Event Point 23

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COOL SPONSORS

ANO VII NÚMERO 23 TRIMESTRAL ABR, MAI E JUN DE 2017 5,00 €

E DEPOIS DO EVENTO? MÁRIO LAVRADOR: SEGURANÇA E FESTIVAIS DE MÚSICA LAZER VS. MICE NO ALGARVE




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Ficha Técnica PROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação Tel: 223 395 624 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt SEDE DA REDACÇÃO Rua da Fábrica Social, s/n 4000‑201 Porto | Portugal DIRECTOR Rui Ochôa [rui@eventpointinternational.com]

Índice 6

Espaço APECATE

EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpointinternational.com] REDACÇÃO Maria João Leite [mj@eventpointinternational.com] Sara Marques [info@eventpointinternational.com] Alexandra Noronha DIRECTOR COMERCIAL Filipe Silva [filipe@eventpointinternational.com] ASSISTENTE DE DIRECÇÃO Rita Costa

8 Dossiê Temático: O Pós-Evento 12 Espaço IPAM 15 Empresas 16 Espaço APOREP 18 Os Suspeitos Do Costume, Por Maria Costeira

CONSELHO CONSULTIVO Alexandra Torégão, Ana Fernandes, António Gouveia Santos, Isabel Amaral, João Luís Moita, João Paulo Oliveira, Joaquim Pires, Jorge Vinha da Silva, Maria José Alves, Nuno Pinto Magalhães, Paulo Campos Costa, Pedro Magalhães, Pedro Ribeiro, Pedro Rodrigues e Sandra Antunes. TRADUÇÕES Diana Reis Marques COLABORAM NESTA EDIÇÃO Hélder Pinto, Maria Costeira, Miguel Perdigão e Paulo Magalhães DESIGN Norma Design [geral@normadesign.com] FOTOGRAFIA Minifoto IMPRESSÃO Norprint ‑ a casa do livro Zona Industrial Alto da Cruz Rua das Artes Gráficas, nº 209 4780‑739 Santo Tirso | Portugal Nº REGISTO ERC 126066

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MICE No Algarve: Solução Para A Sazonalidade Ou Dilema Para Os Hotéis? Airbnb Assume-se Como Solução Para Quem Viaja Em Negócios As Fábricas De Eventos Em Série – Missão Criatividade!, Por Miguel Perdigão Boas Práticas Na Prolight+Sound 2017 IT&CM China 2017: Dar E Receber No Sempre Atraente Mercado MICE Chinês Descobre O Factor FOG!, Por Paulo Magalhães

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Entrevista: Mário Lavrador Inquérito: O Protocolo Empresarial Em Portugal O Marketing Digital E Os Eventos, Por Hélder Pinto Tecnologia: Beamian Inovação: Gamificação Destino Internacional: Xangai Directório De Empresas E Serviços

DEPÓSITO LEGAL 330066/11 TIRAGEM 3.500 exemplares PERIODICIDADE Trimestral ESTATUTO EDITORIAL www.eventpointinternational.com/pt/content/18‑about‑us É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.


CLÁUDIA COUTINHO DE SOUSA

RUI OCHÔA

Lazer Vs. MICE O tema, parece‑nos a nós, não poderia ser mais actual. E foi para falar dele que organizamos mais um dos pequenos‑almoços/ debate da Event Point, desta vez no Algarve, acolhidos pelo Anantara Vilamoura. À mesa tivemos a perspectiva de DMCs, hoteleiros, e da Associação Turismo do Algarve. Nesta edição pode ler algumas das ideias debatidas, e os dilemas que a região enfrenta, quando se trata de optar por fatias do mercado com características tão diferentes. Se no início a regra era muitas vezes bater, hoje o objectivo é sobretudo proteger. Um olhar com perspectiva histórica, dos anos 1990 até hoje, sobre a segurança em concertos e festivais de música, numa entrevista com Mário Lavrador, o actual responsável por esta área na Prosegur. Dedicamos ainda particular atenção ao que acontece no pós‑evento, num dossiê temático inspirado nos bons exemplos das conferências TED. E voltando ao tema do alojamento e dos eventos, fomos ouvir o responsável em Portugal da Airbnb, a plataforma que muitas empresas já procuram quando o objectivo das viagens é participar em reuniões ou eventos. Esta edição da Event Point é dedicada a um companheiro de quatro patas, que nos deixou há dias, depois de uma longa e preenchida vida, sempre com os peluches como brinquedos preferidos. Woof, Fredy!

Boas leituras, e até Setembro.


ESPAÇO APECATE 6

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“Esperamos O Contributo De Todos.”


É Urgente Mudar A evolução do Turismo em geral e da Animação Turística, dos Congressos e Eventos em particular é hoje um facto inegável. Este desenvolvimento tem como causas, entre muitas outras, a melhoria do enquadramento legal, a simplificação de processos, nomeadamente do registo para a animação turística, o aumento da procura, a melhoria do posicionamento da imagem de Portugal, etc. Este aumento de condições proporcionou o aparecimento de novas empresas com uma criatividade única, que se foi constituindo como um factor determinante para a evolução do sector. Hoje em dia, as empresas de Congressos, Eventos e Animação Turística, cada uma na sua área, são das melhores e concorrem com o mundo global. No entanto, apesar do aumento da oferta de qualidade, de projectos muito competitivos, com muita qualidade e criatividade, continuam a existir travões. Esta vaga não tem sido acompanhada por alguns sectores, nomeadamente por instituições de serviço público, algumas autarquias e entidades. Esta herança cultural, de querer “mandar” na vida dos cidadãos e das empresas, é hoje, um dos principais motivos de problemas e constrangimento ao funcionamento e competitividade das empresas. Apesar de todos os esforços e das melhorias introduzidas nos últimos dez anos, o chamado “sistema”, alicerçado numa cultura de imobilismo, tem continuado a construir barreiras, servindo‑se de algumas ideias‑chave que, ainda hoje conseguem ter voz. A primeira barreira, é a desculpa da segurança e da qualidade. Com este argumento continua‑se a fechar espaços de grande potencial à utilização em eventos, a impedir as empresas de operar em áreas específicas e a negar a igualdade de oportunidades aos projectos inovadores que vão aparecendo. Existem entidades a opinar sobre áreas para as quais não têm qualificações, a criar módulos de formação sem consultar os empresários ou os seus representantes, que são quem dela vai beneficiar, a exigir certificações que as próprias entidades públicas não conseguem certificar, a exigir várias autorizações para o mesmo evento, duplicando processos sem se perspectivar qualquer acrescento de eficácia, segurança, etc., a negar sequer analisar qualquer pedido que vá alterar o status, sem atenderem aos objectivos ou interesses nacionais, a decidir sem antecipar consequências, sobre os investimentos dos empresários, criando mudanças a meio do percurso, sem

atender à realidade económica, a exigir certas características técnicas, quando ainda não criaram uma estrutura que dê suporte a essa mesma evolução, etc. São inúmeros os exemplos e, por isso mesmo, chegou a altura de alterar as regras e mudar culturas. É inadmissível que o Estado e os seus representantes continuem a fazer leis e a tomar decisões sem consultarem os legítimos representantes do sector, sem apostar no diálogo e na construção de soluções que garantam os direitos fundamentais. É preciso uma revolução de mentalidades, é um caminho errado, pensar pelos outros, retirando‑lhes a responsabilidade de contribuírem para a solução. Ao colocarem os empresários de fora, as entidades vão ter mais problemas e comportamentos desviantes. As soluções não se impõem, negoceiam‑se e partilham‑se, dando força e determinação às mesmas. É chegado o tempo das instituições, governo e estado começarem a explicar‑se e a negociar, em vez de imporem sem fundamento, ou escudados em factos de uma realidade que já não existe. A APECATE tem, desde sempre, lutado pela defesa do sector procurando criar condições que garantam a sustentabilidade, a formação, a competitividade e a qualificação dos empresários e dos seus projectos. É importante que os empresários continuem a apostar na sua representatividade partilhando os seus problemas, fazendo com que estes sejam conhecidos e se promovam soluções que consigam facilitar os seus investimentos. Para responder a esta necessidade, a APECATE criou um grupo de trabalho, que recolhe estes problemas, estudando‑os e propondo soluções às entidades responsáveis. Se é empresário e tem sentido problemas no desenvolvimento do seu projecto, desde taxas, autorizações, espaços com exclusividade, pedidos sem sentido, etc., contacte a APECATE e trabalhe connosco na solução. Esperamos o contributo de todos.

ANTÓNIO MARQUES VIDAL PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA APECATE


DOSSIÊ TEMÁTICO 8

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“Ser Esquecido Não É Uma Opção.”


E Depois Do Evento? Um Guia Para “Fazer Render O Peixe” Todas as atenções estão concentradas num determinado dia, num orador, lançamento de produto, activação de marca. Mas o que se passa depois é, porventura, tão importante como o evento em si. Ser esquecido não é uma opção. O TEDx é uma autoridade mundial em eventos e faz sentido consultar a lista de coisas a fazer no pós‑evento, depois de cada uma destas conferências, determinadas por quem as criou. Passa tudo por manter o interesse entre os participantes e começa com um questionário para perceber os pontos fortes e fracos de cada um dos eventos. Depois, os organizadores são aconselhados a colocar os vídeos das participações no YouTube, com o objectivo de se tornarem virais. Colocam ainda fotos no Flickr e partilham na plataforma da TEDx. Muitas vezes o pós‑evento, em que as comunicações chegam a milhões de pessoas, acaba por ser tão ou mais importante do que o próprio evento e é repetido na Internet e redes sociais de uma forma tal que excede todas as expectativas. Mas como é que se consegue “fazer render o peixe” nestes casos? As TED Talks perceberam bem o poder das redes sociais, do vídeo e das conferências curtas e motivacionais há muito tempo. Desde os anos 80 que estas conferências são organizadas um pouco por todo o mundo e foram pioneiras em explorar ao máximo as potencialidades do pós‑evento. Mas nem todos os eventos têm esta capacidade de mobilização. Interagir com quem participou num evento directamente é a primeira coisa a fazer e está ao alcance de qualquer organizador, que pode começar por enviar um agradecimento personalizado a cada um, ou mesmo um diploma de participação e usar as redes sociais para chegar mais longe. Ou seja, o importante é:

1 Enviar um e‑mail ou outro tipo de agradecimento escrito a quem participou no evento. É o primeiro passo para encerrar este capítulo e avançar com o do pós‑evento. Mostrar que o evento ganhou com a participação de cada pessoa pode ser a chave para um feedback positivo.

2 Usar as redes sociais para continuar a interagir com os participantes. Partilhar fotos e vídeos, falar com quem lá esteve, responder a questões, marcar os participantes em posts relevantes são actividades importantes para estimular o pós‑evento. Por exemplo, se for um acontecimento anual, vale


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5 a pena ir recordando ao longo de 12 meses o que aconteceu e dar conta das preparações para o evento deste ano. Uma boa dica é criar um grupo no facebook para partilhar informação e experiências do que aconteceu e do que está previsto.

3 Organizar um pequeno evento para fazer o seguimento do anterior. Um encontro em pessoa ou mesmo feito de forma remota, para que os participantes voltem a encontrar‑se e possam fazer mais “networking”, sobretudo se estas pessoas já estiverem ligadas umas às outras em redes sociais.

4 Dar prémios. Se o evento for sobre o lançamento de um produto é fácil prolongar o alcance do mesmo com ofertas, promoções, etc. Pode ser lançado um concurso nas redes sociais, para aumentar a interacção entre participantes e organizadores. Entregar vouchers no final do evento também funciona, para experiências ou com algum tipo de benefício.

Coisas práticas. No final de tudo, é preciso analisar custos e receitas e perceber se o evento foi rentável e analisar os resultados e a “performance”. Será que foram cumpridos os objectivos? Houve problemas? Qual foi o feedback? É mais fácil realizar esta tarefa com sucesso se tiver sido definida uma lista de objectivos a cumprir, que depois seja usada, no final, para perceber se houve grandes falhas. Mas tendo sempre em conta, claro, que este é um processo evolutivo e que muitas vezes o guião original acaba por sofrer muitas alterações. Pode dizer‑se que tem que haver uma “flexibilidade planeada”.

6 Descansar. Realizar um evento é uma actividade altamente cansativa e stressante e é preciso desligar e descansar, para depois começar a pensar no próximo. E isso não deve nunca ser descurado por quem organiza eventos. Nem sempre o pós‑evento tem o acompanhamento que merece, mas é essencial não só para avaliar a eficácia do mesmo, mas também para perceber o que é que correu menos bem, e melhorar estes aspectos. Voltando ao início, qualquer uma das conferências da TEDx tem um pós‑evento mais “grandioso” talvez do que o evento em si. Quanto mais tempo se falar de determinada conferência, de um orador que se destacou ou de um tema que de repente veio para a ribalta, mais o evento original ganha importância e há uma antecipação natural do que por aí está para chegar. E nem sequer é preciso ter muitos recursos para que isto funcione, apenas talento para “espremer” ao máximo aquilo que foi conseguido em dois ou três dias, localizados no tempo e espaço, e lançar este “sumo” pelo mundo fora, para que toda a gente fale nisso, comente e tenha curiosidade de assistir ao próximo.



ESPAÇO IPAM 12

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“Balanço Racional Entre Objectivos E Resultados”


Pós‑evento – Gestão De Outputs Na Perspectiva Da Geração De Inputs A fase pós‑evento corresponde ao início e não ao final de uma etapa relacionada com a gestão de um evento. Independentemente da tipologia que possamos considerar, torna‑se fundamental fazer um balanço racional entre os objectivos que estavam previamente definidos e os resultados entretanto obtidos. Este balanço permitirá gerar novos e importantes inputs com vista ao sucesso de eventos futuros.

Torna‑se fundamental que as tarefas inerentes à fase pós‑evento decorram logo imediatamente a seguir ao términus do evento, de forma a que todas as informações e todos os acontecimentos estejam ainda bem presentes na mente de todos os membros da equipa que o organizou. Garantindo a celeridade deste processo podemos ter um mapa mais fidedigno de dados quantitativos e um report qualitativo mais completo de tudo o que aconteceu na prática. Esta fase não deve basear‑se apenas numa análise interna e estática de ocorrências. O sucesso ou insucesso de um evento depende também (e em larga medida) dos pressupostos e das interacções com o meio ambiente externo. Torna‑se fundamental cruzar os resultados obtidos com os pressupostos de uma análise macro ambiental e com as dinâmicas da dimensão externa transaccional, nomeadamente, comunidade, mercado, concorrência e fornecedores. A explicação para os resultados obtidos terá sempre como base as seguintes dimensões: dimensão interna, dimensão externa ou interacções entre dimensão interna e externa. A análise com foco interno deve basear‑se numa análise objectiva e quantitativa de resultados, conciliada ou complementada através de uma metodologia qualitativa e exploratória sustentada através da auscultação da opinião dos diferentes membros da equipa que participou na organização do evento. A base exploratória pode ser alvo de operacionalização através da realização de focus group, reuniões de trabalho ou entrevistas em profundidade (a título de exemplo), sendo que o mais importante será a recolha de inputs sobre o que correu bem ou mal, bem como de ideias que possam significar sucesso em termos futuros.

Na perspectiva externa é importante considerarmos uma avaliação do impacto que teve o evento, quer ao nível dos seus impactos (económico, social, ...), quer ao nível do grau de satisfação dos seus principais públicos. A análise dos impactos deve ser essencialmente quantitativa e deve permitir uma reflexão detalhada com base na objectividade dos factos. A análise do grau de satisfação dos diversos públicos deve implicar também uma dimensão quantitativa, contudo esta só será verdadeiramente completa se for complementada por uma metodologia exploratória que permita aferir a explicação mais detalhada dos resultados obtidos e a geração de novas ideias. Numa abordagem relacionada com o marketing e com a gestão de produto (o evento como um produto) podemos realçar a validade efectiva de uma boa gestão pós‑evento. Através de uma correcta análise interna conseguimos perceber com exactidão os pontos fortes e fracos da organização e com base na análise externa retiramos oportunidades e ameaças. Cruzando Pontos Fortes e Fracos com Oportunidades e Ameaças teremos a possibilidade de formulação estratégica e consequente definição de objectivos consistentes, quer no sentido correctivo, quer no sentido pró‑activo de implementação de novas iniciativas futuras.

PEDRO MENDES DIRECTOR DO IPAM LISBOA



EMPRESAS WWW.EVENTPOINT.PT

Chef Eduardo Duarte Reforça Imppacto Com um percurso que se iniciou na pastelaria e restauração, e depois teve um longo capítulo de quase 25 anos sempre ligado ao catering – e curiosamente sempre na mesma empresa –, o chef Eduardo Duarte inicia agora uma nova etapa profissional, reforçando a equipa da Imppacto.

“Após dois meses de reflexão, percebi que o meu futuro profissional não poderia ter outro sentido, que não o de aceitar um projecto novo na área do catering”, garante Eduardo Duarte. Paulo Pinto, um dos responsáveis da Imppacto, tem a convicção de que o novo chef “trará uma nova dinâmica, vai ajudar-nos a todos a alcançar os objectivos traçados, sustentando o nosso crescimento e afirmando-nos no mercado com um serviço de cada vez maior qualidade”. Eduardo Duarte conta ainda como, depois de uma conversa com Paulo Pinto, sentiu de novo “a motivação que sempre me alimentou profissionalmente. Ambos concordámos que a minha experiência e o know-how que adquiri, em todos estes anos que trabalhei em catering, deviam ser postos ao serviço da Imppacto e da sua equipa de chefs executivas, Marisa Gomes e Rebeca Serra, e dessa forma potenciar o excelente trabalho já desenvolvido”. Conciliando “a enorme paixão por criar pratos e ementas inovadoras”, a que se junta “a experiência que a escola da vida me deu”, o chef Eduardo Duarte explica que, para ele, o “catering é respeitar as expectactivas dos clientes em relação

ao nosso serviço, é a utilização de matérias-primas de elevada qualidade, é a criatividade e a flexibilidade na concepção dos pratos, adequando-os sempre à tipologia de cada evento”. E conclui, “Catering é, acima de tudo, entregar-me com paixão a uma arte que me alimenta diariamente e faz de mim a pessoa que sou hoje : um apaixonado pela arte da cozinha”.

Imppacto – Catering e Eventos Almada 212 962 365 | 937 200 350 info@imppacto.com www.imppacto.com

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ESPAÇO APOREP 16

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A Bandeira Nacional Não É Um Adereço Quando lhe pedem para organizar um evento e começa a fazer a lista de material necessário, além do púlpito, tribuna, mesas e cadeiras, marcadores de lugar, photocalls, banners, etc. pode lembrar‑se de incluir bandeiras. Apesar de não ser indispensável ter bandeiras só porque estão presentes algumas altas entidades, em termos de comunicação não‑verbal um palco com bandeiras confere autoridade e credibilidade ao evento.

Se se tratar, por exemplo, de uma inauguração presidida por uma alta entidade, a dúvida que se coloca é saber se a placa deve estar tapada com um pano ou com a bandeira nacional. Na APorEP prestamos frequentemente consultoria sobre esta matéria aos nossos associados. Baseando‑nos na legislação em vigor, neste caso no decreto‑lei nº150/87 de 30 de Março, sobre o uso da bandeira nacional, verificamos que nunca se deve usar a bandeira nacional para revestir placas comemorativas, apesar de esta ser uma prática comum. O artigo 10º determina que “em actos públicos a Bandeira Nacional, quando não se apresente hasteada, poderá ser suspensa em lugar honroso e bem destacado, mas nunca usada como decoração, revestimento ou com qualquer finalidade que possa afectar o respeito que

lhe é devido.” O Presidente da República, por ser um ilustre jurista, passou a utilizar sempre o pavilhão presidencial para descerrar as placas nas inaugurações por ele presididas. Se se tratar de outra alta entidade, mais vale tapar a placa com um pano ostentando o logo da empresa. Claro que nada impede que a placa seja tapada com a bandeira municipal se for o Presidente da Câmara a presidir ao acto. Por outro lado, se decidir colocar bandeiras no palco ou no exterior do edificio onde vai organizar o evento, é necessário respeitar o que está estipulado no art.º 8º daquele diploma: “A Bandeira Nacional quando desfraldada com outras bandeiras, portuguesas ou estrangeiras, ocupará sempre o lugar de honra, de acordo com as normas protocolares em vigor, devendo observar‑se, designadamente:


a) Havendo dois mastros, o do lado direito de quem está voltado para o exterior será reservado à Bandeira Nacional;

ou o primeiro à direita do ponto central em relação aos mastros se forem em número par”:

Ordem alternada par: 1 – 2 Ordem alternada par : 3 – 1 – 2 – 4 Depois de determinar o centro métrico do dispositivo de mastros, coloca‑se à direita desse ponto a bandeira nacional e à esquerda a outra bandeira que se pretenda hastear. Como é óbvio, sejam bandeiras ou pessoas, a direita do centro métrico fica do lado esquerdo de quem as observa, ou seja, de quem está em frente delas. E tanto faz ser no interior como no exterior de um edifício, a regra é a mesma. A melhor forma de evitar confusões é ter presente que as bandeiras são símbolos e representam entidades concretas. Tal como as pessoas as bandeiras têm frente e costas. Se imaginarmos que cada bandeira é segurada por uma pessoa, o chamado porta‑estandarte, será mais fácil colocar correctamente as bandeiras no dispositivo de mastros.

Há quem pense que a expressão “colocados em edifício” significa apenas “na fachada” e não no interior do edifício. Mas quando dizemos que “coloquei hoje um piano em minha casa” não me parece que signifique no telhado ou na varanda apenas... d) Em todos os outros casos, a Bandeira Nacional ocupará o primeiro da direita, ficando todas as restantes à sua esquerda.

b) Havendo três mastros, a Bandeira Nacional ocupará o do centro;

Ordem linear (par ou impar): 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 Apenas no exterior e sempre que houver mais de três bandeiras, deve usar um ordenamento linear, começando sempre pela bandeira nacional no lugar de honra. Ordem alternada impar: 2 – 1 – 3 Neste caso, a bandeira nacional dá a direita à bandeira da União Europeia e a esquerda à da autarquia, seja no interior ou no exterior do edifício.

São estas as regras gerais que deve conhecer para que o evento que lhe deu tanto trabalho a organizar não apareça no dia seguinte pelas razões erradas na comunicação social.

c) Havendo mais de três mastros: se colocados em edifício, a Bandeira Nacional ocupará o do centro, se forem em número ímpar,

Ordem alternada impar: 4 – 2 – 1 – 3 – 5 ISABEL AMARAL PRESIDENTE DA APOREP


OPINIÃO 18

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O Que Realmente Conta É A Singularidade Do Destino


Os Suspeitos Do Costume Todos temos músicas que não nos saem da cabeça, e uma daquelas que ficaram comigo desde os meus tempos de juventude (pois é, já o fomos todos!) tem uma parte onde se ouve:

Quem quer ouvir pintar em inglês do Mali? Ou imitar o período francês de Dali? Quem quer fazer cinema do Leste aqui? O poema, da autoria de Rui Reininho, chama‑se Que importa? e é um hino ao valor inestimável da autenticidade cultural. Em “economês” podíamos reduzi‑la a um “elemento diferenciador”, mas o valor da cultura transcende qualquer medição económica.

Nem de propósito: o Eurofestival trouxe novamente esta questão à baila. Basta dar uma olhada rápida pelos fóruns da especialidade, para vermos que quem gostou da canção destaca o facto de “Amar pelos dois” comunicar verdade, diferença e autenticidade... e “somehow it worked”! Esta foi a primeira lição: a de que a diferença e a genuinidade tem tudo para vencer num mundo de fake news, onde toda a gente parece oferecer o mesmo e o mainstream sabe todo ao mesmo. A outra lição, foi a da liderança: escolheram‑se os melhores (e a escolha não era óbvia), seguiu‑se uma estratégia de comunicação completamente acertada que despertou a curiosidade do público e, no momento da verdade, deu‑se tudo... e a vitória aconteceu com a maior naturalidade. A organização do festival no nosso país constitui uma excelente oportunidade de promoção do país. O evento, cuja final costuma ter uma audiência na casa dos 200 milhões, é uma montra. As delegações de jornalistas, que aqui virão, serão um amplificador do nosso país na Europa (e, provavelmente, até na Austrália!). A RTP terá um papel importante em tudo isso e a organização desse evento pode também ser uma oportunidade de reforçar o seu posicionamento de excelência, num momento em que o objectivo de exportar conteúdos foi claramente anunciado. Esta vitória é também sinal da alteração da percepção internacional do peso e da capacidade de Portugal, que já vinha a ser anunciada com a 'conquista' na organização do Web Summit, a eleição de António Guterres, a vitória da selecção no Euro e os vários prémios na área do Turismo. E se há sector onde estamos a dar cartas é mesmo esse. Na lista de suspeitos do sucesso do turismo, os do costume – o sol e praia – estão cada vez menos isolados. E ainda bem. Ninguém duvida de que custa muito conseguir um lugar ao sol, mas que é muito fácil perdê‑lo. De facto, tornar‑se numa moda é o pior que nos pode acontecer. Para evitar isso, só há um caminho, o da promoção da cultura, da história e da língua portuguesa. Estes elementos têm de estar na linha

da frente da estratégia de promoção do país, insistindo nas ideias de singularidade e de uma sensação de permanência. Os dados estão lançados e só temos que reforçar o caminho iniciado: qualificar o destino Portugal; apostar no turismo inclusivo; promover de forma inteligente o país (um bom exemplo: a recente campanha do Turismo de Portugal “Can’t skip Portugal”); promover a digitalização do sector; apostar em novos conteúdos e recursos para apoiar as regiões de turismo, municípios e operadores turísticos; modernizar e personalizar o sector dos congressos e eventos. De facto, Portugal é único, porque não tem comparação directa. O que realmente conta para os turistas mais exigentes é a singularidade do destino, que deve ser sinónimo de bom gosto e alienação com as tendências de massas. São esses os visitantes que devemos atrair preferencialmente, já que, além de gastarem mais, estarão à partida menos sujeitos a flutuações conjunturais. Temos à porta os Bea World 2017, outro Web Summit, o Eurofestival, entre outros, para além (estou certa!) de muitos prémios: saibamos ser inovadores pela tecnologia e pela essência. Sejamos diferentes, sejamos melhores. Apostemos em novas equipas, em novos produtos, em novas ideias. É isso que faz a diferença, toda a diferença. E isso, 'Que importa?'... Importa e muito, façam essa pergunta aos suspeitos do costume (acho que também é o título de uma música, mas não é para aqui chamada).

MARIA COSTEIRA MANAGING DIRECTOR DA JITT.TRAVEL


RADAR 20

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“Sazonalidade É Um “Handicap” Na Atracção De Grupos”


MICE No Algarve: Solução Para A Sazonalidade Ou Dilema Para Os Hotéis? O turismo de negócios ainda tem muito a conquistar na região do Algarve e uma grande parte do esforço passa por convencer os hotéis de que vale a pena receber este segmento, que exige muita flexibilidade e uma gestão mais complexa.

O sector hoteleiro algarvio está desperto para a importância do MI, mas mesmo assim ainda há muito a fazer, sobretudo num destino onde os empreendimentos turísticos continuam muito concentrados no lazer e na tour operação. Os desafios para a região são vários, nomeadamente quando se faz a comparação com o Porto e Lisboa, que se têm ajustado para receber congressos e eventos. Este foi o tema do pequeno‑almoço da Event Point com alguns players do sector na região, que teve lugar no hotel Anantara Vilamoura. Participaram neste evento informal Alexandra Ramos, Gestora de Produto Sénior MI, da Associação Turismo do Algarve; Anabela Freitas, Partner, da XPTO Events and DMC; Luís Coelho, Global Sales Manager ‑ MICE International, na Minor Hotels; Patrícia Luz, Contracting & Key Account Executive; no Real Bellavista Hotel & Spa; e Sandra Matos, Regional Sales & Marketing Director, da JJW Hotels & Resorts – Portugal. Há hotéis que começaram a mudar as agulhas para o segmento MI, com o objectivo de reduzir o peso dos outros segmentos, mas ainda é complicado, para as empresas que organizam a vinda de grupos a Portugal, encontrar alojamento, sobretudo quando os pedidos são para muitas pessoas, em cima da hora e para poucos dias. Muitos clientes só confirmam que avançam com determinada viagem depois de fechar contas, no caso dos incentivos e prémios. E reservar com antecedência é algo que hoje faz cada vez menos sentido. Assim, os alojamentos ainda não conseguem gerir bem esta tendência do MICE, em conjunto com um negócio dominado pelo segmento do lazer. Além disso, trabalhar com unidades de 4 estrelas nem sempre é fácil para os organizadores e este tipo de alojamento é o preferido, por exemplo, das farmacêuticas, que são responsáveis por um grande número de eventos. Mas a maioria dos congressos preferem, ainda, hotéis de 5 estrelas. Os empreendimentos turísticos que estão interessados no segmento MICE < ANABELA FREITAS, XPTO EVENTS AND DMC


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DA ESQUERDA PARA A DIREITA: PATRÍCIA LUZ, HOTÉIS REAL, RUI OCHÔA, EVENT POINT, ALEXANDRA RAMOS, ASSOCIAÇÃO TURISMO DO ALGARVE, SANDRA MATOS, JJW HOTELS E LUÍS COELHO, MINOR HOTELS

têm como objectivo primeiro colmatar a sazonalidade, até porque estes eventos ocorrem sobretudo em Abril, Maio, Setembro, Outubro e Novembro. Outras unidades, concentradas no golfe, começam a pensar neste tipo de turismo como forma ideal de alargar os negócios, até porque muitas vezes são duas actividades que se complementam. E há mesmo hotéis que estão a construir espaços para apostar em congressos, eventos e incentivos, aproveitando as ligações aéreas ao Algarve, cada vez melhores e com mais rotas. A distância e a falta de transportes para o aeroporto são, por outro lado, factores que os players do mercado criticam e acreditam que podem ser melhorados, bem como a forma como são geridas as escalas em Lisboa para quem viaja em turismo de negócios. Muitas vezes, os organizadores acabam por ir buscar os participantes de carro ao aeroporto Humberto Delgado para evitar longas esperas. O facto de muitas pessoas que viajam para congressos e eventos já o fazerem em companhias aéreas “low‑cost”, sobretudo na Transavia e Easyjet, ajuda a melhorar os acessos ao Algarve,

visto que estas empresas contam com voos directos para a região. Apesar disso, a sazonalidade na região é um “handicap” na atracção de grupos, por exemplo no mês de Janeiro, em que estão encerradas muitas das infra‑estruturas, como restaurantes ou outros espaços para eventos, que não têm motivação para abrir porque conseguem rentabilizar a sua actividade nos meses mais quentes. A falta de licenças para operar nesta área também complica a vida de quem anda à procura de um espaço para realizar um evento no Algarve. E muitas vezes os hotéis acabam por não aceitar estes grupos mesmo fora da época alta, porque é mais difícil gerir este segmento e manter uma ocupação estável. Outras desvantagens prendem‑se, por exemplo, com a localização de salas de reuniões junto a espaços ruidosos, o que complica a realização das mesmas. Por tudo isto, muitas vezes as unidades escolhem nem aceitar os grupos ou sequer responder a pedidos do lado das entidades que coordenam o sector.


< LUÍS COELHO, MINOR HOTELS

A falta de grandes espaços é outro problema que afecta a região, mais do que outras cidades do país, ainda que este Verão esteja prevista a inauguração do novo Centro de Congressos do Algarve em Vilamoura. A região tem vindo a captar mercados como o do Reino Unido, França e Estados Unidos, que escolhem o Algarve graças à segurança, clima, profissionalismo, e relação preço‑qualidade. São países diferenciados e os grupos têm gostos e necessidades específicas. O mercado francês, tirando grupos pontuais, normalmente escolhe hotéis de quatro ou três estrelas e é bastante exigente quando visita um local. A dificuldade do mercado americano está no facto de serem fiéis às marcas que conhecem e é preciso algum esforço para os convencer a mudar para uma região que não conhecem. Mas vale a pena porque depois acabam por gastar muito e ficam deslumbrados com a história e cultura portuguesas. Já para os nórdicos o bom tempo e a luz natural são factores valorizados na escolha de um destino e de uma sala de reuniões. Entre os mercados menos tradicionais estão o Brasil e a Polónia.

Em comparação com regiões semelhantes em outros países, o Algarve tem uma boa performance, com salas menos dispendiosas, face a Espanha por exemplo. O Leste europeu é competitivo ao nível de preços, mas conta com menos ligações aéreas. A maior concorrência é de Malta, Espanha e países como a Islândia. A Croácia está a crescer e a Grécia tem condições para regressar, depois de anos de estagnação por causa da crise no país.


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Viver As Cidades Como Verdadeiros Residentes

© Thomas Payne


Airbnb Assume‑se Como Solução Para Quem Viaja Em Negócios A plataforma lançou um serviço dedicado ao turismo de negócios e está apostada em entrar neste segmento, nomeadamente em Portugal, mas tem ainda que ultrapassar algumas reservas por parte dos organizadores de eventos.

A Airbnb nasceu precisamente porque não havia capacidade hoteleira em São Francisco para acolher, em 2007, alguns eventos de design na cidade. Dois dos fundadores da plataforma de aluguer de alojamento, Brian Chesky e Joe Gebbia, resolveram disponibilizar a sua casa para acolher os participantes, com pequeno‑almoço incluído, o que os ajudou na altura de pagar as contas. Daí a lançarem um dos negócios mais bem‑sucedidos dos últimos anos foi um pequeno passo. Dez anos depois, a empresa está empenhada em conquistar espaço no sector de MI, ainda que muitos players que operam no segmento tenham dúvidas sobre o seu serviço. “Cada vez mais as pessoas encaram as viagens de negócios como parte integrante da sua vida social normal. A primeira prioridade, claro, é chegar a tempo à reunião de negócios, mas isso não impede que possam explorar a cidade de destino no seu tempo livre. Com a Airbnb é possível juntar o melhor dos dois mundos, viver a cidade como um local ao mesmo tempo que se trabalha”, explicou à Event Point Ricardo Macieira, “country lead” da plataforma em Portugal. Foi com este objectivo que a Airbnb lançou um produto dedicado a quem viaja em negócios e que já começa a dar frutos. Ainda sem dados concretos quanto ao mercado nacional, o responsável referiu que “a nível global, mais de 250 mil empresas – em mais de 230 países e territórios – estão registadas para usar a Airbnb em viagens de negócios. Em 2016, o número de viagens de negócio na Airbnb triplicou e, actualmente, quase 10% são em trabalho”, adiantou o mesmo

responsável. Ricardo Macieira revelou ainda que “a diferença entre uma viagem de trabalho e uma de lazer está cada vez mais esbatida, já que mais de 50% das viagens de negócios na Airbnb incluíram o sábado à noite”. E isso ajuda o grupo a afirmar‑se como mais do que uma empresa virada apenas para o mercado do alojamento mais tradicional, para férias. A Airbnb tem estado activamente a trabalhar em alguns dos maiores eventos do mundo, “como South by South West (SXSW) que se realiza em Austin, Texas (EUA), o Mobile World Congress em Barcelona, o Web Summit em Lisboa ou mesmo os recentes Jogos Olímpicos Rio 2016, onde fomos parceiros oficiais de alojamento alternativo”, contou o líder da gigante norte‑americana em Portugal. Apesar desta evolução, para os profissionais do sector, que muitas vezes têm dificuldade em alojar os participantes em congressos, eventos e incentivos em unidades hoteleiras mais tradicionais, o recurso à plataforma é uma realidade, mas ainda com muitas incógnitas. Um estudo conduzido e publicado no ano passado pela revista britânica Meetings & Incentive Travel chegou à conclusão de que os organizadores de eventos têm preocupações ao nível da segurança e da confiança nos alojamentos em causa. Além disso, as empresas debatem‑se com problemas de falta de uniformização, em relação aos hotéis. No entanto, 12% dos que responderam ao questionário garantiram que pretendiam usar o serviço.


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Portugal Em Alta A Airbnb está optimista quanto ao mercado nacional de turismo de negócios. Ricardo Macieira destacou dois eventos em que a plataforma viu os pedidos a aumentar exponencialmente. “Nas semanas que antecederam a visita do Papa Francisco, o número de anúncios na cidade de Fátima aumentou dez vezes em relação às mesmas semanas em 2016. Temos ainda o exemplo da Web Summit no ano passado, onde os lisboetas que partilham o seu espaço na Airbnb obtiveram um rendimento extra superior a 2,8 milhões de euros nesse período”, referiu. Estes clientes da Airbnb procuram, segundo Ricardo Macieira, “alojamento o mais perto possível do local onde se realiza o evento, para evitar transtornos de maior. No entanto, os viajantes de negócios, ao optarem por acomodações disponíveis na plataforma, procuram viver as cidades como verdadeiros residentes, daí também ficarem mais tempo”, explicou o “country lead” da plataforma. A Airbnb considera estar preparada para enfrentar os obstáculos que lhe podem ser colocados por este mercado e destaca as vantagens da sua forma de operar. “Enquanto modelo baseado na comunidade, que aproveita os recursos existentes no destino, a Airbnb permite evitar investimentos desnecessários ou sobredimensionados; ajuda a que os benefícios cheguem de forma mais directa aos residentes locais; e representa uma alternativa mais inovadora, económica, social e sustentável para conseguir os seus objectivos”, salientou Ricardo Macieira.

Citur Usa Plataforma Para Fazer “Benchmark” João Luís Moita, da Citur, já usa a Airbnb, mas com o objectivo de comparar preços nas cidades. O responsável deste DMC admitiu que “alguns participantes preferem essa modalidade de alojamento” e explicou que o recurso à plataforma ajuda a “ter uma maior sensibilidade relativamente ao ‘pricing’ do alojamento na cidade”. João Luís Moita ainda não vê a Airbnb como uma forma de contornar a falta de resposta em hotéis mais tradicionais, mas acredita que pode ajudar “as estadias mais longas (por exemplo para staff temporário estrangeiro) e esporadicamente”.

ALEXANDRA NORONHA



OPINIÃO 28

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A Criatividade Tem Que Ser A Prioridade Número Um


As Fábricas De Eventos Em Série – Missão Criatividade! Podemos nos dias de hoje comparar os eventos a puzzles. Apresentamos a imagem e o conceito ao cliente. É pedido para se dividir a proposta em 1.000 peças, retirar 500, acrescentar 50, manter o conceito e o orçamento inicialmente apresentado. Resumindo, um desafio ou mesmo um quebra‑cabeças! Esta abordagem prende‑se na maioria dos casos com os pressupostos base dos briefings, “fazer mais com menos”, sendo que muitas vezes só temos acesso a estes pressupostos após a apresentação do “sonho”. O que resulta na maioria dos casos na duplicação do esforço investido em cada projecto. Primeiro apresentamos a proposta “perfeita” e só após este passo vamos pensar o evento ajustado aos reais pressupostos do briefing, tentado sempre manter, ou não desvirtuar, o conceito inicialmente apresentado e o qual o cliente “aprovou”. Existem, mas são cada vez mais escassos, os briefings e as oportunidades para fazer eventos totalmente originais e diferenciadores. Às marcas e aos seus gestores falta ambição, vontade de sonhar e arriscar. É cada vez mais habitual passarmos o dia a dar respostas a propostas mais simples, com uma criatividade limitada pelo budget e pelos timings de apresentação e tendo o preço e a logística como foco principal. Estes pressupostos estão a conduzir grande parte dos eventos para um caminho em que a criatividade se torna um factor secundário, representando uma ameaça para a evolução do mercado e dos eventos enquanto ferramenta eficiente de comunicação. Esta realidade transforma as empresas de eventos em “Fábricas de eventos”

com “produções em série”. As “fábricas” são o resultado da quantidade de trabalho ao qual se tem que dar resposta em timings recorde, o que não é necessariamente negativo, porque mostra que continuamos com um mercado que investe e precisa de investir em eventos. A “produção em série” resulta da utilização repetida do mesmo tipo de soluções. Considero que é nossa obrigação, enquanto organizadores de eventos, contrariar algumas destas tendências e desafiar os clientes a dar prioridade à originalidade dos projectos, pois a criatividade tem que ser a prioridade número um. Essa criatividade tanto pode estar visível em grande plano numa cenografia inovadora, como em pequenos apontamentos criativos e diferenciadores. Estes pequenos apontamentos por vezes não implicam um investimento financeiro adicional por parte das marcas, implicam apenas que as marcas permitam às agências ter a confiança e o tempo necessário que estas precisam para ser uma mais‑valia para os seus projectos. Há anos que trabalhamos com as limitações e pressões de um mercado assombrado pelos “fantasmas” financeiros e estruturais e mesmo assim fazemos acontecer e ainda ganhamos prémios pelo que fazemos. Acredito que os próximos anos são de mudança, com reforço do investimento e da confiança e que a criatividade será fundamental para as marcas atingirem os seus objectivos. MIGUEL PERDIGÃO TEAM LEADER DA DESAFIO GLOBAL


FEIRAS 30

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Visitantes Querem Ouvir, Testar, Mexer...

© Messefrankfurt Exhibition GmbH / Pietro Sutera


Boas Práticas Na Prolight+Sound 2017 Passear pelos corredores da Prolight+Sound fornece um manancial de ideias e inspiração. Quase todos os stands são extraordinariamente cuidados, criativos, e produzidos para impressionar o visitante. Praticamente todas as empresas ocupam mais de nove metros quadrados, sendo que os stands tipo são uma raridade.

Apresentar Em Primeira Mão Novos Produtos

Criatividade Marca Sempre

É sempre um argumento para atrair visitantes ao espaço. Marcar uma hora, chamar a imprensa, convidar o criador ou designer e fazer um happening da apresentação de um novo produto. Foi o caso do Adam Hall Group, que apresentou um novo design de uma coluna com toda a pompa e circunstância.

Uma caveira feita de truss? Provavelmente foi um dos stands mais fotografados da feira. Impossível não reparar. Mas há outras ideias, e até de mais fácil execução? Porque não usar o humor para convidar a entrar no stand ou para posicionar a marca? E usar o próprio material como assento? Simples e marcante.

Criar Espaços De Experimentação Imersivos Conteúdos Que Tocam A Prolight+Sound é uma feira em que a experimentação é algo de muito importante. Os visitantes querem ouvir, testar, mexer nos produtos. A Claypakys e a Robe levaram esta ideia a um outro nível. Comecemos pelo primeiro. Além do stand, a Claypakys desenvolveu o espaço Claypakys Immersive Experience. Com poucos lugares sentados, dando uma sensação de exclusividade quase, as filas formavam‑se para poder assistir à apresentação. Um relógio ia fazendo o countdown para cada uma das apresentações. O silêncio absoluto e a escuridão deram depois lugar a uma injecção de informação da marca. A Robe também apresentou um espaço enorme, fechado e extraordinariamente impactante. Lá dentro, além da possibilidade de descontrair, fazer networking, era possível ir vendo a funcionar alguns dos produtos de luz da marca checa, num espectáculo divertido e interactivo. Networking E Descontracção Uma grande parte dos stands na Prolight+Sound tinham bares incorporados. A comida, e principalmente a bebida, são elementos propiciadores de conversa e de contactos. Mimar o visitante é uma forma de criar relação. Atente‑se ao bar da Fohhn, um dos mais originais da feira, ocupando um contentor.

A MA Lightning colocou no seu stand um mural de tributo à comunidade em que se insere e com quem trabalha. É um reconhecimento que naturalmente cria emoção nos parceiros e clientes. Uma boa ideia. Tagar A Marca A PRG Deutschland, um dos principais expositores da feira (ocupou a sala de espectáculos da Messe só com as suas demonstrações), tinha informação em todo o lado sobre o facebook e o Instagram da marca, bem como um convite a que tagassem as fotos e vídeos do stand.

Os Expositores Nacionais Foram quatro os expositores portugueses presentes na Prolight 2017: a Vicoustic, a Next Proaudio, a Moose e a NAN. A Event Point esteve à conversa com todos eles. César Carapinha, da Vicoustic, que como o próprio nome indica é uma empresa especializada em acústica, sublinha a importância da feira, uma vez que a marca também actua na área do broadcast. Os decisores estão presentes


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no certame e, sendo uma feira na Alemanha, o foco da Vicoustic é mesmo o mercado desse país, embora não só. Além de novos contactos, o certame é um local para reunir com clientes actuais, sendo no fundo útil para o “reforçar de relações e criação de relações novas”. Além da notoriedade, a componente de vendas é importante quando participam numa feira. O mercado internacional é decisivo para a Vicoustic já que representa quase 99% da facturação. Foi a primeira vez que a empresa participou na Prolight+Sound ‑ nos anos anteriores optou pela Musikmesse ‑, e o balanço é positivo. A Moose, liderada por José Eduardo Aguiar, vinha à feira na expectactiva de chegar sobretudo aos mercados asiático e do médio‑oriente. E “no que toca a novos contactos tem sido melhor do que o ano passado”, explica o responsável à Event Point no terceiro dia do certame. José Eduardo Aguiar sublinha: esta é “seguramente a feira mais importante de todas aqui na Europa” e por isso fazem o investimento todos os anos. Até porque mais de 60% da facturação é assegurada pelo mercado internacional. Um dos segredos para o sucesso na participação é o trabalho feito previamente. “Fazemos bastantes contactos antes da feiras e vimos com várias reuniões agendadas”, conta. E apostam ainda na imagem que apresentam. “A imagem neste sector é muito importante. As pessoas recordam‑se do stand, do logo, dos catálogos”. “Levam‑se sempre resultados das feiras, mas é um processo longo”, sublinha José Eduardo Aguiar. A NAN Audiovisuais foi outra das presença na Prolight+Sound, privilegiando a marca Zsound. Correia de Neves, director‑geral, caracterizava a participação como “bastante positiva”. “Temos um equipamento em que acreditamos, estamos a demonstrá‑lo da melhor forma, incluindo no exterior da feira”, sublinha o responsável. Aliás, o facto de poder fazer demonstrações no exterior acrescenta impacto na participação da empresa. “Quando se fala de som, e de uma marca, como no caso desta, que ainda não é conhecida neste mercado, termos os sistemas a tocar é muito importante”, refere, dando conta que é um grande investimento, que faz todo o sentido. No interior, dois técnicos portugueses, numa sala criada para o efeito, demonstravam as potencialidades do produto. A Europa foi o mercado alvo da empresa, embora na Prolight “apareçam clientes de todo o mundo”. “É aqui que conseguimos fazer o contacto e despertar o interesse de empresas distribuidoras, de aluguer de equipamento a nível europeu”, refere Correia de Neves. A Next, representada por André Correia, partiu para Frankfurt com as expectativas baixas, já que com o aparecimento da feira ISE, em Amesterdão, onde também expõem, e que se realiza dois meses antes da Prolight, esta última tem vindo a sofrer, sobretudo em termos de visitantes. No entanto, na conversa com a Event Point, André Correia sublinhava que “a feira está com um nível bastante profissional em termos de visitantes”. “O segundo dia foi incrível, não

© Messefrankfurt Exhibition GmbH / Pietro Sutera

parámos de atender clientes, e ainda por cima houve clientes novos, fechámos negócios, e o terceiro dia foi a continuação disso”, refere o assistant manager da Next. Este bom desempenho da marca nos dias da feira propriamente ditos é resultado de um intenso trabalho à priori. O contacto pessoal neste sector, segundo André Correia, é extremamente importante, porque “grandes negócios não se fazem via email”. Tal como é relevante a forma como a marca se apresenta em feira e por isso há um cuidado muito grande no desenvolvimento do stand que, no entender do responsável, procurou ter um design atractivo e simples, comunicando aquilo que a marca é. A empresa organiza ainda uma festa, durante a feira, utilizando só produtos portugueses. Apesar da Prolight reunir visitantes de quase todo o mundo, para a Next o objectivo principal era chegar aos mercados sul‑americanos. Segundo André Correia, o mercado internacional representa globalmente 95% da facturação da marca. Em termos de tendências, o responsável aponta o design das colunas, que hoje se querem mais pequenas e portáteis, e com a possibilidade de serem customizadas. O segmento dos eventos corporativos assume cada vez mais importância, e aí a parte estética é muito importante e tem um peso superior à parte tecnológica. CLÁUDIA COUTINHO DE SOUSA * *VIAJOU A CONVITE DA MESSE FRANKFURT



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Um País Cada Vez Mais Aberto Ao Mundo


IT&CM China 2017 Dar e receber no sempre atraente mercado MICE chinês Promover a China no mundo e o mundo na China. Este foi o mote lançado para a IT&CM China e a CTW China, dois eventos dedicados à meetings industry e às viagens corporativas, respectivamente, que decorreram no passado mês de Março em Xangai. Neste que é um dos top markets MICE globais, a China mostrou o que de melhor o país tem para oferecer nestes dois segmentos, mas sem esquecer de captar os mercados internacionais que também querem conquistar o sempre atraente mercado chinês. Dar e receber num país cada vez mais aberto ao mundo. Para lá do programa educacional e das diversas actividades de networking, o Shanghai Convention & Exhibition Center of International Sourcing acolheu 720 expositores de 288 empresas e organizações, com representação de todos os continentes (o que aconteceu pela primeira vez), cerca de três mil profissionais MICE e 355 buyers chineses de 38 cidades. Propuseram‑se negócios, trocaram‑se contactos e foram realizadas mais de 14 mil reuniões. Embora a maior parte do mercado seja doméstico, há um forte interesse nos (e dos) mercados internacionais. Barcelona, Viena, Escócia, Argentina, África do Sul e Mónaco foram alguns dos destinos que se estrearam na IT&CM China. “Temos cada vez mais fornecedores escoceses a quererem desenvolver os seus negócios aqui. O número de buyers ainda é pequeno, mas vai crescer muito nos próximos anos”, referiu Lindsay Brown, da Visit Scotland Business Events, presente em Xangai para atrair para a Escócia “não só viagens de incentivo, mas também mais reuniões e convenções”. Afinal, o mercado chinês é cada vez mais relevante para os escoceses. Para os Convention Bureau de Viena e Barcelona o mercado chinês tem tido mais força no segmento do turismo. E a ideia, ao apresentarem‑se juntos em Xangai, era potenciar o crescimento do segmento MICE no mercado asiático. Contudo, e embora o “alvo” fosse a meetings industry, “os pedidos que nos foram chegando são muito turísticos”, contou Ulrike Von Arnold, de Viena. Ainda assim, o mercado chinês é para continuar a explorar, até porque ambos sabem que as suas cidades têm infra‑estruturas de qualidade, profissionalismo, são “destinos fáceis” e seguros para a indústria. “As cidades europeias estão preparadas para acolher todos os tipos de nacionalidades e eventos”, sublinhou Mònica Colomer, de Barcelona.

Embora o segmento do lazer tenha mais espaço, Berlim foi a Xangai com um olho no sector MICE. “E sendo Berlim um dos grandes destinos MICE do mundo, e já que aqui as coisas estão a crescer rapidamente, é importante darmos os primeiros passos: estar aqui, falar com os profissionais da indústria, tentar compreender as suas necessidades, mas também criar uma boa rede de contactos”, explicou Ralf Ostendorf, do Visit Berlin. A IT&CM China tem vindo a primar por proporcionar o contacto entre as melhores marcas e organizações do sector e compradores selecionados, continuando a atrair uma impressionante variedade de expositores locais e internacionais, graças também à “exuberância” do mercado MICE chinês e ao sólido caminho que o evento traçou na última década. Além disso, proporciona um programa educativo de relevo, com oradores internacionais, que coloca em perspectiva o futuro do sector.

Entretanto, já são conhecidas as datas da edição do próximo ano da IT&CM China e da CTW China: 20, 21 e 22 de Março de 2018. O local é o mesmo: Xangai, o coração dos negócios da China.

MARIA JOÃO LEITE* *VIAJOU A CONVITE DA IT&CM CHINA


OPINIÃO 36

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“Pergunta A Ti Mesmo O Que Tens Dentro De Ti...”

© Telmo Miller


Descobre O Factor FOG! Um dos factores determinantes para venceres no mundo dos eventos é perceberes qual é o teu verdadeiro talento, vocação ou habilidade. Existem os seres iluminados, aqueles que nascem com um talento nato, e existem os seres que se tornam iluminados, aqueles que têm de correr atrás do follow spot e que depois de muitas maratonas o conseguem encontrar. Todos eles têm algo em comum, uma particularidade essencial que determina o princípio do sucesso, o factor (FOG), Faz O que Gostas.

Não te dignes a perguntar o que os outros procuram ou ambicionam, pergunta a ti mesmo o que tens dentro de ti, que diamante tens para mostrar ou lapidar. Não sigas os teus pensamentos, que mudam, mas sim aquilo que és, aquilo que te define, aquilo que te diferencia dos outros, aquilo que realmente queres ser, o que realmente podes dar ao teu grupo de trabalho ou à tua empresa. Só de pensares no que gostas de fazer, já estarás a fazer. O segredo do teu sucesso é simples: descobre o que realmente gostas de fazer e canaliza toda a tua ENERGIA neste sentido. Não importa se és estagiário, se é o teu primeiro emprego, se já tens muita experiência e estás a mudar de empresa ou qualquer outra forma de expressão dentro e fora do universo dos eventos, o importante é focares todas as tuas convicções em busca do teu factor (FOG).

Se analisares grandes artistas, vais descobrir que o que os motivou foi o desafio, a oportunidade de chegar mais longe, o desejo de concretizar algo grandioso. Foi este o impulso que os transformou em grandes lendas, serão estes os mesmos motivos que te levarão a alcançares os teus objectivos.

Lembra‑te de que ao fazeres o que gostas, por mais impossível que pareça, mesmo que ainda seja em pensamento, já estás no caminho da concretização. Pensa bem, nunca mais haverá uma cópia de ti nesta vida, tu és único, por isso avança com toda a tua convicção e determinação, aposta tudo o que tens. O mundo dos eventos é um grande jardim, semeia nele a planta de que mais gostas, com o tempo o teu carisma cresce e as coisas começam a acontecer. Mesmo que neste momento ainda não estejas na concretização do teu factor (FOG) dedica o máximo de tempo que tens a fazer aquilo de que gostas, o relógio não pára, aproveita todos os momentos para pores em pratica, faz, volta a fazer. Quando decidimos conseguir algo, tem que haver determinação e discernimento. Lembra‑te de que a persistência é o motor do êxito, ao contrário do medo que é o pior sentimento que o ser humano pode ter e está sintonizado com as frequências mais baixas do universo. Este pode intrometer‑se no teu caminho, ao fazê‑lo estará a testar‑te e a pôr à prova toda a tua vontade interior que está altamente conectada com o teu poder de realização.

Portanto, tu fazes, logo gostas, ao gostares viajas no teu sonho, tu sonhas e não desistes, tu Fazes O que Gostas!

PAULO MAGALHÃES DIRECTOR ARTÍSTICO DA PMP EVENTOS


GRANDE ENTREVISTA 38

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“O Segredo É Dar Valor A Quem Nos Ajuda.”


“Sou Um Líder, Nasci Assim” É um dos mais experientes especialistas portugueses em segurança, quando pensamos em grandes eventos como festivais de música ou concertos. Há cerca de um ano na Prosegur, onde coordena esta área, Mário Lavrador esteve à conversa com a Event Point. Uma entrevista onde se fala de ser inteligente, e gostar daquilo que se faz.

Conte‑nos sobre o seu percurso profissional? Como chegou à área da segurança em eventos? Desde miúdo que esta é uma área que me apaixona, tinha aqueles sonhos de ser o Super‑Homem, de ajudar as pessoas com dificuldades, e protegê‑las. Comecei a praticar alguns desportos, nomeadamente boxe e atletismo e, entretanto, em 1990 ou 1991, quando começaram a aparecer os concertos em Portugal, sou convidado a fazer parte de um grupo para fazer segurança. Na altura não existiam ainda empresas de segurança, eram grupos de pessoas que eram contratados para isso. Gostei logo da experiência e decidi dedicar‑me a esta área dos eventos, das grandes multidões, dos espectáculos, Penso que serei a segunda pessoa com mais idade em termos de coordenação/gestão de eventos. E quais foram os marcos mais importantes nesse percurso? É difícil estar a destacar um ou outro, porque aconteceram tantos, que não consigo dizer qual foi o que me marcou mais. Quando acaba um evento e as coisas correm conforme os promotores pretendem e nós idealizamos, é isso que nos faz feliz, e que nos marca, no fundo. Houve situações, ao longo do meu percurso profissional, com mais ou menos dificuldades. Tenho em mente uma situação que aconteceu num dos festivais, em que estava iminente a queda da estrutura do palco, e em que, com a colaboração da polícia, conseguimos recuar 40 mil pessoas sensivelmente 20 ou 30 metros. Foi no Alive... Sim. E a parte mais difícil não é conseguir recuar a multidão, o que é difícil é a multidão regressar à zona de frente de palco sem atropelamentos, com a ânsia de serem os primeiros. Foi necessário combinar uma estratégia entre nós e as forças de segurança, que correu lindamente. Manteve‑se o cordão, criando ali uma pressão, e fomos cedendo devagar, sem a multidão se aperceber que estava a andar para a frente. Quando se aperceberam tínhamos as 40 mil pessoas junto à frente de palco. Isso foi gratificante e recebemos todos os parabéns. É isso que nos marca.

Quais eram as grandes diferenças entre o que era o trabalho na altura em que começou, e o que é hoje em dia? Como foi essa evolução? Há uma grande diferença na estrutura, na organização, e na planificação. As coisas antigamente ainda eram feitas de forma amadora. Mas isso serviu para hoje termos uma percepção da real necessidade, porque muitas das vezes é estar no terreno que nos ensina. Posso dizer que antigamente era uma segurança mais selvagem, havia alguns excessos, inclusive porque a ideia que se criava da segurança era uma que hoje já não tem nada a ver. Hoje existe outro conceito, e ainda bem. Era um conceito mais musculado? Sim. Eu sou um dos que vêm acabar com a situação de bater nos miúdos à frente do palco. Antigamente cada miúdo que caía no palco era agredido. Quando sou escolhido para ser responsável da frente de palco, achei que não era correcto o tratamento, já que a invasão da pessoa naquele espaço não era um acto provocatório, era um acto alegre, feliz. E comecei a partilhar a opinião de alguns produtores de que os elementos da frente de palco estavam ali para auxiliar os miúdos. Assisti, ao longo de toda a minha carreira, a algumas situações muito complicadas, porque as pessoas desviavam‑se e os miúdos caíam. E então adoptámos outra estratégia que era incentivar os homens a protegerem os nossos clientes, a agarrá‑los no ar, ajudá‑los, e depois encaminhá‑los pelas saídas. E começámos a melhorar a imagem da segurança. Como diz um produtor que conheço: a frente de palco não é segurança, é auxílio. E tem lógica, é uma zona em que é necessário prestar auxílio, a pessoas que se sentem mal, ou que precisam de uma garrafa de água, ou ajudar a tirar um indivíduo que não quer mais lá estar. Esse conceito mudou, e quem não o fizer é tudo menos profissional.


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Podemos dizer que, para usar aqui uma imagem, a frente de palco é a tropa de elite dentro da segurança de um festival? É a posição mais sensível, mais delicada entre as várias posições? Eu acho que não, mas há quem defenda isso. Acho que hoje é um todo. São muito importantes as entradas. Como coordenador, a minha posição é a entrada. Se entrar com algum à‑vontade é logo o início do seu bem‑estar no evento. E nós temos de começar a dar esse bem‑estar, porque as pessoas vão estar ali duas, três, quatro horas. Depois existem as equipas volantes, que informam, que prestam auxílio, que comunicam com as várias entidades quando existe algum problema. Também são muito importantes. Aqui nesta casa o que nós briefamos os homens é que não se trata só de vestir a farda, e estar ali presente, é prestar auxílio às pessoas. Elas são nossas clientes, nós existimos porque elas pagam bilhete. E a minha preocupação é que estejam bem, independentemente de não as conhecer. A frente de palco, de facto, é mais trabalhosa, mas depende também do estilo de musica do festival. Se for fado, a frente de palco é calma, se for heavy metal é muito complicado. É onde está a maior concentração de pessoas, mas pela experiência que tenho não é só isso que é importante. O que é que lhe dá mais trabalho, fazer o Cooljazz ou o Vagos Metal Fest? O Vagos Metal Fest. O Cooljazz é muito pacífico. Mas isto da segurança não é uma ciência exacta, não é matemática, e por isso é que é apaixonante. Temos de encarar cada trabalho como se fosse a primeira vez. Temos de estar sempre atentos. O Cooljazz é um evento muito soft, o escalão etário é de 35, 40 e mais velhos, pessoas mais ponderadas. O Vagos Metal é outro estilo, para o qual nós também estamos preparados, mas é muito mais movimentado. Não digo perigoso, mas é mais trabalhoso. É capaz de destacar um ou outro trabalho que lhe tenha dado gozo fazer? É difícil, há festivais que adoro fazer. Basicamente cheguei a fazer quase todos os festivais nacionais. Começo a fazer como colaborador, requisitado por outros, até que um dia desafiaram‑me a formar o meu grupo? Os próprios clientes começaram a incentivar‑me e a pedir que me contratassem especificamente. Um dia decidi arriscar. Passei um ano no deserto, porque a partir do momento em que montei um grupo, mesmo aquelas pessoas que me incentivavam, nesse ano não me contrataram. No segundo ano associo‑me a outra pessoa e aí começa a minha ascensão enquanto coordenador de eventos. Decidi que tinha que vencer. Costumava fazer eventos em locais muito complicados e então idealizei a seguinte estratégia: fui aos bairros mais problemáticos que se possa imaginar, e fui buscar as referências para trabalharem comigo. Era o tipo mau de Chelas? Fui buscá‑lo. Usei o atrevimento que eles tinham e comecei a incutir‑lhes educação. Deu muito trabalho mas resultou.

Porquê é que achou que isso podia resultar? Na altura o público media forças com a segurança. Faziam asneiras de propósito para provar que não tinham medo de nós. Eu por exemplo sou da Madragoa, por isso qualquer pessoa que fosse da Madragoa sabia que estava no evento o Marinho, logo não iam criar problemas. O mesmo com os outros bairros. Tinha um cigano na minha equipa, pelo que quando havia um problema com ciganos, era ele que ia resolver. Na altura foi isso que eu fiz, depois a estratégia foi‑se alterando. Há alguns que hoje ainda se mantêm, e outros tivemos que os despedir porque acabaram por não se adaptar porque não conseguiram despir essa máscara de agressividade. Hoje em dia a segurança não tem que ser agressiva, tem que ser competente, inteligente e algumas pessoas infelizmente não querem optar por isso. Qual é a característica principal de alguém que queira a trabalhar numa equipa sua num festival?

Tem de ser inteligente, ter raciocínio rápido, destreza, não se pode esconder, não pode ter medo, e deve ter atenção, e gostar daquilo que faz. Olhando para um evento tão complexo como pode ser um festival de música, quais são os principais desafios em termos de segurança? Começa com o planeamento das entradas. Depois é a disponibilidade para lidar com pessoas mal dispostas, que dormiram mal, que tiveram um dia complicado, mas compraram um bilhete. Temos de procurar entender. Os produtores que nos contratam exigem a simpatia para com as pessoas. E aqui entra a formação, o facto de fazer isto porque gosta. E depois gerir aquela multidão, fazer com que nada grave aconteça. É extremamente gratificante quando o evento acaba, e vemos as pessoas a sair bem. Nós não temos a noção, mas são horas e horas a sair. No Alive toda a produção e a polícia têm uma grande preocupação em que as pessoas não estrangulem ali (em Algés) na saída. Há uma grande vontade dos produtores em prestar um bom serviço.


E a parte dos artistas, lidar com tantas exigências? É complicado? É complicado, tem que se ter estômago para isso. Lembra‑se assim de alguma coisa estranha com que tenha tido de lidar? O maior problema é quando pedem droga. Não é o produtor que faz essa exigência. Mas depois quando estamos no terreno pode haver managers que questionam onde é que é possível arranjar isto e aquilo. E isso é crime. Está fora de questão. A nível de produção nunca houve ninguém que questionasse isso, ninguém. Assisti a uma situação na Zambujeira, no Sudoeste, em que já estava a decorrer o festival e no segundo ou terceiro dia há uma operação stop da GNR. Às tantas está uma carrinha com uma das bandas que a GNR mandou parar e está a artista a pedir droga à GNR. Há coisas caricatas que acontecem nos festivais.

Os organizadores estão sensíveis para a necessidade de assegurar equipas suficientes de segurança para que tudo corra bem, ou é difícil equilibrar ali as coisas entre custo e investimento? O que é que a sua experiência lhe diz sobre isso? Há uns que não olham a valores, há outros que pensam que não há necessidade de gastar tanto. E há ainda outros que não têm noção nenhuma. E isso tem a ver com as equipas que contratam. Se fosse produtor não ia para a solução mais barata, porque numa situação de calamidade, não sabem o que têm de fazer, não estão formados para isso. Por isso custam menos de metade, ou três vezes menos do que nós. Mas isso também são produtores com pequenos eventos. Se formos falar a nível de grandes eventos todos sabem que o sucesso depende também da segurança.

Creio que é pai. Como é que encara essa responsabilidade de zelar pela segurança de filhos de outros pais? É uma preocupação que nós temos. Aí entra a formação, a maneira de actuar com os miúdos terá que ser diferente da foram de lidar com homens de 40 ou 50 anos. Temos que os acompanhar, entender e protegê‑los. Mas de uma coisa os pais podem estar descansados: temos uma grande preocupação em que nada aconteça aos miúdos. Não permitimos que façam fogueiras e grelhados no campismo. E facilitamos que os pais entrem. Se chegar lá e disser “eu tenho aí a minha filha”, nós facilitamos, controlando sempre. Mesmo quando há exageros a nossa preocupação é ligar aos pais e já aconteceu eles virem buscá‑los. Prestamos todo o tipo de auxílio. Mas sim, como pai preocupa‑me. E preocupam‑me certas atitudes dos miúdos. O que é que fazemos para os pais estarem mais descansados? Damos segurança e auxílio, estando mais próximo deles. Não deixava ir a minha filha se a informação fosse negativa. Há uma coisa com que eu estou a lutar e aqui é um pouco difícil porque tem a parte económica: começar a criar mais regras em termos de campismo. No inicio havia dois ou três roubos, mas depois aumentou. E há também os incautos, que não têm cuidado. Entristece‑me existirem situações de roubos, mas também lhe digo que chegamos a criar dois contentores para depositar os valores, gratuitamente, em troca de uma pulseira e houve cinco adesões. Acaba por ser desmotivante, e não é nada que não informemos na entrada, para andarem sempre com as bolsas com dinheiro, não deixarem valores e telemóvel. Existem problemas, mas que procuramos que não aconteçam. Isso é uma preocupação inclusivamente do produtor.


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E como é a articulação com as forças de segurança? Hoje em dia é boa. Claro que se trabalha melhor com certos responsáveis do que com outros. Alguns ainda pensam que só são eles e que nós não existimos, mas há outros que dão valor e partilham e colaboram connosco e nós aprendemos uns com os outros. Depois de um festival como é que relaxa? Antigamente, antes de morar onde moro agora, em Azeitão, junto com três ou quatro casais amigos íamos comer e beber e cada um partilhava as suas histórias. Hoje em dia é diferente, vou para casa ter com os meus animais e não saio durante um dia. Disseram‑nos que nas comunicações rádio o tratam por padrinho. Tem ideia de quantas pessoas já coordenou ao longo dos anos? Quantos afilhados tem? É verdade, sou padrinho de muita gente e agora até posso dizer que me tratam por patrão, ainda que não o seja. A palavra padrinho é de carinho. Sou um líder, nasci assim e o segredo é dar valor a quem nos ajuda. Não há ninguém neste mundo que não tenha que ter uma boa equipa. Sou o que sou porque tive muita gente a ajudar‑me, e por isso sou o padrinho. O telemóvel está ligado 24 horas por dia, e muitas vezes às quatro da manhã saía de casa para ir em auxílio de A, B ou C. Preocupo‑me com a vida pessoal da equipa. Isto é uma família. E quando tiver que ralhar e castigar também castigo e às vezes até sou duro. Mas aceito uma crítica. Analiso. Dou razão. Sou amigo do meu amigo. Também criei alguns inimigos. Tenho a noção de que não sou o melhor mas tento ser sempre o melhor em todos os eventos que faço.

Perfil Vive em Azeitão, e é aí que se dedica a uma das suas paixões: os pássaros de bico curvo. Cria periquitos ingleses, algo que o ajuda a relaxar de uma actividade altamente stressante como a da segurança. “Quando estou a tratar dos pássaro estou em paz”, sublinha. Mário Lavrador tem ainda um porco, uma cadela e dois gatos. É fã de futebol e do Belenenses, o que considera ser “um estado de alma”. Adora cozinhar e, se pudesse convidar um político para almoçar, a escolha recairia em Marcelo Rebelo de Sousa.



INQUÉRITO 44

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O Protocolo Empresarial Em Portugal De Novembro de 2016 a Fevereiro de 2017 esteve disponível, no site e nas redes sociais da Event Point, um inquérito de caracterização do Protocolo Empresarial em Portugal, aberto a todos aqueles que, exercendo profissões associadas aos eventos e ao protocolo, bem como noutras áreas científicas no âmbito da comunicação, pretendessem participar.

As respostas foram tratadas de forma anónima, sendo utilizadas para este estudo, não obstante poderem vir a ser usadas em outros artigos. A participação foi fundamental para que este trabalho pudesse ser desenvolvido. Apresentamos, formalmente e por esta via, o nosso agradecimento. O objectivo foi reunir dados que permitam aos interessados no estudo e na investigação do protocolo empresarial, obter informação válida e actualizada sobre a área. A recolha de dados, através do inquérito por questionário, permite conseguir elementos temáticos, válidos e fiáveis, que surgem a partir de respostas individuais dadas a um conjunto de questões, produzidas por um grupo representativo de respondentes, em torno das quais se apresentam as conclusões passíveis de serem difundidas. É possível, ainda, conhecer a aplicação prática do protocolo empresarial nas organizações, em Portugal. Pretendeu‑se saber, por exemplo, que tipo de competências são requeridas a estes profissionais, que formação académica ou que experiência profissional detêm.

(pós‑graduação ou mestrado) e 5,4% tem doutoramento. A profissão dos respondentes é bastante diversificada: desde gestores ou organizadores de eventos, passando por formadores, secretárias, professores, responsáveis de venues, até profissionais de hotelaria, e directores de marketing e comunicação, entre outras. A área de actividade dos respondentes distribui‑se por vários sectores: organização de eventos, educação/formação, comunicação, publicidade, direito, recursos humanos, hotelaria, turismo, imobiliário, comércio, indústria, distribuição, banca, transportes, além de funções diversas na Administração Pública. Em termos de experiência profissional os dados são bastante diversificados: 47,3% dos inquiridos tem mais de 15 anos, 21,5% entre 10 a 15 anos, 17,2% entre 5 a 10 anos, e 14% menos de 5 anos. Por uma questão de espaço deste artigo na revista não é possível inserir todas as respostas. O Que É O Protocolo?

A Amostra O questionário foi estruturado com 20 questões, tendo sido integralmente respondido via web, através da plataforma Google Forms. Das respostas obtidas ao inquérito consideraram‑se válidas 93. A população respondente é maioritariamente feminina (86% vs. 14% masculina). As idades situam‑se entre os 18 e os 72 anos, posicionando‑se o maior número de respostas entre os 35 e os 50 anos (média 41,2%). A nacionalidade dos participantes é maioritariamente portuguesa tendo havido três respostas de estrangeiros. A caracterização dos participantes indica que 86 % se encontra, em termos de empregabilidade, no activo; 9,7% está desempregado; 2,2% é reformado e 5,4% é população estudante (alguns dos estudantes estão também no activo). No que respeita à formação académica: 16,1% tem estudos secundários, 37,6% tem uma licenciatura, 40,8% tem estudos pós‑graduados

A primeira questão colocada pretendia aferir junto dos participantes qual o seu entendimento sobre a palavra protocolo. Os resultados obtidos indicam que 71,6% dos respondentes seleccionou a resposta “todas as possibilidades anteriores” ‑ etiqueta, cerimonial de Estado, regras de organização de eventos e comunicação interpessoal ‑, ou seja que através destas se caracteriza protocolo. Já 12,6% entende que protocolo se define como “regras de organização de eventos”, 5,3% define‑o como etiqueta, cerimonial de Estado e regras de organização de eventos, 3,2% define‑o unicamente como etiqueta, 2,1% apenas como cerimonial de Estado. Quando questionados sobre a pertinência do Protocolo Empresarial na empresa contemporânea: 81,1% dos inquiridos respondeu “sim”, 15,8% respondeu “às vezes”, 2,1% respondeu “sim, às vezes” e 1,1% respondeu “não”. A maioria entende que a aplicação do protocolo empresarial é fundamental


O Protocolo Nas Empresas

e indicam a existência de vários momentos empresariais em que tais conhecimentos podem e devem ser aplicados. Das 60 respostas obtidas, seleccionaram‑se as que se apresentam seguidamente: “COMO FERRAMENTA COMUNICACIONAL DA IMAGEM E PRESTÍGIO, INTERNA E EXTERNAMENTE. MINIMIZANDO RISCO E POTENCIANDO VALOR.” “A IMAGEM DE UMA EMPRESA É CADA VEZ MAIS IMPORTANTE PARA QUE A EMPRESA CRIE IMPACTO POSITIVO NO PÚBLICO‑ALVO. PARA TAL AS REGRAS DO PROTOCOLO SÃO ESSENCIAIS.” “NUMA REUNIÃO, A ELABORAR CONVITES, NA MANEIRA DE RECEBER, DE SENTAR AS PESSOAS, DE AGRADECER ETC. QUASE SE PODE DIZER EM TODOS OS CONTEXTOS.” “SEJA UMA EMPRESA OU ÓRGÃO DE ESTADO, CREIO QUE O PROTOCOLO ESTÁ, OU DEVERIA ESTAR, SEMPRE PRESENTE.” “AS REGRAS AJUDAM A PERCEBER O QUE SE ESTÁ A PASSAR DE

Pretendemos recolher ainda informação sobre a função do protocolo numa empresa. As respostas indicam que 77,9% dos inquiridos considera que passa por: “uniformizar a comunicação da empresa e a imagem da marca, apoiar o anfitrião na organização de eventos, ordenar pessoas e efectuar o seating de convidados, receber altas entidades e ordenar bandeiras”. Na opinião de 75,8% dos participantes, a cultura empresarial portuguesa é “variável, em função das circunstâncias e das profissões”. No entanto 13,7% indicam que é “formal” contrastando com 8,4% que a consideram “informal”. Por fim, registam‑se ainda 2,1% participantes que optam por indicar que é “formal, variável, em função das circunstâncias e das profissões”. Quando deparados com dúvidas sobre temas de natureza protocolar, para as esclarecerem, os participantes recorrem a: “à Web ou a livros especializados” (36,8%), “aos seus conhecimentos especializados na área” (28,4%), “ao gabinete de Marketing/Comunicação” (16,8%), “ao secretariado” (9,5%) e, por fim, “à sua network” (8,4%). As respostas à questão sobre organização de eventos na empresa nos quais o protocolo tivesse tido um papel primordial revelaram que 61,1% dos respondentes sublinha a importância do protocolo nos eventos empresariais, face a 38,9% que considerou que este não tinha um papel primordial. Seleccionaram‑se, das 48 respostas obtidas, as seguintes, exemplificando a necessidade de aplicação das normas protocolares:

UMA FORMA CLARA E SEM MARGEM PARA DÚVIDAS.” “SEMPRE QUE O PROTOCOLO TENHA QUE EXISTIR, SEJA INTER‑EMPRESA

“ORDENAR BANDEIRAS, RECEBER ENTIDADES GOVERNAMENTAIS,

OU NA RELAÇÃO DESTAS COM QUEM AS RODEIA.”

ELABORAR UMA PLACA, ESCREVER UM CONVITE.”

“PARA QUE AS EMPRESAS POSSAM FUNDIR‑SE ENTRE ELAS, DE FORMA

“RECEPÇÃO DE CONVIDADOS, ORGANIZAÇÃO DE SESSÕES SOLENES.”

COMPETITIVA, CRIANDO RESPEITO EM CADA SECTOR.”

“SALA DE REUNIÕES E JANTARES DA EMPRESA.”

“EM SITUAÇÕES QUE EXIJAM MAIOR FORMALIDADE OU ENVOLVAM

“SEMINÁRIOS, WORKSHOPS, REUNIÕES.”

PERSONALIDADES CUJA PRESENÇA CAREÇA DE PROTOCOLO.”

“MESTRE DE CERIMÓNIAS.”

“SABER SER E SABER ESTAR DA MELHOR FORMA PERANTE OS STAKEHOLDERS.”

“NA RECEPÇÃO DOS CONVIDADOS E NA ORGANIZAÇÃO DOS ALMOÇOS E JANTARES (...) COM

“É NECESSÁRIO EXISTIREM REGRAS DE BOM FUNCIONAMENTO DENTRO DE UMA

REPRESENTANTES A NÍVEL MUNDIAL (...) ENCONTRAVAM‑SE REPRESENTADOS A CHINA

ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL; NOVAS IDEIAS, TEORIAS PODERÃO SEMPRE SER TESTADAS,

E A ALGÉRIA (...) ERA IMPORTANTE A CONCILIAÇÃO DE TODAS ESSAS DIFERENÇAS (...).”

MAS UM PROTOCOLO EMPRESARIAL É FUNDAMENTAL PARA O BOM FUNCIONAMENTO.”

“CERIMÓNIAS (DE ABERTURA E ENCERRAMENTO) DE EVENTOS COM

“EM CONTEXTOS DE MAIOR FORMALIDADE NA RELAÇÃO COM CLIENTES OU PARCEIROS.”

PERSONALIDADES OFICIAIS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS.”

“RELAÇÕES INTERNACIONAIS.”

“FINAL DE COMPETIÇÃO DESPORTIVA.”

“RECEBER PERSONALIDADES DO ESTADO.”

“EVENTOS COM SE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA; COM SE O PRIMEIRO‑MINISTRO,

“1) DEFINIR OS COMPORTAMENTOS ADEQUADOS AO UNIVERSO PROFISSIONAL

REITORES, EMBAIXADORES, ENTRE MUITOS OUTROS.”

DE FORMA UNIFORME PARA TODOS OS COLABORADORES. 2) INSTITUIR DESDE O

“INAUGURAÇÃO DE EXPOSIÇÕES E ALMOÇOS COM FIGURAS PÚBLICAS.”

PRIMEIRO DIA QUAIS OS LIMITES DO VESTUÁRIO, COMPORTAMENTO E COMUNICAÇÃO

“VISITA DE DIRECTORES JAPONESES À EMPRESA.”

COM COLEGAS, CLIENTES E PARCEIROS. 3) EM DETERMINADOS EVENTOS O

“ORGANIZAÇÃO DE BANDEIRAS; FORMAS DE RECEBER CONVIDADOS.”

PROTOCOLO É ESSENCIAL E DEVERIA SER UTILIZADO COMO UM PROCESSO

“GALAS DESPORTIVAS, TALENTOS, CRIADORES, RECEÇÕES DE MINISTROS, ETC.”

FACILITADO E NÃO ENCARADO COMO UM ‘MONTE DE REGRAS COMPLICADAS’.”

“VISITA DO SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO E OUTRAS INDIVIDUALIDADES

“TODAS AS INSTITUIÇÕES QUE SE REGEM POR REGRAS CLARAS OPERAM MELHOR.”

ÀS INSTALAÇÕES, COM DISCURSO E COFFEE‑BREAK.” “EVENTOS COM PRESENÇA DE FIGURAS DE ESTADO PORTUGUÊS OU DE OUTROS PAÍSES.”


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Sobre a gestão de situações protocolares constrangedoras, ocorridas por deficiente planeamento prévio a maioria dos participantes respondeu que “não”, representando 60% das respostas. 40% dos inquiridos respondeu “sim”. Obtiveram‑se 31 comentários exemplificando a situação, dos quais se seleccionaram os que se apresentam: “BANDEIRAS, SEATING, ERROS NOS CONVITES, QUESTÕES RELACIONADAS COM ALIMENTAÇÃO”.

estabelecer precedências empresariais, as respostas revelam que 47,4% indicou o “organograma”, enquanto que 22,1% dos respondentes considera que todos os critérios apresentados se aplicam (ou seja: organograma, idade, ordem alfabética, antiguidade no cargo, outra). Em termos de perfil pessoal e profissional, os inquiridos consideraram que as competências fundamentais de um profissional de protocolo são diversas. Seleccionamos as seguintes por serem as mais exemplificativas:

“PARA EVITAR GAFES E CONSTRANGIMENTOS”. “INDICAÇÃO INCOMPLETA DE CONVIDADOS/VIP QUE VIERAM COMPROMETER O SEATING”.

“BOM SENSO, CONHECIMENTO TÉCNICO DA ÁREA, CULTURA GERAL,

“SENTAR PESSOAS IMPORTANTES NUM JANTAR DE GALA, RECEBER

BOA APRESENTAÇÃO, SERENIDADE, VIVACIDADE, DIPLOMACIA”.

DIPLOMATAS DE PAÍSES COM CULTURAS MUITO DIFERENTES”.

“RESPONSABILIDADE, ORGANIZAÇÃO, ZELO E DISCRIÇÃO”.

“ACERTO DE PLANO DE MESAS À ÚLTIMA DA HORA”.

“SER UMA PESSOA ACESSÍVEL, SEM MANIAS DE QUE OS OUTROS

“NA ORGANIZAÇÃO DE UM SEMINÁRIO QUE ENVOLVIA

NÃO SABEM NADA E EU SEI TUDO. SABER TRANSMITIR, SER PRÁTICO

GESTORES DE EMPRESAS CONCORRENTES”.

EM DAR RESPOSTA A QUESTÕES MAIS DO DIA A DIA...”.

“QUANDO UM ADMINISTRADOR DE EMPRESA, SENTOU CONVIDADOS DE

“FUNDAMENTAR AS REGRAS (I.E. PORQUE RAZÃO EXISTEM), ABERTURA

ACORDO COM O SEU GOSTO, QUEBRANDO REGRAS PROTOCOLARES”.

E RESPEITO PELAS DIFERENÇAS, CAPACIDADE RELACIONAMENTO

“O(S) CONVIDADO(S) REJEITAREM MARCAÇÃO ESTABELECIDA PELO

INTERPESSOAL EXCELENTE, CAPACIDADE DE INFLUÊNCIA”.

PROTOCOLO (NESTE CASO, NUMA MESA DE JANTAR)”.

“DESCRIÇÃO, INVISÍVEL, PLANO B, COERÊNCIA, BOM SENSO, BOM ORGANIZADOR E GESTOR”.

“SEATING COM ELEMENTOS DO GOVERNO”.

“ENTENDER DO NEGÓCIO EM QUESTÃO É SABER COMO DEVE ADEQUAR”.

“SITUAÇÕES PROVOCADAS PELAS ENTIDADES OFICIAIS”.

“CONHECER OU INTEIRAR‑SE DOS DIFERENTES PROTOCOLOS CULTURAIS;

“CHEGADA INESPERADA DE MAIS PARTICIPANTES”.

ORGANIZAR COM COMPETÊNCIA OS DIFERENTES EVENTOS; ORIENTAR

“REPRESENTANTE DO MUNICÍPIO APARECEU NUMA CERIMÓNIA EM AUDITÓRIO

DISCRETAMENTE OS PARTICIPANTES DA EMPRESA, INDEPENDENTEMENTE DO

COM LUGARES SENTADOS QUANDO NINGUÉM ESTAVA A CONTAR UMA VEZ

SEU GRAU HIERÁRQUICO, POR FORMA A SEGUIREM O PROTOCOLO NECESSÁRIO

QUE NÃO TINHA DADO NENHUM FEEDBACK RELATIVAMENTE AO CONVITE

A CADA EVENTO; FACILITAR A COMUNICAÇÃO E COLMATAR AS LACUNAS”.

ENDEREÇADO, NEM MESMO NOS CONTACTOS POSTERIORES DE FOLLOW‑UP”.

“COMPETÊNCIA TÉCNICA E (IN)FORMAÇÃO SOBRE A ÁREA E DOMÍNIO

“A BANDEIRA NACIONAL QUE COBRIA A PLACA INAUGURAL ERA COM PAGODES.

EM TODOS OS CAMPOS DO PROTOCOLO (EMPRESARIAL, MUNICIPAL,

RESOLVIDO COM A BN DA SALA E UMA CORRIDA PELA COZINHA”.

ACADÉMICO, RELIGIOSO, MILITAR, MULTICULTURAL, ETC.).”

“FALTAR UMA DAS PRINCIPAIS PERSONALIDADES SEM AVISAR DA SUA

“SABER EXACTAMENTE TODAS AS REGRAS NECESSÁRIAS À BOA EXECUÇÃO

SUBSTITUIÇÃO POR OUTRA PESSOA ATEMPADAMENTE”.

PROTOCOLAR DE UM EVENTO DE FORMA A QUE NÃO EXISTAM QUAISQUER FALHAS

“NUMA REUNIÃO DE NETWORKING DEVIDO À FALTA INESPERADA DE UMA PESSOA”.

OU CONSTRANGIMENTOS. A LISTA É EXTENSA PARA ENUMERAR. O TRABALHO

“NA VISITA DE UMA COMITIVA CHINESA”.

DE UM PROFISSIONAL RESPONSÁVEL POR ESTA ÁREA É DEVERAS MINUCIOSO

“DISPOSIÇÃO DE LUGARES DEVIDO À POSIÇÃO HIERÁRQUICA

E DETALHADO. VARIA CONSOANTE O TIPO DE EVENTO E PÚBLICO”.

DE ALGUNS CONVIDADOS PRESENTES”.

“CONHECIMENTO DA ÁREA, RIGOR E CAPACIDADE DE GESTÃO DE

“O NÃO CONTROLO DA IMPRENSA RELATIVAMENTE AOS CONVIDADOS”.

IMPREVISTOS (QUEBRAS DE PROTOCOLO). HUMILDE E RESPONSÁVEL”. “PERSPICAZ, PRAGMÁTICO, SIMPÁTICO, CAPACIDADE DE

No que respeita à pergunta sobre a necessidade de contratação de um consultor de protocolo: 56,8% dos respondentes indicou que “não, nunca foi necessário”, 15,8% respondeu “sim”, 14,7% respondeu “não, nunca foi considerado útil” e 12,6% respondeu que “não, era muito caro”. Quando questionados se, na empresa onde trabalham, existem regras definidas sobre normas de Protocolo que devam ser aplicadas aos eventos corporativos, 56,8% respondeu que “não” e 43,2% respondeu que “sim”. Quanto à pergunta sobre a existência de um manual interno de protocolo na empresa 82,1% respondeu que “não” e 17,9% respondeu que “sim”. Quanto aos critérios que se utilizam na respectiva organização para

GERIR SITUAÇÕES DE CRISE E DE TEMPO...”. “CONSEGUIR ARTICULAR UM FUNCIONAMENTO EFICAZ ENTRE TODOS OS MEMBROS DA ORGANIZAÇÃO E MOSTRAR AO EXTERIOR ESSA COORDENAÇÃO”. “SENTIDO DE HUMOR, GOSTO EM FALAR EM PÚBLICO, CAPACIDADE DE IMPROVISO, CAPACIDADE DE TRABALHAR SOB STRESS”. “ATENÇÃO AO DETALHE, COMUNICAÇÃO CUIDADA, CONHECIMENTO EMPÍRICO”. “IMAGEM IMPECÁVEL, COMUNICAÇÃO SIMPÁTICA, FLUIDA E CORRETA E UM COMPORTAMENTO NATURAL E ADEQUADO A CADA SITUAÇÃO”. “SER CONHECEDOR DA LEI, TER EXPERIÊNCIA PRÁTICA, TER A QUEM RECORRER NO ESCLARECIMENTO DE DÚVIDAS”.


Em termos de formação académica e profissional as respostas obtidas evidenciam que existe uma forte tendência para a formação académica universitária ao nível da licenciatura, do mestrado e/ou de estudos de pós‑graduação, com enfoque nas áreas da comunicação, das relações internacionais e naturalmente dos eventos e do protocolo. Sobre a existência de um profissional específico para a função de gestor de eventos e de protocolo na organização em que trabalha, 64,2% dos inquiridos respondeu que “não” existe, tendo 35,8% respondido “sim”. Pedimos para serem identificados os profissionais encarregues destas funções: “SECRETARIADO E DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SEM FORMAÇÃO ESPECÍFICA EM PROTOCOLO E GESTÃO DE EVENTOS”. “NÃO TENHO CONHECIMENTO DE EXISTIR ALGUÉM ENCARREGUE DO PROTOCOLO”. “QUALQUER COLABORADOR.” “GESTOR”. “COLABORADORES DA ÁREA DA CULTURA”. “DIRECTOR COMERCIAL”. “A DIRETORA E ALGUNS COLABORADORES QUE TÊM EXPERIÊNCIA”. “O CEO DA EMPRESA.” “NINGUÉM. QUANDO É NECESSÁRIO RECORRE‑SE A ALGUÉM EXTERNO”. “RELAÇÕES PÚBLICAS”. “O DEPARTAMENTO DE MARKETING E DE RH”. “HÁ UMA EQUIPA QUE SE COMPLEMENTA.” “PRODUTOR DO EVENTO”. “DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO E DE MARKETING”. “CADA DEPARTAMENTO FAZ O "SEU" PROTOCOLO”. “NO ORGANOGRAMA QUEM TIVER MAIS CONHECIMENTOS E HIERARQUIA”. “ALGUÉM DA ADMINISTRAÇÃO”. “RESPONSÁVEL DO CENTRO DE CONGRESSOS”. “ANIMADORA CULTURAL”.

Relativamente à questão sobre a relevância da existência da função de técnico de protocolo nas empresas, 49,5% dos participantes no estudo indicaram que “em alguns casos” é relevante, 46,3% respondeu que “sim” e 4,2% respondeu que “não”. Quando questionados sobre o sector ou o departamento em que se deveria inserir este técnico/gestor de protocolo, 24,4% respondeu “comunicação e relações públicas”, 23,3% “comunicação”, 14,4% “comunicação e eventos”, 13,3% “comunicação e marketing”, 12,2% “direcção / administração”, 6,7% “recursos humanos”, 5,6% “comunicação e secretariado”. Perguntou‑se, ainda, aos participantes como consideram o comportamento dos colaboradores na sua empresa em reuniões e refeições de negócios e se tal pode influenciar a imagem da organização/instituição. Os inquiridos responderam de forma bastante evidente indicando 86,3% que “sim” e 13,7% respondeu “por vezes, dependendo dos interlocutores”. Ao serem questionados a propósito do vestuário dos colaboradores da organização/instituição que integram e se este está em conformidade com a imagem da marca, 52,6% indicaram que “depende das situações”, 42,1% “sim” e 5,3% “não, nem deve”. Considerando que, na actualidade, uma grande parte da comunicação se processa no universo digital, questionou‑se os participantes se o comportamento nas redes socias afectava a imagem profissional. 84,2% dos inquiridos respondeu que “sim” e 15,8% respondeu que “não”.


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A última questão do inquérito pretendia obter dados junto dos participantes acerca da internacionalização das empresas/instituições. Nomeadamente, se consideram ser determinante deter conhecimentos de protocolo multicultural para comunicar e negociar de forma mais eficiente. A esta questão, 77,9% respondeu “sim”, 21,1% respondeu que “dependendo da nacionalidade”, 1,1% respondeu que “não”. Aos respondentes foi‑lhes pedido que apresentassem argumentos. Das respostas obtidas selecionaram‑se as seguintes: “É FUNDAMENTAL DETER ESTES CONHECIMENTOS PORQUE AO NÍVEL DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS, ESTES SÃO RELEVANTES NO MUNDO DOS NEGÓCIOS E CONTRIBUEM PARA O SUCESSO DAS TRANSAÇÕES COMERCIAIS”. “É IMPORTANTE ESTAR ATENTO A ESSAS DIFERENÇAS CULTURAIS PARA MELHOR RECEBER CONVIDADOS, PARCEIROS, INVESTIDORES E PARA PROPICIAR UMA NEGOCIAÇÃO MAIS EFICIENTE E EXPERIÊNCIAS MAIS POSITIVAS, REVELANDO UM ESFORÇO POR IR AO ENCONTRO DO OUTRO”. “HÁ PAÍSES EM QUE AS PESSOAS SÃO MAIS TOLERANTES QUANTO ÀS DIFERENÇAS MULTICULTURAIS DO QUE OUTRAS. EXEMPLO: UM CHINÊS NÃO GOSTA QUE LHE FAÇAM UMA VÉNIA POIS ISSO É UM GESTO JAPONÊS”. “CADA PAÍS TEM CULTURAS EMPRESARIAIS E ESPECIFICIDADES DE TRABALHO DISTINTAS, PARA AS QUAIS É NECESSÁRIO ESTAR ATENTO AOS MÍNIMOS DETALHES”. “AS DIFERENÇAS CULTURAIS FAZEM COM QUE O PROTOCOLO MUDE E TENHA DE SER ADAPTADO, NÃO É A MESMA COISA RECEBER UM GRUPO DE AMERICANOS COM RECEBER UM GRUPO DE CHINESES”. “ESSES CONHECIMENTOS FACILITAM A NEGOCIAÇÃO E PODEM EVITAR ENTRAVES A ESSA MESMA NEGOCIAÇÃO”. “UM BOM DIÁLOGO ESTABELECE‑SE COM BASE NO RESPEITO MÚTUO. É IMPORTANTE COMPREENDER A CULTURA DO INTERLOCUTOR, SEGUIR NORMAS BÁSICAS E FUNDAMENTAIS (POR EXEMPLO, NÃO MOSTRAR SOLAS DE SAPATOS NUM CONTEXTO DE REUNIÃO COM MUÇULMANOS) COM VISTA A NÃO GERAR, POR DESCONHECIMENTO, MAL‑ENTENDIDOS QUE SE CONSTITUEM, SEMPRE, COMO OBSTÁCULOS. HÁ OUTRAS NORMAS ELEMENTARES: GUARDA‑ROUPA, CONDUTA, ATITUDE, DISCURSO, PRECEDÊNCIAS, QUE ME PARECEM SER SEMPRE NECESSÁRIAS CONHECER (E RESPEITAR). O MUNDO EMPRESARIAL É, MUITO PROVAVELMENTE, AQUELE QUE MAIS NECESSIDADE APRESENTA DE APROFUNDAR CONHECIMENTO NESTE CAMPO DO PROTOCOLO POIS MUITO SE JOGA NESSES ENCONTROS/REUNIÕES”. “ESTAMOS CADA VEZ MAIS NUM MUNDO GLOBAL, EM QUE TEMOS QUE CONVIVER COM CULTURAS DIFERENTES, PARA ASSIM, ABRIRMO‑NOS A OUTROS MERCADOS, E SE HOUVER ESSE CUIDADO, DE SABER QUAIS AS QUESTÕES MAIS SENSÍVEIS A NÍVEL CULTURAL, ALIMENTAR, PROTOCOLAR DOS PAÍSES COM QUE PODEREMOS EFETUAR CONTACTOS, DA UMA IMAGEM DA NOSSA ORGANIZAÇÃO, DE CUIDADO, APREÇO, CULTURA E QUE NOS PREOCUPAMOS COM O OUTRO, FAZENDO COM QUE NOS DESTAQUEMOS DAS DEMAIS INSTITUIÇÕES CONCORRENTES, PODENDO COM ISSO, FECHAR CONTRATOS, ACORDOS, ETC.”. “EM ANTROPOLOGIA CULTURAL CHAMA‑SE ACULTURAÇÃO A ESTE FENÓMENO. A NECESSIDADE DE CONHECER O PÚBLICO (MERCADO) ALVO PARA ONDE SE PRETENDE DIRIGIR A OFERTA DA NOSSA EMPRESA. NÃO SE PODE IR VENDER "BATATAS" AOS ALEMÃES COMO SE IRIA VENDER AOS INGLESES. SÃO CULTURAS COMPLETAMENTE DISTINTAS”. “PARA QUALQUER EMPRESA QUE TENHA LIGAÇÕES COM OUTROS PAÍSES É NECESSÁRIO TER CONHECIMENTOS DE PROTOCOLO MULTICULTURAL. SÓ, COMPREENDENDO A CULTURA DO OUTRO, SE PODERÁ CONTAR COM NEGÓCIOS EFICAZES”. “PODE FUNCIONAR COMO UM FACILITADOR DE COMUNICAÇÃO E NEGOCIAÇÃO. CONHECENDO A CULTURA DO POSSÍVEL PARCEIRO DE NEGÓCIO PODE‑SE ESTABELECER A RELAÇÃO MAIS PRÓXIMAS E CONSEQUENTEMENTE MAIS EFICAZ”. “CADA ESTADO E EMPRESA FUNCIONA DE ACORDO COM OS PADRÕES CULTURAIS, PELO QUE É NECESSÁRIO CONHECER PARTE DESSES PADRÕES PARA NÃO COMETER ERROS GRAVES”. “SE HÁ UMA INTERNACIONALIZAÇÃO HÁ OBVIAMENTE O INTERESSE DE NEGOCIO COM ESSA PARTE. ASSIM A IMAGEM E A IMPRESSÃO QUE É PASSADA É PARTE FUNDAMENTAL PARA A EFICIÊNCIA DE NEGÓCIO”. “NÃO SENDO O MUNDO SÓ A PEQUENA FATIA QUE GIRA À NOSSA VOLTA, O CONHECIMENTO HISTÓRICO E CULTURAL DE OUTRAS SOCIEDADES, EVITA CONSTRANGIMENTOS DESNECESSÁRIOS E FACILITA ENTRADA/PERMANÊNCIA NESSES MERCADOS”.


Assim, os resultados deste inquérito demonstram que a maioria dos respondentes identifica o que é protocolo, bem como assume a necessidade da aplicação de técnicas de protocolo ao universo empresarial, mesmo que persistam as (naturais) dúvidas quanto aos critérios a aplicar na gestão protocolar, bem como as praticamente inevitáveis confusões entre princípios de protocolo e etiqueta. Estes resultados, surpreendentemente positivos, revelam que as organizações estão, na sua maioria, sensíveis ao tema, apesar de, em simultâneo, demonstrarem que existe um longo caminho a ser percorrido, em termos de divulgação de conhecimentos e práticas, na medida em que apenas 49,5% assume a necessidade de contar com profissionais de protocolo. É igualmente clara a necessidade, expressa por uma maioria significativa, de dominar conhecimentos e práticas de protocolo quer na gestão da imagem profissional/organizacional quer, também, na vertente da presença internacional.

Consideramos que o objectivo no lançamento do inquérito foi cumprido, na medida em que os dados permitem caracterizar o actual estado do protocolo empresarial nas empresas contemporâneas em Portugal e identificar as medidas a tomar. CRISTINA FERNANDES E SUSANA SALAZAR CASANOVA


OPINIÃO 50

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Ajudar Os Seus Clientes A Atingir O Sucesso


O Marketing Digital E Os Eventos À semelhança de qualquer empresa, as agências de organização de eventos, procuram cada vez mais, dinamizar os seus negócios tornando-se essencial comunicar de forma eficiente com o menor investimento possível.

Adquirir novos clientes, aumentar o rácio de conversão de propostas em vendas, aumentar a notoriedade da marca, gerar engagement e aquisição de novos clientes a nível internacional são alguns dos objectivos que uma estratégia integrada de Marketing Digital pode ajudar a cumprir. Mas não ficamos por aqui, é também possível ajudar os seus clientes a atingir o sucesso. Ao investir num evento é legítimo que o seu cliente, deseje obter a maior taxa de comparência possível, gerar envolvimento com os participantes e obter um elevado grau de satisfação para que os convidados decidam desde logo participar no próximo evento. É expectável que o seu cliente esteja disponível à apresentação de novas soluções que possam alavancar o sucesso do evento que vai organizar. Neste artigo vamos apresentar algumas soluções que pode adoptar na fase que antecede o evento. Pré-evento A criação de uma Landing Page (LP), página web estruturada especificamente para conversão, também conhecida como microsite, é indispensável para o seu evento. Uma LP deve ser focada num determinado assunto e possuir uma mensagem consistente. O conteúdo deve produzido para uma obter uma rápida tomada de decisão. Opte por colocar uma descrição do evento, localização, horário, oradores ou convidados especiais, benefícios para os convidados, testemunhos e alguns trust builders como testemunhos, prémios obtidos entre outros. A LP não deve ter menus de navegação para evitar dispersão, sendo apenas possível fazer scroll até encontrar um forte CTA – Call to Action dando lugar à conversão desejada. Idealmente, o formulário deve estar integrado com uma ferramenta de Email Marketing, para despoletar um email de agradecimento imediato. De seguida pode automatizar um conjunto de emails para aumentar o

interesse e expectativa em relação ao evento. Numa semana poderá enviar informação sobre os convidados especiais, na seguinte, poderá reforçar os benefícios que terá ao comparecer no evento, etc. Através das plataformas de Email Marketing tem a possibilidade de avaliar várias métricas como a taxa de aberturas e número de cliques, um enorme contributo para avaliar o envolvimento da sua audiência com os conteúdos que partilhou. Embora num primeiro impacto possa parecer tecnicamente complexo, existem ferramentas que o podem ajudar com uma pequena curva de aprendizagem. No que toca a Landing Pages, recomendamos o Unbounce, LeadPages, Instage ou mesmo o WordPress. Em relação ao Email Marketing, se optar por comunicação multicanal (E-mail + Sms) o E-goi é uma boa opção, se optar apenas por email deve considerar o MailChimp (gratuito até 2.000 contactos) e para soluções mais exigentes o Active Campaign. Por fim, abordamos o papel das campanhas patrocinadas na preparação do seu evento, como é o caso dos Facebook Ads. Umas das estratégias com maior impacto nestes casos é o Remarketing que consiste em mostrar um anúncio ou conjunto de anúncios a uma audiência específica. Na sua conta de anúncios do Facebook pode carregar a sua lista de convidados criando um público personalizado. A plataforma vai procurar os contactos da lista e cruzar com os perfis existentes, entregando a anúncio a estas pessoas, criando o efeito “parece que o anúncio anda atrás de mim”.

HÉLDER PINTO RESPONSÁVEL DE MARKETING DIGITAL DA DIGITAL SAPIENZ


TECNOLOGIA 52

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Beamian Põe Em Contacto Participantes E Expositores O beamian é uma solução tecnológica criada para eventos e que permite a implementação de mecânicas de interacção entre os vários participantes. A beamian é uma marca da Mobility Now criada para o sector dos eventos e que visa facilitar o contacto e interacção entre organização, expositores e participantes de um evento. Esta plataforma de gestão tem três componentes principais: o smartbadge, os beamers e o portal. O smartbadge, segundo a empresa, é uma evolução do badge tradicional, já que contém um chip que vai facilitar os vários momentos do evento, desde o check‑in até à saída. O visitante precisa apenas de encostar a respectiva credencial a um stand e recebe logo a informação sobre o expositor. Os

beamers são pequenos equipamentos que identificam os expositores e que desencadeiam o envio de informação para o visitante. Já o portal serve de elo de ligação entre os vários participantes (visitantes, expositores e organizadores) do evento. Integra uma ferramenta de registo e define todas as acções a implementar em cada evento. O beamian tem várias versões consoante as seguintes tipologias de eventos: Job & Career Fairs, Food & Wine, Corporate Events, Music Festivals, tendo já sido testado nos mais variadíssimos eventos.



INOVAÇÃO 54

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O Poder Transformador Da Gamificação


Jogar Já Não É Só Uma Brincadeira Com o crescimento da gamificação, a aplicação de técnicas usadas em jogos à vida real começa a “invadir” as empresas, eventos e congressos. A Fractal Mind viu a oportunidade e não a deixou fugir.

O mundos dos jogos está tradicionalmente associado aos jovens, ao lazer e tem mesmo conotações negativas por ser viciante para muita gente. “Foram muitas as vezes em que ouvimos: ‘o quê? Jogos? Não, isto é um negócio sério’. Ou ‘trabalhar não é para ser divertido’”. Rui Cordeiro, fundador e CEO da portuguesa Fractal Mind, explicou à Event Point que ainda há muitos preconceitos quanto a esta questão, mas empresas como a que criou querem trazê‑los para os eventos, congressos, team‑building e outras áreas corporate. A sociedade “nasceu em 2015, fruto de uma vontade de trazer o poder transformador dos jogos para a vida das pessoas. Depois de duas décadas ligado ao mundo dos jogos, em alguns dos principais estúdios a nível mundial, decidi trazer o meu know‑how para a resolução de problemas do dia‑a‑dia”, contou. A chamada gamificação (uso de características dos jogos em situações do mundo real) ajuda, segundo o empresário, a captar a atenção, numa época em que há tanta concorrência de todos os lados. “Qual é o meio que ainda assim consegue garantir horas a fio da atenção de pessoas de todas as idades? Os jogos. Físicos, digitais, todos nós conseguimos dedicar uns minutos que seja para um jogo de Candy Crush não é?”, realçou. E deu conta do interesse que o mercado desperta e que muitas vezes passa despercebido. “Temos o exemplo da final da NBA, que este ano bateu recordes de audiência, com 31 milhões de espetadores a assistir através dos vários meios. Algo perfeitamente natural dada a dimensão mediática desse desporto. Comparativamente, a final de 2015 do League of Legends, (um videojogo online), teve 36 milhões de pessoas a assistir online e mais de 50 mil numa arena em Berlim”, explicou Rui Cordeiro. O CEO da Fractal Mind disse ainda que a experiência dos jogos pode ajudar a resolver problemas do dia‑a‑dia e contribuir para melhorar a experiência nas fases dos eventos menos exploradas. “É conhecido que grande parte do envolvimento dos participantes num evento acontece apenas durante

o próprio evento. Pouco acontece no build‑up até ao início e praticamente nada acontece no pós‑evento. Há aqui uma janela de oportunidade que poderia ser aproveitada e não o está a ser”, acredita Rui Cordeiro. E deixa um desafio a quem ainda não conhece as potencialidades da gamificação. “Imaginem que o evento subitamente parecia feito à nossa medida, com um caminho adaptado aos nossos interesses, maximizando a experiência que nos interessava, e que tínhamos desafios específicos para completar em equipa? Ou que fazíamos um ‘quiz’ no final de uma palestra em que todos participavam e podiam ganhar um prémio? Ou ainda, que criávamos uma narrativa associada ao evento que começava uns dias antes e apenas terminava vários dias depois do evento?”, adiantou. Também acções de team building podem ganhar com esta estratégia. “Um dos principais argumentos para a aplicação de estratégias de gamification bem desenhadas é a sua capacidade de, mais do que motivar de forma extrínseca, com recompensas ou pressão, conseguir motivar de forma intrínseca os jogadores”, salientou Rui Cordeiro. O CEO da Fractal Mind realçou ainda que a empresa não produz jogos, mas antes “soluções para o dia‑a‑dia das pessoas, que sem acrescentar peso às suas rotinas, (antes pelo contrário) as encorajam a ter comportamentos que estão em linha com os seus objetivos ou os da organização. Para isso usamos sim mecânicas, dinâmicas e psicologia de jogos, de uma forma integrada no que são as suas tarefas e ferramentas”, garantiu o empresário. Lá fora, a gamification já é uma realidade, em mercados mais maduros do que o nacional. “Nos EUA e na Ásia cresceu de forma muito rápida, teve desde logo muita aceitação, mas mais próximos de nós temos Holanda e Espanha com mercados muito fortes na área”, salientou Rui Cordeiro.


DESTINO INTERNACIONAL 56

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Modernidade Encontra A Tradição © Hans‑johnson


Xangai, Cidade Que Vibra E Faz Vibrar Os olhares ainda são curiosos para os ocidentais que passam pelas ruas de Xangai, uns em passeio, outros em trabalho. E são muitos os que para lá se deslocam em negócios. É que, além de todas as suas atracções turísticas, Xangai é o centro de negócios da China – é lá que 200 empresas têm o seu “quartel‑general”; é a cidade que acolhe 40 por cento do total dos eventos realizados no país; é lá que a modernidade encontra a tradição e os costumes de outras épocas. Uma cidade que vibra e faz vibrar, portanto!

Se o dia estiver bom – sem nevoeiro, chuva ou poluição – é possível ver, na zona financeira de Pudong, o conjunto de arranha‑céus que moldam uma das skylines mais famosas do planeta. A Oriental Pearl TV Tower, a Jinmao Tower, o Shanghai World Financial Center são alguns dos edifícios que se juntam ao segundo mais alto do mundo (depois do Burj Khalifa, no Dubai): a Shanghai Tower. São 632 metros de altura, 128 andares e uma vista que merece um olhar – se o clima o permitir. E esta é a vista do The Bund, que se encontra do outro lado do rio Huangpu, e para onde se desviam os turistas. Faça chuva ou faça sol, seja dia ou noite, é inevitável fazer disparar as máquinas fotográficas. E é espantoso como mesmo em frente a estes símbolos de modernidade encontram‑se outros, já com décadas de história. Do passeio pedonal fazem‑se ver o Banco de Desenvolvimento de Xangai, o antigo Banco de Taiwan, o edifício do North China Daily News, o Fairmont Peace Hotel, o Banco da China, entre outros edifícios que integram o património arquitectónico da cidade. Bem perto encontra‑se Nanjing Road, a enorme rua dos néones, da tentação das compras (o paraíso para quem não dispensa comprar ‘qualquer coisinha’), dos restaurantes, das lojas, dos teatros, da agitação – especialmente nocturna, também graças às luzes que a anima, fazendo lembrar o cinema e os cenários orientais que nos transportaram em imaginários de tantos filmes. © Bernd Thaller


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© Matthias Ripp

“Where Old Meets New” Xangai é cidade grande e cheia de grandes edifícios. Embora não tão glamorosos como os dedicados aos negócios, altos prédios de habitação vão‑se espalhando pela cidade. E viadutos, muitos. Os carros circulam também por vias “aéreas” e só assim poderia ser, já que habitam na cidade mais de 20 milhões de pessoas. Sim. Isso tudo! O que acaba por ser contraditório com uma certa calma e tranquilidade que na realidade se sente em várias zonas da cidade. Bem, mas não são só arranha‑céus que lá existem. Em várias zonas encontram‑se casas típicas. E até é possível conhecê‑las por dentro, saber como viviam as famílias antigamente, conhecer alguns dos seus hábitos... Na French Concession, uma zona com lojas, restaurantes e bares, encontra‑se o Open House – Shikumen Wulixiang Museum, onde é possível ver como tantas famílias partilhavam o mesmo tecto, vivendo em comunidade. E se há hoje mais incentivos à natalidade, antes não era assim, pelo que (apesar da falta de privacidade) havia uma sensação de conforto familiar nessa partilha de espaço. Mas há mais para ver: os Yu Gardens Bazaar – que, embora mais ou menos recentes, mantêm o estilo antigo, com casas tradicionais, lojas, casas de chá, restaurantes e jardins –, o Jade Buddha Temple – o mais famoso dos templos da cidade –, o Museu de Xangai – que tem uma colecção de mais de 120 mil peças, que atravessam dinastias e a história do país –, entre outros espaços. Entre o antigo e o moderno, não faltam opções. Afinal, é a cidade “where old meets new”, ouvimos.

Uma Cidade, Um Mundo De Negócios Os acessos são dignos de uma das maiores cidades do mundo: dois aeroportos, com ligação a 282 destinos, três estações de comboios principais, 14 linhas de metro. Chegar a Xangai e circular na cidade é, por isso, fácil. A cidade também é segura, as pessoas são simpáticas e tentam ser prestáveis (a língua não é um obstáculo!), e a sinalização principal é bilingue, o que facilita bastante a vida a quem não fala mandarim ou qualquer outro dialecto chinês. Aproveitando o momento deixamos duas dicas: ter as informações mais importantes traduzidas e ter sempre à mão um cartão do hotel onde está instalado – é que, apesar da boa vontade de alguns taxistas, nem todos falam inglês. Dado ser uma cidade de negócios, Xangai conta com inúmeros locais para eventos, para exposições, conferências e convenções (existem dez ‘exhibition centers’), várias políticas de incentivo e facilidades, como o regime de isenção de vistos, em vigor desde Janeiro de 2016, que permite a um viajante, de um dos 51 países abrangidos, entrar e ficar até ao máximo de 144 horas. Xangai tem ainda uma oferta muito vasta de hotéis, que incluem mais de 100 mil quartos. A gastronomia é variada e deliciosa e a cidade está apta a acolher o mundo em seus braços. É de ficar de olhos em bico e com um sorriso rasgado nos lábios.

MARIA JOÃO LEITE* *VIAJOU A CONVITE DA IT&CM CHINA



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