EUROTRANSPORTE 85

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EURO TRANSPORTE ANO XVI | N.º 85 FEVEREIRO/MARÇO 2015 | Continente Preço 2,5 Euros

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ELISABETE JACINTO BRILHA EM ÁFRICA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE MERCADORIAS GÁS NATURAL CHEGA ÀS GRANDES FROTAS

CONSULTÓRIO DE SEGURANÇA CONTROLO AUTOMÁTICO DA FADIGA NA CONDUÇÃO

MERCEDES-BENZ CAMIÃO FUTURISTA

IVECO VISION | ANTEVISÃO DO FUTURO

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anos 2000 2015

OPEL VIVARO | ESCRITÓRIO AMBULANTE



NOTA DE ABERTURA Director

A PROBLEMÁTICA DOS COMBUSTÍVEIS

Eduardo de Carvalho Chefe de Redacção Ana Paula Oliveira Redacção Ana Filipe Cátia Mogo Carla Laureano Publicidade José Afra Rosa José de Mendonça Eurotransporte TV Liliana Leite Assinaturas Fernanda Teixeira Colunistas Frederico Gomes João Cerqueira Consultório de Segurança António Macedo (CRM) Fotografia Aurélio Grilo Editora

Nos últimos tempos assistimos a um aumento significativo do preço dos combustíveis, este facto passou a ser mais incisivo nos custos do gasóleo, que gradualmente se tem aproximado do custo da gasolina. Isto prende-se essencialmente com o facto do sistema de propulsão a gasóleo apresentarem níveis de partículas mais elevados, com consequências em termos ambientais. No entanto, segundo um estudo do Observador Cetelem, a quota de mercado dos veículos a diesel em Portugal é de 72% em termos de veículos novos. Não obstante a questão do preço quer de aquisição, quer o aumento do gasóleo, a preferência dos portugueses por estes veículos por Ana Paula Oliveira continua a ser uma realidade. Para muitos, estes Chefe de Redacção teriam custos de operação mais reduzidos do que os movidos a gasolina. Portugal, França, Espanha e Bélgica são os maiores adeptos da tecnologia diesel, com uma penetração superior a 65%. Os automóveis a diesel têm hoje uma quota de 55% no mercado europeu de veículos de passageiros. As preocupações ambientais levaram os construtores a desenvolverem sistemas de propulsão alternativos, nomeadamente híbridos e eléctricos. A União Europeia impôs a partir de 1991 normas de controlo de emissões às marcas de veículos pesados que têm investido em soluções mais ecológicas, de modo a reduzir o impacto ambiental do transporte de mercadorias.

EDITORIAL

Invesporte, Editora de Publicações Empresa Jornalística nº 223632

ÍNDICE

registada no Inst. de Comunicação Social Edição, Redacção e Administração Praceta S. Luís, N.º 14 CV/Dta. Laranjeiro - 2810-276 Almada Telefone: 21 259 41 80 Telefax: 21 259 62 68 Email: eurotransporte@invesporte.pt Web: www.eurotransporte.pt Propriedade: Eduardo de Carvalho Registo DGCS: N.º 123724 Impressão Manuel Barbosa & Filhos, Lda. Zona Industrial de Salemas FracçãoA2 2670-769 Lousa LRS Distribuição Urbanos Press, S.A Rua 1º de Maio Centro Empresarial da Granja Junqueira; 2625 - 717 Vialonga Tiragem Média: 30.000 Exemplares Depósito Legal: N.º 159585/00

t Pág. 04 - 07

t Pág. 32 - 33

NOTÍCIAS BREVES

PESADOS: SCANIA STREAMLINE R450

t Pág. 08

t Pág. 34 - 35

ACTUALIDADE: KOGEL

ANTEVISÃO: MB CAMIÃO FUTURISTA

t Pág. 10 - 11

t Pág. 36 - 37

COMERCIAIS: OPEL VIVARO t Pág. 12

CONSULTÓRIO DE SEGURANÇA POR ANTÓNIO MACEDO

COMERCIAIS: PEUGEOT BOXER COMBI t Pág. 13

t Pág. 38 - 40 ACTUALIDADE,

COMERCIAIS: IVECO VISION t Pág. 14 - 16

POR JOÃO CERQUEIRA t Pág. 42 - 43

REPORTAGEM: FÁBRICA RENAULT CACIA t Pág. 18 - 20

REPORTAGEM: ACT LANÇA CAMPANHA t Pág. 44 - 45

LEGISLAÇÃO: NOVA LEI ALEMÃ t Pág. 22 - 24

AUTOCARROS: DOURO ACIMA COM MAN t Pág. 46 - 47

PESADOS: MODELO T, O MAIS VENDIDO t Pág. 26 -27

NOVIDADE: ZF APRESENTA TRAXON t Pág. 48

DESTAQUE: VOLVO FL 4X4 t Pág. 28

PENUMÁTICOS: CONTINENTAL t Pág. 49

PNEUMÁTICOS: GOODYEAR t Pág. 30 - 31

COMPETIÇÃO: AFRICA ECO RACE t Pág. 50

REPORTAGEM: GRUPO LS APOSTA NA MAN

MULTIMÉDIA: EUROTRANSPORTE TV

www.facebook.com/eurotransporteTV REVISTA

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NOTÍCIASBREVESNOTÍCIASBREVES TOYOTA RECEBE DISTINÇÕES Três equipamentos da Toyota mereceram o reconhecimento do exigente júri de peritos do iF Design Award: Porta-paletes eléctrico (Levio P), empilhador eléctrico (Traigo 80), empilhador de combustão interna (Tonero). Os empilhadores premiados resultam da abordagem global da Toyota em termos de design, tendo sido concebidos em dife-

rentes partes do mundo. O porta-paletes eléctrico BT Levio série P e o empilhador eléctrico Traigo 80, saíram ambos do Centro Europeu de Design da Toyota. E o vencedor do terceiro prémio, o empilhador de combustão interna Toyota Tonero de 3.5 a 8.0 toneladas foi desenvolvido no Japão.

CITROËN APRESENTA O BERLINGO MOUNTAIN VIBE A Citroën escolheu o Salão de Genebra (5 a 15 de Março), para revelar o novo Berlingo, desvendado sob os traços de um concept car, designado Citroën Berlingo Mountain Vibe Concept. Surge com reforços de carroçaria e acessórios para a descoberta da natureza, sendo uma opção interessante para os amantes do desporto ao ar livre e da aventura. O estilo exterior é complementado por reforços das cavas das rodas e das embaladeiras. Os seus pneus estão equipados com correntes para neve em cor-de-rosa e as barras no tejadilho revestidas por uma mousse Pink e encontra-se equipado com a função Grip Control. No interior, os bancos da frente e os três assentos independentes na 2.ª fila estão revestidos com um tecido técnico Liberia com inserções cinza chiné e ornado com costuras Pink.

GAMOBAR DUPLICA VENDAS DE COMERCIAIS O concessionário Gamobar, registou em 2014, um aumento de 57% nas vendas do segmento de veículos comerciais. O mês de Janeiro permitiu alcançar um crescimento (33%), comparativamente ao período homólogo. A Gamobar alcançou ainda uma subida geral de 36% nas vendas e uma evolução superior a 34% nas viaturas ligeiras. O concessionário comemorou 50 anos de ligação à Peugeot em 2014

e adoptou o lema promover os produtos Made in Portugal. Neste âmbito assumiu destaque o Peugeot Partner, produzido na Fabrica da PSA de Mangualde. A estratégia de divulgação do melhor da produção nacional, permitiu à “nossa rede de contactos criar um impacto tremendo no relacionamento com as empresas”, destacou Paulo Cunha, director-geral da Gamobar.

GOODYEAR FORNECE PNEUS À HOYER da Goodyear, com 2000 prestadores de serviço estrategicamente localizados em 28 países europeus, prestará assistência à HOYER. A Goodyear vai disponibilizar todos os produtos da FleetFirst, incluindo os mais inovadores, e recauchutagem. A assistência em estrada é gerida através do ServiceLine24h, programa de assistência internacional 24 horas da Goodyear Dunlop.

A Goodyear foi seleccionada pela HOYER, empresa logística internacional, como principal fornecedor de pneus para a maioria da sua frota na Europa. O programa de gestão de pneus da Goodyear FleetFirst para os 4000 pesados e reboques da HOYER inclui o fornecimento de pneus novos e recauchutados, assistência em estrada e o programa de gestão de pneus online FleetOnlineSolutions. A rede TruckForce

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NOTÍCIASBREVESNOTÍCIASBREVES KÖGEL PRESENTE NA PENÍNSULA IBÉRICA Para dar resposta ao aumento da procura de semi-reboques da marca Kögel em Portugal e Espanha, a Kögel criou uma nova Direcção, liderada por Hector Rodriguez. Esta nomeação visa garantir aos clientes da Kögel em Portugal e Espanha um serviço com maior rapidez e melhor qualidade. As solicitações para fins de análise ou necessidades específicas, bem como, aconselhamento de linha de produtos Kögel destina-

dos aos sectores de transportes e construção civil serão conduzidas pelo novo director Hector Rodriguez. Será também responsável pelas grandes contas de clientes do mercado Ibérico, respondendo directamente perante o administrador geral da empresa. "Ao nomearmos Hector Rodriguez como director para Espanha/Portugal, reagimos às mutações que se verificam a nível do mercado naquela região", afirma Thomas Heckel, administrador geral da Kögel."

NOVO CATÁLOGO DE BATERIAS EUROPART A Europart ampliou os catálogos de produtos que passam a incorporar as baterias da própria marca juntamente com outras como a Varta, Optima e Exide. A Europart apresenta ainda uma vasta gama de equipamento de teste para baterias, carregadores, start boosters, entre outros. Os catálogos também incluem algumas informações e dicas técnicas para optimizar a bateria e melhorar a manutenção. A Battey Plus disponibilizada pela Europart é a mais adequada aos veículos pesados, sendo a escolha acertada para as difíceis condições climatéricas que se fazem sentir no inverno. Possui uma tecnologia cálcio/cálcio que lhe permite um arranque potente mesmo com baixas temperaturas, reduzida taxa de descargas e elevada resistência à corrosão.

PAPA FRANCISCO UTILIZA ISUZU D-MAX NAS FILIPINAS Durante a visita do Papa Francisco às Filipinas, foi celebrada uma missa em Manila, à qual assistiram seis milhões de pessoas, considerada pela Igreja, como a maior homilia realizada na história. Para as deslocações do Papa, o arcebispo filipino Luís António Tagle, elegeu a Isuzu D-Max como Papamobile, para proporcionar ao líder da Igreja Católica uma viagem com a máxima segurança e conforto.

A Isuzu D-Max Cabine Dupla, foi adaptada pela empresa filipina Gencars, de modo a corresponder ao extenso caderno de encargos definido pelo Vaticano e por forma a que o Santo Padre, pudesse saudar as pessoas. “É com enorme satisfação e honra que a Isuzu encara esta escolha da Igreja Católica na Isuzu D-MAX, para transportar o Papa Francisco”.

SCHMITZ CARGOBULL RECEBE GRANDE ENCOMENDA menda, e a confiança que depositam em nós, deixa-nos orgulhosos. Demonstra a todos os colaboradores da Schmitz que o nosso esforço para encontrar soluções para o transporte eficiente no sector dos veículos comerciais está a dar frutos, e que os nossos clientes estão a valorizar”, salientou Schöpker (Membro do Conselho da Schmitz Cargobull).

No dia 26 de Janeiro decorreu a entrega do primeiro semi-reboque de cortinas da Schmitz Cargobull, que faz parte de uma encomenda efectuada pela empresa DSV Road Holding da Dinamarca que abrange três mil unidades. A restante encomenda ficará concluída no prazo de dois anos, da qual fazem parte modelos Mega e Universal. “Esta enco-

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NOTÍCIASBREVESNOTÍCIASBREVES SCANIA COM CRESCIMENTO DE 66% EM 2014 A Scania encerrou o ano de 2014 com um incremento nas matriculas de mais de 66% relativamente a 2013, no mercado de camiões pesados de mais de 16 toneladas. Matriculou 425 unidades, tendo atingido uma quota de mercado de 16,7%. Este dado posiciona a Scania como a marca que registou um maior crescimento com respeito ao exercício de 2013, com um aumento da sua quota de mercado de 4,1 pontos.

“Os altos níveis de qualidade e inovação oferecidos pela Scania, a terceira geração de motores Euro 6, juntamente com os baixos índices de consumo de combustível que estão a bater vários recordes, são alguns dos factores que contribuíram para que Scania tenha conseguido estes bons resultados em 2014. Neste sentido, estamos optimistas relativamente ao ano de 2015”, afirma Daniel González, responsável de Marketing e Comunicação da Scania.

EMPILHADORES RETRÁCTEIS LINDE Os novos modelos de empilhadores retrácteis R14G-R20G para aplicações de interior e exterior da Linde já estão disponíveis na categoria de capacidade de carga de 1,4 a 2 toneladas. Equipados com rodas maciças super-elásticas (SE) de maior dimensão e com uma maior distância ao solo que as versões standard, podem superar superfícies irregulares ou molhadas. São adequados para carga e descarga de camiões, assim como

para a sua utilização em rampas, estantes elevadas ou no exterior. Os novos empilhadores retrácteis R14G-R20G da Linde dispõem de rodas de carga com diâmetros de até 458 mm, rodas maciças super-elásticas e uma distância inferior ao solo de 168 mm. Possuem um chassis mais amplo entre 1.398 e 1.458 mm, assim como uma maior largura entre braços de carga e uns braços de suporte mais largos.

TRANSPORTES S. LUIS ADQUIRE CAMIÕES RENAULT dade adaptado e sistema de advertência de colisão frontal Para garantir o conforto dos motoristas, os veículos são equipados com volante ultimate pele com comandos integrados, rádio CD/ MP3, Bluetooth + USB, coluna da direcção 3 regulações, beliche superior desempenho, banco condutor conforto, banco passageiro pneumático, frigorifico e cortinas envolventes de cabine com isolante.

Em 2014, os Transportes S. Luis, iniciaram a renovação da sua frota para veículos Euro 6, tendo adquirido 11 veículos da marca Renault Trucks, sete com motor de 11 litros do modelo T 460 4X2 E6 e quatro com motor de 13 litros do modelo T 480 4X2 E6. A segurança é uma das prioridades da empresa e os veículos adquiridos dispõem de retardador hidráulico Voith, estabilizador traseiro, regulador de veloci-

MERCEDES REFORÇA LIDERANÇA NOS AUTOCARROS A Mercedes-Benz é a marca com mais matrículas registadas no mercado nacional, pelo quinto ano consecutivo. Para além da liderança nacional, assumiu igualmente o topo das vendas de Chassis com o novo OC 500 RF Euro VI e também o lugar cimeiro nas matrículas de autocarros originais com as vendas Tourism. No segmento acima das 8 toneladas, ou seja, excluindo o segmento dos mini-autocarros, a liderança da marca da estrela foi ainda mais notória ao registar 1 em cada 2 autocarros matriculados em 2014 (53,5%). Uma parte significativa das matrículas da marca incidiu nos chassis OC 500 LE e RF. No entanto, o modelo Tourismo, liderou mais uma vez nos construtores de autocarros originais. A participação Mercedes-Benz nos segmentos Turismo e Interurbanos cresce 5,1% garantindo 49,2% do mercado.

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ACTUALIDADE

BRUXELAS RECEPTIVA A SEMI-REBOQUES PROLONGADOS Os representantes da Comissão europeia e os membros do Parlamento Europeu acolheram com interesse o conceito de semi-reboques prolongados.

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transportador Siegfried Serrahn e Volker Seitz, director de desenvolvimento de negócios da Kögel, reuniram com diversos deputados do Parlamento Europeu e com representantes da Comissão dos transportes, para explicarem as vantagens dos semi-reboques prolongados, aos quais acrescem 1,3 metros de comprimento (comprimento total de 17,80 m) em comparação com os camiões longos (comprimento total de 25,25 m), tendo apresentado uma maquete à escala. Todos os interlocutores manifestaram interesse pela solução do acréscimo moderado, que garante um conceito inovador para o transporte de mercadorias. Serrahn e Seitz apresentaram as vantagens inerentes aos semi-reboques com prolongamento de 1,3 m (total

de 17,80m) possuem menos sete metros de comprimento do que os camiões longos e oferecem uma capacidade de carga de até mais sete toneladas. Com apenas 10m3 de volume suplementar, em comparação com os semireboques standards, os prolongados tornam-se mais rentáveis e ecológicos. Se for efectuada uma carga de dois pisos, é possível transportar até oito paletes adicionais. Esta situação permite reduzir consideravelmente o tráfego rodoviário e uma redução do consumo de combustível por palete transportada. A universidade RWTH de Aix-la-Chapelle confirmou que as emissões de CO2 são 10% menores que um semi-reboque convencional. Não são necessários investimentos em termos de infra-estruturas, e é possível utilizar sem

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qualquer problema os parques de estacionamento e as zonas com saídas de emergência, já existentes. Gesine Meißner do grupo parlamentar, Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, membro do comité dos transportes, manifestou o seu apoio a este conceito. Volker Seitz fez um balanço destes encontros, salientando que “nas discussões, com os representantes da Comissão europeia e com os membros do Parlamento Europeu, estes caracterizaram a hipótese dos semi-reboques prolongados como um excelente compromisso para a futura inovação no transporte rodoviário de mercadorias, na medida em que preenche as condições necessárias: durabilidade, intermodalidade, redução das emissões de C02 e a aceitação pública”. n APO

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APRESENTAÇÃO

OPEL VIVARO ESCRITÓRIO AMBULANTE

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Opel vai passar a disponibilizar uma nova estrutura dedicada aos veículos comerciais ligeiros. Pretende apostar em novos clientes e reforçar o mercado de frotas. A quota de mercado na marca alemã tem vindo a crescer a nível europeu, e o objectivo estratégico consiste em aumentar as vendas em 80 por cento até 2022. Depois de terem sido produzidas 600 mil unidades, desde que surgiu a primeira geração em 2001, o Vivaro conquistou um lugar no mercado dos comerciais ligeiros. A comercialização em Portugal do novo Vivaro teve início em Novembro de 2014, com um range de preços entre os 25.090 euros e os 32.030 euros. A gama de motorizações é constituída pelo propulsor 1.6 CDTI, com dois níveis de potência 90 cv e 115 cv, e pelo inovador motor 1.6 BiTurbo CTDI com dois turbocompressores de

O Vivaro representa o arranque de uma nova era em termos de comerciais ligeiros que serão parte importante do plano de crescimento da Opel que aposta numa tecnologia avançada, design renovado e motores eficientes. funcionamento sequencial, que debita 120 cv. O consumo de combustível deste último situa-se, segundo a Opel, nos 5,7l/100 km e emissões de CO2 de 149g/km. As versões ecoFlex de 90 cv e 120 cv encontram-se equipadas com sistemas Start/Stop proporcionando uma redução do consumo de combustível e recuperação da energia nas travagens. O Opel Vivaro é comercializado nas versões de chassis curto e longo com tecto normal, nos derivativos furgão

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de mercadorias, cabina dupla de seis lugares, e ainda na configuração combi de seis lugares e de nove lugares. À medidA dAs necessidAdes O Vivaro está disponível com dois comprimentos L1 (4998 mm) e L2 (5398 mm), duas alturas H1 (1971 mm) e H2 (2465 mm), e com pesos brutos de 2,7 e 2,9 toneladas. Apresenta mais 10 cm que a geração precedente, dando lugar à possibilidade de transportar três europaletes lado a lado. O volume total de carga nas variantes de furgão

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APRESENTAÇÃO foi também ampliado, podendo chegar de 5,2 m3 a 8,6 m3, uma carga útil até 1,2 t, uma altura de carga até 1200 mm e um comprimento de 2537 mm na versão mais curta, ou 2937 mm na versão mais longa. A nova antepara Flexcargo (opcional) permite aproveitar o espaço total do veículo e transportar objectos com um comprimento de até 4,15 m, como tubos ou tábuas, no interior do furgão. Apesar de ser um veículo de trabalho o Vivaro consegue apresentar um visual moderno e robusto, onde é visível a assinatura e design da Opel aplicado aos comerciais ligeiros. Este veículo é um local de trabalho na verdadeira acepção da palavra, permite desempenhar diversas funções de escritório. O condutor pode colocar

um computador portátil à sua direita e efectuar trabalho administrativo ou marcar a próxima reunião com um cliente por correio electrónico. O banco dianteiro central pode ser facilmente convertido numa mesa de apoio com espaço para um computador. Oferece nove compartimentos de arrumação abertos e fechados no painel de instrumentos, suportes para bebidas e ainda espaço sob o assento convertível em escrivaninha. O Vivaro disponibiliza, a título opcional, um sistema de informação e entretenimento IntelliLink da Opel, com ecrã táctil a cores de sete polegadas, telefone mãos-livres Bluetooth, função de audio streaming e avançadas funções de navegação com mapas simples de actualizar.

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No mercado português o Opel Vivaro oferece o seguinte equipamento de série: Sistema de travagem ABS, sistema de controlo electrónico de estabilidade ESP, controlo electrónico de tracção, airbag para o condutor, apoio de braço no banco do condutor, programador de velocidade (de série na variante Combi), fecho centralizado de todas as portas, vidros com comando eléctrico, espelhos retrovisores exteriores com aquecimento e comando eléctrico, espelho grande angular na pala do lado do passageiro (para que o condutor possa ver o ângulo morto à direita), tomada de 12 V no compartimento de carga, rádio com entrada USB e sistema de telefone com mãos livres Bluetooth.n

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Ana Paula Oliveira


COMERCIAIS

PEUGEOT BOXER COMBI OFERTA ALARGADA O construtor francês disponibiliza o modelo de nove passageiros com motores eficientes e equipamentos tecnológicos para complementar a oferta da gama Boxer.

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novo Peugeot Boxer disponibiliza uma gama polivalente destinada a corresponder aos diversos desafios profissionais. Para tal oferece uma condução simplificada e equipamentos concebidos para utilização prática e funcional. Para assegurar uma elevada qualidade em todas as situações operacionais, o novo Peugeot Boxer foi submetido a 4.000.000 de quilómetros de circulação em situações diversas, nomeadamente, em terrenos com pisos degradados, para testar as capacidades do motor. Foram ainda realizados 500 000 ciclos de teste dos sistemas de fecho das portas para garantir a sua durabilidade. Esteve sujeito a 1 500 horas de passagem por câmaras climáticas e a testes

anti corrosão em água salgada. O novo Boxer apresenta um aspecto exterior moderno, sem descurar a robustez, necessária a um veículo deste segmento. Destaque para o generoso pára-choques que lhe confere protecção, integrando na parte inferior os faróis de nevoeiro. O capot apresenta linhas marcantes e fluídas onde sobressai a grelha frontal. As ópticas dianteiras equipadas com luzes diurnas de lâmpadas ou de LED, de vidro liso e em posição elevada conferem uma estética atractiva à dianteira. A traseira também adoptou um visual renovado, graças às luzes enriquecidas com uma nova assinatura luminosa. O novo Peugeot Boxer Combi está disponível numa única silhueta, com dimensões de 4,96 metros de comprimento, 2,25 de altura e 2,05 de largura.

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Em termos de transporte de mercadorias, atinge um máximo de 4,5 m3 de capacidade de carga na sua configuração de seis lugares e 2,0 m3 na configuração nove lugares. Em termos de motores, o novo Boxer Combi apresenta dois blocos HDi 2.2 110 cv e 2.2 HDi 130 cv. Pode transportar uma carga útil superior a 800 kg. Fazem parte do equipamento de série o volante ajustável em altura, o banco do condutor com ajuste longitudinal, lombar, em altura e inclinação, regulação dos faróis, luzes diurnas, controle de estabilidade, ABS, ASR (antipatinagem), Hill Assist (ajuda ao arranque em inclinação), sensor de pressão dos pneus e airbag frontal duplo para o passageiro. O novo Boxer Combi está disponível a partir dos 37.650 euros.n APO

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COMERCIAIS

IVECO VISION ANTEVISÃO DO FUTURO O conceito estético dos comerciais ligeiros tem sofrido modificações e a prova disso mesmo é o Iveco Vision Concept que pretende ser uma nova interpretação destes veículos, que reúne diversas soluções e tecnologias inovadoras.

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construtor italiano apresentou o inovador conceito Vision, na última edição do Salão de Hannover 2014 (Alemanha). O novo Iveco Vision Concept encontra-se equipado com um sistema de dupla energia, que permite utilizar dois tipos diferentes de tracção, sendo um totalmente eléctrico, com emissões zero e baixos níveis de ruído – destinado ao circuito urbano - e outro híbrido, indicado para viagens longas, com consumo e emissões de CO2 reduzidos até 25 por cento. Diminui o consumo de combustível e contribui para melhorar a qualidade do ar e da contaminação acústica das cidades. A tracção é seleccionada automaticamente de acordo com a aplicação actual do comercial ligeiro, aperfei-

çoando ainda mais a sua eficiência energética. Dispõe de uma ampla superfície envidraçada, de modo a proporcionar máxima visibilidade ao condutor, sendo de salientar a câmara traseira que projecta as imagens num ecrã panorâmico posicionado no topo do pára-brisas. O projecto Iveco Vision concept está focado no desenvolvimento de três áreas: a começar por uma nova adaptação entre homem e máquina; um sistema de gestão automática da carga transportada, através de um tablet que comunica com a electrónica a bordo; ampla visibilidade permitindo ver através dos pilares dianteiros que evitam o incómodo ângulo morto. No que se refere ao sistema de gestão da carga, este dispõe de diversos sensores que identificam os produtos e o

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seu correcto posicionamento no interior do veículo, além de activar os dispositivos de contenção de carga no compartimento. Deste modo, as mercadorias ficam protegidas de danos, melhora a gestão do espaço e torna as cargas e descargas mais rápidas. O Vision é um laboratório para o estudo e desenvolvimento de novas tecnologias, permitindo antecipar o futuro do transporte e a evolução dos veículos Iveco.n APO

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REPORTAGEM

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produção da Renault Cacia ultrapassa, anualmente, as 500 mil caixas de velocidades, que são o produto-estrela, representando uma quota de 20% do grupo Renault a nível internacional. Inaugurada em Setembro de 1981, encontra-se sediada num complexo industrial de 340.000 m² de área total, dos quais 70.000 m² de área coberta, a Renault Cacia é a segunda maior unidade industrial de construtores automóveis em Portugal (em número de colaboradores) e a segunda maior unidade do distrito de Aveiro, empregando mais de 1.000 colaboradores. Entre 2009 e 2014 recebeu um investimento total de 67 milhões de euros (dos quais 58 milhões nos últimos quatro anos), sendo a 12.ª maior exportadora de Portugal.

O Grupo Renault possui um total de 37 fábricas a nível mundial, 17 das quais, localizadas em solo europeu. O maior desafio consiste em rentabilizálas e torná-las competitivas, apesar de Portugal apresentar custos energéticos mais elevados que outras congéneres, continua a ser favorecido por aspectos como a competência dos trabalhadores, os custos salariais reduzidos e as ajudas ao investimento. A fábrica exporta cem por cento do que produz, tendo como destino quatro continentes e catorze países (África do Sul, Brasil, Chile, Espanha, França, GrãBretanha, Índia, Indonésia, Irão, Marrocos, Roménia, Rússia, Tailândia e Turquia). As exportações da Renault Cacia destinam-se a outras unidades industriais do Grupo Renault, da Aliança Renault-Nissan

FÁBRICA RENAULT CACIA SUCESSO EM TEMPOS DE CRISE A fábrica Renault Cacia (Aveiro) começou a laborar em 1981, dedica-se essencialmente à produção de motores e caixa de velocidades, tendo registado um volume de negócios de 262 milhões de euros em 2014.

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REPORTAGEM

e a outros parceiros da Aliança. A crise económica mundial não impediu o progresso e o crescimento da Renault Cacia que nunca deixou de criar emprego, fazer importantes investimentos e aumentar a produção. Em 2015 está previsto um investimento de mais de 10 milhões de euros destinados ao início da fabricação de novos componentes. Ao longo de três décadas de história

foram efectuados avultados investimentos em prol do desenvolvimento tecnológico e formação dos colaboradores confirmam que a Renault Cacia é uma unidade produtiva e competitiva. QuAlidAde recOnhecidA A importância e posicionamento da Renault Cacia é visível pelo facto de cada um dos 2.6 milhões (2013) de au-

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tomóveis que o Grupo Renault (Dacia incluída) vende, possuir pelo menos um componente oriundo da fábrica de Aveiro. De salientar que um em cada cinco veículos, encontra-se equipado com caixa de velocidades produzida em terras lusas. Desta fábrica sai a caixa JR, associada ao motor 1.5 dCi, que equipa modelos como o Clio, Captur, Mégane, Scénic, Laguna e Kangoo e ainda os Dacia Sandero, Sandero Stepway, Logan, Lodgy e Duster. Produz ainda a caixa ND relacionada com ao motor 2.0 a gasolina que surge no Renault Mégane R.S. Dedica-se ainda à produção de bombas de água, bombas de óleo (sendo o maior fornecedor do Grupo Renault), árvores de equilibragem e outros componentes. A caixa ND da fábrica de Cacia ocupa o 1º lugar do ranking, a nível de qualidade de fabricação, entre todas as fábricas de mecânica do Grupo. Enquanto a caixa JR é a segunda melhor. Outro factor em destaque reside nos níveis de produtividade desta unidade, onde cerca de 20 por cento dos colaboradores possui frequência universitária, a média da taxa de absentismo é de apenas dois por cento e, no último ano, foram realizadas cer-

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ca de 40 mil horas de formação. A segurança e as condições de trabalho contribuem para que a Renault Cacia tenha um estatuto de referência no Grupo Renault. A prioridade consiste em atingir o objectivo zero acidentes, que se traduz na certificação “Risco Altamente Protegido”.

Segundo a Renault este foi o melhor resultado do grupo nos últimos dez anos. O Clio foi mais uma vez o modelo mais vendido no nosso país, tendo sido co-

mercializadas mais de 7 mil unidades. No ano de 2015 a marca vai apresentar os novos Renault Espace e Dacia Lodgy Stepway que certamente vão contribuir

resultAdOs 2014 No ano transacto a Renault foi líder de mercado, em Portugal, pelo 17.º ano consecutivo. A Renault comercializou no total mais de 21 mil veículos e a Dacia ultrapassou os 3 mil, o que representa uma quota de mercado na ordem dos 15%. No segmento dos veículos comerciais alcançou o segundo melhor resultado de sempre no mercado nacional e uma quota de mercado de 22,2% (Renault+Dacia). para a consolidação das vendas do construtor francês. Os objectivos para o ano em curso passam por conseguir a liderança no mercado nacional pelo 18.º consecutivo e assegurar uma quota de mercado do Grupo em torno dos 15%. Para o ano de 2015 será reforçada a aposta na mobilidade eléctrica com intuito de liderar este segmento. O administrador delegado da Renault Portugal, Xavier Martinet, salientou que “a imagem de marca da Renault é também a rede de assistência técnica. Adquirir um Renault é comprar o melhor pacote do mercado em termos de qualidade e de assistência”.n Ana Paula Oliveira

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LEGISLACÃO

ESTRANGEIROS AFECTADOS PELA LEI ALEMÃ DE SALÁRIO MÍNIMO O governo alemão impôs uma nova lei, que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2015, que institui um salário mínimo nacional de 8,50 euros por hora. Para além dos que residem em território alemão, esta lei abrange trabalhadores que façam serviços de transporte internacional.

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Alemanha instituiu a lei do salário mínimo nacional obrigatório que, entre outros aspectos, obriga a que motoristas, de autocarros ou camiões, que façam serviços em território alemão sejam pagos a 8,50 euros por hora. Independentemente de as empresas estarem ou não sediadas em território alemão, esta lei é aplicável a quem faz operações de carga/descarga e cabotagem. Inicialmente a lei era também aplicável a quem faz transporte com travessia pelo território alemão, mas o governo da Alemanha recuou, suspendendo a aplicação do salário mínimo a este tipo específico de operações. A nova lei alemã vem ainda aumentar as burocracias para as transportadoras estrangeiras, uma vez que passa a ser obrigatória a comunicação, às autoridades alemãs, das operações que vão

ser efectuadas em território alemão. As transportadoras terão de enviar, antes do início da operação, uma notificação onde deverá constar o sobrenome, primeiro nome e data de nascimento do motorista; data do início e duração es-

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timada da operação de transporte em território alemão e a morada completa relativa ao local onde os documentos relativos às empresas se encontram guardados. Para este efeito as autoridades alemãs criaram um formulário

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LEGISLAÇÃO Gustavo Paulo Duarte (Presidente da Antram)

que pode ser descarregado online, disponível apenas em alemão. Nessa notificação podem constar todas as operações de transporte em território alemão previstas até seis meses. O empregador deve ainda garantir que o início, fim e duração das horas realizadas pelos seus motoristas em território alemão são registadas num prazo de sete dias após a conclusão da operação de transporte. Este registo deverá

ser mantido por um período de dois anos, de forma a poder ser consultado sempre que solicitado pelas autoridades alemãs. lei cAusA cOntestAçãO A lei alemã do salário mínimo levou muitas associações de transportadoras de vários países da Europa a contestar a sua legalidade. Foi também nesse sentido que, a 21 de Janeiro, a Comissão

Europeia abriu um processo para determinar se a Alemanha violou o direito da União Europeia, estando em causa se a lei do salário mínimo é compatível com as leis da CEE. Com a criação do Espaço Económico Europeu, que foi estabelecido a 1 de Janeiro de 1994, criou-se uma série de acordos entre os 28 estados-membros da União Europeia e três dos quatro estados-membros da Associação Europeia de Livre Comércio (Islândia, Liechtenstein e Noruega). A partir de então ficaram asseguradas as quatro liberdades fundamentais da Comunidade Europeia: a livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e transportes. A Revista Eurotransporte falou com Gustavo Paulo Duarte, Presidente da ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias), que afirmou que a Alemanha adoptou esta lei para "tentar controlar o mercado e o dumping. A questão é que se estamos envolvidos na Comunidade Europeia onde temos livre circulação de bens e pessoas, não faz qualquer sentido a Alemanha tentar regular seja o que for. Os países não são os mesmos. As condições não são as mesmas. Dificilmente haverá algum enqua-


LEGISLAÇÃO

dramento legal para que a Alemanha o faça." A ANTRAM esteve a estudar a nova lei alemã e analisou-a segundo a Directiva 96/71/CE relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços. Segundo a ANTRAM, as obrigações da lei alemã do salário mínimo são aplicáveis em situações de destacamento de trabalhadores mas a associação portuguesa considera que os motoristas que fazem transporte internacional não podem ser classificados de trabalhadores destacados. Para justificar esta posição, a ANTRAM, numa notícia publicada no site a 31 de Dezembro, intitulada "Esclarecimento - Salário Mínimo Alemão", explica que "não se poder concluir que o trabalhador vai ficar afecto a prestar trabalho num outro país, uma vez que presta trabalho de forma contínua no seu país de origem e em muitos outros países terceiros." Neste sentido, a ANTRAM, o Conselho Português de Carregadores, a Associação Industrial Portuguesa, a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas, a Associação Portuguesa de Logística, a Associação Portuguesa de

Operadores Logísticos, a Associação dos Transitários de Portugal e a Confederación Española de Transporte de Mercancías juntaram-se para assinar um manifesto contra este género de medidas, que consideram proteccionistas. Para além de contestar a nova lei alemã do salário mínimo, este manifesto insurge-se também contra a lei aplicada em França e na Bélgica sobre a proibição dos motoristas de transporte internacional efectuarem o seu descanso semanal (45h) a bordo dos veículos. Gustavo Paulo Duarte afirmou que, da parte da ANTRAM, "temos falado constantemente com o governo, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, com o AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), com a embaixada alemã. Falámos com todos os que podemos para exercer pressão política sobre o Ministério dos Transportes alemão, para ver se recuam de vez com esta medida anti Europa." No entanto, caso não haja um recuo por parte do governo alemão, o Presidente da ANTRAM considera que em Portugal esta lei vai conduzir a um "au-

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mento de custos, porque estes processos administrativos são trabalhosos, morosos, e terão com certeza o seu custo administrativo. Fora isso, vamos ter alguma dificuldade em justificar, segundo a lei do trabalho portuguesa e do nosso contracto colectivo de trabalho, como é que numa semana pago um valor diferente do das outras semanas. A nossa lei não o permite." Gustavo Paulo Duarte acrescenta ainda que "estamos geograficamente deslocados do centro da Europa. Já nos é difícil chegar lá com os custos actuais. Se tivermos um incremento de custos nas mercadorias na Alemanha o mais certo é as empresas não terem capacidade para transportar tanto para como da Alemanha. O mais certo é ficarmos sem este mercado." Apesar de contestar a lei alemã do salário mínimo obrigatório, a ANTRAM aconselha as transportadoras portuguesas a seguir os procedimentos instituídos antes de iniciarem qualquer operação de transporte em território alemão, disponibilizando no site o link para descarregar o formulário que é necessário enviar para as autoridades alemãs.n

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PESADOS

MODELO T É O MAIS VENDIDO DA RENAULT TRUCKS EM PORTUGAL O novo T da Renault Trucks, apresentado em Junho de 2013, é já um caso de sucesso no mercado nacional, sendo transversal às grandes e pequenas empresas, quer pela qualidade inerente do veículo ao nível da construção quer pelas condições de venda que a marca oferece.

O

ano passado foi um ano em que muitas transportadoras nacionais decidiram renovar ou aumentar frotas e, para muitas delas, a escolha recaiu sobre o modelo T da Renault Trucks, já equipado com os novos motores Euro 6. Prova de que o modelo de longa distância do fabricante francês desperta interesse em todo o tipo de empresas está a aquisição de veículos por parte da Transmadelayne Transportes e da Pinho, Moreira & Lago Transportes (PML), ambas do sector do transporte internacional. A primeira é uma empresa familiar, sediada em Paredes, com uma frota de três veículos, enquanto a PML (Vila do

Conde) conta com 65 veículos na sua frota. Independentemente da dimensão das empresas, ambas têm já uma longa relação com a Renault Trucks. A Transmadelayne, que está no mercado desde 2001, tem três camiões Renault Trucks, tendo adquirido recentemente um modelo T. Como afirma Joaquim Moreira, sócio-gerente da empresa, está "com a Renault Trucks desde o início. Os camiões são para uso particular, para mim ou para os meus filhos, e primamos pela segurança e pela comodidade. Foi por isso que optei pela Renault." Já a PML Transportes existe desde 1992 e, da frota de 65 veículos, 39 são Renault Trucks. No final do ano passado a trans-

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portadora adquiriu três modelos T, mas da frota faziam já parte dois veículos da gama de longa distância da Renault Trucks, já equipados com motor Euro 6. Na primeira aquisição a PML Transportes apostou nos motores de 11 litros e 460 cv, enquanto os três camiões adquiridos mais recentemente apresentam um motor de 13 litros e 480 cv. Quanto às razões para a aquisição destes veículos, Fernando Moreira, sócio-gerente da PML Transportes, explica que "o mais importante é o consumo. E o camião também tem de ser fiável. A nossa política é ao fim de cinco, seis anos tirar o camião do transporte internacional para o nacional."

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PESADOS

Quanto à Transmadelayne Transportes, a aposta foi no modelo de topo de gama da Renault Trucks, com 520 cv, uma vez que, devido ao tipo de trans-

portes que efectua, é necessária muita potência. "Precisamos de carros potentes porque é muito importante o tempo e o peso que o camião transporta. São

sempre cargas brutas, geralmente granito ou madeira", explica Joaquim Moreira. Para o sócio-gerente da Transmadelayne Transportes o conforto também é algo importante, e é por essa razão que o camião vem equipado com o pacote Comfort Live High Sleeper, onde se encontram opções como beliche interior de 800 milímetros, iluminação interior básica, de condução nocturna e iluminação indirecta ou frigorífico. O conforto também foi algo que Miriam Moreira, do Departamento de Comunicação e Qualidade da PML Transportes, destacou como sendo algo importante neste sector: "no mercado internacional, devido sobretudo às longas viagens que eles fazem, é claro que necessitamos de camiões robustos, sólidos, que nos transmitam confiança. Destacamos o conforto do motorista no interior da cabine. Eles próprios (motoristas) também referem que é mais confortável de conduzir, que responde aos movimentos que eles exercem durante a condução." Já em relação ao consumo, e de forma a conseguir melhores resultados, os três camiões adquiridos pela PML Transportes vêm equipados com o Pa-


PESADOS cote Fuel Eco, no qual estão integradas importantes opções tecnológicas para obter uma redução no consumo de combustível. Deste pacote fazem parte, entre outras opções, o modo Power Inibido, Eco Cruise Control, paragem automática do motor ou a caixa de velocidade Optidriver com passagem de velocidades Eco Fuel. sistemA Optifleet permite mAiOr rentAbilidAde Um dos serviços que a Renault Trucks apresenta para conseguir um maior controlo do orçamento é o Optifleet, uma solução de gestão de frotas que permite aos transportadores melhorarem a rentabilidade, reduzindo os custos de utilização. Sendo apresentada como uma oferta flexível, o Optifleet é composto por quatro módulos: Map, Check, Drive e Link. O módulo Map permite localizar os veículos em tempo real, analisar o histórico dos percursos dos veículos e optimizar os trajectos, de forma a evitar quilómetros desnecessários. O módulo Check torna possível o acompanhamento à distância dos dados técnicos por veículo e condutor (tais como o consumo de combustível). Com este módulo pode ainda receber alertas em caso de variações importantes do nível de combustível no depósito e conhecer o registo de impacto ambiental. Para o acompanhamento em tempo real dos tempos de condução e de repouso dos condutores existe o módulo Drive, que permite ainda a programação e o descarregamento à distância dos dados de memória do tacógrafo e do cartão de condutor. O último módulo é o Link, que possibilita o envio e a recepção de mensagens dos condutores, de forma grátis e a partir de qualquer ponto na Europa. Com o Link o responsável pode ainda consultar o resumo dos principais dados técnicos do veículo. Todos os veículos Renault Trucks Euro 6 das gamas T (Longa Distância), K e C (Construção), com motores DTI 11 e DTI 13, vêm pré-equipados de série para receber os vários módulos. O Optifleet pode ser activado aquando da venda do veículo ou em pós-venda. Segundo o construtor francês, com a solução de gestão de frotas Optifleet torna-se possível economizar até 5000 euros por ano e por veículo. n Carla Laureano

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2008; 240.000km; Cab. S; Euro 4;Caixa de velocidades manual; 7.49 Ton; Caixa (C/L/A) 4400x 2350x 2500 mm; Plataforma elevatória 1000kg; Ar Condicionado

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DESTAQUE

VOLVO FL 4X4 COM NOVAS FUNÇÕES Concebido inicialmente para as tarefas de distribuição em centros urbanos, surge agora com um modelo de tracção integral 4X4 destinado a aplicações de construção e estaleiro.

O

Volvo FL está disponível numa versão de 12 toneladas com quatro cilindros e encontra-se equipado com um dos motores mais potentes do segmento (D5K com 240 cv) e transmissão I-Sync optimizada, sendo 500 kg mais leve do que um veículo equivalente com 6 cilindros. A nova gama de motores Euro 6 oferece uma curva de binário mais ampla, com débito mais rápido de potência, mesmo a baixas rotações. Estas características permitem uma velocidade média mais elevada, uma condução optimizada e eficiência para circular no tráfego citadino. Os equipamentos de segurança foram reforçados, passando a dispor de ESP (controlo electrónico de estabilidade), um banco do motorista mais

ergonómico com apoio do pescoço, cinto de segurança integrado e novas luzes de funcionamento diurno de LED frontais. Com os motores diesel D5K de 210 ou 240 cv, e D8K com uma potência de 250 ou 280 cv da Volvo, estará sempre melhor preparado para as exigências urbanas. Máxima produtividade e rentabilidade. Sempre, em cada dia de trabalho. O binário máximo do D5K situa-se entre 800 e 900 Nm, tendo o D8K um binário máximo entre 950 e 1.050, o que diminui exponencialmente a necessidade de velocidade. Com a transmissão automática I-Sync de seis velocidades, a condução urbana com paragens e arranques frequentes, torna-se mais tranquila. A caixa de velocidades optimizada contribui

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para melhorar o consumo de combustível e também as emissões de dióxido de carbono. Os custos de manutenção podem diminuir devido ao menor desgaste. O exterior do Volvo FL apresenta um design moderno onde se destaca a imponente grelha frontal preta. As linhas aerodinâmicas completam o visual elegante e robusto. Encontram-se disponíveis três dimensões de cabina: curta, conforto e passageiros. trAcçãO integrAl 4X4 Depois do modelo destinado à distribuição em centros urbanos, o FL está agora disponível numa versão de tracção integral (4x4), que permite circular em pisos escorregadios, íngremes e irregulares. Este camião está vocacionado

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DESTAQUE para utilizações especiais, quer em ambientes urbanos como em condições mais exigentes, como o serviço em pedreiras e estaleiros de construção. À reconhecida versatilidade deste modelo para o tráfego urbano, juntase a versão com tracção às quatro rodas e maior distância ao solo, deste modo, pode ser utilizado tanto em caminhos de gravilha como em estradas de asfalto. Pernilla Sustovic, gestora do segmento de distribuição da Volvo Trucks, relembra o facto de ”muitos dos nossos clientes trabalharem em áreas em que as condições da estrada podem mudar muito rapidamente. O novo FL com tracção integral é tão versátil que pode executar tarefas que de outra forma necessitariam de um outro camião para fazer face às estradas mais difíceis." Graças à sua versatilidade o Volvo FL 4x4 está preparado operar tanto pedreiras ou conduzir até locais de construção em ambiente urbano. Com um peso total até 16 toneladas, disponibiliza elevada capacidade de carga que permite transportar e carregar equipamento como gruas, betoneiras ou guindastes. Pernilla Sustovic explica que “a diferença mais notória entre o novo Volvo FL tradicional e a versão 4x4 é a altura do chassis ao solo, que foi aumentada em cerca de 6 cm na frente e 10 cm na traseira do camião. O chassis mais alto também aumenta o ângulo de ataque em 25 graus, tornando mais fácil para o motorista retirar o camião de valas e de sulcos profundos". O Volvo FL 4X4 disponibiliza uma capacidade das 12 às 16 toneladas. Encontra-se equipado com motores Euro 6, D8K de 250 cv ou 280 cv, e será comercializado em todos os mercados da região EMEA, onde o Euro 6 é obrigatório. Permite optar entre uma caixa manual de seis velocidades e uma caixa automática. Dispõe de tracção integral permanente nas quatro rodas. A caixa de transferência tem uma configuração que permite ter gama alta e baixa (range). A gama alta é utilizada durante a operação normal, e, em condições mais exigentes, a gama baixa pode ser facilmente engrenada pressionando um botão no painel de instrumentos. O veículo pode ser equipado com um ponto de ar extra no chassis para operar outros acessórios ou para o enchimento dos pneus.n Ana Paula Oliveira

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PNEUMÁTICOS

TECNOLOGIA INTELLIMAX DA GOODYEAR PREMIADA A marca foi galardoada pelo desenvolvimento de uma tecnologia inovadora para pneus de veículos pesados com intuito de melhorar o rendimento.

A

tecnologia de canais IntelliMax da Goodyear para pneus de pesados, que visa optimizar a resistência à rodagem e que está disponível para o pneu Fuelmax S, recebeu o Prémio de Inovação 2014 atribuído pela Luxembourg Business Federation (FEDIL). Sendo esta a terceira vez que os pneus de pesados da Goodyear são premiados pela FEDIL nos últimos cinco anos. A tecnologia da Goodyear que permite que o rendimento do pneu se mantenha num nível óptimo ao longo da sua vida útil, foi um dos aspectos que mais impressionou o júri. O prémio reconhece o nível de inovação e a grande capacidade de I+D do Centro de Inovação (GIC*L) da Goodyear em Colmar-Berg (Luxemburgo). A cerimónia de entrega do prémio teve lugar no Luxemburgo e contou

com a presença de Francine Closener, Secretária de Estado da Economia do Luxemburgo. Jean-Marie Feller, director de projectos de tecnologia para pneus de veículos comerciais da Goodyear EMEA, recebeu o prémio em nome da equipa de I+D da Goodyear. “Para nós é uma grande honra receber, novamente, este prémio das mãos do governo do Luxemburgo. Vencer o prémio pela terceira vez é uma prova clara do alto nível de inovação na Goodyear. A tecnologia de canais IntelliMax é inovadora e também responde às necessidades dos clientes na indústria dos transportes e ajuda-os a reduzir os custos operacionais com um baixo consumo de combustível", salienta Henk van Tuyl, director de tecnologia de pneus para veículos comerciais da Goodyear EMEA. O pneu de direcção Fuelmax S conta

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com a tecnologia de canais IntelliMax que optimiza a resistência à rodagem. Uma técnica especial de produção permite que sulcos "ocultos" da banda de rodagem sejam moldados no pneu. Durante a primeira vida do pneu, os sulcos iniciais, três sulcos da banda, estão expostos a um rendimento melhorado com uma resistência minimizada à rodagem. À medida que o desgaste progride até 50%, mais ranhuras são expostas para que na segunda metade da sua vida útil haja seis sulcos visíveis. Em 75% de desgaste aproximadamente, quatro nervos perduram para garantir rendimento de aderência em piso molhado durante a restante vida do pneu. A optimização da geometria do pneu também garante um equilíbrio excelente entre o rendimento de resistência à rodagem, quilometragem e manobra.n APO

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REPORTAGEM

GRUPO LUÍS SIMÕES APOSTA NA MAN O Grupo Luís Simões renovou a sua frota, ainda no ano passado, com 91 veículos MAN: 38 são mega, 45 são normais e oito são gigaliners.

A

frota da Luís Simões foi renovada com 91 veículos MAN, todos do modelo TGS. Os camiões normais e os mega estão equipados com motores Euro 6 de 440 cv, enquanto os dos gigaliners, também Euro 6, são de 480 cv. Esta aquisição está enquadrada no plano de renovação de frota da Luís Simões, uma vez que, como explica Cláudia Trindade, gestora de frota do Grupo Luís Simões, "o ciclo de exploração das nossas viaturas está perfeitamente definido com base nos custos, quer de manutenção, quer de consumo de combustível. Temos planos a três anos de renovação de frota e este ano [2014] foram os 91 veículos que estavam destinados a substituição." Entre os veículos que a transportadora adquiriu à MAN encontram-se alguns

com o tractor rebaixado, de forma a ser possível fazer serviços de transporte que exigem mais volume. "Pelo facto de termos mais volume precisamos de mais altura de carga. Então temos de rebaixar o tractor porque não podemos

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ultrapassar os pesos brutos admissíveis, porque isso é uma questão legal. Estamos a falar de cargas leves de esponja, de colchões, de pneus", explica Cláudia Trindade. Outra das apostas da Luís Simões foi

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REPORTAGEM nos gigaliners, que são veículos de 25,25 metros e que transportam um peso bruto total de 60 toneladas. Carlos Santos, técnico de frota no Grupo Luís Simões, explica que os gigaliners "são constituídos por um conjunto de três veículos: um camião de 26 toneladas, um dolly e um semi-reboque normal de 1,60 metros. Os gigaliners estão ao serviço de um cliente específico de transporte de pasta de papel da fábrica para o porto da Figueira da Foz." Os 91 veículos estão equipados com motores Euro 6 e, para alcançar os valores de emissão exigidos pela norma, a MAN recorre à injecção Common Rail, à recondução dos gases de escape, à redução catalítica selectiva e ao

filtro de partículas diesel. Desta forma, os motores MAN em versão Euro 6 apresentam baixos consumos de combustível e um consumo reduzido de AdBlue. Quanto às cabines, a maioria dos 91 veículos está equipado com o modelo LX, que oferece muito conforto habitacional e generosos espaços de arrumo. O posto de condução é ergonómico, permitindo que o condutor alcance facilmente os diferentes elementos de comando. Importante para o conforto são também os bancos, que podem ser adaptados ao corpo, com opções de ajuste individuais. Equipada com uma cama grande, a cabina apresenta ainda espaços de

arrumo versáteis para bagagens e provisões, como é o caso da caixa térmica amovível. A aquisição dos 91 veículos MAN foi feita através de contracto de manutenção, uma vez que desta forma torna-se possível prever os custos. "Obviamente que os custos são variáveis, mas são sempre dependentes da unidade de produção, neste caso os quilómetros percorridos ou os quilómetros produtivos. Pelo facto de termos custos previsíveis, sabemos quanto é que vai ser o custo de quilómetro e isso também reduz esforço na nossas equipas que fazem a gestão da manutenção. Isto traduz-se também numa redução de custos administrativos", explica Cláudia Trindade. Quanto às razões que levaram o Grupo Luís Simões a optar por veículos MAN, a gestora de frota afirma que foram os que "apresentaram as melhores condições, quer a nível económico, quer a nível técnico. O que nos interessa é o custo de exploração. E nós avançamos com a proposta a nível de produto que nos der um custo de exploração inferior, com o máximo de fiabilidade." luís simões pretende eXpAndir-se Além pirenéus A empresa portuguesa, que está no mercado há 65 anos, aposta principalmente no fluxo ibérico. Segundo Cláudia Trindade, gestora de frota do grupo, a Luís Simões está com 50% de volume de vendas em Espanha. Mas o objectivo "é crescer na Europa e ao nível da intermodalidade. Estou a falar de short sea shipping. Queremos fazer a conexão com outras modalidades de transporte", adianta Cláudia Trindade. Outro dos objectivos do Grupo é apostar "na gestão integrada de fábricas, ou seja, não queremos ficar só pelo transporte mas também pela gestão de stock, gestão de operação, percorrer toda a cadeia de valor do nosso cliente e dar-lhe uma solução integrada, quer de logística quer de transporte", explica a gestora de frotas da Luís Simões. Actualmente a Luís Simões tem uma frota de cerca de 2000 veículos. Desse número, 40% são frota própria, enquanto outros 40% são transportadores permanentes, que trabalham como parceiros exclusivos da Luís Simões. Os restantes 20% são contratação spot.n Carla Laureano Reportagem na Eurotransporte TV eurotransporte.pt - Meo Kanal 383438

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PESADOS

SCANIA STREAMLINE R450 SOLUÇÃO DE POUPANÇA A Scania tem conseguido introduzir diversas inovações tecnológicas nos seus veículos, tendo por objectivo a redução do consumo combustível, mantendo as performances dos camiões.

p

ara concretizar o objectivo de diminuir o consumo de combustível, foi desenvolvida uma segunda geração de motores Euro 6 de seis cilindros em linha de 13 litros que utilizam os sistemas SCR (redução catalítica selectiva) e EGR (recirculação de gases de escape). A Eurotransporte teve oportunidade de viajar a bordo do modelo actualizado Scania Streamline R450, equipado com o motor de 13 litros e 450 cv de potência. Trata-se de uma evolução do bloco menos potente de 410 cv. Possui o sistema de injecção de combustível common rail com o novo sistema XPI de alta pressão que permite optimi-

zar as prestações do motor e contribuir para a diminuição do consumo. No percurso que efectuamos foi possível perceber o nível de desempenho deste camião, graças ao binário de 2.350 Nm disponível desde as 1.000 rpm até às 1.300 rpm, demonstrando potência e eficiência. Encontra-se equipado com uma caixa de velocidades automatizada de 12 velocidades. A introdução do sistema Scania Opticruise, Scania Active Prediction (Antecipação Activa Scania) e o novo modos de desempenho Economia proporcionam poupanças de combustível de 4 a 5%. A Antecipação Activa é um sistema

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de cruise control preditivo que aproveita os dados dos mapas de GPS e topográficos para regular com exactidão a velocidade de cruzeiro. Através do comando Opticruise situado na coluna de direcção, pode ser escolhido o modo de desempenho, em função de cada tipo específico de utilização, podendo ser seleccionado o Normal, Economia, Potência e Todoo-Terreno. Nos camiões com o Scania Opticruise podem ser especificados até três modos de desempenho. Podem ser estabelecidos individualmente diversos parâmetros, mas todas as regulações podem ser alteradas numa oficina Scania, em caso de necessidade.

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PESADOS nO pOupAr é Que está O gAnhO Uma das principais preocupações dos construtores reside em contribuir, para a diminuição dos custos totais de operação das empresas de transporte rodoviário. No final de 2013 a Scania apresentou o Eco-roll, um sistema avançado com potencial para diminuir em até 2% os custos de combustível. Este sistema calcula quando o camião deve utilizar a gravidade para descer declives com a alavanca das mudanças em pontomorto. Uma das inovações deste veículo consiste na inclusão do novo Scania Retarder desacoplável, que foi concebido para se desacoplar quando não for necessário. A resistência da cadeia cinemática pode ser reduzida até 0.7 % quando se mantém um cruzeiro de 1200 rpm e 1.4% se for de 1500 rpm. Deste modo é possível poupar combustível em operações de longo curso. Possui travões de disco ventilados com controlo electrónico, ESP (Programa Electrónico de Estabilidade) e sistema SDS (Scania Driver Support) que funciona em tempo real, dando assistência ao

condutor com sugestões e comentários que visam melhorar o seu estilo de condução e contribuir para poupar combustível. O conforto também desempenha um papel importante para os motoristas e reflecte-se no seu desempenho. O Scania Streamline R450 vinha equipado com a cabina Scania Topline de tecto alto com cama. É a mais ampla da marca sueca e

proporciona um ambiente acolhedor e confortável. Destaque para a qualidade dos acabamentos e para o espaço arrumação que inclui compartimentos por cima do pára-brisas, na zona do painel de instrumentos e sob a cama, onde neste caso, se encontrava um compartimento frigorifico. Está ainda preparada para a instalação de um microondas e de outros equipamentos APO úteis. n


ANTEVISÃO

MERCEDES-BENZ CAMIÃO FUTURISTA Um estudo do construtor alemão revelou que, num espaço de dez anos, os camiões serão capazes de circular sem a necessidade de um motorista no comando, este veículo autónomo recebeu a designação de Future Truck 2025.

A

revelação teve lugar em Hannover (Alemanha), na 65.ª edição do Salão Internacional de Veículos Comerciais (IAA). Com este veículo a marca afirma que irá revolucionar as estradas, tornando o transporte rodoviário de mercadorias, mais eficiente e seguro para todos os utilizadores da estrada, e o consumo de combustível e as emissões de CO2 ficarão ainda mais reduzidos. Para concretizar este propósito, a Mercedes-Benz juntou os sistemas de assistência já existentes com sensores melhorados do piloto automático rodoviário Highway Pilot. Deste modo, a condução autónoma já é possível em velocidades realistas e em situações de trânsito concretas. Um protótipo do Mercedes-Benz Future Truck 2025

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ANTEVISÃO

demonstrou suas potencialidades, a velocidades de até 80 km/h, na autoestrada A14 de Magdeburg, na Alemanha. O design é um dos factores diferenciadores do camião com superfícies suaves e ligeiramente curvadas que sobressam devido à pintura cor de prata. Possui câmaras compactas que substituem os espelhos tradicionais e um párabrisas que se assemelha a um visor. Apresenta uma frente plana, e quando o veículo está parado, os faróis não são visíveis, apenas quando é ligado fica iluminado pelos LEDs, que dão vida à parte dianteira, e substituem os faróis convencionais. belezA interiOr O Mercedes-Benz Future Truck 2025 continua a surpreender no interior da cabina. Nos modelos actuais a marca já cria uma separação visual entre a zona de condução e a aréa de descanso. No futuro, a cabina também incluirá uma zona de trabalho mais confortável e funcional para os momentos de condução autónoma tranquila e

organizada como um escritório moderno, sem papéis, transmitindo uma sensação acolhedora. O painel de instrumentos é simples, com mostradores que separam os instrumentos. Em vez de saídas de ar aparentes há um controle de clima indirecto, com teclado em substituição aos interruptores convencionais, enquanto o suporte do painel de instrumentos é revestido a pele. Nos momentos que o veículo estiver a circular de forma autónoma, o motorista pode aproveitar para inclinar o banco e também girá-lo a 45 graus, desfrutando de uma posição mais confortável. O motorista utiliza um computador tipo tablet para as atividades de comunicação, que se encaixa na consola central. Permitindo processar documentos, agendar os seus destinos, aceitar outros pedidos e tomar decisões em relação à próxima paragem. O computador é um elemento fundamental para a condução autónoma, tanto quanto o volante e os pedais são num veículo tradicional.

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inOvAçãO tOtAl Entre os equipamentos tecnologicos destaca-se o sistema de piloto automático rodoviário inteligente Highway Pilot, que se assemelha ao piloto automático existente nos aviões. Possui um sensor de radar sob a extremidade dianteira com modo de longo alcance (faixa de 250 metros e segmento de 18 graus) e curto alcance (70 metros e 130 graus). O sensor do radar é a base do sistema de segurança do controle de aproximação e da travagem de emergência , actualmente existentes. Uma câmara estereoscópica instalada acima do painel dos instrumentos, atrás do para-brisa, mantém a área à frente do veículo monitorizada. Atualmente, esta é a localização de uma câmera do já conhecido Lane Keeping Assist (aviso de saída da faixa de rodagem). O conceito do Blind Spot Assist (assistência contra ângulo morto) faz parte do Mercedes-Benz Future Truck 2025, com os sensores de radar dispostos de forma a cobrir todo o comprimento do veículo. Alerta o motorista para a presença de outros utilizadores da estrada proporcionando maior segurança na mudança da faixa de rodagem. Os sensores estão ligados em rede, através de um sistema de fusão multisensorial, de modo a permitir uma imagem completa do espaço em redor do camião, identificando todos os objectos estáticos e em movimento. Devido à combinação dos dados obtidos pelo sensor de radar dianteiro, pelos sensores de radar laterais e pela câmera dianteira, com a ajuda de um computador central, é possível uma visão completa da área envolvente do camião.n

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Ana Paula Oliveira


CONSULTÓRIODESEGURANÇA Cada dia que passa mais me convenço que o tempo em que os condutores decidiam e agiam por sua iniciativa, está a chegar ao fim. Basta ver cada novo modelo de automóvel ou camião que é lançado no mercado para entender que a tecnologia de ponta invadiu os postos de condução, a todos os níveis.

CONTROLO AUTOMÁTICO DA FADIGA NA CONDUÇÃO

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endo o condutor o elo mais fraco do sistema rodoviário, o que mais falha e mais erros comete e aquele que é mais dificilmente controlável, a solução é: retirá-lo do sistema! Parte destes novos equipamentos que cada vez mais estão de série nos veículos novos, resultam da necessidade de ajudar os condutores em momentos críticos quando estes não têm capacidade ou não podem controlar os eventos dos quais podem resultar acidentes rodoviários. Analisando as estatísticas europeias e mundiais da sinistralidade rodoviária surgem de imediato como causas principais da sinistralidade rodoviária entre os motoristas profissionais, factores como a fadiga, a distracção ou a velocidade. Sobre este tema já aqui escrevi numa abordagem generalista dos factores da sinistralidade profissional rodoviária e dos programas empresariais e europeus que estão a ser implementados para reduzir este risco profissional. No entanto hoje irei referir-me em particular aos equipamentos que vão sendo integrados nos veículos para ajudar os condutores nestes momentos e nestas situações potencialmente críticas. Em referência à fadiga durante a condução, estudos indicam que esta está envolvida em cerca de 35% dos acidentes fatais na Alemanha ou em quase 20% de todos os acidentes de viação no Reino Unido, representando 20% dos acidentes em condutores profissionais. Reconhece-se que a fadiga atinge 10 vezes mais os condutores durante o período nocturno afectando em especial os condutores profissionais, de longo curso e que trabalham por turnos.

António Macedo

Quando falamos de fadiga temos de a analisar em duas vertentes, a fadiga física e a mental. A primeira, também tida como fadiga ativa, resulta do esforço físico continuado ou prolongado e da falta de descanso ou de dormir. A segunda também conhecida por fadiga passiva, resulta sobretudo da monotonia e da falta de estimulação externa ou interna. Conduzir durante muitas horas por

longada e/ou pouco sinuosa, numa velocidade constante e sem estímulos resultantes do tráfego ou do meio envolvente, leva rapidamente o condutor a uma condição de cansaço e à dificuldade de manter os olhos na estrada, de focar o olhar e consequentemente ao adormecimento. Actualmente a maioria das viaturas de passageiros e pesados de mercadorias e passageiros já vêm equipados

dia ou depois de uma noite mal dormida, resultará provavelmente em fadiga ativa, produzindo sintomas como dores no pescoço, nas costas, nas pernas, transpiração, olhos pesados e evidentemente na redução da capacidade de concentração, de acção e de reacção. Por outro lado conduzir numa via pro-

com sistemas que permitem monitorizar a fadiga e a distracção ao volante. Estes equipamentos fazem parte de um conjunto de sistemas de apoio à condução (ADAS*) e que funcionam com base em diversos parâmetros da condução e do condutor relacionados com a posição e a velocidade relativas do veículo na via ou em condições físi-

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CONSULTÓRIODESEGURANÇA cas ou psicossomáticas do condutor. O sistema mais simples baseia-se numa pequena câmara de vídeo instalada no pára-brisas e que reconhece as linhas delimitadoras da via de circulação. Este sistema provoca pequenas vibrações no volante ou no assento do condutor, replicando a sensação que se tem quando passamos sobre uma daquelas marcas rodoviárias que deli-

200 quilómetros o sistema detectar que existe uma repetição continuada de saídas da via, ou seja, que o condutor aparenta não conseguir manter uma trajectória adequada, emite um alerta sonoro e insere uma mensagem no painel de instrumentos onde o ícone de uma chávena de café convida a fazer uma pausa de descanso. Sistemas mais sofisticados baseiam-

um preço bastante acessível pela internet ou em lojas da especialidade, é um sistema que analisa os olhos do condutor e através de um modelo psicofisiológico de avaliação do estado de alerta, reconhece quando um condutor está prestes a adormecer ou quando começa a apresentar sintomas de cansaço ou de falta de atenção e de concentração.

mitam a berma das autoestradas e que se apelidam de “bandas sonoras”. Se o condutor por distracção ou adormecimento se deslocar até à linha sem ligar o pisca assinalando uma mudança de fila, o sistema assume que o condutor não se apercebeu de que está a sair da sua via de trânsito. Outro sistema correlaciona o anterior com a duração do tempo de viagem e com a repetição do número de erros. Assim se depois de ter percorrido uns

se em dados biométricos do condutor como a temperatura, a transpiração, a diminuição dos tempos de resposta ou da ausência continuada de correcções quando a viatura sai da via para alertar o condutor para parar, interromper a viagem e fazer uma pausa. Dentro da tipologia de equipamentos de avaliação dos dados biométricos mais eficaz e de baixo custo, pois para além de poder equipar de série já alguns veículos, pode ser adquirido a

Este tipo de sistema pode evitar a tipologia de acidentes que normalmente envolvem apenas um veículo em despistes e colisões sem marcas de travagem, muitas vezes fatais para o condutor do veículo.n

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* ADAS - Advanced Driver Assistance Systems Nota: Figuras 1 e 3 de “www.Care-Drive.com”

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TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE MERCADORIAS GÁS NATURAL CHEGA ÀS GRANDES FROTAS Depois dos autocarros e dos veículos de distribuição ligeira e recolha de resíduos urbanos, as soluções de gás natural começam a entrar paulatinamente nas grandes frotas portuguesas de camiões pesados, apresentando-se como uma das soluções mais interessantes no domínio das energias alternativas.

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o último ano, empresas como a Luís Simões, Paulo Duarte, Torrestir, TML e Havi Logistics, estrearam nas suas frotas de tractores soluções a gás natural. A oferta não é nova, mas com a abertura dos primeiros postos de abastecimento público no nosso país, uma directiva europeia sobre as infra-estruturas mínimas de abastecimento finalmente aprovada e o projecto dos corredores azuis em andamento, os transportadores portugueses começam a olhar para o gás natural como alternativa viável ao gasóleo. Com consumos mais económicos até cerca de 30% e níveis de emissões de dióxido de carbono mais baixos na casa dos 20%, as marcas propõem para a gama pesada soluções de Gás Na-

camiões a temperaturas tão baixas também pode ser um problema, em particular nos países com climas quentes. Por sua vez, o GNC apresenta como grande vantagem o facto de ser conservado à temperatura ambiente.

João Cerqueira

tural Liquefeito (GNL), Gás Natural Comprimido (GNC) e Dual Fuel. O GNL tem como principal vantagem o seu baixo volume, uma vez que é conservado a temperaturas até 196 graus negativos, o que permite uma capacidade de armazenagem até 3 vezes superior à do GNC, dando mais quilómetros de autonomia aos veículos. O facto de ter de ser conservado nos depósitos dos

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rede de AbAstecimentO pÚblicO gnv ObrigAtÓriA Com a publicação da directiva 2014/94/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Outubro de 2014, relativa à criação de uma infra-estrutura para combustíveis alternativos, foram adoptadas novas regras na UE para garantir pontos de abastecimento em toda a Europa. Esta directiva estabelece um quadro regulamentar para todos os combustíveis alternativos, visando, sobretudo, quebrar

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No último ano vários frotistas portugueses apostaram no gás natural

barreiras que têm impedido o desenvolvimento dos combustíveis limpos no transporte, como a falta de postos de abastecimento e o custo elevado dos veículos imposto pela sua fraca procura. No caso do GNL, o qual oferece hoje uma tecnologia bem desenvolvida tanto nos veículos ligeiros como nos pesados, a directiva determina que, para desenvolver o uso do gás natural no transporte rodoviário, os Estados-membros têm de garantir um número suficiente de postos de abastecimento público até 2025, inserido na Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T). Estabelece como meta a construção dum posto a cada 400 km da rede. No caso do GNC a directiva obriga os Estados-Membros a edificar um posto idealmente a cada 150 km até 2025, para permitir a circulação de veículos alimentados por este combustível em áreas urbanas, suburbanas, nas redes básicas nacionais e sobre a RTE-T. Exige igualmente que seja fornecida informação clara aos consumidores sobre os combustíveis que podem ser usados no veículo, utilizando sistemas de rotulagem normalizado nos manuais dos veículos, nos concessionários e nos postos de abastecimento. Obriga ainda os Estados-membros a disponibilizar informações sobre a localização geográfica destes postos. prOJectO cOrredOres Azuis em bOm ritmO de eXecuçãO O projecto europeu Corredores Azuis a GNL tem por principal objectivo a afirmação do gás natural como uma alternativa para o transporte rodoviário pro-

fissional de médio e longo curso. Integra quatro grandes corredores, ao longo dos quais devem ser instalados postos de abastecimento (GNL e GNC). Estes corredores estendem-se ao longo da faixa Atlântica, região mediterrânica, entre o Sul e o Norte e entre o Este e o Oeste da Europa, estabelecendo a ligação entre 12 países da União Europeia. O LNG Blue Corridors é financiado pela Comissão Europeia com um montante de 7,96 milhões de euros no âmbito do quadro de apoio Horizonte 2020, e envolve um consórcio de 27 parceiros privados, a esmagadora maioria do sector da indústria de energia e institutos de pesquisa, e também alguns construtores de pesados. O investimento global deste projecto ascende aos 14,33 milhões de euros, e a sua execução estende-se por 4 anos. Numa primeira fase, integra a construção de 14 novos postos de GNL e/ou GNC em localizações críticas, tanto fixos como móveis, e o investimento numa

frota de cerca de 100 camiões pesados que vai operar ao longo dos corredores. Tem igualmente por objectivo acelerar a implementação de tecnologias inovadoras desenvolvidas pela investigação e organizar conferências e eventos associados à temática do gás natural. Do consórcio LNG Blue Corridors fazem parte as empresas portuguesas Galp Energia e Sonorgás (Grupo Dourogás), ambas do sector energético, e os construtores de veículos pesados Iveco, Volvo AB e Renault Trucks. Integra também os transportadores espanhóis Transportes Monfort e Transportes HAM, o Linde Group, um operador global da indústria do gás natural, o Centro de Pesquisa da Fiat, entre muitos outros. Desde que o lançamento do projecto, no início do Verão de 2013, já foram edificados vários postos de abastecimento de gás natural na Europa, incluindo em Portugal, integrados no Corredor Atlântico, que se estende desde o nosso país até à Suécia. distribuidOres e rede de pOstOs de AbAstecimentO em pOrtugAl Em Portugal começou a desenvolverse uma rede de postos de abastecimento público para VGNs nos últimos anos. A Dourogás tem em curso um projecto de investimento de cerca de 12 milhões de euros. Em 2013 inaugurou o seu primeiro posto em Mirandela, em Julho de 2014 no Carregado (GNC e GNL), e agora em Loures e na cidade do Porto. Até ao final de 2015, a empresa prevê a abertura de postos de abastecimento público junto às fronteiras de Vilar Formoso e do Caia (Elvas), especialmente dirigidos ao abastecimento de veículos pesados em trânsito no internacional. Explora também os postos de abastecimento privados dos STCP no Porto e da Carris em Lisboa. A Galp Energia também está a desenvolver um projecto de postos de en-

A UE publicou uma directiva que impõe uma infra-estrutura mínima de postos de abastecimento

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Mapa da rede europeia de Corredores Azuis

chimento público de gás natural veicular, encontrando-se a instalar postos nas áreas de serviço da Galp na Azambuja (N3), e na de Matosinhos (A4 – Sul). A empresa de camionagem Transportes Urbanos de Braga (TUB), também explora um posto de enchimento público em Braga, enquanto a MoveAveiro detém um privado nas suas instalações para abastecimento de frota própria, e a empresa de tratamento de resíduos urbanos ValorSul tem um posto próprio nas suas instalações de São João da Talha. Refira-se que esta empresa foi a primeira a adquirir em Portugal camiões a gás natural. A TML – Transportes os Três Mosqueteiros, fruto duma parceria com a Molgás, é outra das empresas que acaba de inaugurar um posto privado de abastecimento móvel em Sines, mas que, segundo os seus responsáveis, tem ambição de vir a explorar comercialmente o fornecimento de gás natural veicular, preferencialmente em Grândola, captando não só as frotas de camiões de Sines, mas também o tráfego da rota do Algarve. Paralelamente, a Transgás, uma empresa do Grupo Galp Energia, concessionária do aprovisionamento e transporte de gás natural e responsável pela operação do gasoduto em alta pressão e pela logística integrada das Unidades Autónomas de GNL (UAG), instaladas em regiões onde o gasoduto não chega. Em Portugal existem 31 UAG públicas e 15 privadas. A empresa espanhola Molgás Energia também constrói postos de enchimento

para VGNs nas instalações dos seus clientes, ficando responsável pelo fornecimento de gás natural a esses clientes e, muitas vezes, até pela manutenção desses mesmos postos. mArcAs de pesAdOs refOrçAm OfertA As marcas de pesados, na sua esmagadora maioria, já têm um longo historial no desenvolvimento de tecnologias de veículos a gás natural, sobretudo em autocarros, começando também agora, duma forma muito evidente, a direccionar a sua aposta para o segmento de camiões tractores. A Iveco é um dos construtores de referência em tecnologia VGN com cerca de 12.000 veículos a operar nas estradas europeias, tanto a GNL como a GNC. Em Portugal é líder de mercado com cerca de 135 unidades vendidas até hoje a gás natural. A oferta estende-se a toda a gama, nomeadamente a pesada Stralis GNC, disponível com modelos rígidos de 18, 24 e 32 toneladas, bem como tractores de 40 toneladas, enquanto o Stralis GNL só é fornecido como tractor de 40 toneladas. A gama Stralis é alimentada pelo motor Cursor 8, com níveis de potência de 270, 300 e 330 cv nos rígidos GNC, e de 330 cv nos tractores (GNC e GNL). A gama de distribuição Eurocargo GNC oferece versões de 12, 15 e 16 toneladas de peso bruto, alimentadas por um motor de 200 cv. A gama ligeira Daily com motor GNC de 136 cv encontra-se disponível em versões furgão

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e chassis cabina com pesos brutos entre as 2,5 e as 7 toneladas. A MAN tem cerca de quatro décadas de experiência no desenvolvimento de veículos a gás natural, tendo entregue, até hoje, mais de 8.000 autocarros, chassis e motores para o sector da produção de energia com este tipo de combustível. O ano passado, lançou o novo TGM GNC de 18 toneladas de peso bruto, um veículo do segmento de camiões médios para tarefas de distribuição urbana, equipado com um motor Euro 6 de tecnologia GNC com seis cilindros, 6,9 litros de cilindrada e 280 cv de potência, dotado de autonomia para cerca de 400 km em operação urbana e de 700 km em estrada. Em 2014, a Mercedes-Benz apresentou a nova versão do Econic NGT (Natural Gas Technology) Euro 6, equipado com o motor M 936 G, um bloco de nova geração de 7,7 litros BlueEfficiency, baseado no motor OM 936 Euro 6 da marca alemã. Funciona com GNC e desenvolve 302 cv de potência. A primeira versão do Econic NGT surgiu em 2002, e já foram vendidas mais de 1.400 veículos deste modelo a gás natural destinados sobretudo à distribuição urbana, recolha de resíduos e operação camarária. A Scania lançou recentemente duas novas motorizações Euro 6 de 280 e 340 cv a partir do bloco de 9 litros, destinadas a camiões e autocarros. Nos camiões, a oferta da marca sueca é composta por rígidos a GNC com uma autonomia de cerca de 300 km, para veículos de distribuição urbana, recolha de resíduos, plataformas e caixas abertas, etc.; e tractores a GNL, cuja combinação de depósitos pode proporcionar uma autonomia até 1.100 km. A oferta de veículos Renault Trucks a gás veicular integra a gama de soluções Clean Tech, dirigida a clientes que solicitam veículos com propulsões alternativas, onde se inserem também os camiões eléctricos e os híbridos. A Volvo Trucks lançou o ano passado o FE GNC, uma nova versão desenvolvida para operar na recolha de resíduos e na distribuição urbana, alimentado por um novo motor Euro 6 de 9 litros com tecnologia de velas (ignição comandada), que desenvolve uma potência máxima de 320 cv. Da oferta da marca faz também parte o FM Methane Diesel, um camião para o transporte de longo curso. Trata-se dum híbrido que funciona com uma mistura de 75% GNL e 25% de gasóleo, com autonomia para cerca de 500 km.n

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REPORTAGEM

ACT LANÇA CAMPANHA PARA O SECTOR DA CONDUÇÃO AUTOMÓVEL PROFISSIONAL A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), em conjunto com várias associações e entidades do sector, lançou a campanha "Segurança e saúde no trabalho da condução automóvel profissional"

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ACT apresentou, em meados de Fevereiro, a nova campanha para o sector do transporte rodoviário, que tem como objectivo a melhoria das condições de trabalho e a redução da sinistralidade laboral e das doenças profissionais associadas à condução automóvel profissional de todos os sectores de actividade económica. Para além do estado de segurança dos veículos e dos vários equipamentos utilizados, os motoristas correm ainda riscos de nível psicológico, tais como fadiga, tensão, sobrecarga mental, perturbações do sono; riscos ergonómicos, relativos à organização do trabalho, posturas de trabalho e exposição a condições climatéricas adversas e riscos psicossociais que resultam do trabalho isolado e do stress da actividade. Com esta campanha o ACT realça que para reduzir a sinistralidade laboral é importante haver uma melhor gestão por parte das empresas, dando atenção

à prevenção dos riscos profissionais. Carlos Lopes, Director da Unidade de Prevenção Rodoviária da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, explicou que "os custos [dos acidentes rodoviários de trabalho] são muito significativos para os empresários. Há custos que normalmente são cobertos pelos seguros e que os empresários não consideram porque o seguro paga. Mas há os custos escondidos, que não são cobertos pelos seguros e que acabam por ser um prejuízo terrível para as empresas", explicou Carlos Lopes. As actividades relativas a esta campanha irão decorrer em todo o território nacional continental, em 2015 e 2016. Com esta campanha pretende-se desenvolver formas de participação dos parceiros sociais da actividade do transportes, como associações de empregadores e associações sindicais, e envolver na sua dinâmica os vários destinatários nela interessados, tais como organismos da Administração Pública,

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organizações da rede de prevenção de riscos profissionais vocacionada para o sector dos transportes, (estabelecimentos de investigação, de ensino, de formação profissional, de certificação, de prestação de serviços de segurança e saúde no trabalho), associações profissionais e empresariais e associações de profissionais de segurança e saúde no trabalho. Para conduzir a uma redução da sinistralidade laboral e das doenças profissionais e da promoção de boas práticas laborais, esta campanha pretende melhorar, em qualidade e quantidade, a informação disponível para as empresas e para os seus trabalhadores acerca dos riscos profissionais típicos da actividade e dos métodos mais adequados de os prevenir; divulgar boas práticas em matéria de prevenção dos riscos profissionais na actividade e promover a formação dos actores sociais e institucionais envolvidos nas actividades de transporte no domínio da pre-

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REPORTAGEM venção de riscos profissionais e na melhoria dos níveis de bem-estar no trabalho. Nesse sentido, a campanha estrutura-se em quatro eixos de actuação: Informação, Sensibilização, Integração de boas práticas e Implementação e monitorização das medidas adoptadas. Na apresentação da campanha decorreu também uma assinatura de protocolo com a ACT, onde os parceiros sociais sectoriais se comprometeram com a campanha. Um dos parceiros é Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros, representada por Pedro Deus, Vice-Presidente da associação, que afirmou que "tudo o que se possa fazer para melhorar as condições de trabalho das pessoas e para reduzir a sinistralidade é bem-vindo. É nesse âmbito que participamos nesta campanha." Também a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias se juntou a esta campanha, com Gustavo Paulo Duarte, presidente da associação, a explicar que espera que haja "uma aproximação do ACT às empresas de uma forma pedagógica e que eles percebam efectivamente o nosso negócio e que não olhem para meros cálculos matemáticos sobre a lei. Espero também que as boas práticas que o ACT pode trazer para as nossas empresas possam ajudar a reduzir a taxa de sinistralidade laboral." Esta campanha da ACT tem ainda como parceiros a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros, Associação Nacional de Transportes Públicos, Associação Nacional do Ramo Automóvel, Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros, Associação Portuguesa de Operadores Expresso, Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal e Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes. reduçãO nOs Acidentes cOm veículOs pesAdOs Em Portugal, entre 2008 e 2010, houve uma redução de 15,20% de acidentes envolvendo veículos pesados dos quais resultaram mortos. Esta é uma tendência que também se regista nos restantes Estados-Membros da União Europeia. José Mourinho Marcelo, Inspector Superior do Instituto da Mobilidade e dos

Transportes, explica que isso resulta de "uma redução, em cerca de 7% [entre 2008 e 2010], do volume de mercadorias transportadas e resulta também de uma aplicação bem mais precisa e correcta da regulamentação social comunitária." Com os objectivo de, entre outros aspectos, diminuir a sinistralidade laboral, os Estados-Membros da União Europeia vão proceder à implementação do Regulamento (EU) n.º 165/2014, que "vem introduzir um novo tacógrafo digital com mais aptidões. Os condutores vão começar a ser localizados por geo-re-

José Mourinho Marcelo, Inspector Superior do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT)

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ferência de duas em duas horas. Vai haver um sistema inteligente de ligação entre eles e as plataformas logísticas que vai permitir, eventualmente, uma redução de combustível e uma melhor planificação dos trabalhos nessas plataformas logísticas. Vai permitir ainda que haja uma fiscalização sobre as fraudes e manipulações à distância", explica José Mourinho Marcelo. O Regulamento (EU) n.º 165/2014 é aplicável a partir de 2 de Março de 2016.n Carla Laureano

Carlos Lopes, Director da Unidade de Prevenção Rodoviária da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR)

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AUTOCARROS

DOURO ACIMA E MAN LEVAM TURISTAS A CONHECER CIDADES PORTUGUESAS A Douro Acima é uma empresa sediada no Porto que oferece vários serviços de turismo e restauração. Desde 2004, que é a representante oficial, em Portugal, da marca internacional City Sightseeing.

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Douro Acima, enquanto transportador oficial da City Sightseeing, tem autocarros vermelhos descapotáveis em seis cidades portuguesas: Porto, Lisboa, Sintra, Aveiro, Albufeira e Funchal. Os autocarros panorâmicos de dois pisos estão equipados com áudio-guia em diversas línguas e funcionam em sistema de Hop-on, Hop-off, o que quer dizer que o visitante pode entrar e sair do autocarro as vezes que quiser, nas paragens que quiser, durante a respectiva duração do bilhete. Recentemente a Douro Acima adquiriu seis autocarros MAN, de chassis A22, equipados com o motor D20 de 380 ca-

valos, com carroçaria Liderbus. Mas a relação entre a empresa portuguesa e o fabricante alemão existe desde que a Douro Acima se iniciou no mundo dos autocarros de dois pisos. Em 2004 a empresa começou a funcionar com autocarros com o volante do lado direito, mas "os motoristas tinham muitas dificuldades em manuseá-los. Então procurámos autocarros de dois pisos e fomos encontrá-los em Berlim e aí a grande maioria é MAN", explica José Matos, Director Geral da Douro Acima. Actualmente a Douro Acima tem uma frota constituída por 81 autocarros, sendo que 61 são MAN. Com uma relação que já dura há dez anos e "com a

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experiência que temos e com a fiabilidade que a MAN nos tem dado, quando pensámos fazer os autocarros novos, pensámos comprar chassis MAN", adiantou José Matos. O Director Geral acrescentou ainda que, com a MAN, consegue "uma boa assistência após-venda e técnica. Estamos confiantes que fizemos uma boa aquisição e que optámos por uma boa marca." Os seis autocarros da MAN foram montados de forma vertical, com um chassis que permite carroçar o autocarro com três portas, tendo lugares sentados na traseira do autocarro. A Douro Acima continua a apostar em autocarros com chassis rebaixados, de

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AUTOCARROS apertar o cinto de segurança e usufruir de umas belas vistas." Estes veículos distinguem-se pelo facto de estarem equipados com painéis solares na parte traseira do autocarro e no topo, sendo que estes últimos têm uma espessura de cerca de cinco milímetros. Com estes painéis a Douro Acima conseguiu um apoio do QREN (Quadro de Referência Estratégico de Portugal), e através deles torna-se possível conseguir energia para os consumos dos carregadores USB e carregadores de 220 v, colocados debaixo dos assentos.

forma a conseguir um "aproveitamento máximo da parte do rés-do-chão para lugares sentados. Conseguimos também uma boa lotação na parte superior. No total , o autocarro tem 83 lugares sentados, com mais dez passageiros em pé", explica José Matos. Estes autocarros da MAN estão ainda equipados para poderem transportar passageiros com mobilidade reduzida, apresentando uma rampa na porta traseira. Como explica José Matos, o objectivo é conseguir com que o passageiro consiga, "pelos seus próprios meios, colocar-se dentro do autocarro,

dOurO AcimA eXplOrA diferentes áreAs de turismO A Douro Acima, que existe desde 1997, apostou inicialmente na restauração e no turismo fluvial. Do grupo fazem parte quatro restaurantes, sendo o mais conhecido o Chez Lapin, situado na Ribeira do Porto. Ao nível do turismo fluvial, a empresa faz serviços entre as margens do Porto e Gaia ou viagens até à Régua, Pinhão, Pocinho ou Barca D'Alva, possuindo actualmente uma frota de seis embarcações. A entrada para o turismo rodoviário, em 2004, "foi fácil porque já trabalhávamos muito bem os hotéis, os recep-

cionistas, todo esse mercado do turismo", adianta o Director Geral, José Matos. "A nossa intenção na parte rodoviária não era abranger os autocarros de dois pisos. A nossa primeira necessidade era o transporte dos passageiros que vão para a Régua de barco e regressam ao final do dia de comboio. Como o comboio não tinha condições mínimas para turismo, havia muitas reclamações nesse sentido. Depois acabámos por mudar o nosso core business e viemos para os autocarros de dois pisos porque era uma ideia que o senhor Manuel Almeida [administrador da Douro Acima] já tinha e eu fui atrás ", acrescentou. Actualmente a Douro Acima tem uma parceria com a City Sightseeing, um dos principais operadores internacionais de autocarros de dois pisos. José Matos garante que a marca internacional "dá todo o apoio e agradece-nos porque no espaço de dez anos conseguimos estar em seis cidades." Já o Administrador da Douro Acima, Manuel Almeida, adiantou que a empresa pretende "expandir-se também nalguns locais com o turismo fluvial." Um exemplo disso mesmo é a aposta nos cruzeiros na Ria de Aveiro.n Carla Laureano


NOVIDADE

ZF APRESENTA NOVA TRANSMISSÃO TRAXON A ZF apresenta o novo sistema de transmissão automatizada para veículos pesados que combina diversas soluções inovadoras em simultâneo.

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rata-se de um conceito modular e uma transmissão totalmente nova, a TraXon corresponde à procura do mercado de veículos comerciais por uma solução versátil que abrange uma vasta gama de aplicações. Proporciona mais torque sem comprometer a relação entre peso e potência. Apresenta um maior escalonamento das velocidades enquanto a emissão de ruídos foi diminuída e, dependendo da aplicação, pode não ser accionada apenas por uma embraiagem seca, mas também por um módulo híbrido, módulo de dupla embraiagem ou conversor de torque. Pode ser combinada com uma tomada de força (PTO) dependente do motor. Para a nova transmissão, a ZF desenvolveu uma estratégia revolucionária de mudança de marchas chamada PreVision GPS, que funciona por antecipação, sendo especialmente económica em termos de consumo de combustível, graças a uma ligação de GPS e um interface com os dados de navegação.

tecnOlOgiAs de vAnguArdA Surge com dimensões compactas com grupo desmultiplicador, grupo principal e grupo redutor, bem como dois eixos intermediários e um eixo principal. A nova transmissão da ZF pode transmitir torques consideravelmente acima de

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3.000 Nm, sendo ideal para camiões com um peso bruto total de 60 toneladas. A TraXon está disponível nas versões com 12 ou 16 velocidades – ambas nas versões Direct Drive ou Overdrive – esta última com uma particularidade de relação de redução longa para veloci-

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NOVIDADE imperceptíveis também diminuem o consumo de combustível. Devido ao projecto modular das transmissões TraXon, a ZF implementou a TraXon Dual com poucas mudanças em relação ao modelo básico. Uma dupla embraiagem seca com duplo atuador concêntrico ConAct é usada nesta versão.n APO

dade mais altas. Todas as versões caracterizam-se por um escalonamento de marchas alto, possibilitando que o motorista manobre o caminhão de maneira equilibrada e confortável, sem que a transmissão se torne mais propensa ao desgaste, por exemplo devido ao uso excessivo da embraiagem. Permite duas engrenagens de marcha atrás adicionais, totalizando quatro velocidades reversas como opcional. Estas engrenagens permitem reversões mais longas e rápidas para aplicações especiais, tais como camiões que operam em estaleiro. Em termos de eficiência, a transmissão básica TraXon com eficiência de transmissão de 99,7% (Direct Drive). Para aplicações com requisitos de torque particularmente altos, a ZF apresenta a "TraXon Hybrid", um módulo híbrido para a TraXon - pela primeira vez em veículos comerciais pesados. Um motor eléctrico com potência de 120 kW (161 cv) e uma embraiagem de separação possibilitam todas as funções híbridas – tais como recuperação, condução eléctrica, boosting e a função start-stop. trAXOn duAl Combinando a transmissão básica TraXon e um módulo de dupla embraiagem com a designação "TraXon Dual", a ZF prepara-se para uma tendência futura com os fabricantes de camiões. Para economizar combustível, relações de eixo

traseiro extremamente longas podem ser instaladas, reduzindo claramente a rotação do motor na marcha mais alta. Entretanto, isto aumentaria a frequência de mudanças de marchas com o sistema de transmissão automatizada comum, porque uma redução de marcha deve ser realizada em subidas leves. Com o módulo de dupla embraiagem, é possível realizar downshifts e upshifts nas marchas superiores, sob carga e sem interrupção de torque – ao contrário do processo de mudanças nas transmissões automatizadas convencionais dos veículos comerciais. Estas mudanças de marchas confortáveis e praticamente


PNEUMÁTICOS

PNEUS CONTINENTAL RECAUCHUTADOS

CONTIRE CITYSERVICE Estes pneus recauchutados foram especialmente desenvolvidos para corresponderem às exigências da recolha de resíduos e actividades de reciclagem.

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Continental disponibiliza pela primeira vez o novo ContiRe CityService, um pneu recauchutado a quente desenvolvido exclusivamente para veículos no sector da recolha de resíduos e reciclagem. O ContiRe CityService HA3 é robusto e flexível em todos os eixos, de forma a corresponder às condições exigentes deste tipo de actividade. O pneu recauchutado a quente, cujo composto é cortado de forma especial e resistente ao desgaste, também dá uma contribuição positiva na pegada ambiental das empresas de gestão de resíduos. Os pneus para veículos usados na eliminação de resíduos enfrentam desafios difíceis para dar resposta a essas necessidades especiais, a Continental desenvolveu o ContiRe CityService

HA3, um pneu que garante durabilidade e uma longa vida útil, graças à inovadora estrutura do pneu e ao composto de borracha especialmente adaptado. O perfil do piso não é direccional, pelo que o ContiRe CityService HA3 pode ser usado de forma flexível em todos os eixos. Isto significa que o potencial das paredes laterais reforçadas pode ser totalmente explorado. O pneu obtém a estabilidade necessária a partir do design do ombro fechado. Os ejectores de pedras integrados nos sulcos da banda de rodagem afastam rapidamente as pedras que tiverem sido retidas. É feito com uma carcaça especial de alta qualidade com o forro interior patenteado AirKeep para prevenir a perda gradual de ar. O ContiRe CityService HD3 foi de-

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senvolvido especialmente para o eixo do motor, proporcionando a melhor tração em ambientes particularmente exigentes. O piso tipo bloco não é direcional. Ambas as paredes laterais são reforçadas, pelo que o pneu pode ser usado de forma flexível em ambos os lados do eixo. Além dos ejectores de pedras, o ContiRe CityService HD3 também tem uma barra de pressão especial, que garante estabilidade adicional nas curvas. Os pneus recauchutados a quente têm as mesmas garantias de fabricante dos novos. Os novos pneus ContiRe CityService HA3 e HD3 na dimensão 315/80R 22.5 já estão disponíveis no mercado. As dimensões 295/80 R 22.5 estarão disponíveis brevemente no mercado. n

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COMPETIÇÃO

AFRICA ECO RACE 2015 ELISABETE JACINTO NO QUARTO LUGAR A equipa portuguesa de todo-o-terreno concluiu a sua sexta participação no Africa Eco Race no quarto posto da sua categoria e no 11.º lugar da tabela conjunta auto/camião.

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formação lusa estava esperançada em conseguir alcançar bons resultados e tudo parecia indicar que iria conseguir. No entanto, um grave problema mecânico, que surgiu na quarta etapa, teve como consequência uma forte penalização que atirou a equipa Oleoban para o fundo da tabela classificativa. Elisabete Jacinto não se deixou abater e, logo no dia seguinte, regressou aos lugares de topo averbando o segundo lugar. Superados os problemas mecânicos, a equipa portuguesa partiu para as pistas da Mauritânia. É nos trilhos deste país africano que as dificuldades aumentam uma vez que o peso do MAN TGS torna mais difícil a superação das areias moles existentes em grande parte dos percursos. Apesar disso, seguiram-

se uma série de bons resultados que lhes permitiu subir 13 lugares na tabela classificativa. No balanço final, em nove sectores selectivos disputados Elisabete Jacinto alcançou cinco pódios um dos quais com um triunfo. Sobre a participação nesta competição, a piloto afirmou: “foi a minha melhor corrida de sempre. Alcançámos excelentes resultados em especiais e demos o nosso melhor dia após dia. Este Africa Race foi bastante duro e cansativo. Aliás, todos os concorrentes foram unânimes em concordar que foi o mais difícil dos últimos tempos. A areia na Mauritânia estava muito mole e tornava mais complicado transpor as dunas. Além do mais, foi uma prova muito disputada. Tivemos adversários muito fortes a competir e, por isso, o quarto lugar da categoria é bastante positivo.

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Tivemos alguns problemas ao longo da corrida que conseguimos, felizmente, solucionar e estou contente pelo trabalho que fizemos. Apesar de não ter subido ao pódio, estou bastante satisfeita com o nosso resultado”. Os vencedores desta corrida foram Jean Antoine Sabatier (Bugga One), que venceu a geral, e Anton Shibalov, da equipa Kamaz, que somou a sua segunda vitória na categoria camião e posicionou-se em segundo lugar na tabela conjunta auto/camião. n APO

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51º Programa - Renault Trucks T reforça Transmadelayne Transportes

52º Programa - 20 anos de Auto-Transcais

53º Programa - PML Transportes aumenta frota com Renault Trucks

54º Programa - Resumo do Ano

55º Programa - Visitámos Lisboa e Porto nos MAN da Douro Acima

56º Programa - Luís Simões aposta na MAN

Na Eurotransporte TV continuamos a promover os diferentes sectores do transporte rodoviário de mercadorias e da logística. Nas últimas reportagens acompanhamos as vendas de veículos Renault Trucks às empresas de transportes PML e Transmadelayne. A comemoração dos 20 anos da AutoTranscais foi também assinalada num dos nossos programas. Tivemos ainda oportunidade de passear na cidade de Lisboa e Porto num autocarro de turismo da marca MAN, que esteve novamente em destaque num trabalho efectuado na empresa Luís Simões que adquiriu veículos MAN TGS.

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