nº 29 | jul/08 | R$ 8,90
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E MAIS... ...Felipão no Chelsea ...Capitais: São Paulo ...O 6+5 de Blatter
PEDE PRA
SAIR Sem rumo e queimado pela CBF, Dunga “engole” Ronaldinho, e o povo cclama por sua demissão. Mas quem teria condições de substituí-lo?
EURO E 2008 Espanha: E spanha: n nova ova ggeração eraç eenterra nterra ttrauma rauma ddee ddecisões e
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BRASIL
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ÍNDICE TÁTICA
Esquema 4-2-3-1 viabiliza uma Eurocopa ofensiva e emocionante
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ENTREVISTA » ELANO
Meia fala sobre boa fase na Inglaterra e reclama da torcida brasileira
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SELEÇÃO BRASILEIRA
Torcida pede a saída de Dunga, mas quem pode entrar em seu lugar?
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SOFRIMENTO NOS ESTÁDIOS
Clubes fazem poucas ações para levar torcedor às arquibancadas
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INGLATERRA
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O que espera por Felipão em Londres
Getty Images/AFP
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eu fiscalizo a
Copa 2014
JOGO DO MÊS
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CURTAS
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www.trivela.com Editor Caio Maia Editor assistente Ubiratan Leal Reportagem Cassiano Ricardo Gobbet Dassler Marques Gustavo Hofman Leonardo Bertozzi Ricardo Espina Tomaz R. Alves Consultoria editorial Martinez Bariani Mauro Cezar Pereira Colaboradores Augusto Amaral Eduardo Camilli Eduardo Zobaran João Tiago Picoli José Carlos Pedrosa Luciana Zambuzi Mauro Beting Rafael Martins Zeca Marques
PENEIRA
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OPINIÃO
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BOTAFOGO Engenhão
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CAPITAIS São Paulo
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LIMITAÇÃO DE ESTRANGEIROS
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Revisão Luciana Zambuzi
INGLATERRA Hull
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Projeto gráfico / Direção de arte Luciano Arnold
PORTUGAL Apito Dourado
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Design / Tratamento de imagem Bia Gomes
EQUADOR LDU
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Capa André Mourão/AGIF
BÉLGICA Standard Liège
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HISTÓRIA Jogos Olímpicos
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NEGÓCIOS Patrocínio a rivais
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CULTURA Programa de jogo
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CADEIRA CATIVA
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A VÁRZEA
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Figuras discretas marcam formação de subcomissão da Câmara que cuidará do acompanhamento da Copa 2014
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Agradecimentos Celso Unzelte Daniel Kfouri Fernando Martinez Luiz Fernando Bindi Santiago Neuman
Assinaturas
www.trivela.com/revista (11) 3038-1406 trivela@teletarget.com.br Comercial Marlene Torres marlene@trivela.com (11) 3474-0178 Atendimento ao leitor contato@trivela.com (11) 3474-0186
EDITORIAL Vaza! É, amigo... de repente até o Galvão Bueno resolveu que o Dunga não é suficientemente bom para ser técnico da Seleção. E, como todo mundo sabe, se o Galvão resolveu é porque alguém acima dele resolveu por ele – e, considerando que a Globo não está disputando direito de transmissão de coisa alguma e, portanto, não precisa pressionar a CBF, é bem provável que Ricardo Teixeira esteja, no mínimo, de acordo com essa resolução. E que ninguém se engane com o papo mentiroso do treinador de que sofre boicote porque acabou com privilégios da Globo. Não acabou, nem pode acabar, já que, como se sabe, não escolhe nem mesmo as roupas que veste. Não deveria ser surpresa para ninguém, e para a Trivela não é. Sem experiência e sem estatura para o cargo, Dunga era, desde o início, uma maneira de aplacar a ira da torcida, revoltada com os “milionários” da Seleção, como se este fosse o problema. Era para “enquadrar os milionários”? Dunga enquadrou — e deu no que deu. Que a providência divina, porém, nos livre de vê-lo substituído por Vanderlei Luxemburgo. Dunga é ruim, e nem sempre se pode confiar no que diz. Imagine-se, porém, que faz as bobagens que faz porque não sabe fazer melhor, e não por interesses obscuros.
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Atendimento ao jornaleiro e distribuidor Vanessa Marchetti vanessa@trivela.com (11) 3474-0186 Circulação DPA Cons. Editoriais Ltda. dpacon@uol.com.br (11) 3935-5524 é uma publicação mensal da Trivela Comunicações. Todos os artigos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. Proibida a cópia ou reprodução (parcial ou integral) das matérias e fotos aqui publicadas Distribuição nacional Fernando Chinaglia Impressão Ibep Gráfica Tiragem 30.000 exemplares
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Daniel Kfouri
JOGO DO MÊS por Gustavo Hofman
Pelada
olímpica Pouco público, nenhuma emissora de televisão, catadão adversário, jogador de férias... Essa é a preparação da Seleção olímpica brasileira e o casamento entre a torcida brasileira e sua seleção de futebol estava em crise depois das derrotas para Venezuela e Paraguai, pode-se dizer que o primeiro amistoso de preparação da equipe olímpica foi o momento em que uma das partes ”pediu um tempo”. A vitória por 1 a 0 sobre um combinado do estado do Rio de Janeiro, em Volta Redonda, foi um espetáculo dantesco, visto por pouquíssimas pessoas e que só serviu para expor o divórcio entre o time nacional e a sociedade.
S
O ridículo se evidenciou antes mesmo da partida. Nenhuma emissora de TV se dispôs a transmitir o jogo, realizado em uma manhã de domingo. A escalação do adversário também deu sinais ruins: um “catado” de jogadores de clubes como Macaé, Madureira e Boavista, alguns reservas de equipes grandes, o suspenso André Luís e até um atacante do Hertha Berlim, o ex-botafoguense André Lima. Os pouco mais de 11,5 mil presentes nas arquibancadas não tiveram dúvidas em vaiar Dunga antes mesmo de a bola rolar.
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O hit “Adeus, Dunga” foi entoado insistentemente. Os tradicionais gritos de “timinho” e “olé” também não ficaram para trás, sendo que, obviamente, a torcida não estava do lado amarelinho. Toda a consternação provocada pelas situações extracampo também foi vista no gramado. Na teoria, uma seleção com bons nomes, como Lucas, Hernanes e Alexandre Pato, mas totalmente desorientada e perdida taticamente, vítima de seus próprios comandantes. O único gol saiu aos 7 minutos de jogo, em um recuo de bol bola errado feito pelo zagueiro do Flamengo Rodrigo Arroz, no qual Alexandre Pato sse aproveitou, driblou o goleiro Cássio e marcou. No entanto, o combinado flum fluminense foi melhor em boa parte da partid partida, tendo, inclusive, ê lti não ã marcados d a seu favor. O ápipênaltis ce da pelada, porém, aconteceu no final. Aos 33 minutos do segundo tempo, o goleiro Marcelo Lomba, que entrara no lugar de Cássio, saiu da área com a mão para impedir uma jogada. O árbitro Marcelo de Lima Henrique, corretamente, expulsou o terceiro goleiro do Flamengo. Sem outro arqueiro no elenco, André Lima vestia camisa e luvas para ir ao gol, quando a comissão técnica fluminense iniciou uma pequena confusão: simplesmente não deixou que isso acontecesse. Cássio saiu dos vestiários e retornou ao jogo. Todos apenas deram seqüência à ridícula partida, que não pôde ser vista por ninguém além dos que estavam no estádio. Constrangimentos à parte, ficou evidente como a CBF não está se preocupando com a seleção olímpica. Se é assim, a torcida não viu motivos para dar tratamento diferente à equipe. E, ao final do jogo, preferiu vaiar e intensificar os cantos anti-Dunga.
SELEÇÃO OLÍMPICA 1x0 COMBINADO DO RIO DE JANEIRO Data: 22/junho/2008 Local: estádio Raulino de Oliveira (Volta Redonda) Público: 8.112 pagantes Gol: Alexandre Pato (7min) Cartões amarelos: Rafael Sóbis e André Luís Cartão vermelho: Marcelo Lomba
SELEÇÃO OLÍMPICA Diego Alves (Renan); Rafinha (Nei), Alex Silva, Breno (Leo) e Leonardo (Filipe); Hernanes, Lucas (Charles), Ramires (Pedro Oldoni) e Diego (Fernandinho); Robinho (Rafael Sóbis) e Alexandre Pato. Técnico: Dunga.
COMBINADO DO RIO DE JANEIRO Cássio (Marcelo Lomba); Marquinhos (Édson), Rodrigo Arroz (André), André Luís e Egídio; Roberto Lopes, Diguinho (Vinícius Pacheco), Adriano Felício (Bruno) e Abedi (Jones); Paulo Sérgio (Ernane) (Eric Flores) e André Lima (Cássio). Técnico: Alfredo Sampaio.
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CURTAS por Ricardo Espina
“Se eu falasse tudo o que sei, o Corinthians seria interditado” Finazzi, que deixou o Parque São Jorge e se transferiu para o São Caetano.
€ 18
milhões
“Sou sempre eu próprio, a mesma pessoa de sempre, com a mesma missão e paixão pelo meu trabalho” José Mourinho, em sua apresentação na Internazionale.
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Anos em que o Gretna fez parte da Liga Escocesa. Com dívidas em torno de € 5 milhões, o clube foi rebaixado para a quarta divisão. No entanto, a diretoria não tinha condições de continuar tocando o time e pediu a desfiliação da entidade, da qual fazia parte desde 2002.
“O aplauso para o Messi é difícil de aceitar. A gente joga no Paraguai, na Venezuela e não vê a torcida aplaudindo o Robinho e o Luís Fabiano” Gilberto, lateral da Seleção Brasileira.
André Mourão/AGIF
Valor pago pela TAG Partners LLC para comprar o Bologna. Com a negociação, o clube será o único da Serie A a pertencer a estrangeiros. Os Rossoblù retornam à elite italiana na próxima temporada.
VEM, VAMOS EMBORA Desde o final dos anos 1960, Eurico Miranda era uma figura política ativa no Vasco da Gama. Presidente do clube desde 2001, o polêmico dirigente e exdeputado federal sofreu, no entanto, sua maior derrota em junho. No dia 21, a chapa encabeçada por Eurico foi derrotada pelo rival Roberto Dinamite em complicadas eleições para o Conselho Deliberativo. Após anulações, trocas de acusações e alguns mandados judiciais, os sócios vascaínos elegeram a chapa “Por Amor ao Vasco” com 827 votos, contra somente 45 da “Chapa Azul”. Houve cinco votos em branco e dez nulos. “Essa eleição é uma farsa”, reclamava Eurico após o pleito, talvez se esquecendo que sua última eleição foi anulada na Justiça por suspeitas de fraude. Com a nova composição do Conselho Deliberativo, a chapa “Por Amor ao Vasco” pôde indicar 120 conselheiros, enquanto a situação somente 30. Outros 150 conselheiros
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Os melhores e os piores da Copa Libertadores de 2008, escolhidos pela equipe da Trivela
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natos completavam o quadro, que seria responsável por escolher o novo presidente do Vasco. Um pouco resignado, mas ainda com o tradicional rancor e ódio nas palavras, Eurico, nos dias seguintes, desistiu do posto. “Vou tentar até o último momento anular aquilo que se passou para passar uma borracha nesse ultraje ao Vasco. Até porque acredito que a Justiça tem que ser feita. Mas, diante dos acontecimentos e de toda a situação que se apresentou, até porque preciso de um tempo para mim, fisicamente, tomei uma posição clara que não serei candidato”, declarou em entrevista à rádio oficial do clube. Em 27 de junho, Roberto Dinamite se tornou presidente do Vasco, ao derrotar Amadeu Pinto da Rocha, candidato indicado pela situação, por 140 a 103. Foi o fim de uma era, pelo menos por enquanto. Afinal, quando o assunto é futebol brasileiro, tudo ainda pode acontecer. [GH]
, em julho Dia 12 Uma década do título da França Um retrato dos Bleus: do título mundial ao fiasco da Euro
Dia 19 Centenário Feyenoord
Dia 23 Técnicos promissores
São cem anos do clube de Roterdã, com direito a passagens de Cruyiff, Gullit, van Persie...
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Julho de 2008
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PREMIER LEAGUE NA ÁSIA Após rejeitar a princípio a idéia de sediar jogos do Campeonato Inglês, a Confederação Asiática de Futebol (AFC) recuou e já admite negociar a possibilidade. A Premier League colocou em discussão este ano a hipótese de realizar uma rodada extra com partidas em outros países. Mohammed Bin Hammam, presidente da AFC, porém, afirma que só aceitará a Premier League no continente caso haja aprovação da Federação Inglesa (FA) e da Fifa. A proposta da Premier League foi duramente criticada pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, e ainda não recebeu aprovação da FA, que manifestou “sérias preocupações” com a idéia.
Cientistas da Universidade de Stuttgart prometem acabar com a festa dos atacantes. Os pesquisadores criaram um goleiro computadorizado, chamado Goalias, capaz de parar qualquer chute, segundo eles. Goalias nada mais é do que uma placa de metal, recortada em forma humana, com locomoção por meio de uma grua. Quando alguém dá um chute, três câmeras seguem os movimentos da bola e um computador calcula para onde ela vai. Dois motores elétricos permitem a “Goalie” atingir até 60 km/h. “Se o jogador der chutes de mais de 120 km/h e a bola fizer uma curva, há boas chances de derrotar Goalias”, afirmou Peter Göhner, um dos “pais” do goleiro. No entanto, os pesquisadores precisam fazer alguns ajustes. Em testes, duas jogadoras da seleção alemã feminina conseguiram vencer Goalias.
Karim Sahib/AFP
REFORÇO DAS ARÁBIAS O Atlético-PR contratou um jogador de origem pouco comum no futebol brasileiro. O atacante Abdullah Al Kamali, de 18 anos, nasceu nos Emirados Árabes e acertou um contrato de três meses com o Furacão, prorrogáveis por outros 90 dias. A princípio, ele ficará na equipe B. Al Kamali atuava no Al Wasl e fez 18 gols pela seleção sub-20 de seu país.
Jaqueline Maia/Diário de Pernambuco/Futura Press
INVENCÍVEL, “PERO NO MUCHO”
GLÓRIAS AINDA RARAS Com a vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, o Sport acabou com um tabu: é o primeiro clube nordestino a vencer a Copa do Brasil. Um sinal de como o Nordeste ainda tem conquistas futebolísticas desproporcionais ao potencial de seus clubes. Na realidade, o título rubro-negro é apenas o quarto da região em uma competição nacional de primeiro nível. Até então, apenas o Bahia na Taça Brasil de 1959 e no Campeonato Brasileiro de 1988 e o próprio Sport, no polêmico e contestado Brasileirão de 1987, tiveram glória semelhante. Além disso, a Libertadores 2009 será apenas a sexta a contar com um clube nordestino. As demais foram de 1960 (Bahia), 1964 (Bahia), 1968 (Náutico), 1988 (Sport) e 1990 (Bahia). O único a passar da primeira fase foi o Bahia de 1988, que só caiu nas quartas-de-final. [UL] As principais campanhas nacionais de clubes nordestinos: Clube
Ano Conquista 1959 Campeão da Taça Brasil
CURIOSIDADES DA BOLA Bahia
• A Fifa reforçou a segurança para a partida entre Gâmbia e Argélia, pelas eliminatórias da CAN e do Mundial de 2010. Segundo a federação da Gâmbia, dois argelinos disseram ser terroristas e ameaçaram “explodir o hotel” no qual os gambianos estavam hospedados. Os argelinos negaram as acusações.
• Roger, goleiro reserva do Botafogo, decidiu encerrar sua carreira. O jogador, com passagens por São Paulo, Santos, Portuguesa e Vitória, tentará a vida de político. Aos 35 anos, o exgoleiro concorrerá nas próximas eleições ao cargo de vereador em Cantagalo-RJ pelo DEM.
• O amistoso República Tcheca x Lituânia quase causou um problema diplomático: no programa do jogo foi colocada a bandeira e a foto da Letônia! Além disso, antes do duelo, foi executado o hino letão. A federação tcheca pediu desculpas e seu porta-voz, Vaclav Tichy, assumiu a culpa e pediu demissão.
1961 Vice-campeão da Taça Brasil 1963 Vice-campeão da Taça Brasil 1988 Campeão brasileiro 1987 Campeão brasileiro*
Sport po t port por
1989 Vice-campeão da Copa do Brasil 2008 Campeão da Copa do Brasil
Forta Fortaleza Fort Fortal F aleza
1960 Vice-campeão da Taça Brasil 1968 Vice-campeão da Taça Brasil
Náutico Náu Ná áutico áu á ti tico
1967 Vice-campeão da Taça Brasil
Vitória Vit V itttóri itória tó óriia a
1993 Vice-campeão brasileiro
Ceará Ceará rá
1994 Vice-campeão da Copa do Brasil
* Flamengo e Internacional, campeão e vice da Copa União, se negaram a disputar um quadrangular com Sport e Guarani, campeões do Módulo Amarelo. O Sport venceu o Guarani e foi proclamado campeão pela CBF
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técnicos brasileiros na Europa por Tomaz R. Alves
1 Otto Glória (Benfica e seleção portuguesa) Em duas passagens pelo Benfica, nas décadas de 1950 e 1960, ganhou quatro campeonatos e cinco copas nacionais, além de ser vicecampeão europeu. Dirigiu também a seleção portuguesa, que levou ao terceiro lugar na Copa de 1966.
2 Luiz Felipe Scolari
Acervo/Gazeta Press
(seleção portuguesa) Em seu primeiro trabalho na Europa, ficou entre os quatro primeiros nos dois torneios que disputou. O feito mais notável foi o da Copa de 2006, quando repetiu Otto Glória e levou Portugal até as semifinais.
3 Paulo Amaral (Juventus)
EURO MAIOR Até o fim do ano, a Uefa decide se ampliará ou não o número de participantes da Eurocopa. A entidade estudará se continua com o formato de 16 seleções ou se aumentará para 20 ou 24. Caso sejam aprovadas, as mudanças valem para a edição de 2016. Serão consultados os presidentes e secretários gerais das 53 associações pertencentes à Uefa. O processo começará assim que a atual edição da Euro terminar.
MÚLTIPLA ESCOLHA Três jogadores da seleção turca passaram pelo exame admissional para as universidades horas antes do jogo decisivo contra a República Tcheca, na terceira rodada do grupo A da Eurocopa. Sentürk, Çetin e Boral fizeram a prova pela manhã, no hotel em que a equipe se concentrou. O exame levou três horas. Os atletas, que pretendem fazer cursos relacionados a esportes, foram supervisionados por dois fiscais enviados de Ancara. O vestibular foi feito ao mesmo tempo por milhares de estudantes na Turquia.
Mais famoso como preparador físico do Brasil nas Copas de 1958 e 1962, Paulo Amaral foi treinar a poderosa Juventus após o Mundial do Chile e fez um bom trabalho: com um elenco em reformulação, foi vice-campeão italiano em 1962/3.
4 Carlos Alberto Silva (Porto e La Coruña) Dirigiu o Porto por duas temporadas, entre 1991 e 1993. Em ambas, foi campeão – a primeira com 10 pontos de folga. Em 1996, foi para o Deportivo La Coruña, onde pegou o time em má fase e o levou a um razoável terceiro lugar.
Foi o primeiro e mais bem-sucedido brasileiro a treinar o Fenerbahçe. Entre 1972 e 1975, ganhou duas vezes o Campeonato Turco e uma a Copa da Turquia. Além disso, não perdeu nenhum clássico para o Galatasaray.
6 Ricardo Gomes (Bordeaux e Paris Saint-Germain) Pegou o Bordeaux em baixa e levou o time ao vice-campeonato francês em 2005/6. Em 2007, ganhou a Copa da Liga Francesa – título que já vencera em 1998, com o PSG. Na capital, também foi campeão da Copa da França e vice da Recopa européia.
7 Marinho Peres (Vitória Guimarães e Belenenses) Fez bons trabalhos em times pequenos de Portugal. No Vitória, foi terceiro colocado em 1986/7 e chegou às quartas-de-final da Copa Uefa. Na temporada seguinte ficou em terceiro com o Belenenses, que levou ao título da Copa de Portugal em 1989.
Yuri Kadobnov/AFP
5 Didi (Fenerbahçe) ENGANO Torcedores poloneses se irritaram com a atuação do árbitro inglês Howard Webb no empate da Polônia contra a Áustria, pela segunda rodada do grupo B da Eurocopa. Revoltados, alguns poloneses tentaram se vingar de Webb. Eles procuraram o número do telefone dele em uma lista inglesa e ligaram para fazer ameaças de morte. Só que houve um engano. Os irados torcedores ligaram para outro Howard Webb, um engenheiro que mora no sul de Yorkshire.
8 Zico (Fenerbahçe) Foi bem-sucedido nas duas temporadas em que dirigiu o Fenerbahçe: na primeira, em 2006/7, ganhou o Campeonato Turco; na segunda, chegou às quartas-de-final da Liga dos Campeões, melhor resultado internacional na história do clube.
9 Vanderlei Luxemburgo (Real Madrid) Não ganhou nenhum título à frente do Real Madrid, mas só o fato de ter assumido o cargo já foi um grande feito. Também não fez feio no comando dos “Galácticos”: nos 12 meses em que esteve lá, a equipe fez mais pontos que o arqui-rival Barcelona.
10 Carlos Alberto Parreira (Fenerbahçe) Parreira completa o trio de técnicos brasileiros campeões no Fenerbahçe. Ele ganhou o Campeonato Turco em 1995/6, único título nacional da equipe na década de 1990.
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ERRAMOS Ao contrário do que está escrito na reportagem “Queda livre” (mai/08, pág. 46), o Nottingham Forest nunca foi campeão mundial. No Guia da Eurocopa (jun/08, pág. 42) faltou mencionar 1 título europeu e um ouro olímpico da República Tcheca (ambos como Tchecoslováquia), um ouro olímpico da França e um ouro olímpico da Suécia. Na apresentação da Rússia, faltou mencionar que a equipe, desde a separação da União Soviética, disputou as Eurocopas de 1996 e 2004.
Julho de 2008
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Oliver Lang/AFP
“A Itália tem vários Gattusos, mas apenas um Pirlo. Se Gattuso for um grande jogador, eu sou um padre” Luis Aragonés, técnico da Espanha, antes de sua seleção enfrentar a Itália.
“Espero que o objetivo de Aragonés não seja ser padre, porque ele tem quase setenta anos e é melhor se divertir e aproveitar a vida” Gattuso, em resposta ao técnico espanhol.
NADA DE AMARELAR A fama da Espanha de sempre chegar como candidata às primeiras posições e cair nas quartas-de-final é tão grande que já não se espera muita coisa dela. E qualquer equipe talentosa que surge é vista como mais uma que naufragará, uma tradição que caiu diante da atual geração. A Fúria deu evidências que tinha algo a mais ao passar pela Itália nas quartas-definal. Ainda que tenha sido nos pênaltis, a equipe superou um adversário com costume de crescer nos momentos decisivos para quebrar um jejum de 24 anos sem chegar às entre os quatro primeiros em um torneio de primeiro nível. Dali em diante, a Espanha se comportou como grande. Atropelou a Rússia na semifinal (3 a 0) e bateu a Alemanha, sinônimo de mentalidade vencedora, por 1 a 0 na decisão.. O título da Espanha coroa uma geração
que soube carregar a responsabilidade. Até porque o técnico Luis Aragonés cria muitas polêmicas desnecessárias e está longe de ser um grande estrategista. O mérito é mesmo dos jogadores. Fernando Torres não foi o artilheiro de sempre, mas apareceu na hora decisiva e fez o gol do título. Villa, mesmo sem jogar a final, foi o goleador da competição. A defesa esteve impecável. Casillas foi uma segurança no gol e mesmo os titubeantes Sergio Ramos, Puyol e Marchena jogaram no máximo de suas capacidades. Mas o forte do time era o meio-campo. Xavi, Fàbregas, Iniesta e David Silva criam jogadas de fazer inveja à atual Seleção Brasileira. Agora, fica a dúvida. Quebrado o “encanto” negativo e com uma geração que ainda pode crescer, será que a Espanha chegará como força à Copa 2010? [LB]
MUDANÇA DE HÁBITO A companhia ferroviária nacional da Suíça decidiu trocar a cor dos uniformes de seus funcionários. Os trabalhadores, cujas vestimentas eram laranja, foram confundidos com torcedores da Holanda. Um deles chegou a ser seguido por holandeses em uma estação de trem. Assim, foram confeccionados uniformes amarelos apenas para as semanas da Eurocopa.
CULPA DO ESTAGIÁRIO A emissora de TV suíça SRG fazia a transmissão da partida entre Áustria e Alemanha. Durante a execução do hino alemão, foi exibida a legenda com a letra usada na época do nazismo. A emissora se desculpou e atribuiu o erro a dois jovens redatores, que não se deram conta da falha. As duas versões do hino alemão são originárias da mesma canção. A atual começa na terceira estrofe, evitando a célebre frase “Deutschland über alles” (“Alemanha acima de todos”), muito vinculada ao governo Hitler.
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Partidas realizadas por Van der Sar com a camisa da Holanda. O goleiro de 37 anos aposentou-se da seleção após a Eurocopa.
“O pênalti é a razão pela qual vamos para casa. Tivemos a oportunidade de bater os campeões do mundo aos 36 do segundo tempo e não aproveitamos. Vamos pensar quando formos para casa, vamos pensar quando estivermos dormindo” Cosmin Contra, defensor da Romênia, após a derrota para a Holanda que determinou a eliminação da equipe, sobre o pênalti perdido por Mutu contra a Itália no jogo anterior.
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Ponto. Foi o que fez a Áustria na Eurocopa que organizou. Foi a pior campanha de um anfitrião na história da competição, “superando” a marca da Bélgica, que fez três pontos na Euro 2000.
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PENEIRA
GUERRÓN: Revelação da Libertadores boa campanha da Liga Deportiva Universitaria de Quito na Copa Libertadores deve muito ao conjunto montado pelo técnico Edgardo Bauza. Mas é inegável que tal trabalho só teve sucesso por causa de a bons valores individuais. Nesse aspecto, a principal surpresa foi Joffre Guerrón. Irmão de Raúl Guerrón, lateral do Equador na Copa de 2002, “Jay Jay” estreou na primeira divisão equatoriana com só 16 anos, pelo Aucas, e se transferiu para as divisões de base do Boca, onde não teve oportunidades. Foi, então, indicado para reforçar a LDU em 2006. Desde o ano passado, o atacante vem se mostrando uma das principais promessas do futebol equatoriano. Atua
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pela ponta direita, usando sua velocidade e facilidade para dribles para desestabilizar a marcação adversária. Outra característica de Guerrón é buscar o jogo no meiocampo, podendo fechar pelo meio em tabelas com os armadores ou o atacante de referência. Ainda que precise melhorar na finalização, o atacante da LDU tem condições de ser uma das armas equatorianas nas eliminatórias para as próximas Copas e já chamou a atenção de diversos clubes. Especulou-se que poderia ir para América-MEX, Boca Juniors e Porto, mas ele acabou acertando com o Getafe, da Espanha. [DM]
Nome: Joffre David Guerrón Méndez Nascimento: 28/abril/1985, em Ambuqui (Equador) Altura: 1,80 m Peso: 74 kg Carreira: Aucas (de 2004 a 2005) e LDU Quito (desde 2006)
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GIOVINCO: Formiga olímpica
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Nome: Sebastian Giovinco Nascimento: 26/janeiro/1987, Turim (Itália) Altura: 1,62 m Peso: 58 kg Carreira: Juventus (2006 e desde 2008) e Empoli (2007)
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velado pela Juventus, mas estourou no Empoli, para onde foi emprestado. Mesmo com o rebaixamento do time toscano, a “Formiga Atômica” ficou em alta com a torcida, que o considerou o melhor jogador da equipe no ano. Não faltavam pretendentes para comprar Giovinco, mas o técnico Claudio Ranieri pediu o retorno do jogador a Turim. Versátil – pode jogar de segundo atacante, armador ou até externo numa linha de quatro –, veloz e muito hábil, é uma das grandes esperanças da Azzurra, tanto nos Jogos Olímpicos quanto para o futuro da esquadra principal. [CRG]
Nic o Ca
pesar de a Euro ter tomado a atenção depois do fim da temporada, a medalha olímpica de futebol não foi esquecida. E no Torneio de Toulon, na França, uma espécie de prévia das Jogos Olímpicos, uma envolvente Itália sagrou-se campeã comandada por um baixinho de pouco mais de 1,60 m: Sebastian Giovinco, a “Formiga Atômica”. Com o apelido que ganhou por sua velocidade e tamanho, o meia-atacante foi a estrela em Toulon. E não pense que faltava concorrência: a tradicional França jogava em casa, e seleções como Holanda e Japão testaram jogadores para os Jogos Olímpicos. Presença constante nas seleções italianas de base (37 jogos e 5 gols), Giovinco é um armador extremamente ágil, técnico e com grande visão de jogo. Foi reJulho de 2008
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ENCHENDO O PÉ por Ubiratan Leal
Ao Sport o que é do Sport NA TEORIA, o Sport tinha tudo para não passar de um papel intermediário nesta temporada. O elenco foi formado com base em jogadores que não vingaram nos maiores clubes do país, como Carlinhos Bala, Romerito, Daniel Paulista, Luisinho Netto, Igor, Enílton e Roger. Nelsinho Baptista, o técnico, também é visto com desconfiança, pelo fato de alternar poucos bons trabalhos com muitos insucessos. Tudo isso é verdade, uma verdade que virou fumaça. Um time que conquista a Copa do Brasil eliminando Palmeiras, Internacional, Vasco e Corinthians não pode ser visto como fruto do acaso. O Sport sagrou-se campeão porque entendeu o que deveria fazer para superar o favoritismo dos adversários, porque seus jogadores mostraram como é perigoso fazer análises definitivas em futebol e, principalmente, porque foi melhor que os concorrentes. O que não se pode perder de vista é que o título foi do Sport Clube do Recife. Parece óbvio falar isso, mas nem todo mundo viu desse modo. Em busca de populismo barato, alguns jornalistas, torcedores e dirigentes transformaram a conquista do Leão em uma conquista do Nordeste contra o resto do país – São Paulo e Rio, especialmente. Esse espírito ficou reforçado pelo fato de, dias antes, ter ocorrido a confusão envolvendo o zagueiro botafoguense André Luiz e a polícia pernambucana durante um Náutico x Botafogo pelo Brasileirão, na qual o defensor acabou preso depois de ser expulso e provocar a torcida timbu.
A luta do Náutico para não ser punido pelo STJD ganhou ares de batalha regional. O mesmo valeu para a decisão entre o Sport e o Corinthians. A situação ficou tão ridícula que alguns torcedores alvirrubros chegaram ao cúmulo da ignorância ao vaiar o hino nacional antes do jogo contra o Vasco pelo campeonato nacional. Sim, é verdade que os nordestinos são muitas vezes vítimas de preconceito no Sul e no Sudeste. Mas isso está longe de ser unanimidade entre paulistas, cariocas, gaúchos ou quem quer que seja. E a melhor maneira para se reagir a isso é denunciar e expor a baixeza de quem comete esses atos. Até porque defender um regionalismo é exaltar uma cultura, não agredir outra. O Brasil já tem problemas demais para criar mais um, transformando futebol em batalha de regiões. Os pernambucanos e nordestinos em geral têm todo o motivo para se sentirem orgulhosos do título do Sport, pois o Leão mostrou a todos os clubes da região que é possível ser campeão nacional, mesmo trabalhando com orçamentos mais limitados que os times do Sul e Sudeste. Mas não confundam as coisas: a final da Copa do Brasil foi Sport x Corinthians, não Nordeste x São Paulo ou Nordeste x Sudeste. O Brasil não está em guerra civil e não tem nenhum movimento minimamente sério de separatismo partindo de nenhum estado. A alegria do título rubro-negro não merece ser misturada a esse tipo de sentimento. Julho de 2008
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MARACANAZO por Mauro Cezar Pereira
Aloísio ou Adriano? COM 17 GOLS EM 28 JOGOS, Adriano firmou-se como destaque do São Paulo no primeiro semestre. Sua curta passagem pelo bicampeão brasileiro foi ótima, embora, claro, não tenha sido tão marcante quanto poderia. No entanto, não seria justo depositar na conta do “Imperador” o fato de o time ter ficado pelo caminho na Libertadores. A perda do Paulista é questão menor, nem vale duas linhas. Curiosamente, bastou o São Paulo vencer suas primeiras partidas no Brasileirão para que alguns sentenciassem: “O time é melhor sem Adriano”. Por mais estranho que possa parecer, a maior capacidade do atacante da Internazionale é apontada como obstáculo para a eficiência do futebol são-paulino. “O time exagerava nas bolas áreas quando tinha Adriano”, argumentam. Ora, o São Paulo era repetitivo em sua estratégia ofensiva porque jogava mal e, como qualquer time, no sufoco, apelava para os cruzamentos. E isso naturalmente se acentua quando se trata de uma equipe que usa e abusa do jogo pelo alto, algo que a de Muricy Ramalho faz não é de hoje. Nessas circunstâncias, Adriano resolveu (e como!), principalmente na Libertadores. Esse raciocínio obtuso serve para maquiar os problemas de um time que vinha jogando mal, apenas isso. Sem Adriano, não restou aos são-paulinos alternativa a não ser retomar o estilo de 2007, o que não impediria o “Imperador” de se adequar a essa forma de atuar. O tempo talvez tenha sido curto para isso e certamente não foi o bastante para que o astro do tricampeão italiano se encaixasse no time paulista da maneira que poderia. Mas daí a considerar melhor a presença de Aloísio no lugar de Adriano vai uma distância maior do que a existente entre São Paulo e Milão. Ouso afirmar que José Mourinho não aprovaria uma troca envolvendo os dois.
HAT TRICK
Dunga procura se cercar daqueles que considera leais a ele por terem disputado a Copa América no ano passado, enquanto Ronaldinho e Kaká optaram pelas férias (e o fizeram muito bem). Incapaz de visualizar um time real, com setores bem definidos,
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O Corinthians tem um óbvio objetivo em 2008: voltar à primeira divisão. No começo do ano, a Copa do Brasil era um sonho distante. Ganhar o torneio que ficou (merecidamente) com o Sport e não retornar à Série A seria muito pior do que perder a Copa do Brasil.
que marque, roube a bola e saiba o que fazer com ela, que ataque, agrida e não dependa de um lampejo individual, o “técnico” dá prioridade aos que não o questionam. E não o fazem por saberem que, não fosse a mediocridade do “treinador”, sequer estariam na seleção da CBF. Na hierarquia da entidade, as relações ficam estabelecidas a partir da fidelidade canina que só os medíocres são capazes de expressar. Para ser leal a quem comanda não é preciso ser capacho, se curvar aos “poderosos”. Falta respeito sem subserviência, falta competência, falta diálogo, falta tudo ao time que representa o Brasil nas eliminatórias para a Copa de 2010. Assim, não se pode esperar muito — até porque o objetivo declarado de quem seleciona os atletas é a classificação para o Mundial, como se esse fosse um verdadeiro desafio. E isso deve bastar para os superiores do “professor”, que já estão com a cabeça em 2014.
Não há desculpas para a pífia participação do Fluminense no Brasileiro após as semifinais da Libertadores. Renato Gaúcho argumentou que o time não conseguia se concentrar no torneio antes de encarar a LDU Quito. Ridículo. Em tempo: escrevo antes da primeira partida decisiva.
Luiz Felipe Scolari no Chelsea. O êxito na carreira internacional do gaúcho é impressionante. O time mais endinheirado do planeta resolveu abrir os cofres para contar com seu comando. E não foi notícia “plantada”, tampouco boato capaz de provocar gargalhadas.
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PONTO DE BOLA por Mauro Beting
A Seleção é deles - GOOOOOOOL! Meu filho de 9 anos saiu pela sala gritando gol no jogo da Seleção. Gol! De Cabañas. Dois a zero Paraguai, no placar e no jogo de W.O. do paraguaio Brasil de Dunga, em Assunção, pelas eliminatórias. Minha mulher chamou a atenção do mais velho, enquanto o menor brincava, esperando as finais da NBA, à noite. Eu comentava o jogo pela rádio, longe de casa. Como jornalista esportivo que se preza, não sabia o que estava acontecendo no lar. Mas como metido a querer entender, comentava algo semelhante, na mesma hora. - O gol de Cabañas está sendo comemorado por muita gente no Brasil. Meu filho sabe perder. Até porque o time dele só recentemente voltou a ganhar. Mas, com a Seleção, desde a decepção de 2006, meu e tantos filhos torcem como por vezes os avós torceram. Como por vezes, confesso, quando mais jovem, também torci. Ou distorci. De raiva, querendo mudança, desejando a cabeça do técnico, ou os pés de algum
cabeça-de-bagre canarinho, já torci contra a Seleção. Ou a favor do futebol do Brasil, naquele sentimento utilitário de “quanto pior, melhor”. Pensando que uma derrota pode mudar a Seleção, pode fazer o Brasil mais brasileiro em campo. Ou tirar da foto quem desmanda no futebol brasileiro. (Mas sei que, hoje, seria demais. O homem perde Copa – também ganha
AMARCORD Foi o jogo do milésimo gol da Seleção, em 1973. O primeiro que lembro do Brasil. Vi pela TV o time de Zagallo golear a Bolívia por 5 a 0, no Maracanã. Antes do jogo, vi os VTs dos gols da Copa de 1970. Foi a melhor estréia possível para guardar nos olhos. Sorte que meu mais velho lembra da Copa02. Ao menos naquelas manhãs ele sabia o que era ser brasileiro.
–, perde processos – também vence –, passa por CPI – e passa muito bem depois pelos gabinetes que fechavam as portas –, perde os dedos – e ganha os anéis e até um Mundial no quintal! –, perde deputados – e ganha o presidente! Não tem como torcer contra o homem. Ele está lá desde 1989. E lá estará até a Copa de 2014. Não tem mais o que torcer contra! Só rezar) Mas quero falar do meu filho. De tantos outros que torcem o nariz para a Seleção, em vez de torcer com fervor cívico e paixão futebolística pela equipe penta mundial. A equipe caça-Nike, a caça-ferro, a casa da Mãe Joana, a que leva coça da Venezuela. A que leva sua trouxinha e alguns trouxas pelo mundo vendendo caro jogos fuleiros da seleção mais admirada do mundo, cada vez menos respeitada no próprio país. Meu moleque não quer mudanças radicais no comando do futebol brasileiro – ainda não sabe o que é isso –, não quer a cabeça de Dunga, nem pede o Valdivia em campo pelo Brasil. Meu moleque quer uma Seleção um tanto mais moleque. Um tanto mais brasileira em campo e fora dele. Ele quer ver um pouquinho do futebol brasileiro que já viu no Youtube. Quer sentir um pouco do orgulho que tinha com o futebol que via até a Copa da Alemanha, quando perdeu junto com a Seleção um pouco do amor que o Brasil tem perdido como os pontos nas Eliminatórias. Ele não quer uma Seleção só com jogadores que atuam no Brasil – até porque a tola utopia dura o tempo da abertura do mercado europeu, em agosto. O que é nosso será deles em um mês. Mas o que já foi nosso pelo menos poderia voltar a ser um pouco por 90 minutos. Não é pedir muito. É só para garantir que nossos filhos continuem torcendo por nossos clubes e craques, não por brasucas exportados, não por seleções multinacionais com camisas de clubes europeus. Julho de 2008
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TÁTICA por Cassiano Ricardo Gobbet
O fim justifica os
MEIAS Esquema tático mais usado na Eurocopa equilibra a ofensividade com ocupação do meio-campo rshavin, Ballack, Deco, Sneijder, Modric, Podolski, Cristiano Ronaldo. Alguns dos principais destaques das melhores equipes da Eurocopa têm uma coisa em comum: jogaram na ligação entre meio-campo e ataque. Não é coincidência. Os padrões táticos utilizados em muitos times da competição explicam o porquê de os meias ofensivos terem ganhado importância.
Na Euro 2008, Portugal, República Tcheca, Croácia, França, Holanda, Romênia, Alemanha e Itália jogaram uma ou mais partidas usando um esquema bastante conhecido do futebol italiano e espanhol, o 4-2-3-1. Nesse sistema tático, a equipe tem três jogadores que são híbridos de armadores e atacantes, o que favorece a liberdade ao homem que chega de trás para concluir.
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Alemanha Com um atacante só na área, alemães alternavam o segundo homem
A
Klose
Nuno Gomes
M
M
Podolski
Schweinsteiger Ballack
V
V
Hitzlsperger Hitz itz
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Z
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Metzelder M Me
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G Lehmann
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Para não depender de Nuno Gomes, Scolari confiava em Deco e Ronaldo
A M
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Portugal
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LD Bo Bosingwa
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Ricardo o Carvalho
Pepe
G
Ricardo
Jerry Lampen/Reuters
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Roma Na Roma de Spalletti, módulo favorece o talento de Francesco Totti
A Totti
M
M
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Mancini
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V
V
De Rossi D
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LD
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Z
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Roma e Real Madrid
Deco e Schweinsteiger, meias fundamentais no sistema de jogo de Portugal e Alemanha
A Roma do técnico Luciano Spalletti não foi a inventora do 4-2-3-1, mas está entre as equipes européias de ponta que mais tirou vantagem do esquema. Em 2005, para combinar a necessidade de manter o meio-campo ocupado e a quantidade de meias defensivos sem abdicar da vocação ofensiva, Spalletti balanceou seu time com a linha de três armadores atrás do atacante. O desenho foi feito em função do capitão e principal jogador do time, Francesco Totti, mas acabou revelando-se eficiente mesmo quando “il capitano” se contundiu e foi substituído por Vucinic. Os motivos que levaram Bernd Schuster, em 2007, a fazer a mesma coisa no Real Madrid foram opostos: muitos jogadores ofensivos para poucas vagas no time. Na tentativa de combinar o elenco estelar com um time equilibrado, Schuster adiantou Raúl para o posto de atacante fixo e usou vários meias ofensivos no apoio, como Higuaín, Sneijder e Robinho. O esquema tem, na teoria, pelo menos dois pontos positivos: mantém a presença forte no meio-campo como um 4-5-1, e aumenta as variações ofensivas, já que o jogador a encostar no centroavante pode vir de qualquer lugar, dificultando a marcação e ampliando a possibilidade de jogadas de ataque. O desenho fez sucesso entre os treiJulho de 2008
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Com Van Nistelrooy contundido, Raúl virou atacante de referência
Para acomodar Villa (foto) e Fernando Torres, a Espanha abriu mão de um quinteto de meio-campo
Getty Images/AFP
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Real Madrid
A Raúl (Van Nistelrooy)
M
M
M
Robinho
Higuaín
Sneijder
V
V
Guti
Gago G (Diarra)) (D
LE Heinze
Z
Z
Cannavaro
Pepe
LD
S.. Ramos S
G Casillas
nadores da Eurocopa, exatamente pela sua versatilidade. Seguindo a tendência da Copa do Mundo passada, na qual os atacantes tiveram pouco destaque, a variação (que naquele torneio já era utilizada pela França vice-campeã, por exemplo) permitiu a utilização de mais jogadores ofensivos sem desequilibrar. De uma seleção para outra, o equilíbrio foi encontrado de maneiras diferentes. Por exemplo: em Portugal, Luis Felipe Scolari precisava aumentar o poder de fogo de um time que tem um centroavante modesto. Alinhando Simão, Deco e Cristiano Ronaldo, Felipão variava o atacante que se aproximava de Nuno Gomes, fazendo com que as chances de gol saíssem de ambos os lados e ainda ganhando poder nas bolas arrematadas de longe. Marco van Basten tinha uma questão diferente para resolver na Holanda: no 4-3-3, esquema mais tradicional da Oranje, Robben e Van der Vaart compunham o trio ofensivo e o time ficava desequilibrado. Com a entrada do volante Engelaar, Van Basten deslocou Sneijder para uma posição mais adiantada, onde ele finalmente encontrou a liberdade para achar seu melhor futebol, formando a linha de três meias com Van der Vaart e Kuyt — na frente, Van Nistelrooy. Na Alemanha, a solução do 4-2-3-1 veio só nas quartas-de-final, contra Portugal. Ao invés de uma ineficiente dupla de ata-
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Fabrice Coffrini/AFP
Van Nistelrooy e Sneijder: 4-2-3-1 no Real Madrid e na seleção holandesa
G: goleiro / LD: lateral-direito / LE: lateral-esquerdo / Z: zagueiro / V: volante / M: meia / A: atacante
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Espanha Exceção na Euro do 4-2-3-1, a Fúria segurou os laterais para ter um volante
A
A
Villa
Torres
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Holanda Equilíbrio holandês veio com Sneijder jogando mais avançado
A Van Nistelrooy
M
M
M
Silva
M
M M
Sneijder
Iniesta
Kuyt
Van der Vaart V
Xavi
V LE
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Capdevilla
Z
Z
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V
V
Engelaar
De Jong g
LD
LE
LD
S.. Ramos S
Van Bronckhorstt
Z
Z
Mathijssen
Ooijer
G
G
Casillas
Van der Sar
Bo Boulahrouz
que Klose-Gomez, o técnico Joachim Löw dispôs Schweinsteiger, Ballack e Podolski atrás de um único homem de área. Com o esquema, Löw ganhou força na marcação e na conclusão, já que Mário Gomez batia cabeça com Klose na frente. Quem paga o pato nesse módulo é o homem de frente. Na Eurocopa, todos os centroavantes de seleções assim armadas tiveram vida dura, como o holandês Van Nistelrooy, o italiano Toni ou o alemão Klose. Parte do papel desses atacantes solitários era o de se bater com os zagueiros para abrir espaços para os companheiros que chegavam de trás, faziam os gols e corriam para a galera. Mesmo com o centroavante sem marcar, os times mantiveram suas vocações ofensivas. Não faltaram gols e emoção ao torneio, desmistificando um pouco a idéia de que futebol agradável e ofensivo precisa de muitos atacantes. Às vezes, a solução está no meio-campo. Julho de 2008
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ENTREVISTA RR ELANO por Eduardo Camilli
CIDADÃO
BLUMER anchester faz jus à fama inglesa de que o céu no país está sempre nublado e que só chove. Aquilo que seria um cenário desesperador para a maioria dos brasileiros, pode ser considerado um paraíso para Elano. Para quem passou dois anos e meio vivendo no interior da Ucrânia, sob temperaturas que chegam aos -20ºC, o que é um pouco de frio e chuva? Elano foi parar na Inglaterra graças aos dois gols contra a Argentina num amistoso disputado em Londres, poucos meses depois de Dunga assumir a Seleção Brasileira, em 2006. Naquela partida, o meia chamou a atenção dos ingleses, que se perguntavam quem era aquele brasileiro que jogava na Ucrânia. Um dos que abriram os olhos para o futebol do iracemapolense foi Sven-Goran Eriksson. Quando assumiu o Manchester City, em 2007, o técnico tinha à disposição um orçamento generoso para reforços (oferta do milionário tailandês Thaksin Shinawatra, novo dono do clube). O sueco não teve medo de ousar e tirou o meia do Shakhtar Donetsk. Mesmo no Brasil, pouco se esperava do ex-santista na Premier League. Mas ele tomou as rédeas do meiocampo dos Citizens, tornando-se figura fundamental para a excelente campanha do time no primeiro turno do Inglês. “Graças à minha mobilidade, ao meu jeito de jogar e à minha versatilidade, tudo aconteceu de um jeito mais fácil”, afirma, sem modéstia. Não por coincidência, a queda de rendimento da equipe ocorreu no período em que Elano esteve contundido. O desempenho mostrado logo em sua primeira temporada no campeonato nacional mais forte do mundo reforçou o cartaz do brasileiro no cenário europeu. No entanto, não é suficiente para garantirlhe algum conforto na Seleção Brasileira. Titular em alguns momentos, Elano ficou no banco de reservas na derrota para o Paraguai e nem foi relacionado para o empate contra a Argentina, no Mineirão. O meia não esconde que a situação o deixou contrariado. Nesta entrevista concedida à Trivela, o excompanheiro de Robinho e Diego no Santos fala de seu primeiro ano na Premier League, relembra a sofrida passagem pela Ucrânia e também sobre o momento da Seleção Brasileira nas eliminatórias.
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Getty Images/AFP
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Apóós anos sofrendo com o frio e o isolamento da Ucrânia, Elano se mostraa satisfeito com o bom momento no Manchester City e exxige mais paciênccia dos torcedores brasileiross com a Seleçãão
É verdade que você ficou decepcionado por não ter sido relacionado para o jogo contra a Argentina? Fico triste, né? Não posso ficar sorrindo ou contente pelo que aconteceu, mas eu respeito. Tem outros jogadores lá e o Dunga optou por eles. Não estou decepcionado com o Dunga ou a comissão técnica. Fico triste comigo mesmo, porque eu acho que tenho condições de jogar. Só não vou ficar bravo dentro do grupo, porque ali, o momento é de pensamento positivo. Após o jogo, apenas o Gilberto pareceu indignado com os gritos de “Messi, Messi” vindos das arquibancadas. No vestiário, vocês falaram algo a esse respeito? Acho isso um desrespeito. Preferimos não comentar nada depois do jogo, mas a torcida não pode fazer isso. O torcedor brasileiro está em seu direito gritar e criticar a Seleção Brasileira, mas gritar o nome de um jogador argentino? Isso deixa a gente um pouco chateado. Todos dizem que a torcida está distante da Seleção porque está todo mundo na Europa. Aí, quando estamos aqui, fica todo mundo criticando, querendo pisar na cabeça da gente. Tem coisa que é válida e o torcedor tem todo direito de fazer, mas isso aí é muito triste. Tivemos alguns percalços nesses últimos jogos, mas acho que esses tropeços acontecem, faz parte do trabalho. E só nós, comissão técnica e jogadores, poderemos resolver isso. Acho que todos nós somos culpados – e não uma pessoa só, como está todo mundo falando. Nada melhor que voltarmos a vencer para amenizar tudo isso. Você acha que um jogador como o Kaká pode ficar fora da Seleção? De maneira alguma. O Kaká nos faz falta sempre. Mas ele estava se tratando e logo estará de volta. Há uma grande especulação de que ele e o Dunga não se bicam. Você já viu alguma coisa que possa justificar esse tipo de boato? Nunca vi problema nenhum. As conversas são sempre normais. Acontecem algumas situações, como essa mais recente, em que um está distante do outro e pode ter
acontecido algum mal-entendido. O respeito do Dunga pelo Kaká e do Kaká pelo Dunga é muito grande e, tenho certeza, muito sincero. Mudando de assunto, como você avalia esse seu primeiro ano no futebol inglês? Foi um ano positivo para caramba, apesar de todas as dificuldades. Tivemos uma temporada complicada, mas fiz 12 gols, o que foi importante para mim. No começo, o time deu mostras de que entraria na briga por uma vaga na Liga dos Campeões. O que faltou para isso acontecer? Na virada do ano, de dezembro para janeiro, nosso time deu uma caída. Alguns jogadores se machucaram e esse foi o fator principal para essa queda no final. Dizem que a adaptação ao futebol inglês costuma ser mais difícil para brasileiros, mas você começou a jogar bem logo nas primeiras partidas pelo Manchester City. Foi realmente fácil para você? A adaptação, em qualquer lugar, é sempre difícil, mas tive sorte por vir de um lugar onde as coisas eram ainda mais complicadas. Depois de dois anos e meio na Ucrânia, ficou muito mais fácil me acostumar à Inglaterra. No meu caso específico, o começo no Manchester City foi melhor que o final. Tive um bom início e depois tive uma contusão que me deixou mais ou menos dois meses parado. Foi um ano complicado. Comparando com o frio de Donetsk, é mais fácil lidar com o tempo chuvoso de Manchester? Ah, é muito mais tranqüilo [risos]. Quando o país oferece coisas fora de campo, como lugares para ir com a sua família, restaurantes bons e alguns amigos, fica mais
O Eriksson me colocou numa posição em que pude render o melhor possível dentro das características do futebol inglês Julho de 2008
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Dizem que a torcida está distante da Seleção porque está todo mundo na Europa. Aí, quando estamos aqui, ficam querendo pisar na cabeça da gente Quais as diferenças mais notáveis do futebol inglês para o do Brasil para quem está dentro de campo? A marcação, a força, o jogo aéreo. É muita diferença. Mas, como costumo dizer, graças à minha mobilidade, ao meu jeito de jogar e à minha versatilidade, tudo aconteceu de um jeito mais fácil e rápido. Para você, foi ruim o Sven-Goran Eriksson ter saído? Fiquei muito surpreso com a saída dele, mas tenho muito respeito pelo Mark Hughes. Acho que a vinda dele é uma prova de que o City está querendo montar um grande time para essa próxima temporada. O que você conhece do trabalho do Hughes?
Acompanhei ele na temporada passada no Blackburn, onde fez um grande trabalho. Espero poder ajudá-lo a se sair bem aqui no Manchester City. Ele já conversou com você? Conversei com ele por telefone, mas foi coisa rápida. Ainda não tivemos contato pessoal. A média de público do Manchester City na última temporada foi de 42 mil pagantes. Para alguém acostumado à realidade brasileira, sobretudo a do Santos, é estranho jogar sempre com estádio lotado desse jeito? É bom, né? É motivador. Nossa equipe não era tão acostumada a ter tanto público assim. Agora, recebemos sempre 40 mil, 45 mil todo jogo. No Santos, a gente sempre tinha casa cheia, mas a capacidade era menor. E nem dá para comparar com o estilo dos estádios e a organização dos europeus, principalmente na Inglaterra. Por falar nisso, como é o clima de um clássico entre Manchester City e Manchester United? Ah, tipo um Corinthians x Palmeiras, um Santos x Corinthians. Uma rivalidade muito grande,
Damir Sagolj
fácil. Esse tipo de coisa dá muito mais tranqüilidade para jogar. O fato de o Sven-Goran Eriksson falar português o ajudou a se ambientar rapidamente? Fiquei um pouco surpreso quando ele chegou para mim e disse: “Oi, tudo bem?”. E eu: “Caramba, não sabia que o senhor falava português!”. Para mim, foi muito bom isso e, sem dúvida, ele me ajudou muito. É um treinador vencedor, que, taticamente, enxerga muito do que acontece dentro de campo. Ele ajudou principalmente por me colocar numa posição em que pude render o melhor possível dentro das características do futebol na Inglaterra. Por conta disso, tenho muito a agradecer a ele por tudo o que vivi no ano passado. Ele tem algum método diferente de treinadores brasileiros com quem você já trabalhou? Uma coisa que eu não tinha visto muito na Europa era treino tático. Isso, ele dava direto. Até coletivos a gente fazia – uma coisa que deixava o trabalho um pouco parecido com o do Brasil. Isso também ajudou, porque é um pouco mais parecido com o que estou acostumado.
Elano Blumer Nascimento: 14/6/1981, em Iracemápolis (SP) Carreira: Santos (2001 a 2005), Shakhtar Donetsk-UCR (2005 a 2007), Manchester City-ING (desde 2007) Títulos: Campeonato Brasileiro (2002, 2004), Campeonato Ucraniano (2005, 2006), Supercopa da Ucrânia (2005), Copa América (2007) Pela Seleção: 21J / 4G
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Sergei Supinsky/AFP
O nível do futebol ucraniano é muito baixo. Só o Shakhtar Donetsk e o Dynamo de Kiev teriam condições de jogar no Brasileirão dentro de campo, fora de campo e por toda a cidade. Como fica o clima em Manchester num dia de clássico? Fica muito movimentado. Em dia normal de jogo, quando atua o Manchester United ou o Manchester City, já fica tudo cheio. Agora, imagina quando tem um clássico da cidade? E a torcida do Manchester City, em Manchester, é muito maior. Você falou sobre a diferença de
ter amigos na cidade. Você e o Anderson, que joga no United, costumam se ver? Sou amigo dele, mas a gente se vê pouco. Nossos horários nunca batem a ponto de dar para nossas famílias se encontrarem. Saio mais com o pessoal do Liverpool, o Lucas e o Fábio Aurélio. Essa falta de vida social fora do ambiente de trabalho foi o pior lado da sua passagem pela Ucrânia? Foi. Fora de campo, você não tem um dia-a-dia normal, como em qualquer lugar do mundo. Sou um cara de muita fé e Deus está sempre ao meu lado. Hoje, felizmente, estou em um país maravilhoso que é a Inglaterra. O que sua família fazia em Donetsk enquanto você trabalhava?
Absolutamente nada. Ficavam em casa. Isso, para mim, era muito difícil. É muito gostoso quando você pode levar sua esposa, seus filhos, num lugar bacana. Lá, não: era do treino para casa, do jogo para casa. Vocês chegaram a aprender a língua local? Não tudo, mas falamos russo a ponto de conseguir se virar. A próxima Eurocopa será disputada na Ucrânia e na Polônia. Você acha que o país tem estrutura para receber uma competição desse nível? Tem, com certeza. Lá, eles fazem as coisas muito rápido. Acredito que a Ucrânia vai se preparar da melhor maneira possível para receber a Eurocopa. Dá para comparar o nível do futebol ucraniano com o brasileiro? Não tem como. O nível é muito baixo. Só duas equipes teriam condições de jogar na primeira divisão do Brasil: o Dynamo Kiev e o Shakhtar Donetsk. O resto não tem como. Hoje em dia, cada vez mais jogadores saem do Brasil com destino a países com pouca ou nenhuma tradição em futebol e, na maioria das vezes, com grandes diferenças culturais. Você, que sofreu muito em sua passagem pela Ucrânia, recomenda esse tipo de aventura? A gente passa muita necessidade quando está começando. Todos nós que fomos para a Ucrânia pensamos primeiro no lado financeiro. Não dá para esconder isso. Temos pai, mãe e família precisando do dinheiro da gente, além de precisar de uma tranqüilidade na vida pessoal. Optei por ir, justamente para ter essa tranqüilidade. Não que eu esteja rico, milionário – nada disso. Fui para poder garantir esse lado. Agora, posso jogar e fazer meu trabalho mais tranqüilamente. Todo jogador que foi para lá com quem tive a oportunidade de conversar opta por esse lado financeiro. Para você, valeu a pena? Ah, eu diria que valeu. Eu não gosto de ficar me remoendo pelo que fiz ou pelo que deixei de fazer. Enquanto eu estive lá, fui campeão, tive meu sucesso, voltei à Seleção Brasileira. Isso é o mais importante. Julho de 2008
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SELEÇÃO BRASILEIRA
DE UM PROCESSO Erros no gerenciamento da Seleção levam a queda técnica e rompimento com a torcida, justificando a saída de Dunga
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O
RETROSPECTO DE DUNGA NA SELEÇÃO*
V 19 E 7 D4
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* Dados atualizados até o empate por 0 a 0 contra a Argentina pelas elimiantórias.
colocar em dúvida a importância de ambos para a Seleção. Tudo em nome de uma suposta linha-dura com as estrelas. Ambos tiveram de aceitar a reserva e ainda passaram constrangimento desnecessário ao pedirem dispensa da Copa América. Entre 6 e 22 de junho, todos os equívocos confluíram. Em campo, o time fez três apresentações pífias, perdendo de Venezuela e Paraguai e empatando em casa com a Argentina, o que tirou o Brasil da zona de classificação automáti-
ca para o próximo Mundial. Para completar, o time olímpico realizou um amistoso patético contra um combinado de jogadores que atuam no Rio de Janeiro. Fora dos gramados, Ricardo Teixeira negociou diretamente com Ronaldinho sua participação nos Jogos Olímpicos e Kaká deu uma entrevista na qual não fez questão de “aliviar” para Dunga. O técnico tem cada vez menos sustentação e apenas um improvável – pelo nível quase nulo de preparação – ouro olímpico pode prolongar esse trabalho. Os torcedores reagiram. Vaiaram a Seleção contra a Argentina e contra o combinado fluminense sem pudor de ir contra a equipe que, teoricamente, representa o futebol brasileiro. Pede-se a troca de comandante. Ao que parece, resta ver quem se apresenta em condições para assumir o lugar que Dunga nunca deveria ter ocupado. Colaboraram Augusto Amaral e José Carlos Pedrosa
PROBLEMA RECORRENTE Com a corda no pescoço, Dunga, 44 anos, ainda tenta quebrar uma máxima que dura desde 1970. Desde que Zagallo, então em início de carreira, ganhou o tricampeonato mundial, nenhum técnico com menos de 50 anos triunfou na Seleção. Desde então só os “cinqüentões” Parreira e Felipão foram campeões do mundo. A lista de trintões ou quarentões que não tiveram sucesso é grande. Acervo Gazeta Press
Antonio Scorza/AFP
telefone tocou primeiro em Portugal. Na linha, Luiz Felipe Scolari ouvia o pedido do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para voltar à seleção que, quatro anos antes, havia conduzido ao quinto título mundial. Felipão, gentilmente, recusou. A conquista da Europa estava em seus planos. Com a primeira opção frustrada, o cartola passou ao plano B e foi buscar Paulo Autuori, que colhia os frutos da conquista do Mundial pelo São Paulo. E, outra vez, recebeu um não. Sem a possibilidade de ter um medalhão, a alternativa, ou o plano C, passou a ser causar um choque, mudar radicalmente a estrutura de um time que fracassara no mês anterior, na Copa da Alemanha. Em julho de 2006, a equipe nacional mais badalada do mundo caiu no colo de Dunga, ex-jogador que jamais havia sentado em um banco de reservas para treinar jogadores. Dois anos depois, a situação do treinador parece insustentável. Ainda que o Brasil tenha conquistado a Copa América com uma vitória convincente sobre a Argentina – única partida em que atuou bem na competição –, a equipe não encontrou padrão de jogo. Um dos motivos foi a incapacidade de Dunga de construir um time sem perder-se nos conceitos que o levaram ao cargo. Na idéia fixa de não deixar os craques transformarem a concentração em colônia de férias, o treinador insistiu nos jogadores que, na sua visão, são “confiáveis” e “colocam a ‘amarelinha’ acima de tudo”. Dunga acabou se fixando em batalhadores que passam por má fase. Isso ficou mais evidente nas últimas partidas, quando o trio Mineiro-Josué-Gilberto Silva estava sem ritmo de jogo. Não à toa: os três são reservas em seus clubes. O mesmo vale para o lateral-esquerdo Gilberto. Com atletas em nítida má fase ou decadência técnica, o time ficou frouxo, sem poder de marcação e sem saída de bola. Enquanto isso, os dois jogadores com talento para desequilibrar partidas têm ficado de fora. O relacionamento de Dunga com Ronaldinho e Kaká é marcado pela insistência em
Cláudio Coutinho estreou aos 38 anos como técnico da seleção. Introdutor de termos como “overlaping” e “ponto futuro”, ele não conseguiu levar a equipe além de um terceiro lugar na Copa de 1978. O próprio Parreira, antes de triunfar em 1994, arranhou sua imagem em sua primeira aventura como treinador da Seleção. No início da década de 1980, empatou quase metade dos jogos em que comandou o time e foi demitido. Mais emblemático na lista de fracassos é Sebastião Lazaroni, eliminado nas oitavas-de-final da Copa de 1990 pela Argentina de Caniggia e Maradona. Outros jovens treinadores que passaram por isso e nem chegaram a um Mundial foram Edu Coimbra (37 anos em 1984), Ernesto Paulo (37 anos em 1991) e Falcão (36 anos em 1990). Esse último ficou marcado pela convocação de jogadores de qualidade duvidosa e por tentar uma revolução radical no time. Sucumbiu à pressão e, poucos anos depois e mais fracassos acumulados (como à frente da seleção do Japão), desistiu de ser treinador. [AA e JCP] Julho de 2008
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SELEÇÃO BRASILEIRA
QUEM SE
HABILITA? Pode-se esperar qualquer coisa de quem indicou Dunga para a Seleção, mas o provável sucessor do gaúcho deve sair de uma lista razoavelmente óbvia por Dassler Marques e Gustavo Hofman
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indicação de Dunga para o cargo de treinador da Seleção Brasileira, em 2006, deixou claro que, quando as decisões são tomadas pela CBF, a lógica nem sempre é a da busca pelos melhores resultados. Antes, parecem importar a moral com a torcida e a necessidade de ser deixado em paz para tocar os “negócios” da Seleção. Principalmente por isso, especular sobre quem pode ou não assumir o time é sempre um exercício arriscado. Com o fracasso da experiência Dunga, entretanto, parece improvável que Ricardo Teixeira volte a optar por um novato. Como também não há motivos para se imaginar que um estrangeiro possa ocupar o posto – até porque isso seria extremamente mal recebido pela opinião pública –, a lista não pode fugir de alguns poucos nomes. O primeiro que pinta na cabeça de muita gente é o de Vanderlei Luxemburgo. Entre uma parcela considerável dos torcedores, ele é uma unanimidade. Somado a isso há o apoio da Traffic, empresa que mantém parceria com o Palmeiras e que trabalha a favor do treinador alviverde, usando, para isso, o bom trânsito na alta cúpula da CBF. Há, porém, muitos que torcem o nariz para o atual técnico do Palmeiras. Na CBF, ele é visto como um pólo de problemas, algo que dá arrepios a Ricardo Teixeira. Foi mais ou menos o que ocorreu em sua primeira passagem pelo cargo, entre 1998 e 2000. Apesar de alguns resultados pífios, Luxemburgo só deixou o cargo depois que seus problemas legais começaram a respingar em Ricardo Teixeira – à época, como costuma acontecer, à volta com seus próprios problemas legais. A desculpa para demiti-lo foi a eliminação nas Olimpíadas de Sydney, quando, assim como Dunga, “bancou” um time sem estrelas. Hoje, Vanderlei Luxemburgo gosta de envergar o bordão “posso não gostar dele, mas é o melhor técnico do Brasil”. Seu currículo nem sempre o credencia como tal – nunca venceu, por exemplo, a Libertadores. O recente título paulista conquistado pelo Palmeiras e o bom futebol apresentado pela equipe ajudam a mantêlo em evidência – ajudado, é claro, por um enorme marketing pessoal.
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Recentemente, o palmeirense admitiu que pretende voltar a comandar a Seleção. Optou pela diplomacia, mas não deixou de colocar-se como candidato. “Claro que quero trabalhar na Seleção, mas agora há um técnico lá e torço muito para que ele tenha sucesso na Copa de 2010. Já para 2014, posso ser um postulante ao cargo, se ele estiver vago. Vou ter 61 anos e seria muito interessante dirigir a seleção em uma Copa no Brasil. É uma idéia”, disse. A própria postura direta de Luxemburgo causa alguma polêmica, sobretudo pelo histórico de falta de credibilidade do técnico. O fato de ser permeável a interesses nem sempre claros, porém, faz que seu perfil seja próximo ao da entidade – e o transforma em favorito ao cargo no caso de queda de Dunga. No entanto, há uma corrente que defende a tese que é preciso resgatar a relação entre torcida e Seleção, um nome que surge é o de Zico. No Brasil, é quase um crime falar mal do Galinho. O ídolo do Flamengo é uma figura pública querida por todos no país. Aliados a isso, os bons trabalhos do técnico aumentaram a força dos que defendem seu nome. Na seleção japonesa, Zico
conquistou uma Copa da Ásia, mas caiu na primeira fase da Copa do Mundo de 2006, com um empate contra a Croácia e derrotas para Austrália e Brasil. No Fernerbahçe, o treinador chegou às quartas-de-final da Liga dos Campeões, melhor campanha do clube turco na história do torneio. Contra ele pesa o conturbado relacionamento que possui com a CBF. Na Copa de 1998, Zico foi para a França como coordenador técnico de Zagallo – por imposição de Ricardo Teixeira. Envolveu-se em diversas polêmicas, como o corte de Romário e o problema com Ronaldo antes da final, e se desgastou muito com a entidade. Essa passagem rende até hoje críticas feitas por ele à CBF. Nas últimas semanas, após a saída confirmada de Luiz Felipe Scolari da seleção portuguesa, Zico teve seu nome ligado aos Tugas também. Categoricamente ele sempre negou qualquer contato, e ainda deu apoio ao trabalho de Dunga. “A gente consegue a vaga (na Copa do Mundo) com os pés nas costas”, afirmou Zico em junho.
Sisudos Considerando virtudes e defeitos dos concorrentes, um técnico que surge com força é o de Paulo Autuori. No futebol brasileiro, basta cair um técnico, ou mesmo balançar, para ele ser lembrado. Só em 2008, ele já foi cogitado por Santos, Internacional, Flamengo e Botafogo. Sonho antigo da CBF, que o cogitou após a Copa de 2006, Autuori volta à tona com a pressão que paira sobre os ombros de Dunga. O atual técnico do Al Rayyan é visto como um sujeito inteligente e equilibrado no vestiário, além de suficientemente maleável para não alterar o curso vigente na CBF. De certa forma, um perfil parecido com o de Parreira. A seu favor, Autuori tem o fato de ser conhecido entre os jogadores como um sujeito correto e de fácil convivência, justamente o contrário de Dunga. Além disso, pode exibir um currículo com duas conquistas de Libertadores, um Mundial de Clubes e passagens por grandes clubes como São Paulo, Cruzeiro e Benfica. Aos 51 anos, Autuori possui maturidaLegenda de e história suficientes para atingir, na noonno Seleção Brasileira, o cargo mais impornonono tante de sua carreira. Resta saber se um nonononono eventual convite lhe faria largar o projeto que comanda no Qatar. Pela granJulho de 2008
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Jorge R. Jorge
Muricy Ramalho Nascimento 30/novembro/1955, em São Paulo (SP) Principais trabalhos como treinador São Paulo (1994 a 1996 e desde 2006), Guarani (1997), Chuhua-CHN (1998), Santa Cruz (2000), Náutico (2001 a 2002), Figueirense (2002), Internacional (2003 a 2004 e 2005) e São Caetano (2004)
Mauricio Lima/AFP
Principais títulos Campeonato Brasileiro (2006 e 2007), Copa da China (1998), Campeonato Paulista (2004), Campeonato Gaúcho (2003) e Campeonato Pernambucano (2001 e 2002)
Vanderlei Luxemburgo Nascimento 10/maio/1952, em Nova Iguaçu (RJ) Principais trabalhos como treinador América-RJ (1987), Bragantino (1989 a 1990), Guarani (1991), Flamengo (1991 a 1992 e 1995), Ponte Preta (1992 a 1993), Palmeiras (1993 a 1994, 1995 a 1996, 2002 e 2008), Paraná (1995), Santos (97 a 98, 2004 e 2006 a 2007), Corinthians (1998, 2001 a 2002), Seleção Brasileira (1998 a 2000), Cruzeiro (2002 a 2004) e Real Madrid-ESP (2004 a 2005)
Karim Jaafar/AFP
Principais títulos Copa América (1999), Campeonato Brasileiro (1993, 1994, 1998, 2003 e 2004), Copa do Brasil (2003), Rio-São Paulo (1993 e 1997), Campeonato Paulista (1990, 1993, 1994, 1996, 2001, 2006, 2007 e 2008), Campeonato Mineiro (2003) e Campeonato Capixaba (1983)
Paulo Autuori Nascimento 25/agosto/1956, no Rio de Janeiro (RJ) Principais trabalhos como treinador América-RJ (1979 a 1981), Botafogo (1986, 1995, 1999 e 2001), Benfica (1996 a 1997), Cruzeiro (1997, 2000 e 2007), Flamengo (1998), Internacional (1999), Santos (2000), Alianza Lima-PER (2001), Sporting Cristal-PER (2002 e 2003), Seleção do Peru (2003 a 2005), São Paulo (2005), Kashima Antlers (2006) e Al Rayyan-QAT (desde 2007)
Carl De Souza/AFP
Principais títulos Mundial de Clubes (2005), Libertadores (1995 e 2005), Campeonato Brasileiro (1995), Campeonato Peruano (2001 e 2002) e Campeonato Mineiro (1997)
Zico Nascimento 03/março/1953, no Rio de Janeiro (RJ) Principais trabalhos como treinador Seleção Japonesa (2002 a 2006) e Fenerbahçe (2006 a 2008)
CORRENDO POR FORA
Principais títulos Copa da Ásia (2004 e 2005) e Campeonato Turco (2007)
Renato Gaúcho PRÓ Bom trânsito no Rio após campanhas com Vasco e Flu CONTRA Temperamento tido como arrogante
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Cuca PRÓ Bons trabalhos em Goiás, São Paulo e Botafogo CONTRA Ajeita os times, mas tem fama de não ganhar títulos
Mano Menezes
Caio Júnior
PRÓ Bom trabalho no Grêmio
PRÓ Levou o Paraná à Libertadores e está no Flamengo
CONTRA Só agora está sendo testado fora do Rio Grande do Sul
CONTRA Teve chance, mas não finalizou bem seu trabalho no Palmeiras
deza e do prestígio da camisa verdeamarela, é possível crer que sim, mas ele ou a direção da CBF teria de se dispor a pagar a multa rescisória com os qatarianos, um obstáculo que o fez recusar propostas de equipes brasileiras. Nesse aspecto, Autuori se assemelha a seu sucessor no São Paulo, onde trabalhou em 2005. Muricy Ramalho tem fama de não largar trabalhos pela metade e goza de reputação de ser um profissional sério e ético. Prova disso é que, nas últimas três premiações do Campeonato Brasileiro, foi apontado o melhor treinador, em um pleito composto por jornalistas em sua grande maioria. Muricy é adepto incondicional do futebol competitivo e com bastante atenção à parte física, o que quase sempre lhe valeu resultados convincentes. O problema é que, apesar de Felipão ter superado esse preconceito, há uma cobrança quase inata dos brasileiros de exigirem futebol bonito da Seleção. O atual técnico do São Paulo tem a seu favor o peso de ter trabalhado com muitos jogadores que compõem o rol de selecionáveis, além de ser um nome consolidado de uma geração seguinte à de Vanderlei Luxemburgo e Paulo Autuori. A lealdade aos atletas, porém, que costuma funcionar em times que disputam torneios longos, também pode deixá-lo nos mesmos maus lençóis encontrados pelo atual treinador. No entanto, o maior desafio de Muricy na Seleção é sua aversão a fazer política. Por exemplo, ele não suporta Vanderlei Luxemburgo e nunca fez questão de esconder isso. Embora não seja exatamente claro nas palavras, vez ou outra dá uma indireta. “Não penso em Seleção agora. Deixem o Dunga trabalhar. Tem muita gente de olho nessa vaga. Tem treinador que gosta de ficar falando que quer assumir a Seleção, mas eu não. Gosto de chegar nas coisas corretamente, sem forçar nada”, comentou. Assim é Muricy, e contratá-lo significa aceita-lo desta forma. E a CBF talvez não esteja disposta a isso. Do ponto de vista puramente técnico, as opções para uma eventual saída de Dunga estão claras. As dúvidas pairam sobre as manobras políticas que pautam a definição do treinador da Seleção Brasileira. O que pode causar mais desapontamento e surpresa para os torcedores. Justamente como ocorreu na escolha do atual comandante.
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BOTAFOGO por Eduardo Zobaran
GIGAN T
Jorge R. Jorge
ADORMECIDO
Botafogo mais parecia um clube cigano. Desde que voltou da Série B em 2004, já chamou quatro estádios de casa: Caio Martins, Arena Petrobrás, Maracanã e Engenhão. Este último foi celebrado como um título, após uma licitação pública vencida em 1º de agosto de 2007. Considerado um marco para a recuperação do alvinegro carioca, o clube ainda não apresenta um projeto para transformar o Olímpico João Havelange em uma fonte de receitas. Desde que se mudou para Engenho de Dentro, o Botafogo ainda não conseguiu aproveitar seu grande estádio para atrair torcedores e criar receita. O primeiro grande público foi na Copa Sul-
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Americana do ano passado, contra o River Plate. Foram 39,5 mil torcedores que geraram uma renda de R$ 565.790. Mas parou por aí. No Brasileirão 2007, a média de público do time no Engenhão foi de 12 mil pessoas, excetuando o clássico contra o Fluminense na inauguração do estádio. Desde então, o local só lotou em um jogo da Copa do Brasil (semifinal contra o Corinthians) ou quando houve promoção com ingressos mais baratos. Parte dessa baixa ocupação se explica pelas oscilações da equipe em campo. No entanto, denota uma falta de planejamento do clube, que tem um estádio moderno nas mãos e poderia ter públicos mais significativos. “O clube tem que criar alter-
nativas de atrair o torcedor. O Engenhão tem potencial de gerar, sem exageros, R$ 20 milhões de reais anuais ao Botafogo”, afirma o consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi. O consultor usa o exemplo do Arsenal. Para construir o Emirates, os londrinos contraíram dívidas, mas um bom plano de negócios prevê o prazo para quitação dos empréstimos e os efeitos positivos no clube já são sentidos. Para Somoggi, o Botafogo não teria a mesma dedicação em controlar receitas e despesas, porque os gastos para a construção do estádio foram públicos. “Se der certo, deu. Se não der, vão botar a culpa na cultura da torcida e dizer que não dá para mudar o fute-
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TE Projetado para ser o melhor estádio do Brasil, Engenhão se torna um “elefante branco” por falta de um plano de uso adequado
OS CINCO MAIORES PÚBLICOS DESDE QUE O BOTAFOGO ASSUMIU O ENGENHÃO Jogo
Campeonato
2x1 Portuguesa 1x0 River Plate 2x1 Corinthians 2x0 River-PI
Copa do Brasil 2008 Copa Sul-Americana 2007 Copa do Brasil 2008 Copa do Brasil 2008
do Botafogo, um amistoso da seleção do Brasileirão 2007 contra a seleção olímpica e a previsão de um jogo das eliminatórias contra a Bolívia em setembro. No atletismo, também há sub-aproveitamento. Em 18 de maio, o GP Rio foi realizado no Célio de Barros, enquanto que o Engenhão esteve fechado, já que o Botafogo não jogou em casa naquele fim-de-semana. Outro ponto que mereceu destaque foram as catracas. Em várias partidas, inclusive algumas de pequeno público, houve filas enormes para entrar no estádio e alguns torcedores só viram o segundo tempo. O clube decidiu ampliar o número de catracas nas principais entradas. Erros como esse poderiam ter sido evitados. “Os dois escritórios de arquitetura que elaboraram o projeto do Engenhão ofereceram um relatório de pós-ocupação ao clube, que recusou o documento”, conta Carlos Porto, um dos arquitetos que trabalharam no projeto do estádio.
História confusa
bol brasileiro”, comenta. Em maio deste ano, Bebeto de Freitas, presidente do clube, anunciou parcerias para o estádio. A empresa Golden Goal passou a comercializar os camarotes corporativos, enquanto a Visa criou um setor próprio no Engenhão, a exemplo do que já acontecia com Parque Antarctica e Orlando Scarpelli, e a Adma cuida dos eventos no local. Há também um sistema de venda de ingressos por telefone, junto com a EBN, que antecipou ao Botafogo futuras receitas. São ações pontuais, mas que ainda não resolvem alguns problemas. O estádio não tem uma programação de eventos como shows. No futebol, só os jogos
A (curta) história do principal palco dos Jogos Pan-Americanos 2007 já tem muitos pontos obscuros. As obras foram inicialmente orçadas em R$ 166 milhões, mas os números finais bateram em R$ 350 milhões. Na época do Pan, a prefeitura do Rio dizia que o Engenhão seria a casa do atletismo brasileiros. Não demorou para a idéia se revelar irreal. “O estádio foi concebido para os Jogos Pan-Americanos, mas se-
20 anos Duração do contrato da concessão do Engenhão ao Botafogo. O clube paga à prefeitura do Rio R$ 36 mil mensais pelo uso do estádio
Público 40.000 39.500 30.707 29.691
Renda (em R$)
353.287 565.790 540.580 183.678
Valor médio do ingresso (em R$) 8,83 14,32 17,60 6,18
guimos tanto o padrão da Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo) quanto o da Fifa, já imaginando que o estádio ficaria com um dos times de futebol do Rio”, explica o arquiteto Carlos Porto. Nesse contexto, nem surpreendeu quando a concessão do Engenhão caiu no colo do Botafogo. Dias antes da apresentação de propostas, o Fluminense – que mostrava interesse no estádio – pediu adiamento da entrega de propostas para esclarecer dúvidas sobre o edital. Com o pedido negado, o caminho ficou livre para a Companhia Botafogo, empresa criada em 2003 para gerir os recursos do Botafogo e Futebol e Regatas em um novo CNPJ. Com a manobra, a receita fica livre de possíveis penhoras de credores e permitiu ao Alvinegro cumprindo as exigências fiscais e se qualificar para a licitação. O clube arrematou o estádio em termos muito prejudiciais à prefeitura. O Botafogo paga apenas R$ 36 mil mensais pelo direito de uso do Engenhão. Ou seja, os R$ 350 milhões gastos pelo poder público só teria retorno em 810 anos, desconsiderando juros e inflação no período. Para o Botafogo, o acordo veio a calhar. Bebeto de Freitas nunca escondeu que via em um estádio uma fonte substancial de receita para a recuperação alvinegra. Uma das primeiras medidas ao ser empossado foi justamente melhorar o Caio Martins, que recebeu arquibancadas novas e placar eletrônico. Em 2005, ano em que o Maracanã ficou fechado para reformas, o clube de General Severiano fez parceria com o Flamengo e a Petrobras para ampliar provisoriamente o estádio Luso-Brasileiro, que ganhou o nome de Arena Petrobras. Até por essa compreensão de sua importância, é estranho ver como o Engenhão é um gigante adormecido. O estádio mais moderno e caro do Brasil continua sem planejamento, e seu potencial é sub-aproveitado. Julho de 2008
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TORCIDA
TORCEDOR DE ARQUIBANCADA,
SEU CLUBE O
MALTR torcedor esperava ansiosamente por aquele momento. Era 21 de junho e o Fluminense colocaria à venda os ingressos para a final da Libertadores contra a LDU Quito. Milhares de tricolores foram aos pontos de venda na esperança de comprar uma entrada para o jogo mais importante da história do clube. E virou confusão. Filas desorganizadas criaram um tumulto que se tornou pior com
Daniel Kfouri
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a aparição de cambistas. A polícia acabou intervindo, jogando spray de pimenta e gás na multidão. Muitos voltaram para casa cansados, machucados e sem ingressos. O caso é lamentável por si só, mas torna-se particularmente mais triste quando constata-se que não foi um acidente. No Brasil, são comuns confusões como tumulto nas bilheterias, cambistas com acesso privilegiado aos ingressos, falta de opções para compra dos ingressos, dificuldades para chegar ao local do jogo e desconforto na entrada e saída do estádio.
O pior é que todos esses problemas poderiam ser reduzidos se os clubes tivessem uma política mais atuante para incentivar os torcedores a irem aos estádios. Seja na criação de mecanismos para facilitar a vida do torcedor, seja no trabalho conjunto com as autoridades – polícia, companhia de tráfego, prefeitura e governo estadual – para criar esquemas especiais de segurança e trânsito. Pelo que se viu nos últimos dois meses, os dirigentes mostram-se despreparados para planejar eventos futebolísticos que exijam cuidados especiais. Houve problemas graves em várias partes do país, em jogos que vão das finais estaduais à Libertadores, passando
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por Dassler Marques
ATA
Mesmo com valorização de iniciativas de marketing, clubes brasileiros continuam engatinhando para incentivar incentiva seus torcedores a irem ao estádio. Resultado: filas filas, desorganização, confusões e arquibancadas menos cheias do que poderiam
pela reta final da Copa do Brasil. Considerando que os clubes brasileiros cada vez mais estruturam seus departamentos de marketing para aumentar suas receitas, o torcedor de arquibancada não é prioridade. Mesmo quando se vê um retorno dos fãs aos estádios, com média de 17.255 pagantes no Brasileirão 2007 (em 2004, esse número era de cerca de 8 mil).
A batalha pelo ingresso A partir do momento em que o torcedor resolve ir a um jogo importante, começam os problemas. A venda de ingressos é um processo conturbado e de difícil organização por parte dos clubes. Mas há quem discorde. “Eu não acho difícil comprar entradas para os nossos jogos. Disponibilizamos a venda em oito pontos diferentes. Não adianta fazer carnês. Ninguém
adere”, afirma Flávio Pereira, diretor financeiro do Flamengo. O dirigente transfere a culpa à mania do brasileiro de deixar tudo sempre para a última hora. Questionado sobre que tipo de campanha pode ser feita para disseminar a idéia de se comprar a entrada antecipadamente, Pereira é evasivo. “Campanha é através de comunicação e precisamos massificar até inverter esse hábito”, afirma. Segundo ele, o site do clube costuma informar quando as bilheterias são abertas. Atribuir os tumultos na compra do ingresso somente à falta de programação dos torcedores que deixam para a última hora, aliás, não é um raciocínio seguro. O pró-
prio caso da venda de bilhetes para Fluminense x LDU Quito é uma prova. Todas as entradas foram vendidas em sete horas, uma semana e meia antes da data do jogo. As confusões não param nas bilheterias. Alguns clássicos cariocas disputados desse ano, sobretudo a final do Estadual entre Flamengo e Botafogo, tiveram alta incidência de ingressos falsos e filas quilométricas na entrada do estádio. Não bastasse isso, dezenas de carros foram estacionados sobre as calçadas, transformando o trânsito em um verdadeiro caos. Julho de 2008
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Direção palmeirense quis mandar jogos importantes para o Palestra, mas o torcedor sofreu para comprar ingressos
O QUE O TORCEDOR ENCARA NO DIA-A-DIA Ainda que os clubes deixem a desejar no cuidado com o torcedor de estádio, há itens em que o atendimento é razoável e outros que são particularmente piores. A Trivela fez uma pesquisa com freqüentadores de todos os estádios da Série A e levantou os principais pontos positivos e negativos Aflitos 19 mil pessoas Náutico
Cambistas com ingresso de promoção “Todos com a Nota”, trânsito, falta de conforto
Arena da Baixada 24 mil pessoas Atlético-PR Esquema de venda para sócios, poucos flanelinhas, praça de alimentação Trânsito, visão do campo na torcida visitante, estacionamento
Barradão 35 mil pessoas Vitória Bilheterias, locais para estacionamento Transporte coletivo, compra de ingressos, falta de conforto
Beira-Rio 56 mil pessoas Internacional Esquema de venda para sócios, conforto Trânsito, flanelinhas, cambistas, dificuldade de não-sócios comprarem ingressos em jogos importantes
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Zanone Fraissat/Futura Press
Entrada no estádio, esquema de venda para sócios
Outro problema nítido foi a divisão de torcidas dentro do Maracanã. Como o setor do Flamengo esgotou mais cedo, muitos rubronegros compraram ingressos que seriam dos botafoguenses. Para não misturar as torcidas, esses flamenguistas foram encaminhados para outro setor, que ficou superlotado. Enquanto isso, sobrava espaço entre os botafoguenses. A dificuldade se repetiu em outros clássicos, causando muita confusão. Flávio Pereira, do Flamengo, vê o problema com naturalidade e rebate a responsabilidade de organização para o Grupamento Especial de Policiamento dos Estádios (GEP) e para a Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj). Esta última, responsável pelo Maracanã, foi procurada pela reportagem da Trivela, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
Longe do torcedor A situação não é muito diferente em São Paulo. No Parque Antártica também há problemas na compra
de ingressos. O clube, por meio do vice-presidente Gilberto Cipullo, considera que as soluções concretas só virão com a construção do novo estádio palmeirense, cujas obras ainda não foram iniciadas. Por ora, os torcedores alviverdes precisarão sofrer um pouco mais. Um exemplo desse sofrimento foi visto na partida de ida das oitavasde-final da Copa do Brasil, contra o Sport. Pela empolgação da torcida com a campanha no Paulistão, a diretoria alviverde esperava uma presença pequena do público, motivo para criar uma promoção: bastava chegar à bilheteria e se declarar palmeirense para pagar metade do preço pelo ingresso. O clube, porém, subestimou a expectativa de torcedores e deixou apenas duas bilheterias disponíveis, gerando filas e confusões pelo ingresso. No intervalo da partida, com os guichês incapazes de atender a demanda, foi liberada a entrada no Parque Antártica. No fim das contas, o torcedor só pagou meio ingresso, mas também só assistiu 45 minutos do jogo. “Foi um erro de avaliação
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Fotos Divulgação
Canindé 22 mil pessoas Portuguesa Facilidade para comprar ingressos Trânsito durante a semana, serviços, conforto em geral
Couto Pereira 38 mil pessoas Coritiba Facilidade para compra de ingressos, estacionamento em torno do estádio Bilheterias insuficientes, trânsito, filas para entrar no estádio, cambistas
Engenhão 45 mil pessoas Botafogo
da BWA, responsável por montar as bilheterias”, acusa Cipullo. O resultado da promoção palmeirense mostra como, quase sempre, clube e torcedores não falam a mesma língua. Se o Palmeiras não se organizou para receber um público bom em jogo nacional, válido pela Copa do Brasil, o São Paulo vive situação oposta. Dono de um gigante chamado Morumbi, o clube sistemati-
camente convive com a irregularidade da presença de seus fãs, especialmente em jogos que não valem título. A casa tricolor é de difícil acesso e os torcedores de baixa renda, através de transporte coletivo, têm sérias dificuldades para chegar ao bairro, que leva o mesmo nome do estádio. Questionado se não é possível encontrar alguma forma de atrair o torcedor, sobretudo oferecen-
CASA CHEIA... DE LAMA As bilheterias mal começaram a vender ingressos para uma partida e cambistas já aparecem com centenas de entrada nas mãos, algumas falsificadas, outras reais. O esquema que dá tanta margem de ação aos vendedores ilegais de ingressos é bastante complexo, mas uma parte disso foi exposta em 21 de junho. Neste dia, a Delegacia de Estelionato e Desvio de Carga (DEDC) da polícia civil paranaense prendeu cinco pessoas na que ficou conhecida como “Operação Casa Cheia”. Seguindo denúncia do Coritiba, a DEDC – em parceria com a polícia civil do Rio de Janeiro – começou a investigar uma quadrilha que adulterava ingressos para jogos do Brasileirão, da Libertadores e da Seleção. Os criminosos duplicavam bilhetes verdadeiros, inclusive sua numeração, e repassavam a cambistas. Fazia parte do esquema Jurimar César Domakoski, representante da BWA (empresa que terceiriza o serviço de ingressos para vários clubes brasileiros) que passava as informações antecipadamente aos responsáveis pela produção dos ingressos falsos.
Acesso por transporte coletivo, conforto, número de bilheterias Novo sistema de venda de ingressos ainda não funciona completamente, trânsito, cambistas, flanelinhas
Ilha do Retiro 35 mil pessoas Sport Esquema de venda para sócios, trânsito aceitável Cambistas com ingresso de promoção “Todos com a Nota”, bilheterias para não-sócios
Ipatingão 51 mil pessoas Ipatinga Como raramente lota, é fácil comprar ingressos, trânsito Estacionamento insuficiente, nos jogos de maior demanda (com Atlético-MG e Cruzeiro), problemas são expostos
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do algum transporte específico até o Morumbi, o diretor financeiro Osvaldo Vieira de Abreu prefere acreditar que são os resultados que levam o são-paulino ao estádio, e não o difícil acesso ou o preço dos ingressos, por exemplo. “Já fizemos promoções, mas o pessoal não vem, não tem jeito”, diz Abreu. Ao ser lembrado do bom público recebido em jogos da antiga ação promocional da Nestlé (o torcedor comprava um produto da empresa e o trocava na hora por um ingresso), o dirigente desmerece, atribuindo o grande número de torcedores nessas partidas à facilidade de conseguir entradas até em supermercados. A pulverização de pontos alternativos para a venda de ingressos poderia ser encarada como uma das possíveis soluções, mas ainda é pouco explorada. Boa parte dos clubes só disponibiliza os cinco pontos obrigatórios exigidos pelo Estatuto do Torcedor, e ainda colocam poucas entradas nos locais secundários. Em jogo válido pelas quartasde-final da Libertadores, contra o América do México na Vila Belmiro, os ingressos vendidos longe do estádio santista, em lojas espalhadas pela cidade, se esgotaram em cerca de duas horas, tamanha a procura. Dirigentes de diferentes clubes, porém, são quase unânimes em reforçar a prioridade em concentrar boa parte das entradas em apenas um local de venda. O Fluminense é uma exceção. “Com cinco pontos de venda, hoje em dia, há con-
9,09% Participação das arrecadações de jogos no faturamento anual dos clubes brasileiros. É apenas a quinta principal fonte de renda, atrás de cotas de TV, transferência de jogadores, patrocínio/publicidade e departamento social
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“Nos reunimos com a Polícia para preparar os jogos e pedimos providências. Já estamos fazendo mais do que deveríamos. Acho que o clube só deveria entrar em campo e jogar”
Maracanã 88 mil pessoas Flamengo e Fluminense Conforto no anel inferior, acesso ao estádio Flanelinhas, dificuldade para venda de ingressos, cambistas, estacionamento
Flávio Pereira, diretor financeiro do Flamengo
Mineirão fusão. Estamos tentando viabilizar uma parceria para vender os ingressos nas casas lotéricas”, comenta Carlos Henrique Corrêa, superintendente geral tricolor. Tidos como outra solução, os programas de sócios, que oferecem mais facilidade na aquisição do ingresso, são vistos como saída e têm bom índice de aceitação em alguns lugares. É o caso de Grêmio, Internacional e Atlético-PR, que conseguiram diminuir as filas e, conseqüentemente, a incidência de cambistas nos jogos mais importantes. No entanto, o sistema dificulta a vida de quem não tem condições de pagar uma mensalidade ao clube e, por isso, prefere ir a alguns jogos. Nas decisões, esses não-sócios são praticamente excluídos. “Hoje, 75% da Arena da Baixada é preenchida por associados. As pessoas têm percebido que esse é o caminho a ser seguido”, comenta João Souza, diretor de relacionamento do Furacão. Outro problema razoavelmente comum a alguns estádios brasileiros é a dificuldade na entrada. Mesmo após conseguir os ingressos, o torcedor enfrenta mais filas para chegar à arquibancada. É o caso do Mineirão e do Couto Pereira, por exemplo, onde episódios negativos dessa natureza já foram registrados. “O clube confirma esse problema, que houve principalmente nas finais do estadual. A Polícia demorou a abrir os portões e as filas foram geradas por causa disso”, explica Osvaldo Dietrich, diretor de vendas do Coritiba. Em São Januário, por exemplo, são só três acessos, sendo dois para os torcedores da casa e um para os
75 mil pessoas Cruzeiro e Atlético-MG Bom estacionamento, houve redução na quantidade de cambistas Faltam pontos de venda de ingressos, nem todos os guichês ficam abertos, trânsito, flanelinhas
Morumbi 68 mil pessoas São Paulo Entrada no estádio, praça de alimentação Cambistas, trânsito em dias de semana, estacionamento, esquema de venda de ingressos em grandes jogos
Olímpico 51 mil pessoas Grêmio Esquema de venda para sócios, cambistas Estacionamentos, compra de ingressos em grandes jogos para quem não é sócio
Orlando Scarpelli 19 mil pessoas Figueirense Estacionamento, trânsito Esquema para venda de ingressos, bilheterias insuficientes, cambistas
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Fotos Divulgação
Pacaembu 37 mil pessoas Corinthians (usado na Série A por Palmeiras e Portuguesa) Transporte público, conforto nas arquibancadas Entrada no estádio, alimentação, serviços em geral
Parque Antarctica 29 mil pessoas Palmeiras
Bilheterias insuficientes, cambistas, estacionamento
São Januário 32 mil pessoas Vasco Alimentação, arquibancada espaçosa Bilheterias insuficientes, trânsito, cambistas, flanelinhas
Serra Dourada 50 mil pessoas Goiás Estacionamento, bilheterias para jogos sem grande demanda Esquema de venda de ingressos em jogos de grande procura, trânsito, transporte público, falta de conforto, cambistas
Vila Belmiro 20 mil pessoas Santos Entrada no estádio em jogos de pequena procura Esquema de compra de ingressos em clássicos, trânsito, flanelinhas
Daniel Kfouri
Trânsito não é dos piores, acesso por transporte coletivo, esquema no setor VIP
visitantes, número que gera tumulto na hora de entrar no local. Um jornalista freqüentador do estádio vascaíno que preferiu não ser identificado, conta que muitos torcedores de organizadas passam, com a conivência do clube, por um guichê na rua Francisco Palheta, sem passar pela catraca, fazendo com que o público declarado seja quase sempre menor do que o real. Questionado a respeito disso, Marco Monteiro, diretor de marketing do Vasco, diz que essa era uma prática comum no passado, mas reluta em admitir a continuidade. “Hoje não vendemos mais do que 25 ou 26 mil ingressos, mesmo com a Polícia e os Bombeiros autorizando para 32 mil”, justifica.
Pouca pressão Basta conversar com os clubes para perceber o melindre que, muitas vezes, pauta a relação com a Polícia Militar e as companhias de tráfego, por exemplo. Os dirigentes preferem não fazer pressão pela criação de medidas para combater cambistas e guardadores de carro e organizar melhor o trânsito e o transporte coletivo. “Nós temos reuniões com a Polícia para preparar os jogos e todos esses fatos são sempre passa-
Clubes e autoridades não criam políticas para organizar ida de torcedores ao estádio
dos, pedimos providências. E isso não é competência nossa, já estamos fazendo mais do que deveríamos. Acho que o clube só deveria entrar em campo e jogar”, analisa Flávio Pereira, do Flamengo. Quem tem raciocínio parecido é Douglas Martins Cholby, diretor de patrimônio do Santos. “Nós alertamos a polícia dos cambistas, mas não posso falar mal dela, já que eu é que promovo o espetáculo”. A ação de cambistas, aliás, não pára, ainda que todas as autoridades tenham conhecimento dela. Em Pernambuco, onde funciona o “Todos com a Nota”, programa que permite a troca de notas fiscais por ingresso, se tornou comum cambistas adquirirem as entradas pela promoção e vendê-las aos torcedores. A falta de iniciativa dos clubes e das autoridades para o combate aos cambistas é apenas um dos sintomas de um problema estrutural. Por interesse próprio ou simples desprezo ao torcedor de arquibancada, os dirigentes fazem pouco para tornar a ida ao estádio um programa agradável. Sinal de que, se os estádios ainda enchem, é porque há mais torcedores abnegados do que se imagina. Colaborou Gustavo Hofman
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Rodrigo Coca/Futura Press
CAPITAIS DO FUTEBOL por Luciana Zambuzi
CONGESTIONADA,
FUTEBO No meio da aspereza de milhares de prédios e avenidas, São Paulo criou um ambiente que Glicério é uma das regiões mais movimentadas de São Paulo. A proximidade com ruas de comércio popular e de um importante terminal de metrô e ônibus faz com que aquele ponto no centro da cidade se transforme em um aglomerado de pessoas que vêm e vão sem parar. É um retrato típico da correria paulistana, algo que se tornou tão banal que raramente lembra-se que aquele local testemunhou um dos marcos da cultura do país. Lá nasceu o futebol brasileiro. Foi em 14 de abril de 1895, e o Glicério era mais conhecido como Várzea do Carmo, área alagadiça às margens do rio Ta-
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manduateí. Esse espaço descampado permitiu que uma equipe formada por funcionários da São Paulo Railway, entre os quais estava Charles Miller, batesse por 4 a 2 um time da Companhia de Gás, na que é considerada a primeira partida de futebol disputada no Brasil. Nesses 114 anos, a Várzea do Carmo mudou muito, bem como a cidade e seu futebol. Com crescimento pautado pelo desenvolvimento econômico, São Paulo passou por cima de boa parte de sua história. Estádios pioneiros como o Velódromo e a Chácara da Floresta não deixaram rastros. Clubes importantes foram extintos
ou desativaram o futebol (veja box). Salvo exceções, só sobraram os grandes. Nada mais normal. Em uma cidade que valorizou por décadas a força econômica e o progresso, há pouco espaço para romantismo. O perfil dos clubes mais populares da cidade, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, evidencia isso. Ainda que, atualmente, os estereótipos sobre seus torcedores não façam tanto sentido, eles foram importantes na primeira metade do século XX. Dos atuais grandes, o Corinthians foi o primeiro a aparecer. O clube foi fundado em 1910 por funcionários da companhia
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Nelson Antoine/ Futura Press
Djalma Vassão/Gazeta Press
POPULOSA, MULTICULTURAL, E...
LISTICA ajudou a desenvolver toda uma cultura em torno de seus clubes de futebol ferroviária no Bom Retiro. Em sua base havia italianos, espanhóis e brasileiros. Desde o início, ficou identificado como um time popular. Na mesma época, a colônia italiana formava grande parte da mão-de-obra das indústrias. Os imigrantes já haviam constituído vários clubes, mas se ressentiam de um que unisse todos sob uma bandeira. Em 1914, o jornal “Fanfulla” convocou a comunidade a criar um grande clube para os italianos da cidade. Assim surgiu o Palestra Itália, atual Palmeiras. Na fundação do Alviverde, alguns italianos que estavam no Corinthians tro-
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EXTINÇÃO EM MASSA Há 488 milhões de anos, a Terra passou por sua primeira extinção em massa. A quantidade de espécies foi reduzida drasticamente, e a vida no planeta quase acabou. O evento ficou conhecido como Extinção Cambriana. Fazendo uma analogia com o futebol de São Paulo, o equivalente a esse cataclisma foi a chegada do profissionalismo, oficializado em 1933. Por diversas razões, de dificuldade financeira a contrariedade em jogar contra atletas pagos, vários clubes paulistanos não se adaptaram ao profissionalismo e fecharam as portas. Em 1929, 19 equipes disputaram o Campeonato Paulista (naquele ano dividido em duas ligas). Em 1933, restaram apenas oito. Quase todas as equipes extintas eram da capital, o que deixou o espaço aberto para o crescimento do interior. As ausências mais sentidas foram as de Paulistano, Associação Atlética das Palmeiras, Germânia (atual Pinheiros), Internacional e São Bento. Todos tinham títulos estaduais no currículo, mas deixaram o futebol entre 1928 e 1933, seguindo os passos do São Paulo Athletic, primeiro clube de futebol do Brasil, que abandonou as competições em 1912. [UL]
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CLUBES DE SÃO PAULO Série A
Série B
Sociedade Esportiva Palmeiras 1 Libertadores 1 Copa Mercosul 4 Campeonatos Brasileiros 1 Copa do Brasil 2 Robertões 2 Taças Brasil 5 Rio-São Paulo 22 Campeonatos Paulistas
Associação Portuguesa de Desportos 2 Rio-São Paulo 3 Campeonatos Paulistas
Fernando Martinez/Jogos Perdidos
São Paulo Futebol Clube 3 Mundiais de Clubes 3 Libertadores 1 Supercopa Libertadores 1 Copa Conmebol 5 Campeonatos Brasileiros 1 Rio-São Paulo 20 Campeonatos Paulistas
Sport Club Corinthians Paulista 1 Mundial de Clubes 4 Campeonatos Brasileiros 2 Copas do Brasil 6 Rio-São Paulo 25 Campeonatos Paulistas
Série A2 Paulista
Juve-Nal: os pequenos também têm seu clássico
Clube Atlético Juventus
Outros*
Série A3 Paulista
Força Esporte Clube Nacional Atlético Clube
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Pão de Açúcar Esporte Clube
* Clubes com sede em São Paulo, mas que mandam partidas em Caieiras (Força) e Embu das Artes (Pão de Açúcar). A lista não considera clubes licenciados, como Guapira e Barcelona
caram de clube. Entre eles, o atacante Luís Fabi, autor do primeiro gol da história corintiana. Casos como este criaram o mito de que o Palmeiras seria uma dissidência do Corinthians, o que não é verdade. De qualquer modo, ambos disputavam um espaço parecido na sociedade paulistana, o que criou uma grande rivalidade. Até a década de 1930, palestrinos e corintianos dividiam a hegemonia com o Paulistano, clube que representava a elite. Com a saída de cena do clube do Jardim América em 1929, criou-se um vácuo. Foi o espaço que o São Paulo se aproveitou para crescer. Ao contrário da imagem que tem hoje, o Tricolor não surgiu como um clube rico. A equipe foi resultado de diversas fusões e falências e passou por dificuldades financeiras em seus primeiros anos. Em 1930, membros de Associação Atlética das Palmeiras e Paulistano, descontentes com o fim do futebol em suas equipes, formaram o São Paulo Futebol Clube, que atuava no campo da Floresta. O São Paulo da Floresta teve sucesso imediato, conquistando um título paulista e quatro vices. No entanto, o clube entrou em crise financeira depois da compra de uma sede luxuosa e fechou as portas, sendo comprado pelo Tietê. Em 1935, integrantes do São Paulo da Floresta fundaram o Clube Atlético São Paulo, que mudou de nome meses depois para São Paulo Futebol Clube. A origem conturbada e a semelhança de nome e camisa criaram a polêmica a respeito da fundação do Tricolor. Algumas fontes e o próprio clube consideram o São Paulo da Floresta e o São Paulo atual como o mesmo time, mas o site oficial do Tricolor trata o São Paulo da Floresta como precursor do “São Paulo de hoje”. De q qualquer modo, o clube teve muitas dificu ficuldades e só se tornou alternativa a Cor Corinthians e Palmeiras depois da absorção do Estudantes Paulistas em 1938 e da con conquista de títulos na década de 1940. Curiosamente, a relação de rivalidade entre as três equipes é relativamente equilibrada — até porque o trio criou relações próprias em seus confrontos. Corinthians e Palmeiras são as dois times que se enfrentam há mais tempo e faziam o grande clássico da capital. Por isso, o duelo ganhou o apelido – pouco usado no dia-adia – de dérbi paulistano. Apesar de ser mais antigo, Corinthians x Palmeiras não é unanimidade como o
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Fotos Divulgação
Paulo Whitaker/Reuters
ESTÁDIOS
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Morumbi
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Inaugurado em 1940, faz parte do patrimônio histórico paulistano. Chegou a receber cerca de 70 mil torcedores, mas sua capacidade foi reduzida para 40 mil. Tem boa aceitação entre os torcedores pela localização central e boa visibilidade do campo a partir das arquibancadas. Como pertence à prefeitura, foi palco de grandes partidas dos principais clubes da cidade, ainda que esteja mais ligado ao Corinthians. Em agosto, está prevista a inauguração do Museu do Futebol.
Fotos Divulgação
Sua capacidade atual é de 80 mil torcedores, mas o estádio do São Paulo já recebeu mais de 140 mil pessoas. Reformas recentes melhoraram as condições ao torcedor, mas sua localização – ainda sem metrô (há obras em andamento) e com poucas linhas de ônibus – é vista como um incômodo para muitos paulistanos. Há visitas guiadas, que podem incluir o memorial do Tricolor, ao lado do estádio. Está indicado para receber a Copa de 2014, com possibilidade de sediar o jogo de abertura do torneio.
Pacaembu
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Parque Antarctica
A região onde está o estádio já recebia jogos de futebol na década de 1900. Depois de reformas, o terreno foi comprado pelo Palestra e reinaugurado em 1933. Sua capacidade é de 32 mil pessoas, mas o clube tem um projeto de modernização e ampliação para 42 mil nos próximos anos.
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Nicolau Alayon
Ubiratan Leal/Trivela
O estádio do Nacional fica em frente aos CTs de São Paulo e Palmeiras, na Barra Funda. Ainda assim, é pouco conhecido de muitos paulistanos, sobretudo pelo fato de o clube estar longe da elite há décadas.
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Canindé
Às margens do rio Tietê, o estádio da Portuguesa é um dos mais centrais da cidade. É raro estar lotado devido à pouca assiduidade da torcida rubro-verde e pelo fato de só ter 5 mil lugares liberados, por questão de segurança.
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Rua Javari
O próprio Pelé afirma que o gol mais bonito de sua carreira foi marcado no estádio do Juventus. Mas não é só por isso que a Javari merece atenção. Localizado na Mooca, o estádio de 2,7 mil lugares ainda preserva o clima da década de 1950.
Fazendinha
O estádio do Corinthians foi inaugurado em 1928 e chegou a abrigar um Brasil x Argentina no Pan-Americano de 1963. Hoje, tem 15 mil lugares e é utilizado apenas para treinos do Alvinegro e jogos das categorias de base.
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Ibirapuera
Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, o Ícaro de Castro Mello é mais conhecido por receber eventos de atletismo, mas abriga esporadicamente jogos de futebol de menor relevância. Julho de 2008
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Fotos Divulgação
O QUE VISITAR ENTRE UM JOGO E OUTRO
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Avenida Paulista e Masp
Tornou-se conhecida como centro financeiro, mas tem uma vida cultural agitada. Alguns dos melhores cinemas da cidade estão na Paulista, assim como bares, restaurantes e o Museu de Artes de São Paulo, que possui obras de Van Gogh, Monet e Goya em seu acervo. Grandes eventos, como a festa de Reveillon e a Parada Gay, são realizadas na avenida.
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Centro
Liberdade
Bairro que concentrou imigrantes japoneses. Até hoje, decoração das ruas, comércio e restaurantes tem forte marca oriental, incluindo chineses e coreanos que chegaram nas últimas décadas.
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Parque do Ibirapuera
É uma das principais áreas verdes da cidade. Possui uma área de 1,6 milhões de m² com pistas para corrida, quadras esportivas e ciclovias, além de um conjunto arquitetônico que inclui Pavilhão da Bienal, Pavilhão Japonês, Museu de Arte Moderna, grande Marquise e Monumento às Bandeiras.
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Apesar de se mostrar degradado em algumas regiões, o antigo centro de São Paulo possui belezas arquitetônicas como o Teatro Municipal, a Estação da Luz, a Sala São Paulo e a Catedral da Sé. Visitar o Mercado Municipal e provar um sanduíche de mortadela também vale a viagem.
F
B
Jardim Zoológico
Inaugurado em 1958, é o maior zoológico do Brasil, com 3,2 mil animais cadastrados, incluindo aproximadamente 200 espécies de aves, 100 de mamíferos, 98 de répteis, além dos anfíbios e invertebrados. Recebe cerca de 1,6 milhão de pessoas por ano e faz visitas guiadas.
G
E
Museu do Ipiranga
Construído próximo ao local onde foi proclamada a independência do Brasil, possui um acervo importante relacionado a esse momento histórico. O Parque da Independência, logo em frente, abriga imóveis de importância histórica, como a Casa do Grito.
Interlagos
O autódromo é palco de um dos mais importantes eventos turísticos da cidade: o GP do Brasil de Fórmula 1. Durante o ano, recebe corridas de varias categorias e outros eventos, como shows.
H
Brás e Bom Retiro
Bairros vizinhos, não têm muitos atrativos turísticos, mas ganharam destaque como centro de compras, principalmente de roupas. Eram habitados por italianos, mas viram a mistura de diversos povos, como judeus, árabes, coreanos e bolivianos.
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maior dérbi paulistano. Os duelos entre alviverdes e o São Paulo também têm fundo histórico. Na década de 1940, os palestrinos tiveram problemas por serem ligados à Itália, com quem o Brasil estava em guerra. O time teve de mudar de nome em 1942 e acusou os tricolores de tentarem lhe tomar a sede. Além disso, em várias oportunidades os dois clubes estiveram em grande fase ao mesmo tempo. A rivalidade entre os são-paulinos e os corintianos é mais recente. A partir da década de 1980, a torcida tricolor cresceu rapidamente e superou a palmeirense. Assim, São Paulo x Corinthians tornou-se o confronto das duas maiores torcidas da cidade. Como o Palmeiras esteve em baixa nessa época, alvinegros e tricolores passaram a disputar o domínio na cidade.
São Paulo 11 milhões de habitantes
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4 7 C H 5 2 A B8 F
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Além do trio Ainda que Palmeiras, São Paulo e Corinthians sejam os clubes de grande torcida com sede na capital paulista, é inegável a importância do Santos no futebol da cidade. O Peixe mostra um pouco a tradição histórica paulistana para aceitar como nativos os “forasteiros”. Mesmo com seis clubes à disposição, sendo que três deles estão entre os mais fortes do Brasil, milhares de paulistanos preferiram o time da Baixada Santista. Não à toa, o Santos mandou diversas partidas na capital durante as décadas de 1970 a 1990, mesmo contra equipes pequenas ou de outro Estado. Hoje, os compromissos comerciais na Vila Belmiro tornaram raras as partidas que o Peixe realiza em São Paulo, o que motiva muita cobrança por parte dos santistas paulistanos. Como, tecnicamente, o Santos é um clube da Baixada Santista, o quarto time da capital paulista é a Portuguesa. A equipe tem tradição e revelou grandes jogadores, o que leva alguns a considerarem a Lusa como o “quinto grande” de São Paulo. No entanto, a falta de títulos importantes e, principalmente, a torcida pequena – os flamenguistas afirmam ser mais numerosos em São Paulo do que o clube do Canindé – tornam a questão controversa.
SP
Polêmicas à parte, a Rubro-Verde tem seu espaço no futebol paulistano — tanto que a torcida não aceita quem diga que a Lusa não é grande, e o fato de o clube estar na Série A do Brasileirão dá força a parte dos argumentos. O fato de a Portuguesa vir de uma colônia permite sua sobrevivência, mesmo com poucos torcedores e algum desdém da atenção da mídia. Nos momentos de maior dificuldade, empresários portugueses ou ligados a Portugal vieram ao auxílio do clube — situação rara em São Paulo. Ao contrário de outras metrópoles sulamericanas, como Buenos Aires, Montevidéu, Rio de Janeiro e Santiago, a maior cidade do Brasil conta com poucos clubes. Na cruel cultura do progresso, São Paulo tem uma população sem tantas raízes em uma região da cidade, o que acabou com
Quem leva Como cidade mais rica e populosa do país, São Paulo é destino de dezenas de vôos partindo de diversos pontos do Brasil. As principais companhias aéreas são Gol (www.voegol.com.br), TAM (www.tam.com.br), Varig (www. portal.varig.com.br), Oceanair (www.oceanair.com.br) e Pantanal (www.voepantanal.com.br). Outra possibilidade é ir de ônibus. Há linhas ligando a cidade com todas as regiões do Brasil, inclusive o Norte. Para mais informações, pode-se consultar a Socicam (www.socicam.com.br) ou as companhias de ônibus de sua cidade.
muitos de seus times de bairro. Ypiranga e Comercial deixaram o profissionalismo em 1959 e 1961, respectivamente. Outros clubes surgiram, como o Guapira (Jaçanã), que voltou ao amadorismo em 2003. As equipes pequenas também sofrem pela concorrência de outras cidades. Com um interior mais forte que a média nacional e a recente onda de times com apoio de prefeituras, o Paulistão dá pouco espaço para times de bairro. As exceções são Juventus, da Mooca, e Nacional, da Barra Funda. Até hoje, ambos despertam simpatia por parte dos paulistanos. Esses pequenos clubes servem de sinal de que São Paulo também tem seu momento de romantismo — até porque, na maior cidade da América do Sul, há espaço para tudo. Sempre se fala nos imigrantes vindos de todos os cantos do mundo, nos migrantes nordestinos, na pizza, na vida noturna, no trabalho e (argh) no trânsito. Por que não incluir nessa cena paulistana os alvinegros, alviverdes, tricolores, rubro-verdes e até grenás? Veja mais locais ligados ao futebol paulistano em www.trivela.com/revista
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GOL
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VO Ê
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TRIVEL A ES
NA CARA
MELHOR QUE NO ESTÁDIO Nos Bares Trivela, torcedor vai poder assistir às partidas do seu time – e se o jogo estiver ruim tem com o que se distrair
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Quem já assistiu a uma partida de futebol em qualquer estádio sabe que nada se compara à sensação de ver uma partida “no campo”. A visão do jogo inteiro, o contato com as torcidas e a sensação de participar do espetáculo são, de fato, inigualáveis. Entretanto, em uma época de estádios cada vez menores, torcidas maltratadas e jogos dos quais nunca se sabe o que esperar, o “estádio” de muita gente está mudando de nome: o bar, a exemplo do que acontece em muitos países do mundo, começa a tomar o espaço do estádio como o lugar preferido do torcedor para assistir às partidas de sua equipe. Para começar, no bar, se o jogo estiver chato, dá para fazer outra coisa. Além disso, é possível estar acompanhado de pessoas que não necessariamente iriam a um estádio. Sem contar que a atmosfera de um lugar menor do que uma arquibancada pode ser até mais gostosa do que a da “coisa real”.
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Anhanguera V. Romana - São Paulo
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Barthô Perdizes - São Paulo
Boleiros V. Madalena - São Paulo
OS SÓCIOS-FUNDADORES
Foi pensando nisso que criamos os “Bares Trivela”, projeto que habita nossos cérebros desde a criação de nossas edições impressas e que finalmente tornarmos real. Nossa equipe escolheu, entre as centenas de bares que hoje exibem partidas de futebol, os que se encaixam no espírito da torcida. No primeiro momento, o bar estará “vestido” de Trivela. Na próxima fase, a equipe da revista estará semanalmente em um dos bares do programa, acompanhada de personalidades do esporte, que serão entrevistadas para esta seção, que inauguramos neste mês. Não é qualquer estabelecimento, porém, que pode entrar para o nosso time. Boteco apertado com uma TV no canto que mal dá pra enxergar, não entra. Bar metidinho, em que as pessoas vão para ver e serem vistas, também não. Para ser um Bar Trivela tem que ter o “DNA” do futebol. Tem que se respirar a atmosfera dos jogos e da história do esporte. Tem que ser inspirado, decorado, “vestido” de futebol. Como são os oito bares que estréiam o programa. Os oito são em São Paulo, pelo simples fato de que aqui podemos controlar e melhorar a idéia com mais facilidade. Até o final de agosto, entretanto, estaremos em Porto Alegre e Fortaleza. E, até o final do ano, chegaremos à maior parte dos estados onde a Trivela chega. Os “Bares Trivela” foram feitos pensando em você, portanto, esperamos suas sugestões e pitacos. Você pode sugerir cidades, bares ou até mesmo palpitar na ambientação dos lugares. Tudo para que nossos bares tenham também a cara dos nossos leitores.
Bar do Juarez Moema - São Paulo
Magnólia Villa Bar V. Romana - São Paulo
Memorial Campo Belo - São Paulo
Parada Boa Vista Alto da Boa Vista - São Paulo
São Cristóvão V. Madalena - São Paulo
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LIMITAÇÃO DE ESTRANGEIROS por Rafael Martins
BRIGA DE cachorro
grande m time inglês sem jogadores ingleses. Um clube italiano sem italianos em campo. Uma equipe alemã sem representantes alemães. Quando esse tipo de coisa começou a acontecer, no início da década, era manchete em jornais e sites. Hoje, se tornaram coisas tão comuns que nem causam estranheza — o que não significa que todos aceitem essa realidade passivamente. É o caso de alguns dos cartolas mais poderosos do futebol mundial. Entre esses dirigentes estão os mandatários da Fifa, Joseph Blatter, e Uefa, Michel Platini. Os dois aliaram-se para tentar impedir que os grandes clubes europeus tenham assegurada a presença de jogadores “nativos” em campo. É a que ficou conhecida como regra do “6+5” (6 nativos + 5 estrangeiros), a ser implementada gradualmente a partir da temporada 2010/1. O texto foi aprovado no congresso da Fifa realizado em maio, na cidade de Sydney. O objetivo da medida, pelo menos oficialmente, é retroceder um pouco o processo de internacionalização das ligas européias e induzir o desenvolvimento de talentos nas categorias de base dos grandes clubes. Com isso, haveria aumento da relação das equipes com suas comunidades e menor concentração dos talentos mundiais nos poucos clubes que podem investir milhões de euros em reforços de todos os cantos do mundo. Um exemplo citado constantemente por Blatter é a Inglaterra. Os clubes da Premier League construíram, com base em organização, muito dinheiro e grande
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Eddie Keogh/Reuters
Disputa pela implementação da regra “6+5” coloca frente a frente as entidades mais poderosas do futebol mundial e a União Européia
quantidade de talento importado, o campeonato nacional mais forte do mundo na atualidade. Com isso, dominou a Liga dos Campeões de modo “nocivo ao futebol”, na visão do dirigente suíço. No entanto, toda essa força clubística não impediu que a seleção inglesa caísse nas eliminatórias da Eurocopa. Seria uma conseqüência da falta de espaço dos jovens ingleses nos times de seu país.
Resposta tardia a Bosman A Fifa está bem acompanhada na sua luta. Além da Uefa de Platini, as federações nacionais e figuras influentes como o alemão Franz Beckenbauer também mostram-se a favor do “6+5”. Um bloco politicamente forte, mas que terá de enfrentar adversários ainda mais poderosos. Os oponentes imediatos são os clubes europeus, que preferem um mercado mais aberto para reforçarem seus elencos sem tantas restrições. Se as negociações permanecessem apenas dentro do mundo do futebol, seria uma questão de apresentar melhores
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Flamini, Clichy, Fàbregas, Adebayor, Sagna e Rosicky: o Emirates Stadium virou uma Torre de Babel
NÃO-BRITÂNICOS NA PREMIER LEAGUE 300
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argumentos e saber que armas usar para chegar a um consenso. No entanto, o problema da Fifa é que a questão dos “6+5” extrapola o esporte. Uma regra que estipule que uma empresa (no caso, os clubes) tenha uma cota determinada de funcionários (jogadores) nativos esbarra no princípio de livre circulação de trabalhadores na União Européia. Isso não está sendo ignorado. Antes mesmo da aprovação dos “6+5”, a UE já se pronunciara contra a proposta. “Essa discriminação é inaceitável pela Comissão Européia. Serão levantados processos de infração contra os Estados-membros que a apliquem”, ameaça Vladimir Spidla, comissário europeu para o Emprego e Assuntos Sociais. Desse modo, mesmo que a Fifa queira aplicar a regra, ela estará sujeita a processo de qualquer jogador que se considerar prejudicado e entrar na Justiça trabalhista européia. Nesse caso, a balança pende para o lado do atleta. “Não há razão jurídica alguma para que uma norma da Fifa prevaleça. A Europa terá vitória segura nos tribunais”, assegura Deisy Ventura, professora de direito internacional da USP. Foi o que ocorreu no Caso Bosman, como ficou conhecida a ação judicial movida pelo jogador belga Jean-Marc Bosman, que queria se transferir do Liège para o Dunkerque. De uma só vez, a UE determinou o fim do passe no continente e a igualdade de tratamento entre jogadores que possuem passaporte europeu. Hoje, algumas ligas européias não fazem nenhum tipo de restrição à origem dos atletas. Em Portugal, eram permitidos seis extracomunitários (jogadores sem passaporte europeu) por time até 2006, quando a quantidade passou a ser ilimitada. Bélgica, Holanda e Alemanha estão igualmente de portas abertas aos talentos espalhados pelo mundo. Na Inglaterra, a aquisição do visto de trabalho é controlada com certo rigor, mas também não há número máximo de extracomunitários. A Espanha mantém o limite de três não-europeus, mas não conta atletas da África, do Caribe e de nações do Pacífico, devido a acordos entre o governo espanhol e países dessas regiões.
Busca do consenso
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A crescente internacionalização das ligas européias não significa que a Fifa não possa usar o “6+5” como ferramenta de negociação. De acordo com Ventura, como a entidade detém o monopólio da regulação do futebol e possui órgãos jurisdicionais capazes de impor sanções aos desobedientes, pode levar a União Européia a ceder um pouco. “O provável é que se chegue a um acordo de cavalheiros que busque conciliar o interesse de ambos, a exemplo do que ocorreu no caso da duração dos contratos e das indenizações por transferências, elaborado para compatibilizar a sentença no Caso Bosman com os interesses das associações de clubes representadas pela Fifa”, comenta. A viabilidade da norma é duvidosa, mas a opinião pública européia vê a proposta com bons olhos. “Na Inglaterra, muitas pessoas ligadas ao futebol – mas Julho de 2008
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ENTENDA MELHOR O 6+5
Blatter: cruzada pela identidade nacional dos clubes
» No começo de cada jogo, cada clube deve pôr em campo pelo menos seis jogadores que possam atuar pela seleção nacional do país ao qual o clube pertence;
» Não há restrição quanto ao número de estrangeiros no elenco (o limite de cinco só vale para a escalação inicial de cada partida);
» Também não há restrição nas Torsten Blackwood/AFP
substituições; logo, o time poderá ter, ao fim do jogo, até oito estrangeiros;
» Para que os clubes possam se ajustar à nova norma, sua aplicação gradual deverá seguir o seguinte calendário: 4 nativos + 7 estrangeiros em 2010/1, 5 + 6 em 2011/2 e 6 + 5 a partir de 2012/3.
não as da Premier League, que só pensam nos interesses dos clubes e lutam contra qualquer coisa que iniba sua capacidade de fazer, e de gastar, fortunas – acreditam que alguma coisa deve ser feita para proteger jovens jogadores britânicos, garantindo a eles a oportunidade de jogar”, conta David Conn, colunista do jornal londrino The Guardian e autor dos livros “The Football Business: Fair Game in the ‘90s?” e “The Beautiful Game? Searching the Soul of Football”. Para Conn, as medidas já adotadas – e aceitas pela União Européia – ajudam. Seria o caso da política de cotas implementada pela Uefa nas categorias de base dos clubes. Em 2005, a entidade determinou que os participantes das competições européias a partir de 2006/7 teriam de reservar, em seus elencos, dois lugares para garotos formados no clube e outros dois para jovens adquiridos junto a agremiações do mesmo país. De acordo com a progressão prevista na medida, em 2008/9 o total de jovens do plantel deverá chegar a oito. Os grandes clubes europeus chiaram bastante, mas a regra é legal porque não faz menção à nacionalidade dos jogadores, apenas à sua origem esportiva. Em longo prazo, essa medida pode aumentar a quantidade de jogadores ingleses em times ingleses ou de alemães em times alemães. Mas Ano em que a regra é verdade que a relação en“6+5” seria implementada tre limitação de estrangeiros definitivamente e aumento de talento local pela proposta da Fifa não é automática. Há quem
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defenda que os craques nativos sempre terão espaço e que a presença de jogadores de culturas futebolísticas diferentes aumenta o desenvolvimento de todos. Nesse caso, a Inglaterra é, novamente, usada como exemplo. “Jogadores importados estimulam o aperfeiçoamento dos jogadores domésticos ao redor deles, como aconteceu na Inglaterra”, argumenta Ivan Gazidis, vice-presidente da Major League Soccer. De fato, o English Team ficou de fora das Copas do Mundo de 1974, 1978 e 1994, mesmo com limitação de estrangeiros na liga local. A escalação da seleção inglesa que foi eliminada nas eliminatórias do Mundial de 1994 (Seaman, Pallister, Parker, Adams, Dorigo, Palmer, Ince, Platt, Sharpe, Merson e Shearer) não é melhor que a atual, que ficou fora da Eurocopa e ainda tem de conviver com o excesso de estrangeiros na Premier League. A Itália também pode ser citada. Entre 1966 e 1980, a Serie A foi fechada a “stranieri”. A política rendeu o título mundial de 1982, mas levou a campanha pífia em 1974. Quando o mercado se abriu, veio uma enxurrada de forasteiros, mas a Azzurra continuou forte: foi semifinalista em 1990, vice-campeã em 1994 e campeã em 2006. De qualquer modo, o suposto declínio das seleções nacionais é um dos itens que constam da argumentação da Fifa em favor da regra “6+5”, que só será posta em prática se alguém conseguir provar para o Parlamento Europeu que impedir um comunitário de exercer sua profissão é o resultado de uma especificidade do futebol, e não de um procedimento discriminatório. Até lá, a perspectiva é de muita negociação e falatório.
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INGLATERRA por Tomaz R. Alves
O PULO DOS
Tigres ingston upon Hull (ou só “Hull”, como costuma ser chamada) tem 301.416 habitantes, o que a torna o 10º maior município da Inglaterra. Uma grandeza que não se reflete no futebol. Por anos, ela carregou o incômodo título de “maior cidade inglesa que nunca teve um time na primeira divisão”. Isso acabou. O Hull City venceu o playoff de acesso da Segundona e terá, pela primeira vez em 104 anos de história, uma vaga na elite. O fato é especialmente notável se for considerado que, em 2001, os Tigres estavam a um passo da falência. O clube amargava sua quinta temporada seguida na quarta divisão e só não fechou as portas graças à intervenção de Adam Pearson. O empresário deixou o cargo de diretor comercial do Leeds – que, na época, estava na Liga dos Campeões –, e investiu para salvar o clube. O passo seguinte foi mudar de casa. O velho Boothferry Park precisava de caras reformas, inacessíveis para um clube em dificuldades financeiras. No entanto, em 2002, a prefeitura inaugurou o estádio Kingston Communications, com 25 mil lugares, 10 mil a mais que seu antecessor. O projeto não visava os Tigres, mas o Hull FC e o Hull KR, dois dos principais
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times de rúgbi league (modalidade muito popular em Yorkshire, região onde está Kingston upon Hull) da Inglaterra. Ainda que o rúgbi league – não confundir com o rúgbi union, versão mais conhecida do esporte – tenha sido o alvo inicial do estádio KC, estavam dadas as ferramentas para a equipe de futebol se recuperar. Na mesma época, o Hull City revelou uma boa geração de jogadores e recuperou o apoio da comunidade. A média de público foi de 5,7 mil na década de 1990 para 12,8 mil em 2002/3, número impressionante para os padrões da quarta divisão. Os resultados foram vistos rapidamente. Em 2005, os Tigres já estavam na Segundona. Depois de duas temporadas sem sucesso, Pearson sentiu que seu projeto estava no limite. “Ficou muito claro
243.795 População de Plymouth, maior cidade inglesa a nunca ter time na primeira divisão desde a promoção do Hull
Getty Images/AFP
Em cinco anos, o Hull pulou da quarta divisão para a Premier League. Fim de agonia para a 10ª maior cidade da Inglaterra
que eu levei o clube o mais longe que poderia e de que para seguir crescendo seria necessária uma direção financeiramente mais forte”, explica. Assim, em junho de 2007, o Hull foi vendido a um consórcio liderado pelo empresário Paul Duffen. A nova direção fez seu papel: contratou reforços e dobrou a folha salarial do clube. O investimento deu certo, e o Hull conseguiu a promoção via playoffs após terminar a temporada em terceiro. Na primeira divisão, a vida do Hull vai ser difícil. Apenas seis das últimas 16 equipes que subiram para a Premier League via playoffs não caíram na primeira temporada. Além disso, o técnico Phil Brown é inexperiente e deverá contar com um orçamento modesto – para os padrões da primeira divisão – para contratações. Como alento, o Hull deve olhar para os últimos dois estreantes na Premier League. Em 2005/6, o Wigan surpreendeu a todos ao ficar em 10º lugar. Dado que os Tigres passaram da quase falência ao melhor momento de sua história em sete anos, não é impossível que a equipe repita o sucesso de outros pequenos notáveis. Saiba mais sobre ffutebol inglê g ês em www.tr .tri trive ivela. ivel la com la.com com/i / gla /in /i gl ter terra terra
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INGLATERRA por Tomaz R. Alves e Ubiratan Leal
À espera de
Big Phil Imprensa em polvorosa, torcida esperançosa, expectativa de futebol bonito e pressão por títulos. Esse é o cenário que espera Luiz Felipe Scolari no Chelsea ntes da Copa de 2006, com a demissão já anunciada de Sven-Goran Eriksson da seleção inglesa, o nome de Luiz Felipe Scolari surgiu como o provável sucessor do sueco. Felipão era então o técnico campeão do mundo e vice da Europa, e tinha desclassificado a Inglaterra nas duas competições – e eliminaria de novo na Copa de 2006. A FA, porém, queria anunciar o novo treinador antes da Copa, e Felipão não aceitava, já que seu compromisso com Portugal se encerraria depois do torneio. A mera existência dos boatos deflagrou uma operação típica dos tablóides ingleses em busca de detalhes sobre a vida do provável mandatário do English Team. Foi quando acordou em um dia comum com fotógrafos cercando a entrada de sua casa. Avesso a badalações e cioso de sua privacidade, Scolari preferiu renovar com Portugal por mais dois anos. Esses dois anos se encerraram com a eliminação dos lusos da Euro-2008. Antes disso, porém, e ao contrário do que
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acontecera em 2006, o destino do gaúcho já era conhecido: na mesma Inglaterra que descartara, Felipão agora vai dirigir o mais odiado dos clubes locais, o Chelsea do milionário russo Roman Abramovich, tornando-se, assim, o primeiro brasileiro a dirigir uma equipe da Premier League. Um casamento inusitado, não apenas por ser inédito, mas pelo perfil do personagem principal da história. O choque entre a cultura gaúcha de Scolari e a mentalidade inglesa tem tudo para criar atritos. “Ele não está acostumado a lidar com uma imprensa sem nenhum limite ético, porque isso não há aqui como há na Inglaterra”, comenta Tim Vickery, correspondente da BBC no Brasil. “Moro no Brasil desde 1994 e a primeira vez que vi uma foto da mulher dele foi em 2006, em um jornal inglês”. Noticiar algo do técnico no Chelsea não excita tanto quanto dar uma nota sobre o treinador da seleção inglesa. Mas isso não significa que Felipão terá paz. “No dia que pintou a notícia que ele comanda-
ria a Inglaterra, uma editora perguntou se eu escreveria uma biografia dele. Isso não aconteceu ainda, mas a quantidade de telefonemas em busca de informações que eu recebi foi enorme”, conta Vickery. De acordo com o jornalista, o técnico terá de ter muito jogo de cintura e aprender a medir melhor suas palavras para evitar problemas. O conselho vale tanto para o dia-a-dia com os tablóides como para o tratamento com a imprensa séria. A cultura de esportividade e cavalheirismo que ainda existe na Inglaterra não aceita atitudes comuns no técnico, como defender a catimba. Bom exemplo disso é a controvérsia que se criou por Felipão ter aconselhado Cristiano Ronaldo a trocar o maior rival do Chelsea na busca pelo título inglês, o Manchester United, pelo Real Madrid, atitude considerada “pouco ética”.
No comando Do ponto de vista técnico, também há grande expectativa sobre o que Felipão poderá fazer no Chelsea. Será a primeira
QUEM É QUEM
Veja quais são os principais nomes do clube, que podem interferir no trabalho de Felipão
Roman Abramovich
Peter Kenyon
Steve Clarke
Frank Arnesen
Pini Zahavi
Chefe-executivo do Chelsea. Veio do Manchester United em 2003. Não interfere diretamente no futebol, mas, vez ou outra, dá declarações que tumultuam o ambiente.
Foi o assistente de José Mourinho e manteve o cargo, ao lado de Henk Ten Cate. Como jogador, defendeu o Chelsea entre 1987 e 1998. Ainda não está definido se continuará no cargo.
É o chefe dos olheiros e das categorias de base. Descobriu vários talentos na Europa, como Ronaldo, Stam, Van Nistelrooy e Robben, tornando-se um dos nomes mais respeitados na área.
Um dos agentes mais poderosos do mundo, não tem relação oficial com o Chelsea, mas exerce influência sobre a equipe. Foi ele que intermediou a compra do clube por Abramovich.
Dono do Chelsea, já gastou mais de € 730 milhões no clube. Não interfere no trabalho do técnico, mas exige resultados imediatos. Já fez contratações à revelia do treinador.
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INVESTIMENTO INVE IN INV VESTIMENTO VE ES STIMENTO TIMENTO NTO EM QUEDA QUED UE Na úl Nas N últimas ú as ttemp temporadas, oradas, o Ch Chelsea tem diminuído nuíd os m mo montantes inve esstidos em m transferências transf ências de jogadores. Confira onf abai abaixo os investidos tota taais gastos em m ccada anoo (co (contrataçõess menos nos vvendas), ndas) ddesde a totais ch eegada de Roman man ann Abramovic Abramovich ram chegada 153 2 153,2
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vez que o técnico disputará um torneio importante em pontos corridos. Além disso, o brasileiro não tem experiência em comandar uma equipe de elenco multinacional. E a boa comunicação sempre foi vital para um treinador que prima por formar grupos coesos. “Em Portugal já foi difícil e ele teve de se adaptar muito. Admito que até me surpreendeu a flexibilidade dele, mas as diferenças culturais agora são maiores”, comenta Vickery. O primeiro desafio será fazer os ingleses entenderem qual é o tipo de jogo que suas equipes costumam praticar. “Os torcedores acham que conhecem Felipão por causa de matérias falando de sua religiosidade e modo de trabalhar, mas ainda há uma grande esperança de ver o Chelsea praticando futebol-arte”, afirma o jornalista Ben Lyttleton, que escreve para os jornais Guardian, Irish Examiner e Sunday Telegraph. Apesar desse potencial mal-entendido, a reação inicial à contratação de “Big Phil” foi positiva. Torcida e imprensa tendem a gostar do estilo vibrante de comandar equipes, e o fato de ter conquistado uma Copa do Mundo lhe dá margem de manobra. Internamente, as idiossincrasias do Chelsea também desafiam o brasileiro. Nem sempre o comando do técnico é perfeitamente entendido no clube, pela participação de dirigentes na tomada de algumas decisões (veja box). Além disso, há clara pressão por títulos, sobretudo a Liga dos Campeões, e queda no nível de investimento em reforços. Nada a que um treinador que construiu sua carreira no Brasil não esteja acostumado. Ainda mais ganhando bem, e em libras.
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Tendo em vista o que aguarda Felipão em Stamford Bridge, fica evidente que será um trabalho cheio de obstáculos para o treinador. Se ele conseguir superá-los, porém, poderá conquistar o que grandes técnicos da Europa nunca conseguiram. Seria a prova definitiva de que “Big Phil” é, de fato, um dos maiores do mundo na atualidade. Saiba mais sobre futebol inglês em www.trivela.com/inglaterra
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*até 18/junho
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PORTUGAL por Zeca Marques
O passado o
condena Porto começa a sentir, na prática, os efeitos da Apito Dourado, operação que investigou manipulação de resultados no futebol português m clube tradicional rebaixado. Uma potência local ameaçada de exclusão da Liga dos Campeões. Depois de sete anos de inquérito, com escutas telefônicas e 17 mil páginas de processo, a Apito Dourado – operação da Justiça portuguesa para investigar as suspeitas de manipulação de resultados no futebol lusitano – finalmente começa a ter resultados. A decisão da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) de enviar o Boavista à segunda divisão e de retirar seis pontos do Porto no campeonato 2007/8 pode ser apenas o início das punições. Os castigos aplicados pela LPFP resultam de um esforço do novo presidente da entidade, Hermínio Loureiro, que assumiu o cargo em outubro de 2006. Ao lado de Ricardo Costa, presidente da Comissão Disciplinar da liga, Loureiro levou a cabo um longo estudo que tinha como meta punir desportivamente os principais acusados do processo “Apito Dourado”. A ação ficou conhecida como “Apito Final”. Se a Liga de Clubes já tomou suas decisões, a Justiça ainda não tem prazo para divulgar as punições cíveis e criminais. Em 2006, a procuradora Maria José Morgado assumiu a coordenação das investigações da Apito Dourado, e a partir daí alguns
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avanços puderam ser observados. No entanto, a sucessão de liminares tem provocado diversas batalhas jurídicas – ainda mais porque dois dos principais arguidos, que contestam a validade legal das escutas telefônicas de que foram alvo, têm grande expressão na cena pública em Portugal. Uma é Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do Porto desde 1982; a outra é Valentim dos Santos de Loureiro, ex-presidente da LPFP e atual presidente da Câmara Municipal (correspondente ao cargo de prefeito) de Gondomar, município vizinho à cidade do Porto.
Como tudo começou É justamente em Gondomar que se localiza o epicentro de todo o caso. Loureiro é o principal acusado de chefiar um esquema que induzia os árbitros a beneficiar o Gondomar, clube da cidade. O objetivo era facilitar o acesso da equipe da terceira divisão para a Liga de Honra (Segundona), justamente no período em que o dirigente acumulava as funções de presidente da LPFP com as de prefeito de Gondomar. Os árbitros, em troca do favorecimento, recebiam artigos em ouro nos dias dos jogos, antes do início das partidas – daí o processo ter ganhado o nome de “Apito Dourado”. O Gondomar acabou subindo para a Liga de Honra
Título do Porto ficou manchado por escândalo de corrupção
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Stringer/Reuters
em 2004. No ano seguinte, um dos promovidos para a segunda divisão foi o Vizela, também acusado de favorecimentos ilícitos. Um nome-chave em toda a história é o do árbitro Rui Mendes, que em 2001 apitou a partida Campomaiorense 0x0 União de Leiria, válida pela Superliga. O juiz foi mal avaliado pelo observador do jogo, mas recebeu diversos elogios do então treinador do Leiria, Manuel José. Indignado com a nota que lhe foi atribuída, Rui Mendes procurou Valentim Loureiro, à época presidente da LPFP. Nesse encontro, o cartola afirmou que a pontuação do árbitro poderia melhorar. Em seguida, ele foi designado para atuar na partida Gondomar x Trofense.
Punições decorrentes da Operação Apito Final Porto CLUBES
Perda de 6 pontos na temporada 2007/8 e multa de € 150 mil
Boavista Rebaixamento e multa de € 180 mil
União de Leiria
DIRIGENTES
Perda de 3 pontos na temporada 2007/8 e multa de € 40 mil
João Loureiro Quatro anos de suspensão e multa de € 25 mil
Indefinições jurídicas Pinto da Costa Dois anos de suspensão e multa de €10 mil
Augusto Duarte Seis anos de suspensão
ÁRBITROS
Em março de 2003, uma carta anônima enviada à Polícia Judiciária portuguesa (correspondente no Brasil à Polícia Civil) denunciava que o Gondomar estaria sendo beneficiado na terceira divisão. A Justiça passou a monitorar os dirigentes do clube por meio de escutas telefônicas, que aos poucos foram apontando para um esquema muito maior, na qual também estariam envolvidos dirigentes de clubes da primeira divisão como Porto, Boavista e União de Leiria. Em abril de 2005, a Polícia Judiciária do Porto concluiu as primeiras investigações do Apito Dourado e encaminhou para o Ministério Público um processo com quase 17 mil páginas, em que constavam os depoimentos de 370 testemunhas, mais de uma centena de buscas domiciliárias e quase 200 pessoas arguidas. Das investigações preliminares resultou ainda a descoberta de que muitos árbitros que atuavam em partidas da primeira divisão eram aliciados não apenas com presentes em ouro, mas principalmente com a visita de prostitutas aos hotéis em que ficavam hospedados nas vésperas dos jogos. Os favores sexuais eram financiados pelos dirigentes dos clubes envolvidos. O caso ganhou contornos pitorescos em dezembro de 2006, quando novas acusações vieram a público no livro “Eu, Carolina”, autobiografia de Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa.
Jacinto Paixão Quatro anos de suspensão
Martins dos Santos Três anos de suspensão
José Chilrito e Manuel Quadrado Dois anos e meio de suspensão
O grande problema na Operação Apito Dourado é definir quem pode punir quem. Os castigos até agora divulgados estão restritos ao âmbito desportivo da temporada 2003/4 do futebol luso e são fruto de uma iniciativa da LPFP, responsável por gerir primeira e segunda divisões. A partir da terceira, a organização fica a cargo da Federação Portuguesa (FPF), que até agora não se envolveu de corpo e alma no caso. Essa divisão administrativa do futebol português é capaz de gerar imbróglios: a Comissão Discipli-
nar da LPFP resolveu devolver ao congênere da FPF os processos que podem implicar nos rebaixamentos de Gondomar e Vizela, que atualmente disputam a Segundona. Isso porque a liga entende que os dois clubes foram beneficiados em competições geridas pela FPF. A federação entende que não cabe a ela decidir o destino dos clubes que estão vinculados atualmente à liga. Essa distinção está na gênese do próprio processo, já que os árbitros acusados de beneficiar o Gondomar na terceira divisão seriam posteriormente recompensados por Loureiro nas duas primeiras divisões. O capítulo mais midiático do caso envolve o Porto: a partir da punição definida pela Liga de Clubes em maio de 2008, a Uefa decidiu suspender preventivamente os Dragões por um ano de todas as competições européias. Motivo: entidade não permite a participação de equipes envolvidas em manipulação de resultados. Pesou sobre o clube o fato de não ter recorrido da perda de seis pontos no último campeonato nacional, punição inócua, pois não seria suficiente para tirar o título dos Dragões. O problema é que essa pena se refere à tentativa de manipulação de três partidas (Nacional 3x2 Benfica, Porto 2x0 Estrela da Amadora e Beira-Mar 0x0 Porto) da temporada 2003/4, quando os portistas ficaram 8 pontos à frente do Benfica. Após recurso do Porto, a Uefa confirmou a presença do clube na próxima Liga dos Campeões. Não haveria tempo para julgar o caso antes de 1º de agosto, quando será realizado o sorteio da terceira fase preliminar do torneio. Qualquer punição ao Porto no âmbito europeu, se houver, será posta em prática na temporada 2009/10. Até lá, não é possível prever quais as reviravoltas que a Operação Apito Dourado provocará. Mas o caso, uma versão portuguesa do Calciocaos italiano, ainda não pode ser dado como encerrado. Saiba mais sobre futebol português em www.trivela.com/portugal
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EQUADOR por Dassler Marques e Ubiratan Leal
Fantasma
SIM, penetra
NAO LDU Quito chegou à final da Libertadores como surpresa, mas trabalha duro e faz boas campanhas há algumas temporadas consolidação de um processo e não sorte e competência esporádicas propiciadas pelo mata-mata. É essa a definição mais justa para o sucesso da Liga Deportiva Universitaria de Quito na Libertadores de 2008. Ainda que cause estranheza ver um time equatoriano na final de uma competição continental, a campanha tem méritos indiscutíveis. Algo que os brasileiros só se atentaram quando o time enfrentou o Fluminense na decisão.
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O desdém com o qual os brasileiros muitas vezes olham para uma equipe equatoriana, neste caso, não se aplica. A diferença que, supõe-se, a altitude quitenha faria na campanha, é relativizada por ótimos resultados obtidos fora de casa ao longo da Libertadores. A LDU, armada pelo técnico argentino Edgardo Bauza, tem um jogo agradabilíssimo de ser visto para os padrões sul-americanos. Joga em alta velocidade, com muitos deslocamentos e uma mobilidade tática bastante interessante. Com um crescimento projetado desde a década passada, a LDU Quito se tornou protagonista do futebol equatoriano nos últimos dez anos, vencendo cinco de nove títulos possíveis e construindo uma reputação continental que lhe faz ser respeitada. Com cinco participações consecutivas nas últimas edições da Libertadores, tendo avançado de chave em quatro delas, comprova que, chegar à final de 2008 foi apenas conseqüência.
Deixando de ser mais um Historicamente, a LDU Quito é considerada um das quatro grandes equipes do futebol equatoriano, ao lado de Emelec, Barcelona e El Nacional. Há dez anos, porém, os Blancos deixaram os rivais para trás e se consolidaram como primeira força do país. A maior prova do poderio econômico, responsável direta pelo crescimento do clube, é a construção da Casa Blanca, estádio para 55 mil pessoas e inaugurado em 1997. Lá, os Blancos se tornariam uma máquina de vencer títulos. Nos últimos dez anos, foram cinco Campeonatos Equatorianos. Com a revelação de bons nomes nas categorias de base, como Bolaños, Salas, Ambrossi, Reasco e Carlos Tenorio, a Liga de Quito se tornou elemento importante para o crescimento do futebol equatoriano, que pela primeira vez foi à Copa do Mundo em 2002 – e retornou avançando de fase na edição seguinte. Neste último Mundial, por exemplo, sete jogadores da Tricolor vestiam a camisa branca dos Blancos. Esse sucesso se deve ao investimento do clube em suas categorias de base. Outro fator, ainda que de importância relativa, foi a dolarização da economia equatoriana. Ainda que isso não deixe os times do país tão ricos quanto brasileiros, argentinos e mexicanos, é suficiente
LDU QUITO EM TRÊS MOMENTOS 2004
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Naquele mesmo ano, a Liga venceu o Santos de Robinho por 4 a 2. A campanha nesta temporada projetou o técnico Jorge Fossatti e deu os primeiros sinais de que os Blancos podiam assustar no cenário internacional.
O Inter foi campeão da Libertadores em 2006 com apenas uma derrota. Justamente para a LDU nas quartas-de-final. Depois dos 2 a 1 de Quito, o Colorado teve de suar muito para fazer 2 a 0 no Beira-Rio.
Depois de eliminar os fortes São Paulo e Boca Juniors, o Fluminense chegou à final da Libertadores na condição de favorito. Bastou 45 minutos para essa impressão se apagar. Os quitenhos fizeram 4 a 1 e a goleada só não se confirmou porque Thiago Neves diminuiu no segundo tempo.
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Rodrigo Arangua/AFP
para trazer reforços de países sul-americanos mais pobres e evitar um êxodo desenfreado de suas revelações. Com esse poderio, bastante razoável para um clube equatoriano, os Blancos mantêm, há alguns anos, uma base dentro de campo que é pouco modificada. Sem precisar vender para sobreviver, se dão ao luxo de resistir a assédios estrangeiros e, assim, cultuam um entrosamento que não sofre alterações drásticas entre uma e outra temporada. Os poucos negócios que a LDU faz, lhe dão fôlego para contratar reforços das outras equipes do país, enfraquecendo os próprios rivais e estimulando uma hegemonia que a permitiu conquistar quase tudo no futebol equatoriano nos últimos anos.
O sucesso de 2008 Além da base que se mantém, com jogadores como Ambrossi, Urrutia, Obregón e Franklin Salas, um dos grandes méritos da LDU Quito é o cuidado de encontrar bons nomes pelo continente e agregar qualidade ao seu elenco. Assim, com a capacidade de observação, trouxe o principal jogador da equipe no momento: Joffre Guerrón, que estava encostado nas categorias de base do Boca Juniors e foi trazido por Edgardo Bauza, é o maior exemplo disso. Do atual grupo de atletas, há outros nomes que se encaixam nesse mesmo perfil. Damián Manso, meia argentino, daquelas promessas esquecidas, chegou aos Blancos e se tornou referência da equipe, assim como os compatriotas Norberto Araujo e Claudio Bieler. Os incansáveis Jairo Campos e Enrique Vera são outros exemplos da aposta em jogadores acessíveis e úteis ao time.
Parte fundamental neste processo é o técnico Edgardo Bauza, argentino, e até então pouco conhecido no continente. Pressionado por resultados assim que chegou à LDU, Bauza ganhou a confiança dos torcedores com resultados, títulos e o bom futebol desempenhado pelos Blancos. Com isso, seguiu a tradição de bons técnicos projetados pela LDU – os outros mais recentes foram Jorge Fossatti (ex-seleção uruguaia, hoje no Catar) e Manuel Pellegrini (há cinco anos no Villarreal). Na Libertadores de 2008, Bauza foi fundamental para que a LDU chegasse ao mata-mata, mesmo com o Arsenal de Sarandi e o Libertad em sua chave. “Quando vimos o sorteio, nosso grupo era o mais duro de todos. Porém, passamos, e percebi que nossa equipe era mesmo muito dura”, conta o treinador. Seja dentro ou fora de seus domínios, os Blancos mostram praticamente a mesma desenvoltura. Edgardo Bauza explica o que mais lhe orgulha da atual equipe. “O San Lorenzo gastou US$ 6 milhões para trazer Placente, Romeo e Menseguez. Gastamos isso por ano com toda a equipe. Isso me satisfaz muito”. Com essa organização e um plano de longo prazo, a LDU Quito se tornou um time consistente na Libertadores. A ponto de chegar à final da competição depois de passar por três times argentinos, um mexicano e um paraguaio. Uma trajetória que não deixa dúvidas a respeito do valor dessa equipe, ainda mais vindo de um país com menos tradição e recursos como o Equador.
Urrutia comemora gol contra o Fluminense: volante é um dos líderes da equipe de Edgardo Bauza
Saiba mais sobre futebol latino-americano em www.trivela.com/americalatina
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BÉLGICA por Leonardo Bertozzi
O campeão fala francês Standard Liège recoloca a Valônia no topo do futebol belga, depois de 25 anos sob domínio dos flamengos hampion” em vez de “kampioen”. Esse grito, que não se ouvia na Bélgica desde 1983, voltou a ecoar com a conquista do Standard Liège. O título dos Rouches na Jupiler League dá à área francófona da Valônia uma rara alegria, em um país dominado esportiva e economicamente por Flandres, região que fala holandês. A capital Bruxelas, de onde saiu a maioria dos campeões nacionais (ver mapa) é, oficialmente, bilíngüe, mas fica encravada em Flandres, que concentra os principais centros financeiros do país e recebe os principais investimentos estrangeiros. A Bélgica sobrevive em meio a uma tensão entre as duas regiões, que se manifesta de forma mais intensa em alguns momentos. Após as eleições de junho de 2007, foram necessários nove meses pa-
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ra formar um governo de coalisão que agradasse aos partidos flamengos e valões. Nesse período, pesquisas apontaram que uma parcela considerável de habitantes de Flandres (46,1%) aprova uma divisão do país, por considerar que pagam impostos demais para “sustentar” a região francófona, mais pobre. É uma desavença que também se baseia muito em estereótipos: os flamengos se consideram trabalhadores sérios e vêem os francófonos como preguiçosos. Na Valônia, a maioria defende a união nacional e lembra do fato de que a região de língua francesa (que representa 55% do território belga e, hoje, tem 33% da população do país) já foi a mais rica da Bélgica, impulsionada pela extração de carvão e ferro. Flandres só se tornou protagonista na década de 1960, quando
OUTROS VALÕES Quando o Standard conquistou seu primeiro título belga, em 1958, outro clube da Valônia já tinha cinco troféus: o Liège. Os Sang et Marine venceram três dos quatro primeiros campeonatos nacionais, em 1896, 1898 e 1899, e repetiram a dose em 1952 e 1953. O clube freqüentou competições européias nos anos 1980, mas depois entrou em crise financeira e despencou até a quarta divisão, na temporada 2004/5. Desde então, vem se recuperando e nesta temporada subiu da terceira para a segunda divisão nacional. Hoje, o Liége é mais lembrado por seu envolvimento no “caso Bosman”, que desencadeou o processo judicial que revolucionou o sistema de transferências de jogadores no futebol europeu. Tudo começou em 1990, quando o clube recusou-se a liberar o jogador Jean-Marc Bosman, que não havia aceito um novo contrato. Na época, ainda vigorava o passe, e Bosman foi impedido de se transferir para o Dunkerque, da França. A disputa legal correu até 1995, comprometendo a seqüência da carreira do jogador. Curiosamente, foi o mesmo ano em que o Liège deixou a primeira divisão belga. Na última temporada, outro clube valão teve destaque. O Tubize foi vice-campeão da Segundona e disputará a elite belga na temporada 2008/9. Será a estréia dos Sang et Or na primeira divisão.
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se industrializou e a Valônia teve problemas com a crise na indústria do aço. Diante desse cenário, é compreensível que os clubes de Bruxelas e Flandres tenham maior poder de investimento e fiquem com a maioria dos títulos. O Standard teve seus dias de glória, como o tricampeonato entre 1969 e 1971, mas na maioria do tempo viveu à sombra de Anderlecht e Club Brugge. A história do clube carrega ainda a mancha de um escândalo de corrupção na temporada 1981/2, quando pediu que outros times belgas facilitassem jogos pelo campeonato nacional para que não fosse comprometida a preparação para a final da Recopa Européia contra o Barcelona. Para contrariar a lógica e levantar a taça novamente, o Standard contou com o lendário Michel Preud’homme, um dos melhores goleiros do mundo na década passada. Ele defendia o gol dos Rouches no título de 1983, o último do time até a
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Francois Lenoir/Reuters
Standard comemora: jejum acaba depois de um quarto de século
temporada passada. O ex-goleiro era diretor técnico do clube valão e foi efetivado como treinador. Seu papel foi tão importante que o anúncio de sua saída, aceitando convite do Gent, surpreendeu a todos. De qualquer modo, ele deixou em Liège uma geração bastante promissora. A principal figura é o meia Defour, capitão do time com apenas 20 anos e eleito o melhor jogador do ano na Bélgica. Outros três nomes que merecem atenção são os do volante Fellaini, do lateral-esquerdo Mulemo e do meia-direita Witsel. Preud’homme ainda buscou jogadores sem espaço em outras equipes, como o atacante congolês Mbokani, ex-Anderlecht. Foi o congolês, aliás, que marcou os gols do título do Standard, na vitória por 2 a 0 sobre seu ex-clube. A conquista foi importante para a auto-estima dos valões. Um símbolo disso é Yves Leterme, primeiro-ministro belga. Filho de pai valão e mãe flamenga, Leterme torce para o clube de Liège, apesar de ter nascido em Flandres. Ele manifestou publicamente seu apoio à equipe ao longo da temporada e participou das comemorações do título. É mais um motivo para a Valônia, tão acostumada a ficar em segundo plano, voltar a se sentir protagonista.
BÉLGICA HOLANDESA, 50 TÍTULOS; BÉLGICA FRANCESA, SÓ 14
Saiba mais sobre futebol belga em www.trivela.com/benelux
Mechelen
Beveren
Antuérpia Beerschot 7
Beveren 2
Mechelen 4
Antwerp
4
Bruges Lier
Club Brugge 13
Lierse 4
Flandres
Cercle Brugge 3
Genk Racing Genk 2
Forest Union 11
Valônia
Bruxelas* Anderlecht
29
Racing Brussel 6 *Apesar de estar dentro de Flandres, Bruxelas é oficialmente bilíngüe
Liège
Daring
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Standard 9
Molenbeek
1
Liège
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HISTÓRIA por Ubiratan Leal
MEDALHAS D A Clubes amadores, combinados multinacionais e até times colegiais já foram medalhistas olímpicos no futebol. Mas a Fifa não reconhece tenas, 1906. Os irmãos ingleses Albert, Godfrey e Edward Whittal e seus primos Harold e Donald se juntaram a um grupo de franceses e um armênio para formar um time de futebol para representar a cidade otomana de Esmirna. Perderam por 5 a 1 para uma equipe de dinamarqueses e venceram um clube de Tessalônica por 3 a 0. Depois dessas duas partidas, todos voltaram para casa com uma medalha — uma medalha olímpica. Por mais varzeano que possa parecer, isso realmente aconteceu. E nem foi uma exceção. Em seus primórdios, os Jogos Olímpicos eram um acontecimento menor, duravam meses e havia muita confusão sobre o que era ou não oficial. O futebol olímpico acompanhava essa tendência. Suas três primeiras edições foram marcadas por confusão, nenhum critério para definição dos participantes e equipes de qualidade
A
Desorganização misturou o que era competição oficial ou mera exibição
mais que contestável. Uma situação que causa constrangimento à Fifa, que não reconhece tais competições como oficiais, contrariando o próprio Comitê Olímpico Internacional. A primeira aparição do futebol nas Olimpíadas ocorreu em 1900, em Paris. Foi uma das edições mais confusas dos Jogos. As competições tiveram atenção secundária, pois foram um pedaço da Exposição Universal, feira que reunia o que de mais moderno havia em tecnologia e cultura. O esporte ficou em segundo plano. Nesse contexto, o futebol foi uma das modalidades mais discretas. Foram apenas duas partidas, na condição de modalidade de exibição, sem direito a medalha. O Upton Park, clube amador de Londres, venceu um combinado da USFSA (União das Associações Francesas de Esportes Atléticos, uma das ligas que regiam o futebol na França)
PÓDIO 1900
USFSA (FRA) Huteau, Bach, Allemane, Gaillard, Bloch, Macaire, Fraysse, Garnier, Lambert, Grandjean, Canelle, Duparc e Peltier
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Upton Park Football Club (GBR)
Universidade de Bruxelas
Jones, Buckenham, Gosling, Chalk, Barridge, Quash, Turner, Spackman, Nicholas, Zealley e Haslam
Leboutte, Kelecom, Moreau de Melen, Renier, Pelgrims, Neefs, Thornton, Delbecque, Spannoghe, Van Heuckelum e Londot
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D A DISCÓRDIA por 4 a 0. Três dias depois, os franceses bateram um combinado com jogadores britânicos e belgas da Universidade de Bruxelas por 6 a 2. Em Saint Louis-04, as Olimpíadas ainda eram uma reunião de eventos esportivos sem muita conexão entre si. E, como em Paris, o esporte foi ofuscado pela Exposição Internacional, organizada na cidade norte-americana. O futebol, novamente, teve três equipes e status de modalidade não-oficial. Os times disputaram um triangular. Na abertura, o Galt, do Canadá, fez 7 a 0 no Christian Brothers College, dos Estados Unidos. Um dia depois, os canadenses voltaram a campo e golearam o Saint Rose Parish por 4 a 0. O fim do mini-torneio foi com a disputa entre as equipes norte-americanas pelo vice-campeonato. Depois de dois jogos terminados em 0 a 0, o Christian Brothers fez 2 a 0. Em 1906, os gregos decidiram organizar uma edição extra dos Jogos Olímpicos, uma forma de comemorar o 10º aniversário da retomada do evento. Como fugia do período de quatro anos, o torneio não
é considerado oficial pelo COI e foi chamado de Jogos Intercalados. A edição do futebol foi ainda mais confusa. As quatro equipes disputaram um mata-mata. Nas semifinais, uma equipe dinamarquesa fez 5 a 1 no combinado internacional (aquele da família Whittal) de Esmirna. Na outra partida, Atenas venceu o Thessaloniki Music Club por 5 a 0. Na final, um massacre: no intervalo, os dinamarqueses venciam os atenienses por 9 a 0, e o time da casa recusou-se a voltar a campo. Como punição, Atenas teve de disputar o vice-campeonato com Esmirna e o time de Tessalônica. Os atenienses se negaram. Assim, com um 3 a 0 sobre o Thessaloniki, o combinado internacional de Esmirna ficou com a segunda posição. Em 1908, os Jogos Olímpicos se tornaram mais organizados. O futebol passou a ter seleções nacionais de verdade e o evento como um todo começou a ganhar as feições que tem hoje. O ouro ficou com a GrãBretanha, que bateu a Dinamarca na final. Até hoje, a Fifa considera que essa foi a primeira edição do torneio olímpico de futebol.
1904
Christian Brothers College (EUA) Menges, Lydon, T. January, J. January, C. January, Ratican, Brittingham, Cudmore, Bartliff, Borckmeyer e Lawlor
No entanto, a partir da década de 1990, em um revisionismo histórico que tentou adaptar as primeiras Olímpíadas ao modelo atual, o COI oficializou os torneios de futebol de 1900 e 1904 (o de 1906 continuou extra-oficial, como todos os Jogos Intercalados) e concedeu simbolicamente as medalhas aos países de onde vinham as equipes. Assim, nove conjuntos de medalhas jamais foram entregues fisicamente, mas fazem que o Canadá tenha o que o Brasil não tem: o título olímpico.
Jogos de 1906 até hoje são considerados extra-oficiais pelo Movimento Olímpico
1906
Galt FC (CAN) Linton, Ducker, Gourley, Fraser, Johnson, Lane, Taylor, Steep, Hall, McDonald e Twaits
Saint Rose Parish School (EUA)
Combinado de Esmirna*
Frost, G. Cooke, H. Jameson, Brady, Dooling, Dierkes, Cosgrove, O’Connell, C. Jameson, Tate, T. Cooke e Johnson
Charnaud, Couyoumdzian, E. Giraud, J. Giraud, Joly, De la Fontaine, D. Whittal, A. Whittal, G. Whittal, H. Whittal e E. Whittal
Dinamarca V. Andersen, Pedersen, Von Buchwald, Ferslev, Rasmussen, A. Andersen, Nielsen, Petersen, Frederiksen, Lindgren, Rambusch e Herup
Thessaloniki Music Club* Vaporis, Pindos, Tegos, Pentzikis, Kyrou, Sotiriadis, Zarkadis, Mikhitsopoulos, Karangionidis, Saridakis e Abbot
* Em 1906, as cidades de Esmirna e Tessalônica estavam em território otomano, mas as medalhas foram computadas para o país de origem dos atletas.
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Margarida Neide/Ag. A Tarde/Futura Press
NEGÓCIOS por Gustavo Hofman
JOGO
duplo Medo de rejeição, vinculação da imagem com uma cidade e interesses políticos motivam empresas a patrocinarem, ao mesmo tempo, equipes rivais rêmio e Internacional nutrem uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro, talvez a maior. Tudo é motivo de discussão, das cores aos títulos. Um dos poucos pontos em que não há diferenças é nos patrocínios. Os dois maiores rivais compartilham três parceiros: Banrisul, Tramontina e Unimed. Não é coincidência. O futebol brasileiro vê cada vez mais empresas adotarem a estratégia de patrocinarem times rivais. Essa situação causa estranhamento nos torcedores mais puristas, mas está presente em várias regiões do país. No Sul, além de Grêmio e Internacional, Avaí e Figueirense também têm o mesmo patrocinador — no caso, a Unimed. No Sudeste, Guarani e Ponte Preta (EMS) e Atlético-MG, América-MG e Cruzeiro (Fiat) seguem a tendência. No Nordeste, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza (Fiat) também contam com o mesmo parceiro. O fato de empresas diferentes terem essa postura evidencia que a busca é justamente por ter a marca vinculada aos clubes mais importantes de suas cidades. Não se compara com o caso da CocaCola em 1987 e 1988, quando a empresa patrocinou quase todos os clubes da primeira divisão e, logicamente, acabou tendo seu logotipo em camisas rivais. No discurso oficial, a rixa entre as torcidas é o motivo para patrocinar equipes
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Rivais históricos, Bahia e Vitória dividem o mesmo patrocinador
antagônicas. O receio é que o patrocínio a um dos clubes provoque a rejeição por parte dos simpatizantes do adversário. “Se apostássemos somente em um time, com certeza todos os torcedores do rival se voltariam contra a Unimed. Aqui é 50% para cada lado, é preciso ser igual no tratamento com os dois”, comenta Amir Selaimen, diretor de relações empresariais da Unimed Porto Alegre. O receio não é injustificado. “Quando nos patrocinava, a Tintas Renner teve de colocar alguma coisa no Inter porque os
Colorados estavam reclamando demais”, conta César Pacheco, vice-presidente de marketing do Grêmio. Josué Tissot, gerente comercial do Internacional, discorda: “Para uma empresa de nível nacional, esse discurso de receio em patrocinar somente um time é balela. Temos que quebrar esse paradigma. Não há nenhuma pesquisa que prove uma antipatia de uma torcida com uma marca por ela patrocinar seu adversário”. Foi esse dilema que enfrentou a Fiat no início de 2008. A montadora consi-
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derou estrategicamente importante estar ao lado do Atlético-MG no ano do centenário do clube. No entanto, era importante estar também com o Cruzeiro, que não tinha espaço na camisa. Após algumas negociações, a empresa conseguiu colocar sua marca na manga da camisa celeste. “Para empresas de varejo, o malefício de patrocinar um time e não fazer o mesmo com o rival é muito grande”, afirma Marco Antônio Laje, diretor de comunicação corporativa da Fiat. Para chegar a essa posição, a montadora realizou um estudo sobre a reação do público em relação a empresas que patrocinam clubes rivais. E identificouse que, em cidades cuja preferência clubística não é bipolar, como São Paulo e Rio de Janeiro, esse fenômeno não é tão forte. Nas capitais paulista e fluminense, o índice de rejeição ao patrocinador de um dos times locais é de apenas 3%, limitando-se a pessoas que integram torcidas organizadas ou torcedores fanáticos. Isso justifica o fato de a Fiat patrocinar o Palmeiras e não buscar também outra equipe paulista.
Reforçar presença local
Fotos AFP
O medo da rejeição não é o único fator que motiva as empresas a patrocinarem clubes rivais. Em alguns casos, ter a marca nos times mais importantes
de uma determinada cidade reforça a presença no mercado local. Foi a estratégia do laboratório farmacêutico EMS ao assinar com Guarani e Ponte Preta em um investimento de R$ 2 milhões com os dois clubes em 2008. A empresa tem fábrica em Hortolândia, cidade vizinha a Campinas, e visa fortalecer o vínculo com a região. O acordo com dois times de uma mesma cidade também pode ser questão de política: “Quando uma empresa se instala em determinado Estado ou cidade, busca isenções fiscais ou amizade com as autoridades e assim acerta o patrocínio com os clubes locais”, comenta Marco Aurélio Klein, professor de marketing esportivo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). César Pacheco, do Grêmio, confirma. “Quando era governador do Rio Grande do Sul, o Antonio Britto, que é conselheiro do Grêmio, conseguiu o patrocínio da GM. Como a empresa ficou com receio de patrocinar somente nós, o Internacional ganhou de graça um novo parceiro”. Considerando os motivos que levam empresas a patrocinarem equipes rivais simultaneamente, é difícil imaginar que seja uma tendência passageira. Pelo contrário. Não será incomum ver novos casos aparecendo. Os torcedores mais radicais que se acostumem a isso.
NOTAS Nike e Olympikus na briga pelo Flamengo Descontente com a Nike, o Flamengo decidiu interromper o contrato de fornecimento de material esportivo cuja vigência estava prevista até junho de 2009. Após utilizar um uniforme sem alusão a nenhum fornecedor, com três símbolos de interrogação, o Fla anunciou o acordo com a Olympikus. A Nike não gostou da história e entrou na Justiça, alegando rompimento unilateral do contrato por parte do Rubro-Negro. A empresa norte-americana ganhou em primeira instância, mas o clube da Gávea recorreu. [DM]
Uefa quer diminuir verbas dos ingleses A Uefa segue sua empreitada para equilibrar um pouco mais as ligas nacionais européias. A entidade anunciou a intenção de diminuir a porcentagem dos direitos televisivos repassados aos clubes ingleses na Liga dos Campeões. Na última edição, Manchester United, Liverpool, Chelsea e Arsenal receberam, juntos, £ 102 milhões de um total de £ 462 milhões. O sistema atual de distribuição é válido até 2012. Nas últimas duas temporadas, as semifinais da LC tiveram três clubes da Premier League entre os quatro semifinalistas. [DM]
Eurocopa na TV aberta
EM PORTUGAL, TODO MUNDO IGUAL Na década de 1990, a Parmalat usou o futebol para reforçar sua marca no mercado internacional. Patrocinou clubes como Palmeiras, Parma, Juventude, Peñarol, Boca Juniors e Audax Italiano. Em Portugal, a escolha caiu sobre o Benfica, mas durou apenas uma temporada. O motivo da desistência foi a rejeição que a empresa de laticínios teve com os torcedores de Sporting e Porto. O caso serviu de alerta para várias companhias — tanto que os três grandes clubes portugueses costumam ter sempre os mesmos patrocinadores. Na temporada 2007/8, o trio estampou as marcas de Portugal Telecom e Banco Espírito Santo.
Os jogos da Eurocopa renderam audiência na cidade de São Paulo acima do esperado para a Record. De acordo com números preliminares divulgados pelo Ibope, a emissora teve 12 pontos (com picos de 19) com Rússia x Holanda, em 21 de junho e 14 pontos (picos de 21) com Espanha x Itália no dia seguinte. No mesmo horário, a Globo transmitia, Ponte Preta x Corinthians (dia 21) e Vasco x Palmeiras (dia 22). Na semifinal da Euro, entre russos e espanhóis na quinta-feira seguinte (26 de junho), a Record teve 12,5 pontos. A emissora informou que a expectativa era se aproximar dos 10 pontos. [DM]
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A cada jogo, uma revista Tradicionais na Europa, os pr programas de jogo são objetos jornalísticos e históricos. E, mesmo que timidamente, estão chegando ao Brasil
alar que, na Europa, ir a um jogo de futebol é o mesmo que ir ao teatro é uma metáfora comum. Geralmente, se refere ao nível de conforto e à eventual qualidade do espetáculo. No entanto, há outros elementos que estabelecem essa semelhança. É o caso da distribuição ou venda de programas do espetáculo, com identificação dos “artistas” e um resumo do que o público verá — uma coisa que já chegou ao Brasil. No exterior, os programas de jogo são publicados desde o início do século XX. Há versões dos mais diversos formatos, desde tamanho A4 até de bolso, assim como em papel de revista ou como um jornal. Com relação ao conteúdo, os mais completos trazem o elenco das duas equipes – com maior foco para o time da casa –, matérias a respeito do confronto, entrevistas exclusivas, classificações, tabelas e outras estatísticas. Tudo o que ajude o torcedor a entender o que ocorrerá em campo.
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Essas publicações viraram objeto de culto. Na Europa, especialmente na Inglaterra, a coleção de programas de jogo é algo levado a sério por quem freqüenta os estádios da Premier League e até mesmo de outras divisões. Um exemplo é o escritor Nick Hornby. Ele pegou sua coleção de programas dos jogos do Arsenal como fonte de consulta para escrever “Febre de Bola”, livro que conta sua vida como torcedor dos Gunners. No caso de Hornby, a coleção era apenas de jogos do Arsenal em que ele esteve, mas há casos de aficionados que vão buscar partidas históricas. “Eu tenho diversos exemplares do Manchester United, inclusive anteriores ao acidente de Munique em 1958 e de jogos fora de Old Trafford”, conta orgulhoso o colecionador inglês Paul Windridge, dono de um site a respeito do assunto. Paul se dedica a colecionar exemplares de finais de copas européias e nacionais, além de outras partidas importantes – todas sempre dos Red Devils. Em sites ingleses, é comum a comercialização de programas, desde históricos (ver box) até mais inusitados, como um Birmingham x Blackpool de 1963. Ainda que tenham a origem inglesa como característica, os programas se disse-
minaram por boa parte da Europa e outros países como Argentina e até Canadá. Iniciativas como essas ainda são esporádicas no Brasil. Quando vivia uma boa fase, o São Caetano distribuía um folheto com o resumo das partidas importantes. Náutico e Santa Cruz também já produziram programas para suas partidas. Atualmente, o projeto mais ousado é do Atlético-PR. Há dois anos, o clube lançou o “Preliminar”, revista de 20 páginas em tamanho A4 e que já ultrapassou as 75 edições. A aceitação foi tão grande que o Atlético-PR estoca as edições antigas para atender a pedidos de torcedores. “Recebemos alguns contatos, até de atleticanos em outros estados, querendo uma ou outra revista”, comenta Luciana Pombo diretora de comunicação do Atlético-PR. O clube disponibiliza, em seu site, arquivos em PDF de todas as edições do “Preliminar”. Outro clube a distribuir publicações sobre as partidas é o Santos. O “Golaaaço” tem pretensões mais modestas que o similar atleticano. Cheio de propagandas de políticos locais, o folheto tem apenas seis páginas e conta com menos informações até que os programas mais econômicos. O programa de
JOGOS FAMOSOS E SEUS PROGRAMAS
CULTURA por Dassler Marques
Inglaterra 4x2 Alemanha Ocidental 26/julho/1966, estádio de Wembley Final da Copa do Mundo de 1966 Preço: £ 18
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LANÇAMENTOS Outro filme
Finall de Copa do Mundo, Fi M clássicos locais ou jogos de meio do campeonato: program programas de jogos são válidos para qualquer partida
Comunicação com o torcedor Independente do país, os programas de jogo se constituem em um canal de comunicação de relevância entre clube e torcedor, algo bem mais antigo que a própria internet, que assumiu esse papel há alguns anos. Micaela Longo, diretora responsável pela “Udinese Magazine”, explica o tratamento dispensado nos programas do clube zebrette: “Queremos que nossos programas sejam um órgão oficial da Udinese, não só mais uma revista. O fato de o público guardar os exemplares e ler em casa é certamente um dos objetivos por trás do trabalho de um programa, que, além de informar, quer ser fonte histórica e de arquivo nos anos futuros”, explica. Segundo ela, desde que se optou por um formato de bolso, as revistas caíram na graça dos torcedores. A opinião de Micaela é compartilhada por Hernán Tchira, diretor de marke-
Arsenal 2x1 Liverpool 8/maio/1971, estádio de Wembley Final da FA Cup de 1971 Preço: £ 9,5
ting do River Plate. Além de ressaltar ser o único meio impresso de contato do clube com o torcedor, ele lembra que os programas de jogo trazem grande responsabilidade para quem os faz. “Muita gente faz coisa sobre o River, mas nós não. Por isso, temos a obrigação de fazer um trabalho condizente com a expectativa do torcedor”, lembra ele. As revistas do River Plate se destacam pela abordagem apaixonada, uma característica do torcedor portenho que difere da linha editorial européia, muitas vezes mais sóbria. Além disso, é possível encontrar ilustrações gráficas diferentes a cada jogo. Segundo Tchira, em breve o River lançará um livro apenas destas peças. Valorizados no exterior e ainda pouco disseminados por aqui, os programas de jogo ainda são vistos como atitudes isoladas no Brasil. Seja como canal de informação, seja como peça histórica, os programas podem ter grande valor. Nosso futebol, tão carente de preservação de sua história, poderia ter nessas revistinhas uma saída interessante.
Bayern de Munique 1x0 Saint-Étienne 12/maio/1976, Hampden Park Final da Copa dos Campeões de 1976 Preço: £ 4,3
Liverpool 0x1 Juventus 29/maio/1985, estádio de Heysel Final da Copa dos Campeões de 1985 Preço: £ 10
Obs.: preços no mercado de colecionadores da Inglaterra. Em 26 de junho, £ 1 equivalia a R$ 3,16
jogo santista também tem menor alcance: só é distribuído nas cadeiras cativas da Vila Belmiro.
O cinema brasileiro nos últimos anos tem de dedicado a algumas produções que abordam o futebol como tema principal. Um dos filmes mais recentes a tocar no assunto é “Show de Bola”, com direção de Alexander Pickl e escrito por René Belmonte. A história não foge muito à regra do universo futebolístico: um garoto pobre, que sofre com a violência em uma favela carioca, testemunha a morte do pai e decide se dedicar ao esporte para triunfar na vida. No entanto, terá que superar as dificuldades, principalmente o tráfico de drogas. No elenco, Thiago Martins (Cidade de Deus) é o protagonista. A estréia está prevista para agosto nos cinemas do país. [GH]
Show de Bola Diretor: Alexander Pickl Produção: Ananã Produções, Imagem Filmes e Orange Pictures Duração: 101 minutos
Livro tricolor O São Paulo lançou um livro comemorativo da conquista do quinto título do Campeonato Brasileiro. Com o título de “5-3-3”, a obra traz imagens, histórias e estatísticas da caminhada do clube no torneio em 2007. Além do livro, o Tricolor lançou uma nova linha de camisas retrô. Os uniformes relembram três épocas da história do clube, com homenagens a três dos seus principais jogadores nas décadas de 70, 80 e 90: Pedro Rocha, Careca e Raí. Os livros e as camisas estão à venda em lojas de material esportivo. [GH]
5-3-3 Edição: São Paulo e Reebok Preço sugerido: R$ 69,90
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QUEM SÃO Deputado
eu fiscalizo a
Cop pa 2014 4
Cargo na Atuação subcomissão
Eugênio Rabelo (PP-CE)
1º vice-presidente
Titular na comissão da Lei Pelé
Fábio Souto (DEM-BA)
Membro titular
Titular da comissão de turismo e desporto
Jurandil Juarez (PMDB-AP)
2º vice-presidente
Suplente nas comissões do Estatuto do Desporto e da CPI CBF/Nike
Presidente Marcelo Teixeira (PR-CE) Sílvio Torres (PSDB-SP)
Membro titular
Titular das comissões do Estatuto do Desporto” e “Lei Pelé”. Foi relator da CPI CBF/Nike e é considerado opositor da CBF no Congresso
Valadares Filho (PSB-SE)
3º vice-presidente
Titular da comissão de turismo e desporto
Suplentes: Afonso Hamm (PP-RS), Deley (PSC-RJ), Manuela d’Ávila (PcdoB-RS), Miguel Corrêa (PT-MG), Moreira Mendes (PPS-RO) e Otávio Leite (PSDB-RJ). Afonso Hamm é o relator da subcomissão. Deley foi meia do Fluminense campeão brasileiro em 1984
Em junho, a comissão de turismo e desporto da Câmara dos Deputados instalou uma subcomissão permanente para verificar a organização da Copa do Mundo de 2014. A versão 2008 dará continuidade à subcomissão formada no ano passado. A diferença é que, agora, os trabalhos ficarão no acompanhamento dos preparativos para a realização da Copa do Mundo, ao invés de tratar das negociações para conquistar o direito de sediar o evento. O pedido para abertura foi feito no ano passado pelo deputado José Rocha (PR-BA), presidente da subcomissão de 2007 e um dos principais aliados da CBF no Congresso. Rocha recebeu doações da CBF para suas campanhas em 2002 e 2006. Além dele, outros deputados com ligação ao futebol também deixaram a comissão, como Gilmar Machado (relator da comissão do Estatuto do Desporto). Assim, a atual composição é formada majoritariamente por deputados sem presença muito marcante nos debates ligados ao esporte. Entre as exceções estão Sílvio Torres e Deley.
Luiz Alves/Agência Câmara
por Gustavo Hofman
Titular da comissão da Lei Pelé
Marcelo Teixeira: PR tem a presidência da subcomissão da Copa
LU PA Promiscuidade oficializada
Demandas de infra-estrutura
A delegação da Seleção Brasileira que enfrentou e perdeu para o Paraguai, em junho, pelas eliminatórias da Copa do Mundo, foi chefiada por Marcos Vilaça, presidente do Tribunal de Contas da União. O TCU será responsável por criar um grupo de trabalho para fiscalizar os gastos públicos na Copa de 2014, por sugestão do ministro Aroldo Cedraz. Já Vilaça, que foi dirigente do Náutico nos anos 60, é um dos principais responsáveis pela investigação do estouro do orçamento dos Jogos Pan-Americanos.
No final de junho, o Ministério do Esporte apresentou a representantes das 18 cidades candidatas a receber o Mundial o termo de cooperação técnica do governo federal com a Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base (Abdib) e a CBF. O acordo prevê o mapeamento dos investimentos em infra-estrutura necessários a Copa. A previsão é que, em seis meses, será possível conhecer as demandas estruturais para o país sediar os jogos e iniciar as obras em 2009.
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CADEIRA CATIVA por Gustavo Hofman
quem? Torcer para
Duas das equipes mais odiadas do mundo se enfrentavam pelas semifinais da LC. Valeu por conhecer o Bernabéu e ver Zidane adri é uma cidade espetacular. Atrações e opções para programas diurnos ou noturnos não faltam: parques, museus, teatros, boates, bares e restaurantes. Enfim, há algo para se fazer ou um lugar para ir todos os dias do ano. O dia 7 de maio de 2003, porém, reservava algo especial. Real Madrid e Juventus se enfrentariam na partida de ida das semifinais da Liga dos Campeões. De um lado, estava o time mais amado e odiado da Espanha. Do outro, a arrogante e sempre poderosa Juventus. O jogo tinha algo a mais, também, principalmente para os apaixonados por futebol: Zinedine Zidane. O grupo que seguiu ao estádio Santiago Bernabéu de metrô era composto por dois brasileiros e um belga. A chegada foi calculada para acontecer com algumas horas de antecedência por um motivo bem óbvio: não havia ingressos. Os cambistas seriam a solução, e estes não demoraram a aparecer. Os pedidos iniciais eram de € 100 a € 120 por um ingresso que custou, originalmente, um quarto disso. Velhos conhecidos de estádios pelo mundo, sabíamos que, à medida que o tempo passasse, o preço cairia. Logo, a melhor solução encontrada foi achar um bar. E por lá ficamos, por um bom tempo, até o horário da partida se aproximar. Quando faltavam cerca de 15 minutos para o início do jogo, já com todos os torcedores devidamente acomodados nas arquibancadas, o mesmo cambista que ofereceu três ingressos por € 300 algumas horas antes, aceitou fechar negócio por € 90. Felizes e munidos com a bandeira brasileira, subimos as altas escadarias do Santiago Bernabéu e buscamos um lugar confortável e com boa visão, atrás de um dos gols. Para nossa surpresa – na verdade mais uma constatação do baixo preço dos ingressos adquiridos – estávamos no espaço destinado aos torcedores italianos! Ao lado de uma torcida com um histórico bem complicado de violência. Jogo no Bernabéu é algo bem diferente. Não existe uma manifestação em massa dos fãs, é muito mais um programa familiar do que qualquer outra coisa. Lá, se vai para assistir a partida, não para torcer, ou melhor, no máximo para protestar com os lenços brancos. Esse é o verdadeiro espírito do torcedor merengue. Claro
Notimex
M
REAL MADRID JUVENTUS
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Competição: Liga dos Campeões Data: 6/maio/2003 Local: estádio Santiago Bernabéu (Madri)
que essa descrição não cabia aos italianos presentes ao nosso redor, que pularam e cantaram freneticamente até o fim. Em campo, o jogo foi muito bom. Zidane mostrou todo seu talento com dribles e jogadas espetaculares. Ao vê-lo ao vivo, percebe-se com mais detalhes sua imponência e elegância no gramado. Fica evidente: aquele sujeito é um dos maiores de todos os tempos. Ronaldo, ainda em forma, abriu o marcador com 23 minutos, mas Trezeguet empatou no final da primeira etapa. A vitória madrilena veio com o gol de Roberto Carlos, aos 28 minutos do segundo tempo. Nessa hora, a bandeira brasileira foi erguida com orgulho, em comemoração. Bastaram poucos segundos para que alguns cidadãos mal-encarados, carecas, com camisas “bianconere” começassem a subir as arquibancadas em nossa direção, com gritos que não pareciam muito amigáveis. Felizmente a polícia espanhola estava atenta e levou o perdido grupo para um lugar seguro, na torcida anfitriã. Não antes de ouvir uma bela bronca.
Você foi a algum jogo que tem uma boa história para ser contada? Escreva para contato@trivela.com que seu texto pode ser publicado neste espaço!
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A VÁRZEA
Tratamento VIP (Violência, Ingresso, Porrada) Tolete estava ansioso para assistir à final do mais importante torneio regional do mundo. Afinal, nem todo dia dá para se ver um cotejo de tamanha importância, ainda mais quando se reúnem o Chico Lingüiça’s Globetrotters e uma turma do interior, uns caras do Black Bridge United. Nosso intrépido repórter até dormiu na fila para comprar ingressos para a sensacional pugna. Quatro dias de sol e chuva, sem tomar banho, valeriam a pena. Quer dizer, mais ou menos. Primeiro da fila, Tolete achou esquisito quando as bilheterias se abriram e disseram para ele que os ingressos estavam esgotados. “Estão todos nas mãos dos Globe Hooligans, Lingüiças Assassinas e Us Mano do Chicão”, disse a vendedora, referindo-se às pacíficas torcidas do clube da casa. Desconsolado, Tolete mal abriu a boca para argumentar quando um policial bem bonzinho lhe convidou a se retirar. Estranhamente, o intrépido repórter só se lembrou dessas cenas umas horas mais tarde, quando estava no hospital com umas marcas estranhas nas costas e um olho roxo. Mesmo dolorido, Tolete não desistiu. Lá foi ele para a porta do estádio, para ver se conseguiria algum bilhete com aqueles cambistas bem bacanas, sempre de olho em boas ofertas. “Na minha mão é oitenta conto”, disse um deles. Tolete admirou como a lei da oferta e da procura realmente funciona no futebol moderno, ainda mais quando, nas bilheterias, os ingressos eram trocados por dois bebezinhos (o bolinho) cada. Quando tentou passar na catraca, o repórter teve outro contratempo: ele não reparou que o papel dizia “Vali huma harqibamcada para a finau du canpionatu”. “Nossa, não sabia que Denílson trabalhava na empresa que faz os ingressos!”, pensou Tolete. Antes
A charge do mês de ligar para o estagiário com potencial para lhe parabenizar pelo novo bico, o repórter viu outro policial se aproximar com um cassetete. Alguns dias mais tarde, com uns dentes a menos e escoriações, Tolete despertou. Ele mal se contentava de alegria ao saber que o Chico Lingüiça’s Globetrotters goleara por 5 a 0 e ficou com o título. “Mal vejo a hora de ir ao estádio de novo!”, exclamou. O torcedor já se acostumou a ser tratado com um Vip.
A lorota do mês “Não foi uma falha” Felipe dá uma prova de humildade ao reconhecer que o gol tomado no meio das pernas na final da Copa do Brasil não foi um frango.
A manchete do mês “Dorival Júnior diz que sonha em trabalhar na dupla Gre-Nal” (Uol Esporte) Os dois times são mesmo diferenciados. Em uma estratégia inovadora, sonham em dividir o mesmo técnico.
Em alta Noiva de Domenech Logo depois da eliminação da França na Eurocopa, o treinador mostrou como estava chateado ao pedi-la em casamento ao vivo.
Dunga Viu a seleção perder pela primeira vez para a Venezuela, engoliu a CBF chamar Ronaldinho para as Olimpíadas e ainda foi ‘homenageado’ pela torcida no Mineirão.
Em baixa
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