ENS - Carta Mensal 515 - Abril 2018

Page 1

Ano LVIII • abril • 2018 • no 515

CARTA O Rosário Preparação à Fátima

Henri Caffarel o homem e sua missão

Páscoa Alegria da Ressurreição


Í

N

D

I

01 Editorial Super-Região

02

03 04 05 06 09 12 13 14

Igreja Católica 15 17 19

Ano do Laicato Palavra do Papa Epifania Dia de Reis

21 22 23 24 25 26 27 28 29

Orientações para 2018 Província Norte Província Nordeste I Província Nordeste II Província Centro-Oeste Província Leste Província Sul I Província Sul II Província Sul III

Vida no Movimento

E

Raízes do Movimento

30

O homem não vive somente de pão...

Testemunho 32 70 anos de sacerdócio! 33 Meio século 34 Leitura da Palavra e Meditação 35 Ser intercessor e experimentar as

Assembleia da CNBB: cuidando de nossos futuros conselheiros! Alma Peregrina Saindo - É casal missionário? Páscoa: Alegria da Ressurreição Henri Caffarel, profeta para o nosso tempo Henri Caffarel, o homem e sua missão O Rosário, em preparação a peregrinação a Fátima 2018 Meditação dos Mistérios da Alegria XII Encontro Internacional

C

misericórdias do Senhor

Reflexão

36

A Ceia do Senhor um ensinamento e uma herança!

37 38 40

São José, o esquecido! Amar, a vocação do Equipista As três atitudes

Formação 41 Pilotagem, EEN e Estudo dos Estatutos 42 Ser Casal Piloto: Um contínuo

aprendizado

Serviços nas ENS 43 Casal Responsável pela Comunicação 44

Externa da Super-Região Brasil “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”

45 Notícias 48 Dicas de Leitura

Carta Mensal

n o 515 • abril • 2018 Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622). Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Fotos Capa: Santuário de Fátima Portugal; 4a Capa, p. 37: Can Stock Photo; p. 30, 36 ,37: Pixabay; p. 16: CNBB; p. 3, 5: IDS.org; p. 19 Catedral S. Carlos - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi e Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta edição: 27.500 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial Queridos irmãos equipistas, Cristo ressuscitou! Aleluia! Por Sua Paixão e Morte um novo tempo foi inaugurado na história da humanidade. Surgem as alegrias que rompem as trevas da morte. Neste tempo pascal não nos conformemos com as realidades que oprimem a vida, vamos transformá-las com nosso exemplo e misericórdia. Com Cristo ressuscitado, celebremos a Páscoa na vida cotidiana, antecipando a gloriosa realidade que vislumbramos, hoje, pela fé, e um dia, junto de Deus, na plenitude da graça que esperamos. Nesta edição, vocês sentirão a força do nosso Movimento no Brasil. Foram mais de 60 EACRE com a participação de milhares de casais. Muita preparação, cuidado com os mínimos detalhes, viagens, cansaço... valeu a pena. Os casais responsáveis de equipe estão bem formados para levar as diretrizes de 2018 a suas equipes de base. Estamos a pouco mais de três meses do Encontro Internacional, que será em Portugal. A Carta convida todos os equipistas a iniciar sua preparação para a peregrinação a Fátima 2018. Alguns estarão lá, mas todos, sem exceção, são convidados a participar desta peregrinação espiritualmente. Nesta Carta publicamos a meditação dos mistérios da alegria. Em março, começamos a contar um pouquinho sobre o Colóquio do Padre Caffarel, que ocorreu em dezembro passado em Paris, e a história da vida deste profeta. Continuem acompanhando nesta edição. Na contracapa, o convite para o Dia Nacional de Oração pela Causa de Canonização do Padre Caffarel, comemorado no dia 19 de abril. Por fim, temos o segundo artigo sobre o ano do laicato que vem para nos ajudar a caminhar junto a Igreja, a estudar a missão dos leigos. Não deixem de ler! A paz e a alegria do Cristo ressuscitado. Boa leitura

Tema 2018: “A MISSÃO DO AMOR”

CM 515

Fernanda e Martini CR Carta Mensal

1


super-região

Assembleia da CNBB: cuidando de nossos futuros conselheiros! De 10 a 20 de abril acontecerá, em Aparecida/SP, a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, um evento que representa muito mais do que parece. É importante compreendermos que para além das exaustivas sessões de trabalhos que acontecerão naqueles dias, a Assembleia Geral é uma clara manifestação da comunhão entre nossas Igrejas Particulares – arquidioceses, dioceses, prelazias. Expressão singular são as concelebrações diárias da Eucaristia. É uma demonstração eclesial de unidade na diversidade que tanto enriquece nossa amada Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil. “Diretrizes para a Formação de Presbíteros” é o tema central a ser refletido pelos cerca de 485 bispos que estarão reunidos. Um grupo, formado por bispos e peritos, trabalhou previamente num texto que será apresentado à plenária do encontro. A Ratio Fundamentalis Instituitionis Sacerdotalis é um dos documentos considerados pelos bispos e peritos e que dá pistas para a formação de seminaristas e do clero da Igreja. Publicado no dia 8 de dezembro de 2016, o documento explicita às Igrejas locais como realizar a formação dos futuros presbíteros e a necessidade de formação permanente. O texto destaca que o futuro padre deve ser acompanhado na totalidade das quatro dimensões que interagem simultaneamente no processo formativo e na 2

vida dos ministros ordenados: humana, espiritual, intelectual e pastoral. Segundo o bispo auxiliar de São Paulo (SP), Dom José Roberto Fortes Palau, membro da equipe preparatória do texto, os futuros padres devem ser homens misericordiosos, que tenham espírito de serviço, se dediquem com todo seu ser ao serviço da evangelização, tenham amor pelo povo, formem comunidades maduras e adultas na fé e colaborem com a graça de Deus para o advento do Reino. Para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora esse é um tema importantíssimo pois toca diretamente no Sacramento da Ordem, que na intuição originária do Padre Caffarel tem estreita relação com o sacramento do Matrimônio. Após a aprovação final pelo episcopado o texto segue para a Congregação para o Clero do Vaticano para ser referendado. Só então se tornará um documento da CNBB que orientará a formação de novos presbíteros no Brasil. Vamos nos unir aos bispos e rezar pela Assembleia Geral, particularmente pelas discussões acerca do tema central. Cuidar da formação dos padres e futuros padres é também cuidar do futuro de nossas equipes. Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 515


Alma Peregrina “Eis que estou convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 29,20), estas são as últimas palavras do Evangelho de Mateus e evocam o anúncio profético do início: “Ele chamar-se-á Emanuel, que significa Deus conosco” (Mt 1, 23). Então Ele está ao nosso lado todos os dias sempre, em qualquer situação. Não é um Deus isolado, ausente, raptado por um céu remoto, ao contrário, é um Deus “apaixonado” pelo homem, incapaz de se separar dele. Se o nosso coração arrefece, o Seu permanece incandescente. Nós somos peritos em romper vínculos e pontes, nos esquecendo do seu Amor por nós, que nunca nos deixa sozinhos. É preciso que esta certeza se aninhe no nosso espírito, para nunca mais se apagar! A nossa existência é uma peregrinação, um caminho. Até os que são impelidos por uma esperança simplesmente humana sentem a sedução que os leva a explorar mundos ainda desconhecidos. Todos temos uma alma peregrina, não nos tornamos homens e mulheres maduros se não sentirmos a atração do horizonte... a Bíblia está cheia de histórias de peregrinos e viajantes. No seu caminhar no mundo, o homem nunca está só, sobretudo o cristão, porque Jesus nos garante que nos acompanhará em cada um de nossos dias, e não apenas no final da nossa jornada. Chamamos a isto de “Providência Divina”, pois Ele provê a nossa vida. Até quando durará esse cuidado conosco? A resposta não deixa dúvidas: “...até o final dos tempos.” E por quê? Simplesmente porque nos ama. E sem dúvida proverá todas as nossas necessidades, não nos abandonará principalmente nos tempos difíceis, de trevas e escuridão: “Ainda que CM 515

eu atravesse um vale escuro, nada temerei, pois estais comigo” (Sl 23, 4). Exatamente onde se propaga a escuridão, é necessário manter acesa uma luz. Se confiássemos apenas nas nossas forças, teríamos razão de nos sentirmos desiludidos e derrotados, porque o mundo se demonstra muitas vezes egoísta e refratário às leis do amor. Mas se em nós sobreviver a certeza que Deus não nos abandona, nos ama com ternura, então a perspectiva muda imediatamente. Ao longo do caminho, a promessa de Jesus: “Eis que estou convosco” leva-nos a estar de pé, erguidos, com esperança, convictos de que Deus já age para realizar aquilo que humanamente parece impossível, e onde quer que vamos, sabemos que o Amor de Deus nos precede, e não há lugar no mundo que evite a vitória do Cristo Ressuscitado, pois o mundo está sedento do seu Amor! Vamos todos juntos caminhar com Ele, peregrinar com Amor!

Hermelinda e Arturo CR Super-Região 3


SAINDO

É CASAL MISSIONÁRIO? “Se as ENS não forem um viveiro de homens e mulheres prontos para assumir com coragem todas as suas responsabilidades na Igreja e na sociedade, perdem sua razão de ser.” (Henri Caffarel - Um homem arrebatado por Deus, p.72) E assim Padre Caffarel nos chama atenção para nossa responsabilidade de sermos casais missionários. Desde o início o Movimento nos motiva e prepara para vivermos a nossa missão e sermos testemunhas do amor conjugal. No mundo atual as famílias estão sendo atacadas de todos os lados como, por exemplo, a tecnologia que individualizam e escravizam quando utilizadas sem noção e sem limite. É urgente darmos uma resposta e os casais das ENS são chamados e convocados, pela sua vivência dentro do Movimento que prepara os casais, para viverem a Espiritualidade Conjugal e serem os protagonistas dessa ação. Nossa primeira ação missionaria é a vivência concreta do sacramento do Matrimônio que nos impulsiona a sermos testemunhas do amor de Deus. Nosso campo missionário é em primeiro lugar nossa família, lugar onde os casais devem pôr em prática os valores cristãos e viver a misericórdia e o perdão. Assim, esse testemunho verdadeiro arrastará muitas outras famílias que estão feridas e largadas à beira do caminho. O casal tem que ter a missão dentro do coração e ser um discípulo do amor de Jesus. Ser missionário do amor é um ato de desapego e de solidariedade, visto que o amor é o único sentimento que quanto mais se divide mais se multiplica. “O sacramento do Matrimônio dá ao casal uma função de Igreja, que tem uma missão apostólica incontestável, original, insubstituível. O casal tem um apostolado específico que nada pode suprir: (...) O apostolado “profético” do casal.” (Henri Caffarel, O sacerdócio do matrimônio, L’Anneau d’Or, nº 111-112, maio-agosto 1963). Somos chamados a ser profeta do matrimonio. Qual será nossa resposta? Portanto, não podemos nos acomodar e achar que está bom por participar de um movimento eclesial de casais unidos pelo matrimônio. Temos que sair e ser casal profeta que fala em nome de Deus com simplicidade e com alegria. Deixar que nossa vida fale por nós. Isso requer de nós casais uma decisão de sairmos de nossa zona de conforto para levarmos Jesus Cristo a nossos irmãos e irmãs, especialmente aos mais necessitados. Não precisamos ir muito longe. Temos que começar pelo mais próximo que é nosso cônjuge, nossos filhos e demais familiares. E assim esse amor se espalhará pelo mundo com gestos de simplicidade e solidariedade. Então estamos assumindo nossa missionariedade na família, na Igreja e na sociedade? Que possamos dar nossa resposta a essa pergunta com atitudes concretas em nosso dia a dia e assim possamos dizer: “Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor”

(Salmo 39, 8).

Marilena e Jesus CRP Norte 4

CM 515


PÁSCOA:

ALEGRIA DA RESSURREIÇÃO Estamos na expectativa de vivenciar mais uma Páscoa do Senhor, quando comemoramos a grande vitória da vida sobre a morte, ou seja, a vitória definitiva de Jesus sobre a morte que nos trouxe a grande esperança dos filhos de Deus prometida desde os profetas: a esperança da vida eterna. A Páscoa, desde a antiga tradição judaica, nos remete a esse influxo da vitória da vida sobre a morte, quando o povo de Israel, guiado por Moisés, saiu ileso das garras do Faraó do Egito, atravessando o Mar Vermelho a pé enxuto, nascendo para uma nova vida; vida esta que o Senhor mesmo ofereceu ao seu povo de forma gratuita, por pura bondade Sua. A alegria de tal empreitada é bem lembrada no livro do Êxodo através do Cântico de Míriam, que expressa muito bem a vida nova alcançada pelo povo com a libertação da escravidão do Egito. Pois bem, a Páscoa cristã está cheia desse sentido da esperança, da vida nova, da libertação, da alegria. Assim como Deus resgatou seu povo do Egito, do reino da escravidão, o Filho de Deus também veio a este mundo para resgatar o povo de Deus da escravidão do pecado, trazendo uma nova esperança e uma nova vida em face da libertação de um fardo que oprimia a humanidade. Eis o motivo da alegria cristã: fomos resgataCM 515

dos do pecado e da morte de forma plena, sem termos feito nada, por pura graça e misericórdia divina. Assim, entendemos que a Páscoa é um momento importante na vida cristã porque renova em nossa memória e nossa vida o sentido do amor de Deus por nós. E nós, de nossa parte, não apenas somos gratos por isso, mas também renovamos a alegria do nosso coração por sabermos que somos amados pelo Pai de tal forma que Ele mesmo não hesitou em entregar o seu único Filho por nós. Páscoa é vida. Páscoa é alegria. Nós, cristãos, somos chamados a viver essa alegria diariamente para testemunharmos o amor de Deus em nossa vida. Somos alegres porque o Senhor nos resgatou. Somos alegres porque o Senhor nos deu uma vida nova. Somos alegres porque o Senhor nos ama incondicionalmente. Portanto, vamos levar essa mensagem de amor ao mundo através da nossa alegria. Alegria que não é passageira, mas é eterna. Alegria que supera todas as outras, pois é a Alegria da Ressurreição. Pe. Idamor da Mota Júnior SCE Região Norte II Província Norte 5


Henri Caffarel, profeta para o nosso tempo COLÓQUIO INTERNACIONAL – 8 e 9 de dezembro de 2017 Após a primeira Sessão ter tratado do homem de fé que foi o Pe. Caffarel, a segunda Sessão do Colóquio aprofunda o tema HENRI CAFFAREL, FUNDADOR NA IGREJA. Tendo como Moderadores o casal Clarita e Edgardo,1 membros da ERI, a Sessão se inicia com a Conferência Henri Caffarel, diretor da revista L’Anneau d’or, no centro das correntes espirituais e culturais do nosso tempo, feita pelo Mons. François Fleishmann,2 SCE da ERI de 2000 a 2006 e o principal promotor da abertura do processo de canonização do Pe. Caffarel. Através da revista, o Padre Henri Caffarel faz os casais participarem de pesquisas teológicas e pastorais sobre o matrimônio em processo de renovação, sobretudo nas vésperas do Concílio Vaticano II. Ele estabelece um verdadeiro diálogo com os leitores. Recorre a muitos colaboradores entre as figuras proeminentes do mundo cristão, religiosos de prestígio e leigos qualificados, das Equipes de Nossa Senhora e de fora delas. Mas também está atento à literatura contemporânea, cristã ou não; L’Anneau d’or é testemunha notável da cultura de seu tempo. Transcrevemos aqui dois trechos da apresentação do Mons. Fleishmann citando o Pe. Caffarel: O Pe. Caffarel não segue uma linha puramente intelectual. Ele se interessa mesmo é pela vida. Prova disto é a conclusão do seu texto Vocação do Amor: “Não é um discurso que pode fazer dignamente o elogio do amor, mas a vida de vocês, esposos cristãos que estão engajados nesta magnífica aventura. Os outros olham vocês, escutam vocês. Vocês não podem escapar disso. Vocês têm um testemunho a dar. O mandado de Cristo se dirige tam1 Indicados como o novo Casal Responsável pela Equipe Responsável Internacional em substituição de Tó e Zé. 2 Com grande tristeza é necessário dizer que o Mons. Fleishmann faleceu na manhã do dia 26 de janeiro último.

6

CM 515


bém ao amor de vocês: você será minha testemunha.” 3 Quando ele [o Pe. Caffarel] reflete sobre o amor, ele vê o dom do amor que faz os esposos se unirem ao dom do amor de Cristo. Eu o cito: “Ser para aquele que se ama o pão cotidiano – pão, esta coisa a mais comum e a mais necessária –, é isto que Cristo quis ser para mim. Dado, até esse ponto.”4

O conferencista seguinte foi Jean Allemand, contratado pelo Padre Caffarel em1968 como redator da Lettre des Equipes Notre-Dame (a Carta Mensal francesa), esteve a serviço permanente das Equipes de Nossa Senhora de 1968 a 1994; é autor dos livros Henri Caffarel. Um homem arrebatado por Deus e Orar 15 dias com Henri Caffarel. Jean Allemand nos revelou Henri Caffarel, um fundador. A atividade fundadora do Padre Henri Caffarel parte de uma convicção: o apelo à santidade. É para orientar os leigos para a santidade que ele lança vários movimentos: Equipes de Nossa Senhora, Grupo Espiritual das Viúvas, Centros de Preparação para o Matrimônio, etc. Responde a apelos e necessidades, e faz isso como um pedagogo que se preocupa em ser compreendido e convincente. De acordo com o seu apelo: “Procuremos juntos”. Jean Allemand reforça essa convicção do Pe. Caffarel em dois momentos de sua apresentação. O primeiro referente ao ano de 1942 (texto que o Pe. Caffarel dirigiu ao então Arcebispo de Paris, Cardeal Suhard): “A santidade que até agora parece chamar a um afastamento do mundo, declara cada vez mais seu direito de ser admitida em pleno mundo. O temporal não é para os cristãos um suplício. Trata-se de retomá-lo para fazer com que ele entre na grande corrente que deve levar a criação inteira para Deus. Todo o problema está aí: teremos nós santos leigos? Santos, compreendamos bem: homens inteiramente entregues a Cristo, habitados por Sua caridade, movidos pelo Seu Espírito; operários, camponeses, empresários que sejam santos, homens políticos que sejam santos, artistas que sejam santos”. Eu completo: casais que sejam santos, pois é com essa realidade de casal, totalmente particular, que o Pe. Caffarel vai se defrontar e que vai levá-lo a se tornar fundador. O segundo, no final, se referindo à Peregrinação a Roma em 1970: Após a Peregrinação a Roma em 1970, um número especial da Lettre des Equipes de Notre Dame foi dedicado a redefinir a palavra Movimento para preparar um novo engajamento dos seus membros. Um texto dessa carta nos servirá de conclusão: “O termo ‘Movimento’ indica dinamismo e adaptação contínua. O termo ‘Espiritualidade’ realça a prioridade do sopro do Espírito sobre a organização e os métodos e determina nitidamente o objetivo da vida espiritual, quer dizer, a vida cristã na medida em que é animada pelo Espírito Santo e tende para a santidade”. Levar o maior número possível de pessoas a tender para a santidade, eis a ambição de todas as fundações do Pe. Caffarel. 3 L’ANNEAU D’OR – número 2, 3 e 4 – “LE MYSTERE DE L’AMOUR”. Número especial dedicado aos prisioneiros de guerra e deportados de volta a seus lares – páginas 9 a 16. 4 L’ANNEAU D’OR – número 27-28 – « LE CHRIST ET LE FOYER » MAIO/AGOSTO 1949 – páginas 189 a 195.

CM 515

7


A terceira conferência foi sobre o “Desenvolvimento e internacionalização do Movimento das Equipes de Nossa Senhora”, apresentada por Constanza e Alberto Alvarado, colombianos. O nascimento das Equipes de Nossa Senhora em muitos países acontece muito rapidamente: a partir de 1946 na Bélgica, depois em outros países da Europa, a seguir no Brasil em 1950, na América do Sul, no Canadá... No entanto, como o Padre Henri Caffarel expressou repetidamente: “O crescimento em extensão pode ser um perigo, se não for acompanhado por uma formação em profundidade”. Na mesa-redonda desta Sessão o Brasil esteve representado pelo casal Silvia e Chico (responsáveis pela Super-Região Brasil de 1999 a 2004, membros da ERI de 2006 a 2012 e atuais coordenadores nacionais do Movimento das Comunidades Nossa Senhora da Esperança). Ao lado deles participou também o Mons. François Fleishmann. Os testemunhos apresentados nos clips dessa mesa-Redonda ilustraram a vivência das propostas de movimentos fundados pelo Pe. Caffarel e vieram da Bélgica (“A Intercessão – participação na construção do Reino”), da Inglaterra (“As ENS – Movimento Internacional”) e da Espanha (“A importância da formação cristã”). Clarita e Edgardo encerraram esta Sessão ressaltando que ela nos mostrou o Pe. Caffarel exigente, disciplinado, com uma vontade de ferro e determinado a responder às necessidades espirituais dos leigos, com uma visão de futuro, utilizando-se de todos os meios que dispunha para nos dar soluções definitivas, não circunstanciais, sempre apoiadas em sólido e permanente processo de formação. Foi ainda ressaltado o sentido de internacionalidade que o Pe. Caffarel quis imprimir em cada uma das suas obras, que hoje são um patrimônio universal da Igreja. O fato de poder ter uma animação a partir de uma Equipe Responsável Internacional única, decidido em 1959, com o passar do tempo se mostrou uma graça para o Movimento, pois nos permite preservar a unidade e a fidelidade de nosso carisma sem distinção de línguas e fronteiras. Uma das heranças do Pe. Caffarel que ficou gravada na proposta do Movimento das Equipes de Nossa Senhora é a preocupação com a formação que acompanha a sua difusão, a sua expansão e a sua consolidação. Na próxima Carta Mensal traremos a terceira Sessão, cujo tema é HENRI CAFFAREL – MESTRE DE ORAÇÃO E CONSELHEIRO ESPIRITUAL. Vicélia e Magalhães CR da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel no Brasil 8

CM 515


Henri Caffarel, o homem e sua missão 2. Encontro e Iluminação: a vocação sacerdotal “Aos vinte anos, num só instante, Jesus Cristo tornou-se Alguém para mim”. Henri Caffarel, durante seus anos de escola elementar, participou de um Retiro pregado por um Marista, o Padre Plazenet; foi quando despontou nele a primeira ideia de sacerdócio. Padre Plazenet foi o célebre fundador e diretor, em Paris, da “Reunião dos Estudantes”, entre cujos participantes alguns tornaram-se muito conhecidos, como François Mauriac e François Mitterrand. Frequentando a M.E.C. – Maison des Etudiants Catholiques, conhece Padre Roullet, capelão dos estudantes de Lyon que tinha grande influência sobre os jovens, e faz um Retiro com este padre, quando se interroga sobre uma eventual entrada na Companhia de Jesus. Mais tarde dirá, não sem humor: “Na realidade, com minha cabeça aos pedaços, percebi logo que estava desqualificado para os jesuítas”. Finalmente, no mês de março de 1923, o jovem Henri “encontra” Cristo. É conhecida a sóbria confidência que fez desse acontecimento a um jornalista, em julho de 1978: “Aos vinte anos, num só instante, Jesus Cristo tornou-se Alguém para mim. Oh, nada de espeCM 515

tacular. Nesse longínquo dia de março, soube que era amado e que amava, e que, doravante, entre ele e eu, seria para toda a vida. Estava tudo decidido”. Este testemunho fora prenunciado na “Palestra de Despedida” para Responsáveis de Setor das Equipes de Nossa Senhora, em 25 de março de 1973: “Pensando bem, o início das Equipes de Nossa Senhora ocorreu muito antes de 35 anos atrás. Na realidade foi há 50 anos. Em março de 1923, há exatamente 50 anos, tomei um dia consciência da existência de Cristo, da vida de Cristo, do amor de Cristo, da relação de amor entre Cristo e o homem, que constitui a vida cristã: foi esse o divisor de águas. Para mim, há o antes de março de 1923 e há o depois de março de 1923. Isso me marcou e, desde esse dia, só tenho um desejo: poder entrar mais nessa intimidade com Cristo, e outro desejo mais: trazer outros para ela, porque isso foi capital em minha vida, isso deu-me a alegria de viver, a graça de viver, o impulso para viver. Por isso, não posso deixar de desejar aos outros esse encontro com Cristo vivo. Essa descoberta de que Deus é amor”. 9


Em outra ocasião, em número especial dos “Cadernos sobre a Oração Interior” (Cahiers sur l’Oraison), de set-dez 1974, reúne dezessete testemunhos sobre o encontro com Cristo, e faz um ensaio de interpretação sobre o que havia de comum entre estes testemunhos, concluindo que eles nem sempre são precisos: ora falam de “encontrar” Deus, ora de “encontrar” Cristo. Para Henri Caffarel não há dúvida, o “encontro” é com Cristo. Cristo é quem propõe o “seu amor ou, mais exatamente, uma reciprocidade no amor” e aguarda um sim que comprometa o futuro. É esse o “encontro com Cristo” que Henri Caffarel teve aos vinte anos. E ele responde sim. A partir desse instante, a sua decisão está tomada: ele será sacerdote. Para fazer dos outros como ele doravante será: “alguém à procura de Deus.” Após a iluminação, o cotidiano retorna, mas modificado em profundidade. Em suas palavras, ele hesita quanto à forma que deve dar a sua resposta. “Nos meses seguintes a esse encontro com o Senhor, fui muitas vezes ao Mosteiro da Ordem Cisterciense para lá ser admitido, e lá era aguardado. Porém, meu pai espiritual, e meu amigo, aconselhou-me a esperar e fazer alguns anos de seminário; e depois de terminar, mais dois anos de espera. Estava, porém, convencido de que não era uma ilusão o que considerava como a minha vocação. Mas conservei uma nostalgia incurável da vida monástica. Por fim compreendi que era um ardil do Senhor... Se eu não tivesse sentido tão profundamente esse chamado para a vida de oração, não sentiria a necessidade de orar todos os dias e de reservar a cada ano várias semanas 10

para uma vida silenciosa e solitária. Se o meu sacerdócio teve alguma eficácia, sei que o devo a essa prática da oração interior...” Em 1926 está junto ao Padre Ghika, em Auberive. Vladimir Ghika era de família principesca romena, nascido em Constantinopla em 1873, batizado na religião ortodoxa, converteu-se ao catolicismo em 1902, foi ordenado sacerdote em 7 de outubro de 1923; em 1924 compra uma antiga abadia cisterciense de Auberive para realizar um projeto antigo: “uma família espiritual agrupada sob a regra do Amor de Deus e o patrocínio de São João” – uma espécie de seminário para vocações diversas, tardias ou precoces. Entre seus primeiros alunos encontra-se Henri Caffarel. Padre Caffarel gostava de falar desta temporada junto ao Padre Ghika; evocava os longos passeios que faziam pelos campos e que o cativavam a vasta cultura e a brilhante conversa daquele por quem sempre teve a maior veneração e afeição filial. Segundo um dos biógrafos deste sacerdote: “Mons. Ghika foi um precursor ao lembrar que o casamento é uma vocação de santidade, que os cristãos casados são, como os demais, chamados à perfeição, e que, a fonte superabundante de Graça é, para isso, o sacramento do Matrimônio...” Auberive foi obrigada a fechar em 1928. Pe. Ghika instala Henri Caffarel na Abadia de La Source, em Paris, então o seu porto de amarração. Caffarel prossegue na Teologia sob a orientação direta de Padre Verdier, Diretor do Seminário do Carmo; faz o subdiaconato no Seminário de Issy e em 19 de abril de 1930, véspera da Páscoa, é ordenado sacerdote pelo Cardeal Verdier, naquele momento Arcebispo de Paris. O agora CM 515


Padre Caffarel celebra sua primeira missa em 21 de abril, em Lyon e passa a integrar o elenco de presbíteros da Diocese de Paris. Após sua ordenação, termina o quarto ano de Teologia e além das aulas no Institut Catholic de Paris, aprofunda sua cultura teológica em vias paralelas e altamente formadoras em torno de Jacques e Raissa Maritain – os “mendigos do céu”, Louis Massignon, Henri Gouhier, Henri Ghéon e o futuro Padre Alterman. Henri Caffarel foi ordenado e sempre fez parte do presbitério parisiense, mesmo quando os caminhos pelos quais a Providência o levou lhe atribuíram um ministério excepcional. Em 1931 é nomeado para um cargo no Secretariado da J.O.C. (Juventude Operária Católica), onde prega “numerosos retiros aos jocistas de primeira geração”. Ficará marcado pelo dinamismo apostólico e os meios empregados para atingir seus objetivos. Após três anos, em1934 é nomeado para o Secretariado da Ação Católica, no setor dos meios de comunicações: rádio e cinema. Funda o boletim Choisir, talvez o primeiro do gênero na imprensa católica, para guiar os católicos no mundo audiovisual; conhece personalidades importantes e é elogiado pelo ministro das Comunicações pelo seu trabalho. A participação pastoral porém, está sempre presente. A partir de 1936 afasta-se de funções oficiais para dedicar-se principalmente a recolhimentos e retiros para jovens de diversos meios, e era reconhecido por um dom especial para falar de Jesus Cristo aos jovens. Ao mesmo tempo atende a capelania da Escola Normal de Assistentes Sociais, pregando um recolhimento mensal e assumindo a direção espiritual CM 515

de várias alunas. Nestes recolhimentos as meditações eram feitas na capela conduzidas por Caffarel. Uma destas alunas se recorda de seu olhar penetrante, sua palavra calorosa e o ‘“fogo devorador” que dele emanava e que muito a impressionaram. Outra ex-aluna conta que o conheceu há sessenta anos num recolhimento e que nesse ano o recolhimento versou de modo especial sobre a Santíssima Trindade e a marcou muito porque até hoje alimenta sua vida espiritual. Neste último testemunho fica clara a importância que Caffarel dá à oração interior: será sua preocupação permanente levar os que dirigia espiritualmente a praticá-la todos os dias. Esses jovens que ele encontra em retiros e recolhimentos, ou que ele aconselha, um dia chegam ao casamento, e Padre Caffarel se vê repentinamente diante de jovens casais. Começa então uma grande aventura... Fontes: - Henri Caffarel. Um homem arrebatado por Deus, Jean Allemand. Tradução de Gerard François Duchêne e Monique Duchêne – Equipes de Nossa Senhora. - Homilia do Cardeal Jean-Marie Lustiger, na missa celebrada por intenção do Cônego Henri Caffarel, na Igreja de Madeleine (Paris), em 27/09/1996

Paulo José (da Yara) Salma e Paulo Eq. 01B - N.S. da Esperança São José dos Campos–SP 11


O ROSÁRIO

Em preparação a peregrinação a Fátima 2018 O XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora realizar-se-á em Fátima (Portugal) de 16 a 21 de julho de 2018. O Encontro Internacional é uma tradição: de seis em seis anos, os equipistas do mundo inteiro reúnem-se num lugar diferente: Roma, Lourdes, Fátima, Santiago de Compostela, Brasília. Todos os equipistas são convidados a fazer esta peregrinação, alguns irão fisicamente a Fátima, mas todos sem exceção somos convidados a participar desta peregrinação espiritualmente. Um peregrino sabe que antes de se pôr a caminho é preciso preparar-se. Nós queremos oferecer esta pequena peregrinação que agora iremos realizar em preparação a Grande peregrinação das ENS a Fátima em 2018. Ninguém vai a um santuário e volta de mãos vazias. A Mãe aguarda os filhos com as mãos cheias de graças. Roguemos a intercessão de Nossa Senhora de Fátima para que nossa oração seja agradável a Deus e derrame abundantes graças sobre todos os lares.

12

Inicia-se a procissão com o canto: A treze de maio Treze de maio A treze de maio na Cova da Iria No céu aparece a Virgem Maria Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria A três pastorinhos, cercada de luz Visita Maria, a mãe de Jesus Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria A mãe vem pedir constante oração Pois só Jesus nos vem à salvação Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria Da agreste azinheira a Virgem falou E aos três a Senhora tranquilos deixou Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria Então da Senhora o nome indagaram Do céu a mãe terna bem claro escutaram Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria Se o mundo quiserdes da guerra livrar Fazei penitência de tanto pecar Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria A Virgem lhes manda o terço rezar A fim de alcançarem da guerra o findar Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria Com estes cuidados a mãe amorosa Do céu vem os filhos salvar carinhosa Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria Ave, ave, ave Maria CM 515


MEDITAÇÃO DOS MISTÉRIOS DA ALEGRIA 1o MISTÉRIO DA ALEGRIA - A anunciação do anjo a Nossa Senhora. (Lc 1, 26-38) O anjo Gabriel saudou Maria dizendo: Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo! Deus encontrou no coração da Virgem Maria espaço para fazer nela sua morada. Uma peregrinação é também um convite a prepararmos o coração para acolher o dom de Deus. Desfazer-nos de pesos desnecessários, pois quando carregamos muitas coisas como mágoa, discórdia, rancor, nossa bagagem se torna pesada e a viagem cansativa. Deus nos convida a levarmos apenas o essencial: O AMOR. Deixar que o Espírito Santo inunde a nossa alma, o nosso coração, com o Amor de Deus. E então faremos nosso caminho com alegria, alma leve, coração feliz. Vamos que Fátima nos aguarda... Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 2o MISTÉRIO DA ALEGRIA - A visitação de Nossa Senhora a Isabel. (Lc 1, 39-56) A Bíblia nos diz que: Maria partiu depressa para ajudar sua prima Isabel. Queremos meditar sobre o sentido de uma peregrinação e a alegria de servir. Não basta ter tempo e condições, para se fazer uma peregrinação. É preciso desejar, é preciso querer fazer a experiência de caminhar com Jesus. Ter consciência das dificuldades, das surpresas do caminho. Coração aberto ao inesperado de Deus, pois quantas belezas percebemos, quando não avançamos tão depressa.Tenha tempo para olhar quem caminha ao seu lado... Maria partiu apressada para ajudar Isabel. Quem é Isabel para ti hoje, quem precisa do teu auxílio? Que tua caridade material e espiritual permita que outros também possam viver esta peregrinação. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 3o MISTÉRIO DA ALEGRIA - O nascimento de Jesus no presépio de Belém. (Lc 2, 1-20) O mundo acha que toda a riqueza está nos bens, no poder, no ouro, na prata... Não se deixe enganar a maior riqueza está em Jesus: O Príncipe da Paz. É a paz que traz ao coração do homem a serenidade. É a paz que traz o sorriso ao rosto das crianças. É a paz que traz brilho para o olhar da humanidade, é a paz que produz o pão para todos. Todos precisamos do pão da paz. O Santuário de Fátima é conhecido pela paz que dele emana, pelos pombos da paz que revoam sobre ele. Com o coração em Fátima nós também pedimos a Deus a paz. Paz para nossos CM 515

13


lares, paz para os nossos corações, paz para o mundo. Neste momento cada casal, cada sacerdote, procure trazer presente sua família, sua equipe, os filhos que Deus lhes confiou. Peçamos a todos o dom da Paz. Que Deus tenha misericórdia da nossa humanidade e nos ajude a buscarmos juntos o caminho da paz. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 4º MISTÉRIO DA ALEGRIA - A apresentação do Menino Jesus no Templo. (Lc 2, 22-38) Acolher o Dom de Deus através das ENS Simeão, homem cheio do Espírito Santo, pôde presenciar este momento, o cumprimento da profecia. O santuário de Fátima é um lugar abençoado por Deus, lá também Maria te espera para apresentar Jesus. Deus mergulha-nos no coração de Cristo, o único que pode nos trazer a verdadeira felicidade. Todo aquele que vai a Fátima de forma física, ou espiritual, poderá viver a renovação desta aliança com Deus. Se você está neste momento rezando este terço, é porque abriu seu coração, ofereceu seu tempo, aceitou o convite do Senhor. O Senhor conta com tua fidelidade, com tua fé, com teus braços para mostrar ao mundo a sua graça. O Senhor conta contigo. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória.... 5º MISTÉRIO DA ALEGRIA - O Encontro do Menino Jesus no Templo, entre os Doutores. (Lc 2, 41-50) Maria e José conhecem profundamente a dor de perder um filho e conhecem a alegria do reencontro, do abraço que não quer mais se desfazer. Todo reencontro traz consigo este sinal de festa, marcado pelo abraço, pelo sorriso, pela alegria de rever aqueles a quem amamos. Esta festa que partilharemos em Fátima já pode ser vivenciada, um pouquinho a cada dia, em nossos lares, em nossas equipes. Há muito amor no mundo escondido, que precisa ser revelado. Há muito perdão que precisa ser concedido e também aceito. E não esqueçam, embora sejamos muitos no mundo, há um sinal para nos reconhecermos: o amor que existe entre nós. Vamos anunciar por cima dos muros com alegria tudo que vimos, ouvimos e vivemos durante o encontro: Somos uma só alma, um só coração. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... Reza-se o Agradecimento; Salve Rainha. Sinal da Cruz. Goretti e Moacir Casal Intercessor Nacional intercessao@ens.org.br 14

CM 515


XII ENCONTRO INTERNACIONAL FÁTIMA 2018 16 a 21 de julho de 2018 Objetivo: • Que a luz que é a beleza da alegria do sacramento do Matrimônio vivido nos vários cantos do mundo, nas mais diversas culturas, seja visível ao mundo!! • Reforçar a unidade do Movimento com troca rica de idéias entre todos os países do mundo trabalham no mesmo sentido. • É importantíssimo que nos reunamos em festa para dar graças a Deus pela Sua ação nas nossas alianças matrimoniais, na Sua presença contínua em cada casal, em cada equipe. Programação: • Celebrações litúrgicas • Conferências conduzidas por convidados especiais • Ecologia • Sacramento do Matrimônio • Como chegar à Conciliação • Testemunho de vida feitos por casais das ENS • Meditação diária, antes da oração da manhã, conduzida por um SCE • Atividades de grupo (na parte da tarde) • Divididos em grupos linguísticos • Várias atividades rotativas para permitir a todos os casais e SCEs passarem por todas elas • Ato público – Dever de Sentar-se na Esplanada do Santuário mostrando a força e dinâmica das ENS como Movimento de Espiritualidade Conjugal • Reuniões de Equipes Mistas • Permite a troca rica de ideias entre todos os países do mundo CM 515

Como acompanhar: • Notícias www.endfatima2018.pt

www.ens.org.br

Notícias

Preparação dos casais: • Peregrinação • Não é uma viagem de turismo • É uma caminhada na vida, que se renova continuamente, através da conversão • Carta Mensal • Tríduo preparatório para todos os equipistas Todos iremos a Fátima, seja fisicamente ou através do nosso Espírito de Oração. Equipe Carta Mensal 15


igreja católica

Ano do Laicato Caríssimos equipistas, em continuidade, conforme nos propusemos, em estudar a missão dos leigos na mística do apaixonamento e seguimento a Jesus Cristo no ano do laicato, enquanto no artigo da Carta Mensal de março estudamos a etimologia da palavra leigo, neste artigo e no próximo estudaremos a contribuição do Papa Pio XII nos dois Congressos mundiais do Laicato ocorridos em Roma: em 14/10/1951 e 5/10/1957. O Papa Pio XII por meio dos dois Discursos, na ocasião do Iº e IIº Congresso Mundial do Apostolado Laical; lançou as bases da compreensão do dever missionário dos leigos na Igreja e no mundo, tornando-se uma fonte indispensável na compreensão da sua missão, evidenciando três aspectos fundamentais do apostolado laical: a) os leigos são a Igreja; b) a Consecratio Mundi como missão específica dos fiéis leigos; c) fortalecimento da Ação Católica. O discurso do Papa Pio XII em 14 de outubro de 1951, na ocasião no Io Congresso Mundial do Apostolado dos Leigos, ressalta a importância deste Apostolado ao longo da história da Igreja: “Todos os fiéis, sem exceção, são membros do corpo místico de Jesus Cristo. Segue-se que a lei da natureza e, mais premente ainda, a lei de Cristo, lhes impõe a obrigação de dar o bom exemplo de uma vida ver16

dadeiramente cristã: “Christi bonus odor sumus Deo in iis qui salvi fiunt, et in iis qui pereunt”. – ‘Somos para Deus o bom odor de Cristo em meio àqueles que são salvos e em meio àqueles que se perdem’ (2Cor 2,15). Todos estão também convocados, e hoje sempre mais intensamente, a pensar na oração e no sacrifício, não somente em suas necessidades privadas, mas ainda nas grandes intenções do reino de Deus no mundo, conforme o espírito do ‘Pater noster’, que o próprio Jesus Cristo nos ensinou”. Na Igreja, sublinha o Papa, há uma tríplice missão: 1) Reavivar o Dom do o Espírito Santo nos fiéis praticantes; 2) Aproximar afastados; 3) Recuperar aqueles que estão distantes da religião. O Papa acha oportuno destacar algumas considerações: todos os fiéis, sem exceção, são membros do corpo de Cristo; logo, há o dever de dar bom exemplo de uma vida verdadeiramente cristã. Todos os fiéis leigos devem empenhar-se na oração e no sacrifício, e devem pensar não somente nas coisas privadas, mas também em promover o reino de Deus no mundo: “O apostolado dos leigos é, portanto, de necessidade indispensável”. Portanto, para o Pontífice o apostolado dos leigos é participação na única missão salvífica da Igreja. Desse modo se compreende a fundaCM 515


mental importância que teve o pensamento do Papa Pio XII sobre a missão dos leigos. “Uma vez que, como todos os fiéis, através do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar para que o anúncio divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o mundo; esta obrigação é tanto mais premente naquelas circunstâncias em que somente através deles os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo”. O Papa Pio XII considera necessária a colaboração dos leigos ao apostolado compreendida como serviço, sobretudo naquele turbulento momento da 2ª Guerra

Mundial, quando constatavam-se a escassez do clero e a divisão do mundo pos-bélico em dois grandes setores ideológicos antagônicos. Tal urgência deveria constituir um chamado de colaboração dos leigos, milícia de Cristo, ao apostolado. Prof. Dr. Pe. Orivaldo Pereira Filho* SCER Região SP Oeste II Província Sul II oriper@yahoo.com.br *Mestre em Missiologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma

Palavra do Papa

Nossas Igrejas sejam de serviço, e não supermercados Vigilância, serviço, gratuidade: são as três palavras que o Papa Francisco ressaltou na homilia da missa matutina na Casa Santa Marta de 24/11/2017. E o fez comentando as duas leituras da Liturgia: a primeira do Livro dos Macabeus; e a segunda do Evangelho de Lucas, ambas com a purificação do Templo como tema. Assim como Judas e seus irmãos reconsagraram o templo profanado pelos pagãos, Jesus expulsa os mercantes da casa do Senhor, transformada de novo em um antro de ladrões. Como se pode purificar o Templo de Deus?, perguntou o Papa, respondendo: “Com a vigilância, o serviço e a gratuidade”. O mais importante templo de Deus é o nosso coração, disse o Papa. “Dentro de nós habita o Espírito Santo. Mas o que acontece no meu coração?”. Aprendi a vigiar dentro de mim para que o meu CM 515

17


coração seja apenas para o Espírito Santo? Purificar o templo, o templo interior, e vigiar. Fique atento, fique atenta: o que acontece no seu coração? Quais são os seus sentimentos, as suas ideias? Você fala com o Espírito Santo? Escuta o Espírito Santo? Vigiar; estar atentos para o que acontece no nosso templo, dentro de nós”. E eu me pergunto: sei custodiar aquele templo? Cuido do templo com o meu serviço? Aproximo-me para ajudar, para vestir, para consolar aqueles que precisam? Purificar, portanto, o templo que são os outros. E quando nós nos preparamos para prestar um serviço, para ajudar, nos assemelhamos a Jesus que está ali dentro. O terceiro comportamento indicado pelo Papa é a gratuidade, que ele explicou assim: Quantas vezes, que tristeza, entramos num templo... Por exemplo, numa paróquia, num episcopado, não sei... Entramos e não sabemos se estamos na casa de Deus ou num supermercado. Uma loja, a lista de preços para os sacramentos... falta gratuidade. Deus nos salvou gratuitamente, não nos cobrou nada”. Igrejas sejam de serviço, gratuitas, assim como foi gratuita a salvação, e não ‘Igrejas de supermercado. Francisco antecipou uma objeção: “É necessário ter dinheiro para manter as estruturas, os sacerdotes, etc...”. E respondeu. “Dá a gratuidade e Deus fará o resto. Deus fará o que falta”. Padre Henri Caffarel também refletiu sobre a importância da vigilância, do serviço e da gratuidade: “No momento em que tantos cristãos já não escutam a Cristo, que são convidados à oração, à vigilância na oração, à oração atuante... e com frequência, entre os melhores, uma abnegação que lhes conduz a uma excessiva fadiga ao serviço das tarefas da Igreja e da cidade são outras tantas causas das desordens que assinalamos. Mas eu creio

18

CM 515


que a anemia da fé é, de longe, a causa principal, ou pelo menos a explicação de sua falta de resistência, às “agressões” procedentes do exterior.1 Tantos jovens pensam que tudo se pode conseguir com a força, com a inteligência ou com o dinheiro! Faltava-lhes descobrir o mundo da gratuidade, que é também o do amor.2 Adaptado da homilia da Missa Matinal da Casa Santa Marta em 24 de novembro de 2017 por

Cristiane e Brito CR Comunicação Externa Super-Região

1 - Pe. Henri Caffarel., Oração Insuficiente, Fé Vacilante. Disponível em Centelhas de sua Mensagem, pág. 115. (2016). 2 - Pe. Henri Caffarel., Presença de Deus, 100 Cartas de Oração, pág. 146. (1980).

Epifania

Dia de Reis A Solenidade da Epifania é a manifestação de Jesus como Filho de Deus e Salvador do mundo. O que nos diz a única fonte evangélica é o que está escrito em Mt 2,1-12. A palavra “mago” (sábio) vem dos caldeus, povo que primeiramente estudou a astronomia no mundo. Discute-se também em que sentido podem ser chamados de “reis”, pois não é possível conhecer a procedência e a localização de seus “reinos”. São Beda, o Venerável (673-735), monge beneditino na Inglaterra, escreveu sobre os Reis Magos. Segundo ele, “Melquior (“meu rei é luz”) tinha setenta anos, cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, na Caldeia. Gaspar (“aquele que vai inspecionar”) era jovem de vinte anos, e teria partido de uma distante região

CM 515

19


montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar (“Deus manifesta o rei”) era mouro, com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico”. O Catecismo diz que: “A epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo… Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação (n. 528). A Igreja interpreta essa visita dos “magos” como o cumprimento da profecia de Davi:

“Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações”. (Sl 71,10-11). Os presentes oferecidos ao Menino Jesus têm um significado importante. Segundo São Beda, Melquior deu ao Menino Jesus ouro, reconhecimento da realeza; Gaspar ofereceu-Lhe incenso, reconhecimento da divindade; Baltasar ofereceu mirra, reconhecimento da humanidade e símbolo de sofrimento. Assim, os “reis magos”, representando os pagãos, reconheciam o Menino Jesus como Rei, Deus e Vítima a ser imolada. Nos “magos” do Oriente o ser humano vai até Cristo para adorá-lo em sua humanidade. Após encontrarem o Menino a estrela desapareceu, pois ela era apenas sinal de onde se encontrava a verdadeira luz que é Jesus. A Liturgia da Epifania tem como tema a luz: “Levanta-te, Jerusalém, porque chegou a tua luz” (Is 60,1). Não há treva no mundo que resista à luz de Cristo. Os “reis magos” buscam a verdade com o coração revestido de humildade e, iluminados pelo Cristo, “voltaram para sua terra por outro caminho” (Mt 2,12). Segundo São João Crisóstomo, os três foram mais tarde batizados pelo Apóstolo São Tomé e trabalharam muito pela expansão da fé. Segundo esta tradição, seus restos são venerados na Catedral de Colônia. Pe. Carlos Evangelista SCE Região Santa Catarina II Província Sul III

20

CM 515


vida no movimento

Orientações para

2018

Super-Região Brasil Ousar o Evangelho:

A Missão do Amor

VER Através do estudo do tema do ano nas reuniões, encontros, etc.

JULGAR Através da prática dos PCE, com ênfase na ESCUTA DA PALAVRA.

AGIR • Buscando a Formação Integral; • Rezando o Terço; • Participando da Peregrinação Espiritual a Fátima; • Orando e pedindo graças pela Canonização do Padre Henri Caffarel.

CM 515

21


Norte

I – Itac

oatiara

-AM

P ROV ÍNCI A

NORT E

Norte I – Maués

Norte II – Belém-PA

Norte III – Juruti-PA

Norte I – Manaus-AM

Norte I – Parintins-AM

22

Norte III – Santarém-PA


Paraíba

São Luis-MA

NORDESTE I

Rio Grande do Norte I

Rio Grande do Norte II

A

a-M

Cord

PROVÍNCIA

a do

Barr

Ceará I

Ceará II

23


iรณ-AL

Mace

NORDE S T E I I

Pernambuco I

Salvador-B

A

P RO V ร NCIA

Itabuna-BA

Itabaiana-SE

Aracaju-SE

24

Pernambuco II


Brasília I

Brasília III-DF

Goiás Cent

CENT RO- OE S T E

ro-GO

P R OV ÍN CI A

Brasília II-DF

Mato Grosso do Sul-MS

Brasília IV-DF

Goiás Sul-GO

25


Rio de Janeiro III-RJ

Rio de Janeiro V-RJ Minas

Gerais

V-MG

Minas Gerais I-M

G

LESTE

Rio de Janeiro I-RJ

P RO V Í NCI A

o II-RJ Rio de Janeir

Rio de Janeiro IV-RJ

Minas Gerais IV-MG

Espírito Santo

Minas Gerais

II-MG

Minas Gerais III-MG

26


São Paulo/

Centro I-S

P

São Paulo/

Capital II-

SP

l II-SP

São Paulo/Su

SUL I

São Paulo/Sul I-SP

São Paulo/Capital I-SP

PROVÍNCIA

São Paulo/Leste II-SP

São Paulo/Leste I-SP

São Paulo/Leste III-SP

São Paulo/Centro II-SP

27


São Paulo/Oeste III-SP

São Paulo/Oe

ste II-SP

S UL I I

São Paulo/Norte I-SP

P RO V Í NCI A

São Paulo/Leste-SP

São Paulo/Nordeste-SP

São Paulo/ Oeste I-SP

28

São Paulo/Norte II-SP


SC I - Criciuma

o Leopoldo

PR Sul - Curitiba

SUL III

Sul II - Sã

RS I - P

orto A

- Londrina

PROVÍNCIA

PR Norte

legre

PR Norte - Um

uarama

SC II - Brusque

29


raízes do movimento

O HOMEM NÃO VIVE SOMENTE DE PÃO...

1

C

omo você julgaria um soldado da Indochina que enfiasse nos bolsos ou no cantil, sem as ler, as cartas de sua esposa? Por mais que ele sustentasse que está unido a ela pelo coração e não por notícias ou declarações de amor, ele não convenceria. Certamente não são as palavras, mesmo as mais amorosas, que realizam a união entre os seres, mas as palavras são ainda o que melhor permitem a nós, espíritos encarnados, entrar em comunhão e fazer comunicação. Pretender que se está unido e negligenciar os meios de expressão e de troca seriam inconsciência ou má-fé, e sempre um sintoma inquietante. Este sintoma inquietante não existiria na sua vida cristã – que está, ou pelo menos deveria estar, em união ao Cristo? Se o Cristo fala, você escuta? Você lê e relê o Evangelho, sua mensagem, para com ele entrar em comunicação? O essencial de uma mensagem, diríamos, é de nos abrir um caminho de compreensão dos sentimentos e pensamentos íntimos de seu autor. É desta forma que você lê o Evangelho? Para além das palavras, das situações, você consegue penetrar o pensamento vivo do Filho de Deus, perceber os batimentos de seu coração eterno, estabelecer relações pessoais com Jesus Cristo? Quem lê frequentemente o Evangelho, não apenas usando a racionalidade, mas abrindo-se espiritualmente, em silêncio interior, não tardará a entrar em comunicação com o Cristo. Um amor, eu diria de homem a homem – não de homem a Deus, nasceria entre ele e Cristo, uma união indestrutível se tece. E isto é vida cristã. Mas tal não acontece de uma vez por todas. É tarefa a ser refeita cotidianamente. Faz-se necessário escutar o Cristo a cada dia, escutar seu diálogo 1 - Editorial do Pe. Henri Caffarel, Carta Mensal n 3, abril de 1953.

30

CM 515


com o Pai e com os homens, demoradamente contemplá-lo andando, orando, se fatigando, chorando, sofrendo. Em resumo, estar atento ao modo de se exprimir, de se doar de Cristo (o que faz por mim pessoalmente, não se deve esquecer o caráter pessoal de sua mensagem; ele se dirige a mim). Deste modo o Evangelho torna-se alimento, precisamente o alimento do qual Cristo nos fala: “O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” Como desejo que cada um de vocês sinta fome sempre que não leia o Evangelho. E porque não experimentar uma boa troca de ideias em equipe, a respeito deste assunto? E tornar regular esta prática na partilha? Creio no valor de um método para firmar na nossa vida práticas que, deixadas ao nosso bel prazer não seriam realizadas, ou no mínimo abandonadas bem depressa. Há pouco tive uma conversa que ilustra muito bem isto que acabei de dizer. Em um lar, o pai, a mãe e os dois filhos mais velhos fazem a leitura diária, durante uma semana, de uma mesma página do Evangelho. No domingo dedicam um tempo a uma partilha: cada um por sua vez, sem ser interrompido ou questionado pelos outros, diz o que a passagem lhe sugeriu, aquilo que foi entendido, em que esclareceu sua vida. Este pôr em comum é de uma riqueza prodigiosa. Eles vêm praticando isso há um ano e meio e falam da experiência com entusiasmo. É bom esclarecer o que é importante nesta prática. Escolhem o texto juntos e procuram um comentário que esclareça seu sentido autêntico. Então cada um, diariamente, faz e repete a leitura, e durante dez minutos, em recolhimento, faz uma “escuta” (emprego a palavra “escuta” intencionalmente, pois não se trata de uma leitura ou meditação raciocinada). Algumas vezes o texto é silencioso, em outras ecoa na alma, nela encontra um eco prolongado, resultando em mudança de comportamento ou resposta a uma dúvida. Após os dez minutos de atenção à Palavra de Deus, anotam resumidamente aquilo que foi descoberto. Por seis dias seguidos retomam a leitura pacientemente, com confiança e perseverança. No domingo, encontram-se. Em clima de oração, repetem a leitura. Após cada parágrafo, comentam o que o texto lhes sugeriu, servindo-se das anotações. No final, o pai de família tenta modestamente extrair o essencial de tudo o que foi colocado em comum. Henry Caffarel Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP

CM 515

31


testemunho

70 anos de sacerdócio! SCE Monsenhor José Carneiro

“Quem é esse que avança como a aurora” e, em seus 96 anos de idade, e 70 anos de sacerdócio, faz maravilhas a todos e em especial a nós, seus equipistas? Monsenhor José Carneiro, ao longo dos 16 anos como sacerdote espiritual da Equipe Nossa Senhora de Fátima, com muito amor e perseverança, nos acompanha, nos dirige e nos molda para a santidade de uma vida conjugal e em família. Fácil aprender, quando aquele que ensina vivencia na prática seus ensinamentos! Sempre com uma parábola na boca expressando o seu coração irmanado com o de Jesus mansamente e humildemente vai nos apontando o caminho. As mãos sempre em prece, os joelhos que não se deixam de dobrar apesar da idade, nos livra da tibieza e do egoísmo e nos im32

pulsiona a fazer o mesmo. De dentro do bolso da batina não só as balinhas que nos adoçam a vida, mas também os santinhos, as novenas e os terços que nunca se cansa de distribuir. Quanta ternura de Deus nesse olhar de Pastor! Quanto aconchego nesse coração manso! O que dizer senão só gratidão a Deus, por termos a honra de conviver na presença desse santo sacerdote e a certeza de que já não é mais José que vive, mas o próprio Cristo que vive em José! Mãezinha de Fátima o abençoe e a todos os sacerdotes espirituais do mundo inteiro, pois muitos ainda não sabem que privilégio é este! Magda e José Rui Eq. N. S. de Fátima Setor Santa Rita do Sapucaí Minas III – Província Leste CM 515


MEIO SÉCULO Incrível! Parece que foi ontem. Pouco tempo para namorar e noivar em virtude da distância geográfica de onde morávamos. Por isso continuamos a namorar ainda hoje. Mas vamos primeiro contar o porquê deste bilhete. Era uma segunda-feira de pleno verão de 1968. Para ser mais preciso no dia 19 de fevereiro. Tínhamos uma missa marcada na Capela da Pontifícia Universidade Católica – PUC de São Paulo. O então Capelão da PUC, Padre Benedito Ulhoa Vieira, que anos depois viria a ser o Arcebispo Metropolitano de Uberaba (MG), é quem iria celebrar a missa, e não queria que houvesse atraso, já que tínhamos solicitado que nosso casamento fosse celebrado durante a missa. Assim às 18:30 horas lá estávamos os dois noivinhos. Duas curiosidades. Primeiro, viemos a saber, anos mais tarde, de que o nosso celebrante era um ardoroso incentivador das Equipes de Nossa Senhora, tendo participado ativamente do Movimento conforme pode-se constatar nas leituras das Cartas Mensais da época. Ele talvez não tenha tocado no assunto conosco porque sabia que iríamos morar em uma fazenda, onde Carlos Eduardo trabalhava, e certamente não teríamos equipes por perto. Como o Carlos Eduardo trabalhava no interior de São Paulo, foi-nos permitido fazer nosso “curso” para noivos em um fim de semana. E aí vem a segunda curiosidade. Pelo que lemos nas Cartas Mensais da época, esses cursos eram dados em São Paulo por casais equipistas. O nosso “curso” foi dado na residência de um casal ainda jovem, com crianças pequenas à solta pela casa, que moravam na Rua Min. Godói (Bairro Água Branca), com frente para o Parque da Água Branca. Infelizmente não CM 515

nos lembramos dos nomes, mas se eles nos lerem aqui, estejam certos de que nesse caso podemos afirmar que deu certo seus ensinamentos (pelo menos em grande parte!). Só temos que agradecer a Deus por tantas bênçãos recebidas no nosso sacramento do Matrimônio, válidas até hoje, após 50 anos do seu recebimento. Nossa vida sempre foi “ativa” no sentido de procurar realizar a nossa pequena parte na construção do Reino entre nós. Nos primeiros anos, na pequenina Nova Europa, cidade vizinha à fazenda onde morávamos, junto aos jovens da comunidade. Depois Cursilho de Cristandade ainda por lá. Tivemos um rápido retorno a São Paulo por motivo de estudos do Carlos Eduardo, onde viemos a conhecer o Encontro de Casais com Cristo. Nem dois anos e nos mudamos para Ribeirão Preto, quando fomos convidados a conhecer o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, com seis anos de casados e três filhos pequenos, sendo o terceiro recém-nascido. A partir dai, nossa vida se confunde com a nossa participação nas equipes. Tanto é que, ao nos mudarmos para Piracicaba, em 1978, em aqui chegando não encontramos o Movimento por aqui. Maria Regina labutou bastante com a ECIR da época, até que nos permitiram, com a devida permissão e bênçãos do nosso querido D. Eduardo Koaik (nosso bis33


po na época mas já falecido), que nos deu todo seu apoio para essa inciativa. E aqui estamos até hoje, graças a Deus. Apesar de nossa inserção e doação ao Movimento, sempre procuramos nos abrir às necessidades daquelas famílias que estão nas “periferias existenciais”, como nos chama tanto a atenção nosso querido Papa Francisco. Hoje, quando fazemos um balanço em nosso Dever de Sentar-se, refletindo sobre nossa vida, podemos melhor avaliar a maravilha dos Pontos Concretos de Esforço na nossa formação como cristãos e como casal. São a nossa bússola a nos informar qual a Vontade de Deus a nosso respeito a cada momento de nossas vidas,

além de nos mostrar como anda a “nossa Verdade”. Dentre os Pontos que mais nos ajudaram nessa caminhada de meio século, cremos que podemos afirmar que, sem dúvidas, o Dever de Sentar-se e a Oração Conjugal foram os que mais impactaram em nossa vivência conjugal. Em resumo, pensamos que valeu a pena construir uma família assim alicerçada, com todos os seus altos e baixos, contando com a nossa equipe de base a nos dar seu apoio, suporte e testemunhos. Magnificat! O Senhor fez por nós maravilhas. Maria Regina e Carlos E.Heise Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP

Leitura da Palavra e Meditação Confiar, verbo que por vezes colocamos em prática, será? Durante a vida, estamos em presença constante de grandes desafios e provações, que como muito bem já se autoexplicam, nos surpreendem. Sempre busquei confiar em Deus e tentarei a seguir realizar um pequeno testemunho. “Há alguns dias, estando em período de férias, estava em casa a noite juntamente com minha esposa e filha e tudo parecia estar tranquilo. Temos em nossa região (Triângulo Mineiro) um clima naturalmente quente e aquela noite não estava diferente e comecei a sentir dores abdominais sem causas ou motivos aparentes e essas dores foram se acentuando o que me levou a buscar ajuda médica, passei a noite no pronto socorro sendo medicado e depois de muita persistência as dores amenizaram. No dia seguinte pela manhã busquei ajuda com um especialista, que já indicou um diagnóstico prévio “apendicite”. Para gran34

de parte das pessoas soa como um quadro “simples”, mas não para quem jamais tivera algum diagnóstico cirúrgico. Após exames o diagnóstico e procedimento confirmado: “cirurgia” A cirurgia marcada e com grande apreensão e nervosismo da minha parte. Somos equipistas há quinze anos e sempre realizamos a oração conjugal, leitura e meditação da Palavra no período matinal antes de iniciar as atividades do dia. Naquele dia, antes da cirurgia não foi diferente e para minha surpresa o salmo do dia era o de número 55, como Deus é compassivo e generoso, pois a partir daquele momento o medo foi embora e a confiança chegou e permaneceu. Cirurgia realizada, sucesso total, recuperação correndo bem. Sabe por quê? Conhece o salmo 55? Não? E no Senhor que eu confio e nada temo! Grey (da Lourdes) Eq.01- Eq. N. S. Aparecida Ituiutaba-MG CM 515


Ser intercessor

e experimentar as misericórdias do Senhor

D

esde o nosso “sim” como intercessores das Equipes de Nossa Senhora de nossa senhora, temos experimentado muitas graças na nossa vida, assim como na vida das pessoas que pediram a nossa intercessão. Então nos questionamos por que a maioria dos equipistas não adere ao grupo dos intercessores, já que todos nós em algum momento de nossas vidas, vamos necessitar das orações uns dos outros. O catecismo da igreja católica refere, que na sua aliança indefectível com os seres vivos, Deus está sempre a chamar os homens para rezarem. Mas é, sobretudo, a partir do nosso pai Abraão, que a oração de intercessão se revela no Antigo Testamento. Quando Deus o chama, Abraão parte “como o Senhor lhe tinha mandado” (Gn12, 4). O seu coração está completamente “submetido à Palavra”: ele obedece! A escuta do coração que se decide em conformidade com Deus é essencial à oração; as palavras têm um valor relativo. Mas a oração de Abraão exprime-se, antes de mais nada, em atos: homem de silêncio, constrói, em cada etapa, um altar ao Senhor. Também podemos constatar que a oração de Moisés é a tocante figura da oração de intercessão, que terá a sua realização no “Mediador único entre Deus e os homens, Cristo Jesus” (1 Tm 2, 5). Também aqui a iniciativa é de Deus! Ele chama Moisés do meio da sarça ardente. Há como que uma imploração divina nesta missão e MoiCM 515

sés, após um longo debate, conformará a sua vontade com a de Deus salvador. Mas, neste diálogo em que Deus se confia, Moisés também aprende a orar; esquiva-se, objecta e, sobretudo, interroga! E é em resposta à sua pergunta que o Senhor lhe confia o seu Nome inefável, o qual se revelará. As escrituras ainda nos mostram como Moisés implorou a Deus para poupar o seu povo, ou como Maria a Jesus na Boda em Caná (Jo 2; 1-11), ou ainda como Paulo pediu orações intercessórias (Rm 15; 30 e Ef 6; 19). Enfim são muitas as situações de intercessão que fortalecem a nossa fé e nossa vida cristã. A partir dessas reflexões, percebemos o quanto nos colocamos como mediadores entre as pessoas que sofrem, necessitada e o Cristo vivo, no momento em que somos intercessores. Agimos com sentimentos de compaixão e misericórdia para com os nossos irmãos, alguns deles nem chegamos a conhecer pessoalmente, e isso se torna para nós milagre e mistério. Na verdade, sentimos o quanto Ele nos ouve e atende com amor. São tantas as respostas maravilhosas que temos experimentado através dos relatos de muitos irmãos. Por isso, finalizamos pedindo que possa você possa experimentar das alegrias de ser intercessor, não perca essa oportunidade de vivenciar as misericórdias de Deus. Izabelle e Cássio Eq. N. S. de Guadalupe Sobral-CE 35


reflexão

A Ceia do Senhor Um ENSINAMENTO e uma HERANÇA!

O ato de lavar os pés dos discípulos é um ensinamento de humildade que liberta os corações da arrogância e da soberba e promove a igualdade. Mostra-nos que o maior deve cuidar dos demais, pois sua força é para servir. O apelo de Jesus, feito de atitude e não de palavra, convida e anima os discípulos a fazerem o mesmo, lavando seus corações de toda vaidade e impelindo-os à doação que possibilita o serviço, à humildade que os aproxima e à simplicidade que sela a união. Mais uma vez, Jesus indica o caminho da simplicidade e da humildade a seus seguidores: um Deus que, esvaziado de sua divindade, serve. Se ajoelha de avental, toma a condição de escravo e lava os pés dos discípulos. Mas estes não lhe compreenderam de imediato. Pedro enfrenta Jesus: “Meus pés não lavarás!” Mas Jesus insiste, e depois de abrir o coração, Pedro percebe que não era apenas água nos pés, mas um ritual de profunda comunhão com Cristo. O reino de Deus é para quem tem 36

coragem de servir ao outro. Uma grande lição e um enorme desafio! Só depois desse gesto aprendido e assimilado, é possível entender e aceitar a herança: seu próprio Corpo e Sangue. Sua presença no Pão e no Vinho consagrados: alimento e bebida que fazem correr em nós a vida divina, animando-nos à generosidade, a cumprir com cada missão assumida. A Eucaristia, instituída naquela última Ceia e presente em cada Santa Missa, é um sinal de unidade entre os cristãos comprometidos a construir um mundo melhor, no seguimento de Cristo. Ela é fonte de equilíbrio nas diferenças, enriquece o serviço e torna possível o caminho, pois dá vida à comunhão, fazendo resplandecer a glória de Deus na própria vida! Que cada equipista seja outro “Pedro”: depois de abrir o coração, não tenha limites para o Amor! Florinda e Celso Antonio Rossoni CRR – Região Paraná Sul Campo Largo-PR CM 515


São José, o esquecido! O nome de José aparece nos Evangelhos de Mateus, Lucas e João e, contudo, é ele o grande esquecido pela Igreja. Também nós, de um Movimento que visa à espiritualidade conjugal, pouco temos nos lembrado do casto esposo de Maria, aquele que personifica o Pai do Céu e torna-se, para Jesus, Sua imagem amorosa. Num belo vitral junto à escadaria que leva à oficina de José, em Nazaré, está retratada a cena de seu casamento. Paulo VI dirá: “Enquanto a união de Adão e Eva foi a fonte do mal que se abriu sobre o mundo, a de José e Maria é a perfeição em que a santidade se reparte sobre a terra”. Pe. Caffarel produziu bela obra sobre o casal: Recebe Maria como tua esposa. Ali se lê que os dois se recebem por amor de Deus e em Deus, pois “cada um ama o outro com toda a força de seu desejo de agradar a Deus” (p. 171). Em 1989, São João Paulo II deu-nos a exortação apostólica “Redemptoris custos” sobre a figura e a missão de São José na vida da Igreja. Diz ele: “Deus confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos, Jesus e Maria, a José. Constituiu-o chefe da Sagrada Família. Seus pedidos junto de Jesus e Maria são como ordens”. De José, “homem justo” (Mt 1,19), os Evangelhos não registraram uma só palavra. Isso levou Claudel a exclamar: “O silêncio é o pai da Palavra”, é aquele que, com a esposa, ensina o Verbo a falar! Dizer que José era “justo”, explica São Jerônimo, significa que ele possuía todas as virtudes. Enquanto os outros santos se assinalaram particularmente um por uma virtude e outro por outra, São José foi perfeito igualmente em todas as virtudes. A alegria, dom do Espírito Santo (cf. Gl 5,22), habitava tanto o coração do bom José que São Bernardino de Sena chegou a afirmar: “Ele foi o homem mais alegre que já existiu”! Como não ser alegre, se é ele “o servo fiel e prudente a quem o Senhor confiou sua família” (cf. Lc 12,42)? CM 515


Santa Margarida de Cortona, que viveu no século XIII, recebia revelações de Jesus. Numa dessas ocasiões, Ele lhe disse: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, peço-te que não deixes passar um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu pai adotivo, São José, porque me é caríssimo”. Santa Teresa d’Ávila incentivava suas monjas: “Experimentem a bondade de São José!” Experimentemos também nós essa bondade, pedindo a Maria que nos introduza no amor e na devoção a ele. E digamos muitas vezes ao dia: Jesus, Maria, José, unindo-nos a esses “três pobres que mudaram o mundo”! Carlos Martendal (viúvo da Cida) Eq. N. S. Auxiliadora Florianópolis-SC

Amar A vocação do Equipista “Um novo preceito eu vos dou: que vos ameis uns aos outros. Assim como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros” (Jo 13,34). A novidade do novo mandamento dado por Jesus não está no amar, uma vez que o amor já fora preceituado há séculos. A novidade trazida por Jesus está na sua vivência sem reticências. E, sobretudo, no modelo a ser seguido. O próprio Jesus. É a sua prática, sem limites, que nos torna discípulos de Cristo. Ele nos manda transformar nossos sentimentos em ações concretas. Sair da teoria e mergulhar de cabeça na prática. Sem distinção ou conveniência. Pertencer a uma ordem ou congregação religiosa, fazer parte de movimentos, pastorais ou grupos, não nos tornam, automaticamente, discípulos de Cristo. Só a prática do amor ao próximo nos imprime esse sinal. “Todos hão de conhecer que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). Passados mais de vinte séculos, a humanidade e, particularmente, nós cristãos católicos, continuamos patinando na vivência do amor. Fechamos os ouvidos para a amplitude do mandamento e o adaptamos às nossas conveniências, quereres 38

CM 515


e vontades. Queremos viver o preceito do amor à nossa maneira, do nosso jeito. O outro, que deveria ser o objeto do nosso amor, como na parábola do bom samaritano, fica fora do foco. Canalizamos o nosso amor para aqueles selecionados criteriosamente. É mais fácil seguir o exemplo do levita e do sacerdote, da parábola citada. Jesus passou a sua vida praticando o amor. Os evangelhos nos mostram o seu agir amoroso e misericordioso, principalmente com os mais fragilizados e necessitados. Zaqueu, a mulher adúltera, a samaritana, Pedro, a mulher cananeia, a viúva de Naim, o cego de Jericó, e tantos outros homens e mulheres, são mostrados como exemplos. Não podemos dizer que amamos a Deus se não o reconhecemos na pessoa do próximo. As primeiras comunidades cristãs eram conhecidas pela vivência do amor. O que nos impede de tentarmos vivenciar o amor fraterno? O amor de Cristo deve ser o parâmetro a ser seguido por todos, especialmente, por nós equipistas, que nos propusemos a amar mais. “Em aliança com Cristo, apoiados na sua Palavra e na oração, anunciemos a fidelidade do nosso amor que, no fundo, é a nossa vocação” (Apresentação do livro tema de 2018). Se o amor é a nossa vocação, o que nos impede de exercitá-lo em todas as esferas do Movimento, na comunidade, na Igreja e no mundo? O amor fraternal deveria ser a marca registrada do equipista, como orienta o Movimento: “ter um coração pleno do Amor de Cristo, tomar conta dos homens e partir para o mundo ao serviço da Igreja” (Carta de Brasília). Glória e Bartolomeu Eq.07A – N. S. Desatadora dos Nós Jaboatão dos Guararapes-PE CM 515

39


As três atitudes A vida cristã percorre um caminho marcado pela adoção de três atitudes: a busca da vontade e do amor de Deus; a busca da verdade; a experiência do encontro e comunhão. Tomando o Evangelho em que Jesus diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6a), pode-se dizer que: o “caminho” expressa a vontade e o amor de Deus para que o homem veja em Jesus o modelo a ser seguido, aquele que conduzirá à vida eterna junto ao Pai; a “verdade” representa o fundamento de uma caminhada pautada pela reflexão serena, apaixonada pela coerência de uma vida moral, pela aceitação do irmão, pela descoberta de si mesmo e pela visão clara do mundo segundo os olhos de Jesus; a “vida” se refere à experiência de viver o encontro e a comunhão, isto é, o transcender de si para dar-se ao cônjuge, ao irmão, sendo Jesus, Ele mesmo, o exemplo, e vendo no irmão o próprio Jesus, fonte da vida eterna. É um modo de Ver (o caminho), Julgar (na verdade) e Agir (na vida). Além do mais, Jesus menciona esses títulos - caminho, verdade e vida – para nos fazer enxergar que são bens obtidos graças a Ele e arremata dizendo: “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,6b). São Tomás de Aquino afirma: “Se procuras um caminho a seguir, segue a Cristo, pois Ele próprio é o caminho. Porque mais vale coxear durante o caminho do que caminhar a passos largos mas fora do caminho”. No Evangelho de João consta: “Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade”(Jo 17,17). E novamente São Tomás de Aquino: “Se procuras onde ficar, fica junto a Cristo porque Ele é, em pessoa, a vida”. As ENS colocam à nossa disposição ferramentas para lançar “mãos à obra”, ou seja, para seguirmos na direção do caminho, da verdade e da vida. Oferecem uma vida em equipe para a troca de experiências, correção fraterna e ajuda mútua. Também oferecem um “roteiro de conduta”, se assim quisermos chamar as orientações de vida apresentadas todo ano na forma, por exemplo, de um Tema para estudar e vivenciar durante cada mês e discuti-lo nas reuniões formais, além de inúmeros encontros de formação. E, por fim, nos propõem os PCE, hábitos a serem despertados visando à espiritualidade conjugal e o caminhar com as três atitudes rumo à santidade. Em cada reunião formal existe um momento propício (a Partilha) para que seja exercitada a ajuda mútua espiritual, dando suporte e deixando transparecer para os outros casais o conjunto das três atitudes cristãs. Deve, no entanto, ficar bem entendido que as três atitudes são posturas do dia a dia, não restritas à Partilha. O relato da vivência dos PCE não se deve fazer com aquele mecanicismo frio e infrutífero de mencionar o sim e o não, mas sim com o apaixonado proceder de mostrar os frutos advindos da prática do seu esforço cristão de caminhar segundo Jesus, na verdade e na vida de comunhão e de amor ao próximo. Elen e Colares, Eq.02 - N. S. Estrela do Mar Fortaleza-CE 40

CM 515


formação

Pilotagem, EEN e Estudo dos Estatutos PILOTAGEM Essa etapa da formação é fundamental e indispensável. A Pilotagem é o período inicial da equipe e visa transmitir aos casais e aos Conselheiros, orientados por um Casal Piloto, os conhecimentos básicos sobre a proposta de vida das Equipes de Nossa Senhora, a sua pedagogia e organização, inserindo os casais na vivência da espiritualidade conjugal. “A formação específica para a espiritualidade conjugal e os métodos fundamentais das ENS são efetuados com a ajuda de um Casal Piloto. É preciso que a pilotagem siga um esquema de base comum a todo o Movimento, a fim de garantir que as ENS, como Movimento supranacional, se desenvolvam sobre as mesmas bases” (A Segunda Inspiração, 92). “... pilotagem é essencialmente um treinamento para os propósitos das Equipes de Nossa Senhora e seus métodos. O ponto comum a todos os casais em pilotagem é sua falta de conhecimento do Movimento e sua maneira de formação” (ERI, janeiro 96). (Manual da formação, p.7) EEN Este encontro deve destinar-se principalmente aos casais das equipes que terminaram a Pilotagem ou que a concluíram há pouco tempo. Durante um final de semana, os casais têm a oportunidade de esclarecer os pontos que ficaram menos claros do método das ENS, adquirindo, ao mesmo tempo, uma visão mais completa do Movimento. CM 515

A realização desses encontros é oportuna, necessária e recomendável para a formação dos casais recém-ingressados no Movimento. Deve ter a participação de cerca de 30 casais, que serão orientados por uma equipe com perfil adequado a esse tipo de formação, sob responsabilidade do Setor, da Região, da Província. O objetivo, além de aprofundar os conteúdos da pilotagem, é fazer perceber, desde logo, aos novos casais, que a vida do equipista transcende a sua Equipe. (Manual da formação, p.8) ESTUDO DO ESTATUTO Os ESTATUTOS foram escritos pelo Padre Caffarel e seus colaboradores em 1947. Em 2017, celebrando os 70 anos da “Carta das Equipes de Nossa Senhora”, foi relançado uma edição única, junto com os Estatutos Canônicos e o Decreto de Reconhecimento do Movimento pela Igreja Católica como uma associação privada internacional de direito pontifício. Também foi contemplado nesta edição o discurso que o Papa Francisco fez aos Casais Responsáveis de Região, Casais Super-Região e Equipe Responsável Internacional de todo o mundo em 2015, O Estudo dos Estatutos é recomendado para os novos casais que ingressam no Movimento e antes de iniciar a Pilotagem, sendo ministrado pelo Casal Piloto em 2 a 4 reuniões. Utilizando o método indutivo, tirando dúvidas, explicando ponto a ponto o CP busca esclarecer a pedagogia do Movimento para alcançar a santidade em casal. 41


Ser Casal Piloto:

Um contínuo aprendizado

V

iver o Movimento faz parte de nossas vidas há 21 anos, tempo esse quase que todo em missão, começando quando fomos eleitos o primeiro Casal Responsável de nossa equipe, depois Casal Ligação, Casal Piloto, Casal Responsável de Setor e Casal Responsável de Região, enfim, uma missão seguida da outra. Mas de todas elas a que mais nos marcou foi a de Casal Piloto. Quando fomos convidados a pilotar uma equipe em Capanema, cidade vizinha a nossa, ficamos um tanto quanto apreensivos e preocupados, nunca tínhamos ido a Capanema e seria nossa primeira pilotagem. Demos nosso sim, e fomos. Chegando lá para a reunião de informação, ainda preocupados, percebemos imediatamente que o medo e a preocupação diante da nova missão são momentos insignificantes diante de tudo de bom que Deus tem para nós, pois algo nos marcou profundamente. Quando chegamos em frente ao salão de encontros da paróquia, olhamos e lemos em letras bem grandes na entrada do salão: “VEM E SEGUE-ME”, o mesmo nome de nossos cadernos verdes de pilotagem. Foi para nós como se Deus estivesse nos perguntando: Ainda estão com dúvidas e medos? Nesta mesma noite, ao retornarmos para casa entre meia noite e uma hora da manhã, tivemos ainda mais uma resposta para que nossas apreensões fossem superadas. Ao entramos em casa ouvimos um barulho estranho vindo de nosso quarto, um gatinho que entrou sem sabermos por onde, pulou na estante e dos muitos livros que lá estavam, ele derrubou apenas a coleção de nossos cadernos verdes de pilotagem, ficando todos os dez espalhados pelo chão do quarto como um tapete e para onde olhávamos líamos: “Vem e Segue-me. A partir daí, não tivemos mais dúvidas, olhamos um para o outro e dissemos: É, somos nós mesmos, não tem jeito de voltar atrás....” que nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não em virtude das nossas obras, mas por causa da sua própria determinação e graça. Essa graça nos foi dada em Cristo Jesus desde os tempos eternos (2 Timóteo 1: 9). Hoje estamos pilotando mais uma equipe, não tanto apreensivos, mas felizes com a grandeza que o Movimento nos proporciona de sempre ser um novo aprendizado para nós, rever em detalhes os Estatutos do Movimento, todos os capítulos do Vem e Segue-me e por fim trabalhar com eles a renovação dos compromissos no EEN (Encontro de Equipes Novas) e ouvi-los dizer: Pronto, agora não somos mais equipes novas, já somos equipes velhas. Enfim muito gratificante, especialmente pelas belas amizades que ficam quando se conclui uma pilotagem, pela oportunidade de um contínuo aprendizado e de passarmos para esses casais um pouco do que é o nosso Movimento sua mística e seu carisma. Às equipes que pilotamos e estamos pilotando nosso carinhoso abraço. Edna e Sebastião Eq.07 – N. S. de Guadalupe Castanhal-RN 42

CM 515


serviços nas ENS

Casal Responsável pela Comunicação Externa da Super-Região Brasil A responsabilidade do Casal Responsável pela Comunicação Externa da Super-Região Brasil é confiada a um casal convidado pelo Casal Responsável da Super-Região Brasil e faz parte da Equipe de Apoio. O serviço é denominado de Comunicação Externa porque já existe a cadeia de comunicação interna, a ligação, que vem da criação do nosso Movimento:

Quando as primeiras equipes foram se multiplicando, a primeira preocupação foi a de criar entre elas um laço de união e o mesmo espírito de fraternidade que animava cada uma. Eram precisos laços humanos, muito mais do que laços burocráticos. E criaram-se então os Casais Ligação1. Desta forma a comunicação do Super-Região Brasil não se sobrepõe ao Espírito da Ligação entre as diversas instâncias de responsabilidade do Movimento, daí o nome Comunicação Externa. O Casal Responsável da Comunicação Externa tem a missão de gerenciar o website das Equipes de Nossa Senhora, gerenciar páginas da Super-Região Brasil no Facebook e Instagram. Gerencia e abastece também a página do Facebook destinada a divulgar a vida e obra do Padre Henri Caffarel como suporte à sua Causa de Canonização. Outra missão do casal é representar as Equipes de Nossa Senhora na Comissão de Vida e Família da CNBB (Pastoral Familiar) participando das assembleias e congressos e em outros eventos nacionais e internacionais ligados à família.

1 - O Espírito e as grandes linhas do Movimento, pág 43, 2012

CM 515

43


“Eu e minha casa serviremos ao Senhor” Por que não servir? Mas por que eu, Senhor? Com tantos casais neste Movimento, vieste bater justo na minha porta? São inúmeras as questões que sempre nos colocamos quando fomos chamados a servir no nosso querido Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Pois a cada missão assumida temos a mais plena certeza de que somos nós que mais aprendemos a servir, nós crescemos e ganhamos, ganhamos muito quando nos dispomos a trabalhar para o reino de Deus. Sempre falamos SIM ao serviço, desde que entramos nas equipes, servindo como CL, CRS, CRR, e o susto maior quando fomos chamados para Casal Responsável pela Comunicação Externa. Não somos profissionais da área, como iremos servir a este Movimento nesta dimensão? Enfim, após muita oração, seguindo o exemplo de Maria, e acreditando que Deus não chama os capacitados e sim capacita os escolhidos, nunca tivemos coragem de dizer não ao Movimento que sempre nos ajudou muito, demos nosso SIM. E se este chamado foi feito a nós, em casal, Deus tinha um propósito para nós, e tínhamos que estar abertos para entendê-lo e dar o nosso “tudo” para cumpri-lo da melhor forma possível, dar o nosso melhor para servir cada casal equipista deste nosso imenso e tão diverso país. “Sim” de coração, “Sim” com alegria, “Sim” com disponibilidade, “Sim” com responsabilidade, fundamentando na oração, pedindo sempre a Deus muita luz do 44

Espírito Santo para nos guiar. Certamente junto à oração procuramos estudar e aprender qual o objetivo da Igreja com a Comunicação e vimos que pior do que a falta de informação é a informação errada, é a iniciativa de se comunicar sem o conhecimento necessário, é contaminar seus irmãos com a falta de conhecimento e com as falsas notícias, principalmente em tempos em que a informação anda à velocidade da luz. Procuramos também entender qual a necessidade do Movimento em relação a Comunicação e percebemos a importância da formação e conhecimento de nossos livros e documentos, pois só se ama, respeita e ensina aquilo que se conhece. A transitoriedade da responsabilidade no nosso Movimento necessita ser apoiada por uma formação contínua das bases. Vimos também a contribuição que a Comunicação pode dar à unidade do Movimento em um país continental como o nosso de modo que não pode haver equipes, isoladas sem acompanhamento. Ao longo destes quatro anos de serviço fomos aprendendo a exercer essa missão a que fomos chamados.

Cristiane e Brito CR Comunicação Externa Super-Região CM 515


notícias ANIVERSÁRIO DE EQUIPE 50 anos Eq. N. S. das Graças 8/12/2017 Guaratinguetá-SP

25 anos Eq. N. S. da Rosa Mística 3/3/2018 Louveira-SP

50 anos Eq. N. S. Aparecida 8/3/2018 Mogi das Cruzes-SP

BODAS DE PRATA

Marilza e Geraldo 9/1/2018 Eq. N. S. de Nazaré Rio de Janeiro-RJ CM 515

Rosa e Elias 6/2/2018 Eq. N. S. da Glória Rio de Janeiro-RJ 45


Flávia e Márcio 9/1/2018 Eq. N. S. da Medalha Milagrosa Brasília-DF

Cláudia e Rômulo 5/9/2017 Eq. N. S. de Fátima Natal-RN

BODAS DE OURO

46

Lucy e Orney 3/2/2018 Eq. N. S. Aparecida Nova Friburgo-RJ

Leda e Antônio Carlos 2/12/2017 Eq. N. S. Auxiliadora São Paulo-SP

Maria Lúcia e Ernane 14/1/2018 Eq. N. S. Aparecida Rio de Janeiro-RJ

Sônia e Welles 11/2/2018 Eq. N. S. da Glória Brasília-DF CM 515


Idalina e Carlos 9/12/2017 Eq. N. S. Mater Salvatoris São Carlos-SP

Maria Aparecida e Mário 27/4/2018 Eq. N. S. do Bom Conselho Espírito Santo do Dourado-MG

Maria Regina e Carlos E. Heise 19/2/2018 Eq. N.S. do Rosário Piracicaba-SP

BODAS DE DIAMANTE

VOLTA AO PAI Moacir Jr. (da Rosana) Em 15/12/2017 Integrava a Eq. N. S. do Sim Bauru-SP

Adir e Waldir Em 26/12/2017 Eq. N. S. da Anunciação Brasília-DF CM 515

Daniel (da Adriana) Em 28/12/2017 Integrava a Eq. N. S. Aparecida Guaratinguetá-SP 47


dicas de leitura

Estatutos (“CARTA”)

das Equipes de Nossa Senhora 32 páginas No ano de 2017 completamos 70 anos de lançamento da “Carta” ou Estatutos das Equipes de Nossa Senhora, como costumamos nomear aqui no Brasil. Trata-se pois de um relançamento atualizado em uma única edição comemorativo englobando os Estatutos das Equipes de Nossa Senhora, Os Estatutos Canônicos (edição atualizada em 2014) e o Decreto de Reconhecimento, pela Igreja Católica, do Movimento como uma associação privada internacional de direito pontifício. Adicionalmente foi acrescentado o importante discurso do Papa Francisco aos Casais Responsáveis Regionais de todo o mundo reunidos em Roma em setembro de 2015. Pe. Caffarel em editorial publicado no Brasil em junho de 1963 nos alertava: “Entrar para as Equipes de Nossa Senhora é perigoso”. E ele mesmo refletia: o antídoto para o perigo se encontra nos próprios Estatutos.

Preço: R$ 4,00 (com frete incluso) 48

PALESTRAS E CONFERÊNCIAS

PE. CAFFAREL 72 páginas

O Pe. Henri Caffarel esteve no Brasil em três ocasiões – 1957, 1962 e 1972 – e em cada uma delas deixou um rastro profundo, marcante e cheio de sabedoria registrado em palestras e conferências, as quais estão sendo reproduzidas neste pequeno e valioso livro que, entre outros, tem como objetivo melhor divulgar o pensamento de nosso fundador. São três textos abordando “A Ecclesia”, “A Missão Apostólica do Casal” e “Testamento Espiritual” organizados de forma simplificada, fácil leitura e reduzido número de páginas, permitindo ainda ser meditado individualmente, em casal e/ou em equipe.

(Preço: R$ 7,00 (com frete incluso)

Estes 2 títulos podem ser adquiridos no site do Movimento (ens.org.br) CM 514


MEDITANDO EM EQUIPE

Saindo porque enviados

A palavra de Deus (Lc 10,1-9)

Depois disso, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e mandou-os, dois a dois, a sua frente, a todas as cidades e lugares aonde ele pensava ir. Dizia-lhes: “A messe é grande, mas os operários são poucos; por isso, rogai ao Senhor da messe que mande mais operários para sua messe. Ide! Eu vos envio como cordeiros no meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias; e não saudeis ninguém pelo caminho. Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa!’ E se lá houver quem ame a paz, vossa paz ficará com ele; do contrário, ela voltará a vós. Ficai nesta mesma casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o operário merece seu salário. Não fiqueis andando de uma casa para outra. Em toda cidade em que entrardes e fordes bem recebidos, comei o que vos for servido, curai os doentes que lá houver e dizei-lhes: ‘Chegou para vós o Reino de Deus’.”

Reflexão

– O casal, como casal, é enviado por Jesus para levar a outros a vida nova. – Vocês são capazes de sair de seu ninho cômodo para procurar quem precisa de ajuda, mesmo desconhecidos? – Aceitam partilhar com outros, dando e recebendo, os dons do amor conjugal? – Qual foi sua mais recente saída em missão? Qual foi o resultado? – E a próxima? Qual a proposta de Jesus para vocês?

Oração espontânea

– Agradeçam porque Jesus os chamou. – Perguntem o que ele quer de vocês agora. – Peçam ajuda para sair em missão.

Oração litúrgica (Do Salmo 64) (Deus abençoa nossa missão, como a bênção da chuva que faz renascer a terra) – A vós se deve o louvor, ó Deus, a vós a promessa se cumpra em Jerusalém. – ...Feliz quem escolheis e atraís para vós, para morar em vossos átrios. – Queremos saciar-nos com os bens de vossa casa, com a santidade de vosso templo. – Com os prodígios de vossa justiça, vós nos respondeis, ó Deus, nossa salvação... – Firmais os montes com vossa força, cingido de poder.

...Visitais a terra e regais, enchendo-a com vossas riquezas. – ...Assim preparais a terra: irrigais seus sulcos, aplanais os torrões, com as chuvas abrandais a terra e abençoais seus germes... – Gotejam os pastos do deserto e as colinas se revestem de júbilo. – Os prados se cobrem de rebanhos, douram-se os vales com o trigo, tudo canta e vibra de alegria.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


DIA NACIONAL DE ORAÇÃO PELA CAUSA DE CANONIZAÇÃO

19 de abril Dia da Ordenação do Pe. Caffarel Façamos cada um de nós pessoalmente, em casal, nas nossas Equipes, nos nossos setores um momento especial de oração pedindo a Deus que apresse o dia em que a Igreja há de proclamar a Santidade da vida do nosso fundador.

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.