Event Point 26

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ANO VIII NÚMERO 26 TRIMESTR AL JAN, FE V E MAR DE 2018 5,00 €

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MAKE IT HAPPEN, BY GALP EVENTOS: DADO GARANTIDO PARA AS EMPRESAS GRANDE ENTREVISTA: DIOGO ASSIS




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Ficha Técnica PROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação Tel: 223 395 624 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt SEDE DA REDACÇÃO Rua da Fábrica Social, s/n 4000‑201 Porto | Portugal DIRECTOR Rui Ochôa [rui@eventpointinternational.com]

Índice 06 08 12

Portugal, Cada Vez Mais Destinos De Eventos E Congressos, por Ana Mendes Godinho Dossiê temático: Um Centro De Eventos Destino Nacional: Nazaré

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Grande entrevista: Diogo Assis Empresas: Forum Braga O Algarve Também É Um Destino Atractivo Para A Meetings Industry, por Alexandra Ramos Estudo: A Hora Das Cidades Médias

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Mesa redonda: Com Renata Amaral e Francisco Serzedello O Impacto Das Tendências Nos Eventos, por Gerd de Bruycker Espaço AporEP Espaço APECATE RGDP, O Elefante No Meio Da Sala, por Nuno Seleiro

EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpointinternational.com] REDACÇÃO Maria João Leite [mj@eventpointinternational.com] Sara Marques [info@eventpointinternational.com] Alexandra Noronha [alexandra@eventpointinternational.com] DIRECTOR COMERCIAL Filipe Silva [filipe@eventpointinternational.com] ASSISTENTE DE DIRECÇÃO Rita Costa CONSELHO CONSULTIVO Alexandra Torégão, Ana Fernandes, António Gouveia Santos, Isabel Amaral, João Luís Moita, João Paulo Oliveira, Joaquim Pires, Jorge Vinha da Silva, Maria José Alves, Nuno Pinto Magalhães, Paulo Campos Costa, Pedro Magalhães, Pedro Ribeiro, Pedro Rodrigues e Sandra Antunes. TRADUÇÕES Diana Reis Marques COLABORAM NESTA EDIÇÃO Alexandra Ramos, Ana Mendes Godinho, Gerd de Bruycker e Nuno Seleiro DESIGN Norma Design [geral@normadesign.com] FOTOGRAFIA DE CAPA Evento da Galp/Desafio Global FOTOGRAFIA Minifoto IMPRESSÃO Norprint ‑ a casa do livro Zona Industrial Alto da Cruz Rua das Artes Gráficas, nº 209 4780‑739 Santo Tirso | Portugal Nº REGISTO ERC 126066 DEPÓSITO LEGAL 330066/11 TIRAGEM 3.500 exemplares PERIODICIDADE Trimestral ESTATUTO EDITORIAL www.eventpointinternational.com/pt/content/18‑about‑us É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

42 Caso de estudo: Make It Happen, da Galp 46 Caso de estudo: Lego Serious Play 49 Consultório de protocolo 50 Hotelaria: Torel Avantgarde 52 Destino internacional: Cambodja 56 Directório


CL ÁUDIA COUTINHO DE SOUSA

RUI OCHÔA

“Portugal, Cada Vez Mais Destino De Eventos E Congressos” Esta citação é retirada do texto de Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo, para esta edição da Event Point. Nele podem encontrar‑se referências aos números que transformam o turismo português em vedeta nacional e internacional; à necessidade de gerar mais negócio para todas as regiões e durante a maior parte possível do ano; a instrumentos que visam fomentar a captação de mais eventos internacionais para o país; e à solidariedade que deve ser prestada à região Centro, depois dos terríveis incêndios do ano passado. Ainda em termos de opinião, assegurámos o contributo de Gerd De Bruycker, director de marketing da Cisco para o Norte da Europa, e recentemente anunciado como o presidente do júri dos prémios Bea World, que este ano voltam a realizar‑se em Portugal, desta vez em Coimbra. A novidade foi conhecida durante a reunião do conselho consultivo dos Bea World, nos Açores. Neste texto, De Bruycker identifica os impactos de cinco tendências macro e do marketing nos eventos corporativos. O nosso grande entrevistado é desta vez Diogo Assis. A pretexto dos 15 anos da events by tlc, o CEO do Grupo que aposta numa presença ibero‑americana, desfia alguns dos momentos mais importantes nesta história de sucesso, defendendo um modelo de negócio que junta o melhor do turismo e o melhor da comunicação, destacando‑se definitivamente da tradicional figura do DMC. A propósito de um novo questionário que fizemos a clientes de eventos, sobre quais as expectativas deles para 2018, juntámos durante a BTL Renata Amaral, da Prestígio, e Francisco Serzedello, da Desafio Global, para comentarem alguns dos resultados. Uma conversa tão rica que a iremos publicar parcialmente aqui, mas que terá a sua continuação no site da Event Point.

Boas leituras, e até breve!


OPINIÃO 6

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“O trabalho desenvolvido por todos tem claramente dado frutos”


Portugal, Cada Vez Mais Destino De Eventos E Congressos Os números do Turismo bateram em 2017 todos os recordes: ultrapassámos pela primeira vez os 20 milhões de turistas na hotelaria, as receitas superaram os 15 mil milhões de euros (com a maior taxa de crescimento das últimas duas décadas) e ganhámos o óscar de melhor destino do mundo. E o Turismo criou 53 mil novos postos de trabalho. O Turismo cresceu ao longo de todo o ano, destacando‑se o forte crescimento na chamada “época baixa”. Para estes resultados foi determinante a dinâmica do mercado de eventos e congressos, que têm sido fator‑chave para gerar atratividade ao longo do ano e em todo o território, dois pilares fundamentais da Estratégia do Turismo 2027. Temos todos feito uma grande aposta no posicionamento de Portugal como destino de organização de congressos e eventos. E é disto um ótimo sinal o facto de Portugal ter subido, em 2017, pela primeira vez, ao top 10 da ICCA. O trabalho desenvolvido por todos tem claramente dado frutos. Tem sido, de facto, crucial a articulação entre todos os players, os convention bureaux e a equipa criada no Turismo de Portugal e o programa de captação de MICE. Para alavancar todo este trabalho, lançámos, em 2017, uma nova plataforma online MeetingsinPortugal.com para dar visibilidade às estruturas existentes em Portugal, disponibilizar informação a todos sobre os eventos programados e aproximar a procura da oferta ‑ e que se afirma cada vez mais como um instrumento de promoção. Em 2017, em resultado destes esforços, o programa de captação envolveu 61 novos eventos, e para 2018 já estão perspetivados novos 65. Toda esta dinâmica contribuiu decisivamente para os resultados da atividade turística em Portugal. É preciso continuar este trabalho e continuar a crescer em valor e alargar cada vez mais o Turismo a todo o país e a todo o ano. Continuar esta missão de desbravar e diversificar mercados, de que são exemplos motivadores os crescimentos de 40% do mercado chinês,

americano e brasileiro. O Turismo tem de assumir cada vez mais o seu papel de dinamizador das economias regionais. Aliás, foi neste contexto, e na sequência dos incêndios que ocorreram na zona centro do país, que criámos um programa especial para incentivar a realização de reuniões e eventos corporativos nestes territórios, que, espero, seja usado pelas empresas portuguesas. Também nestes momentos difíceis em que é necessário retomar a atividade turística nestas zonas, os eventos e congressos podem ter um papel determinante para gerar dinâmica nos territórios. Fica aqui o repto: que em 2018 todas as empresas pensem no Centro do país como um local para realizarem os seus encontros e reuniões, aproveitando o mecanismo que criámos para o efeito, para incentivar.

2018 trará mais frutos de todas as sementes que em conjunto estamos a lançar e será, estou certa, mais um ano ótimo para os eventos e congressos em Portugal e tudo graças a Vós. Muito obrigada. ANA MENDES GODINHO SECRE TÁRIA DE ESTADO DO TURISMO


DOSSIÊ TEMÁTICO 8

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O Centro tem infra‑estruturas para se lançar na conquista do MI


Um Centro De Eventos A região conta com um programa de apoios do Turismo de Portugal para a captação de eventos e congressos, numa altura em que ainda está a braços com as consequências dos incêndios. Uma iniciativa que quer chegar aos municípios mais pequenos.

O Centro já não é só natureza. Num ano de rescaldo e recuperação da pior vaga de incêndios de que há memória na região, a aposta na captação de eventos e congressos, para dinamizar a economia nacional, transformou‑se quase num desígnio nacional. Pedro Machado, presidente da entidade Turismo Centro de Portugal (TCP) contou à Event Point que a ideia é que a Meetings Industry (MI) seja um motor para o desenvolvimento desta zona. “O MI irá permitir a estruturação de novos produtos e o reforço do posicionamento naquilo que é a necessidade que a região tem de assumir novas promoções e estratégias, que possam complementar uma debilidade que temos no território e que está associada à paisagem”, referiu. Através da implementação desta estratégia, o Centro tem caminho aberto a uma mudança de paradigma. “Com um produto estruturante podemos ter uma durabilidade da presença maior, congressos ao longo do ano e combater a sazonalidade”, adiantou Pedro Machado. Para já, a região irá beneficiar de um programa de incentivos anunciado pelo Governo, com uma linha de apoio de cerca 200 mil euros que será canalizada para a atracção de eventos e congressos para as regiões que mais sofreram com os incêndios. Este programa, da responsabilidade do Turismo de Portugal (TP), permite o enquadramento de eventos que envolvam entre 15 e 299 dormidas, “assentando a intensidade do apoio financeiro num critério base de 22 euros/dormida”, segundo um comunicado da entidade liderada por Luís Araújo. Além disso, no caso de eventos que ocorram durante o período de inverno IATA [de Outubro a Março], haverá lugar a uma majoração, correspondente a mais 25% sobre o valor base do apoio a conceder. O regulamento que orienta esta iniciativa estabelece que o apoio é concedido através de um contrato entre o TP e o organizador do evento, com um processo de candidatura, decisão, execução do projecto financiado e elaboração de um relatório final sobre o evento. Para Pedro Machado, o “feedback é francamente positivo”, tendo em conta que “abre uma janela nova para que municípios que têm algumas infra‑estruturas possam acolher reuniões médias e mais pequenas. E permite que esses territórios tenham um encorajamento para os próprios entrarem neste campeonato, o que à partida não tinham condições para fazer. Para as empresas também é muito gratificante saber que se o fizerem têm este apoio do Estado e do TP”, referiu o presidente da TCP.

Esta iniciativa foi lançada em Novembro passado, durante o congresso da APAVT, (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo) em Macau, pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. “Falo de um programa de incentivos em que, em função do número de participantes, o Turismo de Portugal tenha um mecanismo de apoio para que se realizem eventos e congressos, no Centro, nas regiões dos incêndios”, adiantou a governante à margem do certame.


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©Click and Play

PEDRO MACHADO (AO CENTRO) DUR ANTE O CONGRESSO DA APAV T

Pedro Machado deu conta do desenrolar dos trabalhos. “Neste momento trabalhamos para que os eventos possam estar canalizados para o TP, em parceria com o Turismo do Centro. E com as nossas congéneres, AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) e AHP (Associação da Hotelaria de Portugal). Procuramos captar congressos e estamos em linha com o Convention Bureau aproveitando os gabinetes que estão a ser constituídos, por exemplo nas Universidades de Coimbra e Aveiro”, explicou. O responsável garantiu ainda que o Centro tem infra‑estruturas para se lançar na conquista do MI e deu conta do “Centro Cultural e de Congressos de São Francisco em Coimbra, que tem uma capacidade de carga para cinco mil pessoas em simultâneo. E do caso do centro cultural de congressos das Caldas da Rainha” e da rede de Universidades e Politécnicos do Centro, onde se realizam muitos eventos e congressos.

Esta iniciativa conta com o apoio do primeiro‑ministro António Costa. Durante a BTL 2018 o governante fez um apelo a que se “visite e invista no Cento. A região é um excelente destino turístico”, garantiu, salientando que, com este turismo, é possível “dar nova vida e revitalizar um território massacrado pelas calamidades”. ALEXANDR A NORONHA



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“O futuro passará pela continuação de realização de eventos desportivos de mar e de praia” ©yepyep


WALTER CHICHARRO

Nazaré: Ondas De Oportunidades A projecção internacional veio na maré alta, com as ondas gigantes a levarem mundo fora o nome da cidade e do país. Terra de pescadores, a Nazaré tem no mar a âncora do seu quotidiano, seja na pesca e na secagem do peixe, na praia que se estende por quilómetros ou no surf e no bodyboard, que atraem praticantes nacionais e internacionais. É um destino que é, e pretende continuar a ser, atractivo a vários níveis. E que continua a trabalhar para isso. A onda surfada em 2011 pelo extreme waterman norte‑americano Garrett McNamara espalhou o que permanecia quase em segredo. O ‘Canhão’ da Nazaré produz ondas grandes, que desafiam os mais ousados, e que tem feito com que o sector do turismo tenha aumentado no município. “A Nazaré tem‑se posicionado como um palco privilegiado de eventos nacionais e mundiais, o que lhe tem dado uma grande exposição mediática internacional e provocado alterações ao nível económico. De uma vila quase exclusivamente piscatória, a Nazaré passou a crescer no turismo, nos negócios e investimentos em diversas áreas de actividade, nomeadamente por parte de multinacionais e empresas nacionais de diversos sectores”, referiu Walter Chicharro, presidente da Câmara Municipal da Nazaré, à Event Point.

Para o autarca, “o impacto directo das ondas gigantes na economia da Nazaré surge nos anos 2014 e 2015 com propostas de instalação de projectos de hotelaria e de novos negócios”. O município aproveita as ondas de oportunidades e regista a tendência de subida da procura pelo que a Nazaré tem para oferecer. Os dados da autarquia indicam que a afluência de visitantes ao Forte de São Miguel Arcanjo, com vista para o ‘canhão’, passou dos 80 mil visitantes em 2015 para os 174 mil em 2017 e que no ascensor a afluência passou dos 630 mil passageiros em 2013 para quase 950 mil em 2017. “É o meio de transporte por cabo mais procurado em Portugal, superando o elevador de Santa Justa, em Lisboa, por exemplo”, acrescenta Walter Chicharro.


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©French Landscape Hunter

Destino atractivo o ano inteiro Reza a lenda que o nome da cidade se deve a uma imagem da Virgem oriunda de Nazareth, na Palestina, que um monge grego levou para o Mosteiro de Cauliniana, no século IV, e que foi mais tarde levada para a Nazaré por Frei Romano, que escondeu a imagem numa lapa, no Sítio. A imagem, que lá permaneceu ao longo de quatro séculos, foi depois descoberta por pastores, que passaram a venerá‑la, tal como D. Fuas Roupinho, alcaide‑mor do Castelo de Porto de Mós, e protagonista de outra história. A lenda conta que D. Fuas Roupinho tinha por hábito caçar na região e que um dia também descobriu a imagem e venerou‑a. Depois, numa manhã de nevoeiro, em 1182, o alcaide‑mor perseguiu um veado, que desapareceu no precipício – assustado, pediu auxílio a Nossa Senhora e o seu cavalo parou a tempo, deixando até (diz‑se por lá) a sua marca na rocha. Em agradecimento, D. Fuas Roupinho mandou construir a Ermida da Memória e a Virgem deu nome ao lugar, o Sítio de Nossa Senhora de Nazareth, que é motivo de peregrinação dos devotos.

E como há tradições que se mantêm, ainda hoje o é. Se as ondas gigantes atraem visitantes ao longo do Inverno, o Sítio, o miradouro e a praia chamam os visitantes ao longo do Verão, fazendo com que a Nazaré seja um destino atractivo o ano inteiro. “Antes, com uma actividade económica baseada em três meses ao ano (Verão, mais os picos registados pela época da Páscoa e festa do fim de ano), a Nazaré tem hoje entre 10 a 11 meses por ano de actividade, o que se traduz em mais‑valias económicas para o concelho”, frisou Walter Chicharro, adiantando que “também as taxas de ocupação na hotelaria passaram a ser muito significativas nos meses de Inverno”. O crescimento tem sido significativo em várias áreas. “O crescimento também é notório nos licenciamentos urbanísticos (a câmara cobrou licenças na ordem dos 150 mil euros), nas licenças para projectos hoteleiros (uma nova unidade de cinco estrelas deverá começar a ser construída ainda em 2018) e no número de residências de particulares (nomeadamente para estrangeiros). A subida do imposto de derrama e a facturação de 300 mil euros da empresa municipal Nazaré Qualifica (2017: entradas no Forte e venda de merchandising da marca) são outros indicadores que estão de acordo com este crescimento”, explicou o autarca.


©André Luís

Um destino com grandes mais‑valias Na perspectiva do turismo de negócios, a Nazaré é detentora de um mar de potencialidades: as qualidades naturais e paisagísticas, o seu posicionamento no Centro do país e as acessibilidades, e a eficiência dos recursos (humanos e de equipamentos), “para dar resposta ao que consideramos como potenciadores da economia: os eventos”, são algumas das grandes mais‑valias do destino para se destacar nos sectores dos eventos e incentivos. “Julgamos que o futuro passará pela continuação de realização de eventos desportivos de mar e de praia (tais como os torneios europeus e mundiais de bodyboard, campeonatos de surf/ondas grandes, futebol e andebol de praia, cujo retorno tem sido considerável), mas também pelos eventos culturais e artísticos, sem esquecer a captação de indústria para a AAE [Área de Acolhimento Empresarial] de Valado dos Frades”, que tem já 70% da área de localização empresarial vendida, um “feito alcançado nos últimos três anos”, contou Walter Chicharro. Além disso, a autarquia continua a qualificar o espaço público e as acessibilidades para tornar o destino cada vez mais atractivo a vários níveis. A Nazaré pretende, assim, manter‑se à tona no cenário turístico e empresarial do país, surfando todas as ondas de oportunidades. MARIA JOÃO LEITE


GRANDE ENTREVISTA 16

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“Acredito em Portugal”


Juntar O Melhor Do Turismo Com O Melhor Da Comunicação Numa altura que marca o 15º ano de vida da events by tlc estivemos à conversa com o líder Diogo Assis. A revista Exame e o Fórum de Administradores e Gestores de Empresas consideraram‑no um dos “40 Líderes Empresariais do Futuro” e a events by tlc tem ganho prémios nacionais e internacionais. Fomos procurar conhecer o segredo para este sucesso. Como é que o Diogo Assis chegou a este mundo dos eventos? Como foi o percurso profissional até ter fundado aquela que é hoje a events by tlc? De miúdo quis seguir as pisadas do meu pai. O meu pai é médico, sou o filho mais velho, pai ídolo, por isso durante dois anos estudei nessa área. E ao fim desse tempo dei razão ao pai que toda a vida tinha dito que eu tinha um perfil diferente do de ficar num consultório a atender doentes. Comecei a estudar Gestão Turística e Hoteleira, em Lisboa, na Internacional, e tenho a minha primeira aventura nos negócios com um projecto na área do catering, ao mesmo tempo em que estava a estudar. Depois comecei a entrar naqueles estágios profissionais, fui até Londres, e no Intercontinental, em Hyde Park Corner, fiz parte de uma equipa de quase 20 pessoas no departamento comercial de um hotel que é uma máquina de rentabilidade. Aprendi imenso, estive lá praticamente um ano, e depois fui convidado para vir para cá trabalhar nos Dom Pedro. Trabalhei uns anos na hotelaria, na área comercial, e sempre com o feedback do mercado internacional que Portugal era um destino extraordinário, mas que não tinha agências criativas. Ouvi isso muitas vezes, até que senti que era altura de criar o meu negócio. Acreditava, como acredito, em Portugal... aliás acho que fomos uma agência que ajudou imenso Portugal a estar onde está. Não estou a dizer que fomos os únicos, houve vários, mas acho que nós fizemos muito para Portugal estar na moda. E acreditámos que Portugal viesse um dia a ser um destino tier‑one no mercado internacional, coisa que começou a acontecer há muito pouco tempo. Nós acreditávamos nisso e há 15 anos decidimos criar a events by tlc, que na altura se chamava The Lisbon Consortium. É daí que vem “tlc”.

E qual era o foco da empresa? Éramos especializados em captar eventos internacionais para Lisboa. No primeiro ano de operação, em 2003, começámos a ter clientes a pedirem‑nos para fazer Porto e Algarve. E o The Lisbon Consortium deixou de funcionar e logo no segundo ano fazemos o rebranding para TLC – Events in Portugal. Entretanto o modelo de negócio evolui, sempre com uma equipa criativa dedicada, que olhava o briefing na sua necessidade logística, mas antes disso na sua vertente de comunicação. Um cliente que quer fazer um evento é porque tem necessidade de comunicar alguma coisa, e se entendermos bem qual é a necessidade de comunicação podemos ser mais estratégicos. Isso sempre foi o que nós acreditamos e consequentemente sempre tivemos equipas criativas, conhecedoras do destino e dos fornecedores, que podiam criar algo que fosse inovador, que posicionasse bem Portugal, e ao mesmo tempo desenvolvemos um modelo de negócio robusto, com bons processos e procedimentos, que pudesse falar para departamentos de procurement internacional, pudesse falar de coisas como gestão de crise, de política de compras. Desenvolvemos esse modelo de negócio, sempre com essas premissas, e fomos crescendo até que tivemos clientes a pedirem‑nos para olhar para o Brasil, especialmente depois do país ganhar eventos como o Campeonato do Mundo e as Olimpíadas. E olharam mesmo… Durante um ano fui lá dez vezes para estudar o mercado e, passado um ano, acreditei que podíamos fazer a diferença e abrimos no Brasil. Fazemos um Campeonato do Mundo excelente, com clientes internacionais, patrocinadores e selecções. Depois fazemos umas Olimpíadas no Rio, em 2016, também com imenso sucesso. Ainda nesse ano, fazemos uma aquisição no Brasil e fundimo‑nos com a Case Imagine. E isto é muito relevante em


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todo o percurso, porque vem dar substância àquilo que sempre foi a minha visão: juntar o melhor do turismo, com o melhor da comunicação. A events by tlc, especialista em logística de eventos internacionais, e a Case, empresa líder no mercado brasileiro para a activação de marca, live marketing, digital. Com este passo assumimos que somos uma empresa muito mais estratégica do que um DMC. Podemos dizer que somos uma agência local com competências globais, que actua no mercado ibero‑americano, e que tem hoje operações em Portugal, Brasil, Espanha e na Flórida. E a Flórida assume aqui um papel muito importante porque as grandes empresas tomam as suas decisões em Miami e isso dá‑nos uma proximidade muito grande da decisão e por outro lado dá‑nos uma capacidade de operar naquela que é a maior região para os brasileiros. E Espanha? Compramos a Ole Special Events em 2014, depois de estarmos no Brasil, e de entender que o mercado latino‑americano tinha um imenso potencial para nós e para o nosso tipo de clientes. Para continuar esse crescimento sentimos que precisávamos de uma presença ibérica, nomeadamente em Espanha. Um dia haveremos de dar continuidade a esse processo de expansão na América Latina. Não será este ano, para já estamos a consolidar a operação com a Case, mas no futuro. Tem sido considerado um dos gestores mais promissores da sua geração. Que competências tem que o destacam enquanto gestor? É difícil falarmos de nós. Acho que onde dediquei mais tempo foi na escolha das pessoas, sempre obcecado por ter o melhor talento em qualquer operação. E acredito muito que antes de uma estratégia boa existe cultura. Temos uma cultura muito forte, valorizamos muito o asset humano. A nossa estrutura é completamente horizontal, aliás o nosso escritório de Lisboa é dinâmico, tem uma zona de open space, onde não há lugares fixos, e temos aqui zonas de brainstorming. Eu não tenho uma secretária, nem um lugar onde me sento todos os dias, nem um gabinete. Damos, efectivamente, empowerment às pessoas, e deixámo‑las arriscar. Incentivamos as pessoas a tomarem decisões, desde o estagiário até à direcção, e se tomarem as decisões erradas, aprendem com elas. E aproveitamos para crescer dentro desta cultura onde existe um desafio constante das pessoas para pensarem diferente e inovarem. Há dois anos, fizemos no Porto uma sessão de business model canvas, que é um modelo que as startup usam para pôr as suas ideias em contexto, para conhecer a concorrência, os canais de distribuição, para conhecer o modelo financeiro, os custos de vendas e marketing. Demos essa formação a toda a gente, e depois lançámos um desafio, em que nós nos comprometemos com o desenvolvimento e com capital na ideia que ganhasse o desafio. Criamos um júri e apoiámos uma. Há dois anos que estamos a investir nesse projecto, que está praticamente pronto. Como em qualquer relação ou projecto, há altos e baixos e há coisas que não nos correram

bem ao longo dos anos, nomeadamente a área do lazer, em que tentamos entrar há dois anos, e desinvestimos o ano passado, porque percebemos que não era uma área que fizesse sentido para nós. As coisas não correm de forma perfeita, mas isso não é uma coisa má, aprendemos muito com as fases menos boas. Mais ainda assim acho que esta organização tem uma capacidade de resposta a coisas negativas muito grande, porque sempre que alguma coisa corre menos bem, imediatamente a seguir temos um crescimento exponencial. Quando escolhem alguém para trabalhar convosco que tipo de características são absolutamente decisivas? Procuramos pessoas com capacidade empreendedora, que gostem de tomar decisões, de inovar e de perceber necessidades que existam no mercado, e trazer soluções para elas, que sejam bons comunicadores. Não gostamos de pessoas que sejam muito individualistas, procuramos pessoas que gostem de trabalhar em equipa. Como é que é um dia normal na sua vida? Correr às 6h15 da manhã com um grupo de amigos, estar em casa às 7h para tomar o pequeno‑almoço com os miúdos, que é uma coisa de que não prescindo, sair às 7h45, e às 8h estou no escritório. Num dia normal tenho bastantes reuniões de trabalho, que tendem a ser mais efectivas e menos longas à medida que os anos vão passando. Depois passo muito tempo a viajar. Enquanto líder da organização, a minha preocupação maior é passar a visão, alinhar toda a gente perante os valores da empresa, e ver oportunidades de continuar a crescer. Passo muito tempo nas outras operações, no aeroporto e em aviões, mas quando cá estou é mais ou menos esta a rotina. O que é que o motiva neste momento? Nós temos um plano muito bem pensado. Queremos ser uma agência líder no mercado ibero‑americano, e ainda temos um caminho muito longo para percorrer. O que me motiva agora é garantir que aquilo que temos como visão faz efectivamente sentido no mercado, e que é juntar duas disciplinas diferentes numa só. O mercado começa a identificar isso. E quem sabe um dia destes ter uma boa liderança de sucessão. Escolheu os Estados Unidos e Harvard para continuar a sua formação. Porquê essa escolha? Tinha este projecto há seis anos em pipeline, mas por via do crescimento do negócio não encontrava tempo para o fazer. Hoje temos 150 colaboradores, várias áreas de negócio e eu senti a necessidade de voltar a ganhar conhecimento. E porque não fazê‑lo naquela que é considerada a melhor escola do mundo? Olhei para os programas executivos que existiam nos vários países, e em Harvard havia o Owner/President Management, com a duração de três anos, um mês por ano. Não estava à espera de ser seleccionado logo.


O programa preenche‑me em três aspectos: na vertente académica, porque me dá conhecimentos técnicos que por sua vez me dão confiança para continuar a apostar no crescimento, dá‑me um auto‑conhecimento enorme enquanto gestor, e a possibilidade de um networking mundial inacreditável. É um programa muito exigente, mas foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida.

Aproveitar cada cultura para o benefício de todos Nestes 15 anos de actividade quais foram para si os momentos mais marcantes? Em termos de crescimento a fusão com a Case foi um momento muito marcante, porque veio dar músculo à nossa visão. O primeiro evento que fizemos é um momento também muito marcante. A participação nos MTV Europe Music Awards, em que fizemos uma grande parte do evento. Em 2004, no Europeu de Futebol estivemos com 23 operações. Foi inacreditável, porque éramos cinco pessoas. A final da Champions em Portugal. O Real Madrid ganha e oferece uma camisola assinada por todos, que me delegou para entregar ao presidente do Benfica. Foi um momento especial também. O estar no Brasil, no Campeonato do Mundo, com uma operação robusta foi também muito marcante. Quais são as grandes diferenças de trabalhar em Portugal, Espanha, Brasil e Estados Unidos? E o que acha que uns podem aprender com os outros? Uma coisa que tenho tido algum cuidado de não fazer é tomar por adquirido que as culturas são semelhantes só porque falamos a mesma língua. Acho que esse é um erro muito básico, que acontece recorrentemente, e que dá mau resultado tipicamente. Há que reconhecer culturas e modus operandi diferentes e nesse aspecto ser um pouco mais político e entender o que podemos aproveitar de melhor de cada cultura, para o benefício de um todo. Esse é o desafio, mas por outro lado também é uma oportunidade. Um exemplo muito básico: a criatividade. Quantos prémios o Brasil não ganha em criatividade? Juntar isso a uma robustez de processos e procedimentos de uma operação europeia, faz sentido. Por outro lado é um risco, ao assumir que temos um negócio com um modelo que corre muito bem em determinado país, e replicá‑lo na sua essência noutro país, não funciona. Aprendi com erros próprios também. Não nos correu bem o Brasil no início. Tivemos três anos bastante difíceis, em que pensámos várias vezes em sair. Foi difícil, perdemos dinheiro, desgastámo‑nos muito, exactamente porque o ponto de partida era que a cultura seria semelhante.


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Mas o que incorporam dessas culturas para a vossa operação em Portugal? Fazemos um intercâmbio muito grande de pessoas. A holding está em Portugal e tem serviços partilhados, e temos agora uma direcção de desenvolvimento, com seis pessoas a desenvolver tecnologia a tempo inteiro, e o director cá em Portugal é brasileiro. Ainda há pouco tempo tivemos um evento grande no Brasil e foram três pessoas para lá. E acabamos com isso por fazer o quê? O buy‑in das pessoas, porque elas são relevantes no que é a consistência do grupo. Com a crise a vossa estratégia de diversificação foi vital… Sem dúvida. Nós crescemos como? Crescendo a operação em Portugal, naquele que era o seu core business, um DMC, embora eu não nos considere um DMC. Tem que haver uma evolução desse nome, resolver o assunto logístico de um determinado evento não é suficiente nos dias de hoje, embora seja importante resolvê‑lo bem. Crescemos expandindo para novas geografias, Espanha, Brasil e Flórida. E crescemos com o lançamento de novas áreas de negócio. A Sports, por exemplo, onde já temos três eventos proprietários. E há uma quarta dimensão de crescimento que é a inovação disruptiva, onde temos uma equipa de seis pessoas, em tecnologia, a desenhar, e em que estamos com projectos muito ambiciosos para o futuro. As empresas nesta área são micro ou pequenas. Como foi possível conseguir os meios, nomeadamente financeiros, para sustentar uma operação destas? Fizemos tudo focados numa espinha dorsal forte que é a robustez financeira. Os passos que demos sempre foram muito cuidadosos, nunca foram alavancados em dívida. O crescimento foi sustentado numa gestão financeira muito cuidada. O acesso ao crédito na Europa é fácil, as taxas de juro são baixas, há cada vez mais propensão para que as entidades financeiras, privadas ou públicas, tragam soluções que ajudem as startups a desenvolverem o seu crescimento. Há seis anos abrimos o capital a uma sociedade de capital de risco, um fundo de private equity, exactamente porque tínhamos um business plan que iria querer crescer e apostar em novas operações, eventualmente por via de aquisições. Existem hoje em dia muitas soluções, quer da banca, quer de private equity, quer de business angels. Hoje o dinheiro não é um problema. O problema é ter boas ideias e pô‑las em contexto. Mas há hoje acesso a capital para desenvolver ideias.

Em relação a essa área tecnológica de que falava, que tipo de soluções estão a desenvolver? Temos soluções internas para criar alguns automatismos da própria equipa, para termos mais tempo dedicado ao cliente, e menos tempo em processos. Já temos algumas ferramentas lançadas, mas ainda são internas, ainda não as posso revelar, mas vão passar a ser externas no futuro. Depois temos já bastante desenvolvimento para clientes. Nós criamos hotsites de raiz, temos sites de registos e participação, aplicações feitas para eventos, campanhas digitais. Esta equipa já tem uns anos, temos um portefólio grande e já é uma área de negócio.

Um olhar sobre o sector Como vê o sector dos eventos em Portugal? Os orçamentos já voltaram aquilo que eram? As empresas já estão a fazer mais eventos? Portugal tem um problema de dimensão. Enquanto que nós, por exemplo no Brasil, fazemos alguma activação de marca ou estratégia digital para uma determinada empresa pensamos em 200 milhões de habitantes, cá pensamos em 11. E essa diferença reflecte‑se nos orçamentos. A capacidade de impactar pessoas quando fazemos um projecto da Xbox em São Paulo é 20 vezes maior do que cá em Portugal. Os budgets acompanham essa realidade. Portugal tem essa limitação, mas sente‑se que há mais orçamento, e mais disponibilidade para ideias mais diferenciadoras. Há duas preocupações das empresas de uma forma geral. Uma é expandir o seu investimento para o online. O físico não desaparece, antes pelo contrário, é essencial, mas tem que ser expandido para o online, e nós temos essas competências internamente. E a outra é medir o retorno. Mas efectivamente o que é que isto significa? Vou vender mais com esta acção? Isso é mesmo assim? O retorno do investimento é mesmo uma preocupação das empresas? Estou convencido de que é uma preocupação constante. Há uma preocupação de as empresas perceberem o retorno que têm em cada euro gasto. O que é uma lacuna da indústria são as ferramentas para medir esse retorno. Não é fácil, as métricas não estão bem definidas e as ferramentas não estão ao alcance de uma mensuração fácil. Temos essa dificuldade, mas acredito que sim, que há uma tendência e há muitos anos se fala dela. Nós somos expostos diariamente por quem é o budget holder ao retorno do investimento. O digital ajuda‑nos a medir um bocadinho melhor. No físico temos mais dificuldade. Mas voltando atrás, penso que hoje os budgets são um bocadinho mais largos, talvez um bocadinho menos de peso das compras no processo de decisão, o que é uma boa novidade, porque não é só o preço que conta, mas sim o retorno das ideias. E depois há outra preocupação que é entender efectivamente qual é o problema que o cliente tem.


Quais os seus objectivos… Se o cliente vai investir num determinado evento, ele tem que ter um objectivo. O que às vezes falta também no mercado é um pensamento um pouco mais estratégico, ser mais cliente. Nós somos muito centrados no cliente e obcecados por desenhar as nossas soluções a quatro mãos, ter o cliente envolvido connosco no processo, entender o problema, o que o cliente quer atingir com o evento. Acha que os clientes já envolvem a agência cedo no processo? Ou ainda há maus exemplos de chamar a agência quando as coisas já estão definidas? Nós temos vindo a conseguir sermos chamados mais cedo, participarmos mais cedo na elaboração da estratégia de comunicação e a Case é conhecida por isso no Brasil, onde estamos lado a lado com o cliente, e fazemos um planeamento estratégico à la longue. O que temos vindo a fazer no mercado internacional, em que estamos juntos com a Case e com esta área mais de produção, de activação de marca, também nos tem vindo a dar a possibilidade de falar com o cliente mais cedo. Mas sim há clientes que nos contactam já muito tarde, quando muitas decisões já estão tomadas.

Como vê este boom do turismo? Acha que de alguma forma pode prejudicar o negócio dos eventos? Há uma estatística que é muito relevante e falando do mercado internacional: 95% das pessoas que visitam Portugal, dizem que querem voltar. E esta é a melhor estatística para dizer que isto não é uma moda, isto é sustentável. Acho que aqui se pode dar os parabéns pelo trabalho que foi feito pelo Turismo de Portugal e pela Secretaria de Estado do Turismo, e que foi perceber que nós em termos de escala económica nunca conseguiríamos competir com países como a Inglaterra, os Estados Unidos, a própria Espanha, no que diz respeito a verbas para publicidade. Então fomos muito mais inteligentes a fazer o nosso trabalho, percebemos que tínhamos uma verba muito limitada, mas que tínhamos um país excepcional e o que é melhor do que trazer cá as pessoas que decidem e os opinion makers? Nada. Proporcionamos experiências a quem opina sobre a indústria, e isto colocou o país no spotlight. Depois recentemente ganhamos uma série de prémios. Isso tem ajudado. Depois também temos aqui embaixadores naturais: a Madonna, o Louboutin, o Philippe Starck. São eles próprios a dizer que este é o melhor país do mundo para se viver. Faltam coisas? Sim. Falta ainda alguma coragem para assumir que somos um país de nicho, que tem que subir o valor, porque não podemos ser de massas, temos de ser um bocadinho mais selectivos, e faltam algumas cadeias internacionais hoteleiras apostarem no país, especialmente para atrair o mercado americano e canadiano, que compra muito marca. Espero que isso venha a acontecer nos próximos anos, que é uma lacuna que o mercado ainda tem. Portugal que tinha ocupações relativamente baixas, era aquilo que se chama um buyers market, hoje em dia é um sellers market, isto é, o mercado está mais do lado dos fornecedores, porque as ocupações são altas e isto traz mais dificuldade em fazer negócio a curto prazo. O last minute fica muito difícil de fazer. Temos ouvido da parte de players do mercado, de que não encontram espaços para fazer o evento, não encontram hotéis… esta tensão entre turismo de lazer e turismo de negócios também pode ser um factor complicado? No last minute, efectivamente. No longo prazo não. E qualquer problema traz oportunidades. Vamos ser sinceros. O custo que tínhamos de angariação era muito maior do que o que temos hoje. Se é mais difícil fazer negócio? É. Por outro lado é muito menos custoso, é muito mais simples contactar, porque o interesse está cá. Há sempre reajustes nestas dinâmicas. Talvez seja um eterno contente, em vez de ser um eterno descontente. Acho que Portugal está numa posição espectacular, acho que nos devemos orgulhar, foi a indústria do turismo que participou nesta reviravolta do nosso país, e o trabalho está a ser bem feito.


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Dez perguntas a Diogo Assis Cidade para viver? Lisboa Gostava de ouvi‑lo sobre essa questão da falta de espaços para eventos... Lisboa já recebe coisas enormes, que anteriormente nem vinham para cá. Nós, enquanto agentes privados, temos de fazer esse trabalho de atrair outro tipo de negócio que confirma com mais tempo de antecedência e que é mais robusto, maior. Um centro de congressos, com dimensão, faz falta, não há quem esconda isso, mas ainda assim Lisboa consegue ser interessante para eventos que chegam a ter 30 ou 40 mil pessoas como o Congresso dos Diabetes ou a Websummit. Não acho que tenha sido um problema profundo para Lisboa se reposicionar, mas em termos de crescimento, para os grandes eventos, vai continuar a fazer falta um centro de congressos com uma dimensão maior. E como olha para as outras regiões do país? Que destinos lhe parecem mais interessantes, neste momento? O Porto, onde nós temos uma operação já há alguns anos, aproximou‑se muito de Lisboa. Hoje em dia há alturas em que o Porto é mais caro do que Lisboa, por exemplo na capacidade hoteleira. O Porto está com uma dinâmica muito gira, e acho que o presidente da Câmara reeleito teve uma visão muito boa para a cidade, ou seja não criar uma zona única, mas fazer com que a cidade toda crescesse com projectos mais boutique, e isso foi um sucesso. O Porto tem sido premiado também e reconhecido como um destino bom. No ano passado trouxemos a InVoyage porque queríamos passar essa mensagem. Acreditamos que o Porto vai ser um grande destino. Falta capacidade hoteleira ainda, apesar do crescimento, faltam algumas cadeias internacionais também. O colar o Porto com o Douro também me parece importante, porque tem havido um destaque grande do Douro, há ali algum charme crescente da região que eu acho que também veio para ficar. Nos incentivos internacionais, esta combinação com Lisboa é deliciosa. Não há quem não queira repetir. Temos vindo a puxar mais pelo Algarve, apesar das ligações aéreas ainda serem uma lacuna muito grande. O Algarve é talvez um dos melhores destinos para incentivos durante o Inverno e isto ainda não está presente no mindset internacional. O Algarve vai no futuro ser um destino que vai crescer muito. Todas as regiões têm vindo a crescer, mas eu destacaria Lisboa e Porto all year round e o Algarve que é incrível em off‑season.

Destino de férias de sonho? O Pine Cliffs, no Algarve, onde faço férias Um prato que não dispensa? Alheira Livro que tem na mesinha de cabeceira? A revista Monocle Quando era pequeno, que profissão queria ter? Médico, como o meu pai Tem algum ídolo? Ídolo não, mas tenho algumas referências. Qual é a próxima maratona que vai correr? Já fiz duas e o meu plano é fazer quatro nos próximos quatro anos. Nova Iorque este ano, para o ano Chicago, depois Tóquio e finalmente Boston. Qual foi a coisa mais louca que já fez pelo Benfica? Filhos acabados de nascer e o primeiro documento oficial é o de sócios do Benfica Se o convidassem para um cargo político de relevo, aceitava? Dificilmente. Gosto de decisões rápidas e de avançar, por isso talvez não. Se pudesse organizar qualquer evento, qual seria? Já estive em dois extraordinários, que foram o Campeonato do Mundo e os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. Mas gostava de ter um Campeonato do Mundo organizado em Portugal, ou se fosse preciso em conjunto com a Espanha.



EMPRESAS 24

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Forum Braga

No Radar Dos Grandes Eventos Depois de profundas obras de remodelação no antigo Parque de Exposições, nasce o Forum Braga, com inauguração marcada para 27 de Abril. Apresenta-se ao mercado como um espaço “multifacetado e dinâmico, polivalente, capaz de acolher eventos tão distintos como congressos, exposições, concertos, feiras, eventos desportivos ou festivais, com capacidades entre as 20 e as 20 mil pessoas”.

Além do maior auditório da região Norte, com 1.450 lugares, e da segunda maior sala do país para espectáculos, com 12 mil lugares em pé, o Forum Braga assume a herança romana para desempenhar o papel de um “centro nevrálgico da cidade, da região e do país, um espaço de e para pessoas, um ponto de encontros, negócios, cultura e experiências”, explica Carlos Oliveira, presidente da InvestBraga. Transpondo o conceito de fórum da Roma Antiga para um paradigma contemporâneo, este é um “Forum moderno, interactivo e ambientalmente sustentável”.


Trabalho em rede O Forum Braga aposta no trabalho em rede com os diversos agentes da região, Câmara Municipal, associações, empresas locais, hotéis, Universidade do Minho, INL – Laboratório Internacional de Nanotecnologia, entre outros, e encara-o como uma vantagem competitiva. Da mesma forma, optou por não ter exclusividade em serviços tão fundamentais como o catering e os audiovisuais, deixando que sejam os organizadores a escolher esses parceiros. O Forum Braga dispõe de infra-estruturas modernas, confortáveis, tecnologicamente avançadas, e preparadas para todos os utilizadores, rede de sinalética digital, sistemas de audiovisuais e cobertura wi-fi. Tudo isto servido por uma equipa com larga experiência na organização de eventos.

No radar dos grandes eventos

Espaços e capacidades As principais infra-estruturas, e respectivas capacidades do Forum Braga compreendem um pavilhão com 7.800 m², distribuídos por dois pisos; um grande auditório com capacidade para 1.340 pessoas; um pequeno auditório com capacidade para 250 pessoas; uma sala modular com capacidade para 400 lugares em plateia; seis salas de reunião; uma sala de exposição de 360 m²; uma zona exterior com 26.000 m², capacidade para 300 stands e capaz de acolher até 20 mil pessoas em concerto; parque de estacionamento para 600 lugares; uma galeria de arte contemporânea; restaurante, self service, cafetaria, bares e lojas.

O Forum Braga vai permitir colocar a cidade no radar nacional e internacional dos grandes eventos, do turismo de negócios, tirando também partido da proximidade com a Galiza. “Acreditamos que Braga é uma cidade com inúmeras vantagens e com potencial para atrair a organização de grandes eventos. Temos excelentes acessibilidades - estamos a 30 minutos do Aeroporto do Porto e a 60 minutos do Aeroporto de Vigo -; temos uma grande capacidade hoteleira - com cerca de 3.250 camas disponíveis na cidade e mais de 6 mil camas disponíveis num raio de 25 kms -; temos uma cidade jovem e dinâmica e um concelho que é considerado como o terceiro melhor do país para se fazer negócios. Acreditamos, por isso, que temos os requisitos necessários para fazer de Braga e do Forum Braga uma referência nacional na organização de eventos”, conclui Carlos Oliveira.

Forum Braga Braga 253 208 230 ana.machado@investbraga.com www.forumbraga.com


OPINIÃO 26

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“É fácil criar um projecto”


O Algarve Também É Um Destino Atractivo Para A Meetings Industry Não só de clientes internacionais, mas também de profissionais nacionais é frequente ouvir as afirmações de que o Algarve é um destino de lazer e, como tal, não está preparado, nem é competitivo na Meetings Industry. Ou ainda que não tem espaços apropriados para receber congressos. Ou mesmo que não dispõe da acessibilidade de uma capital e, por isso, não é muito fácil de vender.

Todas estas ideias pré‑concebidas do destino são facilmente refutáveis. Se a primeira e a segunda afirmações não podiam estar mais longe da realidade, a terceira também é facilmente contrariada se considerarmos que a distância‑tempo do Aeroporto Humberto Delgado ao Algarve é semelhante à necessária para realizar a deslocação do centro de muitas das capitais até ao aeroporto que as serve. O claim Algarve, o segredo mais famoso da Europa, reflecte bem que o Algarve tem muito mais para oferecer do que a maioria das pessoas tem conhecimento, e também se aplica neste segmento. O desconhecimento da oferta existente joga muitas vezes a nosso favor. É fácil criar um projecto que permita facilmente surpreender os clientes com a variedade de opções e a excelente relação qualidade/preço. Que o Algarve é um destino turístico de lazer consolidado, é uma constatação óbvia. Menos óbvio, mas verdadeiro, é o facto de que esta região está bem preparada para receber todos os tipos de eventos da Meetings Industry. Para além de dispor de uma oferta hoteleira variada e com bons padrões de qualidade de serviço, localizada do litoral ao interior, das zonas mais conhecidas da região a localizações fora das zonas com oferta turística mais concentradas, tem também uma múltipla escolha de centros de congressos, salas de reuniões e espaços para eventos. A sazonalidade da procura de lazer permite que muitas unidades possam oferecer a exclusividade para um congresso ou evento, opção que é difícil nas grandes cidades. Simultaneamente muitos hotéis são flexíveis na alteração da decoração e do uso dados aos espaços. Estes factos conferem ao Algarve

vantagens competitivas face aos destinos sem picos de sazonalidade. Além do alojamento e das salas de reuniões, o Algarve tem um clima excepcional que proporciona mais de 300 dias de sol por ano e é na época baixa que as características climáticas se tornam mais atractivas, com invernos caracteristicamente secos, sendo que as actividades ao ar livre continuam a ser possíveis. Com áreas naturais bem conservadas, e com o turismo de natureza já bastante estruturado, o leque de actividades disponíveis aumentou em qualidade e variedade. A somar aos equipamentos turísticos tradicionais, da natureza, do clima e de uma multiplicidade de DMCs da região ou com conhecimento adequado para a vender, o Autódromo Internacional do Algarve tornou a região também extremamente competitiva nos eventos do sector automóvel internacional, oferecendo ainda variadas opções para acções de team building. Com a diversidade e qualidade das actividades de animação turística disponíveis, no Algarve é fácil criar um programa out of the box, basta escolher os ingredientes certos para criar a receita que vá de encontro às expectativas de cada cliente. Existindo muitas opções, por vezes a dificuldade é escolher entre a arte e as visitas culturais. Entre as experiências de condução ou desportos marítimos e de gastronomia e vinhos, entre as actividades desportivas e as actividades de natureza…

ALEXANDR A R AMOS GESTOR A SÉNIOR DE MI DA ASSOCIAÇÃO DE TURISMO DO ALGARVE


ESTUDO 28

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A Hora Das Cidades De Tamanho Médio Estudo da Skift e da IMEX mostra que as cidades de média dimensão estão a fazer caminho no sector da Meetings Industry. Há vários factores a contribuírem para que as cidades de menor dimensão ocupem um lugar de maior relevo no panorama do sector da Meetings Industry (MI). Um deles é o preço. Estas cidades de média dimensão são mais baratas, mas também conseguem providenciar experiências mais inovadoras, é mais fácil envolver os líderes locais, e normalmente os fornecedores esforçam‑se ainda mais para que tudo corra bem. Por outro lado, as grandes metrópoles estão com ocupações muito altas e com os preços bastante altos. E o preço/valor é fundamental. Milton Rivera, da American Express Meetings & Events, citado neste estudo da Skift e IMEX, reconhece que as empresas e os detentores dos eventos, põem ênfase no valor e perguntam: “O que é que eu posso obter por este preço?” Esses potenciais bons negócios ajudam a mitigar factores como distância, mais dificuldades em termos de acessos. Embora, claro, o acesso seja uma preocupação dos organizadores Os convention bureaux destas cidades são hoje mais activos, criam mais redes com os decisores, com a comunidade académica, com o poder local, com os clusters económicos, com as indústrias criativas, e atraem, por essa via, mais eventos, e de segmentos mais diversificados para as suas regiões. As cidades investiram também muito nas infra‑estruturas e nas condições para os receber. Os organizadores de eventos põem o foco na criatividade e nas experiências

nos destinos, quando decidem a próxima localização de um congresso ou incentivo. O carisma das cidades, a vibe de inovação e tecnologia, o ambiente cool, é um factor de atracção para os novos delegados e participantes nos eventos. Por outro lado, quem nunca foi a Londres, Paris, Lisboa? O apetite por conhecer outros destinos está muito presente nos delegados. E, hoje em dia, os novos formatos de reuniões permitem mais tempo livre aos participantes. Estar numa cidade autêntica, criativa, inspiradora, com uma oferta de animação, é um drive importante.

Uma panóplia de destinos, entre os principais e que vão estar em alta sempre, e os médios, trazem aos organizadores de eventos uma variedade de escolha ímpar.



MESA REDONDA 30

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Qual a importância dos eventos na estratégia de marketing da empresa?

RENATA AMAR AL

Eventos: Dado Garantido Para As Empresas Pelo segundo ano consecutivo, a Event Point levou a cabo um inquérito a clientes de eventos, de modo a perceber como será, na perspectiva deles, o ano de 2018. Este termómetro do sector foi depois o ponto de partida para uma conversa animada, à mesa, durante a BTL, entre Renata Amaral, da Prestígio for Brands, e Francisco Serzedello, da Desafio Global.

Imprescindíveis: 56,3% Importantes, mas dependentes do orçamento: 40,6% Acessórios: 3,1% Estes números representam um incremento, em relação ao ano passado, da visão de que os eventos são imprescindíveis. Em 2017 o número ficou‑se pelos 50%, a mesma percentagem da resposta: importantes, mas dependentes do orçamento.

Essa importância tem‑se alterado?

Os eventos são cada vez mais importantes: 62,5% Mantém‑se inalterada: 34,4% Os eventos são cada vez menos importantes: 3,1%


Comentando as duas questões, Francisco Serzedello acredita que o interesse não aumentou em relação ao ano passado, mas aumentou consideravelmente, isso sim, nos últimos dez anos. “Tem sido uma curva a pique”. “A importância dos eventos é um dado garantido para as empresas”, refere Serzedello, que lembra que apesar de toda a tecnologia à disposição, cada vez mais as pessoas têm a necessidade de uma experiência física, proporcionada por um evento. “Lembro‑me de uma frase do João Sacchetti [especialista em eventos e antigo presidente da associação do sector] há uns anos que dizia que os eventos são comunicação em estado sólido. Os eventos são a oportunidade que as marcas têm de pôr as pessoas com pessoas e de alimentar a relação das pessoas com as marcas, sejam públicos internos, colaboradores, ou público final”, lembra Renata Amaral. A responsável da Prestígio for Brands aponta ainda algo a que as marcas estão muito atentas: o UGC – User Generated Content. Ou seja os conteúdos gerados pelos utilizadores, pelos participantes. “Os eventos são uma oportunidade de fazer espoletar esses conteúdos”.

Comparativamente ao ano anterior, como se vai comportar o vosso orçamento para eventos?

Vai manter‑se o mesmo: 45,2% Vai aumentar: 35,5% Vai diminuir: 12,9% Não responde: 6,5% Renata Amaral realça o ambiente económico favorável, e Francisco Serzedello lembra que a partir do momento que a economia está melhor, as empresas também estão melhores e há mais capacidade de investimentos. Para o team leader da Desafio Global estamos numa fase em que se pode fazer mais nos eventos, com um elemento maior de surpresa. “Continuamos

a ter inovação, e a procurar soluções novas, que sejam menos onerosas, e a tecnologia tem‑nos ajudado com isso, mas já não há o corte só por cortar”. Renata Amaral concorda que os clientes estão mais ambiciosos, querem “fazer melhor, com mais recursos, mais cuidado, e isso significa também amplificar o retorno e o output do evento”.

As decisões sobre os eventos a realizar são tomadas...

Anualmente: 35,7% Consoante as necessidades: 35,7% Semestralmente: 17,9% Trimestralmente: 10,7% Em conversas que a Event Point tem tido com players do sector, nomeadamente no que diz respeito aos eventos corporate, de marca, ressalta a ideia de que os pedidos são feitos cada vez mais em cima do acontecimento. “Os prazos de aceitação do evento estão uma loucura”, não hesita em dizer Francisco Serzedello. “Alguns dos maiores eventos que fizemos este ano, fizemos com três semanas de preparação”. Isso acaba por ser um desafio tremendo para as agências. “Agilidade é a palavra do dia”, sublinha Serzedello, que lembra que com o crescimento do turismo de negócios em Portugal há cada vez menos espaços disponíveis. “É cada vez mais difícil assegurar espaços com timings tão curtos”. Renata Amaral, da Prestígio for Brands, diz que com menos tempo, a necessidade de cumplicidade com o cliente é maior. “A dinâmica com o cliente torna‑se muito mais intensa, necessariamente muito mais cúmplice e exigente”, o que também pode ajudar a fortalecer a relação. “Quando entregamos um evento que é um sucesso, e que parecia impossível fazer com os timings, acrescentamos na confiança que o cliente tem em nós”, acrescenta Francisco Serzedello. Mas e se alguma coisa corre mal no evento, é percebido do lado do cliente que a exigência terá sido demasiada? “Quando estamos a trabalhar com muito


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FR ANCISCO SERZEDELLO

pouco tempo temos de ser muito claros quanto ao que conseguimos ou não fazer. Mesmo com o factor magia que supostamente está associado à nossa capacidade de criar momentos especiais, há um limite para fazer acontecer coisas num determinado intervalo de tempo”. A opinião é de Renata Amaral que reforça a necessidade de um diálogo transparente entre as partes. Os riscos existem, mas para a responsável são quase sempre calculados, já que “têm na base uma excelente relação, com excelentes parceiros”. Francisco Serzedello acrescenta que com prazos tão curtos as responsabilidades do gestor de evento e do cliente são maiores. Mas nem assim o erro é mais aceitável. “O erro não é mais entendível ou mais aceitável da parte dos clientes, se calhar dos nossos interlocutores sim, mas não das chefias porque não conhecem o processo tão bem”. Por isso “não podemos falhar na mesma”. Há algo que é evidente para ambos: as mais‑valias de contratar uma agência de eventos. Claro que há clientes que assumem itens dos eventos, fruto também do maior know‑how adquirido com a experiência. “Na Prestígio acontece muito frequentemente o cliente contratar o espaço directamente. E depois a concepção do evento, a coordenação não deixa de estar do nosso lado, mas há ali uma fatia que passa para o outro lado”. Mas essa partilha, o fazer parte de uma equipa, segundo Renata Amaral, “é muitíssimo estimulante”. “Há clientes para todo o tipo de agências e eventos; há até clientes que têm estruturas e querem fazer o evento per se”, lembra Francisco Serzedello. “Acho é que empresas como a Desafio Global e a Prestígio trazem mais valias para os eventos, e não é só o nosso know‑how, nós temos capacidade de negociar e de comprar muito acima do que a maior parte dos nossos clientes”, regista. Se existirem clientes com mais capacidade de negociação em determinado item, segundo o responsável da Desafio Global, esse aspecto é direccionado para o cliente. Mas essa não é a situação mais habitual, pelo que “há clientes que acham que fazem sozinhos e voltam depois dessa experiência”.

Qual a estratégia que adoptam em relação aos briefings?

Convidamos algumas agências, consoante o tipo de evento: 53,8% Abrimos o mercado: 26,9% Trabalhamos sempre com a mesma agência: 19,2% “Na Prestígio há de tudo”, começa por dizer Renata Amaral, “os concursos fazem parte da nossa vida”. Isso obriga a agência a ter uma capacidade grande de responder a concursos, sendo que muitas vezes pode não ganhar. Para a entrevistada há concursos pouco razoáveis, abertos a sete ou dez agências. “Faz‑me confusão quando se investe tanto tempo de tanta gente para um evento, sabendo que uma pequena parte daquele universo vai avançar efectivamente com aquele exercício. Mas é o paradigma do mercado”, lamenta. Por outro lado, há muitos clientes que procuram directamente a Prestígio e “isso também tem a ver com as relações de confiança, que depois também permitem sermos proactivos na apresentação de propostas”.


Qual é a preferência da vossa organização?

Francisco Serzedello também convive com diferentes situações. O mesmo cliente, aliás, pode ter diversas situações dentro da sua empresa. Mas algo parece‑lhe claro, “Há eventos e eventos, e as agências não são todas iguais”.

Que tipo de briefings preferem passar?

Entregar uma parte do evento a uma agência, mas coordená‑lo internamente: 74,1% Entregar o evento chave‑na‑mão a uma agência de eventos: 22,2% Entregar partes do evento a várias agências: 3,7%

Aberto: 74,1% Fechado: 25,9%

“A fronteira entre o que é coordenar um evento e estar na produção é ténue”, recorda Francisco Serzedello, que aponta a parceria como a forma preferencial de trabalho. “Falo pela minha equipa, a partir do momento em que está fechado o concurso juntamos esforços [com o cliente] porque todos queremos que seja um sucesso”, refere. “Por isso sim, o nosso cliente trabalha connosco a controlar o evento”, sublinha Serzedello. Esse trabalho em equipa é algo muito estimulante, entende Renata Amaral. Já entregar partes do evento a várias empresas é visto com mais desconfiança. Nas palavras de Francisco Serzedello: “nós gestores de eventos, somos como um maestro, temos de colocar todos a tocar em uníssono, para o bem comum. Se eu não escolher o senhor dos pratos, não posso garantir que ele vá tocar no sítio certo”. Fica o aviso.

Grande parte dos clientes afirma que prefere passar às agências briefings em aberto, convocando‑as à concepção da ideia. “E é isso que faz sentido”, acredita Francisco Serzedello. “Nós desconstruímos aquele briefing na solução. Uma empresa que já tem fechada a sua solução, só precisa de alguém para implementar”, refere o responsável. Embora existam empresas que de facto apenas fazem essa implementação, se solicitada. Como a Prestígio. “É o que eu chamo ‘Butler Service’”, refere Renata Amaral.

CLÁUDIA COUTINHO DE SOUSA

FICHA TÉCNICA O inquérito foi enviado a um conjunto alargado de clientes de eventos, com diferentes perfis, desde marcas, associações, promotores. O inquérito esteve válido até 31 de Janeiro de 2018. No final consideramos 38 respostas válidas, mais três do que no ano anterior. O apoio técnico a este trabalho foi da Asserbiz.


OPINIÃO 34

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O Impacto Das Tendências Nos Eventos Apresento cinco tendências para eventos em 2018, ou melhor, o impacto das tendências macro e de marketing em eventos corporativos.


1. Digital Este é o "tópico" do momento. Todas as empresas devem apanhar o comboio da digitalização sob pena de desaparecerem. É uma tendência macro. A tecnologia tem um impacto imenso nas nossas vidas. Imagine uma vida sem Internet. Hoje, de acordo com um último estudo da Deloitte (2017, "Estado do Smart") na Bélgica, uma pessoa verifica em média o seu smartphone 34 vezes ao dia. Isto é, cerca de 2 vezes por hora (o sono contabilizado). No meu caso, isso é uma subavaliação. E sem contar com assistentes virtuais como o IoT, etc. Impacto da digitalização ANTES do evento A tecnologia permite‑nos colaborar de maneiras totalmente novas. Estou a gerir uma equipa de dez profissionais de marketing de eventos e estamos todos espalhados pela Europa: de Tel Aviv a Moscovo, de Copenhaga a Barcelona, Londres e Amsterdão. Quase nunca nos encontramos (excepto nos eventos), mas sentimos que trabalhamos muito de perto, graças a videoconferências, novas ferramentas de colaboração e partilha (como a Spark). A minha percepção é que as pessoas trabalham cada vez mais e mais em projectos diferentes com base em/e através de empresas. Certamente em eventos, especialistas em marketing de eventos corporativos colaboram internamente com outros especialistas e externamente com agências, fornecedores e freelancers. As equipas são compostas por especialistas baseados em qualquer lugar do mundo e colaboram para configurar a melhor experiência de evento. Eles têm o mesmo objectivo, mas são pagos por diferentes empregadores. Ao lado de novas formas de colaboração (ferramentas), a tecnologia pode ser encontrada em muitas outras instâncias relacionadas com os eventos: por exemplo, veremos chatbots a tornarem‑se mainstream. Impacto DURANTE o evento real A tecnologia melhora a experiência dos participantes no local e em vários aspectos. Hoje em dia, não há muitos eventos (de um tamanho razoável) sem uma aplicação de eventos. Essas aplicações servem principalmente três objectivos: . Informação sobre o evento, partilha de informações práticas . Facilitar oportunidades de networking no local e pós‑evento . Partilha de conteúdos através de redes sociais para ampliar o alcance do evento As redes sociais são óbvias hoje em dia. A chave está em não apenas transmitir e permitir que os delegados partilhem conteúdo; está em ouvir, reagir e interagir com o que está a acontecer. Podemos ir muito além das simples aplicações de eventos e redes sociais, se pensarmos em ferramentas já existentes e no que a tecnologia permitirá:

. Aplicações como Kahoot, Evenium, etc, facilitam a interacção em eventos e reuniões onde o digital e o humano se encontram. . O reconhecimento facial (como o Face ID da Apple) permitirá uma nova experiência de registo. Pense nas possibilidades de personalização, etc. . A personalização tornar‑se‑á enorme em eventos, habilitados pela tecnologia para que cada participante aproveite ao máximo o evento com base nos seus objectivos pessoais. . Como melhorará a Realidade Aumentada a nossa experiência? Quais os limites das experiências imersivas da Realidade Virtual? Outra área onde a tecnologia pode ajudar a transmitir a mensagem são as notas principais. Não simplesmente partilhando powerpoints, mas usando a tecnologia audiovisual para oferecer uma experiência que complementa as palavras do orador (mapeamento 3D, telas múltiplas, vídeo, imagens em movimento sincronizadas com o que o orador comunica, etc.). Impacto / Oportunidades Pós‑Evento Um evento não deve acabar com o descer da cortina. Ele continua a existir online. Como está a integrar o seu evento na sua estratégia global de marketing (ou no projecto do cliente)? Como está a partilhar o seu conteúdo online? Como está a facilitar as interacções de acompanhamento? Etc. Todos os dados do seu evento são alimentos para análises e insights para provar o ROI do seu evento, acompanhar potenciais clientes e adaptar outras experiências.

2. O público participa nas experiências Comparecer é passivo, a participação é activa. Se o seu evento for puramente uma sessão de partilha de informações unidireccional, deve fazê‑lo online e chamá‑lo de Webinar. As pessoas querem participar nas experiências. É por isso que vemos o enorme sucesso de experiências físicas muito específicas que uma experiência online nunca pode oferecer (Tomorrowland, The Ark, grandes eventos de IT, conferências). As pessoas querem pertencer a uma comunidade, querem fazer parte de alguma coisa. As pessoas querem fazer parte das experiências "Uau", não só no B2C, mas também no espaço B2B. As pessoas que participam estão muito mais envolvidas e abertas a conversas.


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3. Equilíbrio entre offline e online Antes (há 10‑15 anos) pensávamos que a partilha de conteúdo de sessões gratuita teria um efeito negativo no número de participantes nos eventos. A história ensinou‑nos o contrário: desde que a proposição de valor e a diferenciação entre o evento face 2 face e os aspectos online do evento sejam claras. A "experiência" deve ser diferente e tão variada quanto possível. Um evento já não é estritamente offline. O mundo online e offline fundem‑se. Ambos os mundos se melhoram e se completam. . As aplicações de eventos facilitam o networking ou permitem que as pessoas façam perguntas digitalmente. . As sessões de salas de chat permitem que as pessoas interajam e continuem a conversar online. . As redes sociais estão em toda a parte. . O conteúdo (vídeo, slides, excertos) é partilhado online em muitos formatos diferentes para alcançar pessoas que, apesar de interessadas, não conseguem comparecer neste evento, mas que talvez possam no próximo. Esta é a área onde penso que pode acontecer a maior inovação. Qual deve ser a sua experiência online combinada com o evento físico? . Qual a experiência dedicada a participantes e não‑participantes? . Que conteúdo é partilhado? Em que plataforma? O que é, ou não, transmitido? . Vídeos dos bastidores? . Material de estúdio de TV? . Etc.

4. Os eventos são parte da estratégia de marketing Num mundo digital, onde o marketing de conteúdo seduz o cliente a partir da primeira abordagem, os dias das campanhas de marketing tradicionais acabaram. Até estratégias "Always On", que se certificam de que clientes e potenciais clientes encontram a informação certa quando e onde quiserem em todos os momentos. As campanhas de marketing acabaram!? Vivam sempre as abordagens "Always On", que podem ser desenhadas de acordo com prioridades e necessidades. Os eventos já não devem ser actividades isoladas ou únicas. Eles devem fazer parte da combinação e estratégia de marketing global e ir de mãos dadas com a sua estratégia de conteúdo e de marketing digital. É aí que se situa o maior retorno do investimento. Os eventos devem ser parte integrante da sua relação global ou da estratégia

de ponto de contacto com o cliente. Os eventos podem ter a sua própria história com o cliente e, ao mesmo tempo, devem levar o seu cliente de volta à sua estratégia de ponto de contacto, integrada na de marketing global. Tudo conectado. Sempre, “Always On”. Os eventos são uma táctica da sua estratégia geral de marketing. Uma bastante importante, mais do que nunca! Equilibrar o físico e o digital é a combinação vencedora.

5. Retorno do investimento (ROI) O modelo ROI do ROI Institute (Ilka Dzeik e Elling Hamso) é o melhor modelo disponível para eventos. Embora o ROI seja em muitos casos ainda o calcanhar de Aquiles do marketing, incluindo nos eventos. Ao mesmo tempo, a digitalização, dados e análises estão a abrir portas para avaliações adequadas. Não falo de alcance ou impressões. Isso não é ROI.

Como medir o impacto da percepção de uma marca num evento? Em geral, a dificuldade é que uma única actividade ou interacção (incluindo assistir a um evento) raramente é a única acção na qual pode atribuir uma vantagem. Uma oportunidade, uma venda é a consequência de muitas interacções (digitais e físicas) a que eu chamaria "micro‑momentos" de pontos de contacto digitais porque só tem alguns segundos para atrair pessoas para o seu conteúdo. Uma combinação de "micro‑momentos" dentro de um determinado período de tempo pode instigar uma vantagem. Dados e análises não devem ser usados somente para medição pós‑evento. Hoje, os profissionais de marketing de eventos precisam de usar dados, análises e percepções para decidir o tipo de evento que devem organizar e quando.

Conclusão A tecnologia tem um impacto tremendo na nossa vida diária e oferece‑nos infinitas possibilidades enquanto o mundo físico e digital estão a convergir. A indústria de eventos beneficiará disso, seguirá certas áreas e liderará outras. Equilibrar o físico com o digital é uma combinação vencedora.

GERD DE BRUYCKER DIRECTOR DE MARKE TING DA CISCO PAR A O NORTE DA EUROPA


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Estudos Superiores De Protocolo E Eventos O sector dos eventos evidencia sinais de crescimento em Portugal e em toda a Europa tendo um grande impacto na sociedade, na economia e no emprego. Congregando acções de comunicação, de imagem, de marketing e de publicidade, actuando num leque multidisciplinar, esta é uma actividade exigente que requer profissionais muito bem habilitados em diversos domínios. Atentos à necessidade de formar superiormente, com qualidade e exigência, os profissionais portugueses para os desafios crescentes da gestão de eventos e conscientes da necessidade de oferecer esta formação não apenas em Lisboa mas também na região centro do País, a Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo estabeleceu uma parceria com o ISCAC‑ Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra para lançar em 2017, na Coimbra Business School, uma Pós‑graduação em Protocolo, Eventos & Comunicação Estratégica, com forte componente prática e concessão de 40 ECT's. Esta Pós‑graduação foi desenhada tendo em conta uma visão estratégica e integrada do sector de eventos em Portugal. O objectivo principal é ajudar a completar a formação de quem já trabalha nestas áreas, para lhes permitir construir uma carreira atractiva e consistente neste sector de actividade, mas também dotar de conhecimentos quem acaba de completar uma licenciatura e ainda não entrou no mercado de trabalho. O curso proporciona aos alunos diversas saídas profissionais, como, por exemplo, criar e gerir empresas de organização de eventos e de assessoria protocolar, promover a organização de eventos empresariais, promocionais, lúdicos, desportivos ou culturais, assessorar as instituições a nível dos departamentos de comunicação, relações internacionais, relações públicas, etc. A APorEP certifica a qualidade académica desta Pós‑Graduação em Eventos, Protocolo e Comunicação Estratégica e orgulha‑se de contar com vários membros da sua Direcção no claustro de docentes que também integra grandes especialistas do sector de eventos, que aceitaram o nosso desafio para partilharem os seus conhecimentos e experiências neste projecto de

ensino inovador, que visa dotar os alunos com as competências necessárias para trabalharem numa indústria em constante crescimento. A 1ª edição desta Pós‑graduação terminará com a organização de um evento real, um colóquio sobre “O poder dos eventos”, inteiramente organizado pelos alunos, que terá lugar no dia 04 de Abril, nas instalações do ISCAC, em Coimbra. Acreditamos neste modelo inovador de ensino, com um conteúdo adequado às reais necessidades de quem trabalha neste domínio. Os alunos são colocados perante situações reais e expostos a problemas concretos sobre a organização de eventos, cuja análise e resolução os ajudará a desenvolver as competências necessárias para enfrentar os desafios que se colocam a quem trabalha num mundo cada vez mais global e em que a actualização de conhecimentos é fundamental. A APorEP tem previsto patrocinar e organizar outras ações de formação, em parceria com instituições de ensino superior em todo o país, para favorecer a actualização continua de conhecimentos de quem trabalha ou quer trabalhar neste sector. Um dos projectos que estamos a desenvolver é um Curso de Verão sobre protocolo e eventos a decorrer na Universidade Nova de Lisboa. Programado de forma dinâmica e aberta, este curso destina‑se a um público variado, universitário e não universitário, que queira aproveitar o período das férias de Verão para actualizar os seus conhecimentos nos domínios do protocolo e da organização de eventos. ISABEL AMAR AL PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESTUDOS DE PROTOCOLO

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ESPAÇO APECATE 38

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Portugal como destino para as marcas internacionais


APECATE Entra Em 2018 Com Forte Aposta No Mercado Internacional Potenciar o crescimento das empresas associadas no Mercado Internacional é para a APECATE um objectivo definido como prioritário para 2018. Após consolidação da nossa oferta, com o aumento do número de associados no sector dos Congressos e Eventos e aposta desde 2016 no Selo de Qualidade, permitindo o reconhecimento de empresas qualificadas, é a hora de este trabalho ter reflexos no mercado externo, sendo a APECATE mais um promotor do posicionamento do nosso País, no segmento dos eventos. O VI Congresso realizado em Viseu no final de Janeiro, sob a temática “Portugal, Melhor Destino Mundial: Como Potenciar?” teve essa visão, discutindo o que o sector ainda tem de fazer para manter esta posição de liderança, e consolidar o destino. Em reflexão esteve também o que o futuro reserva em termos de novas relações e desenvolvimento tecnológico, que irão revolucionar o sector, assim como a necessidade, cada vez mais premente, de termos um trabalho integrado e em cooperação com outros sectores e outros destinos. Ainda em Março, a APECATE irá estar presente na Advertising Week em Londres, representada por Catarina Valença, membro da Direcção, num painel intitulado “Brand Experience Creation in Portugal”, estando mais uma vez o foco de Portugal como destino para as marcas internacionais, numa interacção clara entre o mercado da publicidade, do marketing e dos eventos. Para mais informação: europe.advertisingweek.com Iniciamos este ano uma colaboração com a IMEX e em Maio, uma delegação de empresas associadas participará nesta importante feira no âmbito do programa de hosted buyers. Este ano o foco será nas empresas associadas que já realizam projectos internacionais fora do País, mas o objectivo é trabalharmos com este parceiro, para encontrarmos outras formas de colaboração para o futuro. No início de Março, o Advisory Board dos BEA reuniu‑se nos Açores, na Ilha de São Miguel, uma oportunidade única para colocar este destino no foco da indústria internacional dos eventos. Para além da visita à Ilha e aos seus espaços, foi ainda proporcionado um momento de encontro entre os mais de 35 membros deste órgão e DMCs regionais. O objectivo desta reunião foi reflectir sobre os resultados dos Best Event Awards 2017 e dar os primeiros passos rumo à edição de 2018, a segunda dos BEA World em Portugal.

2017 foi a primeira edição em que os prémios integraram projectos fora da Europa, tornando‑se mundiais. O Festival realizado entre 15 e 19 de Novembro passado no Porto, bateu todos os recordes em número de eventos candidatos, número de agências, países representados e número de delegados. Este ano a aposta no mercado internacional será ainda mais forte, mas a grande novidade é a inclusão de um novo conjunto de prémios: The Best Location Award. Será que Portugal conquistará algum elefante? A edição de 2018 será subordinada ao tema: BEA, a Journey to the Centre of Knowledge! Uma viagem que levará estes importantes prémios até ao Centro de Portugal, sendo o Convento de São Francisco e a cidade de Coimbra, os anfitriões. Ao longo das próximas semanas a APECATE irá lançar concursos dirigidos aos seus associados para que participem na organização do evento enquanto parceiros: organização da Conferência, da Gala de Entrega de Prémios, do Programa Social, da animação, assim como das viagens e alojamento, entre outros. O objectivo é potenciar momentos de contacto com os participantes nos BEA (mais de 60% referenciados como decisores de empresas corporate ou de agências de eventos internacionais). Muitos outros projectos estão em agenda, mas fica aqui apenas um pequeno resumo do muito que é a nossa missão e ambição para o futuro do Sector! Acompanhe‑nos nesta viagem! E se ainda não é associado, descubra mais em www.apecate.pt. ANA FERNANDES VICE‑PRESIDENTE DA APECATE CEO E VENTORS’L AB


OPINIÃO 40

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“Todos nós, organizadores, parceiros e clientes finais, teremos de nos adaptar a novas exigências”


RGPD: O Elefante No Meio Da Sala O tema está na ordem do dia e com plena justificação. A partir de 25 de Maio de 2018, o RGPD (Regulamento Geral da Protecção de Dados) que já está em vigor, passa a ser de cumprimento na gestão, tratamento e processamento de dados pessoais de pessoas singulares em todos os países da União Europeia. Este texto pretende ser útil a quem gere eventos, e manuseia informação pessoal, algo que atravessa muitas áreas dentro de um evento. Fica aqui um disclaimer: não sou especialista jurídico na matéria, mas procuro acompanhar as obrigações e disposições, garantindo a Clientes e parceiros o cumprimento desta lei. Comentários, sugestões, dicas serão bem vindos para toda a comunidade. Em que consiste o RGPD? Fruto da digitalização da economia, os dados pessoais são hoje um ponto fundamental na realização de tarefas, contratos, pedidos, compras, e praticamente não há portal, site ou serviço que não os utilize para fins comerciais. O Regulamento tem como principal objectivo proteger a privacidade da informação e a utilização não autorizada de dados pessoais, por parte de empresas e instituições. Consentimento, eliminação, prova de obtenção e tratamento vão fazer parte do vocabulário. Como impacta o RGPD a Gestão de Eventos? Inscrições, envios de confirmação, recolha de contactos nos dias do evento, troca de informação entre participantes, já imaginou a quantidade de dados pessoais que circula num evento? Esta informação está na posse de várias entidades para vários fins, desde os convites à impressão de badges, envio de SMS, descarga de aplicações, envolvimento com participantes…a lista pode ser extensa. Se juntarmos imagens obtidas, partilhas de multimédia que possam identificar pessoas... o risco é imenso. Todos nós, organizadores, parceiros e clientes finais, teremos de nos adaptar a novas exigências: o envio e armazenamento de informação com protecção, e mesmo as questões colocadas pelos convidados sobre a obtenção dos

seus dados, são pontos que precisam de ser acautelados. Mais do que uma questão de sistemas, é uma questão de processos e procedimentos de comunicação, para garantir a todas as partes o cumprimento do Regulamento. As coimas podem ascender a 4% do volume de negócios anual, causando não apenas danos financeiros, mas de reputação. O que fazer para cumprir o RGPD nos organizadores de eventos até 25 de Maio? Há alguns pontos de implementação mais rápida que podem já ser executados (em actualização): a) Se tem uma base de contactos que obteve ao longo dos anos, comunique por exemplo por email a renovar a autorização para continuar a enviar informação (newsletters, convites). A partir de 25 de Maio um dos seus actuais subscritores pode questionar o porquê de ter a sua informação e esta pode ter sido obtida há largos anos, sem evidência da mesma; b) Na troca de informação com parceiros, proteja a mesma com palavra‑chave (de preferência não enviada no mesmo email) e na informação que tem dos seus eventos proteja sempre que possível a informação; c) Permita de forma transparente nos seus canais de comunicação e no envio de convites, o cancelamento dos dados dos participantes ou pessoas que recebem a informação. É muito importante dar o direito a qualquer momento a eliminar os dados, criando um processo rápido de eliminação. d) Crie processos de eliminação de informação após o evento de dados pessoais e partilhe com os seus clientes este processo. É aliás um processo obrigatório em caso de pedido. Nas próximas semanas e meses teremos este assunto em cima da mesa.

NUNO SELEIRO DIRECTOR DA ASSERBIZ


CASO DE ESTUDO 42

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“A avaliação de todos os participantes foi muito positiva”


Make It Happen: Um Evento Da Galp Para ‘Alinhar’ Agulhas Os encontros anuais de quadros das empresas são momentos por excelência de comunicação e de fortalecimento das mensagens da marca. Quando uma marca está presente em 11 geografias os desafios na organização do evento aumentam. Na Altice Arena, a 30 de Janeiro, a Galp fez acontecer. Anualmente, a Galp reúne os quadros da empresa para alinhar estratégias. “A nossa actividade compreende soluções e serviços em praticamente todo o mix energético – desde a pesquisa e produção de petróleo e gás, passando pela refinação e distribuição, até à comercialização de gás natural e eletricidade – daí a importância destes eventos para ‘alinhar’ agulhas”, adianta Joana Garoupa, directora de Marketing e Comunicação da Galp. Estes eventos começam a ser preparados com alguma antecedência. Em Outubro de 2017 lançaram o concurso, que abriram a seis agências, tendo a Desafio Global saído vitoriosa. O concurso plasmava já “uma perspectiva bastante trabalhada dos objectivos estratégicos do evento”, refere a responsável, sendo que no briefing se destacava o foco dado “aos temas transversais e essenciais para o sucesso da Empresa ‑ #Place Customer first, #Make Digital work, #Innovation as a mindset, #Lead by example, #Agility also means speed. O evento tinha de ajudar a tangibilizar estas temáticas”, esclarece Joana Garoupa. Outro desafio proposto pela marca foi a presença de um orador, neste caso Tim Leberecht, um autor germano‑americano e reputado comunicador nas áreas da liderança, tecnologia e cultura. O convidado “falou sobre a necessidade de tornar as organizações mais humanas numa época em que a inteligência artificial e a execução mecânica têm um papel cada vez maior no desenvolvimento das actividades das empresas – a sua abordagem business romance ‑ superou todas as expectativas”, sublinha a directora de Marketing. Outra das novidades deste encontro foi o lançamento dos Galp Awards, um formato para continuar no futuro. Bem como a aposta grande na componente digital. “A integração da componente digital de forma mais forte através de um broadcast live em video streaming, feito for uma equipa dedicada, possibilitou que muitas pessoas vissem os momentos mais importantes do encontro e sentissem a reacção dos participantes através de várias

entrevistas, mesmo não estando presentes no local”, realça a responsável. Isto permitiu “uma audiência recorde nas 11 geografias onde a Galp está presente”. Os mais de 60 vídeos produzidos no evento foram disponibilizados na intranet da empresa. Assim, participaram no evento 700 pessoas no local e mais de 1200 via streaming. E “com a realização de um bom cascade pela organização asseguramos que as principais mensagens do encontro cheguem a todos”. Para um evento desta dimensão o principal desafio, segundo Joana Garoupa, foi mesmo o de “gerir todas as partes envolvidas, garantindo que no dia tudo acontecia como planeado”.

Alguns números do evento . Mais de 70 pessoas da Galp envolvidas na preparação . 164 pessoas no backoffice . 23 convidados externos . 1100 garrafas de água consumidas . 650kg de comida servida durante o encontro . 540m2 de projecção (todos em baixo consumo LED) . 250m2 de telas impressas . 4500m2 de alcatifa (aproximadamente) . 19 Km de cabos . 75 plasmas . 50 computadores de suporte . 80 microfones . 23 projectores de vídeo


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Duas perguntas a Joana Garoupa De que forma o evento conseguiu passar aqueles que são os valores da marca? Os valores da Galp foram integrados na génese do evento. Vejamos: o desenvolvimento da app interactiva de suporte ao encontro bem como a disponibilização de um broadcast live em video streaming suportaram o valor da inovação. A contabilização e mitigação da pegada de carbono do evento, através de uma plataforma em que os participantes caminhavam, reforçou a importância do valor da sustentabilidade. Em termos de agilidade, a decisão, tomada duas semanas antes do evento, de montar um ecrã semi‑circular com 540 m2 de projecção evidenciou o quanto este valor é intrínseco à nossa forma de trabalhar. A selecção e preparação de colaboradores internos para desempenharem o papel de apresentadores, moderadores de debate e jornalistas que fizeram a reportagem e as entrevistas para o live streaming demonstra o valor da confiança ‑ confiança no nosso talento. Finalmente, a relação de parceria que temos com a Desafio Global permitiu ultrapassar os desafios e imprevistos que foram surgindo, permitindo que o evento corresse com muito sucesso e superando os objectivos a que nos propusemos. Que feedback tiveram dos participantes no evento? A avaliação de todos os participantes foi muito positiva – 4,52 numa escala de 5 valores.

Tecnologia e personalização Para a Desafio Global este foi um evento bastante desafiante que exigiu, por exemplo, 17 salas de evento e nove de produção. Foi necessário construir ainda três auditórios em tenda, e corredores de circulação, igualmente em tenda. O Hub, um espaço de partilha e de convívio, foi desdobrado em cinco áreas de experiência, de activação, relativos aos cinco eixos de comunicação que a marca delineou. O evento, que pressupôs 540m2 de projecção, contou com um ecrã de 80mx60m, suspenso e imersivo. A criação de um anfiteatro ajudou ao engagement, permitindo uma grande proximidade entre audiência e oradores. Este e outros ecrãs exigiram conteúdos vídeo costumizados. A agência destaca ainda a componente tecnológica usada no evento, desde o video‑mapping, a realidade aumentada, edge blending, ecrã croma, votação em tempo real, leituras em qr code, chat entre participantes, ferramentas de interacção com oradores, entre outras.



CASO DE ESTUDO 46

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São as pessoas que produzem o conteúdo


Lego Serious Play: Aprender, A Brincar Podemos descobrir mais sobre uma pessoa durante uma hora a brincar, do que uma vida inteira a conversar. Esta frase do filósofo Platão, traduzida de forma livre, é o mote ideal para descobrirmos a metodologia Lego Serious Play. O desafio foi lançado à Event Point: experimentar a metodologia Lego Serious Play, numa sessão realizada no Espaço Atmosfera M, no Porto, com um grupo de profissionais de várias áreas. As anfitriãs foram Rita Oliveira Pelica e Fernanda Freitas, ambas facilitadoras certificadas, desde Novembro de 2016, da Lego Serious Play. Mas afinal de que se trata esta metodologia? “Esta metodologia assenta em princípios de design thinking e é a ferramenta ideal para resolução de problemas, apelando à criatividade e ao espírito crítico de quem ‘constrói’. É uma forma de desbloquear conhecimento, através de handstorming e storybuilding”, refere Rita de Oliveira Pelica. A palavra brainstorming já faz parte do vocabulário de todos, mas aqui trata‑se de handstorming. O método é muito prático, “hands on” como sublinha a responsável, e isso foi comprovado com os vários exercícios realizados pelo grupo. A mesa, carregada de peças Lego, as mesmas que fazem as delícias de gerações e gerações desde os anos 50 do século passado, era um convite irrecusável a arregaçar as mangas e começar a construir. “As peças de Lego servem para criar metáforas, conceitos, ideias de negócio, produtos e/ou serviços ‑ de uma forma rápida, criativa e intuitiva”, explica Rita de Oliveira Pelica, sendo que o processo possibilita a melhoria da comunicação nas equipas e organizações, bem como promove a melhoria das performances e a aquisição de novas aprendizagens. “Não há duas sessões de Lego Serious Play iguais”, esclarece Fernanda Freitas. E enquanto ferramenta utilizada em contexto de team building, “o forte apelo visual, auditivo e cinestésico permite reforçar as ligações entre as pessoas, através da criação das suas histórias e da partilha das suas narrativas – storybuilding e storytelling”. A metodologia dita que se comece a trabalhar o indivíduo para depois partir para a “inteligência colectiva do grupo”, com a criação de um modelo ou protótipo partilhado. Com este trabalho conjunto “há um estreitar de relacionamento entre as pessoas da equipa, ao apresentarem as suas perspectivas, insights e “dores””, refere Fernanda Freitas. A facilitadora lembra ainda que o modelo partilhado é muito democrático, já que todos os participantes intervêm na sua construção. Desse modo “há um ambiente propício para a confiança, uma zona de conforto na qual este vínculo emocional acaba por ser gerador de compromisso e engagement. São as pessoas que produzem o conteúdo, ou

seja, o resultado final é da sua autoria”. O grupo em que estava inserida a Event Point não tinha um problema específico para trabalhar, era uma sessão de apresentação da metodologia. Mas a Lego Serious Play permite intervir em várias áreas. “No nosso caso, e tendo em consideração o nosso background, temos apostado em: processos de recrutamento e selecção; comunicação (interna e externa), cultura organizacional; liderança participativa; personal branding; problem solving; team building; employer branding; retenção de talento; e definição de estratégia”, elenca Rita Oliveira Pelica. Os grupos podem ir até 15 pessoas, idealmente. “Acima disso perde‑se um pouco o “intimismo” da metodologia”, insiste Fernanda Freitas. Em grupos maiores, as duas facilitadoras trabalham em conjunto porque “todas as pessoas das equipas querem experienciar e faz sentido que o façam em simultâneo”. Numa sessão, um pouco mais descontraída, como a que a Event Point teve acesso, foi possível chegar a resultados surpreendentes. Além de uma reflexão interior contínua, foi interessante perceber que nenhuma construção era feita ao acaso. Cada peça e cada acção tinham um significado claro. As facilitadoras foram essenciais no processo que culminou com um modelo partilhado, onde se procurou responder a um problema fictício de um hotel. Ambas podem ser contactadas via LinkedIn e Facebook.

RITA OLIVEIR A PELICA


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Quatro perguntas a Fernanda Freitas e Rita Oliveira Pelica Qual é o papel do facilitador? Rita Oliveira Pelica: Se entendermos a facilitação como a arte de orientar para uma solução, de forma neutra, o papel do facilitador será o de: promover a criação de oportunidades de debate e discussão, em que todos os intervenientes possam contribuir por forma a conseguir‑se um entendimento mútuo sobre o resultado a obter; guiar um grupo para um objectivo colectivo, estimulando a acção colaborativa; orientar para o que é realmente importante, envolvendo todos os participantes no processo generativo de soluções com impacto. Ou seja, assegura o envolvimento e participação dos participantes e garante os resultados apropriados e adequados à situação. Esta é exactamente a preocupação da IAF – International Association of Facilitators: profissionalizar o papel do facilitador, não só em ambiente empresarial e académico, mas também nas organizações sem fins lucrativos. De que forma é importante envolver os CEO ou o top management em acções como esta? Fernanda Freitas: À semelhança do que acontece noutros processos de tomada de decisão, quando a gestão está envolvida e comprometida com os temas, os assuntos são mais rapidamente desbloqueados na organização. Neste caso, sendo uma metodologia muito experiencial, começamos por envolver a gestão numa sessão demo. Só assim podem sentir e perceber os reais outcomes [resultados] que podem resultar das sessões de Lego Serious Play. E pode fazer sentido, nalguns casos, estarem a participar em conjunto nas sessões que estão a ser realizadas para as suas equipas. FERNANDA FREITAS

Que reacção têm tido das empresas que já experimentaram estas sessões convosco? E dos colaboradores? Fernanda Freitas: Quando nos procuram, as empresas querem algo diferente. Procuram sair dos registos “normais” de formação e de eventos. Conseguimos integrar muito bem estas duas perspectivas: o lado mais “fun” com o pedagógico. Por exemplo, no Natal e no início do ano (Kick Offs) realizámos sessões de reflexão e celebração com Lego Serious Play. Há pessoas e equipas que têm verdadeiros “ahah moments”, descobrem skills e talentos que ainda não se tinham revelado ou até algumas ideias e projectos que acabam por sair da gaveta. As sessões são sempre documentadas com fotos e vídeos dos modelos construídos e da Equipa. O empenho e a sofisticação demonstrados nas construções e os sorrisos no rosto não enganam. Há alguma história de sucesso que possam partilhar relativamente às vossas sessões de Lego Serious Play? Rita Oliveira Pelica: De todas as sessões resultam histórias para contar. É incrível o poder da imaginação e das “mãos”. Numa das últimas sessões que tivemos, uma das pessoas que estava em processo de transição acabou por prototipar o seu novo negócio e disse: “acabei de criar a minha empresa”! É muito recompensante ver o impacto que estas acções têm na vida das pessoas e das equipas. Espero que possamos continuar a marcar a diferença desta forma!


CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO WWW.EVENTPOINT.PT

CRISTINA FERNANDES E SUSANA DE SAL A Z AR CASANOVA

As especialistas em protocolo, Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova, respondem às questões dos leitores, enviadas por email para info@eventpointinternational.com. As questões têm a ver com as competências do staff num evento e com as obrigações do responsável de protocolo. Há ainda uma dúvida sobre tratamento, cuja resposta vale a pena conhecer.

Consideram importante dar ao staff do evento algumas noções de protocolo? Se sim, quais as mais importantes a passar? Sim, consideramos. A amplitude dessas noções de protocolo vai depender do grau de formalidade do evento, do estatuto protocolar dos participantes e da instituição em questão. No entanto, é básico passar conhecimentos sobre formas verbais de tratamento, acompanhamento de participantes, posicionamento em presidências, colocação de bandeiras, entre outros. Igualmente nos parece fundamental que haja, por parte do staff, um porte irrepreensível quanto ao “saber‑estar” (designadamente postura, atitude e presença visual). Em caso de dúvida sobre o tratamento formal a dar alguém, devemos dirigir‑nos como “Sr. Dr.”? Em caso de dúvida sobre o tratamento formal a dar a alguém deve‑se utilizar “Senhor + nome e apelido” ou Senhora D. + nome e apelido”. A estratégia de avançar com um título académico (Dr., por exemplo) pode resultar, ou não, dependendo da reação do destinatário (que pode tacitamente aceitar, pode corrigir ou pode expressamente declinar esse tratamento). Quem deve ter a última palavra? O gestor do evento ou o responsável de protocolo? Não existe uma resposta absoluta para a questão que apresenta. Tudo dependerá do tipo de evento, do tipo de relacionamento que se estabeleceu entre a equipa, da existência de diferentes estatutos hierárquicos, ou não, entre os membros dessa equipa. Contudo, o que nos parece mais importante é o âmbito da questão, pois se for um tema de Protocolo (por exemplo, estabelecimento de precedências, ordenação de bandeiras, planos de seating) parece‑nos que deverá ser o responsável de protocolo. CRISTINA FERNANDES E SUSANA DE SALAZAR CASANOVA

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HOTELARIA 50

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Quem passa na rua não imagina o que se passa no interior do edifício


Vanguarda Hoteleira Na Rua Da Restauração A rua da Restauração, no Porto, não está no centro da “movida” nocturna (e diurna) que tem invadido a cidade. Mas isso não impediu o grupo Torel Boutiques de investir num hotel de luxo nesta zona, colado à Casa do Vinho Verde. A opção não foi ao acaso, contou à Event Point o espanhol Francisco Lorite, director do Torel Avantgarde, um dos mais recentes empreendimentos a abrir as portas no Porto. “Estamos fora da confusão, mas a poucos minutos a pé de onde tudo acontece”, explicou. O edifício do Avantgarde começa a dar nas vistas, apesar do sossego, com um hall sofisticado, que dá acesso a um colorido lounge, com flores por todo o lado. Mesmo assim mantém uma aura de mistério, porque quem passa na rua não imagina o que se passa no interior do edifício, que data do Estado Novo, anos 40, “período alto do Avant‑Garde [movimento de Vanguarda]”, referiu o director do hotel. “Demos continuidade a este espírito. Para nós a arte não é um complemento, mas sim um foco e a origem de tudo”, contou o mesmo responsável. O hotel, de cinco estrelas, abriu em Setembro com 47 quartos, cada qual com o seu artista, da pintura, literatura e outras. O escolhidos são todos vanguardistas e o empreendimento dá destaque às obras pelas quais ficaram conhecidos. Há um quarto Coco Chanel, um Francis Bacon e outro Frida Kahlo, por exemplo, todos decorados de acordo com o estilo do artista homenageado. Na altura em que começou a funcionar, a unidade, a terceira do grupo em Portugal, tinha ocupação máxima, sendo que, com a entrada em época baixa já se verificou uma descida. O director da unidade tem uma aposta clara na área da Meetings Industry tirando partido de uma parceria com a Casa do Vinho Verde, através de um calendário partilhado com a instituição, que conta com várias salas para eventos. “Já tivemos aqui grupos que vinham jantar e almoçar ao hotel. Temos um catering oferecido e servido por nós”, explicou Francisco Lorite.

“Estamos a começar a contactar com os DMC e as agências. O peso dos eventos é de 15 a 20% ainda”, salientou. O Torel Avantgarde enquadra‑se na categoria dos hotéis de 5 estrelas boutique, que têm até 50 quartos. O público‑alvo da unidade está, sobretudo, numa faixa etária a partir dos 45 anos, sendo os mercados prioritários os EUA, a Suíça, França e Reino Unido. “O Porto é uma cidade que está em ebulição. Este é o momento de começar. Há investimentos e mudanças e estão a acontecer imensas coisas. E nos próximos cinco anos ainda vai ser melhor”, adiantou Francisco Lorite. Em 2018 a estimativa é de crescimento, com a média de ocupação actual a rondar os 70%. Os preços dos quartos estão entre os 230 e os 480 euros, aproximadamente, e o hotel conta também com um restaurante, chamado Digby, que quer promover mesmo para quem não fica hospedado na unidade. Para dar a conhecer o hotel, “temos feito alguma promoção, ainda que pouca, com uma agência que gere toda a nossa comunicação. E em meios internacionais, já falámos com revistas e jornais. Ainda não fazemos participação em feiras, estamos num período embrionário”, referiu Francisco Lorite.

ALEXANDR A NORONHA


DESTINO INTERNACIONAL 52

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Paraíso arqueológico ©Steffen Korn


SOKHA SIEM RE AP RESORT & CONVENTION CENTER

Camboja, Um Destino Que Vai Além Dos Temp(l)os É uma das pérolas do Sudeste Asiático e é solo do famoso Angkor Wat – património mundial da Unesco; um complexo de palácios e templos, uma cidade com séculos, testemunho do império Khmer. Os templos junto a Siem Reap são a grande atracção do Camboja, mas o país tem muito mais para oferecer. É um destino que vai para além dos templos e dos tempos históricos, que se quer cada vez mais receptivo ao turismo e aos negócios. Passear pelos templos de Angkor é andar para trás no tempo, passear por um paraíso arqueológico, quilómetros de história, caminhos que mostram o quanto a natureza é extraordinária e o quanto o Homem o pode ser também. Angkor Wat é o maior dos templos no complexo – estima‑se que tenha demorado 30 anos a ser construído. Elevado a vários níveis, o templo tem galerias cobertas, compostas por pilares desenhados, recortados com a mais fina arte, tem torres e estátuas que lhe conferem o estatuto de ‘masterpiece’ arquitectónica. O nascer do sol é um dos momentos preferidos dos turistas, que se acumulam na procura dos locais mais estratégicos para a fotografia perfeita. Pedra sobre pedra, obedecendo a diferentes temáticas, os visitantes podem conhecer o Bayon Temple (e os seus rostos de pedra), Ta Prohm (com as suas

raízes de árvore gigantes, que serviu de cenário ao filme “Tomb Rider”), Preah Khan (mais um onde a natureza se faz mostrar), Terrace of Elephants (o nome não engana) ou Banteay Srei (uma das ‘jóias’ deste complexo), entre muitos outros espaços e ruínas. Demora tempo explorar o complexo, mas é tempo ganho, sem qualquer dúvida. Angkor Wat é então a grande motivação para uma visita ao Camboja. Mas o país tem mais para oferecer e foi isso mesmo que quis mostrar aquando do Cambodia Travel Mart (CTM), que se realizou em Novembro, em Siem Reap. “É um destino que se está a tornar cada vez mais popular, com os visitantes internacionais a quererem conhecer a nossa natureza e as nossas tradições”, referiu no evento Seila Hull, do Ministério do Turismo, sublinhando que “os templos são mundialmente reconhecidos, mas há muitas actividades a fazer”.


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©Edgardo W. Olivera

Atracções a Norte, Sul, Este e Oeste A proximidade aos templos faz com que Siem Reap seja o maior centro turístico do país. E há muito para conhecer na cidade: os diferentes mercados, como o Old Market ou o Night Market; a Pub Street, com oferta de diversão, gastronomia e animação; os museus, entre os quais o Landmine Museum, onde se podem conhecer melhor as consequências do conflito no país; e outros templos, como o Wat Preah Prom Rath ou o Wat Preah Na Kau Saa, mais discretos na sua dimensão, mas intensos. E havendo mais algum tempo livre, por que não ir ao circo? É um circo diferente do que o que estamos habituados. É até mais do que isso. O Phare – the cambodian circus conta histórias, tradicionais, imaginárias e modernas, com teatro, música, dança e novo circo. Os artistas são alunos do Phare Ponleu Selpak, uma associação sem fins lucrativos, formada em 1994 por nove jovens que saíram de um campo de refugiados depois da queda do regime. A associação tem como missão a resolução de alguns problemas sociais através da arte e da educação. E vale a pena uma visita.

Mais a Sul, a capital Phnom Penh faz também as delícias dos visitantes e tem bastantes atracções turísticas, a começar pelo Palácio Real. O Museu Nacional, a Silver Pagoda, os Choeng Ek Killing Fields e o Wat Phnom também compõem a oferta desta cidade vibrante, considerada em tempos a ‘ jóia’ da Indochina. E também a partir da capital é possível partir à descoberta dos parques naturais existentes na região e estar em contacto com a natureza. A costa paradisíaca oferece a possibilidade de desfrutar dos ‘postais’ asiáticos, mas sem a enchente de turistas que se encontram pelo resto da região. Areias brancas, águas transparentes e clima quente encontram‑se em Koh Rong ou em Koh Kong, por exemplo. Kep era o local escolhido pela realeza e por celebridades para passar férias – depois de destruída pelas guerras, está a renascer. E depois há também vida selvagem, grandes cascatas, natureza em estado puro… E negócios. Por exemplo, em Sihanoukville vive‑se muito em torno do turismo e há indústrias relacionadas com o sector das viagens.


©Steffen Korn

Ficar com estilo a preços acessíveis Servido por três aeroportos – Phnom Pehn, Siem Reap e Sihanoukville –, o Camboja conta com bons acessos, especialmente a partir da Ásia. Aliás, é da região que chega o maior número de visitantes (40%), sendo os chineses os que mais visitam o país. Seguem‑se os visitantes da Europa (20%), da América (9%), de África e do Médio Oriente (5%). Só em 2017 passaram pelos três aeroportos mais de oito milhões de passageiros, sendo o turismo “a maior fonte de tráfego”, correspondendo a mais de 80%, de acordo com Nuno Costa, director de Marketing e Vendas da Combodia Airports, que também esteve presente no CTM. O turismo está a crescer, mas também cresce o segmento das viagens de negócios – 15% em Phnom Penh e 1 % em Siem Reap. A tendência de crescimento é para manter e a Cambodia Airports aposta na captação de novas companhias aéreas. Mais voos, mais pessoas chegam ao país. A todas as regiões do país. “Angkor Wat é a jóia da coroa, mas é importante diversificar”, como referiu o responsável. O Camboja, que permite ficar com estilo a preços acessíveis está preparado

para acolher os visitantes, de lazer e de negócios, os que chegam em viagens de incentivo, os que chegam em trabalho, os que procuram experiências e os que querem apenas desfrutar do melhor que a região tem para oferecer. Em termos de infra‑estruturas, o país está equipado com centros de congressos e hotéis com espaços pensados para a meetings industry, como são exemplo o Diamond Island Convention and Exhibition Center, em Phnom Penh, ou o Sokha Siem Reap Resort & Convention Center e o Angkor Palace Resort & Spa, em Siem Reap. É muita a vontade de servir o turismo, quer de lazer, quer de negócios. O Camboja é um país que proporciona experiências inesquecíveis, através do seu património natural, humano e histórico, prometendo temporadas de aventuras e de bem‑estar. É só escolher! MARIA JOÃO LEITE* *VIAJOU A CONVITE DO CTM 2017


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