Copa'06 - #5

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ÚLTIMO SOBREVIVENTE CONTA HISTÓRIA DE CUBA EM 38

BRASILEIROS INJUSTIÇADOS

www.trivela.com

RAIO X A RECEITA DE 1962 PARA MANTER O TÍTULO MUNDIAL

A HORA DE MOSTRAR QUE É O MELHOR

Nº 5 | JUN/06 | R$ 7,90

COPA‘06 Nº 5 JUN/06

BRASIL A HORA DE MOSTRAR P O O L

Perfis dos convocados e análise de cada setor Entrevistas exclusivas com Ronaldo, Kaká e Cafu

editora

PERFIS DE ESPANHA, MÉXICO, TRINIDAD E TOBAGO, UCRÂNIA E REPÚBLICA TCHECA capa.indd 1

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ÍNDICE GADGETS PÁG. 4 Chuteiras

RAIO X PÁG. 34 Copa de 1962

O que os craques calçarão na Copa

Lições para ser bicampeão

PÁG. 4 Os contundidos

SEDES PÁG. 38 Leipzig, Colônia e Kaiserslautern

Quem chega à Copa em recuperação

Elas também estréiam em Copas

TOP 10 TRIVELA PÁG. 5 Nosso ranking

PÁG. 42 Copa de 1938

Dez injustiçados em convocações

Tuñas conta a aventura cubana

ENFERMARIA

HISTÓRIA

PERFIL

COLUNA PÁG. 6 Mauro Beting

PÁG. 44 Trinidad e Tobago

Saber quando mudar para ganhar

O menor país a chegar a um Mundial

PERFIL PÁG. 10 Brasil

PERFIL PÁG. 48 México

A Trivela apresenta a Seleção Brasileira

Jogar como sempre, ganhar como nunca?

PÁG. 12 Goleiros

ENTREVISTA PÁG. 52 Oswaldo Sanchez

Você ainda vai rezar por eles

México não se intimida com os grandes

PERFIL

PERFIL

PERFIL PÁG. 14 Defesa

PÁG. 54 Espanha

Eles jogam para o resto do time brilhar

Será que desta vez vai? PERFIL

PERFIL PÁG. 20 Meio-campo

PÁG. 58 República Tcheca

Como balancear talento e força

A última chance de uma geração PERFIL

PERFIL PÁG. 26 Ataque

PÁG. 62 Ucrânia

O pior pesadelo dos adversários

O time da estrela solitária

PERFIL PÁG. 30 Retrospectiva

Três anos tranqüilos, mas nem tanto

Editores Caio Maia Carlos Eduardo Freitas Cassiano Ricardo Gobbet Tomaz Rodrigo Alves Reportagem Ricardo Espina Ubiratan Leal Colaboradores Guilherme Jotapê Rodrigues (www.verborragiagrafica.blogspot.com)

Mauro Beting Sérgio Aragão Revisão Assertiva Comunicação Foto da capa Sergio Moraes/Reuters Direção de arte Luciano Arnold (looks@uol.com.br) Diagramação e tratamento de imagem s.t.a.r.t. (start.design@gmail.com) Projeto gráfico Ds2 Editora

CHARGE PÁG. 66 Guilherme Jotapê Rodrigues

Todos querem nos derrubar

PERFIL

www.trivela.com

TABELA

PÁG. 32 Análise

PÁG. 67 Alemanha 2006

Mesmo favorito, todo cuidado é pouco

Todos os 64 jogos do Mundial

Agradecimentos Dimas Maia Paulo César Martin Comercial comercial@trivela.com (11) 4208-8006 Atendimento ao leitor contato@trivela.com (11) 4208-8205

EDITORIAL PARA FAZER A DIFERENÇA Chegamos à penúltima etapa da série de revistas Copa’06. Quando lançamos os primeiros números, só nós estávamos nas bancas falando da competição, apresentando ao leitor brasileiro uma maneira diferente de lidar com o futebol: sem chutar, sem puxar o saco de jogadores, dirigentes ou técnicos, sem se comportar como torcedor. A poucos dias da Copa, chegou mais um monte de gente. É agora que você vai sentir a diferença. Nesta edição, não tratamos apenas de Brasil, nosso tema principal. Conversamos com Juan Tuñas, último sobrevivente do time de Cuba que derrotou a Romênia e chegou às quartas-de-final da Copa de 1938. Entrevistamos também o bom Oswaldo Sánchez, goleiro mexicano, e trazemos ainda perfis de Ucrânia, México, Trinidad e Tobago, República Tcheca e Espanha. Na série “Raio X”, esta edição tem uma novidade: contamos como foi a campanha de 1962, única vez em que o Brasil repetiu o título de uma Copa anterior. No entanto, é quando avaliamos as chances do Brasil que a diferença se faz mais evidente. Em vez de fazer um perfil genérico e ufanista, a Trivela destrinchou a temporada de cada um dos 23 jogadores convocados por Parreira: quem jogou mais, quem está em má fase e como isso pode se refletir na equipe. Analisamos setor a setor, entrevistamos* oito dos escolhidos por Parreira e fechamos com uma reflexão sobre o time como um todo. Seremos campeões? Difícil saber, mas damos argumentos de sobra para você embasar suas opiniões e fazer a diferença no bolão com seus amigos.

Equipe Trivela

COPA’06 - Trivela é uma publicação mensal especial da Trivela Comunicações. Todos os artigos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. Proibida a cópia ou reprodução (parcial ou integral) das matérias e fotos aqui publicadas Atendimento ao jornaleiro e distribuidor Pool Editora pooleditora@lmx.com.br (11) 3865-4949 Circulação LM&X - Alessandra Machado (Lelê) lele@lmx.com.br (11) 3865-4949 Números atrasados www.trivela.com/copa06 contato@trivela.com (11) 4208-8181

Distribuição nacional Dinap Impressão Prol Editora Gráfica Ltda. Publicação mensal (6 edições)

* As entrevistas na íntegra e a lista final de convocados das 32 seleções você encontra em www.trivela.com

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4 GADGETS

ENFERMARIA

Para se sentir como craque

Na Copa, mas nem tanto

A chuteira é considerada ferramenta de trabalho dos craques e, há tempos, os fabricantes de material esportivo vinculam sua imagem à dos atletas que as calçam. Veja, abaixo, algumas das principais chuteiras que serão utilizadas na Copa e que muito moleque por aí vai comprar para se sentir um Robinho, um Henry ou um Kaká.

Muitos técnicos convocaram para a Copa jogadores essenciais para suas seleções, conscientes de que alguns dificilmente se recuperarão plenamente de lesões. É o caso de Shevchenko, que sofreu uma entorse no joelho, e de Wayne Rooney, que ainda está com o pé quebrado. Desta vez, separamos os jogadores que irão à Alemanha sem estar inteiros. No fim, você pode conferir a lista de quem perdeu a Copa por contusão.

MERCURIAL VAPOR III Fabricante: Nike Essa é a chuteira usada por Robinho, Ronaldo, Adriano e Henry. Cada pé pesa pouco mais de 200 g e é feito artesanalmente na Itália. Conta com estabilizador anatômico de calcanhar, para aproveitar ao máximo a energia de cada passada.

ALEMANHA Philip Lahm (Bayern de Munique) Contusão: lesão nos ligamentos do cotovelo

+ PREDATOR ABSOLUTE

ARGENTINA Lionel Messi (Barcelona/ESP) Contusão: lesão muscular

X-BOOT

CORÉIA DO SUL Ji Sung Park (Manchester United/ING) Contusão: tornozelo

Vratislav Lokvenc (Red Bull Salzburg/AUT) Contusão: joelho

INGLATERRA Wayne Rooney (Manchester United) Contusão: fratura no metatarso

SUÉCIA Erik Edman (Rennes/FRA) Contusão: tornozelo quebrado

JAPÃO Atsushi Yanagisawa (Kashima Antlers) Contusão: fratura no metatarso

UCRÂNIA Andriy Shevchenko (Milan/ITA) Contusão: joelho

AUSTRÁLIA Tim Cahill (Everton/ING) Contusão: joelho Harry Kewell (Liverpool/ING) Contusão: virilha

Fabricante: Umbro Na Copa, Rogério Ceni dificilmente cobrará faltas e pênaltis, mas, quando o faz pelo São Paulo, é com esse modelo de chuteira, também usado por Michael Owen, feita de couro de canguru e com acabamento em cerâmica.

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Fotos Divulgação

+ F50 TUNIT 32 Fabricante: Adidas Essa será uma das chuteiras mais usadas no Mundial, produzida nas cores de cada uma das 32 seleções e com um sistema que mantém reduzida a temperatura nos pés. Zé Roberto, Messi, Mateja Kezman e Lukas Podolski são alguns dos que usarão esse modelo.

Kai Forsterling/EFE

Fabricante: Adidas A oitava geração da linha Predator calçará, nesta Copa, jogadores como Kaká, Juninho Pernambucano, Lúcio, Zidane, Beckham, Raúl e Ballack. Diz o fabricante que a tecnologia utilizada nela aumenta em até 5% a força do chute.

REPÚBLICA TCHECA Vladimir Smicer (Bordeaux/FRA) Contusão: joelho

QUEM NÃO VAI POR CONTUSÃO: Sebastian Deisler (Alemanha); Gilberto (Angola); Lucho Figueroa, Gonzalo Rodriguez (Argentina); Tony Vidmar (Austrália); Marcos (Brasil); Dong Gook Lee (Coréia do Sul); Franklin Salas (Equador); Juan Carlos Valerón (Espanha); Frankie Hejduk (EUA); Alan Smith, Ledley King (Inglaterra); Shinji Murai (Japão); Damian Gorawski (Polônia); Jorge Andrade (Portugal)

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5 TOP 10 TRIVELA

10 BRASILEIROS QUE DEVIAM TER IDO Toda Copa, a história é a mesma quando é anunciada a lista de convocados: “Por que o técnico chamou Fulano, e não Ciclano?”. Em alguns casos, no entanto, os excluídos geraram um clamor nacional. A Trivela relembra abaixo as omissões mais memoráveis.

1

Canhoteiro (São Paulo – 1958) Zizinho dizia: “Canhoteiro era o Garrincha pela esquerda, só que mais habilidoso”. Tudo bem que o time era forrado de craques, mas não custa lembrar que o limitado Zagallo foi em seu lugar à Suécia e ainda jogou.

6

2

Leão (Grêmio – 1982)

Dirceu Lopes (Cruzeiro – 1970)

Titular em 1978, Emerson Leão foi deixado de fora do elenco que foi à Espanha. Por divergências pessoais com o goleiro, que vivia um dos melhores momentos de sua carreira, Telê preferiu levar Valdir Peres, Carlos e Paulo Sérgio.

3

Friedenreich (São Paulo – 1930) Os (bem) mais antigos chegam a dizer que “Fried” jogava mais que Pelé, mas o craque do Paulistano, São Paulo e Flamengo nunca jogou uma Copa. Ficou de fora do primeiro Mundial por causa da briga política entre paulistas e cariocas – que já mandavam na Seleção.

Não foi por causa de Pelé ou Gérson que o cruzeirense Dirceu deixou de ser chamado para a Copa do México. O meia foi cortado para que Dario entrasse no time, a mando do ditador de plantão no Brasil.

7

Valdir de Moraes (Palmeiras – 1966) Dava para fazer um “Top 10” só com os injustiçados de 1966 – Carlos Alberto Torres entre eles. Um dos maiores goleiros da história do Brasil, Valdir de Moraes chegou a viajar para a Europa, mas foi cortado sem grandes motivos antes da ida à Inglaterra.

8

Zizinho (Bangu – 1954)

O maior jogador do Brasil antes de Pelé disputou a Copa de 50 e teria sido o grande nome do título que não veio. Em 1954, com 33 anos, acabou se indispondo com o comando do futebol brasileiro por não ter “papas na língua” e não foi à Copa. Quatro anos depois chegou a ser cogitado para ir à Suécia, o que não aconteceu.

4

Falcão (Internacional – 1978) Antes de ser companheiro do Galvão Bueno, Falcão era a alma do Internacional campeão brasileiro de 1975 e 1976. Chicão, volante “porradeiro” do São Paulo, foi à Copa, mas o futuro “Rei de Roma” não.

5

Neto (Corinthians – 1990)

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9

Müller (Santos – 1998)

10

Müller viveu, naquele ano, um dos melhores momentos de sua carreira. Em 1998, o atacante estava comendo a bola no Santos e, depois da Copa, no Cruzeiro. Zagallo não cogitou levá-lo nem mesmo depois do corte de Romário.

Alex (Palmeiras – 2002) A grande surpresa da convocação de Felipão, na Copa da Ásia, foi a ausência de Alex, que, além de ter uma relação antiga com o treinador, estava em um ótimo momento. A ausência na lista chegou até a gerar um atrito na relação entre os dois.

Ivan Alvarado/EFE

Naquele ano, Neto era, de longe, o melhor jogador em atividade no Brasil. Muita gente argumenta que sua única jogada eram tiros de longa distância, mas, em 1990, ele mostrou que era mais que apenas um cobrador de faltas – tanto que carregou o Corinthians nas costas rumo ao primeiro título brasileiro. Pior do que não ter ido à Itália foi Neto ser preterido em favor de Bismarck.

Você acha que faltou algum injustiçado? Escreva para top10@trivela.com

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6

Mauro Beting Daniel Augusto Jr.

COLUNA

EM TIME QUE GANHA

SE MEXE

O

mais perfeito campeão do mundo foi o mesmo do início ao fim, brilhante, da Copa. O Brasil-70 não mudou do frágil goleiro ao ponta-esquerda (que não era ponta, mas craque, Rivellino). Foi um time que só se desenhou um mês antes da Copa e só se definiu na semana da estréia, com a saída do ofensivo Marco Antonio para a entrada do tático Everaldo na lateral esquerda. O Brasil de Zagallo foi único, também, ao ser campeão sem mudar de time durante a competição. Todos os demais mudaram muito. Ninguém tanto quanto outra equipe fabulosa, a de 1958, com Zito no lugar de Dino Sani (para dar mais segurança ao meio-campo), Vavá no de Mazola (mais raça e espírito de Copa), Djalma Santos substituindo De Sordi na final (qualidade e força de sobra) e duas trocas que se explicam sozinhas, mas parecem inexplicáveis agora: saiu Joel e entrou Garrincha, saiu Dida e entrou para a história Pelé (que chegou machucado na Suécia). Fora o incomparável – em qualquer sentido – Brasil-70, um dos dois times que menos mudaram da estréia ao estrelato foi aquele que mais mudou de time e de técnico antes do título. O Brasil que teve quatro treinadores e 80 jogadores nas eliminatórias ganhou a Copa-02 apenas com a providencial

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entrada do segundo volante Kleberson no lugar do improvisado e sacrificado meia Juninho Paulista. O outro que só teve um titular diferente era mais previsível: o campeão que mais jogadores usou da Copa anterior (14 dos 22) manteve a base campeã de 1958 no Chile, em 1962. Só Pelé (machucado) caiu fora da equipe. Mas foi muito bem substituído por Amarildo e pelo melhor Garrincha em Copas. Poucas vezes as alterações foram além das trocas de nomes por contusão, suspensão ou questão técnica. A Itália-82 perdeu o ótimo meia Antognoni para a decisão contra a Alemanha e, como bom treinador italiano, Enzo Bearzot optou por um zagueiro (Bergomi). Carlos Bilardo foi fazendo o mesmo com a Argentina-86. O atacante Pasculli abriu lugar para um jogador menos ofensivo (Enrique), também para liberar Maradona, a única pessoa física a ser campeã do mundo – a Argentina entrou como sócia solidária. Em 1998, Henry (em má fase) perdeu o lugar para um terceiro volante (Karembeu). Só não há como explicar a permanência no ataque de Guivarc’h, a personificação da unanimidade burra – e grossa – de Nelson Rodrigues. Na Copa anterior, Parreira foi fechando mais o time com a saída de Raí (em péssima fase e mal ambientado taticamente) para a entrada de Mazinho. Com a suspensão de Leonardo na lateral esquerda, Branco não comprometeu.

Mas também não avançou. Time mais à frente, mesmo, só em 1978, quando Valencia, ponta “armandinho” argentino, foi sacado para a entrada de Ortíz, mais ofensivo. No mais, na dúvida, os treinadores campeões fecharam (equilibraram?) as equipes com a bola rolando. Na edição pós-Copa, Parreira é o treinador que tem mais chances de voltar a ser citado (toc, toc, toc). Uma mudança é a mais badalada: pela fase abalada de Adriano (que tem se superado em decisões com a amarelinha), pela insistência com o meia Zé Roberto no lugar de um volante, em um time tão ofensivo, dá para imaginar a entrada de Juninho Pernambucano na equipe, jogando e marcando à direita, liberando Kaká para ser o meia-atacante (que já é no Milan) e encostar nos Ronaldos. Seria o 4-3-1-2 que tanto Zagallo quis ver em 1998 – mas que não usou na França. Ou, quem sabe, Edmílson assumindo a entrada da área, fazendo com Emerson uma dupla que travaria os rivais e liberaria ainda mais Ronaldinho Gaúcho na armação, só com Kaká mais comprometido na marcação e no cerco aos rivais (para o meu gosto, além de Edmílson, que marca mais e lança melhor que Zé Roberto, Robinho seria titular no lugar do melhor titular de segundo tempo do planeta – Adriano). Muita bola vai rolar nos gramados alemães. E, fora deles, não faltarão cabeças rolando.

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Scirea

Cabrini

Gentile

Graziani

Paolo Rossi

Bruno Conti

Antognoni

Tardelli

Oriali

Collovati

Zoff

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Papel Passado

Gattuso

Grosso

Cannavaro

Gilardino

Totti Toni

Camoranesi

Pirlo

Zambrotta

Nesta

Buffon

A Itália-82 tinha um cão-de-guarda chamado Gentile. Não havia como honrar o nome tendo praticado mais de 20 faltas em Maradona no 2 a 1 contra a Argentina, em Sarriá. Contra o Brasil, ele foi atrás de Zico. Para liberar Gentile para tentar prender Zico, o volante Oriali foi o lateral direito, de olho em Éder. Pela esquerda, Cabrini pôde apoiar até pela ausência de um brasileiro fixo à direita. Mas também foi às costas dele que o Brasil empatou pela primeira vez. Tardelli ajudou a fechar o meio-campo, com a ajuda dos alas “tornantes” Conti e Graziani. À frente, isolado, apenas Paolo Rossi, que, até 4 de julho, era uma decepção na Copa do Mundo. Já no Day After àquele...

Papel Presente Para tentar emular o título de 1982, Marcello Lippi vem com uma Itália muito mais ofensiva. Não haverá espaço para alguma “stafetta” estúpida como Mazzola x Rivera (na Copa-70) ou Roberto Baggio x Del Piero (em 1998). A Itália tem ótimas chances de acabar com a pose de um Brasil ainda mais favorito que há 24 anos. É só não repetir o fiasco da primeira fase na Espanha, quando três empates levaram os italianos a enfrentar o Brasil antes da hora. Mas a história se parece mais com a de 1994. A Itália tem camisa para chegar a Berlim. O 4-3-1-2 próximo ao do Milan é o esquema base de um time com ótimos jogadores e potencial de calar bocas e tapar bolas.

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Micos e reis de Copas 1930. Vinte e um cariocas e um paulista pescado em Santos formam a seleção “brasileira” no primeiro Mundial. Até um ponta do Canto do Rio faz parte do scratch dividido por pirraças políticas e burrices bairristas. 1958. São Paulo manda como nunca na comissão técnica. E exige que Oreco seja titular no lugar do enciclopédico Nilton Santos. O Brasil é campeão pela primeira vez. Com Nilton. E com um paulista de Minas Gerais: Pelé. 1966. Para compensar o pequeno número de corintianos no elenco, a CBD decide convocar Ditão. Mas, em vez do zagueiro corintiano, é chamado por engano o xará flamenguista... 1974. O país perde a primeira chance de ser tetra, pela divisão entre paulistas e cariocas do elenco, entre outras coisas. Coitados dos mineiros e gaúchos, que começavam a romper o cerco e as cercas. 2002. O único campeão que atuava por um clube do Rio se chamava Juninho. Paulista... Num futebol globalizado até à etiqueta da camisa, falar em Rio, São Paulo é tão infantil, antiquado e inadequado como as discussões que só atrapalharam a formação da Seleção Brasileira. A Seleção não é mais daqui. Tem gente de Leverkusen e Lyon. E poucos do Leblon. Carioca da gema e da gama? Raros. Como Ronaldo, que no Rio só foi São Cristóvão. E esses não fazem mais milagres em casas tão depenadas como as do futebol carioca. Saudoso Rio que mandava no time, na Seleção, na bola, no técnico. O Rio que foi quase todo o Brasil na Copa de 50 – a ponto de abrir exceção a São Paulo no empate com a Suíça, no Pacaembu. O técnico Flávio Costa fez uma concessão estúpida a “uma equipe mais paulista”. Em vez de manter a ótima base vascaína, o treinador brasileiro quis fazer média com SP. Quase fez m... A Seleção é brasileira. Não é paulista, gaúcha, potiguar. Mas não pode ter tão pouca gente nascida no Rio ou criada no Maracanã. Tem algo errado nessa história. E nessa geografia. Só não pode mais é abusar da tese de que o jogador perde a afinidade com o país e a “brasilidade” atuando lá fora. Não perde. E ganha mais corpo, mais jogo sem a bola, mais dinheiro e títulos. E o torcedor brasileiro ganha junto.

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Até quem mais entende

Trivela.com é um site de futebol internacional que conta com uma ao redor do mundo e serve de fonte de informações para profissionais, entrevistas exclusivas com jogadores, resenhas, crônicas e uma

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Futebol para quem gosta de futebol

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CBFNEWS

PERFIL

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ARMAS E

ARMADILHAS

PARA A SELEÇÃO Trivela explica, posição por posição, o que dá para esperar do Brasil na Copa do Mundo

O

“melhor ataque do mundo” unido à “soma de todos os medos” – nossa defesa –, ligados por um meio-de-campo super ofensivo. Para o senso comum, está claro que, se ganharmos a Copa, é porque temos um ataque sensacional, mas, se perdermos, é porque nossos zagueiros são ruins. Evidentemente, não é tão simples assim. Nossos zagueiros “ruins”, por exemplo, são elogiados, nos países onde jogam. Por outro lado, o festejado esquema tático do “quadrado mágico” expõe o setor defensivo, embora aumente, em muito, o poder de fogo do ataque. “Tudo bem, mas e aí, seremos campeões ou não?” Bom, essa não é uma pergunta que a Trivela te responderia assim, com um simples “sim” ou “não”. Em vez disso, você encontrará, nas páginas a seguir, uma análise da Seleção Brasileira em suas minúcias. Apresentamos, jogador por jogador, como cada um esteve nesta temporada e o que esperar na Copa. Em cada setor, quais são os pontos fortes e onde podemos ser surpreendidos pelos adversários. Além dessas análises, lembramos como a equipe foi formada, aos poucos, com mudanças de humor em relação ao esquema tático – de dois volantes ao “quadrado” – e a jogadores – muitos dos que ficaram em casa foram mais chamados do que os que viajam à Alemanha. Recordamos, também, os momentos em que nossa segurança em relação ao título esteve abalada – como nos dias após a derrota para a Argentina, em Buenos Aires. E fechamos do jeito que a Trivela gosta: sem chutar, explicando por que podemos ganhar e também por que podemos perder.

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Brasil Confederação Brasileira de Futebol www.cbfnews.com.br Participações em Copas: 17 (1930, 1934, 1938, 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970, 1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002) Momento memorável: A final da Copa de 1970, vencida com show, que colocou o Brasil na posição de maior vencedor de Mundiais Uniforme: camisa amarela, calção azul, meias brancas Na Copa 2006: grupo F, com Croácia, Austrália e Japão CAMPANHA NAS ELIMINATÓRIAS PARA 2006 07/09/03 – COL 10/09/03 – BRA 16/11/03 – PER 19/11/03 – BRA 31/03/04 – PAR 02/06/04 – BRA 06/06/04 – CHI 05/09/04 – BRA 09/10/04 – VEN

1x2 1x0 1x1 3x3 0x0 3x1 1x1 3x1 2x5

BRA EQU BRA URU BRA ARG BRA BOL BRA

13/10/04 – BRA 0x0 17/11/04 – EQU 1x0 27/03/05 – BRA 1x0 30/03/05 – URU 1x1 05/06/05 – BRA 4x1 08/06/05 – ARG 3x1 04/09/05 – BRA 5x0 09/10/05 – BOL 1x1 12/10/05 – BRA 3x0

COL BRA PER BRA PAR BRA CHI BRA VEN

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PERFIL

Kai Pfaffenbach/Reuters

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OS TRÊS

SACRIFICADOS Dida, Rogério e Júlio César pagarão o pato pelo esquema ofensivo brasileiro

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S

por Cassiano Ricardo Gobbet

er goleiro numa seleção em que até o massagista só pensa em atacar não é fácil. Portanto, nenhuma surpresa no fato de os arqueiros brasileiros estarem sempre sob fogo cerrado. Para a Copa do Mundo, Carlos Alberto Parreira não deve fazer nenhuma mudança, e Dida deve ser o titular – salvo imprevistos como uma contusão, por exemplo –, como aconteceu ao longo de praticamente toda a campanha nas eliminatórias. A possibilidade de outro nome é remota, ainda mais quando o técnico é Carlos Alberto Parreira. Segundo o discurso do treinador brasileiro, numa Copa, experiência é o que conta. Por esse prisma, Dida é certamente a melhor escolha – e Júlio César não é páreo nem para Rogério Ceni. O retrospecto brasileiro no gol nos últimos três Mundiais é excelente. Taffarel e Marcos tiveram competições irretocáveis (ou quase) e, dentro do grupo, sempre se mostraram serenos – virtude que Dida também tem. O risco que Parreira corre é: com a defesa tão exposta, será que o goleiro do Brasil não vai ficar no sacrifício o tempo todo?

1

DIDA

A temporada milanista de Dida certamente foi sua pior depois da Copa de 2002. O goleiro baiano viu seu desempenho desabar junto com a solidez da zaga que tinha à sua frente. Sem Maldini nem Stam para vedar a defesa, Dida foi responsável direto por diversos maus resultados do Milan, a ponto de sua vaga no elenco milanista do ano que vem ser fortemente questionada. O que deve tranqüilizar o técnico Carlos Alberto Parreira é o fato de o ex-corintiano chegar à Copa na ascendente. Suas últimas participações pelo Milan na Série A e na Liga dos Campeões foram consistentes, com destaque para a partida em Barcelona, onde foi, certamente, o melhor em campo. Dida não mudou nem nas virtudes nem nos defeitos: continua um gigante embaixo dos postes e falha com freqüência nas saídas de bola, especialmente quando não tem à sua frente uma zaga perfeita – como na Seleção.

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A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que...

Os goleiros do Brasil se parecem com... Sawyer (do seriado “Lost”)

Já fez algumas coisas boas, mas ninguém confia

12 NELSON DE JESUS SILVA 7/10/1973 Clube: Milan (ITA) Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 16J / 15GS Com Parreira: 33J / 25GS Temporada 2005/6: 48J / 41GS Títulos em 2005/6: Nenhum

...goleiro brasileiro não sabe sair do gol ...Dida não é o mesmo de antigamente ...mesmo sem estar 100%, Marcos merecia ter ido à Copa por ter sido o goleiro do penta ...Júlio César ganhou a confiança de Parreira após a Copa América ...na Seleção, Rogério Ceni não cobrará faltas

ROGÉRIO CENI

O ano de 2005 foi o melhor da carreira de Rogério Ceni. Tanto no gol como cobrando faltas, o goleiro foi fundamental na conquista dos títulos da Libertadores e do Mundial Interclubes pelo São Paulo. Em 2006, Ceni tem mantido a forma. Tem aliado defesas espetaculares à segurança nas bolas fáceis, o que era um defeito seu até outro dia. Apesar disso, só ganhou a vaga por causa da contusão de Marcos, e só deve jogar em caso de contusão ou suspensão de Dida.

ROGÉRIO CENI 22/1/1973 Clube: São Paulo Copas: 2002 Com Parreira: 2J / 0GS Eliminatórias: 0J / 0GS Temporada 2006: 23J / 7G / 24GS (até 14/5/2006)

Títulos em 2006: Nenhum

JÚLIO CÉSAR JÚLIO CÉSAR SOARES ESPÍNDOLA 3/9/1979 Clube: Internazionale (ITA) Copas: Nenhuma Com Parreira: 11J / 10GS Eliminatórias: 2J / 2GS Temporada 2005/6: 40J / 31GS Títulos em 2005/6: Supercopa Italiana, Copa da Itália

22

O começo de temporada de Júlio César foi promissor. O titular Toldo perdeu a confiança do técnico Roberto Mancini, e o ex-flamenguista ficou com a vaga, dando a impressão de que poderia iniciar um ciclo. Só que isso não aconteceu. Júlio César mostrou-se inseguro em vários momentos, e Toldo voltou a ser o preferido de Mancini. Na reta final, acabou de volta ao gol nerazurro. Desta vez, porém, graças a uma contusão do arqueiro italiano.

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Paulo Whitaker/Reuters

PERFIL

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A SOMA DE TODOS OS

MEDOS

Enquanto o quarteto ofensivo é exaltado, a linha de zaga sofre com um esquema que a deixa muito exposta

O

por Carlos Eduardo Freitas

grande desafio que Carlos Alberto Parreira terá pela frente, na Alemanha, será aliar o poderio ofensivo de craques como Ronaldinho, Kaká, Adriano e Ronaldo à segurança na defesa, que foi importante nas últimas duas conquistas mundiais. À primeira vista, o esquema tático a ser usado na estréia, na Alemanha, é o mesmo que o das últimas rodadas das eliminatórias e da Copa das Confederações de 2005. Ele tem quatro defensores, um volante de marcação, um meia-atacante improvisado como volante (Zé Roberto), dois meias e dois atacantes. Jogando dessa maneira, o time aumenta bastante as chances de gol, mas também expõe muito a dupla de zaga, já cansada de sempre ser a “culpada” pelas derrotas do time. O lugar-comum mais freqüente é chamar nossos zagueiros de pernas-de-pau, mas, salvo exceções, parece exagero dizer que defensores tão respeitados na Europa são ruins de bola. Lúcio chega à Copa como o melhor zagueiro da Alemanha; Juan, em seu melhor momento na temporada; Cris, depois de outro bom ano no Lyon, está na mira de gigantes italianos e espanhóis; Luisão, após mais uma boa temporada no Benfica, tem o status de ter segurado Ronaldinho no jogo com o Barcelona, na Liga dos Campeões. A primeira pergunta que vem à cabeça é: por que eles não são tão bons na Seleção quanto em seus clubes? A resposta está no esquema tático. Nos times, os zagueiros não jogam tão expostos como na Seleção, onde têm de cobrir as subidas dos laterais e se virar com apenas um marcador de ofício. “Estamos ali para tentar fazer os outros brilharem, pois nenhum time do mundo joga igual ao Brasil, com tanta gente atacando”, defende-se Juan, em entrevista à Trivela. Tanta gente mesmo: até os zagueiros gostam de tentar a sorte lá na frente. Quem nunca se arrepiou com alguma das subidas kamikazes de Lúcio ao ataque? No Bayern de Munique, o camisa 3 é tido como a arma secreta do time, tanto que marcou mais gols do que Zé Roberto na temporada. Lúcio está errado de subir? Na Seleção, sim. Afinal, ele está cansado de saber que nossos laterais jogam mais como alas do que propriamente laterais e que seu papel, e o de quem jogar a seu lado, é dar cobertura. Eis aí nosso calcanhar de Aquiles: as subidas ao ataque de Cafu e Roberto Carlos. Os dois se consagraram pelo vigor físico e pela eficiência com que apóiam o ataque, mas, com a idade, é difícil acreditar que a dupla

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tenha fôlego para chegar à linha de fundo e recompor os rombos deixados nas laterais. Foi por isso que, em 2002, Felipão usou o 3-5-2. Parreira, por sua vez, não gosta do esquema com três zagueiros. Prefere a linha de quatro homens. Ou seja: seus laterais terão de se aplicar taticamente e subir ao ataque somente quando necessário – e quando o outro não fizer o mesmo. Além disso, Parreira arma o time com apenas um volante com características defensivas. O técnico, porém, não esconde que está aberto a mudanças, em caso de necessidade. Antes que isso seja necessário ou que a soma de todos os nossos medos – falhas defensivas grotescas e uma eventual eliminação precoce da Copa – vire realidade, é preciso dar um voto de confiança ao técnico e ao time. Por mais que o alerta esteja feito, é preciso acreditar no discurso dos jogadores e do treinador, que alegam que os anos de experiência no futebol europeu lhes ensinaram a serem obedientes taticamente. E também na tese de que, contra o Brasil, os adversários raramente se postam ofensivamente e costumam jogar com apenas um homem na frente. Se nada disso se confirmar, é difícil crer que Parreira, sempre taxado de retranqueiro, não sacrificará alguém do quarteto para colocar em campo mais um volante e, assim, dar mais segurança à zaga.

A defesa do Brasil se parece com... Bart Simpson Você sabe que, mais hora, menos hora, vai aprontar alguma

A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que... ...Parreira tem que pôr mais um volante no time ...o fato de Lúcio ser o melhor zagueiro da Alemanha mostra como o futebol alemão é ruim ...tem saudade dos tempos em que jogavam Domingos da Guia, Nílton Santos, Luís Pereira... ...em 1970, o Brasil foi campeão com uma defesa ruim

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CAFU Cafu: “Ser favorito dá mais confiança”

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MARCO EVANGELISTA DE MORAES 19/6/1970 Clube: Milan (ITA) Copas: 1994, 1998 e 2002 Eliminatórias: 15J / 0G Com Parreira: 25J / 0G Temporada 2005/6: 30J/1G Títulos em 2005/6: Nenhum

Assim como Dida, o “highlander” da lateral-direita do Brasil também não teve a sua melhor temporada no Milan. Cafu foi engolfado pelo mau rendimento da defesa no começo do torneio e até teve boa parcela de responsabilidade, jogando fora de seu melhor estado físico. Para não arriscar suas chances na Copa do Mundo, preferiu submeter-se a uma artroscopia, que fez com que ele perdesse praticamente metade da temporada, mas voltou inteiro. Ainda com o tanque cheio para correr na faixa direita, Cafu é um jogador bastante confiável. Não é um marcador eficiente, mas isso ele nunca foi. Sua vocação ofensiva e sua experiência imensa são importantes para o Brasil – especialmente porque a concorrência de Cicinho ainda não está no mesmo nível.

CICINHO

Cicinho foi a melhor surpresa do Real Madrid, em uma temporada desastrosa. Contratado em 2005 e apresentado em janeiro, o lateral chegou no Santiago Bernabeu sob alguma desconfiança, pois o elenco merengue já tinha Michel Salgado e Diogo para a lateral. O ex-sãopaulino, porém, aproveitou-se da contusão do primeiro para ter continuidade e assumir a condição de titular rapidamente. Em princípio, continuou na lateral, mas Beckham também se contundiu, e Cicinho teve oportunidades como meia-direita, graças a sua volúpia ofensiva. Para a Copa do Mundo, porém, Cicinho chega como uma das grandes preocupações dos preparadores físicos da Seleção, já que está há um ano e meio sem férias, pois atuou em 2005, pelo São Paulo, e emendou a temporada brasileira com a européia.

Arne Dedert/EFE

Nas duas Copas do Mundo que você venceu, o Brasil chegou em baixa e sob grande pressão. Já em 1998, quando havia um certo clima de favoritismo, o time perdeu. Dá para comparar a situação atual à vivida em alguma das três últimas Copas que você disputou? Acho que não, porque cada Copa tem uma história diferente. É uma competição curta, e muita coisa pode acontecer. De qualquer forma, por mais que não garanta nada, é bom ser favorito. Dá mais confiança. Em 2002, o Felipão justificou a utilização do esquema 3-5-2 por conta da sua presença e do Roberto Carlos no time. Segundo ele, com dois laterais tão ofensivos, o time precisava de mais reforço na retaguarda. O Parreira usa o 4-4-2, com apenas um volante. Você acha isso arriscado? Não, é apenas uma outra forma de jogar. Claro que, com dois zagueiros, o Roberto Carlos e eu não teremos tanta liberdade, pois a função na marcação tem importância maior. Mas o esquema no meio-campo e ataque poderá suprir isso. Temos de lembrar que os times foram montados dessa maneira por levar em conta as características de todos no grupo. O Parreira reclamou muito do cansaço dos principais jogadores da Seleção nesta temporada. Você acha que o tempo que você ficou parado por conta da cirurgia será benéfico para seu desempenho na Copa? Sem dúvida. Usei isso como uma prétemporada. Tenho certeza de que chegarei em excelentes condições na Copa.

Ian Salas/EFE

por Carlos Eduardo Freitas

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CÍCERO JOÃO DE CÉZARE 24/6/1980 Clube: Real Madrid (ESP) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 1J / 0G Com Parreira: 7J / 1G Temporada 2005/6: 21J / 2G (desde que chegou ao Real Madrid, em janeiro)

Títulos em 2005/6: Nenhum

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Depois de algumas boas temporadas, Roberto Carlos foi irregular em 2005/6, a exemplo da maior parte do elenco do Real Madrid. No início, teve boas atuações e foi decisivo em algumas partidas do Campeonato Espanhol. Aos poucos, porém, entrou no clima de melancolia do clube – no processo que culminou com a demissão de Vanderlei Luxemburgo – e se arrastou por boa parte da temporada. Nos últimos meses, teve uma melhora e voltou a ser decisivo, mas ainda está longe de ser aquele lateral-esquerdo que passava confiança para os torcedores de sua equipe, como fez em 2002 e 2003, quando merecia um lugar entre os melhores jogadores do planeta.

Gilberto: “Os laterais têm de tomar cuidado”

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ROBERTO CARLOS DA SILVA 14/4/1973 Clube: Real Madrid (ESP) Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 15J / 2G Com Parreira: 29J / 4G Temporada 2005/6: 50J / 6G Títulos em 2005/6: Nenhum

Leo La Valle/EFE

por Carlos Eduardo Freitas

GILBERTO

Kai Pfaffenbach/Reuters

No Hertha Berlim, você joga como meia. Você acha que precisa mudar muito seu estilo para voltar a jogar pela lateral? Para mim, não muda muita coisa: sempre joguei como lateral, assim como fiz nas últimas cinco partidas da temporada. Preciso estar bem preparado para agüentar ir e voltar o tempo todo. Quero aproveitar a preparação para estar bem para substituir Roberto Carlos, se precisar. Você acha que, com esse esquema tão ofensivo, é necessário que os laterais subam tanto? A gente sabe que, com o “quarteto mágico”, a gente tem que tomar cuidado quando sobe um lateral ou o outro, mas, se a jogada é pelo lado direito, tem que subir o lateral-direito. O mesmo vale pelo lado esquerdo. Temos que dar a opção de jogada para os meias dos dois lados. Isso tudo depende do jogo, do adversário. Segundo as notas da revista Kicker, sua temporada não foi das melhores. O que justifica isso? Estive machucado por muito tempo, tive problemas pessoais durante a temporada, mas minha nota foi três ponto alguma coisa, o que é regular. Tenho consciência do meu potencial. Fiz uma temporada boa e ajudei o time a ficar em sexto e vamos disputar a Intertoto.

ROBERTO CARLOS

GILBERTO DA SILVA MELO 25/4/1976 Clube: Hertha Berlim (ALE) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 1J / 0G Com Parreira: 6J / 0G Temporada 2005/6: 29J / 3G Títulos em 2005/6: Nenhum

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Na Alemanha, a revista Kicker dá notas a cada jogador, em todas as partidas. A melhor nota é 1, a pior, 5. Ou seja: alguém que teve como média 3,92 não fez uma grande temporada. O jogador em questão é Gilberto, meia-esquerda do Hertha Berlim, que, assim como o clube, teve um ano apenas regular. Depois de participar do título da Copa das Confederações, ele chegou a dizer que, no clube, queria jogar na lateral. Isso não aconteceu. Quer dizer, nas únicas partidas em que atuou ao lado dos zagueiros, o Hertha perdeu. Ou seja: Gilberto vai à Copa não por estar num bom momento, mas sim pelo bom retrospecto com Parreira e porque seu concorrente direto à vaga, Gustavo Nery, é reserva no Corinthians.

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Lúcio começou a temporada cotado para se transferir para clubes do porte de Real Madrid e Milan, entre outros italianos e espanhóis. O interesse foi justificado com um ano bastante constante para o zagueiro: o camisa 3 chega a sua segunda Copa do Mundo com o status de melhor zagueiro na Alemanha. Não fosse pela eliminação precoce da Liga dos Campeões, teria sido uma temporada perfeita. Sua eficiência no comando da zaga livrou a cara de Oliver Kahn em diversas oportunidades, dada a má fase que atravessa o goleiro alemão. O curioso é que Lúcio não se destacou só defensivamente. Em toda a temporada, ele marcou dois gols e fez quatro assistências, desempenho que nada deixa a desejar a Zé Roberto (um gol e sete assistências).

Luisão: “Vou à Copa graças à LC”

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LUCIMAR DA SILVA FERREIRA 8/5/1978 Clube: Bayern de Munique (ALE) Copas: 2002 Eliminatórias: 10J / 0G Com Parreira: 26J / 2G Temporada 2005/6: 48J / 3G Títulos em 2005/6: Campeonato Alemão Copa da Alemanha

Georgi Livovski/EFE

por Carlos Eduardo Freitas

LUISÃO

Marcelo Sayao/EFE

Ronaldinho elogiou muito suas atuações nos jogos contra o Barcelona, pela Liga dos Campeões. Você acha que isso contou a seu favor? Acho que sim, mas não só aqueles jogos. Fizemos uma boa LC, e nossa campanha foi boa para mim, pois deu para o pessoal no Brasil acompanhar mais o meu trabalho, já que o Campeonato Português não é tão visto como os outros. O Parreira já anunciou que os titulares serão Juan e Lúcio. Você acha que tem chances de, durante a Copa, conseguir um lugar no time? É difícil. O que quero fazer é me empenhar ao máximo nos treinamentos para, se ele precisar da minha ajuda, estar à disposição. Mais importante é estar no grupo, ganhar experiência desta vez e dar continuidade ao trabalho após o Mundial. Na Europa, os esquemas táticos permitem que os zagueiros subam ao ataque, de vez em quando. O Parreira incentiva ou proíbe isso? Ele dá total liberdade, mas no clube isso é mais necessário do que aqui. Com o time que o Brasil tem, não precisa que nós também arrisquemos. Se ficarmos só defendendo já está de bom tamanho, pois o pessoal resolve lá na frente. No clube, não temos a qualidade da Seleção.

LÚCIO

ANDERSON LUÍS SILVA 13/2/1981 Clube: Benfica (POR) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 2J / 0G Com Parreira: 12J / 1G Temporada 2005/6: 47J / 2G Títulos em 2005/6: Supercopa de Portugal

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Depois do título nacional, em 2005, o Benfica perdeu o técnico Giovanni Trappatoni e não conseguiu repetir a dose em 2006. O time acabou em terceiro na Superliga portuguesa, mas fez um excelente papel na Liga dos Campeões. Grande parte disso, graças a excelentes atuações de Luisão, que caiu de vez no gosto da torcida. Foi dele, por exemplo, o gol da classificação dos encarnados às quartas-de-final, contra o Liverpool. Suas duas melhores atuações, porém, foram contra o Barcelona, em que parou Ronaldinho tanto no Estádio da Luz quanto no Camp Nou. Melhor credencial para garanti-lo na Copa do Mundo, impossível. Tanto que já se cogita uma transferiencia para um grande clube europeu após o Mundial.

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A temporada 2005/6 de Juan pode ser dividida em duas, exatamente entre o primeiro e o segundo turno da Bundesliga. Na primeira parte, o Bayer Leverkusen ia mal das pernas, trocou de treinador duas vezes, e o time inteiro pagou pelas constantes mudanças táticas. Depois da pausa de inverno, porém, tudo ficou melhor para o exflamenguista. Com tempo para se adaptar ao esquema do técnico Michael Skibbe e com o retorno de Jens Nowotny ao time, Juan melhorou significativamente. Para a sorte de Parreira, o zagueiro chega à Copa do Mundo em seu melhor momento na temporada e, graças à eliminação precoce do Bayer na Copa Uefa, sem um número absurdo de partidas nas costas.

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JUAN SILVEIRA DOS SANTOS 1/2/1979 Clube: Bayer Leverkusen (ALE) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 10J / 1G Com Parreira: 27J / 2G Temporada 2005/6: 38J / 4G Títulos em 2005/6: Nenhum

CRIS

Apesar da crítica e da desconfiança, Cris tornou-se um dos jogadores mais regulares do Lyon. Considerado o melhor zagueiro da França nas duas últimas temporadas, ele tem se destacado por formar uma sólida defesa, tanto ao lado de Caçapa, como de Müller. Um exemplo de sua aplicação tática foi a partida de ida contra o Milan, pela Liga dos Campeões, quando segurou a força do ataque rossonero. Outro dado surpreendente para aqueles que o criticam: nas 51 partidas disputadas, nesta temporada, com a camisa lionesa, o zagueiro não foi expulso uma vez sequer. Além disso, mostrou ser uma boa opção quando sobe para o ataque: marcou seis gols, a maioria desviando de cabeça cobranças de falta e escanteios. O resultado da boa temporada já é visto com as especulações de que, após a Copa, Cris será negociado com algum clube italiano ou espanhol.

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Igor Kharitonov/EFE

JUAN

CRISTIANO MARQUES 3/6/1977 Clube: Lyon (FRA) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 0J / 0G Com Parreira: 3J / 0G Temporada 2005/6: 52J / 6G Títulos em 2005/6: Campeonato Francês Supercopa da França

Nahuel Roark/EFE

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Juan: “Não posso me acomodar” por Carlos Eduardo Freitas

O Parreira já confirmou que você será titular no jogo contra a Croácia. Isso te deixa mais confortável ou aumenta a pressão? Me deixa com mais tranqüilidade para trabalhar, mas, ainda assim, tenho que correr muito para fazer por merecer isso. A gente sabe que na Seleção Brasileira não podemos nos acomodar e temos sempre que mostrar serviço. Dos quatro zagueiros convocados pelo Parreira, o único que já jogou uma Copa é o Lúcio. Você acha que a zaga pode sofrer pela inexperiência? Acho que não, pois nós quatro já jogamos no exterior há bastante tempo, em diferentes campeonatos. Podemos não ter disputado uma Copa, mas jogamos diversas partidas nas eliminatórias, Copa América, Copa das Confederações. Isso não preocupa. O que muda, para você, jogar ao lado do Lúcio, do Luisão ou do Cris? Já joguei um bom tempo com o Lúcio, no Leverkusen e, agora, também na Seleção, mas me dou bem com todos eles. Normalmente, com o Luisão e com o Lúcio eu jogo mais pela esquerda, enquanto com o Cris eu posso jogar pela direita, mas não tenho preferência por nenhum lado. São todos grandes jogadores, e é só uma questão de adaptação.

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20 PERFIL

TALENTO AO QUADRADO,

MAS POUCO PESO Meio-campo do Brasil é incomparável ofensivamente, mas força o time a redobrar a atenção

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por Cassiano Ricardo Gobbet

em nenhum exagero, dá para afirmar que não há outra seleção que tem jogadores como Juninho Pernambucano ou Gilberto Silva no banco de reservas. A própria escalação da Seleção Brasileira desenhou-se pela quantidade de nomes no ataque e na armação, criando o paradoxo do “bom problema” – aquele que todo mundo gostaria de ter. Ao contrário do que sugere o 4-4-2, o Brasil não usa uma “linha de quatro”. O volante juventino Emerson é o único com papel mais defensivo, uma vez que Zé Roberto não é um marcador – e deixa isso claro, em campo. No Leverkusen, o ex-lateral da Portuguesa jogava aberto na ponta, e isso se reflete no esquema brasileiro, para o bem e para o mal. Zé Roberto não se posiciona tão à frente quanto Kaká e Ronaldinho, mas está ainda mais longe de ser um marcador. Kaká e Ronaldinho são a nata do futebol mundial. O primeiro dá consistência ao meio-campo, e o segundo inspira o Brasil e enlouquece os rivais com uma imprevisibilidade absurda. Como disse Carlo Ancelotti, técnico do Milan, na véspera do jogo com o Barcelona pelas semifinais da Liga dos Campeões: “Marcar Ronaldinho é impossível. O melhor que se pode fazer é limitar os danos”. Tanta ofensividade deixa o Brasil com um problema claro: falta substância ao meio-campo. Exceção feita a Emerson, não há jogadores capazes de dar o combate necessário. Some-se a isso a vocação ofensiva quase suicida de Cafu e o gosto de Roberto Carlos pelos arremates de fora da área, e dá para se ter uma idéia da dureza da tarefa dos zagueiros. Todas as grandes seleções do mundo têm laterais cautelosos ou volantes incansáveis. Menos o Brasil.

O meio-campo do Brasil se parece com... David Blaine Você sabe que ele fará alguma mágica, mas mesmo assim ele consegue te surpreender

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Em 2002, Scolari fechou a conta com o terceiro zagueiro. Todo mundo podia atacar, porque sempre tinha a sobra de Edmílson – além de Kléberson e Gilberto Silva. Desta vez, Parreira tem de desafiar a matemática deixando só Emerson para cobrir as descidas dos laterais. Será que tem, mesmo? Gilberto Silva teve um final de temporada excelente no Arsenal e, de longe, sabe fazer o papel de marcador melhor do que Zé Roberto. Pesa contra o ex-atleticano o fato de ele ter ficado de fora da Seleção em boa parte da “era Parreira”. Justiça seja feita ao treinador brasileiro, nesta Copa ninguém poderá dizer que ele não ouviu os apelos da torcida. Na realidade, o cobertor curto de Parreira no meio-campo nasce da necessidade de fazer Adriano e Ronaldo jogarem juntos. Muito mais tranqüilo seria adiantar Ronaldinho para o ataque com Ronaldo, mas como se faz para deixar um jogador como Adriano fora? O meio-campo do Brasil pode ser eficiente. Para isso, Cafu e Roberto Carlos têm de colocar na cabeça que o time joga só com Emerson na marcação, e Zé Roberto precisa carregar o piano para que as estrelas da companhia possam brilhar sem preocupações. Se dermos uma olhada no banco de reservas do Brasil, não há outro Ronaldinho, mas lá está Juninho Pernambucano – o que não é pouco. Parreira também pode ter em Edmílson outro jogador muito útil e que está jogando muito bem (boa parte do insucesso do Milan na Liga dos Campeões passou pela sua marcação em Kaká). Entre tantas estrelas, Ricardinho destoa, e sua convocação é muito mais por serviços prévios para Parreira – no Corinthians – do que pelo seu atual futebol. Mesmo assim, não se pode reclamar. Diante de tanto talento, não dá nem para chamar isso de problema.

A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que... ...Ronaldinho não joga na Seleção com a mesma liberdade que tem no Barcelona ...só o Brasil tem jogadores do nível de Kaká e Ronaldinho ...ter Juninho Pernambucano no banco é um luxo que só a Seleção pode se dar ...um brucutu como Emerson destoa do resto do meio-campo

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Michael Dalder/Reuters

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Depois de muitos anos de sucesso absoluto na Itália, até a rabugenta imprensa brasileira parece estar aceitando Emerson como fundamental na Seleção. O “Puma” foi um dos pilares da fenomenal forma da Juventus na primeira metade do torneio, mandando no meio-campo ao lado do francês Patrick Vieira. Força, inteligência tática, experiência e precisão no passe continuam sendo suas armas mais temíveis – mas pouco “brasileiras”. O lado que preocupa no “Puma” é uma pubalgia que arruinou sua forma na reta final da longa temporada, quando a Juventus foi eliminada da Liga dos Campeões e perdeu uma vantagem astronômica que tinha sobre o Milan. O meio-campista sabe que só consegue ajudar o Brasil se for o Emerson do começo do campeonato, e não o do final. Boa parte do sucesso da Seleção na Copa passa pela recuperação de sua forma física.

Gilberto Silva torce por dois volantes

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Fotos CBFNEWS

por Carlos Eduardo Freitas

EMERSON FERREIRA DA ROSA 4/4/1976 Clube: Juventus (ITA) Copas: 1998 Eliminatórias: 9J / 1G Com Parreira: 23J / 1G Temporada 2005/6: 54J / 3G Títulos em 2005/6: Campeonato Italiano

GILBERTO SILVA

Lavandeira Jr./EFE

Em 2002, você chegou à Copa como reserva e acabou como titular. Novamente, você foi chamado como reserva do Emerson. Você espera conquistar um espaço entre os titulares? Claro que sim. Vou trabalhar para isso. Sei que o tempo é curto e que a equipe está formada faz tempo, mas torço para que o Parreira coloque dois volantes para jogar. Ninguém tem cogitado, e isso pode muito bem acontecer. Quando te coloca em campo, quais as instruções que o Parreira te passa? Ficar postado na frente dos zagueiros, como faz o Emerson. Quando estamos no ataque, a ordem é eu ficar o mais próximo possível do cara que está com a bola, porque, se o adversário a recupera, estou mais perto para tentar o desarme. Os defensores do Brasil costumam dizer que nossa zaga joga exposta. Você concorda? Isso acontece porque jogamos com atacantes que não têm a característica de marcar, como fazem muitos dos atacantes europeus. Essa nunca foi nossa escola, e acho que vai demorar muito para mudar isso. Por isso é que acaba acontecendo essa exposição. Se tivermos um setor defensivo bem montado, podemos ficar tranqüilos que não vai faltar gente para marcar ou criar jogadas de gol.

EMERSON

GILBERTO APARECIDO DA SILVA 7/10/1976 Clube: Arsenal (ING) Copas: 2002 Eliminatórias: 10J / 0G Com Parreira: 21J / 0G Temporada 2005/6: 53J / 4G Títulos em 2005/6: Nenhum

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Apesar de seu estilo de jogo discreto, Gilberto Silva foi um dos homens-chave do Arsenal nesta temporada. Com a saída de Patrick Vieira, o brasileiro passou a ser praticamente o único responsável por recuperar bolas no meio-campo. Na primeira metade do Campeonato Inglês, o volante não teve bom desempenho – assim como toda a equipe do Arsenal. A partir de fevereiro, porém, Gilberto passou a render mais, entrosando-se melhor com o jovem Cesc Fábregas. A dupla é creditada como grande responsável pelo bom desempenho do time na Liga dos Campeões, especialmente na vitória sobre a Juventus – justamente o time atual de Vieira. Gilberto Silva chegará à Copa do Mundo embalado e em um bom momento técnico, mas vale o alerta: o volante pode sofrer com o cansaço físico, por ter disputado mais de 50 partidas, incluindo a final da LC.

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KAKÁ Kaká rebate críticas a Dida Em 2002, você foi à Copa do Mundo como coadjuvante. Hoje, você é considerado um dos melhores meio-campistas da Europa, além de ser um dos protagonistas da Seleção. Em que sua ida ao Mundial da Ásia lhe ajudou para esta Copa? Ganhei muita experiência em 2002 e sou muito grato ao Felipão por ter me levado. Já estive em uma Copa e, apesar de não ter jogado muito, agora sei o que vou encontrar. Foi muito importante para minha carreira e, com certeza, fará muita diferença para mim, agora. A má fase do Dida, no Milan, foi muito debatida no Brasil. Até que ponto essa inconstância dele merece atenção? Dida falhou em alguns jogos, coisa muito normal para um goleiro. Porém, também fez defesas importantes para nossa equipe. É um dos melhores goleiros do mundo e muito respeitado na Europa. Acho que, no Brasil, muitos só acompanham os gols dos jogos por aqui, e é claro que, nesse momento, sempre aparece o goleiro como vilão. Aqui no Milan ele continua com a mesma confiança de sempre. Em 2002, o São Paulo foi o melhor time do Brasileirão e, como favorito, foi derrotado pelo Santos. No ano passado, o Milan era o favorito na LC e caiu diante do Liverpool. Depois dessas experiências, como você encara o favoritismo que é atribuído à Seleção para esta Copa? Essas derrotas acontecem no futebol. Não houve menosprezo ou excesso de confiança. Temos que chegar à Copa confiantes, mas sempre respeitando nossos adversários. O Brasil é favorito, sim, mas não é o único.

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Iván Franco/EFE

por Carlos Eduardo Freitas

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RICARDO IZECSON DOS SANTOS LEITE 22/4/1982 Clube: Milan (ITA) Copas: 2002 Eliminatórias: 15J / 5G Com Parreira: 26J / 8G Temporada 2005/6: 54J / 20G Títulos em 2005/6: Nenhum

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Poucos jogadores tiveram uma temporada tão brilhante como a de Kaká. O brasileiro firmou-se definitivamente como maior astro milanista, ao lado do ucraniano Shevchenko, ao decidir partidas duras em inúmeras oportunidades e reforçar uma vocação ao gol que ele sempre teve. Um de seus 18 gols em 2005/6 – na Liga dos Campeões, contra o Fenerbahçe de Alex – foi um dos mais bonitos da temporada. Como o próprio Parreira diz, Kaká é o jogador brasileiro que mais evoluiu desde a última Copa. O que pode deixar o técnico com a pulga atrás da orelha, porém, é sua fadiga, já que Kaká chega ao final da temporada com mais de 50 jogos.

EDMÍLSON

Depois de passar boa parte da temporada 2004/5 se recuperando de contusão, Edmílson teria um ano para retomar o posto de titular no Barcelona e a confiança de Carlos Alberto Parreira. E conseguiu. Apesar de atuar mais na defesa do que como volante, em seu clube, o jogador foi titular em quase toda a temporada e mostrou grande regularidade e eficiência. Nas duas partidas contra o Milan, pelas semifinais da Liga dos Campeões, Edmílson fez duas de suas melhores atuações no ano, ao anular Kaká. Não é o nome mais importante no setor defensivo do Barcelona, mas foi importante depois da contusão de Xavi. Com o título espanhol conquistado nesta temporada, o polivalente defensor chegou à impressionante marca de cinco títulos nacionais consecutivos na Europa: três na França, com o Lyon, e dois com o Barcelona.

JOSÉ EDMÍLSON GOMES MORAIS 10/7/1976 Clube: Barcelona (ESP) Copas: 2002 Eliminatórias: 3J / 0G Temporada 2005/6: 41J / 0G Títulos em 2005/6: Supercopa da Espanha Campeonato Espanhol Liga dos Campeões

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ZÉ ROBERTO JOSÉ ROBERTO DA SILVA JÚNIOR 6/8/1974 Clube: Bayern de Munique (ALE) Copas: 1998 Eliminatórias: 14J / 1G Com Parreira: 32J / 1G Temporada 2005/6: 45J / 1G Títulos em 2005/6: Campeonato Alemão Copa da Alemanha

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Em quatro anos no Bayern de Munique, Zé Roberto realizou temporadas memoráveis. Na melhor delas, a de 2003/4, o Bayern não conquistou o título, mas Zé foi considerado o melhor meio-campista do país. Dizer que 2005/6 foi ruim chega a ser um exagero, já que o meia conquistou os dois títulos nacionais pela segunda vez consecutiva. Individualmente, porém, Zé Roberto não conseguiu marcas como as de outras Bundesligas, quando chegou a fazer a maior quantidade de assistências do time. Não dá nem para dizer que Felix Magath lhe escalou de maneira mais defensiva, como acontece na Seleção de Parreira, pois, na Alemanha, ele atua quase como ponta-esquerda.

JUNINHO PERNAMBUCANO

Juninho Pernambucano encerra a temporada, mais uma vez, como o principal destaque do Lyon. Tanto nas cobranças de falta, como na armação, o meia novamente levou a equipe a ter um bom desempenho. Embora seja o melhor jogador da França há alguns anos, ele teve poucas chances na Seleção. E, quando entrou, jogou de forma diferente da que está acostumado. Como segundo volante, como Parreira o utiliza, Juninho perde muito de sua força ofensiva. O meia chegará à Copa com uma boa forma física, graças ao rodízio de jogadores promovido pelo treinador Gérard Houllier. O pernambucano foi poupado em diversas partidas e, além disso, não sofreu lesões sérias na temporada, o que o ajudou a manter presença regular no time.

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ANTONIO AUGUSTO RIBEIRO REIS JÚNIOR 30/1/1975 Clube: Lyon (FRA) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 11J / 1G Com Parreira: 27J / 4G Temporada 2005/6: 51J / 17G Títulos em 2005/6: Campeonato Francês Supercopa da França

Juninho: “Sou segundo volante” por Ubiratan Leal

No ano passado, depois da Copa das Confederações, só se falava em quarteto e até na possibilidade de quinteto. Hoje, já se discute usar apenas três jogadores ofensivos, e seu nome aparece como opção. Há espaço para você entre os titulares? Não estou com essa preocupação, por enquanto. Só de estar ali, jogar uma Copa, já é muito gratificante. Seria muito ruim para a minha carreira se eu não disputasse nenhuma. O importante é o técnico ter opções e saber que pode mudar o esquema durante uma partida, e saber se você está entre os que podem jogar, que o treinador confia em você. Você diz que considera importante estar como opção, mas para que posição? Posso jogar em qualquer posição do meio-campo. Pela direita, pela esquerda, mais atrás ou mais à frente, mas eu gosto mesmo de jogar onde eu jogo no Lyon, que é como segundo volante, num esquema com dois em linha à frente da zaga. Mas esse segundo volante é um jogador com muito mais liberdade que os volantes no Brasil, não? Exatamente. O Lyon joga no 4-33, com um volante fixo na frente da zaga e dois volantes-meias de lado, que somos eu e o Tiago. Uma hora vai um, outra hora vai outro e, às vezes, vão os dois. Tem de ter equilíbrio.

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RONALDINHO

Uma temporada espetacular. Ronaldinho foi o motor técnico que levou o Barcelona a ser considerado o melhor time da Europa, em 2006. Conseguiu encontrar o balanço ideal entre fantasia, objetividade e poder de liderança e decisão. E ele pareceu fazer questão de mostrar isso a cada fim de semana. Foram raras as atuações apagadas do jogador. Ao contrário: sobraram grandes momentos. O principal ocorreu em novembro de 2005, quando fez dois gols e comandou a vitória do Barça sobre o Real Madrid (3 a 0), desempenho que lhe valeu uma ovação da torcida madridista em pleno Santiago Bernabéu. Graças a atuações como essa, ganhou a Bola de Ouro da France Football e foi eleito, pela segunda vez seguida, o melhor do mundo pela Fifa. Um dos poucos motivos para alguma preocupação é que, no Barça, o meia-atacante tem uma função bastante diferente da que cumpre na Seleção, com liberdade para cair pela ponta esquerda e se tornar um atacante, e não como armador típico. Outro problema é que o jogador pode estar desgastado, já que disputou a Copa das Confederações, em 2005, e tem se mantido em altíssimo nível durante toda a temporada 2005/6.

RONALDO DE ASSIS MOREIRA 21/3/1980 Clube: Barcelona (ESP) Copas: 2002 Eliminatórias: 11J / 4G Temporada 2005/6: 46J / 24G Títulos em 2005/6: Campeonato Espanhol Supercopa da Espanha Liga dos Campeões

Fotos CBFNEWS

RICARDINHO

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RICARDO LUÍS POZZI RODRIGUES 23/5/1976 Clube: Corinthians Copas: 2002 Com Parreira: 8J / 1G Eliminatórias: 3J / 0G Temporada 2006: 20J / 3G (até 14/5/2006)

Títulos em 2005/6: Nenhum

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A crise corintiana atingiu em cheio o futebol de Ricardinho. Certamente, o nome menos festejado entre os meio-campistas da Seleção Brasileira, o jogador há muito não exibe o bom futebol que o levou à Seleção em 2002. Embora não esteja jogando tão mal, o meia claramente vem pagando por ter se transferido do Corinthians para o rival São Paulo naquele ano. Ricardinho nunca foi um craque e sempre se destacou por fazer mais ou menos o que continua fazendo: passa bem, arrisca alguns bons chutes de fora da área e raramente perde a bola. É, tradicionalmente, um jogador que se abala muito com críticas da torcida, o que contribui para sua recente queda de produção. Na Alemanha, estará longe da torcida e perto de Parreira, que confia muito nele, ou seja, as condições para que não decepcione são favoráveis.

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26 PERFIL

ARTILHARIA PESADA Mesmo em má fase, o ataque do Brasil é o mais temido da Copa pela capacidade técnica e potência física de seus jogadores

H

por Ubiratan Leal

á um recado embutido no discurso dos partidários do decantado “quadrado mágico”, com Ronaldinho, Kaká, Ronaldo e Adriano ou Robinho: o Brasil tem condições de acuar qualquer adversário e, mesmo que tome alguns gols, pode fazer mais. Além de sobrecarregar os jogadores de defesa, isso cria certa responsabilidade sobre o ataque, que se vê obrigado a ter alta produtividade em jogos decisivos. Por isso, para Carlos Alberto Parreira, não basta ter dois bons nomes na frente, e sim um sistema que aproveite o máximo possível do potencial. Num primeiro momento, a idéia de manter ou não o quarteto ofensivo tem mais relação com o meio-campo, que poderia ter apenas um armador para que o time ganhasse em poder de marcação. Porém, Kaká e Ronaldinho são intocáveis no time de Parreira, o que mostra que, se fosse acontecer algum sacrifício, ele deveria recair sobre a dupla de ataque. Parreira já deixou claro que sua preferência é por um duo com Ronaldo e Adriano. Apesar de não estarem em grande fase, ambos são fortes, técnicos e oportunistas e podem furar qualquer defesa em um dia inspirado. O problema é que os dois têm características parecidas: aproveitam a potência física para promover arrancadas que levam de roldão qualquer marcador que se arrisque na tentativa de pará-los. Ronaldo é mais veloz e se posiciona melhor

A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que...

O ataque do Brasil se parece com... Bill Gates Invejado e temido, acha que domina o mundo e pode fazer com os rivais o que quiser, quando bem entender

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...o ataque do Brasil é poderoso, mas só tem jogadores em má fase ...ninguém tem um ataque com Ronaldo, Adriano e Robinho ...a defesa pode tomar três gols, que o ataque faz quatro ...o Ronaldo vai querer calar os críticos mais uma vez ...o Robinho aprendeu a ser habilidoso com objetividade

na área, enquanto Adriano tem como vantagem a capacidade de finalizar de longa distância com precisão. Nas partidas em que jogaram juntos, durante as eliminatórias, houve vários momentos em que ficou evidente uma redundância tática, com os dois jogadores tentando ocupar o mesmo espaço e se anulando. Entretanto, em uma das melhores atuações do “quadrado”, a vitória por 5 a 0 sobre o Chile, em Brasília, o Brasil teve Ronaldo e Adriano como dupla de ataque. O encaixe é possível com Ronaldo deslocado levemente para a esquerda e Adriano caindo na direita. “Temos de nos movimentar muito e estar sempre de olho no companheiro para que não fiquemos do mesmo lado”, comenta Ronaldo, em entrevista exclusiva à Trivela. É verdade que o ataque fica relativamente previsível pelo fato de ter a mesma linha de atuação nos dois lados do campo, mas qualquer defesa teria dificuldade em parar essa dupla, ainda mais com ambos tendo mais liberdade de movimentação. É a opinião de Ronaldo. “Com o Adriano, os zagueiros ficam enrolados, porque, caso se descuidem de um, o outro entra livre na área. Com o Robinho, que joga mais pelas laterais, a marcação se concentra mais no centroavante, que fica pelo meio”, diz. O fato de cair pelas pontas é a principal vantagem de Robinho na briga por um espaço no time. Caso o adversário congestione o miolo da área e marque muito forte os atacantes brasileiros, o ex-santista pode entrar e, com dribles, velocidade e movimentação constante pelos dois lados do campo, pode abrir espaço para que algum meiocampista apareça como elemento-surpresa. Assim, sua entrada não é apenas uma troca de nomes, e sim uma opção tática. O quarto atacante chamado por Parreira é Fred, jogador com menos capacidade técnica e física que a dupla titular e menos movimentação que Robinho. Porém, ele é forte, extremamente oportunista e trabalha bem como homem fixo na área como referência. O centroavante do Lyon torna-se uma possibilidade interessante caso o Brasil precise de um gol no desespero ou de jogadas pelo alto, uma deficiência comum à dupla titular. Como um todo, o Brasil tem um poderio ofensivo incomparável, com atacantes que já se mostraram capazes de calar os incrédulos e decidir torneios importantes quando tudo parece perdido. Além disso, é possível construir o setor de várias formas, de acordo com a necessidade que as partidas apresentarem. Em teoria, há motivos para acreditar que a produção de gols será a desejada. Mesmo com alguma desconfiança.

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Sergio Moraes/Reuters

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ADRIANO ADRIANO LEITE RIBEIRO 17/2/1982 Clube: Internazionale (ITA) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 9J / 6G Com Parreira: 32J / 22G Temporada 2005/6: 45J / 19G Títulos em 2005/6: Supercopa Italiana Copa da Itália Alexander Ruesche/EFE

Era para ser a temporada de consagração definitiva do “Imperador”. Só que uma série de problemas pessoais, que não têm nada a ver com futebol, fez o centroavante passar semanas sem marcar um mísero golzinho. Em vez de malhar seu técnico, Roberto Mancini, Adriano deveria agradecê-lo, uma vez que, mesmo com o atacante jogando mal, o treinador não o sacou do time. Só que, mesmo assim, o clima azedou na Inter, e a imprensa local dá sua saída como certa. Adriano também está cansado fisicamente, mas em poucos momentos da temporada jogou seu melhor futebol. Quem sabe ele não guardou seu repertório de gols para a Alemanha?

Fotos CBFNEWS

ROBINHO RÓBSON DE SOUZA 25/1/1984 Clube: Real Madrid (ESP) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 8J / 2G Com Parreira: 17J / 5G Temporada 2005/6: 55J / 12G

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O balanço final foi positivo. Mesmo emendando o primeiro semestre de 2005 no futebol brasileiro com a temporada européia, Robinho teve constância rara em uma equipe tão instável quanto o Real Madrid. Assim, poucas vezes foi a estrela do time em uma partida, mas também não caiu na melancolia do grupo nas fases ruins. Em relação a seu desempenho, não desequilibrou, como fazia no Santos, mas foi uma peça importante para acelerar e tornar mais incisivo o jogo do Real Madrid. No geral, foi mais econômico nos dribles mirabolantes, mas ficou evidente que seu sentido coletivo melhorou bastante no Santiago Bernabéu.

(desde a estréia no Real Madrid, em agosto)

Títulos em 2005/6: Nenhum

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RONALDO

Como em 2002, Ronaldo chega à Copa do Mundo após uma temporada pouco feliz. O atacante sofreu com as especulações a respeito de sua vida amorosa, a dificuldade em manter o peso, as várias contusões (foram sete na temporada) e a contestação a sua condição de ídolo no Real Madrid. O oportunismo continua apurado, tanto que foi o artilheiro dos merengues na temporada. Porém, as arrancadas – sua principal característica – foram raras nos últimos 12 meses. Por isso, a expectativa é grande para o que pode fazer no Mundial, já que sua fase não é boa física e tecnicamente.

RONALDO LUIS NAZÁRIO DE LIMA 22/9/1976 Clube: Real Madrid (ESP) Copas: 1994, 1998 e 2002 Eliminatórias: 15J / 10G Com Parreira: 26J / 13G Temporada 2005/6: 32J / 17G Títulos em 2005/6: Nenhum

Ronaldo quer bater recordes por Carlos Eduardo Freitas

Iván Franco/EFE

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FRED

FREDERICO CHAVES GUEDES 3/10/1983 Clube: Lyon (FRA) Copas: Nenhuma Eliminatórias: 0J / 0G Com Parreira: 3J / 2G Temporada 2005/6: 44J / 14G Títulos em 2005/6: Campeonato Francês Supercopa da França

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Fred deixou o Cruzeiro na condição de principal artilheiro do Brasil, no primeiro semestre de 2005. Ao se transferir para o Lyon, o atacante passou algum tempo como reserva, mas não perdeu a vocação para marcar. Mesmo sem ter presença regular na equipe principal, Fred é o maior artilheiro na temporada: balançou as redes 14 vezes em 44 partidas. Apesar de não ter disputado as eliminatórias, Fred ganhou espaço com a contusão de Ricardo Oliveira. E ele não perdeu a oportunidade de agarrar a vaga: no amistoso contra os Emirados Árabes, em 2005, saiu do banco para marcar dois gols na goleada por 8 a 0. A concorrência com Robinho é forte, mas Fred possui a vantagem de ter características semelhantes às da dupla titular.

Em 2002, sua grande motivação para a Copa do Mundo era mostrar que você estava recuperado das contusões. Além do título, claro, qual a sua principal motivação, desta vez? Quero ganhar a Copa, bater o recorde de gols em Mundiais e ser o artilheiro, nessa ordem. Você se sente sob pressão para se provar mais uma vez, na Copa, depois de uma temporada como a atual, em que você foi bastante criticado? Não tive, de fato, uma seqüência de jogos. Tive diversas contusões e, por isso, joguei menos e fiz menos gols. Mesmo assim, fui o artilheiro do Real Madrid na temporada. Pressão não é novidade na minha vida, nem na dos meus companheiros. Não tive uma temporada das melhores por causa das lesões que sofri, mas tenho de olhar para a frente. Só não levo em consideração as críticas à minha vida pessoal. Se o Brasil for campeão neste ano, sua passagem pela Seleção Brasileira terá sido mais vitoriosa que a de qualquer outro jogador. Você acha que isso seria o suficiente para você ser colocado de vez no mesmo nível de jogadores como Pelé e Garrincha? Pelé é inigualável, Garrincha, um gênio sem igual. Eu e outros jogadores da minha geração já temos nosso espaço na história do futebol brasileiro, no carinho da torcida. Ninguém ocupa e nem ocupará o lugar de ninguém. Acho que já tenho um lugar de destaque e fico muito feliz com isso.

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QUATRO ANOS

EM UM MÊS CBFNEWS

Retrospecto da Era Parreira mostra uma equipe em formação gradual, mas longe de ser infalível

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TODOS OS JOGOS DA ERA PARREIRA (2003 A 2006)

C

por Ubiratan Leal

arlos Alberto Parreira usa como atestado da correção de seu trabalho na Seleção o fato de o Brasil ter vencido todos os torneios que disputou nos últimos dois anos. Realmente, a equipe conquistou a Copa das Confederações de 2005 e a Copa América de 2004, além de levar o “título” das eliminatórias. Porém, essa estatística pode passar a falsa sensação de que tudo foi tranqüilo no comando da Seleção. Mesmo depois da consolidação do “quadrado mágico” – dois meias de armação e dois atacantes típicos –, o Brasil demonstrou bastante inconstância. Desde que assumiu o comando da Seleção, Parreira só obteve duas séries de três vitórias consecutivas, em 2003 (contra Colômbia, Equador e Jamaica) e em 2005/6 (Venezuela, Emirados Árabes e Rússia). É um número nada impressionante, pois só existe se forem contados amistosos contra equipes fracas. Isso mostra como o Brasil atingiu seus objetivos com uma dose de sofrimento. Na Copa das Confederações de 2005, a Seleção esteve com sua equipe principal, mas perdeu do México e empatou com o Japão. Só passou da primeira fase no saldo de gols. Nas eliminatórias, o grande número de empates deixou o time de Parreira em segundo lugar durante boa parte da campanha, e a liderança chegou apenas como conseqüência das experiências da Argentina nas últimas rodadas, quando já estava classificada. Ou seja: o Brasil tem uma geração cheia de talentos e tem a melhor seleção do mundo, mas é evidente que não é um time infalível, que pode ser visto como aposta 100% certa para a Copa. Até porque o futebol não é um esporte que permite um favoritismo nesse nível. Os argentinos e Riquelme que o digam, depois do contundente 3 a 1 de Buenos Aires, nas eliminatórias. Na verdade, essa idéia de estabilidade e solidez do Brasil é resultado do comedimento adotado pela comissão técnica em todas suas atitudes. Parreira foi eficiente em realizar mudanças graduais, ao alterar a Seleção campeã mundial em 2002 para a atual, testando alguns jogadores no caminho, sem que muita gente se desse conta. Foi uma situação muito diferente da verificada entre as Copas de 1998 e 2002, em que houve falta de padrão nas convocações. Um momento-chave para a adoção dessa política foi a Copa das Confederações de 2003. Parreira teve de poupar os principais jogadores da Seleção e convocou muitas promessas, ou algo perto disso. Foram chamados, por exemplo, Gil, Maurinho, Fábio Luciano, Eduardo Costa, Adriano Gabiru e Ilan. Alguns desses, claramente – salvo alguma enorme surpresa –, não seguiriam nos planos do técnico. O fato foi lembrado por torcedores e imprensa depois de o Brasil cair na primeira fase, em um grupo com Camarões, Estados Unidos e Turquia. A partir daí, Parreira tornou-se muito mais contido no momento de testar novos valores. Assim, Renato, Diego, Bordon, Edu,

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12/02/03 – CHN 29/03/03 – POR 30/04/03 – MEX 11/06/03 – NIG 19/06/03 – BRA 21/06/03 – BRA 23/06/03 – BRA 07/09/03 – COL 10/09/03 – BRA 12/10/03 – BRA 16/11/03 – PER 19/11/03 – BRA 18/02/04 – IRL 31/03/04 – PAR 28/04/04 – HUN 20/05/04 – FRA 25/05/04 – CAT* 02/06/04 – BRA 06/06/04 – CHI 08/07/04 – BRA 11/07/04 – BRA 14/07/04 – BRA 18/07/04 – MEX 21/07/04 – BRA

0x0 2x1 0x0 0x3 0x1 1x0 2x2 1x2 1x0 1x0 1x1 3x3 0x0 0x0 1x4 0x0 2x5 3x1 1x1 1x0 4x1 1x2 0x4 1x1

BRA BRA BRA BRA CAM EUA TUR BRA EQU JAM BRA URU BRA BRA BRA BRA BRA ARG BRA CHI CRC** PAR BRA URU

18/08/04 – HAI 0x6 05/09/04 – BRA 3x1 08/09/04 – ALE 1x1 09/10/04 – VEN 2x5 13/10/04 – BRA 0x0 17/11/04 – EQU 1x0 09/02/05 – HKO***1x7 27/03/05 – BRA 1x0 30/03/05 – URU 1x1 27/04/05 – BRA 3x0 05/06/05 – BRA 4x1 08/06/05 – ARG 3x1 16/06/05 – BRA 3x0 19/06/05 – BRA 0x1 22/06/05 – BRA 2x2 25/06/05 – ALE 2x3 29/06/05 – BRA 4x1 17/08/05 – CRO 1x1 04/09/05 – BRA 5x0 06/09/05 – SEV****1x1 09/10/05 – BOL 1x1 12/10/05 – BRA 3x0 12/11/05 – EAU 0x8 01/03/06 – RUS 0x1

BRA BOL BRA BRA COL BRA BRA PER BRA GUA PAR BRA GRE MEX JAP BRA ARG BRA CHI BRA BRA VEN BRA BRA

(BRA 5x3 nos pênaltis)

25/07/04 – BRA 2x2 ARG (BRA 4x2 nos pênaltis)

* Catalunha ** Costa Rica

*** Hong Kong **** Sevilla

Dudu Cearense e Luís Fabiano, entre outros, tiveram oportunidades (alguns mais, outros menos) e foram descartados de forma sutil, sem grandes abalos. O único momento de experiências em massa foi na Copa América de 2004, em que o técnico decidiu poupar os principais jogadores. A mesma filosofia de trabalho foi empregada na definição do esquema tático. Parreira nunca escondeu que é adepto fervoroso do 4-4-2, sistema que o técnico considera o mais adequado para as exigências do futebol moderno. O que realmente mudou foi a forma geométrica do quarteto de meio-campo. Num primeiro momento, Parreira adotou o losango, com um volante fixo, um meia-esquerda, um meia-direita e um único responsável pela criação. Os meias abertos tinham características defensivas, o que daria mais liberdade para Roberto Carlos e Cafu avançarem. Essa formação predominou até março de 2005, no Brasil 1x0 Peru, quando o “quadrado mágico” foi utilizado pela primeira vez. O sistema teve grandes êxitos, como as vitórias por 4 a 1 sobre Paraguai e Argentina, e, por isso, é visto hoje como o que melhor atende aos talentos que a Seleção possui e como o que levará o Brasil ao sexto título com um futebol bonito e ousado. Porém, estabilidade não é sinônimo de perfeição. E o Brasil, apesar de ser favorito e ter um trabalho bem cuidadoso e planejado por Parreira, não está livre de surpresas negativas. Ainda mais em um torneio curto e em mata-mata, como a Copa do Mundo.

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PERFIL

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Sandro Pereyra/EFE

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NÃO VAI SER FÁCIL Brasil é favorito e tem alguns dos melhores jogadores do mundo, mas enfrentará adversários de qualidade, que podem, em um dia bom, mandar a Seleção mais cedo para casa

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por Caio Maia

ão dá pra jogar com o quadrado”, dizem agora muitos que, há alguns meses, pediam o “quinteto”. É verdade que o esquema de jogo escolhido por Parreira para começar o Mundial deixa a equipe exposta. Por outro lado, contra a maioria esmagadora das seleções, sobraria um volante, se o Brasil jogasse com dois. Isso porque os adversários temem nos atacar e tendem a deixar só um jogador no ataque. O risco que corremos é contra as seleções que não temem nos atacar – Argentina, Itália e Holanda –, e contra as que têm contra-ataque rápido, como o Japão. A solução para não deixar a equipe exposta, nesses casos, mais do que colocar mais um volante na equipe, passa por segurar os laterais. Roberto Carlos foi, em sua época áurea, um dos melhores defensores do mundo, e ainda tem o talento para “grudar” no adversário. O que não tem mais é velocidade para voltar de suas investidas ao ataque. Cafu, por sua vez, embora tenha jogado até de volante no São Paulo, é muito mais ala do que lateral, mas tem experiência suficiente para compensar sua falta de característica defensiva. Mais de uma vez, durante o processo de formação da equipe, a torcida irritou-se com a falta de mobilidade dos laterais. Ambos jogam há mais de dez anos na Europa e, se Parreira mandar eles ficarem, os dois ficam. O que pode ser enervante quando jogamos contra o Equador, em casa, pode ser fundamental contra uma Itália ou Holanda, na Copa do Mundo.

Melhor do mundo Nossos principais destaques, ao contrário do que diz o senso comum, são os meias ofensivos, e não o ataque. Kaká é um jogador tão fantástico que só não é o destaque da Seleção porque esta tem o melhor do mundo. O milanista conduz a bola como poucos, tem uma visão de jogo excepcional e um tiro de longe mortal. Além disso, joga de maneira solidária. Ronaldinho não é só o melhor do mundo: é um dos melhores de todos os tempos. Pode decidir sozinho uma partida, como fez em 2002, contra a Inglaterra. Habilidoso e inteligente, chuta de bico quando é necessário, tem força física e sabe usar o corpo como poucos para abrir espaço entre os marcadores. Na frente, a Seleção Brasileira é ótima, mas não é inigualável. Adriano é um bom atacante, tanto quanto são os italianos contra os quais joga: bate forte de fora da área, finaliza bem, mas não tem

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muita velocidade e é pouco habilidoso. Sua “má fase”, embora real, está muito ligada ao ambiente da Inter e não deve atrapalhar. Já Ronaldo é um grande mistério. Dizer que o atacante revelado pelo Cruzeiro vai arrebentar em 2006 só porque arrebentou em 2002 é de um simplismo quase infantil. Naquele ano, o jogador vinha de uma frustração gigantesca na Copa de 1998 e buscava mostrar ao mundo que ainda podia jogar futebol no melhor nível. Quatro anos e dois casamentos depois, com muito mais dinheiro no banco e muito menos a provar, o negócio é torcer para que as críticas que vem recebendo o motivem mais uma vez. Quando quer jogar, Ronaldo é melhor que Adriano, Robinho e a maioria dos jogadores do planeta – mas tem que querer. Outra diferença entre o Ronaldo de 2002 e o de 2006 é que, agora, ele não é mais o melhor jogador do time. Foi substituído por seu xará mais novo, mais talentoso, mais efetivo e muitíssimo mais simpático. Não se pode descartar a possibilidade de uma crise de ciúmes entre o ex-“Fenômeno” e o atual melhor do mundo.

Cansaço Por último, vale falar de um assunto que a Trivela vem abordando há meses, que só às vésperas do Mundial foi “descoberto” pela mídia: em que condição física chegam à Copa nosso melhores jogadores? Emerson está em fase de recuperação de uma contusão, assim como Cafu. Kaká, outro que não teve descanso na temporada, chega à Copa com mais de 50 jogos nas costas, enquanto Cicinho está jogando sem parar desde fevereiro de 2005. Seria assustador, se não tivéssemos no banco de reservas jogadores da qualidade de um Juninho, de um Gilberto Silva ou de um Robinho. Podemos temer a perda de um titular, mas é reconfortante saber que os substitutos são muito bons e já estão acostumados com a equipe – outro mérito da preparação de Parreira. Você sabe: se esta revista não fosse editada pela Trivela, o texto terminaria com “vamos lá, Brasil”, “ninguém segura a amarelinha” ou algo do gênero. A conclusão da análise, no entanto, é sua, leitor. O Brasil é favorito, mas nem sempre o favorito ganha. Vamos enfrentar adversários de muita qualidade que, em um dia bom, podem perfeitamente mandar nossa equipe mais cedo para casa. O outro lado: temos muitos dos melhores jogadores do mundo e um treinador que não hesitará em mudar o time para fechar o meio-campo, se for necessário. O que mais se pode querer?

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DPA/Picture Alliance

RAIO X

MUDANÇAS PONTUAIS PARA

SEGUIR VENCENDO Mais que repetir o planejamento de 1958, para o Brasil conquistar o bicampeonato, em 1962, foi fundamental identificar os problemas e resolvê-los durante a competição

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O

por Ubiratan Leal

Brasil chega à Alemanha como favorito destacado, e uma eventual conquista será vista como algo natural. Porém, se isso acontecer, será um caso raro de campeão mundial que repetiu o título na edição seguinte da Copa. Por isso, a Seleção de 1962 – talvez a menos lembrada entre as que foram campeãs mundiais pelo Brasil – pode trazer grandes lições para o time de Parreira. Até porque o sucesso em gramados chilenos não veio de maneira tão simples como muita gente crê. O mito é que, em 1962, o Brasil simplesmente repetiu o planejamento meticuloso da Copa da Suécia e, com praticamente os mesmos jogadores (14 dos 22 convocados foram campeões quatro anos antes), confirmou sua superioridade técnica e conquistou o Mundial. Há um fundo de verdade nessa crença, pois valoriza corretamente o cuidado da dupla Paulo Machado de Carvalho e Carlos Nascimento, na ordem, chefe de delegação e supervisor. No entanto, limitar a campanha brasileira em 1962 a esse único argumento esconde a importância das adaptações pontuais feitas para manter a competitividade do time. A capacidade de identificar problemas e de corrigir a rota esteve entre os principais motivos para a conquista no Chile. É uma lição que pode ser aproveitada em 2006, quando o Brasil também é favorito e atual campeão. Em princípio, o planejamento era o mesmo de 1958 e repetia medidas bem-sucedidas, como realizar treinos adequados para entrosar o time, levantar detalhadamente as condições físicas e psicológicas de cada atleta e empregar estratégias para a motivação dos jogadores – bases do que se considera até hoje, no futebol brasileiro, uma boa preparação. No entanto, algumas diferenças são inegáveis, nesse período de quatro anos. Para começar, o time era mais velho e tinha em Pelé um dos maiores jogadores do mundo, e não mais um garoto promissor. Além disso, na Copa anterior, a Seleção ainda carregava resquícios das derrotas em 1950 e 1954, e sua autoconfiança nos momentos decisivos era colocada em dúvida – o que não ocorria

em 1962, quando o Brasil era considerado favorito. A primeira mudança significativa aconteceu na organização tática do time. O técnico Aymoré Moreira – substituto de Vicente Feola, que estava com nefrite aguda e já sofria com problemas cardíacos – decidiu melhorar a ocupação de espaços para reduzir o gasto de energia dos jogadores. Assim, o ponta-esquerda Zagallo recuou mais do que em 1958, e Pelé caiu levemente para a esquerda, transformando o 42-4 em um 4-3-3, na prática. Com isso, o time estava mais distribuído em campo, e os jogadores podiam fazer um jogo mais cadenciado, com muitas trocas de passes e poucos lançamentos. Na estréia, a tática deu certo, e o Brasil venceu o México por 2 a 0, gols de Zagallo e Pelé. O placar só não foi maior porque o goleiro mexicano Carbajal teve grande atuação. Porém, a segunda partida, empate por 0 a 0 com a Tchecoslováquia, forçou grandes mudanças porque Pelé se contundiu. E aí a capacidade de a equipe se adaptar às circunstâncias ficou ainda mais evidente.

A perda do principal craque “A perda do Pelé teve impacto muito negativo. A confiança da equipe ficou abalada, porque, afinal, tínhamos perdido o maior jogador do mundo”, conta o volante Zito, em entrevista exclusiva à Trivela. Assim, não bastava colocar o reserva imediato Amarildo. Era necessário também realizar um trabalho psicológico com toda equipe. O principal problema é que o primeiro adversário da Seleção sem Pelé era a Espanha, que tinha Puskas e era considerada uma das forças do Mundial. Uma derrota seria suficiente para desclassificar o Brasil prematuramente. Os espanhóis sabiam das limitações físicas dos brasileiros e, com muita correria, abriram o marcador e dominavam a partida. O jogo só continuava em aberto porque o árbitro marcara fora da área um pênalti de Nilton Santos sobre Collar e anulara um gol legítimo de Puskas. Amarildo estava sumido, e a ausência de Pelé se fazia sentir com bastante força. “Ele estava muito mal. Nervoso, não fazia suas jogadas e se livrava da bola rapidamente. Até que, de

OS 22 CONVOCADOS DE AYMORÉ MOREIRA 1 – Gilmar (Santos) 2 – Djalma Santos (Palmeiras) 3 – Mauro (Santos) 4 – Zito (Santos) 5 – Zózimo (Bangu) 6 – Nilton Santos (Botafogo) 7 – Garrincha (Botafogo) 8 – Didi (Botafogo)

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9 – Coutinho (Santos) 10 – Pelé (Santos) 11 – Pepe (Santos) 12 – Jair Marinho (Fluminense) 13 – Belllini (Vasco) 14 – Jurandir (São Paulo) 15 – Altair (Fluminense) 16 – Zequinha (Palmeiras)

17 – Mengálvio (Santos) 18 – Jair da Costa (Portuguesa) 19 – Vavá (Palmeiras) 20 – Amarildo (Botafogo) 21 – Zagallo (Botafogo) 22 – Castilho (Fluminense)

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TRAJETÓRIA DO BRASIL ENTRE 1959 E 1962* 10/março/1959 15/março/1959 21/março/1959 26/março/1959 29/março/1959 4/abril/1959 13/maio/1959 17/setembro/1959 20/setembro/1959 29/abril/1960 1/maio/1960 6/maio/1960 8/maio/1960 10/maio/1960 12/maio/1960 16/maio/1960 26/maio/1960

– Brasil 2x2 Peru (Buenos Aires) – Brasil 3x0 Chile (Buenos Aires) – Brasil 4x2 Bolívia (Buenos Aires) – Brasil 3x1 Uruguai (Buenos Aires) – Brasil 4x1 Paraguai (Buenos Aires) – Argentina 1x1 Brasil (Buenos Aires) – Brasil 2x0 Inglaterra (Rio de Janeiro) – Brasil 7x0 Chile (Rio de Janeiro) – Brasil 1x0 Chile (São Paulo) – Egito 0x5 Brasil (Cairo) Egito 1x3 Brasil (Alexandria) – Egito 0x3 Brasil (Cairo) – Malmö-SUE 1x7 Brasil – Dinamarca 3x4 Brasil (Copenhague) – Internazionale-ITA 2x2 Brasil (Milão) – Sporting-POR 0x4 Brasil (Lisboa) – Argentina 4x2 Brasil (Buenos Aires)

29/maio/1960 29/junho/1960 3/julho/1960 9/julho/1960 12/julho/1960 30/abril/1961 3/maio/1961 7/maio/1961 11/maio/1961 29/junho/1961 21/abril/1962 24/abril/1962 6/maio/1962 9/maio/1962 12/maio/1962 16/maio/1962

– Argentina 1x4 Brasil (Buenos Aires) – Brasil 4x0 Chile (Rio de Janeiro) – Paraguai 1x2 Brasil (Assunção) – Uruguai 1x0 Brasil (Montevidéu) – Brasil 5x1 Argentina (Rio de Janeiro) – Paraguai 0x2 Brasil (Assunção) – Paraguai 2x3 Brasil (Assunção) – Chile 1x2 Brasil (Santiago) – Chile 0x1 Brasil (Santiago) – Brasil 3x2 Paraguai (Rio de Janeiro) – Brasil 6x0 Paraguai (Rio de Janeiro) – Brasil 4x0 Paraguai (São Paulo) – Brasil 2x1 Portugal (São Paulo) – Brasil 1x0 Portugal (Rio de Janeiro) – Brasil 3x1 País de Gales (Rio de Janeiro) – Brasil 3x1 País de Gales (São Paulo)

* Não contam os jogos do Sul-Americano Extra de 1959 e do Pan-Americano de 1960, pois o Brasil foi representado, na ordem, pela seleção pernambucana e gaúcha de novos

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Fotos DPA/Picture Alliance

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repente, fez dois gols em jogadas de Zagallo e Garrincha”, comenta o ponta-esquerda Pepe, reserva da equipe. A partir daí, o Brasil ganhou uma nova cara. Amarildo recuperou sua confiança e, mesmo sem ser um novo Pelé, mostrou-se um grande substituto. Com futebol ousado e muita garra, ganhou o apelido de “Possesso”. Porém, mais importante que a evolução de Amarildo foi a mudança tática de Garrincha. Sem Pelé para se transformar em referência ofensiva e atrair a responsabilidade de decidir as partidas, o ponta-direita assumiu esse papel. Com mais liberdade para fechar pelo meio ou buscar o jogo no meio-campo (algo raro em uma época em que pontas eram atacantes que só buscavam a linha de fundo adversária), o botafoguense tornou-se o termômetro do time, centralizando as ações e resolvendo as partidas nos momentos mais complicados. Depois de vencer a Inglaterra, nas quartas-de-final, a Seleção enfrentou o Chile. E, aí, teve de passar por um obstáculo que pode ser importante em 2006: a torcida adversária. Até porque, em campo, o adversário não era dos mais temíveis (os chilenos chegaram às semifinais graças a vitórias polêmicas sobre Itália e União Soviética). No duelo sul-americano, o Brasil tirou vantagem do fato de, mesmo com hostilidade das arquibancadas, ter o respeito do adversário. Assim, não foi tão difícil manter a concentração e impor seu jogo, mesmo diante da determinação dos chilenos. “O Chile fez o máximo que podia, chegando a investir de forma maldosa contra

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nós”, afirma Zito. “Porém, estávamos preparados para aquele tipo de jogo e não nos sentimos intimidados”. O fato de suportar as provocações dos chilenos e, ainda assim, fazer seu jogo não impediu que os brasileiros perdessem a cabeça. No último minuto, Garrincha agrediu Rojas e foi expulso. A direção da CBD conseguiu evitar a presença do árbitro Arturo Yamasaki e do bandeirinha Esteban Marino no julgamento do ponta. Por “falta de provas”, o botafoguense foi absolvido e pôde atuar na final. Na decisão contra a Tchecoslováquia, Garrincha pouco pôde fazer devido a uma febre de 40ºC que o acometeu no dia anterior à partida. Ainda assim, sua presença era simbólica, pois atraía a marcação dos eslavos e poderia dar mais espaço aos demais brasileiros. O primeiro tempo foi equilibrado e terminou 1 a 1. O Brasil melhorou depois do intervalo e virou com um gol de Zito, em jogada de Amarildo pela esquerda. Antes do final, a Seleção ampliou após uma incrível falha do goleiro Schroiff, que soltou a bola nos pés de Vavá. Assim, o Brasil repetiu a Itália de 1938 e conquistou o bicampeonato mundial – feito que nenhuma seleção conseguiu depois. Não era um time fantástico, ainda mais se comparado com a equipe de 1958. Porém, teve um bom planejamento como base para realizar adaptações técnicas, táticas e psicológicas durante a competição. Isso não é tão simples quanto parece. Se quiser voltar da Alemanha com a taça, a seleção de Carlos Alberto Parreira precisará ter sempre em mente esse ensinamento.

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38 SEDES

A HISTÓRIA FALOU

MAIS ALTO

Escolha de Leipzig, Kaiserslautern e Colônia como sedes se justifica pelo passado do futebol alemão

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A

por Carlos Eduardo Freitas

primeira vista, as pessoas podem estranhar a escolha de cidades como Leipzig e Kaiserslautern como sedes para uma Copa do Mundo. Colônia, vá lá, mas Leipzig e Kaiserslautern? Por que não Leverkusen, cidade que tem um clube mais “tradicional”? Ou então Bremen, que a toda hora recebe jogos do Werder pela Liga dos Campeões? Embora os motivos não tenham sido divulgados explicitamente, o critério da escolha dessas três cidades baseia-se na história do futebol alemão. Nesse aspecto, levam vantagem sobre qualquer outra. Única cidade-sede que fazia parte da extinta Alemanha Oriental, Leipzig é o berço do futebol no país. Foi lá, em 1900, que foi fundada a Federação Alemã de Futebol, a DFB. A cidade universitária, tradicional centro cultural – Goethe e Johan Sebastian Bach viveram e estudaram lá –, é também a casa do primeiro time a levantar o troféu de campeão alemão. Trata-se do VfB Leipzig, que conquistou o título em 1903 – feito repetido mais duas vezes, em 1906 e 1913. Enquanto a Alemanha esteve dividida, o clube foi rebatizado como 1.FC Lokomotive Leipzig e conquistou cinco vezes a Copa da Alemanha Oriental. Quando caiu o muro de Berlim, o Lokomotive voltou a se chamar VfB e conseguiu, em 1994, chegar à Bundesliga. No entanto, o sonho durou apenas uma temporada, em que o clube foi lanterna, com três vitórias. Nesse período, contava com Olaf Marschall, que disputara quatro partidas pela seleção oriental e defendeu a Alemanha na Copa de 1998. Em 2003, o clube faliu, foi adquirido por seus torcedores e rebatizado com o antigo nome do período comunista. Hoje, disputa o equivalente à sétima divisão. Assim, o clube local que atualmente ocupa a melhor colocação é o Sachsen Leipzig – conhecido como Chemie Leipzig durante o período da separação –, da quarta divisão.

Em memória a Fritz O responsável por levar uma Copa do Mundo a uma cidade do tamanho de Kaiserslautern (de pouco menos de 100 mil habitantes) não sobreviveu para ver tal feito. Fritz Walter, capitão do time que protagonizou o “Milagre de Berna” na conquista da Copa de 1954, faleceu

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durante o Mundial de 2002. O homem que levou os Diabos Vermelhos – como é conhecido o 1.FC Kaiserslautern – aos dois primeiros títulos de sua história, em 1951 e 1953, ainda era vivo quando a diretoria do clube deu seu nome ao estádio de Betzenberg. Não são poucos os que creditam a Fritz Walter os louros de ter colocado a Alemanha no mapa do futebol mundial, sobretudo em 1954, quando o país ainda se recuperava dos traumas da Segunda Guerra. Depois de sua passagem pelo clube, o Kaiserslautern só voltou a conquistar títulos na década de 90 – em 1991 e 1998, ano em que conseguiu o raro feito de vencer o campeonato no mesmo ano em que voltara à primeira divisão. Pouca gente se lembra, mas Michael Ballack começou sua carreira profissional com a camisa do Lautern.

A cidade dos 10 Quarta maior cidade do país, Colônia pode se considerar uma fábrica de camisas 10 alemães. Fundado em 1948, o 1.FC Köln (o Colônia, em português) tornou-se campeão da primeira edição da Bundesliga, em 1964, apenas dois anos depois de levantar o primeiro troféu de sua história. Desde então, o clube iniciou uma tradição de revelar grandes jogadores que atuavam com o número 10 nas costas. O primeiro deles foi Wolfgang Overath, que jogou pelo Colônia entre 1962 e 1977, período em que a equipe foi duas vezes vice-campeã alemã. Overath, que, a exemplo de Franz Beckenbauer, se tornou presidente do clube que defendeu, foi destaque na seleção alemã, nas Copas de 1966, 1970 e 1974. Seu sucessor com a 10 do Colônia foi Bernd Schuster, o “Anjo Loiro”, que levou o time ao segundo título nacional, em 1978, antes de conquistar a Eurocopa com a Alemanha, em 1980, e ajudar seu país a chegar à final da Copa de 1982. Hoje em dia, é verdade, o Colônia não lembra nem um pouco aquele time, já que a equipe oscila no constante sobe e desce entre a segunda e a primeira divisão. Ainda assim, a tradição dos camisa 10 é mantida. Em 2006, quem a veste é Lukas Podolski. Ídolo nacional, ele é tido como a grande esperança de gols do time comandado por Jürgen Klinsmann.

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Divulgação

Zentralstadion Capacidade: 44.193 (38.898 na Copa)

Sachsen Leipzig Principais títulos 2 Campeonatos Alemães Orientais* 1 Copa da Alemanha Oriental* Jogadores na Copa Nenhum *como Chemie Leipzig

1.FC Lokomotive Leipzig Principais títulos 3 Campeonatos Alemães** 1 Copa da Alemanha** Jogadores na Copa Nenhum

Entre 1956 e 2000, o Zentralstadion foi o maior estádio da Alemanha, com capacidade para 100 mil espectadores. Construído durante o período comunista, era a casa da seleção da Alemanha Oriental. Depois que Leipzig foi escolhida como sede da Copa, foi erguido, ao custo de € 100 milhões, um novo estádio dentro do antigo Zentralstadion. Arquibancadas e muros originais foram mantidos, com o novo estádio, de capacidade bem inferior, construído onde ficavam o campo e a pista de atletismo – prova do gigantismo do anterior.

**como VfB Leipzig

Dicas para quem vai... ...para Leipzig Uma plaquinha na Büttnerstrasse 10 (antiga Karlstrasse) marca o local onde foi fundada, em 28 de janeiro de 1900, a Federação Alemã de Futebol. Antes, funcionava lá o restaurante Zum Mariengarten; hoje, há uma editora.

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Jogos na Copa: 11/junho 14/junho 18/junho 21/junho 24/junho

Sérvia e Montenegro x Holanda Espanha x Ucrânia França x Coréia do Sul Irã x Angola oitavas-de-final (1ºC x 2ºD)

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RheinEnergieStadion Capacidade: 50.000 (40.590 na Copa) O estádio Müngersdorf, hoje rebatizado com o nome da fornecedora de energia local, só não recebeu jogos da Copa do Mundo de 1974 porque o Colônia não conseguiu arcar com os custos para reformá-lo a tempo. Quando o fez, porém, entregou à torcida o primeiro estádio do país com todos os 61 mil assentos cobertos. O jogo mais importante que o estádio já recebeu foi a final da Copa Uefa de 1986, quando o Colônia bateu o Real Madrid por 1 a 0, mas ficou sem o título (porque perdera o primeiro jogo por 5 a 1).

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Jogos na Copa: 11/junho 17/junho 20/junho 23/junho 26/junho

Angola x Portugal República Tcheca x Gana Suécia x Inglaterra Togo x França oitavas-de-final (1ºG x 2ºH)

Dicas para quem vai...

1. FC Köln Principais títulos 3 Campeonatos Alemães 4 Copas da Alemanha Jogadores na Copa Lukas Podolski (ALE) Marco Streller (SUI) Ricardo Cabanas (SUI)

...para Colônia A região da Renânia do Norte-Vestfália é uma das maiores conurbações da Europa e concentra a maior quantidade de clubes de futebol da Alemanha. Um tour chamado “Rota do Futebol Alemão” leva os fãs por 15 estádios da região, numa viagem de cerca de 550 km. Informações sobre o passeio podem ser encontradas na estação central de trem de Colônia ou no site www.dfr-nrw.de.

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Fotos Divulgação

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Fritz-Walter-Stadion Capacidade: 48.500 (41.513 na Copa) Jogos na Copa: 12/junho 17/junho 20/junho 23/junho 26/junho 1.FC Kaiserslautern Principais títulos 4 Campeonatos Alemães 2 Copas da Alemanha Jogadores na Copa Ferydoon Zandi (IRA)

Austrália x Japão Itália x Estados Unidos Paraguai x Trinidad e Tobago Arábia Saudita x Espanha oitavas-de-final (1°E x 2°F)

Dicas para quem vai... ...para Kaiserslautern O Fritz-Walter-Stadion fica muito próximo à estação de trem de Kaiserslautern. Quem vai a pé passa, inevitavelmente, pelo “11 Freunde” (11 amigos), monumento localizado numa praça, à frente do estádio. É uma homenagem a Fritz Walter e aos jogadores que conquistaram o primeiro título mundial da Alemanha, em 1954. Vale a foto como “12º jogador”.

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Esta será a primeira vez que o Fritz-Walter-Stadion receberá um evento do nível de um Mundial. Até hoje, o jogo mais importante recebido pelo estádio – antes, chamado de Betzenberg – foi a final da Eurocopa feminina, em 1995. Graças à Copa do Mundo, o Kaiserslautern, que há anos passa por complicações financeiras, conseguiu completar um projeto que datava de 15 anos: a conclusão da curva oeste das arquibancadas. Agora, o até outro dia mirrado estádio foi incluído na categoria de “arena”.

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42 HISTÓRIA

CUBA

NA COPA

Juan Tuñas, o único sobrevivente da participação cubana na Copa de 1938, conta a história da improvável jornada do país naquele Mundial

A

por Ubiratan Leal

voz arrastada e cansada denuncia seus 88 anos. Ainda assim, é possível identificar o jeito cantado como os cubanos falam e contam histórias. Foi nesse tom a conversa com Juan Tuñas, único sobrevivente da histórica participação de Cuba na Copa do Mundo de 1938. Um homem que mostra lucidez, vigor e disposição para comentar os duelos contra a Romênia e a derrota para a Suécia nas quartasde-final da competição. “Eu gosto muito de falar sobre aquela campanha, mas é difícil. Todos os meus companheiros de time já morreram, e tenho poucas oportunidades”, lamenta-se. Por isso, o ex-atacante não hesita em comentar como foram os dias em que 16 cubanos colocaram o Caribe na história das Copas. Ele conta que, na década de 30, o futebol tinha mais espaço em Cuba devido à maior abertura política do país. Isso fazia com que muitos estrangeiros morassem na ilha e formassem seus times. “Havia muitas equipes de futebol, na minha época. Os estrangeiros traziam o esporte de seus países, o que acabou motivando

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alguns cubanos a também participar dos jogos”, conta. Tuñas destacou-se desde o início. Defendendo o Juventud Asturiana, o atacante sagrou-se campeão cubano e conseguiu um lugar na seleção do país com apenas 16 anos. Depois, transferiu-se para o Centro Gallego, onde também conquistou o título nacional. Sua principal característica eram os fortes chutes, que lhe valeram o apelido de “Romperredes” depois de um arremate seu furar a rede em um jogo contra o Puentes Grandes, pelo Campeonato Cubano. Apesar da relativa projeção do esporte em Cuba, na época, o beisebol já dominava a preferência popular. Sem recursos, as condições da seleção que foi à França, para a Copa de 1938, eram modestas. Os caribenhos nem tiveram uma delegação completa, pois puderam embarcar apenas 16 jogadores na viagem de cinco dias de navio. Tuñas conta que, na Europa, os cubanos sofreram com as fortes chuvas que caíram naquele verão francês e prejudicaram os treinamentos. Mas isso era compensado pelos passeios nas horas de lazer. “A organização nos levava para sair todos os dias, nos apresentava a região. Conhecemos tudo na região de Toulouse e Antibes, onde jogamos”.

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A ESTRÉIA CUBANA EM 1938 CUBA 3X3 ROMÊNIA 5 de junho de 1938 Estádio Chapou, Toulouse, França Árbitro: Giuseppe Scarpi (Itália) Público: 6 mil CUBA Carvajales; Barquín e Berges; Chorens, Fernández e Oliveira; Rodríguez, Arias, Socorro, Sosa e Tuñas Técnico: José Tapia

Staff/AFP/Getty Images

ROMÊNIA Pavlovici; Bürger e Chiroiu; Cossini, Racinaru e Rafinsky; Bindea, Kovacs, Baratki, Bodola e Dobai Técnico: Alexandru Savulescu

Gol salvador Cuba realizou uma campanha honrosa na França. A primeira seleção caribenha a disputar um Mundial empatou com a Romênia por 3 a 3 nas oitavas-de-final – naquela Copa, a primeira fase. Os cubanos estiveram a dois minutos da vitória no tempo normal, mas cederam o empate por 2 a 2. Na prorrogação, os romenos viraram, mas Tuñas fez o gol que estabeleceu o placar final. Ele próprio descreve: “Fui lançado em velocidade e peguei muito bem na bola, de voleio. Foi um gol muito bonito, e acho que a bola chegou a furar a rede”, diz, orgulhoso de seu apelido. Como o regulamento não previa desempate por pênaltis ou sorteio, foi necessário disputar um jogo-extra, vencido pelos cubanos por 2 a 1, de virada. Foi a única vez em que uma seleção do Caribe passou de fase em Mundiais de futebol (as outras participações foram de Haiti, em 1974, e Jamaica, em 1998). O desgaste desse duelo foi determinante para a sorte dos cubanos na Copa. Até porque o adversário nas quartas-de-final foi a Suécia, descansada por não haver disputado a fase anterior, após desistência de sua adversária, a Áustria, recém-anexada pela Alemanha

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GOLS: Bindea, aos 38 min, e Socorro, aos 41 min do primeiro tempo; Fernández, aos 16 min, e Baratki, aos 43 min do segundo tempo; Bindea, aos 3 min, e Tuñas, aos 11 min do primeiro tempo da prorrogação.

nazista, no único WO da história dos Mundiais. “Disputamos o jogo contra a Suécia sob chuva forte, o que foi muito desgastante para nós”, explica Tuñas. “Não tínhamos condições de agüentar o ritmo”. Com isso, os caribenhos foram alvos fáceis para os experientes suecos e perderam por 8 a 0, na maior goleada daquela competição. Apesar da eliminação, a seleção de Cuba teve seu valor reconhecido. Assim que voltou para a América, Tuñas foi contratado pelo España, do México. Mesmo em uma liga profissional, o atacante conseguiu se destacar, ajudando seu clube a conquistar o título nacional em 1942 e em 1945. Com a instabilidade política em sua terra natal, “Romperredes” radicou-se definitivamente na capital mexicana e, de longe, observa triste o atual estado do futebol cubano. “Com o sucesso internacional do beisebol, não há mais futebol em Cuba”, resume, de maneira taxativa. Isso não impediu que Tuñas fosse reconhecido em seu país. Em 11 de dezembro de 2005 (dia do futebol cubano), ele voltou a Havana para receber o prêmio de Glória do Esporte Cubano. E teve a oportunidade de conversar com seus conterrâneos sobre as façanhas de 16 cubanos em gramados franceses.

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44 PERFIL

PEQUENO PAÍS, GRANDE

AZARÃO

Classificado graças a um caminho fácil nas eliminatórias, Trinidad e Tobago tem poucas chances na Copa

N

por Tomaz R. Alves

o site oficial da Federação de Futebol de Trinidad e Tobago aparece com destaque o slogan “Pequeno país, grande paixão”. Essa frase apresenta os dois únicos fatos pelos quais o país deverá chamar a atenção na Copa da Alemanha. A primeira parte do slogan é indiscutível: Trinidad e Tobago é pequeno, muito pequeno. Com 5.130 km² – área menor que o Distrito Federal –, é o menor país da história a se classificar para uma Copa do Mundo. Na segunda parte do mote, fala-se sobre a paixão nacional. E, de fato, os trinitários prometem levar para a Alemanha a torcida mais animada do Mundial. O país tem um carnaval famoso internacionalmente e deverá transportar esse clima de festa para os estádios alemães. Mas, se os assuntos serão o tamanho do país e a empolgação da torcida, ninguém falará do time? A resposta é: provavelmente, não. A não ser que Trinidad e Tobago leve alguma grande goleada, sua participação na Alemanha deverá ser lembrada só pelo aspecto exótico – mais ou menos o mesmo que aconteceu com o último representante caribenho em Mundiais, a Jamaica. Na verdade, os Soca Warriors só chegaram ao Mundial porque tiveram um caminho extremamente fácil nas eliminatórias. Embora o país tenha disputado 20 jogos – o maior número dentre os times que estarão na Alemanha –, os trinitários só tiveram que superar República Dominicana, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Guatemala, Panamá e Bahrein. E por que um caminho tão fácil? Aqui, deve-se mencionar que Jack Warner, presidente da Concacaf, é trinitário. No sorteio das

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Trinidad e Tobago Trinidad and Tobago Football Federation www.socawarriorstt.com Participações em Copas: 0 (estreante) Momento memorável: a vitória, fora de casa, sobre o Bahrein, que classificou os trinitários para a Copa da Alemanha Uniforme: camisa vermelha, calção preto e meias brancas Na Copa 2006: grupo B, com Inglaterra, Paraguai e Suécia

CAMPANHA NAS ELIMINATÓRIAS PARA 2006 13/06/04 – DOM* 0x2 20/06/04 – TRI 4x0 18/08/04 – SVG** 0x2 04/09/04 – SCN***1x2 08/09/04 – TRI 1x3 10/10/04 – TRI 5x1 13/10/04 – MEX 3x0 17/11/04 – TRI 2x1 09/02/05 – TRI 1x2 26/03/05 – GUA 5x1 30/03/05 – TRI 0x0 04/06/05 – TRI 2x0

TRI DOM TRI TRI MEX SCN TRI SCN EUA TRI CRC PAN

08/06/05 – MEX 2x0 17/08/05 – EUA 1x0 03/09/05 – TRI 3x2 07/09/05 – CRC 2x0 08/10/05 – PAN 0x1 12/10/05 – TRI 2x1 12/11/05 – TRI 1x1 16/11/05 – BAH 0x1

TRI TRI GUA TRI TRI MEX BAH TRI

*República Dominicana **São Vicente e Granadinas ***São Cristóvão e Névis

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Gary I Rothstein/EFE

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John Riley/EFE

46 eliminatórias, houve uma divisão das equipes por critérios geográficos que praticamente garantiu ao país uma chave fácil na fase semifinal. No hexagonal decisivo, Trinidad e Tobago foi novamente favorecido, pois teve a vantagem de fazer sua segunda partida contra o México só na última rodada, quando os Astecas já estavam classificados. Foi tudo sorte, ou o cartola deu uma mãozinha ao time? Não há como dizer.

Pontos fortes e fracos Embora seja fraco como um todo, o time trinitário tem alguns pontos fortes. Começando atrás, os goleiros Kelvin Jack e Shaka Hislop são competentes e têm experiência no futebol escocês e inglês, respectivamente. O zagueiro Marvin Andrews tem boa reputação no futebol escocês. Russell Latapy e Dwight Yorke são dois ótimos meias ofensivos que, embora estejam velhos, podem surpreender as defesas adversárias. No ataque, Stern John é eficiente e, não por acaso, foi o segundo maior artilheiro das eliminatórias no mundo todo. O problema é que todos os jogadores citados acima são bastante irregulares. Além disso, esses bons nomes estão em setores diferentes do campo, não sendo suficientes para dar consistência à defesa, ao meio-campo ou ao ataque. Para piorar, falta aos Soca Warriors experiência em competições de alto nível. Dos 24 pré-convocados pelo técnico Leo Beenhakker, apenas cinco jogam na primeira divisão de ligas decentes (isso se o leitor considerar a Premier League escocesa e a MLS norte-americana “decentes”). Prova dessas limitações é que os trinitários adotam o discurso do “em futebol, tudo é possível” quando falam de suas chances na Alemanha. O time é bom o bastante para evitar grandes humilhações, mas sabe que passar de fase é quase impossível. O verdadeiro objetivo dos Soca Warriors na Copa é fazer melhor que Togo, Arábia Saudita ou algum outro time e evitar voltar para casa com a pior campanha do torneio.

Trinidad e Tobago se parece com... Cinderela Com a ajuda de uma fada madrinha, participará do grande baile. Mas, quando der meia-noite (ou melhor, 20 de junho), voltará a ser a Gata Borralheira

A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que... ...Trinidad e Tobago é o menor país presente nesta Copa ...o time vai para o Mundial sem nada a perder ...Trinidad e Tobago parou para comemorar a classificação ...Dwight Yorke é o único jogador famoso do país

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Birchall (dir.) nunca esteve em Trinidad e Tobago antes de 2004

O ASTRO: JOHN O nome mais famoso da seleção de Trinidad e Tobago é, sem dúvida, Dwight Yorke. Acontece que o ex-jogador do Manchester United vive, há pelo menos três anos, de lampejos esporádicos. Hoje, quem tem mais chances de assustar os adversários é o atacante Stern John, que, em 1999, chegou a ser sondado pelo próprio Manchester para fazer dupla com seu compatriota. À época, o trinitário jogava pelo Columbus Crew, onde marcou 52 gols em 65 jogos. John, no entanto, transferiu-se para o Nottingham Forest. Afetado por seguidas contusões, teve dificuldades para se firmar. Sua única passagem pela primeira divisão inglesa foi com o Birmingham, entre 2002 e 2004. É na seleção que Stern John mostra o que tem de melhor. Nas eliminatórias, marcou 12 gols, incluindo dois contra o México, na vitória que levou os Soca Warriors para a repescagem. Aos 29 anos de idade, ele é o maior artilheiro da história de Trinidad e Tobago, com 64 gols marcados – número que o coloca entre os dez maiores goleadores de todos os tempos em jogos de seleções.

A PROMESSA: BIRCHALL Basta ver uma foto da seleção de Trinidad e Tobago para entender por que Christopher Birchall chama a atenção – ele é o único branco da equipe. E não só do time atual: ele é o primeiro branco a defender os Soca Warriors na história. Embora tenha vivido sempre na Inglaterra, Birchall tem cidadania trinitária porque sua mãe nasceu lá. Encarregado de roubar as bolas no meio-campo, ele foi o responsável por um dos momentos mais importantes dos Soca Warriors nas eliminatórias. No jogo de ida da repescagem contra o Bahrein, Birchall marcou um golaço que empatou a partida por 1 a 1 e manteve os Soca Warriors na briga pela classificação.

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A SELEÇÃO

Dennis Lawrence 1/8/1974 Clube: Wrexham (ING) Eliminatórias: 17J / 2G

Silvio Spann 21/8/1981 Clube: sem clube Eliminatórias: 10J / 0G

Stern John 30/10/1976 Clube: Coventry (ING) Eliminatórias: 19J / 12G

Anton Pierre 23/9/1977 Clube: Defense Force Eliminatórias: 3J / 0G

Densill Theobald 27/6/1982 Clube: Falkirk (ESC) Eliminatórias: 10J / 1G

Kenwyne Jones 5/10/1984 Clube: Southampton (ING) Eliminatórias: 14J / 0G

Kelvin Jack 29/4/1976 Clube: Dundee (ESC) Eliminatórias: 11J / 12GS

Marlon Rojas 11/11/1979 Clube: Atlanta Silverbacks (EUA) Eliminatórias: 8J / 0G

Aurtis Seaton Whitley 1/5/1977 Clube: San Juan Jabloteh Eliminatórias: 9J / 0G

Hector Sam 25/2/1978 Clube: Port Vale (ING) Eliminatórias: 4J / 1G

Anthony Warner 11/5/1974 Clube: Fulham (ING) Eliminatórias: 0J / 0GS

Brent Sancho 13/3/1977 Clube: Gillingham (ING) Eliminatórias: 11J / 0G

Anthony Wolfe 23/12/1983 Clube: San Juan Jabloteh Eliminatórias: 0J / 0G

Colin Samuel 27/8/1981 Clube: Dundee United (ESC) Eliminatórias: 1J / 0G

DEFENSORES Marvin Andrews 22/12/1975 Clube: Rangers (ESC) Eliminatórias: 18J / 1G

MEIO-CAMPISTAS Christopher Birchall 5/5/1984 Clube: Port Vale (ING) Eliminatórias: 9J / 1G

David Atiba Charles 29/8/1977 Clube: Williams Connection Eliminatórias: 4J / 0G

Carlos Edwards 24/10/1978 Clube: Luton (ING) Eliminatórias: 12J / 1G

Ian Cox 25/3/1971 Clube: Gillingham (ING) Eliminatórias: 6J / 0G

Russell Latapy 2/8/1968 Clube: Falkirk (ESC) Eliminatórias: 6J / 1G

Cyd Gray 21/11/1973 Clube: San Juan Jabloteh Eliminatórias: 2J / 0G

Brent Rahim 8/8/1978 Clube: Sylvia (SUE) Eliminatórias: 8J / 0G

Nigel Henry 24/5/1976 Clube: Kiruna (SUE) Eliminatórias: 1J / 0G

Anthony Rougier 17/7/1971 Clube: United Petrotin Eliminatórias: 6J / 0G

Clayton Ince 13/7/1972 Clube: Coventry (ING) Eliminatórias: 4J / 1GS

Avery John 18/6/1975 Clube: New England Revolution (EUA) Eliminatórias: 9J / 0G

ATACANTES Cornell Glenn 21/10/1981 Clube: Los Angeles Galaxy (EUA) Eliminatórias: 7J / 1G

Jason Scotland 18/2/1979 Clube: St. Johnstone (ESC) Eliminatórias: 5J / 1G Scott Sealy 6/4/1981 Clube: Kansas City Wizards (EUA) Eliminatórias: 6J/ 1G

Ricky Shakes 25/1/1985 Clube: Swindon (ING) Eliminatórias: 0J / 0G

O TÉCNICO Aos 63 anos, Leo Beenhakker é um dos técnicos mais rodados do futebol mundial. O holandês tem no currículo três seleções e 13 clubes diferentes, em 34 anos de carreira como treinador. Beenhakker teve seus principais trabalhos entre 1979 e 1990, quando ganhou dois títulos holandeses com o Ajax, três títulos espanhóis com o Real Madrid e dirigiu a Holanda na Copa de 1990. Depois disso, passou a maior parte do tempo em clubes e seleções menores, até chegar a Trinidad e Tobago, onde é considerado um dos grandes responsáveis pela classificação para o Mundial.

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Dwight Yorke 3/11/1971 Clube: Sydney FC (AUS) Eliminatórias: 12J / 0G

Etzel Espinosa/EFE

GOLEIROS Shaka Hislop 22/2/1969 Clube: West Ham (ING) Eliminatórias: 5J / 12GS

*Nenhum dos jogadores jogou em outra Copa

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48 PERFIL

É HORA DE O

POTENCIAL VIRAR REALIDADE Com preparação especial e experiência internacional, seleção mexicana vai à Alemanha na expectativa de se fi rmar como força internacional

O

por Sérgio Aragão

México representa um mistério no futebol internacional. É difícil entender como uma nação fanática por futebol, com desenvolvimento econômico razoável, uma liga nacional forte e uma quantidade grande de habitantes de onde garimpar talentos não consegue se estabelecer como uma força no esporte. Pois os mexicanos vão à Copa para acabar com essa desconfiança em torno de sua seleção e dar formas mais concretas a seu potencial futebolístico. Os sinais são positivos para os mexicanos. Aos poucos, El Tri (como seus torcedores chamam a equipe) deixa de ser mais um simpático e festivo figurante latino-americano para se tornar um incômodo oponente com pretensões de protagonismo. Em Mundiais, os melhores desempenhos foram em 1970 e 1986, quando organizou o torneio e caiu nas quartas-de-final. Porém, desde a década de 1990, os mexicanos se acostumaram a vencer o Brasil – quatro vitórias e dois empates nos últimos sete encontros – e conquistaram uma Copa das Confederações. E, principalmente, ganharam o direito de ser um dos cabeças-de-chave do Mundial de 2006, deixando para trás Holanda e Portugal. Tudo isso não é apenas acidente, pois o time efetivamente evoluiu. O maior intercâmbio com sul-americanos – tanto estrangeiros que vão à liga mexicana quanto a participação de equipes do país na Copa América e na Libertadores – tornou o calendário internacional muito mais competitivo. Assim, o México não se ilude com vitórias inócuas contra os fracos vizinhos das Américas do Norte e Central. A essa maior experiência deve-se acrescentar o bom tempo de preparação. O México, ao contrário das principais forças da Copa, reuniu-se dois meses antes do embarque para a Alemanha, para

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México Federación Mexicana de Fútbol Asociación www.femexfut.org.mx Participações em Copas: 12 (1930, 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970, 1978, 1986, 1994, 1998 e 2002) Momento memorável: a vitória sobre a Tchecoslováquia, na Copa de 1962, a primeira do país em Mundiais, na 14ª tentativa Uniforme: camisa verde com uma faixa branca em V, calção branco e meias vermelhas Na Copa 2006: grupo D, com Irã, Angola e Portugal CAMPANHA NAS ELIMINATÓRIAS PARA 2006 19/06/04 - DMC* 0x10 MEX 27/06/04 - MEX 8x0 DMC 08/09/04 - TRI 1x3 MEX 06/10/04 - MEX 7x0 SVG** 10/10/04 - SVG 0x1 MEX 13/10/04 - MEX 3x0 TRI 13/11/04 - SCN*** 0x5 MEX 17/11/04 - MEX 8x0 SCN 09/02/05 - CRC 1x2 MEX 27/03/05 - MEX 2x1 EUA 30/03/05 - PAN 1x1 MEX

04/06/05 - GUA 08/06/05 - MEX 17/08/05 - MEX 03/09/05 - EUA 07/09/05 - MEX 08/10/05 - MEX 12/10/05 - TRI

0x2 2x0 2x0 2x0 5x0 5x2 2x1

MEX TRI COS MEX PAN GUA MEX

* Dominica ** São Vicente e Granadinas *** São Cristóvão e Névis

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Jorge Nu単ez/EFE

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5/22/06 12:03:29 PM


50 A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que...

México se parece com... Coyote (do Papa-Léguas)

...o futebol do México vem evoluindo muito, nos últimos anos ...os times mexicanos têm dado trabalho, na Libertadores ...o México só perdeu um dos últimos sete jogos que fez contra o Brasil ...o México vai jogar como nunca e perder como sempre

Prepara-se muito, faz os mais mirabolantes planos, mas, sempre que se aproxima de seu objetivo, acaba falhando

trabalhar especificamente para a competição. Como quase todos os jogadores atuam no campeonato local, a federação não hesitou em tirá-los de seus clubes – mesmo com o Torneo Clausura e a Libertadores em andamento – para se pouparem fisicamente e ganharem entrosamento e sentido coletivo. Essa atitude é tradicional no país, mas se torna mais relevante quando o time, tecnicamente, tem reais condições de incomodar os favoritos. Em campo, a seleção não apresenta inovação alguma. O técnico Ricardo La Volpe organiza o time em um 4-4-2 clássico. Pineda, Osorio, Salcido e Suárez formam uma sólida proteção para o goleiro Sánchez, geralmente seguro e eficiente. Pineda destaca-se na linha de defensores, pois marca bem e avança ao ataque com igual destreza. O principal problema da zaga, porém, estará nas bolas aéreas, fruto da baixa estatura média dos jogadores mexicanos. O meio-campo é consistente e mescla força com rapidez. Os volantes Torrado e Pardo têm uma qualidade rara: além de bons marcadores, ambos sabem o que fazer quando estão com a bola nos pés. Na armação, Luis Pérez, Zinha, Ramón Morales e Lozano, que disputam duas vagas no time titular, são habilidosos e raciocinam rápido.

Pineda é um dos poucos titulares jovens do México

O ponto fraco, no momento, é o ataque. Borgetti, do Bolton, Guille Franco, do Villarreal, e Kikín Fonseca, do Cruz Azul, há tempos não mostram na seleção ou em seus clubes um futebol convincente. Ainda assim, têm um histórico de respeito e, se voltarem à boa fase, devem ser observados com atenção – sobretudo Borgetti, exímio cabeceador, que costuma jogar bem em competições importantes. De qualquer maneira, essa fase titubeante dos avançados motivou torcedores e imprensa do México a pressionar La Volpe pela convocação de Cuauhtémoc Blanco. O jogador, veterano e polêmico, se tornou para o técnico argentino o que Romário foi para Felipão, em 2002. E, como fez o colega brasileiro, La Volpe também deixou de lado as pressões e não chamou o atacante do América. No papel, não é uma equipe que impressiona. Até porque poucos jogadores têm a projeção que apenas a presença em uma grande liga européia dá. Mas, na Copa das Confederações de 2005, o México venceu o Brasil, empatou com a Argentina – perdeu nos pênaltis – e caiu diante da anfitriã Alemanha apenas na prorrogação. Um cartão de visitas interessante para uma seleção que vê no Mundial a oportunidade de se colocar definitivamente entre as forças do futebol mundial.

O ASTRO: SÁNCHEZ O goleiro Oswaldo Sánchez, do Chivas, é uma das poucas unanimidades no elenco mexicano. Agilidade, reflexos rápidos e poder de liderança são algumas das qualidades que fazem dele o melhor goleiro do país. Ele iniciou sua participação na seleção em 1996, num amistoso que o México perdeu de 2 a 0 para a França, e, de lá para cá, veio acumulando experiência. Em seu currículo, aparecem duas Copas das Confederações (2001 e 2005) e uma Copa Ouro (2003). Em Mundiais, suas duas participações foram como reserva, mas, mesmo naquela época, boa parte da opinião pública mexicana o considerava mais seguro que os folclóricos Jorge Campos (titular em 1998) e Oscar Pérez (o preferido em 2002). Cobiçado no último ano pelo Santos, o goleiro só não foi contratado por causa de seu elevado salário. Depois do Mundial, Sánchez, que também posa de modelo, ídolo pop e garoto-propaganda de uma marca esportiva, espera conseguir uma transferência para a Europa.

A PROMESSA: PINEDA

Bob Levey/EFE

O jovem ala Gonzalo Pineda, de 23 anos, é a maior promessa dos mexicanos para a Copa da Alemanha. Embora as principais peças do México sejam os jogadores mais experientes, Pineda terá grande importância dentro do esquema proposto por La Volpe. Seguro na marcação e eficiente nos avanços ao ataque, ele tem lugar certo no time titular.

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5/22/06 12:03:38 PM


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A SELEÇÃO

Francisco Guillermo Ochoa Magaña 13/7/1985 Clube: América Copas: Eliminatórias: 0J / 0 GS Oscar Pérez Rojas 1/2/1973 Clube: Cruz Azul Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 2J / 1GS Oswaldo Javier Sánchez Ibarra 21/9/1973 Clube: Chivas Guadalajara Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 12J / 5GS DEFENSORES José Antonio Castro González 11/8/1980 Clube: América Copas: Eliminatórias: 0J / 0G José Andrés Guardado Hernández 28/9/1986 Clube: Atlas Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

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ATACANTES Adolfo Bautista Herrera 15/5/1979 Clube: Chivas Guadalajara Copas: Eliminatórias: 2J / 4G

Gonzalo Pineda Reyes 19/10/1982 Clube: Chivas Guadalajara Copas: Eliminatórias: 10J / 0G

Ramón Morales Higuera 10/10/1975 Clube: Chivas Guadalajara Copas: 2002 Eliminatórias: 7J / 1G

Francisco Javier Rodríguez Pinedo 20/10/1981 Clube: Chivas Guadalajara Copas: Eliminatórias: 11J / 0G

Antonio Naelson Matias (Zinha) 23/5/1976 Clube: Toluca Copas: Eliminatórias: 12J / 3G

Oscar Adrián Rojas Castillón 2/8/1981 Clube: América Copas: Eliminatórias: 3J / 0G

Pavel Pardo Segura 26/7/1976 Clube: América Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 8J / 1G

Carlos Arnoldo Salcido Flores 2/4/1980 Clube: Chivas Guadalajara Copas: Eliminatórias: 12J / 0G

Luis Ernesto Pérez Gómez 13/1/1981 Clube: Monterrey Copas: Eliminatórias: 11J / 5G

Claudio Suárez 17/12/1968 Clube: Chivas USA (EUA) Copas: 1994, 1998 e 2002 Eliminatórias: 0J / 0G

Gerardo Torrado Diez de Bonilla 30/4/1979 Clube: Cruz Azul Copas: 2002 Eliminatórias: 5J / 0G

Guillermo Luis Franco 3/11/1976 Clube: Villarreal (ESP) Copas: Eliminatórias: 2J / 1G

César Villaluz 18/7/1988 Clube: Cruz Azul Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

Rafael Márquez Lugo 2/11/1981 Clube: Monarcas Morelia Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

Manuel Vidrio Solis 23/8/1972 Clube: Veracruz Copas: 2002 Eliminatórias: 0J / 0G

Joel Adrián Huiqui Andrade 18/2/1983 Clube: Cruz Azul Copas: Eliminatórias: 2J / 0G

MEIO-CAMPISTAS José de Jesús Arellano Alcocer 8/5/1973 Clube: Monterrey Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 5J / 2G

Rafael “Rafa” Márquez Álvarez 13/2/1979 Clube: Barcelona (ESP) Copas: 2002 Eliminatórias: 11J / 2G

José Rafael García Torres 14/8/1974 Clube: Atlas Copas: 2002 Eliminatórias: 5J / 0G

Mario Méndez Olague 1/6/1979 Clube: Monterrey Copas: Eliminatórias: 7J / 0G

Israel López Hernández 29/9/1974 Clube: Toluca Copas: Eliminatórias: 4J / 0G

Ricardo Osorio Mendoza 30/3/1980 Clube: Cruz Azul Copas: Eliminatórias: 8J / 0G

Jaime Arturo Lozano Espín 29/9/1979 Clube: Tigres Copas: Eliminatórias: 11J / 11G

Jared Francisco Borgetti Echevarría 14/8/1973 Clube: Bolton (ING) Copas: 2002 Eliminatórias: 14J / 14G Omar Bravo Tordecillas 4/3/1980 Clube: Chivas Guadalajara Copas: Eliminatórias: 4J / 0G José Francisco “Kikín” Fonseca Guzmán 2/10/1979 Clube: Cruz Azul Copas: Eliminatórias: 11J / 10G

Horacio Villalobos/EFE

GOLEIROS José de Jesus Corona Rodríguez 26/1/1981 Clube: Tecos Copas: Eliminatórias: 2J / 4GS

O TÉCNICO A invasão dos estrangeiros no futebol mexicano estende-se também à seleção, onde o argentino Ricardo La Volpe controla as rédeas. Após comandar equipes como Chivas, Atlante, América, Atlas e Toluca, ele assumiu “El Tri” em outubro de 2002. Agressões a fotógrafos, polêmica sobre convocações de atletas naturalizados e seguidas ameaças de renúncia são alguns dos fatores que contribuem para que o técnico viva em uma eterna corda bamba. Goleiro reserva da Argentina, na Copa de 1978, La Volpe pode igualarse a Zagallo e Beckenbauer no rol dos que conquistaram Mundiais como jogador e técnico.

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52 ENTREVISTA

PRONTO

PARA QUALQUER ADVERSÁRIO

Oswaldo Sánchez evita comparar o México a outras seleções e diz que tempo a mais de preparação pode ser uma vantagem para o time

O

por Ubiratan Leal

México estará diferente na Copa da Alemanha. Além de ter ganho status de cabeça-de-chave, a seleção mais tradicional da Concacaf não chegará ao Mundial com mais um goleiro folclórico, daqueles que sempre aparecem em video-clipes de lances curiosos e engraçados do torneio. Considerado uma das principais figuras da equipe de Ricardo La Volpe, Oswaldo Sánchez não segue a escola de Jorge Campos e Oscar Pérez. Ao contrário, é econômico em vários aspectos: das roupas ao modo de se portar em público, passando pela maneira “convencional” – sem sair da área como se fosse um zagueiro, por exemplo – como defende a meta de seu time. Isso ficou bastante claro na entrevista concedida à Trivela. O

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goleiro do Chivas Guadalajara é claro, direto e sucinto em suas palavras. “Sentimos a falta de intercâmbio com a Europa, até porque temos poucos jogadores atuando no exterior”, comenta. Ainda assim, ele não vê o México como coadjuvante e confia no fato de a seleção tricolor ter dois meses de preparação antes da Copa. “Ter esse tempo todo para trabalhar pode ser um diferencial em nosso favor”. Visto como uma referência em seu clube – o mais popular do país – e na seleção, Sánchez também falou sobre a evolução do futebol na Concacaf e as possibilidades mexicanas diante de equipes mais tradicionais. Uma opinião que deve ser levada a sério em seu país, onde, aos 33 anos, tem status de estrela entre os amantes de futebol e de galã para o resto dos mexicanos.

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Oliver Weiken/EFE

53

Em 2006, o México será um dos cabeças-de-chave da Copa, o que gerou comentários em tom de surpresa ou contestação. A seleção Asteca está realmente no primeiro nível mundial? O futebol não se divide mais dessa forma. Não há mais essa diferença entre as equipes, a ponto de alguém rotular ou classificar como primeiro, segundo ou terceiro nível. Respondendo à pergunta, o México não está no primeiro nível, simplesmente porque não existe isso. Não somos melhores nem piores do que ninguém. E é isso o que pretendemos mostrar na Copa do Mundo. O México chegará à Alemanha com dois meses de preparação, algo raro no futebol de hoje. Isso dá uma vantagem estratégica diante dos adversários? Certamente, ter esse tempo para trabalhar ajuda muito e pode

entrevista sanchez.indd 3

fazer a diferença em nosso favor. Os jogadores têm mais tempo para se conhecerem e desenvolverem o sistema de jogo, além de estudarem os adversários e entrarem rapidamente no clima da Copa do Mundo. Os costarriquenhos reclamam de não haver intercâmbio da Concacaf com a América do Sul e a Europa. Você sente esse tipo de problema, no México? Sim. Até porque o México tem poucos jogadores na Europa. Do time atual, só o Rafa Márquez, do Barcelona, o Guille Franco, do Villarreal, e o Borgetti, do Bolton, estão no exterior. Menos mal que a liga mexicana é forte e dá boa experiência em partidas de alto nível técnico para os jogadores. Por que motivo você acredita que não existem tantos jogadores mexicanos na Europa? Não sei. Talvez porque a liga mexicana não tem bastante difusão fora do país. Ela tem um nível técnico muito bom, mas ainda não é muito conhecida. Mas a liga paraguaia também não tem difusão, e há mais paraguaios na Europa. Talvez o México não tenha tantos promotores como outros países. Hoje, os Estados Unidos têm uma seleção forte, que pode jogar com o México em igualdade de condições. Ter um rival local motiva os mexicanos a melhorarem? Certamente, mas não é só no caso dos Estados Unidos. O nível do futebol na Concacaf melhorou como um todo. Seleções como Costa Rica, Honduras, Trinidad e Tobago, Guatemala e Panamá já têm equipes competitivas e exigem esforço para quem quiser derrotá-las – o que é muito bom, pois todos na região melhoram de nível. Vocês já conhecem bastante Irã, Angola e Portugal? Na realidade, ainda não sabemos muito. O que mais conheço é Portugal, que tem muitos jogadores em grandes ligas européias. Mas, além de treinar física, técnica e taticamente, os dois meses de preparação servem também para que estudemos nossos adversários, principalmente com vídeos mostrados na concentração. Se o México passar pela primeira fase, enfrentará alguma equipe do “grupo da morte” (Argentina, Costa do Marfim, Sérvia e Montenegro e Holanda). Como vocês encaram essa possibilidade? Em uma Copa, não se pode ficar pensando muito desse jeito. Todo mundo que está lá é porque já teve de passar por outras equipes fortes, nas eliminatórias e é forte e qualificado o suficiente para que o encaremos com seriedade. De qualquer forma, sabemos que temos condições de ir bem na Copa, de vencer mesmo as seleções apontadas como favoritas. Nessa linha de raciocínio, por que o México ganha tanto do Brasil, ultimamente (houve quatro vitórias mexicanas e dois empates nos últimos sete jogos)? [Rindo] Não sei. Acho que é porque o Brasil é uma grande equipe, com alguns dos melhores jogadores do mundo, e ficamos mais motivados e dispostos a fazer um esforço extra.

5/22/06 11:36:14 AM


54 PERFIL

VAI

AMARELAR MAIS UMA VEZ? Espanha chega à Copa com potencial para surpreender, mas com cara de que vai ficar pelo caminho de novo

C

por Ubiratan Leal

ansada das frustrações protagonizadas pela Espanha, a imprensa internacional tem evitado colocar a Fúria como uma das forças da Copa do Mundo. É uma prudência justificável, já que não houve nenhum fato novo no time que motivasse uma mudança de postura. O técnico Luís Aragonés, porém, declarou que vê sua equipe entre as candidatas ao título e, mais uma vez, a campanha espanhola pode ficar taxada como decepcionante, mesmo com a previsível eliminação. O time de Aragonés não é ruim. Por mais que o Real Madrid não dê espaço para seus jovens amadurecerem, outras equipes fazem esse papel, como Valencia, Barcelona, Atlético de Madrid e Real Sociedad. Além disso, o investimento de Arsenal e Liverpool em jogadores espanhóis ajudou a consolidar o futebol de alguns nomes, como Reyes, Fábregas, Xabi Alonso e Luís García. O problema é a falta de um líder, um jogador que tenha capacidade técnica e psicológica para minimizar o trauma coletivo decorrente da falta de títulos e que, assim, conduza os companheiros nos momentos de dificuldade. Alguém que faça pela Espanha o que Zidane fez pela França ou Raí pelo São Paulo de Telê Santana. A expectativa era que esse grande líder fosse Raúl, mas o madridista estará novamente em um Mundial sem muitas esperanças de que possa efetivamente representar esse papel. Em má forma física e com dificuldade de conseguir constância há várias temporadas, até sua condição de titular da seleção já é contestada. Assim, a responsabilidade recai sobre seu colega de ataque

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Espanha Real Federación Española de Fútbol www.rfef.es Participações em Copas: 11 (1934, 1950, 1962, 1966, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998 e 2002) Momento memorável: empate por 2 a 2 com o Uruguai, no Pacaembu, pelo quadrangular final da Copa de 1950, resultado que nem o Brasil conseguiu Uniforme: camisa vermelha, com calção azul e meias pretas Na Copa 2006: grupo H, com Ucrânia, Tunísia e Arábia Saudita

CAMPANHA NAS ELIMINATÓRIAS PARA 2006 08/09/04 – BOS 09/10/04 – ESP 12/10/04 – LIT 09/02/05 – ESP 30/03/05 – SER 04/06/05 – ESP 08/06/05 – ESP

1x1 2x0 0x0 5x0 0x0 1x0 1x1

ESP BEL ESP SMA* ESP LIT BOS

07/09/05 – ESP 1x1 08/10/05 – BEL 0x2 12/10/05 – SMA 0x6 12/11/05 – ESP 5x1 16/11/05 – ESL 1x1

SER ESP ESP ESL** ESP

* San Marino ** Eslováquia

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Jerry Lampen/Reuters

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Esteban Cobo/EFE

56 Fernando Torres. “El Niño” já mostrou grande talento e carregou o Atlético nas duas últimas temporadas. Ele, porém, ainda não provou que pode ser um jogador tão fundamental para a Fúria, apesar da exaltação claramente exagerada da imprensa espanhola. Outra opção seria contar com o poder de liderança e motivação de Luís Aragonés. O treinador, no entanto, já se envolveu em confusão por exagerar na tentativa de prestigiar um jogador e perdeu um pouco de moral. Assim, a ausência de um craque de nível internacional ou um grande comandante pode ser determinante nas chances de uma seleção que, de resto, não deve a outras forças de nível médioalto. Sobretudo porque não tem fraquezas muito gritantes. Nenhuma posição está tão segura quando o gol. Casillas está entre os melhores do mundo e já tem maturidade para ser o titular. Ainda assim, seu reserva, Cañizares, teve uma temporada 2005/6 excelente, com boas atuações, e poderia ser titular sem problemas. Na linha de defesa, a principal deficiência é a lateral direita. Michel Salgado nunca convenceu e, para piorar, vem de uma temporada fraca – tanto que Aragonés chamou o jovem Melli, que completará 22 anos às vésperas da Copa. Fala-se até na possibilidade de algum zagueiro, como Sergio Ramos, ser improvisado na posição. Menos mal para os espanhóis que a dupla de zaga – Pablo Ibáñez e Puyol – e a lateral esquerda, com Antonio López e Del Horno brigando pela vaga de titular, estejam bem guarnecidas. No meio-campo, Aragonés costuma montar suas equipes com dois volantes e dois meias de armação abertos. Na marcação, poucas seleções têm tantas opções. Albelda e Marcos Senna, ambos em grande fase, podem imprimir um estilo mais duro para o setor, adequado para partidas em que o adversário exige um combate mais intenso. Em contrapartida, Xabi Alonso, Baraja e Fábregas são mais técnicos, com capacidade de realizar lançamentos longos, iniciar jogadas pelo chão e até aparecer como surpresa no ataque. E ainda teria Guti, um dos pedidos dos torcedores não atendidos pelo treinador. Mais à frente, os eficientes Luís García, pela direita, e Reyes, pela esquerda, ficam na armação. É uma dupla de talento, mas que não prima pelo brilhantismo. No ataque, Raúl e Fernando Torres são os preferidos, mas o oportunista Villa tem mostrado grande instinto na área e pode até conseguir alguma oportunidade. Apesar de ser mais experiente, Morientes já perdeu espaço e deve ser apenas opção. No geral, a Espanha tem time suficiente para realizar uma campanha respeitável e passar pelas primeiras fases. Mas falta algo mais para vencer as fases mais decisivas, contra os reais favoritos do Mundial. Até porque, se a lógica prevalecer, a Fúria enfrentará o Brasil nas quartas-de-final. Aí, já será demais para o time que a Espanha efetivamente tem.

Espanha se parece com... Kenny (do “South Park”) Apesar de ter pinta de personagem principal, sempre morre antes do final. Mesmo assim, você sabe que estará de volta no episódio seguinte.

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Aos 22 anos, Torres já é considerado o principal atacante espanhol

O ASTRO: CASILLAS O goleiro Iker Casillas é o único integrante da seleção espanhola que pode ser apontado como um dos melhores do mundo em sua posição. E, curiosamente, ele poucas vezes é lembrado como uma das estrelas da Espanha. Apesar de ter apenas 25 anos, já conquistou duas Ligas dos Campeões e um Mundial Interclubes, sempre no Real Madrid, além de possuir boa técnica, reflexos apurados e elasticidade. Seu principal problema é a indecisão nos cruzamentos. Na Fúria, Casillas foi uma das grandes figuras na boa campanha em 2002, com atuações seguras e participação decisiva na disputa de pênaltis contra a Irlanda. Isso porque tinha apenas 21 anos na época e ganhou a posição de titular às vésperas do embarque para a Coréia do Sul, após Cañizares romper seu tendão em um acidente doméstico bastante estranho: a alegação é que um vidro de perfume caiu em seu pé.

A PROMESSA: TORRES Para os espanhóis, Fernando Torres já é uma realidade. O atacante de 22 anos é oportunista, veloz, tem alguma habilidade e mostrou personalidade para chamar a responsabilidade nos momentos difíceis. Porém, ele só teve oportunidade de fazer isso pelo Atlético de Madrid, em jogos domésticos, pois nunca participou de uma Liga dos Campeões ou Copa Uefa e, na Eurocopa 2004, só fez uma partida como titular. Assim, é possível afirmar que o Mundial da Alemanha será sua primeira grande experiência internacional.

A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que... ...a Espanha sempre chega como favorita e amarela ...os clubes espanhóis são bons por causa dos estrangeiros ...o Raúl só tem tanta fama porque é queridinho da torcida do Real Madrid

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A SELEÇÃO GOLEIROS Santiago Cañizares 18/12/1969 Clube: Valencia Copas: 1994 e 1998 Eliminatórias: 0J / 0GS

Juan “Juanito” Gutiérrez 23/7/1976 Clube: Betis Copas: Eliminatórias: 3J / 0G

Iker Casillas 20/5/1981 Clube: Real Madrid Copas: 2002 Eliminatórias: 12J / 5GS

Carlos Marchena 31/7/1979 Clube: Valencia Copas: Eliminatórias: 7J / 1G

José “Pepe” Reina 31/8/1982 Clube: Liverpool (ING) Copas: Eliminatórias: 0J / 0GS

Juan Alberto Alvarado (Melli) 6/6/1984 Clube: Betis Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

DEFENSORES Antonio López 13/9/1981 Clube: Atlético de Madrid Copas: Eliminatórias: 5J / 1G Juan Capdevila 3/2/1978 Clube: Deportivo La Coruña Copas: Eliminatórias: 1J / 0G

Pablo Ibáñez 3/8/1981 Clube: Atlético de Madrid Copas: Eliminatórias: 4J / 0G Mariano Pernía 4/5/1977 Clube: Getafe Copas: Eliminatórias: 0J / 0G Carles Puyol 13/4/1978 Clube: Barcelona Copas: 2002 Eliminatórias: 11J / 0G

Javier “Javi” Venta 13/12/1975 Clube: Villarreal Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

Michel Salgado 22/10/1975 Clube: Real Madrid Copas: Eliminatórias: 10J / 0G

Juan Carlos Hidalgo /EFE

Asier del Horno 19/1/1981 Clube: Chelsea (ING) Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

Sergio Ramos 30/3/1986 Clube: Real Madrid Copas: Eliminatórias: 4J / 2G

Marcos Senna 17/7/1976 Clube: Villarreal Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

MEIO-CAMPISTAS David Albelda 1/9/1977 Clube: Valencia Copas: 2002 Eliminatórias: 9J / 0G

José Antonio Reyes 1/9/1983 Clube: Arsenal (ING) Copas: Eliminatórias: 7J / 0G

Rubén Baraja 11/7/1975 Clube: Valencia Copas: 2002 Eliminatórias: 6J / 0G Iván de la Peña 6/5/1976 Clube: Espanyol Copas: Eliminatórias: 3J / 0G Francesc “Cesc” Fábregas 4/5/1987 Clube: Arsenal (ING) Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

Vicente Rodríguez 16/7/1981 Clube: Valencia Copas: Eliminatórias: 8J / 1G Xabier “Xabi” Alonso 25/11/1981 Clube: Liverpool (ING) Copas: Eliminatórias: 8J / 0G Xavier “Xavi” Hernández 25/1/1980 Clube: Barcelona Copas: 2002 Eliminatórias: 10J / 0G

Jaime Gavilán 12/5/1985 Clube: Getafe Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

ATACANTES Fernando Torres 20/3/1984 Clube: Atlético de Madrid Copas: Eliminatórias: 11J / 7G

Andrés Iniesta 11/5/1984 Clube: Barcelona Copas: Eliminatórias: 0J / 0G

Fernando Morientes 5/4/1976 Clube: Liverpool (ING) Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 3J / 1G

Joaquín Sánchez 21/7/1981 Clube: Betis Copas: 2002 Eliminatórias: 7J / 1G

Raúl González 27/6/1977 Clube: Real Madrid Copas: 1998 e 2002 Eliminatórias: 12J / 3G

Luis Garcia 24/6/1978 Clube: Liverpool (ING) Copas: Eliminatórias: 3J / 3G

David Villa 3/12/1981 Clube: Valencia Copas: Eliminatórias: 4J / 1G

O TÉCNICO Luís Aragonés não chega a ser um técnico puramente motivador, mas está longe de ser um teórico adepto de uma abordagem tática. Muito ligado ao Atlético de Madrid, clube pelo qual teve quatro passagens, ganhou destaque internacional por usar expressões consideradas racistas – o alvo era o francês Henry – para motivar Reyes antes de um amistoso contra a Inglaterra. Acabou multado, mas sua atitude foi vista como estopim para uma série de manifestações racistas na Espanha. A Copa é a oportunidade de melhorar um pouco sua imagem.

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PERFIL

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Yuri Kochetkov/EPA

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MAIS QUE UMA

PROMESSA? Copa da Alemanha é a melhor chance de a República Tcheca tornar realidade todo seu potencial

Q

por Ricardo Espina

uase. Os tchecos estão cansados de ouvir essa palavra. Afinal, mesmo com uma geração de jogadores talentosos, a seleção sempre ficou a um passo da glória. Foi assim nas últimas eliminatórias para a Copa e também nas duas Eurocopas mais recentes. Quando precisava vencer, o time sofria um “apagão”. Pela primeira vez, desde o desmembramento da antiga Tchecoslováquia, os tchecos disputarão um Mundial. E o time vai à Alemanha com um objetivo bem claro: enterrar de vez a fama de tremer nos momentos decisivos. A qualidade dos jogadores da geração de Nedved é indiscutível. Porém, um fator certamente atrapalhará o desempenho da equipe. Poborsky, Galasek, Smicer, Koller e o próprio Nedved já passaram dos 30 anos. O restante do elenco também tem muitos jogadores próximos dessa faixa etária. Sem uma preparação física adequada, o time sofrerá com as ameaças de contusões e a queda de rendimento durante as partidas. Outro problema que parece atrapalhar os tchecos está no plano psicológico. Embora, no papel, a equipe desperte medo nos rivais, ela costuma falhar na hora H. Foi assim nas duas últimas Eurocopas e nas eliminatórias para o Mundial, quando o time só garantiu a vaga na repescagem contra a Noruega. Quando parece ter um time imbatível, a República Tcheca, muitas vezes, se desconcentra e perde o foco. Na última Euro, por exemplo, era considerada a melhor seleção, mas caiu diante da limitada Grécia, nas semifinais. Karel Bruckner recebeu algumas críticas por demorar no processo de renovação da equipe. A história não é bem assim. É verdade que a maioria dos jogadores da seleção é bastante experiente, mas há espaço para uma nova geração de bons talentos. Dentre eles, estão

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Rep. Tcheca Ceskomoravsky Fotbalovy Svaz www.fotbal.cz Participações em Copas (como Tchecoslováquia): 8 (1934, 1938, 1954, 1958, 1962, 1970, 1982 e 1990) Momento memorável: os vice-campeonatos nas Copas de 1934 e 1962 Uniforme: camisa vermelha, calção branco e meias azuis Na copa 2006: grupo E, com Itália, Estados Unidos e Gana

CAMPANHA NAS ELIMINATÓRIAS PARA 2006 08/09/04 – HOL 2x0 09/10/04 – TCH 1x0 13/10/04 – ARM 0x3 17/11/04 – MAC*0x2 26/03/05 – TCH 4x3 30/03/05 – AND 0x4 04/06/05 – TCH 8x1 08/06/05 – TCH 6x1

TCH ROM TCH TCH FIN TCH AND MAC

03/09/05 – ROM 2x0 07/09/05 – TCH 4x1 08/10/05 – TCH 0x2 12/10/05 – FIN 0x3 12/11/05 – NOR 0x1 16/11/05 – TCH 1x0

TCH ARM HOL TCH TCH NOR

* Macedônia

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Radek Petrasek/EFE

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Polak e Plasil são representantes da nova geração tcheca

Petr Cech e Jaroslav Plasil. O treinador, por ter trabalhado muito tempo com as categorias de base tchecas, sabe como lidar com os jovens e tenta, sem pressa, mesclá-los aos veteranos. O técnico, aliás, é um dos grandes responsáveis pela solidez da equipe. Ótimo estrategista, Bruckner montou um 4-4-2 adaptado para extrair o melhor dos titulares. O meio-campo é o setor de maior talento. Galasek protege a zaga. Um pouco mais à frente, ficam Nedved e Poborsky, responsáveis pela armação das jogadas. Ambos contam com o apoio de Rosicky, dono de um bom fôlego para ajudar na criação ou para ser mais um atacante. No ataque, a referência é Jan Koller. Com 2,02m de altura, o atacante do Borussia Dortmund, obviamente, tem no jogo aéreo uma de suas principais virtudes. Além disso, ele protege muito bem a bola e consegue se virar com ela nos pés. Resta saber como Koller reagirá após passar um longo período afastado dos gramados, por conta de uma grave lesão no joelho. Caso ele apresente problemas, Bruckner tem à disposição o veloz Milan Baros e Vratislav Lokvenc. Nas laterais, Ujfalusi tem-se destacado na Fiorentina por seu constante apoio pela direita. Na seleção, geralmente é ele quem prepara as bolas lançadas para Koller. Jankulovski, pela esquerda, sente um pouco a falta de ritmo de jogo por ser reserva no Milan, mas compensa com boa presença no ataque. A vocação ofensiva tem seu preço. Apesar de terminar as eliminatórias com o melhor ataque da Europa (37 gols), os defensores tchecos ficam sobrecarregados. Como o meio-campo é técnico, descuida da marcação. A idade também atrapalha, pois o combate é lento. Quando o time perde a bola, enfrenta dificuldades contra adversários velozes. Pelo menos em um ponto a defesa tcheca demonstra segurança. Petr Cech é considerado um dos melhores goleiros do mundo. No Chelsea, chegou a ficar 1.024 minutos sem levar gols, um recorde na Premier League. Seguro, ele é frio nas saídas de gol e tem muita agilidade. Em um grupo com Itália, Gana e Estados Unidos, a República Tcheca não vai ter vida fácil. Caso sobreviva, é provável que a seleção pegue pela frente o Brasil, nas oitavas. É um caminho complicado, mas ótimo para colocar à prova a verdadeira capacidade da equipe.

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O ASTRO: NEDVED Dono de ótima visão de jogo, habilidade no domínio da bola e precisão em passes e lançamentos, Nedved destaca-se como o principal nome da equipe tcheca. Ele não marca muitos gols, mas facilita a vida de seus companheiros com assistências precisas. O meia da Juventus atua mais pelo lado esquerdo do campo e possui completa liberdade para atacar. Após a eliminação na Euro-04, Nedved anunciou sua aposentadoria da seleção. Porém, não demorou muito tempo para ele mudar de idéia. O meia voltou à equipe na repescagem contra a Noruega e ajudou a seleção a conquistar a vaga. Apesar das qualidades, Nedved vem enfrentando freqüentes problemas físicos, o que o impediu de alcançar o ritmo de jogo ideal. Conhecido por seu perfeccionismo, Nedved ganhou, em 2003, a Bola de Ouro, prêmio dado pela revista France Football ao melhor jogador na Europa. Tornou-se ídolo na Lazio, clube que defendeu entre 1996 e 2001, quando se transferiu para a Juve, por € 41,2 milhões.

A PROMESSA: PLASIL Desde cedo, Plasil destacou-se nas seleções de base de seu país e foi apontado como uma das promessas do futebol tcheco. Após o Campeonato Europeu sub-16, em 1999, ele se transferiu para o Monaco. Depois de passar por um período de experiência, o volante finalmente ganhou seu espaço na equipe titular, na temporada 2003/4, e foi um dos destaques da campanha do time na Liga dos Campeões. Logo chamou a atenção pela técnica, com boa presença no meio-campo, eficiência no combate e qualidade na saída de bola – virtudes apreciadas pelo treinador Karel Bruckner.

A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que... ...Jaroslav Plasil tem nome de remédio ...Pavel Nedved disputará sua primeira e única Copa ...a equipe disputará o primeiro Mundial depois de se separar da Eslováquia ...a seleção está em segundo lugar no ranking da Fifa

República Tcheca se parece com... Rolling Stones Nenhum dos integrantes é mais um moleque, mas continuam respeitados e empolgam o público em suas exibições

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A SELEÇÃO GOLEIROS Jaromir Blazek 29/12/1972 Clube: Sparta Praga Eliminatórias: 1J / 1GS Petr Cech 20/5/1982 Clube: Chelsea (ING) Eliminatórias: 13J / 11GS Antonin Kinsky 31/5/1975 Clube: Saturn (RUS) Eliminatórias: 0J / 0GS

Radoslav Kovac 27/11/1979 Clube: Spartak Moscou (RUS) Eliminatórias: 4J / 0G

Pavel Nedved 30/8/1972 Clube: Juventus (ITA) Eliminatórias: 2J / 0G

Pavel Mares 18/1/1976 Clube: Zenit St. Petersburg (RUS) Eliminatórias: 1J / 0G

Jaroslav Plasil 5/1/1982 Clube: Monaco (FRA) Eliminatórias: 5J / 0G

David Rozehnal 5/7/1980 Clube: Paris Saint-Germain (FRA) Eliminatórias: 7J / 0G

DEFENSORES René Bolf 25/2/1974 Clube: Auxerre (FRA) Eliminatórias: 6J / 0G

Vladimir Smicer 24/5/1973 Clube: Bordeaux (FRA) Eliminatórias: 8J / 2G

Zdenek Grygera 14/5/1980 Clube: Ajax (HOL) Eliminatórias: 11J / 0G

Tomas Ujfalusi 24/3/1978 Clube: Fiorentina (ITA) Eliminatórias: 14J / 0G

Tomas Hubschman 4/9/1981 Clube: Shakhtar Donetsk (UCR) Eliminatórias: 2J / 0G

MEIO-CAMPISTAS Tomas Galasek 15/1/1973 Clube: Ajax (HOL) Eliminatórias: 9J / 1G

Marek Jankulovski 9/5/1977 Clube: Milan (ITA) Eliminatórias: 9J / 1G

David Jarolim 17/5/1979 Clube: Hamburg (ALE) Eliminatórias: 1J / 0G

Martin Jiranek 22/5/1979 Clube: Spartak Moscou (RUS) Eliminatórias: 5J / 0G

Jiri Jarosik 27/10/1977 Clube: Birmingham (ING) Eliminatórias: 4J / 0G

Kerim Okten/EFE

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*Nenhum dos jogadores jogou em outra Copa

Karel Poborsky 30/3/1972 Clube: Ceske Budejovice Eliminatórias: 11J / 0G Jan Polak 14/2/1981 Clube: Nuremberg (ALE) Eliminatórias: 10J / 4G Tomas Rosicky 4/10/1980 Clube: Borussia Dortmund (ALE) Eliminatórias: 12J / 7G Libor Sionko 1/2/1977 Clube: Áustria Viena (AUT) Eliminatórias: 3J / 0G Rudolf Skacel 17/7/1979 Clube: Hearts (ESC) Eliminatórias: 1J / 0G Roman Tyce 7/5/1977 Clube: 1860 Munique (ALE) Eliminatórias: 2J / 0G

Stepan Vachousek 26/7/1979 Clube: Áustra Viena (AUT) Eliminatórias: 5J / 0G ATACANTES Milan Baros 28/10/1981 Clube: Aston Villa (ING) Eliminatórias: 12J / 5G Marek Heinz 4/8/1977 Clube: Galatasaray (TUR) Eliminatórias: 9J / 2G Tomas Jun 17/1/1983 Clube: Besiktas (TUR) Eliminatórias: 7J / 1G Jan Koller 30/3/1973 Clube: Borussia Dortmund (ALE) Eliminatórias: 8J / 9G Vratislav Lokvenc 27/9/1973 Clube: Red Bull Salzburg (AUT) Eliminatórias: 7J / 5G Zdenek Pospech 14/12/1978 Clube: Sparta Praga Eliminatórias: 1J / 0G Jiri Stajner 27/5/1976 Clube: Hannover 96 (ALE) Eliminatórias: 3J / 0G

O TÉCNICO Karel Bruckner ganhou respeito ao fazer da República Tcheca uma das seleções mais consistentes do mundo. Por ter comandado as categorias de base do país, conhece muito bem seus jogadores e sabe como extrair o máximo deles. Tanto é assim que alguns rendem mais na seleção que em seus clubes. Por ser um estudioso de esquemas táticos, consegue alterar o rumo das partidas com mudanças inteligentes.

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Gleb Garanich/Reuters

PERFIL

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AGORA OU NUNCA Ucrânia estréia em Copas do Mundo consciente de que não sabe quando voltará ao torneio, mas avisa: lembrem-se da Croácia, em 1998

A

por Cassiano Ricardo Gobbet

quarta tentativa foi a boa, e finalmente, 15 anos depois de sua independência da União Soviética, a Ucrânia chega à Copa do Mundo. E agora? É a pergunta que todos estão se fazendo. Inclusive os próprios ucranianos, que não sabem direito o que esperar de sua seleção. Se você avaliar as chances da Ucrânia na Copa com base em sua campanha nas eliminatórias, as expectativas serão grandes. Mesmo num grupo com a campeã européia Grécia, Dinamarca e Turquia, a seleção treinada pelo ex-craque Oleg Blokhin nadou de braçada e foi a primeira do contintente a se classificar. Só que o mundo ucraniano não é tão cor-de-rosa, mesmo tendo um dos melhores atacantes do mundo, o milanista Andriy Shevchenko. O time é extremamente dependente do seu craque maior, tanto que, quando o atacante se machucou, numa partida do Campeonato Italiano, contra o Parma, a Ucrânia prendeu a respiração em pavor. A torção no joelho de “Sheva” parece não ter sido tão grave, mas, mesmo com o astro na ponta dos cascos, a falta de outro jogador de alto nível pode atrapalhar bastante o técnico Blokhin – que, como jogador, fez história. A Ucrânia tem um time titular competitivo e quase todos seus jogadores atuam no país – Dynamo Kiev, Dnipro e Shakhtar Donetsk são a base da seleção. O dinheiro da Liga dos Campeões transformou o país em pólo de contratação de jogadores e tem permitido a suas equipes manter a maior parte de seus melhores atletas.

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Ucrânia Federalia Futbole Ukraine www.ffu.org.ua Participações em Copas: 0 (estreante) Momento memorável: o magro empate por 1 a 1 com a Geórgia, em Tbilisi, que garantiu, com duas rodadas de antecedência, a classificação para a Copa Uniforme: camisa amarela, calção amarelo e meias amarelas Na Copa 2006: grupo H, com Espanha, Tunísia e Arábia Saudita CAMPANHA NAS ELIMINATÓRIAS PARA 2006 04/09/04 – DIN 08/09/04 – CAZ 09/10/04 – UCR 13/10/04 – UCR 17/11/04 – TUR 09/02/05 – ALB 30/03/05 – UCR

1x1 1x2 1x1 2x0 0x3 0x2 1x0

UCR UCR GRE GEO* UCR UCR DIN

04/06/05 – UCR 08/06/05 – GRE 03/09/05 – GEO 07/09/05 – UCR 08/10/05 – UCR

2x0 0x1 1x1 0x1 2x2

CAZ UCR UCR TUR ALB

* Geórgia

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64 A mídia vai cansar seus ouvidos ao dizer que... ...Chernobyl, palco do maior acidente nuclear da história, fica na Ucrânia ...sem Shevchenko, a Ucrânia é uma piada ...Elano, ex-jogador do Santos, joga na Ucrânia ...muitos brasileiros têm ido jogar na Ucrânia, ultimamente

Ucrânia se parece com... The Jimi Hendrix Experience Você sabe que é um grupo, mas, na real, quem todo mundo quer ver é o astro

A boa defesa da Ucrânia tomou somente sete gols nas eliminatórias – isso porque jogou as duas últimas partidas já classificada. Shovkovski, o bom goleiro do Dynamo Kiev, usualmente joga com uma retaguarda formada por quatro homens: Fedorov, Nesmachniy, Rusol e Yezerski. Se não são craques de nível mundial, garantem, ao menos, solidez e experiência. O meio-campo ucraniano tem em Ruslan Rotan, também do Dynamo, o seu motor. O jogador marca muitos gols e fez três na campanha de classificação. Junto com Tymoschuk, compõe o setor, que pode, num dia bom, causar estragos mesmo a seleções poderosas. Contudo, o meio-campo perde muito quando recorre a substituições – um dos pontos fracos do time. Falar que no ataque está a maior esperança ucraniana é chover no molhado. Melhor jogador do mundo em 2004, segundo a revista France Football, Andriy Shevchenko tem qualidade para jogar em qualquer equipe do planeta – inclusive a Seleção Brasileira. Perfeito nos fundamentos, “Sheva” é extremamente regular e raramente desaparece do jogo. Voronin, do Leverkusen, é um bom jogador, mas tem de jogar na sombra do craque – compreensivelmente. E, se Shevchenko não joga, o time todo se ressente. Não pense que a Ucrânia está satisfeita só por participar da Copa. Espanha, Tunísia e Arábia Saudita são adversários totalmente abordáveis, e passar da primeira fase é bem possível. Os ucranianos gostariam de repetir a surpresa que a Croácia causou ao chegar às semifinais na sua estréia, em 1998. Muito do sonho depende de Shevchenko. Se estiver em estado de graça, o jogador pode levar seu país adiante, sim. Ainda mais se algum “grande” ficar “se achando” e trocar a chuteira pelo salto alto.

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A presença de Rusol melhorou muito a defesa ucraniana

O ASTRO: SHEVCHENKO Certamente um dos melhores jogadores do mundo, Andriy Shevchenko é um atacante completo. Chuta bem com as duas pernas, cabeceia bem, faz gols de falta, pode jogar como centroavante ou segundo atacante e tem uma técnica que lhe permite realizar as jogadas mais inesperadas. No Milan, que possui um elenco estelar, o ucraniano é considerado insubstituível. Na sua seleção, a expressão “ele e mais dez” é levada a sério. Seus companheiros de ataque Voronin, Vorobey e Byelik são bons, mas o avante do Milan é o jogador que faz a Ucrânia deixar de ser um time fraco para ser um com o qual todo mundo toma cuidado. Apesar do seu status, Shevchenko se sacrifica para o time e não deixa de marcar e de correr atrás da bola. Naturalmente, os outros se encarregam de uma parte maior do trabalho pesado para que a bola chegue até ele redonda. Quando chega, é perigo. Não importa qual seja o rival.

A PROMESSA: RUSOL Sem ter chamado a atenção até aqui, o zagueiro Andriy Rusol esteve presente em todas as partidas da Ucrânia nas eliminatórias, marcando um gol. Com 1,82m, Rusol se garante com ótimo posicionamento e impulsão e é titular absoluto do seu time, o Dnipro, pelo qual já disputou quase 100 partidas. Chamado pela primeira vez quando tinha só 21 anos, Rusol ganhou totalmente a confiança do técnico Blokhin. Segundo o treinador, apesar de bastante jovem (fez 23 anos em janeiro de 2006), o zagueiro não é apenas bom nos fundamentos, mas também um grande tático, que trabalha na jogada antes mesmo de chegar na bola. É apontado como o elemento que deu à Ucrânia a segurança que faltava na defesa.

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A SELEÇÃO

*Nenhum dos jogadores jogou em outra Copa

GOLEIROS Andriy Pyatov 28/6/1984 Clube: Vorskla Poltava Eliminatórias: 0J / 0GS

Mikhail Starostyak 13/10/1973 Clube: Shinnik Yaroslavl (RUS) Eliminatórias: 2J / 0G

Andriy Husin 11/12/1972 Clube: Krylya Sovetov (RUS) Eliminatórias: 11J / 3G

Oleg Shelaev 11/5/1976 Clube: Dnipro Dnipropetrovsk Eliminatórias: 9J / 0G

Aleksandr Shovkovski 2/1/1975 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 12J / 7GS

Vyacheslav Svyderski 1/1/1979 Clube: Arsenal Kiev Eliminatórias: 1J / 0G

Maksim Kalinichenko 26/1/1979 Clube: Spartak Moscou (RUS) Eliminatórias: 0J / 0G

Serhiy Shyschenko 13/1/1976 Clube: Metalurh Donetsk Eliminatórias: 2J / 0G

Bohdan Shust 4/3/1986 Clube: Shakhtar Donetsk Eliminatórias: 0J / 0GS

Vladislav Vaschuk 2/1/1975 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 1J / 0G

Serhiy Nazarenko 16/2/1980 Clube: Dnipro Dnipropetrovsk Eliminatórias: 3J / 0G

Anatoliy Tymoschuk 30/3/1979 Clube: Shakhtar Donetsk Eliminatórias: 11J / 0G

DEFENSORES Dmytro Chigrynskiy 7/11/1986 Clube: Shakhtar Donetsk Eliminatórias: 0J / 0G

Vladimir Yezerski 5/12/1976 Clube: Dnipro Dnipropetrovsk Eliminatórias: 10J / 0G

Aleksandr Rikun 6/5/1978 Clube: Dnipro Dnipropetrovsk Eliminatórias: 2J / 0G

Serhiy Zakaryulka 17/8/1976 Clube: Metalurh Donetsk Eliminatórias: 3J / 0G

Yuri Dmitrulin 10/2/1975 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 1J / 0G

MEIO-CAMPISTAS Oleh Husiev 25/4/1983 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 11J / 1G

Ruslan Rotan 29/10/1981 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 7J / 3G

Serhiy Fedorov 18/2/1975 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 8J / 0G

Artem Milevskiy 12/1/1985 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 0J / 0G

Serhiy Matiukhin 21/3/1980 Clube: Dnipro Dnipropetrovsk Eliminatórias: 2J / 0G

Serhiy Rebrov 3/3/1974 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 1J / 0G

Andriy Nesmachny 28/2/1979 Clube: Dynamo Kiev Eliminatórias: 11J / 0G

Andriy Rusol 16/1/1983 Clube: Dnipro Dnipropetrovsk Eliminatórias: 12J / 1G Vyacheslav Sevchuk 13/5/1979 Clube: Shakhtar Donetsk Eliminatórias: 1J / 0G

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Andriy Shevchenko 29/9/1976 Clube: Milan (ITA) Eliminatórias: 9J / 6G Fotos Sergey Dolzhenko/EPA

Aleksandr Radchenko 19/7/1976 Clube: Dnipro Dnipropetrovsk Eliminatórias: 3J / 0G

ATACANTES Oleksiy Byelik 15/2/1981 Clube: Shakhtar Donetsk Eliminatórias: 8J / 2G

O TÉCNICO Oleg Blokhin provavelmente foi, ao lado de Lev Yashin, o jogador mais famoso da União Soviética. Assim como Yashin, também venceu a Bola de Ouro da revista France Football. É mais um dos treinadores que debutaram na seleção, como Marco van Basten (Holanda) e Jürgen Klinsmann (Alemanha). Foi motivo de piada quando disse que levaria a Ucrânia à Copa do Mundo. Agora, ele diz que seu time tem condições de vencer o torneio. Quem se habilita a rir de novo?

Oleg Venglinski 21/3/1978 Clube: AEK (GRE) Eliminatórias: 2J / 0G Andriy Vorobey 29/11/1978 Clube: Shakhtar Donetsk Eliminatórias: 9J / 0G Andriy Voronin 21/7/1979 Clube: Bayer Leverkusen (ALE) Eliminatórias: 11J / 1G

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66 CHARGE Todo mundo quer derrubar a Seleção Brasileira na Copa por Guilherme Jotapê Rodrigues

Não perca na próxima edição! - Os bastidores da Copa, direto da Alemanha - Todas as partidas da competição - Passo a passo, a campanha brasileira no Mundial

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TABELA PRIMEIRA FASE

GRUPO A

GRUPO B

GRUPO C INGLATERRA

ARGENTINA

MÉXICO

COSTA RICA

PARAGUAI

COSTA DO MARFIM

IRÃ

POLÔNIA

TRINIDAD E TOBAGO

SÉRVIA E MONTENEGRO

ANGOLA

EQUADOR

SUÉCIA

9/junho - 13h - Munique

Alemanha

X

X

Costa Rica

Inglaterra

X

Equador

T. Tobago

X

Polônia

Inglaterra

X

Costa Rica

Suécia

X

X

X

X

Polônia

Paraguai

X

Suécia

Sérvia e M.

Suécia

GRUPO E

X

C. Marfim

México

X

T. Tobago

Argentina

X

Holanda

Angola

Holanda

X

Sérvia e M.

C. Marfim

X

Holanda

GRUPO F

X

Portugal

X

Angola

17/junho - 10h - Frankfurt

C. Marfim

Portugal

X

Irã

21/junho - 11h - Leipzig

Sérvia e M.

Irã

21/junho - 16h - Frankfurt

Inglaterra

X

México

21/junho - 16h - Munique

T. Tobago

Irã

16/junho - 16h - Hannover

16/junho - 13h - Stuttgart

Paraguai

X

11/junho - 16h - Colônia

16/junho - 10h - Gelsenkirchen

20/junho - 16h - Colônia

Alemanha

X

11/junho - 13h - Nuremberg

11/junho - 10h - Leipzig

20/junho - 16h - Kaiserslautern

20/junho - 11h - Berlim

Equador

Argentina

15/junho - 16h - Berlim

20/junho - 11h - Hannover

Costa Rica

Paraguai

15/junho - 13h - Nuremberg

15/junho - 10h - Hamburgo

Equador

X

PORTUGAL

10/junho - 16h - Hamburgo

10/junho - 13h - Dortmund

14/junho - 16h - Dortmund

Alemanha

HOLANDA

10/junho - 10h - Frankfurt

9/junho - 16h - Gelsenkirchen

Polônia

GRUPO D

ALEMANHA

X

Angola

21/junho - 11h - Gelsenkirchen

Argentina

Portugal

GRUPO G

X

México

GRUPO H

ITÁLIA

BRASIL

FRANÇA

ESPANHA

GANA

CROÁCIA

SUÍÇA

UCRÂNIA

ESTADOS UNIDOS

AUSTRÁLIA

CORÉIA DO SUL

TUNÍSIA

REPÚBLICA TCHECA 12/junho - 13h - Gelsenkirchen

EUA

X

R. Tcheca

Austrália

12/junho - 16h - Hannover

Itália

X

X

Gana

Brasil

X

Gana

Japão

X

EUA

Brasil

X

Coréia

X

X

X

EUA

Croácia

X

Croácia

França

Japão

X

X

Togo

Espanha

X

Croácia

França

X

Suíça Coréia

Tunísia

Togo

X

A. Saudita

Suíça

X

Suíça

Espanha

Togo

X

Coréia França

A. Saudita

X

Ucrânia

X

Tunísia

23/junho - 11h - Berlim

Ucrânia

23/junho - 16h - Colônia

Brasil

X

19/junho - 16h - Stuttgart

23/junho - 16h - Hannover

Austrália

Ucrânia

19/junho - 13h - Hamburgo

19/junho - 10h - Dortmund

Austrália

X

14/junho - 13h - Munique

18/junho - 16h - Leipzig

22/junho - 16h - Dortmund

Itália

ARÁBIA SAUDITA 14/junho - 10h - Leipzig

13/junho - 13h - Stuttgart

22/junho - 16h - Stuttgart

22/junho - 11h - Hamburgo

R. Tcheca

Japão

18/junho - 13h - Munique

22/junho - 11h - Nuremberg

Gana

X

18/junho - 10h - Nuremberg

17/junho - 16h - Kaiserslautern

Itália

TOGO 13/junho - 10h - Frankfurt

13/junho - 16h - Berlim

17/junho - 13h - Colônia

R. Tcheca

JAPÃO 12/junho - 10h - Kaiserslautern

X

Tunísia

23/junho - 11h - Kaiserslautern

A. Saudita

X

Espanha * horário de Brasília

FASE FINAL OITAVAS

FINAL

24/junho - 12h - Munique

9/julho - 15h - Berlim

1º A

QUARTAS

OITAVAS 25/junho - 12h - Stuttgart

QUARTAS

X

2º B

SEMI

SEMI

25/junho - 16h - Nuremberg

24/junho - 16h - Leipzig 1º C

30/junho - 12h Berlim

2º D

4/julho - 16h Dortmund

5/julho - 16h Munique

1º/julho - 12h Gelsenkirchen

2º F

1º D 2º C

27/junho - 12h - Dortmund

26/junho - 12h - Kaiserslautern 1º E

1º B 2º A

30/junho - 16h Hamburgo

3º LUGAR

1º/julho - 16h Frankfurt

1º F 2º E

8/julho - 16h - Stuttgart 26/junho - 16h - Colônia

X

27/junho - 16h - Hannover

1º G

1º H

2º H

2º G

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