ENS - Equipes Novas 1967-16

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EQUIPES NOVAS

N.o 16


carta mensal 'E quipes de Nossa Senhora equipes novas n .0 16 O Para viver melhor os Estatutos 3 O Viveiro de militantes . . . . . . . . 5 O Uma reunião de participação 7 O Testimunhos . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 O Leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 O Correio ......... . ..... .. . '· . . . . 13 O Oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16


DESCONFIAI DE AFONSO Saibam vocês que uma grande ameaça pesa sóbre todos aqueles que pertencem às Equipes de Nossa Senhora. Pesa sõbre todos os que se agrupam para viver uma vida melhor. lt o farisaismo. Não aquele farisaísmo que conhecemos como sinônimo de "consciência tranquila", mais ou menos hipócrita. Mas aquêle que levou Cristo a maldições tão impiedosas que ;não se pode lêhlas sem se impressionar. Quem são êstes fariseus que Cristo considerou mais pecadores que as prostitutas? São homens agrupados para salvaguardar sua vida religiosa de tóda contaminação pagã, imuni .. zados pela meditação e pela prática da Lei. Muitos são exatíssimos no cumprimento de seu dever religioso e nos exercícios minuciosos que sua própria regra lhes impõe. Então, vocês nirão, em que mereceram os ataques de Cristo? lt que êles esperam sua salvação na Lei, na prática da Lei ou, então, ape ~ nas nêles próprios. Segundo os fariseus, ~ santo aquêle que pratica perfeitamente a Lei. Assim, quando um salvador se apresenta, êles não sentem desejo de lhe estender a mão. Eis o seu pecado imperdoável; julgarem-se justos porque praticam a lei, não tendo necessidade de serem salvos; o que nos leva a pensar que a vinda e a morte de Cristo foram inúteis. A prostituta, pelo menos, não pretende ser justa; ela tem uma terrível necessidade de ser salva . .Vejam o perigo: julgarem-se justos só t:orque praticam a Lei, chegando mesmo a aniiJ"Iiá-la. Não, mil vêzes não Mesmo aquêle que dá todos os seus bens aos pobres, pode ser nada mais que •Um tambor, vazio e barulhento, como nos diz São Paulo. Para ser justo aos olhos de Deus, não 'basta seguir os mandamentos, é preciso ter dentro de si o Espírito Santo e a caridade que 1!:le irradia em nossos corações. Infeliz do homem virtuoso, zeloso, austero, heróico, se êle está satisfeito consigo mesmo, se êle não se reconhece pecador, se êle não espera e não chama o Salvador. O demônio é muito astuto: aquêles que não consegue perder, fazendo-os cair, fàcilmente os encoraja, se não estiverem atentos, a se sal\larem por suas próprias fôrças: o importante aqui, é que êles não sentem necessidade de serem salvos por outrem, por Deus, e não recorrem a 1l:le. "Senhor, eu Vos dou graças porque não sou como os outros


homens, ladrões, adúlteros . . . " Assim rezava o fariseu da pa lábola. Cristo não nos diz que êle mentia, como não mentia o publicano ao acusar-se de pecador. No entanto, apesar disso, o virtuoso é condenado e o pecador salvo, precisamente porque o publicano confessava sua necessidade do Salvador. 1!: um convite ao pecado, isto que digo a vocês? Certamente não! Mas é um convite para que reconheçam, por mais virtuosos que sejam, que sua virtude é irrisória, se não é a irradiação do Cristo que habita em vocês, que sua segurança é ilusória se não tem Deus por fundamento. convite a deixar as Equipes? NãQ! Mas um convite a recorrerem ao único meio que pode salvá-los do farisaísmo: a oração autêntica. Não escondo que muitas " 'êzes me sinto preocupado ven do-os tão ignorantes da verdadeira oração, não lhe dando verdadeiro lugar nas suas vidas, sob mil pretextos, uns mais válidos, outros menos. :1!: por isso que tantos casais são medíocres, anêmicos, e que Equipes inteiras são medíocres e anêmicas. A obrigaçã.Q de rezar é como a de comer, respirar ou dormir. Realmente, se depois de d'ois ou três anos de vida de Equipe, não aprenderam a rezar e não conseguiram dar à oração o lugar principal de suas vidas, vocês não escaparão ao farisaísmo. Irão aparecendo pouco a pouc·o os sintomas do mal e pouco a pouco se instalando: o contentamento de si próprio, favorecido pela comparação com aquêles que o rodeiam e que sem dúvida são menos virtuosos que vocês; a consciência tranquila que é uma esclerose espiritual; a convicção de ser justo, quando não se passa de bem pensante, têrmo moderno para designar o fariseu; a satisfação dissimulada de verificar e estigmatizar os pecados alheios. Quando lerem o que escrevo e verificarem que vocês não têm êstes sintomas, não fiquem completamente sossegadas. A oração, e refiro-me à '>~Crdadeira oração, prolongada, tem uma virtude maravilhosa de nos levar à descoberta de Deus e de nós próprios, da santidade de Deus e da nossa quotidiana necessidade de sermos salvos. Se chegarem a rezar como Santo Afonso de Ligori, então. fiquem descansados porque não estão em perigo imediato de farisaísmo: "Senhor, cuidado com Afonso", dizia êle, "porque é muito capaz de vos trail· ainda hoje" . Henri Cattarel


"Querem ser competentes na sua profissão". Em certo retiro, à. noite, confidencia \'a-me um médico meu amigo: "- Resolvi consagrar mais duas horas por semana à leitura de revistas médicas". Se até então êle não rezasse todos os dias, certamente que eu preferiria saber se já decidira marcar o lugar da oração na sua vida. Mas meu amigo assiste à. missa todos os dias e arranja, apesar de sua vida sobrecarregada de médico em Paris, fazer todos os dias dez minutos de meditação. Fiquei portanto muito satisfeito com essa decisão, muito mais do que· se êle tivesse adotado qualquer devoção suplementar, e felicitei -o calorosamente. Quero crer que muitos médicos lêem revistas médicas. São levados a isso por variados motivos como a ambição, o amor à ciência, a dedicação aos doentes. Mas o que merece reflexão é o fato da ·d ecisão do meu amigo ter sido inspirada pela fé e pela oração. Realmente ser competente é amar a seus irmãos. Aquêle que aplica a inteligência e a força a descobrir os segredos da natureza ou a elaborar melhores leis para a sociedade, o que se torna capaz de socorrer os corpos doentes ou diminuir o sofrimento dos homens, não põem totalmente em prática o amor fraterno? Ser competente é também amar a Deus. Quem mais ama não é quem grita: "Senhor, Senhor . .. ", mas o que faz a vontade e colabora na sua obra, porque Deus deu prova de confiança aos homens ao procurar a sua colaboração: a terra não dará fruto sem o trabalho do agricultor, a criança não se . torna.rá 3


homem sem a educação. Mas os camponeses ou os pais se não !ore mcompetentes são lamentáveis colaboradores. Amar o Senhor, é também dar testemunho dêle. Ora, em certos meios, o cristão competente é a única testemunha de Deus que marca. Onde a pregação não é ouvida e a virtude não é compreendida, a competência, muitas vêzes, se impõe. Quando uma assistente social, um agricultor, ou um professor forem competentes, os que os rodeiam, conquistados pelo prestígio dessa competência, são atraídos pelo homem e, por vêzes, para Deus, presente no coração dêsse homem. Podem realmente admirar-se e perguntar : O cristão não procura apenas o céu? também se apaixona por problemas sociais, pela arte e pela ciência? Será possível que o Deus dos cristãos se interesse verdadeiramente por nosso planeta, JY:.>r nossos pequenos problemas humanos? A apologética da competência pode ter sucesso onde outras falham , sobretu.jo quando se desdobra na apologética da dedicação. Meus amigos, no momento de examinar sua "Regra de Vida" ou quando praticarem o "Dever de Sentar-se", interro guem-se pelo dever da competência•. H. CAFFAREL

Obrigações dos Estatutos Algumas das obrigações dos Estatutos são pessoais: a re{!Ta de vida, a preparação individual do tema; algumas são conjugais: o dever de senta'T'-se a oração familiar, a troca. de impressões em casal acerca do tema; outras dizem respeito à vida em equipe: assistir as reuniões; finalmente outras são relativas ao Movimento: a recitação éta oração das Equi pes, a leitura do Editorial da Carta Mensar, acolher os casais das outras equipes e a cotização.

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ttVIVEIROS DE MILITANTES'' Há tempos foram interrogados os Assistentes de equipes, por causa de um relatório sôbre o nosso Movimento, que seria enviado à hierarquia. A pergunta em resumo era a seguinte: "Não haverá o risco dos grupos de casais prejudicarem o recrutamento da Ação Católica e do apostolado ou de desviarem alguns dos seus membros à responsabilidade que poderiam assumir no plano social, sindical, etc . . . " Pensamos ser útil fazendo vocês terem uma idéia das respostas, pois ajudaram a responder quando indagados, bem como para ajudar a estimular as suas equipes se lhes pa.re~ cem longe do testemunho dado pelos citados Assistentes. ~ preciso que sua equipe se torne uma verdadeira comunidade missionária, um "vi><eiro de militantes", a expressão empregada por S. E. o Cardeal Feltin e repetida :por João XXIII em seu discurso ·para as E. N. S . Eis algumas respostas: UMA ESPIRITUALIDADE VERDADEIRA LEVA AO COMPROMISSO " ... Quando uma equipe trabalha seriamente como é êste caso, há uma exigência interna do cristianismo que faz debruçar-se para o exterior ... " "Finalmente eis um Movimento cem por cento espiritual que irradia a profundidade da sua vida interior. Isto atualmente é muito difícil. Realmente, muitas obras vêm em primeiro lugar a ação e esquecem ou descuidam o fermento da ação, que é a espiritualidade profunda. Nas Equipes, pelo contrário, consideramos primeiro a vida interior profunda, pensando que ela terá por consequência necessária e natural a ação no meio de trabalho, fam!liar e paroquial. .. " 5


"Por outro lado, certo número de casais entraram para as Equipes com boa vontade e foi em sua "viela de equipe" levada a sério, que êles descobriram que "tinham de se engajar "no plano pariquial ". NA PARóQUIA

" .. . Se a minha paróquia começa atualmente a torcristandade viva (digo começa) é em grande parte devido a ajuda que me deu o meu grupo de jovens casais. Tenho que proclamar isto bem alto!

nar~s e

" . .. Também no que se refere à minha paróquia foi evidente que os membros das Equipes estavam à disposição do Pároco para lançar as Equipes de bairros. ~. segundo me parece, um exemplo de caridade, de irradiação e ao mesmo tempo de espírito paroquial, que destrói os preconceitos que ainda possam existir .. . "

Dl!:NTRO DA VIDA PROFISSIONAL E NA SOCIEDADE

" ... A vida de equipe dá incoteste sentido de responsabilidade. f\ude verificar até agora no duplo aspecto da caridade e da vida paroquial. Mas penso que os maridos recebem na "'i da de equipe nôvo sentido das suas responsabilidades profissionais e sociais . .. " " .. No plano social parece-me que os casais da minha equipe não assumiram nenhum compromisso específico. Mas de um ano para cá, verifiquei nêles uma abertura cada vez maior aos problemas sociais e a descoberta da verdadeira justiça social. Isto graças ao auxílio mútua que realizaram entre si. Receava a principio uma espécie de egoísmo coletivo, mas longe disto a vida de equipe iniciou-se na caridade mais consciente ... "

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Como um átomo que se desintegra, a equipe deve enviar cada um para sua missão, mais forte pela oração dos outros, mais forte pelo apôio dos ou · trso, mais forte pela fôrça da comunidade onde encontrou o Cristo. Coparticipação das responsabilidades apostólicas

Para que esta coparticipação não seja apenas teórica, para que possamos amparar e apoiar a vida e a ação apostólica dos outros, em primeiro lugar é mister "conhecê-los". Imaginem a surprêsa de um nôvo casal de ligação, perguntando para uns dos casais, qual a profissão de um certo membro de sua equipe, esta com mais de dois anos, e ouvir do casal informante esta vaga resposta: -Penso que é guarda livros em uma grande emprêsa ... Pode ser raro mas é verdadeiro. Mas. sem qu;rer ir mais longe, pergunto: - Conheceremos profundamente a vida profissional dos outros problemas que enfrentam, as dificuldades, etc ... ? A equipe, "assembléia cristã", logo "assembléia missionaria" deve velar pelo dinamismo de seus membros. E para que as equipes possam ser cada vez mais fontes de dinamismo missionário, é bom que se dedique tôda uma reunião para a co-participação das responsabilidades ap"Ostólicas de cada um. Muitas equipes já fizeram êste tipo de reunião e tiraram grandes proveitos da idéia. ~ necessário que se repita pelo menos de dois em dois anos esta Teunião. Como se deve jazer.

Marcar assim que põssível, alêm da reuruao mensal para não prejudicar o estudo do tema, um encontro dedicado exclusivamente a esta co-participação, também nesta parte para a oração. 7


Haverá como que uma nova apreseEtação de cada um da sua vida atual, com seu dia a dia, suas responsabilidades, seus compromissos, e aliás talvez possamos tomar mais consciência ao no prepararmos para esta reunião. Sugerimos que esta reunião seja preparada pelo casal, como acontece com o tema. Todos ganhariam em reflexão e profundidade. Cada um falaria por sua vez, expondo com simplicidade a situação de sua vida, o que faz e por que faz. Tanto a espôsa como o espôso devem falar, pois cada um tem além das responsabilidades e preocupações do casal, a sua vida própria, os seus contactos, os seus encargos, etc. lt evidente que um só não poderá tomar tôda a reunião só para si, o Respomá:rlel deve pois ter o cuidado para que todos falem e digam o mais importante limitando o tempo de cada um. Tornando-se necessário, serão feitas outras reuniões. Depois desta reunião Tudo quanto se disse terá nos meses seg•:Jintes novas ressonâncias na "partilha", na discus.são do tema, na co-participação. Seremos melhor compreendidos e ajudados, e também mais "puxados" porque ao falarmos das nossas responsabilidades, estamos a "dar o· nanco", e entregarmo-nos à experiência dos outros, que sem dúvida irão incitar a descobrir melhor a nossa missão e a cumpri-la melhor. O auxilio mútuo pode-se aplicar em cheio. ".Para aprofundar a co-participação, nós aconselhamos lm· o número especial que a Carta Mensal dedicou a esta parte da reunião. Entre outras coisas encontrarão desenvolvidos os seis aspectos que farão a co-participação completa e eficaz. Apresentamos ràpidamente: conhecer-se. Repartir suas riquezas. Expor suas necessidades. Examinar o problema que um casal da equipe propõe. Descobrir em conjunto as exigncias do Evange.!_ho. Reencontrar juntos, as verdadeiras responsabilidades de cada um:-

FAÇA O SE U RETIRO 8


DEZ MINUTOS DE ORAÇÃO Como sabem , os casais responsáveis de equipe, têm que fazer 10 minutos de oração e meditação. Talvez êles já lhes tenham falado de suas dificuldades, falhas, sucessos. Na partilha da reunião mensal cabe a êles dizerem se fizeram ou r..ão. Como em tõdas as obrigações, a equipe procura no auxilio mútuo, fazer com que as dificuldades sejam vencidas. para <tUe todos os membros cumpram tudo que lhes é pedido. Assim sendo é claro que vocês também se preocupam com esta obrigação dêles que é a oração e meditação. Já pem:aram que é a vocês que êles devem uma das maiores graças de sua '\"dda, mas que talvez lhes pareça todos os dias difícil e pesada? Muitas equipes possuem casais que sem serem Responsáveis, fazem sua meditação diária levados pelo exemplo e testemunho de seus ResponsâJYe!S. OUtras equipes há em que todos os casais passados alguns anos resolveram fazer a oração, meditação diária, e disto dão parte na partilha como se fôsse uma obrigação como as demais. Oxalá que os testemunhos que se seguem, õ'~spertem o intersse e provoque em muitos o desejo de fazer sua oração dtâria. CONFIEM NOS TI:CNICOS Porque comecei a fazer oração. "O exemplo do casal Responsável que nos precedeu, as explicações, os conselhos, as exortações de nosso assistente e de todos os membros da equipe, levaram-me a tentar fazer cinco minutos e oração por dia, mesmo sem ser Responsável. Assim cumpri dunmte um ano, antes de passar aos dez minutos pedidos pela regra, depois de nossa eleição há seis meses.

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O Responsável no inicio emprestou-me um livro, que me esclareceu muito. Depois fizemos um retiro, "graças às obrigações dos Estatutos" . Era o primeiro de minha vida. Compreendi que devia consagrar tôda minha vida ao senhor e a meu próximo, fazer tudo por Deus, e, para isso prever um momento todos os dias, consagrado totalmente a Deus. :Jj: claro que conto continuar com a oração mesmo quando já não formos Responsáveis, porque considero essa obrigação uma graça imensa.

Lugar, atitude, forma . Faço a oração quando chego em casa antes do almOço. Ao voltar do escritório recito o Angelus e tento preparar-me para a oração com o esfôrço de despreendimento e disponibilidade. Chegando, vou para o quarto, leio algumas passagens dos Evangelhos ajoelho ~ me em seguida, peço ao Cristo que me una a 1!:le, na homenagem que oferece a Seu Pai durante a Missa que esteja a celebrar em qualquer parte do mundo, fazendo depois minha oração espontânea. Uno-me a todos os outros Responsáveis. Pergunto a Deus o que quer de mim, qual a Sua Vontade sôbre os acontecimentos mais importantes do momento. P enso que Deus me ama, que Jesus se interessa por mim, por mais extraordinário que Isso pareça. Penso n a ternura que sinto por meus filhos, e digo a mim que o Senhor para comigo é infinitamente maior. O esquema que se segue é bastante representativo da forma de minha oração. • "Não sou nada. Vós sois tudo. Bom dia, aqui estou. Sou eu, ouso falar-Vos. Obrigado por me acolherdes. Ofereço-me a Vós. Amo-Vos com tôdas as minhas fôrças. O que vos ofereço não é nada, mas é tudo o que tenho e que sou."

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Di/ic!:.ldades.

-A preguiça: "Hoje não tenho tempo. Tenho muito trabalho, estou nervoso. irritado com Pedro e Paulo. Amanhã faço, hoje não. 'J'JUnbém não se pode ser muito rigoroso". Podet•á acontecer, muito excepcicmalmente, que se possa mesmo dizc·r com inteira verdade que não temos tempo; neslt;} cJa podemos reduzir até para 30 segundos a nossa oração, maa isto no uwmento escolhido. Será verdadeiro ato de humilliação e de amor. A distração: "Muitas olhadelas no relógio, fugas 'do pensamento para outros assuntos, etc." ' Nest.c caso devemos pedir perdão a Deus c Sua ajud2.. Se 11:1e no.• pediu, se é Sua vontade, logo posso conseguir. Devo l.cr confianca n·11:1e. Deu.s quer, logo serei capa.~, porque :tze-

o tornad possível . .. "Sou como uma acha diante de Deus" Até entrar para as Equipes pznsa.va que a oração era exercício espiritual destjnado aos religiosos e pouco compatível com a vida dos leigos. Antes de casar tentei várias vc;zes fa.'lcr meditação sõbre o Evangelho, por diferentes livros de piedade, mas parecia-me que era mais trabalho intele~tual e não insisti muito. A partir da nossa entrada para as Eq•lipes .Js do~s casats 1 esponsáveis que nos precederam neste cargo falaram.nos vãrias veze<J ;:-.a oração que alias continuaram a fazer depois da terminado o seu cargo. Parecia-me contudo que nunca conseguiria arranjar tempo para ler e que não era suficientement<:l mística. Receava que foS8emos eleitos casal Respons--t· 1>cZ, sobrcttrdo p0r causa desta obrigação. Mas assim acon-' teceu e desde alguns meses tento fa7er a oração. Fic"o-me< geralmente pelos dez minutos regulamentares ultrapassando algumRs vezes por mais de algum tempo. . .. As distrações me assaltan~ .. .mas apesar disso parecc.me que a oração está longe ser inútil, e mcsmc que mUlto útil a minha vida tôda .. .. . . . Q•.tem sahe se com a ajuda de Deus não tomarei gosto por ela". - Vocês dirão que a oração não é cousa facil. 11


A ora!:âo com efeito é uma arte. Quem quer praticar datilografia, tem que exercitar por muitas ~ema­ nas. Você que hoje toca uma sonata de Beethoven, por C(>rto martirizou seus vizinhos por anos. Rezar se aprende - e jamais se acaba de aprender. Cada dia mais se aprende.

LEITURA "O quo deve suscitar em nós o vocação m1sslona Ia não é primeiro-

mente a necessidade das almas que queremos salvar, mas sim o amor de Deus, que nos leva a querer que ~le seja conh ~ cido e amado. A verdadeira vocação missionária pa ·te desta impaciência por ver que Cristo não é conhecido e nem amado. Oro, este exigência do amor é mais urgente do que qualquer necessidade. Hó em resuma, duplo movimento, desejamos levar Cristo às almas e desejemos os cl:l".as c Cri sto. É freqüente pensar apenes no primeiro aspecto, levar Cristo às clrr.a3. ~e se fico só p: r aí receio que nosso a.pêlo missionó io não seja suficientemente agudo e depare com vários objeções. Mos. se também Insistirmos no outro aspecto, que·er levar os almas a Cristo é c única prova de amor eficaz que Ut~ podemos dor jó que nado podemos acrescento- à Suo g!óric interior, mos só c Suo glória exterior, então o espí •ito aoostóllco, tendo a suo fonte no amor de Cristo, tomo urgência implacável. Foi nesse amor que os grandes apóstolos recebe-em o impul~o poro os olmos. No nosso tempo c esplrituclldode, muitos vêzes c'emcsicdo cntro.pocêntricc, demasiado orientado poro o bem do humanidade como tal, assim degredo-se do seu conteúdo rellglos.o mais essencial, acabando por ser como que prolon~cmento de humani smo. G por cmorrnos os homens quo desejamos dor-lhes todos os bens, inclusive os religiosos, mos 0 ponto de partido continua c ser humano. Uma espl •ituc·lidade missioncírlc autêntico de compreender êste aspecto, entes de mais, tem de dor o sua fonte no amor de Deus e de Cristo e por conseqüência, en~cizc r-se continuomente no contemplação que imprime em nós esse sentido de Deus". JEAN·

DANI~LOU

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Le mystere du sclut des natlons


CORREIO

E OS OUTROS?

Muitos entre vocês gostariam que casais conheci.::os entrassem para as Equipes. Mas há casais que acham as exigências muito "duras", Será que as equipes pedem demais ? Vejam como um casal apresentou a qt<estão ao Pe. Caffarel: Sentimo-nos pro.í'ur.dament( preocupados por vernlO's tantos casais sem apoio, pois, quem ajudará aquê. les que não entram para as Equipes, que saem dela, ou que se julgam incapazes de pertencerem a ela. Sendo o nosso Movimento já antigo e forte, porque há de deixar de lado justamente aquêles que mais precisam; Aquêles que em crise talvez recusem du; tante algum tempo as obrigações dos Estatutos, mas 01 ideal das Equipes é o amar dos outros casais poderão ajudar a supera1· a crise? O Estatuto não é um fim . Parece-me muito injusto deixá-l·os sós. ;Não disse o Senhor que vinha para os doentes?" Eis a resposta dada : ''Já estudaram alguma vez a história da Igreja? Se isto fizeram devem ter ficado chocados por um fenômeno curioso que se reproduz de século a séc'Ulo desde há dois mil anos : cristãos que deixam o mundo, agrupam-se, aceitam um superior, adotam u'ma regra, tudo em vista a entrar em uma maior intimidade com Deus. Cooperar mais eficazmente na Sua abra. Pen. sem nesses milhões de religiosos que desde há vinte séculos rezam, fazem penitência, correm mundo para levar a mensagem de Cristo, que se dedicam aos peque .. nos, aos desertados, aos que sofrem . .. Será de admirar que casais cada vez mais numerosos, a quem não se põe o problema de deixar o mundo, cousa que nem sequer desejam, pois pelo contrário, querem la ficar, para jogarem o jogo franco, e cumprir a sua tarefa, sabendo como é dificil evitar o 13


pecado e a mediocridade, afim de poderem tornar.se discípulos de Cristo cada vez mais perfe;tos, sintam também a necessidade de regra, formação, enquadramento, entreajuda, auxilio fraterno, disciplina, compromisso? Irão acusá-los de serem aristocratas, que desprezam e se isolam da "massa" dos fiéis? Responderam, são pobres pecadores que sentiram, que reconheceram sua fraqueza e a tremenda dificuldade de conseguir ::.. perfeição da vida cristã. Assim sendo se agrupam não porque desprezam os outros nem para que os ad· mirem, mas muito simplesmente para tentarem livrarse do pecado, e então crescer no Amor de Deus e no de seus irmãos. O que nos admira é os casais não terem se agrupado durante tantos séculos, como são levados irresistiveL mente a fazer no nosso tempo. O que perturba verdadeiramente a vocês é verificarem que as exigências do nosso Movimento afastam muitos casais, precisamente aquêle que em suas opiniões mais precisam. Reconheço que certos casais podem não se sentir à vontade nas Equipes, mas que se há de fazer? Diminuir as exigências? Não hesitariamos em o fazer se não achassemos que essa exigênci é o minimo vital. Reduzidas essas exigências, as ca-. sais que elas hoje amparam, cairiam amanhã em uma anemia perniciosa baixando o tônus do conjunto. Então, em vez de um Movimento de casais impacientes por servir a Igreja, não passaríamos em breve daquele "refúgio de adultos" contentes consigo que queremos evitar a todo custo. Na verdade quem lucraria com esta atitude lt evidente que nem ~odos casais estão õem nas Equipes de Nossa Senhora, mas creio que todos os outros membros das Equipes deveriam ir em auxílio dos casais, principalmente daqueles de quem me falam, os <'asais em crise, doentes ou isolados. Creia devem 14


espalhar abundantemente o que recebem do Movi. mento. Verifico que muitos casais assim fazem de maneira as rr.ais diversas, organisando circules de estu, ros, retiros, diifundindo temas de estudos (vendem-se todos os anos milhares de temas que vão ajudar sacerdotes e casais na sua ação), ou ainda ocupando-s,e ativamente nos centros de preparação para o casamento. Se bem compreendo vocês, há uma categoria de casais que são alvos de suas preocupações; são aqueles que não são suscetLVeis de jogar wgo o jogo nanco mas que, quando acolhidos com certa indulgência dlepressa o consegurrao. Mas nós também nos preocupamos ·com êles e cremos que é o caso de quase todos os casais. Foi pensando néles que antes de pedirmos que nma equipe faça o comprc>misso ele observar as obrigações ctos E statutos, a convidamos a experimentar compri ..las durante 18 a 24 meses. Foi também por isso que "inventamos" o Casal de Ligação'. para que entre o Movimento e as t::quipes não haja a dureza de organismos administrativos, de circulares ou instruções anônimas, quisemos que tôdas as equtpes est.vessem ligadas ao Centro (Setor ou regtão c·o ruorme os ca-' sos) por um casal amigo, o de ligação, que a;iuda, encoraja, faz se compreender, estimula e submete ao Centro as dificuldades próprias de cada equipe. Para terminar, deixem que acrescente que. nunca é com e.legria que o Centro vê qualquer eqUipe separar. se ou desaparecer. Casais ficarem de lado', ou que toma a cruel decisão de eliminar equipes que não se entrosam no Movimento. Mas se impõe uma necessidade: não permitir nada que comprometa a solide:10 do Movimento. Ao fazê-lo. crê que está a servir bem a Igreja. · Aliás estou convencido que, muito longe de cons,t ituirem um entrave ao desenvolvimento do Movimento, as exigências das Equipes são a única explicação de sua rápida expansão em numerosos paises".

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Oração para a Próxima Reunião TEXTO PARA A MEDITAÇAO. As três pessoas divinas. "E, juntando-se, determinou-lhes que não se ausentassem de J erusalé~. mas que esperassem a. promessa. do Pai, que (disse :ll:le) de mim ouvlstes. Porque na verdade, João batizou com água, porém vós sereia batizados com o Esphito Santo, não muito depois d'es.. tes idias. Ãquêles pois que haviam ajuntado perguntaram-lhé, dl-. zendo: Senhor, restaurás tu neste tempo o reino a Israel? E d'.sse-lhes: Não vos pertence sabe:: os tempos ou a !'I estaç(l(s que o Pai 1:os em seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vit~ sôbre vos; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalé'm CO · me em tôda a Judéia e Samara e até aos confins da terra. (Actos 1,4.9) ORAÇAO LITúRGICA RecUaremos em coros alternados esta bela oração, o Préfacio da Santis~ima Trindade, :t. verdadeiramente digno e justo, razoável e salutar dar-Vos graças em todo tempo e lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo poderoso, quE> com o Vosso Filho único e o Espírito Santo, sois um só Deus, um Só Senhor, não uma única pessoa, mas três Pessoas, em um só Deus. Por isso, tudo a que nos revelastes e nós cremos a. respeito da Vossa Grandeza, nós o atribUímos, igualmente, ao Vosso Filho e ao Espírito Santo. Assim proclamando a nossa. fé numa só divindade, adoramos ao mesmo tempo as tl'ês P c11soas :d istintas, a Sua única natureza, a Sua igual majestade. Os anjos, e os Arcanjos, os Querubins e os Serafins, não o cessam de louvar e proclamar todos os dias, dlZendo a uma só voz: (todas juntos) Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus do Universo!


ORAÇÃO DO CELEBRANTE: Deus Eterno e todo poderoso que na profissão da verdadeira fé nos mandais proclamar a glória da Trindade eterna e adorar a Sua triunfante e soberana Unidade, permiti que encontremos na firmeza dessa mesma fé, proteção constante contra tôdas as forças adversas. AMEM.

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BRASIL . Secretariado . Rua 13 de Maio, 1263 . SÃO PAULO, 3 CENTRO DIRETOR . Secr. Geral . 20, Rue des Apennins . PARIS XVII


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