EQUIPES NOVAS
CARTA No
6
EQUIPES DE NOSSA SENHORA SÃO PAULO -
1977
Todos eles
u entregavam assiduamente à oração numa só alma, com algumas mulheres, incluindo Maria, mãe de Jesus. ATOS DOS APóSTOLOS, 1,14
"As Equipes colocam-se sob a proteção de Nossa Senhora. A..•-sim, sublinham a vontade de A ~;ervir e afirmam que não há melhor guia para chegar a Deus do que a própria Mãe de Deus". CARTA DAS E.N.S. -1-
EDITORIAL
ENCONTRO DA NOITE
Quando, em 1947, alguns casais e eu próprio decidimos as EqUipes de Nossa Senhora. sob a proteção de Maria, não foi, acreditem, para obedecer a uma moda ou ceder a uma facilidade . .. O que nos guiou foi a nossa fé na missão especial da Virgem dentro do Reino de Deus e a nossa confiança ilimitada na sua maternal solicitude. co~ocar
Não se trata apenas de dar a Nossa Senhora um lugar nas nossas devoções, de lhe dirigir de tempos a tempos uma rápida saudação. ~ preciso que tenhamos um grande empenho em aprofundar o pensamento da Igreja - que aliás apenas reflete o pensamento do Senhor - sobre o lugar admirável de Maria nos "desígnios de Deus". Sem o que a nossa devoção para com ela, supondo que exista, será puramente sentimental, não nos poderá empolgar, e o respeito humano impedirá que nela falemos. Há uma teolo~la mariana para cuja elaboração contribuiraro o.~ maiores entre os Padres e C\" Doutores da Igre.Ja e que é um alimento maravilhosamente substancial para a inteligência e para o coração. ~ a esta fonte que é precl.so ir beber (1). Conhecer é viver. Conhecer o Mistério de Maria para o poder viver. Fujamos à tentação que ameaça os intelectuais, (1)
A Constituição Dogmática sobre a Igreja (Lumen Gentiun), promulgada pelo Vaticano li, termina com o capítulo sobre Maria, que vos aconselho a ler e a meditar, e de que poderão ler alguns excertos à pág. 15.
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de se lmportarem apenas com os conhecimentos teóricos. Maria não é um conceito. Maria vive, ama, está presente. Atua constantemente no Corpo Místico. Santa Teresa do Menino Jesus pôde escrever: "Compreendi que se a Igreja tinha um corpo composto por diferentes membros, o mais necessário, ·J mais nobre de todos não lhe faltava.: compreendi que a Igreja tinha um Coração e que esse Coração ardia de amor. Compreendi que só o Amor fazia atuar os membros da Igreja, que se o Amor acabasse por se apagar os Apóstolos nunca mais anunciariam o Evangelho. os Mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue". E Teresa acrescentava: "Slm, encontrei o meu lugar na Igreja e este lugar, 6 meu Deus, fostes Vós que m'o destes. No Coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor ". Aquilo que é verdade em relo.ção à Santa Teresa ainda o é muito mais em relação à Maria. Mas é ainda necessário que, pela confiança e humildade, a abertura e disponibilidade, numa palavra pelo amor, nos entreguemos à influência (no sentido forte da palavra) de nossa Mãe, Maria. Influência cuja ambição não é açambarcar a nossa Inteligência, o nosso coração, e nossa vida. mas sim orientá-los para Deus, tomá-los para os oferecer a Deus. Almas trabalhadas, modeladas, por Maria, são para as sementeiras da graça um terreno pe~ feitamente preparado. No nosos encontro de todas as noites, onde estamos reunidos cerca de 40.000 - junto de Maria e lhe contamos o nosso amor, gostaria que formássemos uma poderosa coligação para lhe pedirmos que faça espíritos e corações semelhantes ao seu para que, por nós e em nós, o Senhor possa fazer avançar o seu Reino. HENRI CAFFAREL
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CONHECER PARA MELHOR VIVER E MELHOR AMAR
O estudo do tema pelo casal (cfr. a Carta anterior) e a troca de idéias na reunião a partir das respostas escritas (ver as páginas seguintes) são propostas para que a Verdade ilumine a nossa ;vida. Receiam cair no "intelectualismo"? Eis alguns textos que sugerem em que sentido muito realista, devemos orientar as nossas reflexões e discussões do tema. "Na Bíblia o conhecimento provém, não da atitude puramente intelectual, mas de uma experiência, de uma presença. Desenvolve-se, necessariamente, no r.mor". (nota da Bíblia. ele Jerusalém sobre João 10,14: "Conheço as minhas ovelihas e elas conhecem-me"). "0 boi conhece o seu boiadeiro ~ o jumento a manjedoura do seu dono, mas Israel não me conheceu e o meu povo não entendeu". (!saias 1,3). "lt esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti", dizia Jesus (João 17,3). "Não há vida sem conhecimento, nem conhecimento certo sem a verdadeira vida... o conhecimento deve identificar-se ao teu coração, e o Verbo da Verdacie em ti recebido torna-se na tua vida". (Epístola a Diogneto, fim do século Il). "A mensagem de Cristo não deve aparecer como qualquer coisa desligada da vida real, em que jovens e adultos estão mergulhados: fam!lla, amizades, estudo, trabalho, aspirações, doenças, etc. A Palavra de Deus, que a catequese deve anunciar, tem de aparecer como luz vinda do alto, para iluminar a vida; como resposta aos problemas mais profundos e às aspirações mais verdadeiras do homem moderno; como a Palavra de Deus que dá sentido à. existência humana e à história". <Cardeal WRIGHT, Setembro de 19'71).
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A REUNIAO DE EQUIPE
A DISCUSSÃO DO TEMA DA REUNIÃO
Na Carta Mensal n9 5, falamos da preparação do tema de estudo, pelo casal. Hoje é da discussão do tema na reunião que lhes queremos falar - sem querer ser exaustivos - mas abordando: os objetivos os obstáculos a evitar a sua preparação como conduzi-la bem OS OBJETIVOS DA DISCUSSAO DO TEMA
- R~nder às perguntas de uns e de outros - Conhecer melhor, juntos, o pensamento de Deus - Ajudarem-se mutuamente a. integrar este pensamento na. própria. vida. Responder às perguntas - O t.Studo pessoal do tema foi acrescido pelo estudo do casal. 1!: muito raro que um casal saiba, só por si, resolver os problemas que se lhe apresentam, acerca do assunto estudado; que não tenha o desejo de aprofundar os coillh.ecimentos doutrinários. Procura-se, na equipe, em conjunt!), resposta para as indagações de todos; há troca -5-
de conhecimentos e ajuda mútua. A presença e a participação do conselheiro espiritual contribuem para que essa resposta seja iluminada pelas luzes da doutrina e da tradição da Igreja, pela experiência do sacerdote que é educador de almas. Conhecer melhor, juntos - Os conhecimentos dos outros ampliam os nossos próprios conhecimentos; mas também, juntos abrimo-nos para novos enriquecimentos. Isto tem grande importância porque nos ajuda a conhecermo-nos melhor uns aos outros e a fazer da equipe o "triunfo de caridade" que procuramos realizar. Não esqueçamos que a irradiação e a fecundidade da nossa equipe serão aquilo que for a caridade na equipe. Integrar na. vida - Porque noo conhecemos melhor, porque procuramos resolver juntos as dificuldades de uns e dos outros, estamos muito mais preparados para praticar o auxilio mútuo. Tendo aprendido as linhas gerais do pensamento de Deus, conhecendo melhor os ensinamentos da Igreja, resta a cada um descobrir os pontos de aplicação (cabe aqui a pergunta: "0 que vai ser modificado na minha maneira de pensar, na minha maneira de agir?"). Cada um há-de descobrir, sim mas talvez com a a1uda dos outros. Cada um deve 'Viver melhor, mas seguramente com a ajuda dos outros. ll: necessário lembrar que esta ajuda deve ser discreta, ditada pela verdadeira caridade que exclui toda intransigência e toda severidade. OS OBSTACULOS A EVITAR
A procura do pensamento de Deus, toma-nos muito !humildes. Na disc~Usão do tema, não se trata de fazer uma exposição brilhante nem de esmagar um adversário. Leiam, a seguir, algumas caricaturas : foram publicadas num artigo editorial intitulado: "0 inimigo público nQ 1". Vejamos se alguma delas não nos cliz respeito .. . "Serão as intervenções deste, alguma coisa mais do que a exposição complacente dos seus próprios pontos de vista? -6-
Espera a admiração, a homenagem da assembléia. A menos que se trate de uma des...oas pessoas que se contentam com a admiração que têm por si próprias. Reparem naquele outro - a maior parte das vezes uma mulher - que, com a cadeira ligeiramente recuada, permanece silencioso. Não se apressem em o considerar mais humilde que o anterior. Também ele aprecia as suas opiniões pe&oais. Se permanece calado, é talvez simplesmente porque o seu monólogo com elas o satisfaz .. . a menos que considere os outros indignos de suas confidências, Incapazes de o compreender. Para estar acima dos outros - refiro-me aqui à superiO!idade Intelectual - só há dois caminhos: ou crescer no próprio valor, ou diminuir o dos outros. Esta última maneira de agir é incontestavelmente mais fácil e menos fatigante. E é realmente esta a razão porque são tão numerosos aqueles que passam a vida a criticar - deveria dizer: a denegrir. Quando encontramos um desse gênero, podemos ter a certeza de que é portador de bacilos, quero dizer, que é habitado pelo orgulho. Um parente próximo do anterior, é o eterno "espfrlto de contradição". Parece - e não é apenas aparência - sentir-se mal se outro vem a ter razão. Podemos nos enganar e julgar à primeira vista que se trata de um espirito penetrante que nunca recusa as soluções simplistas, que tem um sentido agudo da ambigüidade Intrínseca de todas as coisas. Obser:vem mais atentamente: a sua atitude revela mais amor próprio que inteligência. Se tiver de tratar, já não com iguais, mas com uma autoridade, então sistematicamente, adere ao partido da oposição. Cria-o, caso não exista, mesmo que tenha de ser o seu único membro. A bem dizer, o orgulhoso, multas vezes não critica, não contradiz nem se opõe. Nem mesmo escuta o seu Interlocutor. Sem dúvida que o deixa exprimir-se, mas para ter par sua vez o direito de falar. Ah, saber escutar, é uma grande
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arte. Mais do que uma arte é uma. virtude rara, mas incompatível com o orgulho. Eu disse: ele não escuta. Contudo, sabe perfeitamente quando o outro acabou de falar e que a ocasião é propícia para tomar a palavra. lt certo que, muitas vezes, nem mesmo espera que se tenha terminado para intervir.
Que não se pense em fazer pouco de "seus filhos" - quero dizer, de suas idéias pessoais: - como a leoa em defesa de sua progenitura, não tardará a rugir ... Sob estas formas variadas, o orgulhoso se esconde. Muito particularmente esta forma de orgulho, veneno das relações humanas, que é o apego às opiniões próprias, às idéias pessoais. Por certo, na equipe, estamos de sobreaviso. Mas não se pode afrouxar a vigilância. .Se este pernicioso orgulho conseguir insinuar-se entre nós, depressa comprometerá esse "triunfo da caridade fraterna" que é o nosso grande objetivo. A melhor profilaxia será, ao sair de cada reunião fazer um exame de consciência leal sobre este ponto. E por que não o •hasveriam de fazer juntos, marido e mulher, ao voltar para casa?" A SUA PREPARAÇAO
O casal que deve orientar a troca de idéias varia a cada reunião. Muitas equipes preferem que seja o casal que, nessa noite, recebe a equipe em sua casa. Outros, pelo contrário, acham que o c~al que recebe já tem muito que fazer com a preparação material. Não há, nesse ponto, nenhuma regra ou orientação a dar. O chamado "casal animador" vai, pois, receber todas as respostas escritas e estudá-las, para identificar as questões, ou pontos importantes. Prepara a discussão com o Conse-8-
lheiro da equipe, seja a sós com ele, seja também com o ca.sal responsável. 1!: essencial que o Conselheiro esteja a par das respostas antes da reunião; é necessário pois, fixar o encontro preparatório para os últimos dias, quando o conjunto das respostas terá provavelmente chegado. E que o casal animador não hesite em alertar os retardatários. O ca...«al animador e o Conselheiro combinam juntos a maneira como a discussão do tema deverá ser conduzida, quais as questões que devem ser abordadas, a ordem de sua apresentação, os ponto.s de doutrina a acentuar ou explicar, etc. COMO CONDUZI-LA BEM? O ca.sal animador não deverá esquecer, oobretudo, que deve suscitar uma troca de impressões e não fazer uma exposição.
Durante alguns minutos, indicará com clareza como deve desenrolar-se a discussão, ou apresentará uma síntese muito clara dos aspectos essenciais e as características das respostas, suscitando a.ssim as intervenções de uns e de outros. Um outro método consiste em lançar ntt mesa. umas após outras, as questões apresentadas, antes de passar à frente. Seja qual for o processo adotado, trata-se de fazer falar: pedir a um ou a outro que explicite uma dúvida, que desenvolva uma idéia, que conte uma experiência a que se tenha referido na sua resposta. O casal animador procurará que todos falem, em especial as mulheres (acontece às vezes, dizem, que estas ficam mudas . .. ) e que todos saibam OUJVir. Deve evitar as discussões "bizantinas" que são puro jogo do espfrito e não humilde procura da verdade. Cabe-lhe interrompê-las, como também pôr cobro a uma discussão que se prolonga sem proveito ou se afasta do assunto. Finalmente, é preciso referir t udo a Deus: os problemas conjugais e familiares são por sua natureza bastante empolgantes e somos tentados a resolvê-los por nós mesmos. Mas -9-
é preciso ultrapassar esta fase e procurar juntos o que é susceptível de unir cada vez mais os casais ao Senhor. Qualquer descoberta da verdade é uma Iniciação na Intimidade de Deus, porque se compreende melhor o Seu pensamento sobre o homem, sobre o nos.."' lar, sobre o mundo. Deve levar-nos a nos colocarmos cada vez mais a Seu serviço e ao do seu Reino. Esta preocupação não deve apenas orientar o começo da reunião, quer dizer, a oração propriamente dita, mas também a própria discussão do tema. Isto pode ser feito sem artifícios, se estivermos nós mesmos profundamente convencidos de sua possibilidade. Ao terminar, é preciso tentar sugerir resoluções, pois é essencial que as verdades, descobertas através do trabalho pessoal e da troca de idéias, se tornem realidades vivas. O casal animador não deve hesitar em pedir ao conselheiro espiritual que ponha em destaque uma verdade ou sugira possíveis aplicações.
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Lê-se no Livro dos Provérbios: "Fatiguei-me à procura de Deus". E nós? No entanto, a n ossa vitalidade cristã depende disso. Não pode haver vitalidade cristã sem fé viva, renovada sem cessar por novas descobertas. Oxalá que o tema de est udo seja para nós o ponto de partida para esta procura. -10-
A ESCUTA DA PALAVRA DE DEUS Entre os motivos que os levaram a entrar para as Equipes de Nossa Senhora, está o de pr00urarem atingir uma vida espiritual de cristãos casados mais verdadeira . Neste mundo sem Deus, em que IVivemos, a nossa fé está submetida a grandes provas, pois nem sempre é suficientemente apoiada pelo meio ambiente. Mais uma razão para a alimentar abundantemente; é por este motivo que a atenção à Palavra de Deus se torna necessidade vital para todos os Cristãos do final do Século XX. Na sua conferência em Roma, 1970, "As Equipes de Nossa Senhora em face ao ateismo", o Cônego Caffarel quis chamar a atenção para três orientações a assumir. Eis como se referiu àquela que agora nos interessa: "A escuta da palavra de Deus é a segunda orientação geral que vos proponho. A a.reese, no sentido do caminho para a santidade, exige uma ativa e perseverante busca de Deus, especialmente através do estudo das Escrituras. Ora este estudo ocupa um lugar demasiado fraco na vida pessoal dos esposos, na vida do lar, na vida de equipe. Doravante será necessário lançarmo-nos nela ma:s decididamente. Veremos então os milagres que a Palavra de Deus opera, pois ela é criadora: faz viver aqueles que se abrem à sua rvirtude, faz surgir a alegria no lar. Parece-nos que se tantos casais, se tantos cristãos descuidam o estudo e a meditação dd. Palavra de Deus, é por não serem ajudados a descobri-la. Não faltam livros e revistas, é certo, mas nada substitui a procura em comum. Razão porque de futuro, além dos temas sobre espiritualldade conjugal que agora se irão basear no discurso de Paulo VI, todos os outros serão centrados na Palavra de Deus, fun-11-
damento de toda a vida espiritual. E estou convencido de que as nossas reuniões de equipe conhecerão aquele fervor que reina sempre nos cristãos reunidos para aprofundar as Escrituras". Um ano mais tarde a Equipe Ftesponsável voltava a este assunto para responder à eeguinte prrgunta: "Em que consiste a nova orientação referente à leitura refletida da Palavra de Deus?" "Para pintar Cristo é preciso viver com Cristo", dizia Fra Angelica. Para reproduzir Cristo em nós e na nossa rvlda é preciso encontrá-lo assiduamente. Encontramo-lo em primeiro lugar, no Evangelho. Ora, quantoo dos no,sos casais estarão verdadeiramente familiarizados com os evangelhos e com o conjunto do Novo Testamento? É por este motivo, e através desta orientação, que o Movimento quer incitar os casais a tomarem freqüentemente contato com a Palavra de Deus, a começar pelo Novo Testamento onde se desvendam as "ineondáveis riquezas de Cristo". Cada um terá de inventar a sua maneira e o seu ritmo próprio. Daqui por diante, na reunião de equipe, com exceção dos Temas-base sobre o amor e o c~amento, só serão estudados temas bíblicos que nos ajudem a e.:profundar a revelação divina e os aspectos mais importantes da vida cristã à luz da Sagrada Escritura". Este encontro freqüente com a Palavra de Deus, este melhor conhecimento do Seu pan•amento rvão-nos permitir viver melhor e amar melhor (páe:ina 4 desta Carta), seguindo o exemplo de Virgem Maria (página 15).
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OS MEIOO DE APERFEIÇOAMENTO
A ORAÇÃO DAS EQUIPES
A oração das Equipes é a grande reunião quotidiana do Movimento cujos membros estão dispersos por todo o mundo. N!rtguém discute o significado da oração familiár, embora seja, algumas ·vezes, difícil de realizar: a familia, enquanto tal, deve prestar culto a Deus. Acontece o mesmo com qualquer movimento ou coletividade. A oração coletiva, global, tão impressionante nas reuniões regionaiS ou nos encontros anuais de Casa!s Responsáveis, deve ser continuada todo o ano, mesmo quando é impossível encontrarmo-nos ombro a ombro. Já fizeram a experiência do calor da entreajuda fraterna na sua. equipe. Quando fizerem o compromisso vai ser-lhes pedido que estendam essa entreajud.\ a todo o Movimento que, pouco a pouco, terão aprendido a conhecer melhor. Já desde agora a oração das E.N.S. é a ma.TJ.eira de explicitar o tomar a cargo, em plano espiritual, dos outros casais do Movimento. Devemos poder contar uns com os outros, conhecidos ou desconhecidos e "levar-nos uns aos outros na. oração", conforme o conselho de S. Paulo aos Gálatas. Por que se escolheu o Magnificat como oração das Equipes? - ll: a única oração de Maria que o Evange~ho nos transmitiu. - O Magnificat é recitado todos os dias durante o ofício divino que é a o1·ação oficial de toda. a. Igreja. ll:, portanto, a. própria. oração da Igreja. -13· -
- Recitando-a diariamente esta oração vai-se tornando nossa e ajudar-nos-á a compreender melhor o.s sentimentos de Maria quando explodiu nela esse cântico de ação de graças, sentimentos que deverão ter continuado a ser os seus durante toda a vida, nas horas fáceis e nas difíceis. Oxalá que a sua Alegria se torne a noosal A recitação do Magnificat é seguida pela invocação: Nossa Senhora das Famflias, rogai por nós!
••• "Quando do coração de um homem, brota uma oração de palavras válida..s e vivas, é justo e belo que outros a. utilizem, porque assim se forma a comunhão nas coisas santas. As orações que outros homens pronunciaram podem ensinar -nos algumao; coisas . .. pois são a expre...<são das suas experiências e vitórias sobre si próprios; quando as empregamos. aprendemos com eles; não ro nos exprimimos nós mesmo~. como também despertam em nós tantas coL~as que dormitavam em nosso intimo. Especialmente as orações dos rento~ são multas vezes rverdadeiras descobertas no mundo interior d<t comunhi'i.o com Deus. são caminhos que conduzem a Deus, são possibilidades de vida :1ova. Uma boa oração pode ser para o homem interior o que o pão é para o esfomeado, o remédio para o doente, uma flor para quem estiola no quotidiano incolor. Algumas orações vêm-nos do próprio Deus e fazem parte da Revelação . . . Foi o Espírito de Deus que as inspirou d. fim de que sirvam de escola de oração para os outros. Pode-se dizer o mesmo das grandes orações que se lêm no Evange .. lho. por exemplo o Cântico de ação de graças de Maria, no "Magnificat".
ROMANO GUARDINI
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OS ESTATUTOS, ECO DA PALAVRA DE DEUS
"As Equipes colocam-se sob a proteção de Nossa Senhora. Assim sublinham a vontade de A servir e afirmam que nã.o há melhor guia. para. chegar a Deus do que a própria Mã.e de Deus". ''Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor". (Lucas, 1, 45) "Maria, por .seu turno, conservava todas estas palavras meditando-as no seu espírito". (Lucas, 2, 19, cfr. 2, 50) "Felizes as entranhas que te trouxeram e os peitos a que fostes amamentado. Ele, porém, retorquiu: - Felizes antes os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam". (Lucas, 11, 27, 28) "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática". (Lucas, 8, 21) "1: um só o nosso mediador, segundo as palaJVras do Apóstolo: "Porque há um só Deus, também há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, verdadeiro homem que se ofereceu em resgate por todos" (1 Tim. 2, 5-6) . A função mate: nal de Maria para com os homens, de nenhum modo obscureceu ou diminuiu esta mediação única de Cristo, antes mostra a sua eficácia. Na verdade, todo o influxo salutar da Santissima Virgem em favor dos homens não é imposto -15-
por nenhuma necessidade intrínseca, mas sim por livre escolha de Deus, e dimana da super-abundância dos méritos de Cristo, funda-se na sua mediação, dela depende absolutamente e dela tira toda a sua eficácia; e, longe de impedir, fomenta ainda mais o contato imediato dos fiéis com Cristo". LUMEN GENTIUM
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. Mas, para nós, filhos ingratos, que a maior parte das vezes só compreendemos o amor maternal depois da vida nos ter moldado, corrigido e desembaraçado do supérfluo, é grande sinal de renovação e luz aprender a voltar ó nos.."' coração filial para es..oe imenso coração silencioso que bate -fielmente por nós no fundo dos céus. "Maria está mais próxima. de nós que o nosso Anjo da Guarda, diz o Pe. Bemadot; a maternidade de Maria é mais elevada do que a da Igreja., mas a ação de Maria é discreta, intima, semelhante à ação da Eucaristia na Igreja", mas é preciso estar atento para o compreendermos. JOSEPH MALEGUE
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OS MEIOS DE APERFEIÇOAMENTO
O ACOLHIMENTO DOS OUTROS
Algumas das obrigações dos Estatutos são p~oais: a regra de vida, a p eparação individual do Tema, o retiro anual, a meditação diária; algumas são conjugais: o dever de sentar-se, a oração familiar, a troca de impressões em casal acerca do Tema; outras dizem respeito à vida em equipe: assistir às reuniões; finalmente outras são relativas ao Movimento : a recitação da oração das Equipes, a leitura do Editorial da Carta Mensal, a contribuição, acolher os casais das outras equipes. Hoje diremos algumas palavras sobre a última, que aliás parece evidente : "Entrar em contato e acolher com coração fraterno, quando se lhes oferecer a oportunidade, os casais das outras equipes".
ll: extraordinário como a prática desta obrigação abre o coração e a alma de um casal. Descobrem que os une uma enorme fraternidade, que podem conversar como velhos amigos, quando uma hora antes ainda não se conheciam. Feita a descoberta desta amizade cristã e uma vez que seja cada vez mais vivida no seio da equipe e das equipes, tornar-se-á cada vez mais acolhimento aos outros, a todos os outros.
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Se nos primeiros tempos hesitam em receber assim casais dereonhecidos, ou em pedir-lhes !hospitalidade, depre.isa se apercebem que vale a pena ficar um tanto atrapalhado e que as duas "partes" beneficiam do encontro. A que casais, dos descritos a seguir, nos assemelhamos? - Há o casal tímido que faz parte de uma equipe do Canadá ou da Europa e que vem conhecer o Brasil. Gostaria muito de ver outros casais, de assistir a uma reunião de equipe, passar mesmo alguns dias em casa de amigos desconhecidos, mas não tem coragem de o pedir . . . Será prec!Eo um acaso ou a insistência do seu Casal Responsável que anunciará a sua viagem, para que participe da grande fraternidade das Equipes, para que assista a um Encontro Regional ou a uma reunião de equipe. - Há o casal individualista (que ainda não conseguiu compreender o que procuramos viver) que diz: "Férias são férias. A:> Equipes são boas para a vida normal. Além disso, a minha equipe chega-me perfeitamente. Não vejo porque se há de complicar a vida arranjando novos conhecimentos .. . " - Há o casal mais simples, mais aberto, que, porque uma vez pediu para lhe indicarem um casal ou uma equipe na região onde vai todos os meses por causa do seu trabalho, fez amigos, pôde ajudar um dos casais que o recebia arranjando-lhe trabalho, fez com que a sua equipe (onde a discussão do Tema era sempre bastante fraca) aproveitasse a experiência e as Idéias dos outros. - Há o casal cheio de entusiasmo que se quer servir das viagens de negócios ou de férias para encontrar outros casais e lhes dar a conhecer o nosso Movimento. Melhor do que estas descrições é o que vocês são, o que nós somos. Melhor ainda, será a nossa maneira de viver e tornar n~sas estas linihas de S. João (11!- Epístola 4, 12): "Se nos amarmos uns aos outros, Deus em nós permanece e o Seu amor é perfeito em nós" . -18-
'I1ESTEMUNHO
UM CASAL SEM FILHOS
Extraímos estas linhas de um artigo publicado no "L' Anneau d'Or" (N9 15-16) por Paul e Marie-Loulse Macé: "Sim! Quantos apertos de coração, decepções, dúvidas, desesperos cabem ne-sta simples frase: Não temos filhos! Que fazer? Mergulhar cada vez mais na tristeza? Alguns tornam-se ciumentos, invejosos, já não conseguem suportar a vista das alegrias familiares... Muitos endurecem o coração e instalam-se no egolsmo . .. Outros caem na ociosidade, na !Vida dispersa em ninharias, em futilidades, vazia de trabalho útil . . . Cada um atribui ao outro cônjuge a provação comum ... Só lentamente compreendemos que havia algo de muito maior nas nossas vidas. Tornou-se evidente que a nos..c.a atitude negativa de "postos de lado" que procuram tirar o melhor partido possível de uma vida comprometida ou fracassada, era falsa e que no pensamento de Deus a nossa provação constituía um chamamento, uma vocação que exigia testemunho especial.
Compreendemos que no mundo ateu que já não reconhece a Sua soberania, devíamos testemunhar que Deus é o Senhor. Aquele que, na Criação, dispôs as sombras e a luz, as grandes extensões estéreis ao lado das planícies fecundas, co-19-
locou ao lado dos lares povoado.:; os lares dererticos onde o homem e a mulher, ajoelhados diante Dele, O reconhecem como Senhor da Vida, digno da mesma adoração, quer pelo dom como pela recusa que nos faz da sua fecundidade. Na organização do Seu Reino a sua Vontade é lei. . . Pouco importa a ordem de missão que cada um recebe; a única coisa essencial no dia da nossa Anunciação, é estar com a atitude da Virgem e pronunciar o Fiat total e cheio de amor. Jl: preciso reconhecermos que é uma atitude mais fácil para aqueles que têm a certeza. da sua esterilidade e muito mais esgotante e meritória, mas igualmente necessária, durante o perfodo em que se aguarda, em que se es.pera .. . ESta adesão de alma é fecunda. Compreendemos que o nosso lar, abençoado por lJeus no dia do nosso casamento, privado dessa fecundidade vlsfvel que são os filhos, iria conhecer a · fecundidade espiritual atra'Vés do sacriffclo assumido, e que o nosso Fiat daria Cristo às almas. Mas, para tal. é preciso que as fontes da vida não sequem em nós , é preciso conservar, sem rigidez nem endurecimento, o coração maternal e paternal que Deus nos deu, e levarmo-lo aos outros".
• •• Não há aflitos entre vós? l!: verdade que não há pecado nem dor? Não há mães que tivessem perdido seu filho? Nem quedas sem culpa? Nem doença que o médico reconheceu e que sabe sem esperança? Por que · havemos de privar o nosso Deus do que lhe é próprio, do que lhe pertence? - · 20-
As vossas lágrimas e a vo&a. fé, o vosso sangue junto ao Dele no cálice, tal como o vinho e a água, matérias do Seu sacrifício! 1!: isto que, com Ele, salva o mundo, é disto que Ele tem fome e sede.
Estas lágrimas, como dinheiro deitado ao mar, tanto sofrimento em vão, meu Deus! Tende piedade daquele que só teve trinta e três anos para sofrer I Juntai a vossa Paixão à Sua, porque eó se pode morrer uma IVez! PAUL CLAUDEL
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DIALOGO
"COMPROMISSOS" EXTERIORES
Um casal de ligação preocupa-se: "Certos documentos do Movimento recordam-nos que o nosso objetivo, nas Equipes, é a perfeição cristã, o que é ótimo. Mas recordar-nos este objetivo não é suficiente, porque esperamos também que o Movimento nos desperte para os vários aspectos desta vida cristã e das nossas responsabilidades. Ora, parece-nos que, se certos aspectos são muito valorizados, há outros que o são muito menos. Insistem muito na vida cristã. pessoal, conjugal e familiar, o que é absolutamente necessário (devemos imenso às Equipes neste campo), mas deixam demasiado na sombra as nossas responsabilidades temporais e apostólicas. Dizem-nos muitas vezes: sejam prudentes, não se deixem submergir com tarefas de toda a ordem, conservem o equ111brio da vida pessoal e familiar. Há realmente nas Equipes tanta gente absorvida totalmente pela sua ação temporal ou apostólica? E se há, de fato não será um pouco porque a repartição não se faz por um número suficiente de pessoas? Se se aconselha a uma moderação, não será preciso levar os outros a tomar, quando é preciro, responsabilidades em todos os domínios? Os Estatutos são muito claros e completos, mas é preciro dar a todos os aspectos o seu devido valor." -22-
Já não é a primeira vez que se criticam as Equipes por não orientarem os seus membros no dominlo da ação, por os deixarem sem diretrizes concretas. Mas como é possível dar conselhos ou orientações que sirvam para todos? lt a própria diversidade dos membros das Equipes que nos retém, neste aspecto: casais ac81bados de se constituir ao lado de casais que festejaram, por vezes já há bastante tempo, as suas bodas de prata; casais fortes e saudáveis e casais em que um dos membros está cansado e doente; casais em que o marido está relativamente pouco absorvido pela profissão e casais derequillbrados por uma atividade profissional intensa; casais das grandes cidades e casais rurais; e finalmente casais de 30 paises diferentes em que as n~ldades da Igreja e da Sociedade variam extraordinariamente. Além disso, como já dissemos :nultas vezes, não é o Movimento que deve intervir mas a equipe. O conselho que lhes damos é este: ajudem-se uns aos outros em equipe. a descobrir a vontade de Deus, a vocação própria, as ati'Vidades a que se devem consagrar. Façam das suas atividades exteriores, dos seus "compromissos", das suas preocupações apostólicas, temas do pôr em comum ... Provocamos um pôr em comum sistemático sobre este assunto em 50 equipes, pedindo-Jihes que respondessem a um inquérito. Cada um devia fazer a lista das suas atividades exteriores à família, atividades pessoais, atividades comuns aos esposos. Cada um devia indicar se essas atividades lhe pareciam excessivas, suficientes, insuficientes, e se lhes pareciam prejudiciais ou úteis para a vida de família, e designadamente para os filhos. Mas como por vezes é difícil uma pessoa julgar-se a si própria, troca de Impressões na reunião devia ajudar a equipe a fornecer elementos de apreciação. "A equipe, na altura deste inquérito, vi'Veu uma das suas melhores reuniões. Foi uma espécie de pôr em comum geral, fizemos com que cada uma falasse o mais -23-
possível e tivemos assim conhecimento pormenorizado das atividades de todos. Sem que tivéssemos de pensar muito. impôs-se a conclu~o: não .b astava conhecer a responsabilidade dos outros, era necessário tomá-los a cargo "Levai os fardos uns dos outros"; as nossas atividades devem ser o prolongamento da ação do Senhor no mundo. Sê-lo-ão se a sua fonte for a oração, ~;e se apoiarem na oração. Aqueles que não tiverem nenhuma possibilidade de ação ajudarão os outros pela oração". Recordemos o que nos dizem os Estatutos: "Querem fazer de todas as suas atividades uma colaboração à obra de Deus e um serviço prestado aos homenc;; entendem dever ser. por toda a parte os missionários de Cristo. Devotados à IgreJa, querem estar sempre prontos a responder aos apelos do seu Bispo e dos seus Padres". Assim, ninguém pode ficar dormindo! ... Deixamos a conclusão a dois membros das equipes: "ll: preciso tentar ver como podemos colaborar na obra de Deus na família, na profissão, na sociedade. no apostolado. Poderemos resumir essa colaboração com Deus na imagem de um instrumento. Somos instrumentos nas mãos de Deus: Quais são as qualidades de um instrumento? Primeiro, estar bem firme nas mãos; ora, este estar nas mãos de Deus realizar-se-á na oração, que as Equipes nos revelam em todas as suas formas. ll: preciso depois que o instrumento seja sólido: a formação doutrinai que recebemos nas Equipes deve dar-nos esta rolidez. Finalmente é preciso que o instrumento seja eficaz, que deixe um traço marcado por onde quer que passe". "Parece-nos evidente que, ~e o compromiSso dos membros da equipe é favorecido pelo dinamiSmo da equipe, a vida desta, por sua vez será enriquecida pela ação dos seus membros, se a puserem em comum. Passados os primeiros anos, ricos e fecundos em descobertas espirituais, -24-
conjugais e familiares, como pode uma equipe manter-se se continuar fechada sobre si própria? Pelo contrário, os compromissos de cada um fora do lar serão fonte de graças para a. equipe, .se houver pôr em comum acerca deles".
.... Na grande comunidade da Igreja, bem como em qualquer comunidade cristã, conjugal ou outra, é cada. membro que, dia a dia, participa na re-criação de todo o corpo. Se um membro, dominado pela paixão criadora pessoal, realiza a sua obra sem a inurir na criação comum, destrói-a sem querer. ROGER SCHUTZ
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ORAÇÃO PARA A REUNIÃO
TEXTO DE MEDITAÇAO:
Nal'l"a.Çáo da visita de Maria a sua prima Isabel (Lucas 1, 39-45).
Max Thurian. da comunidade r1rotestante de Taizé, fala assim deste encontro: "A palavra de Maria foi ouvida como a palavra de Deus; João Batista, o Precursor, apesar do seu estado de inconsciência, estremeceu de alegria; Isabel ficou cheia do Espírito Santo. A pal9Nra de Maria, por causa do Messias que traz em si, identifica-se à própria Palavra de Deus, produzindo o milagre do despertar do Precursor para a alegria messiânica e o abundante dom do Espírito a sua mãe. Maria surge assim, pela primeira vez, int'mamente ligada à missão do Filho de Deus; é verdadeiramente a Mãe do .Senhor. A Mãe e o Filho são apenas um; a palavra da mãe tran~:mite a Palavra do Filho. comunica o Espírito de Deus e produz um mila~re divino em Isabel. Esta união da mãe e do filho acentua profundamente a realidade da IEncamação. Deus fez-se verdadeiramente carne através da Virgem Maria; é o Filho de Maria, Maria é a Mãe de Deus. lt P.~ta re~lid~de d~t Encarnação que o título de Maria. "Mãe de Deus", quer afirmar". "Por aqueles dias pôs-se Maria a caminho e diriglu-.•e às pre<sas para a serra, em dlreciío a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, saltou-Lhe o menino no seio; Isabel ficou cheia do Espírito Santo e erguendo a voz exclamou:
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- Bendita és Tu entre a.s mulheres e bendito o fruto do Teu ventre. :E donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Pois, logo que me chegou aos ouvidos o eco da tua saudação, saltou de alegria o menino no meu seio. Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do senhor!" ORAÇA() LITúRGICA
A mlnh'alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador ! Pôs os olhos na humildade de sua serva; doravante toda a terra cantará os meus loUJVores. O Senhor fez em mim maravilhas ; Santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende Sobre aqueles que o temem. Demonstrando o poder de seu braço, dispersa os soberbos. Abate os poderosos de seus tronos; e eleva os humildes. Sacia de ben.s os famintos; despede oo ricos sem nada. Acolhe Is1ael .seu servidor; liel ao seu amor, e à promessa que fez aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Elpfrlto, desde agora e para sempre, ]Jelos séculos. Amém. -27-
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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar
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