ENS - Carta Mensal 516 - Maio 2018

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Ano LVIII • maio • 2018 • no 516

CARTA

Corpus Christi Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo

Maternidade, antídoto contra o desamor

Pentecostes

o Sopro de Deus


Í

N

D

I

Super-Região 02 Maternidade, antídoto contra o desamor! 03 Vamos Arriscar! 04 “Fica conosco, Senhor” 06 Corpus Christi 07 A oração como encontro 09 Henri Caffarel, o homem e sua missão 12 Colóquio sobre Padre Caffarel 14 O Rosário Mistério de Cristo, “Mistério” do homem

17 19 21 22

E

Raízes do Movimento

01 Editorial

C

31

EJNS 33 Você sabe como funcionam as Equipes

de Jovens de Nossa Senhora (EJNS)?

Testemunho 34 As Bênçãos do Terço Mariano 35

Igreja Católica

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Ano do Laicato Palavra do Papa Ascensão: A “despedida” que se torna presença permanente do Senhor Pentecostes: O Sopro (impulso) de Deus à missão da Igreja

Vida no Movimento 24 Província Norte 24 Província Nordeste I 25 Província Nordeste II 26 Província Centro-Oeste 27 Província Leste 27 Província Sul I 29 Província Sul II 30 Província Sul III

Em Oração com Maria

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em Comunidade Discípulos e Missionários na Missão do Amor

Reflexão O que levou Nossa Senhora a servir Santa Isabel? Diálogo Conjugal ou Dever de Sentar-Se Mística que dá tempero e sabor

Partilha e PCE 39 Quinze Minutos com Deus Formação 40 Reunião de Equipe 41 Casamento, sacramento do dia a dia 42 Tema de Estudo Serviços nas ENS 44 Carta Mensal 45 Notícias 48 Dicas de Leitura

Carta Mensal

n o 516 • maio • 2018

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Fotos: Capa, p. 3 e 37: cans stock photo - p. 2, 8, 35, 39, 42 alto: Pixabay - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi e Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta edição: 27.800 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Equipes de Nossa Senhora


editorial Queridos irmãos equipistas, Que alegria podermos celebrar este Mês de Maio, Mês de Nossa Senhora e dedicado a todas as mães. Especialmente em Maio, celebramos com mais fé e devoção nosso amor à esta grande mulher que foi Maria, nas diversas formas de Nossa Senhora, reforçando que a dedicação, confiança e devoção são as chaves para nos tornarmos mães, equipistas e seres humanos melhores. O Dia das Mães está sendo comemorado em nossa revista com belos artigos e orações. Nesta terceira edição do ano damos continuidade a história do Padre Caffarel, aos acontecimentos do Colóquio a ele dedicado e ainda os artigos sobre o ano do Laicato. Não percam! Também nesta Carta, destaca-se o artigo sobre a Ascensão do Senhor, “despedida” que se torna presença permanente. Não menos importante, Pentecostes também tem seu espaço. Estamos muito próximos do Encontro Internacional que ocorrerá em Fátima, Portugal no mês de Julho. Muitos irmãos equipistas estão trabalhando para que tudo fique muito bem preparado para acolher os mais de 9000 equipistas e SCE que participarão deste evento. E nós podemos participar rezando por eles, pelo encontro. A meditação dos mistérios da dor está aqui para ajudar-nos. Por fim, as oito Províncias da nossa Super-Região trazem um pouco do que tem vivido para que possamos participar de cada pedacinho do nosso imenso Movimento. Parabéns mamães! Que Nossa Senhora as acolha sob vosso manto. Abraços,

Tema 2018: “A MISSÃO DO AMOR”

CM 516

Fernanda e Martini CR Carta Mensal

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super-região

Maternidade,

antídoto contra o desamor!

N

ão é novidade alguma constatar que estamos vivendo num mundo marcado pelo individualismo, egoísmo, apatia, frieza, desesperança. Bastaria pouco tempo de reflexão para facilmente acrescentarmos tantos outros adjetivos pejorativos aos acima enumerados. Constatar a falência de nossa sociedade é fácil. O que é difícil de encontrar é alguém que aponte um modelo para superar essa realidade. Por ocasião do Dia Mundial da Paz de 2017, o Papa Francisco, em sua homilia, proferiu belíssimas palavras a esse respeito e propôs um modelo: nossas mães! São elas particularmente lembradas nesse mês de maio e por isso gostaria de rever as palavras do Santo Padre: “As mães são o antídoto mais forte contra as nossas tendências individualistas e egoístas, contra os nossos isolamentos e apatias. Uma sociedade sem mães seria não apenas uma sociedade fria, mas também uma sociedade que perdeu o coração, que perdeu o ‘sabor de família’. Uma sociedade sem mães seria uma sociedade sem piedade, com lugar apenas para o cálculo e a especulação. Com efeito as mães, mesmo nos momentos piores, sabem testemunhar a ternura, a dedicação incondicional, a força da esperança”. Notem que percep-

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ção, ele aponta para as nossas mães como antídoto da sociedade atual. O Papa consegue, com as belíssimas palavras acima, explicitar que o Dia das Mães não é somente uma ocasião de especulação comercial, embora isso aconteça. Também não é uma celebração restrita ao âmbito emotivo. Essa data pode ser ocasião para o reconhecimento do valor de algumas mulheres que, pela vivência a maternidade, portam valores que a sociedade necessita para curar-se. Elas são antídotos, significa que podem eliminar o veneno que mata nossa sociedade. Para que não fique somente em belas palavras o Papa ainda explica como isso acontece na prática. Afirma que as mães experimentam uma existência marcada pelo amor genuíno. Papa Francisco propõe esse amor como modelo para a sociedade. Assim ele explica seu raciocínio: “Aprendi muito com as mães que, tendo os filhos na prisão ou estendidos numa cama de hospital ou subjugados pela escravidão da droga, esteja frio ou calor, faça chuva ou sol, não desistem e continuam a lutar para lhes dar o melhor; ou com as mães que, nos campos de refugiados ou até no meio da guerra, conseguem abraçar e sustentar, sem hesitação, o sofrimento dos seus filhos. Mães que dão, literalmente, CM 516


a vida para que nenhum dos filhos se perca. Onde estiver a mãe, há unidade, há sentido de pertença: pertença de filhos”. Desejar Feliz Dia das Mães às jovens ou idosas senhoras é, em última instância, desejar que a sociedade descubra no seu exemplo o remédio para um mundo doente! Que o seu testemunho de amor contagie todas

as gentes eliminando o ódio e a falta de esperança. Feliz seremos se soubermos aproveitar o exemplo. Feliz Dia das Mães. Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região

Vamos Arriscar!

Múltiplas são as tentações, a que nos vemos expostos, cada um de nós conhece as dificuldades que deve enfrentar no dia a dia, e muitas vozes, aproveitando-se da amargura e da incerteza, só sabem semear a desconfiança, cujo fruto é apatia e resignação. Estes sentimentos são como demônios que paralisam nossa alma. Muitas vezes contentamo-nos com pouco: basta a saúde, algum dinheiro e um pouco de divertimento... Podemos nos perguntar:- sabemos olhar para o céu, sonhar, fazer aliança com Deus, esperar sua novidade, ou deixamo-nos levar pela vida como uma folha seca pelo vento? Vamos PARAR um pouco, deixar o corre-corre sem sentido que enche a alma de amargura sentindo que nunca se chega a parte alguma, vive-se de forma acelerada, que dispersa, e acaba por destruir o tempo da família, da amizade, dos filhos, dos

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avós, da gratuidade... o tempo de Deus. Vamos PARAR com esta necessidade de aparecer, mostrar-se constantemente em “vitrina”, esquecendo o valor da intimidade e do recolhimento. PARAR diante do vazio do instantâneo e efêmero que nos priva das raízes, dos laços, dos valores. PARAR com o ruído que atordoa e nos faz esquecer a força fecunda e criativa do silêncio. PARAR com a autocomiseração, com o fechamento em si mesmo, que faz esquecer de ir ao encontro dos outros. Vamos PARAR com o olhar altivo, o comentário ligeiro e desdenhoso, que nasce de ter esquecido a ternura, a compaixão com os outros, principalmente os vulneráveis, feridos e até imersos no pecado. PARAR com a ânsia de controlar tudo, saber tudo.

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Vamos OLHAR os sinais que mantêm viva a chama da fé e da esperança, os rostos que contêm a ternura e a bondade de Deus, que estão e agem no meio de nós. Vamos OLHAR o rosto das nossas famílias, que fazem um grande esforço para avançar na vida, e fazem de sua casa uma escola de amor, apesar das dificuldades e privações. Vamos OLHAR os rostos das nossas crianças e jovens, carregados de amanhã e esperança, frutos vivos do amor e da vida, cheios de potencialidades que exigem dedicação e salvaguarda, pois conseguem abrir caminho apesar dos nossos cálculos mesquinhos e egoístas. Vamos OLHAR os rostos dos idosos, quanta experiência e sabedoria, que nos mostram afinal que precisamos de tão pouco para sermos felizes. Vamos OLHAR os rostos dos doentes e de quantos deles se ocupam, que na sua vulnerabilidade e no seu serviço, nos lembram o valor de cada pessoa.

Vamos OLHAR os rostos arrependidos de muitos que procuram remediar seus erros e disparates, e lutam para serem melhores. Vamos ARRISCAR, voltar à nossa fonte, sair à procura de DEUS, pois ELE deixa-se encontrar por quem O busca. É preciso perder o medo, e entrar em jogo, perder a preguiça de não pedir, nem esperar mais nada desta vida. Mas é preciso ARRISCAR, e vale a pena porque, ao encontrarmos os braços ansiosos e estendidos do PAI, rico em misericórdia,ternura e amor que nos espera, encontramo-nos a nós mesmos! (cf. Ef 2,4).

Hermelinda e Arturo CR Super-Região

“Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29)

Neste ano somos convidados a sair em Missão, mas o convite é para amar mais o nosso irmão. Por isso o Movimento nos convida a sermos missionários com Amor, nos presenteando com o livro tema “A Missão do Amor”. No 3º capítulo do tema do ano somos chamados a testemunhar o nosso Sacramento do Matrimônio. “Sendo Matrimônio”, reconhecendo a nossa vocação, agradecendo a Deus o projeto 4

que Ele tem para cada um de nós, cristãos casados, a assumirmos o nosso matrimônio neste mundo de hoje, “em que a instituição do matrimônio está em crise, e onde a realidade de cada dia não nos ajuda a viver nossa vocação” (Misericórdia et Misera 14). Para permanecermos fiéis à nossa vocação inicial e caminharmos contra todos os apelos, necessidades e facilidades que o mundo nos oferece, precisamos estar unidos em oração. CM 516


O texto bíblico (Tb 8,4-9) relata o casamento de Tobias e Sara. Devemos nos espelhar nesse casal, que passou por dificuldades como todos nós, mas usou de uma arma poderosa que é a Oração Conjugal. Por muitas vezes o casal Tobias e Sara entregou-se ao Senhor, mantendo-se firmes, mesmo diante de grandes dificuldades. É através da oração conjugal que o Senhor se manifesta e nos ajuda a superar as dificuldades e sofrimentos que acompanham nossa caminhada matrimonial. Nas Equipes de Nossa Senhora temos os PCE, que são os meios pelos quais conseguiremos passar por dificuldades e testemunhar o amor de Deus em nosso matrimônio, nossa família. “Eles nos preparam para sair em missão, mais unidos, mais abertos a seu chamado e com maior esperança”(Álvaro y Mercedes, III Encontro HispanoAmericano, setembro 2016). Papa Francisco em seu discurso dirigido às Equipes de Nossa Senhora ressalta mais uma vez a importância dos PCE em nossa caminhada de casais. “Penso em particular na Oração Conjugal e na Oração Familiar, bela e necessária tradição que sempre portou a fé e sustentou a esperança dos Cristãos, desgraçadamente abandonada em muitas regiões do mundo.” Temos então uma grande responsabilidade em nossa sociedade. Temos o dever de mostrar ao mundo que vivenciar o Sacramento do Matrimônio é a melhor forma de testemunhar o amor de CM 516 515

Deus por nós. Mas nada acontece em um passe de mágica. Os PCE são os meios utilizados, mas não esqueçamos: eles são “concretos” e de “esforço”, por isso a necessidade de estarmos todos os dias pedindo a Deus a graça de bem realizá-los, para que juntos possamos transformar o mundo de hoje em “um lugar no qual ninguém se sinta sozinho, e no qual possamos ser partícipes da mesma obra criadora e fecunda de Deus.” (A Missão do Amor, p. 50).

Vanessa e Rômulo CRP Nordeste I 5


Corpus Christi “Graças e Louvores sejam dados a todo o momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!” Com esta expressão de louvor, celebramos o dia do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta solenidade vivida na retomada do Tempo Comum, insere-nos, sempre mais, na dinâmica do mistério da vida, morte e ressurreição do Filho de Deus, como fiéis-cristãos batizados. O ato de Jesus na Última Ceia, quando ergueu o Cálice e o Vinho naquele ritual celebrado anualmente na conhecida “Ceia dos Judeus”, “A Páscoa Judaica”, rememorava a liberdade do povo hebreu saído do Egito rumo à terra prometida; e, erguendo o terceiro Cálice de Vinho e partindo o Pão como “presidente” daquele culto – que Ele desejou viver com seus Apóstolos – deu a si próprio como alimento de vida eterna, e pediu para que fizessem sempre o mesmo ato em “sua memória”. Não uma memória passiva, mas uma memória afetiva e efetiva no compromisso vital da comunhão com todos os homens e mulheres que participam da “Ceia Eucarística” como aquele dia memorável da sua instituição, na unidade de espírito que incrementa a fé e faz a todos nós assumirmos aquele título, que em “Antioquia” foi usado pela primeira vez: “Cristãos!”. A Igreja fundada no Espírito Santo, e alimentada pelo Corpo e Sangue de Cristo, nos convida a selarmos, com este preciosíssimo sangue, o 6

nosso ser, firmando uma aliança, com o Cordeiro de Deus. Santo Tomás de Aquino falando daquele precioso e admirável banquete, nos diz que “ninguém seria capaz de expressar a suavidade deste sacramento; nele se pode saborear a doçura espiritual em sua própria fonte; e torna-se presente a memória daquele imenso e inefável amor que Cristo demonstrou para conosco em sua paixão”. O nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora, alimentado desta fonte riquíssima de amor, A Eucaristia, eleva a Deus todo o seu louvor, neste dia dedicado ao Corpo e Sangue de Cristo, e deseja que todos os Casais Equipistas vivam a experiência do contato pessoal com Jesus, que nos espera encerrado no Sacrário; e, na celebração da Santa Missa, contemplando aquele gesto de Jesus repetido pelo Sacerdote, possamos nos ofertar no Cálice e na Patena do Sacrifício do Altar, a fim de vivermos a união com o Senhor da nossa vida e da nossa história. Feliz Solenidade do Corpo e Sangue de Jesus. Pe. Fábio José Costa, SCEP Nordeste I CM 516 515


A ORAÇÃO COMO ENCONTRO Deus colocou dentro do coração de cada pessoa um grande tesouro, de valor incalculável, frequentemente, no entanto as pessoas jogam fora a chave que dá acesso a este tesouro, a este jardim secreto que todos possuímos. A oração é a chave que nos permite ter acesso a este lugar. É o caminho que nos conduz a este jardim secreto, cujas riquezas são: Bondade, Ternura, Paciência, Compaixão, Amor, Coragem, Fé. Na oração dá-se o verdadeiro encontro do homem com Deus, ela não deve ser apenas piedosa, mas verdadeira, pois ao rezarmos estamos diante de alguém que sabe tudo sobre nós. E o mais importante, cada um de nós pode descobrir o seu modo próprio de rezar e de realizar em sua vida a experiência de Deus. Lembrando que cada pessoa é única e também única é sua forma de se encontrar com Deus. Mas algumas pessoas que trilharam bem de perto este caminho, e se aprofundaram no encontro com Deus através da oração, nos deixaram alguns exemplos, alguns passos, alguns exercícios, que podem nos ajudar a tornar a nossa oração mais autêntica, mais profunda. Por exemplo, quando você espera uma visita, precisa estar em casa para recebê-la. Deus que vem ao seu encontro precisa encontrá-lo em casa, como diziam os padres do deserto já desde o ano 300 depois de Cristo: Se eu não estou em casa, também Deus não pode me encontrar. Estar em casa é não fazer da oração uma fuga de si mesmo. É tomar consciência de que não somos perfeitos, que temos qualidades, defeitos. CM 516 515

Estar em casa é se colocar inteiramente diante de Deus, sem máscaras, sem querer enganar a Deus. Aqui começa o seu verdadeiro encontro com Deus. Deus é o pai misericordioso, que nos olha com profundo Amor, e o seu olhar de amor é irresistível, faz brotar no coração humano um profundo desejo de ser uma pessoa melhor. Existem várias maneiras de se rezar, podemos citar algumas: Algumas pessoas preferem a oração da recitação do terço, podemos dizer que a recitação do terço é muito querida por Deus, por ser geralmente a oração dos mais humildes, e que a repetição contínua desta oração vai moldando nossa alma. Outras pessoas preferem a oração espontânea, quando criam um diálogo próprio com Deus, sem utilizarem as conhecidas formas de orações. E quem pensa que esta é uma forma moderna de rezar se engana, os padres do deserto já ensinavam aos monges a rezar assim. A esquecer todas as formalidades e conversar com Deus como se faz com um grande amigo, com quem podemos expressar nossas verdades mais profundas. Podemos conversar com Deus, falando do que nos aflige, do que nos alegra, das pessoas que contam com nossas orações. O mais importante é você ter consciência de que não poderá enganar a Deus com palavras bonitas. Deus não quer palavras bonitas, mas profundas e verdadeiras. Temos também a oração orante da Bíblia, os quatro degraus: ler, meditar, rezar, contemplar. Os salmos são 7


especialmente belos para estes momentos. Ajudam-nos a expressar nossos sentimentos, suplicando, agradecendo, louvando a Deus, exatamente porque foram escritos para expressar situações concretas, sofrimento por causa de uma situação difícil, uma doença, uma acusação injusta, alegria pela intervenção de Deus, pela criação do universo, pela bondade de Deus que perdoa. Enfim, as leituras bíblicas podem se fazer oração em todos os momentos de nossa vida. A questão, no entanto, continua a mesma, não posso ler apenas com os olhos, preciso ler com toda minha alma, para que a palavra de Deus encontre em mim um terreno fértil e se transforme em vida. Temos ainda a oração silenciosa. Santa Tereza D’Ávila fala da oração como um exercício espiritual, no qual é preciso muita humildade e perseverança. E quando a pessoa persevera na oração, chega um momento em que a sua intimidade com Deus é tão forte, tão profunda, que as palavras se fazem desnecessárias. É estar com Deus e isto basta. Pessoas que viveram e alcançaram momentos assim, profundos desta união com Deus, tornaram-se extremamente humanas, é só lembrar: Madre Tereza de Calcutá, Francisco de Assis, São João Paulo II, a Virgem Maria. Deus tem suas “artimanhas” e quando o homem se aproxima d’ele, totalmente 8

despojado, Ele lhe faz tomar consciência e enxergar com muito mais clareza tudo que está ao seu redor. É aqui que a oração como Encontro com Deus lança o Homem de volta ao encontro dos irmãos: é como se seus olhos se abrissem e seu coração não pudesse mais olhar a dor dos seus semelhantes e seguir como se nada tivesse visto. Como também não pode deixar de perceber a beleza da criação e das criaturas de Deus. E que apesar das injustiças existentes no mundo, acima de tudo reina o amor e que ele triunfará, porque o bem é mais forte que o mal, pois vem de Deus, fonte do amor. A oração é tão bela, por que será que as pessoas desistem tão facilmente de rezar? Porque nós temos o velho hábito de querer conseguir tudo imediatamente. E todas as coisas de real valor, são conseguidas com sacrifício, humildade, paciência e perseverança. Santa Tereza D’Ávila, diz que a grande tentação de uma pessoa que começa a crescer na vida de oração é deixar de rezar. E a única solução é voltar a rezar. A lei da oração é esta: “Quanto mais rezo, mais tenho vontade de rezar”. Pessoas que rezam irradiam paz. E esta paz elas levam para onde vão. Você não precisa dizer que é uma pessoa de oração, pois ela irradia, através do seu olhar, de suas palavras, de suas atitudes, de sua vida. Reze, creia, você é um milagre de Deus. Maria Goretti e Moacir Casal Intercessor Nacional intercessao@ens.org.br CM 516


Henri Caffarel, o homem e sua missão 3. Padre Caffarel a grande época criadora 1939-1949 Após 1939 já se encontram documentos que testemunham a vida de Padre Henri Caffarel, que até então havia estado na Ação Católica exercendo um apostolado por meio de retiros. Acontece neste ano a reunião de um primeiro grupo de jovens casais que irá orientá-lo para o que viria a ser sua obra máxima. Esta obra que Padre Caffarel criou para os casais não surgiu do nada; apareceu num meio favorável. Desde o início do século XX, vozes se levantaram para exaltar o casamento cristão, numa época em que os casados eram considerados cristãos de segunda categoria. Em 1939 Henri Caffarel é procurado por uma mulher para aconselhar-se sobre sua vida conjugal. Ele sugere que o marido ouça os mesmos conselhos. Eles têm amigos recém-casados. Por que não se beneficiarem eles também CM 516

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Paris, década de 40

com o mesmo conselho sacerdotal? Pe. Caffarel concorda: “Procuremos juntos”, foi sua resposta. E em 25 de fevereiro de 1939, no apartamento de um deles, em Paris, reuniu-se em torno de Pe. Caffarel o primeiro grupo de quatro casais. No relatório dessa primeira reunião há numerosas interrogações sobre o amor humano, o casamento, a vida espiritual a dois. Abrem-se pistas que irão requerer anos de exploração e que são ainda atuais. Mas, estas atividades são brutalmente interrompidas pela declaração de guerra em setembro e Pe. Caffarel vai para o front. Grupos nascem em meio às dificuldades da guerra. Em julho de 1940, Pe. Caffarel, de volta a Paris, é enviado para a paróquia de Santo Agostinho, onde, 10

como vigário, tinha uma tarefa muito absorvente, e com a sua presença grupos de casais se reconstituem aos poucos, não obstante a ausência de alguns maridos, prisioneiros na Alemanha. Estes grupos reúnem-se uma vez por mês para estudar um tema, com respostas por escrito. Nesse período de 1941-1942 a reflexão, conforme os grupos, versa sobre o amor conjugal, o sacramento do matrimônio, a missão do homem e da mulher, a Virgem Maria. A oração, presente desde o início, passa a ter um lugar maior; às vezes, noites inteiras lhes eram dedicadas, quando se trata de implorar ao Senhor por alguém ameaçado ou deportado pela guerra. Em 1942, cresce o número de grupos em Paris. Para eles, mas também para um horizonte mais amplo de casais cristãos, Pe. Caffarel lança um boletim de publicação irregular: Lettre à de Jeunes Foyers (Carta aos Jovens Casais). Outra criação importante de Pe. Caffarel é uma revista dedicada à espiritualidade conjugal e familiar: l´Anneau d´Or (O Anel de Ouro); é Pe. Caffarel quem assegura a unidade da equipe redacional, determina a orientação da revista e geralmente é o autor do editorial. A revista e os Grupos estão muito ligados; a publicação incluía um ensinamento para um “pôr em comum” de experiências e uma oração. A revista ultrapassa os limites da França, alcançando o Líbano, Luxemburgo, Inglaterra, Suíça, Canadá e Estados Unidos. CM 516


“Devemos cuidar e purificar sempre a fonte do rio. Esta é a razão do porquê estarmos aqui.” Conclusão da primeira Reunião dos quatro casais e Caffarel,1939.

Pe. Caffarel cria e investe nos casais do Grupo Accueil (acolhida) que constituem grupos de novos casais que desejam entrar para os Grupos de Nossa Senhora. Mesmo durante o período de extrema dificuldade por causa da guerra e as muitas atribuições de Pe. Caffarel, ele busca sempre o aperfeiçoamento dos grupos e teve muitas iniciativas em favor da oração. Exemplos não faltam: a instauração de um dia mensal de oração, lançamento de peregrinações e por fim a instituição do “Auxílio Mútuo”, tanto material como espiritual.

Em 25 de dezembro de 1945 Pe. Caffarel inicia uma série de editoriais e esse primeiro merece ser transcrito, já que exprime com força CM 516

e concisão a ambição espiritual dele para com os grupos: “Caros amigos, eis um ano novo. Que ele seja bom para o seu lar. Oro por vocês. Que em suas casas Deus seja o primeiro a ser procurado, o primeiro a ser amado, o primeiro a ser servido. Amem-se: quando a caridade cresce em seu lar, ela cresce também na Igreja da qual é uma célula viva. Amem-se. Sejam felizes: o Senhor aguarda este louvor, e os que os cercam esse testemunho. Façam reparação por todos os inumeráveis casais nos quais o amor se apaga e que fecham as suas portas ao Cristo. Rezem pelas viúvas, cujo sacrifício é uma fonte de vida para a sua família. Ajudem-me. Que Nossa Senhora seja para vocês uma Mãe honrada e querida”. Paris, na festividade da Natividade do Senhor. E a história continuará... Fontes: - “Henri Caffarel. Um Homem Arrebatado por Deus”, Jean Allemand. Tradução de Gerard François Duchêne e Monique Duchêne – Equipes de Nossa Senhora/1997. - “Padre Caffarel, Centelhas de sua Mensagem”, Super-Região HispanoAmérica (ENS da Colômbia), tradução da Super-Região Brasil – Equipes de Nossa Senhora/2009.

Paulo José (da Yara), Salma e Paulo Eq. 01B - N. S. da Esperança São José dos Campos-SP 11


Colóquio sobre Padre Caffarel (Colóquio Internacional – 8 e 9 de dezembro de 2017)

Na manhã do segundo dia o Colóquio aprofundou o tema “Henri Caffarel, Mestre de Oração e Conselheiro Espiritual”. Esta sessão começou com uma belíssima reflexão sobre a oração feita por Jacques Gauthier, do Canadá, ensaísta, poeta, conferencista, foi professor de Teologia. Jacques publicou uma dúzia de livros sobre a oração, entre os quais Henri Caffarel, Maître d’Oraison. Fomos convidados a fazer silêncio e ele começou com uma pequena oração. Nessa sua reflexão ele reforça um dos pontos mais importantes deixados pelo Pe. Caffarel: o seu apelo profundo a uma vida de oração. Relembra que em 1966, o Pe. Caffarel abre em Troussures uma Casa de Oração. 12

O conferencista mostra todo o empenho do Pe. Caffarel para tornar a oração interior conhecida e levar as pessoas à sua prática. A oração é o tema de muitas das obras do Pe. Caffarel e ele diz de si próprio: “Na minha vida, devo tudo à oração.” Ele quis e quer levar cada homem a um encontro diário com Cristo: a oração é uma necessidade vital para todos. O conferencista menciona cinco características da oração: 1. reconhecer a presença de Deus, 2. um encontro com Cristo, 3. uma relação de amor, 4. uma experiência do coração e 5. um ato eclesial. CM 516


Ele dá também cinco conselhos para bem realizá-la:

gostava muito de usar para falar da oração. Nada de insípido, de meloso, mas uma paz, uma estabilidade e uma força emanavam dele.”

1. querer orar, 2. fixar um tempo diário para a oração,

Em um Caderno sobre a Oração, de 1978, Pe. Caffarel escreve: ”Quando você rezar deseje tomar consciência que você é da Igreja e está na Igreja.”

3. começar corretamente a oração (gestos e preces iniciais – vejam o capítulo 9 “Orientar a oração” em Presença de Deus – 100 Cartas sobre a Oração; 2015, ENS, p. 24),

Quase ao fim de sua palestra, e fora do texto preparado, Jacques Gautier dá ”um puxão de orelha” em alguns equipistas: ”Para mim era natural que as Equipes de Nossa Senhora vivessem da Oração Interior1. Ela faz parte da Carta de vocês. [Mas ouvi dizer que] muitos a deixam de lado. Ora, isso não é bom, isso não é bom. Tem aí algo que não vai bem. Vocês podem deixar outras coisas, mas não a Oração Interior. Ela é a base, ela é a fonte, ela é a raiz. Se vocês cortarem isso, vocês vão secar. Torna-se um movimento social... nós precisamos de um movimento místico. Nós precisamos de santos, de santidade. A Oração Interior, ela fabrica santos.”

4. a importância da postura do corpo para viver bem o momento de oração (o corpo como um aliado da oração), 5. unir-se à oração viva que Jesus continua a dirigir ao Pai. Copiamos aqui alguns momentos de sua conferência: ”Eu gostaria simplesmente de realçar a maneira como o Pe. Caffarel rezava... A maneira que ele rezava era muito bonita, o Pe. Caffarel inteiro está nela. Sentado em seu banquinho de oração, o corpo e a cabeça bem retos, os olhos na maior parte das vezes fechados, as mãos largamente abertas sobre os joelhos, perfeitamente imóvel, todo recolhido, todo presente a Deus, a Deus presente no mais íntimo dele mesmo, nada mais contava. Dir-se-ia que ele era ao mesmo tempo acolhida e oferenda. Mantendo-se diante do Senhor e seu Deus como um lençol esticado ao sol, imagem que ele

Continuaremos na Carta Mensal de junho/julho com a segunda apresentação dessa manhã, com o título O casal, as Equipes de Nossa Senhora e o Conselheiro Espiritual”.

Vicélia e Magalhães CR da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel no Brasil

1 - Trata-se do PCE que no Brasil denominamos Meditação.

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O ROSÁRIO

MISTÉRIO DE CRISTO, “MISTÉRIO” DO HOMEM

Meditação dos mistérios da dor 1º Mistério - Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras (Lc. 22, 39-53) Ao mergulharmos na dor de Jesus no jardim das oliveiras, vemos Jesus que se afasta para rezar e ouvimos suas palavras aos discípulos: “Vigiai e orai” . Também em 13 de maio de 1917, na Aparição de Nossa Senhora aos pastorzinhos Lúcia (10 anos), Francisco (9 anos) e Jacinta (7 anos), em Fátima-Portugal, a Virgem Maria lhes fala: “Filhinhos, rezai o terço todos os dias”. Os acontecimentos mundiais da época faziam prever a história: de um lado o progresso material e uma enorme decadência de costumes. De outro lado, guerras e conflitos sociais terríveis. Como mãe amorosa, quis a Virgem Maria defender seus filhos e por isso desce do céu e vem ao mundo indicar meios de salvação: a conversão e a recitação do rosário. É neste contexto mundial de hoje também de guerras e lutas que somos convidados a voltar o nosso coração para Fátima, e ouvir novamente o convite da mãe: Filhinhos, rezai o rosário, pedindo para a humanidade o bem mais precioso: a paz! Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 14

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2º Mistério - Flagelação de Jesus (Lc 23,14-18) Os soldados romanos despojaram Jesus, amarraram-no a uma coluna e começaram a açoitá-lo. No sudário em Turim, os especialistas encontraram cerca de 120 impressões de golpes contra Jesus. A Virgem Maria acompanhou a dor de seu filho e acompanha com olhos de mãe a dor da humanidade. Segundo descrições de Lúcia, quando perguntado como era a mãe de Deus, ela diz: “Uma senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz.” Que esta luz que emana da Virgem Maria possa também iluminar os nossos caminhos, das nossas famílias e das nossas equipes. E que a peregrinação das ENS ao santuário de Fátima seja um sinal de luz também para toda a humanidade. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

3º Mistério - Jesus é coroado de espinhos (Jo 19, 2-3) A realeza do Cristo, Rei do céu e da terra, transformou-se em humilhação, mas daquele abismo a coroa de espinhos deixava entrever o triunfo de Cristo Rei. Ainda hoje a coroa de espinhos é venerada todas as primeiras sextas-feiras do mês e nas sextas-feiras da Quaresma na Igreja de Notre Dame-Paris (carta intercessores 157, pg. 5). Em meio à aflição do mundo Deus envia a sua luz, conforme relata Lúcia sobre a mãe de Deus: “A luz que dela emanava penetrava em nosso peito e no mais íntimo de nossa alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus.” E a pequena Jacinta apenas consegue suspirar: “Ai que Senhora tão bonita! Ai que Senhora tão bonita!” A Virgem Maria mãe de Deus e nossa mãe produz em quem a evoca e pede auxílio uma impressão de paz, de serenidade, de alegria radiante, de leveza e liberdade. É o que buscamos, Senhora, ouvi a nossa prece! Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... CM 516

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4º Mistério - Jesus carrega a cruz ao calvário (Mt. 27,31) Pai Eterno, através da paixão do seu Filho amado, você quis revelar seu coração e dar-nos a sua misericórdia. Fazei com que, unidos a Maria, sua mãe e nossa mãe, nós saibamos receber e sempre manter o dom do amor. Com ela, Mãe de Misericórdia, apresentamos e elevamos a ti as orações por nós e por toda a humanidade, para que a graça desta Via Crucis possa juntar-se a cada coração humano e infundi-lo com uma nova esperança. Essa esperança inabalável que irradia da cruz de Jesus, que vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo para todo o sempre. Amém. ORAÇÃO DO PAPA FRANCISCO NA CRUZ DE 25 DE MARÇO DE 2016 Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... 5º Mistério - Crucificação e morte de Jesus (Jo 19,23-27) Quão despedaçado o coração da Mãe, que acompanhou seu filho até o Calvário e permaneceu com ele de pé junto à Cruz! Maria foi testemunha ocular da morte de Jesus, que declara sua vontade suprema: confia a sua mãe ao discípulo bem-amado e através dele sua Igreja e a humanidade inteira. Oh mãe querida, que hoje invocamos sob o título de Nossa Senhora de Fátima, voltai para nós seu olhar amoroso, inundai nossa alma com sua luz de amor, para que possamos compreender os mistérios de nossas vidas. Invocamos tua bênção para nossa peregrinação a Fátima e que na tua luz possamos viver com fidelidade a missão do amor. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... Reza-se o Agradecimento; Salve Rainha. Sinal da Cruz. Goretti e Moacir Casal Intercessor Nacional intercessao@ens.org.br 16

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igreja católica

Ano do Laicato Caríssimos equipistas, primeiramente não esqueçais, jamais, que vós sois o prolongamento dos braços do Padre Caffarel, segundo a missão que o Espírito Santo iniciou no coração dele. Enquanto no artigo anterior foi tratado especificamente do primeiro Congresso Mundial do Laicato, neste artigo do mês de maio abordaremos o segundo Congresso, que realizou-se em Roma no dia 5 de Outubro de 1957. O Papa Pio XII (Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli) deu abertura ao Congresso com discurso inaugural intitulado: “Os leigos na crise do mundo moderno - responsabilidade e formação”. Nesse discurso, Papa Pacelli declara que é dever de cada batizado, portanto de cada leigo, empenhar-se na difusão do Reino de Deus e na evangelização. Segundo o Pontífice, várias são as esferas da vida pública, que são quase inatingíveis aos sacerdotes: aos leigos, ao contrário, são atingíveis. Ainda durante o discurso, o Papa Pio XII afirma que o apostolado é um dever imposto a todo aquele que a CM 516

Graça Divina, por meio do batismo, elegeu cidadão do céu; reconhece o papel dos leigos na ação evangelizadora; admite os leigos como colaboradores na edificação do corpo místico de Cristo, pois, para ele, a evangelização não compete somente ao clero ou aos religiosos, mas também a todos aqueles que foram incorporados à Igreja de Cristo por meio do batismo, cada um segundo a própria condição. Na eclesiologia pré-conciliar, o leigo foi considerado uma ponte entre a Igreja e o mundo, no sentido em que age no mundo por meio de um mandato da hierarquia. Contudo, após o Concílio Vaticano II, o leigo é considerado Igreja no mundo. Esta concepção, sancionada, formalmente, no Concílio Vaticano II, encontra-se antecipada no magistério de Pio XII, o qual sustenta, com clarividência, que o leigo é a Igreja, constituindo-se, junto com a hierarquia, a comunidade dos fiéis. Tal pertença à comunidade cristã motiva os leigos ao empenho apostólico: “Os fiéis e, mais precisamente, os leigos se encontram na linha mais avançada da vida da Igreja, pois por eles a Igreja 17


é o princípio vital da sociedade humana. Portanto, os leigos devem ter consciência cada vez mais clara, não somente de pertencer à Igreja, mas de ser a Igreja; isto é, a comunidade dos fiéis sobre a terra sob o guia da máxima autoridade comum, o Papa, e os Bispos em comunhão com ele. Eles são a Igreja” (Papa Pio XII). Papa Pacelli define a obra do laicato organizada como uma colaboração à mesma missão da Igreja, na qual o fim último é a salvação das almas. Ele afirma que os âmbitos temporais são reservados ao apostolado dos leigos, os quais podem melhor atuar em relação ao clero. O Papa Pio XII, em ocasião do supracitado II Congresso Mundial do Apostolado dos Leigos, sublinha que, independentemente do pequeno número dos sacerdotes, as relações entre a Igreja e o mundo exigem a intervenção do apostolado laical. A consecratio mundi é, no essencial, obra dos próprios leigos, ou seja, missão específica deles na Igreja. Para compreender a expressão consacratio mundi (consagração do mundo), usada pelo Pontífice durante o seu discurso no II Congresso Mundial dos Leigos, torna-se necessário examiná-la. Portanto, analisemos os significados dos três termos: consagração, mundo e leigos, pois eles são plenos de significados e não são sempre usados em sentido unívoco. Importante notar que, por consagração, não se entende, na concepção do Papa, separação de alguma coisa profana, para reservá-la, exclusivamente ou particularmente, à divindade, mas, sim, em 18

sentido mais amplo, como restabelecimento de uma relação com Deus, seguindo a própria natureza da obra criada, em outras palavras, retorno à vontade do Criador, segundo a ordem para a qual foi criada. Por mundo compreendemos, à luz do pensamento do Papa Pio XII, o complexo de valores naturais, positivos, que são de ordem temporal, ou seja, a inteira família humana no contexto de todas aquelas realidades, na qual essa vive. O termo leigo, segundo o pensamento do Papa Pacelli, traduz o fiel pertencente ao Povo de Deus, distinto da hierarquia, o qual tem como missão a santificação da ordem temporal. A partir das proposições magisteriais de Pio XII, se evidencia que a missão dos leigos não pode ser reduzida à passividade. De fato, o Pontífice, por várias vezes, faz referência à cooperação dos leigos, os quais, como parte do Corpo Místico, devem sentir-se ativos na obra missionária de anunciar o Reino de Deus ao mundo. A consecratio mundi é a missão própria e específica dos fiéis leigos, na edificação da Igreja por meio da ordem temporal. Prof. Dr. Pe. Orivaldo Pereira Filho* SCER Região SP Oeste II Província Sul II oriper@yahoo.com.br *Mestre em Missiologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma

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Palavra do Papa Adorar em silêncio Ir em frente, no caminho em subida, rumo à oração de adoração, com a memória no coração da eleição e da aliança. Este foi o convite que o Papa Francisco fez na homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta em 5 de fevereiro de 2018. A reflexão partiu da Primeira Leitura do dia (1Re 8,1-7.9-13), na qual se narra que o rei Salomão convoca o povo para subir ao Templo, para fazer entrar a arca da aliança do Senhor. Um caminho em subida que, portanto, nem sempre é fácil. Uma subida para levar a aliança, durante a qual o povo carregava consigo a própria história, a memória da eleição. Então, introduziram a arca no santuário, e assim que os sacerdotes saíram do lugar santo, a nuvem encheu o templo do Senhor. Então o povo entrou em adoração: dos sacrifícios que faziam no caminho em subida ao silêncio, à humilhação da adoração. Tantas vezes penso - disse o Papa - que nós não ensinamos o nosso povo a adorar: Sim, os ensinamos a rezar, a cantar, a louvar a Deus, mas a adorar... A oração de adoração, esta que nos prostra sem nos CM 516

prostrar: a prostração da adoração nos dá nobreza e grandeza. E aproveito, hoje, vocês, com tantos párocos de recente nomeação, para dizer: ensinem o povo a adorar em silêncio, adorar”. A exortação do Papa é, portanto, para aprender, a partir de agora, aquilo que faremos no Céu: a oração de adoração. Mas somente podemos chegar lá com a memória de termos sido eleitos, de ter dentro do coração uma promessa que nos impele a seguir e com a aliança nas mãos e no coração. E sempre em caminho: caminho difícil, caminho em subida, mas em caminho rumo à adoração. O Papa, ao concluir, convida a adorar em silêncio, com toda a história que trazemos, e pedir: Escuta e perdoa: Nos fará bem hoje, tomar um pouco de tempo em oração, com a memória de nosso caminho, a memória das graças recebidas, a memória da eleição, da promessa, da aliança, e procurar se elevar, rumo à adoração, e em meio à adoração, com muita humildade, dizer somente esta pequena oração: “Escuta e perdoa”. 19


Gérard e Marie-Christine de Roberty fizeram um testemunho no Primeiro Colóquio sobre a vida e obra do Padre Henri Caffarel2 em 2010 e assim colocaram: “Nossa descoberta da oração interior começa durante nosso primeiro encontro com o Pe. Caffarel. Jovens equipistas, nós nos encontramos no Palácio dos Esportes de Saint-Ouen para uma reunião dos responsáveis de equipe em 1980. Durante sua intervenção Pe. Caffarel disse: Permitam-me convidá-los insistentemente a não passar ao lado da prática da oração; A alma tem necessidades tão urgentes quanto o corpo, escrevia Paul Claudel. Não é um luxo reservado a uma elite. A alma precisa orar como precisamos comer, respirar e dormir. Nossa decisão foi tomada: iremos para uma semana de oração em Troussures. Logo na acolhida do Pe. Caffarel relembram suas palavras: Gostaria, caros amigos, que ao iniciarem a oração, vocês tivessem sempre a forte convicção de serem esperados: esperados pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, esperados na Família trinitária. Onde seu lugar está pronto: lembrem-se, com efeito, o que Cristo disse:’Vou preparar um lugar para vocês’. Vocês objetariam talvez que ele falava do céu. É verdade. Mas a oração, justamente, é o céu, pelo menos o que é sua realidade essencial: a presença de Deus, o amor de Deus, a acolhida de Deus ao seu filho. O Senhor nos espera sempre.

E continua Pe. Caffarel nas suas conferências: Desejo com toda a amizade que tenho por vocês que sejam convencidos da urgência de fazer a oração interior, pois eu tenho a firme convicção de que Deus os espera, diariamente, para se fazer conhecer e enriquecê-los com seus dons. Mas a oração interior é também uma ciência e uma arte que requerem aprendizagem. Por falta dessa compreensão, tantos cristãos, tantos membros das Equipes de Nossa Senhora abandonam, no dia seguinte de suas primeiras tentativas. Entristecedor! Em resposta a essa interrogação de Cristo perguntando se eles também querem deixá-lo, os apóstolos respondem espontaneamente: A quem iríamos? Neste ano de 2018 o PCE a ser enfatizado é a Escuta da Palavra que é a porta para a Oração Interior (ou Meditação), que era tão cara ao Pe. Caffarel e como o Papa Francisco nos exorta em sua homilia. Reflitamos onde está em nossa escala de prioridades diária esse momento em que Cristo nos espera, reflitamos qual nosso esforço para esse aprendizado para a prática da oração e adoração. Adaptado da homilia da Missa Matinal da Casa Santa Marta de 5 de fevereiro de 2018 por

Cristiane e Brito CR Comunicação Externa Super-Região

2 - Agnès Walch, “O Padre Caffarel das Equipes de Nossa Senhora à Casa de Oração 1903-1996”, p. 205-211, 2010.

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ASCENSÃO: A “despedida” que se torna presença permanente do Senhor A riqueza litúrgica da nossa Igreja nos proporciona, a cada ano, vivenciarmos a solenidade da Ascensão do Senhor. Celebrar o “retorno” de Jesus para o Pai é senti-lo eternamente presente na vida das pessoas e sobretudo da comunidade cristã. Ele não se afastou, pelo contrário, estabeleceu sua morada em nosso meio. Prova disso, é a ação redentora e propulsora do Espírito Santo: “Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e a Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1,8). Olhando o texto bíblico, temos a certeza de que a Ascensão do Senhor não foi um acontecimento isolado ou uma despedida como muitas vezes a interpretamos. Ela tornou-se um marco fundamental na história e na vida daqueles que decidiram abraçar a fé no Cristo Ressuscitado; pois, foi justamente no retorno de Jesus ao Pai que veio até nós o Espírito Santo. “Eis que eu enviarei sobre vocês o que meu Pai me prometeu. Portanto, fiquem na cidade, até serem revestidos da força do Alto” (Lc 24,49). Fica evidente que a presença do Jesus histórico/humano, que antes da ressureição sentia compaixão, tocava nas pessoas, passava fazendo bem, livrando-as de todos os tipos de doenças e enfermidades; com a Ascensão do Senhor e o envio do Espírito Santo, essa presença real/física traduz-se na vida e no testemunho daqueles que abraçara com radicalidade o seguimento a Jesus Cristo. Desta forma, contemplar, participar e celebrar a Ascensão do Senhor são assumir a missão deixada por Jesus à sua Igreja: CM 516

“Então o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado para o céu e sentou-se à direita de Deus. E eles partiram e pregaram por toda parte” (Mc 16,19-20). Este relato bíblico mostra como Jesus era organizado e atento ao repassar as orientações para seus discípulos. Ele não queria que alguém ficasse desorientado. Da mesma forma, o nosso Movimento tem se esforçado para que todo equipista, a partir da Escuta e Meditação da Palavra, possa assumir sua missão na Igreja e no mundo. Deste modo, a partir das Orientações das ENS-20018: A Missão do Amor e o aprofundamento da Escuta da Palavra, procuremos no dia a dia nos configurarmos a Cristo para darmos testemunho do amor misericordioso do Pai. A oração da coleta do dia da Ascensão do Senhor já nos aponta para isto: “Ó Deus todo poderoso, a Ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros do seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória”. Portanto, a Ascensão de Jesus é uma preparação e antecipação da glorificação também de cada cristão que O segue fielmente. Deixemo-nos conduzir pelo Espírito Santo que é criador e criativo. Que Deus nos abençoe em nossa missão. Pe. Agnaldo C. Oliveira SCE da Região MA/PI 21


Pentecostes:

Tiziano Vercelli (ca. 1488/90-1576)

O Sopro (impulso) de Deus à missão da Igreja

Pentecoste, literalmente, significa “Quinquagésimo”, que é aplicado ao Quinquagésimo dia após a festa da Páscoa (Paixão, Morte e Ressurreição de Senhor Jesus). Liturgicamente o Tempo Pascal, na realidade, se estende por todo esse período de cinquenta dias. Originalmente na cultura judaica, era a “Festa da Colheita” (Ex. 23.16) ou “Festa das Semanas” (Ex. 34.22). Após o Exílio, veio a ser a grande festa do judaísmo, quando todos os judeus eram obrigados a se reunir em Jerusalém, a fim de cultuar a 22

Deus e cumprir os preceitos rituais judaicos (Atos 20,16). Para o cristianismo, Pentecoste significa o dia em que o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, tornando-a Corpo místico de Cristo. Recordamos, então, segundo o evangelista João, quando diz: “E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para estar convosco para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita em vós e estará convosco todos os CM 516


dias até o fim dos tempos.” (Jo 14,15). Assim sendo, ao ser exaltado à destra de Deus, Jesus Cristo se tornou cabeça da Igreja, e esta o seu Corpo. O Espírito foi dado, em ato único e irrepetível de amor, procedendo do Pai pelo Filho, para encher deste mesmo amor a sua Igreja que somos nós. Em Pentecostes (no fim das sete semanas pascais) se realiza a efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: de sua plenitude, Cristo Senhor que derrama em profusão o Espírito Divino (Segunda Pessoa da Santíssima Trindade). Nesse dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade (CAT 731), pois mais uma vez Deus se revela manifestando seu poder na vida da Igreja. No dia de Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito Santo inaugura um tempo novo na “dispensação do mistério” (CAT 1076). Sendo assim para os cristãos, o Pentecostes significa o dia em que o Espírito Santo foi derramado para abrir a inteligência e fazer compreender todo o Ensinamento do Divino Mestre, impulsionando seus discípulos e discípulas à missão de anunciar a Boa Nova do Reino com destemor e ardor missionário, auxiliados pela força renovadora dos dons espirituais; defendidos pela ação portentosa do Paráclito (Espírito Consolador). No tempo de Jesus muitos judeus moravam em outros países, mas eles visitavam Jerusalém para ceCM 516

lebrar o Pentecostes, assim nos fala São Lucas, autor dos Atos dos Apóstolos, em sua narração da vinda do Espírito Santo em Atos 2, 1-5. Para tanto essa Festa Litúrgica é também uma reunião dos novos filhos e filhas do Reino instaurado por Jesus Cristo na Terra, os quais são convocados para a vivência da mais nova “civilização do Amor”, que promova a paz e unidade entre todos os irmãos, mesmo que sejam de etnias, raças, línguas e culturas diversas. O Espírito é, portanto, a Alma da Igreja que anima e dinamiza a Ação, a Oração e Missão do seu povo santo que a compõe, o qual se coloca em saída para levar a todos e todas o anúncio das Verdades ensinadas por Jesus Cristo. As fraquezas e pecados dos homens e mulheres deste mundo não podem ser e não é empecilho para um “novo pentecostes” que continuamente acontece no seio da Igreja. Deixemo-nos, portanto, contaminar, impulsionar pela inspiração desse Sopro de vida. Façamos de nossas vidas, famílias, comunidades e do mundo canais desobstruídos do Sopro de Deus que nos impulsiona aos quatro cantos da Terra. Pe. Antoniel Batista dos Santos SCER - Região Paraíba 23


Vida no Movimento PROVÍNCIA

NORTE

ENS EM SALINÓPOLIS

No dia 10 de março de 2018, o CRP Norte, Marilena e Jesus, junto com o Colegiado da Região Norte II, foram ao encontro das 5 Equipes de Salinópolis, foi um momento de alegria e fraternidade, essas equipes fazem parte do Setor Capanema, Região Norte II. Salinópolis é um município do Estado do Pará, e as Equipes de Nossa Senhora existem por lá desde 02/02/1992, são casais entusiasmados e perseverantes. Foi um encontro

PROVÍNCIA

cheio de belos testemunhos, e tivemos a oportunidade de conhecer os casais que com seu amor e dedicação buscam viver o Movimento com grande espírito de pertença. Salinópolis é um município com praias de grande beleza, e que foi enfeitada com o amor dos Casais das Equipes de Nossa Senhora. É a Província Norte vivendo a MISSÃO DO AMOR. Marilena e Jesus CRP Norte

NOR DES TE I

EEN – REGIÃO MA/PI

Nos dias 25 e 26 de novembro de 2017 aconteceu, no Setor São Luís Região MA/PI, o nosso EEN, realizado na Casa de Orações e Retiro “Oásis” com a participação de 38 casais e um SCE, 24

Pe. Agnaldo. Constatamos a riqueza desta formação, pois presenciamos nos participantes a alegria de fazerem parte do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, observamos durante o desenCM 516


rolar das atividades o crescimento e o testemunho que cada casal partilhou, agradecemos a Deus por esta oportunidade e continuamos pedindo a intercessão de Maria e ao Pe. Caffarel, para que estes casais continuem perseverantes, e a Equipe Formadora, que não mediu esforços para que todos tivessem um bom Encontro.

PROVÍNCI A

O EEN é uma oportunidade para intensificar o período inicial de formação e principalmente para reafirmar o nosso Carisma, e que somos chamados à santidade através da vivência do sacramento do Matrimônio. Rizalva e Dídimo CRR Maranhão-PI

NO RD ES TE I I

CRESCER NO AMOR - REGIÃO ALAGOAS

Diz o Senhor “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2,18), assim, seguindo as palavras das escrituras em consonância com as diretrizes das Equipes de Nossa Senhora, abraçamos na Região Alagoas o Projeto CRESCER no AMOR, projeto que nos chama a servir a nossa Igreja e no qual as ENS estão inseridas. Com a incondicional ajuda dos nossos casais acompanhadores e nossos SCE que se dedicaram em mostrar para estes casais a importância do CM 516

Sacramento do Matrimônio, iniciado em uma evangelização a caminho da santidade conjugal. Este projeto foi abraçado pelos Setores A e B da cidade de Arapiraca e o Setor Tapera que compõe a cidade de São José da Tapera e Pão de Açúcar da nossa Região Alagoas. Com a graça de Deus este projeto já gerou frutos onde tivemos 5 casamentos ocorridos na cidade de São José da Tapera em 10/03/2018 e teremos outros 11 casamentos já 25


confirmados para dia 06/05/2018 na cidade de Pão de Açúcar/AL. Na cidade de Arapiraca os Setores

PROVÍN CI A

A e B já realizaram 23 casamentos sendo um casamento em 28/12/17, um casamento em 26/01/18, 11 casamentos em 28/01/18, 9 casamentos em 03/02/18 e a confirmação de mais 38, sendo 8 casamentos para o dia 07/04/2018, 15 casamentos para o dia 14/04/2018 e mais 15 casamentos para o dia 06/05/2018. Nós agradecemos a Deus pelo SIM destes casais pelo empenho e zelo com este projeto. Giovânia e Jarison CRR Alagoas

CENTRO -OES TE

SESSÃO DE FORMAÇÃO NIVEL III

O primeiro EACRE da Região Brasília I, após a multiplicação, exalou um grande vigor de serviço com A Missão do Amor. Dentre os muitos frutos colhidos destacamos a Sessão de Formação Nível III com a presença de 28 casais. Nesta formação tivemos a presença do Casal Responsável da Província Centro-Oeste, proferindo a maioria das palestras, auxiliado pelo Casal 26

Responsável da Região Brasília I. Os casais equipistas saíram revigorados para assumir as suas atuais e novas missões no movimento. A Missão do Amor continuará com todo vigor por este ano, guiados pelo Espírito Santo, sob a proteção de Nossa Senhora. Leila e Antônio Carlos Eq. 29B - N. S. do Pilar CRR BSB I CM 516


PROVÍNCIA

LES TE

EEN – MINAS III

É com o coração repleto de amor e gratidão pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora que escrevemos estas poucas linhas. Nos dias 17 e 18 de março último participamos, com alegria, do Encontro de Equipes Novas, na cidade de Santa Rita do SapucaíMG. Encontro este, de organização impecável, ambiente acolhedor, com pessoas iluminadas e repleto de bênçãos vindas do Alto! Aliás, para nós, este fim de semana ficará marcado por muito amor, gratidão, bênçãos recebidas e

superação. A Deus agradecemos o chamado para participarmos das ENS. À nossa equipe de base, agradecemos a acolhida e o amor que nos transforma na família Nossa Senhora do Rosário. Aos organizadores do EEN, somente gratidão e nossas orações. Deus os abençoe, infinitamente! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Elaine e Marcelo Eq. N. S. do Rosário Setor C – Pouso Alegre – MG

PROVÍ NCI A

SUL I

NOVO FÔLEGO “Não basta querer durar. É preciso também saber como conseguir durar.” O ano de 2018 iniciou com muitos desafios. Entre eles, para nós, membros da ENS do Rosário, o convite da Província Sul I, Região SP Centro II, para participarmos do ENF - Encontro Novo Fôlego, que faz parte da Formação Permanente, oferecida às equipes com mais de dez anos de caminhada. Difícil sair de nossa “zona CM 516

de conforto”, logo no início do ano. Como sempre acontece, muitas desculpas, pois com todo esse tempo de caminhada surge a dúvida: o que temos ainda para fazer? Como dizia Goethe: “Antes do compromisso, há hesitação, a oportunidade de recuar, uma ineficácia permanente”. Conversamos, argumentamos, mas tomamos 27


a melhor decisão e nos propusemos a participar do ENF, que aconteceu nos dias 3 e 4 de março, em Rio Claro. Ansiosos, com algumas expectativas, um tanto inseguros quanto à necessidade de participarmos desse encontro, chegamos a Rio Claro. Fomos surpreendidos, logo na chegada, por uma equipe alegre, jovem, generosa no acolhimento, “vestida de AMOR”, conforme Hermelinda e Arturo (CR Super-Região) exortava o Movimento a fazer, na CM de dezembro 2017. Nesse primeiro momento tivemos a certeza de que tínhamos tomado a decisão que Deus esperava de nós, independentemente da sequência do encontro. “No momento em que nos comprometemos de fato, a providência sempre age. Ocorre toda espécie de coisas para nos ajudar, coisas que de outro modo nunca ocorreriam.” E as expectativas foram cedendo lugar a momentos especiais. Havia um propósito a ser atingido: motivação. O nome do encontro sugeria procurar um novo fôlego, para seguirmos na caminhada. O encontro do novo com o velho, deixando emergir a necessidade do velho se fortalecer com o novo e ao mesmo tempo do novo deixar-se preencher pelo velho. Colocações, experiências, 28

testemunhos, muita alegria, celebração de vida, de esperança, de agradecimento, de reflexão da nossa vocação de equipista. Emocionante em alguns momentos, descontraído em outros, troca de experiências em todos os momentos tornaram o encontro enriquecedor. Algum desconforto? Alguma falha? Algo a ser mudado? Se aconteceram, foram diluídos por muitas graças e pela certeza de que ainda temos muito a fazer pelo Movimento, por outros casais e por nós mesmos, pela certeza de que não somos e não estamos descartáveis. Como nos sugere o pensamento inicial, podemos durar muito mais como equipistas, mas precisamos também querer e procurar saber como fazer isso. Teimosamente, um pensamento não pode nos abandonar: “Começa tudo o que possas fazer, a ousadia traz em si o gênio, o poder e a magia.” Obrigado, Província Sul I, obrigado a cada um que se disponibilizou para nos proporcionar esse encontro. Com Maria e todos os que estiveram reunidos em Rio Claro, queremos rezar: “O Poderoso fez em nós maravilhas / Santo é Seu nome”. Sonia e Zequinha Eq. 05 - N. S. do Rosário Setor A Piracicaba-SP CM 516


PROVÍ NCI A

SU L I I

ENCONTRO NOVO FÔLEGO

O amor é o caminho para se descobrir Deus, e o Encontro Novo Fôlego é o caminho para reacender a chama do amor e do serviço. É o caminho novo com mais fé, mais amor, mais fecundidade, mais Espírito Santo. O Encontro Novo Fôlego levou-nos a refletir mais profundamente o amor do casal, amor exclusivo, onde temos que ser solícitos, atentos, apoiados, consolados... Devemos nos perguntar: que queres que eu faça? Estou aqui, porque te amo. Compreender o itinerário da equipe e do casal é importante. A própria vida espiritual tende a se deslizar na rotina; porém retornar às origens é preciso. A vida nos chama para uma constante mudança, não importam os anos de equipe. Assim sendo, novas posturas e atitudes são pedidas ao longo de nossa existência. A intimidade com Deus é como água que mantém nossa vida espiritual. A preguiça não tem espaço para os planos que Deus tem para cada um. Temos que redescobrir o que nos CM 516

impede de crescer; o que não nos deixa caminhar. Então é hora de pedirmos auxílio ao Espírito Santo de Deus, abrir nosso coração, porque ele nos dá todos os dons de que necessitamos. Nossa parte é compreender o que Jesus nos diz, para podermos ajudar. Procurar colocar o olhar de Deus em tudo. Estamos dando espaço para o Espírito Santo agir em nossas vidas? Que fazer concretamente para que nossa equipe seja instrumento de ajuda? No C.T.V. de Bauru, nos dias 17/18 de março, a equipe formadora, sacerdotes e outros membros do Movimento nos proporcionaram momentos ricos de reflexão e de fecundidade para vivenciarmos em casal e em equipe. Somos gratos por todo trabalho executado e por nos ter reacendido a importância do serviço. Que Nossa Senhora de todas as equipes nos abençoe. Amém! Norma e Luiz Henrique Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Pederneiras-SP 29


PROVÍNCIA

SUL I I I

FORMAÇÃO PERMANENTE EEM SETOR ASTORGA - REGIÃO PR NORTE

Nos dias 17 e 18 de março o Setor Astorga acolheu no Recanto Clara e Francisco a 1ª Formação Permanente Equipes em Movimento da Região Paraná Norte. Estiveram presentes 45 casais, o CRR Edna e Gilberto, o CRS Vilma e Edivil e o SCES Pe. Alex Reis, que celebrou as missas de abertura e encerramento do EEM. A Formação teve como tema principal Vocação e Missão. “Chamou-os e eles seguiram-no” (Mt 4,18-22). Nesta formação os casais foram convidados a compreender a missão do casal à luz do chamado de Deus, tal como nos disse o Padre Caffarel: “A nossa vocação, como esposos, é de seguir a Cristo juntos, um e o outro, um com o outro, um pelo outro”; tomar consciência dos dons recebidos e que devem ser partilhados; ser “sal da terra e luz do mundo” colocando-se em missão ao encontro do outro; viver a comunhão em casal, com Deus e com a Equipe e ver nas ENS “uma escola de vida cristã em casal”. Após cada módulo os casais participaram de trocas de experiências em equipe e com casais de outras Equipes, momentos esses muito marcantes pelos testemunhos. Fomos chamados por Deus para sermos formadores de nossos irmãos e, embora 30

hesitantes, respondemos “sim” a esse desafio. Encontramos ali casais alegres, comprometidos. Sentimo-nos acolhidos e amados como se estivéssemos em casa. Tudo foi preparado com muito amor e carinho. Foi um final de semana repleto de bênçãos e muitas graças foram derramadas. A ação do Espírito Santo esteve presente em todos os momentos do encontro, seja nas apresentações dos módulos, seja nas Celebrações Eucarísticas ou no momento de convivência que nos permitiu fazer novas amizades e estreitar laços com os já conhecidos. Até mesmo a Casa de Encontro, local abençoado pela linda natureza, transmitia-nos paz e nos proporcionava o encontro com Deus. Podemos afirmar sem medo de errar que não somos mais as mesmas pessoas depois desta formação. Com certeza, fomos nós que mais aprendemos e recebemos. O nosso agradecimento ao Setor Astorga que nos acolheu de braços abertos e ao Poderoso por fazer em nós maravilhas!!! Paula e Everson, Ana e Sylvio Eq. 07B - N. S. do Bom Conselho Londrina-PR Olga e Beto Eq. 01 - N. S. Aparecida Cascavel-PR CM 516


raízes do movimento

EM ORAÇÃO COM MARIA

3

P

ara compreender qual o lugar de Maria em nossa vida de oração, é preciso considerar antes de tudo a própria oração de Maria. Seria presunção, é certo, querer imiscuir-se na intimidade de amor entre Deus infinitamente perfeito e a Virgem puríssima: este Santo dos Santos é inviolável; pode-se apenas ficar no limiar, adorar, calar-se. Mas nada impede, sem que violemos o mistério, que procuremos entrever alguns aspectos dessa oração da mais santa das criaturas. Principalmente, não devemos pensar na oração de Maria como se fosse uma realidade muito distante no tempo e no espaço. Nada é mais atual nem mais ao nosso alcance. Ousemos aproximar-nos, pé ante pé, de sua oração, como alguém que penetra na sombra de uma capela. Na presença da Majestade Divina, ela adora – recolhamo-nos: aqui tocamos de leve no Mistério... Ela entoa também um cântico de louvor muito puro Àquele que dignou inclinar-se para a sua pequenez e fazer por ela grandes coisas.

3 - Editorial Pe. Caffarel – Carta Mensal nº 3 de maio de 1977.

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Ela reza por seus inúmeros filhos, ou melhor, ela reza em nome deles – é uma excelente maneira de rezar por aqueles que se ama. Quantos desses filhos esqueceram o seu Deus, omitem agradecer a sua generosidade, solicitar o seu perdão, reconhecer a sua soberania. Mas, felizmente, a Mãe aí está e o que eles negligenciam, ela o faz em seu lugar. Atenta para com todos, intervém em favor de cada um junto de seu Filho, oferecendo a oração balbuciada de cada um, a hesitante boa vontade de outro; intercede por todos: por aquele que sofre ou que se acha ameaçado pela tentação, por aquele que resiste a Deus, por aquele que está beirando a morte... A sua oração é como a de todas as mães. Quero dizer que ela apresenta os seus filhos a Deus, ela os oferece, como outrora, entre os seus braços, ofereceu aquele pequenino que era o Filho do Todo-Poderoso. A pergunta “qual o lugar de Maria na oração dos católicos”, como vocês estão vendo, eu respondo, antes de mais nada, falando do lugar que nós mesmos ocupamos na sua própria oração. É que a nossa melhor oração é aquela que a Virgem faz em nosso nome e por nós. O cristão que quer rezar começa, pois, ajoelhando-se junto de sua Mãe em oração. Quando, invadido pelo recolhimento desta, entra pela prece na companhia de seu Deus, é a vez de Maria de se tornar presente à sua oração. Porquanto, se há um espetáculo na terra que leva o seu coração a rejubilar-se, é certamente o de ver um dos seus filhos experimentando falar com o Senhor e escutá-lo. E, assim como protegemos do vento, com as duas mãos, uma frágil chama, Maria, com sua oração toda-poderosa, protege a oração de seus filhos. HENRI CAFFAREL Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP 32

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Você sabe como funcionam as Equipes de Jovens de Nossa Senhora (EJNS)? Somos jovens em busca da santidade e buscamos crescer juntos através da vivência em equipe. Estamos crescendo a cada dia e atualmente somos mais de 2.200 equipistas espalhados em 31 setores, em 7 regionais no Brasil. Nosso movimento surgiu na França, inspirado nas Equipes de Nossa Senhora (ENS) e, assim como nas ENS, estamos divididos em equipes de base e nos reunimos mensalmente. Cada equipe conta com 8 a 12 jovens, com idade entre 16 e 30 anos, um Conselheiro Espiritual e um Casal Acompanhador, preferencialmente das ENS. Inicialmente, nós contávamos apenas com a participação do Conselheiro Espiritual. As equipes de base que não possuíam o Conselheiro Espiritual decidiram convidar alguns casais para tentar suprir a necessidade de um apoio na caminhada e esta experiência foi muito rica, tornando então o Casal Acompanhador como membro da equipe de base. Nós encontramos neste casal um testemunho de família cristã e orientação para escolhas e decisões das nossa vidas baseadas nos valores cristãos. Sendo assim, os casais são exemplos de disponibilidade e abertura ao diálogo, que muitos jovens não encontram com os próprios pais. Para guiar cada reunião, contamos com um temário, elaborado pelo Secretariado Nacional a cada ano. O tema do ano de 2018 é a Doutrina Social da Igreja e todos os equipistas foram presentados com o DOCAT: Como Agir? A Doutrina Social da Igreja Católica para Jovens. A Reunião Mensal é organizada em 4 momentos principais: Oração, Partilha, CM 516

Estudo do Tema e Pontos de Esforço. Além da Reunião Mensal, nos é proposto preencher o Plano Pessoal de Vida (PPV) após um exame de consciência pessoal e da equipe. É como um guia que orienta, através do carisma das EJNS, para uma vivência cristã exigente o suficiente para nos aproximar de Deus. Este guia reflete o instrumento “Pontos Concretos de Esforço” utilizado nas ENS, tendo sido adaptado às possibilidades dos jovens. Ele é um meio para que nós tenhamos metas claramente definidas para santificação, através da busca individual e da ajuda mútua. Estas metas são conhecidas como Pontos de Esforço. No PPV, existem quatro Pontos de Esforço que são comuns a todos: Oração, Personalização, Missão e Participação da Vida das EJNS. Estes Pontos de Esforço estão em linha com o que a Igreja nos pede e são imprescindíveis para manter a fidelidade ao chamado nas EJNS. Entretanto, existem outros aspectos que cada um de nós deve assumir para ser fiel ao seu chamado pessoal (Ponto de Esforço Individual). Por fim, o propósito das EJNS é evangelizar e nos preparar para uma sociedade que clama por mudanças, que necessita de novos protagonistas, pessoas de bem, embasadas em valores cristãos que lutam por um mundo melhor e mais justo. Jovens que são Sal e Luz, jovens unidos no amor, Jovens de Nossa Senhora. Giovana Brito Colegiado Nacional Responsável Sofia Junqueira Comunicação do Secretariado Nacional 33


testemunho

As bênçãos do Terço Mariano em Comunidade

Em 2010, o casal Sandra e Odilon, em um ato de devoção a Nossa Senhora, e rendendo graças por um milagre alcançado por meio da oração do Terço Mariano, sentiu-se chamado a partilhar sua fé com toda a família equipista peregrinando, durante o mês de maio, com Nossa Senhora da Conceição, intercessora de sua Equipe de Base e Padroeira de Sobral-CE. Desde então, os equipistas do Setor Ceará Norte I agradecem a Deus e a Nossa Senhora pelas bênçãos obtidas e inúmeras graças alcançadas. O Terço Mariano proporciona um período de oração, integração e hospitalidade nos lares dos casais, ampliando e fortalecendo os laços de amor e amizade. É mais uma oportunidade dos casais reunirem-se, e também de exercitarem a ajuda mútua, pois passam a conhecer melhor as necessidades de outros irmãos e assim intercederem por meio da oração e de ações solidárias concretas. O Santo Terço conduz ao crescimento espiritual, aumentando a fé, fazendo-nos 34

crer no Deus do impossível, com a intercessão de Nossa Senhora. Sandra e Odilon dão o testemunho de que as dificuldades encontradas no caminho são um chamado para maior assiduidade à reza do terço em comunidade. Em 2017, o casal Evanúzia e Casário sentiu-se chamado a também coordenar o Terço Mariano, e, com o coração transbordando de gratidão, pôde celebrar suas bodas de prata nesta corrente de fé. A cada casa, família, súplica, louvor e agradecimento os casais sentem-se ainda mais fortalecidos, testemunhando as graças alcançadas, não apenas no mês de maio, mas por toda caminhada cristã de cada casal equipista e suas famílias. Ser das Equipes de Nossa Senhora é um privilégio sem medidas, pois leva os casais a mergulharem nas maravilhas que Deus faz para todos nós! Melyssa e Marcelinho Eq. 05 - N. S. de Fátima Sobral-CE CM 516


Discípulos e Missionários

na

Missão do Amor

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mor, o que é o amor sem a presença do Senhor? Apenas um frágil sentimento que pode ser destruído pelas tempestades da vida ou levado pelo vento. Então é preciso estar com Deus, na certeza que Ele caminha conosco em todos os momentos, nos dando os dons, os talentos, a segurança e o entendimento. Assim, mesmo que apareçam pedras e espinhos pelo caminho não haverá dúvida nem temor porque somos suas ovelhas e confiamos no nosso mestre e bom pastor. Cuidar do matrimônio, da família, é o principal objetivo da nossa missão, enquanto equipistas e cristãos. Mas não podemos ficar no Lar como num Monte Tabor, não, temos que acreditar, descer da montanha e colocar em prática lá fora o amor, aonde a gente for, levando a luz de Cristo que afasta as trevas, livra da escuridão, abrindo as portas da salvação, que pela sua misericórdia e docilidade nos conduz ao paraíso da eternidade. Através da Escuta da Palavra e da Oração busquemos o alimento da videira do amor verdadeiro que vem do Senhor e que desta maneira estejamos receptivos para acolher, para servir, para apoiar principalmente os que mais precisam de cuidados, de apoio, na família, na equipe, na comunidade, na sociedade. Que nós vejamos o outro com o olhar do Pai Amoroso que sabe amar, que sabe perdoar, como Jesus que deu a vida para nos salvar. Que através dos sinais dos tempos nós saibamos ver, discernir e agir cumprindo a nosCM 516

sa missão com a alma e o coração, com a segurança de que Deus está no comando, iluminando, guiando nossa mente, nossos braços e nossas mãos na melhor direção, nesta ou naquela situação, em casa, na Igreja, no trabalho, na política, na caridade social, no meio ambiente, na educação. Temos que dizer com humildade e coragem, somos cristãos, sendo assim em Jesus somos todos irmãs e irmãos. Temos que ser discípulos e discípulas, motivadores, incentivadores, abertos a diversidade, com espiritualidade, respeitando as diferenças, se relacionando com sinceridade e a pureza de uma criança. E pra finalizar: agradecidos, aproveitemos o tempo precioso que nos é dado. Que nós sejamos pescadores de almas de homens e mulheres como Jesus, Maria e José com gratuidade, fidelidade, obediência e muita fé. Se onde reina o amor Deus aí está que nós estejamos lá neste abençoado lugar. Aí será mais fácil se doar, partilhar, perdoar e amar. Por todo encontro de oração, de conscientização, de reflexão e de louvor, Bendito seja o nome do Senhor, com carinho, com paciência, sem pressa, mas com sabedoria e esperança chegaremos ao bom vinho das Bem Aventuranças. Então como missionários e missionárias do amor, sejamos sempre testemunhas e porta-vozes da alegria do Senhor... Célia e Pedro Norberto Eq. 05 - N. S. de Nazaré Bauru-SP 35


reflexão

O que levou Nossa Senhora a servir Santa Isabel? A Anunciação a Maria inaugura a “plenitude dos tempos”, isto é, o cumprimento das promessas e das preparações de Deus ao seu povo amado (Gl 4,4). Maria é convidada a conceber Aquele que fisicamente, e por completo, receberia toda a grandeza de Deus (Jesus, Deus que se manifestou como verbo encarnado na humanidade). Em sua pureza e ingenuidade, Maria perguntou: “Como se fará isto, se não conheço homem algum?” e o anjo responde: “O Espírito Santo de Deus virá sobre ti”. Para ser a Mãe do Salvador, Maria foi enriquecida por Deus com dons dignos para o tamanho de sua missão. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “Aquela que é cheia de graça” totalmente envolvida e submetida à sua vocação de apresentar e preparar a chegada do Salvador dos homens. Maria respondeu, ao anjo, com a obediência da fé, certa de que “nada é impossível a Deus”: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra”. Com o seu “SIM”, Maria abraça com o coração, e se entrega totalmente ao Filho, à sua obra redentora, para servir, e dependente Dele e com Ele, pela graça do Pai. É em Maria que as “maravilhas de Deus” começam a ser manifestadas. De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade a Mãe de 36

Cristo foi ao encontro de sua prima, para amá-la e servi-la, como assim seu filho o teria feito. Amando aos seus semelhantes, Maria imita o amor de Jesus, que ela também recebe. A caridade é a virtude pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. A Virgem Maria viveu a caridade com desinteresse e comunhão, por acreditar que a finalidade de todas as obras do Reino de Deus é o amor. Este é o fim, é para alcançá-lo que Maria foi ao encontro de sua prima Isabel (ao encontro do Pai). Por essa adesão total à vontade do Pai, à obra redentora de seu Filho, a Imaculada Mãe de Deus é para a Igreja Modelo de fé e de caridade. Com isso, ela é “membro extraordinário e absolutamente único da Igreja”, sendo até, a “realização exemplar da Igreja”. A melhor maneira de concluir é olhar para Maria, a fim de contemplar nela o que é a Igreja em seu mistério, em sua peregrinação de fé, e o que ela (Igreja) será na prática ao final de sua caminhada, onde se espera, “na glória da Santíssima e indivisível Trindade”, “na comunhão de todos os santos”, a vinda do Cristo Salvador. Amém! Carla de Sanderson Eq. 09 - Setor A - RN I CM 516


Dever de Sentar-se

O

diálogo conjugal não é apenas uma linguagem lógica, mas uma linguagem afetuosa. Quem se sente acolhido é levado a conversar, a se fazer entender. Saber escutar é condição indispensável para um bom diálogo, e nos leva a nos conhecermos melhor diante do outro e para o outro. Existimos e fomos colocados neste mundo para os outros e de modo especial para a pessoa amada. Na relação conjugal, só obteremos vitória e harmonia, se entendermos o outro como ele é e não como gostaríamos que fosse. O amor é doação, é saber ceder, é saber perdoar, é saber partilhar, é respeitar os limites do outro, é o não querer levar vantagens, é querer ser feliz fazendo o outro feliz. Maridos e esposas, sejam dóceis e compreensíveis um com o outro, não tenham vergonha de pedir perdão e tenham o desejo de perdoar, cuidem para que a discórdia não acabe em discussões. Algumas dicas para o desenvolvimento do Dever de Sentar-se: > Alegria: você tem sido motivo de alegria para seu cônjugue, para seus filhos? > Amabilidade: você tem sido afável, doce e meigo(a) com seu cônjuge e filhos? > Amor ou caridade: você ama seu cônjuge como a você mesmo? > Bondade: você tem sido bondoso(a) para com seu cônjuge e filhos? > Brandura: você tem sido brando(a) para com sua família? > Desculpas: você pede desculpas ao seu cônjuge quando o ofende? > Fidelidade: você tem sido fiel em tudo? > Paciência: você tem tido paciência com o cônjuge e com os filhos? > Paz: você tem procurado promover e viver em paz dentro do lar? > Perdão: você perdoa de coração quando se sente ofendido? > Relacionamento: como está seu relacionamento com a família, com a Igreja, com a comunidade? > Temperança: como está a têmpera de seu matrimônio? > Virtudes ou limitações: o que tenho observado mais em meu cônjuge? CM 516

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O que você tem de dificuldade em aceitar e respeitar no seu cônjuge? O seu cônjuge pesa? Que tal carregá-lo dentro de seu coração? Pergunte ao seu cônjuge o que ele(ela) espera de você neste mês? Que gestos e palavras você precisa recuperar na sua vida conjugal? Exerça a hospitalidade para com seu cônjuge sem murmurações e coloque à disposição dele o dom que recebeu de Deus (1Pedro 4,9-10). Lembre-se: para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento certo. Nada é melhor para o casal do que alegrar-se; e que comer, beber e gozar do fruto de seu trabalho são dons de Deus (Ecle. 3,1-15). Lúcia e Rubson Antônio Januário Eq. 02 - N. S. das Graças Ribeirão Preto-SP

Mística que dá tempero e sabor Meditando o Evangelho de Mateus 5,13-16, em nossa Escuta da Palavra, refletimos sobre o que dá tempero à vida? Se temperar significa acrescentar algo para dar mais sabor ao alimento, meditamos se estamos conseguindo acrescentar ao mundo algo que o faça mais saboroso, pois, do contrário, o estou deixando mais insípido, sem gosto, monótono. Assim também em nossa vocação matrimonial, meditamos se estamos conseguindo acrescentar algo que o faça mais saboroso, tanto para nós, como casal, como para os outros, pois não podemos esquecer que a Graça do Sacramento do Matrimônio nos torna testemunhas do amor de Deus e esse testemunho é o verdadeiro Cristo que devemos mostrar. Por fim, além de temperar, não devo guardar o alimento só para mim. É preciso oferecer! Ninguém pode testemunhar algo bom e guardar só para si, é preciso colocá-lo no candeeiro de nossas vidas, para que seja luz para todos! Iluminando nosso caminho e o caminho de quem está próximo ou mesmo que, não tão próximo, mas que da escuridão possa ver que há uma luz, que é a luz do início da vida! Paz e Bem! Márcia e Rogério Eq.10 - N. S. da Esperança Florianópolis-SC 38

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partilha e PCE

QUINZE MINUTOS COM DEUS ORIENTAÇÕES - Procure reservar um momento do seu tempo para estar na presença de Deus. Sempre que possível no mesmo horário; - Acalme o coração e a mente com a oração de invocação ao Espírito Santo; seja através de uma oração, um cântico ou até mesmo em silencio, suplicando a Sua presença; - Faça um exame de consciência, buscando analisar o comportamento seu diante de Deus e dos irmãos. O que fiz, ou deixei de fazer; o que falei ou deixei de falar que foi contrário à Vontade de Deus. Peça o perdão e a misericórdia de Deus para sua vida. - Após o momento de perdão, agradeça ao Senhor, por Ele ter tirado os fardos do seu coração; fique por um instante em silêncio e recebendo a PAZ em seu coração; - Com calma, atenção e alegria no coração, leia a Palavra de Deus. Se necessário, releia o texto. Não se apresse em entender imediatamente. Deixe que a Palavra toque o seu coração. Às vezes, um pouco de silêncio nos ajudará na meditação da Palavra. Este momento pode ser feito com a Liturgia Diária, um texto ou até mesmo um cântico que tocou o seu coração. - Faça uma oração com o que Deus te falou, seja agradecendo, comprometendo-se ou respondendo ao Senhor; - Por fim, você faz os pedidos pelos irmãos e por você.

QUINZE MINUTOS COM DEUS ROTEIRO 1º MOMENTO - INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO Tempo: 2 minutos

5º MOMENTO - ORAR COM A PALAVRA Tempo: 2 minutos

2° MOMENTO - PERDÃO Tempo: 2 minutos

6°MOMENTO - INTERSEÇÃO Tempo: 1 minuto 7º MOMENTO - ENCERRAMENTO

3º MOMENTO - AGRADECIMENTO E SILÊNCIO Tempo: 2 minutos 4º MOMENTO - LEITURA DA PALAVRA Tempo: 6 minutos

“Mas eras tu, meu companheiro, meu íntimo amigo” (SL 54,16)

Genil e Mocinha Setor Acari Rio Grande do Norte II CM 516

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formação

Reunião de Equipe O tema de estudo é um dos meios concretos capazes de fazer crescer e desenvolver nos casais a intuição inicial do Padre Caffarel com relação ao Movimento (CM 467, nov. 2012). Orienta os Estatutos das ENS que os três primeiros anos da vida de uma nova equipe devem ser consagrados aos temas fundamentais referentes ao amor, ao casamento, à espiritualidade conjugal e à pedagogia das ENS. Em consonância com essa orientação a SRB, em 2013, adotou o tema “Reunião de Equipe”, além do “Vem e Segue-me” e do tema “Amor, Felicidade e Santidade” que então eram estudados como formação inicial. Esse tema de estudo tem por objetivo revitalizar a Reunião de Equipe, para que cada equipista compreenda e viva o seu sentido profundo. Enfatiza, a partir de sua metodologia, a importância de nos mantermos fiéis à concepção inicial da Reunião de Equipe, voltando sempre às origens, para evitar que o “excesso de criatividade” transforme a Reunião de Equipe, distanciando-a de sua mística. No ano de 2017 a nossa equipe de base saiu da Pilotagem e passou a caminhar como equipe “autônoma”. Estávamos todos muito empolgados, principalmente nós que havíamos sido escolhidos como CRE. Vamos estudar os mesmos assuntos que as demais equipes, era o que pensávamos, e “agora” vamos ser uma unidade com o Movimento. Quando soubemos que o material estudado por nós neste primeiro ano seria um material especial, o tema de estudo: Reunião de Equipe, nós nos questionamos, então vamos continuar estudando o Movimento e não com o Movimento? A Pilotagem não é justamente pra isso? Qual não foi a nossa surpresa ao perceber ao longo do ano tanta riqueza ainda por descobrir. Ao estudar mais profundamente cada parte da Reunião de Equipe, o que aconteceu foi que passamos a vivenciar melhor cada momento do nosso encontro. Tínhamos a sensação que a cada capítulo estudado fazia com que nossa reunião fosse mais completa. Hoje compreendemos o quanto o Movimento das ENS zela por seus membros fazendo com que se compreenda bem toda a Mística e o sentido para que assim nenhum fruto se perca. Ser uma unidade com o Movimento vai muito além do que se está estudando de cada vez. Uma equipe verdadeiramente unida com o Movimento é aquela em que seus membros vivenciam o que se propõem e põem em comum os resultados. Vanessa e Daniel Eq.13 - N. S. Rainha da Paz Campina Grande-PB 40

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Casamento, sacramento do dia a dia Em 2014, após período de discernimento, a SRB decidiu substituir o então tema de estudo pós-Pilotagem “Amor, Felicidade e Santidade” pelo tema “Casamento, Sacramento do Dia a Dia”, tema elaborado a partir da reflexão oriunda do Encontro de Lourdes 2006, que aponta para as Equipes de Nossa Senhora, comunidade de casais reflexos do amor de Cristo. Esse tema busca consolidar cada vez mais a Espiritualidade Conjugal como carisma das Equipes de Nossa Senhora, fazendo com que cada casal equipista viva seu casamento de maneira consciente, plena e encarnada nas pequenas e grandes realidades do dia a dia. Seguindo o itinerário da Espiritualidade Conjugal, os casais descobrem que “é preciso cada dia partir ao encontro um do outro, por caminhos desconhecidos, tentando adivinhar a vida profunda do cônjuge, procurando o que pode despertar sua atenção, seu interesse, sua ternura, descobrindo aquilo que pode estabelecer a comunhão” (Henri Caffarel) Nos dias de hoje, manter uma família unida e fortalecida no amor de Deus não é uma tarefa fácil. Temos que estar vigilantes e em uma busca constante para equilibrar a vida que muitas vezes é bastante corrida. O fácil acesso e o uso exagerado das redes sociais contribuem para a dispersão familiar. Então temos que estar atentos quanto a isto, superando barreiras e vencendo obstáculos. Para nossa equipe, entrar nas ENS foi uma grande bênção, já que éramos, em sua maioria, recém-casados e o Movimento veio para ser bálsamo em nossas vidas. Apoiados em sua proposta, alcançamos maturidade e grandes realizações, unidos como irmãos e com a ajuda de nosso Conselheiro EsCM 516

piritual, que agrega ainda mais valor à nossa caminhada. Os primeiros temas de estudo, Reunião de Equipe e Casamento, Sacramento do Dia a Dia, foram fundamentais para que todos os casais se fortalecessem em oração, com corações mais contritos, em busca de construir famílias em bases sólidas, compreendendo o sentido de viver em comunidade e de ser equipe. Especificamente, o tema Casamento, Sacramento do Dia a Dia foi divisor de águas para a nossa equipe entender melhor nossa missão enquanto casais equipistas, assim como entender a comunhão do casal, valorizando a construção não de casas, mas de corações. Pollyana e Rohan Eq. 14C – N. S. Mãe Rainha João Pessoa/-PB 41


Tema de Estudo O Tema de Estudo, com sua dupla missão de formação, traz para os casais equipistas orientações de vida, que provocam reflexões que nos ajudam a buscar a coerência cristã, a coerência entre fé e vida. Além disso, o Tema de Estudo ajuda o casal cristão a reforçar e aprofundar seu conhecimento da fé, não apenas como uma atividade intelectual, mas também espiritual, animada pelo Espírito Santo. Nesse ano, o Tema de Estudo “A Missão do Amor” nos prepara para o XII Encontro Internacional das ENS, que acontecerá em Fátima, em julho próximo. Com ele terminamos uma etapa de reflexão profunda e abrimos uma nova etapa na qual se deseja que se multipliquem as experiências de acolhida e acompanhamento, tendo em conta o momento eclesial que temos vivido nos últimos anos e o apelo do Papa Francisco dirigido às ENS, em Roma 2015. Que nesse ano aprendamos com o nosso tema de estudo a viver agradecendo, saindo, sendo casal, irradiando, acompanhando, curando, acolhendo e sendo fiéis. Essa é a proposta do tema de estudo: produzir frutos de verdadeira conversão em nossa vida. 42

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Como casal cristão, temos uma missão muito importante: sermos anunciadores da Boa Nova de Jesus Cristo. Para que isso aconteça de modo satisfatório, além de nos entregarmos à ação do Espírito Santo é necessário que nos preparemos bem. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora oferece em sua metodologia um incentivo para a formação e propõe vários momentos de aprofundamento, sendo que um deles é o estudo do tema. Nesse ano de 2018, temos como tema A Missão do Amor, onde o Movimento nos faz um novo desafio: o de agir com mais acolhida, mais missão e mais amor. O amor é o fundamento de toda a vida cristã. O amor aos irmãos é a prova do amor de Deus agindo no homem. O ano equipista já começou. Nossas primeiras reuniões já aconteceram e nos fizeram perceber a riqueza que cada capítulo nos traz, nos levando a ver, julgar e agir na nossa missão de casal equipista. Esperamos que ao longo deste ano estejamos dispostos a vivenciar a Missão do Amor em nossa vida de casal, na equipe e na sociedade, vendo a importância deste estudo que nos transforma a cada dia para sermos testemunhas do amor de Cristo para o mundo. Lucilene e Sílvio Eq. 05 - N. S. da Luz Itabaiana-PB

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serviços nas ENS

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Começamos este artigo fazendo uma analogia da Carta Mensal com a logomarca do Projeto ENS 70 anos – lembram dele? “Um pingo de água cai no oceano, as ondas se formam, vão se transformando numa espiral crescente e infindável”. Assim mesmo é a trajetória da querida Carta Mensal. A essência da Carta Mensal hoje não se diferencia de como foi feita a primeira: é preciso amor e muita oração para que tudo caminhe sob as graças do Espírito Santo. É evidente que o trabalho intelectual e físico é muito maior, principalmente pelo tamanho continental do Brasil e da quantidade de casais, viúvas, viúvos e conselheiros espirituais que a recebem: quase 28.000 exemplares. A equipe de Carta Mensal se organiza para, em um mesmo mês, trabalhar na conclusão da composição da revista do mês em questão e também trabalhar a do mês posterior. A disciplina em cada etapa tem que ser seguida com muito cuidado: 44

• Os artigos são enviados para o Secretariado; • O Secretariado transmite para a Equipe da Carta Mensal; • A Equipe de Carta Mensal lê todos os artigos e separa por assunto; • Analisa quais os artigos são apropriados para aquele mês; • Analisa se os artigos atendem as exigências de publicação da Carta Mensal; • Quando um artigo refere assuntos da Igreja e que podem polemizar, a equipe submete ao SCE da Carta. É ele quem orienta a publicação; • Analisa se o assunto é de interesse nacional; • Faz o somatório dos caracteres por artigo e os espaços das fotos para compor a Carta Mensal de acordo com o espaço total disponível em cada bandeira; • Compõe cada bandeira com seus artigos e fotos respectivos, formando o “Print”. • Define os temas das capas 1 e 4; • Organiza as capas 2 e 3; • Remete o Print para a Editora. CM 516


A Editora por sua vez tem uma equipe técnica que dá o formato profissional à revista: • Há um responsável pela Edição e Produção da publicação; • Um designer gráfico transforma o conteúdo da publicação em linguagem gráfica visual, que inclui busca, seleção e tratamento de imagens (fotos e ilustrações). Os artigos / matérias, são formatados em colunas, desenvolvidos de acordo com o formato da revista e volume de caracteres. • Jornalista Responsável: Como todas as revistas regularmente editadas, a Carta Mensal possui um jornalista que é responsável técnicamente pelo conteúdo Lembramos do nosso tempo à frente da equipe da Carta Mensal, cada início de trabalho era precedido de uma reunião com a equipe e de orações, muitas orações. Agradecemos todos os dias poder ter participado da vida de tantas pessoas, que se transformaram em amigos e irmãos muito próximos. Agradecemos pelos dias em que a Carta Mensal nos tirava das preocupações familiares oriundas da doença de um dos nossos filhos. Nas madrugadas orávamos por ele construindo mais um pedacinho daquela “primeira” Carta Mensal. Respeitadas as devidas proporções, em 2013 a Equipe da Carta Mensal recebia diversas pedidos de casais residentes nos mais diversos rincões do Brasil, apelando para que a Carta chegasse em suas residências com a mesma agilidade que chegava nas capitais e principais cidades. Percebemos que, em várias dessas cidades, ao receber a Carta Mensal, as notícias e testemuCM 516

da revista, ou seja, quando houver alguma reclamação oficial, é ele quem responde pela publicação. Depois da revista pronta, antes de seguir para a Gráfica ela passa pelo crivo da Equipe da Carta Mensal e do CRSR, além de uma revisora profissional. Esse estágio é de suma importância, é como se um “pente fino” fosse passado em cada página, averiguando pequenos enganos: ortografia, negritos e itálicos ou não, qualidade das fotos, índice de acordo com o conteúdo, ano, mês e número da Carta, assuntos que são inseridos para conclusão de espaço de bandeiras etc. Geralmente essa conferência é feita mais de uma vez, até a aprovação final.

nhos já não tinham mais tanta importância. Numa das reuniões da Super-Região Brasil o Casal Responsável pela Província Norte - Fátima e Canêjo - apelou para que, em virtude de não controlarmos o tempo dos Correios, criássemos uma forma da Carta chegar de maneira ágil. Então, alicerçados pelo “aggiornamento”, partimos para atualizar a nossa Carta utilizando outra mídia para atender nossos irmãos: foi quando criamos a Carta Mensal Digital. Hoje já com bons avanços tecnológicos, inclusive com um sistema auditivo e de pesquisa. Tudo precisa ser feito com carinho, amor e muito trabalho. No amor eterno do Pai! Zezinha e Jailson Eq. 01B - N. S. da Conceição Jaboatão do Guararapes-PE Ex-responsáveis pela CM (2010-2014) 45


notícias ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

“Uma equipe unida nunca irá vacilar. Pode um membro até dar um passo em falso, mas logo alguém estará lá para ajudar.” 25 anos Eq. N. S. do Carmo 13/5/2018 Jaboatão-PE

BODAS DE PRATA

“Amor é quando você se apaixona pela mesma pessoa todos os dias como se fosse a primeira vez.”

Terezinha e Severino 1/5/2018 Eq. N. S. Mãe da Divina Providência Manaus-AM

Rosana e Márcio 27/3/2018 Eq. N. S. das Rosas São José dos Campos-SP

Nancy e Edilberto 2/1/2018 Eq. N. S. da Guia Parelhas-RN

Monica e Sérgio 24/4/2018 Eq. N. S. dos Navegantes Piracicaba-SP

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Márcia e Luiz 23/1/2018 Eq. N. S. de Lourdes Caruaru-PE

BODAS DE OURO Fátima e Genésio 28/1/2018 Eq. N. S. das Dores Niterói-RJ

VOLTA AO PAI “Faça seu luto e chore, mas não perca a esperança de reencontrar a felicidade.” Hilda Machinesque (do Nazareno) Em 30/1/2018 Integrava a Eq. N. S. Imaculada Conceição Cascavel-PR

Marina (do Tontini) Em 19/1/2018 Integrava a Eq. N. S. Rainha da Paz Blumenau-SC

Elaine Dahdah (do Renato) Em 9/2/2018 Integrava a Eq. N. S. Desatadora dos Nós Campo Grande-MS

Raimundo (da Alzenir) Em 4/3/2018 Integrava a Eq. N. S. do Divino Espírito Santo Brasília-DF

Padre Armando Bredici Em 15/3/2018 Era SCE Eq. N. S. Desatadora dos Nós Brasília-DF CM 516

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dicas de leitura A Escuta da Palavra A Escuta da Palavra de Deus leva a pessoa a entrar em sintonia com o Cristo. Ela é o alimento espiritual de todo cristão. Foi incluída pelo Padre Caffarel na Carta de 1970. Diante das perturbações da sociedade, ele pensou que era preciso reforçar as exigências solicitadas aos equipistas. Neste Ponto Concreto de Esforço dois termos são usados: Escuta e Palavra. Nós escutamos Deus, que nos fala para nos salvar e nos comunicar sua vida em abundância. Sendo assim, é necessário uma escuta profunda e assídua, a fim de que a Palavra de Deus seja vivida e não apenas lida. A relação com Deus é o pilar de toda nossa vida espiritual. Vamos, portanto, desfrutar do silêncio diário para escutar o que o Senhor diz a cada um de nós. E como a Palavra de Deus não é um monólogo, Ele espera uma resposta que seja de amor, e muito mais,

colocada em prática. É subsídio importante para os casais equipistas poderem melhor realizar esse PCE considerado pela Super-Região como o que deve ser o de maior ênfase para 2018. 28 páginas - Preço de Venda: R$ 5,00 (incluso frete)

Meditação (Oração Pessoal) “A oração é o segredo de uma vida feliz, fecunda, plena. Devemos alimentar-nos de Deus pela oração antes de nos lançarmos na nossa missão apostólica” (Pe. Caffarel). A meditação é uma relação íntima de amizade, de amor filial com Deus. Pode ser uma conversa com Ele, ou um simples olhar para Ele. Estamos em Sua presença e contemplamo-Lo. Urge pedirmos a Deus, com humildade e perseverança, a graça da oração. Sendo a oração pessoal um ato de fé permanente e “uma necessidade vital”, é fortemente recomendada e incluída entre os Pontos Concretos de Esforço pedidos aos casais. O Guia das Equipes recomenda-nos que, diariamente, nos encontremos com o Senhor numa oração silenciosa. Para tal não há regra rígida; cada pessoa escolhe o que melhor lhe convém (quando, onde, como). O importante para desenvolvermos esta união profunda com Deus não é a forma, mas a regularidade. A formação dos leigos na prática da oração pessoal foi sempre uma preocupação na vida do Padre Caffarel. Seu desejo: levar todos os cristãos a terem um encontro com Cristo semelhante ao dele. Para isso escreveu muitas publicações sobre o assunto. 32 páginas - Preço de Venda: R$ 5,00 (incluso frete) Estes 2 títulos podem ser adquiridos no site do Movimento (ens.org.br) 48

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MEDITANDO EM EQUIPE

Chegar à perfeição como casal

A proposta das ENS tem sentido para quem assume o casamento como vocação, como seu jeito de seguir Jesus. Para esses a vida conjugal é prioridade de vida.

A Palavra de Deus (Tobias, 8, 4-9) “Os pais de Sara tinham saído e fechado a porta do quarto. Tobias, então, ergueuse do leito e disse à esposa: ‘Irmã, levanta-te; vamos orar para que o Senhor nos conceda a sua misericórdia e salvação’. Levantaram-se ambos e puseram-se a orar e a implorar que lhes fosse enviada a salvação, dizendo: ‘Bendito sejas, Deus dos nossos pais, e bendito seja o teu nome, por todas as gerações; louvem-te os céus e todas as tuas criaturas, por todos os séculos’. Tu criaste Adão e deste-lhe Eva, sua esposa, como amparo valioso, e de ambos procedeu a linhagem dos homens. Com efeito, disseste: ‘Não é bom que o homem esteja só; façamos-lhe um auxílio semelhante a ele. Agora, Senhor, tu bem sabes que não é com paixão depravada que agora tomo por esposa a minha irmã, mas é com intenção pura. Permite, pois, que eu e ela encontremos misericórdia e cheguemos juntos à velhice’. E ambos responderam ao mesmo tempo: ‘Amém! Amém.’ Depois, deitaram-se para passar a noite.”

Reflexão −− As ENS apresentam aos casais a espiritualidade cristã e os meios para chegar à perfeição. −− Mas sua característica própria é apresentar a vida conjugal, com todas as suas realidades, como o caminho para a perfeição humana e cristã do casal. −− Há algum aspecto da vida conjugal que você esteja descuidando? −− Que você fará para melhorar?

Oração espontânea −− Agradeça a Deus que fez você entender o sentido e a grandeza do matrimônio. −− Peça ajuda para aproveitar ao máximo a graça do casamento.

Oração litúrgica Esposo: Bendito sejais, Senhor, porque foi um presente vosso receber N. como minha esposa. Esposa: Bendito sejais, Senhor, porque foi um presente vosso receber N. como meu marido. Ambos: Bendito sejas, Senhor, porque estivestes amorosamente conosco nas alegrias e nas tristezas da nossa vida. Pedimos que nos ajudeis a guardar fielmente nosso amor mútuo, para que sejamos fiéis testemunhas da aliança que estabelecestes com os homens. Padre: Que o Senhor os guarde todos os dias de sua vida. Que Ele seja para vocês consolo na adversidade, companheiro na prosperidade e derrame copiosamente as suas bênçãos sobre vocês. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. R. Amém. (Segundo “A Missão do Amor”, p. 33). Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


Oração a Maria pelas Mães Mãe de Jesus Mãe da minha mãe e das mães de todo o mundo Protege aquelas que a ti se assemelham pela maternidade Sustenta aquelas que em ti se espelham na hora da luta Consola aquelas que a ti se unem pela dor. Ensina às mães a paciência das longas esperas Explica a elas os mistérios da vida gerada Confidencia-lhes as alegrias que só as mães entendem E as angústias que só elas sofrem. Senta-te com elas à mesa de tua casa em Nazaré E conversem sobre seus filhos Falem de seus sonhos, de suas preocupações, Rezem juntas, meditem a Palavra. Consola as mães na hora da separação Lembra-te do dia em que Jesus partiu para o mundo Deixando-te muda de saudades. E diga a todas as mães, Mãe de Cristo Jesus, O amor e a gratidão de seus filhos Que nem sempre sabem falar Porque, afinal, são sempre crianças. Deus abençoe!

Pe. Reginaldo Manzotti

(misericordia.org.br)

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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