Trivela 34 (dez/08)

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nº 34 | dez/08 | R$ 8,90

VALE A PENA Internacional mostra ao Brasil a importância da Sul-Americana

nº 34 | dez/08 | R$ 8,90

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MUNDIAL Curiosidades e histórias dos clubes que tentam conquistar o planeta

Emoções até o

FINAL

A festa do tri do São Paulo A agonia de Vasco e Figueirense Raio-X do Brasileirão mais disputado da história Os erros de Luxemburgo Séries B e C Entrevista: Paulo Autuori Maradona técnico

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1 copo de cerveja, 1 taça de vinho ou 1 dose de uísque: funções mentais alteradas, noções de distância e velocidade prejudicadas.

2 copos de cerveja, 1 taça grande de vinho ou 2 doses de uísque: atenção e visão diminuem, cérebro relaxa, proporcionando calma e satisfação.

O álcool muda você. Não deixe ele mudar sua vida também. Se beber, não dirija.

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Grandes quantidades de bebida alcoólica: incapacidade para dirigir e se concentrar, falta de coordenação e dupla visão.

© photos elsilencio e ricardo rojas

Lua Branca

4 copos de cerveja, 3 taças de vinho ou 3 doses de uísque: reflexos lentos, visão prejudicada, tendência à agressividade e a correr riscos.

Trabalhando por você

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EDITORIAL

Acabou a discussão Cruzeiro, depois Náutico, depois Flamengo, depois Grêmio, depois Palmeiras, depois São Paulo. Em 2008, a liderança do Campeonato Brasileiro passou de mão em mão desde as primeiras partidas. Assim, a disputa pelo título ficou sempre indefinida. A três rodadas do final, cinco equipes ainda tinham esperança de ficar com a taça. Na última, dois ainda estavam vivos. Enquanto torcedores e imprensa faziam contas, projetavam resultados, especulavam quem perderia fôlego e quem arrancaria, davam uma olhada apreensiva para a briga contra o rebaixamento e viam com otimismo a boa média de público, ninguém parou para falar “puxa, legal mesmo era na época do mata-mata”. Bem, para ser mais correto, sempre há quem fale isso. Mas foram poucos, o suficiente para não ocupar tanto tempo em debates na TV ou conversas no bar. Foi assim, discretamente, sem estardalhaço, que os pontos corridos se consolidaram na vida futebolística do brasileiro. Afinal, era a terceira vez em seis anos com a fórmula de disputa atual que o título foi decidido na última rodada. Um retrospecto excelente e que condiz com o tradicional equilíbrio de forças do futebol verde-amarelo, mesmo com a hegemonia recente do São Paulo. É cada vez mais evidente como o brasileiro entendeu o funcionamento desse tipo de campeonato. Uma competição em que não há duas finais, mas dez. Ou 20. Ou até mais, dependendo de como o torneio se desenrola. Ao invés de dois fins-desemana daquele gostoso nervosismo de decisão, o torcedor tem dois meses assim. É essa série de finais que a edição de dezembro da Trivela celebra. Um suspense que cresce a cada semana, com as idas e vindas da tabela, troca de líderes, mudanças na briga pela classificação para a Libertadores, novidades na zona de rebaixamento. É um campeonato em que todos se envolveram de algum modo. O melhor é que tudo isso pode ficar ainda mais saboroso se a Copa Sul-Americana realmente cair no gosto do torcedor brasileiro. O título do Internacional abre essa possibilidade, o que tornaria a disputa pelas posições intermediárias do Brasileirão ainda mais interessante e pode dar o gostinho de mata-mata que o torcedor sente falta no segundo semestre desse calendário do futebol tão mal planejado e desbalanceado.

w w w. t r i v e l a . c o m Editor executivo Caio Maia Editor Ubiratan Leal Reportagem Bruno Diniz, Fábio Fujita, Gustavo Hofman, Leonardo Bertozzi, Luciana Zambuzi, Pedro Teixeira (trainee) e Ricardo Espina Consultoria editorial Martinez Bariani e Mauro Cezar Pereira Colaboradores Antonio Vicente Serpa, Fábio Kadow e João Tiago Picoli Revisão Luciana Zambuzi Projeto gráfico / Direção de arte Luciano Arnold Design / Tratamento de imagem Bia Gomes Capa Jorge R. Jorge (Brasileirão) Stringer/Reuters (Sul-Americana) Agradecimentos Ian Grosner, Riccardo Joss e Róbson Macedo

Assinaturas

CONFIRA NESTE MÊS

Acompanhe as semifinais e a final do Mundial de Clubes da Fifa em tempo real na Trivela

NO AR Campeões de 2008 Quem se deu bem nos países europeus que seguem o calendário solar

15/12 Entrevista Paulo Autuori Técnico fala sobre futebol brasileiro, seus problemas no Peru e o trabalho no Qatar

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Karim Jaafar/AFP

TABELAS PARA IMPRESSÃO

Para quem gosta de seguir os campeonatos com papel e caneta

Adrian Dennis/AFP

AO VIVO

NO AR Guia Mundial de Clubes Uma apresentação completa do torneio no Japão, com fichas dos clubes, história, estádios, curiosidades...

18/12 Especial Sites de jogadores Trivela apresenta os melhores sites de jogadores brasileiros e estrangeiros

20/12 Guia Oitavas da Liga dos Campeões Depois do sorteio, uma análise dos confrontos eliminatórios

www.trivela.com/revista (11) 3038-1406 trivela@teletarget.com.br Publicidade Gabriela Beraldo (11) 3474-0127 gabriela@matracanet.com.br Gerente de circulação Alexandre Braga Atendimento ao leitor contato@trivela.com (11) 3474-0152 é uma publicação mensal da Trivela Comunicações. Todos os artigos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. Proibida a cópia ou reprodução (parcial ou integral) das matérias e fotos aqui publicadas Distribuição nacional Fernando Chinaglia Impressão Ibep Gráfica Tiragem 30.000 exemplares

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ÍNDICE BRASILEIRÃO

24 Como as dez últimas rodadas dão um retrato de como foi o melhor Brasileirão desde a implantação dos pontos corridos, o torneio em que Grêmio e São Paulo lutaram pelo título até o último dia 20

ENTREVISTA CARTOLAGEM

Itamar Aguiar/Vipcomm

ARGENTINA NEGÓCIOS

O futebol também sofre com a crise mundial

ENCHENDO O PÉ

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MARACANAZO

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CURIOSIDADE CULTURA

Tóquio/Yokohama

O Athletic Bilbao já teve estrangeiros Esse nome me é familiar...

Bugigangas para todo tipo de fanático

48 50

Um olhar alternativo

CAPITAIS DO FUTEBOL » HISTÓRIA

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Como Maradona virou técnico

MUNDIAL DE CLUBES

OPINIÃO

39

Os sistemas eleitorais dos clubes

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COPA SUL-AMERICANA

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JOGO DO MÊS

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GERAL

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TÁTICA

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PENEIRA

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EXTRACAMPO

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CADEIRA CATIVA

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A VÁRZEA

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eu fiscalizo a

Copa Copa Co p 2 201 014 01 4

Lucas Uebel/Vipcomm

Internacional usa a Copa Sul-Americana para lançar o projeto de seu centenário e mostra aos demais clubes brasileiros como o torneio é muito mais que um prêmio de consolação para quem não foi bem no Brasileirão

O que rolava nos bastidores enquanto o Brasil goleava Portugal no estádio Bezerrão, no Gama

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0x1 JOGO DO MÊS

Alejandro Pagni/AFP

por Ubiratan Leal

Dez homens e um segredo Com um jogador a menos, Internacional acaba com 43 jogos de invencibilidade do Estudiantes em sua casa estádio Ciudad de La Plata não é um caldeirão como gostam os argentinos. Ainda assim, o Estudiantes aprendeu a chamar o estádio de “casa” e a fazer os adversários o chamarem de “inferno”. A ponto de completar uma série de 43 jogos sem derrota como mandante. Essa marca pareceu frágil na decisão da Copa Sul-Americana. O Internacional lançou mão de um inteligente planejamento tático para quebrar a invencibilidade de mais de um ano e meio do Estudiantes em La Plata e levar para o jogo de volta, em Porto Alegre, um título quase decidido. O curioso é que o início do duelo teve contornos muito favoráveis ao time argentino. Na primeira meia hora de jogo, o Colorado foi dominado, encontrando sérias dificuldades para passar pela adiantada marcação platense. Para piorar, Guiñazu foi expulso corretamente por acúmulo de cartões amarelos aos 24 minutos. A marcação estava prejudicada e a tendência era de aumento da pressão.

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Mas o Inter se recompôs com rara rapidez. Alex, que entrou como segundo atacante, recuou para fazer o papel de ala esquerdo. D’Alessandro, meia de ligação, virou ala direito. Magrão e Edinho viraram os meias centrais na linha de quatro armada no meio-campo. Os gaúchos congestionaram o campo e diminuíram o espaço para os argentinos criarem. A partir daí, era contar com os contraataques, uma possibilidade sempre viva quando se tem o rápido Nilmar na frente. Aos 34 minutos de partida, D’Alessandro

ESTUDIANTES Andújar; Angeleri, Alayes (Calderón), Desábato e Díaz; Galván (Moreno y Fabianesi), Verón, Sánchez e Benítez; Salgueiro (Fernández) e Boselli. Técnico Leonardo Astrada

lançou o atacante, que se antecipou a Desábato e foi atropelado dentro da área. Era a chance que o Inter precisava – e Alex não a desperdiçou – para sair na frente. Ainda faltavam 61 minutos de jogo, mais os acréscimos. E, nesse pouquinho mais de uma hora, o Internacional se entregou à marcação como se aquele jogo fosse o definitivo do campeonato. Nilmar ficou isolado na frente, prendendo dois ou três defensores argentinos. O resto do time também demonstrou grande dedicação tática e nem o perigoso Boselli, o experiente Verón – que terminou o jogo esfalfado de tanto buscar espaço em vão – e os gritos dos torcedores locais desestabilizaram o sistema defensivo colorado. Desse jeito, um Inter com apenas 10 homens botou abaixo os 43 jogos em que o Estudiantes não perdia em casa. Ainda que o título só tenha vindo com uma dramática prorrogação no Beira-Rio, foi a vitória em La Plata que permitiu ao Colorado comemorar uma conquista inédita.

0x1 INTERNACIONAL Data 26/novembro/2008

Local Estádio Ciudad de La Plata (La Plata-ARG) Árbitro Carlos Amarilla (PAR) Gol Alex (34min) Cartões amarelos Guiñazu, Índio, Magrão, Lauro (I), Juan Salgueiro, Desábato e Angeleri (E) Cartão vermelho Guiñazu

Lauro; Bolívar, Índio, Álvaro e Marcão; Edinho, Magrão, Guiñazu e D’Alessandro (Gustavo Nery); Alex (Sandro) e Nilmar (Danny Morais). Técnico Tite

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Roberto Castro/Futura Press

GERAL » BRASILEIRÃO SÉRIES B e C

Nada de bate-volta Era uma vez, em 1979 O Avaí voltará à primeira divisão nacional depois de 30 anos. As últimas lembranças do Leão da Ilha no Brasileirão não são das melhores. Em 1979, os florianopolitanos não venceram uma partida sequer e ficaram em último lugar no grupo A da primeira fase. Na classificação final, o Avaí foi o 90º de 94 participantes.

Campanha em 1979 Goiânia 1x1 Avaí Anapolina 2x1 Avaí Avaí 1x1 Londrina Avaí 0x1 Colorado Avaí 1x1 Confiança Juventude 2x2 Avaí Avaí 0x2 Sergipe Joinville 3x2 Avaí Novo Hamburgo 1x1 Avaí Obs.: Não são consideradas as participações na segunda divisão em anos que havia promoção para a segunda fase da primeira do mesmo ano.

ão foram poucas as vezes em que o Avaí esteve na briga por uma vaga na Série A. Nesta década, foram quatro oportunidades, sendo que, em duas (2001 e 2003), a promoção escapou na última rodada. Desta vez, foi diferente. O Leão da Ilha resistiu nas primeiras posições e assegurou, com três rodadas de antecedência, o retorno à elite nacional. Para montar o time que acabou com os 30 anos em que ficaram longe do Brasileirão (veja box), os avaianos contaram com uma ajuda de fora. No caso, da LA Sports, empresa com sede em Curitiba e parceira do clube desde 2007, e da Traffic, que atua como investidor secundário. Segundo a diretoria alvi-azul, as empresas são acionadas para cobrir as carências do elenco. Elas chegam a compartilhar jogadores, como o zagueiro Cássio, o meia Juliano e o atacante Vandinho, hoje no Flamengo. O jogador rubro-negro, aliás, serve de exemplo do que LA e Traffic pretendem em Florianópolis. “Foi um bom

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COMENTARISTA E CARTOLA Após retornar à primeira divisão, o Santo André ganhou um reforço. O ex-atacante Muller deu um tempo na sua carreira de comentarista de TV e aceitou o convite para ser diretor executivo do Ramalhão. Pelo acordo, o ex-jogador coordenará as categorias de base e o futebol profissional da equipe do ABC paulista.

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negócio economicamente e por ser a primeira vez que o líder do Campeonato Brasileiro na época teve interesse num jogador do Avaí”, diz Luiz Alberto Oliveira, diretor da LA. Além de despejar atletas no elenco avaiano, as parceiras servem de consultoras na gestão do departamento de futebol. “No Brasil, existem muitas equipes dirigidas por profissionais movidos pela paixão. Então, é fundamental a presença de alguém especializado na área”, diz João Nilson Zunino, presidente do clube e médico de formação. Para os torcedores pessimistas, fica o receio de que a fartura de recursos terceirizados acabe. Foi o que ocorreu com o Paraná, que trabalhava com a LA quando chegou à Libertadores. No final de 2007, o Tricolor paranaense e a empresa romperam e o clube fenece na Série B. A diretoria avaiana diz não pensar nisso. E até sonha com uma boa campanha na elite: “Não queremos bater e voltar”, afirma Zunino. [FF]

Número de promoções do Barueri desde que entrou no futebol profissional, em 2001. A escalada foi do Campeonato Paulista da Série B3 para a A1 e do Brasileiro da Série C para a A

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por Ricardo Espina

NO SUFOCO Na Série C de 2008, ninguém superou o Duque de Caxias em classificações dramáticas. O time da Baixada Fluminense nem deveria disputar o torneio, mas ganhou uma vaga com a desistência da Cabofriense. Na primeira fase, passou pelo Paulista por ter mais gols marcados (os times haviam empatados em pontos, vitórias e saldo de gols). A segunda etapa foi tranqüila, mas, na terceira, os caxienses perderam por 3 a 0 para o Atlético-GO na última rodada. O time dependia de o Guaratinguetá não bater o Mixto por seis gols de diferença: os paulistas fizeram 5 a 0. No octogonal final, mais sofrimento: o time empatou com o Águia na quarta posição, com 18 pontos, 5 vitórias e -4 de saldo de gols. O Duque de Caxias passou, mais uma vez, em gols prós: 27 a 20.

Um bugrino do sertão Wilson Bezerra nasceu e viveu todos seus 25 anos em Ouricuri, sertão pernambucano. No entanto, tinha uma preferência clubística pouco comum na região: era bugrino desde 1994, quando o Guarani de Luizão e Amoroso foi semifinalista do Brasileirão. Em nome dessa paixão, ele viajou 1.300 km até Campina Grande para ver o Bugre jogar contra o Campinense. Lá, ficou amigo de bugrinos que haviam se deslocado de Campinas até a Paraíba para ver o jogo. A inusitada história de

Dragão ou fênix?

Chega de bater na trave O Campinense será o primeiro representante paraibano na segunda divisão desde 1992. Nesse período, a Paraíba já esteve perto do retorno em diversas oportunidades, mas fracassou no momento decisivo. Para alegria da torcida rubro-negra, quem mais sofria com essa sina era o rival Treze. Ano 2001

Melhor paraibano

2002

Treze foi eliminado inado pel pelo CSA na 2ª fase

2003 3

Botafogo e Campinens Campinense chegaram ga m ao quadrangular adrangular ar final, ma mas ficara ficaram atrráss dee Ituano e Santo nto André

2004 4

Nos pênaltis, p s, Tr Treze perdeu para o Limoeiro-CE CE nnas quartas-de quartas-de-final

200 05

Maiss uma vez, ez, Treze ca caiu nas qquarta tas. s. Dessa vez, diante iante do A América-RN - N

2006

Treze ficou em m último no octog octogonal final octogon

2007

Nacional acional nal de Patos ficou em úúltimo no octogonal gonal final

TTreze ficou fi a um pponto de d se classificar l ifi para ara o quadrangular fi final

Bezerra o transformou em uma espécie de xodó. Torcedores do Guarani se mobilizaram para arrecadar R$ 1,5 mil para levar o pernambucano até o Brinco de Ouro no jogo decisivo da Série C, contra o Águia, de Marabá. Antes do jogo, Bezerra foi ovacionado pela torcida e vibrou com a vitória por 2 a 1, que assegurou a promoção. Além do resultado, Bezerra também agradeceu pela chuva que caiu durante o jogo. “É emocionante conhecer o Brinco e ser recepcionado por chuva. Lá no Sertão a gente não tem muito disso”. [GH]

Carlos Costa/Futura Press

Denny Cesare/Futura Press

Duque de Caxias e Guarani: caçulas na Série B 2009

Atlético-GO não chamou tanta atenção quanto o Corinthians, mas também ganhou uma divisão do Brasileiro com sobras. O Dragão venceu 15 das 16 partidas em casa, teve o melhor ataque da competição, média de menos de um gol sofrido por jogo e garantiu o título com três rodadas de antecipação. A chegada à segunda divisão nacional marca o renascimento do RubroNegro, um ex-grande que quase fechou as portas. No final da década passada, foi proposta uma fusão com o Goiânia. Além disso, o Atlético chegou a ceder o estádio Antônio Accioly para a construção de um shopping. O acordo foi anulado pela Justiça em 2001. Em seguida, Wilson Carlos de Almeida assu-

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miu a presidência do clube. Seu vice era Valdivino de Oliveira, que se tornou vice-prefeito de Goiânia em 2004. Com o dinheiro dos sócios e a influência política de Valdivino, a nova diretoria pôs as contas em dia e recuperou o estádio. Em seguida, fez acordo com o Brasiliense para reforçar o time que andava na Segundona estadual. Em 2007, acabou com jejum de 19 anos sem o título goiano. Uma recuperação como essa teve seu custo. O elenco campeão da Série C custou R$ 300 mil mensais, um dos mais caros do torneio. “Temos seis patrocinadores, ainda assim, o clube contraiu dívida de R$ 2 milhões”, admite Maurício Sampaio, atual presidente do Atlético. [PT] Dezembro de 2008

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por Ricardo Espina

Goleiro

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Massimo Taibi

Manchester United

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Manchester United

3

Gary Sprake

Leeds United

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Allen McKnight

West Ham

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Roy Carroll

Manchester United

Daniel Alves

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Bobby Mimms

Tottenham

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Gomes

Tottenham

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Peter Enckelman

Aston Villa

O Barcelona precisava de mudança

9

Dan Lewis

Arsenal

10 Paul Jones

Diego Maradona, questionado se a seleção argentina se inspiraria no estilo de jogo do Brasil

“Muitos bons jogadores não deram certo como treinador. Dunga? Disse ‘bons jogadores’; o Dunga não foi um deles” Pelé, sobre o atual treinador da Seleção

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O Bayern de Munique abrirá uma academia na Índia. O clube colaborará com o governo local e oferecerá apoio técnico. “É um bom momento para um país como a Índia se preparar para disputar uma Copa do Mundo”, disse KarlHeinz Rummenigge, diretor executivo do time bávaro.

por Gustavo Hofman

Southampton

PARECE O BRASIL França e Itália são os países europeus que menos investiram na reforma ou construção de novos estádios, segundo estudo organizado pela LFP (liga francesa) e pela Associação Européia para a Gestão dos Estádios. Os franceses construíram ou modernizaram quatro arenas na última década. Na Itália, o índice é ainda pior: apenas duas. No topo da lista está a Alemanha, que teve obras em 13 estádios, seguida por Inglaterra (12) e Espanha (nove).

A Juventus se prepara para a construção de um novo estádio. A arena será erguida no mesmo local onde hoje se encontra o Delle Alpi. Segundo o clube piemontês, as obras estão em torno de € 105 milhões. O novo estádio terá capacidade para 40,2 mil pessoas.

RAPIDINHAS

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Clube

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“Se minha equipe vai jogar como a de Dunga? Não, não jogo como Dunga. Ele dava botinadas e eu me esquivava delas”

O Liverpool deseja registrar a imagem do Liver Bird, pássaro emblema da cidade de Liverpool. Os Reds pretendem reduzir a pirataria, pois a ave aparece em produtos falsificados do clube. O plano desagradou à Câmara Municipal, que usa o Liver Bird em diversos documentos oficiais.

Jorge R. Jorge

Com as penas nas mãos O diário The Times se inspirou nas falhas cometidas pelo brasileiro Gomes para elaborar uma lista com os dez piores goleiros da história do futebol inglês. O jogador do Tottenham aparece em sétimo lugar. Os torcedores do Manchester United devem ter sofrido bastante com erros de seus arqueiros, pois três deles aparecem no ranking. Veja a relação completa:

O Barcelona começou muito bem no Campeonato Espanhol. Já se fala em título? Acho que temos que aproveitar esse bom momento, mas sabendo que ainda falta muita coisa para rolar. Estamos no caminho certo e, se mantivermos essa regularidade até o final, vamos ser campeões. Mas indo jogo a jogo para manter a concentração e poder desfrutar no final. Como é o trabalho do Guardiola como treinador? Tem muita ambição e vontade de vencer. O Barcelona precisava de mudança e foi bom chegar um técnico como ele, trazendo junto novos jogadores. O que você pensa a respeito do seu futuro na Seleção, com o Maicon como titular e jogando bem? Temos que servir a Seleção, independentemente de ser titular ou não. Quando o companheiro está bem, fico alegre por ele. Acho que somos um grupo, e se o companheiro está bem, é sinal de que o grupo também está.

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Itália à vista O Brasil caiu em uma chave complicada na Copa das Confederações 2009, que será realizada na África do Sul em 2013. A Seleção está no mesmo grupo de Itália, atual campeã mundial e rival em um amistoso em fevereiro. Veja como ficou a competição:

Grupo A

Grupo B

África do Sul

Brasil

Espanha

Egito

Iraque

Estados Unidos

Nova Zelândia

Itália

Marcos Brindicci/Reuters

GERAL » MUNDO

“Fabio Capello é mais falso que dinheiro de Banco Imobiliário” Antonio Cassano critica o técnico, com quem trabalhou em Roma e Real Madrid

ENTRADA PROIBIDA

Dimitar Dilkoff/AFP

O Werder Bremen proibiu a entrada de oito neonazistas em seu estádio após o jogo contra o Bochum. Na partida, o grupo exibiu uma bandeira alusiva ao III Reich. O duelo foi realizada na véspera do aniversário de 70 anos da “Noite dos Cristais”, quando nazistas incendiaram sinagogas e imóveis pertencentes a judeus. Torcedores dos dois clubes se uniram e gritaram “Fora, nazistas” depois do fim do encontro.

Jogos em que Marcello Lippi está invicto no comando de uma seleção (Itália), igualando recorde de Alfio Basile (Argentina) e Javier Clemente (Espanha)

De ponta a ponta rimeiro semestre de 2008. Após uma vitória contra o Olimpo, o River Plate comemorava, com uma rodada de antecedência, a conquista do Clausura 2008, o 33º título nacional de sua história. Como um passado mais distante do que realmente é, essa alegria contrasta com a crise técnica profunda que tomou conta dos Millonarios nos meses que se seguiram. No Apertura, o River só havia vencido duas partidas até o fechamento da edição, chegando a completar 12 rodadas sem vitória alguma. A equipe de Núñez caiu para a lanterna da competição e chegou a motivar a discussão: seria este o pior River Plate de todos os tempos? A queda de rendimento se deve a uma junção de fatores. O clube perdeu dois de seus jogadores mais experientes – Ortega e Abreu – e ficou sem líderes em campo. Abreu ainda voltou, mas só poderia ser inscrito na

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Copa Sul-Americana. Para piorar, o técnico Diego Simeone teve dificuldades para remontar o time, que ainda vendera o goleiro Carrizzo. Sem encontrar uma base, o treinador perdeu a confiança do elenco. Isso colaborou para que os jogadores entrassem em má fase, sobretudo o meia Diego Buonanotte, campeão olímpico em 2008 pela Argentina. Também se comenta no próprio River que o título do Clausura foi inesperado e só veio por um golpe de sorte: todo o elenco entrou em boa fase ao mesmo tempo e Boca Juniors e San Lorenzo se dedicavam à Libertadores. Com a eliminação para o Chivas na Sul-Americana, a situação ficou insustentável e Simeone pediu demissão assim que retornou do México. Resta saber se apenas a troca de treinador é suficiente para reverter a que muitos consideram a pior fase da história dos Millonarios. [LZ] Dezembro de 2008

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m 1993, o escritor dinamarquês Aksel Sandemose descreveu como funcionava a pequena cidade de Jante no romance “En flyktning krysser sitt spor” (em português, “Um refugiado atravessa sua faixa”). Nela, valorizava-se o equilíbrio entre todos e distribuição dos recursos. Um conceito que se resume na frase “não pense que você é especial ou que você é melhor do que nós”, algo muito forte na cultura escandinava e que, desde então, ganhou o apelido de Lei de Jante. O futebol norueguês não era muito adepto dessa regra. Nos 19 campeonatos nacionais disputados entre 1988 e 2006, o Rosenborg conquistou 16, sendo 13 seguidos. Nada mais longe do ideal de distribuição, equilíbrio e suficiência para todos. Pois isso mudou nas duas últimas temporadas. Em 2007, o Brann acabou com um jejum de 44 anos e conquistou o Campeonato Norueguês. Em 2008, foi a vez de o Stabaek comemorar o título nacio-

nal, o primeiro de sua história. Sinal de que o RBK vem perdendo força. A razão para a queda da equipe de Trondheim pode ser explicada por uma certa irresponsabilidade administrativa dos recursos financeiros. O Rosenborg sempre conseguiu contratos muito lucrativos para a transmissão de seus jogos, principalmente na Liga dos Campeões, mas não economizou em reforços e sempre gastou muito em relação ao padrão do futebol local. Essa desorganização fez que o RBK tivesse que se desfazer de atletas importantes. A torcida do Rosenborg não gostou, mas o resto do país celebra. Com resultados mais pertos da Lei de Jante, há mais recursos para todos. O equilíbrio das últimas edições da Tippenligaen, primeira divisão do país, fez que os investimentos aumentassem e a média de público melhorasse. A ponto de a federação norueguesa aumentar o campeonato local de 14 para 16 clubes em 2009. [LZ]

Divulgação

CURIOSIDADES DA BOLA

O PIOR, MAS POR POUCO TEMPO

PARA O ALTO, E AVANTE

ERRAMOS

Após passar quatro anos na segunda divisão do Estadual do Rio de Janeiro, o Bangu assegurou seu retorno à elite. A equipe conquistou o título ao derrotar o Aperibeense por 2 a 0 no estádio Moça Bonita. Campeão carioca em 1933 e 1966, o Bangu terá a companhia do Tigres do Brasil, o outro promovido. Eles ocuparão as vagas dos rebaixados América e Cardoso Moreira.

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Gorm Kallestad/AFP

UM POUCO PARA CADA UM E

O Íbis parece cansado do título de “pior time do mundo”, que lhe deu fama mundial. No mês em que completou 70 anos, o clube anunciou uma parceria para construir um CT e chegar à Série B nacional até 2014. Além disso, criou um concurso em seu site (www.ibissportclub.com.br) para que os internautas escolham novo distintivo e camisa do rubro-negro.

SIGA AQUELE ÔNIBUS Torcedores argentinos promoveram uma onda de seqüestros de ônibus em Buenos Aires. Em poucos dias, torcedores de Chacarita Juniors e River Plate pararam coletivos, forçaram os passageiros a descer e pediram aos motoristas para serem levados aos estádios em que suas equipes jogavam. Nas duas oportunidades, a polícia deteve os invasores, que ficaram sem ver seus respectivos times em campo.

Os jogadores do Kobenhavn têm uma motivação extra para seus jogos. Cada jogador ganhará dois filmes pornôs por vitória no Campeonato Dinamarquês. O prêmio foi oferecido pela empresa belga BN Agentur, produtora de filmes adultos e patrocinadora da equipe. Insatisfeito com o desempenho do Watford na segunda divisão inglesa, Elton John renunciou à presidência do clube por não se considerar em condições de ocupar qualquer cargo dentro da equipe. O cantor recebeu o título de presidente do Watford em 1976, um reconhecimento por sua longa associação ao time.

Na seção “Geral” da edição nº 32 (set/08, pág. 8), o valor que o Corinthians pretendia faturar com o projeto de colocar fotos de torcedores na camisa era R$ 440 mil, não R$ 4,4 milhões. Na reportagem “Te odeio, logo existo” (out/08, pág. 34), estão incorretos os números do duelo Sport x Santa Cruz. O Sport venceu 216 partidas, o Santa Cruz ganhou 155 e houve 146 empates. O Sport marcou 739 gols, contra 627 do Santa Cruz. O Grêmio foi eliminado nas quartas-de-final da Libertadores de 2003, não nas semifinais, como escrito na reportagem “Água no chope” (nov/08, pág. 30).

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por Fábio Fujita e Ubiratan Leal

GERAL » INSÓLITO

PATACOADAS DE LUXEMBURGO EM 2008 “Se eu fosse o técnico...” Luxemburgo não viajou para o jogo contra o Argentinos Juniors pela Sul-Americana. Preferiu ficar no Brasil e comentar o duelo pela Globo. “Se eu fosse técnico do Palmeiras, colocaria Lenny no lugar de Maicossuel”, disse na TV. O auxiliar Nei Pandolfo fez isso. E perdeu.

Brigar com o maior ídolo Marcos reclamou dos companheiros após uma derrota e se precipitou em subidas à área adversária em outra. Luxemburgo reagiu: mandou o goleiro controlar sua boca e, depois, disse que Rogério Ceni era um capitão que dava bom exemplo.

Indicações furadas Para substituir Henrique na zaga, o Palmeiras recorreu a Jéci, Roque Júnior e Gladstone. Como opções de ataque, o time contratou Lenny, Jorge Preá, Thiago Cunha e Maicossuel. Para o meio-campo, chegaram Léo Lima e Evandro.

Rosenborg com problemas: Lei de Jante no futebol

Arrogância Luxemburgo se disse o melhor técnico do Brasil e insinuou sem muita sutileza que gostaria de assumir a Seleção. Com isso, se indispôs com outros técnicos e se expôs a críticas.

AGORA VAI Todo time tem seu momento de glória, por mais simplório que seja. Foi assim que se sentiu a seleção do Timor Leste após empatar por 2 a 2 em amistoso com Camboja em 19 de novembro. “Foi o primeiro jogo no qual não perdemos. Estamos muito orgulhosos”, disse o treinador Pedro Almeida, mecânico de motocicletas nas horas vagas. Por pouco, os timorenses não celebraram a primeira vitória. A equipe vencia até os 35 minutos do segundo tempo. Com o resultado, a seleção somou seus primeiros pontos no ranking da Fifa, ocupando a 198ª posição e deixando a lanterna para Papua Nova Guiné.

Se quiserem, eu saio Não apareceu proposta concreta, mas o treinador disse durante todo o ano que tinha convite de seleção mexicana, seleção sueca, seleção portuguesa, Lyon, Fenerbahçe...

Cadê a marcação? Sem pegada no meio-campo, o Palmeiras perdeu vários pontos importantes fora de casa. Enquanto isso, Pierre, melhor marcador do time, passou parte do ano na reserva.

1.001 utilidades Luxemburgo quis fazer de tudo: foi técnico, “manager” e até dono de instituto de ensino. No final das contas, teve problemas nas três áreas.

Professor Pardal O volante Martinez nem foi mal deslocado na zaga. Mas o técnico precisava chamá-lo de “volante-help”?

Técnicas motivacionais

. Jorge

Fritura de Valdívia

Jorge R

Chor Sokunthea/Reuters

por Ricardo Espina

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As imagens de Luxemburgo exigindo que seus comandados colocassem a faixa de campeão antes da final do Paulista contra a Ponte Preta constrangeram os atletas.

Ciente de que o chileno seria negociado, Luxa forçou desentendimentos com o meia. Depois, tentou convencer que Diego Souza seria decisivo na conquista do Brasileirão. Dezembro de 2008

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Getty Images/AFP

GERAL » REPLAY

ABAIXO DE ZERO Não, não é uma quadra de hóquei no gelo. Esse é o gramado do estádio Sixfields, antes de Northampton x Colchester United

Miguel Riopa/AFP

Andrew Yates/AFP

DE PERNAS PARA O AR Evra, do Manchester United, e Cousin, do Hull, tentaram fazer dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço. Pode-se dizer que a experiência fracassou

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Laurence Griffiths/Getty Images

THE FLASH Steven Gerrard, do Liverpool, se movimentou e correu tanto que até o fotógrafo teve dificuldade para marcá-lo na vitória dos Reds sobre o Bolton

Sakis Savvides/AFP

CIDADE-FANTASMA Torcedores do Anorthosis usam cartazes em forma de prédios para protestar contra a invasão turca que levou a população a abandonar Famagusta em 1974

ABRACADABRA Fazer um gol no Vitória de Guimarães não é a maior façanha do mundo, mas, com efeitos especiais, o gol do benfiquista David Suazo pareceu magico

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TÁTICA

Gols, gols e 1

mais gols Times alemães adotam esquemas ofensivos e transformam a Bundesliga em um torneio cheio de gols avia uma expectativa que Werder Bremen x Hoffenheim, em 27 de setembro último, seria um duelo com muitos gols. Afinal, reunia duas das equipes mais ofensivas da Alemanha. Mas era difícil prever que o gol de Özil, aos 8 minutos de jogo, seria o primeiro de uma série de nove. Depois de idas e vindas, a partida terminou com vitória hanseática por 5 a 4 e ajudou a consolidar uma estatística: a edição 2008/9

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da Bundesliga tem, até a 15ª rodada, média de 3,08 gols por partida. É a maior da competição em mais de duas décadas. Esse crescimento na quantidade de gols não é apenas coincidência ou surto de oportunismo dos atacantes. É conseqüência de uma postura tática mais ofensiva que uma nova geração de técnicos, liderada por Bruno Labbadia (Bayer Leverkusen), Jürgen Klopp (Borussia Dortmund), Jürgen Klins-

Hoffenheim 2008/9 O 4-3-3 de Ralf Rangnick explora a velocidade dos externos Obasi e Ba

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G: goleiro / LD: lateral-direito al-direito / LE: lateral-esquerdo do / Z: zague zagueiro / V: volante / M: meia / A: atacante

por Luciana Zambuzi

Werder Bremen 5x4 Hoffenheim: times ofensivos proporcionam festival de gols

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Getty Images/AFP

mann (Bayern de Munique), Ralf Rangnick (Hoffenheim) e Fred Rutten (Schalke). Todos treinadores apenas promissores, mas que abraçaram a idéia de transformar o campeonato alemão em produto mais interessante e economicamente atraente. Em campo, o 4-3-3 e suas variações é a escolha de boa parte dos técnicos, com a escalação de meias externos rápidos que componham o ataque. O esquema é utilizado por Schalke, com Farfán e Altintop, Borussia Dortmund, com Blaszczykowski e Zidan, e o estreante Hoffenheim, maior surpresa da competição. Logo em sua estréia na primeira divisão, o clube financiado pelo milionário alemão Dietmar Hopp é o melhor exemplo do abandono da filosofia do “futebol de resultado”. A formação extremamente ofensiva proposta por Rangnick alinha a técnica de Carlos Eduardo à mobilidade do nigeriano Chinedu Obasi e do senegalês

Demba Ba. Na frente, fica o oportunista bósnio Ibisevic. Com a chegada dos africanos nesta temporada, o treinador acertou ao substituir o 4-2-3-1 utilizado na temporada passada e explorar a ótima condição física dos contratados para escalá-los como pontas abertos. Carlos Eduardo também foi deslocado para os lados – na Alemanha, o ex-gremista joga tanto pela esquerda quanto pela direita – e se tornou um diferencial da equipe. Na partida contra o Werder Bremen, a escolha de Luís Gustavo como único volante deixou o setor defensivo vulnerável, até porque os hanseáticos também têm uma clara inclinação ao ataque. No caso do Werder, até há uma clara falta de balanço na equipe. As boas atuações de Diego e Mezut Özil não impedem que a defesa da equipe seja a mais vazada da Bundesliga no início da temporada. O problema é o fato de o time ter em Baumann seu único volante no 4-1-3-2. Assim, o técnico Thomas Schaaf deixa a dupla de zaga, formada por Mertesacker e Naldo, dois zagueiros com nível de seleção, muito exposta. O Bayer Leverkusen resolve esse problema com um meia que faz às vezes de volante quando precisa. No 4-1-3-2 de Bruno Labbadia, Renato Augusto e Barnetta sobem pelas pontas e o time chega a ter quatro jogadores de frente quando ataca. No entanto, Vidal fica atrás na cobertura, se juntando ao volante Rolfes, e os laterais Castro e Kadlec não apóiam tanto. Esse esquema tem se mostrado ofensivamente mais eficiente que o 4-23-1 na temporada passada, quando Gekas era o único atacante. Ainda não se sabe se as equipes seguirão balançando aos montes as redes adversárias, ou se a atual temporada será o primeiro passo para uma mudança nas características do futebol do país. Mas certamente os elásticos placares da Bundesliga são uma boa surpresa. Há mais de vinte anos o campeonato não chamava tanta atenção, dentro e fora da Alemanha.

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Leverkusen 2007/8 Na temporada passada, equipe atuava no 4-23-1, com Gekas como único atacante

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Leverkusen 2008/9 A chegada de Helmes e Renato Augusto trouxe velocidade ao meio-campo

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Castro

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PENEIRA

DOUGLAS COSTA: mais um talento gremista histórico em competições na base, Douglas Costa já provocou a cobiça de gigantes do futebol europeu. A imprensa européia chegou a mencionar interesse de Manchester United, Real Madrid, Sevilla e Barcelona no jogador. Para evitar que ele seja vendido antes da hora, o Grêmio escondeu o atacante até que completasse a maioridade e, assim, firmasse um contrato com multa rescisória estipulada em R$ 80 milhões. Assim, o clube tem mais segurança de que o garoto de Sapucaia do Sul continuará, por mais um tempo, usando as caronas de Rafael Carioca para ir ao trabalho. [BD]

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Nome Douglas Costa de Souza Nascimento 14/setembro/1990, em Sapucaia do Sul-RS Altura 1,70 m Peso 63 kg Carreira Grêmio (desde 2003)

Edu Andrade /Fut

té dias antes de sua estréia, Douglas Costa preservava seu hábito de ir a pé aos treinos do Grêmio. Depois de sua primeira partida como profissional, a vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo, o atacante já pegava carona com o volante Rafael Carioca. Costumes simples de um garoto de 18 anos que não esconde a timidez. Nem parece que já é tratado como ídolo pela torcida gremista. O rápido e habilidoso atacante ganhou essa condição ao fazer um dos gols contra os botafoguenses. Desde então, se transformou em novo candidato a craque das categorias de base do Grêmio, seguindo a linha de Ronaldinho, Anderson, Lucas e Carlos Eduardo. Somando atuações como essa ao bom

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DZAGOEV: jóia de Beslan Nome Alan Elizbarovich Dzagoev Nascimento 17/junho/1990, em Beslan (RUS) Altura 1,79 m Peso 70 kg Carreira Krylya Sovetov-Sok (2006 a 2007) e CSKA Moscou

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(2007 a 2008)

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Depois de seis anos jogando no futebol amador local, Alan Dzagoev foi levado ao Krylya Sovetov-Sok, pequeno time de Dmitrovgrado que disputa a terceira divisão russa. Um ano depois, o meia-atacante já havia sido contratado pelo CSKA. Nos treinos, demonstrou suas principais características: dedicação e muita facilidade para chegar ao gol. A partir daí, a ascensão foi meteórica. Em pouco tempo, já era titular no CSKA, havia se tornado destaque em jogos importantes e conseguiu estrear na seleção russa, contra a Alemanha, pelas eliminatórias da Copa do Mundo. [GH]

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á menos de dois anos, Alan Dzagoev ainda disputava a terceira divisão russa. Hoje, esse garoto de apenas 18 anos, nascido em uma cidade que ficou marcada pelo terror, é titular incontestável do CSKA Moscou e se tornou o segundo jogador mais jovem da história a defender a seleção russa. Dzagoev nasceu em Beslan, Ossétia do Norte, onde, há quatro anos, um confronto entre tropas russas e separatistas tchetchenos que haviam invadido uma escola primária levaram 334 pessoas (186 crianças) à morte. Nessa época, o garoto já não estava mais na cidade. Havia se mudado com a família para Vladikavkaz, 15 km ao sul, onde sua mãe achava que ele e seu irmão teriam mais oportunidades no futebol.

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por Caio Maia

ENCHENDO O PÉ

Para a Traffic, deu certo NÃO PODE HAVER NENHUMA DÚVIDA de que a temporada 2008 do Palmeiras é um rotundo fracasso. Jogadores caros como Diego Souza não convenceram, o modelo de gestão “profissional” se mostrou um arremedo de tentativa de modernização com cheiro fortíssimo de improviso e acoxambro e, principalmente, com todo o dinheiro e toda a liberdade que pediu, Vanderlei Luxemburgo deixou claro que não é mais, se é que algum dia foi, páreo para os melhores técnicos do Brasil. Pois bem, o Palmeiras teve uma parceira forte no projeto 2008, a Traffic. Assim como a Parmalat nos anos 90, a empresa investiu pesado para levar os jogadores pedidos ao Parque Antarctica. É natural, portanto, considerar que também termina o ano decepcionada, certo? Ao que tudo indica, errado. Bem errado. A Traffic encerra 2008, para dizer o mínimo, como a noiva desejada por quase todos os clubes do Brasil. A maioria esmagadora não hesitaria em abrir mão de parte do controle sobre o futebol para poder ter jogadores como... Jeci e Gladstone. Não é, entretanto, a única vitória da empresa neste ano. Para citar apenas dois dos atletas mais valorizados no torneio, Keirrison e Marquinhos jogarão onde a Traffic quiser em 2009 – ao que tudo indica, o Palmeiras. Se forem bem, renderão um bom dinheiro, a maior parte do qual não deve ficar nos cofres palmeirenses. Foi o que aconteceu com Henrique. Comprado por € 2,2 milhões, acabou vendido por cinco vezes este valor (no caso de o Barcelona chegar à LC desse ano, o que, digamos, é uma certeza). O Palmeiras ficou com Jeci e Gladstone, e que parte do dinheiro? Chegou à última rodada ameaçado de terminar o Brasileirão na mesma posição que de 2007, sem vaga na Libertadores. E acabou o ano sem nenhum título que mereça esse nome (não, eu não esqueci o Paulistinha). A Traffic, por sua vez, não vendeu só Henrique. Por mais que seu dono, palmeirense, termine o ano sem comemorar dentro de campo, fora dele deve estar estourando rojões. Nada contra, a Traffic é uma empresa privada, é bom que empresas privadas se estabeleçam com competência e ganhem dinheiro com o futebol. A Traffic tem que cuidar de seu balanço, de seus ganhos. Quem tem que se preocupar com o Palmeiras é o Palmeiras. Ou, pelo menos, deveria ser.

INACREDITÁVEL A torcida gremista se orgulha muito de ter voltado à Série A em um jogo “inacreditável”, onde a equipe conseguiu vencer quando tudo indicava sua derrota – e permanência na Série B. O que fica escondido no inusitado da partida, porém, é que, naquele momento, o Grêmio, com um investimento maior e uma equipe muito melhor do que a de seus adversários, esteve a um pênalti acertado de passar mais um ano na Segundona. Muito mais heróico, e isso foi reconhecido após o último jogo do campeonato, é o fato de a equipe ter brigado pelo título da Série A de 2008 até a última rodada. E fez isso com um time em que alguns

titulares não seriam bem recebidos no começo do ano por nenhuma torcida, e cujos reservas talvez nem mesmo os torcedores do tricolor gaúcho saibam o nome. Há, entre os gremistas, quem queira achar que o “culpado” pela perda do título é Celso Roth. E não a diretoria que começou o ano errando, ao demitir um treinador invicto, e continuou errando, como quando permitiu que a torcida “enquadrasse” os jogadores durante um treino. Beira o surreal. Roth tem, sim, muitos méritos ao conduzir a equipe ao quase título, e é justo que os que sempre o criticam agora reconheçam: o melhor treinador do Brasileirão 2008 foi Celso Roth.

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ENTREVISTA » PAULO AUTUORI

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Mesmo no Catar, dá para acompanhar o Campeonato Brasileiro? Eu acompanho futebol de todos os países. Eu sou um homem do futebol e tenho que estar minimamente antenado sobre o que está acontecendo. Senão acontece de eu sair daqui e ir para outro lugar e demorar a me adaptar. No futebol, não se pode perder tempo. Não só o técnico, mas os clubes também. No caso dos clubes, é algo comum no Brasil, não? Pois é. Quantos times conseguiram ganhar títulos, mas o passo seguinte foi difícil de dar por que não se estruturaram? Os times do Rio de Janeiro só começaram a entender isso agora. Por muito tempo, eles viveram da vitrine que eram os times de lá. Hoje, vemos Botafogo e Vasco com grandes dificuldades financeiras. Um exemplo é o Inter, que ficou muito tempo sem ganhar títulos e nem por isso se descuidou fora de campo. Fez um trabalho espetacular nas categorias de base e mantém uma estrutura maravilhosa. Quando ganhou títulos, já tinha tudo preparado para dar continuidade.

Karim Jaafar/AFP

alar em Paulo Autuori é quase um mantra para os dirigentes e a imprensa. Sempre que há um cargo de técnico à disposição em uma equipe importante, fala-se que o treinador do Al Rayyan, do Catar, seria uma opção interessante. Sinal do respeito adquirido por esse carioca de 52 anos que deixa de lado o discurso pronto de quem trabalha no futebol e ganhou títulos importantes, como um Mundial, duas Libertadores e um Brasileirão. Autuori procura não falar em propostas de outros clubes e da Seleção, mas deixa claro que acompanha o que acontece no Brasil. Tanto que fala sem muito pudor de como o São Paulo, clube com o qual foi campeão mundial em 2005, se estruturou dentro e fora de campo para conquistar o tricampeonato brasileiro. E o técnico não deixa de elogiar o colega Muricy. “O time teve uma fase difícil, mas entenderam o trabalho do Muricy e perceberam que não era hora de mudar”, afirma. “Com isso, a resposta foi dada dentro de campo e culminou com o título”. No entanto, o técnico do Al Rayyan não considera que a infra-estrutura e os títulos recentes indiquem que o São Paulo será uma força hegemônica no Brasil. “Não há a menor chance. É só ver o campeonato deste ano como foi. A disputa pelo título foi até última rodada”. Em entrevista à Trivela, Autuori também fala de como o trabalho nas categorias de base nos clubes brasileiros inibem o surgimento de meias de armação, da situação política do futebol peruano e das condições de trabalho no Catar.

Sua passagem pelo São Paulo marcou o início de uma fase vitoriosa no clube. Você acredita ter deixado um legado lá? Não, não tem nada a ver. Foi um orgulho muito grande trabalhar em um clube do porte do São Paulo, mas acho que fiz o meu trabalho de acordo com aquilo que me ofereceram. Entra de novo naquela história da estrutura: o São Paulo dá tudo que um profissional precisa para pensar apenas em sua função. Acho que é um grupo formidável, com o Muricy fazendo um excelente trabalho. Nada acontece por acaso. Tudo isso que está acontecendo com o São Paulo tem a ver com a maneira que ele é administrado. Você acha que pode acontecer no Campeonato Brasileiro o mesmo que acontece na França e na Alemanha, onde poucos times monopolizam os títulos? De jeito nenhum. Não há a menor chance. É só ver o campeonato deste ano como foi. A luta pelo título foi até última rodada. Desde que começou a ser disputado em pontos corridos, em 2003, ele só vem crescendo. Fala-se muito que ele está nivelado por baixo, mas eu não acho. O campeonato deste ano foi cheio de emoção nas quatro frentes: título, Libertadores, Sul-Americana e rebaixamento. Nenhum campeonato do mundo tem a quantidade de equipes, que, ao começar a competição, são consideradas candidatas ao título. E isso é muito bom. Mesmo começando mal, o São Paulo mais uma vez foi campeão. O que fez a diferença para o time este ano? É um grupo vitorioso somado a muita competência administrativa. Tiveram uma fase difícil, pelo menos até um pouco mais da metade do ano, mas os dirigentes entenderam o belíssimo trabalho que o Muricy vem fazendo e perceberam que não era hora de mudar

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Karim Jaafar/AFP

por Bruno Diniz

“São Paulo

cresceu

quando entenderam o trabalho do Muricy” Paulo Autuori analisa o título são-paulino e descarta a hipótese de que o tricampeonato possa ser o início de uma hegemonia no futebol brasileiro

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nada. Com isso, a resposta foi dada dentro de campo e culminou com o título. Você voltaria a dirigir o time? Eu sou avesso a esse tipo de situação. Prefiro focar no que faço, porque não existe futuro sem o que é feito no presente. Na minha carreira profissional, a única preocupação que tive foi fazer bem feito o que eu estou fazendo. Desde que o Danilo saiu, o São Paulo não contratou nenhum outro meia de armação e, hoje, depende muito da subida dos alas e do apoio dos volantes. É uma tendência no futebol brasileiro? Aí que dá para notar o grande trabalho do Muricy. O ideal é ter esse “camisa 10”, mas, se não tem, precisa encontrar mecanismos para não perder a efetividade. Ainda acho importante ter um jogador de armação. Uma equipe madura,

Adrees Latif/Reuters

“O São Paulo dá tudo que um profissional precisa para pensar exclusivamente em trabalhar”

que sabe o que tem de fazer dentro de campo, necessita desse jogador, que é quem dá o ritmo ao time. Na minha ótica, o grande problema do futebol brasileiro é a falta de meias, que sempre foram nossa característica. Isso acontece porque, lá na base, se vê equipes trabalhando no 3-5-2. Aí não forma nem laterais e nem meias. Aqui no Brasil, seu nome é sempre lembrado quando algum time busca um novo técnico. De fato, houve algum convite? Existiram várias propostas. Não só de clubes do Brasil, mas também de seleções aqui do Oriente Médio e da Ásia. É natural, mas não acho que agora seja o momento de pensar nisso. Também falam no seu nome para a Seleção Brasileira. Eu me recuso a falar de Seleção, porque lá já existe um técnico, um profissional de altíssimo nível, que superou uma fase difícil quando era jogador e isso só consegue quem é forte e tem o perfil vencedor. Eu quero hoje que o Dunga reverta essa situação e que faça uma ótima Copa do Mundo.

Sua última passagem pelo futebol brasileiro foi no Cruzeiro e acabou quando o time foi goleado pelo Atlético-MG na final do Campeonato Mineiro. Na sua saída, você disse que nunca mais trabalharia com aquele grupo. O que aconteceu? Foi um problema interno. Hoje, estou onde me sinto bem e sei que as coisas, independente de resultados, estão sendo feitas como tem que ser feitas. Depois daque-

Paulo Autuori de Melo Nascimento 25/8/1956, no Rio de Janeiro Carreira Portuguesa-RJ (1975 a 1979) , América-RJ (1979 a 1981) , São Bento-SP (1982 a 1984) , Marília (1985) , Bonsucesso (1985) , Botafogo (1986) , Vitória de Guimarães (1986 e 1987) , Nacional-POR (1987 a 1989) , Vitória de Guimarães (1989 a 1991) , Marítimo (1991 a 1995) , Botafogo (1995) , Benfica (1996 e 1997) , Cruzeiro (1997 e 1998) , Flamengo (1998) , Botafogo (1999) , Internacional (1999) , Santos (2000) , Cruzeiro (2000) , Vitória de Guimarães (2000) , Alianza Lima (2001) , Botafogo (2001) , Sporting Cristal (2002 e 2003) , Peru (2003 a 2005) , São Paulo (2005) , Kashima Antlers (2006) , Cruzeiro (2006 e 2007) , Al Rayyan-CAT (desde 2007)

Títulos Mundial de Clubes (2005) , Libertadores da América (1997 e 2005) , Campeonato Brasileiro (1995) , Campeonato Peruano (2001 e 2002) e Campeonato Mineiro (1997)

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Carlos Roberto/Hoje em Dia/Futura Press

Outro lugar em que você saiu em polêmica foi a seleção peruana. Já havia as disputas políticas que levaram a federação a ser suspensa pela Fifa? Foi por isso que saí de lá. Estávamos disputando as eliminatórias, com resultados normais. O objetivo era chegar em quinto lugar para disputar a repescagem e estávamos em sexto, a um ponto do quinto e a dois do quarto. Eu considero esse um dos melhores trabalhos que eu fiz. Com os problemas do governo com a federação, surgiram rumores de que eu seria convocado a depor sobre a situação. Eu falei que trabalhava com futebol e não me envolvia com política. Se eu fosse chamado, eu iria embora. E isso realmente aconteceu. Eu fui convocado para ir ao Congresso para falar sobre a federação. Saí de lá, fiz uma reunião com o pessoal da federação e me demiti. E essa divergência entre federação e governo se arrasta até hoje.

Você recomenda para um jogador de primeira linha do futebol brasileiro se transferir para o Oriente Médio? Eu, particularmente, acho que cada um conhece as prioridades que tem na vida, sabendo que o ideal é muito difícil de alcançar. Então você tem que abrir mão de algumas coisas para pegar outras. Assim é a vida. Aqui, paga-se bem, há boa estrutura de campos, boa condição de treinos, não precisa viajar, as con-

centrações são poucas e dá pra passar bastante tempo com a família, coisas que não existem no Brasil e na Europa. Isso tudo dá qualidade de vida, mas não dá visibilidade. Pretende permanecer mais tempo no Oriente Médio? Eu tenho contrato e estou muito satisfeito aqui. Eles me tratam muito bem, me dão o que eu quero, prestam muita atenção no que eu falo. Para mim, só o trabalho de técnico – escalar equipe, colocar para jogar, ser campeão – não me satisfaz tanto. Eu tenho vontade de uma coisa mais abrangente, parecido com o trabalho que estou fazendo aqui. E essa área está começando a abrir no Brasil também, um trabalho de “manager”. Mas não quero mexer com grana. Quero trabalhar com a filosofia do futebol, integrando categorias de base. Acho que esse é o futuro.

Pilar Olivares/Reuters

le jogo, ocorreram coisas que me obrigaram a tomar uma posição, porque minha maneira de ser não me deixava continuar. Há um limite invisível entre a persistência e a teimosia. Meu problema ali foi conceitual. O Cruzeiro é um clube espetacular, que dá todas as condições possíveis de trabalho. Por isso, os profissionais que lá estão têm de se dedicar.

Saí do Cruzeiro por uma questão conceitual: quem está lá tem obrigação de se dedicar

“É um grupo vitorioso somado a muita competência administrativa. Com isso, a resposta foi dada dentro de campo e culminou com o título.”

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BRASILEIRÃO

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Roberto Vinícius/Futura Press

Cristian Schneider/Futura Press

Gaspar Nóbrega/Vipcomm

Vinte clubes tiveram 900 minutos para definir sua sorte. Um só foi campeão e outros comemoraram boas campanhas, mas quatro não terão escolha: disputarão a Série B em 2009

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Nesta página, São Paulo comemora o inédito tri brasileiro, enquanto os gremistas “secam” no Olímpico; acima e à direita, Jonas e Madson choram o rebaixamento de Lusa e Vasco; na página a lado, Flamengo lamenta perda de vaga na Libertadores, Fluminense e Palmeiras se refrescam do calor carioca e Cruzeiro vibra com mais um gol

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por Fábio Fujita

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Fotos Jorge R. Jorge

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São Paulo se tornou campeão brasileiro de 2008 com uma vitória por 1 a 0 sobre o Goiás, gol de Borges. Enquanto isso, o Cruzeiro garantia sua classificação à Libertadores com os 4 a 1 sobre a Portuguesa. O Palmeiras também teve vaga no torneio continental, mas quase a deixou escapar ao perder em casa para um desinteressado Botafogo. O Alviverde foi salvo pelo Flamengo, que tomou de 5 a 3 do Atlético-PR, que se livrou do rebaixamento. Sorte melhor que a do Vasco, que caiu depois de derrota para o Vitória. Tudo isso aconteceu no último domingo do Brasileirão. No entanto, os fatos que ele consolidou foram se desenhando durante as 37 rodadas anteriores. Por exemplo, será que o título do Tricolor paulista e o rebaixamento cruzmaltino não são conseqüências do Vasco 1x2 São Paulo da 36ª rodada? Ou o tricampeonato são-paulino não se iniciou nos 2 a 2 contra o Palmeiras no Parque Antarctica, jogo que teria marcado a derrocada alviverde? Ainda que, em um torneio de pontos corridos, a primeira rodada tenha peso matemático tão grande quanto a derradeira, é inegável que as últimas dez têm uma importância a mais. Na reta final, raramente há tempo para recuperar-se de uma derrota no confronto direto. Por isso, os jogos decisivos dão um retrato de como foi o Brasileirão, ainda mais em um ano emocionante e equilibrado como 2008.

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29ª rodada

Depois de liderar o campeonato desde o meio do primeiro turno, o Grêmio parecia sem fôlego. O Tricolor havia perdido a ponta para o Palmeiras na 27ª rodada, quando tomou de 4 a 1 do Inter. Mas os gremistas ainda tinham gás. A equipe de Celso Roth fez valer a “força argentina” de sua torcida e venceu Botafogo e Santos em seqüência, reassumindo a primeira posição. Para isso, foi beneficiado pelo empate do Palmeiras,

Roberto Vinícius/Futura Press

Imortal tricolor que não conseguiu furar a retranca armada pelo Figueirense: 0 a 0. Aliás, sina de perder pontos contra coadjuvantes parecia ser a principal ameaça ao projeto palmeirense pelo penta. Só contra os catarinenses foram quatro pontos perdidos. Enquanto isso, o São Paulo levava ao limite o conceito do futebol pragmático: com o 1 a 0 sobre o Náutico os são-paulinos ficaram a apenas quatro pontos do líder.

56 54 52 52 49 46 45 44 43 43 40 37 33 33

PERSONAGEM DA RODADA WASHINGTON

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Com os três gols marcados na vitória no confronto direto contra o AtléticoPR, Washington aproximou-se da artilharia e tirou o Fluminense da zona de risco, mostrando que a permanência na elite não deveria ser tão sofrida.

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ATÉ BREVE Expulso no final da partida contra o Grêmio, o santista Fabiano Eller pegou pesado contra o árbitro Marcelo de Lima Henrique. Segundo a súmula, o zagueiro teria prometido ao juiz: “Vou te pegar em Itaboraí”.

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30ª rodada

Rodrigo Coca/Futura Press

A emoção dos clássicos

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Dérbis locais marcaram o fim-de-semana. O duelo mais acirrado foi Palmeiras e São Paulo, pelo clima ruim da semifinal do Paulista e por reunir dois concorrentes ao título. Com contra-ataques que exploravam a lentidão de Gustavo e Roque Júnior, o Tricolor fez 2 a 0 (gols de Rogério Ceni e Dagoberto) no primeiro tempo. O time de Muricy manteve o domínio no segundo tempo, mas o desenho da partida mudou com Denílson no lugar de Sandro Silva: aos 33 e 35 minutos, os palmeirenses empataram. O Alviverde perdeu a oportunidade de vencer em casa um confronto direto e os são-paulinos deixaram escapar uma vitória que parecia assegurada. De qualquer modo, o resultado foi bom para ambos, pois o Grêmio perdeu para a Portuguesa, que deixou temporariamente a zona de rebaixamento. Outros beneficiados pelo tropeço gremista foram Cruzeiro e Flamengo. A Raposa fez 2 a 0 no AtléticoMG e se tornou o time com mais vitórias no campeonato (17). O Rubro-Negro fez 1 a 0 no Vasco e afundou ainda mais o rival (que, sem vencer havia oito partidas, caiu para a última posição), mas não apresentava um futebol convincente.

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31ª rodada

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Sob pressão Grêmio, São Paulo e Flamengo largaram na frente na terceira das dez decisões. Ao vencerem seus respectivos confrontos contra Sport (1 a 0), Vitória (2 a 1) e Coritiba (5 a 0) no meio da semana, puderam “secar” os outros postulantes à taça, que só entrariam em campo no sábado. Na coletiva de imprensa pósjogo, o Muricy Ramalho aproveitou para provocar sutilmente: “Passamos a pressão para eles

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(Cruzeiro e Palmeiras)”. Vanderlei Luxemburgo tentou minimizar: “A pressão não muda. Antes ou depois, precisamos vencer do mesmo jeito”. Mas o são-paulino acertou: o Alviverde acabou atropelado pelo Fluminense (3 a 0), enquanto a Raposa sucumbiu por 1 a 0 diante do fraco Atlético-PR. No saldo geral, bom para o São Paulo, que chegou pela primeira vez à vice-liderança do campeonato.

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PERSONAGEM DA RODADA OBINA Quando as coisas desandam, o atacante é apontado como bode expiatório. Mas quando o bom humor da vitória está no ar, ele é cultuado como “melhor que Eto’o”. Obina fez gol, deu assistência e sofreu pênalti na goleada de 5 a 0 sobre o Coritiba.

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DE VOLTA No mesmo sábado que encerrou a 31ª rodada, o Corinthians confirmava o retorno à Série A com seis rodadas de antecipação. Bastou vencer o Ceará e ver o Barueri cair em casa diante do Paraná.

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Desleal para os rivais, “Gladiador” para os palmeirenses. Com uma movimentação alucinante, o atacante atormentou a zaga tricolor e foi premiado com o gol que iniciou a reação alviverde.

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Diferença de pontos entre o líder e o 10º colocado, a menor após 30 rodadas desde 2004

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SANTO DE CASA Ricardo Matsukawa/Futura Press

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A derrota gremista para a Portuguesa escancarou um fato: o Brasileirão 2008 ficou marcado pela freqüência acima do normal com que os mandantes venceram os jogos. A melhor representação disso é o rebaixado Ipatinga, que não venceu uma vez sequer

fora de casa. Tratase de um feito inédito no Brasileirão de pontos corridos. Até equipes com campanhas muito fracas, como o Santa Cruz de 2006 e o América-RN de 2007 conseguiram vencer na casa do adversário. No total, os visitantes ganharam apenas 20%

dos jogos. Nos três anos anteriores, o índice foi muito superior: 27,05% (2005), 24,21% (2006) e 25,78% (2007). Os times que jogaram em casa tiveram aumento de vitórias na mesma proporção: 54,73%, contra média de 50% nas últimas edições do torneio.

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Raposa ligeira

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jogavam fora de casa. Assim, quem fizesse mais pontos como visitante na reta final teria uma vantagem enorme diante dos concorrentes. Isso foi demonstrado pelo São Paulo, que derrotou o Botafogo no Engenhão e chegou à mesma pontuação dos gaúchos, só perdendo nos critérios de desempate. Os alvinegros se sentiram prejudicados com o que seria o gol de empate, anulado por um impedimento discutível de Wellington Paulista.

58 58 56 49 49 48 45 45 42 40 38 Pedro Vilela/Futura Press

PERSONAGEM DA RODADA GUILHERME Ele fez a bela jogada que resultou no gol-relâmpago de Wágner, quando se livrou da marcação de três zagueiros. Para coroar a atuação de gala, Guilherme ainda fez o seu, o último dos 3 a 0, quando girou dentro da área para finalizar com precisão.

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QUEM NÃO FAZ... Vasco e Atlético-PR fizeram um jogo surreal em São Januário. Nos 20 minutos finais, o Furacão vencia por 2 a 1 e perdeu cinco chances de matar o jogo. Acabou punido pelo gol de empate de Mádson, em arremate de longa distância.

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*Um jogo a menos

Time que quer ser campeão pode sofrer gol com 14 segundos de bola rolando, diante de um concorrente direto na briga pelo título? Pois essa dúvida passou a fritar os neurônios dos gremistas, após o feito do cruzeirense Wágner no Mineirão. Com o tento-relâmpago, os comandados de Celso Roth se desestabilizaram e foram presas fáceis para a Raposa: 3 a 0. Ficava claro que os cinco líderes tinham muitos problemas quando

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33ª rodada

PERSONAGEM DA RODADA MÁDSON Os 160 centímetros de altura não espelham o tamanho da disposição deste meia cheio de brios. Mádson infernizou a zaga do Fluminense, fazendo a jogada que resultou no gol da vitória, de Wágner Diniz.

Mesmo não sendo ultrapassado em pontos por ninguém desde a longínqua 14ª rodada (só deixou a ponta nos critérios de desempate), o Grêmio muitas vezes deu mostra de que era vulnerável e poderia cair na reta final. Pois na 33ª rodada, quando finalmente caiu do topo, perdeu logo duas posições, para São Paulo e Palmeiras, depois de não sair de um medíocre empate em casa ante o Figueirense. Ficar sem fôlego na fase decisiva parecia mesmo ser a sina do técnico Celso Roth, que fizera papel similar no comando do Palmeiras, em 2001, e do Vasco, em 2007. O consolo é que o Grêmio não foi o único dos postulantes ao título a escorregar: depois de enfiar 3 a 0 no próprio Grêmio quatro dias antes, o Cruzeiro perdeu pelo mesmo placar do Goiás, que nada mais aspirava no campeonato.

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“ERREI” Destoando do discurso normalmente arrogante dos treinadores, Adílson Batista foi honesto na avaliação da derrota para o Goiás. “Fiz tudo errado”, assumiu, referindo-se do esquema tático e à escalação do contestado zagueiro Espinoza.

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*Um jogo a menos

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Sina “rothiana”

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Copeiro em pontos corridos Adriano Vizoni/Futura Press

Era um jogo de “mata-mata” em um torneio de pontos corridos. Palmeiras e Grêmio chegaram à rodada como segundo e terceiro colocados, respectivamente, e se enfrentaram no Parque Antarctica. Como os gremistas não contavam com sete jogadores e tinham péssimos resultados recentes fora de casa, o Alviverde era favorito. Mas não foi o que se viu em campo. O time de Celso Roth reencontrou um futebol que parecia perdido, anulou a equipe de Vanderlei Luxemburgo e abriu o marcador com um cruzamento de Tcheco que foi direto ao gol. Depois disso, o Palmeiras se descontrolou e só atacou no desespero. A defesa gaúcha resistiu e praticamente sepultou as ambições palmeirenses. “Temos que ser realistas. O título ficou distante”, reconheceu Luxemburgo. “O Grêmio sempre esteve na briga. Só para vocês (jornalistas) que não”, arrematou o contestado Roth. Com a saída alviverde de cena, o São Paulo abriu mais um ponto de vantagem na liderança. O Tricolor paulista continuava usando os jogos fora de casa para ganhar terreno. Nos 3 a 2 contra a Portuguesa no Canindé, porém, os são-paulinos contaram com um pouco de sorte. A Lusa jogou bem e, nos minutos finais, perdeu a chance de empatar: Edno recebeu livre, fintou Rogério Ceni e tocou por cobertura – mas a bola, caprichosamente, bateu no travessão.

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ress

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Diante da apatia generalizada de seus colegas contra o Grêmio, o goleiro palmeirense Marcos não hesitou: a partir dos 30 minutos da etapa final, subiu quatro vezes ao ataque. A torcida delirou; Luxemburgo, ficou louco, pedindo para o camisa 12 voltar.

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PERSONAGEM DA RODADA MARCOS

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“Meu maior sonho é ouvir meu nome cantado pela torcida” Caio Júnior reclama das vaias ao Flamengo mesmo após a vitória sobre o Botafogo

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CINCO TIMES, UMA TAÇA Pedro Vilela/Futura Press

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O troca-troca de posições entre os cinco primeiros confirmou: o Brasileirão 2008 foi o mais acirrado da era dos pontos corridos. São Paulo, Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo seguiriam com chances matemáticas na antepenúltima rodada. Só em 2004 o cenário foi parecido: o Atlético-PR

liderava com 82 pontos, e o quinto colocado (Palmeiras, com 74) ainda poderia alcançá-lo a três jogos do fim. No entanto, o São Caetano (quarto, com 77) viria a perder 24 pontos pela morte do zagueiro Serginho. Nas outras edições, a quantidade de candidatos era menor. Em 2003,

apenas dois times estavam na briga: Cruzeiro (91 pontos) e Santos (85). Em 2005, eram três concorrentes: Corinthians (77 pontos), Internacional (74) e Goiás (70). Em 2006, novamente dois: São Paulo (73) e Internacional (66). Em 2007, o São Paulo era campeão por antecipação.

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35ª rodada

A luta pelo título via suas duas primeiras baixas. Cruzeiro e Palmeiras não resistiram a Náutico e Flamengo e, com derrotas contundentes de 5 a 2, viram ambições de título esfarelarem. Pelo futebol apresentado, era difícil imaginar como ambos resistiriam por mais tempo. As duas equipes de origem italiana foram dominadas e sofreram gols como se fosse algo natural. Com a goleada, Luxemburgo

om caiu em desgraça com ras. a torcida do Palmeiras. Dias antes da derrotaa no via siMaracanã, o time havia pa Suldo eliminado da Copa urgo haAmericana e Luxemburgo dores de via acusado os torcedores o. agredi-lo no aeroporto. Ainda que a matemática desse esperança aos antiuta pelo tígos Palestras, a disputa tulo estava restrita a São Paulo, Grêmio e Flamengo.

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André Mourão/AGIF

Palestras caem fora

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PERSONAGEM DA RODADA CAIO JÚNIOR

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Ele queria ser aplaudido pela torcida. Contra o Palmeiras, Caio Júniorr colocou ez. Deu certo: Kléberson e Ibson para explorar a lentidão de Roque Júnior e Martinez. dos pés da dupla, saíram quatro dos cinco gols. Euforia total: “Ah, é Caio Júnior!”.

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EM CASA MANDO EU A 35ª rodada escancarou como os visitantes não tiveram vez no Brasileirão 2008. Todos os jogos terminaram com vitória dos mandantes. Na soma de gols, deu 31 a 10 para os times da casa.

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36ª rodada

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PERSONAGEM DA RODADA VÁGNER MANCINI O técnico do Vitória fora demitido do Grêmio sem maiores explicações no início do ano. A hora vingança havia chegado: ele mudou o desenho tático de seu time no segundo tempo e teve papel determinante para os 4 a 2 que alijaram os gaúchos do título.

Os jogos de domingo chegaram ao intervalo com novidade. O Grêmio vencia o Vitória e o São Paulo não passava do empate contra o Vasco. Com isso, os gaúchos assumiam a liderança do Brasileirão a duas rodadas do final. Depois de mais 45 minutos, tudo mudou e o título estava virtualmente no Morumbi. O São Paulo conseguiu o gol da vitória no início do segundo tempo. Depois disso, bastou controlar o desespero do adversário, que ficou muito próximo do rebaixamento. Enquanto isso, o Vitória deslanchava e fazia 4 a 2 no Grêmio, levando a vantagem são-paulina para cinco pontos. A vitória do time do Morumbi tirou as possibilidades matemáticas de título de Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo (esse último por perder para o Cruzeiro). O Grêmio dependia de uma combinação bastante improvável: vencer os dois jogos e ver o São Paulo fazer apenas um ponto. Difícil, considerando a invencibilidade de 16 partidas dos paulistas.

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CHORORÔ? O Flamengo protestou muito por um pênalti não marcado em Diego Tardelli no último minuto da derrota para o

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Cruzeiro. O clube pediu à Fifa uma punição ao árbitro Carlos Simon. Dias depois, uma imagem da ESPN mostrou que o lance foi legal

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37ª rodada

Emoção até o último dia Stringer/Reuters

Tudo conspirava para que a festa do São Paulo pelo hexacampeonato acontecesse com uma rodada de antecipação, em casa, como é mais gostoso. Bastava uma vitória simples sobre o Fluminense, que ainda lutava contra o rebaixamento, no dia do aniversário do técnico Muricy Ramalho, grande responsável por transformar o time insosso do primeiro turno no líder do segundo. Como poucas vezes no ano, os são-paulinos lotaram o Morumbi, levando quase 70 mil pessoas, muitas vestindo a (antecipadamente atualizada) camisa “6-3-3” (o primeiro número referente aos seis títulos nacionais). Mas o Fluminense confirmou ser a asa negra do São Paulo no ano: depois de eliminar o time paulista na Libertadores, o clube das Laranjeiras não facilitou e conseguiu o empate por 1 a 1, garantindo o ponto que precisava para se salvar. Como o Grêmio goleou – e rebaixou – o Ipatinga, a decisão do título ficou para a última rodada. Na coletiva de imprensa, o goleiro Rogério Ceni não gostou de ser questionado sobre os supostos erros do São Paulo contra o Flu. “Não é hora de pensar no que erramos, mas de nos lembrarmos de tudo o que fizemos de certo. Há três meses, se alguém dissesse que chegaríamos à ultima rodada precisando de um ponto, ninguém acreditaria”.

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PERSONAGEM DA RODADA RENÊ SIMÕES Renato Gaúcho e Cuca tentaram, mas só Renê Simões conseguiu levantar o moral do Fluminense após a perda da Libertadores. Mais: contra o São Paulo, o técnico adiantou Arouca e desnorteou a marcação são-paulina. O empate por 1 a 1 praticamente selou a permanência do Flu na Série A.

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O CAMPEONATO DAS MULTIDÕES Ricardo Matsukawa/Futura Press

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O jogo não valia nada para os atleticanos, mas 58.391 torcedores foram ao Mineirão ver AtléticoMG 0x0 Santos. Foi um dos melhores públicos de um Brasileirão bem aceito pelos torcedores. A média de público final foi 16.990 pagantes, praticamente a mesma de 2007 (com 17.461, a me-

5 lhor desde 1987). No entanto, há dois fatores importantes, que tornam o índice de 2008 notável: não houve promoção da Nestlé – na qual o torcedor comprava um produto da empresa e trocava por ingresso no supermercado – e o Corinthians (com 23.786, teve a quarta me-

Derrotas consecutivas do Cruzeiro longe do Mineirão. Se tivesse vencido dois desses jogos, a Raposa seria vice-líder

lhor média de público de todas as divisões nacionais neste ano) disputou a segunda divisão. Em um cálculo hipotético, se o Alvinegro estivesse na elite no lugar do Ipatinga e mantivesse sua média de público, o campeonato teria 18.501 pagantes por jogo, maior índice nos pontos corridos.

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O São Paulo chegou à última rodada precisando de um empate com o Goiás, que o já não buscava nada no nscampeonato. O que seria uma tarefa simples se transo para formou em novela. Primeiro, a CBF marcou o jogo o Bezerrão devido a uma punição ao clube goiano. Os alviverdes se sentiram injustiçados, porque preferiam mandar o jogo em Itumbiara, e prometeram esforço para ajudar o Grêmio. Além disso, a federação do Distrito Federal designou o São Paulo para ocupar o vestiário e o banco de reservas do mandante, irritando ainda mais os alviverdes. Pior aconteceu no sábado, véspera do jogo decisivo: a denúncia de um suposto suborno apareceu e o árbitro da partida foi trocado, provocando mais ansiedade antes do jogo (ver box). Nada disso, porém, desconcentrou o São Paulo. O Tricolor acertou a marcação e deu poucas chances ao Goiás. Os paulistas abriram o marcador aos 22 minutos do primeiro tempo, com um gol de Borges em posição irregular. Depois disso, os goianos se mostraram ansiosos e não levaram perigo aos são-paulinos, que só deixaram de ampliar a vantagem devido à boa atuação de Harley. Com esse resultado, a vitória do Grêmio sobre o Atlético-MG era inócua. O São Paulo chegava aos 75 pontos e se tornava tricampeão brasileiro consecutivo e hexa alternado, dois feitos inéditos na história da competição (e na história do clube, que jamais vencera três vezes seguidas o mesmo torneio). Muricy Ramalho também conquistava seu tri nacional, igualando-se a seu amigo e ídolo Rubens Minelli (que levou o Brasileirão de 1975 a 77 por Internacional e São Paulo). Para o treinador são-paulino, o título de 2008 foi mais difícil do que os anteriores. “No futebol, ganha quem erra menos, e nesse ano erramos mais”, avaliou. De fato, erraram muito. Mas acertaram na reta final, a mais emocionante dos últimos tempos.

PERSONAGEM DO HEXA BORGES No começo da temporada, ele era uma das últimas opções de um ataque que contava com Adriano. Mas Borges soube ganhar seu espaço. Acompanhando o crescimento do parceiro Dagoberto, o atacante desembestou a fazer gols importantes, como os dois na vitória sobre a Portuguesa na 35ª rodada, o do empate contra o Fluminense na penúltima rodada e o do título contra o Goiás. Borges foi o artilheiro são-paulino no torneio, com 16 tentos, sete nos últimos cinco jogos.

DINAMITE NÃO EXPLODE HERANÇA MALDITA Os jogadores saem de campo cabisbaixos, a torcida aplaude e chora ao mesmo tempo e um torcedor, mais alterado, ameaça se atirar da cobertura do estádio. Cenas de uma das tardes mais tristes da história do Vasco. Com a derrota em casa para o Vitória, os cruzmaltinos estavam rebaixados para a segunda divisão. Foi o resultado de uma transição administrativa ca-

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ótica. Do autoritarismo de Eurico Miranda à inexperiência de Roberto Dinamite, o Vasco protagonizou um show de horrores no ano: forçou atleta a jogar por imposição contratual (Leandro Amaral), apostou em técnico de capacidade contestada (Tita) e contratou nomes que foram importantes há uma década (Edmundo, Odvan e Pedrinho). Edmundo, aliás, havia anunciado que o jogo

contra o Vitória seria o último de sua carreira. Outro que caiu na última rodada foi o Figueirense, que venceu seus três jogos sob o comando de Pintado, pouco para sair das quatro últimas posições. Tristeza tripla para a torcida, que via Santa Catarina destruída pelas chuvas, o Figueira cair e o rival Avaí subir. Enquanto isso, respiravam aliviados Atlético-PR e Náutico.

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Preço mínimo do ingresso de Goiás 0x1 São Paulo. Contrariado o por ter de jogar no Gama, o clube goiano oiano inflacionou as entradas. O púbico co de 18.093 proporcionou renda de R$ 1,66 milhão, a maior da competição petição

PERSONAGEM DA RODADA WAGNER TARDELLI Ele não é atleta, nem treinador, e sequer participou da rodada. Mas o árbitro Wagner Tardelli, sorteado para Goiás x São Paulo, monopolizou as atenções na véspera do confronto. Segundo a CBF, foi interceptada uma tentativa de repassar a Tardelli um envelope com ingressos para o show da cantora Madonna, programado para o Morumbi em 18 de dezembro, e uma quantia em dinheiro. Alegando necessidade de preservar o árbitro, a entidade o retirou da escala, realizando outro sorteio – que definiu que o jogo seria conduzido por Jaílson Macedo Freitas. As investigações ficaram para depois.

Adriano Vizoni/Futura Press

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“O Grêmio era uma interrogação” Apesar de o time ter liderado o Brasileirão por muitas rodadas, boa parte da imprensa não apostava no título. A que você atribui essa desconfiança? Primeiro, porque é um grupo jovem. Segundo, porque não era, no início do campeonato, uma equipe muito conhecida individualmente. Assim, é normal quem analisar de fora chegar a esse tipo de conclusão. Porque, queira ou não, o primeiro semestre do Grêmio foi ruim, então o time era mesmo uma interrogação. Para os jogadores também havia essa interrogação? Eu não estava aqui no começo, mas quando cheguei, senti a equipe muito tranqüila a respeito disso, levando jogo a jogo. Quando a gente viu, já estava na liderança. Acho que é comum ter comentários negativos, porque não eram maldosos. Às vezes a cobrança é muito grande nesse sentido, mas ninguém pára para pensar que o Grêmio tem uma equipe jovem e já está disputando o título. Por que o time caiu no segundo turno? Um pouco foram as lesões, sobretudo porque não conseguimos repetir a mesma equipe como fizemos no primeiro turno. Além disso, também é natural um time não ter o mesmo padrão no campeonato todo porque é uma competição muito equilibrada. [FF] Dezembro de 2008

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O artilheiro, a seleção do campeonato e recordes: tudo o que virou história no Brasileirão 2008

inco times se mantiveram na briga pelo título até as últimas rodadas. Na zona do rebaixamento, seis times – quatro na prática – ainda tentavam fugir da Série B de 2009. A artilharia também foi disputada até os últimos minutos do Campeonato Brasileiro deste ano. No final das contas, se esta não foi a melhor das competições do ponto de vista técnico, ela compensou em emoção. No meio desses números, houve vários destaques.

Heuler Andrey/DiaEsportivo/Agif

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ARTILHARIA Keirrison tem o perfil típico de atleta da Traffic, a empresa que o adquiriu durante o campeonato: jovem que atua num clube ascendente e tem potencial para explodir em pouco tempo. Com atuações como nos 5 a 1 do Coxa sobre o Santos – marcou quatro vezes –, o atacante chegou à artilharia do Brasileirão, com 21 gols. Fato consumado na última rodada, ao fazer um tento na derrota de sua equipe para o Sport. Com isso, ele ainda reforçou sua condição de revelação do Brasileirão. O centroavante do Coritiba não esteve sozinho na lista de principais goleadores do torneio. Kleber Pereira e Washington também ficaram nos 21 gols. Foi a segunda vez na história que o Brasileirão teve três artilheiros, isso se forem desconsiderados os gols de Adhemar no Módulo Amarelo da Copa João Havelange.

jogos seguidos sem derrota, marca do São Paulo não igualada por nenhum time neste ano

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Média de público do Flamengo, a maior do torneio. O Grêmio foi o segundo com 31.075

ESQUEMA TÁTICO 4-4-2

KEIRRISON

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Placar de Portuguesa x Figueirense, jogo com mais gols no Brasileirão de 2008

Goleada do Grêmio sobre o Figueirense, em Florianópolis

MAIS VOTADO Hernanes

KLÉBER PEREI PEREIRA

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(21 votos, de 22)

WAGNER RAMIRES

HERNANES

JUAN

LEONARDO MOURA MIRANDA

ANDRÉ DIAS

VICTOR QUEM VOTOU Caio Maia (Trivela), Carlos Eduardo Freitas (Revista da Semana), Claudio Arreguy (Estado de Minas), Celso Unzelte (ESPN Brasil), David Coimbra (Zero Hora), Erich Beting (Máquina do Esporte), Ewaldo Willerding (Diário Catarinense), Fabio Manzini (Jornal de Jundiaí), Gian Oddi (IG), Juca Kfouri (ESPN Brasil e Folha de S.Paulo), Lédio Carmona (Sportv), Leonardo Bertozzi (Trivela), Leonardo Mendes Júnior (Gazeta do Povo), Marcelo Barreto (Sportv), Marcelo Cavalcante (Jornal do Commercio), Maurício Noriega (Sportv), Mauro Beting (Bandsports), Mauro Cezar Pereira (ESPN Brasil e Trivela), Paulo Vinícius Coelho (ESPN Brasil e Folha de S.Paulo), Rodrigo Bueno (Folha de S.Paulo), Ubiratan Leal (Trivela), Victor Birner (Rádio CBN)

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por Mauro Cezar Pereira

MARACANAZO

Mágico de truques desgastados DIFERENCIAL, FOCO, EMOCIONAL. Palavras que foram incorporadas ao “futebolês”. Técnicos, jogadores e até a imprensa estão sempre “focados” nesses termos que se tornaram comuns. Mas existe outro que merece atenção especial, porque dele muito se fala e pouco se faz: planejamento. Encerrada a temporada 2007, o Palmeiras tinha chegado perto de uma vaga na Libertadores com um elenco modesto comandado por um novato. Uma análise fria mostrava a boa campanha pelas circunstâncias e considerando as limitações do grupo. Em tese, a seqüência daria melhores resultados em 2008. Mas e daí? O trabalho desenvolvido por Caio Júnior foi atirado no lixo. Com um parceiro para obter reforços, o Palmeiras trouxe de volta o mais caro treinador do país, Vanderlei Luxemburgo. Ganhou um pouco relevante título paulista, se lançou candidato ao Brasileiro, mas não foi além de duas rodadas na co-liderança. Levando em consideração o custo-benefício, nem com vaga na Libertadores esse desempenho pode ser visto como progresso significativo. Não é absurdo imaginar algo próximo com a manutenção de uma política adequada à realidade financeira e que desenvolvesse uma estrutura mais forte no clube. E que não dependesse de uma figura poderosa como o badalado “professor”.

HAT TRICK O elenco do Manchester City não é ruim como afirma parte da mídia brasileira que jamais ouvira falar dos “Citizens” antes de Robinho por lá desembarcar. Apenas não forma um time na acepção da palavra. Ao menos por enquanto. Cristiano Ronaldo ou Kaká? Na semana de Brasil x Portugal era o debate, mal encaminhado na maioria das vezes. Gente que mal viu o “gajo” em ação na temporada passada, quando acumulou 46 “golos”, sentenciou: “Ele é pouco objetivo”. Argh! Pior do que isso só o debate obsoleto pontos corridos ou mata-mata. A discussão é outra. Quando a CBF vai permitir aos times da Libertadores disputarem a Copa do Brasil e espalhar suas rodadas pelo ano inteiro, com a decisão em dezembro? E moralizar a Sul-Americana, avacalhada pelos argentinos que dão vagas cativas a Boca e River?

Em 2008, Caio Júnior desembarcou no Flamengo assim que Joel Santana disse adeus para encarar sua aventura sul-africana. O clube fez a sua mais consistente campanha em Brasileiros nos últimos anos. Liderou, passou a maior parte do campeonato na zona que leva à Libertadores e em momento algum correu risco de rebaixamento. Um evidente progresso. Mas e daí? Antes mesmo da última rodada a cabeça do treinador estava a prêmio diante da possibilidade de os rubro-negros ficarem fora da competição internacional. O time foi mais fraco em casa, mas se fortaleceu quando atuou em território inimigo. Analisar erros cometidos para corrigi-los e buscar mais em 2009? Nem pensar. E os torcedores pediam quem? Luxemburgo, claro. São apenas dois exemplos. Se as coisas vão mal, a velha opção é correr atrás de um “mágico”, mesmo que seus truques estejam desgastados e não iludam muita gente. É a aposta no nome, na marca, na grife como solução. Como se ainda tivesse um “diferencial”, capaz de manter os jogadores “focados” e com o “emocional” a todo vapor. As últimas temporadas mostram que não é bem assim. Dezembro de 2008

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COPA SUL-AMERICANA

por Luciana Zambuzi

Um título

IMPORTANTE, sim, senhor Mal no Brasileirão, Internacional descobre os benefícios da Copa Sul-Americana e mostra como o torneio pode ser interessante

D

anny Moraes parou no goleiro e na trave. Gustavo Nery também esbarrou em Andújar. Apenas na terceira tentativa, com Nilmar, o Beira-Rio explodiu. Foi com uma derrota em 90 minutos e agonia na prorrogação que o Internacional superou o Estudiantes e conquistou a primeira Copa Sul-Americana do futebol brasileiro. Considerando o jogo de ida, em La Plata, foram dois confrontos dramáticos que deram novas cores para a segunda competição de clubes da América do Sul. Depois de 2008, será difícil para os brasileiros continuarem ignorando o torneio. O sucesso – inédito – do Colorado não se tratou de acaso. O clube foi um dos poucos que declarou abertamente que a Sul-Americana era prioridade e chegou a prejudicar seu desempenho na reta final do Campeonato Brasileiro – no qual o time não tinha mais perspectivas – para estar descansado no torneio continental. Essa escolha foi tão evidente que, na comemoração do título, os colorados fizeram questão de enfatizar que uma glória continental sempre tem sua relevância. “Jamais ganhei um título internacional e vim

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conquistar somente aqui”, comentou D’Alessandro, esquecendo-se até que venceu os Jogos Olímpicos de 2004 pela Argentina. “Todo mundo sabe a importância que a Sul-Americana tem. É que é preciso priorizar uma competição”, comentou o técnico Tite logo após a decisão contra o Estudiantes. “Quem é que não gostaria de ganhar esse título? Com o tempo, o torneio vai ter mais valorização”. Claro, a decisão do Colorado foi pautada pela dificuldade do time em entrar na briga pela Libertadores. Assim, vencer um outro torneio seria um modo de justificar os investimentos pesados na formação do elenco, além de ganhar o US$ 1,2 milhão de prêmio pelo título. A formação de uma equipe competitiva para 2009, ano em que o clube comemora seu centenário, começou em julho de 2008, com a apresentação do meia argentino D’Alessandro, que chegou ao Beira-Rio como um dos mais caros reforços da história do Colorado. Pouco depois, a permanência de Nilmar foi confirmada, junto com a chegada por empréstimo do meia Daniel Carvalho. Era a reposição das saídas de Alexandre Pato – essa no final de 2007 – e de Fernandão, que acompanhou o técnico Abel Braga no Al Jazeera, dos Emirados Árabes, no meio do ano.

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A CAMPANHA caasaa

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Stringer/Reuters

CHIVA AS S GUADALAJA GUADALAJARA ARA

Ainda que o desejo maior fosse obter uma vaga na Libertadores 2009, a Sul-Americana apareceu como uma oportunidade para mobilizar a torcida no final do ano. O clube igualou o número de títulos internacionais do Grêmio (quatro cada) e ainda obteve um troféu inédito no Brasil, colocando-se como pioneiro. “É muito bom ter o que ninguém tem, o que ninguém ganhou. Só a gente tem isso”, disse Alex na festa do título. Para a diretoria, o time tem a possibilidade de mudar a relação entre o Brasil e o torneio. Até porque a Libertadores também já foi vista com desdém no país. “O Inter já deixou de participar da Libertadores e hoje este é o mais importante torneio das Américas”, lembra Vitório Píffero, presidente colorado, referindo-se a 1969, ano em que o Inter renunciou à sua vaga na competição continental. Para o dirigente, a Sul-Americana teria a desejada relevância se garantisse uma vaga no torneio mais importante da América do Sul. “Quando passar a dar uma vaga na Libertadores, a Sul-Americana será uma competição bem mais interessante”, defende Píffero. Por pressão de clubes e patrocinadores, especula-se que isso ocorrerá em 2010. No entanto, essa possibilidade pareceu real já para 2009. Em novembro, a Fifa puniu o Peru por interferência

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casaa 3/dez

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ESTUDIANTE ES Alex, D’Alessandro e Nilmar: time copeiro e com bom futebol

Itamar Aguiar/Vipcomm

Pioneirismo

fora 26/nov

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um título internacional é sempre bem-vindo. Nesta temporada, o Boca Juniors decidiu priorizar o Campeonato Argentino, mas esse não é o comportamento padrão. Tanto que os Xeneizes já conquistaram a Sul-Americana duas vezes e fazem questão, assim como o River Plate, de disputar a competição. Os gigantes da Argentina levaram a Conmebol a dar a ambos vagas cativas na Sul-Americana e a evitar que o torneio tenha conflito de calendário com a Libertadores.

Ano Campeão

Melhor brasileiro

2002

San Lorenzo

não participaram

2003

Cienciano

São Paulo (semifinal)

2004

Boca Juniors

Internacional (semifinal)

2005

Boca Juniors

Corinthians, Fluminense e Internacional (quartas)

2006

Pachuca

Atlético-PR (semifinal)

2007

Arsenal

São Paulo e Vasco (quartas)

2008

Internacional

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PARA ELES, TÍTULO É TÍTULO

Enquanto times brasileiros usam reservas na SulAmericana, os argentinos levam a sério a competição. Tanto que, em quatro das sete edições disputadas, a taça foi para a margem sul do Rio da Prata. O torneio é uma oportunidade para equipes médias ou que já estão há algum tempo sem títulos aparecerem, como aconteceu em 2007 com o título do Arsenal de Sarandi. Mesmo assim, os grandes clubes também dão importância ao torneio, por considerar que

Marcos Brindicci/Reuters

Com jogadores e até técnico reservas, Palmeiras perdeu duas vezes para o Argentinos Juniors

do governo na federação de futebol, tirando do país o direito a participar de competições internacionais. Assim, abriram-se três vagas para o mais importante torneio sulamericano já para o próximo ano. A indefinição chamou a atenção de vários clubes, que se candidatariam às vagas. O Inter propôs que o campeão da Sul-Americana deveria ser um dos beneficiados. O Fluminense também se apresentou, como vice-campeão da Libertadores 2008. A Conmebol preferiu adiar qualquer decisão. Sorteou os grupos da Libertadores com as vagas peruanas em aberto e deu até meados de dezembro para o Peru se acertar. Se a competição se consolidar, o título do Inter ficará registrado como algo notável. O time deixou pelo caminho adversários tradicionais como Grêmio, Boca Juniors, Chivas e Estudiantes. Outra marca foi o futebol vistoso. Alex assumiu a liderança da equipe em campo e foi artilheiro da competição, D’Alessandro se entregou como poucos e Nilmar, livre dos problemas físicos, foi decisivo no ataque. A sensação para o torcedor foi de que o ano, apesar de algumas decepções, foi vitorioso. Para o clube, era a oportunidade para usar o título continental como plataforma para um centenário vitorioso em 2009. Isso ficou evidente pelo fato de, menos de uma hora depois da confirmação da final contra o Estudiantes, a assessoria de imprensa do clube já anunciar o lançamento de uma camisa que usava a Sul-Americana como gancho para lembrar as conquistas do clube desde 2006. Desse modo, ganhar a segunda competição de clubes da América do Sul se transformou em algo atraente, independentemente do fato de o torneio dar ou não uma vaga na Libertadores. Com tantos benefícios, não seria de se estranhar se, em 2009, mais equipes brasileiras se dedicarem com afinco à “renegada” Sul-Americana.

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CARTOLAGEM

Fonte Clubes

por Leonardo Bertozzi e Pedro Teixeira

Mandato do Reeleições presidente

Eleição do Atlético-MG: candidato não pôde votar em si próprio

Quem vota

Sócios há 2 anos

Conselheiros

3 anos

1

Sócios há 1 ano com apoio de outros 149

Sócios

3 anos

1

Sócios há 1 ano

Sócios há 1 ano

3 anos

1

Sócios há 1 ano

Sócios há 1 ano

3 anos

1

Sócios há 5 anos, conselheiros vitalícios ou eleitos

Sócios há 5 anos

3 anos

0

Conselheiros

Conselheiros eleitos

2 anos

5

Conselheiros há 2 anos

Conselheiros beneméritos, natos e efetivos

3 anos

1

Sócios beneméritos e patrimoniais

Sócios beneméritos e patrimoniais

DEMOCRACIA,

10 anos

1

mas nem tanto

Sócios-proprietários há 5 anos

Sócios há 1 ano

3 anos

1

Sócios há 1 ano com apoio de outros 149

Sócios há 1 ano

3 anos

1

Não importa o modelo adotado, torcedor é mero espectador no processo eleitoral dos clubes brasileiros

Sócios

Sóciosproprietários

2 anos

1

Sócios há 10 anos com mais de 28 de idade

Sócios há 2 anos com mais de 16 de idade

2 anos

1

Conselheiros há 4 anos

Sócios

2 anos

1

Conselheiros

Conselheiros

4 anos

Ilimitadas

Sócios há 1 ano

Conselheiros eleitos

2 anos

Ilimitadas

Conselheiros com 2 Conselheiros mandatos completos

2 anos

1

Conselheiros com 2 Conselheiros mandatos completos

3 anos

1

Sócios há 10 anos, Sócios conselheiros com 2 há 3 anos mandatos completos

2 anos

Ilimitadas

Sócios há 5 anos, conselheiros

Conselheiros

3 anos

1

Sócios em dia

Sócios em dia

2 anos

Ilimitadas

Sócios há 5 anos

Sócios há 1 ano

3 anos

Ilimitadas

Conselheiros e ex-participantes administração

Sócios e conselheiros

3 anos

2

Eugenio Moraes/Hoje em Dia/Futura Press

Quem concorre

poca de eleições nos clubes sempre mexe com as torcidas. É momento de expectativa por dias melhores – ou, em alguns casos, pela manutenção do status quo. Apesar de interessado direto, porém, o torcedor comum não costuma fazer parte do processo eleitoral. Em vários clubes, apenas um seleto grupo de conselheiros vota no novo presidente. Os mais democráticos abrem para sócios, mas impõem restrições. Há situações curiosas como a do Atlético-MG, onde o sócio pode se candidatar à presidência, mas só os conselheiros têm direito a voto. Foi o caso de Itamar Vasconcelos, candidato no pleito que elegeu Alexandre Kalil no Galo. Vasconcelos é sócio, mas não conselheiro. Resultado: não pôde votar em si mesmo. Em agosto deste ano, o Corinthians aprovou uma mudança no estatuto para permitir o voto dos sócios e instituir o fim da reeleição, tornando-se o único clube entre os principais do Brasil a impedir mandatos consecutivos. Limitar a permanência do presidente nem sempre impede que o poder saia das mãos de determinado grupo político, ou até da mesma família. No Cruzeiro, é permitida apenas uma reeleição, mas os irmãos Zezé e Alvimar Perrella estão no comando desde 1995. Zezé foi eleito recentemente, já que Alvimar não poderia se reeleger pela segunda vez.

É

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Duelo entre Cristiano Ronaldo e Kaká ficou em segundo plano

eu fiscalizo a

Jamil Bittar/Reuters

Copa 2014

por Gustavo Hofman Ricardo Teixeira e José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal, chegaram juntos ao estádio Bezerrão. Continuaram assim, unidos, durante horas. Tempo para receber elogios e apertos de mão de políticos, empresários e celebridades. Era a reinauguração do estádio do Gama e, no gramado, até aconteceu um jogo, no qual o Brasil bateu Portugal por 6 a 2. Mas a goleada foi inerente ao evento, pois, em 19 de novembro, o centro das atenções era a dupla Teixeira-Arruda. No caminho entre Brasília e Gama, dezenas de faixas agradecendo ao governador foram colocadas nos canteiros das ruas. Coincidentemente, todas pareciam ter sido feitas pela mesma empresa, já que tinham o mesmo tipo de letra e material, apesar de serem de diversas entidades. Muitas pessoas compareceram com uma camiseta com os dizeres “Eu fiz o novo Bezerrão”, bancada oficialmente pelo governo distrital. Faltando duas horas para o início da partida, o trânsito de helicópteros aumentou na região. Aos poucos os personagens principais do dia chegavam e rapidamente se dirigiam aos camarotes. Lá, o serviço de bufê atendia a todos – até mesmo os “mortais”, com refrigerante entregue gratuitamente nas arquibancadas. Teixeira e Arruda sentaram-se no camarote principal, climatizado e com di-

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versas telas LCD à frente. O governador ganhou uma camiseta da Seleção autografada por todos os jogadores. Os torcedores, fora da redoma, lhe rendiam aplausos, retribuídos com acenos e sorrisos. José Serra (governador de São Paulo), Gilberto Kassab (prefeito de São Paulo), Renan Calheiros (ex-presidente do Senado), Rodrigo Maia (deputado federal pelo DEM-RJ), Michel Temer (deputado federal e ex-presidente da Câmara, PMDB-SP) foram alguns dos nomes que passaram pelo local. Todos buscaram palavras e fotos com Teixeira e Arruda. Intervalo de jogo, o Brasil vencia Portugal por 2 a 1. O camarote lota, mais e

LU PA

mais autoridades buscam uma aproximação. Celebridades se misturam aos políticos: Pelé, Romário, Felipe Massa, Orestes Quércia, José Dirceu, Wellington Salgado (senador, PMDB-MG), Moreira Franco (diretor da Caixa Econômica Federal), Zezé di Camargo e Leonardo (cantores sertanejos), Frank Aguiar (cantor de forró e deputado federal, PTB-SP)... A diversidade fazia a alegria das produções dos humorísticos “CQC” e “Pânico na TV”. O Governo Federal evitou dar as caras no Bezerrão, apesar de uma enorme faixa do ministério do esporte ter sido fixada na lateral do estádio. Do primeiro escalão do Executivo, apareceu somente

BRASILIENSE

A “origem” do nome do estádio Bezerrão fez questão de comparecer. Valmir Campelo de Bezerra, ministro do Tribunal de Contas da União, foi um dos presentes na festa. A prometida distribuição dos ingressos para os funcionários que trabalharam nas obras do Bezerrão não funcionou bem. Alguns portavam a carteira de trabalho para provar que participaram da construção, mas não conseguiram entrar. Poucas horas antes de a partida começar, funcionários davam os últimos retoques nos banheiros. Os bancos das arquibancadas ainda estavam sujos da reforma. Nos camarotes, o piso de granito brilhava, impecável.

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Fotos Gustavo Hofman/Trivela

Ricardo Teixeira

“Não falei de política” No aperto do camarote do Bezerrão, a reportagem da Trivela teve uma rápida conversa com um irônico Ricardo Teixeira.

No camarote, José Roberto Arruda e José Serra se davam muito bem com celebridades como Pelé, Romário e Zezé di Camargo. Do lado de fora do estádio, a população foi utilizada para “contribuir” com a politicagem. o ministro da Cultura, Juca Ferreira. Lula e Orlando Silva Júnior, ministro dos esportes, não deram as caras. Enquanto isso, rolava uma partida de futebol. Kaká brilhou mais que Cristiano Ronaldo. Luís Fabiano mais uma vez ajudou Dunga a se manter no cargo e os brasileiros humilharam os portugueses. Os jogadores disseram não sentir o clima de politicagem. “Quando estamos na Seleção, só nos interessa a partida. O que está fora não chega em nós”, disse Gilberto Silva. “Jogador não quer saber disso, jogador quer saber da bola”, completa Ânderson. “As coisas extracampo não nos interessam”, finaliza Elano. Pelo visto, os jogadores nem perceberam que o contribuinte do Distrito Federal gastou R$ 55 milhões em um estádio de futebol para uma cidade de 130 mil habitantes que só tem um hospital. E, ao caminhar por todos os setores, ficou evidente que não se trata de uma arena moderna como

se quis vender. Foram fixados bancos em toda arquibancada, uma enorme proteção de aço foi erguida ao seu redor, as instalações internas ganharam cores novas e o Bezerrão foi taxado de “padrão Fifa”. Ainda assim, o governo distrital imagina que o Bezerrão será importante na Copa de 2014. “O projeto é de 2006, não foi feito para a Copa. Esse estádio servirá ao Gama e às outras equipes do Distrito Federal. Lógico que, por atender às exigências da Fifa, vai servir como apoio para treinamento das seleções no Mundial”, afirma Márcio Machado, secretário de obras do Distrito Federal. O fato é que a primeira obra declaradamente feita para receber a Copa de 2014 tirou milhões dos cofres públicos. Os mais céticos dirão que, em Brasília, as coisas são assim. Será? Nos corredores do Bezerrão, havia político de vários Estados diferentes. Se eles seguirem o mesmo exemplo, o Mundial vai sair bem caro.

Houve muita politicagem na sua orelha durante o jogo? Como assim? Os políticos falaram muito sobre Copa 2014? Houve pedidos em relação às sedes do torneio? Só falamos de futebol, não tem nada disso. Eu vi o jogo, não fiquei falando nada sobre isso. Nada de 2014? Eu vi o jogo. E o estádio, o que o senhor achou? Obrigado. [dá um tapinha nas costas do repórter e vai embora]

Arruda se despede, ao final do jogo, triunfante

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10 anos em uma noite Trivela comemora uma década de vida reunindo amigos para avaliar o que mudou – e o que continua igual – no futebol brasileiro Chuva torrencial na hora do rush em São Paulo é um cenário pouco convidativo para um programa noturno de meio de semana. Apesar disso, na noite de 18 de novembro o bar Boleiros, na Vila Madalena, lotou para a comemoração do décimo aniversário da Trivela, uma trajetória iniciada como um site feito por estudantes de jornalismo que cresceu e se transformou em uma referência em revista de futebol no Brasil. O destaque da noite foi o debate “1998-2008: Dez anos de futebol brasileiro”. Participaram da conversa os jornalistas Juca Kfouri (colunista do jornal Folha de São Paulo e comentarista da rádio CBN e dos canais ESPN), Mauro Cezar Pereira (colunista da Trivela e chefe de reportagem dos canais ESPN), Lédio Carmona e Maurício Noriega (ambos comentaristas do canal Sportv). A mesa redonda foi mediada por Caio Maia, editor-executivo da Trivela. Apesar de certas coisas – como a presença de alguns dirigentes no comando de seus clubes, federações e CBF – não terem mudado, a sensação é de melhora. Todos foram unânimes em dizer que, apesar dos diversos problemas que ainda afetam nosso futebol, houve evolução. “Nesse período, tivemos duas CPIs que, ainda que não tenham levado a muitas punições, acabaram levando à criação do Estatuto do Torcedor”, comentou Juca. “Cada vez mais está consolidado o sistema de disputa em pontos corridos, ainda mais esse ano, com um

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campeonato em que cinco times disputam o título até a reta final”, completou Lédio. Mesmo com essa evolução, há um alerta: o perigo de a Copa do Mundo de 2014 ser utilizada politicamente. “Eu gostaria de ver uma Copa no Brasil, mas não é essa Copa que está sendo realizada, sobretudo por quem encabeça a organização”, alertou Mauro Cezar. “A Copa tem de ter o tamanho do Brasil, com custos de acordo com a realidade brasileira”, defendeu Noriega. “Podemos, sim, receber uma Copa, mas devemos fazer como foi na França e nos Estados Unidos, que reformaram seus antigos estádios e gastaram pouco”, reforçou Juca. O momento atual da Seleção também pautou a conversa. Todos concordaram que a equipe nacional não representa mais tanta coisa para o público. Além disso, lembraram da falta de compromisso dos jogadores. “Os jogadores de hoje não gostam de defender a Seleção, eles gostam, apenas, de estar na Seleção. Gostam do clima, da festa, do status”, afirmou Lédio Carmona. O evento não se limitou ao debate. Para a maioria dos participantes, o décimo aniversário da Trivela foi apenas mais um pretexto para sentar ao lado de amigos e colegas para conversar bastante sobre futebol e jornalismo. Foi assim que o site surgiu, ainda no rescaldo da derrota do Brasil para a França em Saint-Denis. E é assim que a Trivela segue até hoje, preservando seu espírito original, ainda que algumas coisas já tenham mudado no futebol brasileiro.

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ARGENTINA

Russell Cheyne/AFP

por Antonio Vicente Serpa

A partir de uma declaração inocente, a Argentina vê surgir uma das apostas mais arriscadas de sua seleção: o técnico Diego Maradona

Era uma vez, em Pequim... Maradona grita: agora, ele voltou à seleção argentina, mas do lado de fora do campo

telefone de Julio Grondona tocou. Era outubro de 2008 e o presidente da federação argentina se recompunha do pedido de demissão do técnico Alfio Basile, que deixara a seleção alvi-celeste encurralado pelos maus resultados e críticas da imprensa. Do outro lado da linha estava Diego Maradona. El Diez ligou porque queria lembrar o cartola de uma promessa feita em Pequim, quando o ex-jogador visitava a seleção olímpica. “Faça as coisas direito que a seleção é sua”, teria dito o dirigente. As palavras eram pura formalidade, frases para ser simpático. Naquele momento, Grondona jamais imaginaria que Basile se demitiria e ele até já tinha o nome para assumir o cargo depois da Copa de 2010: Sergio Batista, técnico medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Maradona, porém, estava disposto a cobrar o cartola pela promessa e evidenciou isso antes que outra opção aparecesse como salvação para a Argentina.

O A seleção eu dirijo, ninguém mais Assim que assumiu, já respondendo a quem insinuava que o técnico de verdade seria Carlos Bilardo

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O presidente da AFA não se deixou pressionar e tomou seu tempo para tratar de colocar gelo no vulcão que se tornou Diego quando viu que esta era sua oportunidade. A lógica indicava um só nome, Carlos Bianchi. E só o ódio pessoal de Grondona pelo técnico mais vencedor da história do futebol argentino impediu que ele fosse o escolhido. O orgulho bateu mais forte: Grondona e seus filhos, Julio e Humberto, jamais toleraram que o treinador tetracampeão da Libertadores tenha rejeitado três vezes o convite para comandar a seleção argentina, tampouco suas críticas sobre a AFA. Também pesou uma questão política: Bianchi não tem boa relação com a Torneos y Competencias (poderosa empresa de eventos e comunicação na Argentina) e sua soberba não admite imposições externas. Basta um exemplo, antes do Mundial de 2001, Mauricio Macri, presidente do Boca, contratou o atacante Takahara

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para ganhar adeptos no mercado asiático. O japonês jogou alguns minutos no Campeonato Argentino, mas não foi inscrito no torneio internacional. Nem como guia turístico o jogador foi a Tóquio. Grondona já está muito cansado para dores de cabeça como esta. Teve de tolerar Daniel Passarella e Marcelo Bielsa, dois técnicos que não deixavam o dirigente nem se aproximar do vestiário. Ramón Díaz, com graves dificuldades para gerenciar elencos, Américo Gallego, cheio de problemas pessoais, e Miguel Ángel Russo, treinador sem carisma, também não eram opções viáveis. Assim, o cartola tratou de cobrir-se com o que representa o nome de Maradona. Foram 12 dias de dúvidas, entre a demissão de Basile e o anúncio de Dieguito, em 28 de outubro.

Professor Diego O dirigente tentou colocar a seu lado uma comissão técnica eexperiente. Até criou a figura de um secretário técni técnico para ter em Carlos Bilardo uma espécie de “Zagallo da Argentina”, alguém que pare na frente de um time ti e liste todos seus títulos. Também é um fundame fundamentalista incurável, capaz de dar sua vida pe-

la seleção, deixando de lado até a família. O cuidado de cercar El Diez de gente de confiança se justifica. Como treinador, as únicas experiências de Maradona são distantes e pouco alentadoras: fracassou no Deportivo Mandiyú e no Racing (veja box). Seu momento pessoal era dos piores na época, mas ele continua sendo Maradona, com o bom e ruim que isso significa: um ímã do ponto de vista do marketing (500 jornalistas se credenciaram para cobrir sua estréia contra a Escócia), mas um personagem sempre propenso a desequilíbrio e confrontos. Poucos dias serviram para demonstrar isso: ele não tinha nem duas semanas no cargo quando ameaçou renunciar porque Grondona não aceitava Óscar Ruggeri na comissão técnica. A aposta da AFA tem base na imagem que pode projetar Diego no elenco de jovens que mal o viu jogar, mas que cresceu com o mito do herói que passou por uma infância de privações até chegar ao topo. Isso ficou evidente na expressão de felicidade e assombro de Gago ou Tevez quando terminou a partida em Glasgow e receberam o abraço enorme e agradecido do novo chefe.

Se fosse por mim, jogaria essa partida até de goleiro. Sabem como invejo vocês, seus filhos da p...? Motivando seus comandados duas horas antes do amistoso contra a Escócia

23 JOGOS, TRÊS VITÓRIAS As imagens de 1994 e 1995 mostram um Maradona com terno e gravata, de pé, hiperativo ao lado do banco de reservas, dando indicações ao lado de seu amigo Carlos Fren, com quem formou dupla para comandar o Deportivo Mandiyú e o Racing. Os números não avalizaram sua gestão e, em ambos casos, as experiências foram curtas.

Maradona dirigiu o Mandiyú por 12 partidas e venceu apenas uma. No Racing, não foi muito melhor: 11 partidas e apenas dois triunfos. No total, um aproveitamento de 39,13%, considerando que, na época, ganhar um jogo valia apenas dois pontos. Muito pouco para aspirar, mais de uma década depois, o comando da seleção argentina.

Diário Olé

Passaram-se 13 anos da primeira experiência de Maradona como técnico. Eram dias de tormenta, nos quais o sofrimento era imenso porque Diego ainda se sentia jogador. Ele ainda era, de fato, mas não podia exercer a profissão porque estava suspenso pelo doping da partida contra a Nigéria na Copa do Mundo dos Estados Unidos.

Um currículo discreto Deportivo Mandiyú 1x2 Rosario Central 1x1 Gimnasia La Plata 3x3 Argentinos Juniors 0x0 Ferro Carril Oeste 1x2 San Lorenzo 0x4 Belgrano 1x2 Independiente 2x2 River Plate 3x0 Gimnasia Jujuy 1x1 Banfield 0x2 Newell’s Old Boys 0x0 Racing

Apertura 1994

1V 6E 5D 13 GP 19 GC

Racing 0x1 Ferro Carril Oeste 1x0 Platense 0x0 Independiente 2x2 Huracán 1x2 San Lorenzo 2x2 Talleres 1x1 Belgrano 1x0 Boca Juniors 1x3 River Plate 1x1 Vélez Sársfield 0x0 Gimnasia Jujuy

Dezembro de 2008

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Clausura 2005

2V 6E 3D 10 GP 12 GC 45

12/3/08 11:26:44 PM


LA ALBICELESTE, POR MARADONA Pelas indicações dadas em seu início de trabalho, a equipe ideal de Maradona jogaria no 4-3-1-2, de acordo com o desenho abaixo. Como Riquelme joga solto, a meia esquerda fica vazia. Para preencher o setor, A opção seria colocar mais um zagueiro (provavelmente Burdisso) e permitir que Zanetti e Papa se integrem ao meio-campo, formando um 3-4-1-2. Neste caso, Maxi Rodríguez ou Gago seria sacrificado.

Agüero

Messi

(Tevez)

Riquelme

Maradona conta com Gago para seu meio-campo ideal

Russell Cheyne/AFP

Maxi Rodríguez

Gago

Mascherano M

Papa Zanetti

Meus jogadores são homens. Deram tudo pela camisa e isso me faz sentir orgulhoso como técnico Logo depois da estréia

Os desafios que virão são maiores. Para a estréia, Maradona não teve suas figuras máximas: Riquelme, a quem dará a camisa 10, e Messi, que se tornaria o dono da equipe. A convivência entre ambos parece ter melhorado, mas a estrela do Barcelona não se sente cômoda ao lado do ídolo do Boca. Riquelme está acostumado a ser líder. Em La Bombonera, tem mais poder que o próprio técnico. Dá indicações, acomoda seus companheiros, aconselha e está atento a tudo o que acontece como corresponde ao cérebro da equipe. Messi, por sua habilidade, é o jogador mais parecido com Maradona que já teve o futebol argentino. No entanto, Messi é um individualista que vê no toque a um companheiro o último recurso. Podem conviver juntos? Esse é o primeiro dilema que deve resolver Diego. Por enquanto, a tarja de capitão fica com Javier

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(Angeleri)

Heinze

De Michelis D

Carrizo

Mascherano, modelo de jogador que quer para a seleção: entrega-se 120% com ferocidade, profissionalismo, sangue quente, concentração e seriedade até nos amistosos. A estréia foi um triunfo exíguo (1 a 0, gol de Maxi Rodríguez), mas suficiente e necessário para respirar como a palmada na bunda que se dá no recémnascido para que solte em um grito todo o ar contido no tempo de sua gestação. Por enquanto, o argentino considera que, em 19 de novembro de 2008, Deus baixou à terra dos mortais. Ele continuará sendo Deus, claro, mas se não for bem, será criticado primeiro e crucificado depois. No futebol, o resultado é a única religião. Saiba mais sobre futebol argentino em www.trivela.com/argentina

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sustentabilidade para a vida real

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NEGÓCIOS Crise econômica mundial obriga clubes europeus a refazerem seus orçamentos e pode até respingar no futebol brasileiro

DE CALCULADORA

NA MÃO ssim que explodiu a crise financeira mundial, logo se fez as primeiras associações do cenário econômico com o futebol. Manchester United e Newcastle quase viram seus patrocinadores – pela ordem, a seguradora AIG e o banco Northern Rock – falirem, o dono do West Ham praticamente quebrou e as ações de alguns clubes despencaram na bolsa de valores. No entanto, uma recessão como a que se avizinha pode ter efeitos muito mais profundos e duradouros em médio e longo prazo. E, aí, o futebol brasileiro também se torna vítima. O núcleo da crise mundial é a falta de crédito no mercado financeiro (veja box). Com isso, operações que exijam grandes montantes e pagamentos graduais ficam prejudicados. Isso atinge em cheio quem recorreu a empréstimos ou investiu pesado projetando um lucro futuro. E não são poucos os que se encaixam nesse perfil. O Liverpool é um bom exemplo. Controlado pelos norte-americanos Tom Hicks e George Gillet, o clube planejava a construção de um novo estádio, mas a incerteza do mercado fez os investidores darem um passo atrás. “Continuamos comprometidos com a construção de uma nova casa para o Liverpool, mas, como acontece com outros grandes projetos do Reino Unido, a

Ricardo Matsukawa/Futura Press

Divulgação

Craig Brough/AFP

Divulgação

Phil Noble/Reuters

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A crise atingiu empresas que patrocinam clubes, como AIG (Manchester United) e Northern Rock (Newcastle). Projetos de longo prazo, como os estádios de Liverpool e Palmeiras, e transações em moeda estrangeira, como a compra de Herrera, também são afetados

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por Bruno Diniz

arena terá de ser reavaliada”, anunciaram os empresários em comunicado oficial. Os Reds têm dívidas de € 700 milhões financiadas pelo banco norte-americano Wachovia, um dos que mais sofreu com a crise financeira. Atenta ao fenômeno, a Uefa anunciou que os clubes excessivamente endividados podem ter suas inscrições recusada em competições continentais. Para contornar esses problemas, a Associação de Ligas Européias de Futebol Profissional (EPFL) tenta achar soluções. Em debate com a Comissão Européia, a idéia é exigir das casas de apostas uma parcela dos seus lucros. De acordo com a associação, os direitos das ligas, os símbolos dos clubes e a identidade das competições estão sendo usados para gerar milhões de euros. Assim, parte desse dinheiro seria reinvestida no futebol.

A negociação de projetos futuros também está comprometida. Tudo começou quando o mercado Flamengo e São Paulo podem trocar imobiliário americano passou por uma fase de patrocinador porque não consede expansão acelerada, em 2001. A demanda guem convencer seus atuais parceiros por imóveis cresceu, devido às taxas baixas – Petrobrás e LG – a pagarem os vade juros nos financiamentos imobiliários lores pedidos. e nas hipotecas. Para aproveitar o bom No Palmeiras, a crise ataca em duas frentes. O empréstimo de Kleber se momento, bancos especializados no mercado encerra no fim do ano e o clube esimobiliário passaram a atender clientes de tá com dificuldades para bancar os renda muito baixa, por vezes com histórico US$ 8 milhões pedidos pelo Dínamo de inadimplência. Com o não-pagamento em de Kiev. Problema parecido com o do massa das hipotecas, os preços dos imóveis, Corinthians na tentativa de manter que atingiram o pico em 2006, passaram a Herrera no elenco. Além disso, o clucair. O Fed (Banco Central norte-americano) be do Parque Antarctica está com um aumentou os juros, encarecendo o crédito projeto de novo estádio prestes a sair e afastando compradores. A inadimplência do papel. O mercado não esconde sua aumentou e o temor de novos calotes fez o apreensão em relação ao assunto, apecrédito sofrer uma desaceleração expressiva, sar de a diretoria palmeirense declarar além de quebrar instituições financeiras, segurança. “A construção da Arena não desaquecendo a economia mundial. corre riscos, a menos que aconteça um crash nas bolsas de valores, o que não Enquanto isso, no Brasil deve ser o caso. Todos os investimentos O futebol europeu atende a regulamentações de merestão confirmados”, avalia o economista Luis Gonzaga cado muito mais nítidas que no Brasil, o que não sigBelluzzo, diretor de planejamento do clube. nifica que os clubes brasileiros não tenham de se preAinda é cedo para projetar como será o futebol braocupar. A realidade pode não ser muito parecida, mas sileiro e mundial nos próximos anos. A queda de poos problemas são. Pelo nível de endividamento das der aquisitivo das equipes européias pode reduzir o equipes brasileiras, é muito comum se recorrer a eminvestimento em jogadores que atuam no Brasil, mas préstimos bancários. Uma medida difícil de viabilizar o impacto da recessão pode levar os clubes do laquando o setor financeiro está em crise de crédito. do de cá do Atlântico a precisarem vender mais atleEssa nova realidade já fez vítimas, caso do Botafogo, tas. O certo é que os dirigentes já estão fazendo conque atrasou salários e acabou perdendo o meia Carlos tas. Cada vez mais, um erro de planejamento pode ter Alberto, que rescindiu seu contrato com o Alvinegro. conseqüências graves.

ENTENDA A CRISE

ONDE A CRISE É SENTIDA Câmbio

Capitalização

Consumo

Com o real em baixa, fica mais barato para clubes estrangeiros comprarem jogadores no Brasil e mais caro para brasileiros buscarem reforços no exterior. Isso pode servir de compensação pela redução de investimento de equipes européias em reforços.

Clubes que dependem de empréstimos terão mais dificuldades para consegui-los ou terão de pagar juros mais altos por eles. A bolsa de valores, em constante baixa, não serve de opção interessante para se capitalizar.

O mercado já sente um recuo no consumo da população. Isso impacta os clubes de modo direto, com queda na venda de produtos oficiais, e indireto, com a diminuição do retorno de quem patrocina o futebol.

Grandes projetos Planos ousados, como a construção de estádios, dependem de investidores ou empréstimos bancários. Com a crise de crédito, alguns projetos podem ser engavetados.

Patrocínio Em momentos de crise, as empresas reavaliam seus investimentos, sobretudo em marketing. Algumas ações ligadas ao futebol podem entrar na lista de não-prioritárias e serem encerradas.

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Esses sete times vão decidir o título mundial em 2008, o que não significa que eles não tenham passagens curiosas e inusitadas em sua história orto x Once Caldas. Com todo o respeito a portugueses e colombianos, dificilmente o título mundial voltará disputado por clubes tão improváveis. De qualquer modo, a edição 2008 do Mundial de Clubes, agora já reformulado e com representantes de todos os continentes, é forte candidata a momentos insólitos. Com o título da LDU na Libertadores, tornou-se viável imaginar que, pela primeira vez, a América do Sul poderá ficar de fora da decisão. Para mostrar o lado B desse Mundial, o último disputado no Japão antes de ir aos

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Emirados Árabes, reunimos histórias curiosas dos oito participantes da competição: Adelaide United, Al Ahly, Gamba Osaka, LDU Quito, Pachuca, Waitakere United e... Manchester United. Sim, até o Manchester United, tido por alguns como o maior clube do mundo, já teve seu momento de pequeno que passava seus vexames e tinha medo dos rivais locais. Sinal de que, mesmo quem está em baixa hoje, um dia pode estar decidindo quem é o campeão do mundo. Veja o guia completo do Mundial de Clubes em www.trivela.com/mundialfifa

Gamba Osaka LDU Quito Manchester United

ALTERNATIVO

Pachuca

Com um jeitão

SETE CONCORRENTES, SETE HISTÓRIAS INUSITADAS

O “poderoso” Waitakere faz o maior “clássico” da Oceania contra o Auckland City

Al Ahly

Adelaide United

por Ricardo Espina

Waitakere United

Getty Images/AFP

MUNDIAL DE CLUBES

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1ª Fase

se o único clube do mundo a vencer um torneio continental fora de sua confederação: no caso, a Copa Sul-Americana, conquistada sobre o Colo-Colo. A taça coroou um período áureo dos Tuzos, que conquistaram quatro torneios em apenas 17 meses. com a participação improvisada, o time ficou com o título. Em 2008, a equipe entrou como campeã neozelandesa e teve vida mansa: disputou apenas seis jogos e enfrentou somente dois times estrangeiros: Manu Ura (Taiti) e Kossa (Ilhas Salomão).

14/dezembro – 8h30 Toyota

Al Ahly Gamba Osaka

VENCEDOR

Pachuca

Semifinais 17/dezembro – 8h30 Tóquio

18/dezembro – 8h30 Yokohama

Manchester United

LDU Quito

Decisão do 3º Lugar 21/dezembro – 5h30 Yokohama

x Final 21/dezembro – 8h30 Yokohama

x

7x0

Para ver qual era o melhor time da Nova Zelândia, o Waitakere - campeão nacional - fez um amistoso contra o Wellington Phoenix, equipe neozelandesa que disputa a A-League australiana. A goleada em favor do Phoenix deixou bem claro qual o nível do Waitakere

Dezembro de 2008

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VENCEDOR

agravaria sua situação, o United se uniu ao Manchester City – principal time da cidade na época – para impedir que o “caçula” fosse aceito em ligas profissionais. O Central não superou o boicote dos vizinhos mais tradicionais e desapareceu em 1932.

PERDEDOR

11/dezembro – 8h45 Tóquio

Horários de Brasília

Nos anos 20 e 30, os Red Devils oscilavam entre a primeira e segunda divisões e tinham pouca torcida. Na época, surgiu um novo clube, o Manchester Central, que caiu nas graças dos mancunianos. Com o temor do crescimento da nova equipe, o que

Adelaide United Waitakere United

13/dezembro – 2h45 Tóquio

VENCEDOR

pela competição. Das 14 partidas disputadas, venceu apenas cinco e, das seis últimas, ganhou apenas uma (os 4 a 2 sobre o Fluminense no jogo de ida da final). Já está bom demais para uma equipe que, em 2001, estava na segunda divisão do Equador.

Vinda de uma liga semi-profissional, a equipe da Nova Zelândia vai para seu segundo Mundial, agora sem entrar pela porta dos fundos. Em 2007, o Waitakere entrou na O-League de última hora, convidado após a desistência do Port Vila, de Vanuatu. Mesmo

Fase Preliminar

cidade, o Gamba perde em popularidade do Cerezo. Em tempo: “Gamba” é uma abreviação de “gambare” (“lutar” em japonês) e, apesar da semelhança na grafia e do costume nipônico de dar mascote aos times, não tem nada a ver com “gambá”.

Não foi só na (falta de) tradição que a LDU surpreendeu ao conquistar a Libertadores. A participação do time equatoriano no torneio não parece a de um campeão. O clube contou com um orçamento anual de apenas US$ 6 milhões. Além disso, não passeou

Os Tuzos vão para seu segundo Mundial consecutivo, mas precisaram de poucos gols para garantir um lugar no torneio. Em seis jogos na Copa dos Campeões da Concacaf, o time foi às redes apenas sete vezes. Em 2006, o Pachuca tornou-

x

PERDEDOR

Como único japonês no Mundial de Clubes, o Gamba terá apoio de milhões de torcedores, algo não tão comum na história da equipe. A população de Osaka é fanática pelo Hanshin Tigers, time de beisebol local. Entre os amantes de futebol na

18/dezembro – 5h30 Yokohama

VENCEDOR

ostentando uma invencibilidade de 55 jogos (pouco mais de 18 meses) e com banca de quem surpreenderia os favoritos. A marra durou bem pouco: de cara, o time perdeu para o Al Ittihad e, na decisão do quinto lugar, caiu diante do Sidney.

Decisão do 5º Lugar

VENCEDOR

A equipe egípcia se tornou “arroz de festa” no Mundial desde que a Fifa abriu a competição para outros continentes: das cinco edições, o Al Ahly participará de sua terceira. Mas nem sempre quantidade significa qualidade. Em 2005, o time chegou ao Japão

TABELA COMPLETA

PERDEDOR

te, depois de eliminar o Bunyodkor de Rivaldo e Zico nas semifinais. Em 2006/7, o clube de Adelaide fez parte da corrida de Romário pelo milésimo gol. O atacante disputou apenas quatro partidas e foi às redes apenas uma vez.

PERDEDOR

O time australiano se classificou para o Mundial mesmo sem ganhar um título nacional ou continental. Os Reds disputaram a Liga dos Campeões da Ásia como segundo colocado da A-League. No torneio asiático, a equipe foi vice novamen-

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CAPITAIS DO FUTEBOL » TÓQUIO/YOKOHAMA (JAP) por Ubiratan Leal

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Onde o

mundo conhece seus campeões

O futebol nem é o esporte preferido dos japoneses, mas todo torcedor sonhou um dia em ver seu time atravessar o mundo para jogar em Tóquio ou Yokohama

or décadas, “Projeto Tóquio” foi uma expressão utilizada à exaustão por times brasileiros. Bastava garantir uma vaga na Copa Libertadores para já se sonhar com uma viagem ao outro lado do mundo. Guardadas as proporções, ir à capital japonesa em dezembro se transformara em uma versão futebolística da Hadj, a peregrinação que todo muçulmano tem de fazer, uma vez na vida, a Meca, entre o oitavo e o décimo dia do último mês do calendário islâmico. Tamanha importância tem sua razão de ser. Com uma econo-

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mia em ebulição e a neutralidade de quem está na Ásia e tem o beisebol como esporte mais popular, o Japão foi a salvação de um Mundial Interclubes que sofria com as divergências entre europeus e sul-americanos. Assim, Tóquio se tornou, em 1980, num berçário de campeões mundiais que traz boas lembranças para torcedores de Flamengo, Grêmio, São Paulo, Internacional e Seleção Brasileira. Os mais puristas podem lembrar que, a partir da Copa do Mundo de 2002, a capital japonesa foi substituída por Yokohama nas grandes decisões. Mas a verdade é que a se-

gunda maior cidade do Japão apenas é parte da região metropolitana de Tóquio, a mais populosa do mundo com seus mais de 30 milhões de habitantes. A sensação de que tudo faz parte de uma mesma massa urbana fez que nem houvesse rivalidade entre ambas as cidades. A rixa fica reservada para Osaka pelas diferenças culturais e históricas. Isso não significa que o Gamba Osaka terá torcida contra no Mundial de 2008. Os japoneses tendem a deixar as disputas regionais de lado quando o país é representado. O que não pode ser confundido com desapego dos torcedores

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Milan e Boca Juniors foram os últimos clubes a viverem o “Projeto Tóquio”

OS TIMES DA CASA

Mexsport

de Tóquio, Yokohama e Kawasaki (esguia cidade espremida entre as duas gigantes) por suas equipes. Até porque a capital japonesa é cenário de uma intensa disputa de times por espaço. O Tokyo Verdy já foi o maior clube do país. Na época do amadorismo, se chamava Yomiuri (nome da empresa de comunicação que banca o time) e conquistou até o título continental. Com a chegada do profissionalismo, nomes corporativos foram eliminados e a equipe recebeu o nome de Verdy Kawasaki (sim, “Verdy” é uma adaptação de “verde” do português). Os investimentos eram altos e, com estrelas da incipiente J.League como Kazuo, Ruy Ramos, Maezono e Bismarck, o time foi bicampeão nacional. A ambição do Verdy era tão grande que acabou sendo sua ruína. Seguindo o desejo de se tornar uma versão futebolística do Giants – superpotência do beisebol japonês também financiada pela Yomiuri –, a diretoria exagerou nos gastos e acabou colocando o clube em dificuldades financeiras.

Em busca de mais público, a equipe se mudou para a capital e adotou o nome Tokyo Verdy. Desde que entrou em crise, o ainda maior campeão japonês tem como principais obstáculos os times pequenos que o cercam. Em Kawasaki, o Verdy perdeu espaço para o Frontale que, para sobreviver entre cidades gigantes, trabalhou a fidelização da população local. Assim que chegou a Tóquio, o clube alviverde teve de se deparar com o FC Tokyo, com uma torcida já consolidada. Ainda que os resultados em campo sejam discretos, o FC é o time mais popular da capital e seus seguidores dizem que o rival vive do passado e não tem identidade devido à mudança de sede.

Torcida toma as rédeas Em Tóquio, o futebol foi afetado pela concorrência entre os times, sobretudo do migrante Verdy. Um pouco ao sul, a idéia foi oposta: juntar forças. Na criação da J.League, em 1993, Yokohama era a única cidade com dois clubes. O Marinos, mantido pela Nissan, e o

J.League (primeira divisão)

Flügels, ligado à companhia aérea ANA (All Nippon Airways). Tamanho espaço se justificava. O Marinos seguia a tradição de uma das forças do futebol japonês na época do amadorismo e se tornou rapidamente num dos grandes da liga profissional. Equívocos na montagem de times fizeram com que o gordo orçamento dos Seagulls nem sempre se convertesse em títulos, mas um time que tem o estádio Nissan como casa não deve ser desprezado. Seu rival local tinha menos poder, mas chegou a conquistar uma Copa do Imperador (equivalente à Copa do Japão) e uma Recopa Asiática. Na segunda metade da década de 1990, a economia japonesa perdeu fôlego e as corporações que bancavam os clubes reduziram o investimento no futebol. Esse processo coincidiu com um momento em que os times tinham estrelas internacionais e a direção da J.League havia decidido aumentar o número de participantes da primeira divisão. Foi a receita de um desastre que levou

J2 (segunda divisão)

Yokohama Football Club Tokyo Verdy 1 Copa dos Campeões da Ásia 7 Campeonatos Japoneses 2 Copas do Imperador 6 Copas da Liga

Yokohama F. Marinos 3 Recopas Asiáticas 5 Campeonatos Japoneses 5 Copas do Imperador 4 Copas da Liga

Obs.: números consideram a época em que o clube se chamou Yomiuri (amadorismo) e Verdy Kawasaki

Obs.: números consideram a época em que o clubes se chamou Nissan (amadorismo) e Yokohama Marinos

Japan Football League (terceira divisão)

Yokogawa Musashino Football Club Kanto League First Division (quarta divisão)

Machida Zelvia, Yokohama Sports & Culture Musashino Football Club Kanto League Second Division

Football Club Tokyo 1 Copa da Liga

Kawasaki Frontale

(quinta divisão)

Aries Tokyo, Kanagawa-ken Kyoin, Korea, Toshiba Fuchu

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Tóquio

e

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12.790.000 habitantes

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JAPÃO

Yokohama 3.645.507 habitantes

Kawasaki 1.385.003 habitantes

o futebol nipônico a uma grave crise. O Flügels não resistiu e fechou as portas em 1998. A solução parecia óbvia do ponto de vista empresarial: os Seagulls absorveram o vizinho, levando os jogadores e acrescentando um “F” no nome, transformando-se no Yokohama F Marinos. A torcida do Flügels não ace aceitou a fusão com o odiado rival. No Nos jogos que restavam na temporada de 1998, as placas de publicidade da ANA foram escondidas ou destruídas. d Escritórios da companhia aérea foram invadidos e executivo executivos se tornaram alvo de ovos e outro outros objetos nas ruas. con Para controlar os ânimos, a direção da JJ.League permitiu algo inédito até então: que os torcedores criassem e gerissem um clube. Uma associação de seguidores do finado Flügels levantou fundos e criou o Yokohama FC. Sem o apoio

AS CASAS DOS TIMES

4 Todoroki O estádio do Frontale tem capacidade para 25 mil torcedores e foi inaugurado em 1962. É utilizado para vários esportes, tanto que tem pista de atletismo e recebeu a final do Mundial de futebol americano de 2007.

1 Nissan Também conhecido como Yokohama International. Inaugurado em 1998, tem 72.327 lugares, que o tornam o maior estádio do Japão. A casa do Yokohama F Marinos recebeu a final da Copa do Mundo de 2002 e é a sede da decisão do Mundial de Clubes desde 2002. Fica a uma caminhada curta da estação Shin-Yokohama de trem.

5 Mitsuzawa Com apenas 15.046 lugares, o Mitsuzawa recebe as partidas do Yokohama FC e jogos secundários do Marinos. Também abriga o Campeonato Japonês de rúgbi.

2 Nacional Olímpico

6 Nishigaoka Fotos Divulgação

O Kokuritsu (“nacional”, em japonês) é o estádio mais conhecido do Japão. Foi a principal arena dos Jogos Olímpicos de 1964 e abrigou a final do Mundial de Clubes entre 1980 e 2001. Recebe algumas partidas do Tokyo Verdy e do FC Tokyo, mas seu uso mais consagrado é como sede das finais da Copa do Imperador e da Copa da Liga e de jogos do Mundial de Clubes. Tem capacidade para 57.363 torcedores e está próximo a duas estações de metrô e duas de trem.

3 Ajinomoto Primeiro estádio do Japão a ter o nome cedido a um patrocinador, o antigo estádio Tokyo fica ao lado do aeroporto de Chofu (tanto que sua altura é limitada pela regulamentação aeroportuária). Com 50.100 lugares, é a casa regular de Tokyo Verdy e FC Tokyo.

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O estádio de 10 mil lugares foi a casa do Tokyo Verdy quando o clube esteve na J2. Em situações normais, recebe jogos de categorias de base.

7 Edogawa Com 20 mil lugares, recebe partidas importantes do Yokogawa Musashino e competições de outros esportes.

8 Musashino Municipal O Shiritsu Musashino tem 5 mil lugares e recebe eventos de atletismo e jogos do Yokogawa Musashino.

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ALÉM DO JOGO

Fotos Divulgação

u Shinjuku

e Palácio Imperial Localizado no centro da cidade, conta com a casa da família imperial japonesa e jardins tradicionais, transformados em parques públicos. A poucos quarteirões dali está a Torre de Tóquio, ponto mais alto da cidade (com 333 m, é 13 m mais alta que a Torre Eiffel, na qual se inspirou), e o bairro de Ginza, famoso como centro gastronômico e de compras.

r Templo Senso-Ji Complexo budista mais antigo e um dos mais importantes da cidade. Inaugurado em 628, conta com vários pavilhões, um jardim e santuários, todos com arquitetura tradicional japonesa. A entrada se dá em uma rua com várias pequenas lojas de produtos tradicionais.

de uma grande empresa, o Fulie – o apelido do novo time se inspira no nome do anterior – enfrentou sérias dificuldades: teve de disputar oito temporadas até alcançar a primeira divisão. A aventura não durou muito e, em um ano, o Yokohama FC estava de volta à Segundona. Mesmo assim, a experiência da criação do time por uma torcida virou um marco do futebol profissional japonês. O caso do Flügels-Yokohama FC mudou toda a filosofia de trabalho dos clubes japoneses. A maior parte passou a valorizar a relação com a comunidade, usando jogadores locais quando possível e preferin-

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Sabe aquele cenário típico do Oriente, com arranha-céus de arquitetura ousada e várias lojas e casas noturnas com letreiros de néon? Em Tóquio, é no bairro de Shinjuku que isso pode ser visto. A três estações de metrô ao sul está o bairro de Shubuya, famoso pela vida noturna e a estranha moda adolescente japonesa.

i Minato Mirai 21 Yokohama não é o destino turístico mais atraente do Japão. Ainda assim, uma passada pelo centro da cidade não é perdida. O Minato Mirai 21 é a área do porto após revitalização, com vida noturna e a Landmark Tower, edifício mais alto do Japão. Perto dali estão alguns museus interessantes e Chinatown, o bairro chinês.

t Parque Ueno Preferido dos habitantes locais, o parque tem como marco um pagode de cinco andares e abriga um santuário, o maior zoológico do país e vários museus importantes, incluindo o Museu Nacional de Tóquio, o melhor do mundo em arte japonesa.

o Monte Fuji Não fica em Tóquio, mas é pecado não separar um tempo para um bate-volta até um dos principais símbolos do Japão (e antigo ponto sagrado). Além da escalada (apenas em julho e agosto), é possível praticar caminhadas em trilhas, esqui e natação no parque e nos lagos que circundam o vulcão.

do reforços que possam se enraizar ao invés de correr atrás de veteranos estrangeiros em busca de ienes antes da aposentadoria. Isso evidencia como Tóquio e Yokohama tiveram importância tanto para o futebol interno como na sobrevivência do Mundial de Clubes. Fatos fortes o suficiente para reservar um espaço para a capital nipônica no cenário futebolístico internacional. Tanto que, depois de passar 2009 e 2010 nos Emirados Árabes, o Mundial de Clubes já tem retorno marcado para a mais populosa metrópole do mundo. Um lugar que continuará nos sonhos de torcedores de todos os continentes.

QUEM QU EM LEVA LEV L EVA EV A Algumas companhias asiáticas fazem vôos para Tóquio, como a Korean Air (www.koreanair.com) e a Japan Air Lines (www.jal.com.br). Outras companhias fazem vôos com conexões em outros países. Algumas opções são Air France (www.airfrance.com.br), British Airways (www.britishairways.com), Lufthansa (www.lufthansa.com), KLM (www.klm.com.br), United Airlines (www.united.com.br), Delta Air Lines (www.delta.com), Continental Airlines (www.continental.com), American Airlines (www.aa.com) e LAN (www.lan.com).

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por Gustavo Hofman

HISTÓRIA

Os forasteiros de

San Mamés

No alto da página, primeiro time do Athletic: Orbe, Ugalde, Alzola, Mac Lenan, Mendiguren, C. Castellanos, Ledo, M. Castellanos, Guinea, Evans, Langford e Davies. Na outra foto, um dos primeiros dérbis bascos contra a Real Sociedad

O País Basco (ou Euskal Herria, em basco) é uma região ao norte da Espanha e sul da França que reivindica sua independência. A região concentra os estados espanhóis de Álava, Biscaia, Guipuzcoa (formam a região autônoma do País Basco, ou Euskadi) e Navarra, além das regiões francesas de Baja Navarra, Labort e Sola. Suas origens, cultura e idioma (euskera) são distintos de quaisquer outros existentes no mundo (nem latinos são). Sua população, aproximada, é de 3 milhões. Durante a Guerra Civil espanhola, os bascos foram duramente reprimidos pelo governo de Franco, rusgas que se mantém vivas até os dias atuais com Madri.

história.indd 2

o fim do século XIX e início do passado, Bilbao passava por um grande processo de industrialização. A cidade havia dado um salto populacional de 11 mil habitantes em 1880 para 80 mil em 1900. Sua economia crescia fortemente, principalmente com a instalação de siderúrgicas e a criação do Banco de Bilbao (embrião do BBVA) e da bolsa de valores. Pela presença de empresas inglesas e de jovens da elite bilbaína que haviam estudado na Inglaterra, a influência britânica era crescente na capital basca. O futebol chegou ao País Basco no meio dessa mistura de culturas e não foi surpreendente que os principais clubes de Bilbao – incluindo um certo Athletic Club, criado em 1898 – tivessem ligações com os ingleses. O curioso é pensar como esse Athletic, hoje considerado um bastião da ideologia separatista basca, tem uma origem com forte marca britânica. Um exemplo dessa relação é Alfred Mills. Funcionário da empresa de telégrafos da Inglaterra, foi mandado para Bilbao em 1896. Ele já gostava de futebol, conheceu outros aficionados e, dois anos depois, esteve entre os 33 fundadores do Athletic. “Ele virou jogador e atuou pelo clube até 1905, quando se tornou diretor do clube. Foi inclusive campeão da Copa do Rei em 1904”, conta John Mills, neto de Alfred radicado no Brasil há décadas e sócio dos Rojiblancos até hoje. Alfred foi um dos precursores, mas não o único inglês a defender o Athletic em seus primeiros anos. “Alguns outros também jogaram, mas não eram importados, já estavam lá em Bilbao, com os bascos. Eram trabalhadores ingleses que tinham sido mandados para o País Basco e moravam lá”, conta John. Esse era um contexto muito distinto dos tempos atuais. No início do século XX, era totalmente impensável os clubes – ainda em fase amadora – realizarem contratações de jogadores de outras localidades. Apenas os talentos regio-

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ENTENDA O PAÍS BASCO

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Athletic Bilbao é conhecido por usar apenas jogadores bascos, mas já teve alguns “intrusos” em seus elencos

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Fotos Reprodução

nais eram utilizados. Por isso, os ingleses que trabalhavam em Bilbao tiveram a chance de atuar pelo Athletic.

Instituição da filosofia basca A situação só mudou a partir de 1911. O Athletic era, de longe, o melhor time da Espanha naqueles tempos. Com a dissolução do Bilbao, o outro clube de futebol da cidade, todos seus jogadores foram incorporados. Campeão da Copa da Espanha (hoje Copa do Rey) em 1903, 1904, 1910 e 1911, até então a única competição nacional do país. Os Leones representavam o sucesso dos bascos. Em 1911, Unión Ciclista de San Sebastián (atual Real Sociedad), Basconia e Racing de Irún (atual Real Unión) reclamaram aos dirigentes do Athletic sobre a utilização de ingleses em suas escalações. Como o clube bilbaíno já passava por um processo de renovação, com os britânicos parando de jogar aos poucos, foi o momento para unir a necessidade de buscar novos talentos com uma resposta aos rivais. Desde então, a equipe passou a utilizar somente atletas nascidos na província de Biscaia. Ainda que a fama do clube seja de rigidez, houve um abrandamento nessa regra. Aos poucos, o Athletic passou a permitir jogadores de “Euskal Herria” (área de influência cultural basca, que abrange províncias vizinhas a Biscaia). Além disso, atletas de ascendência basca nascidos em

Primeira equipe do Athletic a enfrentar o Real Madrid, em 1904: Acha, Larrañaga, Irizar, Cockram, García, Mills, Evans, Davies, Dyer, Arana e Sota

outros países – geralmente latino-americanos – foram aceitos se tivessem passado pelas categorias de base do clube. É o caso do venezuelano Amorebieta, titular da zaga rojiblanca nesta temporada. Entre os sócios, qualquer proposta de

abrir espaço para não-bascos é rechaçada com veemência. No entanto, o estádio San Mamés já teve seus “forasteiros”. Sem alguns deles, inclusive, o Athletic e todo o mito que gira em torno do clube sequer existiriam.

OUTROS “ESTRANGEIROS” Depois da saída dos ingleses e estabelecida a limitação a não-bascos, o Athletic teve poucos “forasteiros” no elenco. Conheça o caso deles. Jogador

País

Época

Motivo

Chile

1939 a 43

Filho de pais bascos, formou-se como jogador em equipes bascas

Ignacio Larrauri

Filipinas

1941 a 42

Nascido em Goa, nas Filipinas, ex-colônia espanhola, sua família é de origem basca

Vicente Biurrun

Brasil

1986 a 90

Nasceu em São Paulo e se mudou para o País Basco na infância

Bixente Lizarazu

França

1996 a 97

Nasceu na parte francesa do País Basco

Mario Bermejo

Espanha

1997 a 98

Nasceu na Cantábria e foi contratado ao Racing de Santander para atuar no Athletic B, mas chegou a jogar pelo time principall

Santiago Ezquerro

Espanha

1998 a 2005

Nasceu em La Rioja (região que nem todos consideram como basca), mas atuou anteriormente pelo Osasuna

Fernando Amorebieta

Venezuela

Desde 2005

Seus pais foram trabalhar na América e, por casualidade, nasceu na Venezuela. Retornou à Espanha com dois anos

Javier Iturriaga

México

2006 a 07

Formado nas categorias de base do Basconia

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Higinio Ortúzar

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CURIOSIDADE

por Gustavo Hofman

Xarás do

Leste Europeu Influência soviética fez com que a região ficasse cheia de Dynamos, Spartaks, Lokomotivs, CSKAs... Saiba de onde vieram e o que significam esses nomes okomotiv São Paulo, CSKA Rio de Janeiro, Krylya Sovetov Brasília, Spartak Porto Alegre, Dynamo Manaus e Metalurh São Bernardo. Se o Brasil fosse um país do Leste Europeu, esses provavelmente seriam os nomes de algumas equipes do Brasileirão. Basta olhar as tabelas dos principais campeonatos da região para ver que existe uma padronização de muitos nomes. Por exemplo, dá para contar pelo menos cinco CSKAs, oito Spartaks e sete Dynamos no Leste Europeu. Trata-se de um legado, principalmente, do domínio da União Soviética sobre a região. A maioria dos times estava ligada a alguma instituição do governo soviético. Um dos casos mais conhecidos é o do CSKA, sigla que, em tradução livre,

L

significa Clube Central de Esportes do Exército. O nome se espalhou por países aliados politicamente, como Bulgária (Sófia), Polônia (Varsóvia), Ucrânia (Kiev) e Tadjiquistão (Dushanbe). O motivo dessa ligação com o governo é muito simples: no comunismo, não existia propriedade privada. “Na União Soviética, tudo era estatal. Todos eram, de certa forma, funcionários públicos”, conta Nivaldo dos Santos, professor do Centro de Estudo de Línguas da Unicamp e mestre em literatura e cultura russa pela USP. Com isso, os clubes foram “adotados” por ministérios, departamentos, entidades, etc. Essaa tradição (e, em alguns casos, obrigatoriedade) faz parte da própria história da nação. “A própria organização da União Soviética ajudou nessa ligação

com os clubes de futebol. O país surgiu dos trabalhadores”, afirma Santos.

Cada nome, uma história Um exemplo disso é a VSS (Sociedade de Voluntários do Esporte), uma das principais organizações de esporte da União Soviética. Criada em 1935, entre outras atribuições, ela tratou de “organizar” os clubes e determinar um representante para cada área. Assim, o Zenit St. Petersburg (à época, Zenit Leningrado) ficou definitivamente vinculado à Leningradsky Metallichesky Zavod, a maior empresa do país na produção de turbinas e motores para usinas de energia. A origem do clube, no entanto, nos remete aos bolcheviques da Revolução de 1917. Já o Spartak Moscou foi fundado em 1922 para ser o time do povo. Sua li-

O QUE SIGNIFICA CADA NOME “ESTATAL” Nome Significado

CSKA

Dynamo

Spartak

Lokomotiv

Metalurh

Clube Central de Esportes do Exército

Força em movimento

Vem da palavra “Spartacus”

Locomotiva

Metalúrgicos

Mar Negro

Asas do Conselho

Exército

Ministério de Assuntos Interiores e polícia secreta

Sindicatos diversos

Companhias ferroviárias

Sindicatos e empresas da área

Nenhum

Governos e administrações regionais

Vínculo com o Estado Alguns clubes

Chernomorets Krylya Sovetov

CSKA Moscou

Dynamo Kiev

Spartak Moscou

Lokomotiv Moscou

Metalurh Donetsk

Chernom. Odessa

(RUS)

(UCR)

(RUS)

(RUS)

(UCR)

(UCR)

Krylya Sovetov Samara (RUS)

CSKA Sófia (BUL)

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Dinamo Zagreb (CRO)

Spartaki Tskhinvali (GEO)

Lokomotive Leipzig (ALE)

Metalurh Skopje (MAC)

Chernom. Burgas (BUL)

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Getty Images/AFP

A cidade de Moscou tem um Spartak (branco) e um CSKA (vermelho)

gação era unicamente com sindicatos. Daí veio o nome, oriundo do escravo Spartacus, que liderou uma rebelião contra Roma. Com a criação da VSS, o Spartak foi assumido pela entidade que representava dezenas de classes de trabalhadores das indústrias soviéticas. Spartaks, por sinal, não faltam na região. Há representantes em Nalchik, São Petersburgo (Rússia), Varna, Pleven, Plovdiv, Sófia (Bulgária) e ainda em Ivano-Frankivsk (Ucrânia). Curiosamente, também existem times ingleses e até mesmo de Cabo Verde homenageando o herói da Antigüidade. O Lokomotiv Moscou, como o nome sugere, estava ligado aos trabalhadores do sistema ferroviário soviético. O clube surgiu em 1923, com a Revolução de Outubro, já com o intuito de unir os jogadores ligados às ferrovias. Na seqüência, vieram Lokomotivs em Sófia, Plovdiv (Bulgária), Tbilisi (Geórgia) e Nizhny Novgorod, também na Rússia. Ainda em Moscou, o Torpedo iniciou sua trajetória ligado à fábrica de carros ZIL. Depois, originou irmãos em Kutaisi (Geórgia) e Zaporizhzhya (Ucrânia). Em

Samara, no interior da Rússia, surgiu o Krylya Sovetov, que significa “Asas do Conselho”, numa referência aos sovietes. Em várias cidades, principalmente ucranianas e russas, existem os Metalurhs, equipes vinculadas aos sindicatos de metalúrgicos e indústrias do ramo. Os clubes chamados Dynamo têm uma particularidade em relação aos outros cujos nomes são “padronizados”: eles costumam ser azuis e brancos. Assim, os times de Tirana (Albânia), Minsk (Belarus), Zagreb (Croácia), Tallin (Estônia), Tbilisi (Geórgia) e o mais famoso de todos, o de Kiev, têm as mesmas cores. Com isso, o governo soviético resolveu inventar uma história sobre a origem da combinação e determinou que ela representava “a água e o ar, dois elementos sem os quais não se pode viver”. Dynamo era uma organização, uma das maiores representantes do esporte na União Soviética. Criada em 1923, seu nome vinha de “força em movimento”, remetendo à força do esporte soviético. O Dynamo Moscou, fundado por um inglês, só recebeu a denominação atual depois da Revolução Russa, quando

Existem pelo menos cinco CSKAs, oito Spartaks e sete Dynamos no Leste Europeu

passou a ter ligações com o Ministério de Assuntos Interiores e a polícia secreta soviética, antecessora da KGB. Existem, porém, alguns nomes tradicionais do Leste Europeu que nada têm a ver com o Estado. No sudeste da Europa, encontra-se o Mar Negro, cujo nome, em russo, se traduz como “Chernomorets”. Ao longo de sua imensa costa, muitos foram os times batizados em sua homenagem, como aconteceu em Odessa (Ucrânia), Novorossiysk (Rússia) e Burgas (Bulgária). Essa cultura de “padronização” de nomes parece pouco criativa para nós, brasileiros – apesar de existirem, por aqui, inúmeros Atléticos, Américas e Grêmios, entre outros –, mas, no Leste Europeu, esses termos carregam toda uma história e dão identidade aos clubes. No futebol, como em várias outras áreas, o passado comunista ainda está muito presente na região. Dezembro de 2008

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FÃS

sem

limites Entrre forma para Entre raa wafff ffle e itens e de higiene nee pessssoa oal, adotar t ass cores dee um clu ube be se tornou al alggo muito to mais i comple c lex l xo que ue vestir tiir a camisa camis e se segu gurrrar a uma um maa flâmula ara muitos torcedores de futebol, não há limites para expressar a paixão que sente por seu time. Mas, até pouco tempo atrás, as butiques dos clubes ofereciam pouca coisa além dos itens clássicos, como camisas, flâmulas e bandeiras. Os tempos, agora, são outros. Na atual era do marketing, as equipes perceberam que expandir a marca das mais variadas formas pode ser um negócio da China. Assim, para a esbalde dos torcedores-consumidores, produtos cada vez mais ecléticos são disponibilizados nas lojas oficiais.

Medo de bicho-papão colorado? Pois os pimpolhos gremistas as têm a arma perfeita para garantir o sono doss justos: uma luminária noturna que reflete o escudo do Grêmio na parede. Preço: R$ 19,90.

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por Fábio Fujita

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No comando do Chelsea, Felipão já esboça a formação de sua “Scolari Family”. Para registrar os gestos, lamentos, caras e bocas de Big Phil à beira do gramado de Stamford Bridge, o torcedor dos Blues pode comprar uma câmera digital L100, de 8,2 megapixels, ao preço de € 99,99.

Cansado de esperar de pé em longas filas na busca de ingresso para aquele jogaço imperdível? Seus problemas acabaram! Ao menos para a torcida do Liverpool. Entre os produtos licenciados pelos Reds está a confortável cadeira inflável, na cor vermelha (logicamente), ao melhor estilo “trono real”. O preço é € 14,99.

Fotos Divulgação

CULTURA

Que tal saborear um waffle com o escudo do time marcado na face do doce? Pois os torcedores do Bayern de Munique, da Alemanha, têm esse privilégio graças ao Waffle Iron comercializado rciialilizaddo pela loja do clube. O produto oduto apresenta termostato ajustável, stável, luzes de controle e chapa apa anti-aderente. O preçoo é € 39,95

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Os felinos do Arsenal fazem suas refeições de forma elegante, como reza a etiqueta britânica: a loja oficial do time londrino oferece um personalíssimo recipiente para o alimento dos bichanos. Com espaço para a comida e a água (ou ( u gato gat inglês toma chá?), ch o item é vendido a € 8.

Executivos precisam controlar o fanatismo por seus clubes de coração para não perderem a elegância, certo? Errado no caso dos tifosi da Juventus. O torcedor bianconero pode adquirir de adq uirir três modelos de gravatas 100% vaatas 10 00% poliéster, com a discreta creta estampa est stampa do escudo do time, e, nas opções opç pções azul, azuul, amarelo e dourado. doo. Cada uma sai saai por € 23.

Será preciso muita paciência para encontrar o joelho do Ribéry ou o braço do Zé Roberto. Afinal, são nada menos de 300 peças para formar a imagem em 36 x 49 cm do elenco do Bayern de Munique no quebra-cabeças oficial do time. O torcedor ainda pode se arriscar no cubo mágico, cujo objetivo é alinhar os escudos do Bayern num mesmo lado, em meio a centenas de milhares de combinações. O puzzle sai a € 9,95; o cubo, € 12,95.

Adeptos de calçados do estilo All Star costumam ser fiéis, afinal, se trata quase de um estilo de vida. O Internacional prestou uma homenagem ao tênis centenário idealizado por Marquis Converse,, ao criar uma réplica do modelo, exclusivo na cor vermelha, com o escudo e o mascote do time na lateral externa. O par custa R$ 59,90.

Em São Paulo, macarronada da “mamma” é coisa de palmeirenses tradicionais. Mas os sãopaulinos podem dar um gostinho tricolor ao prato italiano com o extrato de tomate oficial do Paulo. São Paul

Foi-se o tempo em que neve e futebol só se misturavam em partidas disputadas nos rigorosos confins russos e paragens invernais do tipo. Hoje em dia, os torcedoressmirins da Internazionale podem odem m muito bem sair de férias para ra esquiar, curtindo as montanhas nhas nevadas com equipamentoo personalizado do time. O kit oficial inclui tábuas e capacete, ao preço de € 120.

Torcedor bom é torcedor asseado. Por isso, o Hamburg valoriza a boa higiene de seus seguidores. A loja oficial dispõe de toda uma um m linha de produtos para o corpo, que inclui sabão líquido (€ 6,95), colônia (€ líq 114,95), desodorante stick (€ 8,95) e combo com xampu e condicionador (€ 8,95).

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Divulgação

EXTRACAMPO

O “merchan” de verdade ara o brasileiro, a palavra “merchandising” muitas vezes remete à publicidade inserida dentro do conteúdo editorial (ou seja, fora do horário comercial). Nada mais equivocado. O termo se refere a uma série de ações comerciais que pouca relação tem com essa “versão” brasileira. Isso fica claro no European Football Merchandising Report, estudo preparado pela Sport+Markt em parceria com PR Marketing que listou o faturamento das principais ligas européias com esse tipo de ação de mercado. A pesquisa mostrou que as ações de merchandising (na maior parte, a venda de produtos licenciados) dos grandes clubes na Europa geram € 615 milhões anuais. A Premier League lidera o ranking, com € 171 milhões. Na seqüência, vem a Liga Espanhola, com € 145 milhões. Ainda segundo essa pesquisa, os fatores fundamentais para um bom desempenho nessa área são resultados do time em campo, número de torcedo, tamanho do mercado doméstico e a formação de uma estrutura profissional específica para cuidar do merchandising. O estudo revelou também que os jogos com casa cheia são fundamentais para o sucesso nos negócios, principalmente se o clube souber trabalhar com lojas especializadas e promoções, já que os torcedores, empolgados com uma boa atuação, tendem a consumir mais.

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Loja do Manchester United: os ingleses lideram licenciamento

1

Premier League (ING)

€ 171 milhões

€ 8,6 milhões

2

La Liga (ESP)

€ 145 milhões

€ 7,3 milhões

3

Bundesliga (ALE)

€ 127 milhões

€ 7,1 milhões

4

Ligue 1 (FRA)

€ 86 milhões

€ 4,3 milhões

5

Serie A (ITA)

€ 64 milhões

€ 3,2 milhões

6

Eredivisie (HOL)*

€ 22 milhões

€ 3,6 milhões

7

Superliga (POR)**

€ 5,5 milhões

€ 1,8 milhões

ATIVOS NO AR A companhia aérea Lufthansa fechou um acordo com a Sportsman Media Group para transmitir os gols e os melhores momentos do Campeonato Alemão durante os seus vôos intercontinentais. A atualização dos vídeos acontecerá logo após cada rodada da Bundesliga. O DOBRO As vendas de ingressos corporativos (comercializados com empresas que os utilizarão em ações de relacionamento) para a Copa de 2010 já somam US$ 98 milhões até o final de novembro, mais que o dobro arrecadado na Alemanha na mesma época. Empresas como Adidas e Coca-Cola estão entre as que reservaram suas cotas com a organização. FÉRIAS COM O PROFESSOR Inspirado no sucesso que o acampamento do Milan faz em terras brasileiras, o Palmeiras também desenvolveu seu programa de férias para crianças de 8 a 13 anos. Os garotos poderão passar uma semana na Estância Santa Filomena, em Jarinu-SP, terão treinos táticos e técnicos, concentração, alimentação balanceada, kit com uniforme oficial e convivência com ex-atletas.

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Faturamento Média por clube

* Apenas os seis maiores clubes

Liga

** Apenas os três maiores clubes

O MERCHANDISING NAS SETE MAIORES LIGAS EUROPÉIAS

Também na Série A A Trivela conversou com Adriano Di Gregório, diretor da Champs, fabricante de material esportivo que fechou um contrato com o Vasco estimado em R$ 500 mil mensais por três anos e meio. Qual a estratégia da Champs para 2009? Pretendemos trabalhar com equipes de maior representatividade. Além do Vasco, já fechamos com outros times da Série A, mas, por contrato, só podemos divulgar no fim do ano. Alguns clubes têm rompido contratos, como o próprio Vasco, que terá que pagar uma multa de R$ 750 mil à Reebok. Como a Champs vê isso? Já tivemos diversos problemas com isso e é frustrante. Tanto que só assinamos com o Vasco depois de receber uma notificação deles dizendo que não estavam mais com a Reebok. É feito estudo de exposição da marca e potencial de venda? Fazemos pesquisas de mercado para identificar os times com potencial de vendas, como o Avaí, que nos surpreendeu positivamente esse ano. Alguns clubes têm nomes, mas sua torcida não consome.

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por Fábio Kadow

Fotos Divulgação

Tudo em um Lembra quando o melhor jogador em campo ganhava um modelo de rádio para o automóvel? Se a tradição fosse mantida hoje, os atletas poderiam receber os produtos da linha Car Audio da LG. Todos os modelos destacam-se pela conectividade, com tecnologia Bluetooth e conexão USB. No LAC8910, por exemplo, dá até para sincronizar a agenda de contatos do celular com o aparelho. Já o LAD9700 tem display LCD de 7’’ widescreen, painel touch-screen e DVD player, entre tantas outras funções. Fabricante LG Preço sugerido R$ 449 (LAC8910) a R$ 3 mil (LAD9700)

PEBOLIM 2.0 A torcida do São Paulo acaba de ganhar mais uma opção de game para o celular. Depois do “5-3-3”, lançado em fevereiro, chegou a vez do “Pebolim”, que pode ser baixado nos sites das principais operadoras. O jogo é mais um produto da parceria entre a Tectoy Mobile e a Warner Bros Consumer Products, a responsável pelos licenciamentos de produtos do tricolor paulista. Fabricante Tectoy Mobile Preço sugerido R$ 10

Mimos

Pensando em fazer média com a namorada? Ou procurando um presente de Natal para as crianças? A Happy Town é uma rede especializada em personalização de bichinhos de pelúcia e criou uma linha específica de futebol. São diversas opções para os fãs de Palmeiras, Santos, Corinthians e São Pa Paulo, e, em breve, Flamengo, Botafogo, Vasco, Vitória, Bahia, Ponte Preta, Guarani, Internacional, Coritiba, Paraná e Atlético-PR. É bom já ir protegendo o seu filho daquele cunhado que torce para o rival... Fabricante Happy Town Preço sugerido R$ 80 a 200 (depende da quantidade de acessórios)

A volta do W11 Depois de uma contestada versão lançada em 2008, o Pro Evolution Soccer 2009 (ou Winning Eleven, como é mais conhecido), chega às lojas com o status de game oficial da Liga dos Campeões. O jogo está mais veloz, os movimentos dos jogadores são mais naturais e a quantidade de times disponíveis aumentou. Outra novidade é o Become a Legend, que coloca o jogador no controle de apenas um atleta, dentro e fora de campo, e não de um time inteiro. Fabricante Konami Preço sugerido Cerca de R$ 200

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SÃO SEUS OLHOS A Speedo, famosa por seus produtos de natação, deu um jeito de entrar para o mundo do futebol. A General Optical escolheu Caio Junior como garoto-propaganda da sua linha de óculos de grau e solar. O técnico do Flamengo já ficou famoso pela sua paixão pelo acessório.

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CADEIRA CATIVA

por Ian Grosner

Uma vez

Rapid... Comportamento da torcida e até lema faz o principal time de Viena parecer familiar o clube, campeão na temporada 2006/7. Tanto que os torcedores do Rapid ainda se vangloriam da acachapante vitória por 7 a 0 sobre o adversário no campeonato passado. Era fácil ver torcedores com camisetas e faixas que registraram o feito. A galera não parava de cantar um minuto sequer. Na tribuna oeste do estádio, atrás de um dos gols, ficam as organizadas, muitas com bandeiras e sinalizadores. Ao menos, em empolgação, os austríacos não ficam atrás dos demais apaixonados por futebol no mundo. O jogo terminou num vibrante 2 a 2, onde o time visitante ficou em vanta-

gem por duas oportunidades, mas sempre cedeu ao empate. Gols de Maierhofer e Hofmann para o Rapid e Janko, duas vezes, para o Salzburg, todos marcados no primeiro tempo. Depois do intervalo, caiu um temporal que arrefeceu o ânimo dos times e dos torcedores. No final da partida, recebi dos meus novos amigos um cachecol do time com a frase: “einmal Rapid immer Rapid”, ou seja, “uma vez Rapid sempre Rapid”. Para ser perfeito, só faltava o time ser rubro-negro. Ian Grosner, 33 anos, é procurador federal

Fotos Arquivo Pessoal

heguei a Viena, logo após a Eurocopa, para um curso de verão na universidade da cidade. O dia estava quente e ensolarado, típico da estação, e resolvi tomar uma cerveja. Na falta de mesas vazias, sentei-me com um grupo de três torcedores do Rapid Viena, devidamente identificados com camisas e faixas do clube, que se preparavam para assistir a um jogo da equipe. Como o país vivia ainda um clima de empolgação futebolística por conta da “Copa do Mundo sem Brasil e Argentina”, não demorou para eles puxarem papo envolvendo futebol. Depois de algumas cervejas, apareceu um convite para acompanhá-los no jogo de logo mais: Rapid x Red Bull Salzburg pela Bundesliga austríaca. Aceitei de imediato. Mesmo com a camisa do Flamengo fui ao estádio Gerhard Hanappi. O local estava cheio, mas não lotado. Ainda que o maior clássico austríaco seja Rapid x Austria Viena, os confrontos com o Salzburg têm ganhado força nos últimos anos devido ao investimento da Red Bull para reforçar

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Você foi a algum jogo que tem uma boa história para ser contada? Mande um e-mail para contato@trivela.com que seu texto pode ser publicado neste espaço!

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A VÁRZEA

Mundial diferenciado Esses caras da Trivela estão se achando demais. Agora, eles escrevem por aí que o Mundial de Clubes se tornou um torneio bem varzeano e alternativo. Tudo conversa para boi dormir. Esse torneio é “diferenciado”, como diria o Rogério Ceni. Basta ver as potências que estarão no Oriente. Falam muito no Manchester United, mas os Red Devils que realmente mandam no Japão vêm do Egito. O Al Ahly, de tanto jogar lá, já conhece todos os atalhos dos campos nipônicos. Falando nisso, os representantes da casa também se candidatam como favoritos. Ninguém pode desprezar a força do Gamba Osaka – que já mostrou seu poder ao golear o forte Adelaide na decisão da LC da Ásia. Outro veterano de Mundial é o Pachuca, que traçou uma estratégia ousada para ter o mundo a seus pés. Já foi campeão na Concacaf e na Conmebol; agora, falta muito pouco para cumprir a terceira missão tirada no jogo de War – conquistar o Japão. Se fracassarem, pelos menos os Tuzos podem compensar a frustração dominando os territórios do Caribe e, quem sabe, invadir Omsk e Vladivostok. Para isso, há a possibilidade de se apelar a Jesus Christian, sério concorrente ao título de melhor jogador do Mundial. E é bom esses enjoados do Manchester United colocarem o Berbatov de molho. A LDU não é o Boca Juniors, mas mantém a tradição de “copero y peleador” dos sul-americanos. O time equatoriano

A charge do mês só não sabe ainda como fará para levar a altitude de Quito no avião. Por via das dúvidas, a equipe se preparará no Monte Fuji para acelerar sua adaptação. Agora, para ficar bom mesmo, o Mundial deveria ser organizado pela Conmebol. Só assim os europeus sentiriam suas pernas tremerem quando vissem o Vacante 3 cair em sua chave. Não teria para ninguém.

A lorota do mês “Estava de cabeça quente e, quando falei do bolso cheio, disse que ele é bem-sucedido profissionalmente” Ah, bom. E houve quem pensou que o atacante santista Kléber Pereira sugeriu uma possível ajudinha financeira do Vasco ao árbitro Elmo Resende Cunha.

A manchete do mês “Fifa confirma suspensão do Peru” (Globo Esporte.com) Será que a entidade deu algum comprimido azul para melhorar o desempenho da seleção sul-americana?

Em alta Gama Foi rebaixado para a Série C, mas ganhou um estádio novinho em folha que certamente ficará lotado

Internacional O título da Copa SulAmericana o credenciou para a disputa da Copa Suruga Bank, torneio com o nome mais “queima-filme” possível

Em baixa

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