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COVID 19 na USF Nova Via

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Mundo dos ecrãs

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A pandemia veio alterar completamente o funcionamento da Unidade de Saúde Familiar (USF) Nova Via, num processo evolutivo, a par com a incerteza do contexto.

Iniciou-se com a criação da sala de isolamento destinada à avaliação de casos suspeitos e com o treino para colocação do equipamento de proteção individual. Nesta fase, mantivemos as consultas presenciais, mas propusemos teleconsulta a doentes de risco.

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A situação evoluiu e passámos a priorizar o contacto à distância, com a consulta presencial restringida a serviços mínimos e a teleconsulta como principal atividade. Reforçámos o atendimento telefónico e resposta ao email e dinamizámos o facebook e site da unidade, apostando na educação para a saúde. Foi criada uma linha telefónica, a cargo dos médicos internos, para dúvidas relacionadas com a pandemia, que permitiu aliviar a carga de telefonemas do secretariado e orientou inúmeros casos suspeitos e questões sociais. Sentimo-nos inseguros com a escassez de recursos e fomos diligentes a adquirir material colocando acrílicos nos gabinetes e secretaria, contando também com doações de utentes e empresas.

Em discussão em Equipa, modificámos o circuito do utente, com vista à manutenção da acessibilidade, mas garantindo a proteção dos profissionais e utentes de uma doença que sabíamos ter diversas apresentações. Acabámos por encontrar um equilíbrio, criando uma triagem presencial à entrada da Unidade, realizada por enfermeiros ou médicos internos, e garantindo que todos os utentes observados na unidade, em consulta de doença aguda, seguiam um percurso para uma sala de espera diferente, sendo observados em gabinete próprio, por profissional devidamente equipado. Atualmente, é feita triagem telefónica médica das situações agudas, permitindo que todos os contactos com a USF sejam agendados previamente.

Houve grandes alterações organizacionais, mas a maior provação foi a mudança na conceção da prestação de cuidados. Habituados ao contacto próximo e a valorizar o exame objetivo, a adaptação à consulta à distância acarretou grandes inseguranças.

Para enfrentar estes desafios apoiámo-nos no espírito de equipa, proatividade, divisão eficaz de tarefas e flexibilidade para reavaliação conjunta de cada momento de mudança e reajustamento. Contamos que estas qualidades, fortalecidas neste processo, permitam o mesmo sucesso nesta fase de retoma.

Miguel Gouveia

USF Nova Via mgouveia@arsnorte.minsaude.pt

Sara Guimarães Fernandes

USF Nova Via spfernandes@arsnorte.minsaude.pt

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