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Ronaldo no Corinthians: vai funcionar? Tática: Minelli tricampeão brasileiro Futebol: um nome, vários esportes O Milan com Beckham Todos os campeões de 2008 (mesmo!)
99 NOMES PARA
2009 Reforços para o seu time, talentos que aparecerão e quem mais será notícia neste ano capa.indd 1
nº 35 | jan/09 | R$ 8,90
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QUANDO O SANGUE ACABA, ACABA TAMBÉM
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Lua Branca
AMBÉM A ESPERANÇA DE SALVAR A VIDA DE ALGUMAS PESSOAS. DOE SANGUE.
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Trabalhando por você
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EDITORIAL
Anote agora, e cobre depois “Quem é que, em janeiro de 2007, lembrava do Kléber, que tinha tido uma rápida passagem pelo São Paulo antes de ir jogar na Ucrânia? Ou do lateral-esquerdo Marcão, ex-Furacão, que neste ano reapareceu no Inter. Quem é que sabia quem eram Saja ou Conca?” Pode perguntar, até porque você já sabe a resposta: a Trivela. Há dois anos, quando fizemos nossa primeira lista de possíveis reforços para o seu time, estes foram alguns dos nomes que passaram despercebidos – ao lado de outros mais badalados e que acabaram voltando rápido, como Jorge Wagner e Fábio Luciano. Em 2008, nos propusemos uma tarefa mais ousada, mas nem por isso menos bem sucedida. Entre os 78 nomes de jogadores latino-americanos que apontamos estavam alguns que acabaram por aqui, sem entretanto chamar a atenção, como Cuevas (Santos), Escalada (Botafogo) e Fierro (Flamengo). Estavam lá também alguns que foram desejados e não vieram, como Falcao García, do River, e Urrutia, que acabou sendo capitão da LDU na conquista da Libertadores. E outros que acabaram voando direto para a Europa, como Villanueva (que o Palmeiras quis, mas acabou no Blackburn) e Di Santo (jovem argentino do Chelsea). Se está dando certo, então, vamos nessa, e começamos 2009 com mais uma relação de nomes para o ano. Desta vez, porém, não nos restringimos a possíveis reforços. A lista ficou mais ampla, e inclui, além de possíveis contratações para as equipes brasileiras, mais três categorias: revelações, quem será notícia e, finalmente, quem vai lutar pelo título de melhor do mundo em 2009. Pois é, mais de 365 dias antes de isso acontecer! É claro que a lista vai trazer alguns nomes que todos estão comentando, mas, como sempre, vai buscar o “lado B”, jogadores como Xandão, que chega ao Flu, e Tales, do Colorado, e “apostas” como Guus Hiddink, técnico da Rússia que mais uma vez pode estar entre os destaques do ano, e Mansour Al Nahyan? Quem? Bom, é uma lista da Trivela, certo?
w w w. t r i v e l a . c o m Editor executivo Caio Maia Editor Ubiratan Leal Reportagem Gustavo Hofman, Leonardo Bertozzi, Pedro Teixeira (trainee) e Ricardo Espina Consultoria editorial Mauro Cezar Pereira Colaboradores Fábio Fujita, Fernando Martins, Fábio Kadow, João Tiago Picoli, Luciana Zambuzi e Marcelo Silva Revisão Luciana Zambuzi Projeto gráfico / Direção de arte Luciano Arnold Design / Tratamento de imagem Bia Gomes Capa AFP / Jorge R. Jorge / Reuters / Vipcomm Agradecimentos Marcus Alves, Mauro Beting,
Pierre-Philippe Marcou/AFP
CONFIRA NESTE MÊS
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Guia do Mundial Sub-20 Torneio na Venezuela revela jogadores que você não verá aqui por muito tempo
Assinaturas www.trivela.com/revista (11) 3038-1406 trivela@teletarget.com.br Publicidade e Circulação Gabriela Beraldo (11) 3474-0127 gabriela@matracanet.com.br Atendimento ao leitor contato@trivela.com
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Guia da PréLibertadores Uma análise dos seis confrontos que valem as últimas vagas na fase de grupos 30/1 Copa do Brasil Descubra os dez clubes mais inusitados da edição 2009 do torneio
(11) 3474-0119 é uma publicação mensal da Trivela Comunicações. Todos os artigos Paulo Whitaker/Reuters
Baixe as tabelas exclusivas dos Estaduais e da Copa do Brasil 2009
NO AR Mercado europeu Na reabertura da janela, confira todas as transferências das principais ligas
Priscila Bertozzi e Rovani Freitas
2/2 Mercado ao vivo Acompanhe em tempo real as últimas negociações pela Europa
assinados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. Proibida a cópia ou reprodução (parcial ou integral) das matérias e fotos aqui publicadas Distribuição nacional Fernando Chinaglia Impressão Prol Gráfica e Editora Tiragem 30.000 exemplares
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ÍNDICE 24
CAPA » TENDÊNCIAS Jorge R. Jorge
O ano está apenas começando, mas já dá para prever quem são os principais candidatos a ocupar o noticiário em 2009, do jovem que ainda será revelado para o Brasil aos craques que brigarão pelo título de melhor do mundo NEGÓCIOS CULTURA
Ronaldo no Corinthians, boa idéia ou mico?
INGLATERRA HISTÓRIA ITÁLIA
O trabalho dos olheiros
Chelsea não consegue revelar talentos
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MARACANAZO
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JOGO DO MÊS
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PENEIRA
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TÁTICA
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EXTRACAMPO
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CADEIRA CATIVA
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A VÁRZEA
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eu fiscalizo a
Copa p 2014
ESPECIAL » ENTREVISTA Orlando Silva Júnior fala do papel do governo na preparação da Copa 2014 e critica o Pan do Rio
Quando o vermelho vale mais que a cor do time
ESTADOS UNIDOS AUSTRÁLIA
O CT que prepara os futuros “socceroos”
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Uma lista completa de quem, como o pessoal do Gamba Osaka na foto acima, comemorou algum título em 2008, no Brasil e no mundo Janeiro de 2009
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A liga de quatro países
GERAL » CAMPEÕES DE 2008
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ABr
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Gênova
William West/AFP
ENCHENDO O PÉ
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O que o Milan espera de Beckham
TORCIDA
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O futebol e seus irmãos, primos, tios...
CAPITAIS DO FUTEBOL » OPINIÃO
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Torcedores criam sites para seus clubes
CATEGORIAS DE BASE
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1x0 JOGO DO MÊS
Getty Images/AFP
por Ubiratan Leal
Veio, viu e
venceu Na fronteira entre seriedade e enfado, Manchester United vence marcação da LDU e conquista o mundo ma viagem de meio globo até o Japão, duas partidas tranquilas e a volta para casa com um troféu na bagagem e um reforço de marketing no Oriente. Foi mais ou menos com esse espírito que o Manchester United disputou o Mundial de Clubes. E, mesmo assim, os Red Devils conquistaram seu segundo título intercontinental. A atitude “blasé” ficou evidente na decisão contra a LDU Quito. O time vermelho dominou o jogo, criou várias oportunidades e mostrou real interesse no título. Mas nada que valesse um grande desgaste. Raras vezes uma decisão de título mundial reuniu ou reunirá equipes tão díspares. A questão não é apenas técnica, mas de poder econômico, projeção internacional e experiência. Os equatorianos fizeram o possível. Entraram com duas linhas de quatro jogadores bastante próximas, de modo que os ingleses não tivessem espaço no ataque. Além disso, foram pacientes e seguraram o ímpeto natural de tentar o gol, o que poderia abrir mais o jogo e dar a chance que os Red Devils precisavam. Ainda assim, a diferença técnica era muito grande. O United avançou e foi encontrando alguns espaços, sobretudo quando Cristiano Ronaldo acertava um
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jogo do mês.indd 2
drible ou Carrick lançava da intermediária. Parecia que o gol sairia com naturalidade, tanto que os vermelhos nem imprimiram um volume de jogo muito grande. O plano de mínimo esforço só não deu resultado no primeiro tempo porque Cevallos estava em uma noite inspirada. Fiel a seu estilo estabanado, o goleiro fez três boas defesas até o intervalo, mantendo o 0 a 0. Até então, a LDU havia tido apenas uma chance, aos 3 minutos. Logo no início do segundo tempo, Vidic caiu na provocação de Bieler e foi expulso. Aí, o United perdeu um atacante (Tevez saiu para Evans recompor a zaga) e a Liga teve mais condições de se abrir. O jogo viveu momentos de relativo equilíbrio e os equatorianos até chegaram perto do gol, em chutes de Manso e William Araujo.
Outro lance agudo foi com Manso, que roubou a bola de Evra e avançou sozinho. O argentino não passou para Bieler, livre, e acabou sendo desarmado. O erro custou caro. No lance seguinte, Cristiano Ronaldo atraiu dois marcadores e tocou para Rooney. O atacante chutou com firmeza, no canto de Cevallos. O mínimo para garantir a vitória os Red Devils já haviam feito. Restava administrar a vantagem – o que quase não ocorreu devido a outro arremate perigoso de Manso – e pegar o troféu. Antes disso, claro, dar declarações a respeito da importância que o time deu ao Mundial, agradecer a seus torcedores japoneses e posar comemorando. Sem choro, sem gritos efusivos. Só a alegria de quem viajou meio mundo e cumpriu o que considerava um dever.
MANCHESTER UTD 1x0 Van der Sar; Rafael (Gary Neville), Ferdinand, Vidic e Evra; Park JiSung, Carrick, Anderson (Fletcher) e Cristiano Ronaldo; Tevez (Evans) e Rooney. Técnico Alex Ferguson
Data 21/dezembro/2008 Local Estádio Nissan (Yokohama-JAP) Público 68.682 pagantes Árbitro Ravshan Irmatov (Uzbequistão) Gol Rooney (73min) Cartões amarelos Bieler, Campos, Cevallos, Calle, William Araujo e Anderson Cartão vermelho Vidic
LDU QUITO Cevallos; Norberto Araujo, Calle (Ambrosi), Campos e Calderón; Reasco (Larrea), Urrutia, William Araujo e Manso; Luis Bolaños (Navia) e Bieler. Técnico Edgardo Bauza
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lexandre Cassiano/Agência O Globo
“Pessoas me contaram que o Luxemburgo falou para a diretoria me vender. Ouvi gente comentar que eu não jogaria mais no time dele. Se ele achava que eu tinha que sair, problema dele” Valdivia, ex-Palmeiras, acusa o treinador de forçar sua saída do clube
UM É POUCO...
Dirigentes novos no pedaço rês importantes clubes brasileiros elegeram seus presidentes em dezembro. O primeiro foi o Botafogo, que será comandado por Maurício Assumpção entre 2009 e 2011. Ele foi candidato único e recebeu 302 dos 314 votos. Houve ainda oito em branco e quatro nulos. Assumpção substitui Bebeto de Freitas, que ficou no cargo por seis anos. Embora a falta de concorrência sugira um clima de tranqüilidade, a eleição teve seus momentos de tensão. Membros do Movimento Carlito Rocha renunciaram às cadeiras que teriam no Conselho Deliberativo e saíram da chapa de Assumpção. O Bahia não teve muitas caras novas. O eleito é Marcelo Guimarães Filho, deputado federal pelo PMDB que, aos 23 anos, se tornou o mais jovem mandatário da história do clube. Como o nome indica, o dirigente é filho de Marcelo Guimarães, presi-
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dente do Bahia entre 1997 e 2005 e preso em 2007 pela Polícia Federal sob acusação de participar de um grupo responsável por fraudes em licitações públicas. Marcelinho ganhou com folgas: teve 193 votos, contra sete de Fernando Jorge Carneiro e um de Rui Cordeiro, candidatos da oposição. Guimarães Filho comandará o Tricolor até 2011. O último clube a trocar de presidente foi o Sport. Em 16 de dezembro, Sílvio Guimarães, candidato da situação, foi eleito para comandar o clube em 2009 e 2010. Sinal de como as coisas não devem mudar muito na Ilha do Retiro é que Milton Bivar, antecessor de Guimarães, concorreu à presidência do conselho deliberativo na mesma chapa. No grupo perdedor estavam Homero Lacerda, ex-mandatário rubro-negro, e Luciano Bivar, irmão de Milton, ambos rompidos com a atual administração do Leão.
Bangu e Barueri acharam que contar com apenas um treinador não seria suficiente para garantir um bom desempenho nos campeonatos estaduais. A equipe carioca, de volta à primeira divisão, terá no banco de reservas Sérgio Cosme (com passagens por Fluminense, Vasco e Grêmio) e Edson Souza (campeão da Copa Rio pelo Nova Iguaçu). Já o time da Grande São Paulo foi além: contará com três técnicos: Toninho Moura, Luiz Carlos Goiano (ex-jogador de Novorizontino e São Paulo) e Diego Cerri (vindo das categorias de base). As torcidas dos dois times terão mais trabalho para xingar o treinador de “burro”.
ESCÂNDALO Um jogador da terceira divisão italiana causou polêmica no país. Sem se identificar, ele admitiu fazer programas para completar sua renda. Mais: entre seus clientes, estariam diversos atletas de clubes da Série A. “Nós mais que nos beijamos”, disse, em entrevista ao canal de TV La 7. “Cobro € 1,5 mil e os jogadores pagam sem problemas. Na maioria das vezes, nós nos encontramos em hotéis, após os jogos, que é quando eles têm tempo livre. Eles só querem relaxar, mas têm pavor de serem descobertos. Muitos deles têm esposas ou namoradas e jamais admitiriam que são bissexuais. Gostam de mim porque sou discreto”, completou.
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GERAL
Para o Grêmio, não basta contar com estrelas sobre seu escudo para simbolizar as maiores conquistas da equipe. O Tricolor gaúcho foi além: adotou um astro de verdade para celebrar os 25 anos do título do Mundial Interclubes. A estrela Grêmio se localiza na constelação de Órion e pode ser vista na página www.estrelagremio.com.br.
Filippo Monteforte/AFP
CURIOSIDADES DA BOLA
CASOS DE FIDELIDADE A UM CLUBE
A partir de fevereiro, as partidas do futebol argentino contarão com um item novo. A federação local (AFA) aprovou o uso do spray para determinar o local exato para a cobrança de faltas e os limites da barreira. Embora seja um sistema semelhante ao utilizado no Brasil desde 2000, os argentinos afirmam que os produtos usados são diferentes.
por Pedro Teixeira
Paolo Maldini Filho do ídolo Cesare Maldini, cresceu no Milan e tornou-se mais admirado do que o próprio pai. Depois de mais de 900 partidas, só vai deixar o clube quando se aposentar.
“Ele foi treinar as meninas lá em Atenas e aí conseguiu fazer que as mulheres, com dois neurônios, chegassem a vice-campeãs mundiais”
Marcos No Palmeiras desde 1992, só virou titular em 1999, na campanha da Libertadores. Foi em 2002, porém, que deu a maior prova de amor ao time: recusou proposta do Arsenal para jogar a Série B.
Alessandro del Piero Nem o consequente rebaixamento em 2005 separaram o atacante da Vecchia Signora. Depois de 15 temporadas, ainda é o maior ídolo e o principal jogador do time de Turim.
Paul Scholes e Ryan Giggs Conquistaram oito Campeonatos Ingleses e duas Ligas dos Campeões pelo Manchester United. Ambos atuam em alto nível até hoje e só não são titulares absolutos porque a idade já pesa.
Roberto Horcades, presidente do Fluminense, mostra apreço a René Simões e pouco respeito pelas mulheres
Rogério Ceni Assumiu a número um em 1997 e fez muito mais do que substituir Zetti à altura: tornou-se o jogador que mais atuou pelo São Paulo, voltou a vencer o Mundial e sagrou-se um dos maiores ídolos da história do Tricolor.
Cada um para o seu canto Internazionale e Milan planejam atuar em estádios diferentes. Representantes das duas equipes iniciaram conversas com a prefeitura de Milão sobre o tema. Entre as propostas, os Rossoneri comprariam o San Siro, pertencente à prefeitura, enquanto os Nerazzurri construiriam uma arena nova.
O capitão da Roma só vestiu uma outra camisa como profissional, a da Squadra Azzurra. Titular absoluto e maestro do meio-campo romanista desde 1995, jogou mais de 500 partidas pelo time.
Joseba Etxeberría Depois de sete jogos na Real Sociedad, transferiu-se para o Athletic de Bilbao e não saiu mais. Está no time bilbaíno há 14 anos e, desde 2008, doa todo o seu salário ao clube, como forma de agradecimento.
Lauro
John Terry por Ricardo Espina
Schutterstock
Francesco Totti
Formado nas categorias de base do Chelsea, passou pelo Nottingham Forest, mas logo retornou para tomar conta da defesa dos Blues. Nem o pênalti decisivo na final da última LC queimaram seu filme com a torcida.
O volante até jogou rapidamente em Paulista, Palmeiras, Grêmio e Ulbra, mas é difícil imaginar o Juventude sem Lauro no elenco. Capitão e ídolo da torcida, atuou por mais de 500 vezes pelo Papo.
Juan Román Riquelme Teve uma carreira vitoriosa no Boca Juniors antes de ir ao Barcelona em 2003. Depois de cinco temporadas na Espanha, não quis continuar no Villarreal e forçou a volta para o time que o revelou. Janeiro de 2009
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Seu time foi campeão em 2008? Então pode procurar o nome dele aí embaixo. No ano que passou, muitas torcidas comemoraram, de norte a sul, títulos por diversas competições nacionais e estaduais. Teve time tradicional que retornou à primeira divisão (América-MG), equipe de empresa subindo (Pão de Açúcar), potência nacional saindo da fila (Palmeiras), clube pentacampeão (Brasiliense)...
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GERAL
por Ricardo Espina
Copa do Brasil 2009 A CBF definiu os confrontos da próxima edição do torneio. Participarão 64 equipes, classificadas em competições estaduais (54) e pelo ranking da CBF (dez). Os primeiros duelos serão disputados em 18 de fevereiro. As duas partidas para definir o campeão estão marcadas para 17 de junho e 1º de julho. Nas duas primeiras fases, caso o visitante vença por uma diferença de dois ou mais gols, eliminará a necessidade de se disputar o jogo de volta. Confira os duelos da primeira fase: Rio Branco (AC) x Santos (SP)
Central (PE) x Ceará (CE)
Itumbiara (GO) x Corinthians (SP)
Confiança (SE) x América (RN)
Flamengo (PI) x Vasco (RJ)
ASA (AL) x Vitória (BA)
Icasa (CE) x Portuguesa (SP)
Atl. Sorocaba (SP) x Juventude (RS)
Itabaiana (SE) x Atlético (MG)
Tocantins (TO) x Atlético (PR)
Guaratinguetá (SP) x Caxias (RS)
Fast Clube (AM) x ABC (RN)
Misto (MS) x Campinense (PB)
Águia (PA) x América (MG)
Nacional (PB) x Fluminense (RJ)
Jogos em que o Manchester United não perde pela LC, igualando recorde do Ajax, entre 1994 e 1996, e Bayern de Munique, entre 2001 e 2002. A marca foi registrada no empate contra o Aalborg. O último revés dos Red Devils pela LC foi contra o Milan, em 2007.
Atlético (RR) x Goiás (GO)
Americano (RJ) x Santa Cruz (PE)
Cristal (AP) x Brasiliense (DF)
Sampaio Corrêa (MA) x Figueirense (SC)
FALTA NO TORCEDOR
Vilhena (RO) x Ponte Preta (SP)
Holanda (AM) x Coritiba (PR)
Serra (ES) x CSA (AL)
Mixto (MT) x Paraná (PR)
Potiguar (RN) x Bahia (BA)
Desportiva (ES) x Fortaleza (CE)
Ivinhema (MS) x Flamengo (RJ)
U. Rondonópolis (MT) x Internacional (RS)
Barras (PI) x Remo (PA)
J. Malucelli (PR) x Guarani (SP)
Moto Clube (MA) x Náutico (PE)
Tupi (MG) x Criciúma (SC)
Dom Pedro II (DF) x Botafogo (RJ)
Perna-de-pau
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Ricardo Quaresma
Internazionale 17,11 %
Christian Vieri
Atalanta
Adriano A
Internazionale 9,44%
Ronaldo
Milan
8,05%
Dida
Milan
7,84%
Andriy Shevchenko
Milan
5,56%
Simone Loria
Roma
3,84%
Álvaro Recoba
Torino
3,39%
Tiago
Juventus
3,19%
Joaquín Larrivey
Cagliari
2,55%
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Ricardo Quaresma certamente não gostará de exibir seu mais novo “troféu”. O meia-atacante da Internazionale foi eleito o “Bidone d’Oro” (algo como “Perna-de-pau de Ouro”) da Serie A. O prêmio é oferecido ao pior jogador da temporada italiana. Na eleição, o português recebeu 3001 votos, correspondentes a 17,11% do total. Ricardo Quaresma foi contratado nesta temporada na condição de estrela, custando € 18.6 milhões. ao time de Milão.
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Uma entrada violenta no adversário deve ser punida com o cartão vermelho, mas Adrián Bastía inovou. Durante a partida de seu Asteras Tripolis contra o Panathinaikos, o meia foi expulso por uma entrada dura... em um torcedor. O fã do Pana invadiu o gramado e o argentino não teve dúvidas: partiu para cima do invasor e o derrubou com uma rasteira. Jogadores do Asteras e até do Panathinaikos reclamaram da rigidez do árbitro.
GUIA TURÍSTICO A LDU teve uma missão diferente durante a disputa do Mundial de Clubes. Os atuais campeões da Libertadores serviram como garotospropaganda para divulgar o turismo no Equador. Antes, durante e depois da competição, exibiu-se a marca turística do país em diversos eventos no Japão. Além disso, os jogadores e o treinador Edgardo Bauza levaram alguns objetos artesanais típicos do país e milhares de bandeirinhas. Janeiro de 2009
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CAMPEÕES EM VÁRIAS LÍNGUAS Um giro pelo mundo dos campeões nacionais. Confira quem pôde gritar “é campeão”, ou melhor, champions, campeón, champion, meister, campione, kampioen...
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2. Países sem informações disponíveis: Ilhas Turks e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas, Rep. Dominicana, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas (Concacaf); Benin, Chade, Eritreia, Guiné Equatorial, Malawi, Rep. Centro-Africana, São Tomé e Príncipe, Togo e Zimbábue (CAF); Afeganistão, Bangladesh, Coreia do Norte, Palestina, Tadjiquistão e Timor Leste (AFC); Ilhas Cook e Tonga (OFC)
Janeiro de 2009
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Esspanha
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Joedson Alves/AFP
Marcel Mochet/AFP
GERAL » REPLAY
BEM ALINHADOS Depois do TGV, os jogadores de Paris Saint-Germain e Rennes mostraram mais uma vez como os franceses são bons em fazer trens
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TORÓ Não, não é o jogador do Flamengo, mas a tempestade que caiu no Goiás x São Paulo que decidiu o Brasileirão. O céu estava tão carregado que até surgiu um arco-íris. E olha que o Planalto Central tem fama de ser uma das regiões mais secas do país
ARANHA Joe Hart, goleiro do Manchester City, bem que queria ter oito braços para fechar o ângulo do atacante Bobby Zamora, do Fulham, no empate por 1 a 1 no Campeonato Inglês Janeiro de 2009
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PENEIRA
GASSAMA: ascensão forçada A rápida ascensão profissional faz o futebol de Gassama oscilar. Embora seja um jogador forte, ele precisa aprimorar seu senso de marcação, como ficou evidente no jogo contra o Bayern de Munique pela Liga dos Campeões. No lance do segundo gol do time bávaro, o defensor se posicionou mal e facilitou a vida de Ribéry. Com os seguidos problemas defensivos do OL, o treinador Claude Puel também pode escalálo no miolo da zaga. A experiência entre os titulares do Lyon e uma convocação para a seleção francesa sub-21 o farão amadurecer logo, ajudando-o a aprimorar suas qualidades ofensivas. [RE]
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Nome Lamine Gassama Nascimento 20/outubro/1989, em Marselha (FRA) Altura 1,81 m Peso 74 kg Carreira Lyon (desde 2008)
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Lyon sofreu dois duros golpes de uma só vez logo no começo desta temporada. Em um curto intervalo de tempo, a equipe viu seus dois laterais-direitos, Clerc e Réveillère, se machucarem com gravidade. Sobrou para Gassama, recém-promovido ao elenco profissional, a tarefa de substituí-los. Um peso considerável para quem acabara de completar 19 anos. Nascido em Marselha, em uma família senegalesa, Gassama passou pelas categorias de base de Martigues e Aubagne antes de ingressar no Lyon em 2005. Em setembro de 2008, depois de participar de uma excursão da equipe durante a pré-temporada, ele assinou seu primeiro contrato profissional com o OL, com duração de três anos.
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WELBECK: cria de Manchester ristiano Ronaldo, Tevez, Rooney, não é tarefa fácil encontrar espaço em um Manchester United tão bem servido de atacantes badalados. Mas, aos 19 anos, Danny Welbeck já começa a cavar seu espaço no atual bicampeão inglês. Em uma partida amistosa de times reservas em fevereiro de 2008, o jogador fez três gols no rival Manchester City. Meses depois, estreou na Premier League com estilo: em chute de fora da área, fez um belo gol nos 5 a 0 dos Red Devils contra o Stoke City. Alto, rápido, com boa presença de área e facilidade em atuar pela direita, o atacante é presença frequente em seleções inglesas de base desde 2005. Welbeck participou da Euro Sub-17 que garantiu a vaga para a disputa do Mundial da categoria em 2007,
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na Coreia do Sul, e seus gols foram indispensáveis para que a Inglaterra chegasse à semifinal. As boas atuações pela seleção inglesa fizeram que o descendente de ganenses fosse procurado para defender as cores do país africano. Mas, nascido em Manchester e formado nas categorias de base do clube, o jogador tem outros planos e pode contar com algo de peso a seu favor: ter identificação com o clube, algo cada vez mais raro no futebol. [LZ]
Nome Daniel Nii Welbeck Nascimento 26 26/novembro/1990, em Manchester (ING)
Altura 1,85 m Peso 73 kg Carreira Manchester United (desde 2005)
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Janeiro de 2009
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por Ubiratan Leal
FORAM 375 VOTOS CONTRA 49, sendo mais um nulo e outro em branco. Com essa margem de 87% do eleitorado, Zezé Perrella reassumiu a presidência do Cruzeiro no último 17 de dezembro. Considerando que ele se reveza no poder com o irmão Alvimar, a mesma família ficará no comando da Raposa, no mínimo, entre 1995 e 2011. Entre os cruzeirenses, há quem considere boa a gestão dos Perrellas. Afinal, o clube construiu a Toca da Raposa II (um dos melhores centros de treinamento do Brasil) e consolidou o domínio no futebol de Minas Gerais – algo que, convenhamos, tem muito a ver também com a bagunça em que se transformou o Atlético Mineiro. Além disso, poucas equipes revelam e vendem tantos jogadores quanto os celestes. Nesse período, o clube ainda conquistou títulos importantes: uma Libertadores, um Brasileirão, três Copas do Brasil, duas Copas Sul-Minas, uma Copa CentroOeste e sete Campeonatos Mineiros. Tudo isso dá sustentação à gestão dos Perrellas na Toca da Raposa, até porque poucos clubes brasileiros tiveram tantos troféus nesse período de tempo. Mesmo assim, é pouco para o que o Cruzeiro poderia ter. Basta ver a lista de jogadores que o time vendeu desde a chegada dos Perrellas: Marcelo Ramos, Gilberto, Fábio Júnior, Evanílson, Alex Alves, Maxwell, Geovanni, Luisão, Deivid, Maicon, Jussiê, Cris, Alex, Maldonado, Fred, Márcio Nobre, Fábio Santos, Edu Dracena, Alecsandro, Marcelo Moreno e Charles. Isso considerando apenas as transações mais vultosas. Com o dinheiro arrecadado nestas negociações, o Cruzeiro poderia ter mais que um belíssimo CT. Era possível, em 13 anos, ter criado uma organização interna que incrementasse fontes de renda alternativas e colocasse a Raposa como uma potência nacional. Algo que não ocorre, ainda que o clube seja indiscutivelmente um dos grandes do Brasil. Isso fica evidente pelo modo como o time mineiro se comporta no mercado. A diretoria cruzeirense nunca desmentiu a tese de que a Raposa não recu-
ENCHENDO O PÉ
Vender jogador é meio, não fim
sa uma boa proposta por um jogador. Ainda que qualquer clube brasileiro precise realizar uma grande venda para fechar as contas no azul, o Cruzeiro exagera, pois libera seus atletas sem pudor de desfazer o time. Ramires, um dos destaques do elenco, só não foi vendido para o Lokomotiv Moscou durante o Brasileiro de 2008 porque se recusou a jogar na Rússia. O êxodo não seria tão ruim se, no final das contas, o dinheiro que entrasse fosse utilizado para montar um time competitivo. Isso não ocorre. A Raposa raramente faz menção a usar o dinheiro da venda de um atleta para bancar a permanência de outro. Um panorama que se agravou, tanto que os títulos escassearam nos últimos cinco anos. Desde o Brasileiro de 2003, foram apenas três Estaduais conquistados – e um perdido para o Ipatinga. Enquanto isso, clubes que negociam bem seus atletas com o exterior, como Internacional e São Paulo, já criaram uma estrutura interna que permite a manutenção de alguns jogadores-chave ou a contratação de bons nomes. Detalhe: os grupos políticos que comandam colorados e tricolores estão no poder há bem menos tempo que os Perrellas. O bom desempenho do Cruzeiro em campo se deve apenas ao trabalho com garotos, tanto no desenvolvimento quanto na descoberta. É louvável, mas o time se torna inexperiente e sente isso nos momentos decisivos. Foi assim nos dois últimos Brasileirões e na Libertadores de 2008. Além disso, quando a geração não é boa, a campanha cruzeirense é apática. Sinal de que o clube tem um sistema de trabalho vulnerável. O Cruzeiro não pode se contentar com tão pouco. O clube não deveria se ver apenas como fornecedor de jogadores para equipes mais ricas. Pela infra-estrutura física e grandeza histórica, a Raposa tem de se impor em alguns momentos. Dominar o Brasil e as Américas deveria ser o objetivo da diretoria cruzeirense, não vender jogadores por bons preços. Em 13 anos no poder, os Perrellas poderiam ter aprendido isso. Ou aprenderam e preferem ignorar. Janeiro de 2009
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TÁTICA
Telmo Cúrcio da Silva/Agência RBS
por Ubiratan Leal
A construção do primeiro tri Internacional bicampeão brasileiro de 1975 e 1976 é conhecido no país como um bom exemplo do futebol competitivo dos gaúchos. No Rio Grande do Sul, é justamente o contrário: em sua terra, o Colorado de Falcão é visto como um exemplo de equipe que apresentava um jogo ofensivo. Nem uma coisa, nem outra. Era um time muito bem arrumado que sabia atacar e defender com eficiência. Por trás da construção desse Inter estava Rubens Minelli, primeiro técnico a conquistar três títulos brasileiros consecutivos, em trajetória completada com o São Paulo em 1977. Esse feito foi igualado apenas em 2008, por Muricy Ramalho, que diz abertamente ter se inspirado no treinador com o qual trabalhou no Morumbi. O atual técnico são-paulino ex-
O
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plica o porquê da deferência: “Ele foi o melhor treinador que conheci em relação a alterar a forma de jogar sem mudar os jogadores”, comenta. “Na década de 70, não se faziam treinos táticos, parando a ação para acertar posicionamento. Ele que começou a inovar com isso”. Essa era uma característica marcante do Inter dos anos 70. A formação em campo era o 4-3-3, com um volante e dois pontas, algo comum na época. No entanto, a numeração engessada não fazia justiça às nuances do time. O meio-campo era o termômetro. No papel, até se dizia que eram três volantes: Caçapava, Falcão e Carpegiani (ou Batista). Na realidade, apenas Caçapava ficava fixo na proteção à defesa. Falcão usava seu vigor físico e técnica para subir e descer. Carpegiani também
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Palmeiras 1969 Fase de transição entre a primeira e a segunda Academia
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Tática, preparo físico e “alta tecnologia” ajudaram Rubens Minelli a se tornar tricampeão brasileiro
Janeiro de 2009
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Internacional 1975/76 Com Marinho Peres na sobra e Falcão voltando, time tinha vantagem numérica
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3
São Paulo 1977 Na final contra o Atlético Mineiro, Viana ficou recuado para marcar Cerezo
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Meio-campo versátil e que se movimentava muito eram as armas do Inter campeão brasileiro de 1976
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combatia, mas seu papel principal era organizar o jogo. Na defesa, Figueroa era o craque, mas a figura fundamental taticamente era Marinho Peres. Recémchegado do Barcelona, o zagueiro tinha aprendido como fazer o trabalho de linha de impedimento e de atuar na sobra. Minelli tirou proveito disso: os laterais marcavam os pontas, Figueroa ficava no centroavante e a dupla CapaçavaFalcão bloqueava os meias. Se um atacante vencesse o duelo com seu marcador direto, tinha pela frente Marinho. Para esse sistema funcionar, o Internacional contava com o entrosamento de um grupo que se consolidara nos anos anteriores (o Colorado ficou entre os cinco primeiros do Brasileirão entre 1971 e 1974) e um excelente preparo físico. Assim, a marcação forte em todo o campo criou a imagem de time guerreiro e o fato de sufocar o adversário dava a sensação de ofensividade.
São Paulo e Palmeiras Minelli considera que o Inter de 1976 era o time mais equilibrado com o qual trabalhou. No entanto, o tricampeonato brasileiro se completou com outra equipe. Em 1977, o São Paulo demorou a engrenar. O técnico teve dificuldades para implementar seu estilo de jogo e o futebol apresentado não convencia. No meio do campeonato, o sistema tático se consolidou melhor e, ajudado pela parada de fim de ano (o Brasileirão daquele ano terminou no início de 1978), o preparo físico dos jogadores atingiu o ponto ideal. O Tricolor chegou à final diante de um Atlético Mineiro superior tecnicamente e jogando a única partida da decisão em casa. Os são-paulinos fizeram um bloqueio total no Galo. Neca perdeu lugar na ponta direita para Viana. Assim, o Tricolor contava com um jogador de fôlego para recuar e iniciar a blitz em Toninho Cerezo. Darío Pereyra, na época um meia, fazia a
Getúlio
cobertura. Chicão ficava mais atrás, fechando o meio-campo. O 0 a 0 se arrastou por 120 minutos e o título veio nos pênaltis. Minelli comemorava seu tricampeonato nacional seguido, mas era o tetra alternado. Em 1969, o técnico havia levado o Palmeiras à conquista do Robertão. O treinador assumiu o time quando a Academia dos anos 60 estava perdendo força. No processo de renovação, foram lançados Luis Pereira e Leivinha, mas ainda havia ícones como Dudu e Ademir da Guia. Era o início da transição para o que se tornaria a segunda Academia, bicampeã brasileira em 1972 e 1973. Tamanho sucesso se construiu com muita disciplina tática, preparo físico e alta tecnologia (para os padrões da época). No caso, orientações com slides e imagens gravadas no recém-lançado vídeo-cassete. Desde a década de 70, criatividade tática e estudo faziam a diferença. Muricy, um seguidor de Minelli, mostra que é assim até hoje. Janeiro de 2009
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ESPECIAL » EN NTR REVIST TA
eu fiscalizo a
Valter Campanato/ABr
Copa 2014
Para Orlando Silva Júnior, Copa do Mundo de 2014 tem apelo suficiente para atrair por Gustavo Hofman investidores, mesmo diante de uma crise econômica mundial Seu gabinete vive sempre cheio. Quando está em Brasília, o ministro dos esportes Orlando Silva Júnior costuma ter a agenda lotada de compromissos. Em sua ampla sala no ministério, recebe políticos, dirigentes e atletas. Se não estiver em seu gabinete, certamente estará em algum evento, rodeado de políticos, dirigentes, atletas... Desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014, Silva ganhou status acima de um mero ministro de Estado. Militante do Partido Comunista do Brasil desde a juventude, formou-se em direito pela Universidade Católica de Salvador. Atuou no movimento político estudantil, presidindo a UNE (União Nacional dos Estudantes). Aos 37 anos, faz parte do governo Lula desde 2005, quando assumiu o ministério do esporte no lugar de Agnelo Queiroz. Nesta entrevista concedida à revista Trivela, em Brasília, Orlando
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Silva falou sobre a Copa no Brasil, a politicagem em torno da competição e os cuidados que o governo precisa ter com a organização do torneio. O ministro considera que o principal desafio é assegurar que a iniciativa privada ajudará no custeio das obras. “A crise mundial vai diminuir a liquidez do mercado, mas diminuir a liquidez não significa acabar com ela”, afirma. “Temos de realizar projetos atrativos do ponto de vista comercial, sobretudo nas arenas do Norte e Nordeste, onde ainda há muita participação do poder público”. O receio é de que o governo acabe tendo de cumprir o contrato com a Fifa, pelo qual é obrigado a pagar a conta caso não haja solução. Foi o que ocorreu nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Tanto que Silva não deixou de criticar a organização desse evento.
Janeiro de 2009
12/20/08 3:01:28 AM
Por que isso aconteceu? Às vezes tenho a sensação de que foi um erro quase consentido por quem preparou o projeto, porque, se falasse o número real, poderia assustar a sociedade brasileira. Como evitar que ocorra o mesmo na Copa de 2014 e tudo caia nas costas do governo? Risco de uma intervenção pública sempre existe. Quando um país assina um contrato com a Fifa ou o COI, há uma espécie de fiança por parte do governo, mas vale a pena correr esse risco. A promoção internacional de um evento como esse é espetacular e permite antecipar investimentos em infraestrutura que mais cedo ou mais tarde teriam de ser feitos. Para evitar que o evento caia na conta do governo, vamos incentivar o setor privado a investir naquilo que é tipicamente privado, como rede hoteleira e arenas. Nosso desafio é encontrar uma solução privada para os estádios porque, se no Sul e Sudeste existem muitos privados, no Norte e Nordeste são quase todos públicos.
junto de normas da Fifa, que exigem ajustes institucionais, normas, portarias, decretos e operações legislativas. O ano de 2008 nós consumimos basicamente com isso. E o que já foi feito em infraestrutura? Fizemos um acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Base, que está nesse momento mapeando as necessidades de infra-estrutura das cidades candidatas. O primeiro semestre de 2009 será para concluir o plano de investimento. Sempre me refiro no plano federal, porque nos planos
Risco de uma intervenção pública sempre existe (...). Há uma espécie de fiança por parte do Governo
de estados e municípios isso ainda depende da escolhas das cidades. O senhor mencionou segurança, chancelaria, infra-estrutura e promoção do país. Essas não são áreas ligadas ao esporte. Como é a articulação entre os ministérios? O governo constituirá um comitê interministerial. O presidente Lula já me encomendou um decreto visando concentrar do trabalho de preparação para a Copa do Mundo. É algo que vai misturar todos os ministérios fundamentais para compor esse comitê, que é quem vai coordenar a cooperação do estado e municípios. A Câmara dos Deputados já criou uma subcomissão para a Copa de 2014, mas com o declarado intuito de auxiliar a organização. Então, quem vai fiscalizar o uso do dinheiro público? O Congresso, entre as suas atribuições, tem de fiscalizar e acompanhar a execução orçamentária. Outro caminho é o Tribunal de Contas da União. Tudo aquilo que for recurso federal vai ter fiscalização direta do Congresso e
Fabio Pozzebom/ABr
Como o governo federal vê o orçamento exagerado dos Jogos Pan-Americanos? Houve um erro no planejamento. Quando foi elaborado o projeto de candidatura, o orçamento ficou aquém do mínimo necessário para organizar um evento com qualidade. Na segurança pública, previuse R$ 13 milhões, o equivalente a fazer a contratação de segurança patrimonial para as instalações. Não há a menor hipótese de ter um orçamento dessa dimensão.
Passado pouco mais de um ano da escolha do Brasil como sede da Copa de 2014, o que o governo fez de concreto? A Fifa exige um conjunto de garantias governamentais em muitas áreas, nos concentramos nisso. Foram principalmente vistos, autorizações para exercício temporário de profissão, segurança, promoção do país e infra-estrutura de telecomunicações. Há um conJaneiro de 2009
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Divulgação
É possível ter participação privada nas arenas, até porque estádio não é um equipamento que precise ser mantido pelo poder público
De que forma é possível agir junto à Fifa? Manifestando o interesse. Se nós falamos “é possível ter 12 cidades”, passamos uma segurança que pode ser decisiva para a Fifa. Hoje, nenhum município está pronto para receber um jogo do Mundial.
do TCU. Eu ainda tomei a iniciativa de provocar a Transparência Brasil, entidade não governamental que combate a corrupção, para ela também criar uma espécie de observatório. No nível de estados e municípios, nós não controlamos, assim como os investimentos privados. A escolha das cidades-sede seria no final de 2008 e foi adiada para março deste ano. Corre-se o risco de haver muita politicagem nessa escolha? O evento é da Fifa, então, é ela que decide. O Brasil saberá quantas e quais cidades receberão a Copa por meio da Fifa. Pela informação que eu tenho, a entidade tem o interesse de dez sedes e nós queremos que sejam 12. O próprio presidente da República determinou que eu tomasse as medidas que fossem necessárias para que sejam 12. Creio que a Fifa terá sensibilidade e vai atender ao interesse que não é só da CBF, é também do governo.
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Como é seu relacionamento e do ministério com Ricardo Teixeira e a CBF? O meu relacionamento com Ricardo Teixeira é um relacionamento de ministro de Estado com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol. O Brasil tem no futebol um peso muito grande na vida esportiva. Eu, inclusive, sou daqueles que creio que é preciso “desfutebolizar” o esporte brasileiro. À parte isso, tenho uma relação institucional que considero positiva com a CBF. Temos uma agenda comum, que parte do Mundial. Quais são as prioridades do governo para a Copa de 2014? Para mim, a primeira fase vence no final de março, quando serão decididas quantas e quais cidades terão jogos. A partir daí, 2009 vai ser importante para planejamento, definir as responsabilidades entre os poderes – o que não ocorreu no Pan –, acertar investimentos e iniciar os contratos. Em 2010, 2011 e 2012 se concentrará a parte mais significativa das obras. O mesmo pode ser dito dos estádios, só que estes têm um cronograma próprio. A Fifa estabeleceu já para janeiro de 2009, que as cidades candidatas devem apresentar o projeto básico das arenas que vão construir. Com a crise mundial, o governo teme que não seja tão fácil
atrair investimentos privados para os estádios? A crise mundial vai diminuir a liquidez do mercado, mas diminuir a liquidez não significa acabar com ela. Ainda vai haver investimentos. O nosso desafio é realizar projetos atrativos do ponto de vista comercial. Como a Copa é uma demanda objetiva, e ela própria pode transformar os equipamentos em ativos importantes, eu sou otimista. Acredito que é possível, sim, ter uma participação privada, até porque estádio de futebol não é um equipamento que precise ser cuidado e mantido por governos. O que o senhor achou sobre o fato do Engenhão não poder receber o clássico entre Botafogo e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro? Esse questionamento deveria ser respondido pela prefeitura do Rio de Janeiro. O Engenhão é um equipamento no qual não houve qualquer participação do governo federal. Não foi das escolhas mais felizes construir um estádio em uma região que, apesar de ter uma estação de trem e a Linha Amarela próximas, é de difícil acesso e possui problemas no entorno. As vias de acesso precisam ser modificadas para que um clássico possa ser recebido. Eu entendo as preocupações da polícia. O senhor, como baiano, como vê a questão dos estádios da Bahia? A Bahia tem um grande estádio, que é o Manoel Barradas. Do seu time. É. Sou Vitória, mas eu fico triste porque admiro o torcedor do
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Bahia pela fidelidade, pelo entusiasmo. Foi lamentável aquele incidente da Fonte Nova. O governo da Bahia trabalha rapidamente para viabilizar uma nova arena e tenho acompanhado a seleção pública de projetos. Nesse ponto, a Bahia terá uma arena nova, onde hoje é a Fonte Nova, e o estádio Pituaçu, que está em fase final de reforma.
Mas a arrecadação está muito abaixo do esperado. Um estudo da Caixa Econômica Federal avaliou que havia potencial para arrecadar R$ 500 milhões por ano. Hoje, essa revisão foi feita para baixo, que em um ano gira em torno de R$ 140 milhões. O que deu errado? Houve um erro no lançamento do projeto. A Timemania foi lançada custando R$ 2 porque todas as
Valter Campanato/ABr
Como esses estádios chegaram às condições em que estavam? Pagou-se o preço da má manutenção ao longo de décadas, não foi um problema do atual governo. O futebol brasileiro tirou lições disso tudo. Muitos estádios foram interditados e eventos foram impedidos de acontecer. Por isso, estamos negociando com a CBF uma espécie de laudo técnico padrão, que seria pré-requisito para todos os estádios onde aconteçam competições de padrão nacional. Hoje, se você observar os laudos técnicos que são enviados ao Ministério Público, às vezes é a carta do chefe do Corpo de Bombeiros atestando condições adequadas. Um absurdo!
Que balanço o senhor faz da Timemania? Um balanço positivo, porque a Timemania criou um marco zero para os clubes de futebol. Consolidou as dívidas, o parcelamento e o pagamento com a parte arrecadada pelas loterias. Nós arrecadamos R$ 22 milhões que diminuíram o passivo que poucos acreditavam que poderia ser resgatado. Então já conseguimos ter a regularidade fiscal. As equipes aderiram a Timemania e se mantém em dia com os impostos. Essa face é importante no programa de refinanciamento do futebol, que foi um grande sucesso.
loterias teriam esse valor. Depois disso, houve uma revisão por parte da Fazenda, porque loteria conta como tarifa pública e aumentar o valor implicaria no índice de inflação. Assim, as outras formas de apostas permaneceram em R$ 1, o que gerou uma contradição: a Timemania pagava menos e custava mais. A marca dos clubes não deveria ser um chamariz? Os clubes promoveram menos do que imaginávamos. Tanto que há uma negociação com o Clube dos 13, para estimular os torcedores a apostarem. As equipes que tiveram um bom desempenho fizeram mais promoções. Creio que vamos ter um resultado em médio prazo melhor. Haverá uma renegociação da dívida antes que o prazo para os pagamentos expire? Nova renegociação eu acredito que não. O que talvez tenhamos que fazer é alongar o período que os clubes pagam a taxa fixa. Hoje, cada clube paga mensalmente cerca de R$ 50 mil. Talvez alongar isso para mais um ano, aumentando paulatinamente para R$ 100 mil, por exemplo. Enfim, prolongar um pouco mais a transição. Para o governo tem sido positivo, porque os clubes não permanecem inadimplentes, pagam o imposto regularmente.
Orlando Silva de Jesus Júnior Nascimento 27/maio/1971, em Salvador (BA) Formação Direito na Universidade Católica de Salvador (UCSAL) e Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) Carreira política Presidente da União Nacional dos Estudantes (1995 a 97), presidente da União da Juventude Socialista (1998 a 2001), representante da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (1999 a 2001), secretário nacional de esporte, secretário nacional de esporte educacional e secretário-executivo do ministério do esporte (2002 a 2005) e ministro do esporte (desde 2006) Partidos PCdoB (desde 1988)
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CAPA » TENDÊNCIAS
99 NOMES PARA 2009
Entre jogadores que se destacarão no Brasil e dirigentes que criarão confusão, veja um roteiro de quem será notícia no ano que acaba de começar
por Gustavo Hofman, Leonardo Bertozzi e Ubiratan Leal Ano novo, vida nova. O lema é dito incessantemente, mas não se pode ignorar que os fatos ocorridos em 12 meses seguem um processo iniciado nos 12 anteriores. Por isso, é possível desde já projetar que jogadores, técnicos, dirigentes e investidores (sinal dos tempos) têm condições de se destacar positiva ou negativamente em 2009.
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Alguns mais factíveis, outros que ficam na categoria de devaneio. Várias contratações serão prometidas durante o ano, mas só algumas se concretizarão. Leandro Lima Atacante rápido e habilidoso, chegou ao Porto com status de promessa da Seleção Brasileira sub-20. Fracassou em campo e descobriuse que era “gato”. Está encostado e precisa recomeçar a carreira.
Gary Medel O jovem volante da Universidad Católica já é titular da seleção chilena. Determinado – ainda que estabanado – na marcação, não se apavora quando sobe ao ataque.
Patrício Urrutia e Luis Bolaños Jorge R. Jorge
A dupla da LDU Quito já despertou o interesse de clubes brasileiros no segundo semestre de 2008. O clube equatoriano segurou o volante e o meia-atacante por causa do Mundial de Clubes, mas pode tentar capitalizar em 2009.
Leandro Amaral
Edno
O atacante foi rebaixado com o Vasco e não tem contrato para a próxima temporada. Com 31 anos, não vive fase tão boa quanto a de 2007, mas ainda tem gás. Pode ser uma solução interessante para quem busca um atacante oportunista. Ou até para o Vasco, se este quiser mantê-lo para ter alguém experiente na Segundona.
Principal destaque do Noroeste no Campeonato Paulista do ano passado, acertou sua transferência para a Portuguesa e depois tentou cancelá-la e ir ao Palmeiras. Não deu certo e fez um ótimo Brasileirão pela Lusa.
Lima O zagueiro que começou no Atlético Mineiro está encostado no Betis, que não deve dificultar seu retorno ao Brasil.
Cicinho Macnelly Torres Meia técnico e de boa visão de jogo, foi destaque do Cúcuta nas duas últimas Libertadores. Está no Colo-Colo e uma negociação cuidadosa consegue trazê-lo ao Brasil.
Renato e Aranha Os dois jogadores foram destaque da Ponte Preta no Campeonato Paulista de 2008 e na Série B. O goleiro é bem seguro, enquanto o meia é um dos poucos armadores clássicos do futebol brasileiro.
Stringer/Reuters
Getty Images/AFP
Caiu em desgraça na Roma e, apesar de o clube negar, é forte candidato a retornar ao Brasil já no mercado de janeiro. De qualquer forma, dificilmente emplaca outra temporada na Europa.
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O atacante nunca teve muita oportunidade no São Paulo, onde foi formado nas categorias de base. Emprestado ao Figueirense, fez um bom Brasileirão e pode cavar espaço em outro clube da Série A.
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Tadeu
Richarlyson Sua moral no São Paulo já não é a mesma, assim como a posição de titular, perdida ao longo do Brasileirão. A torcida também não tem muita paciência com ele, logo, é um bom reforço para qualquer equipe.
Vítor
Edu Dracena Depois que Zico saiu do Fenerbahçe, o zagueiro passou a ser bastante contestado por suas falhas. Times brasileiros com problemas na defesa podem buscar ao menos um empréstimo.
Disputou com Leonardo Moura o título de melhor lateral-direito do Brasil em 2008. Está louco para deixar o Goiás e acertar com um clube de algum centro mais tradicional.
Cafu
A dupla revelada pelo Atlético Mineiro e negociada com a MSI não obteve grande destaque na Europa. Ramón é reserva no CSKA Moscou, enquanto Renato defende o Maccabi Haifa, de Israel.
O capitão do pentacampeonato da Seleção Brasileira, aos 38 anos, afirma que ainda tem gás para jogar. Faltam, no entanto, clubes dispostos a lhe dar essa chance.
Willian Vendido por exorbitantes US$ 20 milhões do Corinthians para o Shakhtar Donetsk, não vê a hora de voltar para o Brasil, apesar de ter conquistado um pouco de espaço no time nos últimos meses.
Andres Stapff/Reuters
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Ramón e Renato
Álvaro Recoba O uruguaio, que tem uma carreira prejudicada pelas contusões, desponta como boa opção para quem procura uma contratação de impacto. Desde setembro, defende o Panionios, da Grécia.
Joffre Guerrón Maior destaque da LDU Quito, campeã da Libertadores no ano passado, o jogador se transferiu para o Getafe, mas não se deu tão bem por lá. Os clubes brasileiros poderiam reparar a chance perdida.
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Ricardinho O meia do Al Rayyan, do Catar, disputou duas Copas do Mundo e costuma ter seu nome especulado por clubes brasileiros. Pode exigir um investimento mais alto.
Celsinho O eterno “sósia do Ronaldinho” até hoje só ficou no quase. Defende o Estrela da Amadora, de Portugal, onde também não brilha. Se algum clube quiser arriscar...
Fabián Carini Há alguns anos, tinha status de grande goleiro. Hoje, anda em baixa no Murcia, da segunda divisão espanhola. Pode não custar tão caro e, certamente, precisa “aparecer” novamente para o mundo do futebol.
Adrián Ramos
Rubén Darío Bustos
Valdivia
Perdeu espaço no Internacional, mesmo com o time sem um lateral-direito. Forte no ataque e extremamente eficiente em cobranças de falta, precisa voltar aos planos de Eduardo Lara, técnico da seleção colombiana. Jorge R. Jorge
Está no Catar e tem algum espaço na Europa, mas está longe de ser um dos jogadores mais atrativos do mercado. Como o cartaz do chileno está em alta no Brasil, um eventual retorno pode povoar o imaginário de dirigentes mais populistas.
Alexandre Guzanshe/O Tempo/Futura Press
Karim Jaafar/AFP
Tem habilidade com a bola nos pés, apesar de ser um pouco desengonçado na corrida. O atacante do América de Cali tem apenas 22 anos e foi um dos destaques do futebol colombiano em 2008.
Lucas Barrios O atacante argentino do Colo-Colo é o principal artilheiro do futebol chileno na atualidade. Não tem tanta técnica, mas é oportunista.
Leandro Almeida Formado nas categorias de base do Atlético Mineiro, o zagueiro chamou a atenção ao terminar o Brasileirão como artilheiro do Galo. Seu contrato vai até maio de 2010.
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É praticamente impossível acertar em cheio quais garotos explodirão durante o ano, mas há como indicar os candidatos mais fortes. Alguns começarão a aparecer apenas em 2009, outros até já estão negociados com o futebol europeu. Douglas Costa
Rafael
Recém-promovido aos profissionais no Grêmio, já ganhou manchetes internacionais por causa do suposto interesse de gigantes europeus. É considerado o “novo Ronaldinho” ou o “novo Anderson”. Resta saber se é exagero ou não.
O lateral-direito revelado pelo Fluminense conquistou rapidamente seu espaço no Manchester United, e não falta quem o aponte como um futuro titular da Seleção Brasileira.
Philippe Coutinho Já vendido à Internazionale, deixa o Vasco assim que completar 18 anos, em 2010. Até lá, será um dos destaques cruzmaltinos na Série B.
Giuliano O meia de 18 anos foi a revelação do Paraná na Série B de 2008, tanto que recebeu indicação ao prêmio de melhor jogador da competição. Como o Tricolor não subiu, há uma boa chance de o clube querer lucrar com o talento do meia.
Ciro Lançado entre os profissionais do Sport em 2008, chamou a atenção pelo faro de gol. Não tem grande técnica, mas compensa com força física e disposição.
Paulo Sérgio O atacante teve algumas oportunidades em 2008 no Flamengo, mas não convenceu. No entanto, é justo considerar que o garoto de 19 anos possa ter sentido a falta de experiência. Além do mais, seu currículo nas categorias de base é bom.
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Não foi por acaso que o Atlético Mineiro recusou uma oferta milionária pelo meia-atacante antes de sua estréia como profissional. Após um começo irregular, se firmou e terminou 2008 como um dos melhores do time.
Paul Ellis/AFP
Renan Oliveira
Sandro O volante do Internacional agrada ao técnico Tite e até foi colocado no sensível jogo contra o Estudiantes, em La Plata, na final da Copa Sul-Americana. Ainda poderá mostrar seu futebol no Sul-Americano Sub-20.
Oscar Habilidoso meia do São Paulo, tem apenas 17 anos e já chamou a atenção da diretoria e do técnico Muricy Ramalho. É tido no Morumbi como futuro craque e deve ganhar mais chances em 2009.
Everton Ribeiro O jovem lateral-esquerdo, de 19 anos, revelado pelo Corinthians, e utilizado por Mano Menezes como meia, esteve emprestado ao São Caetano. Retorna ao Parque São Jorge em 2009.
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O zagueiro é bem cotado no São Paulo, mas tem dificuldade em jogar em um setor que conta com os sólidos Miranda, André Dias e Rodrigo. Emprestado ao Sport em 2009, terá oportunidade de jogar uma Libertadores.
Rudy Trindade/Futura Press
Aislan
Tales O jovem atacante é mais um produto das categorias de base que já revelaram jogadores como Nilmar e Alexandre Pato. Em 2009, deve ganhar mais espaço na equipe profissional do Colorado.
Zé Eduardo Todo ano o Cruzeiro lança alguns garotos no time adulto. Em 2009, o principal candidato é o volante Zé Eduardo, que já tem um bom currículo em Seleções Brasileiras de categorias de base.
Xandão Aos 20 anos, tornou-se ídolo da torcida do Guarani. O zagueiro, que ajudou o Bugre a subir para a Série B, teve 50% dos seus direitos adquiridos pela Traffic e já acertou com o Fluminense para esta temporada.
Victor Ramos O zagueiro de 20 anos estreou em 2008 pelo Vitória, mas foi ofuscado pelos companheiros Marquinhos e Williams. Neste ano, a perspectiva é que se integre definitivamente ao elenco profissional.
O volante de 22 anos foi um dos maiores destaques na campanha do Santo André na Série B no ano passado. Cogitado por vários clubes, deve se firmar como revelação neste ano.
Marquinhos
Eduardo Martins/A Tarde/Futura Press
Já acertado com o Palmeiras após um ótimo Brasileirão pelo Vitória, o meia se destaca pela capacidade de driblar e penetrar em diagonal em direção à área.
Maicon
Willians
O atacante fez algumas partidas pelo Fluminense no Brasileirão. Sua atuação mais destacada foi na virada sobre a Portuguesa. Com a saída de Washington, pode ter mais oportunidades no time adulto.
Adaílton
Diego
Com apenas 17 anos, foi colocado na fogueira que foi a luta do Fortaleza para fugir do rebaixamento à Série C. O atacante teve boas apresentações e, com um cenário mais favorável em 2009, pode se destacar ainda mais.
O zagueiro do Corinthians é a quarta opção de Mano Menezes para a posição, mas o técnico já mostrou que gosta do futebol do jogador.
Raí O Campinense surpreendeu na Série C do ano passado e conquistou o acesso. Um dos destaques desse time foi o lateralesquerdo Raí, de 22 anos. Marca bem e é bastante habilidoso.
16 anos É a idade de Philippe Coutinho. Já negociado pelo Vasco com a Internazionale, ele deixa o clube assim que completar a maioridade Janeiro de 2009
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Jorge R. Jorge
Cristiano Ronaldo, Kaká e Messi. A lista de candidatos a melhores jogadores de 2009 é reduzida e razoavelmente previsível. Mas sempre há quem corra por fora e pode pintar de surpresa.
Lionel Messi Carrega a responsabilidade de ser o melhor jogador do Barcelona, que luta pelos títulos do Espanhol e da Liga dos Campeões. É peça fundamental, também, no esquema de Maradona na seleção argentina. Pode ser o ano da vida de Messi.
Fernando Torres
Steven Gerrard
Depois da temporada em que saiu de promessa a realidade, o atacante do Liverpool tem tudo para terminar 2009 cotado aos prêmios de melhor do mundo. O fato de os Reds chegarem fortes nas disputas de títulos para a segunda parte da temporada reforçam sua candidatura.
O capitão do Liverpool costuma receber menos reconhecimento do que merece nas premiações de fim de ano. Caso ajude o Liverpool a acabar com um jejum de quase duas décadas na Premier League, sua cotação cresce. A evolução da seleção inglesa com Fabio Capello também ajuda.
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Glyn Kirk/AFP
Getty Images/AFP
Andreas Solaro/AFP
Cristiano Ronaldo Já está consagrado e suas jogadas continuarão aparecendo entre as mais espetaculares de cada semana. Ainda assim, será cobrado para mostrar poder de decisão na Liga dos Campeões e nas Eliminatórias da Copa de 2010 por Portugal.
Getty Images/AFP
Kaká Mesmo sem ter um 2008 brilhante, o camisa 22 do Milan terminou entre os cinco melhores do mundo para a Fifa. Insiste em ligar seu futuro aos Rossoneri, mas uma nova temporada sem títulos alimentaria velhas especulações.
Zlatan Ibrahimovic O atacante sueco da Internazionale foi o herói do “scudetto” em 2008 e caminha para ser o grande destaque de mais um título dos Nerazzurri. Ele sabe, no entanto, que precisa repetir as atuações na Liga dos Campeões para ter mais chances de ser premiado.
Didier Drogba O marfinense não teve um grande início de temporada, por causa de lesões e de uma suspensão por atirar uma moeda em torcedores. Recuperado, deve reconquistar seu espaço no Chelsea para a segunda temporada. Em forma, é um dos melhores atacantes em atividade.
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Luciano Arnold/Trivela
Grandes atuações técnicas, decisões polêmicas, erros incríveis, factóides e uma miríade de frases de efeito. Certos personagens sempre dão um jeito de se manter nos noticiários.
J. Hawilla e Delcir Sonda
Alexandre Kalil e Emerson Leão
Quando um clube está com dificuldade para se reforçar, logo se especula uma possível parceria com a Traffic ou a Sonda. Palmeiras, Santos e Fluminense já estão nessa, sendo que outros contam com relações menos intensas. A tendência é que o fenômeno ganhe força em 2009.
Depois do centenário frustrado, o Atlético Mineiro começa o ano com o presidente e o técnico que a maior parte da torcida queria. Difícil é saber como o temperamento explosivo de ambos influenciará no dia-a-dia do time, que vive longa seca de títulos importantes.
Muricy O técnico do São Paulo já disse: “agora quero a Libertadores”. Só isso já será suficiente para jogar sobre ele uma enorme carga de cobrança. No segundo semestre, Muricy ainda poderá lutar pelo tetracampeonato nacional seguido. E continuar como sombra de Dunga.
Dorival Júnior e Roberto Dinamite A dupla tem a incumbência de comandar a reconstrução do Vasco. Roberto é o responsável por manter a estabilidade política e administrativa, enquanto o treinador precisa montar um time competitivo com poucos recursos.
Felipe O’ Neill/AJB/Futura Press
Ronaldo O Fenômeno sempre é notícia. Como jogador, haverá mais uma vez a expectativa de ver se ele volta a ser o craque de anos atrás. Como personalidade, será motivo para pautas de diversas revistas de celebridades e fofocas. Tudo isso potencializado pelo fato de, em 2009, ele vestir a camisa do segundo clube mais popular do Brasil, com tudo o que isso tem de bom (projeção) e ruim (pressão e cobrança).
Ricardo Teixeira O Todo Poderoso chefão do futebol brasileiro terá um ano movimentado. Em março, estará no auge com a escolha das cidades sedes para a Copa de 2014. Além disso, ainda terá de lidar com a pressão sobre o técnico Dunga e o péssimo futebol apresentado pela Seleção nas eliminatórias. Sua tradicional arrogância se fará presente com força total.
Dunga Sem apoio de torcida e imprensa, Dunga cambaleia no cargo desde que assumiu. A Seleção não consegue duas atuações convincentes há tempos, mesmo estando em segundo nas eliminatórias. Suas polêmicas convocações e o mau humor nas entrevistas coletivas colaboram para prejudicar ainda mais sua imagem. Janeiro de 2009
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Atualmente no Al Rayyan, do Catar, Autuori é cogitado para a Seleção Brasileira ou qualquer grande clube sempre que um técnico tem seu cargo ameaçado. Em 2009 não deve ser muito diferente.
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Paulo Autuori
Carlos Alberto Parreira O técnico do tetra terminou 2008 trabalhando como diretor-técnico da Traffic e recusou uma proposta para dirigir o Flamengo. Afirma estar feliz na atual função, mas deve receber diversas propostas de clubes ao longo do ano.
Juan Pablo Sorín
D’Alessandro, Alex e Nilmar
Um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro, o argentino retornou em 2008 para sua terceira passagem pelo clube, mas ainda não jogou. De contrato renovado por dois anos, tem de provar que superou os problemas físicos para corresponder às expectativas.
O trio responde pelas esperanças do Internacional de conquistar títulos importantes – Brasileiro acima de todos – no ano de seu centenário. Para isso, a diretoria terá de se esforçar para segurá-los no Beira-Rio.
Celso Barros
Hernanes e Miranda
Mano Menezes
Dois pilares do tri brasileiro do São Paulo iniciam 2009 no Tricolor, mas dificilmente vão terminar. Ambos são requisitados na Europa e devem ser vendidos no mercado de verão europeu.
Após uma temporada quase brilhante pelo Corinthians em 2008, Mano terá um longo trabalho agora. Além de ter de levar o time para a Libertadores de 2010 (ano do centenário corintiano), precisará trabalhar para deixar Ronaldo em forma e adaptá-lo à equipe.
Maurício Assumpção e Ney Franco
Nelsinho Baptista
Presidente e técnico do Botafogo têm o desafio de manter o nível de competitividade do time, mesmo com elenco renovado e sem dinheiro para reforços.
O técnico que caiu com o Corinthians para a segunda divisão se redimiu em grande estilo ao levar o Sport ao título da Copa do Brasil. Agora, tenta ir mais longe e fazer uma boa campanha com o rubro-negro na Libertadores.
Ramires Kléber
Pedro Vilela/Futura Press
Chegou sem muito alarde e se tornou um dos principais jogadores do Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Sondado por muitos clubes, se ficar no Brasil tem boas chances de se destacar.
O cruzeirense é um dos nomes mais citados quando se fala em “volante moderno”, capaz de aliar poder de marcação e chegada ao ataque. Já recusou uma transferência para o futebol russo para ficar na Toca da Raposa, e é uma das armas do clube para disputar o título da Libertadores.
Depois da perda da Libertadores, o Fluminense viu a Unimed perder sua sanha por levar reforços às Laranjeiras. Com as saídas de Washington e Thiago Silva, o Tricolor precisará se reconstruir. O patrocinador-parceiro será lembrado nessas horas.
Orlando Silva Em ano de escolha das cidades que receberão a Copa de 2014, o ministro do esporte será figura atuante. Até porque, em nome do governo federal, ele defende a seleção de 12 sedes, ao invés de dez, como pretende a Fifa. A temporada será uma medição de sua força política.
Marcelinho Carioca Incrível, mas ele voltou! O meia-atacante foi um dos principais nomes do Santo André, campeão da Série A2 paulista e vice da Série B nacional em 2008. De volta à elite, não faltarão entrevistas com Marcelinho, ainda mais se o Corinthians estiver envolvido.
Keirrison Foi a maior revelação do Brasileirão. Atacante rápido e com ótima finalização, K9 é objeto de disputa judicial entre o Coritiba e Traffic. Deve ficar no Coritiba no começo do ano e ajudar no início das comemorações do centenário, mas a perspectiva é ser vendido ao exterior até o fim do ano.
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Tcheco
Filippo Monteforte/AFP
Depois de uma passagem apagada pelo São Paulo, Tcheco ficou com a moral em baixa. Bastou um ótimo Campeonato Brasileiro no Grêmio para recuperar seu status e se tornar um dos meias mais disputados no futebol nacional.
Kleber Pereira O veterano atacante, destaque do Santos no Brasileirão, vai continuar na Vila Belmiro. Resta saber se terá companhia na equipe, porque seus gols, sem dúvida, continuarão saindo.
Adriano
Jorge R. Jorge
O ex-presidente do Internacional voltou a compor a diretoria e terá papel importante em comandar o clube no ano de seu centenário. No currículo, o fato de ser o manda-chuva na época do título mundial colorado.
Onde quer que esteja, aquele que certa vez já mereceu o apelido de Imperador continuará ocupando as manchetes, na pior das hipóteses, por suas peripécias fora dos campos.
Joel Santana
Fabio Capello
O técnico brasileiro conseguiu se segurar à frente da seleção da África do Sul com uma série de vitórias no segundo semestre. Seu teste de fogo será a Copa das Confederações, em junho. Uma campanha ruim pode significar o fim da linha. E, se o Flamengo estiver sem técnico...
O técnico italiano vem fazendo um excelente trabalho na Inglaterra. Se continuar assim em 2009, o English Team se classifica para a Copa de 2010 com um pé nas costas e ainda chegará à África do Sul como candidato ao título.
Martin O’Neill Cuca Pegou um Flamengo que tem alguma base. É sua grande chance de conquistar algum título, isso se conseguir controlar os próprios nervos.
Nunca o Aston Villa esteve tão consistente para brigar por uma vaga na LC quanto nesta temporada. Mérito do técnico norte-irlandês, que ganhará status de mágico se isso ocorrer.
Luiz Felipe Scolari Sem fama, o ex-jogador do São Paulo conduziu o Avaí para a Série A nesta temporada com uma ótima campanha na segunda divisão no ano passado. Pode entrar na alça de mira de clubes mais tradicionais que precisem de sangue novo no banco.
Felipão terminará sua primeira temporada no Chelsea lutando por três troféus: Campeonato Inglês, Copa da Inglaterra e Liga dos Campeões. Se conquistar o inédito título europeu, entrará para a história do clube, podendo abrir mercado para outros treinadores brasileiros na Europa.
Túlio Maravilha
Robinho
No primeiro ano de seu mandato como vereador em Goiânia, o folclórico atacante continuará sua busca pelo milésimo gol da carreira. Deve disputar o estadual e alguma divisão do Brasileiro por um time de Goiás.
Poucos acreditam quando Robinho diz estar satisfeito no Manchester City. A tendência é que, ao final da temporada européia, surjam especulações de transferências milionárias envolvendo seu nome.
Silas
Sergio Agüero O atacante do Atlético de Madrid pode deslanchar nesta temporada. Há muito tempo ele é um dos melhores jogadores do futebol espanhol e é sondado por diversos clubes. Com o sogrão Maradona na seleção argentina, deve ganhar ainda mais espaço. Susana Vera/Reuters
Fernando Carvalho
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Maradona “El Pibe” terá sucesso à frente da seleção argentina? Completará o ano no cargo? Estas perguntas começam a ser respondidas com as primeiras partidas oficiais da Albiceleste sob o comando do maior ídolo de sua história – incluindo o encontro com o Brasil em setembro.
Thiago Silva Ficará um semestre parado no Milan. Nesse período, sairá da órbita da Seleção e pode cair fora dos planos de Dunga na reta final das Eliminatórias. Mas volta como potencial titular de um grande clube europeu.
Josep Guardiola O Barcelona apresenta campanhas impecáveis no Campeonato Espanhol e na Liga dos Campeões. Antes desacreditado, o técnico Guardiola ganhou o respeito de todos e agora tem de “finalizar” bem a temporada.
Raymond Domenech O técnico português se considera um gênio, e terá de atender a sua própria expectativa para levar a Internazionale ao título da Liga dos Campeões. A trajetória é dura: nas oitavas-de-final, os interistas têm pela frente o Manchester United.
David Villa
Em 2009, o presidente da Fifa deve sugerir mais 46 modificações sem sentido para as regras do futebol, cometer cerca de 250 gafes e ainda garantir por mais de mil vezes que não há um plano B para a Copa do Mundo de 2010.
O atacante espanhol se consolidou como um dos melhores do mundo na última Eurocopa, torneio do qual foi artilheiro. É a principal estrela do Valencia e deve ser alvo de inúmeras especulações durante a janela de transferências.
Guus Hiddink Em 2008, ele levou a Rússia para as semifinais da Eurocopa. No final de ano, teve problemas com salário, mas tudo foi acertado com uma ajuda financeira de Roman Abramovich. Agora, tem a responsabilidade de levar os russos para a África do Sul.
Mansour bin Zayed Al Nahyan O dono do Manchester City virou uma espécie de “novo Abramovich”. O xeique dos Emirados Árabes é o milionário da vez disposto a gastar insanamente seu rico dinheirinho. Além disso, é o responsável por levar o Mundial de Clubes de 2009 para Abu Dhabi.
Andrew Yates/AFP
Joseph Blatter
Getty Images/AFP
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José Mourinho
Sabe-se lá como, o técnico conseguiu começar o ano à frente da seleção francesa, diante de críticas da imprensa e da opinião pública. Não será surpresa se os Bleus não conseguirem a classificação para a Copa do Mundo.
Zico Está sumidão no Bunyodkor, mas a péssima campanha do Fenerbahçe de Luis Aragonês na atual LC dá crédito ao técnico brasileiro. Não seria surpreendente se seu nome aparecesse na boataria do verão europeu.
Cesc Fàbregas O meia assumiu a braçadeira de capitão do Arsenal, deixando evidente sua importância técnica e psicológica ao time londrino. Só que esse fato serve de marco: ele não é mais um garoto e precisará ser o craque que seu clube e a Espanha esperam.
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MARACANAZO
por Mauro Cezar Pereira
Ronaldo, case ou caso perdido? RONALDO, MILHÕES, MERCADO, PROPAGANDA, markeeting, case... Essas palavras se misturaram nas últimas semanas do ano passado do o Corinthians anunciou que o quando “Fenômeno” fará parte de seu elenco em 2008. o a euforia tomou conta de Incrível como (quase) todos,, parecia que o campeão ava contratando um jogada Série B estava ade. dor em atividade. É evidente que Ronaldo foi um dos antes da história, é o homaiores atacantes mem que maiss gols marcou em Copas do ou duas, uma como proMundo, ganhou oi vice-campeão em outagonista, e foi idades em campo foram tra. Suas qualidades exaltadas du-rante 15 anos, mesmo em meio a lesões e longos períodos longe dos gra-mados, com ênfatas por cima. se às suas voltas Contudo, a cada ano que passa fica mais difícil imaginar que seja capaz de virar o jogo mais omentarista Paulo uma vez. O comentarista ho, da ESPN Brasil, Vinicius Coelho, mento do passado fez o levantamento recente do centroavante, laca mais do que não emplaca gos consecuque cinco jogos 004. É quase tivos desde 2004.
meia década sem alcançar meia dúzia de partidas seguidas. Claro que, para consumo interno, ele pod pode ser mais do que o necessário, com chances reais de fazer a difeiss precisa jorença dentro da cancha. Mas, para isso, dem gar, ter motivação, algo que não demonstrou nem Mun mesmo às vésperas do Mundial de 2006, quando apareceu na Suíça p para o período silhue de lutador de treinamentos com silhueta de sumô. Aliás, a mesma da apresentação dez no Parque São Jorge, em dezembro. Torcer por Ronaldo em m mais uma volta por cima todos torcem, ou quase todos. Mas acreditar que isso seja simples, conencara a verdade. venhamos, é não encarar retrosp Basta observar o retrospecto do ataca cante. É possível, sim, que ele venha a se recuperar, emagrecer, jogar vári vezes sem rias les se lesionar. Enfim, corresponder. Mas não é provável. m sem vitóO marketing é ótimo, mas rias não será nada além de um paliativo lid incapaz de maquiar a realidade. Ronaldo terá de lutar para não se torn tornar um fiasco. Até porque os marqueteiros são capazes de, até lá, inventar um case qualquer que os esconda em meio à eventual ira da torcida por eles ilu iludida. O jogador precisa provar que não é um caso perdido.
HAT TRICK Ronaldo traiu o Flamengo? Não diria isso. Mas traiu a fé de boa parte da torcida rubro-negra, o apaixonado pelo clube e fã dele que acreditava em suas juras de amor, declarações oportunistas que o mantiveram na mídia mesmo lesionado. Mas, para o futebol rubro-negro, foi ótimo que não tenha acertado com o clube. Seria mais um oba-oba interminável. Não é disso que a Gávea precisa.
Dizem que o jogador de futebol é profissional quando assina com outro clube. Mas é preciso inserir entre as responsabilidades, os deveres do “profissional”, o respeito aos fãs. Sim, pois todo o faturamento dos ídolos com propaganda, com o tal do marketing, provém da paixão, da admiração, da idolatria que milhões de pessoas têm por aquele personagem. Nesse aspecto, Ronaldo não foi “profissional”.
O “Fenômeno” decidirá clássicos, aparecerá numa partida ou outra com destaque, muito provavelmente, mas a tendência é que fique por vários períodos longe do time. O problema vai estourar nas mãos de Mano Menezes, que terá de escalar Ronaldo quando ele estiver em condições, mesmo que a equipe venha bem e um “Herrera” qualquer viva ótima fase. Não será fácil.
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NEGÓCIOS
Certeza de
marketing incógnita de
futebol Contratação de Ronaldo é uma grande jogada do marketing corintiano, mas ainda há muitas dúvidas se isso compensará os resultados em campo
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sirene voltou a soar no Parque São Jorge em 12 de dezembro. Com pompa e circunstância raras vezes vista, o Corinthians apresentava o que considera o maior negócio de sua história. O clube havia contratado Ronaldo, maior artilheiro das Copas, três vezes eleito o melhor do mundo pela Fifa e, principalmente, um ímã de patrocinadores. Esse é o lado positivo da transação. O negativo é que o Alvinegro acabara de se reforçar com um jogador de alto salário que sofre com contusões crônicas. Se existia alguma dúvida sobre o caráter mercadológico da negociação, ela se dissipou horas após a confirmação da contratação, quando a loja oficial da sede do clube disponibilizou as primeiras camisas com o número 9 e o nome “Ronaldo” grafados às costas. O saldo foi de 150 peças vendidas, faturamento de R$ 25,5 mil em menos de 24 horas e um horizonte mais do que animador em termos de arrecadação. Esse foi apenas o impacto imediato. Os corintianos imaginam ainda explorar a imagem do reforço em
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vários produtos licenciados. O primeiro foi apresentado à imprensa junto com o Fenômeno: duas camisetas comemorativas, vendidas a R$ 39,90 cada, que terão lucros divididos entre jogador e clube. Além disso, estão na pauta uma linha de bonecos do atacante, produzida pela Estrela, e conteúdos exclusivos de SMS. “A venda da camisa oficial com o nome do Ronaldo no dia do anúncio da contratação mostra o quanto essa marca é forte. Temos muito a explorar, pois estamos trabalhando com um símbolo mundial”, afirma Luís Paulo Rosenberg, vice-presidente de marketing corintiano. A projeção menos otimista aponta para uma receita entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões gerada, direta ou indiretamente, pelo Fenômeno aos cofres alvinegros. Caso sua passagem pelo clube também seja um sucesso esportivo, esse número sobe para até R$ 25 milhões. “Corinthians e Ronaldo estabeleceram uma parceria, como duas empresas”, compara Rosemberg.
Internacionalização O potencial de marketing do atacante está diretamente ligado ao modo como os corintianos viabilizaram
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Fotos Luciano Arnold/Trivela
por Leonardo Bertozzi e Gustavo Hofman
R$
25,5 mil
Faturamento da loja da sede do Corinthians no primeiro dia de vendas da camisa 9 do clube com o nome de Ronaldo às costas
Marketing agressivo: Ronaldo se apresentou junto com camisa temática
sua chegada. A diretoria considera que, com Ronaldo no elenco, o Corinthians tem mais argumentos para negociar com um novo patrocinador principal, posto vago desde que a Medial Saúde, que desembolsou R$ 16,5 milhões em 2008, anunciou que não continuaria estampando sua marca na camisa da equipe. O clube tenta o apoio de alguma multinacional para driblar a crise financeira global e, com a alta do dólar, conseguir R$ 20 milhões. Alguns cartolas alvinegros chegam a projetar uma valorização de 60% em todos os contratos em função da presença do atacante no elenco. O otimismo se baseia em uma possível abertura do mercado internacional ao Corinthians. “Na Ásia, o clube poderia receber ofertas de € 500 mil por um jogo, algo inimaginável sem o Ronaldo”, afirma Amir Somoggi, diretor de novos negócios da Casual, empresa especializada em marketing esportivo. Por enquanto, o simples fato de ganhar as manchetes internacionais por algo positivo já serve de alento para o Corinthians. Nos últimos anos, o clube teve sua imagem manchada no exterior em virtude da associação com o fundo de investimentos MSI, acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. “Nos dias seguintes ao anúncio, o Corinthians já estava mundialmente associado ao Ronaldo. Isso até ofuscou o hexa do São Paulo na mídia nacional. Mas, para virar global de verdade, o clube tem de ter um plano de divulgação da marca”, avalia Somoggi. No mercado interno, os ganhos serão concentrados mais na capacidade de atrair patrocinadores, na arrecadação com bilheteria e na venda de produtos. Os direitos de televisão do Brasileirão, maior fonte de renda das equipes, já estão fechados até 2011. No caso, a Globo pagará R$ 660 milhões (valor recorde) para o triênio 2009-2011. Uma mudança radical de valores ou do modelo de negociação só será possível para 2012.
E o futebol? Do ponto de vista do marketing, a opinião média é muito favorável à contratação de Ronaldo. Mas a torcida, por mais que tenha mostrado empolgação na apresentação do artilheiro, não está interessada nisso. Os corintianos querem ver o time vencer, tanto melhor se for com o novo camisa 9 em campo e marcando gols. Assim, não pode ser deixado de lado o interesse técnico da negociação. Pensando no retorno em campo, a contratação do Fenômeno tem alto risco. Sua última passagem por um clube, o Milan, começou com vitória por 2 a 1 sobre o Livorno em 11 de fevereiro de 2007. Até terminar o contrato do atacante, os Rossoneri fizeram 56 partidas. O Fenômeno disputou apenas 15 (26%). Por isso, soa pouco provável que o jogador entre em campo com frequência. Ainda assim, o artiJaneiro de 2009
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RELEMBRE
por Ubiratan Leal
Hipólito Pereira/Agência O Globo
A experiência rubro-negra
Ida de Romário ao Flamengo em 1995 foi até mais bombástica que a de Ronaldo, mas os resultados em campo decepcionaram té anunciar seu acerto com o Corinthians, Ronaldo era visto como potencial reforço do Flamengo para 2009. Um pensamento justificável: o atacante usou as instalações rubronegras para se recuperar da grave contusão sofrida em fevereiro de 2008 e deu diversas declarações de que sonhava em defender o clube carioca, do qual é tor-
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cedor de infância. A notícia de que o Fenômeno defenderia o alvinegro paulista causou revolta na Gávea. Curiosamente, o Flamengo era o clube brasileiro que tinha uma experiência anterior de contratar um craque de projeção internacional quando menos se esperava. Mas, no caso, era algo muito maior que a chegada de Ronaldo ao
Parque São Jorge. Quando os rubro-negros fecharam com Romário, no início de 1995, estavam contratando o jogador que, no ano anterior, havia sido a estrela do Brasil na Copa e havia conquistado o prêmio de melhor do mundo da Fifa. “Não tem comparação, trouxemos o melhor do mundo, não um jogador quase aposentado”, afirma, sem esconder rancor com Ronaldo, Kleber Leite, diretor de futebol flamenguista e presidente do clube na época. Para tirar o atacante do Barcelona, foi necessário um grande esforço do clube – “de 3 a 4 meses de muita conversa”, segundo Leite – e a mobilização de empresas que se dispusessem a participar do negócio. Foi formado um pool com Brahma, Banco Real, Rede Bandeirantes e Multiplan (dona do Barra Shopping no Rio), que forneceram os recursos para o Flamengo em troca do uso da imagem de Romário em ações comerciais. A chegada do melhor jogador do mundo à Gávea teve repercussão suficiente para viabilizar a aposta dos patrocinadores. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o atacante colaborou com os rubro-negros. Desde o segundo semestre de 1994, ele deixou claro aos dirigentes catalães que não tinha mais interesse em ficar na Europa e sua permanência em Barcelona se tornou prejudicial ao time. Os Blaugranas pediram apenas US$ 4,5 milhões para ceder o jogador. A contratação do Baixinho fazia parte de uma série de ações de marketing do Flamengo, que comemorava seu centenário. Além de Romário, o clube também contratou jogadores como Edmundo, Djair, Ronaldão e Luis Carlos Winck para montar supostamente um esquadrão, o “Time dos Sonhos”. Tecnicamente, Romário teria mais chances de ser um sucesso no Fla do que Ronaldo tem no Corinthians. Mas não deu certo assim mesmo. O Rubro-Negro pagou pelos problemas internos, não mostrou futebol convincente e terminou o ano tendo como único título a Taça Guanabara. “Era uma reunião de craques que não formavam uma equipe. Faltou amizade naquele grupo”, comenta Sávio, um dos destaques daquele time.
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Luciano Arnold/Trivela
lheiro tenta mostrar otimismo e diz que não pensa em ser poupado de partidas espinhosas no interior paulista. “Jogarei sempre que o técnico quiser. Não é o campo que atrapalha o joelho, na Europa também tem gramados ruins”, afirma. A baixa assiduidade do atacante nos últimos anos preocupa, mas a média de gols – nove em 15 jogos pelo Milan – serve de bom sinal. Até porque Ronaldo poderá não apenas concluir jogadas, mas também abrir espaço para os companheiros. “Ele vai ter sempre dois ou três marcadores. Haverá jogos que o Corinthians vai ganhar de 2 a 0, sem gol dele e ele terá sido muito importante”, comenta o ex-jogador Amoroso, que também enfrentou sérias lesões de joelho e fez o trajeto Milan-Corinthians. Outra questão que preocupa o Alvinegro é quanto a possíveis problemas por causa dos salários do jogador. Afinal, o clube ainda vive uma situação financeira delicada e muitos atletas podem se incomodar com o excesso de atenção e de dinheiro que gira em torno de apenas um nome. “Acho que isso não atrapalha. O que causa inveja é quando um jogador recebe muito e o outro não recebe”, opina Caio Ribeiro, ex-jogador e comentarista da Rede Globo. Pode até ser, mas há focos de possível tensão. Por exemplo, Dentinho recebeu, em 2008, cerca de 10% do que Ronaldo receberá ao fim de seu ano de contrato com o Corinthians – sem contar o que ele conseguirá via acordo de sua empresa R9 com o clube. Outro caso é o de Herrera, que teve sua permanência
Divulgação
Ronaldo terá participação na venda de produtos ligados a seu nome
prejudicada por dificuldade do time paulista em pagar o valor pedido pelo Gimnasia La Plata. Ciente de que precisa mostrar serviço e se enturmar rápido, Ronaldo tenta se mostrar um bom colega de trabalho. “Em nenhum lugar enfrentei problemas com ciúmes dentro do elenco. Sou apenas mais um jogador, não vou ter nenhum privilégio ou mordomia”, diz. Em assuntos técnicos e de ambiente de vestiários, o discurso está afinado. Resta ver se isso vai se transformar em resultados em campo. Caso contrário, uma grande ação de marketing pode se transformar em um mico futebolístico. Aí, não há propaganda que contente a torcida.
ENTENDA CONTRATO ENTRE RONALDO E CORINTHIANS Ronaldo chegou ao Corinthians seduzido por uma proposta quase irreal para os padrões do futebol brasileiro. A estimativa é de que, ao fim de 2009, o Fenômeno tenha acumulado mais de R$ 10 milhões apenas em ações ligadas ao clube. Garantir esse montante, porém, exigiu uma grande engenharia do departamento de marketing alvinegro.
O jogador terá o maior salário do elenco corintiano, sendo que apenas 36% aparecerão registrados na carteira de trabalho. O restante virá de uma combinação que envolve bilheteria, publicidade e direitos de imagem. O primeiro passo nesse sentido foi ceder ao jogador 80% do que for arrecadado com patrocínio de mangas e calção dos uniformes.
O modelo de parceria também atingiu a comercialização de ingressos. Ronaldo ficará com R$ 20 de cada entrada vendida para as numeradas nos jogos do Corinthians no Pacaembu na próxima temporada. Além disso, ele terá direito a porcentagens que podem variar de 15% a 30% sobre o que for vendido com a sua marca, como bonecos e camisas. [LB]
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CULTURA
Furacão.com
EC Bahia
Canal Fluminense
No limite da paixão Torcedores se unem parra criar sites não oficiaais de seus clubess, oferecem m conteú údo jornalístico e fidelizam leiitores, maas muitas vezzes esbarram no próprio fanatismo etembro de 2007. Renato Gaúcho concedia uma entrevista coletiva após um treino do Fluminense quando resolveu ler uma lista que acabara de receber. Era uma relação de equívocos de arbitragem que supostamente haviam prejudicado o Tricolor no Brasileirão daquele ano. Ele aproveitou e criticou fortemente a comissão de arbitragem e foi suspenso. A origem de tudo isso, o levantamento de erros contra o Flu, não saiu de um grande veículo de comunicação. Foi obra de um site não oficial que faz cobertura jornalística do clube, o Canal Fluminense. Páginas como essa oferecem notícias, atuais e feitas por e para torcedores de uma equipe. Além disso, disponibilizam espaço para extravasar emoções e frustrações. O fato de serem especializados e de não sofrerem com a contaminação da
suposta “torcida contra” da grande imprensa (muita gente, independentemente do time pelo qual torça, tem certeza que a mídia tem preferência pelo rival), fez que esses sites se tornassem uma fonte de informação para muitos torcedores. “É estabelecida uma relação de confiança e troca com o torcedor”, comenta Eduardo Luiz, criador do Palmeiras Todo Dia. Cada site surgiu de um modo próprio. O Furacão.com, do Atlético Paranaense, uniu o interesse de amigos por internet e o Atlético. O Sou Avaiano, do Avaí, começou a partir da dificuldade em encontrar notícias sobre o Leão da Ilha. Já o Observatório Verde, do Palmeiras, não esconde seu objetivo de “fiscalizar” o que a imprensa publica sobre o clube. Algumas dessas páginas cresceram tanto que vendem anúncios e chegam a exercer alguma influência. No início de
2008, quando Palmeiras e Suvinil chegaram a um acordo de patrocínio para a camisa, torcedores mostraram receio de que as cores da empresa (laranja e vermelho) descaracterizassem seu uniforme oficial. Eles enviaram opções e uma enquete foi realizada através do “Palmeiras Todo Dia”. Empresa e clube respeitaram a decisão e usaram oo modelo mais votado no site. Alguns vão além, adotam posturas políticas e apóiam candidatos. O SP Net, do São Paulo, existe há 14 anos e durante a eleição para a presidência do clube, em 1998, entre Paulo Amaral e Marcelo Portugal Gouveia, realizou entrevistas com ambos candidatos, mas deixou claro o apoio a Gouveia. Esse não é o único exemplo em que a parcialidade é prejudicada. Pelo apego declarado ao clube, muitas vezes os ad-
Sou Avaiano
Vozão
Nação Colorada
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por Luciana Zambuzi
Clube
Palmeiras Todo Dia
ministradores dos sites têm dificuldade em evitar que o sentimento de torcedor atrapalhe o noticiário. “Procuramos buscar a imparcialidade dentro da parcialidade que é a paixão”, resume Cleverson Freitas, diretor do Furacão.com. Por isso, alguns admitem que dão a versão de torcedor para os fatos. Silvio Miele, professor de jornalismo na PUC-SP e especialista em novas mídias, considera que a postura dos “jornalistas torcedores” muitas vezes é exagerada. A forma como as notícias são disponibilizadas, carregadas pelo sentimento de amor ao clube, acabaria “rebaixando” a qualidade das informações. “Alguns sites são quase o acompanhamento eletrônico de uma seita e não de um time de futebol”, comenta. “O torcedor pode, sim, se aventurar como jornalista, mas perde-se a oportunidade de retomar o lado subversivo do futebol e permanece-se no lugar comum”, acrescenta. Se a internet deixou ainda mais estreita a relação entre clube-torcedoresmeios de comunicação, a “hiper-setorialização” da vida esportiva pode ser uma proposta muito arriscada. Afinal, o equilíbrio entre razão e emoção não é muito fácil de atingir.
NauticoNet
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Endereço
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CATEGORIAS DE BASE
À prime Clubes profissionalizam métodos para descobrir e desenvolver garotos das aycon Vinícius Ferreira da Cruz é órfão de pai e mãe. Morava com a avó materna, mas preferia perambular pelas ruas de Montes Claros, Minas Gerais, com o irmão mais velho – que depois seria preso por tráfico de drogas. Não estudava. Só queria jogar bola. Ele tinha 11 anos quando sua vida mudou. Nicão, como gosta de ser chamado, foi encontrado por um descobridor de talentos. O “olheiro”, tradicional personagem que tem mudado de perfil nos últimos anos em nome da profissionalização do futebol. Nicão deu sorte. Passou pelo Mirassol (foi adotado por um diretor do clube) e hoje, aos 16 anos, está no Palmeiras, com uma multa rescisória milionária e colecionando convocações para as equipes de base da Seleção Brasileira. Todos no Alviverde apostam alto no futuro do garoto. Mas quantos outros “Nicões” não estão por aí, à espera de alguém que os descubra? Para diminuir a quantidade de talentos que nunca são descobertos, os clubes tentam profissionalizar seu
por Fernando Martins
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esquema de busca de jovens. A garotada passa por testes físicos, técnicos e psicológicos. Na hora da avaliação, conta até o histórico familiar – clubes como Palmeiras e Inter não escondem a preferência por meninos com ascendência européia. Mas o olheiro, que avalia os garotos no primeiro estágio dessa seleção, continua sendo basicamente uma pessoa que tem como única ferramenta o olho apurado. “Depois de anos no futebol, a visão está calejada o suficiente para identificar rapidamente quem tem e quem não tem potencial”, defende João Batista dos Santos, que percorre o interior do Rio Grande do Sul à procura de talentos para o Grêmio. João vive o futebol. Foi jogador de 11 times do interior gaúcho e pendurou as chuteiras em 2000, aos 36 anos. Montou uma escolinha e logo viu que a melhor forma de ganhar dinheiro era descobrindo promessas e levandoas a algum clube grande. E aí entrou o Grêmio. O Tricolor gaúcho tem um programa de licenciamentos para olheiros – em vez de receber um salário para
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ira vista categorias de base, mas a sensibilidade dos olheiros ainda é fundamental caçar talentos, o profissional fica com uma porcentagem dos direitos do jogador numa negociação futura. Existe até uma tabela para estabelecer as cotas: “Se o garoto tem até 15 anos, são 5% do olheiro. Se está com 16 ou 17, são 10%. E se já passou dos 18 anos, são 15%”, explica João. Nesse programa, a função do caçatalentos se confunde com a do empresário. A maioria, porém, ainda é formada por ex-jogadores. Gente que vive do futebol, apresentando garotos para os clubes em troca de um salário ou uma pequena bonificação.
Olheiros, não. Avaliadores Um time reconhecido entre dirigentes pelo trabalho na base é o Vitória. O Leão tem 250 atletas espalhados por sete categorias, do fraldinha ao júnior, sendo que 96 moram em alojamentos do clube. “Temos seis olheiros contratados, com carteira assinada e tudo. Eles viajam pelo Brasil à procura de jovens de 10 anos em diante, e contam com um sem-número de informantes”, afirma Jorge Sampaio, presidente do Rubro-Negro baia-
no. “Isso dá um gasto de R$ 200 mil por mês, R$ 2,4 milhões por ano”, calcula. Desse trabalho surgiram jogadores como o goleiro Dida, o volante Vampeta, o lateral Júnior e o atacante Alex Alves, todos no começo da década de 90. O exemplo mais recente é o atacante Marquinhos, que chegou ao clube com 15 anos e foi contratado pela Traffic após se destacar no Brasileirão. O destino do jogador é o Palmeiras. Investimentos como este ajudaram a fechar as contas do time baiano, mas até isso pode estar acabando. Parece mentira, mas os clubes não têm perdido apenas jogadores para investidores como a Traffic e o Grupo Sonda. Olheiros também têm sido abocanhados por elas. Antonio Carletto Sobrinho é popular em Curitiba por ter levado vários talentos para o Atlético Paranaense. É creditada a ele a descoberta dos atacantes Oséias, no Galícia-BA, e Kléber Pereira, no Maranhão. Carletto chegou a ocupar um alto cargo na diretoria do Janeiro de 2009
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Mais tempo para avaliar Em nome da transparência, o Grêmio tomou uma atitude radical: identificou todos os seus olheiros no site oficial, com nome, foto, telefone celular e até os locais
Clube
Método
Corinthians
Peneiras e franquias de escolinhas
Cruzeiro
Rede de olheiros e informantes
Flamengo
Peneiras
Grêmio
Olheiros que chegam a ter porcentagem dos direitos dos garotos
Internacional
Avaliações técnicas e exames realizados pelo país
Palmeiras
Olheiros espalhados por regiões específicas
Santos
Franquias de escolinhas
São Paulo
Franquias de escolinhas e olheiros espalhados pelo Brasil
Vitória
Olheiros espalhados pelo Nordeste
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Ubiratan Leal/Trivela
Atlético, mas, hoje, é contratado da Traffic – um dos muitos, aliás, que trabalham para a empresa, que tem o ex-zagueiro Darío Pereyra como “coordenador de avaliação técnica”. A Traffic tem dinheiro (R$ 40 milhões de um fundo registrado com o nome de Cedro S.A. para investir em jogadores) e, agora, tem estrutura. Um centro de treinamento foi erguido em Porto Feliz, a 100 km de São Paulo. Carlos Alberto Parreira é quem está no comando. Garotos do Brasil inteiro são levados para serem registrados como jogadores do Desportivo Brasil e depois emprestados a equipes como Ituano e São Bento. Para que o esquema funcione, a empresa depende de bons observadores. Essa “arte” de descobrir talentos era uma atividade amadora, feita geralmente por ex-jogadores que prestavam favores ou à família do garoto que indicavam ao clube que por anos os empregavam. Esse quadro mudou radicalmente. Olheiros foram profissionalizados e até mudaram o nome da função para marcar a nova fase. “Prefiro chamá-los de avaliadores técnicos”, diz Adilson Durante, diretor das equipes de base do Santos. No Cruzeiro, há até uma hierarquia. “O clube tem cinco observadores técnicos e cada um tem uma rede de até 30 informantes. Eu fico como supervisor”, explica Eduardo Maluf, diretor de futebol do clube mineiro. Olheiro, avaliador ou observador, o fato é que esse profissional ainda recebe um salário modesto diante da quantidade de dinheiro que podem gerar para os clubes, caso descubram um talento que possa ser vendido por uma fortuna para o exterior. A média salarial está entre R$ 1 mil e 2 mil. Um olheiro ouvido pela Trivela diz que é normal empresários oferecerem propinas em troca da aprovação de alguns garotos. “Mas quem aceita rapidamente se queima no meio”.
em que cada um atua. Assim, quando há, por exemplo, um torneio infantil, todos ficam sabendo que aquele senhor de camisa azul celeste trabalha para o Grêmio. O Inter tem um modelo ainda mais complexo. O clube mantém um departamento exclusivo de avaliação técnica, com testes sazonais em diversas regiões do país. Em outubro último, por exemplo, o olheiro Luiz Cláudio Sanzi visitou Macapá. Foi a cidade mais distante em que ele esteve à procura de talentos. Antes, já havia estado em lugares como Palmas, Cascavel-PR e Presidente Prudente-SP. Os garotos pré-selecionados por Sanzi e outros seis observadores são encaminhados para uma bateria de exames que pode durar até quatro dias, o que dá mais tempo para o garoto mostrar sua capacidade que em uma peneira convencional. Quem passa por essa prova é levado a Porto Alegre, onde os avaliadores finalizam o processo. Clubes como Cruzeiro, São Paulo e Santos ainda contam com olheiros que assistem aos jogos “à paisana” e só se identificam quando realmente encontram um garoto com potencial. A partir daí, o menino é encaminhado para uma avaliação nos centros de treinamento para as equipes de base. No Santos, há o orgulho por ser “o clube dos Meninos da Vila”. A expressão surgiu nos anos 70,
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8 mil
Número de jogadores avaliados pelo Cruzeiro por ano
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milhões
Dinheiro previsto pela Traffic para investimento em jogadores
Figueirense e Rio Branco (SP) na final da Copa São Paulo de Juniores de 2008: olheiros estavam entre os torcedores
“Nós preferimos investir em jogadores ‘semiprontos’, já com 18, 19 anos e que possam ser aproveitados em pouco tempo no time profissional”
graças à geração de Juary, Nilton Batata e João Paulo, descobertos por olheiros no interior do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, respectivamente. Tradição resgatada nesta década. Robinho era famoso na Baixada Santista desde os seis anos de idade, quando começou a jogar futebol de salão no Beira-Mar, de São Vicente. Não precisava ser olheiro profissional para ver que era um fora de série. Destacava-se tanto em relação aos demais meninos, que já dava entrevistas para emissoras locais antes mesmo de aprender a ler e escrever com desenvoltura. Quando o futeEduardo Maluf, diretor de futebol do Cruzeiro bol de salão ficou “pequeno demais” para o garoto, ele foi levado para os gramados. A fama que o Santos ganhou com a geração de Diego e Robinho fez que a diretoria investisse no projeto “Meninos da Vila”, uma rede de franquias de escolinhas de futebol espalhadas pelo Brasil. Já são 13 unidades. “Se um garoto se destaca numa dessas franquias, chamamos um observador para fazer testes por até quatro dias”, diz Adilson Durante, o diretor das equipes de base. A profissionalização proposta pelo Palmeiras é bem diferente. O gerente de futebol Toninho Cecílio, for-
mado em publicidade e propaganda em 1990 (ainda quando jogava no Verdão) e com participação em diversos seminários de marketing e gestão esportiva, é o responsável pelo “Green Talent”, projeto que estratifica todo o departamento de equipes de base do Palmeiras, a partir do trabalho dos olheiros. Serão seis espalhados pelo estado de São Paulo. A maioria fica a cargo de algum ex-jogador do clube, como Jorginho Putinatti. O foco dele e dos outros olheiros a serem profissionalizados pelo Palmeiras está em garotos com idade entre 13 e 18 anos. Há a recomendação para que deem preferência a jogadores com ascendência européia, que possam obter o passaporte comunitário, pré-requisito importantíssimo na negociação com o exterior. Mesmo assim, até meninos de países vizinhos, como Argentina e Paraguai, serão bem-vindos. No Paraguai, por exemplo, a tarefa – informal – de indicar jogadores cabe ao ex-lateral Arce e ao ex-zagueiro Gamarra, hoje, respectivamente, técnico e diretor do Rubio Ñu, campeão da segunda divisão paraguaia em 2008. Há o caso do atacante Fretes, que jogava no Guaraní de Assunção e que chamou a atenção de Toninho Cecílio num torneio na Espanha, em jogo contra o Palmeiras. Foi contratado e passou quase um ano no clube. Não agradou e foi embora. É por isso que o Cruzeiro trabalha com outro perfil de atleta. “Nós preferimos investir em jogadores ‘semiprontos’, já com 18, 19 anos”, diz o diretor Eduardo Maluf. “Procuramos em clubes como Marília e Paulista de Jundiaí, que fazem um bom trabalho de base, jogadores que possam chegar e, em pouco tempo, serem aproveitados já no nosso time profissional”. Maluf diz que são 8 mil jogadores avaliados por ano. “Só uns 20 são aprovados”. Ele está contente com o trabalho realizado. “Estou há dez anos nessa função e hoje posso me orgulhar de ver o Cruzeiro como um dos clubes que mais revela e vende jogadores para o exterior”. Percebeu? O objetivo é o lucro. Títulos são conseqüência. O importante é ter por perto os melhores olheiros, para ter sempre os melhores “negócios”. Janeiro de 2009
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INGLATERRA
Solo
por Ubiratan Leal
infértil Chelsea investe milhões em categorias de base, mas não consegue revelar jogadores para o time principal
uando Michael Essien teve seus ligamentos cruzados do joelho rompidos em uma partida de Gana nas Eliminatórias da Copa 2010, Luiz Felipe Scolari sabia que teria problemas. No elenco do Chelsea, havia apenas um outro volante: John Mikel Obi. Sem saída, o técnico se viu obrigado a recolocar o lateral-direito Belletti na posição, além de pedir a contratação de Mineiro. O caso expôs a falta de opções no elenco azul, por mais que Roman Abramovich invista milhões de
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libras no time. Durante os anos de bonança, com José Mourinho, chegaram reforços aos borbotões. Com o tempo, quem não tinha espaço ia saindo. Foi assim com Robben, Shevchenko, Crespo, Wright-Phillips, Boulahrouz, Maniche e Glen Johnson. Sobrou pouca gente, o que era planejado. Depois de cinco anos, o russo imaginou que o clube já estaria formando seus jogadores. Não faltou investimento para isso. Abramovich gastou € 12,9 milhões em um centro de treinamento para as categorias de base e mais € 5,9 milhões para tirar Frank Arnesen – ex-jogador dina-
A EXCEÇÃO Fabio Capello surpreendeu a todos quando convocou Michael Mancienne para a seleção inglesa que disputaria um amistoso com a Alemanha em 15 de novembro. O zagueiro completa 21 anos em janeiro de 2009 e é destaque do Wolverhampton na segunda divisão. Sua experiência com a camisa da Inglaterra era apenas em categorias de base. Mancienne não entrou em campo, mas chamou a atenção de muita gente do Chelsea. Não como reforço, mas porque o defensor foi formado nas divisões inferiores dos Blues e está nos Wolves por empréstimo. Se vingar, o jogador seria um raro sucesso do trabalho de base do clube de Stamford Bridge.
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marquês famoso na Europa como descobridor de talentos, sobretudo quando esteve no PSV – do Tottenham. Ainda assim, muito pouco produtivo surgiu. No elenco atual, apenas Mikel Obi, Ivanovic, Di Santo, Salomon Kalou e Alex foram criados no clube ou contratados ainda como promessas. Muito mais extensa é a relação de atletas que passam ou passaram por Stamford Bridge sem sucesso: Shaun Cummings, Nana Ofori-Twumasi, Liam Bridcutt, Per Weihrauch, Ryan Bertrand, Jack Cork, Danny Hollands, Tal Ben-Haim, Alcides, Mosia Boy-Boy, Yves MakabaMakalamby, Valerio di Cesare e Lenny Pidgeley, entre outros. Insatisfeito com os resultados na base, Abramovich demitiu Arnesen e 15 integrantes da rede de olheiros. Mesmo com bilhões de euros no banco, o russo sabe que investir na revelação de jogadores é mais sustentável do que contratar craques prontos. Saiba mais sobre futebol inglês em www.trivela.com/inglaterra
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Um nome,
por Ubiratan Leal
HISTÓRIA
VÁRIOS ESPORTES
erei, acaso, redondo assim, para me dardes ambos pancada sem parar, como se eu fosse bola de futebol? Sem mais nem menos, me aplicais pontapés”. William Shakespeare escreveu essas palavras em “Comédia de Erros”, peça do final do século XVI. A referência ao futebol merece especial atenção se considerado que o esporte, como é conhecido hoje, somente foi oficialmente criado na década de 1860. O escritor inglês não tinha dons premonitórios. Ele usou o termo “football” como referência a um jogo medieval em que multidões formavam os times e o objetivo era marcar um gol localizado a quilômetros de distância. Foi dessa atividade que surgiu o futebol atual, mas a história é bem menos linear do que se pode supor. Na codificação do futebol medieval, cada região ou escola adotou sua regra. Por isso, havia dificuldade de se realizar jogos intermunicipais ou inter-escolares, algo que ficou mais grave quando alunos de colégios diferentes tentavam praticar o esporte na universidade. Isso levou a uma crescente uniformização das regras. As duas principais correntes eram a da escola de Cambridge, que enfatizava os chutes, e a de Rugby, que permitia o uso das mãos. Na impossibilidade de se chegar a um consenso, o esporte se dividiu em “association football” (regra de Cambridge, que fazia referência ao fato de ser organizada pela Football Association) e “rugby football”. Com a presença inglesa em negócios por todo o mundo, as duas modalidades se espalharam e ganharam novas versões. Em alguns países, tais esportes conquistaram bastante popularidade e acabaram tomando para si o nome “football”. O termo se refere ao futebol na maior parte do mundo, mas pode significar futebol americano (Estados Unidos), futebol canadense
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“
De cima pra baixo: rugby union, futebol gaélico, futebol americano e futsal, esportes com uma origem em comum; à direita, placa na Universidade de Cambridge marca o local em que foram criadas as regras do “association football”, conhecido no Brasil como “futebol”
O futebol é descendente direto de jogos medievais praticados com pés e bolas, mas não é filho único. Nessa árvore genealógica, há vários irmãos e primos
(Canadá), rúgbi (Nova Zelândia), futebol australiano (ou Australian rules, Austrália) ou futebol gaélico (Irlanda). Para evitar confusão, surgiu na Inglaterra (e não nos Estados Unidos, como se crê no Brasil) o termo “soccer”. A versão mais aceita é que foi criado por Charles Wreford-Brown, capitão da seleção inglesa na década de 1880, usando o “soc” de “association”. A palavra é utilizada até hoje em países em que outra modalidade de futebol é mais popular. Janeiro de 2009
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COMO SE JOGA
Futsal
com as mãos com os pés com taco
TIPO DE E BOLA ovaal redonda e grande redonda e pequen uena
ONDE É MAIS PRATICADO DO
Beach soccer Criação 1990s Durante anos, praticou-se no Rio de Janeiro um futebol de praia com times de 11 jogadores e regras parecidas com o futebol de campo. O atual “beach soccer” parece mais um futebol de salão jogado na areia.
Indicado pelas bandeiras dos respectivos países Império Romano Comunidade Britânica
Indoor soccer
Criação 1980s Mistura do futebol de salão com indoor soccer, para se tornar um jogo mais dinâmico. É organizado pela Fifa.
Futebol de salão Criação 1930s Criado no Uruguai como modo de adaptar o futebol a quadras fechadas. Foi muito popular no Brasil até a década de 1980. Com a criação do futsal, só mantém força na América espanhola.
Améric Amé ricaa do do Sul Sul Todo o mundoo Modalidade extinta
(algumas ainda são praticadas em festivais históricos e exibições esporádicas)
ENQUANTO ISSO, NO ORIENTE Dois jogos similares ao futebol eram praticados na Ásia antiga e medieval. No entanto, não há informações concretas de que eles l teriiam iinfl fluenciiado d o desenvolvimento das modalidades praticadas na Europa.
Cuju Surgido na China por volta do século 5º a.C., tinha muitas semelhanças com o futebol. A bola era chutada e o objetivo era marcar gols. Foi muito popular – chegou a ter atletas profissionais – até o século 13 d.C.
Kemari
Criação 1960s Há várias modalidades de indoor soccer, mas quase todas têm quadras sem linhas laterais ou de fundo. É muito praticado nos Estados Unidos. O showbol e o futebol society podem ser considerados variações do indoor soccer.
Volata Criação 1920s Tentativa fracassada de Mussolini de criar um esporte “genuinamente italiano”. Inspirado no calcio fiorentino, tentou substituir o anglicismo representado pelo futebol na década de 1930. Morreu junto com o fascismo.
FUTEBOL Criação 1840s Oficialmente chamado de association football, já que é o futebol adotado pela “associação de futebol” (federação inglesa). Foi a modalidade inglesa que se espalhou com mais rapidez pelo planeta e se tornou o esporte mais popular do mundo.
Calcio fiorentino Criação: séc. 16 Apesar do nome (“calcio” significa “chute” em italiano), o esporte é jogado basicamente com as mãos. Era popular na Florença medieval e, hoje, sobrevive só em festivais anuais.
Futebol medieval Criação séc. 9º
Derivado do cuju, foi praticado no Japão medieval. Os jogadores formam um círculo e têm de chutar a bola um para o outro, sem deixá-la cair no chão. A modalidade foi revivida no século passado.
Harpastum Criação Antiguidade Era uma adaptação romana do episkiros, um jogo similar praticado na Grécia. Não há muitas informações a respeito das regras: sabe-se que era violento, praticado com uma bola pequena e dura e que os jogadores usavam as mãos. Espalhou-se pelo império romano e acabou dando origem a muitos jogos com bola na Europa. Como o futebol medieval.
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Touch Football
Rugby league nines Criação n/d Igual ao rugby league, mas com nove jogadores. Há versão com sete.
Criação 1950s Versão em que um toque no adversário para a jogada.
Rugby league Criação 1890s Algumas equipes de rúgbi eram a favor do profissionalismo e se desvincularam da união de rúgbi. Criaram uma liga própria e modificaram algumas regras (como diminuir de 15 para 13 jogadores por time), até ser considerado um outro esporte, relativamente próximo ao futebol americano. É popular no norte da Inglaterra e na Oceania, sobretudo Austrália e Papua Nova Guiné.
Arena Football
Futebol canadense
Criação 1980s Versão do futebol americano adaptada para ginásios.
FUTEBOL AMERICANO
Criação 1860s Parece muito com o futebol americano, e alguns consideram os dois como o mesmo esporte. A CFL (Canadian Football League) tenta impedir que a NFL (liga de futebol americano) cresça no Canadá e acabe com o futebol canadense.
Criação 1860s Versão adaptada do rúgbi, na qual é permitido passe para a frente com a mão e as jogadas param constantemente. É conhecido também como “gridiron” (grelha, referência às linhas de jardas no gramado). Nas últimas décadas, passou o beisebol como o esporte mais popular dos Estados Unidos.
Futebol australiano Criação 1850s É o esporte mais popular da Austrália. Há controvérsia sobre sua origem. Alguns argumentam que é derivado do rúgbi, outros, do futebol gaélico (com o qual é mais parecido). Há quem defenda que, na verdade, é uma mistura de ambos.
Rugby sevens Criação 1880s Versão do rúgbi com sete jogadores por time.
International rules
RUGBY UNION Criação 1840s Surgiu na cisão entre os defensores da regra de Cambridge e os da regra de Rugby. Conta com times de 15 atletas e tornou-se a base de modalidades de futebol em que o jogador carrega a bola com as mãos e precisa levá-la à linha de fundo adversária. É popular em diversos países.
Futebol gaélico Criação séc. 14 Versão mais moderna do caid. As traves têm o mesmo formato do futebol, com rede, e dois enormes postes, como no rúgbi, logo acima. Os jogadores podem pegar a bola com a mão, mas precisam fazer gols (e não cruzar a linha de fundo) para marcar pontos.
Criação 1960s Não é bem um esporte. Trata-se de uma regra intermediária entre futebol australiano e gaélico, para permitir amistosos entre Austrália e Irlanda.
Caid
Não era um esporte, mas um nome genérico para vários jogos que vilarejos ingleses praticavam, chutando ou carregando uma bola. Aos poucos, foi se organizando até se transformar no futebol e no rúgbi.
Criação séc. 14 Modalidade com influências do hurling e do rúgbi. Seu nome às vezes é usado como sinônimo de futebol gaélico.
Hurling Criação ± séc. 12 a.C. Esporte que lembra hóquei sobre grama e tem uma trave mista de futebol e rúgbi, mas não é considerado uma modalidade do futebol. Os primeiros registros de jogos de hurling são celtas (cerca de 1200 a.C.) e, até hoje, o esporte é um símbolo do nacionalismo irlandês.
Soule ou choule Criação séc. 11 Jogo praticado em Bretanha, Picardia e Normandia (regiões francesas) durante a Idade Média. Por vezes, usava-se bastões.
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ITÁLIA
Spice
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Milan
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Contratação de Beckham pelo Milan é naturalmente ligada ao marketing, mas jogador pode ser útil ao time durante sua curta estadia na Itália história não é segredo para ninguém. Joan Laporta se elegeu para a presidência do Barcelona em 2003 prometendo a contratação de David Beckham. Eleito, levou uma rasteira do Real Madrid, que foi buscar o inglês, então insatisfeito no Manchester United. Para dar uma satisfação à torcida, o dirigente catalão contratou Ronaldinho, então no Paris SaintGermain. Acabou sendo uma tacada de mestre, com o brasileiro levando o Barça a títulos importantes e sendo eleito por duas vezes o melhor jogador do mundo. Agora, cinco anos e meio depois, os caminhos de Beckham e Ronaldinho voltam a se cruzar. Por pelo menos dois meses, eles jogarão juntos no Milan. O poder midiático de Beckham faz que qualquer transferência que envolva seu nome logo invoque a palavra mágica: marketing. É inegável que será vendido um grande número de camisas com o nome do “Spice Boy” no mundo inteiro, mas o Milan não terá muito tempo para tirar proveito da imagem do meia inglês. O Los Angeles Galaxy, que investiu alto em sua contratação, espera tê-lo de volta para o início da temporada da Major League Soccer, em março, especialmente porque precisa se recuperar de um 2008 desastroso (veja box).
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por Leonardo Bertozzi
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Número de dias que Beckham passará como jogador do Milan até a sua volta à MLS
Internazionale. Para piorar, perdeu um de seus principais jogadores, o volante Gattuso, para o restante da temporada. A chegada de Beckham oferece a Ancelotti mais possibilidades para recompor o meio-campo na ausência de Gattuso. Pela falta de um jogador de características semelhantes, é provável que o setor passe por uma reformulação tática. No entanto, dificilmente Beckham terá a oportunidade de jogar na posição em que rende mais – aberto pela direita em um 4-4-2. Há quem acredite que ele volte a jogar como em algumas ocasiões no Real Madrid, como um homem mais recuado do meio-campo. A
FRACASSO GALÁTICO Um time que conta com David Beckham e com Landon Donovan, melhor atacante dos Estados Unidos, deveria disputar o título da MLS, certo? Não foi o que aconteceu com o Los Angeles Galaxy. Beckham e Donovan fizeram a parte deles, garantindo uma boa produção ofensiva. Com 55 gols marcados, a equipe californiana teve o melhor ataque da competição, ficando à frente até do campeão Columbus Crew. O problema foi na defesa, que sofreu nada menos que 62 gols – média superior a 2 por jogo. Sem jogadores de bom nível na retaguarda, o Galaxy acreditou que o veterano português Abel Xavier seria a solução para o setor, mas a experiência se mostrou desastrosa. Para piorar a situação, o ambiente interno não era dos melhores. Prova disso foram as saídas do técnico Ruud Gullit e do presidente Alexi Lalas em agosto. Sob o comando de Bruce Arena, ex-treinador da seleção norte-americana, o time caiu de rendimento e acabou fora da disputa pela classificação. O grande astro da temporada acabou sendo o veterano argentino Guillermo Barros Schelotto, ex-Boca Juniors, que levou o Columbus a seu primeiro título. Não foi por acaso que Beckham e Donovan respiraram aliviados com as oportunidades de empréstimos a Milan e Bayern de Munique, respectivamente.
possibilidade foi levantada por Ancelotti na época do anúncio da contratação de Beckham, quando Pirlo estava fora por contusão. Nesse caso, Beckham fica centralizado na proteção à defesa e aproveitando sua habilidade para os lançamentos. Pirlo e Ambrosini (ou Flamini) ficariam um pouco à frente, dedicados mais ao combate. O problema desse sistema é que, para não perder poder de marcação, Ancelotti precisaria considerar a hipótese de tirar Ronaldinho ou Alexandre Pato. Afinal, Seedorf teria de entrar por defender melhor e Kaká é imprescindível ao time. Não há muito o que perder para as partes envolvidas na negociação. Se não for um sucesso, Beckham retornará aos Estados Unidos para seguir sua rotina de astro. E se for? Cabe ao Milan julgar o tamanho do investimento necessário para convencê-lo a ficar em definitivo e, aí sim, transformar essa transação em marketing. Nesse caso, qualquer aposta com o nome de Beckham por trás certamente se paga. Saiba mais sobre futebol italiano em www.trivela.com/italia
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Beckham esteve com o Milan na intertemporada em Dubai, mas não haverá tempo para outros amistosos lucrativos. Os contratos de televisão já estão firmados e não podem ser alterados com a temporada em andamento. Portanto, apesar de ser uma valiosa oportunidade de receita extra em um ano sem Liga dos Campeões no clube, somente o lado comercial não é suficiente para justificar a contratação. O Milan acredita mesmo que terá um acréscimo importante a seu elenco. De qualquer modo, foi Beckham que procurou o Milan. O meia teme perder espaço na seleção inglesa pela falta de ritmo de jogo. O técnico Fabio Capello já havia deixado o jogador do LA Galaxy de fora da convocação para o amistoso contra a Alemanha, em novembro. Apesar de o ambiente no elenco milanista ser habitualmente leve e familiar, o inglês chegou em um ponto delicado da temporada. O time de Carlo Ancelotti começou a temporada com o objetivo declarado de conquistar o Campeonato Italiano pela primeira vez desde 2004, mas foi para a pausa de inverno nove pontos atrás da líder
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Giuseppe Cacace/AFP
CAPITAIS DO FUTEBOL » GÊNOVA (ITA)
Sampdoria e Genoa possuem uma das maiores rivalidades do futebol italiano
O berço do
“CALCIO” Gênova teve o primeiro grande esquadrão do futebol italiano, e atualmente abriga uma ferrenha rivalidade
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por Leonardo Bertozzi
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clusivamente para o futebol. A Internazionale Torino alegava ter sido fundada em 1891, mas não tinha documentos oficiais que comprovassem a data. Como o Torinese e a Internazionale fecharam as portas, a polêmica deu uma arrefecida. Ainda no século XIX, o Genoa manteve seu caráter inovador. Os Rossoblù foram o primeiro time italiano a ter categorias de base, o primeiro a jogar no exterior (vitória por 3 a 0 sobre o Nice em 1903) e o primeiro a adotar o profissionalismo, em 1912. Foi com o técnico contratado, William Garbutt, que surgiu o hábito italiano de chamar o treinador de “Mister”, que se mantém até hoje no país. Mesmo com o crescimento dos clubes de outras cidades, o Genoa ainda conquistou outros três títulos: em 1915, no campeonato encerrado prematuramente pela Primeira Guerra Mundial, e o bi em 1923 e 1924. Poderia ter sido tri, em 1925, mas foi derrotado pelo Bologna na final e perdeu a chance de ostentar a estrela alusiva ao décimo “scudetto”. Após o surgimento da Série A por pontos corridos, em 1929, o clube ainda teve momentos de brilho, mas nunca mais se sagrou campeão.
OS TIMES DA CASA
e a Itália pode se orgulhar de ser uma potência futebolística, tem de agradecer a Gênova. A capital da Ligúria é famosa por seu glorioso passado medieval – o que lhe valeu o apelido de “Superba” (“Soberba”) – e por ser a terra natal de Cristóvão Colombo. Mas a cidade também merece crédito por ter servido de ponto de partida para o desenvolvimento do futebol italiano. Foi lá que surgiu o time que aperfeiçoou a forma de praticar o esporte no país e, por isso, dominou os primeiros torneios nacionais. Nas sete primeiras edições do Campeonato Italiano, entre 1898 e 1904, o Genoa só deixou escapar um, o de 1901, para o Milan. Os Grifoni começaram a se fortalecer em 1896, com a chegada do médico inglês James Spensley. Foi dele a iniciativa de criar um departamento de futebol no clube, que havia sido fundado em 1893 e tinha equipe de vários esportes, e de abri-lo a sócios italianos. Em janeiro de 1898, o Genoa fez seu primeiro amistoso, contra um combinado de jogadores dos dois principais clubes de Turim. Foi aquela partida que criou as bases para a disputa do primeiro campeonato nacional, vencido pelo Genoa contra a Internazionale Torino. Na final, definida apenas na prorrogação, Spensley começou como defensor e terminou como goleiro, por causa da lesão sofrida pelo titular Baird. Os duelos entre Gênova e Turim não se restringiam aos campos. As duas cidades brigam pelo status de ter o clube mais antigo do país. Em geral, considera-se que o Genoa é o pioneiro, mas os Rossoblù foram fundados em 1893 por ingleses que trabalhavam no porto da cidade e praticavam vários esportes. O futebol era um a mais. O Football Club Torinese foi criado em 1894 ex-
O Genoa encontrou um rival à altura em 1946, quando dois outros times da cidade, em dificuldades financeiras, se fundiram para evitar a extinção. Da união entre Sampierdarenese e Andrea Doria surgiu a Sampdoria, admitida diretamente à primeira divisão. O uniforme, um dos mais peculiares do futebol internacional, uniu o azul e o branco da Andrea Doria ao preto e vermelho da Sampierdarenese. O novo clube passou a usar camisas azuis, com duas faixas horizontais em branco, separadas por uma preta e uma vermelha, o que valeu o apelido de “blucerchiati”. No centro das faixas, a Cruz de São Jorge, emblema oficial da cidade. O escudo ainda leva o vulto de um típico pescador genovês, com barba, cachimbo e um característico chapéu. A Samp venceu o primeiro clássico por 3 a 0 e o segundo por 3 a 2. Surgia ali uma das mais acirradas rivalidades do futebol italiano, que chegará ao centésimo confronto em maio deste ano. São 33 vitórias da Sampdoria, 23 do Genoa e 42 empates. O ódio recíproco se manteve nos períodos de baixa – ambos já enfrentaram rebaixamentos e chegaram a duelar na Série B – e, logicamente, também nos de alta.
Serie A - Primeira divisão
Genoa Cricket and Football Club 9 Campeonatos Italianos 1 Copa da Itália
Unione Calcio Sampdoria 1 Recopa 1 Campeonato Italiano 4 Copas da Itália
Serie D - Quinta divisão
Fratellanza Sportiva Sestrese Calcio
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Os Blucerchiati viveram seu momento mais glorioso no final da década de 1980 e início da seguinte. Era o resultado de um trabalho iniciado no fim dos anos 70, quando o empresário Paolo Mantovani decidiu investir no clube. A política de atrair jovens jogadores italianos e bons estrangeiros deu resultado. O time campeão se baseava no entrosamento de Gianluca Vialli e Roberto Mancini, mas também na experiência de Toninho Cerezo e no talento de Lombardo, Katanec, Vierchowod, Mikhailichenko e Pagliuca. Nesse período, a Samp disputou as primeiras posições da Serie A em igualdade com Juventus, Milan, Internazionale e Napoli. No cenário internacional, chegou a duas finais da Recopa (venceu em 1989/90). O auge foi na temporada 1990/91, quando os Blucerchiati levaram seu único título italiano. No ano seguinte, a Sampdoria esteve muito perto de conquistar a Europa logo na pri-
I ÁLIA IT A
Gênova 611.683 habitantes
meira tentativa. A equipe dirigida por Vujadin Boskov perdeu a final contra o Barcelona, em Wembley, com um gol de Ronald Koeman na prorrogação. Os grandes dias da Samp ofuscaram um dos melhores momentos da era profissional no Genoa. No ano do título da rival, os Grifoni terminaram em quarto lugar, melhor colocação desde 1942. Em 1991/92, contando com o atacante tcheco Tomas Skuhravy, vice-
artilheiro do Mundial de 1990, o Genoa alcançou as semifinais da Copa Uefa, caindo apenas diante do Ajax, que ficaria com o título. O ponto marcante da campanha foi a vitória sobre o Liverpool em Anfield, feito até então inédito para um time italiano. Na segunda metade da década de 90, as duas equipes de Gênova sofreram derrocadas. O Genoa caiu para a Série B em 1995 e a Samp em 1999. No caso dos
AS CASAS DOS TIMES
Localizado no bairro de Marassi, o estádio Luigi Ferraris (batizado em homenagem a um ex-jogador do Genoa morto na Primeira Guerra Mundial) fica a 1 km da estação ferroviária de Genova Brignole. Sua arquitetura é peculiar para os padrões italianos, com o formato retangular das arquibancadas e a proximidade do gramado remetendo aos estádios ingleses. Inaugurado em 1911 como casa do Genoa, o estádio hoje pertence à prefeitura – que tem planos de vendê-lo para investidores internacionais, por causa do alto custo de manutenção. Foi palco de jogos das Copas de 1934 e 1990 e tem capacidade para 36.743 espectadores. Tradicionalmente, a torcida do Genoa ocupa a arquibancada norte, e a da Samp a sul. Também é uma das casas preferidas da seleção italiana de rúgbi.
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1 Luigi Ferraris
2 Carlini
3 Piccardo
Por causa de sua pequena capacidade (3 mil pessoas), o estádio secundário de Gênova é raramente utilizado para jogos de futebol. No entanto, já recebeu algumas partidas históricas, como o amistoso do Genoa contra a seleção da União Soviética antes da Copa do Mundo de 1990. Hoje, é mais utilizado em jogos de rúgbi, levando a pedidos de autoridades do esporte para que ele seja definitivamente reestruturado para sua prática.
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O estádio da Sestrese tem capacidade para apenas 400 pessoas e recebe as partidas do clube na quinta divisão. O campo é de grama sintética.
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QUEM LEVA LEV A
ALÉM DO JOGO
e Lanterna Não é exagero dizer que o monumento símbolo de Gênova é o farol mais famoso do mundo. Construída no século XII, a Torre della Lanterna, ou simplesmente Lanterna, remete a quando a cidade era uma república marítima, desfrutando de prosperidade econômica em função de sua ótima posição geográfica. A luz emitida na torre de 117 m de altura pode ser vista do mar a uma distância de 30 km.
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Blucerchiati, foi o desfecho de um processo que já se arrastava desde a morte de Mantovani, em 1993. Depois de escapar por pouco da queda para a terceira divisão em 2002, a Sampdoria foi adquirida pelo empresário Ricardo Garrone, que logo em sua primeira temporada conduziu o time de volta à elite. No mesmo ano, o Genoa foi rebaixado em campo, mas escapou graças ao confuso Caso Catania, que provocou o aumento do número de equipes na segunda divisão (repescando inclusive a Fiorentina, que também deveria disputar a Série C1 em 2003/04). O drama genoano se tornou realidade em 2005. Depois de comemorar o acesso, o clube foi punido pela compra do resultado de um jogo contra o Venezia. Em vez de subir para a Série A, caiu para a terceira divisão – experiência que só havia vivido uma vez, na temporada 1970/71. Foram necessários mais dois anos até que o time conquistasse o retorno entre os grandes. Os dias de sofrimento parecem ter ficado para trás. Neste ano, a Sampdoria disputa a Copa Uefa pela segunda vez em quatro anos, enquanto o Genoa voltou a ser temido pelos rivais, mostrando-se quase imbatível quando atua no estádio Luigi Ferraris. Além disso, os dois times têm ídolos capazes de levar o público ao campo. É o caso de Antonio Cassano, atacante polêmico, mas talentoso, que veste a camisa da Samp, e o de Diego Milito, argentino que defendeu o Genoa na Série B e voltou em 2008 para cair de vez nos braços do público. Nomes dignos de um clássico para a cidade onde nasceu o futebol italiano. E um duelo em que a vitória vale tanto quanto um título, e a derrota é tão sentida quanto um rebaixamento.
r Boccadasse A antiga vila de pescadores chama a atenção por sua arquitetura, delimitada pela topografia do local.
t Complesso delle Lavatrici Conjunto de quatro edifícios residenciais populares localizados no bairro de Prà. Levam este nome por se assemelharem a máquinas de lavar (“lavatrici”, em italiano) empilhadas.
u Matitone Edifício comercial localizado no bairro de Sampierdarena, tem como nome oficial “San Benigno Torre Nord”, mas é popularmente conhecido como o “Grande Lápis”, por seu formato.
i Via Garibaldi Uma das principais ruas do centro histórico de Gênova, reúne prédios imponentes e historicamente importantes. Eles fazem parte dos “Rolli di Genova”, como eram conhecidos os prédios de famílias nobres que disputavam o direito de hospedar personalidades em visita à cidade. Na mesma rua, com apenas 250 m de extensão, estão galerias, pinacotecas e a prefeitura da cidade.
Não há vôos diretos do Brasil para Gênova. No entanto, muitas companhias que voam para a Europa levam a cidades de onde é possível fazer conexão a capital da Ligúria. Algumas opções são a Air France (www.airfrance.com.br), TAP (www.flytap.com.br), Iberia (www.iberia.com.br), British Airways (www.britishairways.com), Lufthansa (www.lufthansa.com) e KLM (www.klm.com.br). Pela TAM (www.tam.com.br) é possível ir a Milão e pegar conexão ou seguir por terra até Gênova.
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TORCIDA
A LUTA
Torcedores do Sankt Pauli com a imagem de Che Guevara: referência ideológica
CONTINUA Apesar da recorrência de manifestações xenófobas e fascistas entre as torcidas, ideologias de esquerda também resistem no futebol europeu orriam 32 minutos da etapa complementar quando Jürgen Sparwasser recebeu longo lançamento de Hammann, livrou-se de três marcadores e bateu cruzado contra a meta do lendário Sepp Maier. Foi o gol isolado daquela que é tida como uma das maiores zebras da história das Copas do Mundo: a vitória dos alemães do Oriente contra os compatriotas da porção ocidental. O ano era 1974, época em que o mundo testemunhava o maniqueísmo político imposto pela Guerra Fria. Raras vezes uma partida de futebol carregou tanta carga político-ideológica. Essa polarização entre direita e esquerda no futebol não acabou com a Cortina de Ferro. No Brasil, a quase inexistência de clubes com engajamentos ideológicos é simbólica do caráter apolítico de seu povo. No entanto, na Europa, ainda é muito comum ver equipes ligadas à esquerda. Elas não chamam tanto a atenção quanto as de direita, até porque são em menor número e protagonizam menos casos – o que não significa que não existam – de intolerância. Esse contraste ideológico nas arquibancadas já criou rivalidades. A rixa entre Lazio e Livorno, por exemplo, se alimenta não de proximidade regional, mas de divergências políticas de seus torcedores. Sinal de que debates como os vividos em 1974 não são coisas do passado.
C
Livorno (ITA)
Torcida de esquerda
Referências de esquerda
Nível de envolvimento ideológico Mínimo Baixo
Alto Absoluto
Médio
Fotos Divulgação
LIVORNO
LEGENDA
BAL (Brigate Autonome Livornesi)
por Fábio Fujita
bandeiras vermelhas, cantos comunistas
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A Toscana é uma região tradicionalmente progressista desde que Antonio Gramsci fundou o Partido Comunista Italiano em 1921. O Livorno é o maior exemplo disso no futebol. No estádio Armando Picchi, os “tifosi livornesi” estendem faixas vermelhas ao som de Bandiera Rossa, o hino comunista italiano. O clube teve, inclusive, um símbolo: Cristiano Lucarelli.
Nascido em Livorno, o jogador começou a carreira no Perugia em 1993, mas só em 2004 realizou o sonho de atuar pela equipe de sua cidade, onde chegou a fundar a BAL (Brigate Autonome Livornesi), torcida organizada de esquerda do time.
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Getty Images/AFP
SANKT PAULI Hamburgo (ALE) Ultra’ Sankt Pauli Faixas anti-nazistas, bandeiras de Cuba e do Tibete, imagens de Che Guevara
Nos anos 70, a região norte de Hamburgo vivia o processo de povoamento de espaços urbanos mal-aproveitados. As habitações baratas fizeram o local se tornar sinônimo de esquerda e tolerância em solo alemão. Seus habitantes logo abraçaram o Sankt Pauli, modesto time do bairro. Segundo o torcedor Hasan Odabasi, turco radicado há 30 anos na Alemanha, os valores ideológicos (socialismo, defesa da liberdade de expressão e aceitação de minorias) são tão importantes quanto os resultados em campo. “Os torcedores usam camisetas do Che e levam cartazes e faixas com frases anti-fascistas”, diz. Em julho, na inauguração da nova arquibancada do estádio Millentorn, o clube fez, sugestivamente, um amistoso contra Cuba. Venceu por 7 a 0.
ATHLETIC BILBAO
WEST HAM UNITED Londres (ING)
Bilbao (ESP) não tem Herri Norte Taldea Faixas com mensagens sobre a independência basca, cantos que celebram “Herri Norte” (“povo do norte”)
Há 80 anos, o Athletic Bilbao mantém a filosofia de só aceitar jogadores de origem basca no elenco. O time usa o futebol como divulgação para a luta da região por independência. Em 1976, um ano após a morte do ditador Francisco Franco, o ex-goleiro e atual presidente honorário do Athletic, José Ángel Iribar, entrou em campo para um jogo contra a Real Sociedad empunhando a bandeira do País Basco, proibida havia 40 anos. Durante o franquismo, até mesmo a grafia do nome do time, “Athletic”, havia sido substituída por “Atlético”, mais hispânico.
não tem
O West Ham nasceu em 1885 como o time dos funcionários de uma companhia chamada Thames Ironworks. Seu escudo mostra dois martelos cruzados, referências às suas origens operárias, o que fez atrair as camadas mais populares para sua torcida. Com o tempo, diluiu-se a importância das raízes políticas. Nove anos atrás, o clube mostrou que as convicções perderam espaço quando fez do atacante italiano Paolo di Canio, fascista assumido, um ídolo.
RAYO VALLECANO Madri (ESP) Bukaneros jornadas anti-fascistas, panfletagem, bandeiras de Cuba, imagens de Che Guevara
O fato de sempre ter sido a terceira força de Madri (depois de Real e Atlético) confere ao Rayo Vallecano uma aura “cult”. O bairro em que está sediado, Vallecas, é um histórico pólo operário, que se desenvolveu a partir de migrações internas de trabalhadores saídos de Andaluzia, Extremadura e Castilla. Não à toa, durante o franquismo, Vallecas chegou a ser conhecida como “A Pequena Rússia”, por aglutinar militantes que caíam na clandestinidade, após se exporem em mobilizações sociais e de oposição ao regime ditatorial. Foi inevitável que o clube absorvesse essa cultura.
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Edgard Garrido/Reuters
ESTADOS UNIDOS
Impact de Montréal: time canadense em liga dos Estados Unidos
Quase
FAMOSOS Segunda liga profissional dos Estados Unidos, USL ganha destaque devido a times de Porto Rico e Canadá 58
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uando foi criada a Liga dos Campeões da Concacaf, imaginavase que haveria domínio de equipes do México e da Major League Soccer. Depois de terminada a fase de grupos, apenas uma equipe da MLS obteve vaga nas quartasde-final. O aproveitamento do futebol profissional norte-americano só não foi mais baixo porque uma obscura liga dos Estados Unidos classificou seus dois representantes para o mata-mata, ainda que por meio de times “imigrantes”, o Impact de Montréal e o Puerto Rico Islanders. O nome dos times já denuncia uma das particularidades da United Soccer Leagues: o fato de ser um torneio supostamente nacional com equipes de quatro países diferentes: Estados Unidos, Canadá, Porto Rico e Bermudas. Além disso, a USL é, como o nome indica, uma união de ligas. As duas divisões profissionais masculinas são as mais conhecidas, mas há também espaço para futebol amador, feminino e universitário em sua lista. A entidade foi criada em 1986 como Southwest Indoor Soccer League e organizava um torneio de indoor soccer (veja reportagem na página 47). Aos poucos, a SISL mudou sua área de atuação, teve a incorporação de outras ligas de futebol “normal” e trocou de nome. A USL, conhecida hoje como o equivalente (em nível técnico) à segunda divisão dos Estados Unidos, surgiu em 1997. Como qualquer Segundona, a norte-americana tem dificuldade para se viabilizar economicamente. Imitando o hábito de esportes tradicionais no país, como o basquete e o beisebol, a USL tem jogos em dias seguidos. Isso ajuda a reduzir custos de viagens e permite que jogadores com empregos convencionais possam jogar, mas leva muitos atletas à exaustão. “Quando
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A USL
por Luciana Zambuzi
First Division
Romário se aventurou no Miami, em 2006, equipe bancada pela Traffic nos Estados Unidos
ros, como Portuguesa, Palmeiras, Guarani e Fortaleza. Sem bons espetáculos, o público também custa a aparecer. Em algumas partidas, torcedores se organizam naquilo que, com esforço, lembra as latinas “barras bravas”. Ainda assim, isso ocorre nas cidades que não têm tantas equipes nas modalidades mais populares dem Estados Unidos e Canadá, como Vancouver, Montreal e Portland. “Aqui, o público sempre está entre 7 e 16 mil torcedores, enquanto que, na maioria dos times, fica entre mil e 6 mil”, comenta Ricardo Lara, atacante mexicano do Portland Timbers. Com a concorrência da MLS e, claro, de futebol americano, beisebol, basquete e hóquei sobre o gelo, é difícil imaginar um grande crescimento da USL. O que não impediu que a liga tivesse um grande desempenho internacional nesta temporada. Talvez aí esteja o caminho para atrair investidores. Porque sem dinheiro, nada costuma ir para frente nos Estados Unidos. Saiba mais sobre futebol norte-americano em www.trivela.com/estadosunidos
Ana Martinez/Reuters
assumi o Miami, fiz questão de ter ao menos um dia de descanso entre os jogos. Agora jogamos geralmente às sextas e domingos”, conta Zinho, ex-Seleção Brasileira e atualmente técnico do Miami, time que pertence à Traffic e que já teve até Romário no elenco. Não é difícil entender como, mesmo sendo oficialmente profissionais, as duas primeiras divisões da USL ainda têm jogadores com outros empregos. O torneio tem jogos por apenas seis meses, entre abril e outubro, e os times têm de “fechar” no resto do ano. Sem trabalho, muitos dos atletas precisam arrumar “bicos” como no futebol indoor, nas escolinhas de “soccer”, ou em outras profissões. O preço por ser, na prática, semi-profissional é ver o nível técnico cair. Alex Afonso, um dos principais jogadores do Miami, se adaptou facilmente ao país, mas estranhou o nível técnico do futebol “Aqui se joga um futebol muito truncado e quase sempre as partidas são decididas em um único lance. É um jogo sem ousadia”, definiu o atacante, que já rodou por vários clubes brasilei-
Atlanta Silverbacks
Portland Timbers
Carolina RailHawks
Puerto Rico Islanders (PRI)
Charleston Battery
Rochester Rhinos
Impact de Montréal (CAN)
Seattle Sounders
Miami FC Blues
Vancouver Whitecaps (CAN)
Minnesota Thunder
Second Division Bermuda Hogges (BER)
Pittsburgh Riverhounds
Charlotte Eagles
Real Maryland Monarchs
Cleveland City Stars
Richmonds Kickers
Crystal Palace Baltimore
Western Mass Pioneers
Harrisburg City Islanders
Wilmington Hammerheads
As sete melhores equipes classificam-se para o matamata. O vencedor da fase de classificação vai diretamente às semifinais e os seis restantes disputam uma etapa preliminar para definir os outros três semifinalistas. Na USL, cada equipe pode contar com 26 jogadores no máximo e é permitida a escalação de até cinco estrangeiros por partida. Não há rebaixamento entre as divisões, e a promoção da segunda para a primeira só ocorre se houver vagas disponíveis na elite.
Premier Development League (PDL) Liga amadora voltada às categorias de base. Cada time pode contar com, no máximo, oito jogadores com mais de 23 anos e deve ter pelo menos três com menos de 19 anos no elenco. Como a competição é disputada durante as férias escolares de verão, alguns times usam jogadores universitários e de “high schools” (colegial).
W-League Liga feminina criada em 1995, foi a principal competição para mulheres nos Estados Unidos desde a falência da WUSA em 2003. Esse status será ocupado, a partir de 2009, pela recém-fundada WPS. A W-League conta com 41 equipes e a atual campeã é a Pali Blues.
Super Y-League Apesar de estar na USL, é gerenciada em conjunto por MLS e PDL. É composta por mais de 100 times e tem competições divididas por idade, de 13 a 17 anos.
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AUSTRÁLIA
Getty Images/AFP
A fantástica fábrica de
jogadores Em Canberra, Instituto Australiano do Esporte desenvolve e lança atletas que já fazem sucesso em seleções de base e na Europa Austrália é uma potência esportiva, com bons resultados em modalidades diversas como rúgbi, natação, basquete, surfe, ciclismo, críquete, vela e tênis. O futebol nunca foi colocado nesta lista, mas isso tem mudado aos poucos. A A-League (liga profissional australiana) já tem popularidade razoável e a seleção local tem obtido bons resultados em competições internacionais. Um crescimento que tem muito a ver com a história de outros esportes em que os “aussies” se destacam. Por trás desse processo está o Australian Institute of Sport (AIS), fundado em 1981 na capital Canberra para desenvolver atletas de elite. No futebol, a importância do trabalho do centro de treinamento é tamanha que, dos 31 jogadores que representaram a Austrália na Copa do Mundo de 2006 ou na Copa da Ásia de 2007, 17 foram formados no instituto. O AIS recebe adolescentes de todo o país com potencial para se tornarem atletas de alto nível. Lá, os garotos estudam e têm oportunidade de viajar para competições.
A
Southend United (ING)
2001
Bruce Djite (atacante)
Gençlerbirligi (TUR)
2006
Dario Vidosic (meio-campista)
Nürnberg (ALE)
2006
Jade North (zagueiro)*
Newcastle Jets
1999
James Holland (meio-campista)
Newcastle Jets
2006
Matthew Spiranovic (zagueiro)*
Nürnberg (ALE)
2006/07
Nikolai Topor-Stanley (lateral)*
Perth Glory
2002
Nathan Burns (atacante)
AEK (GRE)
2006
Nikita Rukavytsya (atacante)*
Perth Glory
2006
Saiba mais sobre futebol australiano em www.trivela.com/asia
por Marcelo Silva
Adam Federici (goleiro)*
As bolsas são válidas por um ano, com possibilidade de estacar renovação por mais um para quem se destacar. No programa de futebol, jovens entre 16 e 17 anos formam um time do AIS, que disputa competições adultas no estado de Victoria como parte do treinamento. Além disso, essa equipe excursiona por América do Sul, México, Europa e Estados Unidos. Em quase 30 anos de participação, o instituto não conseguiu nenhum título, mas os resultados não são considerados prioridade. Por esse processo já passaram vários jogadores que atuam ou atuaram em grandes ligas da Europa, como Mark Viduka (Newcastle), John Aloisi (exPortsmouth), Mark Bresciano (Palermo), Brett Emerton (Blackburn), Lucas Neill (West Ham) e Josip Simunic (Hertha Berlin), que, apesar de jogar pela seleção croata, nasceu na Austrália. Da nova geração, o principal destaque é Bruce Djite. Nascido nos Estados Unidos, o atacante passou o ano de 2006 no AIS, antes de ser contratado pelo Adelaide United. Nesta temporada, foi vendido para o Gençlerbirligi, da Turquia, por 850 mil dólares australianos, valor mais alto pago a um jogador da A-League. Sinal de que a Austrália pode crescer ainda mais. E isso não será acidente.
QUEM VEM POR AÍ Clube
Ano no AIS S
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Jogador
* representaram a Austrália nos Jogos Olímpicos de Pequim
Garotos participam de jogo no AIS
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Foto Cia de Foto
S, E MELHOR. O N E M E R P M O C MAS S EXCESSOS) O D (E L A T A N O D NO MÊS RA COMO SUSTENTA! MOST IDOR SER UM CONSUM CONSCIENTE
sustentabilidade para a vida real
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EXTRACAMPO
Perfil do pay-per-view
Divulgação
Pela primeira vez a Globosat, em conjunto com os institutos Ibope e Datafolha, fez uma pesquisa entre assinantes do PPV do Brasileirão. Foram entrevistados 8.193 pessoas para traçar um perfil desse mercado. Pela preferência clubística, o Flamengo lidera a lista com 13,84% dos telespectadores, seguido por Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Grêmio. Para falar sobre os resultados, a Trivela entrevistou Fabio Koff, presidente do Clube dos 13.
Procura-se executivos nquanto o futebol brasileiro ainda está povoado de diretores amadores, a busca por um executivo para lidar com negociações contratuais com os jogadores e empresas é coisa séria na Europa. Depois de um longo processo seletivo, com diversas entrevistas e análises de currículos, o Arsenal anunciou a contratação de Ivan Gazidis como novo chefe-executivo. Gazidis, que nasceu na África do Sul e cresceu na Inglaterra, trabalhou nos últimos 14 anos na MLS, onde negociava todas as contratações de jogadores, inclusive a de David Beckham. Além disso, ele representava diversos times e seleções da Europa em negociações de marketing e promoção nos Estados Unidos. Torcida e imprensa inglesa bem que tentaram desmerecer o executivo, brincando com a possibilidade do clube passar a
ATIVOS
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CARONA A Audi renovou o contrato de patrocínio com o Hertha Berlim até a temporada 2011/12. Pelo acordo, o clube continuará recebendo os modelos da montadora alemã, enquanto que a marca estará presente em diversas ações no estádio Olímpico de Berlim.
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ser administrado por um modelo de gestão “Disney”. Mas logo Gazidis ganhou pontos com declarações como “o Arsenal é um time único, de tradição e que não depende de nenhum investidor estrangeiro, ele se sustenta sozinho” ou “no esporte moderno você precisa ter sucesso fora de campo também, mas sei que o futebol não é só um negócio, tem um elemento de confiança pública que precisa ser respeitado”. O clube de Londres estava sem um executivo para negociação de contratos desde as conturbadas saídas de Keith Edelman e David Dein. Todos os contratos de patrocínio serão revistos por Gazidis, principalmente o assinado com a Nike, estimado em £ 8 milhões (€ 8,63 milhões) por ano. Além disso, junto com Arsène Wenger, o executivo será o responsável por todas as contratações e renovações de jogadores.
AUSTRÁLIA 2018 O governo australiano decidiu entrar com tudo na disputa pela realização da Copa de 2018 e anunciou um investimento de US$ 30 milhões nos próximos três anos em sua campanha. Um estudo da PricewaterhouseCoopers estima que o evento gere até 74 mil novos empregos no país.
Quantos assinantes o Clube dos 13 acredita que o PPV pode atingir? Tivemos 522 mil em 2008, crescimento de 44% em relação a 2007. A previsão é de que, até o final do novo contrato, em 2011, poderemos chegar à marca de 1 milhão de assinantes. Conseguimos, na nova negociação, aumentar a participação dos clubes na divisão dos lucros com a TV, além de um novo patamar de valor na garantia mínima. Nossa missão é fazer com que os times incentivem seus torcedores a adquirir o PPV e incrementar ainda mais essa receita. Além da distribuição das cotas, qual a importância dessa pesquisa? As pesquisas são ferramentas fundamentais para que cada clube atinja melhor os seus torcedores. Agora, sabemos exatamente onde estão nossos consumidores. É a primeira pesquisa deste tipo realizada no mundo. Com a fidelização, o torcedor saberá que está ajudando seu clube de coração ao adquirir o pacote do Campeonato Brasileiro.
TAPETE VOADOR O Manchester City, do bilionário árabe Mansour Al Nahyan, pode receber mais petrodólares. A imprensa britânica especula que o clube estaria para trocar de patrocínio: sairia a Thomas Cook, entraria a Etihad, companhia aérea dos Emirados Árabes. O clube recebe € 2,48 milhões anuais do atual parceiro.
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por Fábio Kadow
Não provoque Enquanto na Europa a chamativa chuteira cor de rosa lançada pela Nike desfila pelos campos, por aqui o modelo ainda não emplacou entre os profissionais. Denominada Mercurial Vapor IV Cherry (cereja), a chuteira faz parte da linha “Mercurial”, lançada em 1998. Segundo o fabricante, ela apresenta inovações tecnológicas para proporcionar aos atletas o máximo de aceleração, força e apoio para movimentos rápidos e chutes precisos. Além disso, a cor ajudaria na visualização... seja lá o que isso quer dizer. Fabricante Nike Preço sugerido R$ 599,90
América de ouro
Fotos Divulgação
Empolgado com a conquista da vaga para a próxima edição Lib da Libertadores, o Sport lançou um novo modelo, desenvolvido pela Lotto especialmente para a disputa Lotto, to do torneio. O preto e o vermelho dera lugar a dois tons de deram dour dourado em listras horizontais. As tradicionais cores da equipe estarão presentes nas mangas (vermelhas) e no número (preto). Outra novidade foi o acréscimo de mais uma estrela, representando o título da Copa do Brasil. Fabricante Lotto Preço sugerido Não divulgado
Traje de férias Não é nada mal sair de férias com seu time campeão. Para curtir o descanso, tricolores paulistas e colorados gaúchos terão camisas comemorativas criadas pela Reebok. A torcida do Inter ganhou o modelo América Colorada, camisa que traz o mapa da América do Sul e a rep reprodução de todas as taças conquistadas pelo time brasileiro, primeiro a vencer a Copa SulAmericana. Já os são-paulinos foram presenteados com a já famosa camisa com os números que representam os títulos do time, agora atualizada para 6-3-3. Fab Fabricante Reebok Preço sugerido R$ 99,90 Preç
Dicas de leitura Férias também é uma boa época para reservar um tempo para ler um livro com calma. Mas sem deixar o futebol de lado, é claro. A coluna separou alguns dos melhores lançamentos desse fim de ano. Escolha o seu e boa leitura! NA RAÇA O bicampeonato mundial conquistado pelo Santos em 1963 só veio depois de três emocionantes partidas contra o Milan. A obra do jornalista Odir Cunha traz depoimentos de atletas dos dois times e histórias dos bastidores que vão desde acusações de suborno até o uso de doping.
O ARTILHEIRO QUE NÃO SORRIA Conheça a vida de Quarentinha, o maior artilheiro da história do Botafogo. O atacante fez parte, ao lado de Nilton Santos, Garrincha e Didi, de um dos maiores times do futebol brasileiro e não comemorava seus tentos, por acreditar que era apenas obrigação.
O DEZ MAIS DO CORINTHIANS Para esse segundo livro da Coleção Ídolos Imortais, que teve início com o Flamengo, o autor retratou a carreira dos mais importantes atletas da historia do Corinthians, como Baltazar, Sócrates, Rivelino, Neto e Marcelinho Carioca. Como toda lista do gênero, essa também tem suas controvérsias.
BOLEIROS DO CERRADO, ÍNDIOS XAVANTES E O FUTEBOL O autor realizou um estudo sobre a relação entre os xavantes do Mato Grosso e o futebol. São abordados temas como o papel desse esporte no cotidiano indígena e a influência que exerce na vida social e nas relações entre aldeias.
Editora Realejo Preço sugerido R$ 35
Editora Livros de Futebol Preço sugerido R$ 36
Editora Maquinária Preço sugerido R$ 27
Editora Annablume Preço sugerido R$ 40 Janeiro de 2009
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CADEIRA CATIVA
Marcos Brindicci/Reuters
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Por um instante, 4 mil colorados acreditaram que iam vencer o Boca em La Bombonera
por Rovani Freitas
minutos epois do título da Libertadores e Mundial em 2006, o Internacional já havia consolidado seu espaço no cenário continental. No entanto, um ensaio de tudo isso começou dois anos antes. Em 2004, o Colorado ainda se reorganizava quando chegou à semifinal da Copa Sul-Americana. Pela frente, um Boca Juniors que parecia inatingível para um clube que ainda recuperava sua autoestima. As primeiras informações davam conta de que o time estaria – ao menos – livre do temido estádio La Bombonera, em virtude do acerto do Boca com a cidade de Salta, no norte argentino. Mas, sem vencer havia quase dois meses, o clube quebrou o acordo e levou o primeiro jogo para a sua casa. Se a “caixa de bombons” metia medo, também era um atrativo. E, com isso, mais de 4 mil colorados viajaram até Buenos Aires. Nas 20 horas de ônibus entre Porto Alegre e a capital argentina, a expectativa era enorme. Após uma parada para a janta, outra para o café da manhã e algumas por problemas mecânicos do veículo, chegávamos a Buenos Aires por volta do meio-dia. Tivemos parte da tarde livre para conhecer a cidade, quando encontramos vários colorados já fardados pelas ruas. Rumamos ao estádio no início da noite. Sem contato algum com a torcida adversária, chegamos seguros à Bombonera. O fôlego quase acabou depois de subir os vários lances de escada até chegar ao anel superior do estádio, que ficou praticamente lotado com a nossa torcida. Também fomos recebidos por uma fina e fria chuva antes do jogo, sendo obrigados a fazer de nossos casacos guarda-chuvas improvisados. O Inter de Muricy, desfalcado de Fernandão, escapou ileso do primeiro tempo. Teve até chances de marcar, o que viria nos segundos iniciais da etapa final. Diego passou e Rafael Sóbis chutou de primeira,
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no ângulo: 1 a 0. A festa era nossa. A água da chuva que ainda estava nas roupas se misturou ao suor de tanto pular e gritar de alegria. Os colorados ainda tentavam assimilar o gol quando o Boca empatou, oito minutos depois. E eles não pararam por aí: fizeram mais três em um intervalo de 15 minutos. Ia por terra toda a euforia que tivemos naqueles escassos minutos. Porém, antes do final, ainda diminuímos o placar para 4 a 2, com Diego em jogada de Chiquinho. Com esses números finais, tínhamos pela frente mais vinte horas de uma viagem que foi mais silenciosa que a ida. Tudo o que queríamos era chegar em casa. E, claro, esquecer daqueles 15 minutos que mataram o sonho dos oito anteriores. Rovani Freitas, 24 anos, é jornalista
Você foi a algum jogo que tem uma boa história para ser contada? Mande um e-mail para contato@trivela.com que seu texto pode ser publicado neste espaço!
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A VÁRZEA
Prêmios Várzea 2008 Troféu “Maracanazo” A torcida do Fluminense até agora está esperando a contratação de Riquelme. Quem sabe ele não chega na Páscoa?
Troféu “Preciso me benzer”
O ano está começando, mas é um bom momento de fazer uma retrospectiva do que aconteceu de mais varzeano nos 12 meses anteriores. Ou seja, momento para o tradicional Prêmio Várzea, em que são homenageados os personagens responsáveis por fazer o ano de todos um pouco mais alegre.
Liam Lawrence, meia do Stoke que tropeçou no cachorro, torceu o tornozelo e sofreu a contusão mais bizarra do ano
Primeiro, André Luis saiu preso no jogo contra o Náutico. Depois, tomou o cartão amarelo das mãos do juiz chileno Carlos Chandía e o mostrou ao árbitro, no jogo contra o Estudiantes. Um exemplo de jogador zen.
Nem deu tempo de o São Paulo comemorar o hexa. A contratação de Ronaldo pelo Corinthians foi a mais bombástica do futebol brasileiro e tomou as manchetes de todo o mundo.
Troféu “Nuvem de lágrimas” Nem Fafá de Belém chorou tanto quanto o Botafogo ao reclamar da arbitragem na final da Taça Guanabara contra o Flamengo. E olha que o juizão nem estava errado...
Troféu “Dick Vigarista” O sujeito, quem quer que seja, que jogou gás no vestiário do São Paulo no jogo contra o Palmeiras no Parque Antarctica. O problema é que ninguém sabe quem é o feliz ganhador do prêmio.
Troféu “Didi Mocó”
A charge do mês Troféu “Barca furada”
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O melhor jogo do ano: a sensacional goleada de 5 a 1 do Juventus em cima do Coruripe, na Rua Javari, pela Copa do Brasil. O Moleque Travesso havia perdido o duelo de ida por 4 a 1.
Troféu “Nervos de aço”
Troféu “Nó tático de marketing”
Luis Aragonés estava todo pimpão por levar a Espanha ao título da Eurocopa. O treinador foi para o Fenerbahçe e o time turco nem passou da fase de grupos da Liga dos Campeões, colecionando um vexame atrás do outro. Estão sentido uma saudade do Zico...
Troféu “Copero y peleador”
Troféu “Perdi a chance de ficar quieto”
Troféu “Fundo do poço”
Renato Gaúcho anunciou: “Vou brincar no Brasileirão”. E realmente foi uma brincadeira o que ele fez no Fluminense e no Vasco.
Campeão do torneio Clausura, o River Plate quis viver fortes emoções no Apertura. Tanto que ficou na lanterna do campeonato.
Fabián Espíndola foi o trapalhão do ano. O argentino comemorou um gol pelo Real Salt Lake com uma pirueta, mas ele calculou mal e, na queda, quebrou a perna. Para completar a lambança, o árbitro marcou impedimento (inexistente). Você pode receber A Várzea na sua caixa postal. Basta entrar no site www.trivela.com e inserir seu endereço de e-mail no campo de cadastro. Ou então mande uma mensagem para varzea@trivela.com, com a palavra “Cadastrar” no campo de assunto
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