ENS - Carta Mensal 554 - Agosto/Setembro 2023

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CARTA

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Novo Casal Responsável

pela SRB, SCE e Casais Apoio

MENSAL

Transfiguração do Senhor

página 9

A internacionalidade das ENS

página 20

Ano LXIIIagosto/setembro 2023554

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa”

Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe

Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros.

Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais -Rua Tefé, 192 - Perdizes - 012-51050 - São Paulo/SPFone: 11-97574-9718 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara

Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski - Imagem 4a. Capa: Can Stock Photo / Kevron2001. Tiragem desta edição: 25.989 exs.

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal

ENS_CM 554_ago/set_miolo-capa_NB ACESSE CARTA MENSAL SONORA: no 554 edição agosto/setembro 2023 N O T Í C I A S Está sendo publicado somente na CM DIGITAL acesse pelo site ens.org.br CM 554 EDITORIAL 2 SUPER-REGIÃO Deus é bom, Deus é bom sempre ..................................................................... 2 Somos uma equipe de equipes 3 Despedidas 5 Novos casais que assumirão os serviços na Super Região Brasil ............................ 8 Transfiguração do Senhor 9 Tema do ano: Capítulo VI ..............................................................................10 Luz do mundo 12 Tema do ano: Capítulo VII 13 IGREJA CATÓLICA Testemunho de diálogo e companhia 14 Fratelli Tutti IV – O desafio das relações entre nós 15 DATAS RELIGIOSAS A natividade da alegria! 16 DATAS DO MOVIMENTO Batismo e morte do Pe. Caffarel 17 DATAS COMEMORATIVAS Padre, homem chamado a exalar o cheiro de Deus 18 José, o pai de Jesus ........................................................................................ 19 CORREIO DA ERI A internacionalidade das Equipes de Nossa Senhora 20 VOCÊ NA CARTA 22 TESTEMUNHO Os planos de Deus na nossa vida 23 Os sinais de Deus ........................................................................................ 24 Momento certo 25 A ação de Deus é perfeita! 26 PARTILHA E PCE Primeira experiência com o Retiro ................................................................. 27 Oração Conjugal: um SIM diário! 28 FORMAÇÃO – 3° ANO VOCACIONAL A diversidade das vocações 29 EXPERIÊNCIAS INOVADORAS Caminhada Penitencial 30 Projeto Momento 14 na Região Sul I ................................................................ 31 REFLEXÃO O anel de Giges............................................................................................32
Índice

“Somos simples servos, fizemos apenas o que devíamos fazer.“(Lc 17,10)

É com esse sentimento que Lu e Nelson, D. Moacir, Pe. Franciel - SCE da Carta Mensal e a equipe de casais apoio da SRB conclui a missão! Muito amor, muita paz e agradecimentos brotam do coração de cada um, conforme as mensagens deixadas nesta edição. Foram cinco anos de olhares atentos e cuidadosos para o Movimento! Agora, em todos, a gratidão e a calma por termos experimentado a misericórdia de Deus em todos os momentos que estivemos a serviço; por isso, louvamos e bendigamos ao senhor porque: DEUS É BOM, DEUS É BOM SEMPRE!

Somos uma equipe de Equipes, nos chamam a atenção Lu e Nelson. Não estamos sozinhos ou isolados em equipe, Setor, Região ou Província. Assim, somos irmãos em Cristo numa comunidade de iguais. Com este pensamento, D. Moacir diz que as equipes são como o grão de mostarda citado por Jesus e desejam ser um sinal do Reino de Deus acontecendo na vida conjugal dos equipistas e de todos os seus membros.

No artigo sobre a internacionalidade das ENS, Pe. Londoño, SCE da ERI, diz que o sentido da internacionalidade é manter a unidade de um único Movimento na riqueza e na diversidade das nações, permitindo que o dom da graça de Deus possa ser apreciado e vivido por mais casais no mundo. Por essa razão, a dimensão internacional promove e aumenta o sentimento de pertença à Igreja de Jesus Cristo e às ENS. Contudo, não se deverá diminuir o compromisso com uma formação profunda e séria dos seus membros.

O que acontece quando não há fraternidade entre o casal, na família, ou na equipe? Esvanece o enriquecimento

mútuo e predomina o que acontece muito hoje em dia: a doença do isolamento e da solidão. “Precisamos nos comunicar, descobrir as riquezas de cada um, valorizar aquilo que nos une e olhar as diferenças como possibilidades de crescimento no respeito por todos”.

Leila e Antônio Carlos, na “Palavra do Papa”, nos presenteiam fazendo uma perfeita conexão entre os dois capítulos do nosso tema de estudo: Eles não têm mais diálogo (cap. 6) e Eles não têm mais companhia (cap.7). E para completar, Flor e Celso nos questionam: Onde ficou perdido o sentido do encontro real em que há o abraço, o olhar nos olhos, o espírito livre e disposto a trilhar os caminhos da fraternidade juntos em equipe? “A vida não é tempo que passa, mas tempo de encontro”, diz o Papa Francisco.

Trouxemos aqui homenagens aos pais e conselheiros(as) espirituais, que com suas condutas são capazes de impactar a vida dos seus. Edna e Gilberto, no artigo “José, o pai de Jesus”, mencionam que a experiência humana e positiva de Jesus com S. José o fez chamar Deus de PAI. Sendo assim, será que as atitudes de pais/conselheiros(as) servem como pontos de referência ou obstáculos para os filhos?

Por fim, recomendamos que leiam as Experiências Inovadoras de Rio Claro-SP e da Região Sul I, quem sabe poderão servir de inspiração e motivação para seu Setor, Região ou Província? Com muito carinho, grande abraço a todos!

EDITORIAL
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Débora e Marquinho CR Carta Mensal

Deus é bom, Deus é bom sempre

Queridos equipistas, amados e amadas de Deus, É com esse pensamento que concluímos a missão que nos foi confiada neste período como SCE da Super-Região Brasil, oferecendo nosso ministério sacerdotal e nosso pastoreio a serviço deste Movimento que tanto bem nos fez, desde quando nos acolheu em seu seio, e muito contribuiu na formação de quem somos, buscando a santidade na vivência de nosso sacramento.

Jesus nos disse que “O Reino dos Céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos”. (Mateus 13,31-32) Assim aconteceu com o Movimento das ENS.

Cremos que nosso Deus semeou no coração dos primeiros casais e do primeiro SCE aquele desejo de santidade a partir de seu sacramento do matrimônio, e aquela vontade profunda de viver o ministério sacerdotal auxiliando-os como pastor próximo e comprometido na busca pela santidade manifestada por aquelas primeiras “ovelhas”.

Como a mostarda citada por Jesus, o Movimento deseja ser um sinal do Reino de Deus acontecendo na vida conjugal dos equipistas que vai germinando, crescendo, florescendo e abrigando em suas equipes – como em ramos – todos os casais que sentem o apelo de santificação no matrimônio, e a partir dele,

bem como os sacerdotes, religiosas (os) e diáconos, que na própria vivência da vocação podem colaborar na realização deste projeto de santificação dos casais. Nessa imagem, é preciso que cada equipe se fortaleça para ser um ramo ligado ao tronco e nutrindo-se dele para amparar os seus membros a fim de que cresçam e floresçam na vida cristã e na conjugalidade. Cada equipista deve se esforçar para servir, a partir de sua condição de cristão – leigos, sacerdotes, diáconos, religiosas (os) –, tanto na Igreja como também dentro da própria estrutura do Movimento.

Recebemos um Movimento fruto da ação do Espírito Santo e do trabalho árduo de muitos que nos precederam – casais, SCEs e AEs – e somos chamados também a oferecer nossa contribuição em favor dos equipistas de hoje e daqueles que Deus enviará ao Movimento no futuro.

Ao enfrentar os desafios que se apresentam diante de nós, devemos afrontá-los com a certeza do Apóstolo Paulo, criador e animador de pequenas comunidades de cristãos, manifesta a comunidade dos Romanos: “Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas que por todos nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?” (Rm 8, 31-32). Com este pensamento, as dificuldades e provações se tornam oportunidade de experimentar a grandeza da Graça de Deus atuando em nós e através de nós.

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Somos uma equipe de equipes

Queridos Casais, Sacerdotes Conselheiros Espirituais e Acompanhantes Espirituais das ENS, louvado seja Nosso Senhor Jesus!

É com especial carinho e alegria que nós nos dirigimos a vocês através deste artigo.

Estar a serviço do Reino de Deus através das ENS tem sido para nós uma experiência muito rica e transformadora. Cada dia mais cresce em nós a certeza de que toda missão que assumimos foi um grande presente de Deus, uma grande oportunidade de viver e manifestar nossa fé e nossa confiança Nele, um verdadeiro caminho de conversão.

Queridos, como sabem, estamos encerrando nossa missão à frente da SRB. Parece que foi ontem, mas já se passaram cinco anos. Ao recebermos o chamado Dele, fomos tomados por vários sentimentos: pânico, medo, preocupação... mas, não

podíamos recusar a mais essa missão que para nós é graça de Deus e, por isso, decidimos dizer sim, assim como temos feito ao longo da nossa vida e nossa resposta foi, mais uma vez: “Eis me aqui, envia-nos”.

Quando empreendemos nessa missão, não sabíamos ao certo o que encontraríamos pela frente e nos deixamos levar pelo sopro do Espírito que nos conduziu ao mar aberto da vida equipista, por onde já tínhamos andado, em outras circunstâncias. Empreender nesta missão foi também nos deixar levar para lugares incertos e desconhecidos, mas seguimos alegres e confiantes, pois os ventos que sopram da inspiração divina são sempre ventos favoráveis, e sempre tivemos em nossos corações a certeza de que o Santo Espírito não permitiria que o barco das Equipes de Nossa Senhora saísse do rumo certo, mesmo em circunstâncias de mares revoltos.

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E quantos desafios tivemos que enfrentar... Uma pandemia que nos levou a nos lançarmos no mar sem saber o que iríamos encontrar pela frente, momentos de angústia, incertezas, escuridão e medo. Quantos eventos programados foram adiados e outros cancelados, mas mesmo diante de tanta tribulação, uma coisa certa, nunca perdemos a esperança e a confiança de que tudo ia passar, e pedíamos e rezávamos sempre para que Ele nos mostrasse o melhor caminho a ser seguido, pois estávamos fazendo tudo para Ele e não para os homens. Procuramos dar o nosso melhor, pois quando fazemos para Deus, se não for o melhor, não serve! Quanto aprendizado, quantas lições tivemos nesse período e em tudo víamos e sentíamos a presença de Deus. Chegamos ao final com a tranquilidade e a certeza de que a viagem vai continuar no ritmo que Ele quiser e com aqueles que Ele mesmo escolheu para seguir adiante nessa jornada. Não estamos sozinhos ou isolados numa equipe, num Setor, numa Região e assim por diante, como vocês bem sabem: SOMOS UMA EQUIPE DE EQUIPES. Isso nos torna irmãos em Cristo e uma comunidade de iguais, dirigindo o olhar para o mesmo ponto: Jesus Cristo. É mediante essa “unção” que as Equipes de Nossa Senhora “vêm Instaurando o reino de Deus nos lares e conseguindo que a santidade crie raízes em pleno mundo moderno”.

Por isso, queridos irmãos, louvamos e bendizemos a Deus por fazer parte deste Movimento que há 83 anos

caminha sobre a proteção e intercessão da Virgem Santíssima. E principalmente de ter podido através da nossa humilde contribuição servir a Deus através das ENS.

Vocês não imaginam o quanto somos gratos por cada um dos casais e sacerdotes que Deus colocou em nosso caminho e que caminharam conosco neste período, em especial aos Casais Provinciais e Casais Apoio, ao Padre Paulo e ao D.Moacir,juntos,segurando uns nas mãos dos outros, apoiando, amparando, encorajando e discernindo. Somos gratos a todos que nos acolheram em suas casas por onde tivemos a oportunidade de estar nesse nosso imenso “país continente” chamado Brasil, lugares que nunca imaginamos que estaríamos e que o Movimento é presente, é forte e frutuoso, e tem sido meio de transformação na vida das pessoas,dos casais e das famílias.

Agradecemos os gestos de carinho e manifestações de amor e acolhimento em cada acontecimento, em cada desafio vivido, que nem sempre era compreendido por todos. Como diz o nosso amado D. Moacir, “Deus é bom, Deus é bom sempre”. E assim, continuaremos unidos a vocês em oração, rogando a Deus para que Ele possa continuar presente em cada um que segue firme a caminhada e de modo muito especial, na vida, na família, na missão de vocês.

Muito obrigada, de coração, e que Deus os abençoe!

Com todo nosso carinho e gratidão,

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Despedidas

Nesses últimos cinco anos tivemos a oportunidade ímpar de conhecer melhor e de divulgar Pe. Henri Caffarel. Somos gratos a Lu e Nelson pela confiança, para o exercício da missão de CR pela Causa de Canonização e correspondente da Associação dos Amigos do Padre Caffarel em Paris. Este trabalho foi para nós um grande privilégio e alegria. Fomos brindados com a descoberta de tantas riquezas deste profeta do século 20 e com a resposta de tantos casais, viúvos e CE, testemunhando este legado e trilhando o caminho da santidade.

Igualmente somos gratos pela convivência com a equipe da SR que é uma verdadeira família. Continuemos rezando pela divulgação da pessoa e da mensagem de Pe. Caffarel e pelo avanço do processo de reconhecimento de suas virtudes e de milagres. A todos o nosso carinhoso abraço!

Afra e Beto Eq. N. S. do Divino Espírito Santo Região Brasília II Prov. Centro-Oeste

Quando do convite feito pelo Casal Responsável da SRB, Lu e Nelson, para a missão de CR pelos Intercessores, ficamos surpresos e perplexos, pois a nossa oração era pequena e não fazíamos parte da família dos intercessores. Passamos a nos questionar por que nós, se existem tantos casais mais capacitados?

Após muitas reflexões, concluímos que o Espírito Santo nos enviava a mensagem para rezar mais e confiarmos que “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita-os para a missão”.Agradecemos a Deus a oportunidade de fazermos parte da Equipe SRB.

Participando, conhecemos mais e melhor o nosso Movimento. Para amar, é necessário conhecer, e terminamos amando muito mais as ENS. Agradecemos também as amizades construídas durante a missão e pedimos desculpas pelas nossas falhas.

Deus abençoe a todos.

Abraços com carinho.

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Sonia e Eiyti Eq. N. S. Auxílio dos Cristãos Região Brasília III Prov. Centro-Oeste

E num piscar de olhos lá se foram cinco anos. Passado o susto inicial do inusitado convite a dois médicos, para assumir a comunicação externa das ENS no Brasil, mas confiantes na providência divina e no imenso amor que temos ao Movimento, traçamos objetivos com uma “visão de usuário” e seguimos ouvindo, testando e criando: iniciamos o ENS Play, atualizamos o app, repaginamos o site e, na realidade da pandemia, que poderia ser um grande obstáculo às nossas atividades, aumentamos

a adesão de toda a comunidade equipista em nossas redes sociais, com a realização de lives históricas com mais de dez mil pessoas on-line . Foi muito bom, enriquecedor e desafiador.

O Senhor fez em nós maravilhas!

Tatiana e Rubens

Eq. N. S. da Paz Região Brasília IV Prov. Centro-Oeste

E assim concluímos mais um serviço nas ENS... Foram 35 edições da Carta Mensal planejadas, idealizadas e sonhadas desde o princípio! Durante estes anos, participamos de muitas histórias da vida equipista, através da leitura cuidadosa dos artigos, e em muitos momentos a emoção vinha à tona pela empatia e por perceber o dedo de Deus. Como foi bom servir na Carta Mensal! Temos convicção de que muito mais poderia ter sido feito, entretanto fizemos o nosso melhor, considerando nossas limitações. Quando assumimos, o que dispúnhamos para a missão eram o amor e a disponibilidade de servir a Deus e ao Movimento, por isso nos doamos para que a Carta pudesse chegar aos lares equipistas e continuar sendo o veículo formativo a que se propõe,

possibilitando crescimento na fé e na vida conjugal. Agradecemos muito a todos que nos ajudaram a escrevê-las e ajudaram em todo o processo de produção. Obrigada a Lu e Nelson, que nos confiaram a missão e nos possibilitaram essa vivência e convivência maravilhosa com a equipe da SRB. As graças e oportunidades que tivemos só foram possíveis porque, mesmo trêmulos, demos SIM à missão e nos deixamos conduzir por Aquele que nos chamou. Maravilha! Magnificat!

Débora e Marquinho

Eq. N. S. da Divina Providência, Região Goiás Centro Prov. Centro-Oeste

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Ao longo dos últimos cinco anos, na missão de Casal Responsável pela Secretaria e Tesouraria da Super-Região Brasil, experimentamos muitos desafios, mas também fomos agraciados por muitas bênçãos! Nem sempre alcançamos o que almejamos, mas demos o melhor de nossas habilidades e amor. Como já tivemos chance de dizer, colocamos nosso tijolinho na estrutura de apoio ao Movimento. Não fizemos sozinhos, porque esta é uma missão que depende de muitos parceiros, a quem agradecemos de coração.

Um novo tempo começa, outros casais assumirão a Secretaria e a Tesouraria... desejamos que sejam abençoados nesta missão, como nós fomos! Nós seguiremos por outros caminhos, na certeza de que “somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17, 10).

e Sobral Eq. N. S. de Guadalupe Região Brasília IV Prov. Centro-Oeste

Com o coração cheio de júbilo e gratidão a Deus e a todos os equipistas estamos encerrando mais um serviço no Movimento. Confesso que foi com grande surpresa que recebi o convite para ser SCE da Carta Mensal, mas disse “sim” tendo como modelo a disponibilidade de Nossa Senhora. Procurei partilhar com vocês no Meditando em Equipe aquilo que saía do meu coração e contato com Jesus, por isso tenho a convicção de que era a voz de Deus para nós. Aprendi muito durante esses anos, pois tive a oportunidade de entrar em contato com os escritos de vocês, vi a riqueza da diversidade de pensamentos em torno Daquele que nos faz viver a unidade: Jesus Cristo. Obrigado, equipistas, obrigado, equipe da Carta Mensal pela

paciência e confiança. Não tenhamos medo de nos abrir ao novo de Deus, Ele sempre tem o melhor para nós. Que a Carta Mensal continue sendo esse momento de unidade do Movimento, que seja lugar de expressarmos a riqueza das experiências vivenciadas na presença de Deus e Nossa Senhora. Nunca esqueçamos: somos simples servos, fizemos apenas o que devíamos fazer (Lc 17,10). Um fraterno abraço a todos.

Lourdes
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Pe. Franciel Lopes SCE das Eq. N. S. das Graças, N. S. da Guia e N. S. de Guadalupe Setor Uruaçu Prov. Centro-Oeste

Novos casais que assumirão os serviços na Super-Região Brasil

O novo CR pela SRB, SCE e Casais Apoios, tomarão posse no Colégio Nacional, em cerimônia que acontecerá em Itaici de 25 a 27 de agosto.

Rose e Rubens

CR Super-Região Brasil

Pe. Toninho

SCE Super-Região Brasil

Erica e Laor

CR Tesouraria

Erica e Wilson

CR Comunicação

Ju e Fábio

CR Secretaria

Katia e Alexandre

CR Causa Canonização

Pe. Caffarel

Kelly e Andrei

CR Intercessores

Mirna e Sildson

CR Carta Mensal

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Transfiguração do Senhor

Quando fui solicitado a escrever algo sobre esta festa litúrgica me lembrei de um texto que falava justamente deste episódio da vida de Jesus envolvendo três apóstolos, porém não lembrava onde estava; e foi aí que pedi a um confrade meu que me ajudasse e ele prontamente me indicou o caminho e fui direto na fonte: Vita Consecrata, do Papa João Paulo II, sobre a vida consagrada e sua missão na Igreja e no mundo, escrita em 1996. Lá, no número 35, fala de uma “existência transfigurada: a vocação à santidade”, onde os discípulos experimentam a sensação de temor, o fascínio do rosto transfigurado de Cristo – o mais belo dentre os homens – e se dão conta da pequenez humana e até certo medo, porém salutar, pois recorda a perfeição divina e o homem se sente incitado à santidade. E o documento continua dizendo que “todos os filhos da Igreja não podem deixar de sentir uma profunda exigência de conversão e de santidade... os santos e santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis, ao longo de toda a história da Igreja. Hoje temos muita necessidade de santos, graça esta que devemos implorar continuamente a Deus”.

Estamos diante de uma festividade litúrgica muito bela e, oxalá, possa inflamar nossa alma diante de tal mistério, pois, como Pedro, Tiago e João, somos convidados a participar deste evento que retrata a Paixão e Cruz, bem como a Glória e Vitória de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Estar no alto do

Tabor (oração,retiro,meditação) é preciso e precioso para experimentar em si a beleza, leveza e amor pelo Cristo que nos cativa com seu rosto luminoso e igualmente necessário,descer o monte, na realidade de cada dia (Dever de Sentar-se,Oração Conjugal,Regra de Vida) para aí ser fermento na massa e um sinal deste Deus encarnado e transfigurado. Não poderia deixar de lembrar que um dos mistérios que encantava Camille C era justamente a Transfiguração do Senhor (p. 36). Por longos anos ela experimentou a doçura divina, deixa-se fascinar pelo Senhor e sua beleza e também passa pela dura prova, uma “temporada no inferno” que durará 19 anos até 1965. Passada essa purificação, ela será consumida pelo amor a ponto de se resumir em uma frase ousada, inédita, impossível, que é para ela uma realidade cotidiana:

Deus que se ama em mim”.

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“É
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Frei Levi Jones Botke, SCEP Sul III

Tudo começa em Deus!

“...sem mim nada podeis fazer.”

(Jo 15,5)

Podemos empenhar os maiores esforços naquilo que acreditamos, mas, se não buscamos a força divina pela oração, se negligenciamos contemplar a face de Deus, se não elevamos a nossa alma até os pensamentos do Senhor, só conseguiremos uma visão estreita do mundo e permaneceremos ineficientes porque não estaremos ligados com a fonte da energia criadora que é o Deus vivo e verdadeiro.

Aproximar-se primeiro de Deus para conhecê-lo profundamente através Daquele que Ele enviou ao

Eles não têm mais diálogo

mundo, para tornar os nossos fardos mais leves e os diálogos mais fraternos, é o caminho mais seguro para a pátria definitiva. Podemos nos debater em ensaios e teorias, dialogar dia e noite sobre como viver em paz... mas a verdadeira paz só a encontraremos em Deus, se permanecermos na verdade.

Como é possível o “diálogo social para uma nova cultura”, um diálogo que se preocupa com o bem comum, sem antes semear nos corações a verdadeira caridade? São

Paulo, no hino à caridade, nos ensina que sem ela tudo o que fizermos é nada. (I Cor 13, 1-13)

“As guerras não começam fora;

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Tema do ano: Capítulo VI
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começam em nosso coração. Quando não sou capaz de me abrir aos demais, de respeitar os outros, de falar com o próximo, lá começa a guerra.” (Papa Francisco)

E, quando o Papa fala em uma nova convivência social, convidando-nos a sonhar juntos um mundo diferente, com mais justiça e fraternidade, o que mais seria senão um convite a viver os Mandamentos da Lei de Deus, buscando para tanto a força nos Sacramentos.

Nada novo é necessário; mesmo porque tudo já foi revelado por Jesus, que nos redimiu com o seu sangue. O novo é viver seus ensinamentos.

São Francisco de Assis insiste: “O Amor não é amado”. A vida inteira ele dirá que o Amor precisa ser amado.

Se não aprendermos a amar a Deus, jamais amaremos nossos irmãos.

E nós, queridos equipistas de Nossa Senhora, quando estudamos o tema do diálogo, vemos que são vários os motivos que nos afastam do silêncio que é a primeira atitude para realmente poder dialogar. Saber escutar é, antes de tudo, saber silenciar. E ouvir é uma opção de quem se importa, de quem tem interesse pelo outro.

Assim, vamos com muita coragem e determinação para nossa reunião de equipe, não perdendo o foco nem o equilíbrio e,

Saber escutar é, antes de tudo, saber silenciar.

E ouvir é uma opção de quem se importa, de quem tem interesse pelo outro.

principalmente, não perdendo a própria liberdade sem nem mesmo nos dar conta.

Quantas vezes ouvimos de equipistas ou de quem se diz equipista, que se acostumaram ou até preferem reuniões virtuais. Onde ficou perdido o sentido do encontro real onde há o abraço, o olhar nos olhos, o espírito livre e disposto a trilhar os caminhos da fraternidade juntos em equipe?

Pedimos, Senhor, pela intercessão de Maria, o dom do silêncio para saber escutar e dialogar, para que as nossas relações superem o humano e nos unam em um só coração e uma só alma como nos primeiros tempos.

Tudo termina em Deus!

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Flor e Celso CR Província Sul III
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Luz do mundo

Caríssimos irmãos e irmãs equipistas, chegamos no mês de setembro, quando a Igreja nos instiga a olharmos de uma maneira ainda mais especial para as Sagradas Escrituras. Um convite milenar, que vem do próprio Cristo Jesus, por meio do Espírito Santo: Viver neste mundo, guiar nossa vida, palavras e ações à luz da Palavra de Deus.

Você já ouviu a expressão luz do mundo? Ela está diretamente associada à vida de Jesus, que enquanto esteve na terra foi a luz para uma sociedade que estava em trevas. Assim como Ele, os cristãos de hoje também devem fazer a diferença onde estão inseridos, agindo de modo diferenciado com as pessoas que os rodeiam. “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim, brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” Mateus 5,14-16.

Assim, deve-se também vivenciar em família toda experiência de fé, sob a força da Palavra. O encontro de duas pessoas em Deus – por intermédio da oração ou da vivência religiosa compartilhada – é uma das formas mais ricas e profundas de elas se encontrarem com o melhor que cada um possui, já que estão diante

do Senhor. Diante d’Ele, elas se desprendem de tudo o que normalmente dificulta o encontro e vão assumindo, com mais objetividade, a atitude compreensiva, benigna e compassiva do amor de Deus.

Por fim, gostaria de partilhar sobre um grande Santo de nossa Igreja, que dedicou totalmente sua vida para que todos tenham acesso ao que o Senhor nos diz pela Bíblia.

No dia 30 de setembro a Igreja celebra São Jerônimo, considerado um dos mais eruditos padres da Igreja ocidental. Foi o Santo que colocou toda a sua vasta erudição a serviço da Sagrada Escritura. A Vulgata, a primeira tradução completa da Bíblia para o latim, representa o esforço mais exigente enfrentado por Jerônimo.

A Bíblia de Gutenberg, em 1456, foi o primeiro livro impresso da história. Para esta primeira edição foi escolhida justamente a Vulgata de São Jerônimo. É conhecida como a Bíblia de 42 linhas e está dividida apenas em capítulos. Os versículos foram introduzidos em 1527. Com o passar dos séculos chegou aos nossos dias e continua sendo o livro mais lido, traduzido e impresso em todas as línguas.

Que por intercessão de São Jerônimo, a meditação da Palavra, como um dos pilares das ENS, possa ser viva e eficaz na vida conjugal.

Deus os abençoe!

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Neste ano, na nossa caminhada do Tema de Estudo fomos convidados à servir a exemplo de Maria, nos espelhando em suas virtudes, para assim percebermos “onde falta vinho” em nossa vida cotidiana. E eis que o capítulo 7 nos faz refletir e entender a diferença entre solidão e solitude, nos fazendo perceber a “falta do vinho” para aqueles que vivem só ou se sentem sós. Estar só e se sentir só são expressões bem diferentes.O estar só depende da nossa vontade, de uma busca por silêncio, meditação ou reflexão, enquanto se sentir só não depende de um desejo nosso,decorre de uma ação de isolamento ou de separação.

A virtude de Maria que nos inspira e nos consola é a sua serenidade, conforme teve diante da Paixão de Cristo e da Cruz. Maria precisou de períodos de solitude para compreender a mensagem do anjo no momento da Anunciação, quando ela e José perderam Jesus por 3 dias e especialmente diante da Paixão de Cristo e da Cruz.

Precisamos contemplar a serenidade que Nossa Senhora conservou diante da cruz. Quem de nós não viveu uma grande dor e a solidão do sofrimento? Devemos ser consolados pelo exemplo de Maria, pois a Escritura nos mostra que ela se fortaleceu através da contemplação silenciosa. Maria nos ensina a não negar a dor, a não entrarmos no desespero diante daquilo que só Deus poderá explicar. Nos levando a lembrar da oração da serenidade: “Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para

Tema do ano: Capítulo VII

Eles não têm mais companhia

distinguir umas das outras.”

Pe. Caffarel dirigindo-se às viúvas diz: ...Não permaneceis na dor, vós, cujo coração foi tão terrivelmente atingido. Abandonai, se ainda não o fizestes, o manto da tristeza. Deixai surgir em vós a alegria de Cristo”. (O Amor e a Graça. “Eles são vencedores”, p.164-166).

A pandemia da Covid-19 causou e continua causando a vivência da solidão, muitas famílias ficaram feridas com as perdas de pessoas queridas. O distanciamento social que era cientificamente recomendado paradoxalmente causava efeitos negativos para a saúde das pessoas, pois tínhamos apenas a tecnologia para nos comunicar, inclusive para participarmos das missas, que só era possível on-line.

E essa é a graça de pertencermos às Equipes de Nossa Senhora, pois nos dá a oportunidade de evitarmos a solidão e exercitar a solitude. Pois nela podemos partilhar as nossas alegrias e as nossas tristezas, como uma família, nos tornando sensíveis às necessidades dos irmãos da equipe. Santa Tereza de Calcutá, em sua vida, percebeu que o maior sofrimento do ser humano é estar sozinho, sentir-se abandonado, mal-amado ou não ter ninguém.

“Há uma fome terrível por amor.”

Que sejamos a exemplo de Maria esse alimento ao nosso próximo!

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Eliana e Odelmo CRP Sul II

Palavra do Papa Testemunho de diálogo e companhia

Encontramos, no pontificado do Papa Francisco, grandes testemunhos de diálogo e companhia. Um deles aconteceu quando Francisco se encontrou com o sheik, Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, em Abu Dhabi. Foi quando o Papa teve a inspiração para escrever a Carta-encíclica Frattelli Tutti (FT). Diz o Pontífice: “Deus criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, e os chamou a conviver como irmãos” (5). ... Por isso, “eu e Al-Tayyeb lembramos que o relacionamento... é uma necessidade mútua, para que ambos se possam enriquecer com a civilização do outro através da troca e do diálogo das culturas” (136).

Também na família e nas comunidades, como por exemplo nas ENS, mesmo que a opinião de um seja diferente da do outro, a convivência fraterna gera frutos da fraternidade e de ajuda mútua. Porém, muitas vezes “a velocidade do mundo moderno nos impede de escutar o que o outro diz. Quando ele está a meio do diálogo, já o interrompemos e queremos replicar quando ele ainda não acabou de falar” (48). Outras vezes, confundimos diálogo com algo muito diferente: “uma troca febril de opiniões nas redes sociais, muitas vezes pilotada por uma informação mediática nem sempre confiável” (200). Nos domina então o costume de denegrir o adversário, em vez de se enfrentarem em um diálogo aberto e respeitoso, onde se procura alcançar uma síntese que vá além. “A falta de diálogo supõe que ninguém, nos diferentes setores, está preocupado com o bem comum” (202). Mas, quando fazemos

prevalecer a virtude da prudência, discernimos o verdadeiro bem que o outro tem a nos comunicar.

O que acontece quando não há fraternidade entre o casal, na família, ou na equipe? Esvanece o enriquecimento mútuo e predomina o que acontece muito hoje em dia: a doença do isolamento e da solidão (103). “Precisamos nos comunicar, descobrir as riquezas de cada um, valorizar aquilo que nos une e olhar as diferenças como possibilidades de crescimento no respeito por todos” (134). Experimentemos o diálogo paciente e confiante, para que nossas famílias e nossas equipes possam se enriquecer com os valores de uns aos outros. “Não devemos perder a capacidade de escuta” (48). “Armemos os nossos filhos (e nós também) com as armas do diálogo! Ensinemos a boa batalha do encontro!” (217). E acolhamos o bem proveniente dessa experiência. Graças a Deus, o Movimento das ENS nos indica o caminho da companhia e do diálogo. A vivência dos PCE, em especial da Oração Conjugal e do Dever de Sentar-se, bem como o Balanço, nos possibilita “adotar a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta; o conhecimento mútuo como método e critério” (285).

Leila e Antônio Carlos Eq. 29B - N. S. do Pilar Região BSB I Prov. Centro-Oeste

IGREJA CATÓLICA 14 CM 554

Fratelli Tutti IV – O desafio das relações entre nós

Queridos casais equipistas!

Depois de uma visão geral da Encíclica, vamos mais especificamente olhar o que nos ajuda nas relações do dia a dia. O tema de estudo tem nos ajudado a confrontar realidades que à primeira vista não dizem muito da vida conjugal e familiar. Mas, se refletirmos bem, veremos que essas realidades estão ao nosso redor. Algo que constatamos é que estamos mais conectados pela internet, porém mais insensíveis, com relações sem vínculos, tornando-nos indiferentes ou terceirizando as responsabilidades e deixando de fazer a nossa parte.

O Papa a partir de alguns exemplos bíblicos faz-nos refletir sobre as nossas relações: com a pergunta de Deus a Caim – “Onde está seu irmão Abel?” – a resposta que muitos damos: “Porventura, sou guarda de meu irmão?” (Gn 4); assim, nos propõe superar a indiferença e gerar uma cultura diferente que nos conduza a superar as inimizades e cuidar uns dos outros (58). Outro exemplo, a partir da parábola do bom samaritano (Lc 10), respondendo à pergunta: quem é meu próximo? E diante dos personagens, nos questiona: com quem nos identificamos? Precisamos reconhecer a tentação que nos cerca de se desinteressar pelos outros, de olhar para outro lado, passar adiante, onde os que tinham funções importantes, mas não tinham no coração o amor pelo bem comum.

Com a imagem do bom samaritano devemos fazer ressurgir a nossa vocação de cidadãos do próprio país e do mundo inteiro, construtores de um novo vínculo social (66) – “a existência de cada um de nós está ligada à dos outros: a

vida não é tempo que passa, mas tempo de encontro” (Papa Francisco). Assim, o Papa nos leva a refletir sobre uma autêntica fraternidade e nos alerta de que “para isso, é importante que a catequese e a pregação incluam, de forma mais direta e clara, o sentido social da existência, a dimensão fraterna da espiritualidade, a convicção sobre a dignidade inalienável de cada pessoa e as motivações para amar e acolher a todos” (86). É preciso compreender que o ser humano encontra a sua plenitude no dom de si mesmo ao outro, só encontra a sua própria verdade no encontro com os outros. Isso explica, segundo o Papa, que ninguém pode experimentar o valor de viver, sem rostos concretos a quem amar. Esse é o segredo de uma existência humana autêntica, capaz de subsistir onde há vínculo, comunhão e fraternidade (87). E nos alerta para o risco de: “O vínculo de casal e de amizade está orientado para abrir o coração em redor, para nos tornar capazes de sair de nós até acolher a todos. Os grupos fechados e os casais autorreferenciais, que se constituem como um “nós” contraposto ao mundo inteiro, habitualmente são formas idealizadas de egoísmo e mera autoproteção” (89).

Posto isso, seria interessante olhar para o tema de estudo, que verdadeiramente nos tira da nossa rotina e amplia o nosso olhar, refletindo a partir da realidade próxima e mais distante.

IGREJA CATÓLICA
CM 554 15
Pe. Antônio Élcio de Souza Prov. Sul II

A natividade da alegria!

Esse maravilhoso nascimento, não mencionado nas Sagradas Escrituras,pois estas ocupam-se em nos revelar Cristo e seus mistérios, nos é relatado pelos chamados

Assim convida São João Damasceno em um sermão na festa da Natividade de Maria: “Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria!”.

A liturgia da Igreja, geralmente, não celebra o nascimento dos santos.

Celebra-se o dia de sua morte, pois a morte é o momento em que cessa o nosso tempo de optar ou não por Deus. Mas há exceções: celebramos o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e de dois de seus santos: São João Batista e Maria Santíssima.

E por que celebrar a Natividade de Nossa Senhora?

Há nove meses, à 8 de dezembro, celebrávamos solenemente a sua Imaculada Conceição, o grande mistério de salvação de Cristo em sua mãe, que, antecipando os méritos da Cruz Redentora, sem a qual ninguém seria resgatado da corrupção do pecado, fez com que Maria, desde o primeiro momento de sua concepção, fosse livre da mancha do pecado original. Assim, aquela solenidade nos traz, nove meses depois, a 8 de setembro, a festa de sua Natividade.

“evangelhos apócrifos”, textos não canônicos, mas baseados nas tradições orais dos primeiros séculos da Igreja. Neles encontramos os nomes dos bem-aventurados avós de Jesus, Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora.

Nascida de Ana, essa doce menina não foi somente a alegria de seus pais e uma resposta à sua fé, mas verdadeiramente a alegria de todo o mundo.Nasceu para que, um dia,dela nascesse o nosso Salvador.Por isso,a Igreja em suas orações para esta festa não cansa de retomar a belíssima imagem da “Aurora que antecede o nascer do Sol”,pois neste dia os clarões da salvação já começam a espantar as trevas que encobriam o mundo decaído no pecado. Padre Antônio Vieira em um dos seus sermões nos diz: “Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento Maria? Vede para que nasceu …Nasceu para que d'Ela nascesse Deus … perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; ...perguntai aos desamparados,dirão que nasce para Senhora do Amparo; ...os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus”.

DATAS RELIGIOSAS
16 CM 554

Batismo e morte do Pe. Caffarel

A vida nos dá presentes e um dos melhores são as lembranças. Sempre nos recordamos com emoção um certo 18 de setembro.

Naqueles dias, participávamos da Formação para Casais Regionais (Roma, 9.2015), onde nos marcou profundamente o testemunho de alguém que caminhou lado a lado com o Pe. Caffarel, Jean Allemand. Nele, sentimos vivo o pensamento do padre.

Saímos dali com o firme propósito de estar, no dia 18, em Troussures, a 64 km de Paris, onde o padre fora enterrado,para cultuar sua memória,no aniversário de sua morte. Foi muito difícil chegar naquele pequeno povoado rural, pois não é lugar turístico, ninguém em Paris sabia nos dizer como ir até lá, menos ainda tinham ouvido falar de tal padre. Só na sede do Secretariado é que conseguimos as informações para pegar um trem até Beauvais e, daí para frente, ir de táxi. Fim da linha, outra saga (além da dificuldade com a língua) foi encontrar um taxista disposto a nos levar a Troussures, já que “lá não tem nada” – era o que entendíamos o homem dizer; ainda bem que sua esposa falava português e foi a ela que explicamos, ao celular, o porquê, naquele dia frio e chuvoso, de querermos visitar o túmulo de um padre.

Breve viagem, enfim chegamos ao pequeno e deserto cemitério. Ao longe, a Casa de Orações. Portão entreaberto, logo achamos a cova rasa, sem nenhuma cobertura, nem uma pequena flor,

1 Livro “Amor e Graça”, pg. 167

apenas uma placa de pedra vertical com a inscrição: Henri Caffarel, Padre – “VEM E SEGUE-ME” – 02.VIII.1903 – 19.IV.1930 e 18.09.1996.

Parados ali, mudos, recebíamos a sua última grande lição: humildade testemunhada até o fim. Sepultado conforme seu desejo, da forma tão simples, como sempre viveu, aquele verdadeiro seguidor de Cristo, mais uma vez nos incitava, com tais palavras, a ser Seus seguidores também. Em nossos corações ardia a certeza de que ali, em seu repouso eterno, jazia um grande e desconhecido Santo.

Seu nascimento foi em 30.7.1903, a data que consta na sua lápide é a de seu batismo, quando nossa Igreja recebeu um novo profeta.

Aquela experiência nos fez abraçar com mais fervor ainda a causa de chamar mais casais para trilhar conosco o caminho das Equipes de Nossa Senhora, desbravado pelo nosso fundador.

O próprio Pe. Caffarel nos diz em seus escritos1 que “o verdadeiro culto aos mortos não é conservar a tristeza nos corações. É fazer que a vida de nossos desaparecidos seja ainda fecunda sobre a terra e mais gloriosa no céu”. Depende de nós fazer com que a vida do Padre Caffarel seja cada vez mais frutífera e continue gerando verdadeiros buscadores de Deus.

DATAS DO MOVIMENTO
CM 554 17

Padre, homem chamado a exalar o cheiro de Deus

No dia 4 de agosto temos a graça de celebrar o dia do padre, data em que a igreja faz alusão à memória de São João Maria Vianney, homem simples que amou o seu ministério, o sacerdócio, e entregou sua vida por amor a Cristo e sua Igreja. Em suas palavras, “o sacerdote é amor do coração de Jesus”. É importante lembrarmos a história do Cura d’Ars, santo que viveu inteiramente a entrega ao sacerdócio de Cristo, por Ele e com Ele. Com uma educação simples, ingressou no seminário com desejo de viver uma consagração total a Deus e uma vida de santidade. Nos primeiros anos de sacerdócio era considerado um padre extremamente comum e sem conhecimento. Durante muito tempo não pôde ministrar o sacramento da confissão por ser considerado incapacitado para ouvir os penitentes. Foi destinado a um pequeno vilarejo, lugar na época rejeitado pelos outros sacerdotes, e de muita violência, o que resultava na pouca participação de fiéis na igreja. Mas, com a sua adoração diária, suas orações e a palavra de Deus em seu coração, São João Maria Vianney fez com que, em pouco tempo, aquele pequeno vilarejo se tornasse uma terra de missão, onde já não mais havia violência, mas um povo com anseios da verdade de Deus, que liberta dos pecados e das amarras do mundo. Faleceu em 4 de agosto de 1859, em odor de santidade.

Em 1929, o Papa Pio XI proclamou

São João Maria Vianney padroeiro dos sacerdotes, pelo seu exímio caminho de santidade e fidelidade a Deus. De fato, muitos outros papas também destacaram a importância do sacerdócio para a vida da Igreja e da sociedade.

O Papa João Paulo II, em sua carta apostólica Pastores Dabo Vobis, afirmou que “o sacerdócio é uma das riquezas mais preciosas da Igreja”, pois o sacerdote é “um dom de Cristo para a Igreja e para o mundo”. O sacerdócio, segundo o Papa, é um chamado para “servir a humanidade”, especialmente aqueles que sofrem e estão em necessidade.

O Papa Bento XVI também destacou a importância do sacerdócio em suas palavras durante a celebração de Quinta-feira Santa, em 2010: “O sacerdócio é um dom que deve ser conservado com grande cuidado, e deve ser vivido com toda a intensidade, para que seja cada vez mais transparente à graça de Deus e a serviço dos outros”.

Portanto, neste dia em que somos chamados a voltar nossa atenção para os padres, Deus nos convida a rezarmos para que a Santa Igreja tenha santos padres, homens que possam conduzir os fiéis a uma vida de santidade e serviço ao Reino, assim como São João Maria Vianney, um exemplo de humildade e amor ao sacerdócio.

DATAS COMEMORATIVAS 18 CM 554

José, o pai de Jesus

São José, pai adotivo de Jesus, sempre esteve muito presente na vida Dele, ensinou-Lhe o caminho da verdade, do amor e do conhecimento humano. Modelo de pai, de homem justo, dedicado, protetor de sua vida familiar, trabalhador humilde que não mediu esforços para sustentar sua casa na função de carpinteiro. Falando da relação paternal de São José, o Papa Francisco disse em entrevista ao Vatican News em 13 de janeiro de 2022: “Estou convencido de que a relação de paternidade que José tinha com Jesus influenciou de tal modo sua vida, a ponto de a futura pregação de Jesus estar repleta de imagens e referências retiradas precisamente do imaginário paterno. Jesus, por exemplo, diz que Deus é Pai, e esta afirmação não nos pode deixar indiferentes, sobretudo pensando no que foi a sua experiência humana pessoal de paternidade.Isso significa que José foi um pai tão bom que Jesus encontrou no amor e na paternidade deste homem a mais bela referência a dar a Deus”.

Ainda na mesma reportagem,afirmou:

“José nos mostra a capacidade de cuidar de Jesus sem nunca tomar posse dele, sem nunca querer manipulá-lo, sem nunca querer distraí-lo da sua missão. (...) A característica de José de saber se colocar de lado,sua humildade, que é também a capacidade de ocupar um lugar secundário, talvez seja o aspecto mais decisivo do amor que José demonstra por Jesus.Neste sentido,ele é um personagem importante, ousaria dizer essencial na biografia de Jesus,

justamente porque em determinado momento ele sabe como se retirar de cena para que Jesus possa brilhar em toda sua vocação, em toda sua missão. Na imagem de José, devemos nos perguntar se somos capazes de saber dar um passo atrás, de permitir que outros, e sobretudo aqueles que nos são confiados, encontrem em nós um ponto de referência, e nunca um obstáculo”.

O Papa Bento XVI ao falar de São José como padroeiro dos pais e da família disse: “Se considerarmos as calamidades atuais que afligem o gênero humano, torna-se mais evidente ainda a oportunidade de intensificar o culto a São José e difundi-lo ainda mais entre o povo cristão”.

Ser pai, portanto, é uma vocação, é doação e persistência, é decisão, é razão, mas também é muita emoção.Ser pai é ser presença de Deus, é corrigir quando necessário, proteger, ensinar e perdoar.

Agradeçamos a Deus, Pai de bondade e misericórdia, pela vocação da paternidade, que é uma dádiva, um dom. À luz do mistério de Cristo, que cada homem possa compreender a sua missão de ser pai. Feliz dia dos pais!

Norte Prov. Sul III

DATAS COMEMORATIVAS
CM 554 19

A internacionalidade das Equipes de Nossa Senhora

A introdução lembrou, com razão, a alegria do Pe. Caffarel ao ver o crescimento das ENS no Brasil e também mencionou sua preocupação com o fato de que a rápida disseminação não deveria diminuir o compromisso com uma formação profunda e séria.

Quando contemplamos o que aconteceu ao longo dos anos desde 1939, podemos ver como, ano após ano, as ENS cobriram a geografia de nossa Casa Comum. A publicação da ERI fala de “ondas expansivas” no aumento da presença e da participação (entre 1939 e 59, 20 países; entre 1960 e 69, outros 9; entre 1970 e o final do século XX, outros 22 países foram acrescentados; e até agora, neste século, vemos 33 novos países).

Atualmente, há mais de 90 territórios nacionais onde as equipes estão presentes. Um número respeitável e significativo.

Há dois anos, a ERI publicou o livro Desenvolvimento e internacionalização do Movimento das Equipes de Nossa Senhora e quis oferecer a todos os equipistas uma visão geral da expansão do Movimento no tempo e no espaço e acompanhá-la com algumas reflexões sobre a formação e os fundamentos básicos da vida e do desenvolvimento das ENS.

Pensar nessa dimensão internacional nos leva a repensar mais uma vez o significado do que estamos vivendo e do que estamos fazendo. Porque não se trata de pensar em como nos tornarmos propagandistas ansiosos por estar presentes em muitos lugares, nem de transformar o nosso Movimento em um grupo de proselitistas ansiosos por cobrir territórios de forma desenfreada.

CORREIO DA ERI 20 CM 554

Não. O sentido da internacionalidade deve ser fundamentalmente a preocupação permanente de que o dom da graça de Deus, que se faz presente na vida dos casais por meio dos sacramentos, possa ser apreciado e vivido por mais casais no mundo.

É por isso que a preocupação de nosso fundador deve se tornar uma preocupação constante para todos nós. O crescimento quantitativo deve necessariamente andar de mãos dadas com mais e melhor formação. Tem sido um desejo consciente da ERI que a formação contínua dos equipistas esteja na vanguarda de seu trabalho.

A internacionalidade, uma característica que responde à catolicidade da Igreja, nos permitiu apreciar como, em diferentes culturas e diferentes países, vemos os interesses, as preocupações e os problemas comuns à realidade da vida dos casais. A internacionalidade enriquece a experiência, o conhecimento e a diversidade. Implica reconhecer que, apesar das diferenças que possam aparecer, compartilhamos um carisma comum e nossa vocação tem repercussões em outros horizontes. Na internacionalidade, todos somos enriquecidos.

E é bom ter em mente que, desde o início, a ideia não era criar uma espécie de “federação” de grupos em diferentes lugares ou autonomias nacionais associadas, mas manter a

unidade de um único Movimento na riqueza e na diversidade das nações.

E isso tem sido visto como possível e louvável. Por essa razão, a dimensão internacional promove a unidade e aumenta o sentimento de pertença à Igreja de Jesus Cristo e às Equipes de Nossa Senhora. Desde que o carisma, a mística e a pedagogia das Equipes de Nossa Senhora sejam fielmente mantidas, essa unidade pode ser garantida na multiplicidade de lugares, línguas e culturas.

Uma característica de nossa internacionalidade e um sinal do desejo de intercâmbio entre os equipistas de diferentes origens é a institucionalização dos Encontros Internacionais. Lourdes, Roma, Fátima, Santiago de Compostela, Brasília... viram a chegada de milhares de equipistas de diferentes lugares para seus respectivos encontros a cada seis anos.

A cidade de Turim, na encantadora Itália, será o local de nosso próximo Encontro Internacional. Uma nova oportunidade de vivenciar esse mesmo senso de unidade na internacionalidade das Equipes de Nossa Senhora.

Que o Senhor nos conceda viver com fé, esperança e amor o entusiasmo de compartilhar juntos a opção de vida e os testemunhos de outros irmãos e irmãs no mundo.

CORREIO DA ERI
CM 554 21

CM 552 (p. 22) – Maio, mês das Mães e de Maria, significado do amor e presença que ilumina!

Assim se inicia o lindo artigo do casal Nailda e José Antônio “Ser mãe é a concretização da plenitude de nossa existência feminina”. Podemos afirmar que a maternidade é uma experiência de mudança de vida para as mulheres. Está provado que não só seu corpo, mas também o seu cérebro muda quando se torna mãe. O amor de mãe é algo

inexplicável, é único. Continua o artigo: “Queridas mães desse maravilhoso Movimento, sejamos presença que ilumina a vida de nossos filhos, sejamos guia para o caminho do bem e da verdade”.

Sonia e Airton

CRS São José do Rio Preto Prov. Sul II

CM 552 (p. 7) - Eles não têm mais pátria

Lendo o artigo da Lu e Marcelo lembramos de uma situação concreta que vivenciamos.

Encontrei uma família de venezuelanos, que pediam dinheiro no semáforo, para comprar o que comer e uma passagem para a cidade de Campo Grande. Levei-os a um hotel e na nossa equipe levantamos o dinheiro para a passagem e despesas.

Isto aconteceu no dia seguinte à nossa Reunião de Equipe onde concluímos que, às vezes, não ajudamos aos migrantes por não sabermos o que fazer. Quando prestamos atenção aos chamados do Senhor, Ele nos indica o que fazer!

Marli e Eugênio CRR Região SP Norte I Prov. Sul II

CM 551 (p. 28) - Vocação matrimonial

Este testemunho fez-nos refletir sobre a nossa trajetória de vida e de pertença às ENS. Nós também fomos cativados pelo carisma e pedagogia das equipes, e compreendemos que o Matrimônio é uma vocação, um sacramento que deve ser fortalecido no dia a dia, com a

vivência dos Pontos Concretos de Esforço, impulsionando-nos à fidelidade cristã e conjugal.

Elizabeth e Décio Eq. N. S. da Assunção - Setor Ibiapaba Região CE II

Prov. Nordeste I

CM 551 (p. 2) - Os chamados ao ser equipistas

A importância de não sermos equipistas apenas de exibição, mas de ação. Fala da importância de darmos o SIM para a ENS. É a importância de vivenciarmos todos os PCEs. Pois, cumprindo-os, estaremos cumprindo a vontade de Deus na nossa vida pessoal, conjugal e familiar. E aí veremos a colheita de frutos maravilhosos

em nossas vidas. Isso você só percebe a partir do momento que você tem o sentimento de pertença. Ser ENS é bom demais.

Ariadna e Emilson

Eq. 08 - N. S. do Carmo Setor Cruz

Região CE II

Prov. Nordeste I

VOCÊ NA CARTA
22 CM 554

Os planos de Deus na nossa vida

Sempre acreditei que as pessoas que entram na nossa vida são escolhidas por Deus… e que cada um tem uma missão especial. E foi assim que o meu caminho e o do Luiz se cruzaram. Ele, viúvo, pai do Luiz Henrique de 6 anos e Luiz Guilherme de 2. O mais novo ficou com sequela (paralisia cerebral) pelo falecimento de sua mãe, tendo comprometimento motor e fala.

Casamo-nos apenas no civil, e foi uma adaptação bem interessante, pois ninguém acreditava que o Gui poderia ser “normal”. Tivemos nosso primeiro filho, Luiz Felipe, e em seguida fomos convidados a fazer a experiência comunitária e depois entrar nas Equipes de Casais de Nossa Senhora. O nosso sim veio junto com o casamento na igreja, e o nascimento do caçula Luiz Eduardo.

Quem me conhece sabe o quanto sou apaixonada pelo Movimento, mas no ano de 2012, quando fomos escolhidos CRE pela primeira vez, um trágico acidente de moto com o Luiz Henrique nos tirou o chão. E foi graças à nossa equipe, os amigos equipistas, que nos mantiveram de pé, não só aquele ano, mas nos seguintes. A pertença ao Movimento e a ajuda dos PCEs nos fortaleceram demais.

Hoje o Gui é um jovem de 26 anos, fala através do olhar, consegue responder sim e não com a cabeça e tem um sorriso encantador. Como eu disse no começo, todos nessa vida têm uma missão especial, e a minha, junto

ao Luiz, é o Projeto do Gui, que estamos realizando na nossa residência. Em outubro de 2019, Gui foi convidado a arrecadar tampinhas plásticas para ajudar na compra de uma cadeira de rodas para obeso em prol de um asilo aqui em nossa cidade e ficou muito feliz e empenhado em ajudar, assim nós o ajudamos na divulgação. A satisfação dele em fazer o bem, o sorriso e as amizades que começaram a surgir fizeram mais bem para ele do que podíamos imaginar.

A pandemia veio em seguida, e a arrecadação não parou. As pessoas deixavam as sacolinhas no nosso portão e hoje, após 3 anos e meio do projeto, já foram arrecadadas mais de 26 toneladas de tampinhas plásticas, revertidas em 51 cadeiras de rodas, sendo 15 de banho, uma reciclável e um triciclo de corrida como presente para o Gui.Todas as cadeiras são emprestadas ou doadas. Todos os dias, em vários momentos, precisamos fazer escolhas entre uma coisa e outra, e somos responsáveis por elas. Em nosso caso, escolhemos ser guiados por Deus e focamos no verdadeiro sentido de ser equipista, ser caridade, ser doação.

O nosso casamento não é perfeito, mas a Oração Conjugal nos fortalece dia após dia. Seguimos sempre confiantes na formação e na missão da nossa família, mas o que nos sustenta é o amor.

Raquel e Luis Eq. 04 - Rio Claro A Região SP Sudeste Prov. Sul II

TESTEMUNHO
CM 554 23

Os sinais de Deus

“Amar a Deus com toda a sua força, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento e com todo seu amor.” Essa foi a resposta que Jesus deu quando foi questionado sobre qual seria a nova lei. Para entendermos a resposta de Jesus é necessário que tenhamos uma verdadeira comunhão e estarmos atentos às graças concedidas e aos sinais que nos envia. Sou o Vivaldo, casado com a Sônia, e somos CRS – Setor B de Ribeirão Preto-SP. No meu caso, a consciência de reconhecer e agradecer as graças que Deus faz na minha vida veio da minha caminhada na Igreja e na Equipe de Nossa Senhora. No final de 2021, inesperadamente tive uma dor na lombar com irradiação para a perna.A princípio, achei que era um mau jeito e que poderia curar com anti-inflamatório. Em poucos dias, a dor aumentou muito e,quando me dei conta,estava numa cama sem poder me levantar, mesmo sendo ajudado. Tive a sensação de total impotência e precisei ir para o hospital de ambulância. Moro em apartamento e no elevador não cabia a maca! Daí a tortura de pensar na dor que teria de suportar até chegar na ambulância, pois a

única posição que não doía era deitado. Comecei a conversar com Deus, pedindo um sinal que indicasse o caminho para aquela situação tão difícil. Sônia, minha esposa, ligou para a Unimed e o nosso plano não tinha ambulância. Fez contato com empresas particulares e nenhuma delas tinha ambulância disponível. Ligou, então, para o Samu e teve a informação que poderia sim atender, porém tinha uma agenda para seguir e não poderia precisar o horário para o atendimento. Não tínhamos opção, precisava esperar... Nesse momento, o interfone do apartamento tocou, era a portaria informando que a ambulância do Samu já estava em frente ao prédio. Foi menos de 10 minutos! A ambulância estava pelo local quando recebeu a solicitação do serviço. Daí vêm os questionamentos: Sorte? Coincidência? Não, era o sinal de Deus que eu estava precisando. Sabia que não seria simples, mas naquele momento eu tive a certeza de que Deus estava comigo e isso me deu muita força para enfrentar um tratamento de 15 meses de fisioterapia. Meu caso era cirúrgico com pequena probabilidade de cura com o tratamento alternativo.Hoje,a cirurgia está totalmente descartada e estou praticamente sem dor.

A mensagem que deixo é que estejam abertos ao amor de Deus e atentos às graças e aos sinais que Ele envia.

Fiquem com Deus.

Sônia e Vivaldo

CRS Ribeirão Preto B

Região SP Nordeste Prov. Sul II

TESTEMUNHO
24 CM 554

Momento certo

Caríssimos equipistas! Minha saudação e gratidão por fazer parte deste Movimento. Sou o Pe. José Santiago Carrión Conde, natural do Equador. Venho de uma família de treze irmãos, sendo duas irmãs freiras. Estou em terras brasileiras há 23 anos. Minha chegada no Brasil foi no dia 29 de dezembro de 1999 em Passo Fundo-RS.

Comecei a caminhada vocacional com o propedêutico em 2006 no Seminário São José em Gravataí e depois na faculdade de teologia PUCRS, onde finalizei os estudos em 2011. Fui ordenado no dia 9 de dezembro do mesmo ano. Trabalhei como auxiliar na Paróquia Nossa Senhora do Livramento no Vicariato de Guaíba com o Setor de Juventude em preparação para a vinda do Papa Francisco ao Brasil em julho de 2013.

Na volta dessa jornada, fui nomeado pároco da Paróquia Nossa Senhora da Salette, Porto Alegre, com a posse no dia 14 de janeiro de 2014. Foi nesse tempo que conheci e fui convidado para as ENS. Fiz o período de pilotagem que foi me encantando com a mística e a espiritualidade do Movimento.

Mesmo com os muitos compromissos e as correrias de pároco em administrar e acompanhar as várias pastorais e movimentos, sempre vejo nos casais, ao menos os que até agora tenho convivido e acompanhado, muita vontade e animação de se encontrar.

No período que fui conselheiro de duas equipes (N. S. da Salette e N. S. de Caravaggio) me senti cativado, acolhido, e isso me ajudou no desenvolvimento e no cotidiano da vida paroquial, como vivenciar na prática

pequenos detalhes que na ação pastoral são tão necessários.

Em 2020 fui transferido para a Paróquia de Santa Teresinha, a 83 km de Porto Alegre, no município de Butiá.

Em nossa caminhada vocacional, como sacerdote, vamos sendo marcados por inúmeros acontecimentos; uns deixam aprendizados, outros lições, e muitos, vontade de dar continuidade onde a gente for exercer a missão.

E isso para mim foi o motivo de num primeiro momento rezar, saber esperar a hora certa para iniciar ou motivar mais pessoas a aderir às ENS. Eis que, em menos de um ano, começamos aqui em Butiá dois grupos de Experiência Comunitária e, se esses casais perseverarem, mais adiante teremos ENS. Confiamos que, com a intercessão de Maria Santíssima, tudo será para maior glória de Deus.

Na minha caminhada vocacional nestas terras brasileiras, mais especificamente no solo gaúcho, agradeço e guardo profunda gratidão a Deus pelos sinais e pessoas que no meu sacerdócio tenho encontrado em todos estes anos. Muito obrigado às ENS pelo carisma e espiritualidade que me ajudam a vivenciar o chamado que Deus faz a cada um em suas diferentes opções de vida, para poder estar a serviço do Reino através do próximo.

TESTEMUNHO
CM 554 25

A ação de Deus é perfeita!

Temos muito a agradecer nestes oito anos que estamos nas Equipes de Nossa Senhora, tivemos a graça de nos tornar equipistas logo após o nosso casamento. Vivemos muitos momentos inesquecíveis com a Equipe N. S. Imaculada Conceição, de Gaspar-SC, onde morávamos,hoje pertencemos a Equipe N.S. de Fátima, que nos abraçou na cidade de Indaial-SC. Somos pais da Ana Lara, de dois anjos no céu e da Maria Vitória. E é sobre os momentos que vivemos com a Maria Vitória que queremos expressar aqui a nossa gratidão a todos os equipistas do mundo que intercederam por nós. Maria nasceu em abril de 2022, prematura, com cardiopatia e fissura labial.Após o nascimento houve equipistas com o papai e a mamãe o tempo todo.

Foi na sensibilidade do coração dela que pudemos experimentar o amor dos equipistas. Maria teve uma recuperação lenta, com duas internações de UTI, de 8 dias ao nascer e de 21 dias pós cirurgia cardíaca. Sentimos por vezes um deserto querendo nos abraçar, mas a oração deste Movimento nos manteve de pé. Houve dias que pedíamos que Deus se manifestasse para que pudéssemos prosseguir, então lá vinha um conselheiro ou um equipista nos visitar. Era como um abraço de Jesus a nos acalmar! Por vezes, um de nós descia para conversar com um equipista que estava lá no hospital querendo nos ouvir. Em outro momento íamos para a casa de algum casal tomar um banho e até dormir.

Vivemos um grande sinal do amor de Deus por nós! Conhecemos histórias e pessoas que só poderíamos conhecer através da Maria Vitória. Recebemos muito apoio dos casais e sentimos através deles o quanto Deus nos ama. Lembramos de um dia que Maria não estava bem, com muitas crises de hipertensão pulmonar e sendo o caso mais grave da UTI, nosso coração estava apertado, e lá embaixo havia uma equipista com um anjo da guarda nas mãos, estava rezando por nós no Santíssimo e sentiu que deveria nos dar um abraço. A ação de Deus é perfeita e na hora exata! Logo ali, onde nossas forças estavam prestes a acabar, o Espírito Santo se manifesta através de um ato de amor. Seriam inúmeras manifestações que poderíamos relatar, mas deixamos aqui um texto de 2 Coríntios 4, 16-18, que diz: “Mesmo que o nosso físico vai se arruinando, o nosso interior, pelo contrário, vai se renovando dia a dia”. “Isto acontece porque miramos as coisas invisíveis e não as visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno”. As orações que recebemos são invisíveis e eternas!

Temos um tratamento de fissura labial pela frente, mas já levamos na bagagem a cura de uma cardiopatia alicerçada pela oração de muitos equipistas, amigos e familiares. Deus abençoe.

TESTEMUNHO
26 CM 554

Primeira experiência com o Retiro

Em 2022 tivemos a primeira oportunidade de participar do Retiro Espiritual organizado pelas Equipes de Nossa Senhora. Aconteceu no Seminário Santo Antônio em São Pedro, interior de São Paulo. Foi um fim de semana muito importante para trazer Deus ao centro de nossa vida conjugal, num momento em que vivíamos muitas dificuldades com uma mistura de problemas de saúde, luto e altos e baixos na vida profissional.

De fato, estávamos um pouco perdidos. Na vida pessoal vínhamos de lutas recentes contra o câncer, falecimento e um AVC que acometeu o pai do Diego e seriam necessárias algumas cirurgias. Neste período, sempre estivemos próximos e unidos, nos ajudando mutuamente, mas nos sentíamos desgastados. Na vida profissional vivíamos uma “montanha-russa”, com altos e baixos.

A nossa caminhada como casal equipista era recente. Nossa equipe de base havia sido fundada há um ano e meio, durante a pandemia. Mesmo tendo tido um maravilhoso casal piloto que nos preparou muito bem, reconhecíamos as lacunas que a pandemia tinha deixado em nossa formação. E uma das principais delas era nunca ter realizado o PCE muito importante, que é o Retiro Espiritual.

Hoje temos a certeza de que realizar este PCE foi fundamental para que pudéssemos fortalecer a nossa fé como casal, organizar a nossa mente e acalmar o nosso coração para

seguirmos adiante. Ter a coragem de dizer “sim, fomos de coração aberto”, mesmo com tantas preocupações e responsabilidades, foi um ato muito importante que fizemos como casal e que resultou em muitas graças e bênçãos que Deus preparou para nós. Somos muito gratos à insistência de nosso querido Casal do Setor B de São Carlos, Vanessa e Maurício, que pediram inúmeras vezes para que participássemos.

Este Retiro foi um dos momentos mais marcantes de nossa caminhada como casal equipista, onde pudemos resgatar a essência da nossa vida matrimonial e priorizar aquilo que é realmente necessário. Deixamos que Deus pudesse ser o Deus de nossa vida naquele momento de turbulência. Tivemos a coragem de entregar nas mãos de Deus e sob a intercessão de Nossa Senhora tudo aquilo que não estava ao nosso alcance.

Damos graças a Deus por termos tido essa oportunidade maravilhosa de vivenciar o Retiro intensamente e agradecemos a colaboração de tantas pessoas que trabalharam para que ele fosse realizado. E o mais bonito de tudo é que essa graça se repete todos os anos. Pedimos a Deus que nos ajude para que todos nós equipistas possamos fazer todos os anos esse PCE tão importante.

Nayára e Diego

Eq. 08 B - São Carlos–SP Região SP Leste Prov. Sul II

PARTILHA E PCE
CM 554 27

Oração Conjugal: um SIM diário!

Pertencemos às ENS há 33 anos. Logo no início da nossa Pilotagem, quando nos foi apresentada a Oração Conjugal, vimos que precisávamos dela para vencermos as diferenças no nosso dia a dia (até porque conhecíamos as nossas limitações e imperfeições). Sim! Foi uma tomada de consciência de que precisávamos deste PCE, pois o Senhor nos aguardava, e que com a Sua graça, pelo nosso esforço, venceríamos todos os obstáculos.

Iniciamos nossa Oração Conjugal de forma tímida. No começo, era mais para pedirmos perdão a Deus pelas inúmeras vezes que não vivíamos o que Ele desejava e para pedir que Ele iluminasse a nossa vida de casal e de família, que nos mostrasse a Sua vontade na nossa vida e que ela prevalecesse. Aos poucos, fomos abrindo o nosso coração para Deus diante do outro, e deixando que o outro soubesse o que se passava no nosso coração. Assim, fomos percebendo, respectivamente, que o outro também sofria. Com o tempo, passamos a pedir perdão um ao outro diante do Senhor. Não, queridos irmãos, não era fácil. Muitas vezes, pela “nossa vaidade” era muito difícil, mas sabíamos que o Senhor estava ali conosco! E a partir daí a nossa oração conjugal foi amadurecendo... O Senhor foi realizando em nós muito mais do que imaginávamos. Com a graça Dele passamos a vivenciá-la em toda a sua plenitude: adoramos ao Senhor, pedimos que Ele ilumine

o nosso ser casal, pedimos perdão e perdoamos, damos graças por tudo o que Ele realiza na nossa vida e buscamos ser intercessores.

No livro Espiritualidade Conjugal,uma Palavra Suspeita, Pe. Caffarel dedica algumas linhas à Oração Conjugal. No item “Disposições requeridas”, ele fala sobre a disposição prévia, e cita o testemunho de um casal que sempre inicia esse PCE rezando três vezes, como o padre diante do altar: “Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo…”. E nós, a partir da leitura dessa passagem, sempre que estamos tristes um com o outro, ao iniciarmos a oração também a fazemos, pedindo que Cristo tenha piedade de nós e nos dê a Sua paz.

Amados irmãos, não existe uma receita de bolo, não existe uma regra rígida, “o que mais importa não é a forma, mas a vontade de rezar a dois”, é a de termos a consciência que o Cristo está ali conosco e que o Senhor sabe o que se passa no nosso coração. Assim, por Sua graça, a cada dia somos novas pessoas. A nossa Oração Conjugal é, hoje, um renovar diário das promessas que fizemos há quase 40 anos e assim, como Maria, diariamente, dizemos: “O Poderoso fez em mim maravilhas! Santo é o Seu nome!”.

“Entrega teus caminhos ao Senhor! Confia Nele e Ele tudo fará!” Sl 37,5

PARTILHA E PCE
28 CM 554

A diversidade das vocações

A reflexão neste Ano Vocacional nos faz reconhecer a chamada à vocação para a santidade. A santidade é, para cada fiel, a meta por excelência a ser alcançada. Porém, a vivência da santidade não acontece de modo abstrato, afinal cada pessoa é um ser situado, com suas oportunidades de crescimento e de quedas. O Senhor da messe e Pastor do rebanho conhece os corações daqueles que Ele chama para seu seguimento. E dizemos com Pedro: “Senhor tu sabes tudo” (Jo 21,15-19).

Ao pedir aos seus discípulos que rezassem para que não faltassem os operários necessários para o serviço de Deus (Mt 9,38), Jesus não pensou em um estilo único de seguimento. Inclusive, no contexto dessa passagem bíblica Jesus não havia, ainda, instituído o sacerdócio ministerial, por mais que esse já estivesse em seu coração.

A chamada vocacional para a santidade realiza-se dentro de contextos diversificados, em que homens e mulheres vão respondendo colocando-se à disposição de Deus em vocações específicas. O apóstolo Paulo mostra, com muita clareza, essa diversidade entre os próprios dons que o Espírito Santo distribui no meio do povo de Deus. Cada membro do Corpo de Cristo é dotado por Deus de carismas e ministérios os mais diversos, dando visibilidade à resposta humana ao dom divino (1Cor 12).

À chamada vocacional do Senhor, nós respondemos concretamente, assumindo uma vocação específica. O Catecismo da Igreja Católica apresenta os sacramentos da vocação: a Ordem e o Matrimônio. Eis aqui dois sacramentos,

dois estados de vida, que são modos muito concretos de resposta à chamada de Deus ao seu serviço. Certamente, não apenas na vivência desses dois sacramentos se vive a vontade de Deus, pois há muitos cristãos que não se casaram e vivem, como solteiros, no serviço da Igreja; há os religiosos e religiosas que pela consagração a Deus através dos votos fazem da vida religiosa o lugar da vivência da vocação.

Pe. Caffarel ao unir, nas Equipes de Nossa Senhora, os sacramentos do Matrimônio e da Ordem preconiza como esses dois sacramentos podem ser chão fecundo para a resposta vocacional do chamado à santidade. Sacerdotes que vivam com intensidade e com profundo amor seu ministério de pastorear, santificar e ensinar o povo de Deus; religiosos e religiosas que pelo testemunho evangélico de uma vida toda entregue a Deus saibam ser luz e sal no mundo que tanto precisa da luz e do sabor da vida de Deus.

O Matrimônio, não menos, é o chão onde o homem e a mulher vão respondendo, a dois, a vivência da santidade através da espiritualidade conjugal. Desse modo, na diversidade das vocações a Igreja vai sendo, no mundo, luz que ilumina os caminhos da humidade.

FORMAÇÃO – 3° ANO VOCACIONAL
CM 554 29
Pe. Rafhael Silva Maciel Presbítero da Arquidiocese de Fortaleza SCE Eq. 01C e Região Ceará I Fortaleza-CE Prov. Nordeste I

Caminhada Penitencial

fazem teatros, cartazes, cantam músicas, fazem reflexões sobre o tema de sua estação, relacionados à Campanha da Fraternidade do ano em questão.

Fomos convidados a compartilhar a experiência vivenciada em nosso Setor Rio Claro A e B, nossa “Caminhada Penitencial”.

Primeiramente gostaríamos de relatar como surgiu essa prática em nossos Setores. Os casais que estavam em serviço como casais responsáveis dos Setores Rio Claro A e B, no ano 2006, eram Carmem e João do Setor A e Maria Helena e Luiz Henrique (Delique) do Setor B, que trabalhavam em conjunto nos eventos do Movimento. Notaram que não havia nenhuma atividade no período da Quaresma, que é um tempo forte de conversão e penitência para nós católicos, assim pensaram em realizar a caminhada com este intuito, e sempre voltado para o tema da campanha da fraternidade de cada ano, para assim estarmos em consonância com a Igreja.

Desde então, os Setores realizam essa caminhada, sendo conduzida pelos casais responsáveis de Setor, o SCES/AE e todas as equipes. Durante o percurso vamos refletindo as 14 estações da Via Sacra sempre nos baseando na campanha da fraternidade, e aí cada equipe faz uma estação e usa sua criatividade; algumas

Ao final, temos um momento de partilha entre as equipes. É oferecido um café, pois as equipes que não fazem as estações partilham garrafas de café e bolos para esse momento. A caminhada já foi realizada em diversos lugares, nas ruas da cidade de Rio Claro, depois passou a ser realizada no campus da Unesp e logo após fazíamos o encerramento em uma paróquia.

Nos anos de pandemia (2020 e 21) não pudemos realizar de forma presencial, porém a realizamos de forma remota e em 2022 foi retomada a forma presencial. Esse foi um dos nossos primeiros eventos presenciais, e passou a ser realizado no estacionamento do Colégio Claretiano, o qual foi cedido para todos os próximos anos. Por muito anos as EJNS também participavam desse momento, como forma de interação das ENS e das EJNS de nossa cidade.

Todos os anos, além das reflexões das estações e partilhas de alimentos para o café da manhã das equipes, temos ainda um gesto das equipes que visa sempre ajudar alguma instituição de nossa cidade.

Ficamos muito felizes de poder compartilhar nossa prática da Caminhada Penitencial com todos os leitores e esperamos que sirva de inspiração e motivação para mais equipistas.

Karina e Pedro CRS Rio Claro Região SP Sudeste Prov. Sul II

EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
30 CM 554

Projeto Momento 14 na Região Sul I

Na caminhada para ampliar a comunicação da Região RS I com seus equipistas, foi criado o projeto “Momento 14” na RS I, fruto da mobilização dos casais quando da celebração dos 45 anos da Região Rio Grande do Sul, hoje RS I, em 2021.

A partir daí, surgiu a ideia de todo o dia 14, dia da criação da Região, em 14/08/1976. Assim, o projeto iniciou em janeiro de 22, com o objetivo de refletir sobre algum assunto proposto pela Igreja, como os documentos, intenções do Papa, e outros que nos levem a crescer em nossa espiritualidade conjugal. Também é um convite para a interação da Região RS I com cada equipista, através das redes sociais, pois somos chamados a divulgar nosso Movimento, a apresentá-lo de uma forma dinâmica e atual, como ele realmente é em nossa vida.

Diante dos desafios dos novos tempos e novas tecnologias é importante usarmos a criatividade para acessarmos as pessoas, divulgando o Movimento como um instrumento de evangelização dos casais e das famílias.

Como primeiro tema para nossas reflexões optamos em nos unir à Igreja do mundo e, juntos, nos aproximarmos do X Encontro Mundial das Famílias que ocorreu em junho de 2022 em Roma. Como? Refletindo os temas propostos pelo Papa Francisco nas catequeses de preparação. Assim, entre os meses de fevereiro e junho de 2022, publicamos os vídeos produzidos pelos casais do Colegiado da Região sobre as catequeses propostas pelo Papa: Vocação e família; Chamados à santidade; Nazaré:

tornar o amor normal; Somos todos filhos, somos todos irmãos; Pais e mães, avós e idosos. Durante este primeiro período do projeto, surgiu a ideia de também aproveitarmos os encontros mensais, para conhecer mais nossos sacerdotes e acompanhantes espirituais. Assim, a partir do segundo semestre de 2022, começamos a produzir vídeos com os SCE e AE, falando sobre temas específicos, por exemplo sobre os 45 anos da Carta em dezembro de 2022. Isso tem proporcionado, aos equipistas, conhecer a caminhada vocacional de nossos orientadores espirituais. Ainda serão muitos meses com este tema, pois temos cerca de 30 SCE/AE em nossa Região.

Acessem o canal ENS Região RS I no YouTube para ver os vídeos. Inscrevam-se no canal para receber o aviso dos nossos vídeos. Fiquem atentos, pois todo dia 14 tem novo vídeo. Enviem sugestões para os próximos temas. Que o Espírito Santo nos conduza sempre na caminhada de serviço no Movimento e que estes pequenos frutos de nossa criatividade possam colaborar na evangelização e no crescimento do Movimento e das famílias. Que possamos aproveitar essas oportunidades de promover conteúdos que nos façam crescer na fé e no amor a Deus, ao cônjuge e ao próximo. Servo de Deus Henri Caffarel, intercedei a Deus pelo Movimento e pelo Papa Francisco.

Joice e Jerson Garcia Eq. 03 F-N. S. de Guadalupe Região RS I Prov. Sul III

EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
CM 554 31

O anel de Giges

O mito do anel de Giges é uma alegoria criada por Platão (427-347 a.C.) e apresentada no livro “A República”. É um diálogo na busca da definição do que consiste a justiça. Conta a história que um humilde e honesto pastor chamado Giges, apascentando o seu rebanho no campo durante uma tempestade, enfrentou um tremor de terra, o qual ocasionou em uma grande fenda no solo. Curioso, ele entrou na fenda e encontrou um anel dourado, passando a usá-lo. Após o ocorrido, participando da reunião mensal com outros pastores para prestar contas ao rei, involuntariamente virou a pedra do anel para dentro da mão e se tornou misteriosamente invisível.

A reunião continuou como se Giges estivesse saído e não retornara mais. Virando o anel novamente, tornou-se visível. Giges, para ter certeza do que tinha acontecido, testou várias vezes o poder do anel e percebeu que poderia desaparecer e aparecer quando quisesse.

A partir daí começa a utilizar, de maneira indevida, os poderes do anel em benefício próprio. Aproxima-se do rei, seduz a rainha, assassina o monarca e se apodera de todo o reino.

Por meio desta história, Platão conclui que é difícil encontrar alguém que permaneça fiel à justiça quando se tem poder.

O poder pode corromper o homem, mas a justiça é uma das maiores virtudes que o ser humano possui. Ela

nos faz buscar a igualdade entre as pessoas, respeitar os direitos do próximo, estabelecer relações harmoniosas e desejar o bem comum.

O catecismo da Igreja Católica define a justiça como uma “virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido... O homem justo distingue-se pela correção habitual de seus pensamentos e pela retidão de sua conduta com o próximo” (CIC-1807).

A justiça deve fazer parte de nossas vidas, não somente quando estamos sendo vigiados, mas, principalmente, quando ninguém nos vê.

“ Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles... ” (Mt. 6, 1).

É próprio do ser humano buscar a justiça, portanto devemos buscar ser justos em todas as ações do nosso dia a dia.

Nós católicos temos fome e sede de justiça, pois somos convidados e participamos do banquete que se renova em cada missa, fazendo-o em memória de Jesus, comendo de sua carne e bebendo de seu sangue. Assim, Ele permanece em nós e nós Nele.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados” (Mt 5,6).

Cecília e Paulo

Eq. 07B-N. S. da Natividade Região SP Oeste III Prov. Sul II

REFLEXÃO
32 CM 554

11 julho 2023

BODAS de PRATA

Soraia e Edilson

Eq. N. S. Aparecida

Aparecida – SP

27 junho 2023

BODAS de VINHO (70 anos de matrimônio)

Ireide e Israel

Região Norte IV

Manaus – AM

20 junho 2023

Dom Anuar Battisti

SCE do Setor Toledo, Região Paraná

Oeste. Bispo Emérito de Maringá - PR

Maringá – PR

NOTÍCIAS
ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO EPISCOPAL
- JUBILEU DE PRATA
VOLTA AO PAI Omar da Marisa 28.05.2023 N.S. da Glória Belém - PA CM 554 33

A proximidade é expressão de amor A

Palavra de Deus

-“Sede bondosos e compassivos, uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo.” Ef 4, 32

Reflexão

- Deus em sua infinita bondade e misericórdia nos criou para o amor. O homem não se realiza fora do amor, por isso o amor traz como elementos fundamentais o diálogo e a companhia. Diz um filósofo que o homem é um “ser para o outro”. Através do diálogo nos damos a conhecer e conhecemos o outro. Entramos no coração das pessoas e elas passam a visitar nossa história pessoal de vida. Pela palavra nos comunicamos, sentimos as pessoas e criamos laços de fraternidade e amizade. Devemos entender que o outro não é nosso rival ou inimigo, mas alguém com quem devo conviver e amar.

- Deus se fez um de nós, pois o Verbo se fez carne. Podemos dizer que Deus nos fez companhia, assumiu nossa humanidade, viveu nossa história e caminhou conosco, nos enriqueceu com sua pobreza. Esse é nosso modelo de vida, somos também chamados a ir ao encontro do outro, caminhar com as pessoas,

Oração espontânea

- Sugiro para esse mês que cada casal reserve um tempo para ir ao encontro de alguém que necessita ser ouvido. Faça essa experiência, escolha alguém que vive na

Oração Litúrgica

Alma de Cristo, santificai-me.

Corpo de Cristo, salvai-me.

Sangue de Cristo, inebriai-me.

Água do lado de Cristo, lavai-me.

Paixão de Cristo, confortai-me.

Ó bom Jesus, ouvi-me.

Dentro das Vossas chagas, escondei-me.

Não permitais que eu me separe de Vós.

- “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.” 1Jo 4, 7

entrar na história de cada um e amá-los com o coração de Deus. Só é capaz de fazer presença na vida do outro quem é capaz de sair de si mesmo, de olhar o outro como alguém que precisa de mim e, na realidade, entender que eu preciso do outro. Companhia é a partilha de dois corações inundados pelo amor de Deus.

- Na espiritualidade das ENS temos a oportunidade de alargar nossos vínculos, de nos abrir para o encontro com o outro, de nos interessar pelas pessoas que Deus colocou em nossas vidas. Mas não há outro caminho, eu preciso dar o primeiro passo indo ao encontro das pessoas e vivendo a partilha com elas, não apenas de coisas, mas a partilha da presença. Como tem sido esse movimento em minha vida? Vivo essa abertura ao outro e interesso-me pelas vivências do meu próximo? Qual tempo tenho dedicado ao diálogo com as pessoas e para ser boa companhia na vida delas?

solidão e vá ao encontro dela. Ao final da visita, reze com ela e diga o quanto Deus a ama.

Do inimigo maligno defendei-me.

Na hora da minha morte, chamai-me.

Mandai-me ir para Vós,

Para que Vos louve com os Vossos Santos

Pelos séculos dos séculos.

Amém.

MEDITANDO EM EQUIPE
Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal

Pai: Atitudes a nos inspirar

Em meio aos ruídos da vida tuas palavras e gestos de pai me inspiram e inquietam.

Olhar carinhoso e cheio de afeto;

Mãos que afagam e protegem; Atitudes de ternura, atenção e bondade que demonstram cuidado;

Pai, mesmo tuas falhas e fragilidades me acompanham.

Mas não aflige o meu coração porque sei que sou parte de ti.

És porto seguro, és presença amiga e paterna;

Os teus sonhos chegam também a mim; As vezes não os conheço e nem acolho,

mas tua prece e atenção me fazem reencontrar o caminho, o desejo de felicidade e o compromisso com a vida.

No trabalho diário aprendo com você a corresponsabilidade pela vida;

A tua coerência de vida acompanha minha fé.

No teu olhar simples vejo e sinto a presença de Deus; Alimento a fé, a esperança e caminho em paz.

Tudo em ti me inspira e me inquieta.

Porque és meu pai, meu amigo com quem desejo caminhar por longos dias!

Av. Paulista, 352 • cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br
Pe. Arilson Lima SCE Região Norte III Prov. Norte

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