Trivela 38 (abr/09)

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Internacional: dez décadas de glórias Curitiba: crescer para aparecer Brasileiros se dão bem na Alemanha

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MELHORES

GOLEIROS DO MUNDO

TAFFAREL TAFFA REL “Hoje, tem muito camisa 1 querendo espaço na mídia”

GIGANTES O dia em que Ferguson finalmente superou Mourinho

ACABOU O DINHEIRO nº 38 | abr/09 | R$ 8,90

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Atrasar salário e emprestar da TV virou rotina Saiba quem não pagou em dia no último ano Governo dá um jeitinho, e cartolas ficam impunes Até os mais organizados têm dificuldades 3/26/09 4:32:36 PM


DATENA E NETO FALAM DE FUTEB O

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EDITORIAL

Na história Esta edição da Trivela traz como personagens três estrelas de primeira grandeza do mundo do futebol. A primeira delas é Gianluigi Buffon, o melhor goleiro do mundo para os jornalistas que consultamos para eleger os 50 melhores da posição que estão em atividade. O nome de Buffon é sempre um dos primeiros a ser citado quando surge a pergunta “qual é o melhor goleiro do mundo”. É provável, entretanto, que uma lista das 50 maiores defesas dos últimos 20 anos tenha menos presença do italiano do que de outros goleiros que não jogam tanto. A razão é simples: Buffon não precisa pular, porque já está onde a bola vai chegar. É isto que faz que seja quase incontestável. Como é cada vez mais incontestável Steven Gerrard. Assim como Buffon, o meia do Liverpool não aparece tanto quanto outros jogadores menos dotados de talento. Não dribla, não marca tantos gols, não “pedala”... Mesmo assim, 10 entre 10 treinadores europeus dariam dois Robinhos e um Ronaldinho para tê-lo no time. Gerrard sempre foi um herói em Anfield, mas não faltava, na Inglaterra e fora dela, quem o considerasse supervalorizado. Na atual temporada, entretanto, tem se mostrado completo: possui total domínio de sua técnica, joga com extrema inteligência e, para completar, é o líder e a alma dos Reds, que podem em 2009 voltar finalmente a vencer o Campeonato Inglês depois de 19 anos. Completamos com Rogério Ceni. O primeiro brasileiro da nossa lista de goleiros foi uma surpresa para a redação, que imaginava ver o carisma de Marcos predominar. O símbolo do tricampeão brasileiro angaria a antipatia dos rivais, que gostam de dizer que “goleiro é para defender, e não para fazer gol”. Verdade absoluta. Rogério Ceni, porém, defende como poucos, e ainda joga na linha com habilidade e inteligência raras. É, também, a grande liderança de um time que, mesmo que pare por aqui, já marcou época na história do futebol brasileiro. Três craques incontestáveis, para qualquer lista de melhores do planeta.

w w w. t r i v e l a . c o m Editor executivo Caio Maia Editor Ubiratan Leal Reportagem Gustavo Hofman, Leonardo Bertozzi, Felipe dos Santos Souza (trainee) e Mayra Siqueira (trainee) Consultoria editorial Mauro Cezar Pereira Colaboradores Dassler Marques, Fernando Martins, João Tiago Picoli, Márcio Leonardo Rodrigues, Luciana Zambuzi e Ricardo Espina Revisão Luciana Zambuzi Projeto gráfico / Direção de arte Luciano Arnold Design / Tratamento de imagem Bia Gomes Capa Jorge R. Jorge (Flamengo) Roberto Vinícius (Inter) Agradecimento Jordana Viotto

Central do assinante

CONFIRA NESTE MÊS

Todo dia, opinião, curiosidades e a participação do leitor

17/4 Entrevista Brandão Depois da experiência na Ucrânia, atacante fala do desafio no futebol francês 24/4 História O último bicampeão europeu Milan conquistou títulos consecutivos da Copa dos Campeões em 89 e 90

TODA SEMANA Acompanhe colunas com análise e informações do futebol de todo o mundo

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Diretora Comercial Gabriela Beraldo (11) 3474-0127 gabriela@matracanet.com.br

10/4 Os nomes dos estádios Espanha Saiba quem foram Santiago Bernabéu, Vicente Calderón, Ramón Sánchez Pizjuán...

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28/4 Guia da Série B Trivela apresenta os 20 times que lutam por vagas na elite do Brasileirão

Circulação LM&X - (11) 3865-4949 lele@lmx.com.br Atendimento ao jornaleiro LM&X - (11) 3865-4949 atendimento@lmx.com.br Redação (11) 3474-0119 contato@trivela.com é uma publicação mensal da Trivela Comunicações. Todos os artigos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. Proibida a cópia ou reprodução (parcial ou integral) das matérias e fotos aqui publicadas Distribuição nacional Fernando Chinaglia Impressão Vox Editora Tiragem 30.000 exemplares

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ÍNDICE 34

NEGÓCIOS Falta de planejamento e organização dos clubes torna atraso de salários e crescimento de dívidas algo comum no futebol brasileiro

CAPITAIS DO FUTEBOL » TÁTICA

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TAFFAREL

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CURITIBA

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Como Ferguson eliminou a Internazionale da LC

ALEMANHA

CARTOLAGEM CULTURA

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Sem alarde, brasileiros se dão bem

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Modelos de gestão pelo mundo

Quando a universidade encontra os gramados

Jorge. R. Jorge

ENTREVISTA »

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HISTÓRIA » CENTENÁRIO DO INTER Do Rolo Compressor ao time campeão mundial, de Tesourinha a Fernandão, do estádio dos Eucaliptos ao Beira-Rio. Relembre os 100 anos do Internacional

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OPINIÃO ENCHENDO O PÉ

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MARACANAZO

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RANKING

Gaspar Nóbrega/Vipcomm

Trivela consultou especialistas e elegeu os 50 maiores goleiros do mundo em atividade

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JOGO DO MÊS

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GERAL

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PENEIRA

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EXTRACAMPO

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CADEIRA CATIVA

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eu fiscalizo a

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Copa Copa p 2 201 014 01 4

CBF diz que adiamento do anúncio das sedes da Copa foi decisão da Fifa e que escolha se pautará por critérios técnicos. Será?

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4x1 JOGO DO MÊS

por Ubiratan Leal

Dois espanhóis e

um inglês Manchester United é o atual campeão inglês, europeu e mundial, e tem o melhor jogador do mundo de 2008. Não é difícil entender por que é considerado por muitos o melhor time do mundo na atualidade. Para superar esta equipe, é claro, não basta estar em um dia inspirado e ter conjunto e jogadores acima da média. Também não basta um técnico vencedor e comprovadamente eficiente em montar boas equipes. É preciso contar com um craque de nível mundial. E foi isso que o Liverpool teve para humilhar os Red Devils, fazendo 4 a 1 em Old Trafford. Dentro de campo, os Reds tinham dois foras-de-série: Fernando Torres e Steven Gerrard. O espanhol foi fundamental, sobretudo no primeiro tempo. Mas o homem mais importante da partida foi o meia inglês. Gerrard não é importante apenas por sua capacidade de marcar, armar o jogo e finalizar de fora da área. O capitão vermelho é a alma de um time cheio de restrições técnicas, mas que parece ilimitado nos momentos decisivos. Aí há uma dose de mérito para Rafael Benítez. O bicampeão espanhol com o Valencia, o espanhol chegou a Liverpool com uma função clara: montar um time para voltar a brigar por títulos. Logo na primeira temporada, conquistou a Liga dos Campeões. Pode ter parecido sorte naquele momento, mas o time competitivo que reside em Anfield em 2009 não é obra do acaso. O duelo de Old Trafford parecia seguir os prognósticos. Líder do campe-

Andrew Yates/AFP

Os Reds podem até ter cérebro espanhol, mas sua alma é um inglês que, sem marketing, se tornou um dos melhores do mundo

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jogo do mês.indd 2

onato e dono da casa, o Manchester United abriu o marcador com Cristiano Ronaldo cobrando pênalti. No entanto, já havia tomado o empate cinco minutos depois, com uma jogada que Torres criou ao desarmar Vidic e concluiu com tranquilidade. Ainda no primeiro tempo o Liverpool virou com Gerrard, convertendo pênalti que ele próprio sofreu. Dois gols das estrelas, e mais dois de jogadores com a cara do Liverpool de Benítez: Fábio Aurélio e Dossena. Considerados reforços duvidosos no início da temporada, os dois atuam com qualidade e segurança de destaques mundiais de suas posições – assim como Riera, Skrtel, Arbeloa e Benayoun. Aos 23 minutos do segundo tempo, Vidic fez

falta violenta em Gerrard e foi expulso. Na cobrança de falta, o lateral brasileiro ampliou a vantagem visitante, que o italiano consolidaria nos acréscimos. Em apenas quatro dias, o time de Anfield venceu o Real Madrid por 4 a 0 pela Liga dos Campeões e o Manchester United por 4 a 1 no Campeonato Inglês. Mais importante que as vitórias, porém, foi mostrar para quem ainda tinha dúvida: o Liverpool tem em Torres um dos melhores atacantes do mundo; em Benítez um técnico do primeiríssimo time; e seu capitão é um dos melhores jogadores do mundo, mesmo que não estrele uma grande campanha de material esportivo, nem tenha um corte de cabelo estranho ou faça pose de galã.

MANCHESTER UTD 1X4

LIVERPOOL

Van der Data 14/maio/2009 Sar; O’Shea, Local Estádio Old Trafford (Manchester) Ferdinand, Público 75.569 pagantes Vidic e Evra; Cristiano Ronaldo, Árbitro Alan Wiley Carrick (Giggs), Gols Cristiano Ronaldo (23min), Fernando Torres (28min), Anderson (Scholes) Gerrard (44min), Fábio Aurélio (77min) e Dossena (90min) e Park Ji-Sung Cartões amarelos Ferdinand, Van der Sar, Carragher, (Berbatov); Rooney Mascherano e Skrtel e Tevez. Técnico Alex Ferguson Cartão vermelho Vidic

Reina; Carragher, Skrtel, Hyypia e Fábio Aurélio; Mascherano, Lucas, Kuyt, Gerrard (El Zhar) e Riera (Dossena); Fernando Torres (Babel). Técnico Rafa Benítez

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GERAL » BRASIL

Pacote anti-violência

“Ch “Chega de historinha / O Luxemburgo só gan ganha Paulistinha” Coro dda torcida do Palmeiras após a derrota para o Colo-Colo pela Libertadores

“ “Esta coisa de eu só ganhar Paulistinha não me mexe mais comigo. Estou calejado. A torcida que hoje protestou nunca ganha Carnaval, fica sempre entre as últimas”

Shutterstock

Fabio Rubinato

Luxemburgo rebate as críticas da Mancha Verde, 10ª colocada no Carnaval paulistano

Lobby para 2014

Governo tornou o Estatuto do Torcedor mais rígido. O objetivo foi melhorar as condições de conforto e segurança para os torcedores que vão aos estádios. No entanto, uma das mudanças já causa muita polêmica: a implantação de uma carteirinha para os torcedores. De acordo com o novo texto, já aprovado pelo presidente Lula, quem quiser ir ao estádio precisa se cadastrar para receber gratuitamente um cartão de identificação. Com ela, as autoridades teriam mais facilidade para identificar e punir os responsáveis por eventuais atos de violência. No entanto, a burocratização do processo de compra de ingressos poderia inibir o torcedor a acompanhar seu clube de perto. “Haverá uma perda de público. Essa carteirinha é uma bobagem”, criticou Fábio Koff, presidente do Clube dos 13. Outras alterações no Estatuto do Torcedor tiveram melhor aceitação. Se as mudanças forem aprovadas no Congresso, atos de violência cometidos nos estádios serão considerados como crimes previstos no Código Penal. Na prática, torcedores envolvidos em vandalismo ou brigas podem ser presos e condenados de acordo com seus delitos. Os cambistas também entraram na mira federal e podem ser processados. Da mesma forma, possíveis casos de manipulação de resultados serão punidos com maior rigor. Além disso, deverá haver mais uniformidade e rigor nos laudos técnicos para os estádios brasileiros. Esta medida tem como intuito atender aos padrões estabelecidos pela Fifa para um país sediar a Copa do Mundo.

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A Traffic tenta estender um pouco mais sua influência no futebol brasileiro. A empresa não tem time disputando competições profissionais, mas construiu um grande centro de treinamento em Porto Feliz, a 110 km de São Paulo. O local custou cerca de R$ 17 milhões e terá capacidade para abrigar até 148 jogadores. Em princípio, o CT atenderá ao Desportivo Brasil, clube criado pela Traffic que só disputa torneios em categorias de base. Mas a meta da empresa não é apenas preparar

seus jogadores, mas também o Brasil na Copa de 2014. Na inauguração, J. Hawilla, dono da Traffic, recebeu figuras importantes na organização do Mundial, incluindo Ricardo Teixeira. “Em um pequeno passeio eu já vi que está no nível das concentrações boas que eu conheço”, comentou. “Mas a decisão de trazer a Seleção aqui compete à comissão técnica”. O CT da Traffic já tem agendado seus primeiros visitantes ilustres. No segundo semestre, o time sub-18 do Manchester United treinará no local.

Suspensão de Márcio Braga, presidente do Flamengo, por... defender o Vasco. O dirigente acusou o TJD-RJ de “incompetência, maldade e corrupção” ao tirar seis pontos dos cruzmaltinos por escalar o meia Jéferson de forma irregular na Taça Guanabara

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RAPIDINHAS por Ricardo Espina

Broche da discórdia Um simples objeto serviu como pano de fundo para reavivar uma polêmica entre dois ex-presidentes do Botafogo. Ao assumir o cargo em 2003, Bebeto de Freitas recebeu um broche especial, com o desenho do escudo do clube e cravejado de brilhantes. No entanto, a peça não foi passada para seu sucessor, Mauricio Assumpção, quebrando uma tradição de 40 anos. Carlos Augusto Montenegro acusou Bebeto de não ter o cuidado devido com a peça. “Sei que quando alguém recebe um objeto que não é seu, precisa tomar cuidado”. O atual diretor do Atlético Mineiro rebateu: “Meu maior erro no Botafogo foi ter o Montenegro ao meu lado nos últimos anos. Tentei trazê-lo para o bem, mas ele continua do outro lado. É capaz de vender sua própria mãe”, diz. Dirigentes alvinegros até marcaram uma reunião para discutir se processam ou não o ex-presidente pelo desaparecimento do broche. Bebeto afirma que mandará fazer outro e doar ao clube.

A CBF decidiu alterar a fórmula de disputa das Séries C e D do Campeonato Brasileiro de 2009. A entidade justificou as mudanças como “consequências da crise econômica mundial”. A terceira divisão, com início previsto para 24 de maio, terá quatro grupos com cinco equipes (antes, os 20 participantes estavam divididos em duas chaves com dez). Os dois primeiros de cada grupo avançam às quartas de final. Quem passar para as semifinais terá seu acesso à Serie B garantido. Já a Série D, com início programado para 5 de julho, contará com dez grupos de quatro times, e não mais oito chaves de cinco equipes. A definição dos participantes, que serão distribuídos regionalmente, será feita de acordo com os campeonatos estaduais. Os quatro semifinalistas serão promovidos.

Águia e América-MG lutarão pelo acesso à Série B

Carlos Rhienck/Hoje em Dia/Futura Press

MUDANÇA DE PLANOS

Veja os grupos da Série C: Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

Águia de Marabá-PA

ASA-AL

América-MG

Brasil de Pelotas-RS

Luverdense-MT

CRB-AL

Gama-DF

Caxias-RS

Paysandu-PA

Confiança-SE

Guaratinguetá-SP

Criciúma-SC

Rio Branco-AC

Icasa-CE

Ituiutaba-MG

Marcílio Dias-SC

Sampaio Correa-MA

Salgueiro-PE

Mixto-MT

Marília-SP

“A chegada do Celso foi uma grande conquista. Desde a Máquina Tricolor não tínhamos um jogador campeão mundial. Quero aproveitar e agradecer ao presidente da Unimed, Celso Barros, pela contratação do Fábio”

RUMO AO FIM DA BOLADA Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei segundo o qual todas as entidades esportivas ficariam proibidas de fazer doações a campanhas eleitorais. A proposta, apresentada pelo deputado federal Sílvio Torres (PSDB-SP), complementa o texto que prevê que apenas as entidades que recebem recursos públicos não podem financiar campanhas. Em 2008, a CBF doou R$ 345 mil a candidatos a prefeito. ASSIM E ASSADOS Em sua estreia na Copa do Brasil, o Fast não passou do 1 a 1 com o ABC em Manaus. A explicação para o resultado não foi o gramado ou o adversário retrancado, mas o uniforme. “Cinco jogadores deixaram o campo reclamando bastante do short que usamos”, justificou o técnico Napoleone Júnior. Preto, Márcio Parintins, Flavinho, Pontes e Ney Júnior deixaram o gramado com assaduras. FIM DA PICADA O Atlético Mineiro se tornou o primeiro clube do mundo a “batizar” um ser vivo. O biólogo André Nemésio, pós-doutorando na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atleticano, descobriu uma espécie rara de abelha. Não deu outra: o cientista registrou o nome científico dela como Eulaema atleticana. ESTAÇÃO FUTEBOL A partir de 2010, os torcedores paulistanos podem conferir um pouco das histórias de seus clubes ao andar de metrô. A Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos anunciou que Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo contarão com museus nas estações batizadas com seus nomes. Cada exposição terá três espaços: história oficial, troféus e hall da fama. ANTIECOLÓGICO O Fluminense tem o verde como uma de suas cores, mas nem por isso o clube faz de tudo para defendê-lo. Segundo processo movido pelo Ministério Público, o Tricolor foi acusado de devastar a Mata Atlântica para erguer o CT de Xerém. O Flu teria cortado árvores e ateado fogo na reserva do Tinguá.

Roberto Horcades, presidente do Fluminense, ao apresentar Fred, que nunca foi campeão mundial

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Alexander Nemenov/AFP

GERAL » MUNDO Te cuida, Itália

O CSKA Moscou ficou no caminho da Copa Uefa, derrotado pelo Shakhtar de Ilsinho

Festa dos pequenos m sua última edição com o atual nome, a Copa Uefa se transformou na alegria de ligas de segundo nível. Dos oito classificados para as quartas de final, dois são da Ucrânia: Shakhtar Donetsk e Dynamo Kiev. A Alemanha também levou uma dupla de representantes, Hamburg e Werder Bremen, assim como a França (Olympique de Marselha e Paris Saint-Germain). Das três ligas mais importantes da Europa – Itália, Inglaterra e Espanha –, sobraram apenas os medianos Manchester City e a Udinese. Não é difícil entender como isso ocorreu. Ocupados pela disputa de vagas na Liga dos Campeões, times como Milan, Fiorentina e Aston Villa preferiram dedicar mais forças a seu campeonato local. “Foi uma decisão difícil. A ironia é que passamos o último ano tentando chegar à Copa Uefa. Fomos até longe na Intertoto para isso”, disse o técnico Martin O’Neill,

RAPIDINHAS

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MÃO FIRME Sérgio Romero sentiu na própria pele a dor da eliminação da Copa da Holanda para o NAC Breda. Descontente por ter falhado na derrota por 2 a 1, o argentino descontou sua raiva com um soco na parede dos vestiários. Fraturou a mão.

do Villa, após a eliminação diante do CSKA. “Não temos como satisfazer todos os torcedores. Espero que eles entendam que estamos em um momento muito importante da Premiership”. Para clubes de ligas tecnicamente mais fracas, a Copa Uefa é a oportunidade para ganhar algum destaque internacional e pensar em, no futuro, fazer melhores campanha na LC. “O futebol do Leste Europeu está crescendo cada vez mais, os resultados recentes mostram isso. As equipes estão cada vez contratando mais para fazer um bom papel nos campeonatos”, diz Willian, meia do Shakhtar Donetsk. Justamente pelo fato de ser esnobada por alguns clubes é que a Copa Uefa vai mudar na próxima temporada. Com o pomposo nome de Liga Europa e uma nova fórmula de disputa, a Uefa pretende reabilitar sua segunda competição interclubes mais importante. [GH]

GALERIA DE EXCENTRICIDADES Raymond Domenech ampliou sua lista de esquisitices – que inclui não convocar escorpianos – com mais uma decisão polêmica: ele proibiu o uso do videogame na concentração da França. O técnico experimentou um jogo, mas sentiu dores na mão e teme que o mesmo se repita com seus atletas.

O fracasso dos clubes italianos nos torneios europeus desta temporada pode custar caro ao país. As apresentações ruins na Liga dos Campeões e na Copa Uefa ameaçam a Itália de perder uma vaga na LC em 2010/11 ou 2011/12. Com apenas uma equipe, a Udinese, entre as 16 quadrifinalistas (somando as duas competições), os italianos perderão muitos pontos no ranking de ligas da Uefa. Se repetir tal desempenho na próxima temporada, há um risco real de a Serie A ser ultrapassada pela Bundesliga alemã na luta pela terceira posição. Os alemães têm uma equipe entre as oito melhores da LC e mais duas nas quartas de final da Copa Uefa. Se caírem da terceira posição, os italianos perdem a quarta vaga na Liga dos Campeões.

“Temos posturas diferentes e maneiras distintas de pensar. Por isso, não podemos continuar trabalhando juntos. Dói muito, mas não disputarei a Copa do Mundo” Riquelme, sobre sua decisão de não vestir mais a camisa da seleção argentina por divergências com o técnico Maradona

“Doeu na alma o fato de alguém ter me chamado de traídor, mas não posso fazer nada” Maradona, magoado com as ofensas de torcedores do Boca Juniors, que apoiaram Riquelme na discussão com o técnico

UM GRANDE CORAÇÃO Um estudo realizado pelo laboratório espanhol Genetest aponta diferenças entre o coração de um jogador de futebol e o dos atletas de outras modalidades. De acordo com a pesquisa, o futebol proporcionaria engrossamento das paredes cardíacas em atletas com predisposição genética. Isto estaria relacionada aos casos de mortes de atletas em campo.

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por Ricardo Espina

Cristian Fabbiani, do River Plate, provocou a ira do treinador Nestor Gorosito ao passar dos 100 kg. O atacante, de 25 anos, ganhou o apelido de “ogro” devido a seu porte físico avantajado

O futebol uruguaio mais uma vez ganhou destaque de forma negativa. Os jogadores do país fizeram uma greve devido a atrasos nos pagamentos de salários e prêmios. O torneio já havia sido paralisado duas vezes no final de 2008 por conta de problemas de segurança. No caso da greve, nem mesmo os clubes mais tradicionais escaparam. O Nacional devia cerca de US$ 160 mil aos seus atletas. O Peñarol tinha US$ 50 mil para acertar com seu elenco. Detalhe: o Villa Española, com uma dívida do mesmo tamanho, foi impedido de jogar o Clausura. No caso do Peñarol, foi necessária a ajuda de um empresário para pagar parte da quantia devida ao jogador Darío Vera. No total, estima-se que até nove clubes das duas primeiras divisões deviam salários. Para completar a fase ruim, Jose Luis Corbo, presidente da federação uruguaia, renunciou. Sua gestão foi permeada por polêmicas e acusações de favorecimento a Nacional e Peñarol.

Nova chance para o futebol feminino A temporada do futebol nos Estados Unidos começa em março. Em 2009, o destaque não é a estreia de um novo time na MLS ou o não-retorno de Beckham, mas o ressurgimento de uma liga profissional para as mulheres. O confronto entre Los Angeles Sol e Washington Freedom, dia 29, marcou o início da Women’s Professional Soccer. O torneio preenche um hiato de quase seis anos, desde a falência da WUSA (Women’s United Soccer Association). Com apenas sete equipes em sua primeira temporada, a WPS já atraiu alguns dos principais nomes do futebol feminino mundial, incluindo a brasileira Marta e o ex-técnico da Seleção, Jorge Barcellos (veja tabela).

Time

Cidade

Lucy Nicholson/Reuters

Alejandro Pagni/AFP

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CRISE CISPLATINA

Destaques

Kristine Lilly (EUA), Fabiana (BRA), Kelly Smith (ING), Heather Mitts (EUA) Cristiane (BRA), Caroline Jönsson (SUE), Chicago Red Stars Bridgeview (Chicago) Lindsay Tarply (EUA) Érika (BRA), Formiga (BRA), Sissi (BRA), FC Gold Pride Santa Clara (San Francisco) Tina DiMartino (EUA) Shannon Boxx (EUA), Marta (BRA), Los Angeles Sol Carson (Los Angeles) Aya Miyama (JAP) Hope Solo (EUA), Daniela Alves (BRA), Sara St. Louis Athletica Edwardsville (Saint Louis) Larsson (SUE), Jorge Barcellos (BRA) Christie Rampone (EUA), Rosana (BRA), Sky Blue FC Piscataway (Nova York) Sarah Walsh (AUT) Lisa de Vanna (AUT), Homare Sawa (JAP), Washington Freedom Boyds (Washington) Abby Wambach (EUA) Boston Breakers

Boston

JOGADA FATAL Em uma partida entre equipes rivais na cidade de Hilla (cerca de 100 km ao sul de Bagdá), Haidam Kadhim se preparava para marcar um gol da vitória de sua equipe quando levou um tiro vindo da torcida adversária. O atirador foi preso, mas Kadhim morreu na hora.

NÃO É MAGIA, É TECNOLOGIA Ben Foster ajudou o Manchester United a conquistar o título da Copa da Liga Inglesa. O goleiro brilhou na decisão por pênaltis na final contra o Tottenham. Para isso, pegou um iPod e estudou a forma como os jogadores dos Spurs batiam as penalidades.

PERSONAL TRAINER DE LUXO Preocupado em melhorar suas arrancadas, Cristiano Ronaldo resolveu pedir ajuda a um expert no assunto: Usain Bolt, recordista mundial e campeão olímpico dos 100 e 200 m rasos. O jamaicano, fã de futebol, havia pedido uma camiseta dos Red Devils ao português, que pediu em troca umas aulinhas com o homem mais rápido do mundo.

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Sem medo de cara feia Cuidado: esta nota pode causar espanto, sustos e outras reações adversas. O tablóide sensacionalista britânico The Sun elaborou uma lista com os dez jogadores de futebol mais feios de todos os tempos. O Brasil conta com um “representante”: Ronaldinho, destacado pelo diário por seu “visual único e sorriso constante”, aparece em quarto lugar. No topo, está Iain Dowie, ex-atacante do West Ham e do Southampton.

Confira a lista dos mais feiosos:

PRAGA DE RONDÔNIA M

elhor a torcida da Ponte Preta preparar seus trevos de quatro folhas, pés de coelho e outros amuletos. A equipe de Campinas corre sério risco de cair para a Série C do Brasileiro. Desde 2003, uma infeliz coincidência afeta quem enfrenta times de Rondônia na primeira fase da Copa do Brasil: todos foram rebaixados. Uma maldição que pode vitimar a Macaca, mas que, em 2004, fez sua torcida muito feliz. Seria ela a responsável pela decadência do Guarani? Ano Time de Rondônia Clube “amaldiçoado”

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Yuri Kadobnov/AFP

Divulgação/Ponte Preta

1º Iain Dowie (IRN) 2º Luke Chadwick (ING) 3º Dirk Kuyt (HOL) 4º Ronaldinho (BRA) 5º Steve Ogrizovic (ING) 6º Trifon Ivanov (BUL) 7º Robert Earnshaw (ZAM) 8º Peter Beardsley (ING) 9º Robert Prosinecki (CRO) 10º David Hopkin (ESC)

Brasileirão

2003

CFA

Bahia

24º

2004

União Cacoalense

Guarani

22º

2005

União Cacoalense

Paysandu

21º

2006

Vilhena

Fortaleza

18º

2007

Ulbra Ji-Paraná

Santa Cruz

18º (Série B)

2008

Ulbra Ji-Paraná

Portuguesa

19º

2009

Vilhena

Ponte Preta

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Técnicos que o Dínamo Zagreb teve em 5 de março. De manhã, o clube anunciou Ilija Loncarevic como substituto de Marijan Vlak. Rapidamente mudaram de idéia e, no fim da tarde, nomearam Krunoslav Jurcic

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ATIVIDADES INUSITADAS FORA DO CAMPO

APITO AMIGO

GERAL » INSÓLITO

Gent e Tubize se enfrentavam pelo Campeonato Belga quando o árbitro Peter Vervecken marcou um pênalti para o time da casa. O problema é que, logo depois, ele se arrependeu. Segundo Nicolás Ardouin, goleiro do Tubize, o árbitro não quis que um erro seu influenciasse o resultado e lhe fez um pedido inusitado. “Ele me disse: ‘Me salva, agarra’. Implorou para eu defender. É a primeira vez que acontece algo assim em minha carreira”, disse o jogador. Apesar de Ardouin ter se adiantado, ele não conseguiu defender o chute do atacante costarriquenho González. Vervecken tentou se explicar pelo estranho pedido. “No campo, tive a impressão de que os dois jogadores se chocaram, mas errei no lance. Simplesmente encorajei o goleiro a corrigir meu erro, nada demais. Fui mal interpretado”, concluiu. O Gent venceu o jogo por 2 a 0.

por Felipe dos Santos Souza

Janga Titular da Chapecoense campeã estadual de 1977, o ex-meia ficou em Chapecó após o fim da carreira. E é dono de ponto de cachorro-quente famoso na cidade, o Janga Dog.

Suker Em 1999, atuando no Arsenal, o croata investiu US$ 32 mil em ações na Bolsa de Valores de Londres. Até aí, tudo bem. A questão é que as ações eram do Manchester United.

Cafu Em 1994, após conhecer uma empresa espanhola de guinchos, o lateral, junto de seu empresário, fundou a Cafu Guinchos, que chegou a ser uma das líderes do setor em São Paulo.

Vampeta Realizando sonho de infância, Vampeta reconstruiu o Cinema Rio Branco, em Nazaré das Farinhas, sua cidade natal.

Vágner Após pendurar as chuteiras, o exgoleiro do Botafogo chegou a ter uma frota de táxis. Hoje, dirige um quiosque de praia em Niterói.

Seven nation army

André Luiz O lateral-esquerdo abriu uma concessionária de carros no bairro paulistano do Butantã. E ainda empregou ex-colegas em dificuldades, como Pavão.

Vitaly Mutko, ministro de esportes da Rússia, até apelou, mas não conseguiu mudar a obrigação dos atletas do CSKA Moscou de cumprirem o serviço militar. A medida vale para clubes criados pelas forças armadas, como a equipe de Zico e Vagner Love. Além dos jogadores da equipe de futebol, como Dzagoev [foto], os atletas dos times de basquete e hóquei também foram afetados.

Romário Logo após ser cortado da Copa da França, o atacante inaugurou o “Café do Gol”, casa noturna. A boate durou menos de dois anos e se transformou em bingo. Novo fracasso.

Andrei Arshavin O meia faz trabalhos paralelos em moda. Ele diz que entrou para a faculdade de design “porque havia muitas garotas e achei que não era necessário estudar tanto”.

Levir Culpi por Ricardo Espina

Durante passagem de Levir pelo Atlético Mineiro, em 1994, sua esposa gostou da culinária local e abriu, em Curitiba, um restaurante mineiro. Deu tão certo que a família abriu dois novos restaurantes.

Ronaldo O atacante deu vazão a impulsos automobilísticos em 2005, quando, junto de Emerson Fittipaldi, bancou a fundação da – sempre retardatária – equipe brasileira da A1GP.

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GERAL » REPLAY 14

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I SEE DEAD PEOPLE Todo mundo já viu um gol espírita. Então, que tal uma cobrança de escanteio espírita? O Vasco mostrou, contra a Cabofriense, que elas existem

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Jorge R. Jorge

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PENEIRA

SERGI BUSQUETS: acertado até 2013 O jogador tem características que se encaixam bem à filosofia de jogo do Barcelona. Alto e forte para sua idade, Busquets tem bom poder de marcação, ajudando a dar um pouco de proteção a um meio-campo bastante ofensivo. No entanto, o volante tem boa técnica e fôlego para ajudar o setor de armação. Rapidamente o jovem ganha espaço no cenário internacional. Mesmo com apenas três partidas pela seleção sub-21 da Espanha, o volante já foi chamado para um amistoso da equipe adulta. De olho no potencial do jogador, o Barça já tratou de prolongar seu contrato até 2013, assegurando que ele fique no Camp Nou por um bom tempo. [MS]

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s /AFP

Nome Sergio Busquets Nascimento 16/julho/1988, em Barcelona Altura 1,89 m Peso 73 kg Carreira Barcelona (desde 2003)

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uando jogador, Josep Guardiola ganhou rápido destaque como jovem e talentoso volante no meio de uma equipe estelar. Agora técnico, Pep foi buscar um jogador de características parecidas para sua equipe. No caso, Sergi Busquets, que, com apenas 20 anos, se tornou uma das gratas surpresas da atual temporada blaugrana. Filho de Carlos Busquets, histórico goleiro barcelonista, o volante chegou a ser rejeitado em uma peneira do Barça. No entanto, conseguiu um espaço aos 15 anos e pôde percorrer todos os escalões das categorias de base do clube até chegar ao Barcelona B, em 2007. Na equipe filial, Sergi conheceu Guardiola, que o promoveu ao time A no início da atual temporada.

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SANTON: dos dois lados da. Mesmo fora de posição, o defensor justificou a confiança do treinador português e tomou o lugar de Maxwell. Além da segurança na marcação, o técnico se impressionou com a personalidade e inteligência tática do jovem lateral. Tanto que não poupa elogios, a ponto de chamar Santon de “novo Paolo Maldini”. Se o lateral continuar no atual ritmo de evolução, tem condição de ser titular interista por muito tempo. E talvez suceder o ídolo milanista na seleção italiana. [MS]

Nome Davide Santon Nascimento 2/janeiro/1991, em Portomaggiore Altura 1,87 m Peso 77 kg Carreira Internazionale

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(desde 2005)

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uando Internazionale e Manchester United se encontraram em Milão pela Liga dos Campeões, havia muita expectativa a respeito do que o recém-lançado Davide Santon poderia fazer na marcação de Cristiano Ronaldo. Noventa minutos depois, o melhor jogador do mundo de 2008 quase não conseguiu levar perigo ao gol de Julio César, evidenciando o fato de que os Nerazzurri têm um grande talento em mãos. Santon é bastante precoce. Destro, sua posição natural é a lateral direita. No entanto, ele teria de esperar um bom tempo até receber alguma oportunidade, pois concorreria com Maicon, titular absoluto. Ciente de que poderia confiar no garoto de 18 anos, José Mourinho o experimentou na esquer-

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ENCHENDO O PÉ

por Caio Maia

O mais odiado HÁ 30 ANOS, alguns jovens torcedores não vão se lembrar, o São Paulo era um time “simpático”. Uma espécie de candidato a prefeito que todo mundo tem apreço, mas não vota porque ele não vai ganhar - mas também não odeia. É natural que, com as conquistas do período, o clube tenha mudado de patamar. Por um lado, atraiu mais torcedores, se consolidando como a terceira torcida do país. Por outro, é claro, aumentou sua rejeição. O que não é natural, porém, é a maneira como sua direção vem lidando com o sucesso dentro de campo. O nome do DVD que o clube pretende lançar é um bom exemplo disso: “Soberano”. Analisado friamente, é um título que faz jus ao que o São Paulo representou nos últimos quatro anos para o futebol brasileiro. Mas no esporte as coisas não são frias. E uma soberania não se conquista em quatro anos. Não resta dúvida de que, do ponto de vista das conquistas, o São Paulo é, no atual momento, o maior clube do Brasil. A maneira de comunicar isto, entretanto, ao invés de atrair admiração por tantas conquistas ou pelo modelo vitorioso de gestão, acaba resultando em raiva e despeito. É um princípio básico de marketing e também de relacionamento: quem é bom não precisa bradar isso aos quatro ventos. O cara que tem um Fusca e emparelha com um Porsche no semáforo pode até sair acelerando para mostrar para a namorada que máquina envenenada, mesmo, é o Fusca 1973. O dono do Porsche nem se dará ao trabalho de olhar para o lado, porque ninguém pode ser idiota a ponto de achar que um Fusca, ou mesmo um Vectra, pode fazer frente a um Porsche. O São Paulo não tem um Porsche na garagem, mas, com seu Vectra, age como se dirigisse um Fusca. Parece precisar a todo momento afirmar sua superioridade, como se tivesse medo

de que ela não fosse verdadeira. E consegue, com isso, pular rapidamente de mais querido a mais odiado. “Nunca antes na história...“ “Luiz Gonzaga Belluzo é um dirigente como nunca antes houve no Brasil”, tem se dito bastante por aí. Não que o “Professor”, como é chamado por muitas pessoas próximas, não seja de fato uma pessoa de currículo incomum. Mas não é o único, nem mesmo na história recente, que conta como dirigentes advogados reconhecidos como Fernando Carvalho, do Internacional, e Marcelo Portugal Gouvêa, do São Paulo, ambos campeões mundiais sem que houvesse qualquer reparo moral ou profissional a suas gestões. Além disso, convém lembrar que, além de professor, Belluzzo é hábil e experiente político, ao contrário dos citados anteriormente. Foi secretário de estado de Orestes Quércia, trabalhou no governo Sarney e é hoje presidente do conselho da TV Brasil, além de ser amigo pessoal de José Serra e, se é necessário ressaltar, usei os nomes Serra, Sarney, Quércia e Lula na mesma frase sem antagonizá-los. Ninguém duvida das intenções de Belluzzo, nem da abnegação que o levou a assumir seu clube do coração mesmo sabendo que terá uma série de dificuldades para implantar o modelo de gestão que pretende. A louvação que vem recebendo, entretanto, deixa de fazer justiça a outras pessoas de igual capacidade que passaram ou ainda estão no futebol - e que não tinham nem tiveram carreiras políticas anteriores. Carvalho e Portugal Gouvêa, de resto, foram vitoriosos, e implantaram modelos que sobreviveram a suas passagens. Belluzzo portanto, ao contrário do que se faz crer, ainda está um degrau abaixo destes dois. Ainda que se possa louvar seu currículo e suas intenções. Abril de 2009

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ENTREVISTA » TAFFAREL

“Tem muito goleiro

APARECER Entre lembranças de suas passagens por Internacional, Seleção e Atlético Mineiro, Taffarel diz que um bom goleiro tem de ser eficiente e discreto, deixando os jogadores “que resolvem a partida” brilharem

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por Leonardo Bertozzi

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ngana-se quem pensa que Taffarel carrega frustrações de sua carreira de goleiro. O fato de ter sido contestado pela torcida brasileira ou simplesmente de não receber o reconhecimento que se esperaria de um titular em três Copas do Mundo, com um título e outra final, parece não incomodar este gaúcho de 42 anos, aposentado desde 2003. Apesar de admitir que o goleiro é mais valorizado nos dias de hoje do que quando despontou para o sucesso, Taffarel não vê problemas em dar mais méritos aos atacantes pelas conquistas. Acredita, inclusive, que faça bem a um camisa 1 manter um perfil discreto, fora dos holofotes – um recado sutil para alguns dos atuais goleiros de times brasileiros. Se na Seleção ele dividia opiniões, nos clubes por onde passou foi ídolo. Um paradoxo, se pensarmos que ele teve com a camisa do Brasil suas maiores conquistas. É lembrado por carinho pelos torcedores de Internacional e Atlético Mineiro, desbravou o futebol italiano, hoje recheado de goleiros brasileiros, e levou o Galatasaray a um título inédito no futebol europeu. Falando à Trivela, Taffarel mostrou certa nostalgia de seu período embaixo das traves, e revelou um apreço especial por um momento difícil, uma falha decisiva nos minutos finais de um Gre-Nal no Brasileirão de 1987.

E

Você chegou à Itália quando goleiros estrangeiros eram raros no país. Hoje, três dos quatro maiores times da Serie A têm brasileiros para o gol. Você acredita ter aberto as portas da Europa? Minha ida para a Itália foi importante até para o goleiro passar a ser valorizado dentro do Brasil. Já havia outros na Europa, mas só em Portugal. Aqui no Brasil, o goleiro era a última preocupação do treinador. A imprensa também não se importava muito. Cheguei à Itália em boa condição técnica e isso foi importante para minha afirmação. De qualquer forma, como ainda havia a limitação de estrangeiros, demorou um pouco mais para que as portas se abrissem definitivamente. Seu nome é muito citado como referência por goleiros da nova geração. Você se identifica com algum deles? É uma comparação difícil, cada um tem eu estilo. Se tivesse de citar algum, não diria um dos novos, mas o André, que jogou no Inter e no Cruzeiro. Ele parecia comigo tecnicamente e até um pouco fisicamente (risos). Mas ele jogou em uma época mais próxima da minha. Hoje já mudou muita coisa. O jogo é mais rápido, talvez até o meu estilo tivesse de ser outro se jogasse atualmente. Uma coisa que não muda é a necessidade de simplificar, de se colocar bem, tornar a defesa mais fácil. Não adianta fazer uma defesa acrobática e jogar para fora, se, no escanteio, acaba saindo o gol. O Júlio César faz sua melhor temporada na Itália. Você acredita que ele já esteja tecnicamente no mesmo patamar de Buffon ou Casillas? Tenho certeza disso. O Júlio já saiu bem

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preparado, e esses anos de futebol italiano fizeram ele crescer ainda mais. Você nunca foi muito visado pela imprensa, mesmo durante as Copas. Em 1994, falava-se mais de Romário; em 1998, de Ronaldo. Você se ressente um pouco da falta de atenção? Nunca senti falta de holofotes. Especialmente na minha época, se o goleiro não era comentado, queria dizer que estava indo bem. Hoje em dia tem muito querendo aparecer, ter mais espaço na mídia. É justo que o goleiro busque sua valorização, mas acredito que o destaque tem que ficar mesmo com quem resolve o jogo, quem coloca a bola para dentro. Foi assim no Parma também. Como assim? Comecei bem no Parma, mas o clube tinha planos ambiciosos e precisava de um peso maior lá na frente. Com a chegada do Asprilla, o time esgotou sua cota de estrangeiros e eu não tinha mais espaço. Achei natural, tanto que deixei uma marca lá e acabei voltando no final da carreira. Antes da Copa de 1994, muita gente pedia o Zetti para titular da Seleção. É fácil ganhar reconhecimento de todo o país mesmo sem ter defendido um clube paulista ou carioca? A gente tem que entender a situação do Zetti. Ele vinha em uma fase espetacular e eu estava fora do time no Parma. Mas ele teve sua oportunidade, na Copa América de 93. Depois, nas Eliminatórias, quando jogamos no Morumbi, que era o palco dele, eu deveria esperar o quê? Que me aplaudissem? De qualquer forma, sem-

pre nos respeitamos muito. É importante que os goleiros que convivem no mesmo ambiente saibam respeitar a vez do outro. Você é muito lembrado pelas Copas de 1994 e 98, mas já disse que considerava estar em melhor forma em 1990. Quando eu digo que estava melhor, quero dizer que estava no auge da vontade. Eu tinha 24 anos, queria saltar por cima da trave (risos). Mas nada substitui a maturidade, a experiência. Você mede seus atos, suas palavras, pensa diferente. E não há como negar que o ambiente do time de 1994 era especial. Nas Eliminatórias de 93, você foi muito contestado porque não vinha jogando por seu clube. O quanto a inatividade prejudicava seu desempenho? Não tem outro jeito, você só entra em forma jogando. Foi um período muito difícil para mim, especialmente depois da derrota para a Bolívia. Eu estava bem naquela partida, tinha até defendido um pênalti. Então veio o lance do gol, foi uma infelicidade, a bola bateu no meu calcanhar e acabou entrando. Quando a fase não é boa, uma falha do tipo provoca muito mais abatimento. Existe algum lance específico que vem à sua cabeça quando pensa em Seleção? Impossível não falar do pênalti defendido na final de 1994. Sempre que sou reconhecido, que as pessoas vêm falar comigo, o assunto é Copa do Mundo, é aquele pênalti. Mas tenho outras ótimas lem-

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Todo mundo conhece o estilo do Leão. Ele vai logo no jogador de mais nome, no mais carismático, e arruma problema para mostrar força. É o jeito dele, não vai mudar branças, como as Olimpíadas de 1988, as boas Copas América que disputei. Você se considera o maior goleiro brasileiro em todos os tempos? O Brasil teve grandes goleiros, mas eles foram vistos de forma diferente em suas épocas. Tive a honra de ter disputado três Copas do Mundo. Fico imaginando como seria o Gilmar [dos Santos Neves, titular nas Copas de 1958, 62 e 66] se jogasse hoje. Ele ganhou duas Copas, seria facilmente considerado o maior de todos os tempos. O Júlio César pode ganhar esse status jogando uma Copa. Vai muito do carisma. O Marcos jogou um Mundial, ganhou, e tem seu lugar entre os maiores.

Andy Mueller/Reuters

Durante o período de aposentadoria da Seleção, entre 1995 e 1997, a ideia de estar definitivamente fora chegou a se consolidar na sua cabeça? Nunca desisti da Seleção. Mesmo ficando seis meses parado, voltei ao Brasil para jogar pelo Atlético [em janeiro de 1995], e logo o entusiasmo do torcedor me deu ânimo. Quando me perguntaram quando eu poderia jogar, respondi que em uma semana já estaria pronto. Você surgiu como grande destaque do Inter, fez uma história no Beira-Rio e é ídolo até hoje. Por que nunca voltou? Não houve propostas. Mesmo assim, seria difícil voltar no fim da carreira, quando o físico não responde como antes. O torcedor te considera um ídolo, mas vai te cobrar como quando você estava no auge, não vai se satisfazer só com o nome. Eu não era mais um garoto e não queria colocar tudo a perder, manchar minha história no clube. Abril de 2009

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seria importantíssimo para o Atlético. Sempre havia algo faltando no time, uma posição ou outra mais carente, ou o clima com a diretoria não era bom.

Mas você estava em campo no que foi chamado Gre-Nal do século, em que o Inter, com 10, virou uma semifinal de Brasileiro e acabou com um longo tabu sem vencer clássico. Aquilo foi muito especial para todos nós, uma verdadeira façanha. Até hoje passam reportagens sobre aquele jogo. Em uma delas, vi o Mazarópi [então goleiro do Grêmio], comentando: “Ganhei muitos Gre-Nais, mas perdi o Gre-Nal do século”. Pois eu perdi muitos, mas ganhei o Gre-Nal do século.

O que houve exatamente com o Leão no Atlético? Você saiu no intervalo do jogo contra o Milan pela Copa Centenário de BH e passou um tempo fora do time. Não gosto de falar sobre isso e acho que nem vale a pena. Todo mundo conhece o estilo do Leão. Ele vai logo no jogador de mais nome, no mais carismático, e arruma problema com ele para mostrar força. É o jeito dele, não vai mudar.

O gol do Jorge Veras naquele Gre-Nal da Copa União foi o mais doído que você já sofreu? (O ponta gremista cruzou a bola e, ao tentar pegá-la, Taffarel a desviou para dentro do gol) Foi um momento fundamental para a minha carreira. Primeiro, a torcida ficou do meu lado, o que foi muito importante. Além disso, eu vinha muito tempo invicto [seis jogos] e já estava me achando imbatível, que não levaria gol. Quando ele chutou da linha de fundo, eu já estava olhando para a frente, pensando na reposição de bola. Nessas horas, você tem de dizer “errei” e não se preocupar em dar justificativas. Outro dia vi o Felipe, do Corinthians, assumindo um erro. Achei legal da parte dele. Apesar de uma grande passagem no Inter e outra no Atlético, você só conquistou dois títulos no Brasil: um Mineiro e uma Copa Conmebol. Em seu período em Minas, o time sempre batia na trave nos Brasileiros. É verdade, chegamos perto, mas não conseguimos um título brasileiro que

Depois de sua saída do Atlético, você divulgou uma carta com acusações a dirigentes do clube, dizendo que seu relacionamento com eles havia chegado ao limite. Os salários atrasavam muito. Ficávamos três meses sem receber. Então pagavam um mês, às vezes com cheque sem fundos. Eu tinha uma condição financeira mais confortável, mas havia jogadores que começaram a ter problemas para comprar comida, estavam sendo despejados. Como capitão do time, tomei a defesa dos meus companheiros. Acabei me desgastando, mas temos de brigar pelo que é certo.

A torcida turca é espetacular. Foi uma grande surpresa para mim. Quando terminou a Copa de 1998, a única proposta que eu tinha era do Galatasaray. Ao chegar, me deparei com uma ótima cidade, qualidade de vida, muito carinho da torcida. Minha família se adaptou tranquilamente. A conquista da Copa Uefa pelo Galatasaray, único título continental de um clube turco até hoje, foi marcante para você? O título pode ter sido inesperado para quem estava de fora e até para alguns de nós, mas a torcida sempre acreditou. Não importa quem fosse o adversário, ela estava lá, nos empurrando para cima, dando uma força incrível. Não só aquela conquista, mas toda a passagem pelo Galatasaray foi uma experiência única.

Acervo/Gazeta Press

Nos anos 80, o Grêmio dominou o futebol gaúcho. Era difícil jogar no Inter naquela época? Não era fácil. Perdi muitos Gre-Nais.

O romeno Hagi, ao eleger sua seleção de todos os tempos, o colocou como o goleiro titular. Como foi sua passagem pelo Galatasaray? Foi excelente. O Hagi foi um grande amigo. Nossas famílias se davam bem, jantávamos fora, convivíamos muito. Foi um grande jogador e é uma grande pessoa, bom caráter. Fala-se muito que os torcedores turcos estão entre os mais fanáticos do mundo. É assim mesmo?

Cláudio André Mergen Taffarel Nascimento 8/maio/1966, em Santa Rosa-RS Carreira Internacional (1985 a 1990) , Parma (1990 a 1993) , Reggiana (1993 a 1994) , Atlético Mineiro (1995 a 1998) , Galatasaray (1998 a 2001) e Parma (2001 a 2003) . Títulos Copa do Mundo (1994) , Medalha de prata nos Jogos Olímpicos (1988) , Copa América (1989 e 1997) , Recopa Europeia (1993) , Copa Conmebol (1997) , Copa Uefa (2000) , Campeonato Turco (1999 e 2000) , Copa da Itália (1992 e 2002) , Copa da Turqquia (1999 e 2000) e Campe p onato Mineiro (1995) .

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ANUNCIO TRIVELA CONTEXTO CONTEXTO.indd indd 1 anuncios.indd 9

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RANKING RA

por Gustavo Hofman

CRAQUES, POR QUE NÃO? Trivela consultou especialistas e elegeu os 50 melhores goleiros em atividade no futebol mundial o futebol, há nove posições e duas profissões: centroavante e goleiro”. A impagável frase, de Dadá Maravilha, mostra como o camisa 1 é especial. Em campo, seu trabalho exige especialização total: não dá para improvisar um zagueiro no gol e esperar um bom resultado disso. Até porque, debaixo das traves, errar é um luxo proibido. Apesar disso, os arqueiros são geralmente deixados de lado. Quantos já foram chamados de “craques”? Quantos são lembrados por sua apurada técnica? Poucos. É muito mais fácil achar ditados que ironizam o sujeito que escolhe esse ofício.

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Como 26 de abril é o dia do goleiro, a Trivela decidiu homenagear a todos os que resolvem usar um par de luvas, vestir uma camisa com o número 1 e ir para baixo das traves. Elencamos os 50 maiores do mundo nessa posiç... ops, profissão. Não necessariamente os que passam por melhor fase no início de 2009, mas, entre os que estão em atividade, os que reúnem qualidade debaixo das traves, espírito de liderança, títulos no currículo. Enfim, o pacote completo. Nem todos provocam suspiros de seus torcedores, mas muitos deles merecem, sim, ser chamados de craques.

REGULAMENTO Cada jornalista foi consultado para eleger até 20 goleiros do mundo e 10 brasileiros, em ordem de importância, de acordo com os critérios estabelecidos: • conquistas pessoais e títulos • liderança e importância para o time • reflexo e elasticidade • saída do gol e posicionamento • reposição e jogo com os pés) 1) Em caso de empate, venceu o maior número de citações 2) A pontuação na ficha dos goleiros é a soma dos votos dos jornalistas consultados

Posição Pontos

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Gianluigi Buffon 28/jan/1978 1 Copa do Mundo 1 Copa Uefa 2 Campeonatos Italianos

Pierre-Philippe Marcou/AFP

Com apenas 17 anos, Buffon estreou pelo C P Pa rm no Campeonato Italiano. Logo de cara, Parma a o ainda adolescente teve de enfrentar o podero Milan. Segurou o 0 a 0 até o fim. Catorze roso an depois, aquele jovem de Carrara é tido anos po muitos como o melhor goleiro do mundo por e por alguns, como o maior de todos os teme, po p o na posição. pos O atual camisa 1 da Juventus se acostumou a conquistar títulos. Ainda no Parma, venceu a Copa Uefa de 1999. Depois que se mudou para

Turim, por uma quantia recorde paga por um goleiro (por valores equivalentes a € 52 milhões em 2001), entrou definitivamente no rol dos grandes da história. Em seu atual clube, venceu dois Campeonatos Italianos (ganhou ainda outros dois, cassados na Justiça) e mostrou a todos que poderia ser o substituto de Toldo na seleção. Com a camisa da Azzurra, conquistou a Copa do Mundo de 2006 e atingiu o topo do futebol mundial. Na ocasião, Buffon foi decisivo em todos os jogos da equipe, inclusive na final contra a França. No mesmo ano, ele quase teve a imagem arranhada com o Calciocaos em 2007, quando a Juventus foi punida com a perda do título italiano e o rebaixamento para a Série B por ligações com um esquema de manipulação de resultados. O goleiro foi absolvido, permaneceu no clube, venceu a segunda divisão e voltou ao topo.

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20/mai/1981 1 Mundial de Clubes 1 Eurocopa 2 Ligas dos Campeões

Ninguém discute que o Real Madrid é um dos maiores clubes do mundo. No entanto, também é senso comum que a defesa merengue, na última década, tem sido bastante vulnerável. Assim, não é fácil ser o goleiro que precisa segurar as pontas em um time de torcida tão exigente. Ainda mais quando se torna titular com apenas 18 anos. Esse é o mundo de Iker Casillas. Formado nas categorias de base do clube, o goleiro se tornou um dos símbolos do Real, ao lado de Raúl. Sua tranquilidade, reflexo e eficiência debaixo das traves compensam a estatura relativamente baixa para a posição (1,85 m). Em 2000, se tornou o goleiro mais jovem a participar de uma final da Liga dos Campeões, quando os Merengues fizeram 3 a 0 no Valencia. Recentemente renovou seu contrato com o Real até 2017, ano em que pretende encerrar a carreira. Pela seleção espanhola possui o mesmo status. Já é o segundo goleiro com mais participações pela Fúria, atrás somente de Zubizarreta. Na Eurocopa 2008, Casillas foi um dos grandes destaques e capitão do time campeão.

Rogério Ceni

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22/jan/1973 1 Mundial de Clubes 1 Libertadores 3 Campeonatos Brasileiros

Wander Roberto/Vipcomm

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Pierre-Philippe Marcou/AFP

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Iker Casillas

O goleiro são-paulino é uma das figuras mais controversas do futebol brasileiro. Dificilmente alguém é imparcial em relação a ele. Enquanto os torcedores do São Paulo o adoram, a maioria dos rivais o acusa de arrogante. Algo natural para um jogador tão enraizado em um clube e com personalidade tão forte. Nascido em Pato Branco, no Paraná, Rogério chegou ao Morumbi em 1991, com 18 anos, logo após conquistar o Campeonato Mato-Grossense pelo Sinop. Com a saída de Zetti, em 1997, tomou para si a titularidade. Desde então, ele já fez o suficiente para se consagrar como o maior jogador da história do clube. Campeão mundial e da Libertadores e tricampeão brasileiro, ele liderou o São Paulo em um de seus momentos mais gloriosos. Para alimentar ainda mais o mito criado em torno de si, também se tornou o goleiro que mais gols marcou em todos os tempos. Entre cobranças de faltas e de pênaltis, já foi às redes 83 vezes. No jogo em que tirou a liderança histórica de Chilavert, abusou: defendeu um pênalti e fez dois gols no empate por 2 a 2 do São Paulo com o Cruzeiro no Mineirão. O sucesso com os pés fez que se notabilizasse também pelo trabalho como líbero e boa reposição de bola, mas motivou críticos a dizerem que sua fama se deve mais pelos gols do que pelas defesas. Na Seleção, sua trajetória foi intermitente. Teve passagens como titular, mas nos grandes momentos – participações nas Copas de 2002 e 2006 – ocorreram no banco de reservas.

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Petr Cech 20/mai/1982 2 Campeonatos Ingleses 1 Copa da Inglaterra 2 Copas da Liga Inglesa

Paul Ellis/AFP

Quando o Chelsea entra em campo, os adversários já sabem que terão pela frente um muro. Uma barreira de nome Peter Cech, nascida na República Tcheca há 26 anos. Lançado pelo Blsany, o goleiro se destacou de fato com a camisa do Sparta Praga e do Rennes, onde pintou como um dos mais promissores da nova geração. Foi o suficiente para chamar a atenção de Roman Abramovich e seus bilhões de euros. O camisa 1 do Chelsea logo se tornou um dos líderes da seleção de seu país e do próprio clube. Tanto que foi considerado figura influente para a saída de Felipão de Stamford Bridge. O que não diminui seu mérito debaixo das traves, onde impressiona pela elasticidade e boa saída do gol. Em 2006, durante um jogo contra o Reading, Cech chocou-se com o meia Hunt e sofreu uma fratura no crânio. Retornou aos gramados três meses depois, usando uma espécie de capacete.

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Adriano Vizoni/Futura Press

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Marcos 4/ago/1973 1 Copa do Mundo 1 Copa América 1 Libertadores

Seu jeito simples e a humildade caracterizam um dos maiores goleiros de toda história do Palmeiras. Entre 1999 e 2002, Marcos viveu o melhor momento da carreira. Da defesa na cobrança de pênalti de Marcelinho Carioca, na semifinal da Libertadores contra o Corinthians, à decisão da Copa de 2002, contra a Alemanha, o goleiro palmeirense passou por momentos espetaculares, quase sobre-humanos. Logo após o Mundial, recusou uma proposta do Arsenal e optou por continuar no Palestra Itália, mesmo com o Palmeiras rebaixado para a Série B. Voltou triunfante com o time à primeira divisão. Nos últimos anos, as seguidas lesões atrapalharam sua carreira a ponto de ter pensado mais de uma vez na aposentadoria. Hoje, aos 35 anos, o jogador sofre para se manter no futebol, mas seu passado glorioso já o coloca entre os grandes de todos os tempos. Sobretudo no Palmeiras.

ONDE ELES ESTÃO? 12

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Júlio César 3/set/1979 1 Copa América 3 Campeonatos Italianos 1 Copa da Itália

Aos 29 anos, Júlio César vive seu melhor momento na carreira. Titular incontestável da Seleção Brasileira, tem sido também um dos destaques da Internazionale e do Campeonato Italiano há anos – tanto que mantém o ídolo Toldo no banco. Formado nas categorias de base do Flamengo, se prepara agora para encarar sua segunda Copa do Mundo, a primeira como titular, já que ficou no banco em 2006.

SANTO DE CASA

Vamos deixar um pouco de lado o que acontece lá fora. Se a lista fosse só com goleiros brasileiros, como ela ficaria?

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Rogério Ceni (São Paulo)

7 265

Edwin van der Sar 29/out/1970

Marcos

2 Mundiais de Clubes 2 Ligas dos Campeões 2 Campeonatos Ingleses

(Palmeiras)

Júlio César

Recentemente, o técnico da seleção holandesa Bert van Marwijk anunciou que pretendia contar com Van der Sar novamente no gol da equipe. O veterano goleiro de 38 anos precisou vir a público confirmar sua aposentadoria da Oranje. Essa foi apenas uma mostra da capacidade do jogador do Manchester United. Mesmo com 38 anos, ele ainda tem atuações como as que o consagraram no Ajax.

Pepe Reina

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(Almería)

1 Eurocopa 1 Copa da Inglaterra

Jens Lehmann 10/nov/1969 1 Copa Uefa 1 Campeonato Alemão 1 Campeonato Inglês

Sua carreira foi cheia de altos e baixos. Surgiu muito bem no Schalke 04, teve uma passagem horrível pelo Milan, reencontrou a boa forma no Borussia Dortmund, chegou ao Arsenal sem convencer, mas foi fundamental no vice-campeonato da Liga dos Campeões 2005/06. Também foi importante na campanha alemã na Copa de 2006. Atualmente, no Stuttgart, busca deixar uma boa imagem antes de encerrar a carreira.

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Diego Alves

31/ago/1982

(Grêmio)

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FP

Victor Hi

Reina foi formado nas categorias de base do Barcelona, mas nunca teve chances reais no clube catalão. Emprestado ao Villarreal, fez sua fama no Submarino Amarillo e hoje brilha no Liverpool, levado pelo técnico Rafa Benítez para substituir Dudek poucos meses depois de o polonês brilhar na final da Liga dos Campeões de 2005. Aos 26 anos, sua regularidade lhe valeu a confiança da torcida e a posição de titular.

9

(Milan)

is

241

Dida

Lu

8

(Internazionale)

Doni

(Roma)

Gomes

(Totenham)

Diego Cavalieri (Liverpool)

Renan (Valencia)

Abril de 2009

3/26/09 2:16:30 AM


171

7/dez/1973 2 Mundiais de Clubes 1 Copa América 1 Libertadores

Vitória, Cruzeiro, Corinthians e Milan. Por onde passou, Dida foi herói. Seu currículo impressiona pela quantidade e variedade de títulos. Sempre calmo e frio, especializou-se em defender pênaltis, algo que compensava suas falhas crônicas na saída do gol. Campeão do mundo em 2002 na reserva da Seleção, Dida teve a chance de ser titular no Mundial de 2006. A derrota para a França foi sua despedida.

11 119

Francesco Toldo 2/dez/1971 3 Campeonatos Italianos 4 Copas da Itália

Toldo é um daqueles casos de jogador que nasceu na época errada. A concorrência com nomes como Gianluca Pagliuca, Angelo Peruzzi e Gianluigi Buffon quase sempre o relegaram à reserva da seleção italiana. Mesmo assim, o atual goleiro da Internazionale marcou seu nome nas últimas décadas, tanto no clube milanês, como na Fiorentina, onde passou oito temporadas.

12 112

14 92

Victor Valdés 14/jan/1982 1 Liga dos Campeões 2 Campeonatos Espanhóis

Produto das “canteras” barcelonistas, Valdés demorou até conseguir um lugar no time titular do Barça. Somente aos 21 anos teve a oportunidade de substituir o argentino Roberto Bonano, na temporada 2003/04. Não deixou mais a equipe. Não é um goleiro de defesas impressionantes, mas apresenta uma razoável regularidade, dando segurança para um time ofensivo por vocação.

15 81

R. Abbondanzieri 19/ago/1972 2 Mundiais de Clubes 3 Libertadores 6 Campeonatos Argentinos

Ser considerado um dos maiores goleiros da história do Boca Juniors é algo que merece respeito. E isso Roberto Abbondanzieri conseguiu. “Pato” foi reserva de Óscar Córdoba por anos, mas assumiu a titularidade com a saída do colombiano. Mesmo contestado por algumas falhas, chegou à seleção argentina e transferiu-se ao Getafe. Em 2009, retornou a La Bombonera, para alegria da fanática torcida.

Guillermo Ochoa

Alberto Pizzoli/AFP

10

Dida

13/jul/1985 1 Copa dos Campeões da Concacaf 1 Campeonato Mexicano

Com apenas 23 anos, Ochoa tem potencial para construir uma grande carreira. Formado nas categorias de base do América, é ídolo da torcida mexicana já há um bom tempo. Suas atuações nos últimos anos, sobretudo na Libertadores, impressionaram o continente e o colocaram entre os melhores goleiros do mundo. Compensa a baixa estatura (1,83 m) com muita elasticidade e reflexo.

13 100

Brad Friedel 18/mai/1971 1 Copa da Turquia 1 Copa da Liga Inglesa

O veterano goleiro norte-americano demorou a emplacar. Friedel começou no futebol universitário e logo recebeu convites para se transferir à Inglaterra. No entanto, teve o visto de trabalho negado diversas vezes. Foi preciso, então, se tornar goleiro permanente da seleção e ir a uma Copa do Mundo (1994) para alcançar a transferência europeia. Hoje brilha no Aston Villa, após anos de sucesso no Blackburn.

ranking goleiros.indd 7

16 79

Sébastien Frey 18/mar/1980 1 Copa da Itália

Apesar de ter apenas 29 anos, o francês Sébastien Frey parece ser um veterano, sobretudo pelo bom posicionamento e a tranquilidade e segurança que transmite aos colegas. Famoso por seus penteados diferentes, nunca teve muitas chances nos Bleus. Sentindo-se – com razão – injustiçado, anunciou sua aposentadoria internacional em 2008.

3/26/09 2:16:44 AM


78

Grégory Coupet 31/dez/1972 2 Copas das Confederações 7 Campeonatos Franceses

Por 11 anos, Coupet defendeu o Lyon. Nesse período, fez parte do histórico time heptacampeão francês como titular na meta. Só isso já o credencia como um dos melhores do mundo. Aos 36 anos, resolveu mudar de ares, mas não se firmou no Atlético de Madrid.

18 69

22

René Adler 15/jan/1985

34 Adler estreou profissionalmente pelo Bayer Leverkusen há somente dois anos. De lá para cá, conquistou a confiança da torcida. Além de ser um dos motivos das recentes boas campanhas do clube, virou titular da Alemanha. Ina Fassbender/Reuters

17

Andrés Palop 22/out/1973 2 Copas Uefa 1 Copa do Rei

O bicampeonato da Copa Uefa do Sevilla e suas grandes atuações na competição apresentaram, tardiamente, Palop ao mundo do futebol. Aos 35 anos, vive seu melhor momento na carreira, após muitas temporadas e poucos jogos em Valencia e Villarreal.

19

Manuel Neuer 27/mar/1986

51 Titular do Schalke 04 desde os 20 anos, Neuer já é uma realidade do futebol alemão. A estatura (1,92 m) e bom posicionamento são suas virtudes. É tido por muitos como o real sucessor de Kahn na camisa 1 da Alemanha.

20 45

Andreas Isaksson 3/dez/1981 2 Campeonatos Suecos 1 Copa da Suécia

O goleiro sueco ganhou fama internacional com suas atuações pela seleção na Copa de 2006. Transferiuse, então, do Rennes para o Manchester City, mas diversas lesões o prejudicaram. Foi contratado pelo PSV para ocupar o lugar deixado por Gomes.

21 42

José Cevallos 17/abr/1971 1 Libertadores 3 Campeonatos Equatorianos

Até chegar à LDU, no começo do ano passado, o equatoriano José Francisco Cevallos era apenas um goleiro experiente e inconstante. Após ter participação fundamental no título da Liga de Quito na Libertadores de 2008, ganhou projeção internacional.

30

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23

Diego Alves

34

1 Brasileirão (Série B) 1 Campeonato Mineiro

24/jun/1985

Quando surgiu no Atlético Mineiro em 2007, Diego despontou como grande promessa brasileira. O Almería não foi o melhor caminho a seguir, mas se mostrou um dos goleiros mais constantes de La Liga.

24 28

Farid Mondragón 21/jun/1971 2 Campeonatos Turcos 1 Copa da Turquia

Com longos serviços prestados na América do Sul, o colombiano é um importante nome em seu país. Teve boa passagem no Galatasaray, que lhe valeu a indicação de Christoph Daum para defender o Colônia.

25 26

Tim Howard 6/mar/1979 1 Copa Ouro 1 Copa da Inglaterra

Sua chegada ao Manchester United surpreendeu: era um norte-americano e, principalmente, portador da Síndrome de Tourette, que o faz ter tiques involuntários. Foi ao Everton e teve a continuidade de que precisava.

Abril de 2009

3/26/09 2:16:58 AM


26 26

Victor 21/jan/1983 1 Copa do Brasil

Victor chegou ao Grêmio no ano passado, vindo do Paulista, de Jundiaí, sem alarde. Em pouco tempo se tornou um dos melhores goleiros do Brasil e fez os gremistas esquecerem o ídolo Danrlei.

27

Carlos Kameni

25

1 Ouro olímpico 1 Copa Africana de Nações

ELES DEIXARAM

SAUDADES A equipe da Trivela decidiu escolher os melhores das últimas décadas, mas só contando quem já tinha encerrado a carreira. Veja só o que deu:

18/fev/1984

(Dinamarca)

Kameni surgiu no Le Havre. Ainda passou pelo Saint-Étienne, antes de chegar ao Espanyol. Rapidamente se tornou um dos melhores goleiros do Campeonato Espanhol.

24

Taffarel (Brasil)

Doni 22/dez/1979 1 Copa América 2 Copas da Itália

De rejeitado no Brasil a adorado na Itália. Essa é a carreira de Doni, ex-Botafogo-SP, Corinthians, Santos, Cruzeiro e Juventude, e atualmente ídolo da Roma e reserva imediato de Júlio César na Seleção.

Lars Moeller/AFP

28

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Peter Schmeichel

Oliver Kahn (Alemanha)

Michel Preud’homme (Bélgica)

29 23

Leo Franco 20/mai/1977 1 Mundial Sub-20 1 Copa do Rei

Ele pode ser muito contestado e às vezes cometer erros bobos, mas Leo Franco é um dos melhores goleiros argentinos da década (foi reserva na Copa de 2006). Ficou famoso por defender pênaltis.

30 22

Gomes 15/fev/1981 1 Campeonato Brasileiro 4 Campeonatos Holandeses

Depois que deixou o Cruzeiro, Gomes atingiu o auge da carreira no PSV, onde chegou às semifinais da LC e se tornou ídolo da torcida. Foi o suficiente para convencer o Tottenham a buscá-lo na Holanda.

31 19

Oswaldo Sánchez 21/nov/1973 2 Copas Ouro 2 Campeonatos Mexicanos

Noventa e nove jogos pela seleção mexicana e passagens vitoriosas por Atlas, América e Chivas, três dos maiores clubes do país. Aos 35 anos, Oswaldo Sánchez ajudou a levar o Santos Laguna ao título nacional.

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Rodolfo Rodríguez (Uruguai)

Zetti

(Brasil)

Rinat Dassaev (Rússia)

Walter Zenga (Itália)

José Luis Chilavert (Paraguai)

Thomas Ravelli (Suécia)

3/26/09 2:40:50 AM


PEDE PASSAGEM Buffon, Casillas, Rogério, Cech, Marcos... A lista é dominada pelo pessoal mais experiente. Mas já tem gente com menos de 25 anos mostrando serviço

1 2 3 4 5 6

Guillermo Ochoa (23 anos)

Manuel Neuer

(22 anos)

René Adler (24 anos)

Diego Alves

(23 anos)

Igor Akinfeev Alfredo Estrella/AFP

(23 anos)

Hugo Lloris

(22 anos)

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7 8 9 10

Renan

(24 anos)

36 15

O atual goleiro do Palermo se consolidou como o reserva imediato de Buffon na seleção italiana. Se nada ocorrer de errado, Amélia é o candidato natural a assumir a vaga de titular da Azzurra após a saída do juventino.

33 18

Diego Cavalieri 1º/dez/1982 1 Paulista

O Palmeiras tem tradição em revelar goleiros. Nem por isso a temporada 2007 de Diego Cavalieri, substituindo Marcos, foi menos surpreendente. Tanto que resultou em uma transferência para o poderoso Liverpool.

34 17

Ben Foster 3/abr/1983 1 Copa da Liga Inglesa

É raro um goleiro reserva ter tanto reconhecimento como tem Ben Foster no Manchester United. Pelo seu desempenho no Watford, a diretoria dos Red Devils o mantém no clube, já de olho na aposentadoria de Van der Sar.

16 (23 anos)

02/abr/1982

19

35 Steve Mandanda

Marco Amelia

Damien Meyer/AFP

GAROTADA

Ricardo 11/fev/1976 1 Português 2 Taças de Portugal

Felipão levou muito tempo para encontrar um bom goleiro em Portugal. Confiou em Ricardo, que fez bonito na Eurocopa de 2004 e na Copa do Mundo de 2006, sobretudo nas disputas de pênaltis contra a Inglaterra.

Artur Boruc 20/fev/1980 3 Escoceses 1 Copa da Escócia Desde 2005 o polonês Boruc é o goleiro titular do Celtic. E nunca deixou de ser alvo de especulações de grandes times europeus. Aos 29 anos, titular da Polônia e muito seguro embaixo das traves, o católico goleiro já se envolveu em confusão por supostamente provocar a torcida do Rangers em uma edição do clássico escocês.

37 15

Igor Akinfeev 8/abr/1986 1 Copa Uefa 3 Russos

Com a recente ascensão do futebol russo, o mundo pôde conhecer o talento do jovem goleiro do CSKA Moscou. Com apenas 22 anos, tem experiência de sobra em seu clube e na seleção nacional.

Oscar Ustari (22 anos)

Juan Pablo Carrizo (24 anos)

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NÃO ESQUECERAM DELES Frank Rost (Hamburg) 7, Justo Villar (Real Valladolid) 6, Juan Pablo Carrizo (Lazio) 5, Mickaël Landreau (PSG) 5, El Hadary (Sion) 4, Shay Given (Manchester City) 4, Timo Hildebrand (Hoffenheim) 4, Craig Gordon (Sunderland) 4, Mariano Andújar (Estudiantes) 4, Jussi Jääskeläinen (Bolton) 3, Magrão (Sport) 3, Sorensen (Stoke) 3, David James (Portsmouth) 3, Eduardo (Braga) 3, Bogdan Lobont (Dinamo Bucareste) 2, Tomislav Butina (Dinamo Zagreb) 2, Michael Rensing (Bayern) 1, Rustu Recber (Besiktas) 1, Rubinho (Genoa) 1

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3/26/09 2:17:27 AM


38 12

Óscar Córdoba 3/fev/1970 1 Mundial de Clubes 2 Libertadores

39 11

Aldo Bobadilla 20/abr/1976 2 Paraguaios

A boa campanha do Libertad na Libertadores de 2006 evidenciou tardiamente o talento deste goleiro paraguaio.

40

Robert Green 18/jan/1980

11

Hugo Lloris 26/dez/1986

11 Após a saída de Coupet, a torcida do Lyon ficou apreensiva. Até ver as grandes atuações do jovem e seguro Lloris.

42

43 10

S. Mandanda 28/mar/1985

10 Nascido no Congo, chegou ao OM em 2007 e rapidamente se tornou um dos favoritos da fanática torcida.

Juan C. Henao 30/dez/1971 1 Libertadores 1 Colombiano

Ainda em atividade, ganhou fama no Once Caldas campeão da Libertadores e pela passagem frustrada no Santos.

44 9

Após muitos anos no pequeno Norwich, Green foi ao West Ham e se tornou candidato a um lugar na seleção inglesa.

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Luis Acosta/AFP

Aos 39 anos, Óscar Córdoba faz as últimas defesas da carreira no Millonarios. Mas é lembrado pelos anos que defendeu o Boca Juniors, entre 1997 e 2001.

Sebastián Viera 7/mar/1983 1 Uruguaio

Com Viera, o torcedor uruguaio voltou a ter confiança em seu goleiro, após a eterna revelação Carini se apagar de vez.

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Jerzy Dudek

8

1 Liga dos Campeões 1 Holandês

23/mar/1973

Se não fosse por ele, o Liverpool teria uma Liga dos Campeões (2005) a menos na sua galeria de troféus.

46

Jaroslav Drobny 18/out/1979

8 Desde 2007 no clube alemão, o goleiro tcheco se tornou um de seus principais jogadores com suas defesas.

47 8

M. Caranta 31/jul/1978 1 Libertadores 1 Argentino

Suas atuações na Libertadores de 2007, conquistada pelo Boca, marcaram sua carreira para sempre.

48 7

Renan 24/jan/1985 1 Gaúcho

A jovem revelação do Internacional chegou à Espanha e logo assumiu a titularidade do Valencia.

49 7

Oscar Ustari 3/jul/1986 1 Ouro olímpico

Maior promessa argentina dos últimos tempos, ainda tem dificuldades para se firmar no futebol espanhol.

50

Fábio Costa

7

2 Brasileiros 2 Copas do Nordeste

27/nov/1977

Sempre polêmico, o goleiro santista é amado por seus torcedores e odiado por quase todos os outros.

JORNALISTAS QUE VOTARAM André Sanches (CBN) , Antero Greco (Estado de S. Paulo) , Caio Maia (Trivela) , Caio Ribeiro (Globo e Sportv) , Celso Unzelte (ESPN Brasil) , Claudio Arreguy (Estado de Minas) , Erich Beting (Máquina do Esporte) , Gian Oddi (IG) , Lédio Carmona (Sportv) , Leonardo Bertozzi (Trivela) , Leonardo Mendes Jr. (Gazeta do Povo) , Luis Ferrari (Folha de S.Paulo) , Marcelo Barreto (Sportv) , Maurício Noriega (Sportv) , Mauro Cezar Pereira (ESPN Brasil) , Paulo Cesar Martin (Globo) , Paulo Galdieri (Folha de S.Paulo) , Paulo Massini (CBN) , Paulo Vinícius Coelho (ESPN Brasil e Folha de S.Paulo) , Ubiratan Leal (Trivela) e Victor Birner (CBN)

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por Fernando Martins

Ari Versiani/AGIF

NEGÓCIOS

DEVO, NÃO NEGO, PAGO QUANDO DER UM JEITINHO Clubes brasileiros não escondem mais que atrasam salários, pegam dinheiro emprestado da TV e ainda contam com ajudinha do governo para seguir em frente

N

o Brasil, trabalhar com salário atrasado é normal. A frase é do goleiro Bruno, do Flamengo. Mas foi ouvida nos últimos meses em quase todos os grandes clubes do país. Pagar em dia, obrigação de todo empregador, virou exceção no futebol brasileiro. Jogadores já quase não reclamam, cartolas não tentam mais disfarçar. Devo, não nego, pago quando conseguir um adiantamento. Ou um empréstimo. Ou algum truque contábil que, alguns meses depois, vai se mostrar um tiro no pé. Informação obtida com exclusividade pela Trivela dá conta de que só cinco dos 20 membros do Clube dos 13 ainda não pegaram o dinheiro da cota de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2009: São Paulo, Vitória, Cruzeiro, Internacional e Portuguesa. Todos os outros já morderam sua fatia do bolo. Flamengo, Fluminense, Atlético-MG e Corinthians foram além: pediram adian-

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acabou o dinheiro.indd 2

tamento das cotas de 2010. As receitas do ano que vem já estão sendo comprometidas em 2009.

O maior rombo Não é de hoje que o clube de maior torcida do Brasil virou também o maior caloteiro da praça. O total das dívidas do Flamengo beira os R$ 300 milhões. Em 20 de março, não por acaso véspera do clássico contra o Vasco, a diretoria quitou os salários de janeiro. Até então, o vice de finanças Sebastião Pedrazzi dizia que apenas “um milagre” poderia garantir o pagamento dos atrasados. Resta saber quantas vezes até o fim do ano o Flamengo vai precisar da interferência divina para cumprir suas obrigações. Além de todas as pendências financeiras, o clube passa por um momento político dos mais delicados. O presidente Marcio Braga está afastado, por problemas de saúde. Há eleições marcadas para o fim do ano. Por isso, o vice de futebol Kleber Leite classifica todas as críticas como “políticas”. A troca de acusações

“Acabou o dinheiro”: Márcio Braga anunciou publicamente os problemas do Flamengo

Abril de 2009

3/26/09 5:24:05 AM


nos bastidores do clube é intensa. E até agora nada indica que se chegará ao sonhado “nome de consenso”. Como costuma acontecer na Gávea, o clima belicoso se espalhou para as arquibancadas. Organizadas chegaram a preparar faixas em que chamavam os jogadores de “mercenários”. “Mercenários” como o meia Zé Roberto, que chegou da Alemanha no começo de janeiro e só viu dinheiro em 20 de março. Haja milagre. No ano passado, quando defendia o Rubro-Negro, o atacante Diego Tardelli contou ter perdido um apartamento no Rio de Janeiro porque não conseguiu pagar as prestações. Ao se transferir para o Atlético Mineiro neste ano, deve ter pensado que os problemas haviam acabado. Mas também o Galo estava com dois meses de vencimentos atrasados até o fechamento desta edição. Até quem conta com parcerias poderosas não consegue contornar o problema. “Não é só no futebol que os salários atrasam”, diz Alexandre Faria, coordenador de futebol do Fluminense. “Um monte de empresa

por aí passa pelos mesmos problemas. Não vejo nada de anormal”. O lateral-esquerdo Leandro, ex-Palmeiras, contou a jogadores próximos que não conseguia fazer a mudança da mulher e do filho da Bahia para o Rio. Sem receber do Flu, o jogador não tinha como providenciar um apartamento para acomodar a família. Isto porque o Fluminense conta com o apoio generoso da Unimed. “Claro que é muito importante ter uma parceria como a nossa”, diz Faria. “Porque ela te possibilita contratar alguns jogadores importantes e ajuda a pagar os salários. Mas só isso não basta”, reconhece. Palmeiras e Santos, também respaldados por parceiros endinheirados, vivem igualmente numa gangorra. Parte considerável do elenco do alviverde é da Traffic, mas entre as atribuições da empresa não está o pagamento de salários e direitos de imagem. Com isso, os vencimentos de janeiro só foram pagos em fevereiro. O de fevereiro atrasou dois dias. A dívida do clube é de cerca de R$ 40 milhões, basicamente com bancos. Abril de 2009

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3/26/09 5:55:16 PM


A relação do Santos com a DIS, empresa do grupo de Delcir Sonda, não é tão intensa quanto PalmeirasTraffic. Mas serviu para que o time da Vila Belmiro se reforçasse bem neste ano. Ocimar Bolicenho, gerente de futebol do Santos, afirma que o clube não atrasa salários. Mas quem acompanha o dia-a-dia na Baixada sabe que o caso é semelhante ao do Palmeiras: fica devendo um mês de direito de imagem, paga no mês seguinte, atrasa alguns dias... A crise chegou para todo mundo, não há dúvidas. O que muda é a maneira como cada um encara a recessão. O presidente do Botafogo, por exemplo, tem dito a quem quiser ouvir que o clube deu um passo atrás nos gastos para poder se reestruturar. A folha de pagamento encolheu de R$ 1,8 milhão para cerca de R$ 1,3 milhão – incluindo comissão técnica. Sem estrelas, o time de Ney Franco faturou a Taça Guanabara, mas até a estátua do Manequinho sabe que o elenco não é suficiente (em qualidade e quantidade) para brigar pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. Por isso, o Alvinegro se associou à empresa MFD para criar um fundo de investimento semelhante ao da Traffic. A ideia é comprar jogadores jovens, de 18 a 24 anos, com bom poder de revenda, e encaixá-los no Botafogo. Mesmo assim, a diretoria faz questão de manter os pés no chão. “A intenção é acertar a situação financeira até 2010, 2011. Até lá, vamos fazendo o possível”, diz o vice de finanças, Cláudio Good.

Até com os mais organizados

Dos 12 principais clubes do país, apenas os dois de Minas Gerais ainda ostentam suas camisas “limpas”. Atlético e Cruzeiro penam para conseguir um patrocinador, mas o impacto dessa dificuldade é bem diferente nos dois rivais. A Raposa, porém, ancorada nas vendas de jogadores como Guilherme, não tem dificuldade para honrar seus compromissos, enquanto o Galo passa por grandes apertos. A construtora Tenda não acertou a renovação de contrato com os cruzeirenses em dezembro, e desde então, para alegria dos saudosistas, as camisas azuis não carregam nenhuma marca no peito e nas costas. “O Cruzeiro recebeu ofertas, mas nenhuma agradou”, disse o diretor de marketing Antonio Claret. Ele não quis revelar qual

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seria o valor ideal e nem quanto os últimos parceiros desembolsaram. “Esses valores estão sob cláusula de confidencialidade”. A principal negociação foi com uma empresa chinesa do segmento de eletrônicos. A crise, porém, atrapalhou. No entendimento de Claret, se o mercado estivesse aquecido o acordo teria sido fechado em dezembro. O Atlético-MG passa por situação semelhante, mas nem sequer tem um departamento de marketing para cuidar do assunto. Após ver a tentativa de renovação com a montadora Fiat frustrada – o Galo pediu R$ 8 milhões, valor rejeitado pelo antigo parceiro – o clube buscou ajuda no governo de Minas Gerais, de olho em alguma empresa estatal. Até o momento, não houve resposta.

Bruno Miani/Futura Press

CAMISAS LIMPAS

O dirigente do Botafogo não é o único a apontar um modelo de gestão para os outros clubes: o tricampeão brasileiro São Paulo. A receita do clube para manter

Abril de 2009

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a saúde financeira, segundo Osvaldo Vieira de Abreu, diretor financeiro tricolor é ganhar títulos. “Fomos eliminados nas quartas-de-final da Libertadores de 2008 e perdemos uma quantia considerável dedinheiro”, diz. “Poderíamos ter um déficit de até R$ 12 milhões ao fim do ano. Mas a conquista do Brasileirão estabilizou as contas”. No balancete apresentado aos conselheiros no final de março, o superávit do departamento de futebol em 2008 foi de R$ 2 milhões. Em poucos meses, o clube se recuperou da eliminação do torneio que considera o mais importante do ano. Além do prêmio de R$ 1,5 milhão pela conquista da Série A, o time do Morumbi fez valer a importância e o tamanho de seu estádio. “Na reta final do Brasileiro, conseguimos ganhar muito com bilheteria”, explica Abreu. Ao longo da competição, o São Paulo faturou R$ 8,5 milhões com ingressos – a maioria absoluta desse montante na reta final, quando a torcida se deu conta de que o time poderia brigar pelo título. Para ilustrar: na primeira rodada, quando enfrentou o Grêmio no Morumbi, o “líquido a receber” do clube foi de R$ 70 mil. Na última partida que mandou no ano, contra o Fluminense, o São Paulo levou para casa R$ 1 milhão. Mesmo com a casa arrumada, o maior vencedor de Brasileirões não consegue evitar pequenos atrasos, “de dois ou três dias”, como revelou o atacante Borges em entrevista à ESPN. A diretoria são-paulina nega a informação. Ter um estádio (e saber administrá-lo) virou quase uma obrigação para quem quiser manter contas em dia no futebol de hoje. No Brasil, talvez não exista exemplo melhor do que o Internacional nesse quesito. Em dezembro do ano passado, quando conquistou a

Banalização Veja, entre alguns dos principais clubes do Brasil, quais atrasaram salários nos últimos 12 meses. E quem já pediu uma ajudinha para a TV Atraso de salários

Renda de jogos decisivos equilibram as contas do São Paulo

Adiantamento de cotas 2009

2010

Copa Sul-Americana e se tornou “campeão de tudo”, o Inter foi protagonista de fato inédito no futebol brasileiro: não abriu as bilheterias para um jogo decisivo. Todos os 51 mil colorados presentes ao Beira-Rio no dia 3 de dezembro para ver o Nilmar e companhia baterem o Estudiantes por 1 a 0 eram sócios do clube – e vários deles ficaram sem ingresso. “Hoje nós temos 79 mil sócios”, gaba-se o presidente Vitório Píffero. A inadimplência é de cerca de 8%, que cai drasticamente na véspera de grandes jogos. “Isso nos garante uma receita anual de R$ 30 milhões. É de longe a nossa principal fonte de renda, mais importante até do que os direitos de TV”. Uma fonte de receita segura, mas que não dá independência total ao clube. A previsão de faturamento do Inter em 2009 é de R$ 130 milhões. Para atingir a meta, a diretoria conta com a venda de pelo menos dois jogadores até o fim do ano. “A nossa política é de vender atletas mesmo”, escancara Píffero. “Vendemos o Pato, compramos o Nilmar, saiu o Fernandão e veio o D’Alessandro. Perdemos alguns jogadores, mas é para equilibrar o caixa.” O cartola diz já ter recebido consultas de clubes estrangeiros por “seis ou sete” integrantes do elenco colorado. Abril de 2009

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Dois vão sair até o fim do ano. no ritmo atual, vamos conseguir Quais, ele não revela. dois anos antes do prazo previsto”. Essa necessidade de vender é tamNão vamos pagar nada bém um modo de contornar a difiQuantidade de jogadores Pode até ser que os atuais mandaculdade em negociar patrocínios. O que o Internacional tários gremistas consigam pagar as banco Banrisul, que pertence ao goespera negociar dívidas que assumiram – e as que verno estadual gaúcho, paga apenas não foram eles que assumiram –, R$ 3,6 milhões anuais aos dois granaté o final do ano mas, se não o fizerem, certamente des clubes de Porto Alegre. Valor bainão serão os primeiros. A prática de xíssimo em comparação aos praticamontar times com estrelas, não pados em Rio de Janeiro e São Paulo. gar ninguém e deixar o “papagaio” Mesmo assim, Píffero afirma que o para o próximo dirigente conta com Inter não atrasa um dia de salários Membros do Clube um forte aliado: a impunidade. desde 2002. De lá para cá, reduzimos dos 13 que já adiantaram Kleber Leite, que agora reclama as dívidas trabalhistas, fizemos dezecotas de 2010 da penúria do caixa rubro-negro, nas de acordos. O passivo com imé um bom exemplo do problema: postos está incluído na Timemania”. quando presidiu o Flamengo, em O rival Grêmio também extrai 1995, contratou Romário e Edmundo, além de Vanderlei dos sócios a maior parte de sua receita. “Temos 50 mil Luxemburgo, e certamente não se preocupou em saber sócios e isso nos rende R$ 23 milhões por ano”, diz o se havia dinheiro em caixa para pagar todo mundo. diretor-executivo Cristiano Koehler, profissional con“No Brasil, não há nenhum incentivo para manter tratado em 2005 para por as finanças do clube em dia. as contas saneadas”, diz o economista André Megale, “Só com isso nós pagamos toda a folha de pagamento professor do MBA em Gestão Esportiva da Federação do departamento de futebol”. Paulista de Futebol. “Se você tem O executivo diz que o tricolor gaúcho não atrasa sauma empresa privada e não palários e direitos de imagem desde 2005. Mas faz uma ga dívidas e impostos, sabe ressalva: “Pode até acontecer eventualmente, um dia bem o que vai acontecer lá na ou outro, devido a uma receita que deveria ter chegafrente. Já com os clubes...” do e atrasou”, revelando como o clube da Azenha traE aí entra o segundo granbalha com pouca margem de manobra. de culpado. “O governo semSegundo Koehler, 80% das dívidas trabalhistas do pre, sempre joga uma bóia”, clube estão integradas a um condomínio de credores prossegue. “A mais recente é formado em 2005. Todo mês, cerca de 20% das receia Timemania, mas isso tas vai diretamente para o condomínio, antes mesmo sempre aconteceu. de passar pelos cofres do clube. “A intenção é ter tudo Ou na forma de quitado até 2014”, afirma Koehler. “Se continuarmos

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Unimed paga para levar Thiago Neves ao Flu, mas o salário fica por conta do clube

A crise econômica destruiu o sonho corintiano de conseguir um megacontrato de patrocínio, algo dado como certo depois da contratação de Ronaldo. A demora para fechar o patrocinador resultou no atraso do pagamento dos direitos de imagem de quatro jogadores nos dois primeiros meses do ano – Lulinha, Felipe, Douglas e Fabinho não receberam a maior parte de seus salários. A diretoria ficou devendo também toda a premiação pelo acesso da Série B, cerca de R$ 2 milhões, a serem divididos pelo elenco. Tudo isso só foi quitado no início de março, quando o contrato com a Nike foi renovado, em bases favoráveis ao Timão. A multinacional de material esportivo assinou até 2014 e antecipou R$ 11 milhões para o clube. O novo acordo prevê R$ 16 milhões

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Ronaldo não alavancou o patrocínio de camisa do Corinthians como esperado

por ano, mas serão abatidos R$ 2,2 milhões por temporada devido ao adiantamento. Em outubro de 2008, talvez acreditando no presidente Lula, para quem a crise seria apenas uma marolinha no Brasil, o presidente Andres Sanchez anunciou que o Corinthians conseguiria um contrato de R$ 30 milhões por ano em 2009.

Cristian Schneider/Futura Press

MAIOR DO BRASIL

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Jorge R. Jorge Cristian Schneider/Futura Press

Em 20 de março, entretanto, num evento que teve a participação de Ronaldo, o clube do Parque São Jorge anunciou um acordo com a Batavo, marca de laticínios que pertence à Perdigão: R$ 18 milhões por dez meses de contrato, ou 40% a menos do que o sonhado. A empresa reaparece na camisa corintiana em 2009 após nove anos de ausência. “É uma estratégia que pode parecer estranha, mas que visa fixar o nome da Batavo definitivamente no gosto popular”, explica o gerente de marketing da empresa, Eric Boutaud. Em princípio, pode parecer óbvio que a presença de Ronaldo no elenco corintiano estimulou a empresa a gastar em meio a uma desaceleração na economia. Uma rápida análise dos fatos, entretanto, autoriza outra

uma ajuda direta, ou ao simplesmente não cobrar as dívidas. E todo mundo sabe que o Flamengo não vai fechar, o Corinthians não vai fechar”. O receituário tradicional para qualquer empresa que queira sair de uma crise é recorrer a uma admistração profissional, com diretores remunerados, caminho percorrido por poucos clubes brasileiros. “A torcida precisa entender que, para acertar as contas, é preciso um período de vacas magras. Mas o torcedor não suporta, os conselheiros pressionam, a imprensa bate e fica difícil partir para um caminho como esse”, diz Megale. De fato, como quase tudo no Brasil, todos querem resolver o problema, desde que isto não afete seu time. Não há, entretanto, outra maneira de garantir que os clubes vivam dentro de suas possibilidades que não seja puni-los quando não o fizerem. Clubes tradicionais do Velho Mundo sofreram punições diversas por suas dívidas. Na Itália, por exemplo, Napoli, Torino e Fiorentina, 11 títulos nacionais reunidos, tiveram que recomeçar a vida em divisões inferiores porque não conseguiram pagar suas contas. Por falta de competência dentro de campo, mais da metade da nossa elite futebolística já freqüentou a Segundona. Todos voltaram e, de uma maneira ou outra, voltaram mais fortes do que foram. Se, entretanto, a queda foi motivo para repensar, nenhum dos clubes que caiu deixou de ser pesado devedor. E, como revelado na tabela da página 37, se livrou dos problemas. Qualquer chefe de família sabe que é impossível viver devendo e arrecadando menos do que se gasta. As famílias, entretanto, não têm a opção de escolher se querem pagar o que devem ou não – nem contam com uma loteria criada especialmente para salvá-las. Nossos clubes, que em tantos aspectos são administrados como famílias, deveriam bem aprender esta óbvia lição de economia doméstica. Não há outra maneira de vermos nosso futebol saudável financeira e esportivamente.

conclusão, como chama a atenção o jornalista Juca Kfouri em seu blog: “A Batavo é do grupo Perdigão, que é controlado pela Previ, a caixa previdenciária dos funcionários do Banco do Brasil”, e cujo presidente é apontado pelo Banco do Brasil, lembra Juca. Banco do Brasil cujo dono é o governo federal. Assim como no Flamengo, com a Petrobras, e no Vasco, com a Eletrobrás, os patrocínios passam longe de critérios técnicos. Os números do acordo, se bem analisados, também não parecem ser um negócio tão bom para a equipe: apesar do valor absoluto maior, como o contrato vai até 2010 o Timão receberá de seu patrocinador em 2009 o mesmo valor que recebeu da Medial em 2008. “Quando não estava na Série A, quando não tinha Ronaldo, quando não tinha

a enorme exposição gerada por Ronaldo e quando não tinha a enorme despesa com Ronaldo”, como chamou atenção o jornalista Marcelo Damato, do Lance!. Além disso, os quase três meses sem patrocinador atrapalharam as contas do time. “Temos muitas dívidas já parceladas, algumas com valores mensais altos, e que se não forem pagas resultam em sanções na Fifa, por exemplo. Por isso o fluxo de caixa por muitas vezes fica apertado”, explica o diretor financeiro do Corinthians, Raul Corrêa e Silva. Como exemplo há o pagamento da dívida com o atacante Nilmar, que abriu um processo trabalhista por falta de pagamento. São 20 parcelas mensais de R$ 250 mil, que só terminarão de ser pagas no final de 2010. Se, até lá, houver dinheiro para isso.

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Valterci Santos/Gazeta do Povo/Futura Press

CAPITAIS DO FUTEBOL » CURITIBA (BRA)

Coritiba e Atlético já tiveram outros concorrentes fortes, mas nunca deixaram de fazer o grande clássico do Paraná

De olho no futuro,

SEMPRE Entre a consolidação de seus clubes e a força de um torneio suburbano, Curitiba não perde de vista o projeto de se consolidar como um grande centro do futebol nacional 40

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uas características são associadas à personalidade curitibana: o sotaque e a frieza. Quanto ao sotaque, não tem jeito. Basta nascer na cidade para sair falando “leitê quentê” (e não “leitch quentch”, como o resto do Brasil pensa que é certo). Mas a frieza se derrete em poucos segundos quando o assunto é futebol. Coxas e atleticanos discutindo quem é o maior clube do Estado. Paranistas debochando do passado da dupla e se autoproclamando o clube do futuro. E, de uns tempos para cá, os três reclamando da criação do Corinthians Paranaense. Historicamente, o futebol é um termômetro do crescimento curitibano. Se a bola rola com perfeição nos gramados, a cidade se desenvolve; se ela quica, bate na canela, a capital paranaense cambaleia. E vice-versa. Assim, não surpreende que da sua fundação, em 29 de março de 1693, até o fim do século 19, Curitiba tenha ido pouco além da condição de vila. Crescimento de verdade, só a partir do século passado, paralelamente ao nascimento do futebol na cidade. Então vice-governador, Victor Ferreira do Amaral trouxe de uma viagem ao Rio de Janeiro, em 1903, uma bola de futebol, a primeira a desembarcar na terra do pinhão. Era um momento de transformação na cidade, impulsionado pela maciça chegada de imigrantes. Alemães, poloneses, ucranianos, japoneses e italianos começavam a se espalhar e deixar marcas na cultura local. Foi nas reuniões do Clube TeutoBrasileiro que os germânicos decidiram fundar em 1909 o Coritibano – depois rebatizado Coritiba, então grafia do nome da cidade. Funcionários da American South Brazilian Engineering Company criaram o Paraná Sport Club. De uma dissidência do Coritiba surgiu o Internacional. E de uma cisão do Internacional nasceu o

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por Márcio Leonardo Rodrigues

OS TIMES DA CASA

Série A

Coritiba Foot-Ball Club 1 Campeonato Brasileiro 33 Campeonatos Paranaenses

Série B

Clube Atlético Paranaense 1 Campeonato Brasileiro 21 Campeonatos Paranaenses

Paraná Clube 7 Campeonatos Paranaenses

Série Ouro (primeira

Divisão de Acesso

Série Bronze (terceira

divisão estadual)

(segunda divisão estadual)

divisão estadual)

Sport Club Corinthians Parananse*

Real Brasil Clube de Futebol Ltda.

* Continuará se chamando J. Malucelli S/A até o segundo semestre de 2009

América. Os quatro, mais os litorâneos Paranaguá e Rio Branco disputariam, em 1915, o primeiro Campeonato Paranaense, vencido pelo alvinegro Inter. O primeiro grande campeão da cidade só foi estrear em 1916. Resultado da fusão entre os times de bairro Tigre e Leão, o Britânia ganhou seis campeonatos seguidos e preocupou os adversários. No entanto, perdeu força rapidamente e

Clube Atlético Juventude São José

Obs. A relação inclui clubes da Grande Curitiba

a grande rivalidade curitibana surgiu entre Coritiba e Atlético, resultado da fusão de Inter e América. Mesmo com a decadência do Britânia, Coritiba e Atlético quase nunca estiveram sozinhos na luta por títulos. Em 1930, a Rede Ferroviária Federal fundou o Clube Atlético Ferroviário. Surgia o Trio de Ferro, que dividiria por quatro décadas as taças e a preferência local. Depois apareceram

A GRANDE FAMÍLIA

Colorado e Pinheiros – além de clubes do interior como Londrina e Grêmio Maringá – como desafiantes à dupla Atletiba. Longe do centro, o futebol proliferava como um mundo à parte. Em 1939, a Liga Suburbana de Curitiba organizou seu primeiro campeonato amador. Com o tempo, os curitibanos passaram a reservar espaço no seu coração para times de bairro, como União Ahú,

América

Várias fusões e mudanças de nome deram origem a Atlético e Paraná. Se fossem somados os títulos dos “familiares”, o Furacão teria 23 estaduais e o Paraná, 29 Fusão Mudança de nome

Sport Club São José

ATLÉTICO-PR Internacional Leão Britânia

Tigre Palmeiras

Palestra Itália

Colorado

PARANÁ CLUBE

do

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Ferroviário

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Comercial

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Palestra Itália

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Trieste, Combate Barreirinha e Vila Hauer. Houve até quem se arriscasse no profissional, como Bloco Morgenau e Junak. Todas passagens curtas entre os anos 50 e 60. Era a fase áurea da Suburbana, com quase 100 equipes disputando suas três divisões. Hoje, o torneio conta com alguns clubes de estrutura quase profissional, como o Triste, e ex-jogadores conhecidos, como Leomar, capitão da Seleção sob o comando de Leão. Com a mesma velocidade que os ônibus expressos trafegavam pelas canaletas exclusivas, os clubes cresciam no cenário nacional. Entre o fim dos anos 70 e início dos 80, o Coxa foi duas vezes semifinalista do Brasileirão. O

Atlético chegou ao terceiro lugar no Nacional de 1983. Em 1985, o Coritiba venceu o Brasileirão em cima do Bangu no Maracanã. A sonhada consolidação entre os grandes do país, porém, ficou no quase e Coxa e Furacão, em crise financeira, perderam até a hegemonia local. Em 1989, nasceu o Paraná, fruto de um extensa árvore genealógica (veja box na pág. 41). Com um forte quadro social, o Tricolor rapidamente engoliu a dupla Atletiba. Foi campeão estadual seis vezes e abocanhou a Série B nacional entre 1991 e 1997. O medo de ser atropelado pelos paranistas motivou coxas e atleticanos a se organizarem e recuperar espaço no cenário nacional.

PARANÁ

Curitiba 1.797.408 habitantes

AS CASAS DOS TIMES

4 Pinheirão Fotos Divulgação

Maior símbolo dos 22 anos de presidência de Onaireves Moura na Federação Paranaense. O dirigente sonhava vê-lo com mais de 100 mil lugares, está interditado pela Justiça desde 2007. A Federação tenta vender o imóvel para quitar suas dívidas.

1 Major Antônio Couto Pereira Situado no bairro Alto da Glória, o estádio do Coritiba tem capacidade para 37.182 torcedores, mas já recebeu públicos muito maiores. O recorde geral é 80 mil pessoas em uma visita do papa João Paulo II em 1980 e a principal marca em futebol pertence ao Atlético, que levou 67.391 pagantes em partida contra o Flamengo no Brasileiro de 1982.

5 Ecoestádio Janguito Malucelli Localizado na frente do Parque Barigui, foi construído sem o uso de concreto – os 4 mil assentos de plástico foram colocados em um barranco. Outra peculiaridade é o placar, montado em uma base madeira.

6 Vila Olímpica

2 Arena da Baixada Desde a construção, em 1914, a Baixada passou por altos e baixos. O Atlético chegou a relegar o local a campo de treinos entre 1985 e 1993. Em 1997, o Joaquim Américo foi demolido para dar lugar à Arena da Baixada. O clube planeja aumentar a capacidade de 25 mil para 40 mil lugares para receber a Copa de 2014.

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3 Vila Capanema O Durival de Britto e Silva ostenta a condição de único estádio paranaense a sediar jogos de Copa do Mundo. Foram duas partidas em 1950. Em 2006, uma reforma deu camarotes e uma curva nova ao simpático estádio paranista (já foi de Ferroviário e Colorado), agora com capacidade oficial para 20 mil pessoas.

Casa do Pinheiros, o estádio Érton Coelho Queiroz não é usado há cinco anos em jogos oficiais do Paraná. Apto a abrigar 3 mil pessoas, será transformado em centro de treinamento tricolor.

7 Estádio do Pinhão Com 6 mil lugares, o Municipal Tancredo Neves pertence à prefeitura de São José dos Pinhais, Já foi casa do Malutrom e, atualmente, abriga jogos de Real Brasil, São José e Juventude São José.

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Fotos Divulgação

ALÉM DO JOGO

e Jardim Botânico É o mais fotogênico e turístico exemplo da ampla oferta de área verde de Curitiba (ao todo, são 30 parques e bosques na capital paranaense). Outros ícones são o Parque Barigui (o maior e mais visitado da cidade) e o Parque Tanguá.

u Santa Felicidade O bairro de origem italiana ficou conhecido pela farta oferta gastronômica. Os principais restaurantes se concentram na Via Vêneto e na avenida Manoel Ribas. Destaque para o Madalosso e a Casa Culpi, do técnico Levir Culpi.

t Boca Maldita

r Parque das Pedreiras A pedreira desativada do bairro Pilarzinho reúne dois dos principais cartões postais de Curitiba. A Ópera de Arame é um teatro construído em uma estrutura tubular, cuja passarela passa sobre um lago. Principal local de shows da cidade, a Pedreira Paulo Leminski já recebeu nomes de peso, como Paul McCartney e AC/DC, mas está fechada por pressão dos vizinhos. É candidata a Fan Park da Copa de 2014.

A euforia, contudo, foi interrompida pelos rebaixamentos de Coritiba (2005) e Paraná (2007). Mais uma vez o futebol na cidade ficou com gosto de obra inacabada, com seus estádios. O Pinheirão, concebido para abrigar mais de 100 mil pessoas, nunca foi concluído e estava com capacidade para 25 mil torcedores quando foi interditado. A Vila Capanema tem como obstáculo ao fechamento da sua curva sul uma pendência entre o Paraná e a Rede Ferroviária. Os coxas já perderam as contas de quantos projetos da conclusão do terceiro anel do Couto Pereira foram apresenta-

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Localizada no fim do calçadão da Rua XV de Novembro, é onde se discute de tudo na cidade, de política à situação do trio de ferro nos gramados. Ainda no centro histórico, vale passar no Largo da Ordem, outro ponto indicado para quem gosta de bares.

dos e engavetados. Atleticanos, somente uma década depois da inauguração da Arena, começam a ver a reta oposta sair do chão. A esperança de que os estádios sejam finalizados vem do mesmo lugar: a Copa do Mundo de 2014. Por ela a Baixada será concluída. Para ter um estádio à altura do rival, o Coritiba pretende erguer um novo Couto. Para abrigar temporariamente a dupla, o Paraná espera ampliar a Vila. A expectativa se estende à cidade. O aceno de investimentos do governo federal fez a prefeitura tirar do armário velhas demandas urbanas,

i Museu Oscar Niemeyer Antiga sede de secretarias do governo do Estado, o prédio ganhou um anexo e foi transformado em museu. Batizado de Museu Oscar Niemeyer, autor do projeto, é mais conhecido como “Museu do Olho”. Logo ao lado, está o Memorial Polonês.

o Avenida Batel Principal via do Batel, bairro de classe alta, concentra algumas das mais conhecidas casas noturnas da cidade. As opções na região vão de danceterias da moda a barzinhos informais.

especialmente o metrô. Vai funcionar? Ninguém ainda sabe. Certo apenas que, como sempre acontece, Curitiba e seu futebol têm mais uma chance de crescer lado a lado.

QUEM QU EM LEVA L LEV EVA EV A Várias companhias aéreas possuem rotas com destino a Curitiba. As principais são Gol (www.voegol.com.br), TAM (www.tam.com.br), Azul (viajemais.voeazul.com.br), OceanAir (www.oceanair.com.br), Passaredo (www.voepassaredo.com. br), NHT (www.voenht.com.br), Trip (www.voetrip.com.br), Webjet (www.webjet.com.br) e Pluna (www.flypluna.com). Também é possível chegar à capital paranaense de ônibus. Para mais informações, entre em contato com as companhias rodoviárias de sua cidade.

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MARACANAZO

por Mauro Cezar Pereira

A praga do politicamente correto NEYMAR CONDUZ A BOLA às imediações da bandeirinha de escanteio e passa o pé duas vezes sobre ela. Não dá em nada a firula, encerrada pela chegada forte, mas limpa, do boliviano Melgar, do Rio Branco do Acre. Ele desarma o garoto santista e depois, com a bola fora de campo, lhe direciona algumas palavras não muito gentis. Era o que faltava para que a velha discussão retornasse. Afinal, o jogador pode fazer isso? É um desrespeito? Em geral, uma onda quase unânime defende o direito de quem tem a bola e condena o zagueiro, o cara que tenta impedir o lance possivelmente bonito. Mas há exceções, como na final da Copa América 2005, quando Tevez prendeu a pelota nos instantes finais tentando segurar o 2 a 1. Não adiantou, Adriano empatou e nos pênaltis o Brasil venceu. Mas o ex-corintiano foi criticado, até por Carlos Alberto Parreira, então técnico da seleção da CBF. Pelo jeito, a licença para driblar não é concedida a argentinos. Primeiro, é preciso perceber as diferenças entre os lances. Tevez tentava manter a bola longe de sua própria área porque era uma decisão, a Argentina vencia por apenas um gol e o adversário era o Brasil. Com Neymar foi bem diferente. O Santos vencia por 4 a 0 e no placar agregado tinha 6 a 1, ou seja, a classificação na Copa do Brasil estava assegurada. E o adversário era a modesta equipe acriana, que não ameaçava. Não fazia sentido fazer o tempo passar. Claro que, pela juventude, o rapaz não pode ser criticado. Faz parte do aprendizado. Mas é bom que saiba diferenciar certos momentos e jogos. Da maneira que as coisas se desenvolveram foi um lance estéril, sem objetividade que parecia ter um só objetivo: esnobar o adversário. Quando tem a bola nos pés o jogador tem o direito de fazer o que bem entender, mas deve estar preparado para eventuais consequências. Se o adversário perder a cabeça, o mundo irá criticálo, mas é o autor da jogada quem vai ficar meses no estaleiro. Portanto, a habilidade pode e deve ser usada com inteligência e objetividade. Outro ponto é o direito à reação do marcador. Ora bolas, então o zagueiro tem que ser um mero bobalhão pronto a ser driblado de todas

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HAT TRICK Na Copa de 1962, Nilton Santos deu um passo para fora da área e ludibriou a arbitragem num claro pênalti a favor da Espanha. Em 1970, Pelé deu cotovelada no uruguaio Matosas. A CBF deveria devolver os dois títulos pelas atitudes desses dois gênios da bola? Robinho ganhou placa no Maracanã por causa dos dribles em equatorianos nas Eliminatórias. O adversário estava entregue, o que reduziu o grau de dificuldade daquele lance. Se fosse o seu time a se defender, você pediria a um zagueiro para fazer a falta?

as maneiras? No lance da Vila Belmiro, Melgar não agrediu Neymar, tirou-lhe a bola e depois disse algo na linha “aqui você não vai tirar onda não, garoto”, com alguns palavrões em espanhol. Esse tipo de discurso faz parte do jogo, que tem contato físico, disputa de corpo, provocações. Ou seja, futebol. Desde que não ultrapasse o limite que torna uma jogada ríspida em ato de violência, todos têm o direito de reagir. Na bola, nas palavras, nas ações. Ou você gostaria de ter zagueiros “bananas” no seu time? A onda do politicamente correto enche o saco e atrapalha o jogo. Se os habilidosos têm licença para driblar, os marcadores têm direito a reagir, dentro das leis e da malícia do esporte. O resto é conversa de quem nunca jogou uma pelada.

Ronaldo subiu no alambrado para comemorar seu gol em Corinthians x Palmeiras. A grade desabou com os torcedores alucinados repetindo o gesto do Fenômeno. Como ninguém se machucou podemos dizer que foi um grande barato, uma autêntica comemoração.

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Nonononon nononono/ONONNO

HISTÓRIA » CENTENÁRIO DO INTER

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DÉCADAS EM

VERMELHO Do Campeonato Municipal de 1913 ao Mundial de 2006, os momentos de glória - e outros não tão bons assim - do centenário do Internacional enrique Poppe fundou o Internacional há 100 anos. Esta parece ser a única certeza sobre a criação do clube que, nas décadas seguintes, se consolidou como um símbolo do Rio Grande do Sul para o resto do país. Durante esse tempo, a história e o mito foram se misturando, e nem tudo o que ocorreu nos primeiros dias de vida do Colorado é o que parece ser. Poppe, em tese, era um dos irmãos paulistas que não foram aceitos no Grêmio - ainda fechado à comunidade alemã - e decidiram criar outra equipe em Porto Alegre. Ao montar seu próprio time, decidiu dar o nome do clube paulistano para o qual torcia. É assim que se consagrou a história da fundação do Internacional. Mas há quem a conteste. Pesquisas recentes mostram que Henrique Poppe era, de fato, fluminense de Niterói. “Isso ficou explícito em seu obituário, escrito por ex-colegas de trabalho e publicado em um jornal da época”, diz Tiago Vaz, conselheiro colorado que rea-

Por Caio Maia, Gustavo Hofman e Ubiratan Leal

H

lizou longa pesquisa sobre a vida do fundador do clube, morto em 1916 por problemas . De acordo com Vaz, Poppe se mudou, ainda garoto, com sua família para São Paulo. Na capital paulista, trabalhou no jornal “O Estado de São Paulo” e chegou a disputar partidas pelo Internacional-SP antes de ir a Porto Alegre. Fato confirmado por João Leopoldo Seferim, primeiro presidente colorado, em entrevista ao livro “À Sombra dos Eucaliptos”, publicado na década de 1950. No Rio Grande do Sul, Poppe fundou clubes de várias atividades, incluindo dança e futebol. A suposta rejeição pelo Grêmio, porém, pode ser apenas uma parte do charme que cerca a intensa rivalidade que divide o Estado: “A primeira menção a esse fato ocorre apenas nos 40”, afirma Vaz. De uma forma ou de outra, a obra de Poppe se desenvolveu e cresceu. Em dez décadas, o que o ex-jornalista e jogador de futebol criou se Henrique transf transformou em algo gigante, que Poppe até co conquistou o mundo. Abril de 2009

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DÉCADA DE

“O Internacional vai fazer 100 anos em abril, mas o primeiro GreNal completa o centenário em julho. E a gente ganhou aquele jogo de 10 a 0”, diz César Pacheco, vice-presidente de marketing do Grêmio, que não consegue evitar a brincadeira. Esse é o clima em torno do grande clássico do Rio Grande do Sul, eleito pela Trivela em 2008 como o maior do Brasil (e, como dizia o anúncio da revista, “um dos maiores do Rio Grande do Sul”). Uma rivalidade que teve seu primeiro encontro em 1909, mas que se tornou realmente forte nos anos seguintes, avançando na década de 1910. E um marco desse processo foi o Campeonato de Porto Alegre de 1913. O Internacional empatou com o Fussball por 1 a 1, jogo apitado por um árbitro indicado pelo Grêmio. Após a partida, os gremistas acusaram os colorados de desrespeitarem o apitador e abandonaram o campeonato. Diante dos fracos Colombo e Frisch Auf, o Inter não teve dificuldades para conquistar o título, o primeiro de sua história. Não era apenas o início da grandeza colorada. Era também o começo de uma rivalidade que até hoje é contabilizada partida a partida e divide um Estado em vermelhos e azuis.

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Criação do estádio dos Eucaliptos

o maior do Brasil

No final da década de 1920, vários clubes brasileiros já tinham atletas negros no elenco. No entanto, isso ainda era raro no Rio Grande do Sul. Assim, o Colorado marcou definitivamente uma fronteira ao montar equipes multirraciais. Em 2 de setembro de 1928, o atacante Dirceu Alves se tornou o primeiro negro a vestir a camisa colorada. Foi na vitória de 7 a 0 sobre o Concórdia na Chácara dos Eucaliptos. A importância disso vai muito além das questões raciais e sociais, e explica

DÉCADA DE

DÉCADA DE

10 20 Surge

Inter abre as portas para atletas negros também muito do sucesso colorado nas décadas seguintes. Com brancos e negros, o clube tinham mais condições de aproveitar os talentos de cada geração, ganhando espaço em relação ao Grêmio, que insistia na manutenção da barreira racial, que só acabou em 1952. Ironicamente, Tesourinha, símbolo do Rolo Compressor da década de 1940 e um dos maiores jogadores do Internacional, acabou sendo o primeiro negro a vestir a camisa do Grêmio, depois de uma passagem pelo Vasco.

A construção do estádio dos Eucaliptos marcou uma nova época no Internacional. Logo na primeira partida, um Gre-Nal. Em 15 de março de 1931 os dois maiores rivais do Rio Grande do Sul inauguraram a nova casa colorada: vitória dos anfitriões por 3 a 0, três gols de Jawel. O estádio, que substituiu a Chácara dos Eucaliptos e tinha capacidade para 20 mil torcedores, marcou a consolidação do Inter como potência estadual. O estádio até hoje pertence ao clube, mas a venda de seu terreno já foi aprovada: o dinheiro ajudaria na modernização do Beira-Rio.

Estádio dos Eucaliptos: a casa do Inter recebeu a Copa do Mundo

ESQUADRÕES A partir do Rolo Compressor (página ao lado), o torcedor se acostumou a ver grandes equipes com a camisa colorada Bicampeão Brasileiro 1975/76

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Brasileirão 1979

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Copa do Brasil 1992

50 Teté, o “Rolinho”e a festa estragada

Fotos Divulgação/Internacional

Rolo Compressor: 8 títulos em 9 anos

O histórico time do Internacional apelidado de Rolo Compressor começou a ser formado em 1939. Foi quando se formou a base da equipe, que já tinha Tesourinha como maior destaque. O apelido foi criado por Vicente Rao, ex-jogador do Inter e folclórico ttorcedor, por causa das goleadas acachapantes imp postas pelo Colorado na década de 1940. Suas charg ges retratando a equipe como um rolo compressor, p passando por cima e amassando os rivais, eram pub blicadas nos jornais ajudaram a difundir o nome. A superioridade do Rolo foi enorme nos anos 40 no R Rio Grande do Sul. Entre 1940 e 48, foram oito títulos eestaduais em nove possíveis. A superioridade era tam manha que em 1940, 41, 42, 43 e 45, o Inter foi camp peão invicto. Além de Tesourinha, outros jogadores fficaram imortalizados na história do Internacional, ccasos do goleiro Ivo Wink, os zagueiros Alfeu e Nena, o os meias Ávila, Russinho e Rui, e o centroavante arg gentino Vilalba.

DÉCADA DE

DÉCADA DE

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Rolo Compressor

Libertadores 2006

No final dos anos 40 o estádio dos Eucaliptos foi reformado para hospedar jogos da Copa do Mundo de 1950. O estádio, que passou a contar com arquibancadas de concreto, recebeu duas partidas do Mundial: México 1x4 Iugoslávia e México 2x1 Suíça. Ali os torcedores puderam também conhecer o sucessor do Rolo Compressor, apelidado de Rolinho, comandado pelo técnico Teté. Outro motivo de orgulho para o Inter na década de 1950 foi justamente no estádio do Grêmio. Em 26 de setembro de 1954, o Colorado fez 6 a 2 no primeiro Gre-Nal disputado no Olímpico. O atacante Larry foi a estrela do dia, ao marcar quatro gols.

Mundial de Clubes 2006

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DÉCADA DE

Divulgação/Internacional

Até o rio Guaíba deu passagem para o surgimento do Beira-Rio

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DÉCADA DE

O dono do Brasil

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Construção do Beira Rio e a vitória em São Paulo Em 1967, com a criação do Robertão, surgia efetivamente o primeiro Campeonato Brasileiro, com os clubes do Rio e São Paulo dividindo espaço com equipes de outros estados. Logo em sua primeira participação, o Inter foi vicecampeão e se tornou o primeiro clube gaúcho a derrotar um paulista em território adversário: 1 a 0 no Corinthians, em 28 de maio, no Pacaembu. A vitória foi significativa e teve grande repercussão em Porto Alegre. Dois anos depois, como reafirmação da entrada do clube no cenário nacional, a diretoria concluiu as obras do novo estádio Beira-Rio, às margens do Guaíba. A inauguração ocorreu em 6 de abril de 1969, com vitória sobre o Benfica por 2 a 1 - o primeiro gol do estádio foi anotado por Eusébio. Com seu campo novo, o Inter estava definitivamente pronto para figurar entre os grandes do Brasil.

Em 1971, o Grêmio foi buscar no Nacional de Montevidéu o zagueiro Ancheta. O uruguaio teve rápido sucesso, e motivou o Internacional a responder. O Colorado tirou do Peñarol o chileno Figueroa. O Beira-Rio via a chegada de seu maior defensor. Ao lado de Falcão, Don Elías foi o símbolo do grande time colorado na década de 1970. Com um futebol taticamente inovador para a época e a disposição para sempre sufocar o adversário, o Inter dominou o futebol brasileiro. O time começou a se montar no final da década de 1960. Entre 1967 e 1974, o Inter ficou entre os o 3º e o 5º lugar no campeonato nacional (seja Robertão, seja Brasileirão). Em 1969, deu início a um octocampeonato gaúcho. Mas o trabalho foi coroado em 1975, com o primeiro título brasileiro. No ano seguinte, o bicampeonato. Apesar de não ter conquistado nenhum título internacional no período, o Colorado teve seu momento mais glorioso. Essa era terminou em 1979, quando o clube conquistou um Brasileirão de forma invicta, feito jamais igualado. Não há torcedor que não conheça de cor a escalação da época, que, além de Falcão e Figueroa, teve Caçapava, Batista, Carpegiani...

DISTINTIVOS Em um século de vida, só a conquista de novos títulos alterou significativamente o escudo do Internacional

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ENTREVISTA » Figueroa

Agência RBS

Como você recebeu a proposta para jogar no Inter? Eu jogava no Peñarol e viemos participar da inauguração do Beira-Rio. Vimos que o clube tinha um estádio grande, mas não o conhecíamos. Aí o Peñarol passou por uma crise e eu estava para ir ao Real Madrid. Mas naquela época não pagavam na Europa como se paga hoje. Jogar no Brasil me deixava mais perto da família, que morava no Uruguai, e de jogadores como Pelé, Rivelino, Ademir da Guia

e Paulo César Caju. Por isso, preferi o Inter. O quanto a passagem pelo Brasil representou para você? Ganhamos muitos títulos, fizemos do Inter um time conhecido e realizamos excursões pela Europa, o que ainda não acontecia. Fui um dos zagueiros que fez mais gols em GreNais. Ou seja, foi a melhor escolha que fiz em minha vida. Ainda me sinto gaúcho, um embaixador do Brasil e da gente do Sul, por todo esse carinho que sempre me mostraram. O “gol iluminado”, do título brasileiro de 75, foi seu melhor momento no Inter? Foi, até porque foi o primeiro título nacio-

por Dassler Marques nal. Isso ninguém vai repetir, porque não terá outra primeira vez. Senti que era gol quando testei a bola e vi um mar vermelho se levantando. O time dos anos 70 superou o Rolo Compressor? Sempre falavam dessa equipe. Com todo o respeito, acho que conseguimos mais. E tenho certeza que alguém vai superar aquele nosso time no futuro. Alguma decepção? Não ter ganhado uma Libertadores. Naquela época, o mais importante era o título estadual e o brasileiro.

Internacional 2x1 Vasco: Falcão comemora gol do único campeão invicto da história do Brasileirão

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DÉCADA DE

DÉCADA DE

80

Inter olímpico

90 No fundo do poço

DÉCADA DE

Em Los Angeles, só a França parou a Seleção com jeito colorado

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Adolfo Alves/Agência RBS

Em 1984, o Comitê Olímpico Internacional já fazia concessões ao profissionalismo. Um dos alvos foi o futebol, que, nos Jogos de Los Angeles, aceitava qualquer jogador que não tivesse disputado Copa do Mundo. Era a primeira chance real de o Brasil conquistar o ouro. No entanto, os clubes não quiseram liberar seus atletas. O Internacional foi uma das exceções. Solução: vestir a camisa brasileira no time gaúcho. Em Los Angeles, o Brasil foi representado pelo Colorado, reforçado por Gilmar Popoca (Flamengo), Chicão (Ponte Preta), Ronaldo e o técnico Jair Picerni (Corinthians). Com essa equipe, o Brasil venceu a Alemanha Ocidental de Brehme na primeira fase, a Itália de Baresi nas semifinais e só parou na final, contra a França. De qualquer modo, o Internacional teve papel fundamental na primeira medalha olímpica do futebol brasileiro. Naquele ano, esse time conquistou o tetra estadual. Foi uma última glória na década, de 1980, marcada por um hexacampeonato gaúcho do Grêmio.

Nos anos 70 e 80, o Internacional estava sempre no topo do Campeonato Brasileiro. Campeão em 1975, 76 e 79, terminou entre os cinco primeiros em outras oito ocasiões. Quando chegaram os anos 90, a situação mudou radicalmente no Beira Rio. Com exceção do título da Copa do Brasil de 1992 e o terceiro lugar no Brasileirão de 97, os tempos foram difíceis. Crises financeiras atingiram o clube, que já não conseguia montar elencos competitivos, uma das principais marcas do Colorado. O pior momento veio em 1999: uma campanha fraca aliada a um regulamento esdrúxulo fizeram que o clube, apesar de ser o 16º de 22 equipes - à frente, inclusive, do Grêmio -, só se livrasse do rebaixamento na última rodada, quando Dunga marcou contra o Palmeiras no Beira Rio lotado.

2000

A “reestréia” Se os anos 70 foram a “inauguração” do Inter para o Brasil, não resta dúvida de que a reestréia começou em 2005. E que 2005 começou três anos antes, com o título estadual de 2002, o primeiro de um tricampeonato. Naquele ano, o clube passou a ser presidido por Fernando Carvalho, que assumiu um time “sem nenhum jogador”, em suas próprias palavras. Mais pela falta de qualidade da concorrência do que por ter um bom time, o Colorado chegou ao título Gaúcho, mas não foi bem na Sul-Minas. No Brasileirão, a década de 90 ameaçou voltar com força, e a equipe se salvou do rebaixamento na última rodada depois de vencer o Paysandu em Belém. O time bicampeão estadual foi bem no Brasileirão, perdendo a vaga na Libertadores na última rodada, e viu surgirem os primeiros nomes de uma geração de talentos que ajudou a recolocar o Inter entre os primeiros: Nilmar e Daniel Carvalho. No ano seguinte, no banco, Rafael Sóbis assistiu ao tricampeonato, e em 2005 fez um dos dois gols da final do tetra. Além das revelações, o ressurgimento teve duas chaves importantes: a continuidade no comando, quase sempre observada e o olho aberto nos brasileiros que poderiam voltar da Europa. O time de 2005 era a soma destes três fatores: o jovem Sóbis, os experientes Clemer, Edinho e Bolivar, remanescentes do time de 2004, e repatriados como Tinga e Fernandão, “esquecidos” na Europa até voltarem ao Brasil para conquistar a América e o mundo. Se o rescaldo do título mundial não foi exatamente glorioso, é inevitável perceber que o Internacional mudou de nível. Ao lado do bem sucedido modelo de administração do time, o clube também implantou mudanças como o programa de sócios, que encheu o Beira-Rio e os cofres colorados. E não há, entre os que preveem um futuro em que o Brasil terá apenas quatro ou cinco times “grandes”, quem não inclua o Inter entre eles. Uma mudança nada sutil para uma equipe com tradição mas que, há menos de dez anos, via o fantasma da Segundona de perto.

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Vipcomm

Herói improvável: Adriano Gabiru dá o título mundial ao Inter em cima do Barcelona

ENTREVISTA » Fernando Carvalho O fato de o Inter ter aceitado jogadores negros 20 anos antes do Grêmio marca a rivalidade entre os clubes até hoje? O Internacional surgiu exatamente em função do Grêmio ser um clube que discriminava, mas, hoje isso só existe quando a gente quer tocar uma flauta nos gremistas: para levantar a questão da arrogância, da soberba, nós voltamos

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lá atrás, naquela época que o Grêmio discriminava e não tinha em seus quadros todas as raças, todos os credos. Por que os anos 90 foram tão difíceis para o clube? Nós tivemos vários embates políticos nesse período, o que até foi bom, porque, através da crítica, o grupo que era oposição apontou alguns caminhos. Depois chegaram ao poder, mas não conseguiram ter bons resultados. Com isso, o clube perdeu densidade de conceitos, porque acabou não avançando

em termos de gestão principalmente. O que planeja para os próximos 100 anos? O que desenhamos antes mesmo de assumir o clube é: trazer associados, novas receitas de marketing, valorizar o patrimônio, usar as categorias de base, vender um ou dois jogadores por ano, trazer jogadores que estão fora do Brasil, mas ainda têm condição de dar grande resposta. É essa que eu vejo nos próximos anos como uma forma adequada de gestão, para participar do seleto grupo dos grandes clubes brasileiros

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TÁTICA Alex Ferguson ignorou seu retrospecto ruim no confronto com José Mourinho e, no encontro entre Manchester United e Internazionale na Liga dos Campeões, deixou o português pelo caminho

O freguês teve

Internazionale 0 x 0 Manchester Utd.

razão Cristiano Ronaldo fez um duelo mais equilibrado do que poderia se imaginar com o jovem Santon. O português teve mais sucesso quando buscou jogo pelo meio, como na cabeçada que obrigou Júlio César a fazer grande defesa

No segundo tempo, Ibrahimovic procurou cair pela esquerda do ataque da Inter, onde poderia explorar o improvisado O’Shea e cruzar para Adriano

Santon

O’Shea Cristiano Ronaldo Muntari Muntar Carrick

Chivu

Ferdinand

Giggs

Júlio Cesar

Ibrahimovic Ibrahimo

Berbatov

Stankovic St Van der Sar

Cambiasso Cambi so Adriano Adr Fletcher Evans

Rivas

Maicon

Surpreendentemente escalado como titular, Rivas teve atuação desastrosa e foi substituído pelo compatriota Córdoba no intervalo

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Zanetti

Park

Ciente de que os avanços de Maicon são um dos pontos fortes da Inter, Ferguson atribuiu ao sul-coreano Park a missão de limitar as saídas do brasileiro

Evra

Com Carrick e Fletcher à frente da defesa, o United conseguiu isolar Adriano e Ibrahimovic do resto da equipe, limitando as ações de Stankovic e obrigando a equipe da casa a jogar com lançamentos longos

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por Leonardo Bertozzi

osé Mourinho tinha motivos para se sentir confiante antes do confronto de sua Internazionale com o Manchester United de Alex Ferguson pelas oitavas de final da Liga dos Campeões. Afinal de contas, em suas passagens por Porto e Chelsea, foram doze confrontos com o técnico escocês e apenas uma derrota. Desta vez, no entanto, foi Ferguson

quem riu por último. Com mais opções no elenco e melhores escolhas táticas nas duas partidas, Sir Alex levou o United a um empate sem gols em Milão – quando só não venceu por causa da grande atuação de Júlio César – e à vitória por 2 a 0 no jogo de volta (gols de Vidic e Cristiano Ronaldo, ambos de cabeça) classificando os atuais campeões.

Manchester Utd. 2 x 0 Internazionale

J

Giggs voltou a ser escalado na meia-esquerda. Em diversas oportunidades, o galês inverteu posição com Cristiano Ronaldo, confundindo os adversários

Para equilibrar a marcação, Mourinho deslocou Stankovic para a direita e recuou Balotelli para o meio-campo, montando um 4-5-1 que não havia sido testado na temporada. O esquema só foi alterado depois do segundo gol, com a entrada de Adriano

Evra

A polivalência de jogadores como Cristiano Ronaldo, Giggs e Rooney se mostrou decisiva para os Red Devils, enquanto a Inter pagou caro por se retrair demais jogando em casa e pela decisão de Mourinho de utilizar, na Inglaterra, um esquema que não havia sido testado até então. Ficou tudo a gosto do freguês.

Maicon

Giggs Stankovic

Rooney Vidic

Van der Sar

Scholes

Córdoba

Vieira

Ibrahimovic

Júlio Cesar

Cambiasso Berbatov Berbato Carrick

Zanetti Samuel

Ferdinand

Balotelli

Cristiano Ronaldo

O’Shea

Fugindo de suas características, Evra raramente saiu para apoiar o ataque, dificultando a criação de jogadas de linha de fundo por parte da Inter

Santon

A aposta em Vieira não funcionou. O francês mostrou estar fora de ritmo e era o responsável pela marcação de Vidic no lance do primeiro gol

Cambiasso teve de se dividir entre a proteção à defesa e a participação na construção das jogadas. O argentino foi, ao lado de Júlio César, o único a sair com julgamento positivo das duas partidas Abril de 2009

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ALEMANHA

Gerit Borth/AFP

Renato Augusto, pelo Leverkusen, e Cícero, do Hertha Berlim: dois destaques inesperados da Bundesliga

Pelas BEIRADAS Cícero, Renato Augusto e Henrique saíram do Brasil antes mesmo de se firmarem, e rapidamente se tornaram ídolos na Alemanha 54

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ícero ainda sentia a perda do que seria o título mais importante do Fluminense quando desembarcou no aeroporto de Berlim, em julho do ano passado. O meio-campista, quase anônimo, apostava em uma carreira na Europa. Contudo, o sonho não era perfeito. O jogador, que se mostrou ao Brasil no Figueirense antes de quase conquistar a Libertadores nas Laranjeiras, acabava de assinar contrato com o Hertha Berlim. “Quando cheguei ainda era verão e fiquei feliz. Viajei sozinho. No aeroporto, apenas um representante do clube estava à minha espera”, contou o meia que, dias depois, ficou sabendo por meio da imprensa sobre a chegada Thiago Neves à Alemanha. A di-

C

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por Luciana Zambuzi

€ mil

ferença é que seu ex-compa“sonho europeu”. Ele deixou para trá nheiro de Flu chegava como o trás as cobranças de se tornar um jo maior reforço do Hamburg, que jogador decisivo e goleador, apesa investia sem muita cautela para apesar de mal ter saído das categor construir um time campeão. tegorias de base. Adaptado rapidame Os objetivos do Hertha eram damente ao Bayer Leverkusen, o jogador jog modestos. A classificação para a atua hoje mais longe da ár Copa Uefa não é algo que a torárea, pela direita. Nessa funValor pago o pelo Herth Hertha ção, ajudou a fazer de Patrick cida esteja acostumada a comeBerlim para tirar Cícero morar. O caminho que o time da Helmes um dos artilheiros da capital escolheu para isso: aposBundesliga, o que lhe valeu o do Fluminense tar em coadjuvantes baratos. título de terceiro melhor joga“Dirigentes do Hertha foram me dor do primeiro turno e foi conobservar na final da Libertadores, no Maracanã. Apesar siderado a melhor contratação da temporada. de eu não ter conquistado o título, fui bem naquela parAinda no Leverkusen, mas um pouco atrás, quem tida”, explica Cícero. “Eles acreditaram que eu seria um brilha é Henrique. O zagueiro formado no Coritiba jogador importante para o time”. foi figura importante na defesa do Palmeiras camMeses depois, a escolha de Cícero se transformou peão paulista de 2008. Com isso, a Traffic (que tinha na real possibilidade de um título nacional, coisa que o vínculo com o jogador) não hesitou em vendê-lo ao o Hertha não vê desde 1931. O jogador adaptou-se Barcelona, que o emprestou ao time alemão para que rápido ao país e ao grupo. Em campo, passou a ser esganhasse experiência. A adaptação à Europa foi rácalado como segundo volante, posição em que acrepida: “Demorei uns cinco jogo para pegar o jeito do dita atuar melhor, e é um dos artilheiros do time. futebol aqui da Alemanha. Depois, ficou mais fácil”, comenta o defensor. Com problemas na zaga, o clube Explosão em outro rubro-negro espanhol chegou a pensar em adiantar o retorno do Cícero não é o único jogador que saiu do Rio de Janeiro zagueiro para janeiro, seis meses antes do acordado. sob desconfiança para brilhar no Campeonato Alemão. O cenário acabou sendo muito favorável a Cícero, No Bayer Leverkusen, que chegou a brigar pela lideRenato Augusto e Henrique. Em clubes médios, livre rança no primeiro turno, uma das gratas surpresas é do excesso de cobrança e com menos concorrência Renato Augusto, meia que os flamenguistas esperaram pelas vagas de titular, o trio teve tranquilidade para explodir durante dois anos, até decidirem vendê-lo. conquistar rapidamente um espaço. Mesmo cheganPara o meia que trocou o rubro-negro carioca por do em times sem grandes pretensões, eles souberam um alemão, a mudança não foi apenas realizar o tal dar dois passos para frente.

800

NA SURDINA Outros jogadores que saíram sem tanto cartaz do Brasil para brilhar na Alemanha

Cacau

Élber

Luis Gustavo

Raffael

Ratinho

(Stuttgart)

(Stuttgart e Bayern)

(Hoffenheim)

(Hertha Berlin)

(Kaiserslautern)

No Brasil, defendeu o CRB, emprestado por seu time de origem (o Corinthians-AL) antes de ir para o Hoffenheim. Junto com Carlos Eduardo e Wellington, é nome certo no time do técnico Ralf Rangnick.

Crescido nas divisões de base do Juventus, foi para a Suíça aos 18 anos, onde jogou pelo Chiasso e pelo Zürich. Em sua primeira temporada pelo Hertha, é titular absoluto e já fez sete gols.

Saiu do Atlético Paranaense para o St. Gallen, da Suíça. Em 1998, já no Kaiserslautern, foi uma das estrelas do time que levou o título alemão na temporada em que retornava da Segundona.

Começou nas divisões de base do São Paulo, mas não se firmou. Foi para a quinta divisão da Alemanha em 1999, chegando ao Nuremberg em 2001. Hoje, é titular do Stuttgart, onde já joga há cinco anos.

Depois de um bom Mundial de juniores em 1990, foi para o Milan, mas nem jogou na Itália. Foi emprestado para o Grasshopper, brilhou e fez seu nome no Stuttgart, antes de se tornar ídolo em Munique.

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CARTOLAGEM

Quem é o

CHEFE

Modelos de gestão dos clubes variam de um país para outro – e ajudam a entender até as diferenças culturais entre os povos

ão é raro ouvir falar que os clubes brasileiros deveriam se espelhar no “modelo europeu” de gestão. O problema da sugestão é que ela remete a uma homogeneidade que não existe no Velho Continente. A estrutura gerencial dos clubes varia muito de um país para o outro, e há diferenças até dentro de uma mesma liga. Muito do que se vê nos clubes é reflexo de toda a cultura política e administrativa dos países. Na Inglaterra, por exemplo, o presidente é quase uma figura decorativa. Prefere se manifestar apenas em momentos críticos, deixando o dia-a-dia nas mãos do diretor executivo e do técnico, que também é gerente de futebol (ou “manager”). Não por coincidência, há alguma semelhança com a relação entre Família Real e o primeiro-ministro. Os grandes clubes italianos não fogem da cultura de estruturas pesadas, com cargos diferentes significando funções semelhantes. Na Espanha, Barcelona e Real Madrid se organizam de modo semelhante ao brasileiro, com quadro de associados e presidente eleito. E, como ocorre por aqui, o clube vive instabilidade interna e atraso no planejamento em época de sucessão presidencial. Em um universo cada vez mais multicultural, tais estruturas tendem a se misturar aos poucos. De qualquer modo, o fato de, mesmo na Europa, cada país ter sua solução mostra como, no Brasil, é preciso conhecer bem o que funciona ou não para encontrar um modelo próprio.

por Gustavo Hofman, Leonardo Bertozzi e Ubiratan Leal

N

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?

REGIME PRESIDENCIALISTA O futebol brasileiro mantém a tradição de todo o país de priorizar a criação de muitos cargos, uma estrutura mais burocrática que o necessário e a concentração de poder efetivo em poucas pessoas. Na prática, o organograma parece simples: um presidente comanda o clube, escolhendo um vice-presidente para administrar o departamento de futebol e um técnico para comandar a equipe e indicar reforços. Eventualmente, pode haver um gerente (o cargo também pode ser de supervisor ou coordenador) para dar apoio administrativo ao treinador. A máquina é mais complexa, se for considerado que a maior parte dos clubes não se limita ao futebol. Cada esporte tem seu vicepresidente, assim como outras áreas gerenciais (finanças, marketing, patrimônio, jurídico e até acervo histórico). Muitos desses cargos são distribuídos de acordo com critérios políticos, o que dificulta a articulação entre os setores. Na última década, houve algumas tentativas de redefinir as funções. Supostamente, o diretor (ou vice-presidente) de futebol cuida das contratações e da ligação entre time profissional e categorias de base, mas tal papel muitas vezes recai sobre o presidente ou o técnico.

PRESIDENTE

Conselho

Diretor/Vicepresid. futebol

TÉCNICO

Coordenador/ Gerente de futebol

TIME

Cat. base

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Alessandro Garofalo/Reuters

Adriano Galliani, administrador-delegado do Milan, celebra a Liga dos Campeões de 2006/07 entre Ancelotti e Maldini

BUROCRACIA PRESIDENTE No futebol italiano, todos os clubes são empresas. No entanto, há uma diferença muito grande no modelo de gestão adotado pelos grandes e pelas equipes provincianas. Entre os pequenos, há forte concentração de poder no presidente, que muitas vezes é responsável pelas contratações e tem acesso direto ao diretor técnico e à comissão técnica. Entre os grandes, a estrutura é bem mais complexa e o poder, mais diluído. A participação do técnico nas tomadas de decisões é limitada. Os clubes têm um diretor esportivo que cuida das negociações de mercado. Abaixo dele está o “team manager”, que lida diretamente com a comissão técnica do time profissional, e o diretor das categorias de base, normalmente um ex-jogador. A influência do presidente no dia-a-dia muda de um clube para outro. Há presidentes que gostam de falar constantemente com a imprensa e interferem no cotidiano dentro de campo, comentando o trabalho do treinador e dos jogadores, caso de Massimo Moratti, da Internazionale. Outros dão mais poder ao administrador delegado, que coordena a gestão do clube mais ou menos como um “CEO” nos países anglo-saxões. O mais famoso administrador delegado na Itália é Adriano Galliani, personagem mais forte do Milan na ausência de Silvio Berlusconi.

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Administrador delegado Diretor esportivo Diretor cat. base

Diretor técnico Team manager

TÉCNICO

TIME

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Quando Malcolm Glazer comprou o Manchester United, vários torcedores se revoltaram. O medo era do endividamento do clube, aumento no preço dos ingressos e até uma rejeição pelo fato de o empresário não ter raízes no futebol. No entanto, desde que o norte-americano assumiu os Red Devils, pouco se ouviu falar dele. O mesmo vale para Peter Hill-Wood e Bruce Buck, respectivamente presidentes (acreditem!) de Arsenal e Chelsea. Na Inglaterra, o dirigente máximo de um clube é um empresário ou um executivo contratado para cuidar do futebol como uma indústria. Como o trabalho é puramente administrativo, eles pouco aparecem para a torcida (exceções são os mecenas que surgiram recentemente, como Roman Abramovich e Mansour bin Zayed Al Nahyan, que têm especial desejo de atenção da mídia). Assim, o poder de fato fica com o diretor executivo, que traça planos de longo prazo para o clube, e o técnico, que cuida do time em si. Nesse modelo, o treinador é particularmente poderoso (tanto que é chamado de “manager”), pois é responsável pelas categorias de base, contratações e comando da equipe nas partidas.

PRESIDENTE

Josep Lago/AFP

TÉCNICOGERENTE

Daniel Alves é apresentado pelo presidente do Barcelona, Joan Laporta

CLUBE OU EMPRESA? A Espanha vive um contraste em termos de gestão do futebol. Enquanto os dois maiores e mais tradicionais clubes do país mantém modelos antigos, praticamente todas as outras equipes se modernizaram e são geridas como empresas. Nas duas primeiras divisões do futebol espanhol, somente Athletic Bilbao, Barcelona, Osasuna e Real Madrid ainda são associações esportivas, com sócios que elegem conselheiros e dirigentes. Os outros 38 clubes já aderiram ao formato de sociedade anônima esportiva. Esse modelo foi criado em 1990 para deixar mais clara a atuação econômica e jurídica de empresas que trabalham com o futebol profissional. Em outras palavras, a lei que criou as SADs fez que os clubes espanhóis se transformassem em empresa. Mesmo com a mudança no caráter jurídico da maioria dos clubes, a estrutura interna não se alterou tanto. Os presidentes designam um diretor técnico, responsável por administrar o futebol – das categorias de base à escolha da comissão técnica, incluindo ainda as contratações. A diferença básica está na escolha do presidente. Em clubes-empresa, geralmente é o maior acionista ou um executivo por este escolhido. Nos clubes sociais, o sistema é semelhante ao brasileiro: sócios e conselheiros elegem o dirigente máximo para um mandato com período pré-determinado. Por isso, não é raro Barcelona e Real Madrid sofrerem de instabilidade por brigas de grupos políticos.

Sócios

Diretor executivo TÉCNICO/ GERENTE Cat. base

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TIME

PRESIDENTE

Conselho

Diretor executivo TÉCNICO/ GERENTE

Cat. base

TIME

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Divulgação

eu fiscalizo a

Copa 2014 CBF afirma que política não influencia a escolha das cidadessede do da Copa do Mundo; seu presidente, porém, não para de se reunir em Brasília...

Cuiabá: sede pantaneira corre o risco de ficar de fora da Copa do Mundo

por Gustavo Hofman

LU PA

Às 22 horas de 18 de março, a CBF divulgou um comunicado oficial afirmando, mais uma vez, que “o critério de escolha das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 levará em conta única e exclusivamente os estudos técnicos apresentados pelas 17 candidatas, não sofrendo qualquer influência política de governo ou empresarial”. A entidade não explicou o motivo de tal declaração, mas parece ser uma resposta a versões divulgadas na imprensa a respeito do adiamento do anúncio das sedes do torneio. A Fifa deveria divulgar as cidades escolhidas em 20 de março, mas, no dia 11, adiou a decisão para o final de maio. O motivo oficial foi a necessidade de mais análise criada pelo aumento de 10 para 12 sedes. No entanto, o colunista Renato Maurício Prado, de “O Globo”, publicou que o motivo do atraso seria a falta de condições em quase todas as capitais candidatas. Assim, a entidade estaria pressionando para que critérios técnicos prevalecessem em cima de políticos, o que ameaçaria, por exemplo, a manutenção de 12 sedes e a obrigatoriedade de uma ser no Pantanal (Campo Grande ou Cuiabá).

De acordo com pessoas envolvidas no projeto da Copa 2014 ouvidas pela Trivela, o fato de serem 12 sedes já estaria acertado entre a Fifa e o Governo Federal. Mas seria correto afirmar que algumas cidades não teriam convencido inteiramente os delegados da Fifa. O grupo técnico escolhido pelo Comitê de Organização da Copa 2014 estaria se reunindo ao menos uma vez por semana. O que não significa que a política tenha deixado de ser um fator importante. Em 12 de março, Ricardo Teixeira se encontrou com os presidentes de Câmara (Michel Temer), Senado (José Sarney) e do Superior Tribunal Federal (ministro Gilmar Mendes), além de Renan Calheiros e Gim Argello, líderes de PMDB e PTB no Senado, e Roseana Sarney (DEM-MA). Cinco dias depois, voltou a Brasília e reuniu-se com o vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), e José Agripino (DEM-RN). Segundo a assessoria da CBF, a pauta dos encontros foi “a Copa do Mundo de 2014”. Ou seja, quando, supostamente, as cidades-sede já deveriam estar definidas, a agenda de Teixeira ainda conta com vários encontros políticos. Cada um tem sua prioridade.

Plano B

Velho conhecido

Fiscalização

Há resistências ao Morumbi entre as pessoas envolvidas na organização da Copa. O estádio teria difícil adaptação às exigências da Fifa, como a Trivela já mostrou na edição 32 (outubro/08). Assim, a candidatura paulistana estaria sendo questionada a respeito de uma segunda opção, para qualquer eventualidade.

No início de março, Afonso Hamm (PP-RS) foi eleito presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados. Hamm é também o relator da subcomissão permanente para acompanhar a organização da Copa de 2014.

Em março, três requerimentos – Sílvio Torres (PSDB-SP), Paulo Rattes (PMDB-RJ) e Valadares Filho (PSB-SE) – foram enviados à Mesa Diretora da Câmara pedindo a criação de comissões para acompanhar os trabalhos da Copa de 2014.

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CULTURA

por Felipe dos Santos Souza

Jogando com as

PALAVRAS Meio acadêmico ainda tem certo desprezo por futebol, mas cenário parece estar mudando nos últimos anos pesar de ligeiramente desgastada, ainda persiste no exterior a imagem de que o Brasil é o país do futebol. Mais do que isso, persiste a ideia do esporte como fator de identidade nacional, criada na década de 1930, com a Era Vargas. Nem assim o jogo deixou de ser um corpo estranho no meio acadêmico. Mesmo num país onde a influência do esporte é aparentemente grande, a falta de estudos que tenham o futebol como fio condutor, ou como tema principal, ainda causa algum espanto. E mesmo essa sensação acaba desaparecendo quando se sabe de algumas causas dessa estranheza do futebol em relação a setores como psicologia, sociologia e história. Uma delas é o tratamento de alguns acadêmicos em relação ao

Adote um livro

A

cultura.indd 2

A Dança dos Deuses – Futebol,

esporte. “Preconceito é uma palavra muito forte, mas posso dizer, com a mais pura convicção, que o meio acadêmico despreza o futebol. Muitos colegas consideram o tema como ‘menor’”. É o que diz Ary Rocco, doutor em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde defendeu, em 2006, a tese “O gol por um clique: uma inclusão no universo cultural do torcedor no ciberespaço”. Marcel Diego Tonini diz ter passado por isso. Ele defendeu, em 2006, a monografia “Ferrovia e Futebol: o caso da Companhia Paulista de Estradas de Ferro na cidade de Rio Claro (1870-1930)”. O cientista social formado pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) conta ter sofrido discriminação de colegas e professores.

Lógicas no Futebol

Sociedade, Cultura

Futebol, utebol Psicologia e a Produção do Conhecimento

Hilário Franco Júnior História/Sociologia

Vários Psicologia

Hucitec / 2002 / 342 págs.

Cia. das Letras / 2007 / 472 págs.

Atheneu / 2008 / 204 págs.

Luiz Henrique de Toledo Antropologia

“Pelo fato de o futebol ser popular, muitos o veem como algo das classes ‘baixas’. Mas, na verdade, esses não admitem o fato do faxineiro saber mais do que eles a respeito”. Para Rocco, os próprios acadêmicos que estudam o esporte colaboram para a desconfiança dos colegas. O jornalista e linguista afirma que nem todos sabem como abordar o futebol em suas pesquisas. “Muitos colegas confundem as discussões acadêmicas com ‘papo

O Negro no Futebol Brasileiro

Sociologia do Futebol

Mário Filho História

Richard Giulianotti Sociologia

Mauad / 1947 / 344 págs.

Nova Alexandria / 2002 / 248 págs.

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Jorge R. Jorge

“Sociólogo no Brasil que não tiver os fundilhos das calças puídas pelas arquibancadas não entenderá este país” Gabriel Cohn, professor de teoria política da USP

de boteco’”, afirma. “Uma vez, um pesquisador foi apresentar seu trabalho para toda a audiência com a camisa de um grande time brasileiro. Como ele quer ser levado a sério pelos seus pares?”, questiona. Mas nem tudo é pessimismo. Todos reconhecem que, apesar de alguma resistência, já houve aumento na quantidade de teses de mestrado e doutorado que abordam o futebol, principalmente nos últimos vinte anos. Com o

crescimento da importância econômica do esporte, a imagem de “ópio do povo” – muito recorrente nas décadas de 1960 e 70 – foi substituída pela de fenômeno cultural, social, econômico e político. Alguns pesquisadores que apostaram no tema acabaram conquistando uma cadeira nas universidades e dão mais abertura a novos estudos nessa área. Isso fica evidente com o surgimento de grupos dentro de faculdades para se debruçar com maior profundidade sobre o futebol. É o caso do Gief (Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol), surgido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. “Temos em comum o fato de tratar o futebol a partir das Ciências Humanas. Cada um na sua especialidade, como antropologia, história, geografia ou jornalismo, mas com a intenção de analisá-lo como um fenômeno social”, afirma Sérgio Settani Giglio, formado em educação física pela USP e um dos integrantes do grupo. O objetivo de acadêmicos como esses não é apenas aprofundar ou dar novos enfoques para discussões. É também entender melhor o Brasil por meio de uma de suas atividades mais importantes. Como diz Ary Rocco, “O futebol é um excelente ‘espelho’ da vida social. Em 90 minutos, seus amantes expressam, muitas vezes de forma inconsciente, os anseios, os desejos, as angústias e todos os demais sentimentos que gostariam de expressar no convívio social”.

Como o Futebol Explica o Mundo –

Futebol: o Brasil em Campo

Um Olhar sobre a Globalização

Alex Bellos - Sociologia/História

Franklin Foer - Sociologia/História

Cultura – Educação Física e Futebol

Jocimar Daolio - Educação Física

A Bola Corre Mais que os Homens – Duas Copas, Treze Crônicas e Onze Ensaios sobre Futebol

Roberto DaMatta - Antropologia

Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil

A Violência e o Futebol – Dos Estudos

Política de Esportes no Brasil

José Miguel Wisnik Sociologia

Clássicos aos Dias de Hoje

Eduardo Manhães Política

Cia. das Letras / 2008 / 448 págs.

Mauricio Murad Sociologia FGV / 2007 / 196 págs.

Graal / 2002 / 256 págs.

Negro, Macumba e Futebol Anatol Rosenfeld - Antropologia

Futebol e Guerra – Resistência, Triunfo e

O que é Futebol

Tragédia do Dínamo na Kiev Ocupada pelos Nazistas

José Sebastião Witter - História

Andy Dougan - História

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Resposta

Getty Images/AFP

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global temporada 2009/10 terá novidade para o torcedor brasileiro que quiser acompanhar a Liga dos Campeões na TV. A competição será transmitida pela Globo até 2012/13, que venceu a disputa com a Record e deu o troco depois da perda dos Jogos Olímpicos de 2012. A troca da emissora paulista pela carioca era de interesse da Uefa, que desde o início da década mostra insatisfação com a baixa audiência do torneio na TV aberta brasileira (em 2007/08, os picos foram de 15 pontos). Para casar os interesses da Globo com os da entidade europeia, foram criadas várias concessões. A emissora transmitirá apenas os jogos de quartafeira e, ainda assim, só terá obrigação de fazê-lo nas semifinais e final, justamente quando o fuso horário permite que o futebol não avance no horário nobre global. Para as demais fases da LC, a Globo cedeu os direitos a Bandeirantes e TV Esporte Interativo. Outra concessão da Uefa foi a permissão que a emissora carioca terá para não veicular propagandas da Heineken, patrocinadora oficial do torneio. Nesse caso, o problema é que a Globo já vendeu uma cota de seu pacote de futebol para a AmBev. Como compensação, a cervejaria holandesa ganhará espaço publicitário no resto da programação global. Entre as décadas de 1980 e 1990, a Globo tinha os direitos da competição europeia, mas transmitia apenas a final. A última vez que isso ocorreu foi em 1994/95. Na TV por assinatura, não houve mudanças. A ESPN perdeu para a Fox Sports os direitos da LC para a América Latina, mas o contrato não é valído para o Brasil, onde o canal do Grupo Disney continuará com a competição.

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Mudanças na transmissão da Liga dos Campeões para o público brasileiro a partir da próxima temporada

Vou de ônibus Dez clubes ganharam uma mordomia extra para suas viagens pelas estradas do País. A Volkswagen entregou uma nova linha de veículos para transportar as delegações de Corinthians, Santos, Vasco, Flamengo, Atlético Paranaense, Internacional, Grêmio, Sport, Náutico e Goiás. Cada veículo conta com pintura personalizada, televisores LCD, salas de reunião para a comissão técnica e até mesmo um espaço para atender jogadores machucados. O contrato, em regime de comodato, entre as equipes e a montadora tem validade de dois anos. De acordo com seu departamento de marketing, a Volkswagen pretende ter o retorno do investimento em exposição na mídia.

ATIVOS DUPLA HUMILHAÇÃO Uma propaganda lançada pela Nike mostra um dos gols mais emblemáticos da boa fase de Ronaldo, em um Compostela x Barcelona em 1997. Sete jogadores do time galego exigiram indenização por se sentirem humilhados. Perderam a causa.

PIRATAS DO RECIFE Para combater a pirataria, o Santa Cruz firmou uma parceria com suas principais torcidas organizadas. Pelo acordo, os grupos deixarão de produzir produtos do clube sem haver qualquer tipo de reembolso.

DE OLHO NA ÁFRICA DO SUL De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a Globo venderá seis cotas da Copa 2010 por R$ 81,6 milhões cada. Em 2006, o valor era de R$ 59,8 milhões. Para transmitir o torneio, a emissora carioca pagou US$ 140 milhões.

TRABALHO Muricy Ramalho se tornou sinônimo de eficiência e mau-humor no comando do São Paulo. O clube usou essa fama para lançar um adesivo com a frase “Isso aqui é trabalho, meu filho!” e uma imagem do técnico. A linha ainda pode ganhar um boneco em miniatura do treinador.

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por Ricardo Espina

Quem tem bola vai à Roma

Fotos Divulgação

Nem todo mundo vai conseguir ver a final da Liga dos Campeões em Roma. No entanto, dá para sentir o gostinho do jogo de casa. A Adidas lançou a “Finale Roma”, bola que será usada na decisão do torneio. Cada uma das estrelas do desenho representa disciplinas desportivas e valores do Império Romano, como velocidade, trabalho em equipe, justiça e força. A bola estará disponível a partir de maio. Fabricante Adidas Preço sugerido R$ 399,90

QUEM É O VICE? O Botafogo ganhou uma camiseta para comemorar o título da Taça Guanabara. Os modelos têm uma imagem da torcida alvinegra no Maracanã e estão disponíveis nas cores preta e branca. Fabricante Kappa Preço sugerido R$ 39,90

PÁGINAS VERDES Quais são os dez maiores jogadores da história do Palmeiras? O jornalista Mauro Beting tenta responder a esta questão no livro “Os Dez Mais do Palmeiras”. Na obra, a terceira da coleção “Ídolos Imortais”, foram perfilados alguns dos atletas mais importantes que já vestiram a camisa do clube do Parque Antarctica.

AO PROFESSOR COM CARINHO Um treinador pode se tornar uma besta ou bestial em questões de segundos. O jornalista Maurício Noriega avaliou os que se encaixam melhor na segunda definição e lançou “Os 11 Maiores Técnicos do Futebol Brasileiro”. O livro traz o perfil de Oswaldo Brandão, Feola, Bela Gutman, Zagallo, Lula, Minelli, Ênio Andrade, Luxemburgo, Telê, Felipão e Muricy.

Editora Maquinária Preço sugerido R$ 30

Editora Contexto Preço sugerido R$ 35

Torcedor de carteirinha Os fanáticos agora podem dizer que sua profissão é torcer por seu clube do coração. Foi lançada a Carteira do Torcedor, uma espécie de Carteira de Trabalho em que o registro de empregos é substituído por anotações dos jogos. Criada pelo humorista Paulo Tadeu, a carteira está disponível para torcedores de 14 dos principais clubes do país. Editora Matrix Preço sugerido R$ 8

Dança de salão Quem gosta de bater uma bolinha com os amigos geralmente adora uma quadra. De olho neste gosto do brasileiro pelo futsal, a Nike lançou uma linha completa voltada para esta modalidade. A principal novidade está no tênis T-7. Para facilitar os movimentos, o calçado tem a parte interna do pé feita com couro de canguru e a externa com couro reforçado. A linha também conta com uniformes, bolas, luvas e caneleiras. Fabricante Nike Preço sugerido De R$ 39,90 (caneleira) a R$ 399,90 (tênis T-7) Abril de 2009

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CADEIRA CATIVA

por Jordana Viotto

JUVENTUS 3 2 SÃO BENTO

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Terrabarth/Futura Press

ta ta st is uli P ul to Pa to nat ona eon eo mpe mp am Ca C 6 0 06 0 00 2 20 / /2 o/ iro eir ei ane an /j /ja 5/ 15 i ri var va av Ja a J ua Ru R a d da io dio ádi tá tád Est Es

se explica Talvez seja a irrelevância do jogo, o canoli ou mesmo a miudeza do estádio; o importante é que a Javari mostra como o futebol é apaixonante té 15 de janeiro de 2006 eu era apenas uma torcedora do Brasil na Copa do Mundo. Não tão sem-noção a ponto de perguntar “o que faz aquele jogador de preto”, mas também não conhecia os sistemas de pontos, os campeonatos, quem jogava onde – o básico que qualquer pessoa que tenha o mínimo interesse pelo futebol sabe. Também não entendia muito algumas coisas: por que algumas pessoas se doem tanto pelo time que chegam a passar mal? Por que tanta gente é apaixonada pelo esporte a ponto de saber a escalação do seu time em “mil novecentos e bolinha”? E, principalmente, o que faz com que 22 homens atrás de uma bola mova multidões?

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Naquele dia, decidi acompanhar alguns amigos ao retorno do Juventus à primeira divisão do Paulista. A Rua Javari estava tomada de camisas grená em gente de tudo quanto é jeito e idade. Lá dentro, a proximidade das arquibancadas e do campo e o placar manual davam a sensação de viagem no tempo. Nas arquibancadas, rolava o burburinho sobre quando Viola estrearia. Mas naquele jogo, ele ficou na tribuna de honra – mesmo lugar onde estava o mais novo patrocinador da casa, Abílio Diniz (pela bandeira CompreBem). A partida começou às 16h e, em três minutos, saiu o primeiro gol para o Juventus. Quando vi, estava abraçando

as pessoas, gritando e comemorando. Pronto, já não tinha mais volta: tinha virado oficialmente uma amante do futebol. Logo, vieram as provocações. Não só à torcida adversária, mas aos juízes – principalmente aos bandeirinhas, que ficam separados por poucos centímetros e uma cerca dos torcedores. Até que é bom sentir que se está de verdade sendo ouvido em momentos de raiva. O primeiro tempo acabou em 1 a 0 e eu queria mais. Acreditava que o Juventus poderia debulhar o São Bento. Depois do intervalo, a estrela do time Wellington Paulista (hoje no Cruzeiro) marcou o seu, aos 2 minutos, em uma cobrança de pênalti. Tudo se encaminhava para um final feliz, mas o time de Sorocaba não deixaria barato. Fez um aos 23 minutos e empatou nos acréscimos, aos 48 minutos. Quem acreditaria em uma virada àquela altura do campeonato? Já conformados com o empate, estávamos só esperando o apito final. Mas Max Sandro fez o terceiro dos juventinos, numa embolada na área do São Bento. O público foi ao delírio, subiu nas grades, gritou, pulou. O que era o começo do campeonato parecia uma final. Poucas vezes na vida eu havia sentido uma emoção tão forte. Ali, entendi o porquê dos tais 22 homens atrás de uma bola moverem multidões. Outras coisas ainda fogem da minha compreensão. Mas não importa: futebol também é paixão. E paixão não se explica. Jordana Viotto, 29 anos, é jornalista

Você foi a algum jogo que tem uma boa história para ser contada? Mande um e-mail para contato@trivela.com que seu texto pode ser publicado neste espaço!

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A VÁRZEA

O Inter faz anos A Várzea está em festa. Esta newsletter nunca escondeu ser torcedora fanática do Colorado, tanto que comprou umas bombachas e uma cuia de chimarrão quando foi fazer umas comprinhas ali em Santana do Livramento. Aproveitando a pechincha, compramos uns chapeuzinhos e línguas de sogra para comemorar o centenário do Internacional, o time vermelho mais trilegal de Porto Alegre. Seria também do Brasil, mas a gente não liga muito para esses bairristas vizinhos da grande nação dos Pampas. As comemorações no Beira-Rio começaram em grande estilo no ano passado. Nada como ganhar a valiosíssima Copa Sul-Americana, que lhe rendeu o direito de disputar a ainda mais cobiçada taça da Suruga Bank. Melhor deixar a disputa dessa tal de Libertadores para as equipes inferiores, até porque esse torneio aí já não tem mais graça. Devemos concentrar nossas forças em campeonatos que realmente importam alguma coisa, como o Gaúchão, tchê. Como não gargalhar com a derrota do Grêmio para o Santa Cruz? Além do mais, o Colorado pode se considerar como um time abençoado. Afinal, Gil, o doutrinador, divulgou sua Palavra nestas searas do Guaíba, o que faz desta uma terra sagrada. E por falar em ídolos, é emocionante comprovar o quão reverenciado se tornou Adriano Gabiru. O herói do título mundial ganhou respeito eterno por fazer aquele gol em cima do Barcelona, por isso mereceu um tratamento tão diferenciado por parte da diretoria. E 2009 promete ser um ano de muitas surpresas. Um dos presentes preparados para a torcida

A charge do mês foi a venda de Alex para o Spartak Moscou. Nosso principal jogador não vai fazer tanta falta assim, pois quem tem Guiñazu estará sempre bem servido. Também demos a oportunidade do União de Rondonópolis de conhecer nossa casa e participar da nossa festa, mas sem exageros. Só não dá para dizer que está tudo azul no Inter, senão ficaremos vermelhos de raiva.

A lorota do mês “O Ronaldo quer comer e nossos zagueiros têm de entender que precisam comer o Ronaldo” Vanderlei Luxemburgo dá sua visão contemporânea para o mote modernista de “A Antropofagia nos une”

A manchete do mês “Parreira compara o Fluminense com a seleção brasileira” (Globo Esporte.com) Tudo bem que o treinador tricolor não agrada a todos, mas ainda está longe de ser o Dunga

Em alta Times italianos Depois de fazerem a final da Liga dos Campeões de 2003 em Manchester, mostraram fair play e já abriram o caminho para os ingleses fazerem a final deste ano em Roma

Botafogo Ficou todo feliz com o título da Taça Guanabara, mas todo mundo sabe que isso é apenas a certeza que mais um vice-campeonato estadual está na mão

Em baixa

Você pode receber A Várzea todo dia na sua caixa postal. Basta entrar no site www.trivela.com e inserir seu endereço de e-mail no campo de cadastro. Ou então mande uma mensagem para varzea@trivela.com, com a palavra Cadastrar no campo de assunto

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