa de vossa constância e de vossa fé no meio de todas as perseguições e tribulações que enfrentais. [...] Devemos dar graças a Deus por vós a todo momento, irmãos amados do Senhor, porque Deus vos escolheu como primícias, para serdes salvos pelo Espírito santificador e pela fé na verdade. Foi a isso que Ele vos chamou por nosso Evangelho, para que tomeis posse da glória de nosso Senhor Jesus Cristo.”

Reflexão – Somos convidados a iniciar o ano e a viver em contínuo agradecimento a Deus, à Igreja, às ENS e a nossa Equipe, o que fazem por nós e porque: • Ajudam-nos a viver o Evangelho. • Apresentam-nos o matrimônio como caminho de santidade e realização. • Oferecem-nos um ambiente comunitário para viver a salvação. • Oferecem-nos meios práticos de santificação. • Que mais? – Como podemos manifestar nossa gratidão?

Oração espontânea – Repasse os favores recebidos. – Manifeste sua gratidão a sua Equipe, ao Movimento, à Igreja, a Deus.

Oração Litúrgica (Salmo 103) – “Minha alma, bendize a Javé, e todo o meu ser bendiga seu santo nome! Minha alma, bendize a Javé, e não esqueças nenhum de seus benefícios.

– Pois quanto é alto o céu sobre a terra, tanto é grande seu amor aos que o temem. Quanto é distante o oriente do ocidente, tanto ele afasta de nós nossas culpas.

– É ele que perdoa todas as tuas culpas e te cura de toda doença. É ele que salva tua vida da fossa e te coroa com sua bondade e sua misericórdia.

– Como um pai se compadece dos filhos, assim Javé se compadece dos que o temem. – Pois ele sabe de que somos feitos: ele se lembra de que somos. [...]

– É ele que pela vida afora te cumula de bens e renova tua juventude como a da águia. Javé age com retidão, faz justiça a todos os oprimidos. [...]

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


Tempo de Quaresma • A Quaresma é tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionarmos-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza (Papa Francisco). • Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo (Papa Bento XVI). • A oração é a água viva que murmura dentro de nós e diz: vem para o Pai (Santo Inácio de Antioquia). • A Quaresma proporciona a arma prática e eficaz do jejum e da esmola para lutar contra o desmedido apego ao dinheiro (São João Paulo II). • O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejua. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica (São Pedro Crisólogo). • A Quaresma é tempo de limpar e enfeitar a casa por dentro. Convém que vivamos sempre de modo sábio e santo, dirigindo a nossa vontade e as nossas ações para aquilo que sabemos agradar a Deus (São Leão Magno). • Ora, nós sabemos que Jesus veio trazer a salvação integral. É precisamente a esta salvação integral que a Quaresma nos quer guiar, tendo em vista a vitória de Cristo sobre todo o mal que oprime o homem (Papa Bento XVI). • A Quaresma é período de penitência, de conversão, de mudança do coração (metanoia), que se inspira em diversos motivos, mas sobretudo nasce da meditação da Paixão e da Morte de Jesus Cristo (São João Paulo II). • A esmola e os gestos de caridade que somos convidados a fazer, particularmente neste tempo penitencial, não constituem, porventura, uma resposta à gratuidade da graça divina? Se recebemos gratuitamente, é gratuitamente que devemos dar (São João Paulo II). Fonte: www.ordem-do-carmo.pt

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