ENS - Carta Mensal 530 - Novembro 2019

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Ano LIX • novembro • 2019 • no 530

CARTA SOLENIDADE DE CRISTO REI

Somos convidados a conhecer a verdadeira realeza de Jesus

FINADOS

Nosso pensamento a todos que partiram desta vida


ÍNDICE Super-Região Nossa vida terrena tem futuro e nossa estrada tem ponto de chegada..................... 02 Balanço Anual: momento de reflexão para uma luta que é de todos nós......................... 04 A alegria do reencontro................................ 06 Solenidade de Cristo Rei................................. 08 Eles não tiveram medo...................................11 Boleto Padre Caffarel.....................................13 Encontro Mundial das Famílias Transformando a tecnologia no bem maior: fé, família e tecnologia................................................ 15 Jornada Mundial da Juventude O valor do sacrifício na constituição da paternidade cristã.......................................... 18 Ecos de Fátima A bem-aventurança da vida........................... 21 Igreja Católica Sínodo para a Amazônia: um tempo de graça....23 Palavra do Papa Caminho da santidade................................... 25 Vida no Movimento Super-Região Brasil Colégio Nacional............. 27 Posse dos novos casais provinciais, regionais e SCE............................................. 28

Carta Mensal no 530 • novembro • 2019

Província Norte............................................. 29 Província Nordeste I...................................... 30 Província Nordeste II..................................... 31 Província Centro-Oeste................................. 32 Província Leste.............................................. 33 Província Sul I............................................... 33 Província Sul II.............................................. 34 Província Sul III............................................. 35 Raízes do Movimento Pensamento de Deus sobre o casal................. 36 EJNS A caminho do sonho...................................... 37 Aprendizado.................................................. 38 Testemunho 65 Anos de Matrimônio.................................. 39 Beber na fonte das ENS novamente.............. 40 Voltar às origens, revigorar-se e grande motivação..................................................... 41 Reflexão Limites e liberdade na educação dos filhos..... 42 Partilha e PCEs Riquezas do deserto – o Retiro Anual............. 44 Correção fraterna.......................................... 45 Formação Formação Ser Igreja....................................... 46 Notícias............................................................ 47

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Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Dougla D. Rejowski - Imagens: Pixabay (pp. 2, 4, 9, 12, 13, 18, 20, 23, 24, 25, 36, 37, 38, 41, 43, 44, 46); Tiragem desta edição: 30.200 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Editorial


editorial Queridos irmãos em Cristo! Desejamos que todos estejam bem, e com muito entusiasmo caminhem para um balanço onde as bênçãos e o amor de Deus os tenham alcançado. Nesta edição, Lourdes e Sobral, casal secretário-tesoureiro, nos apresentam um balanço no qual poderemos visualizar a grandeza do nosso Movimento, no que diz respeito à questão territorial e a número de participantes. Com isso, nos permite fazer reflexões sobre nossas contribuições para que essa boa nova chegue a tantos corações sedentos... E porque tantos casais não tiveram medo e saíram é que hoje somos 56.071 equipistas, bebendo da fonte do carisma das ENS. A SRB, através do casal responsável pela causa de canonização do Pe. Caffarel no Brasil, lançará o “Boleto Pe. Caffarel”, em dezembro. Todos os detalhes estão aqui explicados. Ajudem a divulgar em suas equipes de base, para que nosso fundador seja cada vez mais conhecido e possa inspirar outros casais e sacerdotes. Vejam o resumo do Colégio Nacional, onde foram apresentadas as propostas para 2020 e a posse de tantos casais que se deixaram seduzir pelo chamado de Cristo. Portanto, apresentamos três novos Casais Provinciais, vários Casais Regionais e sacerdotes, cujas fotos encontram-se aqui publicadas, assim como os vários eventos realizados nas Províncias. Nesta edição, dois testemunhos muito nos motivam! Primeiro o do jovem das EJNS, mostrando que devemos nos manter firmes na proposta de semear, pois com as bênçãos de Deus os frutos sempre virão! O outro, de um casal que completou 65 anos de vida matrimonial, e neste, percebemos que as coisas não acontecem por acaso, e sim como resultado do empreendimento que fez desde cedo, através do engajamento em ações evangelizadoras. Assim, Deus se fez e sempre se fará presente! Tempos difíceis na educação dos filhos! Sobre esse assunto, trouxemos um artigo de reflexão limite e liberdade, pois só o conhecimento poderá nos fazer sentir mais seguros diante de tantas inovações... Neste segmento, o artigo da Jornada Mundial das Famílias nos chama à reflexão sobre as mídias digitais, que, na maioria das vezes, não respeita a faixa etária das crianças e as expõem ao invés de preservá-las. Com carinho,

Débora e Marquinho CR Carta Mensal CM 530

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super-região

Nossa vida terrena tem futuro e nossa estrada tem ponto de chegada Queridos Casais, Conselheiros e Acompanhantes Espirituais, Estamos no mês de novembro e nosso pensamento se dirige, pela fé e o amor, aos irmãos e irmãs que já não estão entre nós, mas cuja memória continua guardada em nossos corações e os exemplos seguem inspirando nossas ações. A realidade da morte se apresenta ao cristão como um mistério a ser sondado e vivido na perspectiva da fé que brota das palavras de Nosso Divino Salvador “Na casa de meu pai há muitas moradas...” (Jo 14,2) e “(...) e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. (...) E meu Pai o honrará.” (Jo. 12,26). Nestes textos Jesus afirma que nossa vida terrena tem futuro e nossa estrada tem ponto de chegada: a casa do Pai, a experiência da plenitude do Amor e da Felicidade de se viver em Deus. A morte, então, se apresenta uma porta que atravessamos para entrar nesta plena comunhão, aonde também os santos intercedem em favor daqueles que ainda peregrinam nesta terra. Devemos viver o dia dedicado à memória e oração por todos os “Fiéis Defuntos” como uma oportunidade para fazermos saudosa e agradecida memória do bem que fizeram entre nós os que agora vivem em Deus, aguardando a Ressurreição no último dia. A espiritualidade deste dia nos convida também a exercermos a solidariedade dos santos, oferecendo a eles como gesto espiritual de afeto nossas orações de sufrágio (súplica insistente para que Deus tenha misericórdia dos fiéis defuntos): a Santa Missa, orações, esmolas, obras de misericórdia e indulgências1 aplicadas em favor das almas dos falecidos. 1

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http://w2.vatican.va/content/paul-vi/pt/apost_constitutions/documents/ hf_p-vi_apc_01011967_indulgentiarum-doctrina.html

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No encontro definitivo com Deus entraremos numa dimensão plena junto Dele, por isso quando o cristão fala da morte fala também da Ressurreição, porque todos seremos ressuscitados por Deus O 2º livro dos Macabeus 12,46 recorda-nos “porque santo e salutar é o pensamento de orar pelos defuntos para que eles fiquem livres de seus pecados”, pois além de ser uma manifestação de carinho e gratidão, a oração sincera é sempre um auxílio poderoso em favor dos que necessitam. A morte, portanto, não é o fim, mas um novo começo. No encontro definitivo com Deus entraremos numa dimensão plena junto Dele, por isso quando o cristão fala da morte fala também da Ressurreição, porque todos seremos ressuscitados por Deus, do mesmo modo como Ele ressuscitou Jesus. Por isso a Igreja celebra em um dia “Todos os Santos” (01) e outro “Os Fiéis Defuntos” (2), a realidade da partida terrena, de sua purificação, e a realidade da glória eterna. Ao perdermos alguém querido são normais e compreensíveis o sofrimento e a tristeza, mas os mesmos não podem durar para sempre, nem ocupar o centro da vida de quem permanece. Continuamos amando-os e deles cuidando em nossas orações, mas sem descuidar das pessoas e situações que estão ao alcance de nossas mãos, ainda neste mundo, para serem cuidadas com amor. E assim vivendo podemos como São Paulo dizer: “(...) A morte foi tragada pela vitória, onde está, ó morte, a tua vitória?”(1Cor. 15,54-55). Pois vivem no céu os que partiram e continuam vivendo e atuando na terra os que um dia partirão.

D. Moacir Arantes SCE Super-Região

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Balanço Anual:

Olá, queridos amigos, Cá estamos novamente nos dirigindo a vocês através deste artigo. A Carta Mensal tem sido um importante veículo de comunicação e formação a todos que aproveitam essa oportunidade. Este mês queremos refletir com vocês sobre o nosso balanço anual e queremos fazê-lo a partir do Evangelho de Jesus segundo Lucas: Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? (Lc 14,28). Esse deveria ser o curso natural das coisas, primeiro fazermos um planejamento para ver se temos condições de finalizar o projeto

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e aí, então, iniciamos a obra. E o que temos visto? Muitos projetos inacabados. Como seres humanos não podemos deixar as coisas andarem de qualquer maneira e com qualquer conteúdo. Será necessária uma atitude coerente com o modo de pensar e a maneira de interpretar. Em sã consciência, surge outra necessidade a se pensar. Não poderemos nos acomodar e muito menos nos rebelar. Surge a ousadia de colocar-se inteiramente à disposição da realidade atual e analisar qual a contribuição que teremos para oferecer. Essa contribuição deverá partir de um questionamento muito sério e muito envolvente. Precisaremos saber como estamos

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momento de reflexão para uma luta que é de todos nós

administrando nossa vida no dia a dia. Precisaremos ver e assumir decididamente a questão de como estamos administrando nossos dons, nossos sentimentos, nossas emoções e nossas esperanças. É certo que não poderemos nos deixar levar pelo comum, porque somos especiais. Mesmo que o mundo consumista não respeite, somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Somos especiais para Deus, porém falta admitir que somos especiais para nós mesmos. (Frei Venildo Trevizan) Atualmente observamos que as coisas acontecem meio que às avessas, os valores estão invertidos. E aí, entra a nossa responsabilidade como casais cristãos. O que temos feito para mudar essa realidade?

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Ou melhor, o que podemos fazer para mudar essa realidade? A hora de refletirmos sobre isso é agora! E, mais uma vez, temos oportunidade de fazermos isso em equipe, e isso é encorajador, pois podemos ver e sentir que não estamos sozinhos, que a luta não é só nossa. Confiemos e creiamos. Grande abraço.

Lu e Nelson CR Super-Região

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A alegria do reencontro E chegamos, enfim, ao último capítulo do nosso Tema de Estudo. Nos debruçamos o ano todo na busca do que hoje somos convidados a festejar: a alegria do reencontro. Uma alegria que só encontramos no amor, onde a vida é liberdade e não há nada a esconder porque tudo é verdadeiro. E tudo é tudo mesmo: alegrias, renúncias e desafios; como pudemos acompanhar no testemunho de Bianca e Antonio, que nunca desistiram do filho e aprenderam a amar incondicionalmente. Esse mesmo amor, desafiando o sofrimento, também foi capaz de voltar a unir o casal Maritza e Mario. No seu testemunho percebemos o poder da oração, que revela um amor sem limites, que vence o mal e, passando pelo perdão, reconstitui uma família. Sim, o amor jamais acabará! Só no amor aprendemos a viver a perfeita alegria, pois podemos sorrir, sofrendo; bastando para isso fixarmos nossos pensamentos e atitudes nas verdades de nossa fé. 6

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Somos pecadores, sim, imperfeitos; mas podemos buscar a alegria do reencontro com o Pai tantas vezes quantas forem as nossas quedas. Quando paramos para refletir como casal, nesse último capítulo, nos deparamos com a pergunta: para nós, de onde vem a verdadeira alegria? E, se conseguirmos responder a essa pergunta, e somente a essa, já teremos ganho o ano, e o melhor, avançado muito no caminho que fazemos na busca da santidade conjugal. Assim, bem pouco valeriam o nosso estudo e as nossas reuniões se parássemos por aí; pois sabemos como facilmente nos iludimos a nosso próprio respeito, deixando a vida nos levar pelo que é mais fácil e prazeroso, evitando quanto possível passar pela “porta estreita”. Sim, somos nós o “filho pródigo” que é tão esperado pelo Pai de Misericórdia. Precisamos retornar à casa paterna pelo Sacramento da Reconciliação, sinal visível da graça santificante, que é a manifestação do grande amor do Pai... Daquele que está sempre olhando o horizonte à espera da nossa volta. E quantas vezes O buscamos? E como nos preparamos para esse encontro? Se realmente aprendemos a lição do nosso Tema, não teremos dificuldades para nos aproximar, tantas vezes quantas nos convidar a nossa consciência, sensibilizada e animada pelo amor ilimitado do Pai. Na certeza de sermos assim esperados, não duvidaremos, não inventaremos desculpas, nem auto explicações sobre nossos pecados; também não tentaremos camuflar o sacramento como se fosse mera terapia para aliviar nossas tensões; mas iremos até Ele de coração contrito e humilde, sabendo que só assim seremos realmente “curados” e abraçados pelo Pai. Sentiremos, então, a perfeita alegria do reencontro, prenúncio do céu dentro de nossa alma. Com essa força, jamais desanimaremos e estaremos concluindo o ano equipista com uma proximidade tamanha do Pai que dificuldade alguma nos há de tirar a alegria de viver, e nem tampouco do nosso apostolado dentro do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. A nossa alegria? Será impossível escondê-la! E poderemos repetir o que disse o Apóstolo Paulo: “Estou inundado de alegria no meio de todas as nossas tribulações” (2 Cor 7, 4). Que nenhum de nós deixe de sentir a alegria do reencontro!

Flor e Celso CR Província Sul III CM 530

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Solenidade de Cristo Rei “Acima dele havia um letreiro em grego, latim e hebraico: ‘Este é o rei dos judeus’.” Lc 23,38 Solenidade de Cristo Rei.

Cada cristão saberá colocar-se diante de seu Rei, de seu Deus e Salvador. Para isso nada melhor do que “voltar a escutar Jesus, com todo o amor e respeito que o Mestre merece”, nos diz o Papa Francisco (Gaudete et Exultate,66). O Evangelho nos mostra a verdade de todo aquele acontecimento, que se desenrolou na cidade de Jerusalém. Por um lado, Jesus que vai até o fim na sua doação e propósito de fidelidade ao Pai, não volta atrás e não se dobra aos reinos deste mundo, sua entrega será até o fim, até mesmo a última gota de sangue. Enfrenta corajosamente o império deste mundo de trevas, mundo esse mergulhado no poder, dominação, ódio e força que mata e escraviza; enfrenta o orgulho, a vaidade, arrogância e prepotência; encara as ameaças mais ferrenhas. 8

Quando penso nessa postura de Jesus, me lembro das árvores no período das florações, pois são frágeis, à mercê de todo tipo de intempéries, totalmente entregues e sujeitas aos mais variados fenômenos de destruição e, no entanto, e teimosamente permanecem firmes no seu propósito de frutificar de acordo com sua natureza. Jesus, com seu olhar penetrante, se concentra no caminho a ser seguido, na busca da concretização de toda a sua vida, na coroação de todo seu trabalho missionário nesta terra. Enfrenta toda a frieza e resistência do coração humano; toda rebeldia, todo escárnio e desprezo, oferecendo remédio, cura e libertação a este coração humano enfermo; e esse clima de terror físico e psicológico que Jesus vivencia vem de todos os lados, CM 530


autoridades, soldados, homens e mulheres e lamentavelmente até de seus apóstolos pela covardia da fuga medrosa. Deste ponto de vista humano parece tudo acabado. Foi algo que brotou, mas se acabou. Diríamos nós "deu em nada". Mas, como sabemos, aconteceu justamente o contrário: a vida venceu; o Reino permanece; Ele está no meio de nós; o mal foi destruído; a vitória reinou e tudo o mais que possamos pensar e viver. Jesus o possibilitou. Jesus, qual planta frágil, passará pelas estações mais duras da vida e produzirá flores e frutos de salvação, exalando sua fragrância de bondade, ternura e compaixão para toda a humanidade, e seu Reino avança conquistando corações. O que surpreende, entre outras CM 530

coisas, foi a forma, diríamos nós, a estratégia de Jesus. Qual seria? A mansidão, o perdão, a reconciliação, a confiança, a paz, a misericórdia, a compaixão, a transparência, a esperança, a coragem, a ousadia, a firmeza de ânimo, a luz, a verdade, a justiça, o bem, um rosto e olhar compassivo, o amor... essas são as armas deste “Reino” de Jesus, Ele é Rei com esta face, com este perfil. O olhar mais profundo, a ótica da fé, abre nossos olhos para o sacrifício redentor, a reconciliação com o Pai e o Reino que conquista o coração e diante do qual todo homem e mulher é chamado a pertencer e nele trabalhar com o mesmo ardor de Cristo Rei, implantando no mundo a fraternidade, a paz e o bem. Este Reino não arregimenta tropas de combate, mas testemunhas audazes, até 9


mas quantos estão gritando, pedindo... socorro, auxílio, proteção... a situação exige dos seguidores deste Reino uma postura semelhante a de seu chefe silenciosas, mas profundamente eficazes, “teimosas” na construção do ser humano conforme o plano divino. Nestes tempos de muitos reinos, o de Jesus permanece firme e forte, atuante, com sua beleza e exigências; lembro aqui as palavras do Papa Francisco: “O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”(Gaudette et Exultate, 1). Este olhar nos ajuda ver que Jesus e seu Reino vieram para todos, especialmente para aqueles que hoje são crucificados vivos, os quais não têm voz nem vez, quase ninguém os acode, não são produtivos, até são “incômodos”, nos desinstalam, os doentes, para resumir, os pobres. Estão à margem da fartura, olhando de fora a festa da vida. Incluí-los é nosso dever e salvação. Pertencer a este Reino e seu Rei é colocar-se a serviço, ir ao encontro, acolher. De vez em quando, até a gente grita "Senhor, lembra-te de mim...", mas quantos estão 10

gritando, pedindo... socorro, auxílio, proteção... a situação exige dos seguidores deste Reino uma postura semelhante a de seu chefe. Nesta festividade de Cristo Rei, creio ser o momento de avivar em nós a presença desse Reino de paz e alegria. Em meio a tantos combates, reafirmar o seu vigor em nossa vida, sua presença que ilumina e dá colorido todos os dias, trazendo um sentido novo para tudo, inclusive para viver as mesmas coisas do cotidiano, afinal o Reino é uma pessoa, a pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus, vencedor e glorificado, onde a vida ganha força e se estabelece, nos renova, aquece e nos convida a caminhar com Ele, o autor e consumador de nossa existência. “Ele é nossa paz” (Ef, 2,14)! Ao lado do Rei, sempre a Rainha! Maria Santíssima, em pé, como diz o evangelista João, expressa a postura de nobreza, prontidão e vigilância, além de uma firmeza incomparável. Viva Cristo Rei! Viva seu Reino!

Frei Levi SCE Província Sul III CM 530


Eles não tiveram

MEDO

Uma das coisas que nos impressionam nas Equipes de Nossa Senhora no Brasil são seus números. Hoje, quando escrevemos este texto, a Super-Região Brasil tem 4.485 equipes, espalhadas em quase todos os estados deste imenso país, como mostra o mapa das localidades onde estão nossas equipes. Quando este artigo for publicado, já serão mais outras tantas, talvez 50 equipes... e se você demorar um pouquinho para lê-lo, pode somar algumas dezenas mais. Em 2019, temos tido uma média de 25 novas equipes por mês! Hoje, somos 26.425 casais, 450 viúvas ou viúvos, 2.771 conselheiros espirituais. Um total de 56.071 pessoas alcançadas e enriquecidas pelo dom e pelo carisma das Equipes de Nossa Senhora! CM 530

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Diante desses números impactantes, só podemos render graças pela doação de tantas pessoas que ouviram o chamado de Deus para sair de sua comodidade, para ir além e evangelizar em toda parte. Pois é bem esse o espírito que move a expansão do Movimento, não é mesmo?! Certamente, não podemos restringir nossa ação ao âmbito interno das ENS, mas tampouco podemos deixar de reconhecer que o mandato “não tenham medo, saiamos” também deve ser acolhido diante da realidade de tantos casais que, embora unidos pelo Sacramento do Matrimônio, ainda não o vivem em sua plenitude. Também a eles deve ser oferecida a proposta de buscar a santidade como casal numa vida em equipe. Não foi isso que fizeram Pe. Caffarel e o casal Moncau? Não tiveram medo de ultrapassar as barreiras do oceano e do idioma e, assim, plantar a semente das ENS no Brasil. Se pensarmos na história do Movimento em cada uma de nossas cidades, certamente encontraremos pessoas que ultrapassaram medos e limites, saíram e arriscaram um novo começo. E também encontraremos aqueles que se doaram em serviços diversos, atuando em eventos e integrando quadros, ajudando a consolidar as equipes em cada local. Perceberemos a doação de cada um que, por meio de contribuição financeira, sustentou os custos e desafios que implicam a ida para outros lugares. Interessante, não?! Dar o produto de um dia de trabalho para o Movimento é também sair de si, é participar da missão. E porque estes tantos não tiveram medo e saíram do tranquilo de seu dia é que estamos aqui, cada um dos 56.071 equipistas, bebendo da fonte do carisma das ENS. Porque tantos não tiveram medo e saíram, chegamos a quase todos os estados brasileiros. Por outro lado, olhando de novo o mapa das equipes no Brasil, percebemos que ainda temos muitas localidades a chegar e muitos matrimônios a animar. É nossa vez de sair, seja aceitando o desafio da pilotagem de equipes distantes, aceitando responsabilidades ou por meio de nossa honesta contribuição financeira. Os que nos precederam não tiveram medo, não tenhamos também nós!

Lourdes e Sobral CR Secretaria e Tesouraria 12

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Boleto Padre Caffarel Já sabemos muita coisa sobre o Padre Caffarel. Assim, o conhecemos como um homem discreto, mas também bastante exigente e ao mesmo tempo apaixonado pelas suas muitas descobertas no campo das virtudes cristãs. Estas características nos perseguem como um exemplo marcante para nossas próprias vidas de equipista e para o Movimento. Olhando para as mensagens deixadas por ele, avistamos um grande leque de assuntos e temas que sobressaem e chamam a atenção: oração, leigos, matrimônio, viúvos e pessoas sós, encontro com Cristo, formação permanente, etc. A riqueza de sua mensagem é tão grande que podemos e devemos explorar e aprofundar cada tema tratado ainda muito mais! Com esta finalidade, a Super-Região Brasil tomou a iniciativa de buscar um melhor conhecimento e maior divulgação do Padre Caffarel. No campo do conhecimento, será buscado o aprofundamento do seu pensamento teológico e de sua mensagem através do apoio à realização de teses de mestrado e de doutorado para o que serão formuladas e divulgadas claras regras de habilitação. Com a mesma finalidade serão feitas a tradução e a edição de livros sobre Padre Caffarel ainda inéditos no Brasil. CM 530

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Para a realização destes objetivos no campo do conhecimento e da divulgação do Padre Caffarel, a Super-Região Brasil busca os recursos necessários através do lançamento do “Boleto Padre Caffarel” Quanto à divulgação do Padre Caffarel, haverá entre as propostas imediatas a organização de um colóquio ou congresso no Brasil dedicado exclusivamente aos temas específicos e às ideias do nosso Fundador com a participação de pessoas renomadas e com a consequente compilação das apresentações em um livro. Para a realização destes objetivos no campo do conhecimento e da divulgação do Padre Caffarel, a Super-Região Brasil busca os recursos necessários através do lançamento do “Boleto Padre Caffarel”. Quais são as características deste novo instrumento? • Como será: por equipe • Quanto: R$ 60,00 • Quando: no mês de dezembro Seguir-se-á a mesma dinâmica das contribuições habituais, ou seja, cada CRS receberá e repassará, a tempo, os boletos de cada equipe para as devidas contribuições. Obs.: Os procedimentos de apoio para a Causa de Canonização continuam inalterados e estão fora do âmbito da iniciativa acima. Os seus recursos são repassados integralmente, a cada ano, para a Associação “Os Amigos do Padre Caffarel”, sediada em Paris, e exclusivamente destinados para o financiamento da causa. Assim, a proposta deste boleto os convida a darem um passo além: conhecer mais e partilhar a riqueza que nos foi dada na pessoa do Padre Caffarel!

Afra e Beto CR Padre Caffarel no Brasil 14

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encontro mundial das famílias

Transformando a tecnologia no bem maior: fé, família e tecnologia A relação das famílias com a tecnologia é um caminho sem volta, pois está cada vez mais acessível, seja em termos de custo e de facilidade de manuseio. Os smartfones são o melhor exemplo disso, com apenas um clic somos transportados do mundo real para o virtual, para o ciberespaço, checamos e-mail, lemos as notícias e acessamos nossas mídias sociais. O mundo virtual não deveria ser diferente do real, não são opostos, mas o anonimato fortalece as pessoas, a desinibição as une, nós nos apresentamos como queremos no mundo virtual, aumentamos a escala das coisas, somos altruístas. Os adultos acessam um smartfone cerca de 200 vezes por dia e as crianças veem isso e aprendem. Nos Estados Unidos

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32% das crianças de 8 a 11 anos têm um smartfone. Como sociedade, precisamos prestar atenção, pois a internet precisa de regulações e as crianças e adolescentes precisam de proteção quando o acessam, assim como no mundo real. Quantas pessoas sabem o é deepweb e darkweb? A deepweb e darkweb representam de 96% do conteúdo total da rede. Neste local estão os criminosos... Na web conhecida, as ferramentas de busca como o Google funcionam, na ­deepweb não. Os adolescentes conseguem navegar, pois existem tutoriais, menus e softwares para acessar a d ­ eepweb, para comprar drogas, armas e assistir a pornografia. São domínios anônimos que operam acima da lei.

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A tendência do ser humano é projetar suas expectativas nessa pessoa, principalmente porque não há outras referências, como o contato visual, tato, olfato, vestimenta, forma de falar e assim por diante As crianças e adolescentes têm o direito de não serem expostas a esse conteúdo. O que está sendo visto não deveria ser visto... As companhias de tecnologia dizem que há uma moderação, mas isso não pode ser substituído pelo olhar dos pais. Por exemplo, filmes e jogos podem ser assistidos sem moderação, continuamente por longos períodos, onde o mundo real não existe, apenas o virtual. As mídias sociais também devem receber a atenção dos pais, pois têm relação com a depressão, o crescimento da deficiência do sono, com a dificuldade de construir uma identidade, com a delinquência, com o aumento das vulnerabilidades. Por exemplo, 9 em 10 meninas são insatisfeitas com seu corpo, pois se comparam com o que veem nas mídias das

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celebridades, mas esquecem que aqueles corpos não são reais, são imagens tratadas para serem perfeitas. O mundo virtual é todo perfeito, mas o real não! É desafiador e difícil, e os jovens se acostumam com a facilidade de perfeição do ciberespaço. No Japão, 40% dos jovens na casa dos 20 e 30 anos não têm interesse em um relacionamento real, apenas no virtual. O fascínio da juventude pela própria imagem cria um narcisismo às vezes exacerbado, com claro prejuízo aos relacionamentos, nos quais a(o) namorada(o) e amiga(o) são importantes apenas quando me satisfazem. Muitas adolescentes se encontram em sites de relacionamento e iniciam um contato virtual. A tendência do ser humano é projetar suas expectativas nessa

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pessoa, principalmente porque não há outras referências, como o contato visual, tato, olfato, vestimenta, forma de falar e assim por diante. Se em uma conversa leio que alguém foi ao cinema, concluo que essa pessoa gosta dos mesmos filmes que eu gosto, por exemplo. Essa projeção, que na maioria das vezes não se concretiza, gera uma decepção e aumenta as expectativas para o próximo relacionamento, que pode ocorrer em poucos dias... Há uma banalização que é levada para a vida adulta. É muito importante conhecer os contatos do filho nas mídias, perguntar quem são e observar as respostas dos filhos, perguntar mais de uma vez a mesma coisa para ver se a resposta é a mesma, saber com quem estão se relacionando, ficar atento às alterações de comportamento. O acesso ao mundo virtual tem que ser limitado. Para tudo há um momento, momento de estudar, de dormir, de brincar, de assistir televisão e também de acessar a internet. O computador da família tem

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que estar em local de uso comum e não no quarto da criança e adolescente! Principalmente os smartfones devem ser desligados e entregues aos pais a partir de certo horário, pois as crianças não devem passar a noite com acesso livre ao ciberespaço. A internet foi desenvolvida imaginando que todas as pessoas são iguais, o que sabemos não é verdade. Lembremos, as crianças precisam de proteção virtual, assim como no mundo real, e isso é dever dos pais. Adaptado da conferência da Dra. Mary Aiken, professora associada do Instituto Geary de Políticas Públicas e consultora acadêmica do Centro Europeu da Cibercriminalidade da Europol, Irlanda, no Encontro Mundial das Famílias 2018 por

Cristiane e Brito, Eq. N. S. Auxiliadora São José dos Campos-SP

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jornada mundial da juventude

O valor do sacrifício na constituição da paternidade cristã Ao falar em paternidade, deveríamos nos questionar o que seria uma paternidade genuinamente cristã. Dom Thomas Olmsted, bispo de Phoenix, discorre sobre esse assunto, do qual eu gostaria de trazer alguns pontos relevantes1. Uma palavra sintetiza a profundidade da paternidade cristã: sacrifício. Sem essa capacidade, a de se autossacrificar, nenhum homem será capaz configurar-se a Cristo, e por sua vez, não poderá exercer sua paternidade de modo pleno e fecundo. O desenvolvimento da virtude do autossacrifício exige um grande labor humano e espiritual: vencer os próprios medos, adquirir a capacidade de se esquecer de si mesmo pelo bem dos mais frágeis, até o limite de dar a própria vida. 1

OLMSTED, Dom T. J. Exortação Apostólica Firmes na Brecha (Into the Breach). Phoenix, 2015.

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Todas essas virtudes, permitem ao homem viver bem os três amores do homem cristão: o amor de amigo, o de esposo e o de pai2. Sem esses três amores, afirma o prelado, nenhum homem terá chegado à altura de Cristo (cf. Ef 4, 13). O amigo – O papel de uma amizade desinteressada, centrada em Deus, eleva a dignidade daquele que a possui. “Quem possui um amigo fiel, encontrou um tesouro” (cf. Eclo 6, 14), de sorte que um exemplo de amigo pode forjar muitos valores na vida daquele que desfruta dessa amizade. Uma sólida amizade permite ao homem crescer no amor desinteressado, aquele que contribui para um amor verdadeiramente autêntico. Fica a pergunta: Seus amigos compartilham com você o mesmo ideal de santidade? O esposo – Independentemente do estado de vida que um homem assuma, os homens jovens devem se preparar para o casamento antes mesmo de saber quem será sua noiva (seja a Igreja ou a mulher, mãe de seus filhos). Esse treinamento em sacrifício consiste em amar a sua noiva antes de conhecê-la; para que um dia eles possam dizer “antes de te conhecer, eu já te era fiel”. O homem atinge esse autodomínio 2

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Nota: todas as citações em itálico, quando não indicadas, são citações diretas da exortação apostólica em questão.

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na virtude da castidade, que é a integração bem-sucedida da sexualidade na pessoa e, por ela, na unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual. Os cristãos sempre acreditaram que a castidade, no casamento e no celibato, é uma libertação da escravidão do pecado e de nossas paixões, além de forjar a capacidade do amar de modo exclusivo, fiel, total e fecundo (HV, n. 9). O pai – A paternidade compreendida na sua totalidade é essencial para compreensão do papel do homem. A principal estratégia de Satanás é eliminar a paternidade humana, em que cada um de nós vê as primeiras luzes do que é a paternidade de Deus. O que significa ser “pai”? Responde o Papa Francisco: “Quando um homem não tem esse desejo, algo está faltando neste homem, algo aconteceu. Todos nós, para sermos plenos, para 3

sermos maduros, precisamos sentir a alegria da paternidade: até mesmo nós, celibatários. A paternidade é dar vida aos demais, dar a vida, dar a vida” (Homilia de 26 de Junho de 2013). A pergunta para um homem não é “Eu sou chamado a ser pai?”, mas, sim, “Que tipo de pai sou chamado a ser?". Com essas considerações fica claro que há necessidade de uma cruzada de virilidade e de pureza para neutralizar e anular o trabalho selvagem daqueles que pensam que o homem é uma besta. E essa cruzada é o seu trabalho3. É papel dos homens cristãos, a partir de seu testemunho, mostrar a todos os outros o rosto do homem perfeito, Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Áderson Miranda da Silva Seminarista - Arquidiocese de Brasília

ESCRIVÁ, S. Josemaria. Forja, n. 121.

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ecos de fátima

A bem-aventurança

da vida

Ao debruçar sobre o chamado à santidade, dirigido pelo Pai a todos os seus filhos, deparamos com o Sermão da Montanha, no qual Jesus esculpe o molde de composição de todos os santos. Mais que normas, ali é pincelado com cores vivas o autorretrato daquele que as pronunciou, a imagem do próprio Jesus, que quer imprimir em nossos corações, para servir de referência no processo de transformação de cada um. Que temos meditado sobre o Evangelho das bem-aventuranças? Como as colocamos em prática? E como as temos anunciado? O recém-nomeado Cardeal Dom Tolentino Mendonça refere-se a isso em seu livro O Elogio da Sede (Paulinas, 2018). A Igreja é missionária quando é Igreja em saída, quando enfrenta o desafio de ir ao encontro e de se ocupar da humanidade vulnerável. Não nos basta um Cristianismo de manutenção. CM 530

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A pior coisa para um crente é estar saciado de Deus. Verdadeiro crente é o que tem sede e fome de Deus. A fé não serve para matar esta sede, mas, ao contrário, para ampliar o nosso desejo e a nossa busca de Deus. Cada santo viveu um modelo próprio, uma peculiaridade interessante. Mas há três características comuns: todos foram pessoas de muita oração; todos foram animados pela alegria de viver, não importando as dificuldades enfrentadas; todos viveram as bem-aventuranças, independentemente das condições sociais de seu meio. Como disse o Pe. Caffarel: “Deus não está buscando aqueles cujos valores são dignos de seu amor; ele busca o pobre, no sentido bíblico do termo, ou seja, o pecador, o insensato, o fraco, em uma palavra, aquele no qual encontra um vazio a preencher”. É o fogo da misericórdia de Deus que forja o santo. Quando nos esforçamos para ser semelhantes a Deus, quando nos fazemos seu retrato, sua pegada, o sinal de sua misericórdia, aí é que as espátulas do Espírito Santo esculpem em nós a santidade (1Jo 3,1-2). O primeiro dom indispensável para alcançar a meta é o dom da vida. Deus ama a vida e a coloca no centro como o bem mais precioso. Isso Jesus mostra indo ao encontro dos mais necessitados, acolhendo os fracos e doentes, encorajando os que não têm esperança. Sua pedagogia é amar primeiro, confiar primeiro. Não diz a Zaqueu: “Se fizeres isto, isto e isto passo lá na tua casa”. Ao contrário, Ele se adianta e se convida: “Eu preciso ficar em tua casa”. A pedra primeira do alicerce que firma a aventura complexa da vida veio de um sim incondicional que os nossos pais um dia deram, cúmplices de Deus, para trazer-nos à existência. Talvez tenham deixado pra lá uma exagerada sensatez, em troca de uma experiência incondicional de amor! Este amar de forma incondicional é como um abalo sísmico que rompe os muros da separação, que faz desabar as torres da culpa e quebra os alicerces do conflito. O que nos salva não é um amontoado de tratativas, o que nos salva é o excesso de amor. A bem da verdade, o amor é incondicional ou não é. Esta é a grande mensagem da parábola do filho pródigo, de que nos ocupamos durante este ano. Ela escancara o inimaginável amor do Pai Deus. Foi o meio encontrado por Jesus para ressaltar o “escandaloso” amor do Pai. Para nos dar a conhecer que o Deus Todo-Poderoso nos ama desmedidamente e nos quer semelhantes a Ele. Bem-aventurados aqueles que chamou à vida, pois serão santos!

Graça e Eduardo Eq. N. S. do Bom Conselho, Porto Alegre-RS 22

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igreja católica

Sínodo para a Amazônia: um tempo de graça A sabedoria bíblica nos ensina que existe um tempo para cada coisa debaixo do céu. Diz o texto do livro do Eclesiastes (cf. Ecle 3,1-8) que há momento para tudo e um tempo certo para cada coisa. O conhecimento pleno e a visão de conjunto de todas as coisas só o Criador os tem. A nós, suas criaturas, cabe o cuidado com toda a criação. E, isso, sempre, e o tempo todo. O Sínodo para a Amazônia, concluído nos últimos dias em Roma, aponta para essa sensibilidade do Papa Francisco em nos ajudar a refletir sobre o cuidado com toda a criação, com a nossa Casa Comum, de forma especial com a Amazônia. Ele mesmo disse que o Sínodo é “filho da Laudato Si’”, deixando claro o sentido forte que essa assembleia sinodal tem, não só para os países que compõem a pan-amazônia, mas para todo o mundo. A atual conjuntura exige de nós postura profética e comprometida. Causa-nos preocupação e instiga nossa ação pastoral em vista dos dados sobre o crescimento do desmatamento na Amazônia, que implicam a derrubada da floresta e a destruição do habitat de animais. Consequentemente, o território dos povos amazônicos, concebido como lugar de reprodução da vida, é destruído e o projeto de vida em abundância (Jo 10, 10) é interrompido. É urgente retomar o que São João Paulo II salientou CM 530

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no encontro com os povos indígenas em Manaus, em julho de 1980: “Seja reconhecido o direito de habitá-la [a Terra, o território] na paz e na serenidade, sem o temor – verdadeiro pesadelo – de serem desalojados em benefício de outrem, mas seguros de um espaço vital que será base não somente para a sua sobrevivência, mas para a preservação de sua identidade como grupo humano, como verdadeiro povo e nação”. A evangelização na Amazônia bem como os desafios da inculturação e de uma Igreja mais próxima das culturas tradicionais estiveram presentes na reflexão sinodal. Ministerialidade, reconhecimento do papel das mulheres, direito à Eucaristia e presença profética da Igreja junto aos mais vulneráveis também foram levados ao debate a partir dos clamores levantados nas escutas sinodais e garantidos na discussão que por hora fora realizada no Vaticano. A reflexão iniciada no processo do Sínodo para a Amazônia nos fez dois convites: à conversão eclesial e à conversão ecológica. Conversão é mudança de atitude. Sim, o Sínodo nos fez reconhecer as vozes do território e de todos os povos, numa atitude de extrema empatia e alteridade para com todas as comunidades que vivem na floresta e na cidade. Um novo tempo, portanto, se descortina para a evangelização na Igreja à luz de todo o processo sinodal. Uma Igreja que se coloca a ouvir e se põe ao lado dos pequenos para, com eles e a partir deles, pensar novos caminhos. O Sínodo foi tempo de cuidado em sua gestação, na sua execução e, sobretudo, será agora na sua continuidade no pós-assembleia. Que seja para todos um tempo de reconhecimento da Graça de Deus que se faz em nós e no meio de nós!

Paulo Martins REPAM – Brasil

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Palavra do Papa

Caminho da santidade

Este mês de novembro começa com o dia em que a Igreja homenageia todos aqueles que entraram na Glória Celeste – são santos, independentemente de canonização ou de estarem nos altares – ocupam o lugar que o Senhor reserva para todos (Jo 14, 2) que nos esforçamos no caminho da santidade. O Papa Francisco alerta e chama sistematicamente à santidade. No dia da Assunção de Nossa Senhora, 15 de agosto, escreveu no Twitter: “O caminho de Maria para o céu começou com o ‘sim’ pronunciado em Nazaré. Cada ‘sim’ a Deus é um passo para o Céu, para a vida eterna. Porque o Senhor nos quer todos com Ele, na Sua casa!” Nossos sins são a nossa Salvação. Os casais encontram nas ENS o traçado privilegiado, pelo Espírito Santo, do caminho a trilharmos em direção a tão almejado objetivo. O Pe. Henri Caffarel chancelou o Movimento, ao afirmar, em carta a Pedro Moncau, de 15/12/1949, que o Movimento que liderava, com a revista L´Anneau d´Or e os grupos de casais, “tem o objetivo essencial de ajudar os casais a tender para a santidade, nem mais, nem menos”1. CM 530

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"Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus."

No Ângelus desse mesmo 15 de agosto o Papa Francisco nos deu um caminho para a santidade: “Deixemos que Nossa Senhora nos pegue pela mão. Toda vez que pegamos o Terço e rezamos, damos um passo adiante rumo à grande meta da vida”. Entendemos que pode ficar mais fácil chegar a essa meta com a vida conjugal, com a busca da santificação mútua, de que nos fala o Pe. Caffarel: “Não é como se fossem dois pregadores que ficam edificando um ao outro fazendo sermões, mas é no exercício de sua própria vocação de cônjuges e pais. Não se trata de fazer esforços para fazer o bem para o outro, mas sim de se amarem, de se ajudarem mutuamente, de amarem seus filhos e de assistirem um ao outro no exercício da paternidade e da maternidade”2. Já em Gaudete et Exsultate (7), o Santo Padre fala dos santos do nosso dia a dia: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus”. Que nosso coração se abra a esses chamados e nossa vida conjugal os reflita.

Rita e Fernando Eq. N. S. de Guadalupe Belém – Pará 26

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vida no movimento

Super-Região Brasil Colégio Nacional 30, 31 de agosto e 1 de setembro, Itaici, Indaiatuba-SP

Nos dias 30 e 31 de agosto e 1 de setembro, realizou-se em Indaiatuba-SP, bairro Itaici, o Colégio Nacional das Equipes de Nossa Senhora, com a presença dos casais e sacerdotes conselheiros da Equipe da Super-Região Brasil, Casais Responsáveis das Regiões de todo o Brasil e seus conselheiros. Desde a quinta-feira, 29/8, boa parte da Equipe da SRB já se encontrava no local, trabalhando nos preparativos: organização dos quartos, livraria, palco, quiosques da Carta Mensal, Intercessores, Pe. Caffarel, tudo cuidadosamente organizado e posto à disposição dos casais e conselheiros. Dia 30 de agosto, à noite, a Equipe da SRB deu as boas-vindas e apresentou os objetivos do encontro. Em seguida, nos dirigimos à igreja para um dos momentos mais marcantes da programação: a missa de posse dos Novos Casais Responsáveis de Província e Região. Nesses dias a programação foi intensa: celebração da santa missa, orientações para 2020 pelo casal Lu e Nelson - CR-SRB, apresentação do Tema de Estudo 2020 por Dom Moacir - SCER-SRB, e apresentação do documento “Vocação e Missão” por Pe. Paulo Renato, que recentemente assumiu a missão de Sacerdote Responsável das Equipes Satélites. Para engrandecer ainda mais o encontro CM 530

tivemos as reuniões em grupos mistos de casais e conselheiros e plenário de dúvidas. Tivemos ainda uma abordagem muito esclarecedora do casal Márcia e Paulo, que nos falou sobre sua missão como Casal Ligação da Zona América, pela ERI. Na noite do sábado, houve um momento de convivência muito agradável, com a partilha de petiscos trazidos pelas Províncias, regados de muita alegria, animação e amizade de verdadeiros irmãos. Para nos falar sobre os PCEs, a alegria do testemunho do casal Florinda e Celso, Responsáveis da Província Sul III e de forma especial todos os participantes do encontro tiveram o privilégio de participar da escolha da logomarca do IV Encontro Nacional das Equipes em Fortaleza-CE. Tivemos ainda informação importante sobre a Plataforma de Formação Cristã, que foi apresentada no detalhe pelo nosso Casal Responsável pela Comunicação Externa, Tatiana e Rubens. Finalizando o encontro fomos alegremente enviados de volta às nossas bases, abastecidos e motivados a amar e servir mais, sendo a alegria da Igreja e testemunhas para o mundo. Que Nossa Senhora nos abençoe em nossa missão!

Meire e Gilson CRP Centro-Oeste 27


Posse dos novos casais Provinciais, Regionais e SCE Edna e Sebastião NORTE Pe. Marivaldo Rose e Rubens SUL I Pe. Toninho Florinda e Celso SUL III Frei Levi Concinha e Glaucio NORTE / NORTE I Pe. Marciney Zuila e Valdson NORTE / NORTE III Frei Haroldo Socorro e Marcélio NORDESTE I / CEARÁ III Pe. Otaviano Nilian e Cleber LESTE / RIO I Pe. Renato Lima Mônica e Andre LESTE / RIO VI Pe. Tiago Miriam e André LESTE / MINAS I Pe. Nei Ângelo 28

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Graciete e Lindomar CENTRO-OESTE / BRASÍLIA I Pe. Paulo Rosiane e Giacomo SUL I / SP CAPITAL I Pe. Ewerton Daniela e Romeu SUL I / SP CAPITAL II Frei Almy Kelly e Andrei SUL I / SP SUL II Pe. Manoel Júnior Sueli e Celso SUL I / SP LESTE II Pe. Leandro Marilda e Marcos SUL I / SP LESTE IV Pe. Vanzella Célia e Lucas SUL II / SP NORDESTE Pe. Querino Vera e Tinti SUL II / SP NORTE II Pe. Gonzaga Vânia e Júnior SUL III / PR SUL Pe. Xiao Rosa e Erotides SUL III / PR OESTE Pe. Gilmar Rita e Didero Sul III / RS II Pe. Diego

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PROVÍNCIA

NO RTE

Mutirão Cerca de 100 casais participaram do Mutirão do Setor Castanhal/ Pará, Região Norte II, no dia 25 de agosto, iniciando com a Santa Missa presidida pelo SCE do Setor, Pe. Silvestre. “Na realidade o mutirão começa praticamente um mês antes, quando todas as equipes são envolvidas através de tarefas ligadas ao desenvolvimento e crescimento da Espiritualidade Conjugal, resultando em prazerosa reunião formadora dos equipistas”,

PROVÍNCI A

diz o CRS Dedê e Erick. Estavam presentes o CRP que encerrava a Missão, Marilena e Jesus, e o novo CRP, Edna e Sebastião. Os casais de Castanhal se esmeraram em esquetes alegres e formadores entre as palestras, leves e ricas de conteúdo: a alegria contagiou esta formação.

Rita e Fernando Eq. N. S. de Guadalupe Belém-PA

NO RDE S TE I

EEM – Região CE I “Chamou-os... e eles seguiram-no” (Mt 4, 18-22). Aconteceu nos dias 20 e 21 de julho de 2019, em Sobral-CE o Encontro das Equipes em Movimento, com 6 a 8 anos de caminhada. 30

Houve participação de 7 equipes dos Setores Cruz, Morrinhos, Sobral A e B. O encontro contou com palestras, fóruns de equipes mistas e de base, momentos de oração, além do convívio, que proporcionou CM 530


uma alegre interação entre os casais de todos os Setores. O encontro trouxe bastante crescimento da Espiritualidade Conjugal e da vida em equipe, levando-nos a refletir sobre a nossa importância no serviço à Igreja e ao Movimento; e que diante do chamado de Cristo e inspirados pela parábola dos talentos, devemos transbordar, multiplicando o conhecimento e o amor recebidos nas ENS e desenvolvendo cada vez

P ROVÍN CI A

mais uma postura de construtores e menos de inquilinos, conforme o apelo de Pe. Caffarel em Centelhas de sua Mensagem (pág. 75). Agradecemos à Equipe de Formação e a todos que participaram, pela dedicação e amor. Que Deus abençoe a caminhada de cada casal!

Carlinha e Heli Eq. 05 – N. S. Rainha da Paz Setor Sobral A – Região CE I

NO RDES TE I I

Formação “Ser Movimento” A Região PE-II, realizou nos dias 3 e 4 de agosto de 2019 na Faculdade de Filosofia de Caruaru a FORMAÇÃO “SER MOVIMENTO” com a participação de 159 casais, os formadores Lú e Nelson (CRSRB) e Maria e Amâncio (CRP). Com simplicidade, transmitiram o quão é maravilhoso e determinante a experiência de viver de modo integral e verdadeiro o CM 530

carisma, a mística e a pedagogia do Movimento na vida do casal, família, igreja e sociedade. Num espírito de fé, alcançado entre os casais, a certeza do poder que uma reunião de cristãos em nome de Cristo culmina numa comunhão com Cristo, constituindo verdadeira Eclésia.

Do Carmo e Paulo CRR Região PE II 31


PROVÍN CIA

CENTR O-OES TE

Formação Ser Movimento Diante do nosso “sim” ao Movimento, percebemos o quanto nossa vida conjugal e espiritual vem sendo transformada, e a cada ano algo novo nos é apresentado. Este ano, fomos agraciados em servir como CRE e no decorrer das nossas atividades tivemos a oportunidade de participar da Formação SER MOVIMENTO. Sem palavras para expressar nossa emoção, foi um final de semana de muita expectativa, alegria, troca de experiências, conhecimento e satisfação. Quanta riqueza! Percebemos em cada detalhe a presença do Espírito 32

Santo em nosso meio. Ambiente acolhedor e uma equipe muito bem preparada para nos receber e capacitar; foi uma formação precisa e necessária para os casais e para nosso crescimento enquanto equipista. Com certeza saímos com um novo olhar, um fazer diferente em busca da santificação dos casais. Deixamos aqui nosso sincero agradecimento a todas as equipes da Região Goiás Centro e da Super-Região Brasil.

Liliane e Kennedy Eq. 11A - N. S. Rainha dos Apóstolos Região Goiás Centro CM 530


PROVÍNCIA

LES TE

ENF – Região Espírito Santo Nos dias 20 e 21 de julho de 2019 ocorreu em Vitória, Região Espírito Santo, o Encontro Novo Fôlego – ENF. Os casais formadores vindos do Rio de Janeiro foram acolhidos nas casas dos equipistas locais. Além destes, também estiveram presentes Graça e Juarez e o CRP Leila e Fernando. Houve a participação de 59 casais e uma viúva dos setores A e B de Vitória, Serra e Cariacica.

PROVÍNCIA

Neste, contamos com a ajuda de casais, dos Setores Vila Velha e Iconha, que muito contribuíram para o bom desenvolvimento da formação, trabalhando no apoio. Ainda tivemos a bênção de ter conosco o SCE da Região, Padre João Batista e a Irmã Jucitelma, AE.

Marineide e Geraldo CRR Espírito Santo

SU L I

Convivência Setor "A" Guarulhos Um grande momento tivemos no dia 13 de julho deste ano, a convivência das equipes que formam o Setor “A” de Guarulhos-SP. Muito importante na convivência do casal, é fundamental que marido e mulher possam sair da CM 530

rotina e das coisas do dia a dia para se reencontrar e reencontrar com Deus e com os irmãos e irmãs das ENS. Esse é um momento de recarregar as baterias e de renovar as alegrias do matrimônio, em comunhão com os Conselheiros. 33


Os casais testemunham o valor de momentos assim para que os laços do sacramento se fortifiquem. Uma experiência nova para o novo Setor Guarulhos e Deus logo se encarregou de unir e enlaçar nossos corações. Ele é mestre nessa arte. Afinal, Ele é o próprio Amor. Com Suas mãos gentis, segurou nossas mãos e, com o nó do amor verdadeiro, nos enovelou. Sim, esse é a meta do amor esponsal: deixarmos de ser sós, para viramos nós; novelo

PROV ÍNCIA

de vida nova entrelaçada por Deus! Ele, Deus, é promotor de encontros, encontro de EQUIPES! Os mais atentos certamente perceberam os passos de uma reunião vividos na paz, na descontração e junto aos irmãos. Só podemos agradecer a Deus, através da Virgem Maria. Deus abençoe a todos!

Pe. Francisco G. Veloso Jr. SCE Eq. 01 - Setor A Guarulhos-SP

SU L I I

Formação Ser Movimento Há 6 anos aceitamos o convite de um casal amigo para fazer parte das ENS, e naquele momento não tínhamos a dimensão do que esse Movimento nos proporcionaria. Durante esses anos, crescemos muito em conhecimento e espiritualidade, diante das oportunidades oferecidas. Uma grande oportunidade foi nossa participação na Formação “Ser Movimento”, que aconteceu nos dias 7 e 8 de setembro, em Guarapuã, Distrito de Dois Córregos-SP. A formação foi conduzida pelo 34

casal responsável da Super-Região Brasil e o responsável da Província Sul II. Tivemos também a presença e o apoio de nosso Casal Regional. Foram momentos especiais de muito aprendizado, espiritualidade e partilha, onde pudemos conhecer mais a fundo a história do Movimento, o Carisma, a Mística e toda sua estrutura. A participação nos abriu o coração e nos motivou ainda mais a continuarmos fiéis nessa caminhada. Temos certeza de que as ENS nasceram no coração de Deus, e que o CM 530


Espírito Santo, inspirando ao Padre Henri Caffarel, deu um sopro de vida e esperança às famílias do mundo todo. Somos gratos a Deus, à Nossa

PROVÍNCIA

Mãe Maria, ao Movimento e à nossa Equipe de Base, que amamos muito!

Graziela e Jonas Eq. 21 - Setor B - Jaú-SP

SUL I I I

Mutirão No dia 18 de agosto participamos do mutirão organizado pelo Setor B de Blumenau-SC. O tema escolhido foi “Conhecendo o nosso Fundador: Pe. Henri Caffarel”. Começamos nosso dia com a Santa Missa, onde os casais responsáveis de equipe entraram em procissão, juntamente com os ministros e o Sacerdote Alcimir José Pillotto, levando a padroeira de sua Equipe de Base. Os equipistas foram acolhidos carinhosamente pela comunidade da Paróquia Cristo Rei. Após termos a alma alimentada, partilhamos um café quentinho com os quitutes que cada casal levou. A animação das equipes foi contagiante, participando com todos os membros, fazendo peças teatrais muito criativas. O tema foi muito bem escolhido pelo CRS Elaine e Rogério, CM 530

pois notamos nos depoimentos que muitos estavam surpresos por não saberem muito da vida de nosso fundador. Aprendemos, relembramos, partilhamos, foram momentos preciosos de convivência equipista. E o domingo passou rápido, quando vimos já era tardinha e estávamos lá, trabalhando em comunidade, arrumando, organizando, recolhendo o que levamos, deixando o salão paroquial organizado como nos fora ofertado. O mutirão é um momento forte para a nossa equipe, e esperamos que seja para todas, pois nos reunimos várias vezes para prepará-lo, estudarmos o assunto, exercitarmos a empatia ao distribuirmos as tarefas e nos divertimos muito. Tudo é graça, tudo é dom, quando estamos juntos.

Simone e Luiz CRR - Santa Catarina II 35


raízes do movimento

Pensamento de

Deus sobre o casal1

Deus disse: casal cristão, és o meu orgulho e a minha esperança. Quando criei o céu e a terra, e no céu grandes luminares, eu vi nas minhas criaturas vestígios das minhas perfeições e achei que era bom. Quando recobri a terra de seu grande manto de campos e florestas, eu vi que era bom. Quando criei os animais inúmeros, segundo a sua espécie, contemplando nestes seres vivos e abundantes um reflexo de minha vida transbordante, achei que era bom. De toda a minha criação subia, então, um grande hino solene e jubiloso, celebrando a minha glória e as minhas perfeições. E, no entanto, não via em lugar nenhum a imagem daquilo que é a minha vida mais secreta, mais fervorosa. Então surgiu em mim a necessidade de revelar o melhor de mim mesmo: e foi então a minha mais bela invenção. 1

Foi assim que te criei, casal humano, “à minha imagem e semelhança” e eu vi, e desta vez eu achei que era muito bom. Em meio a este universo, onde cada criatura canta a minha glória, celebra as minhas perfeições, acabava de surgir o amor, para revelar o meu Amor. Casal humano, criatura minha bem-amada, minha testemunha privilegiada, compreendes por que és tão caro para mim entre todas as criaturas, compreendes a minha imensa esperança que deposito em ti? És portador de minha reputação, de minha glória, és para o universo a grande razão de esperar... porque és o amor. Pe. Henri Caffarel Colaboração

Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. Mãe de Jesus e Nossa - Piracicaba-SP

Carta Mensal nº 289, ano XXXIII, de março de 1993, pág. 13.

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ejns

A caminho do sonho Entre os dias 18 e 21 de julho de 2019, os Responsáveis Nacionais e o Secretariado Internacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora (EJNS) reuniram-se, em Sintra, Portugal, para dar os primeiros passos, pode-se dizer bem largos, na organização do Encontro Internacional 2020, onde se espera o tão sonhado reconhecimento oficial do Vaticano como Movimento da Igreja Católica. Além de momentos de orações e formação, o encontro foi marcado por belos momentos de partilha da realidade de cada país que ajudou a traçar objetivos futuros, como a exemplo da Santa Madre Igreja, sempre em busca da unidade. Estiveram presentes responsáveis nacionais dos países onde o Movimento se encontra, tais como Brasil, Canadá, Costa Rica, Espanha, Estados Unidos, Líbano, Paraguai, Portugal e Angola. Já Moçambique, Cabo Verde e Síria fizeram-se presentes através de vídeos. Além disso, esta reunião contou com a presença do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e de D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, para partilhar sobre sua experiência no Sínodo dos Bispos sobre a Juventude e, também, para falar sobre a organização para a JMJ Lisboa, em 2022. A EJNS Brasil agradece imensamente pelo apoio, carinho e orações das Equipes de Nossa Senhora, que ajudou no envio dos responsáveis brasileiros para esta reunião. “Se estamos juntos, Maria olha por nós.”

Maciel Zanette Comunicação / Secretaria do Nacional Equipes de Jovens de Nossa Senhora

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Aprendizado A vida é feita de ciclos e as EJNS é um desses que podem fazer parte da vida de muitos jovens. Este, fez parte da minha vida nos últimos 6 anos e está perto de se encerrar, para que eu possa iniciar um novo ciclo. Irei me casar agora em novembro e trilharei um novo desafio, uma nova caminhada; irei em busca do meu sonho de construir a minha família. Tenho muito a agradecer por todo aprendizado, desenvolvimento, tanto espiritual como pessoal, e experiência que adquiri nesse Movimento, principalmente para meu crescimento na fé. Obrigado Deus por ter vivido esses anos dando o meu melhor a tudo que o Movimento nos propõe, por esse exercício de santidade que está presente nas EJNS. São momentos que não tenho palavras para descrever, só quem vivencia sabe como é. Foram momentos de muita responsabilidade, começando dentro da Equipe de Base, como tesoureiro e responsável de equipe, e chegando aonde estou hoje, como Responsável do Setor Goiânia, o qual jamais me imaginei à frente. Também foram momentos de descontração, os quais pude vivenciar nos encontros, principalmente no internacional. 38

Foi com esse Movimento que aprofundei minha fé, que passei a conhecer mais sobre a Igreja e que me fez aproximar de Deus. É uma experiência que vou levar por toda a vida e espero que muitos jovens a vivenciem ainda. Agradeço a Deus por tudo que vivi, por todas as pessoas que conheci e por tudo que partilhei. Levarei muitos aprendizados para o meu matrimônio. Meu coração hoje é só gratidão. Saio com a cabeça erguida e com lágrimas de alegria, de um tempo incrível que vivi e que será lembrado sempre. Daqui um tempo, as Equipes de Nossa Senhora é que nos esperam, para iniciar um novo ciclo. Maria nossa mãe, obrigado por nos ter levado a Deus. Equipes de Jovens de Nossa Senhora, obrigado por existir e proporcionar experiências únicas. Continuarei em oração pelo Movimento. “Se estamos juntos, Maria olha por nós!”

Vinícius ­Pacheco Gomes Responsável EJNS Setor Goiânia CM 530


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testemunho

Anos de matrimônio

No dia 1/9/2019 comemoramos nossas “Bodas de Safira”, 65 anos do matrimônio daqueles jovens Maria Eulina Borges Pandolfo e José Pereira Ramos, em 1954, na Catedral de N. S. da Graça, em Belém-Pará, abençoado pelo irmão de José, Dom Alberto Ramos, naquela data Arcebispo de Manaus. Éramos militantes da Ação Católica e tínhamos ficado noivos no dia 15/8/1953, encerramento do 6º Congresso Eucarístico Nacional, Assunção de Nossa Senhora, coroação da Imagem de N. S. de Nazaré, como Rainha da Amazônia. Sempre fiéis à Igreja de Jesus Cristo, pertencemos aos movimentos Cursilho e ECC, de diversas Pastorais da Paróquia de Nazaré. José, convidado pelo Pe. Giovanni Incampo, foi da primeira turma de Ministros da Eucaristia, em 1972, onde permaneceu até os 80 anos. Fomos fundadores do Movimento Vocacional Serra, onde José foi presidente do Conselho Nacional e participamos de quatro Convenções Internacionais. Na atualidade, o único Movimento a que pertencemos é o das Equipes de Nossa Senhora, onde entramos em 1977. O José escreve uma coluna CM 530

no semanário A Voz de Nazaré, da Arquidiocese de Belém, desde 1977. Fomos presenteados por Deus com quatro filhos. Paulo de Tarso, chamado por Deus aos 61 anos, (15/3/2017), que deixou dois filhos; Maria Bernadete, que seguiu a vocação religiosa Carmelita, sendo Priora do Carmelo de Sta. Teresinha de Fortaleza; Manoel José, tem três filhos. A caçula, Maria Lúcia, professora, reside em S. Paulo e tem dois filhos. Recebemos de Deus a graça de completar, em 2019, 92 anos de idade. Enfrentando os problemas próprios da vida e da saúde, louvamos ao Senhor pela lucidez de que dispomos. Prostramo-nos diante de Deus, agradecendo os 65 anos de matrimônio.

Eulina e Ramos Equipe 03B N. S. Auxiliadora Belém-Pará 39


Beber na fonte das ENS novamente Dia 1º/9, ao chegarmos do Encontro de Equipes em Movimento, realizado em nosso Setor Vale do Jaguaribe, no Ceará, resolvemos escrever esse testemunho enquanto a alma ainda estava aquecida. Já temos 23 anos nas equipes, cumprimos várias missões, mas desejamos participar dessa formação com o mesmo anseio de nossos primeiros anos em que íamos beber das águas do Movimento. Abrindo o caderno, já na primeira página, onde diz “mensagem aos participantes”, dentre muitas frases de estímulos, lá estavam: “Vem e segue-me” (Mt 19,21); “Carregamos em nós, que somos vasos de barro, um tesouro inestimável” (2 Cor 4,7); chamou-nos a atenção e nos deixou confortáveis, a que dizer: “Na escola das ENS todos somos alunos e, ao mesmo tempo, todos somos professores...” Achamo-nos mais em casa ainda, pois estaríamos ali como alunos, desejosos por aprendizado em um Movimento que sempre nos surpreende em matéria de formação. Os módulos “Vocação do casal”, “A comunhão em casal e em equipe”, “A missão do casal” e “As ENS, escola de espiritualidade conjugal” foram apresentados com rica propriedade. Todos esses

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temas, depois de expostos, foram questionados por meio de perguntas que eram respondidas em reunião de equipes mistas. Não temos condições de falar sobre todas individualmente, com efeito, quando ouvimos falar de vocação do casal, missão, compromissos, os PCEs, vida de equipe, carisma, pedagogia e partilha, tudo nos pareceu novo porque o coração estava receptivo às graças do encontro. O mesmo sentimos em relação a todos os que participaram. Para a equipe formadora, ao Pe. Leandro Peixoto que celebrou a Eucaristia, e ao Setor que nos proporcionou essa abençoada oportunidade, dizemos muito obrigado, com a graça de Deus e as bênçãos de nossa mãe Maria. Tudo foi maravilhoso. Resta-nos responder com atitudes práticas que resultem num verdadeiro desabrochar de crescimento espiritual, e, efetivamente, assumirmos missões no Movimento, na Igreja e no mundo.

Maury da Elena Equipe 01 N. S. do Perpétuo Socorro Limoeiro-CE

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Voltar às origens, revigorar-se é grande motivação Nos dias 20 e 21 de julho, nossa Equipe Rainha da Paz, Setor Serra Cariacica – Região Espírito Santo, participou do Encontro Novo Fôlego. Esse encontro veio nos renovar, animar, impulsionar e acordar como casal e como equipistas. Porque há tanto tempo juntos em equipe não percebíamos que deveríamos parar e avaliar nossa caminhada com coesão, fé e verdade. Precisávamos sair da rotina, de um novo fôlego e rever como estamos valorizando o que o Movimento nos propõe para buscarmos nossa santidade conjugal. Estamos valorizando os PCEs? O Tema de Estudo? A ajuda mútua? Como está o nosso compromisso e zelo com a nossa Equipe de Base? Como diz Padre Caffarel: “É a vida da equipe que deve ser repensada sem cessar, para que seja uma equipe original... Se quereis que a vossa equipe seja viva e dinâmica, que ela tenha uma personalidade própria”. Estamos na equipe há 13 anos e nesse tempo tivemos várias experiências de crescimento espiritual e conjugal. Tivemos alegrias, tristezas, desânimo, mas sempre nos mantivemos firmes na “Videira do Senhor”.

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Ver alguns casais da equipe se desligarem do Movimento nos entristeceu muito, porém não desanimamos nem nos acomodamos... saímos em busca de novos casais para recompletar e continuamos nossa caminhada em equipe. Quando o casal responsável do Setor nos convidou para a Formação Novo Fôlego, não hesitamos em nos organizar e participar! No final da formação, nossa equipe voltou revigorada, motivada a retornar às origens, participar de novas formações e se comprometer mais com os PCEs. E o mais importante é que olhamos para dentro de nossa equipe e descobrimos que a equipe está viva! Como diz Padre Caffarel: “Que a vossa equipe seja viva e dinâmica e que ela tenha uma personalidade própria”. Quanto a nós, estamos motivados a, cada vez mais, nos deixar guiar pela ação divina, pois esta formação nos uniu mais, nos deu realmente um novo fôlego! Agradecemos a todos os casais que participaram e que continuem levando essa maravilha para todas as equipes.

Claudia e Eduardo Eq. 2 - N. S. Rainha da Paz Setor Serra Cariacica Região Espírito Santo

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reflexão

Limites e liberdade

na educação dos filhos Refletir sobre a rica parábola do Filho Pródigo à luz de alguns pressupostos da Psicologia foi um grande desafio no qual me coloquei, pois tenho tentado associar este conhecimento científico com os ensinamentos de Jesus. Um dos aspectos que me chamam atenção é que Jesus não detalha a reação do pai diante do filho mais novo pedindo sua parte da herança. De acordo com Lc 15, 12, como nós reagiríamos diante de um pedido como este? Dar liberdade e limites é um dos parâmetros mais difíceis no processo de educação entre pais e filhos. O limite, antes da liberdade, é o que fundamenta nossa vida emocional. O bebê precisa muito mais do limite, do colo e aconchego dos pais do que da liberdade de conhecer o mundo e explorá-lo. É por meio dos limites recebidos na família que temos confiança, que podemos sair pelo mundo e ganhar autonomia. Na cultura ocidental em que vivemos, os filhos costumam pedir, explicitamente, muito mais a liberdade do que os limites. Pedir colo ou aconchego parece que expõe nossa fragilidade e insegurança porque não somos educados, culturalmente, a expressar essas necessidades. Ouso pensar se, por trás de um pedido de liberdade de um(a) jovem, poderia estar disfarçado um pedido de mais atenção, limites e presença da família na vida dele(a)? Permitir o passeio da escola ou proteger a criança em casa? Deixar o(a) filho(a) sair com amigos ou ficar com a família? Será que ele (ela) já está pronto(a) pra casar? Deixar fazer um intercâmbio ou orientar que trabalhe por

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perto de casa? A cada etapa da vida, nós pais estamos exercendo esse movimento de possibilitar limites e liberdade aos nossos filhos. Padre Henri Caffarel esclarece que a educação dos filhos é um ministério que nos foi dado pelo próprio Deus1. Ministério materno e paterno é exercido conjuntamente em parceria com a Igreja. Se a família se isola, perde essa rica oportunidade de receber amparo. Saber dar e saber receber, assim como apontar limites e oferecer liberdade, também são duas instâncias muito importantes no nosso desenvolvimento emocional. A família para dar ou nutrir, em termos afetivos e espirituais, seus membros, também necessita se abastecer, receber. A nossa fonte é o próprio Deus que pode se manifestar, por exemplo, na escuta oferecida por um casal acolhedor, por um sacerdote, na leitura da Palavra, na Santa Missa, etc. O importante e essencial é não perder de vista que não precisamos ficar sozinhos nessa desafiadora missão de educar nossos filhos. 1 EQUIPES DE NOSSA SENHORA. Palestras e Conferências. Pe. Henri Caffarel. Ecclesia. Missão apostólica do casal. Testamento espiritual. Super Região-Brasil 2017.

Janille Ribeiro, do Fortunato Oliveira Eq. 2B N. S. de Fátima Goiânia-GO CM 530

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partilha e pces

Riquezas do deserto – o Retiro Anual

Ao falarmos em deserto pensamos em aridez, solidão, desesperança, e isso nos causa desconforto. Todavia, é preciso nos questionar o que de belo extraímos dessa aridez, afinal ela também pode representar o reinventar-se, o transformar-se. Por esse olhar, o deserto é essencial para uma vida plena. E é assim que nos acontece no decorrer da vida. Há momentos que nos exigem o retirar-se, o afastar-se, para que mudanças necessárias aconteçam. Sensível a essa realidade, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora vem ao nosso encontro para nos auxiliar na redescoberta de nós mesmos, oferecendo-nos o Retiro Anual como uma proposta de ponto concreto de esforço. Sim, é um ponto de esforço, pois retirar-se do barulho do mundo para ouvir somente a voz de Deus nos exige disciplina e coragem. Mas essa pausa restauradora é necessária para seguirmos mais fortes na fé, pois através dela Deus cura nossas feridas e nos fortalece. Em diversas passagens da Bíblia nos é mostrada essa verdade. Quando lemos, por exemplo, acerca da espera do povo hebreu pela terra 44

prometida, percebemos o quanto foi importante para Israel o tempo da caminhada. Foram 40 anos até a grande conquista transformadora. Outra (Jo 6, 16-21) mostra-nos que Jesus, mesmo vendo que as águas estavam agitadas, aguardou para caminhar até os discípulos. Espera necessária para transformar o coração daqueles homens. Essas passagens mostram-nos situações de solidão, desertos de corpo e de alma, transformadas em vida nova. Elas têm em comum o fator tempo, e esse se mostra necessário para modelar o novo homem que se reinventa. Isso nos leva a pensar “o que precisamos mudar ou que Deus quer mudar em nossos corações?”. Todos nós temos nossas misérias e o que nos transforma em meio a elas é a capacidade de fazermos pausas para reconhecê-las e, então, colocá-las no colo de Deus. Que o Retiro Anual nos ajude a restaurar o nosso interior, para assim respondermos com convicção: Quem eu serei após este deserto?

Emmanuelle e Gustavo Eq. N. S. de Lourdes Ipatinga-MG CM 530


Correção fraterna “Antes de tudo mantende entre vós mútua e constante caridade porque a caridade cobre a multidão dos pecados.” 1P 4,8 A correção fraterna não é fácil de ser vivida no seio de uma equipe e denota maturidade do grupo e da amizade entre seus componentes. É importante destacar, e não só para a vida de equipe, mas para toda a vida, três pontos: 1. A necessidade de procurar sempre a boa intenção de quem nos corrige: À primeira vista, muito do que nos é dito, é compreendido com um sentimento de raiva, de “quem ele pensa que é para falar isso/dessa maneira comigo?”. Precisamos exercitar o pensamento: “Ele gosta de mim e só quer o meu bem. Preciso pensar no que ele me disse e por que disse”. Mesmo que seja só depois da “poeira sentar”, o importante é a autorreflexão que faremos, livre de preconceitos e mágoas, pois é o que trará frutos em nossa caminhada espiritual. 2. A predisposição de mudar continuamente: Há uma tendência natural a que nos julguemos melhores que os outros, ou que pelo menos nos comparemos com outro alguém ao nos autoavaliarmos ou, o que é bem mais difícil, sermos avaliados. “O lago não reflete a imagem de ontem”, diz o poeta ou “...eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, CM 530

dizia Raul Seixas. A verdade é que não podemos perder a chance de melhorar sempre, de perceber os sinais que Deus nos envia através de acontecimentos e pessoas, para a nossa progressão espiritual. “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele” Apo 3,19. Atentemos para esse momento em nossas vidas e não deixemos passar a oportunidade de “abrir a porta” dos nossos corações. 3. A misericórdia de Deus é infinita: “...se com Ele morremos, com Ele viveremos. Se com Ele ficamos firmes, com Ele reinaremos. Se nós o negamos, Ele também nos negará. Se lhe somos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo” 2Tm2,11-13. Se conseguirmos perceber a boa intenção dos irmãos que nos corrigem e nos abrirmos à transformação que Deus pode operar em nossas vidas, nos faltará apenas a confiança na Sua fidelidade aos seus “filhos pródigos”, que reincidentemente caem e retomam o caminho da salvação.

Tatiana e Rubens Coimbra Casal Comunicação SRB 45


formação

Formação Ser Igreja Entre tantas formações oferecidas pelo Movimento, temos a Formação SER IGREJA, cujo objetivo é estudar e refletir sobre os documentos e temas atualizados da Igreja, bem como nos auxiliar na busca do discernimento sobre nossa vocação e missão na Igreja. É uma formação voltada para o casal e a realização é de responsabilidade do Setor em apenas um período, podendo ser uma manhã, uma tarde ou uma noite. A formação quer possibilitar aos equipistas um período de aprofundamento na sua fé cristã e no Movimento, despertando-os para os serviços pastorais na Igreja. “Depois de estar sedimentado o fundamento do Amor, retratado no Plano de Deus, apresenta-se a ocasião de construir o edifício da doutrina e do serviço pastoral, fortalecendo os vínculos com a Igreja, enquanto instituição e povo de Deus em marcha. Estudam-se os principais e mais atuais documentos da Igreja e o seu Magistério. É o ser Igreja.” Manual da Formação, pág. 12. 46

O desejo do Padre Caffarel era que os casais das Equipes de Nossa Senhora, testemunhas do Sacramento do Matrimônio como caminho de Amor, de Felicidade e de Santidade, fossem para a Igreja e, também, para o mundo, sendo sinais de esperança e “fermento de renovação”, por isso a preocupação do Movimento em formar continuamente os seus membros. “Querem ser, por toda a parte, os missionários de Cristo. Devotados à Igreja, querem estar sempre prontos a responder aos apelos de seu bispo e de seus sacerdotes.” Pe. Henri Caffarel - A Missão do Casal Cristão, pág. 29. Pela intercessão de Nossa Senhora e São José, que sempre souberam ouvir e fazer a vontade de Deus, saibamos acolher o chamado destas formações, para que, à luz do Evangelho, nos interroguemos sobre o nosso SER IGREJA.

Adriana e Hudson Eq. N. S. de Fátima Setor A - Província Sul III Criciúma-SC CM 530


notícias BODAS DE PRATA 21

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mai 2019

mai 2019 Silvania e Bernardo Eq. N. S. do Sagrado Coração Paraguaçu Paulista - SP

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Aida e Silvio Eq. N. S. Auxiliadora Edéia - GO

30

jul 2019

jul 2019 Jane e Roberto Eq. N. S. do Carmo Três Corações - MG

Liliana e Edson N. S. da Conceição Sobral - CE

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10

set 2019

set 2019 Graça e João Eq. N. S. das Graças Chã Grande - PE

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Luciane e João Eq. N. S. Rainha dos apóstolos Porto Alegre - RS

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out 2019

nov 2019

Leandra e Rogério Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Edéia - GO

Amanda e Clayton Eq. N. S. Imaculada Conceição Unai - MG

BODAS DE OURO 6

set 2019

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Adinir e Iolindo Eq. N. S. do Bom Conselho Rio Claro - SP

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ANIVERSÁRIO DE EQUIPE - JUBILEU DE PRATA 16

jul 2019

Eq. N. S. Mãe da Igreja Campo Grande-MS

16

set 2019

Eq. N. S. Auxiliadora Rio De Janeiro-RJ

11

nov 2019 Eq. N. S. Aparecida Itu-SP

VOLTA AO PAI Nivaldo Steffani de Lurdes 8/9/2019 Eq. N. S. de Fátima Carlos Barbosa-RS

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MEDITANDO EM EQUIPE Por uma alegria que não passa... por uma alegria que me faz ser de Deus A Palavra de Deus - “E achando-a alegre a põe sobre os ombros e, de volta para casa, convoca os amigos e os vizinhos, dizendo-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida!’” (Lc 15, 5-6) - “E encontrando-a, convoca as amigas e as vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma que havia perdido!’” (Lc 15, 9) - “Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!” (Lc 15, 32)

Reflexão

- A alegria do cristão, muito mais do que uma sensação de bem-estar e de comodidade, é fruto da ação do Espírito Santo em sua alma. No Magnificat, a Santíssima Virgem Maria exulta de alegria em Deus seu Salvador. A presença de Deus na alma humana, a inabitação trinitária, provoca a alegria no ser da pessoa, só Deus é a causa de nossa alegria – Ele está no meio de nós. O nosso coração somente encontra o descanso e a paz na graça de estar unido a Jesus Cristo. - Em nosso caminhar e peregrinar por este mundo, nos deparamos com espinhos, quedas, faltas e pecados – deixamos a casa e o Coração do Pai. Nas frases bíblicas supracitadas, Deus nos mostra a alegria em Seu Coração quando reencontra o pecador arrependido. O Pai faz festa quando nos reencontra – quando fomos batizados e limpos da mancha do pecado original, quando nos confessamos e somos absolvidos dos nossos pecados e, de forma singular e não menos importante, quando pedimos a Deus o dom da conversão e redirecionamos nossa vida para Ele. - Em nossas equipes de base e na vida do Movimento precisamos reproduzir os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2, 5), nos alegrar e fazer festa ao reencontrar aquela pessoa ou aquele casal que voltou para Deus. Nunca teremos motivo para julgar ou condenar alguém, nossa única missão é estender as mãos e o coração e amar aquele que voltou para casa. Nossas equipes são as casas (as barcas) que reproduzem a acolhida de Deus, onde o pecador é reencontrado e amado. Nossas equipes têm agido desta forma ao reencontrar o “filho pródigo” que volta para casa? Como tem sido a minha postura pessoal: amar/ acolher ou julgar/condenar? Nunca se esqueça: Deus acolhe e ama o pecador através do seu coração de equipista – um dia você foi encontrado, hoje você deve encontrar.

Oração espontânea

- Faremos hoje um exercício de amor: procure meditar por alguns minutos a respeito da alegria de Deus nos olhando em nossos esforços por uma conversão verdadeira, imagine Deus fazendo festa no céu por isso, eu sou causa da alegria presente no Coração de Jesus. - Comprometimento: a partir de hoje me comprometerei a rezar pela conversão de alguém que está afastado de Deus e da Igreja e/ou das equipes de Nossa Senhora. Acompanharei espiritualmente rezando por esta pessoa e farei festa quando Deus conceder a graça de sua volta, a reencontrarei manifestando minha alegria por ela ter voltado.

Oração litúrgica Papa Francisco pedindo o dom da alegria: Senhor Jesus, quero perdoar-me e perdoar, a fim de que a tua alegria comece a fluir em mim. Eu te entrego as tristezas unidas às preocupações e aos temores do amanhã. Esse amanhã tampouco chegou e, por isso, só existe na minha imaginação. Devo viver somente o hoje, e aprender a caminhar na tua alegria no ­momento presente. Aumenta minha confiança em ti,

para que minha alma cresça em júbilo. Tu és Deus e Senhor da história e da vida, das nossas vidas. Por isso, toma a minha existência e a das pessoas a quem amo, com todos os nossos sofrimentos, com todas as nossas necessidades, e que, com a ajuda do teu poderoso amor, cresça em nós a virtude da alegria. Amém. Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal


Dia dos Fiéis Defuntos: História e Fundamentos Teológicos

Desde os primórdios do cristianismo, os cristãos têm orado por aqueles que já partiram deste mundo. A oração pelos mortos tem suas raízes no judaísmo (Macabeus, 12, 41-42). Os Padres da Igreja Tertuliano e Cipriano testemunham a prática regular da oração pelos mortos, que era baseada no costume e tradição, e não em algum ensino bíblico explícito. Isso demonstra que os cristãos acreditavam que suas orações, pudessem, de alguma forma, ser benéficas às almas dos que partiram. Em meados do século XI, Santo Odilo, abade de Cluny, decretou que no dia 2 de novembro houvesse, em todos os mosteiros cluniacenses, orações especiais pelos falecidos. A partir de Cluny, o costume foi se difundindo até ser, finalmente, adotado por toda a Igreja. A base teológica para esta festa é o reconhecimento da fragilidade humana. Sabendo-se que bem poucas pessoas alcançam nesta vida a perfeição, algum período de purificação (purgatório) parece necessário antes de nos encontrarmos face a face com Deus. O Concílio de Trento afirmou esta fase, e insistiu que as orações dos vivos podem, sim, acelerar o processo de purificação. Mais recentemente, O Papa Bento XVI1 sugere que o purgatório deve ser entendido como um “estado existencial” e não como um lugar determinado. Na oração, estamos na presença de Deus, e, porque cremos na Comunhão dos Santos, acreditamos estar também na companhia de alguém que amamos e que já não se encontra no meio de nós. Pe. Claudeci Cândido 1 obra intitulada Escatologia, Morte e Vida Eterna.

Av. Paulista, 352 - cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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