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COVID e as Novas Tecnologias
As novas tecnologias têm sido indispensáveis e essenciais em tempos de pandemia, principalmente pela importância do isolamento social e evitar o contacto entre pessoas. A telemedicina tem sido fundamental na orientação e seguimento da população suspeita/ infetada pelo SARS-COVID através da plataforma Trace Covid. Esta é uma ferramenta que salvaguarda a segurança dos dados do utente e a obtenção de dados epidemiológicos afim de avaliar o estado infecioso da população.
Ajuda na atividade assistencial e não assistencial das unidades de saúde. A sua utilização permite fazer uma triagem dos casos mais graves que necessitam de avaliação presencial e possibilita a orientação dos casos menos graves de forma não presencial, garantindo a manutenção do isolamento e redução do risco de exposição.
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Embora haja vantagens na utilização da telemedicina em tempo de pandemia colocam-se alguns problemas:
Não foram desenhadas plataformas seguras para a avaliação e comunicação com os utentes fora do âmbito da plataforma TraceCovid, fazendo-se essencialmente através do contacto telefónico e email; Há necessidade de registar todos os contactos telefónicos e eletrónicos efetuados, recebendo as unidades de saúde centenas de contactos diariamente. Isto aumenta o volume de trabalho não assistencial que sobrecarrega os profissionais de saúde que ainda mantém a atividade assistencial básica a crianças, grávidas, diabéticos e hipertensos descompensados e consultas de urgência;
A qualidade da assistência por telemedicina gera grandes desafios pois reduz a avaliação do doente à colheita da sua história clínica, sem existir a possibilidade de realizar um exame físico. O acesso facilitado através dos meios tecnológicos leva os utentes a exigir mais e em menos tempo a resolução das suas necessidades e aumenta o grau de exigência nem sempre justificado. A ausência de contacto presencial gera ansiedade no utente e nos profissionais muita vez por dificuldade de comunicação.
É necessário salientar que, nos momentos de crise, mais importante do que ter um sistema de saúde ideal é ter uma assistência que efetivamente funcione. É necessária uma adaptação rápida, por mais que isso quebre os padrões anteriormente bem estabelecidos. Desta forma, a telemedicina pode vir a ser um meio complementar das atividades clínicas quando devidamente estruturada.
Daniela Saraiva
USF Canelas dsaraiva@arsnorte.minsaude.pt