ENS - Carta Mensal 519 - Setembro 2018

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Oh! Graciosíssima menina! Que, com vosso feliz nascimento, haveis consolado ao mundo, alegrado o céu e aterrado o inferno. Haveis dado ajuda aos caídos, esperança aos tristes, saúde aos enfermos e alegria a todos. Suplicamo-vos, com os mais fervorosos afetos, que renasceis espiritualmente com vosso Santo amor em nossa alma. Renovai nosso espírito, para que vos sirvamos, acendei de novo nosso coração para que vos amemos; e fazei florescer em nós aquelas virtudes com as quais possamos fazer-nos sempre mais agradáveis a vossos benigníssimos olhos. Oh!, Maria! Sede para nós, Maria, fazendo-nos experimentar os saudáveis efeitos de vosso suavíssimo nome, sirva-nos a invocação deste nome de alívio nos trabalhos, de esperança nos perigos, de escudo nas tentações, de alimento na morte. Seja o nome de Maria como mel na boca, a melodia no ouvido e o júbilo no coração. Assim seja.

Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br

Ano LVIII • setembro • 2018 • no 519

Oração a Nossa Senhora da Natividade

CARTA Eleições 2018

Participação política: coisa de gente séria!

Carta de Fátima

Novas Equipes

da SR Brasil e ERI


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Super-Região

Participação política é coisa de gente séria! Até breve, amigos Nova Equipe da Super-Região Brasil Nova Equipe da ERI Curando Diálogo com Deus Colóquio sobre Padre Caffarel Henri Caffarel, o homem e sua missão O Rosário

XII Encontro Internacional de Fátima -2018 Carta de Fátima da Equipe Responsável Internacional aos Equipistas de todo o mundo Felicidade: Uma Resposta à Liberdade Mensagem do Papa às ENS

Correio da ERI

"Como o barro nas mãos do oleiro, assim sois vós nas minhas" (Jr 18, 6b)

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Igreja Católica 30 Ano do Laicato 31 São Jerônimo: Presbítero e

"Doutor Máximo das Escrituras"

35 Palavra do Papa 36 O Nascimento de Nossa Senhora

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Raízes do Movimento

Triunfo da Caridade

Testemunho

O serviço do Conselheiro Espiritual

Formação

ENF - Encontro Novo Fôlego

Serviço nas ENS

Casal Correspondente no Brasil da Associação dos Amigos do Padre Caffarel

46 Noticias

Saudação do Conselheiro

Carta Mensal

nº 519 • setembro• 2018 Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro "Lei de Imprensa" °' Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil- Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Pe. Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célia -Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. 2 1 Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: y o lvahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi o E e Samuel Lincon Silvério - Fotos: Pixabay- p. 2, 4, 12, 27, 28 - Tiragem desta edição: 28.500 exs. ° '

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Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS "' - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 32 Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: ô cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instru- 1 ções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial

Queridos Irmãos Equipistas: É com uma mistura de entusiasmo e saudade que escrevemos, por ora, pela última vez em uma edição da Carta Mensal. Há quatro anos iniciávamos nosso trabalho. Nesses anos que se passaram há muito o que comemorar. A caminhada foi de aprendizados, companheirismo, novos amigos e gratidão. Passamos a amar ainda mais nosso Movimento. Nossa gestão focou na formação do equipista, do católico, da pessoa. Usamos a tecnologia para preservar a memória do Movimento e colocar 67 anos de história e 600 Cartas literalmente no bolso de cada um de vocês. Como de costume, a Carta está recheada com matérias, dicas e informações imperdíveis. Abrimos esta edição com as orientações do nosso SCE da SRB Padre Paulo Renato sobre a importância das eleições que ocorrem no mês que vem. Nesta edição trazemos a Carta de Fátima, que indica nosso rumo pelos próximos anos e a mensagem que o Movimento recebeu do Papa Francisco durante o Encontro Internacional. Encerramos nosso último editorial agradecendo a Deus por nos abençoar em mais uma missão; aos colaboradores, pela dedicação e empenho na construção de cada edição, a vocês irmãos equipistas e conselheiros espirituais que, com seus artigos, enriqueceram as edições. Por fim, e com cara de começo, agradecemos ao casal Débora e Marcos pelo “sim” à Carta Mensal. Deus os abençoe neste novo serviço. Abraços carinhosos Equipe Carta Mensal Boa leitura.

Tema 2018: “A MISSÃO DO AMOR”

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Da esquerda para a direita: Patrícia e Célio Rondini, Regina e Sérgio Vasconcellos, Fernanda e Antonio Martini, Salma e Paulo Mesquita

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super-região

Participação política é coisa de gente séria! Estamos a poucos dias das eleições. Será definido quem governará nossos estados e nosso país. Candidatos a presidente, governadores, deputados – federais e estaduais – e senadores serão testados nas urnas. Considerando o delicado momento que atravessa o Brasil, o pleito de 2018 configura-se como uma ocasião única. Serão escolhidos os que vão decidir sobre os caminhos econômicos, sociais e humanitários de nossa nação. Vamos delegar a eles e elas a possibilidade de decidir legalmente sobre aborto, conceito de família, previdência, direitos dos trabalhadores, ou seja, nosso futuro, principalmente dos mais pobres que dependem do Estado... enfim, vão definir os rumos do Brasil pelos próximos anos. Conscientemente inseridos na sociedade brasileira, os bispos do Brasil, reunidos em Aparecida, por ocasião da 56ª. Assembleia da CNBB, escreveram uma mensagem que deve ser conhecida por todos, principalmente pelos católicos (http://www.cnbb.org.br/ eleicoes-2018-compromisso-e-esperanca/). Aproveito essa carta para destacar oito pontos dessa mensagem, o que não dispensa a leitura integral da mesma antes de votar.

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É missão da Igreja atuar na sociedade. Com as palavras dos Papas Bento XVI – “a Igreja

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não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Papa Bento XVI, Deus Caritas Est, 28) e Francisco – “todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco, – Evangelii Gaudium, 183) – os Bispos recordam que atuar no mundo político faz parte da missão da Igreja.

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A corrupção gerou um descrédito com relação à política. Vivemos “um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque, ao revelar raízes cada vez mais alastradas e profundas. Nem mesmo os avanços em seu combate conseguem convencer a todos de que a corrupção será definitivamente erradicada. Cresce, por isso, na população, um perigoso descrédito com a política”.

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O país não pode ser governado pelo mercado. “A perda de direitos e de conquistas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, tem aumentado o número dos pobres e dos que vivem em situação de vulnerabilidade”.

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As eleições trazem esperança. “As eleições de 2018 têm sentido particularmente importante e promissor. Elas devem garantir o fortalecimento da democracia e o exercício CM 519


da cidadania da população brasileira. Constituem-se, na atual conjuntura, num passo importante para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a independência e a autonomia dos três poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário”.

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Ocasião para resgatar a ética. “É imperativo assegurar que as eleições sejam realizadas dentro dos princípios democráticos e éticos para que se restabeleçam a confiança e a esperança tão abaladas do povo brasileiro. O bem maior do país, para além de ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos quanto de eleitores”.

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Escolher candidatos com princípios éticos. Particularmente os bispos recordam “a Lei 135/2010, conhecida como ‘Lei da Ficha Limpa’, que torna inelegível quem tenha sido condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado”. Relembrando o Papa Francisco, afirmam que “há necessidade de dirigentes políticos que vivam com paixão o seu serviço aos povos, (…) políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados” (Mensagem aos participantes no encontro de políticos católicos – Bogotá, Dezembro/2017). A escolha deriva do conhecimento, sendo assim “é fundamental, portanto, conhecer e avaliar as propostas e a vida dos candidatos, procurando identificar com clareza os interesses subjacentes a cada candidatura”.

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Uma condenação. Não eleger nem políticos comprometidos com os poderosos e nem com seus

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próprios interesses. “Não merecem ser eleitos ou reeleitos candidatos que se rendem a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assumem o bem comum como sua meta, nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade. São igualmente reprováveis candidaturas motivadas pela busca do foro privilegiado e outras vantagens”.

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Uma exortação. Fazer das eleições “uma oportunidade de crescimento, abandonando os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto”, tomando cuidado com fake news, já presentes nesse período pré-eleitoral, com tendência a se proliferarem, em ocasião das eleições, causando graves prejuízos à democracia. Com essas palavras podemos concluir que falar de política, bem como de eleições, ao contrário do que pensam alguns, é questão de gente séria, uma preocupação de todos nós. Vamos conhecer mais nossos candidatos e candidatas e assim escolher conscientemente. Por fim, entreguemos tudo nas mãos de Deus para que Ele “nos conceda mais políticos que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 205). O Brasil precisa da qualidade de nossos votos, votos conscientes! Deus nos abençoe!

Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região 33


Até breve, amigos!

Temos uma comunicação a todos: Sabíamos que o fim de nossa missão chegaria, mas fomos surpreendidos por DEUS, que adiantou esta data. Na verdade, Ele já sabia, nós é que não... Fomos chamados para ser o Casal Ligação da Zona América, e a posse aconteceu no XII Encontro Internacional em Fátima, em julho passado. Por isto antecipamos em um ano o discernimento para a escolha do novo Casal Responsável pela Super-Região Brasil. O Brasil contempla hoje 35% dos equipistas no mundo, e com grande alegria, após 68 anos, permanecemos fiéis ao Carisma e à Mística. O que não é fácil pela diversidade de cultura das regiões, pelas grandes distâncias, por vezes até de difícil acesso. Louvamos todos os casais e conselheiros, principalmente os que nos precederam, pois são responsáveis pela fidelidade à proposta original do Pe. Caffarel: “ajudar os casais na busca da santidade, nem mais, nem menos”. (Primeira carta do Padre Henri Caffarel aos brasileiros, endereçada ao Dr. Pedro Moncau Jr. em 15/12/1949) Nos sentimos abençoados por servir ao Movimento e à Igreja neste novo desafio, mas com uma pontinha de saudades e emoção, pois nestes quatro anos fomos muito abençoados e felizes na missão e no serviço à Super-Região Brasil. Iniciamos nossa missão com uma grande bênção: a participação em casal no Sínodo dos Bispos para a Família em 2014, com momentos inesquecíveis principalmente junto ao Papa Francisco, nos quais vivenciamos sua sabedoria, bondade, acolhida, alegria, humanidade... 4

Foram poucos anos, mas intensos e de muito aprendizado, através da acolhida, da alegria, da misericórdia, das gentilezas, do auxílio fraterno, dos desafios... Acolhida: em todos os lugares por onde estivemos fomos muito bem acolhidos, seja mais efusivamente com banda de música, fogos, muitos abraços, a ponto de nos sentirmos quase “famosos”, mas fiquem tranquilos, o sucesso não nos subiu à cabeça. Ou ainda, mais discretamente, com um simples, porém sincero, abraço de um casal que nos aguardava no aeroporto. Alegria: percebemos a alegria nos corações de todos que estavam à nossa volta. Os que chegavam tão perto nos hospedando em suas casas, onde partilhamos o aconchego e o carinho da família, e também aqueles que no início timidamente chegavam, e depois, vendo que éramos como irmãos iguais, se abriam num grande sorriso e caloroso abraço. Todos sem exceção nos encheram o coração de muita alegria. Misericórdia: todos nós somos pobres pecadores, e nós também fomos agraciados com a misericórdia e compreensão dos irmãos que perdoaram nossas falhas, e agradecemos esta bondade de DEUS que amoleceu o coração destes irmãos. Gentilezas: muitas recebemos, e constatamos que o povo de DEUS é muito bom, e a frase “gentileza gera gentileza” é real e imediata. Nos desdobramos, mergulhamos fundo em nossa CM 519


missão, fomos até onde o Espírito Santo nos guiou, e fomos agraciados com inúmeras delicadezas de DEUS, a ponto de duvidarmos se merecíamos tanta bondade. Auxílio fraterno: por onde andamos, percebemos ajuda mútua, tanto em relação a nós como em relação a todos à nossa volta, e sentimos como o Movimento é vivo, fraterno e transforma as pessoas pelas atitudes e pela palavra, gerando ricos testemunhos de fraternidade e solidariedade. Desafios: tivemos vários obstáculos, podemos dizer que a cada dia éramos postos à prova, e hoje agradecemos todos sem exceção, pois graças a estes, crescemos e nos fortalecemos, e percebemos que DEUS, na sua infinita bondade e sabedoria, foi nos capacitando e abrindo os caminhos, porque afinal a missão é Dele, que nos chamou e nos escolheu para cumpri-la. Então como ia nos abandonar? Jamais! Ele disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. (Mateus 28,20) Aprendemos também a nos comunicar, e independentemente da língua que falamos ou ouvimos, nossa cultura não vale nada se não ouvimos as pessoas, se não ouvimos suas dificuldades, necessidades e suas alegrias, seu grito de socorro muitas vezes escondido num olhar... Aprendemos a não ficar de braços cruzados, de boca fechada, a não tolerar injustiças e desigualdades.

Aprendemos a lutar pela verdade, pela essência das coisas, pois muitas vezes nos perdemos em detalhes que só atrapalham, e esquecemos o que importa, devemos sempre refletir sobre o que é essencial, independentemente da região e cultura de onde estamos. Aprendemos que a arma que vence todas as batalhas e desafios é o Amor, e é a única coisa que disso tudo vai sobrar, por isso estamos abertos a aprender muito mais, a amar mais. O Amor é a herança que herdamos de Cristo, e devemos semeá-lo por onde passamos nesta linda aventura que é a vida. O casal que irá continuar esta viagem com vocês a partir de agora, e por mais cinco anos, é Lu e Nelson, e garantimos que vão gostar da companhia, e o SCE que os assistirá por mais um ano é o nosso querido Padre Paulo Renato, a quem somos muito agradecidos por todos os momentos que esteve conosco, verdadeiro conselheiro, comprometido, sábio, e acima de tudo amigo fiel. Vocês estarão para sempre em nossos corações e mentes! Nos encontraremos aí, no fundo do coração, de maneira diferente, porém intensa, podem crer. Fiquem com Deus e até breve, amigos!

Hermelinda e Arturo

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Secretaria e Tesouraria Queridos equipistas, expressamos nossa gratidão a todos vocês que estiveram ao nosso lado durante a nossa missão. Foi uma oportunidade que nos foi oferecida por Deus para dedicar nossos talentos ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Para nós foi tudo aprendizado! Desfrutamos de muitas alegrias com experiências marcantes e preciosas para as nossas vidas. Aprendemos que Deus a cada dia vai nos capacitando para o trabalho, a conviver e respeitar as diferenças de cada pessoa envolvida nas atividades com suas regras. Nos tornamos mais próximos como casal, caminhando e trabalhando juntos, trocando ideias mesmo nas divergências, assim como ouvindo, acreditando no outro, refletindo sob oração os passos a serem dados para o fortalecimento do Movimento, com o qual nos comprometemos. Todo esse aprendizado contribuiu para uma harmoniosa, feliz e alegre convivência com nosso querido colegiado da SRB e com o Secretariado Nacional no cumprimento da nossa missão. Somos gratos a Deus pelas oportunidades que nos deu de aprendermos e experimentarmos esse serviço e de nos acompanhar na sustentação do nosso “sim”, quando aceitamos a responsabilidade como casal CR S/T da SRB de 2014 a 2018.

Comunicação

Cidinha e Vail

É com muita alegria que mais uma vez encerramos um chamado a servir à Igreja por meio das Equipes de Nossa Senhora. Um Sim que demos com muito temor mas também com muita alegria, acreditando na ação do Espírito em nossa missão. No início parecia que seriam longos anos, e agora, agora passou! Agradecemos a Deus por estes anos, por este chamado e ao casal Hermelinda e Arturo pela confiança em nós depositada. Neste período temos a mais plena certeza do nosso crescimento e aprendizado, pois quando nos dispomos a servir o Reino de Deus somos nós que ganhamos. Somos gratos pelas pessoas que tivemos a oportunidade de conhecer em todo o Brasil e que nos ajudaram a compreender melhor nossa diversidade cultural e com seu testemunho nos incentivaram e foram exemplos para nós. Somos gratos pelo carinho e acolhida que tivemos em cada região visitada, por cada casa que nos acolheu, por cada Conselheiro Espiritual e equipista que conhecemos. Somos gratos também pela convivência com toda a Equipe da Super-Região Brasil que é uma verdadeira família visando o bem do Movimento. Um grande abraço na Paz de Jesus Cristo. Cristiane e Brito 6

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Carta Mensal Não imaginávamos que este momento chegaria tão rapidamente. Apesar do tempo que se passou, parece que foi ontem que recebemos o convite para ser casal apoio da SRB a serviço da Carta Mensal. Com a colaboração dos nossos irmãos da equipe Carta Mensal, do Padre Flávio, os amigos da Editora Nova Bandeira e de todos que nos enviaram artigos, concretizamos nosso serviço. Estes quatro anos marcaram definitivamente a nossa história de uma forma muito positiva e, com certeza, levaremos por toda a vida. O mais importante de tudo foram os amigos que fizemos e a nova família que descobrimos. Esta despedida não significa um adeus, apenas o início de uma nova etapa. Levaremos cada um de vocês em nossos corações com muita gratidão pela oportunidade. A Paz e Alegria do Cristo.

Fernanda e Martini

Despedida Com esta segunda passagem pela Carta Mensal, completei dez anos como Conselheiro Espiritual da Equipe redatora de nossa revista. Só isso já mostra que dou grande importância a essa carta que, mensalmente nos une, conselheiros e equipistas. Além de agradecer a oportunidade para essa colaboração, quero destacar o empenho da Equipe de Redação, seu cuidado com a riqueza de conteúdo e com o aprimoramento da apresentação gráfica. Quanto aos nossos leitores, graças a Deus a Carta Mensal tem encontrado aceitação unânime, o que não excluiu observações que muito ajudaram. Bom também constatar como aumentou o número de casais que enviam suas colaborações. Cada vez mais casais falam de espiritualidade conjugal, assunto sobre o qual são eles os peritos. Só posso desejar que essa participação dos casais se torne dominante, aprofundando a partilha de experiências não só no campo espiritual, mas sobre a totalidade da vida conjugal. Foi muito bom estar com vocês. Deus os ajude.

Padre Flávio Cavalca CM 519

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Causa de Canonização Pe. Caffarel Terminando mais uma etapa da nossa caminhada de 40 anos nas ENS queremos agradecer a todos que nos ajudaram e apoiaram no serviço de Casal Correspondente da Causa de Canonização do Pe. Caffarel. Deixamos essa missão mas continuaremos pedindo a intercessão do Pe. Caffarel por todos aqueles e aquelas que nos pediram que rezássemos por suas intenções. Continuaremos também a ser entusiastas da Causa, enquanto ela durar, e a ser sempre anunciadores do legado que o Pe. Caffarel deixou para os casais, para os sacerdotes, para os consagrados, para aqueles que procuram crescer na vida de oração, para toda a Igreja e para a sociedade. Recebam nosso fraterno e carinhoso abraço.

Intercessão

Vicélia e Magalhães

SALVE MARIA! Na vida há um tempo para tudo... Sentimos que agora é tempo de agradecer! Queridos amigos, Deus é de toda a eternidade que Ele nos ama, o Senhor vive nos preparando, oferecendo oportunidades para podermos crescer no amor. O Senhor nos encanta sem percebermos. É assim que nos sentimos ao concluir nossa missão como Casal Intercessor Nacional. Vimos então agradecer. Guardaremos para sempre a lembrança do amor e ardor desta missão. Do sorriso amigo de tantos irmãos queridos que nos acolheram. Guardaremos a lembrança do olhar, e que olhar! Janela aberta da alma de tantos irmãos, onde vimos o próprio olhar de Cristo! Obrigada. Obrigado por terem respondido ao apelo que fizemos não em nosso nome, mas em nome de Cristo, para que se tornassem intercessores. O seu sim fez toda a diferença. Obrigado a tantos irmãos queridos que confiaram as nossas orações, tenham certeza, sua dor também é nossa dor. Seu louvor, nossa alegria. Que Deus nos ajude a continuarmos a nossa jornada sendo uns para os outros ombro amigo, bálsamo que alivia as dores, luz que ilumina o caminho, mão que consola, abraço demorado que descansa a alma. Obrigado, por tudo e por todo, obrigado. Com carinho e oração, seus, sempre seus. 8

Goretti e Moacir CM 519


Nova Equipe da

Super–Região Brasil A nova SRB tomou posse no Colegiado Nacional que ocorreu em Itaici no dia 29 de agosto e será liderada pelo casal Lú e Nelson de Goiânia. 1. Lú e Nelson – CR Super-Região Brasil (Goiânia) 2. Tatiana e Rubens – CR Comunicação (Brasília) 3. Débora e Marcos – CR Carta Mensal (Goiânia) 4. Afra e Beto – CR Causa de Canonização Pe. Caffarel (Brasília) 5. Sônia e Eiyti – CR Intercessão (Brasília) 6. Lourdes e Sobral – CR Secretaria e Tesouraria (Brasília) O Padre Paulo Renato continuará como SCE da SRB.

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Os endereços de email continuam os mesmos. Agradecemos em nome de todos os equipistas o “sim” de cada casal e que Nossa Senhora cubra com seu manto a missão que irão desempenhar nos próximos cinco anos. CM 519

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NOVA EQUIPE DA ERI Caros amigos, Desde o término do Encontro Internacional de Fátima, a Equipe Responsável Internacional (ERI) tem nova composição. Os casais da equipe anterior deixam a Missão e assumem novos. Em nome de todo o Brasil, e em particular do nosso, queremos deixar um fraterno e respeitoso abraço ao casal Tó & Zé Moura Soares e à sua equipe, que deixam a missão com a certeza do trabalho muito bem cumprido. Somos eternamente agradecidos a eles. A nova ERI será liderada pelo casal colombiano 1 - Clarita & Edgardo Bernal, residentes em Bogotá. São equipistas desde 1995 e têm dois filhos. Casal muito comprometido com o Movimento. Temos certeza de que farão um excelente trabalho. A equipe é constituída ainda por um SCE e seis Casais Responsáveis, a saber: 3 - SCE: Padre Ricardo Londõno (da Colômbia) 2 - Casal Responsável pela Tesouraria & Secretaria: Paola & Giovanni Manara (da Itália) 10

5 - Casal Responsável pela Comunicação: Dora & João Pedro Souza (de Portugal) 4 - Casal Responsável pelas Equipes Satélites: Mariola & Elizeu Calsing (do Brasil) 7 - Casal Ligação da Zona Centro Europa: Thérèze & Antoine Leclerc (da França) 9 - Casal Ligação da Zona Euro África: Bernadette & Sylvestre Minlekibe (do Togo - África) 8 - Casal Ligação da Zona Euro Ásia: Paul & Helena McCloskey (da Inglaterra) 6 - Casal Ligação da Zona América: Hermelinda & Arturo Zamperlini (do Brasil) Em nome da nova Equipe da ERI, pedimos ajuda a DEUS pelo bom êxito da missão, e que Nossa Senhora de Fátima abençoe a nova equipe e a todos os equipistas do mundo, para que nos ajude todos sempre a bem servir ao Senhor e à nossa Santa Igreja. Hermelinda e Arturo CM 519


Curando “Vai e faze tu o mesmo” (Lc 10,37)

É necessário que façamos a diferença! Famílias atravessam momentos muitos difíceis e ser católico e praticar o que nos diz o Evangelho, é cada vez mais prioritário em nossas vidas, para que sejamos testemunhos vivos, da palavra de Deus, e como o Bom Samaritano, somos chamados a descer de nossos cavalos e ir em direção ao próximo, pois nele veremos a face de Jesus. Esta parábola nos acompanha desde o Encontro Internacional das Equipes, em 2012, e nos convida a refletir e a ver revelada a verdadeira misericórdia de Deus, a compaixão e o amor que devemos ter pelo nosso próximo. Como o mestre da Lei perguntou a Jesus, nos façamos a mesma pergunta: quem é o nosso próximo? Nela, transparece a tensão existente sobre a interpretação de quem era o próximo na sociedade daquela época, em que o padrão de identidade de uma pessoa era visto de acordo com o grupo e a etnia a que se pertencia, ou de quem se pudesse retirar algum benefício. Jesus apresenta um samaritano, de um povo depreciado pelos de Israel, que se comove e vai ao encontro do desvalido caído no caminho, que precisa de ajuda e de cura. Ao inverter a questão do doutor da Lei, nos apresenta como conceito de próximo não aquele que está ao meu lado, mas como aquele de quem me aproximo. Há aqui um duplo movimento, o de acolher e o de ser acolhido, o de amar e o de deixar-se amar. O samaritano olha aquele homem, sem se preocupar com os aspectos que a sociedade lhe impunha, ou que pudessem vir a prejudicá-lo, assim Cristo nos mostra uma noção de proximidade que rompe barreiras e socorre aquele que é o necessitado. Cristo, através da sua Palavra, nos mostra a que somos chamados a amar sem preconceitos, nacionalidades ou crenças, a “amar como Ele amou”. Um amor sem interesses, apenas pelo fato dele ser o próximo, e a olhá-lo e a cuidá-lo de modo concreto. É um caminho que Cristo nos indica e que responde ao doutor da Lei quando este procurava saber: o que fazer para alcançar a vida eterna? Pensemos em como agir em nosso cotidiano, no combate a curar/cuidar as feridas abertas em nossas sociedades, pela falta de amor, exclusão social, dificuldades econômicas, violências, perseguições religiosas, dentre tantas outras situações... “parar”, “deixar-se comover”, como fez o Samaritano1. “Que nosso olhar seja como o de Jesus, atento, firme e amoroso, para vivermos nossa missão, A Missão do Amor. ” Leila e Fernando CRP Leste 1 - Bom samaritano é todo aquele que “se detém junto ao sofrimento de um outro homem... na ajuda, põe todo o seu coração, sem poupar nada, nem sequer os meios materiais“. Papa João Paulo II - CASD) CM 519 518

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Setembro - Mês da Bíblia

Diálogo com Deus Caros amigos e irmãos equipistas, conselheiros espirituais, que a paz de Cristo ilumine e guie toda a vossa vida! Neste mês dedicado às Sagradas Escrituras, somos chamados a olhar com maior atenção para a Palavra de Deus. Para tanto, recordamos a memória do grande São Jerônimo, nascido no ano de 340 em Estridão –, entre Dalmácia e Polônia. Estudou e foi batizado em Roma. Abraçou a vida contemplativa e foi para o Oriente. onde foi ordenado Sacerdote. Mais tarde retornou a Roma e foi secretário do Papa Dámaso, no século IV. A pedido do Papa fez a tradução da Bíblia para a língua oficial da Igreja, que é o latim. Promoveu a vida monástica e mais tarde se estabeleceu em Belém da Judéia, de onde continuou servindo a Igreja. Escreveu muitas obras, e nos ensinou que “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”. Morreu em 30 de setembro (motivo pelo qual setembro é o mês da Bíblia), em Belém, no ano de 420. Neste mês, então, somos convidados a nos dedicar com maior atenção à escritura da Palavra de Deus, pois é por meio de Sua Palavra que Deus se revela e continua a nos falar. O Santo Padre, o Papa Francisco, em sua exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini nos diz: “A novidade da revelação bíblica consiste no fato de Deus se dar a conhecer no diálogo que deseja ter conosco. A Constituição Dogmática Dei Verbum tinha exposto essa realidade reconhecendo que “Deus invisível na riqueza do seu amor fala aos homens como a amigos e convive com eles, para convidá-los a admitir à comunhão com Ele”(nro 6) O Padre Caffarel, no livro Centelhas Mensagem nos fala: “Os cristãos casados, da mesma forma que os monges, são chamados à santidade”. O que gostaria de deixar como ajuda nesta mensagem é que: Deus deseja o diálogo conosco e nos fala a todos. Também nos chama a sermos santos, como cristãos casados ou ordenados. E é por meio da escuta e leitura orante que podemos ouvir o que Deus quer nos falar. Que Nossa Senhora Imaculada Conceição interceda a Deus por todos nós e pela nossa fidelidade ao sim que um dia demos a Deus. Unidos em Cristo, Pe. Rogério Dias da Silva SCE Província Leste

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Colóquio sobre Padre Caffarel (Colóquio Internacional – 8 e 9 de dezembro de 2017) A última intervenção do Colóquio, O Cristo no centro do casal, foi feita por um jovem casal francês Delphine e Antoine Quantin. Eles começaram dizendo que fazem parte de uma geração de equipistas que não conheceu diretamente o Pe. Caffarel. A primeira vez em que ouviram falar dele ainda eram noivos: por acaso participaram da sua Missa de 7º Dia e ficaram marcados pela homilia do Cardeal Lustiger que evocava o Pe. Caffarel como um profeta para o nosso tempo. “Nosso verdadeiro encontro com o Pe. Caffarel se deu alguns anos depois do nosso casamento, através do nosso engajamento nas ENS e da descoberta e adesão à Carta do Movimento”, dizem eles. E continuam: “Essa Carta, é verdade, é exigente, mas era muito motivadora para um jovem casal que desejava colocar Cristo em primeiro lugar e encontrar a felicidade na sua união”. CM 519

Começam perguntando: O casal cristão é chamado à Santidade no e pelo Sacramento do Matrimônio, mas o que é a Santidade? Eles respondem com as palavras do Pe. Caffarel: “Um santo não é antes de tudo, como muitos imaginam, uma espécie de campeão que realiza proezas de virtudes, performances espirituais. É antes de tudo um homem seduzido por Deus. E que entrega a Deus sua vida inteira” (L’Anneau d’Or, número especial 111-112, maio-agosto 1963). A vocação do casal casado é permitir que cada um dos cônjuges se deixe seduzir por Deus. Da intimidade com o Cristo nasce um novo amor no seio do casal, marido e mulher se amam com o mesmo amor que Cristo os ama. Citam o Pe. Caffarel: “Eu amo o meu cônjuge com o coração do Cristo e é exatamente com o amor conjugal que eu O amo.” Essa relação com o Cristo se realiza 13


particularmente na Eucaristia, o Pe. Caffarel escreve: “A Eucaristia tem um papel primordial a realizar para reforçar a união daqueles que Deus uniu pelo matrimônio. Não somente para santificar cada um dos cônjuges, [...] mas para estreitar e santificar, Ele mesmo, o laço que os une” (L’ Anneau d’Or, nº 117-118, 1964). O apelo à união pessoal de cada um dos esposos com Cristo é válido para todos os casais, para os que vivem em harmonia, mas igualmente para aqueles que enfrentam dificuldade. Em todos os casais unidos pelo Sacramento do Matrimônio, seja na alegria ou no sofrimento, “a graça aí trabalha para levar cada um a encontrar o Cristo vivo”. “O Sacramento do Matrimônio é portanto muito mais que ‘um socorro de Deus para curar o amor humano, enriquecê-lo, fazê-lo mais feliz e mais durável’: é a aliança do Cristo e do casal” e “somente uma vida conjugal vivida em plenitude permite que o Sacramento produza seus frutos”. Num segundo momento eles falaram da instituição da Carta e da importância dos PCE para ajudarem os casais a viverem plenamente o Sacramento do Matrimônio, lembrando que os PCE não são um fim em si mesmo, mas meios que permitem cada equipista e cada casal de progredir espiritualmente. Lembraram ainda que os 6 PCE não foram introduzidos de uma só vez. O Dever de Sentar-se, a Regra de Vida e o Retiro foram os PCE iniciais; mais tarde veio a Oração Conjugal, e é somente em 1970 que Pe. Caffarel acrescenta a Escuta da Palavra e a Oração Interior (no Brasil chamada de Meditação). 14

No conjunto dos PCE podemos observar 2 grandes eixos: os que convidam à conversão e os que visam reforçar a intimidade com Cristo, mas todos estão estreitamente ligados num único e mesmo objetivo: colocar Cristo no coração da vida do casal. Encerrando, eles mostraram a importância da vida em equipe. Não se pode avançar sozinho. Por mais motivado que um casal esteja, ele precisa de ajuda. A Carta explicita a quádrupla exigência da amizade fraternal na vida em equipe: dar, receber, pedir ajuda e saber recusar. Segundo o Pe. Caffarel, o objetivo da vida em equipe é de “se amar uns aos outros para conseguir melhor amar a Deus”. A mesa-redonda dessa última Sessão foi composta pelo Pe. Jacques de Longeaux como moderador, pelos conferencistas Irmã Fernanda Barbiero e Pe. Louis de Raynal e com o testemunho especial de Teresa e Duarte Da Cunha (equipistas de Portugal). Os testemunhos em vídeoclips vieram do Brasil (Viver o Sacramento do Matrimônio – Joice e Jerson Garcia de Porto Alegre-RS e Cirlene e João Marcos Andrietta de Itu/SP), da Itália (As motivações e as expectativas de um jovem casal equipista – Laura e Diego Brambilla) e do Togo (A vocação e a missão do casal – 6 casais e o SCE em uma Reunião de Equipe). No mês que vem traremos o momento de Encerramento do Colóquio. Vicélia e Magalhães Eq. 09 - N. S. do Amor Setor D - São Paulo - Capital I CM 519


Henri Caffarel, o homem e sua missão 6. Henri Caffarel e o casal Moncau: as Equipes de Nossa Senhora no Brasil A expansão do Movimento das Equipes de Nossa Senhora para o Brasil é considerada exemplar porque a proposta das equipes encontra eco na aspiração profunda de um casal: Pedro e Nancy Moncau. Profundamente cristão, este casal procura simultaneamente uma maior união com Deus e entre os esposos. Pedro Moncau frequenta um Centro de Estudos da Congregação Mariana; o casal, no entanto, sente uma insatisfação, a falta de "algo mais". Tomam conhecimento dos grupos de casais ligados a L’Anneau d’Or através do Pe. Marcel-Marie Desmarais, dominicano canadense que vem de Paris; Dr. Moncau se interessa e em 30 de novembro de 1949 escreve a Pe. Caffarel. Uma pronta resposta de Pe. Caffarel em 15 de dezembro de 1949 falando da alegria e emoção ao ler a carta e impressionado por "laços se tecerem através dos oceanos graças à L’Anneau d’Or". Fala também que tanto a revista quanto os grupos de casais trabalham paralelamente com o objetivo essencial de ajudar os casais a tender para a santidade, nem mais, nem menos. Também providencia que o Secretário Geral faça a remessa de documentação completa a respeito de tudo, e que "ficará muito feliz em conhecer pessoalmente a opinião de Pedro Moncau". Esta carta constitui a certidão de nascimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil porque deu início a uma série de contatos que resultaram, em CM 519 518

13 de maio de 1950, na fundação da primeira equipe. A resposta que Pedro Moncau deu, em 14 de fevereiro de 1950, após ler o material recebido é cheia de entusiasmo: “...lendo a sua carta tão amiga, tive a impressão de uma descoberta. E, alguns dias depois, folheando a ‘Carta’ e as Cartas Mensais, minha primeira reação foi francamente de emoção. Porque, segundo meu parecer, é exatamente isso que há muito tempo procurávamos. É exatamente a fórmula que corresponde às nossas necessidades”. Dr. Pedro Moncau apresenta sua descoberta ao Grupo de Estudos que frequenta, onde é bem acolhida, e começa a traduzir os documentos recebidos de Paris. Forma-se a primeira equipe, sendo Casal Responsável Nancy e Pedro Moncau. Pe. Caffarel lhes escreve em 12 de junho de 1950: “Prometo-lhes rezar e pedir orações para que o Senhor os ajude na tarefa de responsáveis. Esta função é importante: não é só de uma equipe que vocês se tornaram responsáveis, mas do desenvolvimento em seu país das Equipes de Nossa Senhora, que, tenho certeza, poderá ser de grande auxílio espiritual para os casais que a elas aderirem”. Padre Caffarel fará três visitas ao Brasil. Em sua primeira visita, em julho de 1957, veio alicerçar solidamente as primeiras equipes, no momento em número de 13. 15


Pedro Moncau anota como em diários esta visita, cujas palavras ainda emocionam. Nesta ocasião puderam traçar planos e discutir sobre as ações e apostolado das equipes no Brasil, visando seu desenvolvimento futuro com um número de equipes 3 a 4 vezes maior. As equipes irão se multiplicar no Brasil, que se tornará o país com maior número de equipistas no mundo. As visitas ao Brasil foram em 1957, em 1962 e 1972, e em todas elas nosso Padre trouxe a marca de sua personalidade vibrante, disciplinada e com muito conteúdo espiritual através de encontros, sessões de Formação, reuniões e palestras. Ao mesmo tempo conheceu um pouco do ser brasileiro e do caminho que as equipes seguiam em nosso país. As palestras estão publicadas pelo movimento das Equipes de Nossa Senhora: Ecclesia, na primeira visita em julho de 1957; A Missão Apostólica do Casal; e Testamento Espiritual, em setembro de 1972, na terceira viagem, quase como um adeus porque deixará o Movimento no ano seguinte. Em testemunho para a Carta Mensal de dez./1972, Nancy e Pedro Moncau comentam sobre o impacto de suas palestras: “É que Caffarel não fala só com palavras. Fala com o coração. A convicção com que se expressa, o vigor intenso que externa em palavras simples e gestos sóbrios, a ausência total de recursos de oratória, de palavras supérfluas, de adjetivos inúteis, reforçam o conteúdo de suas conferências e lhes dão uma densidade que impressiona e cativa. E, fato notável, todas as conferências terminam em clima de recolhimento, 16

tornando supérfluas as manifestações habituais de aplauso, tão do gosto de nosso auditório”. Em carta para o casal Moncau, de 1 de outubro de 1957, logo após retornar de sua primeira visita ao Brasil, Caffarel comenta: “Fiquei muito impressionado pela conduta providencial dos acontecimentos no Brasil; impressionado em ver que durante anos o Senhor os faz desejar, procurar aquilo que um dia, depois de 14 anos de espera, de orações da parte de vocês, devia ser-lhes oferecido pelas Equipes de Nossa Senhora. É bem esta a pedagogia do Senhor. Não só Ele dá, mas faz desejar, amadurece o desejo, a fim de fazer um dom maior, a fim de que o dom seja melhor recebido. É quase inacreditável que, através dos oceanos e sem contato com o Centro, vocês apreenderam tão perfeitamente o espírito das equipes e tenham realizado equipes tão autenticamente Equipes de Nossa Senhora. Em nossa Sessão de Quadros, na França, ficaram profundamente comovidos ao conhecerem os caminhos da Providência no Brasil”. FONTES: - O Sentido de uma vida: Pedro Moncau Jr. O Homem. O Médico. O Cristão. Nancy Cajado Moncau. SP/1986. - “Quinze dias que marcaram época” – Nancy e Pedro Moncau, Equipe 1/SP, CM/dez. 1972 p. 3-4. - Palestras e Conferências. Pronunciamentos nas visitas ao Brasil. Pe. Henri Caffarel, 2017. - “Henri Caffarel. Um homem arrebatado por Deus”, Jean Allemand. Tradução de Gerard François Duchêne e Monique Duchêne – ENS 1997.

Paulo José (da Yara) / Salma e Paulo Eq. 01B - N. S. da Esperança São José dos Campos-SP CM 519


O ROSÁRIO

MISTÉRIO DE CRISTO, “MISTÉRIO” DO HOMEM

MISTÉRIOS DA DOR 1º MISTÉRIO DOLOROSO A agonia de Jesus no Horto das Oliveiras (Lc 22,39-53) Jesus leva consigo os três apóstolos Pedro, Tiago e João ao jardim chamado Getsêmani, os mesmos que haviam assistido à Transfiguração. Uma angústia mortal leva o pensamento de Jesus a meditar sobre os suplícios que deveria sofrer e uma insondável desolação: a tristeza do amigo traído, do Mestre abandonado, a dor diante da ingratidão com que os homens retribuem seu amor; e as almas que o rejeitam. Seu suor se transforma em gotas de sangue que escorrem sobre a terra. Na provação, Jesus se volta com humildade e confiança para seu Pai e reza. Depois volta para junto de seus discípulos e o mesmo convite que fez aos discípulos faz a nós: Vigiai e orai! E pela segunda vez e depois pela terceira vez, Jesus se afasta para rezar. Quando, finalmente, se junta aos discípulos, Jesus estava pronto para o combate. Foi na oração que Jesus encontrou força para seguir. É na oração que seremos fortificados pela graça se quisermos vencer os desafios da vida. Com Jesus rezemos... Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

2º MISTÉRIO DOLOROSO- Flagelação de Jesus (Lc 23,14-18) A agonia de Jesus no Getsêmani estava apenas começando, seria uma ingratidão querer fugir da reflexão da flagelação depois de tudo que Nosso Senhor Jesus Cristo padeceu por nós. Com certeza o Senhor espera que ao considerarmos a sua paixão, lembremos não somente dos homens do seu tempo, mas de todos os tempos. Dos algozes que ferem sem compaixão nem piedade e de tantos CM 519 518

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irmãos que têm suas vidas rasgadas, humilhadas, por tantas situações que lhes ferem o corpo e a alma. Jesus, vós que sofrestes os mais íntimos martírios, ajuda-nos a construir uma nova história.

“Basta de escravos e senhores, o mundo precisa é de irmãos.” Dom Hélder Câmara Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

3º MISTÉRIO DOLOROSO - Jesus é coroado de espinhos (Jo 19, 2-3) Quando os algozes fartaram-se de açoitar Jesus, desamarraram-no da coluna e jogaram sobre seus ombros ensanguentados um manto vermelho, colocaram uma coroa feita por longos espinhos entrelaçados, cujas pontas lhe rasgaram a cabeça e a fronte. Não pensem os algozes que a injustiça ficará para sempre impune. Tudo, mesmo as coisas que ninguém vê, é assistido por Deus. E Ele condenará todos os torturadores e os opressores e introduzirá na glória não apenas as vítimas, mas também todos os que visitaram quem estava no cárcere, cuidaram dos feridos e dos sofredores, sustentaram os famintos, os sedentos e os perseguidos. Agora, porém, o rosto transfigurado mostrado no Tabor está desfigurado; aquele que é "irradiação da glória divina" está obscurecido e humilhado; como tinha anunciado Isaías. Senhor Jesus, contigo sofremos,pois contigo queremos viver a glória do céu. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

4º MISTÉRIO DOLOROSO - Jesus carrega a cruz ao calvário (Mt. 27,31) Muitas almas sensíveis reconheciam que Jesus era muito mais que um simples condenado. Aqueles que foram um dia conquistados pela sua pregação, por seus milagres e por sua bondade, choravam com um pranto profundo. Não entendiam por que ele se deixava ser maltratado daquela forma. “E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos e o lamentavam.” Lucas 23:27 18

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“Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.” Lucas 23, 28 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, o entregou por todos nós, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8, 32). Meditar sobre os sofrimentos de Cristo pode realmente nos ajudar a “Conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3, 19) E quando o mistério é muito grande a gente se cala...(momento de silêncio). Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

5º MISTÉRIO DOLOROSO - Crucificação e morte de Jesus (Jo 19,23-27) São três horas da tarde. Jesus inclinou a cabeça. É sem resistência que o Mestre do céu e da terra sujeitou-se ao terrível suplício da crucificação. Do peito aberto de Jesus jorram sangue e água, símbolo da sua vida totalmente entregue por cada um de nós. Naquele dia, naquela sextafeira da Paixão, quando todos fugiram, a fé da Igreja ficou guardada num único coração: o coração da Virgem Maria! Que se manteve de pé aos pés da cruz. Maria, a mãe das dores, mostrou que a maior dor do mundo não pode roubar a sua fé e não deve roubar a nossa. Que todas as dores, aflições, angústias, vividas na fidelidade e no amor a Deus, conhecerão também a glória da ressurreição. Peçamos a Virgem Maria fiel a Jesus na luz e na cruz que nos ajude a seguir seu filho. Que neste mês de setembro, dedicado à Palavra de Deus, possamos também semear, semear a fé, semear esperança, semear amor. Semear a Palavra. As sementes guardadas na mão do homem nunca irão produzir frutos, vamos semear palavras de carinho, gratidão, afeto. Na alegria ou na dor, semear o amor. E rezar pelo nosso Brasil. Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória... Reza-se o Agradecimento; Salve Rainha. Sinal da Cruz. Maria Goretti e Moacir Equipe Nossa Senhora do Rosário de Fátima Setor A - Criciúma-SC CM 519 518

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XII encontro internacional de Fátima - 2018

CARTA DE FÁTIMA Da Equipe Responsável Internacional aos Equipistas de todo o Mundo Queridos casais equipistas e conselheiros espirituais das Equipes de Nossa Senhora: Ao concluir este XII Encontro Internacional com o coração transbordando de alegria, sentimos o desejo de perpetuar e multiplicar tudo o que vivemos nestes dias tão intensos e enriquecedores. Estamos todos contagiados pela imensa riqueza do nosso carisma de Espiritualidade Conjugal, pela mística da unidade vivida ao redor de Cristo, que nos convoca no meio da riqueza da nossa diversidade a caminhar juntos na fidelidade ao essencial. Levamos no coração a graça de ter sentido na “Reconciliação, Sinal de Amor” o profundo significado da nossa filiação divina e da sua gratuitidade. O que vivemos nesta semana intensa e ao mesmo tempo curta, pois não gostaríamos que terminasse, não pode ficar como uma recordação, mas deve permanecer uma fonte de luz que com as nossas obras continuaremos a alimentar e a irradiar, multiplicando-a à nossa volta com todos aqueles que não puderam viver diretamente esta graça. É agora o momento oportuno, em que estamos com o coração aberto e disposto a transmitir-lhes o discernimento que nos levou ao fim deste caminho e ao início de mais uma nova etapa. Servirá como inspiração para começarmos a traçar o nosso roteiro de vida em sintonia com o caminhar da Igreja, com fidelidade 20

às nossas fontes e na mística da nossa adesão total a Cristo e à nossa Mãe Maria, que nos conduz e nos encoraja. No mundo de ontem e de hoje, sempre houve luzes e sombras. Em contraste com as sombras que se escondem, hoje há também muitas luzes e sinais de esperança de que somos chamados a erguermo-nos porque “ninguém acende uma lâmpada e depois a cobre com uma vasilha ou a esconde debaixo da cama, ao contrário coloca-a num lugar alto a fim de que todos os que entram vejam a sua luz” (Lucas 8, 16-18). O caminho do projeto de vida que as equipes nos propõem baseia-se nesta enorme graça que nos foi concedida: o carisma da espiritualidade conjugal que passa para nós, homens e mulheres imperfeitos que, ao aderirmos a este dom, manifestamos os nossos próprios pontos fortes e também as nossas fragilidades, uma vez que somos portadores de luzes e sombras, para nunca perdermos a capacidade de discernimento e autocrítica. Como nos recorda o Papa Francisco, se fizermos uma analogia com a família das ENS, “não existe família perfeita, mas há que não ter medo da imperfeição, da fragilidade, e nem sequer dos conflitos” durante os quais não podemos nunca perder a nossa mística, nem o sentido de colegialidade para discernir sobre a vontade de Deus. Se à nossa volta existem sombras, não é por terem sido causadas por outros, CM 519


mas porque nós mesmos não estamos irradiando luz suficiente para iluminálas. É por isso que hoje mais do que nunca as Equipes de Nossa Senhora têm um papel concreto e um dever que devemos assumir. Parafraseando o Papa Francisco no EG nº 171: Hoje a Igreja e o mundo precisam de nós, casais das Equipes de Nossa Senhora, para que através da nossa formação e da nossa experiência de acompanhamento, do nosso conhecimento de um modo de proceder onde reina a prudência, a capacidade de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito, nos ajudemos entre todos a defender as ovelhas a nós confiadas dos lobos que tentam desgarrar o rebanho. Durante os últimos anos no Movimento, temos nos preparado para “SER”, para compreender a riqueza do nosso sacramento e da nossa conjugalidade, formando-nos, fundamentando a nossa fé e “VENDO”, tomando consciência do papel missionário que a Igreja nos pede. Esta cronologia de caminhada no Movimento é a mesma que ocorre na vida do discípulo, e tem uma ordem lógica que nós não devemos alterar. O “SER” como Cristo – em função da nova natureza que começa com a experiência do encontro, leva-nos a “VER” a vida com os olhos de Cristo e este modo de ver evangélico nos levará, se o permitirmos, a viver, ou o que é a mesma coisa, a “AGIR” como Cristo. Evitando o risco de cair numa espiral de repetição, se ficarmos parados rodando no nosso próprio eixo, neste novo período da vida do Movimento que começa a partir do XII Encontro Internacional e seguindo a mesma dinâmica do crescimento do discípulo, a orientação geral CM 519 518

que hoje propomos e que guiará nossa caminhada continuará a ser um convite para agir, tornando concretas a nossa Vocação e Missão e fazendo viver em nós o seguinte chamamento: “NÃO TENHAM MEDO, SAIAMOS…” Este chamamento estará iluminado por dois textos bíblicos que nos acompanharão nesta etapa do caminho:

1º "Não tenhas medo, porque estou contigo, não te aflijas porque sou o teu Deus. Eu te darei forças e ajudarei…" (Is 41,10). Não é uma promessa que nos dá coragem a dar o passo que nos afasta das nossas seguranças, mas que ao mesmo tempo nos reveste de uma autoridade que não vem de nós mesmos, mas da confiança nAquele que nos chama e a quem nós queremos imitar. 2º "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é sagrado". (Ex 3,5). Que nos permitirá recordar sempre que nesta “saída”, que empreendemos, não somos superiores a ninguém, mas apenas instrumentos da misericórdia de Deus, de modo que todas as terras em que pisemos, e todas as realidades que enfrentemos, serão abordadas como lugares santos de evangelização onde Deus está presente, embora em circunstâncias difíceis que não consigamos entender. Neste caminhar ao lado da Igreja em “saída” reforçaremos este espírito e esta nova dinâmica missionária a que o Papa Francisco nos convida, sempre com o objetivo de ajudar a descobrir e a viver a verdadeira natureza do amor humano, discernindo, acolhendo e acompanhando através da nossa especificidade e sempre fiéis ao nosso Carisma. 21


Neste discorrer vamos ter como apoio e referência o novo documento “Vocação e Missão” que, no limiar do terceiro milênio, a Equipe Responsável Internacional distribuiu neste Encontro, apresentando uma visão do passado, presente e futuro do nosso Movimento, de forma a podermos: 1. Discernir sobre os desafios à nossa volta a que poderemos dar resposta como Movimento, "O que eu peço a Deus é que o vosso amor cresça cada vez mais em conhecimento verdadeiro e em discernimento". (Filipenses 1, 9) Ao assumir o movimento com uma clara consciência do sentido real da sua missão na Igreja e no mundo, sentimos que o nosso objetivo, aquele que o nosso carisma nos aponta, é não só a procura da espiritualidade conjugal e do sentido sacramental do matrimônio (onde obviamente não devemos deixar de trabalhar, uma vez que faz parte da nossa essência e é um verdadeiro “catalisador” do nosso sentido de missão), como também a promoção de uma consciência e de um espírito missionário em cada membro, em cada equipe. A espiritualidade não é sinônimo de passividade, nem a espiritualidade se constrói afastando-se do mundo. Em sua recente Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate o Santo Padre Francisco expressa claramente o seguinte: (GE 26) “Não é saudável amar o silêncio e evitar o encontro com o outro, desejar o descanso e rejeitar a atividade, procurar a oração e menosprezar o serviço. Tudo deve ser aceito como parte da própria existência no mundo, e integrado no caminho de santificação. Somos chamados a viver a contemplação no meio da ação, e san22

tificamo-nos no exercício responsável e generoso da nossa própria missão”. Para este efeito e sem qualquer prejuízo para a liberdade e iniciativa pessoal dos membros das equipes, as ENS são chamadas a pesquisar, apoiar e encorajar, não através de iniciativas isoladas, mas com nossa estrutura organizacional e de animação, programas específicos de acompanhamento de casais em situações causadas pelo mundo de hoje. Esta é a nossa fortaleza e a contribuição concreta que podemos oferecer à Igreja e ao mundo de hoje. 2. Dar um novo impulso e um novo espírito na difusão do Movimento em conformidade com a realidade das mudanças que devemos identificar. “Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos toda a noite e não pescamos nada, mas porque tu pedes, lançarei de novo as redes” (Lucas 5,5). No âmbito da Nova Evangelização, é importante dar a conhecer as riquezas do matrimônio cristão no maior número possível de países. Nas ENS sabemos bem como a pedagogia das Equipes de Nossa Senhora e a vivência do nosso projeto de vida faz evoluir de um modo positivo a relação homem-mulher em qualquer contexto geográfico. Neste desejo de expansão, que com o esforço e a perseverança de todos permitiu alcançar maravilhosos frutos, não podemos deixar de pensar e trabalhar sem mencionar duas palavras-chave: interculturalidade e inculturação. A primeira para entender que somos diferentes, pensamos de maneira diferente e vimos de culturas diferentes que devemos entender e aceitar. A segunda para não esquecer que a nossa formação, a nossa pedagogia e todos os eleCM 519


mentos que nos constroem, sem perder a fidelidade à sua origem, devem ser aproveitados e adaptados a cada cultura a partir da compreensão do seu pensamento, das suas expectativas e das suas necessidades. O nosso campo de missão na difusão do Movimento deve também olhar para aquele sul que o anjo do Senhor indicou a Filipe “levanta -te e dirige-te para sul, pelo caminho de Jerusalém a Gaza, que está deserto” (Atos 8, 26) sem cair na tentação da eficácia dos números, para que todos os casais do mundo, seja qual for o seu estatuto, situação ou origem, possam conhecer o dom e a graça que nos foi confiada. 3. E praticar sempre "a arte do acompanhamento" “Finalmente, tenham todos, o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes” (1Pedro 3, 8). A palavra acompanhar, como insiste o Papa Francisco, é a chave do nosso olhar para fora. O documento “Vocação e Missão” explica: Nas equipes estamos já iniciados nessa arte que implica aco-

lhimento, escuta, compaixão, encorajamento, paciência, discernimento, reciprocidade… …Somos chamados pela Igreja a acompanhar os momentos de maior fragilidade: o caminho para um compromisso sério e duradoiro; os primeiros anos da vida matrimonial; as fases de crises e dificuldades; as situações complexas derivadas de fracassos, abandonos e incompreensões. Necessitamos cada vez mais de nos “especializarmos” na arte do acompanhamento de todas as realidades que, dada a especificidade da nossa espiritualidade conjugal, podemos trazer à Igreja, que necessita hoje mais do que nunca de discípulos missionários formados, campo em que nas Equipes de Nossa Senhora jamais deixaremos de concentrar os nossos esforços.

Tó e Zé Moura Soares Responsáveis Internacionais 2012-2018

Clarita e Edgardo Bernal Fandiño Responsáveis Internacionais 2018-2024

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Como sempre, no nosso agir, confiemos na nossa Mãe Maria, intercessora e guia no caminho que nos leva a poder ser, como Santa Madre Teresa queria, esse lápis nas mãos de Deus, pronto a escrever o que Ele quiser. Que assim seja,

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FELICIDADE:

UMA RESPOSTA À LIBERDADE O único casal brasileiro a dar um testemunho no XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, Walêska e Luiz Santos, de Manaus, Região Norte I, Província Norte, falou sobre “Liberdade e Felicidade”, no âmbito da reflexão de Lc 15,12. "Para nós foi uma bênção gigantesca", afirma o casal. “Estávamos em uma Formação para Casal Responsável de Setor, em Itaici, São Paulo, quando fomos convidados, por Hermelinda e Arturo e o Pe. Paulo Renato, respectivamente CR e SCE da Super-Região Brasil: Dissemos sim, mas para nós foi uma grande interrogação. O assunto dominávamos, pois tínhamos a nossa felicidade, a felicidade de nossa família para falar, mas tínhamos mil questionamentos e muita insegurança. Então entramos numa capela e nem rezamos, só fazíamos chorar e perguntar por quê? por quê? Voltamos ao nosso quarto, e só aí percebemos a mensagem que havia na porta: ‘Deixa-te modelar, tu não sabes o que Deus fará de ti’, frase atribuída a Santa Tereza, que virou o nosso lema. Rezamos muito, todos os dias, para que a Santíssima Trindade nos abençoasse e concedesse os dons necessários para realizar esse testemunho, conforme a vontade de Deus, para tocar o coração das pessoas. Por ação da Divina Providência, o testemunho deles foi dado na Basílica da Santíssima Trindade! E agora? O testemunho foi dado e muito bem aceito: 'Foi uma emoção muito grande, rezamos, choramos, agradecemos a Deus porque conseguimos! Pedimos ao Pai que nos conceda levar sempre Deus às pessoas. Isso só foi possível porque há 22 anos dissemos sim um ao outro, em nosso casamento, em busca da felicidade; depois dissemos sim a um casal amigo para ingressarmos em uma Experiência Comunitária; dissemos sim para entrarmos numa Equipe de Nossa Senhora'. Este foi o primeiro Encontro das ENS que eles participaram: 'Foi maravilhoso, sensacional, gigantesco, inexplicável, só vendo e sentindo essa emoção: muita gente, de todo o mundo, tudo traduzido em seis línguas. Tudo muito bem organizado, tanto a logística como, especialmente, a parte espiritual. Ver tanta gente, de tantas culturas, em unidade, todos iguais. As Equipes Mistas, misturando gente de todas as nacionalidades, são uma 'Babilônia do Bem', todos se entendendo, abrindo suas vidas, se respeitando. Todos querendo crescer juntos no amor a Deus, ao cônjuge, à família, para buscar a santidade”. Ao final, uma mensagem emocionante: “Assim que abrirem as inscrições para o próximo Encontro, inscreva-se! É um evento maravilhoso que mostra a força, a energia, a espiritualidade do nosso Movimento. Nos torna mais unidos, mais vivos. Nos sentimos amados, queridos, e isso é muito importante, pois aprende-se a amar o outro, cada vez mais.” Íntegra do testemunho de Walêska e Luiz: www.ens.org.br/novo/upl/files/acervo-formacao/encontros/fatima-2018/palestras/07-Felicidade-uma-resposta-a-liberdade-Waleska-_-Luiz-Santos.pdf

Rita e Fernando Jares Belém-PA 24

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Mensagem do Papa às ENS Prezados Esposos MARIA BERTA e JOSÉ MOURA SOARES

Casal Responsável Internacional das Equipes de Nossa Senhora

Acolhendo de bom grado o pedido de bênção para os participantes no XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, que se realizou de 16 a 21 de julho de 2018 em Fátima, sob o tema “o filho pródigo”, o Papa Francisco saúda-os fraternalmente recordando, a todos e cada um, que a Igreja condena o pecado, porque deve dizer a verdade, mas ao mesmo tempo abraça o pecador que se reconhece tal, aproxima-se dele, fala-lhe da misericórdia infinita de Deus. Que grande esperança e alegria nos dá a parábola do filho pródigo! Nela, não se fala apenas de acolhimento ou de perdão, mas também de “festa” pelo filho que regressa (cf. Lc 15, 32). O Santo Padre convida, todos e cada um, a rever-se naquele filho extraviado que voltou e a quem o Pai não se cansa de abraçar e repor na sua grandeza de filho. Comovidos por tão grande benevolência, deixem o coração falar: É verdade, Senhor! Sou um pecador, uma pecadora. Sin­tome tal e tenho a certeza de o ser. Deixei-me enganar. CM 519

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De mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor! Aceitai­me mais uma vez nos vossos braços redentores (cf. Papa Francisco, Exort. Ap. Evangelii Gaudium, 3). Aqueles braços abertos na cruz provam que ninguém é excluído do amor do Pai e da sua misericórdia. Ele não quer nem Se resigna a perder ninguém: marido ou esposa, pais ou filhos... Bem sabem que, aos olhos de Jesus, não há pessoas definitivamente perdidas, mas apenas pessoas que devem ser reencontradas. E Ele impele-nos a sair à procura delas. Porque, se queremos encontrar o Senhor, temos de O procurar, não onde nós pretendemos encontrá-Lo, mas onde Ele nos quer encontrar; e o Pastor só pode ser encontrado onde está a ovelha perdida. Fazendo saber que vai à procura da ovelha perdida, Ele provoca as outras no­venta e nove para que participem na reunificação do rebanho. E, se assim procederem, não só a ovelha trazida aos ombros, mas todo o rebanho acom­ panhará o Pastor até a casa, para fazerem festa com os amigos e os vizinhos (cf. Lc 15, 4-6). Então, "tomados pela mão da Virgem Mãe e sob o seu olhar, podemos cantar, com alegria, as misericórdias do Senhor. Podemos dizer-Lhe: A minha alma canta para Vós, Senhor! A misericórdia, que usastes para com todos os vossos santos e com todo o vosso

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povo fiel, também chegou a mim. Pelo orgulho do meu coração, vivi distraído atrás das minhas ambições e interesses, mas não ocupei nenhum trono, Senhor! A única possibilidade de exaltação que tenho é que a vossa Mãe me pegue ao colo, me cubra com o seu manto e me ponha junto do vosso Coração" (Papa Fancisco, Saudação introdutória à Vigília Mariana, Fátima 12N / 2017).

Assim consagrados aos Corações misericordiosos de Jesus e de Maria, podem contar com a sua graça, a mesma graça que há cento e um anos, na pessoa da Virgem Mãe de Deus, refulgiu aos olhos dos três Pastorinhos e moldou as suas vidas para "salvarem pecadores". Com votos de que a paixão com que estes o fizeram se apodere dos esposos, pais, filhos membros das Equipes de Nossa Senhora semeadas pelo mundo inteiro, o Papa Francisco concede-lhes, extensiva aos assistentes espiri­tuais e orientadores de retiros e encontros, a implorada Bênção Apostólica. Vaticano, 13 de junho de 2018

Angelo Becciu Substituto da Secretaria de Estado de Sua Santidade

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correio da ERI

"Como o barro nas mãos do oleiro, assim sois vós nas minhas" (Jr 18,6b) Queridos amigos. Esta é a nossa primeira comunicação como novo Casal Responsável Internacional do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, que tanto amamos. Desde já, com muita humildade e em total docilidade ao chamamento e aos misteriosos caminhos que Deus nos convida a percorrer, depois de vos saudar, queremos manifestar-vos o nosso imenso desejo de servir a Deus, de servir o Movimento das ENS e de vos servir a todos e a cada um de vós, com total entrega e na fidelidade aos princípios que nos inspiram. A nossa vida no Movimento, desde o momento em que entramos nele, tem sido marcada por uma docilidade total para percorrer os caminhos que Deus nos tem aberto, aceitando-os sempre com alegria, humildade, confiança e, por que não dizê-lo, também com temor por reconhecermos as nossas grandes debilidades; apesar disso, abandonados a Deus, nunca dissemos não a um apelo ao serviço, apesar das nossas próprias aspirações, do desejo de realizar o que ficou para trás quando estamos perto de concluir um serviço, das nossas justificações, dos nossos projetos truncados, das nossas incertezas… O desejo de fazer sempre a vontade de Deus na nossa vida tem-nos levado, quase como uma constante, a crucificar consCM 519 518

cientemente a nossa própria vontade para deixar que Ele nos torne maleáveis, quebrando os nossos frágeis vasos de barro e deixando que Ele os modele de novo. A nossa vida no Movimento iniciou-se no ano de 1997 quando entramos para a equipe 98 da Região Centro da Colômbia, a mesma a que hoje ainda pertencemos depois de uma caminhada de 22 anos. Hoje, temos 32 anos de casados, dois filhos, Santiago, engenheiro industrial de 26 anos e prestes a casar-se, e Silvia, de 23 anos, estudante de Psicologia. Quanto às nossas profissões, a Clarita é pedagoga musical e catequista “Buen Pastor”, e Edgardo é engenheiro civil em exercício. Depois de termos servido ininterruptamente no Movimento, desde a nossa entrada até hoje, em diferentes instâncias de responsabilidade e de termos trabalhado 27


nos últimos seis anos na ERI na coordenação das Equipes Satélites, respondemos a este novo chamamento com um FIAT, em que ressoa o eco do envio do recente XII Encontro Internacional, "NÃO TENHAIS MEDO, SAIAMOS…" e a Palavra que o inspirou e nos anima: "Nada temas, porque Eu estou contigo; não te angusties, porque Eu sou o teu Deus. Eu fortaleço-te e auxilio-te" (Is 41,10). Tal como manifestarmos no momento de receber o chamamento a assumir a responsabilidade da Equipe Responsável Internacional, neste momento pedimos com toda a fé ao nosso Deus, o mesmo Deus que um dia cresceu no seio de Maria, que também cresça hoje nos nossos corações, fortalecendo a nossa fé para podermos deixar de lado todos os re-

ceios, entregando-nos com docilidade e confiança ao futuro que por vezes não entendemos, para que, na companhia dos casais que iniciam o seu serviço nesta nova ERI, possamos descobrir a vontade de Deus e assim podermos fazer o que Ele nos disser. Que Deus e Maria, nossa Mãe, que conhecem o nosso íntimo, nos sustentem, nos ajudem e nos encham de paz. Clarita e Edgardo Bernal Fandiño Responsáveis Internacionais 2018-2024

Saudação do Conselheiro Queridos casais e conselheiros equipistas: Quero iniciar as minhas comunicações convosco com esta página de saudação. Não posso esconder que, quando a Clarita e o Edgardo, nossos responsáveis internacionais, me convidaram a acompanhá-los como Padre Conselheiro Espiritual na ERI, senti um grande temor e uma imensa dúvida. Não é uma tarefa fácil. Ainda menos, tendo consciência da minha própria pobreza e debilidade 28

e conhecendo tantos irmãos no ministério sacerdotal, conselheiros espirituais no Movimento, muito mais capacitados e mais cheios de santidade e virtudes do que eu. Mas, diante de um chamamento que se me apresentou como sugerida na oração e na abertura ao Espírito, pensei que quem convida sabe a quem o faz. Depois de consultar o meu Bispo, o Cardeal Rubén Salazar G., arcebispo de Bogotá, e o director da associação presbiteral de que faço parte, e meditando CM 519


no silêncio da minha oração, cheguei à conclusão de que, se é possível servir, por que não fazê-lo? O que posso oferecer a quem me chama e a todo o Movimento é a minha disponibilidade, o meu desejo de ser útil e o meu profundo amor às ENS. Acredito no matrimônio como sacramento da Igreja e como caminho de santidade. Tenho sido, durante mais de 25 anos, testemunha da vida conjugal e do caminho de tantos casais com quem partilho nas equipes; tenho acompanhado muitos namorados no discernimento do seu amor e na sua decisão de se casarem na Igreja; tenho partilhado as alegrias e as tristezas, os trabalhos, as lutas e os esforços dos cônjuges e as preocupações dos pais na formação dos seus filhos; rezo com muitos esposos crentes que aspiram à salvação dos seus; enfim, tenho vivido muito próximo do mistério profundo e sagrado da conjugalidade. Por tudo isto com a minha frágil capacidade e as minhas limitações, estou disposto para o serviço que me foi pedido. Vivemos um momento particularmente sensível na nossa Igreja. O Papa Francisco recorda-nos continuamente o apelo à santidade que nos foi dirigido. O mundo que habitamos requer de nós cada vez mais coerência existencial. O matrimônio cristão como projeto de vida, pede-nos testemunho e credibilidade. Se estamos convencidos de que o Senhor Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida; se partilhamos a realidade sacramental que nos acompanha desde o batismo; se acreditamos no apelo a sermos testemunhas credíveis do amor em Cristo; se nos anima o desejo de tornar CM 518

visíveis a misericórdia e a compaixão de Deus; se estamos comprometidos no cuidado da casa comum que habitamos; se sentimos que há uma missão a que devemos responder; então, caminhemos juntos para que a vida que flui e a humanidade que partilhamos possa ser cada dia um pouco melhor. Aos meus irmãos Padres Conselheiros e aos Acompanhantes Espirituais das equipes quero pedir a sua compreensão e o seu apoio. Fomos convidados a acompanhar, animar e servir os casais das nossas equipes e a graça do Senhor fortalece a nossa disponibilidade. Que possamos ser verdadeiras testemunhas do amor de Deus e caminhantes que partilham as exigências de fazer parte de um Movimento que nos oferece os meios de santificação e da vivência do nosso ministério. Aos casais que optaram por fazer parte das ENS, reitero o meu desejo de serviço. Animo-vos a continuarem neste maravilhoso caminho de santidade, aproveitando os Pontos Concretos de Esforço como proposta de ajuda eficaz para "progredir com segurança na vida conjugal pelo caminho da Igreja", como nos dizia o Papa Francisco. Aos viúvos que continuam o caminho no seio das equipes, agradeço o testemunho que continuam a participar da comunidade com os irmãos. A todos o meu fraterno abraço, o meu afeto e a minha disponibilidade. Ricardo Londoño Domínguez, Conselheiro 29


igreja católica

Ano do Laicato OS FIÉIS LEIGOS NAS CINCO CONFERÊNCIAS DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO

Caríssimos equipistas, é com imensa alegria que no presente artigo e nos próximos, vamos dar início ao estudo do laicato em âmbito latino-americano, cujo projeto é estudar a missão dos leigos(as) na Igreja e no mundo à luz das cinco Conferências que o compõem. Ao estudar, diligentemente, as cinco Conferências do Episcopado LatinoAmericano, se constata, primeiramente, que o tema do laicato foi tratado em cada uma delas. Além disso, é possível, por meio das Conferências, traçar um fio condutor de evolução histórica sobre a maturação na concepção dos fiéis leigos basicamente em três etapas: a primeira com a Conferência do Rio de Janeiro (1955), que se situa no período pré-conciliar; a segunda com a Conferência de Medellín (1968), imediatamente após o Concílio Vaticano II; a terceira com a Conferência de Puebla (1979), que se fundamenta, essencialmente, no Sínodo da Evangelização de 1975; a quarta Conferência de Santo Domingo (1992), onde o Episcopado Latino Americano, exortado pelo Papa João Paulo II, procurou promover a Nova Evangelização, sublinhando os fiéis leigos protagonistas. Todas essas quatro Conferências foram suportes fundamentais na elaboração do Doc. 62, sobre a missão dos fiéis leigos. Por último, a Conferência de Aparecida (2007), que sucedendo a promulgação do Doc. 62, pôde, em uma linha de continuidade, aprofundar e consolidar as resoluções sobre o laicato da Igreja no Brasil. As Conferências do Rio de Janeiro, Medellín e Puebla, fundamentadas no cân. 292 do CIC 1917, tiveram um caráter de sugestões para ação apostólica no âmbito laical, conforme consta no próprio preâmbulo da Iª Conferência. Por conseguinte, o Episcopado Latino-Americano buscou dinamizar programas pastorais, estudar em conjunto a situação jurídico-pastoral dos fiéis leigos na América Latina e considerou, com realismo e profundidade, seus problemas. Portanto, as Conferências tinham como desafio, segundo o 30

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Papa Pio XII, combinar um plano e métodos concretos para realizarem, com solicitude e competência, as necessidades que aqueles tempos exigiam. As Conferências de Santo Domingo e de Aparecida, do ponto de vista jurídico, se fundamentam na normativa prevista pelo CIC 1983, segundo o qual o conceito e a finalidade das Conferências Episcopais são concebidas por alguns elementos fundamentais: é uma instituição permanente com personalidade jurídica (cf. cân. 449 §2). É estavelmente constituída por um presidente (cf. cân. 452), por um conselho permanente, por uma secretaria geral, por ofícios e por várias comissões (cf. cân. 451). É uma Instituição essencialmente pastoral e um Órgão intermediário entre a Santa Sé e os Bispos diocesanos. Consequentemente, dentro deste contexto jurídico-pastoral é que os fiéis leigos foram devidamente pensados, ou seja, em um percurso de comunhão, fidelidade, colegialidade e de evangelização, que se desencadeia no pensamento e na ação da Igreja da América Latina. Prof. Dr. Pe. Orivaldo Pereira Filho* SCE Região SP Oeste II Província Sul II oriper@yahoo.com.br *Mestre em Missiologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma

SÃO JERÔNIMO: PRESBÍTERO E “DOUTOR MÁXIMO DAS ESCRITURAS” “Ama a Sagrada Escritura e a sabedoria amar-te-á; ama-a ternamente e ela guardar-te-á; honra-a e receberás as suas carícias...” São Jerônimo (nome que significa: “que tem um nome sagrado”) é considerado pela patrística um dos padres mais importantes em toda a história da Igreja. Foi um exímio tradutor da Bíblia, de maneira nobre e fiel ao seu conteúdo. De hábitos simples, mas de temperamento difícil. Nasceu no ano 347 na cidade de Stridon na Dalmácia. De família cristã, recebeu CM 519 518

uma educação sólida de seus pais. Desde pequeno apresentou um caráter independente, memória extraordinária e uma inteligência aguda. Na juventude, como a maioria dos estudantes da época, frequentando lugares não compatíveis com a sua criação, mas nunca perdeu o desejo pela vida cristã. Aos 19 anos recebeu o batismo pelo Papa Libério. 31


São Jerônimo iniciou sua vida ascética em Roma, cidade que o encantava pela sua cultura, beleza, história e tradição cristã. Lá, estudou latim sob a direção do Professor Donato, um famoso professor pagão. Chegou a ser um grande latinista e muito bom conhecedor do grego e do hebraico. Passava horas e dias lendo e decorando os seus autores prediletos. Dedicava-se aos autores latinos: Cícero, Virgílio, Horácio e Tácito; e aos autores gregos: Homero e Platão. No entanto, era pouco conhecedor dos livros espirituais e religiosos. Aos domingos, empenhava-se a contemplar e refletir nas catacumbas, buscando entender que poderia, como asceta, ser um verdadeiro mártir. Na sua obra literária, revela-se um contexto filosófico, retórico, gramático e dialético. Observa-se, também, várias obras ligadas ao conhecimento do homem. Fascinado com suas novas obras e ideias, decidiu voltar para Dalmácia, contrariando seus próprios familiares. Partiu, então, para Aquiléia com seu amigo Rufino, para iniciar sua vida monástica. Retornando, percebeu o insucesso, visto que o seu temperamento fortíssimo dificultou a convivência com os seus parentes. Perseverante no seu propósito, pegou parte da herança e sua biblioteca e partiu para o Oriente em busca da comunhão com Deus como concretização de sua vontade de viver o ideal monástico. Limitado por sua saúde abalada, acabou ficando em Antioquia, onde aprofundou os conhecimentos da língua grega com o Padre Evrágio. Posteriormente, no deserto da Síria, voltou a estudar hebraico para ler os originais do Antigo Testamento. Depois, 32

em Belém, retomou o estudo do grego, onde fez trabalhos manuais para manter-se. Passou a viver com os monges que lutavam contra a heresia ariana. Com tremenda convicção, escrevia contra os hereges que se atreviam a negar as verdades da Santa religião. Espiritualmente inquieto, retornou a Antioquia, onde foi acolhido pelo Bispo Paulino que o convidou a participar concílio. Nesta atividade, São Jerônimo conheceu o Papa Dâmaso I que o convidou para ajudá-lo nos textos da reforma litúrgica. A partir deste chamado, mesmo não perdendo a condição de monge, participou por vinte e cinco anos na tradução dos textos originais da Sagrada Escritura. Contou com a colaboração de duas monjas: Paula e Estóquia, tornando-a mais acessível ao povo pela sua participação na liturgia. Com isso temos a tradução em latim do Antigo e Novo Testamento, chamada de Vulgata (tradução feita para o povo, vulgo), a Bíblia que passa a ser a mais importante tradução oficial do cristianismo. Neste contexto, surgiram várias polêmicas: com João, Bispo de Jerusalém, sobre os exageros do ascetismo monástico, e com Rufino e Agostinho, algumas trocas de correspondências ásperas. Só em 397 houve a reconciliação dos três protagonistas. Após a morte das monjas, permaneceu em Roma, num mosteiro semidestruído, que habitualmente acolhia os que eram ameaçados pelos bárbaros, buscando refúgio. Lá, sentiu-se incompreendido e até caluniado, onde não aceitavam seu modo enérgico de correção. Após a morte do Papa Dâmaso I, resolveu afastar-se de Roma para sempre, indo morar na Terra Santa. Passou seus últimos anos de vida, em uma gruta, junto à Gruta de Belém. São Jerônimo era consciente CM 519


de suas culpas e limitações, pois tinha consciência de seus merecimentos, por isso sempre se penitenciava. Ao morrer em Belém, com setenta e dois anos de idade, humilde diante do Senhor, repete sua oração aflita: “Perdoa-me, Senhor, porque sou dálmata”. São Jerônimo deixou para nós um tesouro inestimável de seus escritos. Aprendemos com este Santo especial do mês de setembro a ser fiel a Deus, à consciência e a viver uma vida de inquietação, recordando seu contemporâneo Santo Agostinho que escrevia: “Meu coração não descansa, enquanto não repousa em vós, ó Senhor!” Foi um padre incansável pela busca da verdade, da paixão e amor pela Palavra de Deus. A Igreja Católica reconheceu sempre São Jerônimo como um homem eleito por Deus para explicar e fazer entender melhor a Bíblia. Por isso, foi nomeado patrono de todos os que no mundo se dedicam a fazer entender e amar mais as Sagradas Escrituras. O Papa Bento XVI, em sua audiência geral de 7 de novembro do 2007, disse: “Concluo com uma palavra de São Jerônimo a São Paulino de Nola. Nela o grande exegeta expressa precisamente esta realidade, isto é, que na Palavra de Deus recebemos a eternidade, a vida eterna: ”Procuremos aprender na terra aquelas verdades cuja consistência persistirá também no céu”.

“Tradutor e exegeta da Bíblia, foste um sol que a Escritura ilumina; nossas vozes, Jerônimo, escuta: nós vos louvaCM 519 518

mos-te a vida e a doutrina. Estudaste a palavra divina nos lugares da própria Escritura e bebendo nas fontes o Cristo, deste a todos o mel, a doçura. Aspirando ao silêncio e à pobreza no presépio encontraste um abrigo. Pelo grande doutor, instruídos, proclamamos, fiéis, o Deus trino e ressoem por todos os tempos as mensagens do livro divino” (Hino – Liturgia das Horas). HISTÓRICO DO MÊS DA BÍBLIA NO BRASIL: 1947: Foi o ano em que a Igreja Católica definiu para o mundo inteiro o último domingo de setembro como o Dia da Bíblia. 1971: A celebração do Mês da Bíblia, na Arquidiocese de Belo Horizonte, por sugestão e coordenação das Irmãs Paulinas, do Padre Antônio Gonçalves e de outras pessoas. 1976: Foram visitadas 30 dioceses de Minas Gerais e Espírito Santo propondo o Mês da Bíblia como opção de evangelização, em continuidade à Campanha da Fraternidade. 33


1978: O Mês da Bíblia se estendeu, oficialmente, ao Regional Leste dois da CNBB, Minas Gerais e Espírito Santo, e em outras dioceses do Brasil. 1985: Animado pelo Serviço de Animação Bíblica – SAB, o Mês da Bíblia se estendeu a todo o Brasil e a outros países da América Latina. Hoje a Bíblia é o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e está em quase todas as casas. É o livro mais vendido, distribuído e impresso em toda a história da humanidade. Ela é formada por histórias de um povo, o Povo de Deus, que teve o dom de interpretar sua realidade à luz da presença de Deus e compreender que a vida é um projeto de amor que parte de Deus e volta para Ele. Em cada mês da Bíblia somos convidados a estudar e refletir sobre esse maravilhoso livro que tem tanto a nos revelar e instruir. Os objetivos do Mês da Bíblia são: 1º Contribuir para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Bíblia, na ação evangelizadora da Igreja, no Brasil. 2º Criar subsídios bíblicos nas diferentes formas de comunicação. 3º Facilitar o diálogo criativo e transformador entre a Palavra, a pessoa e as comunidades. “A Bíblia descreve apenas fatos, experiências, valores, situações, apenas abre pistas, corrige desvios, aponta causas, acende luzes. A Bíblia não pode dar Deus a ninguém, pois Deus mesmo se dá quando Ele o quiser... Mas, ela nos sensibiliza e desperta para uma dimensão da vida, muito real, 34

é a dimensão divina do humano. Por isso é preciso ser lida com os óculos da sensibilidade e da problemática que hoje marcam a vida dos homens”. (Frei Carlos Mesters, OCarm)

ORAÇÃO ANTES DE LER A BÍBLIA Senhor, nossas palavras são demasiadamente pobres para agradecer o maravilhoso dom de tua palavra escrita, que, ultrapassando os limites do tempo, continua a falar-nos da fé que dá sentido à vida, da alegria que abre os corações e do amor que nos faz irmãos. Concede-nos, Senhor, grande amor pela Bíblia. Queremos aproximar-nos deste livro com fé para que saibamos encontrar em suas páginas sagradas a resposta aos nossos problemas, o amor que une a família, a paz de que o mundo precisa. Ensina-nos, Senhor, a ler a Bíblia com respeito, humildade e fé. Queremos colocá-la em nossas casas para que seja luz que ilumina, Palavra que acalma, presença viva de amor! Nós te pedimos, ó Pai, que o homem de hoje, cansado e insatisfeito, tenha coragem de aproximar-se da Bíblia para encontrar nela o caminho, a verdade e a vida. Amém. Fontes: Pepe, Henrico. Mártires e Santos do Calendário Romano. AM Edições, 2008; www.paulinas.org.br / www.ACIdigital.com (consultas: 21/06/18)

Pe. José de Anchieta Moura Lima SCE Região MG-1 Juiz de Fora-MG CM 519


Palavra do Papa

Papa: O testemunho cristão incomoda e não conhece “meio-termo” O Papa Francisco se inspirou na alegria pascal para ressaltar três características: obediência, testemunho e concretude. Os 50 dias do tempo pascal foram para os apóstolos um “tempo de alegria” pela Ressurreição de Cristo. Uma alegria verdadeira, mas ainda duvidosa, temerária, enquanto depois, com a descida do Espírito Santo, a alegria se tornou “corajosa”: antes “entendiam por que viam o Senhor, mas não entendiam tudo”, estavam felizes, mas não conseguiam entender. “Foi o Espírito Santo que os fez entender tudo”, afirmou o Papa. Obediência: Como narra a primeira leitura extraída dos Atos (At 5,27-33), os Apóstolos são levados diante do Sinédrio, onde o sumo sacerdote lhes recorda a proibição de ensinar em nome de Jesus. “É preciso obedecer a Deus ao invés de aos homens”: é a resposta de Pedro. A palavra “obediência” retorna também no Evangelho de Jo 3,31-36. E o Papa a destaca que “uma vida de obediência” é aquela que caracteriza os apóstolos que receberam o Espírito Santo. Obediência para seguir a estrada de Jesus, que “obedeceu até o fim” como no Monte das Oliveiras. Obediência que consiste em fazer a vontade de Deus. Padre Caffarel

também cobrava a obediência dos equipistas mas não uma obediência cega, e sim consciente e livre, obtida na oração: Orar é, pois, o grande ato de obediência ao Pai; é, como Madalena, sentarmo-nos aos pés de Cristo para escutar a Sua Palavra ou, melhor, para escutá-Lo, a Ele que nos fala. Na verdade, é a Ele, ainda mais de que às Suas palavras, que devemos estar atentos1. Concretude: Falavam de coisas concretas, “não de fábulas”. Assim como os apóstolos viram e tocaram, cada um de nós, disse ainda Francisco, “tocou Jesus na própria vida”: Acontece que muitas vezes os pecados, os comprometimentos, o medo, nos fazem esquecer este primeiro encontro, o encontro que nos mudou a vida. E assim nos remete a uma lembrança, mas a uma lembrança aguada e superficial. Devemos pedir sempre a graça ao Espírito Santo da concretude. Padre Caffarel sempre chamou o casal à realidade e coloca o Dever de Sentar-se como um meio para que haja o discernimento para ter atitudes concretas na vida conjugal: “É preciso crer no que se faz e fazê-lo com entusiasmo”. Depois, voltai ao presente, confrontai o ideal com a realidade, fazei o exame de consciência

1 Henri Caffarel, Presença de Deus, 100 Cartas de Oração, pág. 76 (2015).

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do casal – não digo o vosso exame de consciência pessoal –, tomai as resoluções práticas e oportunas para curar, consolidar, rejuvenescer, arejar e abrir o lar2. Testemunho: “O testemunho cristão incomoda”, afirmou o Papa. Um pouco talvez procuramos um “meio-termo” entre o mundo e nós, mas o testemunho cristão não conhece “meio-termo”. “Conhece a paciência de acompanhar as pessoas que não compartilham o nosso modo de pensar, a nossa fé, de tolerar, mas jamais de vender a verdade”, reiterou: primeiro, obediência, segundo, testemunho, que incomodam tanto. E todas as perseguições que existem, daquela época até hoje... Pensem nos cristãos perseguidos na África, no Oriente Média. Mas existem mais do que nos primeiros tempos, na prisão, degolados, enforcados por confessar Jesus. Testemunho até o fim. Dentre as atitudes pedidas pelo Papa Francisco o testemunho é o que está na alma das Equipes de Nossa Senhora, é a

nossa Mística. Pe. Caffarel já falava sobre o testemunho em seu primeiro editorial para o ainda Grupo Nossa Senhora dos Casais, em 1945, ainda antes da publicação dos estatutos em 1947: Sejam felizes: o Senhor espera esta louvação, e os que rodeiam vocês esperam este testemunho. Sirvam de reparação para aqueles casais, tão numerosos, que fecham sua porta a Cristo e onde o amor se apaga3. Adaptado da homilia da missa na Casa Santa Marta em 1 de março de 2018 por

Cristiane e Brito Casal Responsável pela Comunicação da Super-Região Brasil

2 Henri Caffarel, O Amor e a Graça, pág. 9 (2015). 3 Henri Caffarel, Boletim 1 dos Grupos Nossa Senhora dos Casais, 25 de dezembro de 1945, Paris. Disponível em Padre Caffarel, Centelhas de sua Mensagem, pág. 16 (2015).

O Nascimento de Nossa Senhora

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elebra-se no dia 8 de setembro a feliz Natividade ou Nascimento de Maria, a Bendita entre todas as mulheres (Lc 1,42). Como sabemos, na Igreja Católica celebramos numerosas festas de santos. Havendo, felizmente, milhares de san-

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tos, comemoram-se milhares de festas. Entretanto, a Igreja não celebra o nascimento dos santos porque eles, como nós, vêm ao mundo com o pecado original, mas celebra-lhes a morte, que constitui o dia de seu nascimento para a vida feliz do céu. Abre somente três exceções: CM 519


para Jesus (25 de dezembro), porque sendo o Filho de Deus impossível ter pecado; para Maria (8 de setembro), porque sendo a Imaculada Conceição foi preservada da mancha do pecado para ser a Mãe de Deus; e para São João Batista (24 de junho), porque foi concebido no pecado, mas por sua missão de ser o precursor do Messias foi santificado antes do nascimento ainda no seio de Santa Isabel (Lc 1,44).

História da festa A Natividade de Nossa Senhora é uma festividade religiosa celebrada pela Igreja precisamente nove meses depois de comemorar a Imaculada Conceição da Virgem Maria (8 de dezembro). Celebrada no Oriente católico muito antes de ser instituída no Ocidente, segundo uma bela tradição, a festa da Natividade teve início quando São Maurílio a introduziu na diocese de Angers, na França, em consequência de uma revelação, no ano 430: “Um senhor de Angers encontrava-se nos prados de Marillais, na noite de 8 de setembro daquele ano, quando ouviu os anjos cantando no Céu. Perguntou-lhes qual o motivo do cântico. Responderam-lhe que cantavam em razão de sua alegria pelo nascimento de Nossa Senhora durante a noite daquele dia”. Em Roma, já no século VII, encontra-se o registro da comemoração de tal festa. O Papa Sérgio tornou-a solene, mediante uma grande procissão. Posteriormente, Fulberto, Bispo de Chartres, muito contribuiu para a difusão dessa data em toda a França. Finalmente, o Papa Inocêncio IV, em 1245, durante o Concílio de Lyon, estendeu a festividade para toda a Igreja. CM 519 518

Os pais de Nossa Senhora No contexto do Antigo e do Novo Testamento, a Santíssima Virgem Maria nasceu neste dia radiante, tendo sido escolhido antes dos séculos pela Divina Providência para a realização do Mistério da Encarnação do Verbo de Deus. Ela é revelada como a Mãe do Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo. De acordo com a tradição, Nossa Senhora nasceu na cidade da Galileia, em Nazaré. Seus pais eram Joaquim da tribo do Profeta-Rei David, e de Ana da tribo do primeiro sacerdote Aarão. O casal estava sem filhos, já que Ana era estéril. Tendo chegado à idade avançada, Joaquim e Ana tiveram forte fé de que com Deus tudo é possível. Joaquim e Ana juraram dedicar o filho que o Senhor poderia dá-los ao serviço de Deus no Templo. A esterilidade era considerada castigo divino pelo pecado e Joaquim e Ana tiveram que suportar o abuso de seus próprios conterrâneos. Em um dos dias de festa no Templo, Joaquim levou o seu sacrifício para oferecer a Deus, mas o Sumo Sacerdote não quis aceitá-lo, considerando que ele era indigno já que ele não tinha filhos. Em profunda tristeza, Joaquim foi para o deserto, e ali rezou a Deus pedindo uma criança. Ana chorou amargamente quando soube o que tinha acontecido no Templo. Ana nunca reclamou contra o Senhor, mas rezava para pedir a misericórdia de Deus sobre sua família. 37


O Senhor cumpriu sua petição, quando o casal piedoso havia atingido a velhice extrema e preparou-se pela vida virtuosa de uma vocação sublime de ser os pais da Santíssima Virgem Maria, a futura Mãe do Senhor Jesus Cristo. O arcanjo Gabriel trouxe a Joaquim e Ana a mensagem alegre que suas orações foram ouvidas por Deus e deles nasceria uma filha mais abençoada, Maria, por quem viria a salvação de todo o mundo. A Santíssima Virgem Maria superou em pureza e virtude não só toda a humanidade, mas também os anjos. Maria, a arca da aliança, templo vivo de Deus. Exteriormente, o seu nascimento não apresentou nada de extraordinário. Joaquim e Ana regozijaram-se ao ver atendidas as suas preces e ao poder apertar de encontro ao coração a tão desejada criança linda como uma rosa. Os anjos terão descido das alturas para prestar homenagem a sua soberana, a mais perfeita das criaturas saída das mãos do Todo-Poderoso. O mundo porém não se apercebeu de que surgira a estrela benéfica de Jacó, profetizada por Balaão (Nm 24,17), pois Deus esconde seus mistérios aos sábios e entendidos e as revela aos pequenos (Mt 11,25). 38

Significado da celebração A Natividade de Maria foi como o despontar de uma nova aurora para a humanidade que, havia séculos, vagava pela noite escura do erro e da idolatria, aurora que anunciava para breve o nascer do verdadeiro Sol de Justiça, o Messias almejado. Este nascimento marca o momento em que a grande promessa de Deus para a salvação da humanidade estava prestes a ser cumprida. Este evento trouxe para a terra da graça do Reino de Deus, Reino de Verdade, a piedade, a virtude e a vida eterna. Maria é revelada a todos nós pela graça, como uma intercessora misericordiosa, corredentora e Mãe, a quem podemos recorrer com devoção filial. O nascimento de Maria também foi milagroso. Ela foi concebida sem pecado como uma graça especial, porque Deus havia escolhido ela para ser a mãe de seu filho (Theotokos – Mãe de Deus). Maria, sem pecado, entrou neste mundo através do privilégio da Imaculada Conceição, e é o primogênito dos redimidos. Seu nascimento é motivo de grande alegria, pois é considerada a “aurora de nossa salvação”, como o Papa Paulo VI escreveu no documento Marialis Cultus, em 1972. Assim se exprimiu o nosso grande Padre Antônio Vieira sobre essa celebração: CM 519


“Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede para o que nasceu. Nasceu para que dela nascesse Deus. (…) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde ; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus”. (Sermão do Nascimento da Mãe de Deus, Padre Antônio Vieira. Cursiva nossa.)

Celebrando esta festa

A Natividade de Nossa Senhora é celebrada pela Igreja como um dia de alegria universal. Desejo a todos os equipistas de nossas Equipes de Nossa Senhora que celebremos a Festa do Nascimento de Maria com os sentimentos da mais viva alegria, pois Maria reavivou na terra a esperança nas promessas divinas, anunciou o término de nossos males e o CM 519 518

princípio do mistério da Redenção, tão ardentemente desejada pela humanidade. Convido a todos para agradecermos a Deus por nos ter dado Maria como nossa boa Mãe, que transformou em alegria o pranto de Eva. A antiga mulher deu à luz a seus filhos na dor, Maria dá à luz o filho de Deus com júbilo. Eva levava consigo as nossas lágrimas, Maria as nossas alegrias. Invoquemos a Virgem, a Virgem Santíssima com aquela invocação tão bela da sua ladainha: “Causa de nossa alegria”. Que a Festa da Natividade nos faça relembrar essa história tão especial, com os olhos agradecidos diante de DEUS e dAquela que soube dizer sim e se submeter totalmente à vontade do Criador. Através do seu “sim” Maria tornou-se a Mãe não somente de Jesus, mas de toda a humanidade. Bibliografia recomendada Amplie seus conhecimentos sobre a Santíssima Virgem lendo: • Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís Maria Grignion de Montfort; • O Segredo de Maria, Idem; • O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário, Idem; • As Glórias de Maria, Santo Afonso Maria de Ligório; • O Socorro da Virgem Maria e as suas Sete Dores, Felipe Aquino; • Salve, Santa Rainha, Scott e Kimberly Hahn; • Um mês com Maria, Pe. Stefano Maria Manelli. Pe. Fábio Vanderlei Alexandre Instituto do Verbo Encarnado SCE da Eq. 13, setor Vitória A e da Região Espírito Santo 39


raízes do movimento

TRIUNFO DA CARIDADE1 É necessário que a caridade fraterna se desenvolva sem cessar nas vossas equipes. Quando alguns casais se exercitam no auxílio mútuo e no amor fraterno, pouco a pouco o seu coração se engrandece. E, gradualmente, o seu amor conquista a casa, o bairro, o país... até alcançar as paragens mais longínquas. Construir uma igreja é importante: dia e noite o Cristo eucarístico terá nela a sua morada. Para a cristandade, não é menos necessário possuir equipes de caridade: é uma outra maneira de fazer com que Cristo esteja presente no meio dos homens. “Onde se encontra o amor fraterno, aí está Deus”, canta a liturgia da Quinta-Feira Santa. “Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, promete Jesus Cristo, Eu estarei presente no meio deles”. Presença de Cristo é por isso presença da Igreja. Onde há cristãos que se amam, aí está a Igreja. Sob condição, no entanto, de que esta pequena comunidade queira, ela própria, estar presente na Igreja ao serviço da Igreja. O poder de intercessão dos cristãos, quando estão unidos, é de uma eficácia extraordinária: “Se dois dentre vós se juntarem na terra para pedir alguma coisa, em verdade eles o conseguirão de meu Pai que está nos céus”. 1

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O amor fraterno é de uma fecundidade excepcional. À sua volta o mal retrai-se e o deserto floresce. Um pároco dos subúrbios dizia-me: “Quando uma rua de minha paróquia está demasiado contaminada, peço a casais cristãos para virem instalar-se nela e darem apenas o testemunho do seu amor fraterno. Ao fim de seis meses, os moradores da rua respiram um novo ar”. Uma comunidade fraterna é uma mensagem de Deus aos homens. Sua mensagem mais importante, aquela que revela a vida íntima de Deus, sua vida trinitária. Não há discurso sobre Deus mais eloquente e persuasivo do que o espetáculo de cristãos que “são um” como o Pai e o Filho são Um. Não há nada que de maior glória a Deus do que cristãos unidos. É a grande obra-prima da graça divina. Deus põe aí as suas complacências, descobre nisso um reflexo da sua vida trinitária. “Os céus cantam a glória de Deus”, o amor fraterno canta o Amor eterno. Seja isto, pois, a vossa grande preocupação: fazer da vossa equipe UM TRIUNFO DA CARIDADE. Henri Caffarel Colaboração Simone e Carlúcio Coelho Eq. 46 Setor A Região Brasília IV

Editorial Pe. Caffarel. Carta Mensal Equipes Novas nº 1, março de 1964.

CM 519


testemunho

O SERVIÇO DO

CONSELHEIRO ESPIRITUAL

Há vários anos que sou Conselheiro Espiritual em uma das ENS, em nossa querida Arquidiocese de Juiz de Fora-MG. Neste tempo, tenho ficado muito feliz com o que eu vejo acontecer nessas equipes. Elas são para mim verdadeira inspiração de Deus para ajudar as famílias a se ajudarem e a crescerem na fé. Os casais se encontram e, iluminados pela Palavra de Deus, têm uma abertura de fé e de confiança total. Abrem seus corações e, à luz da Sagrada Escritura, dirigem seus lares e solucionam problemas que possam aparecer. As Equipes de Nossa Senhora formam uma verdadeira comunhão entre os casais participantes. Eles se irmanam na alegria e nas provações. O sofrimento de um é o sofrimento do outro, alegria de um é a alegria do outro. E assim vão vivendo cada vez mais fortes na fé. Com participação na vida da Igreja, na paróquia, a vida sacramental fica enriquecida e iluminada. Os casais que se encontram nas Equipes trazem para seus filhos, netos e demais familiares à luz de Deus. São canais que Deus usa para iluminar as famílias. Portanto, as ENS não são apenas equipes de casais, mas verdadeiras equipes de família. E os filhos recebem os reflexos da vivência espiritual firme, forte, profunda de seus pais. O nome “Equipes de Nossa Senhora” é muito bonito porque Maria é aquela mulher escolhida entre todas, bendita entre todas as mulheres, não é uma mulher qualquer, mas única, segundo a Sagrada Escritura. Ela é a porta por onde Deus quis passar com seu Filho para que o seu Filho chegasse a toda humanidade. Portanto, Nossa Senhora, de fato, é para nós modelo de fidelidade, modelo de abertura à Palavra, ela que disse: “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim a tua Palavra”. Portanto Maria é modelo, é força, é sinal de fidelidade, de amor a CM 518

Deus, de amor ao próximo. Maria é aquela primeira escolhida por Deus para puxar a fila dos cristãos, ela está na ponta da fila, e nós vamos acompanhando seus passos, e quem acompanha seus passos é claro que está plenamente unido a Cristo, pois Maria foi aquela que esteve com Cristo na vida terrena do princípio ao fim. Foi a primeira a acreditar na encarnação do verbo. Foi a primeira e única a oferecer o Filho de Deus à humanidade. Portanto, Maria é para nós um dom de Deus. E as equipes dedicadas à proteção e iluminação de Maria assim se fortalecem e vivem plenamente a Palavra de Jesus. Eu sou muito feliz de ser conselheiro espiritual, se eu pudesse seria também de outras equipes, mas não tenho o tempo necessário para isso. Agradeço muito à minha equipe 9, setor B, são casais que se tornaram muito amigos meus. Em todos os momentos me assistem e compartilham as suas alegrias e também posso compartilhar com eles muitas coisas bonitas ou que dependem de uma oração profunda na vida da Igreja. Envio uma bênção para todos os equipistas, sejam de nossa Arquidiocese, sejam do Brasil ou do mundo. Permaneçam firmes, espalhem as ENS por onde forem, pilotem, fundem equipes, procurem espalhar esse dom que Pe. Caffarel fundou inspirado por Deus. Ele é um santo! Certamente não demorará sua canonização. Que ele interceda por todos nós no céu. Invoco de Deus uma bênção especial para todos, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Dom Gil Antônio Moreira Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora SCE - Eq.09B Região Minas I 41


formação

ENF

Encontro Novo Fôlego “Parte-se com esperança e entusiasmo. Pode-se viver assim durante algum tempo. Mas há um desgaste, fatalmente... É por isso que é necessário recomeçar, partir de novo. E é o que tem sido feito no Movimento, frequentemente. É na renovação, sem dúvida, que está o segredo de uma vitalidade evidente. É o segredo de uma fecundidade que se estendeu ao mundo inteiro”. (Pe. Bernard Olivier – Carta das Equipes de Nossa Senhora, nº 7- janeiro-fevereiro)

O Encontro Novo Fôlego oferece a possibilidade de dar o “passo decisivo, como fala o Pe. Olivier, chamando a equipe como um todo a refletir sobre seu percurso e a sua evolução futura, para se renovar. É oferecido a todas as equipes a partir de dez anos de existência, também para equipes que sofreram modificações importantes que estão em reconstrução e sentem a necessidade de um novo impulso. Esta é a proposta deste Encontro, propiciar momentos de reflexão e balanço para um relançar da equipe. A estes casais Jesus pergunta: “Queres curar-te?”. Ele mostra o caminho: “Levanta-te, tomem a sua cama, símbolo do seu mal e da sua inércia, e andem!”. Leila e Fernando CRP Leste

“É a vida da equipe que deve ser repensada sem cessar, para que seja uma equipe original... Se quereis que a vossa equipe seja viva e dinâmica, que ela tenha uma personalidade própria” (Pe. Caffarrel) Neste mês de maio de 2018, nós, da Equipe 2 do Setor Teresópolis, da Província Leste, Região Rio II, tivemos o prazer de completar 31 anos de existência. Nestes anos, tivemos experiências maravilhosas, de crescimento espiritual e de amizade; de muitas alegrias, algumas tristezas e perdas, mas nunca nos faltou união e amor. Crescemos e nos tornamos uma família. Pensávamos até que já estávamos com42

CM 519


pletos e que pelo tempo de equipe não tínhamos mais muito o que aprender ou modificar. Foi quando o nosso Setor nos fez o convite para participarmos do Encontro Novo Fôlego, que faz parte da Formação Permanente oferecida às equipes com mais de dez anos de Movimento. A princípio, não nos sentimos motivados, por ser às vezes difícil sair da nossa zona de conforto. Mas como Deus sabe dirigir as coisas, acabamos aceitando o convite. Assim foi e, nos dias 5 e 6 de maio, fomos para o encontro em um bom número de casais e mais a nossa Acompanhante Espiritual, Irmã Maria Helena Lomeu, que nos incentivou muito. Fomos recebidos por uma equipe muito entusiasmada e logo sentimos que a presença do Espírito Santo ia fazendo com que tudo acontecesse da melhor forma e pela própria dinâmica, durante esses dois dias fomos refletindo sobre nossa vida pessoal, vida de casal e finalmente vida em equipe. Foi como se Jesus nos dissesse, como ao enfermo: “Levanta-te, toma a tua cama e anda!" Coloque-se em movimento! Vocês ainda têm muito o que fazer! Havia um propósito a ser atingido: Motivação! Com certeza o propósito foi atingido totalmente. A equipe voltou muito motivada a melhorar a vivência dos PCE, a melhor participação nas reuniões e nas atividades do Movimento! Foi realmente um grande presente que a nossa equipe recebeu! Pedimos a Deus que, por intercessão do Pe. Caffarel, abençoe e ilumine todos os casais responsáveis direta ou indiretamente por esse projeto de Formação Permanente e continue dando “Novo Fôlego” a tantas equipes que necessitam. Dayse e Quintella Eq. 02 - N. S. das Graças Teresópolis RJ CM 519 518

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serviços nas ENS CASAL CORRESPONDENTE NO BRASIL

Da Associação dos Amigos do

Padre Caffarel

O Casal Correspondente é o “Casal Ligação” entre a Associação dos Amigos do Pe. Caffarel e a Super-Região. O Casal Correspondente tem a missão de: - animar a Causa, de promovê-la, levando as pessoas a conhecerem o Pe. Caffarel, seu pensamento e sua obra; - enviar à Associação as notícias importantes sobre o que acontece na Super-Região; - auxiliar as pessoas que receberam graças pela intercessão do Pe. Caffarel a enviarem o relato para o Postulador da Causa. Este último ponto é muito importante! Quanto mais graças enviarmos, mais estaremos contribuindo para reforçar a fama de santidade do Pe. Caffarel. E do meio dessas graças é que vão surgir os milagres necessários para sua beatificação e sua canonização. Três vezes ao ano o Casal Correspondente recebe a Carta aos Correspondentes; são cartas muito bonitas que animam a sua missão e são escritas pelo Postulador da Causa. Todas essas cartas estão no site da Associação e quem quiser pode lê-las. Vale a pena! Ele também recebe semestralmente o Boletim da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel que deve ser traduzido (ou adequado do português de Portugal para o do Brasil), impresso e distribuído aos associados da Super-Região a qual ele pertence. Aqui no Brasil ele é enviado também a todos os SCE, AE e a todos os bispos do país. No Brasil este serviço tem sido realizado em equipe com o Colegiado 44

CM 519


da Super-Região. Todos os CRP e os 5 casais dos Serviços de Apoio ajudam fortemente para que a Causa seja anunciada a todos os equipistas brasileiros. E são essenciais a ajuda, o apoio e a ação dos CRR, dos CRS e dos SCE e AE para que todos os equipistas participem da Causa de Canonização do Pe. Caffarel.

“Mostra-me, Senhor, os teus caminhos.” (Salmo 25, 4a) O pedido da SRB para assumirmos a missão de Casal Correspondente da Causa de Canonização do Pe. Caffarel no Brasil nos pegou de surpresa. Na época já rezávamos pedindo a intercessão dele para situações graves e acreditávamos na santidade de sua vida. “Coincidentemente” na véspera do convite tínhamos recebido as novas intenções como intercessores: todas as duas eram para a Causa de Canonização. Isso fez com que déssemos nosso sim de imediato, sem titubear, e sem saber bem o que teríamos que fazer. Só agora quando estamos encerrando essa missão é que nos damos conta do caminho percorrido. Repassando tudo que vivemos, temos a mais absoluta certeza de que Deus foi nos guiando. Somos muito gratos. Ele nos permitiu entrar no Mistério, afinal se tratava de um trabalho espiritual, fortaleceu nossa fé e nos fez crescer como pessoas. Recebemos muitas graças e vimos muitas pessoas alcançarem as graças que pediram. Pudemos conhecer um pouco mais da Igreja (o que é um Santo para ela, os passos de uma Causa de Canonização) e muito mais e melhor o nosso Movimento no Brasil. Conhecemos lugares e realidades muito diferentes. E tivemos a riqueza de conhecer pessoas maravilhosas que dividiram suas vidas conosco, que nos ensinaram, com seus testemunhos, que nos fizeram desinstalar, que abriram suas casas para nos receber. Por tudo isso louvamos a Deus e a Ele damos graças.

Vicélia eMagalhães Eq. 09 - N. S. do Amor Setor D - São Paulo - Capital I CM 519

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notícias ANIVERSÁRIO DE EQUIPE 25 anos

Eq. N. S. da Perseverança 27/5/2018 Porto Alegre-RS

Eq. N. S. da Guia 27/5/2018 Divinópolis-MG

50 anos

Eq. N. S. do Carmo 18/5/2018 Bauru-SP

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BODAS DE PRATA 27

03 abr 2018

mar 2018

Rita e Adilson Eq. N. S. Mãe de Jesus Sorocaba-SP

Denise e Valdinei Eq. N. S. das Graças Nova Friburgo-RJ

28

31

mai 2018

jul 2018

Cibele e Renato Eq. N. S. Mãe de Jesus Sorocaba-SP

11

Eliana e Valter Eq. N. S. das Graças Goiatuba-GO

17

set 2018

jul 2018

Ronilda e Eduardo Eq. N. S. da Luz Rio de Janeiro-RJ

31

31

jul 2018

jul 2018

Susy e Theo Eq. N. S. Auxiliadora Volta Redonda-RJ CM 519 518

Gislane e Henrique Eq. N. S. de Nazaré Brasília-DF

Mônica e Carlos Eq. N. S. da Saúde Ponta Grossa-PR 47


BODAS DE OURO 04

25

mai 2018

mai 2018

Laurinda e Luiz Eq. N. S. Mãe de Deus Carlos Barbosa-RS

Terezinha e Reinaldo Eq. N. S. das Graças Porto Alegre-RS

VOLTA AO PAI Pe. José Amauri de Aviz 13/05/2018 SCE do Setor A Eq. N. S. 18A e 63A Brasília-DF Antonio Pavone (da Eliana) 22/05/2018 Eq. N. S. do Coração de Maria São Paulo-SP José Carlos (da Sandra) 12/04/2018 Eq. N. S. das Graças Porto Alegre-RS

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Antonio Moro (da Thereza) 16/04/2018 Eq. N. S. da Esperança Ribeirão Preto-SP Joana (do Venâncio) 05/05/2018 Eq. N. S. da Esperança Pederneiras-SP Márcio (da Rosemary) 18/04/2018 Eq. N. S. das Graças Volta Redonda-RJ

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Equipes de No55a Senhora Av. Paulista. 352 • 3° andar. cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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