Trivela 39 (mai/09)

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nº 39 | mai/09 | R$ 8,90

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HISTÓRIA Faz sentido id unificar ifi os títulos do Robertão e da Taça Brasil?

VASCO

Os

Os desafios no retorno à Série A

craques Nelsinho: “Não falo do meu passado” A fatia do seu time no bolo da TV Roma, cidade eterna e do futebol Argentina: como viver sem Riquelme

capa 39.indd 1

estão de volta Ronaldo Fred, Ronaldo, Fred Hernanes Hernanes, D’Alessandro, Ramires, Keirrison, Maxi López... O Brasileirão começa recheado de estrelas, como há muito não se via 4/24/09 9:36:40 PM


DATENA E NETO FALAM DE FUTEB O

SEG A SEX | 14h

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EDITORIAL

Melhor, e agora mais atraente Em nossa edição passada, não hesitamos em decretar na capa o atual estado do futebol brasileiro: “Acabou o dinheiro”. Não seria de se estranhar, então, que um mês depois estejamos falando em um “Brasileirão dos craques”? Na verdade, não. E, de certa forma, uma coisa tem muita relação com a outra. Um dos principais problemas financeiros que os times brasileiros enfrentam é que, com o esfriamento do mercado por causa da crise econômica, o alívio de caixa que normalmente vem da venda de jogadores não veio nesta temporada. Azar do caixa, sorte do espetáculo. Jogadores como Ramires e Hernanes, que, já estariam em alguma liga de primeira linha na Europa, continuam a desfilar pelos campos daqui. Além disso, os clubes europeus ficaram mais reticentes em investir em jogadores como Ronaldo, de inegável talento, mas retorno incerto. As perspectivas para o torneio, portanto, não podiam ser melhores. Se já vínhamos tendo Brasileirões cada vez melhores e mais disputados, é certo que, com craques, teremos um campeonato mais bonito. Estádios devem encher mais e o campeonato em si deve atrair mais atenção, o que, por si só, já representa ótimas oportunidades de geração de recursos. Mais recursos que poderiam ser utilizados para melhorar as estruturas e, por que não?, manter os craques por mais tempo. Se tivéssemos clubes mais organizados e administrados profissionalmente, poderia ser o começo do começo de uma nova era. Como não temos, dificilmente trará qualquer benefício de longo prazo aos nossos times. Resta saber, portanto, o quanto a nova realidade vai ajudar os concorrentes do São Paulo a arrancar o título que parece plantado no Morumbi. Concorrentes fortes não faltam desde já, com o Corinthians voltando a ser grande, o Fluminense investindo nomes de peso, a dupla porto-alegrense com times fortes e o Cruzeiro com mais experiência. O Brasileirão, portanto, tem tudo para ser sensacional. Resta-nos apenas torcer para que não tenhamos apenas meio Brasileirão dos craques, e que os times no meio do ano consigam segurar pelo menos uma parte de nossas estrelas.

w w w. t r i v e l a . c o m Editor executivo Caio Maia Editor Ubiratan Leal Reportagem Gustavo Hofman, Leonardo Bertozzi, Felipe dos Santos Souza (trainee) e Mayra Siqueira (trainee) Consultoria editorial Mauro Cezar Pereira Colaboradores Dassler Marques, João Tiago Picoli e Ricardo Espina Revisão Luciana Zambuzi Projeto gráfico / Direção de arte Luciano Arnold Design / Tratamento de imagem Bia Gomes Capa Mauricio Lima/AFP Agradecimento Fernando Pioli

Central do assinante

CONFIRA NESTE MÊS

TABELAS PARA IMPRESSÃO

13/5 Entrevista Deivid Atacante do Fenerbahçe fala sobre sua carreira, passagens por Corinthians e Santos e a vida na Turquia

Diretora Comercial Gabriela Beraldo (11) 3474-0127 gabriela@matracanet.com.br

15/5 Os nomes dos estádios Itália Quem foram Giuseppe Meazza, Artemio Franchi, Luigi Ferraris...

Circulação LM&X - (11) 3865-4949 lele@lmx.com.br

Baixe e imprima as tabelas exclusivas do Brasileirão Séries A e B

Copa Uefa 18/5 Especial da decisão Perfil dos times, análise do confronto 20/5 Acompanhe a final ao vivo na Trivela

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www.trivela.com/revista (11) 3038-1406 trivela@teletarget.com.br

Liga dos Campeões 25/5 Especial da decisão Perfil dos times, análise do confronto 27/5 Acompanhe a final ao vivo na Trivela

Atendimento ao jornaleiro LM&X - (11) 3865-4949 atendimento@lmx.com.br Redação (11) 3474-0119 contato@trivela.com é uma publicação mensal da Trivela Comunicações. Todos os artigos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. Proibida a cópia ou reprodução (parcial ou integral) das matérias e fotos aqui publicadas Distribuição nacional Fernando Chinaglia Impressão Vox Editora Tiragem 30.000 exemplares

Maio de 2009

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ÍNDICE 22

CAPA » BRASILEIRÃO Jorge R. Jorge

Fred, Ronaldo, D’Alessandro, Hernanes... A edição 2009 do Campeonato Brasileiro terá diversos craques em ação NEGÓCIOS HISTÓRIA SÉRIE B

ENCHENDO O PÉ

47

TÁTICA

ROMA

48 52 57

MANUEL PELLEGRINI

Sem Riquelme, Maradona quebra a cabeça

CULTURA

44

Fifa ganha queda-de-braço com COI

CAPITAIS DO FUTEBOL » PERFIL »

42

Sonho europeu

O dilema da classe média

CARTOLAGEM

29

38

Vasco se prepara para o retorno

INGLATERRA

MARACANAZO

34

Taça Brasil e Robertão voltaram com tudo

CATEGORIAS DE BASE

OPINIÃO

30

Os direitos de TV em debate

A febre das apostas online chega ao Brasil

58 60

18 Divulgação

ENTREVISTA » NELSINHO BAPTISTA

6x1

JOGO DO MÊS

6

GERAL

8

PENEIRA

16

EXTRACAMPO

62

CADEIRA CATIVA

64

A VÁRZEA

66

eu fiscalizo a

Copa Copa p 2 201 014 01 4

40

Trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro vai sair do papel, por preço quase igual ao do Canal da Mancha

O treinador do Sport fala com empolgação sobre o momento em Recife, mas se nega a comentar o passado

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por Felipe dos Santos Souza

Gaston Brito/Reuters

JOGO DO MÊS

6x1

Pegadinha

liminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 1994. A Argentina enfrentava um grande pesadelo. Os 5 a 0 sofridos para a Colômbia, na última partida, em pleno Monumental de Núñez, forçaram a Albiceleste a disputar a repescagem contra a Austrália. Já a Bolívia estava nas nuvens. Não só pela volta a um Mundial, após 44 anos de ausência, mas também porque tinha fresco na memória a vitória em La Paz, por 2 a 0, que pusera fim à invencibilidade da Seleção Brasileira na competição. Quase 16 anos depois, nada indicava que os bolivianos voltariam a estar em êxtase, ao mesmo tempo em que os argentinos se sentiriam humilhados por um resultado ruim nas Eliminatórias. Ainda mais porque, na rodada anterior, enquanto a Máquina Verde perdia da Colômbia por 2 a 0 em Bogotá, a seleção comandada por Diego Maradona passava sem problemas pela Venezuela, com um 4 a 0 que deixou na torcida platina a sensação de que nem mesmo a altitude de La Paz poderia brecar um time com 100% de aproveitamento, até então, sob o comando de Diego.

E

6

jogo do mês.indd 2

Parecia algum trote de 1º de abril, mas a Argentina de Diego Maradona real realmente perdeu por 6 a 1... da Bol Bolívia de Botero

O gol de Marcelo Moreno, que abriu o placar para os anfitriões aos 12 minutos, nem assustou tanto. Ainda mais porque, aos 25 minutos, Lucho González, num chute de longe, empatou (ajudado pela falha do goleiro Arias, é verdade). Nove minutos depois, Botero converteu pênalti sofrido por Alex da Rosa. A partir daí, os argentinos apenas assistiram o massacre que sofriam. Alex da Rosa fez 3 a 1, Botero voltou às redes para fazer o quarto e o quinto e Torrico fechou a conta. O desconforto causado pela altitude, a ausência de Riquelme, a falta de experi-

BOLÍVIA Arias; Gatty Ribeiro, Peña, Rivero e Abdón Reyes (Ignacio García); Reyes, Ronald García (Walter Flores), Torrico e Alex da Rosa (Saucedo); Botero e Marcelo Martins. Técnico Erwin Sánchez

ência no cargo de Maradona. Não faltaram explicações para a derrota sofrida. Mas até os argentinos sabiam que nada justificaria perder por 6 a 1. Repetia-se o placar da maior derrota da seleção argentina em seus 108 anos de história – contra a Tchecoslováquia na Copa de 1958. Naquele caso, o time foi recebido com tomates de uma torcida enfurecida no aeroporto de Ezeiza. A cena não se repetiu, até porque Maradona tem crédito e a classificação à Copa ainda é mais que possível. Mas os argentinos não esquecerão tão cedo do 1º de abril de 2009.

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ARGENTINA

Data 1º/abril/2009 Local estádio Hernando Siles (La Paz) Árbitro: Martín Vázquez (Uruguai) Gols Marcelo Martins (11min), Lucho González (24min), Botero (33min), Alex da Rosa (44min), Botero (54min), Botero (65min) e Torrico (87min) Cartões amarelos Papa, Leonel Reyes, Gatty Ribeiro, Torrico e Alex da Rosa Cartão vermelho Di María

Carrizo; Zanetti, Demichelis, Heinze e Papa; Lucho González (Angeleri), Gago, Mascherano e Maxi Rodríguez (Di María); Tévez (Montenegro) e Messi. Técnico Diego Maradona

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GERAL » BRASIL

m seu retorno à primeira divisão do Brasileiro, o Santo André tomou uma decisão polêmica. Nos confrontos contra São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos, o Ramalhão decidiu trocar o ABC por Londrina. O mesmo ocorrerá com Cascavel, que receberá os jogos contra Inter e Grêmio. Tudo pela possibilidade de faturar com estádios lotados pela torcida do adversário. A diretoria da equipe assinou uma parceria com a prefeitura da cidade do norte paranaense para mandar estes jogos no estádio do Café. “A movimentação será enorme em bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis, postos de gasolina e outros estabelecimentos. Como são os quatro grandes clubes de São Paulo, Londrina vai receber gente até de outros estados para ver os jogos”, disse Júlio César Brevilheri, presidente da Fundação de Esportes de Londrina. Em 2008, outro clube paulista achou melhor atuar em Londrina em troca de uma renda maior. Foi o caso do Marília, que preferiu receber o Corinthians no Paraná na Série B. Em 2005, o Paraná jogou contra os grandes paulistas em Maringá e mandou sua partida contra o Inter em Cascavel. Nos estaduais de 2009, inversões de campo também foram comuns, por exigência da federação local, pedido da TV ou para o mandante faturar com a maior arrecadação (veja tabela).

Divulgação/Vipcomm

Longe de casa E

Jogo 0x1

Palmeiras

Santa Cruz (Ribeirão Preto)

Bangu

1x2

Flamengo

Raulino de Oliveira (Volta Redonda)

Macaé

1x2

Flamengo

Raulino de Oliveira (Volta Redonda)

Madureira

0x3

Vasco

Engenhão (Rio de Janeiro)

Oeste

1x2

Santos

Pacaembu (São Paulo)

Mesquita

0x1

Fluminense

Engenhão (Rio de Janeiro)

Duque de Caxias

2x4

Flamengo

Raulino de Oliveira (Volta Redonda)

Bangu

1x3

Fluminense

Engenhão (Rio de Janeiro)

Madureira

2x4

Flamengo

Edson Passos (Mesquita)

Macaé

0x1

Vasco

Maracanã (Rio de Janeiro)

Resende

0x4

Botafogo

Edson Passos (Mesquita)

São Caetano

2x2

São Paulo

Eduardo José Farah (Presidente Prudente)

Rio Branco

0x2

Atlético Mineiro Mineirão (Belo Horizonte)

Ituiutaba

1x4

Cruzeiro

Preço pago por um comprador anônimo pela camisa usada por Adriano Gabiru na final do Mundial de Clubes de 2006. O meia – que fez o gol do título – havia doado a peça ao Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul, que promoveu um leilão beneficente

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Divulgação/Vipcomm

Santo André

R$ 45 mil

8

Local

Mineirão (Belo Horizonte)

“Tenho um blog e há recados de torcedores da Portuguesa me ameaçando de morte. Não é legal ver sua família chorando de preocupação. Só espero que o Manuel da Lupa e a família dele jamais passem pelo que estou passando” Jean, zagueiro da Ponte Preta, sobre as acusações de que teria recebido suborno do Santos

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RAPIDINHAS por Ricardo Espina

Desgraça pouca

TRADIÇÃO DE LUTO Os estaduais de 2009 foram um desastre para várias equipes tradicionais. Em Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, muitos terminaram abril amargando inesperados rebaixamentos. No Gauchão, o Brasil não conseguiu superar o trauma do acidente que matou dois de seus jogadores. Fez péssima campanha nos dois turnos e caiu com apenas 7 pontos em 15 jogos. A situação só não ficou mais crítica porque o Xavante já tinha vaga na Série C. Drama maior vive o Londrina. O maior campeão do interior paranaense – e semifinalista do Brasileirão de 1977 – ficou entre os oito que se classificariam para a fase final durante quase toda a competição. Mas uma queda de rendimento na reta final de um torneio tão equilibrado custou a vaga na elite. Com 16 pontos (apenas três a menos do classificado Paranavaí), o Tubarão caiu por ter pior saldo de gols que Cascavel e Engenheiro Beltrão, mesmo vencendo o Coritiba na última rodada.

Gilberto Abelha/Gazeta do Povo/Futura Press

Kerlon e Coelho ganharam manchetes no Brasil ao se encontrarem, de modo um tanto violento, durante um Atlético Mineiro 3x4 Cruzeiro no Brasileirão de 2007. O atacante tentava mais uma de suas jogadas equilibrando a bola na cabeça quando sofreu forte tranco do lateral, expulso imediatamente. Desde então, a trajetória de ambos não tem sido das mais felizes. O cruzeirense sofreu uma grave contusão no início de 2008 e não voltou mais a vestir a camisa celeste. Coelho retornou ao Corinthians, mas não teve clima para ficar (ainda resquícios do gol contra que marcou no jogo contra o River Plate na Libertadores 2006). O lateral voltou ao Galo, mas não teve uma passagem das mais felizes. Ambos podiam ter sua redenção – e um eventual reencontro – no Campeonato Italiano (Kerlon pelo Chievo e Coelho no Bologna). Mas seus clubes passaram a temporada fugindo do rebaixamento. Individualmente, o desempenho da dupla também é apagado. Considerando liga e Copa da Itália, Coelho disputou 12 partidas (quatro como titular) e marcou um gol até o fechamento desta edição. Kerlon teve menos espaço: jogou três vezes (sempre como reserva) e somou apenas 44 minutos em campo. [UL]

Em São Paulo, a queda veio no atacado. Na Série A1, o Guarani apresentou uma queda vertiginosa de rendimento e terminou empatado com o lanterna Noroeste. Foi o quinto rebaixamento do time de Campinas desde 2001. Os bugrinos já temem outra queda no segundo semestre, quando disputam a Série B. Na A2, a situação foi ainda pior. Os quatro rebaixados eram frequentadores de carteirinha da elite: Juventus, Comercial, Ferroviária e Portuguesa Santista. O time da Mooca, aliás, caiu pelo segundo ano consecutivo e disputará a Terceirona pela primeira vez. Já a Série A3 se despediu de Internacional de Limeira, campeã paulista em 1986, e Nacional da capital, um dos fundadores da Federação Paulista de Futebol e tradicional revelador de talentos para os grandes do Estado. Os dois times agora estão fadados à quarta – e última – divisão profissional de São Paulo, pior situação em toda a história de ambos.

CAMPEÃO ATRASADO Enfim o Fluminense pôde comemorar a conquista do título do Estadual do Rio de 2002. O TJD-RJ indeferiu o pedido do Bangu, que entrou com uma ação ao se sentir prejudicado pela anulação de um gol na semifinal contra o Tricolor. No julgamento, o Flu ganhou por unanimidade: 8 a 0. MUDANÇA NO RG O Vitória estuda fortalecer sua imagem de clube tradicional. Por isso, o Leão pretende acrescentar “1899”, seu ano de fundação, ao nome. A proposta será analisada em 2009 e pode ser adotada em definitivo em 2010. Até o estádio do clube seria afetado: o Barradão passaria a se chamar Arena 1899. PECADORES O Vasco quebrou uma tradição neste ano. A equipe carioca resolveu treinar na Sexta-Feira Santa, algo que não fazia havia mais de 20 anos. A decisão foi tomada a partir de um pedido da comissão técnica. O “castigo” veio no dia seguinte: no sábado de Aleluia, o Vasco foi goleado por 4 a 0 pelo Botafogo, pela semifinal da Taça Rio. CONCLUSÕES DA TRAGÉDIA Foi concluído o inquérito sobre o acidente que matou dois jogadores e o preparador de goleiros do Brasil de Pelotas em janeiro. Wendel Vergara, motorista do ônibus da delegação xavante, foi indiciado por homicídio culposo por guiar o veículo em alta velocidade em uma curva fechada. A pena pode ir a até seis anos de prisão.

“Passei estes dias na Penha, andando descalço e de bermuda. Deixa-me muito à vontade voltar a ser aquele Adriano. Sou nascido e criado ali, nunca vou deixar aquele lugar” Adriano, falando sobre os dias que passou na Vila Cruzeiro Maio de 2009

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Divulgação

GERAL » MUNDO

RAPIDINHAS

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Antes tarde...

Os mais bem pagos do mundo Jogador

Clube Valor*

1

David Beckham

48,9

2

Ronaldinho

23,6

3

Thierry Henry

25,1

4

Ronaldo

21,2

5

Cristiano Ronaldo

18,5

6

Kaká

17,7

7

Fabio Cannavaro

17,5

8

Andryi Shevchenko

17,5

9

Steven Gerrard

17,1

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John Terry

BRIGA DE VIZINHOS A Coreia do Norte acusou a vizinha do sul a jogar sujo antes da partida entre as duas seleções pelas Eliminatórias da Copa de 2010. Kim JongHun, técnico norte-coreano, disse que seus jogadores sofreram intoxicação alimentar antes da derrota por 1 a 0 para a Coreia do Sul em Seul. O treinador pediu o adiamento do jogo à Fifa, mas não teve sucesso.

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* Em milhões de dólares

avid Beckham está na reserva da seleção inglesa e não é mais candidato a ganhar o prêmio de melhor do mundo pela Fifa, como em seu auge. Mesmo assim, continua faturando como ninguém no futebol. De acordo com levantamento realizado pela revista Forbes, o meia inglês foi o jogador mais bem pago do mundo na temporada 2007/08. No ano passado, ele faturou US$ 46 milhões. O segundo colocado também está em baixa nos campos: Ronaldinho, com US$ 33 milhões. Dos 20 primeiros, nove atuam na Premier League. Segundo a Forbes, os números são estimativas, que incluem salários e prêmios, mas não levam em consideração possíveis transferências.

66 mil

José Quiroga, presidente da ITS, emissora de TV a cabo da Bolívia, havia prometido US$ 11 mil a sua seleção para cada gol marcado em cima da Argentina pelas Eliminatórias da Copa. Promessa é dívida: o executivo colocou a mão no bolso e pagou US$ 66 mil após os 6 a 1 dos bolivianos

DINHEIRO NA MÃO D

US$

A VEZ DO RAP O rapper Akon será o responsável por compor a música-tema da próxima Copa do Mundo. Além de escrever a canção, ele também selecionará os artistas que se apresentarão na cerimônia de abertura do Mundial da África do Sul. O músico senegalês disse contar com a presença do guitarrista mexicano Carlos Santana.

Não é apenas no Brasil que os clubes buscam equiparar glórias do passado com títulos do presente. Em abril, o Barcelona pediu à federação espanhola que seu título da Liga Mediterrânea de 1937 seja computado como mais um Campeonato Espanhol do clube. Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39), o país esteve dividido entre as regiões controladas pelos franquistas e republicanos. Estes organizaram a Liga Mediterrânea para substituir o Campeonato Espanhol na região do país sobre a qual tinham domínio. O Barcelona terminou com 20 pontos, um a mais que o Español (atual Espanyol), e ficou com o título. O Barça baseia o pedido de equiparação da Liga Mediterrânea no fato de o Levante ter, em 2007, seu título da Copa da Espanha Livre computado como o da Copa da Espanha de 1937. Os dois torneios não tiveram outras edições, pois, em 1938, as tropas franquistas haviam conquistado praticamente todo o país, fato consolidado no ano seguinte. [UL]

FUI ÀS TOURADAS EM MADRI Sergio Ramos estava suspenso para a partida do Real Madrid contra o Valladolid. Como de praxe, estava nas tribunas do Santiago Bernabéu. No entanto, saiu de fininho no intervalo e causou revolta dos torcedores. Motivo da escapada: ele foi à arena de touros ver a atuação de seu amigo e toureiro Alejandro Talavante.

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por Ricardo Espina

MOLECADA EM AÇÃO Foram definidos os grupos do Mundial Sub-20, a ser realizado no Egito entre os dias 24 de setembro e 16 de outubro. O Brasil não deve encontrar grandes problemas na primeira fase. A Seleção caiu no grupo E e enfrentará Costa Rica, República Tcheca e Austrália em Porto Said. Cairo, Suez, Alexandria e Ismaília são as outras cidades-sede da competição. A grande ausência ficou por conta da Argentina. A seleção, atual bicampeã do torneio, foi eliminada no Sul-Americano da categoria.

Grupo B

Grupo C

Grupo D

Grupo E

Grupo F

EGI

ESP

ALE

GAN

AUS

AFS

ITA

NIG

CAM

ING

BRA

EAU

PAR

TTI*

CSU

URU

CRC

HON

TRI

VEN

EUA

UZB

TCH

HUN

“Fizeram um levantamento de que a seleção argentina valia US$ 500 milhões e a nossa, US$ 20 milhões. Agora, eles tiveram de colocar que os US$ 20 milhões superaram os US$ 500 milhões”

Não tivemos tempo de construir um time coeso por Gustavo Hofman

Escudo reforçado O amistoso contra a Eslováquia marcou a estréia do novo escudo da federação inglesa. As mudanças foram no tom de azul nos leões e em detalhes nas rosas de Tudor. O novo desenho se baseia no usado na temporada 1948/49.

Ian Kington/AFP

Pablo Escobar, atacante do Santo André e da Bolívia, depois da surpreendente goleada por 6 a 1 sobre a Argentina pelas Eliminatórias da Copa 2010

SAIDEIRA INOPORTUNA O meia Barry Ferguson e o goleiro Allan McGregor foram banidos da seleção escocesa. Os dois foram flagrados bebendo após a derrota da equipe por 3 a 0 para a Holanda, nas Eliminatórias da Copa 2010. O Rangers, clube no qual ambos atuam, decidiu cortar duas semanas do salário de ambos.

Hugo Almeida

*Taiti

Grupo A

Divulgação

Veja os grupos do Mundial Sub-20

EYE OF THE TIGER Em junho, a Veltins Arena receberá a decisão do título mundial. Não, a casa do Schalke 04 não receberá a Copa do Mundo ou o Mundial de Clubes. O estádio foi escolhido para a luta entre o ucraniano Vladimir Klitschko, atual campeão mundial dos pesos pesados pela Organização Mundial e Federação Internacional de Boxe, e o desafiante inglês David Haye.

Como foi trabalhar com Felipão na seleção portuguesa? Ele fez muito pela seleção. Com ele, fomos mais longe do que tínhamos ido em outros Mundiais e Euros e temos que reconhecer esse trabalho. Ele trabalha sempre para manter a equipe com um moral alto e confiante, mas sem arrogância. Por que Portugal vem em uma fase tão ruim? Tivemos poucas chances de jogar em conjunto e construir uma equipe coesa. A seleção reúne jogadores competentes em suas posições, mas disputando campeonatos diferentes e com estilos de jogo distintos. Não temos transformado valores individuais em uma equipe forte. Portugal tem recebido críticas por ter um ataque pouco produtivo. Você concorda? Cada um tem sua responsabilidade, seu papel em campo. Marcar gols recai mais sobre os atacantes, mas não é exclusividade deles. Para que as finalizações aconteçam de forma competente, o time todo tem que estar bem posicionado e fazer sua parte. Veja a entrevista completa em www.trivela.com/revista

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DISTINTIVOS BRASILEIROS QUE E DES SAFIAM O BOM GO OSTO por Mayra Siqueira

E O-SSP EC A faalt lta dee criiattivviddad lta ade im mpero roou, e o maasscootee rou doo cllu ube be osaasq sque quens ueensse acabbou ac u senndo do usado sado sa d ccoomoo esc scud uddo

CFZ-RJ CFZ CF -R RJ Pare Pa rreecee log ogot otip ot ippo ddee prom pr moçção ão tur u ís ísti tica ca ca d cappit da i all cario ario ar ioca c . ca Sóó ffal alltaa o Cri risst sto e o Pã Pãoo dee Açúúca car car

C ne-M Ce MS Ah A h, oss caavval a os os ala lado doos ddoo nos osso soo fut u eb ebol bol o , sseemp m re re f gu fi gura urraas im impo pone po neent nteess, ntes para pa ara ra que ue ooss jjoogaado dore ores res re vooem em em caam mpppoo

Pa alm mas-T -TO O Reestta a dú R dúvviida da: eerra para parraa o sol pa ol est starr por ci po cim maa do esscu c do do, por bbaaix po ixo de dele elee, ou ou meio me ioo a mei eioo es e ttáá boom m?

GERAL » INSÓLITO

Vai um espelho aí? Ronaldo ganhou uma eleição da qual não terá o menor orgulho. Em votação realizada pelo tablóide inglês The Sun, o atacante foi considerado como o dono do pior visual da história do futebol – tudo por conta de seu exótico corte de cabelo usado nas duas últimas partidas pela Copa do Mundo de 2002. Para o diário, o Fenômeno “arruinou todas as fotos” da Seleção pentacampeã. Veja a lista dos piores visuais, de acordo com o The Sun:

UM DIA DE FÚRIA Os jogadores do Ananindeua parecem ter se inspirado no filme dirigido por Joel Schumacher. Revoltados com o atraso no pagamento de seus salários, os atletas destruíram a concentração do clube paraense. Apenas um televisor “sobreviveu”. A confusão começou a partir de uma promessa feita por Afonso Almeida, presidente do Ananindeua. O dirigente disse que quitaria até dois meses da dívida assim que a equipe retornasse de um jogo em Santarém. Na volta, Almeida não só deixou de dar as caras como empurrou a batata para Reginaldo Monteiro, gerente de futebol. Índio Aru, atacante do clube, chegou a pintar o corpo em sinal de guerra. O meia Paulinho Cascavel e o goleiro Dida deixaram o time.

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ERRAMOS

Gabriel Bouys/AFP

1. Ronaldo (Brasil) 2. Valderrama (Colombia) 3. Taribo West (Nigéria) 4. Jason Lee (Inglaterra) 5. Kevin Keegan (Inglaterra) 6. Chris Waddle (Inglaterra) 7. David Beckham (Inglaterra) 8. David James (Inglaterra) 9. Marouane Fellaini (Bélgica) 10. Andy Carroll (Inglaterra)

No artigo “A praga do politicamente correto” (abr/09, pág. 44), está escrito que o Brasil venceu a Copa América de 2005. O torneio foi disputado em 2004

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Te Terr err rra a e Ma M r-C -CE EEsstá tá lon nge ge de pa p re recceer um m dis i ti t nttiv ivo.. Mas pa Ma p sssaria ariaa ar ttrran annqu qu uililam ilaam men ent nte te por um po uma poous usaad ada naa pra raia iaa

Atlé Atlé At ético tiic co o So oro oca caba b -SSP ba O ti timee sor oroc ocab oc abban ano – qu uee,, com omo o Ce Cene ennee, perten pe pert enncee aaoo Re Revve verreeend ndo nd ndo Mooon M on – não qui u s fi f ccaar ar atrá at ráss do rá doss ca cava vaalos loos al a ad a os os d irm do rm mão ã e pôs loggo do dois is unicórnioss

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N vo No o H riizo Ho ontte-G - O O di d st stin nti t voo tinha inha h tu tudo udo do paarra seer razo ra zoááv ável e,m maas as o sool g omét ge om méttri ricco eem m um m céu cé éu azzul nnão ão peg egou ou muit mu ito bem com o am marrel elo e pr elo preetto pret

Crat Cr atto-CCE a Comb Co m in nar ar aazu zull escu es curo r com ver ro verdddee n o é um nã uma booa idéi éiaa. C éi Col oloc locar arr um um maa flor fl flor o com m um maa bola com bo mo mi miol olo, o, meno me nos aaiind n a

por Ricardo Espina

£ 4 mil Valor (equivalente a € 4,54 mil) que, segundo a federação inglesa, o atacante David Mannix, do Accrington, teria apostado na derrota de seu time para o Bury em partida da quarta divisão inglesa. Outros quatro jogadores (sendo um do Bury) teriam feito o mesmo

FULL HOUSE Após deixar a Atalanta, Christian Vieri arrumou uma forma de ocupar seu tempo enquanto aguarda uma proposta de algum clube. O atacante tentará a sorte em torneios de pôquer, mas isso não significa que tenha colocado um ponto final em sua carreira nos gramados. “Gosto muito de jogar baralho, mas o futebol ainda faz parte do meu futuro. Só vou me aposentar oficialmente quando estiver de saco cheio de correr atrás uma bola”, afirmou o jogador de 35 anos.

Com a mão no bolso Hud D’Alessandro, jogador do Sant’Erasmo, queria chamar a atenção do quarto árbitro por ter sido expulso durante a derrota de sua equipe para o Alvisiana, em partida da Seconda Categoria de Veneza (equivalente à nona divisão italiana). A saída encontrada pelo atleta foi, digamos, natural ao extremo: ele estava completamente pelado. D’Alessandro disse que já estava tomando banho quando percebeu que o árbitro descera aos vestiários. Ele não teria pensado duas vezes e foi reclamar mesmo sem vestir qualquer peça de roupa. O “naturista” acabou punido com rigor: a LND (Lega Nazionale Dilettanti, entidade que rege o futebol amador na Itália) o suspendeu até 31 de dezembro.

NA ESPERA Getty Images/AFP

Mohamed Camara segue seu sonho de se tornar jogador de futebol no Brasil. O jovem, que deixou a Guiné e embarcou clandestinamente em um navio não causou grandes suspiros no Bahia, onde fez seus primeiros testes. O jovem de 17 anos procurou uma outra equipe e finalmente teve boas notícias: foi aprovado na peneira da ABB (Associação dos Bancários da Bahia), que cumpre boa campanha no campeonato estadual de juniores. Maio de 2009

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GERAL » REPLAY 14

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DALE DALE Boca Juniors e River Plate nem iam muito bem no Torneo Clausura da Argentina, mas o fato de se encontrarem é sempre motivo para lotar o estádio como se fosse final de Copa do Mundo

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Stringer/Reuters

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Encubadora de talentos PENEIRA » BRASILEIRÃO

ADÍLSON: primeira oportunidade real Nome Adílson Warken Nascimento 16/janeiro/1987, Na em Bom Princípio-RS Altura 1,81 m Peso 72 kg Carreira Grêmio (desde 2007)

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Gaúcho e ganhou a confiança do extécnico gremista Celso Roth. Foi o fim de uma trajetória atribulada. Promovido para o time profissional em 2007, Adílson sofreu com diversas lesões, que o tiraram de ação no início de 2008. Tanto que tem pouca experiência mesmo para sua idade. Quando tiver mais oportunidades, pode atingir todo seu potencial. Na

Em 2008, o Grêmio disputou o título nacional até a última rodada mesmo sem contar com um elenco dos mais impressionantes no papel. Grande parte da força do time estava na jovem dupla de volantes Rafael Carioca e Willian Magrão. Por isso, a torcida tricolor se assustou ao ver que Magrão se contundira com gravidade no início desta temporada. A diretoria até cogitou contratar outro jogador para a posição, mas desistiu após as primeiras partidas de Adílson. Forte na marcação, o jovem de 22 anos teve boas atuações no Campeonato

VICTOR RAMOS

CHIQUINHO

RENATINHO

O Vitória é sempre um dos clubes que mais chamam a atenção de descobridores de talentos. Para 2009, um dos candidatos a se tornar revelação rubro-negra no Brasileirão é Victor Ramos. O zagueiro de 19 anos tem força e habilidade acima da média dos jogadores de sua idade na posição. Ainda é reserva, mas sua explosão é vista como questão de tempo em Salvador.

Mais um meia revelado pelas categorias de base atleticanas. Chiquinho foi uma aposta de Leão para esta temporada. Uma aposta recompensada: o habilidoso meia-esquerda foi decisivo na vitória do Atlético Mineiro contra o Villa Nova. Com experiência na Seleção Brasileira sub-17, pode ser figura importante para a recuperação do Atlético em 2009.

Com velocidade, pontaria e boa visão de jogo, Renatinho foi promovido para a equipe principal do Coritiba pelo então técnico Dorival Júnior. No entanto, o mesmo treinador o afastou, alegando que o bom rendimento que vinha apresentando havia caído. Abatido, foi emprestado ao Londrina, onde teve ótimo desempenho, e garantiu sua vaga de volta na equipe paranaense.

Nome Francisco Souza dos Santos Nascimento 27/janeiro/1989, em Caxias-MA Altura 1,70 m Peso 70 kg Carreira Atlético Mineiro (desde 2009)

Nome Renato Ribeiro Calixto Nascimento 4/janeiro/1988, em Cardoso-SP Altura 1,67 m Peso 68 kg Carreira Coritiba (2006 e 2007), Londrina (2008) e Coritiba (desde 2009)

Nome Victor Ramos Ferreira Nascimento 5/maio/1989, em Salvador Altura 1,92 m Peso 78 kg Carreira Vitória (desde 2008)

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iro, Rafael Carioca, Keirrison, Taison, Jean, Madson. Há um ano, esses jogadores eram apenas promessas que sonhavam em usar o Brasileirão para se destacar nacionalmente. Hoje, alguns já são observados por grandes clubes, eventualmente até pelos europeus.

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Com a venda incessante de jogadores para o exterior, a Série A sempre abre espaço para jovens surgirem. O principal candidato a revelação do torneio é Neymar, garoto santista tratado como craque desde os 14 anos, que se profissionalizou. Mas outros nomes também podem se tornar familiares ao torcedor.

por Mayra Siqueira

BOQUITA: destaque entre os mais velhos oss

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Nome Rafael Aparecido da Silva Nascimento 7/abril/1990, em São Paulo Altura 1,79 m Peso 72 kg Carreira Corinthians

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(desde 2005)

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po e fez o gol que abriu caminho para uma difícil vitória. Contra o Guaratinguetá, já entrou como titular e atuou os 90 minutos, enquanto no clássico contra o São Paulo na primeira fase, deu assistência para que André Santos empatar. Nessas partidas, viu-se um jogador com visão de jogo, bom posicionamento no meio-campo e frieza para fazer assistências. Se seguir nesse caminho, Boquita pode ter ainda mais espaço no Corinthians durante o Brasileirão.

Ricard

Para um Corinthians que subiu para a Série A do Brasileirão em 2009, o foco do início do ano certamente não era o titulo do Paulista, e muito menos da Copa São Paulo. Mas, ao vencer a Copinha pela sétima vez, o Alvinegro soube que podia contar com suas categorias de base. Um foi promovido imediatamente: Boquita. Foi uma decisão providencial. Com a má fase física e técnica de Douglas no início da temporada, o meia dos juniores rapidamente recebeu oportunidades no time principal. Contra o Mogi Mirim, no Pacaembu, entrou em cam-

WALTER

ALAN

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Walter se notabiliza pelos potentes chutes de longa distância e a força física incomum para sua idade. Destaque na Seleção Brasileira campeã sul-americana sub-21, o atacante já chamou a atenção de clubes estrangeiros. No entanto, ainda peca pela inexperiência, perdendo algumas oportunidades de gol por falta de tranquilidade, e pelo comportamento.

Saindo do banco, Alan estreou fazendo o primeiro gol da vitória de virada do Fluminense contra o Botafogo pela Taça Rio. Não apenas pela importância do lance, mas pela técnica mostrada em sua feitura, o atacante já é visto como um dos jovens que devem receber muitas oportunidades de Carlos Alberto Parreira na temporada. Isso se superar a concorrência de Tartá e Maicon.

Parte do projeto do Vasco de procurar jogadores mais novos para montar um time bom e barato, Titi chegou a São Januário para reforçar a defesa, ponto fraco do time em 2008. Rapidamente o zagueiro mostrou potencial. Com técnica razoável para a posição e boa estatura, se tornou um dos destaques do time de Dorival Júnior. Também pode atuar na lateral-esquerda.

Nome Alan Douglas B. de Carvalho Nascimento 10/julho/1989, em José Bonifácio-SP Altura 1,83 m Peso 74 kg Carreira Fluminense (desde 2007)

Nome Christian Chagas Tarouco Nascimento 12/março/1988, em Pelotas-RS Altura 1,88 m Peso 83 kg Carreira Internacional (2007 e 2008) , Náutico (2008) e Vasco (desde 2009)

Nome Walter Henrique da Silva Nascimento 22/julho/1989, em Recife Altura 1,76 m Peso 86 kg Carreira Internacional (desde 2007)

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Edmar Melo/Futura Press

por Gustavo Hofman

ENTREVISTA 禄 NELSINHO BAPTISTA

Nelsinho Baptista d谩 de ombros para seu pr贸prio passado e diz que s贸 pensa no trabalho que vem fazendo no Sport

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“Não volto a falar sobre o

passado” dia não era dos melhores para uma entrevista com o técnico do Sport. Menos de 48 horas antes, em plena Ilha do Retiro, Nelsinho Baptista não evitou a derrota de seu time para o Palmeiras, pela primeira fase da Libertadores. Após todo clima criado que rondou do jogo, os pernambucanos saíram derrotados e aquele resultado podia complicá-los no decorrer da competição – na semana seguinte, recuperaram terreno ao empatar com o mesmo Palmeiras no Palestra Itália. O técnico não usou o resultado como pretexto para cancelar ou adiar a entrevista. Ainda estava tenso pela derrota, mas manteve o compromisso e falou com a Trivela. Só pediu para que a entrevista não demorasse muito, o que naturalmente não podia acontecer. Ele entendeu e a conversa seguiu. Ficou evidente como Nelsinho sente que vive um bom momento. A ponto de achar que essa é uma fase crucial para a história do Leão. “Como cresceu o Cruzeiro, o Grêmio, o Internacional algumas décadas atrás, o Sport está crescendo agora”, comenta. O clima amistoso só foi interrompido quando a entrevista passou a abordar toda a carreira do técnico. Aí, Nelsinho preferiu encerrar a conversa. “Tenho 58 anos, não preciso disso, não preciso fazer nenhum marketing. Quero conversar sobre meu presente, porque é o que importa para mim”.

O

Você não chegou ao Sport em alta, tinha acabado de cair com o Corinthians. Mesmo assim, teve uma química muito grande com o clube e a torcida. O que deu tão certo? Acho que um dos fatores positivos foi que eu iniciei um trabalho. Cheguei aqui, havia um grupo de atletas e tivemos que realizar algumas contratações. Tudo isso foi feito em consenso. A equipe manteve quase 80% do grupo de 2007 e em 2008 tivemos muito critério nas contratações, que deixaram o elenco forte. E como é seu relacionamento com a torcida do Sport? É normal que, com a minha chegada, eu tenha sido muito cobrado. Vinha de um rebaixamento no Corinthians e, logicamente, existiam algumas dúvidas a respeito do que eu poderia fazer aqui em Recife. Mas acho que eles tiveram

paciência e os resultados aconteceram. Aí, tudo fica tranquilo. O que aconteceu no último ano para a Ilha do Retiro ter criado essa aura de alçapão? Acho que é o Sport que está crescendo. Como cresceu o Cruzeiro, o Grêmio, o Internacional algumas décadas atrás, o Sport está crescendo agora. É um momento muito importante para o clube. Todos estão vendo que o futebol de Pernambuco tem sido bem representado. Assim, ficou complicado jogar aqui, porque a torcida sempre está presente, incentiva, joga com o time nos 90 minutos. Como foi montar esse elenco para a disputa da Libertadores sem ter tantos recursos? Tivemos um ano para fazer isso. Em 2008, fizemos uma triagem e decidimos um critério de selecionamento. Observamos tudo ao

longo do ano e analisamos aqueles jogadores que poderiam ficar e os que teriam que sair para termos um planejamento executável. Chegamos ao final de 2008 com 22 jogadores definidos, documentados e prontos para iniciar uma temporada. E ainda existia a possibilidade de contratações. A estreia do Sport na Libertadores, vitória sobre o Colo-Colo no Chile, o surpreendeu? Não, não me surpreendeu. Sempre temos o objetivo de vencer, e logicamente nos preparamos para isso. Acompanhamos o Colo-Colo por quase 20 dias, vimos alguns jogos, tínhamos um observador que passava todas as informações para nós. Fomos para Santiago muito conscientes, e, além disso, eu ainda tinha a experiência vivida por um ano no próprio Colo-Colo. Assim, sabia as dificuldades que eles sentiam e o que era favorável para eles durante o jogo. Tudo isso colaborou para o resultado positivo, mas o principal mesmo foi a atuação do time, que teve boa postura, atitude e personalidade. E a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, na Ilha do Retiro, o que deu errado? Sempre que você perde uma partida há algo errado. Mas eu prefiro ver pelo equilíbrio da chave, apontado como o mais difícil da Libertadores, considerado o grupo da morte. É só ver como temos, no quadrangular, três ex-campeões sul-americanos. Nós ganhaMaio de 2009

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Chegamos ao final de 2008 com 22 jogadores definidos, documentados e prontos para iniciar uma temporada

Por que Sport e Palmeiras, nos últimos meses, criaram uma certa rivalidade? Não acho que houve alguma polêmica em termos de clubes. Nós tivemos quatro disputas no ano passado: duas pelo Campeonato Brasileiro e duas pela Copa do Brasil. Logicamente que a eliminação do Palmeiras nacionalmente ficou mais explícita, e naturalmente a imprensa de São Paulo ressaltou isso. Com essa sequência de jogos, também se alimentou uma polêmica, mas não houve nada demais. E em que condição real o Sport chega para o Campeonato Brasileiro? Acho que estamos em um momento importante: a equipe tem jogos bem difíceis pela frente e espero que ainda estejamos disputando a Libertadores quando o Campeonato Brasileiro se iniciar. Isso seria muito fundamental, porque começaríamos o Brasileiro com uma certa dinâmica. E esse início de campeonato é faz toda a diferença. Mas qual seria o objetivo do time para o campeonato? O Sport tem que aproveitar esse momento e crescer. Como o Cruzeiro cresceu, como o Atlético Mineiro cresceu, como o Grêmio e Inter cresceram. Antigamente nós

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tínhamos o eixo Rio-São Paulo, hoje nós temos o eixo Minas-Rio Grande do Sul. Então eu também acho que é o momento para o Sport crescer. Você disputou uma Libertadores como jogador, pelo São Paulo, e outras duas como técnico, por Corinthians e Colo-Colo. A competição mudou muito desde então? Mudou bastante, porque hoje a Libertadores é mostrada na televisão. Quando eu era jogador, era muito complicado atuar fora do país. A arbitragem, o comportamento do time local, a recepção dos visitantes, era tudo muito complicado. Hoje não. Veja, por exemplo, o nosso jogo contra o Palmeiras. Passou para o Brasil inteiro, só não foi transmitido para Belo Horizonte. Todos os profissionais que estão envolvidos, desde os árbitros, jogadores, comissão técnica, têm que mostrar um bom trabalho. Ainda sonha com a Seleção Brasileira? Não. Não tenho mais esse sonho. Acho que já tive esse momento, estive muito perto, mas eu preferi sair do país. Trabalhei fora por dez anos e isso me atrapalhou bastante. Eu perdi esse espaço e não tenho mais esse sonho. Como avalia o trabalho do Dunga na Seleção? O Dunga tem possibilidade de ser um vitorioso. Ele está ganhando experiência a cada jogo e tem conseguido resultados. Não conheço seu trabalho de perto, mas é um profissional que tem uma vida dentro da própria CBF e tem demonstrado atitude e personalidade. Como técnico da Seleção, é lógico que vai ser questionado durante todo seu trabalho. Enquanto

Claudio Santana/AFP

mos do Colo Colo, que ganhou do Palmeiras, que ganhou da gente. Está bem nivelado. Foi uma partida em que o Palmeiras fez mais do que o dobro de faltas que o Sport, finalizamos mais do que o dobro de vezes que o Palmeiras e, ainda assim, perdemos. Só posso dizer que, dentro da proposta de se defender e não deixar o Sport ganhar, eles foram felizes.

Nelson Baptista Junior Nascimento 22/julho/1950, em Campinas-SP Carreira como jogador Ponte Preta (1967 a 71) , São Paulo (1971 a 77) , Santos (1977 a 81) e Juventus (1981 a 84) Títulos como jogador Campeonato Paulista (1975 e 78) e Taça de Prata (1982) Carreira como técnico São Bento (1985) , Ponte Preta (1985 a 86, 2000 a 2001 e 2007) , Internacional-SP (1986) , Atlético Paranaense (1987 a 88) , Sporting de Barranquilla (1989) , América-SP (1989) , Novorizontino (1990) , Corinthians (1990 a 91, 1996 a 97 e 2007) , Guarani (1991) , Palmeiras (1992 a 93) , Al HilalEAU (1993 a 94) , Verdy Kawasaki-JAP (1994 a 96) , Internacional (1996) , Cruzeiro (1997) , São Paulo (1998 e 2001 a 2002) , Colo-Colo-CHI (1999) , Portuguesa (2000) , Goiás (2002 a 2003) , Flamengo (2003) , São Caetano (2003 e 2006) , Nagoya Grampus-JAP (2003 a 2005) , Santos (2005) e Sport (desde 2008) Títulos como treinador Campeonato Brasileiro (1990) , Copa do Brasil (2008) , Campeonato Japonês (1994 e 95) , Copa Nabisco (1995) , Campeonato Paulista (1997 e 98) , Campeonato Paranaense (1988) e Campeonato Pernambucano (2008)

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Na época da escolha dele, muitos treinadores foram contra por achar que ele precisava trilhar uma carreira antes de chegar à Seleção. Concorda com isso? Sabe por que eu não concordo? Porque a categoria de treinadores é completamente desunida. Os grandes treinadores, aqueles que poderiam ser a voz em um momento como a escolha do técnico da Seleção, procuram a individualidade. Querem trabalhar por eles e não pelo futebol brasileiro. Até existem sindicatos, mas eles ficam abandonados. Se o nosso sindicato tivesse força, isso não aconteceria. Por isso eu não julgo e não critico a escolha do Dunga. Já que nós não temos uma voz forte para combater uma escolha como essa, por que vou questionar a escalação do Dunga? Você citou a imprensa de São Paulo no caso da rivalidade com o Palmeiras. No Nordeste, se fala muito sobre uma perseguição da imprensa paulista e carioca contra os times da região. Você é paulista e construiu sua carreira no Estado. Acha que existe isso? Não é uma perseguição, mas, se eu dissesse que há uma divulgação quase zero do futebol de Pernambuco, eu não estaria mentindo. Por isso, acho que existe uma valorização menor das equipes do Nordeste. Agora, o que há em termos de guerra, como na Libertadores e essa partida envolvendo o Palmeiras, não existiu nada. Nos outros dois jogos que tivemos em Recife no ano passado também não houve nada, problema algum. Isso que eu digo: às vezes as coisas são colocadas de uma forma que parece que, quando você chegar aqui no Nordeste, vai sofrer retaliações. Magoa quando a imprensa faz referências a você pelas goleadas sofridas por sete gols? Não me incomoda nada. Segui minha vida, acho que as pes-

soas que ficam olhando para trás são pessoas que ficam para trás. Se eu tivesse preocupação com o passado, quando eu caí com o Corinthians ficava dentro de casa e não saía mais para trabalhar. Continuei meu trabalho, segui vencendo, mostrei minha capacidade e continuo assim. Não me preocupo com as pessoas que ficam só pensando para trás. Acho que temos que olhar para a frente, se não você vai sempre ver alguém passando você. Sobre esses jogos, o que aconteceu naquela derrota do Santos para o Corinthians em 2005? [Irritado] Veja bem, eu não volto a falar sobre o passado. Então, se quiser continuar a entrevista, vamos continuar para frente. Hoje sou treinador do Sport, o que você quiser saber sobre o Sport, Libertadores, Campeonato Brasileiro, futebol pernambucano, vamos para frente. Para trás eu não volto.

Mas podemos pelo menos dar uma pincelada em alguns pontos da sua carreira, como os trabalhos no Corinthians, Colo-Colo, Ponte Preta... Não, não. Não posso, porque se você for lembrar do rebaixamento do Corinthians, você vai ter que lembrar dos títulos que eu ganhei no Corinthians. E eu não quero nada disso. A entrevista é geral, sobre sua carreira, tanto que na minha pauta estão perguntas sobre o título brasileiro de 1990 e o vice-campeonato paulista pelo Novorizontino. Não, eu não quero conversar sobre isso. Sabe por quê? Porque tenho 58 anos, não preciso disso, não preciso fazer nenhum marketing. Entendeu? Quero conversar sobre meu presente, porque é o que importa para mim. O meu passado as pessoas já sabem, então eu quero conversar sobre o meu presente.

Denny Cesare/Futura Press

ele tiver resultados positivos vai ser elogiado, e quando ele perder vai ser criticado. É normal.

Se você for lembrar do rebaixamento do Corinthians, vai ter que lembrar dos títulos que eu ganhei no Corinthians Maio de 2009

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CAPA » BRASILEIRÃO

Ronaldo Contrato até 31/dez/2009

Ainda tem nome e talento, mas não deve querer deixar o país tão cedo

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Mauricio Lima/AFP

por Gustavo Hofman

Há muito tempo o Campeonato Brasileiro não reunia tantos jogadores com condições de fazer sucesso na Europa, uma situação que pode pautar a disputa do torneio e chamar uma atenção extra do torcedor

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onaldo não fazia uma boa partida contra o São Paulo no jogo de volta da semifinal do Campeonato Paulista. Movimentava-se menos que em suas aparições anteriores e o Corinthians como um todo tinha atuação discreta. Como o Tricolor não impunha a pressão de que precisava, a partida seguia equilibrada e sem empolgar o torcedor. Até que, entre os 10 e 13 minutos do segundo tempo, o atacante mudou o jogo. Armou um contra-ataque e correu mais que a defesa são-paulina em outro para deixar o placar em 2 a 0 para os alvinegros. É a diferença de ter um craque. Por todo o impacto de sua chegada ao Parque São Jorge, é claro que o Fenômeno vem à mente de quase todos quando se fala em foras-de-série que atuam no Brasil. Mas ele não está sozinho. Muito pelo contrário. O Internacional conta com Nilmar e D’Alessandro. O Fluminense tem esperança nos gols de Fred. O Palmeiras torce para o retorno da boa fase de Keirrison e confia na experiência de Marcos. O São

Paulo tem em Hernanes seu homem forte com a contusão de Rogério Ceni. E assim segue por vários outros clubes. O Campeonato Brasileiro de 2009 reunirá todos esses nomes. É pouco se comparado à Premier League inglesa, à Serie A italiana ou ao Campeonato Espanhol. Mas já é bastante em comparação ao que vinha ocorrendo por aqui nos últimos anos, em que a saída de jovens quase imberbes foi muito maior que a consolidação ou retorno de grandes jogadores. Esse cenário deve, além de abrir o apetite do torcedor para o Brasileirão que se inicia, pautar o próprio desenrolar da competição. Qualquer um desses craques, quando aparecem, podem decidir. Foi o que ocorreu com o Corinthians de Ronaldo contra o São Paulo de um apagado Hernanes. Como foi o passe genial de D’Alessandro para Índio virar o Gre-Nal do segundo turno do Gauchão. E foi o “nãocomparecimento” de seus grandes jogadores que prejudicou Fluminense e Palmeiras nas derrotas diante de Flamengo e Santos. É legítimo imaginar que boa parte do sucesso – ou insucesso – dos times no Brasileirão se dará no bom aproveitamento de suas estrelas. Não que a responMaio de 2009

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Nilmar Contrato até 12/set/2011

Vender seus melhores jogadores é uma política do Inter. E Nilmar está em alta...

sab sabi sa biilliidaade d de dese deeseeq qu uillib bra r r seja se ja ssom omen om entee d en del e ass. Ma el Mass es esta taará tará r um m pas asso so à fre rent ntee do nt doss co connco orr rren een nttees qu q em m sou oube berr m mo onon n-tar u ta um ma eq qu uiipe baallan nce ceada cea da qu ue pe perm rmit rm itta ao ita os cr c aq a ue ues b brriil ar lh a – e, ev ven e tu tual alme lme ment en ntte, e, traan nssmittiir um mi m pou uco co deessssee poder od der er de deeciissãão ao a s cco omp mpan anhe an heeiirros h os.

Cada um com Ca m su uas arm mas a O pr p im mei eiro ro a se pr ro p eo eocu cu cup upa par cco om issso é just ju sttam amen ent en nte te que uem de deté tém té m o ttíítu ulo lo. O Sã São ão P ul Pa ulo, o atu o, t al ttri riica camp mp peã eão na naci cion ci onal on al, en al, al e tr traa naa com mpe peti tiçã ti ç o co çã com m a baasee do el e en enco co d daa últi úl tiimaa tem mpo pora raada da. a. Se Sem m R Ro ogééri r o Ce Ceni ni,, ni fo oraa p por or con ntu usã são, ão, o, os ho holo l fo lo fote ttees see vol otam ta am pa p ra o pri r ncip ncip nc ipal all jog ogad ador or do úl ú ti timo timo o B as Br a il ileirã ilei eiirãão o:: Her ernaanes. erna nes. O vo ne ollan a te t fo oii allvo de di vo dive veerssas as esp peccul ulaç ulaç açõe çõe õ s na Eurrop opa, a, m s ne ma nenh nh n hum umaa pr prop opos op osta os t con ta oncr cret cret eta ta ap paarece re rece ceu e el elee se segu gue no gu o Mor orum rum umbi mbi b. Não Nã o dá par a a ig igno igno noraar a im mpo p rt r ân ânci ciia cia qu q ue o pe perrn nam mbu buca cano no tem em no de dese semp mpepeenho nh o do tim imee. e. Isso ssso fiico cou u ev vid den nte com omo o

allgu uma mas at atua uaçõ açõ ç es e ffra raaca cass ssee traans n form form fo rmamaram na má faasee ssão ra ão-p ão -p pau auli lina li naa n naa reettaa fii naal do do Pau uli list list sta. a. O tem emor or d dee um iimp mp pac act ainda to in nda d maiior com m a eeve vent ve ntua nt u l saaíd ua ída d dee Hern He rn nan aness par ara a Eu uro ropa p mot pa o ivou iv vou a d dir irree tori to ria a co ri ont ntraataar Ar Arou ouca ca, a, jo jog gaado d r de d caaractter ra eríís ísti ísti tica cas pa ca parre recciida reci das as, s, n no o in iníc íccio do an ano. no. o O vo vola laant nte tr tric i ol olor o se en nca caix ixaa naa caa-tego te g riia dee graande go nd de jo j ga g do dor qu dor que br bril ilha il lha no o Bra rasi sill p si po orq rque u ain ue nda da não o foii p par arra a Eu uropa ro opa p . At A é po p r se s r jo j ve v m,, há um um cer erto to o reece ceio io od dee ro rottu ulá-l lá-llo de “cr lá craq aq que” ue” p ue prrec eciip ta pi t dame dame da m nt nte. te. e No een nta tant nto nt o,, não o há co co-mo m o neg egar ar ssua uaa ccap ap pac a id idad aad de de d faz azer er a diife f reenç nçaa em m um to ornei rn nei e o te t cn c ic icam am men e tee aind ai nd n da opac opaco. op acco. o. É o m mes esmo es mo o cas aso o do d cru ru-z ir ze iren en nse se Ramir amires am ires es,, ou utr t o jo joga oga gado dorr qu quee see trans raan nssfo form rmou u em teerm r ô ôm mettro do de d s mp se pen enho nho o de su ua eq equipe uipe ui pe. C nt Co n raata t do o em ab bri rill de d 200 007 ju unnto aao o Jo Joinvi invi in villle, e, o vol olante olan anttee ava an van nçça ça tant taan ntto qu ue pa pare arece reece ce um um me m iaa-a -ata tacant cant ca nte te em m vár á io os mo m omeentos ntos nt o . Ta Tall ve v rssatil atil at ilid idad id dad ade de já já ccha hamo hamo ha mou u a at aten ençãão do fut ençã u eb ebol bo oll eur urop opeu op u e mot otiv otiv ivou ou u o Lo oko komo moti mo tiv ti v Mo Mosc s ou sc u a fazer azer u az uma ma pro r p st po staa pa p ra r llev eváev á-lo álo oàR Rús ússi ús siia em 200 sia 008. 8.. O jo ogaado d r ac acho ho ou m maaiss iint n er nt e esssa sant ntte se n segu guir gu irr no n o Braasiil p paara ra eevo volu vo uiirr m maai ais. No en ais. enta tant ta n o,, nt sua su ua sa saíd ída pa pare rece ce iine neevi nevi vittááve vitá vell.l. Em m abr b il il, a di dire reto to ori riaa cr cruz u eeiire rens nse qu ns quaa asee ven ende deu de u 30 30% % do dos di dire reit itto oss eco conô onô ômi mico c s co dee Ram amir irreess com o emp m reesá sári árriio Gi Giul ulia ul iano ia no n o Beertol B rttol oluc luc u ci c , re repr prressen p enta tant ntee do nt do jog o aad dor o ao lado la ado o do ex x-zzag gue ueir iro ir o Wi Wils lson Go lson ls otttaard r o. o O pr pres esid siden id den ente te Zeezzzéé Perr Perr Pe rrel elaa cch el heeg gou u a darr ent en nttrrev evis ista tass da ta dand do o ne neg góci gó óci cio o co omo m cer er-to o. A de desi sist s ên st ênci ciaa re ci r pe p nt ntin inaa po in pode dee sig d igni ni-ni f ca fi c r qu que ap a ar arec e eu e pro ropo post sstta meelh l orr.

Lucas Uebel/Vipcomm

OS TÉCNICOS ESTRELAS

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Se, em campo, o Campeonato Brasileiro está cheio de craques, no banco de reservas seus técnicos também atraem os holofotes. Uma situação até compreensível quando há tantos comandados de nome. Os principais destaques são Carlos Alberto Parreira (Fluminense), Emerson Leão (Atlético Mineiro), Mano Menezes (Corinthians), Muricy Ramalho (São Paulo) e Vanderlei Luxemburgo (Palmeiras). Nesse grupo, há três ex-treinadores da Seleção e três campeões brasileiros. Foi para ter um comandante desse status que o Grêmio se sujeitou a ficar um mês com técnico interino para esperar a chegada de Paulo Autuori. Na prática, são os técnicos com mais grife no Brasil na atualidade. No entanto, diferente dos grandes jogadores brasileiros, o mercado europeu ainda é restrito para eles. Mesmo assim, Parreira, Luxemburgo e Autuori já tiveram experiências no Velho Continente.

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4/24/09 8:05:05 PM


Hern He rnan rn an nes e e Ram mir i es e apa pare are rec ece cem co cem como princ riinc ncip cip i aaiis is no ome m s do d g gru rupo ru po de “c “cra ra-ra qu ueess em po p teenc nciaal” l qu uee dis i pu puta tarrãão o Brras a ilei illei eirã rãão. o. T Tan anto an nto o que a d dup upla up la jjáá te teve ve atéé op at o o orrtu tuni nida ni dade da d s na de na Sel eleç e ão eç oeg gua uard ua rd da esspe pera ranç ra nçças as de at a uaar naa Cop o a de 201 010 0.. Aind Ai Aind da bu b sccan ando ndo do eess s a co ss cond ndiç dição ã est s ão outtrras pro ou rome meessssas m as que u aaiin inda inda da não ão ssão ão o prop pr opri riam ri am men ente te cra raqu ques qu e , ma es mass mo mostra sttrara raara ram taaleent nto to pa para para r sêsêê lo los um dia ia. Tant nto o que que qu é es e see trata raata tam ment me nto to qu que ue o oss pal a me meir i en ir nse sess d sp di spen ensa en nssaam am a Keeirrri riso son,, os ru so ubr broo-ne o-ne onegr gross gr dee Peerrnam naamb mbuc uco dã dão ão a Ci Ciro ro,, os o san a ti tisstaas, a Ney ey yma mar, ma r, e os co colo lora lo rado d s a Ta Tais i on is o e An Andr d ezzin dr inho ho. ho o

Cobras criadas

Contrato até 4/mar/2014

Atacante de nível de Seleção, pode voltar à Europa a qualquer hora, apesar do longo contrato

m ng ma ngas a da cami as cami ca misa ssaa e no caalç lção ão o. Um U m iinv nves nv essti time ment me ntto de dess ssse po porte port rte só se rt paaga paga gará rráá – se é qu quee se se p pag ag agar garrá – em m llon on onngo prraazo o. O attacan acante ac ante já im mag gin ina qu quan anan tos go tos to gols se se vê em co c nd diç içõe õ s de faz õe azer e. er “C Con onta tand ta n o os jjog nd ogos og os aaté té o fin inal al d do o an ano, o, 3 g 30 gol olss se ol seri riaa um núm ri núm ú er ero o be bem m in inte terreeste s sant sa ntee””. O m nt nte” mo odo do com omo o Ro Rona n ld na ldo o de deci c di ci diu u o duro duro du o jog ogo o co cont ntra nt ra o São P Pau au ulo l deu ssiiinaaiss p pos osit os itiv it ivoss a res ivos iv espe p it pe ito o do quee eele le pode faz azer er eem m um cclá l sssic lá ico. o. Mas a dep e en nde derá ráá mu uit i o da q qua uant ua ntid nt idad id ad de de p par a ti ar tida dass qu da quee o caami m sa 9 cor orin inti in t an ti no pod pode po deráá dispu ispu putta tar. r. O tr Ou tro o ex exem em mpl plo o de gra rand n e jo nd joga gador dor q qu ue pod po de ffaz de azer az err a d dif iffer eren ença en ça no Br Bras a il as ilei eirã ei rãão – e es esse s m se mai a s jo ai jove vem ve m qu quee Ro R naald ldo o–é Fred Fr ed,, qu ed q e há trê rêss an nos era col oleg egaa do eg Fenô Fe nôme nô meno me no o na Se Sele leçã le ç o qu çã ue di disp sput sp utou ut o a ou Co Copa opa de 20 006 6ep pin in ntaava v com omo o um d dos oss gran gr ande an d s ce de cent ntro nt r av ro avan aan ntees do paí aíss pa paraa a para próx pr óxim óx imaa dé im déca cada ca da.. O attaaccan da ante te de 25 anos no os (sette a me (s meno no n os qu quee o co c ri r nt n iano iaano no)) ap apor or-or tou to u no n Flu lumi m ne nens n e de ns devi vido vi do à g geen ener ener ero osiid daade de da Un Unim Unim imed e , pa ed p tr troc ocin oc inad in ad dor oa d do o c ub cl ubee da dass La Lara r nj ra njei eiira rass.. ras.

Jorge R. Jorge

Karim Jaafar/AFP

J ve Jo vens nss d dee gr graande tal alen ento en to fo orram bas atant ta nev nt viist s oss nos o Braasi sile leeir i õe õess re rece cent ce nttess. O quee re qu real ealme allme ment nte te di d fe fere ree d do o co con nven nven nv nci cion onal al é a pr p es esen ença nççaa de jo jog gado ga ado dore rees co om merc meerc rcaado no exte do ex xteeri r or o quee vol olta taraam. ta m. É verrda dade de qu que ue elles não não tin nha h m pr prop op o pos osttaas das daas ma mais is v lt vu ltos tos osas as, ma as, as mass ttaambém mbém mo mb osstrra um u cer cer er-to pod to oder de atra attraaçã ção do doss cl club ubess b ubes bra rasi ra s le si leiir s no atu ro tual uall ccen enár en á io m mu undiial un al – até pella poss po ssib ss ibil ib ilid il idad id ad de de eenc nco nc ontr ontr trar rar arem em par arce ceir ce iros ir os q e ba qu banq nq quem uem av ue aven entu entu uraas fiina n nc ncei cei eira eira r s. s. Nos No os úl últiimo m s an a oss, ne n nh nhu uma co uma um cont n raant taçã ta ção o de de um cl c ub ubee br bras asil asil ilei eiiro o foi oi tão midi mi d átic di átticca qu quan an nto to a de Ro Rona nald na ld do peelo o Cori Co riint rint nthi hian hi an ns. s. Attéé por o iss sso, o elee é sím o, sím ímbo b bo lo des esse se feen nôm men eno o (s (sem eem m tro ocaadi dilh lho)) d lho) dee joga joga jo gado dore dore do ress fo fora rass-de sde-s -ssér érie ér ie dis ie ispu puta pu tand ta ndo nd oo Caampeo mp peo eona n to na t Bra rasi asi sile leir iro ir o. P Par araa tr ar traz azêaz ê lo êlo,, o Al Alvi v neegr vi gro te gro teve ve de pa paga g r um sal ga alár ário ário o acim ac imaa de seu im u pad adrão rãão e ceedeer um umaa parpaarr te do aarrre te reca cada ca dado dado da d ccom om o m pat atro rocí ro cíni cí nio ni o na n s

Fred

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4/27/09 1:51:52 PM


“MERC CADÔMETRO” DO BRASILEIRÃO Noo mei eioo do d ano no, qu no, q an ando do for o abeert rtaa a jaanneelaa de tr tran ansf an sfer sf erên er ênci ênc ên cias cia as eurrooppei eia, a, aalg a, lggun unss do d s pprrinnci c pa pais is dessta taqu qu ques uess do Br Bras assili ei e rã rãoo poode dem m deeix ixar ar seeu us cl club ubes e , me es m smo sm mo co com m a cr cris isee ec econ con onôm ômica ômic ôm ica m ic mu unddia ial. al. Vej eja ja co como mo est stáá a siitu tuaç açãoo dos ação os desstaaqu ques de se ques seuu time tiime me..

Jogad dor

Contrato

Mercado

Observação

André Santos

31 1/d /dez ez/2 ez / 01 /2 0 0

Um ddos os m mel elho lho hore ress jo joga gado ga dore do ress do C re Cor orin inth thiians th ns já foi foi s nddaaddo em so m 200 2008 008

Bru uno

31/d 31/d 31 / ez ez/2 /201 /2 01 12

É iirrre regu gula gu larr ma la m s te tem m ta tale lent le ntto e o Fl F a te tem m um bom r se re serv rvaa na ppos rv osiç os ição iç ão

Ciro

5/ag 5/ 5/ag ago/ o//20 2013 13 3

Jáá sur u gi gira ram ra m pr prop oppos osta tass do Les ta este te Eur urop opeu op e pel eu eloo at a ac acan anntee

D’A Alessa andro

1/ag 1/ ago/ o/20 o/ 2010 20 10

Foii ma Fo m l na Europ urropa, a,, m mas a o ppaar as arceeir iroo do cclu lube lu be ppod be ode od de quer qu e er er er faz azer e cai a xaa

Den ntin nho

19/a 19 / br /a br/2 /201 /2 012

In nteere ress s a a ti ss time mess eu me e rroope p us u , ma m s ai a nd n a pr p eccissa moost m stra r r ma m is futteb ebol ol em ní níve veel de SSér érie ér i A ie

Diego Souza

3 /d 31 /dez ez/2 ez /201 /2 01 01

Quei Qu eimo ei moouu-se se em Po P rt rtug ugal al,, ma mass a Tr Traf a fi af ficc nã nãoo hesi he sita t ri ta r a em e neg e occiáá-llo

Dieg go Tard delli

12/j 12 /jan /j an/2 /201 /2 013 01 3

See sseg egui u r fa ui faze z nddo m ze muuit i os o ggol olls poodee ddes espe es p rt pe rtar a ar o in inte t re te ress ssee dee um me merc rccaddo peeri rifé féri fé r co ri

Hernane es

19/j /jun /j u /2 un / 01 011 1

Tem Te m mu muit itoo me it merc rcad adoo, o, mass o São PPau aulo au lo não accei nã eita tará ta rá qqua ualq ua lqque uerr pr prop o os op osta ta

Jean

16 16/j 6/j / un u /2 /201 012 01 2

É joove vem m e ta tale lent ntos oso, o mas o, a o Sãoo Pau aulo l lo cost co stum st umaa se um s gu gura rarr mais maiss seu e s jooga gado dore do ress re

Ju uan

31/d 31 1/d /dez ez/2 ez /2 2010 010

Gran Gr ande an de ddes esta es taaqu quee na tempo em mpo pora rada ra da do endi en divi di vida ddaado FFla lame la meng nggo

Keiirrison

30/a 30 /abr /a b /2 br /200 009* 00 9*

Jooveem, Jove m artililhe heeir iroo e pr p om omis issso sor.r. V nccul Vi u ado addo à Tr Traf afffi fic. fic c.

Kléber

2 fe 2/ fev/ v/20 v/ 20 014 4

Meesm smoo se send ndoo o ve nd vend nded nd edor ed or Cru ruze z ir ze iro, o, Kléb Kl éberr aaca cabo ca bouu de cche bo hega he g r no clu ga lube be

Miranda a

30/j 30 30/j /jun un/2 un /201 /2 01 01

J est Já stev evee na EEur ev urop rop opa. a. Se pi pint nttar uma bboa oaa ofe fert rta, rt a, pode po d ddei de eiixa xarr o cl c ub ubee

Neymar

5/m 5/ mar/20 mar/ ma 2014 014

Surg Su rgiu rg iuu ago g ra ra,, ma mass há ttem empo poss é so po sond nddaddo po por gr por g an a des des de time ti mes eu me e ro rope peus pe u us

Réverr

19 9/n /nov ovv/2 /201 0 3 01

Apes Ap essar a ddee nã nãoo sseer tã tãoo fa famo moso mo s , o Gr so Grêm êmio êm io ppre reci re cisa ci sa fazzer er ccai aixa ai xa

Taiison

3 /d 31 dez e /2 / 01 0 3

Gran Gr a de an d revvel e aç a ão ddoo In nte ter,r,, que pre reci cisa sa ven ende d r de um jog ogad addor por o ano. no Ma Mass po pode de esp sper erar arr m mai aiss

2/ju 2/ jul/ ju jul/ l/20 2 09 20

Porr co Po cont n rraato nt to,, te tem m de ssee ap a re r se sent ntar ar aaoo Al A -I -Itt ttih tt ihad ad em jul ulho lho h . Ma Mass já ddiz iz que qque uerr fi f ca carr

Victor

19/n 19 /nov /n ov/2 ov /201 /2 013 01 3

Foi be Foi bem m no no Brasi sile leir irão ão ppas assa sado do, ma mass o fa f too de se serr gole go leir iroo re reduz se seuu me merc rcad adoo

Vítor

31/d 31 /dez ez/2 / 01 /2 010 0

EElei eito too mel elho hoor la late tera ral-di d re di reit itoo do últ ltim imoo Br Bras asiliei eirã rãão, foi ccoobi fo b çaadoo por o alg lgun unns ti time mess

Wag gner

10/jjun 10 n/200 /2 200 0 9

Nunc Nu ncaa dá par araa crrav avar ar que o C Cru ruze zeir iroo nã nãoo veend n er eráá um de se seus uss dessta taqu q es qu

Thiago Nevess

Entenda a tabela

Interesse que seu futebol desperta

Possibilidade ou necessidade de venda pelo clube ou parceiro

* Até o fechamento desta edição, o novo contrato entre o jogador e o Palmeiras não havia sido assinado, mas ele tem uma cláusula automática de renovação por mais quatro anos

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Maxi López Contrato até 31/dez/2009

O mi mine n ir i o po p de deri deri riaa at atéé essta taarr em bai bai a xa x n Lyo no yon, n, mas a a esp per eran ança an ç dos ça os triico colo olo lore ress re em m cim ma dee sua ua con ntrrat a aç ação ãão o não ã é injus njjusstifi tifi ti fica cad da. da a. “N Não o sei e se eelle va v i seer o meelh lhor or or joga jo gado ga or do do Cam ampeeo onato to Brasi rasile ra siile leir iro, iro, o maass noss no ssa ex ss ssa e pect pect pe ctat attiva iva é qu iv quee elle sseeja ja o art rtiiil eiro lh eiiro o que sseem empr pre ffo pre oi,i, mar a qu q e mu muiiitos go to g lss e aju ude de o F Flu lu lumi umi mine n ns nsee a luta lu taar pe pelo lo tít ítul ulo ou vol ulo ul olta olta tarr à Libe Li ibe bert rttad ador orres es”, ”,, afi firm rma rm ma Cels Ce lso Baarr ls r os o, p esid pr essid den ente ntee da empr em prres p esaa dee p an pl nos de saaúde úde. úd e. O prroo b em bl ma ma maio ior io or é co cons n eeg ns gui uirr ju junt ntar ar Fre red, Thiaago Th o Nev Nev eves ess e Con o ca em um uma me m sma equ quip iip pe se sem so sob brrec ecar a reega ar garr a d deefe f sa s . O té técn ccn nicco Ca Carl rlos rl os Alb os lber eerrto Par arre reir re ira te ir t ntto ou ou ma mant nterr o tal alen ento en to oso so trio rio no ri n E Est s ad st adua u l do d o Rio io, maas a fa falt falt lta de con lta onsi onsi sist ist stên ênci ên c a fi ci fi-cou co ou ev evid iden id en ntee no Fl Flaa Fl aFlu u qu que el e im imin inou in ou o Tric Tr icol col o or o da co omp m et etiçção ão. Quem Qu em mp par aarrec ece já ter encon nccon ntr trad rad ado o ma m is i eq qui u lí líbr b io br o, me m smo sm mo cco om uma um ma conc co onccen en-traç tr ação aç ã de ta ão tale leenttoss no se setto tor or of ofen en nsivo sivo si vo,, foi o Inte fo tern nac acio iona io onaal.l. Ain nda da quee aass pa p rr-tida ti das cco das da ont n ra r os p peequ quen quen enos os clu l be bes do bes o Rio Gran Gr ande do Su ande an Sul nã Sul não si s rv rvam am m de pa parâ râm râ meme trro, tro, o o Col o or orad ado do v veen ncceu u trê rêss Grree-Na Nais is, o is quee seempre qu mp pre d dei eixa ei xaa a ttor orrci cid daa euf ufó órric ica. a. A pri prrin inciipa pal ar arma arma m do ti time m d me daa Be B iirraa Rio é a du Rio dupl plla Ni pla N lm marr e D’A Aleess s an andr dro, dr ro, o tão tã ão lleeve v q qua u nt ua n o ha h bi b li lido dosa do saa. O pr prim imei im eiirro o viu vi u em e seu u clu l be de fo orm rm maç açção ação ão a opo port rtturtuu nida ni d de de en enco co ont ntra rarr um ra m aamb mbie mb ient ient nte pro prroopíci pí ício io paara se recu reecu c pe p ra rarr fi fisi isi sica caame m nt n e. O s gu se g nd ndo ch cheg eg gou o dep e oiis de um ex extr xtr trav av va-gant ga ntee ga nt gast sto o de € 5 mil ilh hões,, di hões divi viidi dido do o enn tree o cllub tr ubee e o em mpr pres esár árrio i Delci ellcciir So Son nd da. Allém ém daa ca c pa paci cida dade da de de de d deeci cissã são, o ambo mbos mb os pode po dem m da d r su upo port rtte pa p raa o cre resc scim sc im men ntto o do os prrom mis isso so ore res T Taais ison on e And ndre r zinh re ziinh ho.

Será que e isso dura? Não Nã o é ap penas en nas eem m ca camp mp m po que qu ue a pr pree-sençça de cra senç se r qu ques ess e pot o en nci ciais aiis cr c aa-qu ues pode od de to torn rn rnar nar ar o Bras raasi sile sile leir irrão ã atr trat a iat vo. Fo vo ora del ele, e, cco ontrraattaç on a õees co como mo aass de d Rona Ro nald na ld do e D D’’A Alles e sa s nd dro o imp mpul ulsi lsiion onam am a ve v nd n a de de ingre ng gre ress ssos ss os par araa a teemp mpor orrao da.. O Co da Cori r nt ri nth hian hi ans, por eexe xemp xe m lo mp lo, o, an a un u cio ci ou em ab ou a ri ril il qu que ulltr trap ap pas a so ou a ma marc marc rcaa d 10 mi de mill só s ci c os o -ttorrce cedo d re res. s. A Ain in nda da que ue seja se jaa p pou o co ou o se co comp m ar arad ad do aao os ce cerc rca de rc 80 0 mil i do In nte tern rn nac a iona ional, nal, na l, é uma ma evolu vo ollu uçãão maais i do qu que si siign gnif gn niffic icat icat ativ iv va pa parraa um p og pr graamaa que u tin tin nhaa, em m 200 008, 8, apena 8, peenaas 3 mill pa mi parrttic part icip pan nte tes. s. s. A re rela laaççãão en entr nttrre gr gran an nd dees jo og gaado d re ress e a ap pro roxi xima xi maaçã m açã ção o dee tor orce cd ce do orees é di d re reta t . “A ta “ vaalo ori r zaçã zaçã za ç o do do essp pet etác ácul ulo o trrazz o púb úbli lico paraa os es pa está tádi tá diio oss e aju j daa a atrai trair tr aiir pa pattrroo cina ci naado d re res, s, aafi s, f rm fi r aM Maarc rco o Au uré r liio Kl Klei e n, ei prrof p ofes fesso esssso or de marke arke ar k ti ting ng esp por o ttiivo na Fund Fu n ação ação aç o Gettúl ú io oV Var arrg gaas. O p pub ub blici lici li c tá tári rio ri o, o, po p oré rém, m, não o dei eixa x de xa de al aler erta er taar pa para ra o ffat ao at de quee não o bas asta t tra ta r zer zer b ze bo onss jog gador ad dor o es e. “A A priime meir irra paart r e fo foii feeitta: a rea eali liza li zarr um za m c mp ca peo e na nato bom bom m. F Faalta ltta a sseegu g nd nda, a q a, que ue é offer erec eccer e con o fort fort r o, o, sseg e ur eg u ança an nça ç e tod odas as as como co m di mo dida dade da dess pa de para raa o ttor orce ced dor . dor” do O mo m me ment nto to é prrop opíc píc íciio io par araa faze fazerr proj pr ojet etos et os que use sem m gr gran and an des no de nome mees. s U Um m do d os mo oti tivo vo os paara v vár ário io os jo oga gado dore ress de re dest de s aq st a ue ue estar sttar a em m n no o Br Brasil Bras ill é a rret e ra et ra-çãão da eeco ção c no co nomi miaa eu euro r pe peia i . “O ffat a o dee at o Br Bras asil ileeirã eirão o teer jo j gaado dore res de es-

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Maior investimento gremista na temporada, deve ficar até o fim do contrato

O In I te tern rnac rn aciion ac iona io nal en enca ccaara esssa mi mist stur st urra como como o um pr pro oces oc esso so nattur ural all do ge gere renc re nccia nci iament me ntto de um time nto time no Br ti B assil il.. Ta Tant n o qu nt quee a pr prom om moçção da du up plla de jjov ov ven e s es este te-ve dir i et e am men e te lig igad ad da à vend veend da do do ído olo Alex Alex Al x p par a a o Sp ar S arta arrta tak k Mo M sc sco ou. “E ou Esttav a a n horra de na d ele saiir. r Se o Alleex xn não ão saí a ssee, a caarr rrei rei e ra d do o Ta Tais isson n não o tter eria ia av vaann ç do ça do.. A ve v nd n a do o Alleex fo foi im foi mpo port rtan an-an te par ara nós nó ós fi fina nancei ncei nc e ra r me mentte e te tecn cnic cn i aic ment me nte, nt e, p e, par araa po ar pode d r laanç nçar çar o Tai a so s n no o merc me rcad rc a o” ad o”,, ex expl plic pl i a Fe ic Fern Fern rnan an ando ndo d Carrva valh lh ho, o, vice vi ccee-p e-p pre r si side deent dent nte te do do clu lube b . Do lad Do lad do az a ul u de Po Port rto rt o Al Aleg egre ree, a m io ma or av aven entu en ntu uraa fin inan an nce c irra foi foi cco fo on nttra ra-tar o at ta atac accan ntee Maax xi Ló L peez, z eexx-M Mosk Mo osk skva va. Ap pes e ar ar de o ar a ge g nttin i o esstar tar em ta m baiixaa d pois de po ois de u um ma pa pass s aag g gem em sem m suc suc uces uces e so o no Bar no arce celo ce lona, lo naa, sua su ua ch heg egad ad da se serv viu u paar darr âniimo ra m aos os gre remi mist stas st as. E de as. as deix iix xarr xar seemp pre r viv ivaa es e pe p ra ranç nçaa de nç de que ue há allguém gu ém m com m a cam amis isaa trricco is ollor o com m a caa paccciida pa dade de de mu de muda d r os rum da umos o d daa pa part r irt daa em um d ma jo joga g da ga d isola solaada so d .

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HÁ TRÊS ANOS... NOS... “O Brasileirão de 2006 teve uma série de bons jogos. A briga pelo título, embora apontasse nas últimas rodadas um favoritismo destacado do São Paulo, também foi quase até o fim. As outras disputas, então, nem se fale. Até a última rodada ainda houve alguma decisão importante acontecendo. O que não se pode dizer, convenhamos, é que tenha sido um campeonato em que se destacaram os craques”. Foi assim que começou a reportagem “O Brasileirão sem craques”, um balanço do campeonato nacional publicado na edição de dezembro de 2006 da Trivela. O torneio não foi um deserto total de talentos. Rogério Ceni teve um excelente de-

sempenho pelo São Paulo (foi um dos artilheiros do time), Fernandão conduziu o Internacional ao vice-campeonato e o volante Lucas apareceu como figura fundamental do Grêmio. No entanto, vários dos destaques individuais foram jogadores vistos como, no máximo, esforçados e taticamente úteis. O principal nome do campeonato foi o volante Minei-

Wa s

peecial ciiall qua uali lida li dade dade d é um siina n l de de quee o ê od êx do está esstáá dim minui in nui un nd do,, por o cau usaa da re re-traç tr açãão aç ão d do o me merc rcad ado ad o in inte tern te rrn naaccio ona nal” l”,, afir l” affirrm maa Caarl C rlos oss Aug ugus usto us to o de Baarrrros os e Sil i va va,, vice vicceevi prres pres esid id den en nte te d dee fu f te tebo bo ol do o São Pau ulo lo Em E mbora bora não haj bo hajja um uma re rela laaçã ç o di d re r taa eenn ntrre cr cris isee ec is econ on nô ôm micca e ga g st stan aan nça ç de di d nh hei ei-ro p ro por orr clu lube bees de de fu utteb teb ebol ol,, os g ol gra r nd ra dess gaasst do ta ore r s daa Eurrop opaa se con onti tive ti v ra ve ram m em jjaaneir ne iro. ir o. O Che hels lsea ls ea,, po ea porr ex exe xem empl empl p o,, con ontr trrat atou ou o u apen ap en nas as o p por orrttu ugu guês ês Riccar ardo do o Qua uare reesma, sm ma, a, e

hing ton Alve s/V ipc o mm

Ramires Contrato até 31/dez/2012

O Cruzeiro pensou em vender parte dos direitos a um empresário. Sua saída é questão de tempo

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ro e a artilharia terminou com Souza, na época centroavante do Goiás, hoje reserva do Corinthians. Também apareceram bem o zagueiro Fabão, os meias Souza (São Paulo, hoje no Grêmio) e Hugo (Grêmio, hoje no São Paulo) e o atacante Leandro. Além, claro, do atacante Obina, cuja limitação técnica se transformou em motivo de culto entre os flamenguistas.

de tra rans nssfe ferê rrêênc ncia iass de ia de inv inv nver ver erno no o foi oi mor o no no,, e t ve te ve po ou uccaas co ont ntra rata ra t ções ta çõ õess d dee peeso so, co como mo a do o rus u so o Ars r ha havi vin, vi n pel n, e o Ar Arse s na se nal. nal. l. A si situ tuaç tu ação aç ã , in ão inev ev evit vit itavel av vel elme meent m ent nte, e, foi oi sen enti tiidaa no B no Bra raasi s l. O São ão Pau ulo lo, p po or exem ex xem em mpl p o, pl o, ess p ra pe rav va luc va ucra raar co c m He Hern Hern rnan anes an es.. O Cr es Cruz u ei uz eiro ro o atéé co at c ns nseg seg egu uiu vend ui veend nder eerr Gui uilh lher lh herrm mee, m maas teve te ve de ac ve aceeiita tarr um ma paartte do o pag gam amen nto em “e to “esp “esp spéc éciee”, ou se écie éc seja jjaa, Kl Kléb éber éb er. Me M sm smo o Rona Ro naald do, o em em ou outr utr tro mo mom ment me n o fi fina nanc na ncei nc eii-ei ro,, taalv ro lvez ezz enc ncon ontr tras tr asssee mais aiis eq equi uipe p s eu pe e ro ope peia iaas diispo sp po ossta tass a ap pos osta taar em tar m sua ua rec ecuupera pe r ççãão ra o.. Os ccllu ub bes p pod od dem não o terr feeiito caaixa caix ix xa co com m tr traansf ansfer e ên er ênci ciias, as, m maas pu udera dera de ram am e ev el varr o nív ível el tééccniico de seus seuss eellleenc se ncos os. Esse é um ce Es c náári rio o tr t an ansi sitó t ri tó rio o, que o, quee d deeevee se deesf v sfaz azer er a med er e id ida da q qu ue a ec econ on nomia om miaa mu und diaal se se est stab abil illiz izaa e em e bre reve v , o êêx ve xo-do de bo bons ns jjog o ad og ador o es or es dev evee ga ganh nhar nh a nov ar vo i pu im p lsso e o C Caam mp peo eona n to na t Bra rasi sile leeir iro vo oltaará a terr pou uco coss cr craq aque aq ues. s. Mai aiss um moot vo par ti araa o torc torc rced edor ed orr ccur u tiir a ed ur diç i ão ão d dee 2009 20 09 9 ao máxi mááxi x mo mo. o.

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MARACANAZO

por Mauro Cezar Pereira

Desafio a qualquer ‘Mãe Dinah’

HAT TRICK

QUEM É CANDIDATO AO TÍTULO BRASILEIRO? É, amigo, a velha pergunta volta a atacar. É preciso conviver com ela, por mais difícil, quase impossível, que seja fazer previsões sobre um torneio que começa em maio, termina sete meses depois e se caracteriza por muitas e imprevisíveis mudanças nos elencos. Já em meados do ano, antes do encerramento do primeiro turno, a famosa janela de contratações internacionais deverá mutilar algumas equipes. Como ocorreu com o Flamengo, então líder do torneio no ano passado, quando perdeu jogadores, partidas em série, a primeira posição e a chance de voltar a ser campeão nacional. A boa vontade de parte da mídia com o Internacional faz do bicampeão gaúcho, sempre, um dos “favoritos” antes de a bola rolar. A forma avassaladora como o Colorado ganhou o título estadual alimenta as teses nesse sentido. No entanto, apesar de constantes e pesados investimentos no time de futebol, o clube não ocupa a zona de classificação para a Libertadores por uma rodada sequer desde o campeonato de 2006. Assim, o Inter segue uma incógnita. A reunião de bons jogadores não assegura campanha consistente nessa competição que desafia qualquer “Mãe Dinah” de plantão. Por isso os favoritos teóricos das primeiras rodadas nem sempre se confirmam. Além disso, pontos preciosos podem ficar pelo caminho no começo do torneio, quando alguns times estarão dividindo atenção entre o Brasileiro, a Copa do Brasil em fases agudas e a Libertadores também em sua reta final. Uma situação natural, mas ainda mal digerida por parte significativa de imprensa e público. No ano passado o Grêmio quase chegou ao título. Se o alcançasse, a decisão teria sido disputada na primeira rodada, quando o tricolor gaúcho bateu o São Paulo, desfalcado, no Morumbi. Na época, o time paulista poupava jogadores para a Libertadores. Portanto, toda e qualquer opção, da primeira até a última partida, tem seus riscos. Mesmo com os perigos pelo caminho, é evidente que o São Paulo será um dos candidatos ao título. Quem ganha três vezes seguidas nos pontos corridos, mantém a base do elenco e é um dos participantes com melhor saúde financeira só poderá ser descartado quando for matematicamente inviável. Seus rivais

Quem cairá para a Segundona? Torço, muito, para que os times artificiais do Barueri e do Santo André voltem à Série B e despenquem até as profundezas da quarta divisão. Equipes forjadas com dinheiro de prefeituras e empresários/ investidores, sem história, sem torcida, nada têm a acrescentar ao campeonato.

locais são imprevisíveis. Seja pela dependência de um jogador que eventualmente possa fazer a diferença, como Ronaldo, ou pelo risco de debandada causada pelo parceiro, como a Traffic. Acredito numa campanha consistente dos corintianos. Entre os cariocas, o Botafogo, se não conseguir reforços, brigará contra o rebaixamento. O elenco é frágil e o fato de ter decidido o Estadual não tem peso nesse contexto. O Flamengo depende da manutenção do time e de sua eventual evolução. Já o Fluminense espera que Carlos Alberto Parreira prove ainda ser capaz de um bom trabalho. O Cruzeiro aparece com chances de lutar pelas primeiras posições, enquanto o Atlético Mineiro parece capaz de fazer campanha digna. Pode até lutar pela vaga na Libertadores se evoluir durante a temporada sob a batuta disciplinadora de Leão. Sport, Atlético Paranaense, Vitória, Goiás, Coritiba... Times que, mais uma vez, tentarão surpreender, mas dificilmente ficarão entre os seis primeiros. Tudo isso é absolutamente certo, como é certo que errarei a maioria das previsões acima. Por isso o Brasileirão é legal, o melhor campeonato do país, aquele que escancara a realidade dos times depois do mundo da fantasia proporcionado pelos estaduais. Bem-vindo, então, ao mundo real.

Quem subirá para a primeira divisão? O Vasco tem tudo para fazer algo parecido com a trajetória do Corinthians em 2008. O Bahia, finalmente, parece ter um time minimamente competitivo. Seria bacana ver o retorno dos dois à elite. Apesar do péssimo começo de ano, acredito no Figueirense.

A discussão pontos corridos x matamata retornará durante o campeonato. Principalmente se a Série A não for equilibrada no pelotão de cima como no ano passado. E isso é muito provável. Um dos pontos negativos da fórmula é a tendência de um ou dois dispararem. Nem por isso ela deve ser trocada.

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NEGÓCIOS » BRASILEIRÃO

Como fatiar o

BOLO?

m setembro do ano passado, o Clube dos 13, representante das principais equipes do futebol nacional, assinou o maior acordo de cessão de direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro da história. Por R$ 1,4 bilhão, a Rede Globo adquiriu a prioridade sobre a transmissão da competição para o triênio 2009/11. O valor, inflacionado também pelo interesse da Record, que acabou desistindo do negócio, é 60% maior ao anterior. Ainda que os valores sejam muito menores que os praticados nas principais ligas europeias, receber R$ 467 milhões por ano é uma quantia mais que razoável para um país que só nos últimos anos aprendeu os benefícios de explorar o marketing esportivo. O problema nem é o valor em si, mas como dividi-lo. Um debate que esbarra em vários aspectos, como busca de equilíbrio no campeonato e preservação dos interesses de quem gera audiência na TV. No Brasil, as equipes foram divididas em grupos, de acordo com tradi-

E

Cotas de 2009 (em milhões de reais) TV Aberta 21

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21 10,5* 18

Flamengo ameaçou se isolar nas negociações, mas, no final, aceitou o acordo coletivo

O bolo a ser dividido pelos clubes brasileiros neste ano é de R$ 300 milhões (apenas TV aberta), divididos conforme a tabela abaixo. São deduzidos 5% de direito de arena para os atletas e outros 5% para o INSS.

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11 5,5 3,5 3,3 269,8

PPV 15,2 10,7 10,1 9,0 7,1 2,7 9,0 7,5 7,2 6,5 6,1 5,1 1,9 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 110

% 13,8 9,8 9,2 8,2 6,5 2,4 8,2 6,9 6,6 5,9 5,6 4,7 1,8 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 100% Obs. A tabela não considera as cotas de Náutico, Avaí, Santo André e Barueri, times da Série A que não são membros do Clube dos 13 * O Vasco, por estar na Série B, recebe metade de sua cota de TV aberta

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Fonte Clube dos 13

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Shutterstock

O dinheiro que os clubes brasileiros receberão pelos da TV nos próximos anos é recorde. No entanto, a forma de dividi-lo segue gerando polêmicas

ção e quantidade de torcedores (veja tabela). “Estamos perto do modelo ideal. O novo sistema de divisão continua premiando os clubes mais populares, mas incentiva os departamentos de marketing a interagir com seu torcedor. Boa parte da receita vem do payper-view, e neste item o time que vende mais pacotes ganha mais”, comenta Fábio Koff, presidente do Clube dos 13. Segundo o ex-dirigente gremista, a entidade ainda separa R$ 40 milhões pa-

A torcida do pay-per-view No segundo semestre de 2008, os membros do Clube dos 13 decidiram encomendar duas pesquisas sobre o time de preferência dos assinantes de pay-per-view no Brasil. Os resultados serviram como base para parte da distribuição dos valores do PPV. No segundo semestre deste ano, uma nova pesquisa será feita e, então, os clubes decidirão se os valores serão revistos.

Ibope Datafolha 13,14

14,53

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Fonte Clube dos 13

por Gustavo Hofman

ra distribuir entre as equipes com melhor desempenho no Brasileirão. Teoricamente, repartir o bolo de acordo com quem dá mais audiência para a TV parece justo. No entanto, esse modelo é pouco usado na Europa. E o motivo é que, em longo prazo, ele tende a ser danoso ao campeonato como um todo. Ao dar mais dinheiro a quem já é mais forte, os clubes médios não conseguem crescer. Questionado se o atual modelo brasileiro privilegia os grandes em detrimentos dos pequenos, Fábio Koff é taxativo: “Não concordo. O modelo de distribuição que propusemos contempla três critérios: a popularidade dos clubes, a venda de PPV e quem vai bem em campo. Esse modelo premia a organização: o clube que tiver melhor relacionamento com seus clientestorcedores, que for mais organizado e tiver melhores resultados em campo ganhará mais”. Os clubes pequenos não concordam com o dirigente e lideram a chiadeira. “A solução é igualar tudo, de forma proporcional. Todo mundo tem gastos em um campeonato, todos jogam a competição de maneira igual. Não é porque um clube leva 50 mil pessoas no estádio que vai receber mais da televisão do que outro que leva 5 mil”, defende Renato Ferraz, advogado da Ponte Preta. O clube campineiro, por sinal, faz parte da Futebol Brasil Associados (FBA), que até o ano passado detinha os direitos comerciais da Série B. Devido a problemas com Vasco e Corinthians, a entidade teve seus contratos rompidos pela CBF, que assumiu o torneio. Agora, já há uma articulação para que o Clube dos 13 aumente seus filiados e abrace a Segundona nacional. “Quem tem legitimidade para negociar os direitos de TV é a CBF por organizar a competição. Se ela delega a terceiros, ainda é responsável. O Clube dos 13 só teria legitimidade se organizasse o torneio, como foi com a Copa União. Hoje ele não representa todos os times da Série A na negociação. Por que um clube da terceira divisão tem que dizer para onde vai o dinheiro da Série A? Se a CBF quiser fazer com o C13 o mesmo que fez com a FBA, ela pode fazer”, aponta Pedro Trengrouse, assessor jurídico da presidência do Flamengo.

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COMO É LÁ FORA A forma de negociação e divisão dos direitos de TV muda de país para país. Confira como é nas ligas mais importantes da Europa. Em França e Inglaterra, o governo proíbe que uma emissora detenha exclusividade sobre as transmissões do campeonato local

Monopólio Se esse crescimento do C13 se concretizar – e Koff admite estudar essa possibilidade –, a entidade teria o poder sobre os direitos das duas competições que ocupam mais espaço no calendário nacional. Esse monopólio parece não incomodar quem senta do outro lado da mesa. “A TV Globo, parceira do futebol brasileiro há mais de 30 anos, ao adquirir o direito do campeonato, nada mais fez do que reconhecer o trabalho do Clube dos 13”, afirmou Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes, à época da assinatura do atual contrato da Série A. O advogado Gustavo Vieira de Oliveira, especializado em direito esportivo, é um dos que contestam o direito que o C13 tem de tomar a frente nas negociações de TV, justamente por ter origem em clubes grandes. “O Clube dos 13 não tem legitimidade para debater sobre os direitos de TV porque não representa todas as equipes participantes. A distribuição do dinheiro se restringe aos seus interesses e debates internos. O clube grande vive do seu privilégio e não busca a eficiência”. O único ensaio de rompimento com o modelo partiu justamente de clubes grandes. Em 2008, o Flamengo ameaçou vender, ao lado de Corinthians e São Paulo, os seus jogos separadamente. A tese é que os direitos de imagem de uma partida pertencem ao mandante (e não aos dois times). Assim, a emissora que acertasse com o Rubro-Negro

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Paga-se para ver, e pronto A Bundesliga não tem transmissão de suas partidas em canal aberto. A Premiere detém os direitos de transmissão ao pagar € 275 milhões pela exclusividade em 2009/10 e cobra de seus assinantes um valor mensal médio de € 18. Na atual temporada, os clubes alemães receberão Individualidade total O futebol espanhol vive uma intensa batalha nos tribunais sobre os direitos de transmissão entre algumas emissoras. As negociações são individuais, com os mandantes considerados os proprietários das partidas. A Mediapro detém os direitos da maioria dos clubes – co-

Igualdade e fraternidade Os direitos de transmissão da Ligue 1 e 2 são uns dos mais lucrativos na Europa. Pelo período de 2008 a 2012, o Canal Plus e a Orange pagaram cerca de € 2,7 bilhões (€ 668 milhões anuais) à Ligue de Football Professionnel. O Canal Plus tem as partidas de domingo, PPV Os m mais bem pagos O futebol inglês é maio em faturamento das receitas de TV. o maior A BSky BSkyB e a Setanta acertaram um contrato de a aproximadamente € 2,3 bilhões com a Premie League pelos direitos de transmisPremier ent as temporadas 2010/11 e 2012/13. são entre Além d disso, a BBC pagará € 195 milhões pelos Data marcada para coletividade Assim como na Espanha, os clubes italianos também negociam seus direitos de televisão de forma individual. Isso já resultou em diversas confusões, como na temporada 2007/08, quando o Napoli não acertou sua cessão e suas partidas em ca-

Valores baixos Os direitos sobre o Campeonato Português pertencem à Sport TV, que paga entre € 42 milhões e 48 milhões anuais e pode transmitir um jogo por rodada até 2012. Por € 19 milhões, a emissora negociou com a RTP o fim da exclusiviade sobre o campeonato. A exce-

Pior que o Brasil Em comparação com ligas de médio porte da Europa, o contrato entre Globo e Clube dos 13 parece generoso. Na Grécia, por exemplo, a Superliga acertou a venda de seus direitos televisivos por € 162 mi-

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mo Barcelona e Real Madrid, que recebem, respectivamente, € 1 bilhão e € 1,1 bilhão por sete anos de contrato –, mas a Sogecable mantém vínculo com outros, assim como a Audiovisual. Em 2007, por causa de imbróglios entre as emissoras, algumas rodadas chegaram a não ter partidas transmitidas.

e resumo da rodada. A Orange fica com os jogos do sábado, os direitos móveis e vídeos on demand. A Ligue 1 tem direito a € 566,2 milhões, dos quais 50% são divididos de forma igualitária por todos os clubes, 30% seguindo a classificação do campeonato e 20% de acordo com as audiências televisivas.

resumos dos jogos no mesmo período. Esses valores ainda podem aumentar com a venda dos direitos internacionais. Do total, 56% é dividido igualmente entre os 20 clubes, 22% de acordo com a classificação do campeonato e outros 22% segundo a audiência alcançada e o número de jogos transmitidos.

sa não tinham transmissão. A partir de 2010, os clubes já acertaram a mudança da negociação para coletiva. A Sky transmite a Serie A, mas com diversos clubes ela tem que negociar com a Mediaset, empresa de Silvio Berlusconi. A RAI transmite apenas VTs.

ção são os clássicos entre Porto, Benfica e Sporting. Em troca, a RTP partilhará os jogos da Copa de 2010. Como diversos clubes já haviam negociado seus direitos com a Olivedesportos, a empresa recebe parte do valor pago pela Sport TV. Os grandes não ganham mais do que € 9 milhões. lhões (R$ 469 milhões) por três anos (Olympiacos e Xanthi não assinaram o acordo ainda). A Premier League escocesa acertou por € 157 milhões (R$ 455 milhões) entre as temporadas 2010/11 e 2013/14.

Fotos Divulgação

€ 360 milhões, já somando os direitos internacionais. A empresa de auditoria Ernst & Young é responsável pela distribuição dos recursos, feita de maneira bastante mais igualitária. O Bayern de Munique foi quem mais recebeu: cerca de € 29 milhões, superando o Stuttgart em apenas € 3 milhões.

poderia passar todos os jogos que o time mandasse. Se corintianos e sãopaulinos se juntassem e cedessem seus jogos em Pacaembu e Morumbi, seria formado um pacote muito atraente, e que dispensaria a partilha do dinheiro com outras 17 equipes. “Durante seis meses, por minha orientação, o Flamengo não assinou esse contrato com o Clube dos 13. Havia diversos pontos que precisavam ser corrigidos e conseguimos que mudassem. Por exemplo, exigimos a fidelização do PPV, que foi um grande avanço. Na época, o presidente Márcio Braga foi muito firme: ou é isso ou o Flamengo está fora e vamos negociar sozinhos”, diz Trengrouse. Na Europa, esse modelo é adotado em Espanha e Itália, tanto que Sevilla e Napoli chegaram a proibir a filmagem de suas partidas por falta de acertos com qualquer TV. Na Inglaterra, o Manchester United pensou em utilizar a mesma tática do Flamengo. No entanto, os danos que negociações individuais causam no campeonato como um todo levaram os clubes a preferirem acordos coletivos. No Brasil, uma eventual disputa a respeito da titularidade dos direitos das partidas não seria inédita. Em 1995, a ESPN Brasil comprou da CBF a transmissão do Brasileirão dos dois anos seguintes. Meses depois, a Globosat fechou acordo com o Clube dos 13 para o mesmo período. Diante do impasse, a Justiça determinou que as imagens pertenciam às duas equipes que estivessem em campo. Assim, a Sportv pôde transmitir apenas jogos envolvendo membros do C13, enquanto a ESPN Brasil ficou com as partidas entre times da Série A que não fossem ligados à entidade. Jogos como Flamengo x Portuguesa não eram de nehuma das emissoras. Pela jurisprudência a causa flamenguista seria perdida. Mas o fato de o Rubro-Negro considerar a hipótese de seguir em frente, ao mesmo tempo em que os pequenos reclamam da falta de atenção, mostra como ainda há muito o que se debater sobre a divisão do dinheiro da TV no Brasileirão. A discussão é complicada porque ninguém quer deixar de ganhar. No entanto, muitas vezes, é preciso ceder hoje para dar passos maiores amanhã. Maio de 2009

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HISTÓRIA

Antes do

Big Bang O Campeonato Brasileiro começou em 1971; mas isso não significa que foi naquele ano que se iniciou a busca para conhecer o melhor time do país versão mais aceita da história do Brasileirão estabelece: o campeonato foi criado em 1971 e seu primeiro campeão foi o Atlético Mineiro. Como se fosse o Big Bang – a expansão de uma massa infinitamente densa e quente que deu origem a tudo (inclusive ao tempo) – dos torneios nacionais no Brasil. Não é bem assim. Ao contrário da explosão cósmica, houve o “antes” no futebol brasileiro, na forma de várias competições que identificariam, cada uma a sua maneira, o melhor time do país. A pré-história do Campeonato Brasileiro se tornou atual a partir do momento em que os clubes vencedores de Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa (o Robertão) pleiteiam a equiparação desses títulos ao da atual Série A. Mas, antes de determinar se é justo ou não igualar as conquistas, é preciso conhecê-las. Até a década de 1960, o grande obstáculo para o surgimento do Brasileirão era a dificuldade de transporte em um país tão extenso. Por isso, a estruturação se deu em campeonatos estaduais. Os torneios interestaduais eram restritos a poucos clubes, geralmente de Rio de Janeiro e São Paulo, cidades próximas e de melhor infraestrutura (veja box na pág. 36). Outro motivo para a demora na criação de um Nacional de clubes é que já havia uma competição considerada como Campeonato Brasileiro. Entre 1922 e 1959, o torneio que carregava o status de mais im-

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portante do país reunia seleções estaduais. “O Brasil era mais provinciano e as seleções, ainda que tomassem como base o clube que os jogadores defendiam, eram quase dos estados de nascimento”, explica Roberto Assaf, autor do livro “História Completa do Brasileirão”. Essa identificação ajudava a legitimar o torneio e a lhe dar relevância diante do público. Em 1934 e 35, no auge da disputa entre amadorismo e profissionalismo, entidades ligadas aos dois lados organizaram suas próprias versões. “Era um torneio oficial muito respeitado, mas, como não envolve a paixão clubística, hoje ninguém tem

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Brasileiro de Seleções

Taça Brasil Robertão 34

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por Felipe dos Santos Souza e Ubiratan Leal

Arquivo/Agência O Globo

Os melhores de cada Estado O primeiro torneio a reunir clubes de todas as regiões do país surgiu como uma forma de a CBD definir o representante brasileiro na Copa Campeões da América (atual Libertadores), que teria sua primeira edição no ano seguinte. Como ainda havia limitação de data e restrições para viagens interestaduais, a competição foi montada de modo mais econômico possível. No caso, um grande mata-mata reunindo os campeões estaduais. Logo em sua primeira edição, a Taça Brasil já teve uma surpresa. Na final, o Bahia superou o favorito Santos e foi o primeiro campeão. Para o Tricolor, a conquista é tão importante que é lembrada pela presença de uma estrela, do mesmo peso da utilizada pelo Brasileirão de 1988, na camisa. Como não havia outra competição que abraçasse clubes de tantos Estados, a Taça Brasil era a melhor referência da relação de forças do futebol de cada região do país. Tanto que o Santos registrou, durante anos, o “pentacampeonato brasileiro” de 1961 a 1965 em um muro na Vila Belmiro. Por isso, há quem rechace a relação automática que se faz entre Taça Brasil e Copa do Brasil, ainda que suas fórmulas de disputa e formas de definição dos participantes sejam semelhantes. “Comparar os dois torneios é ver o passado com olhos de hoje. A Taça Brasil era realmente valorizada. A Copa do Brasil é um torneio secundário, ainda que importante”, defende Celso Unzelte, autor de “O Livro de Ouro do Futebol”. É verdade, tanto quanto que países como Inglaterra e Espanha criaram suas copas antes dos campeonatos e, nem por isso, os vencedores foram considerados campeões nacionais. Por isso, o jornalista defende que o título tenha seu valor reconhecido, mas isso não significa que tenha de ser equiparado ao dos Brasileirões ou Copas do Brasil.

O botafoguense Roberto comemora o primeiro gol na decisão da Taça Brasil de 1968 contra o Fortaleza

Rio-São Paulo crescido

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Roberto Gomes Pedrosa nasceu em 1913, no Rio de Janeiro. Conhecido como Pedrosa, foi goleiro do Botafogo e defendeu a Seleção na Copa do Mundo de 1934. No final de carreira, defendeu o São Paulo,

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interesse em recuperá-lo”, comenta Odir Cunha, responsável pelo “Dossiê de Unificação dos Títulos Brasileiros”, apresentado à CBF pelos clubes que pedem a equiparação de torneios pré-1971 com o Brasileirão. Vários fatores explicam a queda de popularidade do torneio. O fato de cariocas e paulistas perderem a hegemonia para Minas Gerais, em 1962, ajudou a enterrar a competição (que até teve, em 1987, uma edição extraordinária, vencida pelo Rio de Janeiro, representado pelo Americano). Mas o Brasileiro de Seleções já perdia espaço desde a criação, em 1959, da Taça Brasil.

BA

MG

* Em 1934 e 1935, foram disputados dois campeonatos, um amador e outro profissional

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NÃO IMPERADORES E PRESIDENTES por Celso Unzelte Não é pelo fato de o Brasil ser hoje uma república que nós temos de transformar Dom Pedro I em presidente. Até porque isso não é necessário para deixar claro o quanto ele mandava por aqui, inclusive mais do que Lula. Dom Pedro era imperador, e ponto final. O mesmo se dá com a Taça Brasil e o Robertão. Cada um em seu tempo, eles foram tão importantes quanto o atual Campeonato Brasileiro. Mas não eram este Brasileiro, conceito que não existia na época. Fato que, aliás, não os diminui em nada: os vencedores da Taça Brasil, pelo menos aqueles entre 1959 e 1966, foram, de fato, os vencedores do máximo em competição nacional que se disputava por aqui. Idem em relação aos campeões do Robertão entre 1967 e 1969. O que não se pode, simplesmente, é unificar coisas que não são iguais. Melhor, então, será passarmos a contar a história das “competições nacionais de clubes” (e não do Campeonato Brasileiro) como ela é, com todas suas semelhanças e diferenças, da primeira tentativa, patrocinada pelo Paulistano, na década de 1910, até os dias atuais. Qualquer coisa fora disso é política, tanto da parte dos que defendem a idéia quanto da parte dos que são raivosamente contra essa unificação. Celso Unzelte é jornalista, autor de publicações como “O Livro de Ouro do Futebol” e “Almanaque do Corinthians” e co-autor de “Almanaque do Palmeiras” e “O Grande Jogo”, além de participante do programa “Loucos por Futebol”, da ESPN Brasil

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PRIMEIROS PASSOS

Nas primeiras décadas do século passado, havia uma ideia no Brasil de que o melhor futebol do país estava em Rio de Janeiro e São Paulo. Por analogia, o time mais forte do país deveria estar na capital bandeirante ou no Distrito Federal (Brasília ainda estava longe de existir). Como a curiosidade para conhecer o melhor é tão antiga quanto o esporte, foi natural que surgissem desafios entre paulistas e cariocas. A primeira experiência foi a Taça Salutaris, disputada em 1911 entre Botafogo e a Associação Atlética das Palmeiras (já extinta), que ficou com o título. Vários torneios de formatos parecidos – e vida intermitente – foram realizados entre as décadas de 1910 e 30. Foram a Taça dos Campeões Estaduais e a Taça Ioduran. A Copa dos Campeões Estaduais de 1920 inovou ao ir além das duas maiores cidades brasileiras. Fluminense e Paulistano enfrentaram o Brasil de Pelotas, campeão gaúcho. Os paulistas ficaram com o troféu. Em 1937, foi realizado outro torneio nos mesmos moldes, vencido pelo Atlético Mineiro. Com a consolidação do Rio-São Paulo em 1950 (houve duas edições isoladas, em 1933 e 1942), o Brasil passou a ter um torneio periódico que servisse de referência. Pelo menos foi assim até 1959, ano de surgimento da Taça Brasil. Mas o Rio-São Paulo manteve sua força, tanto que serviu de base para a nacionalização do Robertão. Mesmo nessa época, ainda foram disputados torneios interestaduais isolados. Em 1967, o Bangu conquistou a Copa dos Campeões Estaduais ao vencer o Atlético Mineiro. Dois anos depois, o Grêmio Maringá venceu a Copa dos Campeões da CBD.

Octo e hepta: Santos e Palmeiras se tornariam os maiores campeões do Brasil com a unificação dos títulos da Taça Brasil e do Robertão

clube do qual foi presidente em 1946. No ano seguinte, assumiu a direção da Federação Paulista de Futebol. O ex-goleiro carioca que se transformou em dirigente paulista morreu em janeiro de 1954. Como homenagem óbvia, seu nome passou a batizar o Torneio Rio-São Paulo, algo que foi pouco notado até 1967. Naquele ano, a competição passou a ter equipes de Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná e o nome “Roberto Gomes Pedrosa”, ou “Robertão”, prevaleceu. O campeonato foi organizado pelas federações carioca e paulista em sua primeira edição ampliada. A fórmula de disputa já se assemelhava à dos Brasileirões, com times divididos em grupos e mais de uma fase para definir o campeão. Cada equipe disputaria um mínimo de 14 partidas, o que já obrigava o campeonato a ter um espaço grande no calendário. Em 1968, o Robertão passou a ser organizado pela CBD, incorporou equipes de Bahia e Pernambuco e passou a ser conhecido também como Taça de Prata (referência ao troféu oferecido pela entidade ao campeão). Foi também o último ano da Taça Brasil, que sentia a concorrência da rejuvenescida competição. Nas duas temporadas seguintes, o campeonato não teve mudanças, mas indicou os representantes brasileiros na Libertadores.

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SIM NECESSIDADE HISTÓRICA por Odir Cunha

Acervo Gazeta Press

A Taça Brasil foi criada pelo presidente da CBD, João Havelange, para ser o Campeonato Nacional Interclubes, dar ao vencedor o título de campeão brasileiro e o direito de representar o Brasil na Copa dos Campeões da América, ou Copa Libertadores da América. Enquanto existiu, ela selecionou 100% dos times brasileiros que participaram da Libertadores. Comparar a Taça Brasil com a Copa do Brasil é uma heresia e um anacronismo, pois a primeira sempre foi a principal competição nacional. Com o Torneio Roberto Gomes Pedrosa não foi muito diferente. Nos quatro anos que durou, foi a competição nacional de melhor nível técnico e de maior sucesso de público, com média superior a 20 mil pessoas por jogo, contra pouco mais de 14 mil pessoas do campeonato nacional a partir de 1971. A CBF não preserva com o devido cuidado as informações sobre estas duas competições, justamente aquelas do período áureo do futebol brasileiro. Sem o Dossiê de Unificação dos Títulos Brasileiros, esse conhecimento provavelmente se perderia, pois não se vê interesse da imprensa em preservar esse período de nossa história.

A Taça de Prata foi a base para a criação do Campeonato Nacional de Clubes, em 1971. As únicas alterações foram a inclusão de um time do Ceará e de mais uma vaga para Minas Gerais e outra para Pernambuco. A nacionalização do torneio era supostamente assegurada pela criação da segunda divisão, que abrigava clubes de todos os Estados que já tinham aderido ao profissionalismo.

Reconhecimento ou equiparação? A relação histórica entre os torneios é inegável. Mas o que teria motivado a CBD, ao criar o Brasileirão em 1971, a deixar de lado Taça Brasil e Robertão, competições que ela própria organizou? Simples: política. “O Brasil vivia uma ditadura que descobria como o futebol podia ser usado para promover o ufanismo e a imagem de integração nacional. Era interessante para o governo da época vender a ideia de que estava sendo criado algo inédito”, comenta Roberto Assaf. O rompimento entre o que já existia e o que surgiu criou um paradoxo. Ao mesmo tempo em que havia a noção de que os vencedores de Taça Brasil e Robertão eram campeões nacionais, a imprensa da época também debatia a respeito da falta de um campeonato verdadeiramente nacional. “A própria CBF não sabe

Odir Cunha é jornalista e foi o autor do dossiê entregue pelos campeões da Taça Brasil e do Robertão à CBF. Escreveu os livros “Time dos Sonhos”, “Donos da Terra” e “Na Raça!” e foi co-autor de “O Grande Jogo”

o que a CBD determinou na transição de 1970 para 1971. A documentação da época está na Granja Comary [Teresópolis-RJ] e o responsável pelo arquivo histórico da entidade ainda não teve condições de procurar esse material”, afirma o jornalista Paulo Vinícius Coelho, comentarista dos canais ESPN. João Havelange, presidente da CBD que criou o Campeonato Brasileiro, se diz hoje favorável à unificação de títulos da Taça Brasil e Robertão. Em evento oficial do Santos, afirmou que “se os títulos existiram é porque as competições foram oficiais e, se foram oficiais, devem ser respeitadas”. No entanto, o exdirigente não respondeu quando foi perguntado sobre o porquê de ele próprio não ter feito isso quando comandava o futebol brasileiro. Com tantas verdades e mitos povoando as versões pró e contra a equiparação de títulos, o torcedor e até a imprensa têm dificuldades de fazer um julgamento sobre o assunto. O que é inquestionável é que Campeonato Brasileiro de Seleções, Taça Brasil e Robertão foram as competições mais importantes do país em suas épocas e seus vencedores eram consagrados como “campeões brasileiros”. Reconhecer isso é mais importante do que chamar de “campeão do Brasileirão”. Maio de 2009

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por Mayra Siqueira

SÉRIE B » BRASILEIRÃO

A LONGA

E FRIA

ESTRADA

Boa campanha no Estadual do Rio deixou Vasco otimista para a Segundona, mas o clube reconhece que ainda há perigos no caminho derrota por 4 a 0 para o Botafogo foi um técnico Dorival Júnior indicou reforços pouco cotagolpe muito duro, mais que o necessário. dos como Ramón, Rodrigo Pimpão, Jefferson, Elton e O Vasco foi eliminado do Campeonato Nilton. Até os jogadores “de grife” para os padrões da Estadual do Rio de modo contundente e expôs diverSérie B – os meias Carlos Alberto e Léo Lima – estasos problemas de uma equipe que, surpreendentemenvam com mercado limitado. te, já estava usando o rótulo de favorito ao título da Com essa cara, o time convenceu no Estadual do Rio. Taça Rio. Sinal de perigo para a Série B, claramente a Não tivesse perdido seis pontos na Justiça, teria a meprincipal competição dos cruzmaltinos nesta temporalhor campanha das fases de classificação. Além disso, fida? Nem tanto. cou 15 jogos sem derrota e chegou a vencer com sobras O clube de São Januário não tem a capacidade de Botafogo e Flamengo, os dois finalistas do torneio. investimento demonstrada pelo Corinthians no ano A noção de que a situação do clube – que, nos pripassado e, por isso, não se reforçou tanto para jogar meiros meses de 2009, ainda teve de sobreviver à tura segunda divisão nacional. No entanto, boa parte da bulência política causada pelos aliados do ex-presicartilha sobre como um grande clube deve fazer para dente Eurico Miranda e por denúncias de irregulariretornar rapidamente à elite foi cumprida. dade na gestão de Roberto Dinamite – é delicada e faz O primeiro passo foi buscar um lema que reunisse toque o discurso seja discreto. dos os vascaínos em torno de uma causa: a recuperação “O que aconteceu com o Corinthians [conquistar a do clube. Assim, a diretoria não perdeu tempo e lançou promoção com seis rodadas de antecipação e o título diversos produtos que usassem a frase “o sentimento com quatro] vai chamar a atenção das demais equipes. não pode parar”, mote da torcida cruzmaltina na reta A preparação de todas as outras será bem maior e o final do Brasileirão 2008, quando o rebaixamento já campeonato ficará muito mais complicado para nós”, parecia inevitável. Fora de campo, o afirmou Dorival em entrevista conclube contratou o gerente de futebol cedida à edição de fevereiro da Rodrigo Caetano, que se notabilizou Trivela. “Vários times têm chance no Grêmio pela capacidade de idende voltar para a primeira, temos que tificar talentos a baixo custo. atuar com o pé no chão. Não acho Elenco e comissão técnica seque o Vasco terá uma campanha Distância a ser guem a mesma filosofia, assutão tranquila quanto o Corinthians”, percorrida pelo Vasco mindo as privações de estar na concorda o meia Fernandinho, conapenas para os Segundona, mas buscando no ortratado no início do ano, após pasjogos da Série B gulho ferido as forças para a recusar seis no exterior. peração. Para reconstruir o time, o Parte da preocupação está no pé-

A

50.280 km

PEDRAS PELO CAMINHO

Quem tem mais condição de brigar com o Vasco pelas quatro vagas na Série A de 2010

Atlético Goianiense

Bahia

Figueirense

Fortaleza

Todo ano, a Segundona vê um time vindo da Série C brigar pelas primeiras posições. Em 2009, o candidato mais forte é o Atlético Goianiense, que foi à final em dois dos últimos três estaduais

Entre os fundadores do Clube dos 13, é o único que tem dificuldades crônicas para retornar à elite. Em 2009, o trabalho do Tricolor parece consistente e a equipe comandada por Alexandre Gallo é forte candidata à promoção

Tem uma boa estrutura e, como rebaixado do ano anterior, é candidato natural ao retorno. No entanto, a campanha no estadual foi desencorajadora

Depois de um início titubeante, reagiu no estadual. Além disso, já tem experiência recente de subir da Série B para a A

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Jorge R. Jorge

riplo que os cruzmaltinos terão de fazer na segunda divisão. Por ter sede no Rio de Janeiro, o clube terá de viajar 50.280 km durante todo o torneio, 27.088 km a mais que o Corinthians – beneficiado pelo excesso de paulistas na Segundona – no ano passado e 16.306 km a mais que o próprio Vasco em 2008, ainda na Série A. Dos 19 adversários, oito são de São Paulo, quatro do Nordeste, dois do Sul, três do Centro-Oeste, um de Minas Gerais e apenas um no próprio Rio de Janeiro. Durante esse tempo, o clube ainda precisará contornar alguns potenciais problemas. O principal que se ensaia

é a perda de jogadores. Carlos Alberto, por exemplo, assinou contrato de apenas seis meses e, até o fechamento desta edição, ainda não havia confirmado se chegaria ao fim do ano com a camisa branca com faixa diagonal preta. “Deixei nas mãos do Vasco e do meu procurador para viabilizar minha permanência, pelo menos até a metade do ano que vem”, afirmou o jogador. Mesmo com esses obstáculos, o Vasco entra como favorito destacado. Basta não perder a auto-estima e ter paciência após eventuais tropeços para retornar ao convívio dos grandes.

Acesso à Série A não cairá no colo do Vasco

Juventude

Paraná

Ponte Preta

Portuguesa

Não é um grande concorrente ao título, mas chegou às semifinais dos dois turnos no estadual e pode incomodar especialmente nos jogos em casa

Chegou a ser ameaçado de rebaixamento no Paranaense, mas reagiu depois da chegada do técnico Velloso. Passa por reestruturação administrativa

Oscilou muito no Campeonato Paulista, um problema já visto na Série B de 2008. Se encontrar um pouco de estabilidade, tem talento para brigar pela promoção

Manteve a base da Série A de 2008 e fez um ótimo estadual, perdendo um lugar na semifinal no saldo de gols. Se souber contornar as crises que sempre rondam o Canindé, tem boas chances de retornar à elite Maio de 2009

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Há décadas o trem-bbala entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas é proometid tido. Nos últim últimos meses, a lenda, peelo menos, ganh hou teoriaa

eu fiscalizo a

Copa 2014

por Gustavo Hofman

Ligar São Paulo e Rio de Janeiro por trem não parece tão complicado. Mesmo com uma serra no meio do caminho, as duas cidades já são conectadas por estrada e houve transporte ferroviário entre ambas por décadas. No entanto, a última linha periódica para passageiros, o Trem de Prata, data de novembro de 1998. A concorrência com as rodovias e a ponte aérea se mostrou muito forte, pelo menos até a Fifa deixar claro que era preciso retomar o transporte férreo para o Brasil receber a Copa de 2014. Foi o sinal para

sair da gaveta o plano do trem-bala entre as duas maiores cidades do país. Em 8 de abril, o Diário Oficial da União publicou um decreto assinado pelo presidente Lula que ratifica outro, de novembro de 2007, para incluir o TAV (Trem de Alta Velocidade) no Programa Nacional de Desestatização (PND). O projeto não seria apenas ligar as capitais paulista e fluminense, mas incluir um ramal até Campinas. Com isso, aumentaria o potencial de usuários da linha, além de facilitar a ligação com o

ITINERÁRIO MG

SP

São José dos Campos

Campinas

São Paulo

RJ Rio de Janeiro

PR Volta Redonda

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aeroporto campineiro de Viracopos, que deve ganhar importância no transporte de passageiros (já é o maior de carga do país) nos próximos anos. “Trata-se de um projeto bem antigo e uma necessidade da Região Metropolitana de Campinas. A inclusão no PND e todas as reuniões que já aconteceram mostram que ele está na pauta”, afirma Gustavo Petta, secretário de esportes de Campinas. “A Copa está acelerando esse processo”, completa Petta, que foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) entre 2003 e 2007 e é filiado ao PC do B, mesmo partido do ministro dos esportes, Orlando Silva – também com fortes vínculos com o movimento estudantil. A ideia do governo federal ao adicionar o TAV ao PND é buscar parceiros no setor privado para as obras, que estão, inicialmente, orçadas em US$ 14 bilhões (ainda que seja difícil fazer projeções de

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TAV deve custar quase o mesmo que o Eurostar, trem que liga Inglaterra e França

LU PA Preocupação tardia Ciente do perigo de Cuiabá em não se tornar uma das sedes da Copa, o prefeito da cidade, Wilson Santos (PSDB), se reuniu no começo de abril com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Ele levou à Brasília sua preocupação com a escolha. “Não gostaríamos que nenhuma interferência política tirasse Cuiabá da Copa. Circulam boatos de que o presidente Sarney e Michel Temer [presidente da Câmara] estariam interferindo em favor de Campo Grande. Mas ele garantiu que isso não está acontecendo”.

Mais cargos...

custos para obras diferentes, o túnel sob o Canal da Mancha custou cerca de US$ 15 bilhões em valores atualizados). No entanto, o Estado sabe que será o principal investidor. “Se você avaliar as experiências do mundo, todas tiveram uma participação forte do governo. Provavelmente não teremos a primazia de ser diferentes do mundo”, afirma, Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Ao todo, a linha terá cerca de 530 km de trilhos, sendo 130 km constituídos por túneis e viadutos. De acordo com um estudo de viabilidade técnica da obra, feito pela empresa britânica Halcrow e entregue ao governo, o trajeto deverá ter oito estações entre Rio de Janeiro e Campinas, com a possibilidade de paradas opcionais, como Aparecida do Norte-SP, em épocas de grande demanda. A previsão é de que sejam transportados, anualmente, entre 8 e 10 milhões de passageiros, com

a passagem em torno de R$ 120. A reportagem da Trivela entrou em contato com a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base) para falar sobre o projeto, mas a entidade preferiu não comentar. Segundo sua assessoria de imprensa, toda questão que envolve a Copa de 2014 a obriga a “pisar em ovos, porque qualquer comentário sobre uma cidade pode motivar outra a reclamar.”. A associação ainda informou que divulgará no final de maio um estudo sobre as necessidades de infra-estrutura para o torneio no Brasil, seguindo o termo de cooperação técnica assinado com o governo federal e a CBF. A Casa Civil, o Ministério dos Transportes e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) são as partes federais diretamente envolvidas com o trembala, incluída também no PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento).

A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara aprovou, em meados de abril, a criação da Secretaria Nacional de Futebol e da Defesa dos Direitos do Torcedor no Ministério do Esporte. O autor do projeto foi o deputado Deley (PSC-RJ), ex-jogador do Fluminense nos anos 80. Segundo ele, a nova secretaria, que irá acompanhar projetos do futebol, será de “fundamental importância” à Copa.

Descoberta da América Uma audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), em abril, constatou que o Brasil está totalmente defasado no turismo para o Mundial. De acordo com o professor da Universidade de São Paulo, Mário Carlos Beni, nem 1% da mão-de-obra turística necessária para a Copa está devidamente treinada. “Temos que lembrar que o Brasil será o foco do noticiário internacional por cerca de um mês”, disse Beni, que também é membro do Conselho Nacional de Turismo do Ministério de Turismo.

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CATEGORIAS DE BASE

por Dassler Marques

PROMESSAS pelo caminho Transição entre categorias de base e profissional extermina sonhos e produz decepções na vida de aspirantes a boleiros badalado time júnior do Flamengo deixava o gramado do estádio Antonio Soares Oliveira, em Guarulhos, cabisbaixo pela eliminação precoce frente ao Internacional, nas quartas de final da Copa São Paulo de 2008. Um jogador, entre os flamenguistas, aparentemente não tinha motivos para se preocupar. O centroavante Pedro Beda, 19 anos, havia marcado sete gols em cinco jogos e era exageradamente comparado a Batistuta pela sua força física e faro de gol. O Batigol da Gávea logo aprendeu um pouco mais sobre o dinamismo do futebol. Em aproximadamente 40 dias, sem sequer ter estreado na equipe profissional do Fla, foi negociado para a Europa. Ele explica a pressa: “A gente sonha em jogar fora, né? Vê times de tradição como Real Madrid, Manchester United e Barcelona, vê ídolos que jogam lá também, só os craques. Aí dá muita vontade também”. É verdade, mas ele não se transferiu para nenhum desses três clubes. Seu destino foi o Heerenveen – o mesmo por onde passou Afonso Alves e que foi mencionado por Dunga como “aquele time

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da Holanda”. Antes de seu embarque definitivo, em agosto, o atacante já mostrava uma pontinha de arrependimento. Entre o anúncio de sua negociação e a ida para a Holanda, o Flamengo vendeu os principais jogadores ofensivos – Renato Augusto, Marcinho e Souza – e ficou praticamente sem opções para compor o setor. “Achei que não teria oportunidades em 2008. Aceitei sair quando o Flamengo ganhou do América, lá no México, pela Libertadores, e tinha sete jogadores de frente no time profissional”, recorda. Enquanto o atacante cuidava dos preparativos para viajar a Holanda, Caio Júnior perdia os cabelos atrás de soluções. Erick Flores e Paulo Sérgio, parceiros de Beda nos juniores, foram aproveitados. E o jovem centroavante perdeu uma boa oportunidade de se firmar com a camisa rubro-negra. “Não queria ir mais para a Europa. Meu sonho era jogar no Flamengo”, admite. Casos como o de Pedro Beda, não são exceções no exportador futebol brasileiro. Muitos garotos de talento, ansiosos por uma ascensão rápida, acabam se precipitando ao interpretar os benefícios de buscar o “sonho europeu”. “Existe toda a

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fantasia e o glamour de se jogar fora do país. Mas, quanto mais jovem, maior a dificuldade de adaptação”, pondera Kátia Rubio, presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte.

Papel dos clubes Apesar do arrependimento, a pressa do jovem atacante do Heerenveen é compreensível se considerado o histórico de pratas da casa na Gávea. Jovens como Vinícius Pacheco, Nélio e Kayke também surgiram como promessas e se queimaram antes de construir uma reputação no cenário nacional. O medo de se tornar mais um exemplo de garoto de talento que jamais explodiu é um grande fantasma na cabeça dos adolescentes que militam nas categorias de ba-

se dos clubes brasileiros. “A possibilidade de ser ou não jogador deve ser uma das tantas na vida dele. Na mesma idade, uns querem ser cantores de rock, e nem todos conseguirão. Se ele deposita todas suas fichas em uma possibilidade, corre o risco de viver uma grande frustração em um período fundamental da vida”, alerta Kátia. Os próprios clubes ajudam a alimentar a expectativa dos jovens. Muitos tratam as categorias de base como ferramenta para sua sobrevivência financeira e produzem, nos atletas, a sensação de que eles são, de fato, mais importantes do que talvez sejam. Meninos como Neymar, do Santos, Douglas Costa, do Grêmio, Phillippe Coutinho, do Vasco, ou Oscar, do São Paulo, recebem diversos cuidados e até têm

suas entrevistas controladas, como se fossem astros. Nesse cenário, são raros os casos de jogadores que, desde o início, não falam em uma aventura europeia como objetivo da carreira. É o caso de Lucas Roggia, do Internacional. “Sei que muitos garotos saíram daqui e não vingaram. Por isso, trabalho para atuar no Beira-Rio lotado”, explica o atacante de 17 anos ao ser lembrado dos gêmeos Diego e Diogo, que até hoje não deixaram o patamar de promessa que carregavam anos atrás. Já o meia Harrison, de 16 anos, considerado um dos jogadores de mais futuro do Atlético Paranaense, tem em seu projeto de atleta o tradicional roteiro desenhado por nove entre dez jogadores: clube grande brasileiro, depois Seleção, depois Europa. O menino, bastante humilde e pacato, gosta do estilo de Cristiano Ronaldo, e diz que se interessaria por uma transferência a um clube de ponta europeu, ainda que já na adolescência. “Os grandes estão lá, o melhor do futebol também. Além da condição financeira”, explica. Com uma origem simples e o desejo pelo estrelato, Harrison pode ser o Pedro Beda de amanhã. Ao se transferir para a Europa ainda muito jovem, pelo simples sonho de menino, um adolescente pode pôr à prova seu despreparo psicológico, cultural e, claro, futebolístico. Poucos clubes brasileiros explicam a seus meninos a diferença em fazer sucesso em categorias de base, as dificuldades de se afirmar entre os mais velhos e, principalmente, deixar mais claro o que a Europa pode trazer. Basta ver o discurso de Pedro Beda assim que assinou com o Heerenveen. “Esse clube não é tão pequeno assim. Se não me engano, é quem mais revela e vende jogadores na Holanda. Uma hora vou arrebentar lá”. Até o fechamento desta edição, o brasileiro havia disputado apenas oito minutos de jogo somando todas as 24 rodadas já disputadas na Eredivisie. Maio de 2009

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INGLATERRA

por Caio Maia

Clube dos Everton e Aston Villa se esforçam, mas só deixarão de pertencer à classe média quando conseguirem o mesmo que o Chelsea: centenas de milhões de libras oje pode parecer difícil de acreditar, mas, há três temporadas, o Tottenham esteve a uma diarréia de tirar das mãos do arquirrival Arsenal a última vaga inglesa na Liga dos Campeões. Na véspera da decisiva partida do ano, diante do West Ham, quase metade da equipe teve problemas intestinais, e, com isso, perdeu o jogo e a vaga. Escatologias à parte, o time repetiu no ano seguinte a quinta posição, mas sucumbiu em seguida à expectativa nunca satisfeita de chegar entre os quatro, e acabou tendo, no começo desta temporada, que lutar contra o rebaixamento. O Tottenham de 2006 e 2007 é em muito parecido com o Aston Villa deste ano, que também ameaçou ficar com um lugar na Liga dos Campeões. Ou com o Everton do ano anterior, que conseguiu a quarta vaga. Os três, ao lado de Manchester City e Newcastle, formam a chamada “classe média” do futebol inglês, cujo dilema parece cada vez mais cristalizado: dá para furar o “grupo dos quatro” e disputar a principal competição de clubes da Europa? À primeira vista, a resposta teria de ser sim. O Chelsea, afinal, é historicamente tão “classe média” como os outros cinco, e, desde que o dinheiro passou a jorrar em fontes em Stamford Bridge, “mudou de turma”. Uma olhada na tabela de todos os tempos do Campeonato Inglês

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David Moyes e Martin O’Neill, peças fundamentais na consolidação de Everton e Aston Villa

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Getty Images/AFP

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(veja abaixo), que soma os pontos obtidos

nal da Copa Uefa. A grande virtude do técnico é saber usar os recursos que tiver em mãos, por mais escassos que sejam. Como diz James Lawton, do jornal londrino Independent, “sua maior força é trabalhar e moldar os jogadores, mostrar a eles qual é seu objetivo, e qual sua melhor maneira de jogar”. Ou, como explica o ex-jogador e comentarista escocês Pat Nevin, “o que O’Neill fez no Celtic foi identificar o que era melhor para o clube, entender o limite de seus recursos e como construir um time adequado a isso”. No Tottenham, a situação não foi muito diferente. Nos dois anos em que terminaram na quinta posição, os Spurs não investiram muito dinheiro e vislumbravam um trabalho de longo prazo. No caso, com o técnico holandês Martin Jol.

pelas equipes desde 1888, mostra que os Blues são os últimos colocados do seleto “clube dos 9”. E que o vice-líder é o Everton, time que mais disputou a primeira divisão, 105 vezes em um total de 109 campeonatos.

Pés no chão Além de tradição e torcida, o que existiu de comum entre Spurs, Everton e Aston Villa em seus recentes momentos de sucesso foram dois fatores: estabilidade e pés no chão. O Everton é o mais emblemático da política: David Moyes é o treinador da equipe desde os últimos jogos da temporada 2001/02. O clube não é exatamente econômico em suas aquisições, mas não tem em seu plantel estrelas de classe mundial. Os destaques da campanha de 2004/05, por exemplo, foram Tim Cahill e Leon Osman. Da mesma maneira, o Aston Villa que ocupou a quarta posição por grande parte da atual temporada não tem em sua lista de jogadores nenhum nome que faça crescer os olhos de um torcedor menos informado. A maior estrela do time está no banco: Martin O’Neill é o “queridinho” da mídia britânica desde que pegou o Leicester City na segunda divisão, levou-o à primeira e ganhou duas Copas da Liga. No Celtic, o norte-irlandês ganhou, em cinco anos, três ligas e três copas nacionais, além de levar o time à fi-

Dinheiro não é tudo Apostar no bom e (relativamente) barato foi suficiente para consolidar Aston Villa, Tottenham e Everton entre os postulantes à Copa Uefa (agora Liga Europa). Mas não serviu para equipará-los aos grandes. Quem conseguiu isso foi o Chelsea, que o fez a custa de muito dinheiro. O problema é que os Blues gastaram cerca de £ 300 milhões (€ 338 milhões) nas duas primeiras temporadas com Roman Abramovich na direção. Dinheiro que nenhum clube que queira viver com as próprias pernas pode gastar.

Liga (2)

Pontos

Dinheiro compra a grandeza Nos critérios históricos, fica evidente que Liverpool, Manchester United e Arsenal são os clubes mais vitoriosos da Inglaterra. O Chelsea, atrás de muita gente, só justifica sua grandeza nos critérios financeiros

1. Até a temporada 2007/08 (para todas as vitórias, foram computados três pontos); 2. Campeonato Inglês; 3. FA Cup; 4. Valores em milhões de euros; 5. Diferença entre o valor gasto e recebido com transferência de jogadores ; 6. O Sunderland é o 9º colocado, com 4.210 pontos Fonte Transfermarkt.co.uk

Copa (3)

Último

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Mercado (4)

Último Gasto Saldo (5)

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6.065

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1989/90

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2006

317

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2003/04

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2005

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5

5.509

17

2007/08

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2004

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3

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204 Soma das participações de Everton (106) e Aston Villa (98) na primeira divisão inglesa. São os dois clubes que mais vezes estiveram na elite 46

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O grande io-iô do Norte

Graham Stuart/AFP

O Tottenham tentou ir por esse caminho e gastou uma quantidade pornográfica de dinheiro. E se deu mal. No que se refere a gastar dinheiro, os Spurs claramente estão degraus acima de seus “colegas” de classe média. Em 2008/09, por exemplo, o time de White Hart Lane gastou £ 125 milhões (€ 139 milhões) em jogadores como Modric, Bentley e Pavlyuchenko, além de recomprar Defoe e Keane. Não fosse também um grande vendedor, o clube do norte londrino precisaria ter conta bancária abramovichiana – que não tem. É o mesmo erro que tem cometido o Manchester City. Os Citizens estão na sétima posição na tabela de todos os tempos da Inglaterra, mas, há seis anos jogou a segunda divisão e, desde então, sua melhor colocação foi um oitavo lugar. Em 2007/08, vieram o dinheiro do milionário tailandês Thaksin Shinawatra e o técnico sueco Sven Goran Eriksson, mas não houve tempo para se trabalhar a realidade. O time começou a temporada muito bem, mas caiu no final, e acabou em 9º. Na temporada seguinte, tudo recomeçou do zero. O clube foi vendido para o árabe Mansour Al Nahyan e contratou um novo treinador, o galês Mark Hughes. O City continuou gastando aos borbotões: £ 80 milhões (€ 89 milhões) para levar Robinho, Jô, De Jong e Bellamy. Muito dinheiro, quase todo ele mal gasto. É claro, não deu certo. Até a 33ª rodada do atual campeonato, o City era apenas o décimo colocado. Embora, ainda tivesse chances de se classificar para a Liga Europa, seria apenas repetir o que aconteceu com Eriksson. A equipe, além disso, foi eliminada nas quartas de final da Copa Uefa pelo Hamburg – de Martin Jol.

Numa fria O Newcastle ganhou a primeira divisão inglesa em 1905 e em 1927. Sua última conquista doméstica foi a FA Cup de 1955, e o último título veio em 1969, na Copa das Feiras, predecessora da Copa Uefa. Desde então, foram numerosos os segundos e terceiros lugares, mas a falta de sucesso em chegar ao topo já virou motivo de piada no país. Ainda assim, os Magpies estão no grupo de “médios” da Inglaterra. E, como ocorre com o Tottenham, sofre pela falta de planejamento. Se não sai pelas torneiras, dinheiro também não falta em Newcastle. O clube tem um dos maiores estádios do país, e o enche com freqüência. Embora nos últimos anos a conta de gastos esteja em baixa, na temporada 2005/06, por exemplo, a equipe gastou £ 30 milhões (€ 33,4 milhões) em apenas dois jogadores: Michael Owen, eternamente machucado desde antes de ser contratado, e o espanhol Luque, promessa na época, desaparecido desde então. Estabilidade, entretanto, é algo que não se vê por ali. Bobby Robson foi o último treinador a durar algum tempo no cargo, entre 1999 a 2004. Nesse período, o time se classificou duas vezes para a Liga dos Campeões, mas não teve paciência para dar continuidade ao projeto. A diretoria

A tabela de todos os tempos do campeonato inglês traz na nona colocação um “intruso”: além de se colocar no “Top 10” histórico de pontos no país, o Sunderland é também o oitavo clube com mais participações na primeira divisão, à frente dos londrinos Tottenham e Chelsea. A força dos Black Cats na tabela se deve quase totalmente a um passado nada recente. Apesar de ser o sexto maior campeão do país, seu último título veio em 1936, e, ultimamente, o time tem sido o maior “io-iô” da Inglaterra. Sua melhor colocação recente foi o sétimo lugar de 2000 e 2001. Em 2006, o clube foi adquirido por um consórcio liderado por Niall Quinn, ex-jogador da equipe e um dos maiores goleadores da história da seleção irlandesa. Em 2007/08, o Sunderland gastou quase £ 60 milhões (€ 67,6 milhões) em reforços, sem mudar os destinos da equipe, que briga para não cair.

dispensou o treinador e, desde então, a equipe já teve seis comandantes, sendo três só na atual temporada. Parece evidente pela análise da história recente que uma boa dose de paciência é vital para qualquer clube inglês que pretenda desafiar os “donos da rua”. Paciência que Newcastle e Tottenham não tiveram. Mas que Aston Villa e Everton por enquanto têm tido. Entretanto, como os resultados dos Toffees demonstram, só paciência não basta. Não dá para desafiar Cristiano Ronaldo com Fellaini. Fernando Torres com Heskey. Arshavin com Oba-Oba Martins. Com isso, é necessário somar a paciência que o Manchester United teve com Ferguson (que só ganhou a Liga em seu sétimo ano) com dinheiro – que Sir Alex teve, por exemplo, para contratar Cantona ao Leeds. Foi precisamente o que fez o Chelsea. E o que tentou fazer o Tottenham. O que diferencia os dois, além da quantidade de dinheiro, é algo que precisa ser descoberto pela “classe média” inglesa. Sob risco de continuar vendo pela televisão os grandes jogos da Europa e as comemorações de título. Saiba mais sobre futebol inglês em www.trivela.com/inglaterra

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ENCHENDO O PÉ

por Caio Maia

“Player Power” NINGUÉM EM SÃ CONSCIÊNCIA pode achar que é “coincidência” a diferença entre o futebol que Didier Drogba vem jogando hoje e o que ele apresentava quando era comandado por Luis Felipe Scolari. Felipão “escolheu” o marfinense como o jogador contra o qual uniria o grupo. A tática foi empregada com Romário, no Brasil de 2002, e Vítor Baía, em Portugal. No Chelsea, não funcionou. Primeiro, porque, ao contrário dos casos prévios, não havia um jogador para colocar no lugar de Drogba. Além disso, a cultura futebolística da Inglaterra é outra, e o modelo de unir um time contra um inimigo comum pode até funcionar, mas não se o inimigo for interno. Quem começou a briga, não interessa. Se o time jogava mal só por isso ou se Felipão também tinha culpa pelas fracas atuações, também pouco importa para este raciocínio. O que importa é que quem derrubou o brasileiro foram os jogadores. Não necessariamente os mais influentes do time, mas certamente os que tinham algum poder. No momento em que escrevo, o São Paulo ainda está sob o impacto da perda de Rogério Ceni. Qualquer um que tenha argumentado que “Bosco é um bom goleiro e merece uma chance” certamente perdeu os argumentos depois da derrota diante do Corinthians na semifinal do Paulista. Bosco jogou como Bosco: um bom reserva, mas, que, se tivesse condições de ser titular em uma equipe como o São Paulo, não estaria esquentando banco para Rogério Ceni há tanto tempo. O goleiro e capitão tricolor está fora por pelo menos quatro meses. Deixando de lado a análise apressada – e não verdadeira – de que vinha em uma “má fase”, quando voltar viverá uma nova experiência

na vida, a de retornar aos gramados depois de uma contusão de tanto tempo. É impossível saber se voltará logo a atuar bem, assim como é impossível saber se poderá retornar tão cedo. Por que, então, o São Paulo arrisca sua temporada ao se recusar a procurar outro goleiro? Por um motivo simples: Juvenal e Muricy até podem brincar de mandar no time, desde que não mexam com Rogério Ceni. E Rogério Ceni pode amar o São Paulo o quanto for, mas não vai aceitar uma sombra no elenco do “seu” time. Vamos imaginar que um goleiro como Dida estivesse disponível. Não mais um dos melhores do mundo, mas com alguma lenha para queimar. E, melhor, com menos de um ano de carreira pela frente, ou seja, não haveria dúvidas sobre a titularidade de Rogério no ano que vem. Ainda assim, para contratá-lo seria necessário que o capitão são-paulino aceitasse a idéia de que, em 2009, não será mais titular do time. E Rogério Ceni dificilmente aceitaria isso. Estamos especulando sobre a possível chegada de um goleiro em fim de carreira. Imagine-se então, se falássemos de um goleiro jovem, querendo conquistar espaço. Que, no ano que vem, quando Rogério vai estar um ano menos flexível, com reflexos um ano mais lentos e um ano mais sujeito a contusões sérias, poderia querer resolver ser melhor que ele, e, eventualmente, tomar sua posição. A história diz que Rogério Ceni não aceitaria. E que o que Rogério Ceni não aceita, a direção tricolor não faz. Azar do São Paulo, que perde qualidade no gol, liderança e orientação para sua defesa. Não é um preço caro demais a se pagar apenas para não desagradar a um jogador, ainda que este seja “o” jogador? Maio de 2009

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Quem manda aqui

SOU EU

Ceerwan Aziz/Reuters

CARTOLAGEM

Diante de impasse, Fifa faz Agência Mundial Antidoping recuar e dá uma demonstração de seu poder político magine que você, para exercer sua profissão, precisasse informar onde estará por um período de uma hora em uma data daqui a três meses. Parece complicado, mas seria exatamente isso que vários jogadores de futebol teriam de fazer de acordo com as novas regras aplicadas pela Wada (Agência Mundial Antidoping) desde o último 1º de janeiro. A entidade, que exige que seu código seja adotado por todas as modalidades olímpicas, quer saber com antecedência o paradeiro dos atletas de elite para poder realizar testes surpresa quando bem entender. A ideia não foi bem aceita pela Fifa e pela Uefa, que apoiadas por associações de jogadores e por representantes de outros esportes coletivos, se manifestaram de forma veemente contra as exigências da Wada. Um impasse que poderia chegar a um grande imbróglio judicial e ameaçar o lugar

I

do futebol nos Jogos Olímpicos. Nada que o poder político da Fifa não resolvesse. Os dois lados tinham bons argumentos para se apoiarem, mas o órgão antidoping cedeu sem muita resistência à pressão dos dirigentes máximos do futebol mundial. Pelo acordo anunciado em abril, apenas jogadores que estiverem se recuperando de contusão ou jogadores com histórico de uso de substâncias ilícitas terão de informar o paradeiro antecipadamente. A rendição da Wada surpreendeu porque foi precedida de um discurso firme de seus comandantes contra a oposição da Fifa. Diante das alegações de que o período de férias dos jogadores deveria ser respeitado, e que durante a temporada eles podem ser localizados nos clubes, o presidente John Fahey deu declarações duras à imprensa, acusando os órgãos futebolís-

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Ano da adesão da Fifa ao código antidoping da Wada. O futebol foi o último esporte a adotar a cartilha exigida para permanência no programa olímpico 48

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por Leonardo Bertozzi

Não fosse a recuada do COI, a Argentina ficaria como a última campeã do futebol olímpico

ticos de ignorarem a realidade do doping no esporte. “A experiência demonstrou que atletas que trapaceiam aproveitam qualquer oportunidade para fazê-lo, e se dopam quando não acreditam que serão testados”, afirmou Fahey em comunicado oficial que acirrou as discussões. “Algumas substâncias desaparecem rapidamente do corpo, mas mantêm seus efeitos de ganho de desempenho”. O argumento, no entanto, é combatido até por especialistas antidoping. Caso de Martial Saugy, responsável por um laboratório credenciado pela Wada em Lausanne e consultor tanto para a Agência Antidoping quanto para a Fifa. Saugy afirma que um jogador de futebol poderia passar até duas semanas sem ser testado. “Quatro semanas talvez seja um período muito longo, mas duas são certamente aceitáveis”, explicou. Segundo o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo e membro da diretoria executiva da FifPro (Federação Internacional de Jogadores de Futebol), Rinaldo Martorelli, o futebol não tem um histórico de doping suficiente para justificar o que considera uma invasão à privacidade dos atletas. “Grande parte dos casos que aparecem são de jogadores que consomem drogas recreativas ou de uso acidental de substâncias proibidas”, argumenta o ex-goleiro. Há, porém, quem atribua o baixo número de casos a uma fiscalização insuficiente. É o que pensa o advogado Thomas Paiva, membro do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo e diretor jurídico da Confederação Brasileira de Atletismo. “O futebol sempre viveu à margem do controle antidoping. Se fossem feitos testes surpresa nos clubes no início da prétemporada, ia ter muito jogador saindo correndo”, acusa. Maio de 2009

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Vipcomm

Caetano Barreira/Reuters

Jorge R. Jorge

DO BRASIL PARA O TAS

e

r O futebol brasileiro tem uma média de resultados positivos para doping semelhante à de outros países. No entanto, quatro casos geraram bastante debate no país nos últimos dois anos. O mais controverso foi de Dodô e. Em 2007, o exame do atacante, então no Botafogo, deu positivo para femproporex, um estimulante e inibidor de apetite, após o clássico contra o Vasco. Ele chegou a ser suspenso por 120 dias pelo STJD, mas foi absolvido em segunda instância. A Fifa decidiu intervir e o caso acabou no TAS (Tribunal Arbitral do Esporte). O Botafogo alegava que cápsulas de cafeína fornecidas aos jogadores estavam contaminadas pela substância, mas a justificativa não convenceu o tribunal de Lausanne, que puniu o jogador por dois anos em setembro de 2008. Em março do ano passado, o volante Rodrigo Souto r, do Santos, foi flagrado por uso de cocaína depois de uma partida contra o San José, da Bolívia, pela Libertadores. A Conmebol impôs suspensão de dois anos, endossada pela Fifa, mas o jogador permaneceu atuando no Campeonato Brasileiro amparado por uma liminar. Em fevereiro de 2009, o TAS anulou a punição, aceitando o argumento santista de que os exames teriam sido realizados fora dos padrões internacionais, tornando o resultado inválido. Houve casos mais curiosos, como o de Romário, que deu positivo em outubro de 2007 para finasterida, substância encontrada em produtos contra queda de cabelos. Meses antes, Marcão t, na época no Internacional, havia sido flagrado pela mesma razão. O defensor, johe no Palmeiras, pegou 120 dias de gancho e cumpriu apenas 65, enquanto Romário, em fim de carreira, foi absolvido.

t Paiva também discorda da visão de que a regra que obriga os jogadores a informar seu paradeiro seja uma violação à liberdade individual. “Tornar-se um atleta profissional – e se submeter ao conjunto de regras e exigências que isso implica – é uma decisão de cada um. Quem não está disposto a cumprir as regras pode permanecer no amadorismo”, argumenta.

Dois anos A privacidade dos futebolistas durante suas férias não é o único ponto de discordância entre Wada e Fifa. Um dos pontos mais polêmicos do código mundial antidoping é a suspensão de dois anos para o primeiro exame positivo de cada atleta. Punições do tipo, como a aplicada a Dodô (ver box), são raras no futebol, já que os jogadores costumam ser absolvidos

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Ezra Shaw/AFP

ou ter suas penas reduzidas quando conseguem provar que não consumiram as substâncias de má fé, com o objetivo de ganhar performance, ou que não foram responsáveis diretos pelo uso. A agência antidoping defende uma linha mais dura e exige suspensões até para quem não cumpre o protocolo dos exames, mesmo em casos de resultados negativos. Foi o que aconteceu na Itália, quando dois jogadores do Brescia, Daniele Mannini e Davide Possanzini, se apresentaram com meia hora de atraso para colher amostras de urina após uma partida contra o Chievo, em 2007. Ambos foram suspensos por apenas 15 dias pelo Comitê Olímpico Italiano, mas a Wada decidiu levar o caso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) em Lausanne, Suíça. Em janeiro, o TAS suspendeu Mannini, hoje no Napoli, e Possanzini, ainda no Brescia, por um ano. O caso causou grande comoção na Itália, e o sindicato local dos jogadores, apoiado pela federação nacional, promoveu um protesto ao atrasar em 15 minutos o início das partidas de uma rodada do campeonato. Pressionada, a

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Wada anunciou que não se opunha à reabertura do caso e os dois jogadores foram liberados até uma nova sentença. Para Thomas Paiva, a agência antidoping teria chance razoável de sucesso caso batesse o pé e insistisse na proteção de suas exigências. A entidade conta com o suporte do Comitê Olímpico Internacional na defesa de suas políticas, além de desfrutar de acordos de colaboração prestigiosos, como o assinado com a Unesco (órgão das Nações Unidas para promover educação, ciência e cultura no planeta) em 2005. O problema da Wada é que o COI depende mais da Fifa do que o contrário. A federação de futebol foi a última a aderir ao código mundial antidoping, exigência do comitê para incluir alguma modalidade aos Jogos, e nunca fez muita questão de colocar as melhores equipes do mundo nas Olimpíadas. Mesmo assim, o futebol se manteve no evento. “O futebol atrai grandes públicos, é um grande negócio, e o COI não considera a possibilidade de perdê-lo”, comenta Martorelli, da Fifpro. A luta contra o doping se divi-

de, assim, entre o rigor excessivo da Wada e a aparente leniência da Fifa. Quem leva a melhor, no caso, é quem sabe jogar com suas influências. E a julgar pelos últimos acontecimentos, continuará sendo difícil superar o poder político dos dirigentes do futebol mundial.

PARTE DO DIA-A-DIA Nas últimas edições dos Jogos Olímpicos, atletismo e levantamento de peso foram as modalidades com maior número de casos de doping. No entanto, há dois outros esportes em que o uso de substâncias ilegais é muito mais problemático, chegando a causar danos à credibilidade das competições. O mais evidente é o ciclismo, que tem histórico de resultados positivos em nomes de ponta. Nos últimos anos, o episódio mais notável foi o do norte-americano Floyd Landis, que perdeu o título da Volta da França (evento mais importante da modalidade) de 2006. Antes da mesma edição, suspeitas já haviam derrubado dois dos favoritos, Ivan Basso e Jan Ullrich. Os casos criaram uma atmosfera de paranoia para preservar o esporte, a ponto de o norte-americano Lance Armstrong, heptacampeão da Volta da França entre 1999 e 2005, ter sido submetido a 24 testes surpresa desde que anunciou seu retorno ao esporte, em setembro do ano passado. No beisebol profissional norte-americano, o uso de esteroides para ganho de massa muscular se tornou uma constante durante os anos 90, colocando em questão muitos dos recordes alcançados por jogadores desde então. Uma das razões para o abuso era a falta de rigor nas punições – atletas culpados chegavam a pegar apenas três jogos de suspensão, em um campeonato em que os times fazem 142 partidas apenas na fase de classificação. Em livro publicado em 2005, o ex-jogador José Canseco admitia ter usado esteroides e afirmava que “85% dos jogadores de beisebol” faziam o mesmo. Ele citou companheiros de renome, entre eles Jason Giambi, Rafael Palmeiro e Iván Rodríguez, como alguns dos exemplos, dizendo que ele próprio injetava a substância nos colegas. Motivado pelo livro de Canseco, o Congresso norte-americano criou uma comissão (equivalente à CPI) para investigar o doping no beisebol. Nos Estados Unidos, a falta de credibilidade da Major League Baseball é considerada um dos fatores para a perda de popularidade do esporte em relação ao futebol americano.

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HONRA

eterna

Tiziana Fabi/AFP

CAPITAIS DO FUTEBOL » ROMA (ITA)

Dois rivais carregam o orgulho de representar a capital italiana. Roma e Lazio desafiam esporadicamente o domínio do Norte, mas fundamental mesmo é vencer o dérbi s torcedores que viajarem a Roma para acompanhar a decisão da Liga dos Campeões, em 27 de maio, entenderão porque uma visita à Cidade Eterna é item obrigatório na lista de “coisas a fazer antes de morrer”. Andando pelas ruas da capital italiana, é inevitável a sensação de se viajar pelo tempo. Conhecer Roma é vivenciar a história da arte, da Igreja, de um império que influenciou a civilização ocidental. Falar na Roma Antiga em uma revista de futebol não é um despropó-

OS TIMES DA CASA

O

sito. Na época dos césares, os romanos praticavam o harpastum, jogo no qual os atletas tinham de levar uma bola ao lado oposto do campo, de forma semelhante ao rúgbi atual. Há pouca informação sobre as regras, mas se sabe que era permitido um alto grau de violência: há registros de mortes durante partidas. Não há provas contundentes que liguem o jogo dos romanos com o futebol moderno. No entanto, alguns historiadores defendem a tese que, com a expansão do império por boa parte da Europa, o harpastum tenha se espalhado pelo continente.

Serie A (Primeira divisão)

Associazione Sportiva Roma 3 Campeonatos Italianos 9 Copas da Itália 1 Copa das Feiras

Societá Sportiva Lazio 2 Campeonatos Italianos 4 Copas da Itália 1 Recopa

Lega Pro – Seconda Divisione

(quinta divisão)

(quarta divisão)

Associazione Sportiva Cisco Roma

Serie D

Astrea, Civitavecchia, Cynthia, Guidonia Montecelio, Lupa Frascati e Monterotondo

Obs: A lista inclui os clubes da região metropolitana de Roma

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por Leonardo Bertozzi

Após adaptações na Idade Média, esse jogo com bola teria evoluído até se tornar o futebol atual. Muitos romanos nem conhecem essa história, mas não ignoram a contribuição do império da Antiguidade para a civilização ocidental. Isso faz que cada habitante da capital italiana carregue um orgulho bastante particularsobre o significado de dar sequência a esse legado. O que, no futebol, se traduz no dérbi capitolino, para muitos o mais ferrenho da Itália. Nem as fases negativas de Roma e Lazio tiram a importância de um duelo que, para os locais, vale mais que o campeonato. Claro, tamanha animosidade muitas vezes se transforma em violência. Em um dérbi da temporada 1979/80, Vincenzo Paparelli, torcedor da Lazio, foi morto por um petardo no estádio Olímpico e ficou marcado como a primeira vítima fatal da violência de torcidas na Itália. O acontecimento mais surreal, no entanto, foi em 2004, quando se espalhou no estádio um boato de que um menino teria sido morto por policiais do lado de fora do Olímpico. As torcidas se uniram para forçar a interrupção da partida. E conseguiram. No ano seguinte, já estava claro que a união fora momentânea. Após uma vitória laziale, o atacante biancoceleste Paolo Di Canio, ultradireitista declarado, fez a saudação fascista para seu público, apesar de proibida na Itália. O clima é geralmente tão pesado que o fato de não ter havido grandes incidentes no último dérbi, realizado em 11 de abril, é visto como algo raro e surpreendente.

Imiscíveis

No dérbi romano, rivalidade muitas vezes transcende o lado esportivo

Vendo o ódio entre os dois clubes romanos, nem parece que eles quase se fundiram. A difusão do fut futebol em Roma se deu através de equ equipes pequenas de bairros. A partir da década de 1910, os cluMaio de 2009

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Fotos Shutterstock

ALÉM DO JOGO

r Fontana di Trevi e Vaticano O epicentro do catolicismo fica encravado em Roma, mas é um Estado independente. A principal atração é a Basílica de São Pedro, considerada a maior igreja e um dos maiores edifícios do mundo. Dentro dela, ficam obras como a Pietá, de Michelangelo. Outra visita obrigatória são os Museus Vaticanos. Entre artefatos históricos egípcios, gregos, etruscos e assírios, tapeçarias, mosaicos e quadros de artistas como Caravaggio, Rafael, Fra Angelico e Paul Klee, destaca-se a Capela Sistina, obra de Michelangelo que, sozinha, já valeria a ida a Roma.

t Piazza Navona Uma das mais célebres praças romanas tem o formato de um antigo estádio. A arquitetura é barroca, com edifícios construídos no século XVII. No centro, a bela Fontana dei Fiumi, obra de Bernini. Mas o viajante não pode limitar sua cota de praças à Navona. Locais como Piazza di Spagna, Piazza del Popolo, Campo dei Fiori e Piazza Venezia são de visita obrigatória.

A Fontana di Trevi é uma das mais famosas fontes do mundo. A qualquer hora é possível encontrar turistas atirando moedas de costas para a água para ter sorte. As esculturas têm o mar como tema – Netuno é a figura principal. Andando alguns metros se chega ao Palazzo del Quirinale, residência oficial do presidente da República.

u Panteão O “templo de todos os deuses” é uma maravilha arquitetônica, seja pelo pórtico com colunas de granito, seja pela parte interna, com a “rotunda” com altura e diâmetro rigorosamente iguais. Daí vem o nome da praça adjacente, a Piazza della Rotonda. No Panteão está o túmulo de Rafael, um dos maiores pintores renascentistas.

i Coliseu e Fórum Romano O Coliseu é o mais importante monumento da Roma antiga que chegou aos dias de hoje. O anfiteatro com capacidade para até 50 mil pessoas recebia eventos como batalhas de gladiadores, representações de batalhas históricas e manifestações teatrais. A poucos metros ficam as ruínas do Fórum Romano, centro religioso, comercial e político do Império, e do Palatino, antigo palácio imperial.

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ITÁLIA re io Tib

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Roma 2.726.539 habitantes

ria, eram de esquerda, enquanto os laziali mostravam preferência pela direita. Nos gramados, ambos também não se misturavam. A boa fase de um quase sempre coincidiu com um mau momento do outro. Nos anos 30, a Roma se mostrava quase imbatível em sua casa, o que permitiu ao time obter boas colocações, como o título da Serie A de 1942, o primeiro conquistado por uma equipe do centro-sul italiano. A Lazio conquistou sua primeira competição oficial, a Copa da Itália, apenas em 1958, mas entrou em declínio por problemas financeiros e teve duas passagens pela Serie B nos anos 60. No mesmo período, a Roma levantou pela primeira vez um troféu internacional: a Copa das Feiras, precursora da Copa Uefa, em 1961. Os anos 70 viram uma mudança

Divulgação

bes do centro-sul italiano passaram a ter a oportunidade de disputar o título nacional – o vencedor do campeonato regional enfrentava o campeão do norte. Os resultados da “finalíssima”, sempre favoráveis aos times nortistas, deixavam clara a diferença de nível. Em 1914, por exemplo, a Lazio se classificou vencendo todos os jogos na região, antes de sucumbir ao modesto Casale com derrotas por 7 a 1 e 2 a 0. A hegemonia das potências do norte desagradava aos fascistas, que viam no futebol um meio de aumentar a noção de que a Itália era um país integrado. Assim, dirigentes do governo impuseram a criação de um campeonato nacional e, para torná-lo atraente, incentivaram a criação de clubes fortes fora do eixo GênovaMilão-Turim. O meio de fazê-lo: fundir os times já existentes. O principal fruto dessa política foi a Associazione Sportiva Roma, criada em 1927 com as cores da cidade (amarelo e vermelho) a partir da união de Alba Audace, Fortitudo Pro Roma e Roman. O plano original da fusão também incluía a Lazio, mas houve desacordos entre os Biancocelesti e a Fortitudo. Ironicamente, foi um general fascista, Giorgio Vaccaro, que impediu que os laziali fizessem parte da nova agremiação. Os Giallorossi firmaram sede no bairro popular de Testaccio. A Lazio mantinha seu público no subúrbio, na região norte de Roma. A rivalidade, existente desde já, acabou reforçada pelas diferenças políticas entre os torcedores: os romanistas, maioria na classe operá-

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na divisão de forças. A Lazio montou uma equipe bastante competitiva sob o comando de Tommaso Maestrelli e conquistou a Serie A em 1974. Na época, a Roma se mantinha no meio da tabela e ganhava o apelido de “Rometta” (“Rominha”). A história mudou nos anos 80, quando a Lazio voltou a sofrer e os rivais cresceram novamente. Em 1980, a explosão do “Totonero” – escândalo de manipulação de resultados – levou a Lazio para a Serie B, onde ficaria por três anos. O acesso, em 1983, coincidiu com o segundo scudetto da Roma, conquistado por um time com Falcão, Ancelotti, Bruno Conti, Vierchowod e Pruzzo. A Roma se manteve forte no restante da década, mas acumulou decepções. A maior delas foi a derrota nos pênaltis para o Liverpool em

PRIMO POBRE A má fase do futebol romano atingiu até a Lodigiani, criada nos anos 80 para ser o primeiro time pequeno da cidade desde o fascismo. O clube fundado por funcionários de uma construtora se notabilizou pelo trabalho nas categorias de base – passaram em sua academia nomes como Totti, Toni, Di Michele e Silenzi – e mandava seus jogos aos sábados para atrair os torcedores de Lazio e Roma. Em 1994, chegou a disputar os playoffs de acesso para a Série B. Em 2002, o time foi comprado pela Cisco e, três anos depois, mudou de nome para Cisco Roma. A transformação não foi bem aceita por torcedores e antigos dirigentes, que em 2005 fundaram uma nova Lodigiani, que disputa divisões regionais.

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AS CASAS DOS TIMES Fotos Divulgação

1 Olimpico Com capacidade para 72.698 espectadores, o Olimpico recebeu uma final de Copa do Mundo, duas finais de Eurocopas e sediará neste ano sua quarta final da Liga dos Campeões. Foi construído pelo regime fascista dentro de um grande parque com o nome de “Stadio dei Cipressi”. Nos anos 50, passou por sua primeira reforma, chegando a ter capacidade para 100 mil pessoas. O nome atual foi adotado para os Jogos Olímpicos de 1960. A última grande remodelação foi para a Copa do Mundo de 1990. O estádio pertence ao Comitê Olímpico Italiano e recebe, além dos jogos de Roma e Lazio, eventos importantes de atletismo como o Golden Gala.

2 Flaminio

3 Casal Del Marmo

Localizado em uma área residencial, o Flaminio foi inaugurado em 1959, no mesmo ponto onde ficava o Stadio del Partito Nazionale Fascista, sede da final da Copa do Mundo de 1934. Roma e Lazio mandaram seus jogos no estádio na temporada 1989/90, durante as reformas no Olímpico. Hoje, é palco dos jogos da Cisco Roma e da seleção italiana de rúgbi. O estádio tem 32 mil lugares.

pleno Olímpico, na final da Copa dos Campeões em 1984.

Depois da bonança, a tempestade A Lazio, que ainda passou novamente pela segunda divisão antes de subir em 1988, transformou-se em força do futebol italiano em 1992, ao ser adquirida pelo empresário Sergio Cragnotti. Com dinheiro de sobra, o clube passou a fazer contratações milionárias ano após ano. Na Roma, o momento era de incerteza. A troca de direção levou a alguns anos de instabilidade no início da década de 1990. Para os romanistas, o período valeu mais pelo surgimento de Francesco Totti, que viria a se tornar um símbolo da equipe. Um raro momento em que as duas equipes se encontraram juntas no topo foi na virada do século. Em 1999/2000, a Lazio con-

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tou com jogadores como Nedved, Verón, Simeone, Salas e Stankovic para conquistar seu segundo título italiano. Na temporada seguinte, a Roma deu o troco com um ataque histórico formado por Totti, Batistuta e Montella. A bonança acabou antecedendo a tormenta. Na Lazio, Cragnotti cometeu loucuras como a contratação do espanhol Mendieta por € 47 milhões e, somada à crise de sua empresa Cirio, o clube quase faliu em 2004. Desde então, os alvicelestes convivem com uma realidade mais modesta, lutando por posições intermediárias. A Roma também passou por instabilidade econômica, ainda que tenha evitado que isso se refletisse nos resultados em campo e, com isso, agilizado a recuperação. Essa vocação por estarem sempre em lados opostos dá a sensação de que laziali e romanistas não

Sede dos jogos da Astrea, equipe da polícia penitenciária que disputa a quinta divisão, tem capacidade para 2.500 espectadores.

se misturam. Não é bem assim. A trajetória dos clubes tem muito em comum e até as diferenças políticas já diminuíram, com o surgimento de facções de extrema direita na torcida giallorossa. No final das contas, o fato de ambas torcidas ficarem frente a frente no estádio Olímpico não as distancia, apenas mostra como, muitas vezes, uma é reflexo da outra.

QUEM QU EM LEVA LEV L EVA EV A Há diversos voos diretos ou com conexão que ligam cidades brasileiras a Roma. Entre as principais opções estão TAM (www.tam.com.br), Air France (www.airfrance.com.br), TAP (www.flytap.com.br), Iberia (www.iberia.com.br), British Airways (www.britishairways.com.br), Lufthansa (www.lufthansa.com), KLM (www.klm.com.br), Alitalia (www.alitalia.com) e Aerolineas Argentinas (www.aerolineas.com.ar).

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PERFIL

Sem fazer barulho, o chileno Manuel Pellegrini supera diferenças culturais, muda a história do Villarreal e pode até pintar no Real Madrid

arlos Bianchi foi o técnico mais vitorioso do futebol argentino nas décadas de 1990 e 2000. Conquistou três Mundiais, quatro Libertadores e sete Campeonatos Argentinos. Um currículo desse criou muita expectativa a respeito do que El Virrey poderia fazer na Europa, mas suas passagens por Roma e Atlético de Madrid foram mais curtas que a temporada. Na Argentina, o fracasso de Bianchi é visto como símbolo de como os técnicos locais não se encaixam com o estilo do Velho Continente. Mas essa lógica não sobrevive quando se vê o que tem feito Manuel Pellegrini no Villarreal. Um trabalho tão longevo e consistente que o no-

C

O decodificador

Javier Soriano/AFP

por Ubiratan Leal

me do chileno até faz parte dos planos de Florentino Pérez, favorito nas próximas eleições presidenciais do Real Madrid. Ao tentar explicar o insucesso de Bianchi e Vanderlei Luxemburgo na Espanha, Jorge Valdano – ele próprio um argentino que treinou clubes espanhóis – afirma que “o futebol possui códigos que são completamente culturais. Sem conhecê-los, não se consegue a cumplicidade do companheiro”. E Pellegrini soube contornar esse problema. Como o Villarreal era um clube pequeno, o técnico teve certa liberdade para trabalhar assim que chegou, em 2004. Imediatamente, deu espaço para sulamericanos no elenco, desenvolvendo um ambiente mais propício para um co-

mandante chileno. Criou-se uma cultura em El Madrigal, algo que sobrevive até hoje, quando o contingente de argentinos e uruguaios já não tem tanto peso. Os resultados é que os amarelos continuam surpreendentes. Em 2006, o time chegou às semifinais da Liga dos Campeões. Três anos depois, a campanha parou nas quartas de final, o que já é muito para o clube de uma cidade de 50 mil habitantes. Marcos Senna está no Submarino Amarillo há mais tempo que Pellegrini e conhece bem o trabalho do chileno. “Ele gosta de jogar para frente, com muito toque de bola”, comenta. “Além disso, é um sujeito que dá muito espaço para os jogadores se expressarem, darem sugestões para o modo de melhorar a equipe”. Esse tipo de jogo já se via nos tempos em que o técnico ainda estava na América do Sul. Antes de ir à Europa, o “Engenheiro” (Pellegrini se formou em engenharia civil enquanto era zagueiro da Universidad de Chile, na década de 1970) foi campeão nacional por LDU Quito, San Lorenzo e River Plate, sempre montando times ofensivos. Ao implantar esse estilo sem esbarrar em “códigos”, Pellegrini transformou o Villarreal em uma equipe de respeito e chamou a atenção do Real Madrid. Sinal de que é possível um técnico sul-americano superar diferenças culturais e vencer na Europa.

1988 Ano de estreia de Pellegrini como técnico. Ele encerrara sua carreira como jogador dois anos antes e aceitou treinar a Universidad de Chile. Logo no primeiro ano nos bancos, um desastre: o segundo maior clube do Chile amargou o único rebaixamento de sua história

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TÁTICA

O

por Nnonono nononono

10 que vale pelo 1

Arg genttina 4 x 0 Venezuela

Desde o rompimento com Riquelme, o técnico Diego Maradona tem um dilema para a seleção argentina: achar um “enganche”

Jonás Gutiérrez ficou obrigado a se desdobrar, cobrindo a ausência de um lateral esquerdo e de um meia de armação pelo mesmo lado do campo

A ausência de Riquelme deixou um enorme vácuo no setor de armação, pois os meias escalados jogam muito abertos, quase como alas. Com isso, o jogo só fluiu quando Tevez voltou para ajudar na criação (lembrando sua origem de meia no Boca Juniors) e Messi se aproximou de Maxi Rodríguez para tabelar

Jonás Gutiérrez Heinze

Agüero

Gago

Carrizo arrizo

Tevez

Zanetti

Mascherano

Angeleri Messi Maxi Rodríguez

An eleri se reve ou entre Angeleri revezou lateral-direito e zagueiro pela direita, um improviso que só não teve consequências mais sérias porque o ataque venezuelano foi nulo na partida

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Ga Gagoo e Mascherano são volantes com alguns recursos técnicos, mas estão longe de poderem suprir a ausência de um real armador, como Gerrard no Liverpool, Ramires no Cruzeiro e Hernanes no São Paulo

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por Ubiratan Leal

uando assumiu a Seleção Brasileira pela segunda vez, em 1994, Zagallo chegou falando que o time precisava do “número 1”. Não era a busca por um eventual substituto de Taffarel, mas a de um meia que servisse como referência na armação. Em uma equipe que atuaria no 4-3-1-2, seria o “1”. Vários nomes foram experimentados e, no final das contas, o Brasil se virou sem esse jogador. No momento, é esse o problema enfrentado pela Argentina de Diego Maradona. Desde que Juan Román Riquelme anunciou que não trabalharia mais com “El Diez”, a Albiceleste não tem mais esse jogador que centralize a armação das jogadas. E desenvolver um esquema de jogo que dispense o “enganche” (como os argentinos chamam o “número 1” de Zagallo) se transformou no desafio do novo treinador. Nas primeiras partidas como técnico nacional, Maradona não chamou Riquelme devido a uma contusão do meia. Mas tratava-se de dois amistosos (contra Escócia e França) e não houve tantos problemas. Essa carência já ficou evidente em jogos oficiais, contra Venezuela e Bolívia pelas Eliminatórias. No primeiro, faltava ligação entre defesa e ataque. No segundo, não havia quem cadenciasse o ritmo de uma equipe desgastada pela altitude.

Q

Em sua primeira partida como este, técnico da seleção alviceleste, m um Maradona apostou em 4-4-2 convencional. No ema, entanto, com este esquema, essi, não é possível usar Messi, Agüero e Tevez, os três jogadores mais talentososs da empo Argentina, ao mesmo tempo

Messi

Agüero (Tevez)

Jonás Gutiérrez

Maxi Rodríguez (Angeleri)

Gago

Mascherano

Papa Zanetti Heinze

Papa é um meia aberto que ficou improvisado na lateral. Como avança muito, o time precisa de um lateral-direito que fique mais na marcação

Agüero

Demichelis

Carrizo

Arg gentin na 2 x 0 França

Te evez Tevez

Rique Riquelme não marca, mas tem t vocação para cent centralizar o sistema de criaç criação e distribuir o jogo. Com ele, o time fica mais lento, mas tem mais condições de ligar a def defesa com o ataque

Messi

Riquelme

Cambiasso

Mascherano

Burdisso

Zanetti Heinze He einze e

D Demichelis

Carrizo

Arg gen ntina a 2 x 1 Urug Uruguai

C quatro Com j jogadores ofensivos, o time precisa de la laterais que avancem p pouco e volantes f fortes na marcação Maio de 2009

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CULTURA

por Mayra Siqueira

Pitacos que valem

DINHEIRO Sites de apostas ganham espaço no Brasil, ainda que gerem dúvidas a respeito da legalidade e dos perigos aos próprios participantes

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companhar os jogo jogos do seu time de co coração não tem preç preço, para qualquer bom torcedor qu que se preze. Mas e quando torcer torce por um resultado de jogo realmente ganha um preço? A facilidade de se apostar em resultados esportivos cresceu muito com a internet, permitindo que o torcedor faça “uma fé” mesmo em países em que se é proibido jogos de azar. No Brasil, a procura pelas apostas online acompanhou rapidamente esse processo. Hoje existem diversas opções de endereços eletrônicos, que nasceram no exterior, mas encontraram mercado por aqui. O público, bem variado, é dominado pelo sexo masculino e participa assiduamente de fóruns e comunidades em sites de relacionamento para conhecer os melhores endereços, novas opções de apostas e dicas diversas. “Muitos clien-

A

te da Loteca migraram para as tes a apostas online pela chance de g ganhar ser maior e as opções, m mais variadas”, afirma o apostad dor Eduardo Passos. Ele se refere a ao fato de o usuário poder dar p palpites elaborados, fugindo da si simples indicação de quem vai v vencer – ou se haverá empate. O internauta pode apontar desde re resultados a longo prazo, como in indicar o campeão de um torneio a antes de ele começar, como por u um resultado durante o próprio jo jogo. Há opção de tentar acertar o autor de algum gol ou até o p placar exato. O valor escolhido tem rateio, co conforme as probabilidades: se o jo jogador aposta em um time que já está vencendo durante a parti tida, o valor será mais baixo. Já a apostar em uma virada inespera rada do time adversário valerá m muito mais. “Na Copa passada, a acertei a Itália com um ano de a antecedência. Quanto mais imp provável o resultado e maior a a antecipação, maior será o reto torno”, gaba-se Passos. “É mais a aconselhado fazer apostas mais b baixas, e de retorno quase certo, d do que arriscar em um resultado im improvável, pelo alto valor a ser recebido”, aconselha. Outra possibilidade é realizar apostas casadas, em que são indicadas vários resultados e o pagamento só ocorre se todos eles

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HTTP://WWW

No Brasil, o jogo de azar é proibido. As únicas apostas permitidas são as loterias gerenciadas pela Caixa Econômica Federal. No entanto, a falta de uma legislação específica para jogos pela internet fez que os sites entrassem no mercado brasileiro. O Sportingbet, por exemplo, possui suporte técnico em português, mas seu escritório oficialmente

www.sportingbet.com

CARTAS MARCADAS Relembre alguns casos de manipulação de resultados motivados por apostas

1980 Na Itália, um grupo que participava do “Totonero”, uma espécie de loteria esportiva clandestina, chegou a subornar dirigentes, jogadores e técnicos para ajeitar os resultados do Campeonato Italiano

1982 A “Máfia da Loteria Esportiva” é revelada. Como no escândalo italiano, jogadores e dirigentes participariam de um esquema. Desde então, a Loteca nunca mais teve grande credibilidade entre as loterias no Brasil

2004 O Hamburg perdeu de virada do pequeno Paderborn, por 4 a 2, em partida repleta de polêmicas expulsões e pênaltis na Copa da Alemanha. Depois, foi constatada grande quantidade de apostas no jogo

2005 No Brasil, estourou a “Máfia do Apito”. O empresário Nagib Fayad e outros colegas que participavam em uma loteria esportiva clandestina pagavam um valor ao árbitro Edílson Pereira de Carvalho para ajustar os resultados de acordo com suas apostas

Antonio Costa/Gazeta do Povo/Futura Press

Questões legais

está na Inglaterra, onde as apostas são liberadas. Procurado pela Trivela, o site foi claro: “Algumas jurisdições ainda não trataram da legalidade dos jogos via internet, algumas os legalizaram especificamente, enquanto outras podem ter a posição de que são ilegais. É de responsabilidade do cliente determinar se a lei é aplicável na jurisdição em que ele está presente”. É uma situação complicada de se analisar, levando em conta que muitos grupos têm suas sedes em paraísos fiscais. Nos Estados Unidos, foi aprovada uma lei em 2006 considerando ilegais os pagamentos de bancos e companhias de cartões de créditos a empresas, mesmo que estrangeiras, de apostas online. Esta indústria cotadasntava, na época, com movimentação de US$ 12 bilhões ao ano e sofreu um baque com a decisão dos norte-americanos. Tamanho cuidado não é injustificado. Houve vários casos de grupos de apostadores criando quadrilhas para manipular os resultados em favor de seus palpites (veja box), o que desvirtua o esporte em si. Por isso, quem usa esse tipo de site nunca deixa de salientar. O importante é usar as apostas para se divertir. E, claro, não virar a casaca e colocar dinheiro na derrota de seu próprio time.

Christof Koepsel/AFP

se confirmarem. Aí, é possível reunir vários campeonatos e até esportes diferentes, como tênis, basquete, futebol americano ou automobilismo. Essa diversidade serve para atrair novos apostadores, mas também aumenta a possibilidade de alguém se viciar. A facilidade para perder a noção dos seus créditos, e acabar apostando mais do que se pode, já não é novidade no mundo dos jogos de azar. Para tentar ajudar pessoas que caem no vício, existem associações que buscam a aposta consciente e saudável. “Muita gente se ilude com apostas. Ninguém fica rico com isso, nem vive disso”, comenta Passos. Segundo ele, o apostador deve manter pouco dinheiro disponível, para não cair na tentação. Apostas pequenas, de baixo valor, e com discernimento e retorno provável são as recomendadas.

www.bwin.com

2009 O Pobeda, da Macedônia, foi indiciado pela Uefa sob acusação de manipulação de resultado em jogo da Liga dos Campeões. O clube foi suspenso por oito anos de competições internacionais www.bet365.com

www.interwetten.com

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EXTRACAMPO

Cristian Schneider/Futura Press

Na cabeça

Times da Série B como Ponte Preta e Fortaleza receberão mais dinheiro da TV a partir de 2011

Braço-de-ferro partir deste ano, os direitos comerciais sobre a Série B passam para as mãos da CBF. Em decisão unilateral, a entidade rompeu com a Futebol Brasil Associados (FBA), responsável pelo torneio desde 2002. A relação entre os clubes participantes e a FBA começou a se deteriorar por conta da divisão das cotas dos direitos de transmissão da Série B. O Vasco, por exemplo, manifestou seu descontentamento e foi o primeiro a romper com a antiga gestora. Também havia um conflito de interesses entre CBF e FBA. A primeira se sentia incomodada pelo fato de a segunda ter firmado contratos publicitários com empresas concorrentes de seus patrocinadores oficiais.

A

“Estou aguardando um comunicado oficial sobre a rescisão. Depois do anúncio do rompimento, não houve qualquer coisa a mais. Por isso não posso falar sobre nada agora”, afirmou José Neves, presidente da FBA. O dirigente diz que ainda não conversou com as empresas com quem a entidade já tinha contrato para a Série B, casos da Schincariol e Penalty, por exemplo. A primeira mudança foi no contrato de transmissão pela TV. Pelo acordo, Globo e Globosat pagarão R$ 30 milhões ao ano até 2010 pelos direitos para emissoras de TV aberta e fechada, PPV e internet. Entre 2011 e 2014, os clubes dividirão R$ 40 milhões. Se algum grande cair para a Série B, haverá o pagamento de um valor adicional.

Adidas e Nike dividem as atenções do público carioca e paulista. Em pesquisa feita pela empresa de consultoria Sport Track, que entrevistou duas mil pessoas, as fabricantes de material esportivo são as marcas mais associadas ao esporte. O resultado também evidencia o retorno de patrocínio em clubes. No Rio, a Petrobrás ficou em terceiro lugar, fruto de sua longa associação com o Flamengo, mas nem aparece entre as dez mais em São Paulo. Enquanto isso, os paulistanos colocaram a LG, principal patrocinadora do São Paulo, em quinto.

Rio de Janeiro

São Paulo

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

ATIVOS NA FILA A Fila é a nova fornecedora do material esportivo do Figueirense. A marca italiana é representada no Brasil pelo Grupo Dass, que também gere a Umbro, antiga fornecedora do clube catarinense. A empresa realizou a mudança para lançar a Fila no mercado de futebol no Brasil.

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CARTÃO ZERADO A Uefa renovou o contrato com a Mastercard. Pelo acordo, com validade por três temporadas, a empresa de cartões de crédito segue como patrocinadora da Liga dos Campeões. Os valores não foram divulgados. A entidade já havia entrado em acordo com outras duas empresas ligadas à LC, Sony e Heineken.

LIGAÇÃO EM CÓDIGO Os torcedores palmeirenses ficaram intrigados ao ver uma marca enigmática da Samsung estampada na camisa do clube. O mistério terminou: a ação fez parte do lançamento do Scrapy T459, aparelho celular com interface voltada para o envio de mensagens de texto – daí a inscrição “54M5UN6”.

DE MUDANÇA A Liga Europa, novo nome da Copa Uefa, será exibida pela RedeTV! a partir de 2010. A emissora paulista fechou um acordo com a ESPN para exibir a competição na TV aberta. Desde 2006, os direitos de transmissão do torneio pertenciam a Record, que também perdeu a Liga dos Campeões para a Globo a partir do ano que vem.

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por Ricardo Espina

Hora certa

ação

O torcedor colorado não terá mais desculpas para se atrasar. Em parceria com a Joalheria Coliseu, de Porto Alegre, o Internacional lançou uma edição especial de um relógio alusivo ao centenário do clube. A peça, em edição limitada e numerada, leva o selo da Tissot, uma das mais renomadas fabricantes suíças. O relógio tem caixa de aço, cronógrafo e vidro de safira.

Fotos

Divulg

Fabricante Tissot Preço sugerido R$ 2.900

Versão aurinegra A Mizuno lançou uma edição especial da linha de chuteiras Morélia, na cor amarela com detalhes em preto. A chuteira, feita com couro de canguru, tem acabamento interno especial e solado flexível. Há também uma versão para amadores, confeccionada em couro de canguru na parte frontal e calcanhar em poliuretano, para futebol soçaite e futsal.

DUELO ALVINEGRO Em julho de 1913, Santos e Corinthians se enfrentaram pela primeira vez na história. O Peixe levou a melhor e derrotou o rival por 6 a 3; a rixa de quase 100 anos ilustra o clima do clássico mais antigo do Estado de São Paulo. Para retratar este confronto ao longo dos anos, os historiadores e jornalistas Odir Cunha e Celso Unzelte escreveram o livro “O Grande Jogo - O Maior Duelo Alvinegro do Futebol”. Editora Novo Século

Preço sugerido R$ 29,90

Fabricante Mizuno Preço R$ 699,99 (profissional) e R$ 399,99 (amador, soçaite e futsal)

Da cabeça aos pés A Reebok, fornecedora de material esportivo do Internacional, preparou uma linha exclusiva de peças comemorativas do centenário colorado. A empresa lançou uma coleção de moda casual e de peças históricas alusivas à data. Além disso, há modelos com estampas sobre os 40 anos do estádio do Beira-Rio, um kit especial com três camisas históricas e um terceiro uniforme da equipe.

Brilhante

LANÇAMENTO PRECISO Rogério Ceni e o jornalista André Plihal, da ESPN, lançaram o livro “Maioridade Penal: 18 anos de histórias inéditas da marca da cal”. Na obra, o goleiro conta 57 histórias de sua carreira. Além disso, há um encarte com todos os uniformes utilizados pelo jogador, bem como um caderno com diversas fotos pessoais. Só faltou falar da fratura no tornozelo sofrida em 13 de abril, uma semana após o lançamento do livro.

Há quem goste de se produzir para acompanhar seu clube no estádio. O torcedor do Internacional conta agora com uma linha completa de joias, composta por 77 peças e acessórios, como brincos, pulseiras e pingentes. A coleção, desenvolvida pelos designers Cássio Orrico e Miriam Slomp, da Mináh Joias, de Porto Alegre, está voltada tanto para mulheres como homens e crianças.

Editora Panda Books

Fabricante Minah Joias

Fabricante Reebok

Preço sugerido R$ 36,90

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CADEIRA CATIVA

Antonio Scorza/AFP

por Fernando Pioli

NADA DE

cavalo paraguaio

Todo o clima em Assunção era de vitória do Paraguai sobre o Brasil nas Eliminatórias. E não é que eles estavam certos? stava em Assunção, capital do Paraguai, mas não para ver as paraguaias sorridentes a bailar. O objetivo mesmo era ver o Brasil enfrentar a seleção alvirrubra pelas Eliminatórias da Copa 2010. E, curiosamente, em um clima em que o grande parecia ser o Paraguai. Podia-se ver pelas ruas um entusiasmo em razão da posição de destaque em que a seleção local se encontrava nas Eliminatórias. Bandeiras nas casas, nos carros, gente com camisa nas ruas. Algo que só é visto no Brasil de quatro em quatro anos. Era possível ver a confiança estampada na face de cada cidadão paraguaio. Nem a vida noturna escapou do clima de decisão. Em um bar assunceno, a banda tocava samba brasileiro para animar a noite. Até que os frequentadores do local resolveram mudar um pouco o som ambiente. A música deu lugar a cantos e gri-

E

PARAGUAI 2 BRASIL 0 El E lim li imi min ina nat ató tór óri ria ias as da da Co C pa pa 20 201 10 10 15/ 15 /j /ju jun unh ho ho/ /2 20 00 08 8 Est Es tá ád ádi dio o De Def fe f e en ns nso or re es es del Ch C a ac co o (A ( As Ass ss su un nc c' ã ão o) )

guai. Um pressentos de exaltação ao Paraguai. u. timento ruim logo surgiu. Com bola rolando, as previsões pessimistas – dos brasileiros – se confirmavam à medida que o tempo passava. A Seleção jogava de maneira muito apática, enquanto que o Paraguai mostrava garra diante de sua torcida que lotou o Defensores del Chaco. Os atacantes Roque Santa Cruz e Cabañas – mesmo com alguns quilinhos extras – infernizavam o miolo de zaga brasileiro formado por Juan e Lúcio. Aos 23 minutos do primeiro tempo, o Paraguai quase abriu o placar, Cabañas chutou e a bola explodiu na trave. No rebote, o Júlio César beijou a pelota agradecendo a sorte. Três minutos depois, não teve jeito: o estádio veio abaixo com o gol de Santa Cruz. Ainda assim os anfitriões continuaram levando perigo. O primeiro tempo terminou

mesmo com 1 a 0 para o Paraguai. Na etapa complementar, a expulsão de Darío Verón logo aos 2 minutos deu um novo ânimo aos cerca de mil torcedores brasileiros. Mas o roteiro do segundo tempo foi igual ao do primeiro, com o Paraguai melhor no jogo. A superioridade se transformou em gol aos 4 minutos. Roque Santa Cruz bateu para o gol, Julio César deixou a bola escapar e Cabañas, bem posicionado, só teve o trabalho de empurrar para o fundo das redes. Paraguai 2x0 Brasil, placar que persistiria até o apito final de Jorge Larrionda. A certeza que ficou foi a de que a seleção alvirrubra não é apenas um “cavalo paraguaio”. E a de que o hit “Adeus Dunga” ganharia força por onde quer que o técnico e seus comandados passassem. Fernando Pioli, 27 anos, é jornalista

Você foi a algum jogo que tem uma boa história para ser contada? Mande um e-mail para contato@trivela.com que seu texto pode ser publicado neste espaço!

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www.sustentanet.com.br

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_Descarte de lixo O que fazer com os resíduos menos convencionais, como óleo, pilhas e pneus

_ Alex Atala O conceituado chef defende a cozinha com a cara do Brasil

_Footprints Dicas práticas para reduzir sua “pegada” no meio ambiente

_Megacidades O futuro das grandes metrópoles e as alternativas para seu crescimento

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A VÁRZEA

Promessa é dívida Esse pessoal da Trivela anda mesmo muito metido. Os caras agora se acham os videntes e indicaram uns jogadores aí do nada como as promessas do Brasileiraço. A Várzea, com sua equipe muito mais bem preparada para observar talentos por aí, achou que era preciso fazer justiça e montar a lista definitiva dos deuses sagrados de 2009. Tolete, o intrépido repórter, e Denílson, nosso estagiário com potencial, analisaram com muito afinco todos os times do melhor campeonato da galáxia. Eles só ficaram chateados por não poder indicar Cristiano Ronaldo, Gerrard e Agbonlahor ao posto de novos ídolos nacionais. Restou assistir aos sensacionais jogos dos Estaduais. Logo de cara, saltou aos olhos da nossa dupla de olheiros a qualidade de dois atacantes, candidatos à artilharia do Brasileiraço. André Lima e Souza devem se esbaldar de estufar as redes e farão uns 75 gols cada um. Dá até pena das defesas adversárias, desesperadas pela categoria de outro mundo dessa dupla do barulho que promete muitas confusões. Desde já o Santo André se candidata ao posto de principal celeiro de craques do País. O Ramalhão promoveu três prodígios de suas categorias de base: Fernando, Marcelinho Carioca e Gustavo Nery. Um tal de Paulo Baier também chama a atenção no Sport, mas sabem como é essa imprensa bairrista, ainda mais com um atleta novo e desconhecido no Eixo do Mal. Do alto de sua exímia impulsão, Madson promete meter medo nos zagueiros pela facilidade em cabecear. Do Sul, Guiñazú e Magrão

A charge do mês formam uma dupla estilosa de volantes, com sua finesse para o desarme. Uma pena saber que no meio do Brasileiraço nossos melhores jogadores baterão asas para a Europa. Paciência, pois não dá para competir com a grana de grandes centros como Ucrânia, Suíça e Ilhas Faroe. Resta o consolo de um dia vê-los com a camisa da Seleção. Afinal, se até Afonso Alves foi chamado, Dunga haverá de olhar para esses talentos despontando aos borbotões.

A lorota do mês “A bola quicou e eu não consegui pegar” Fernando Henrique, goleiro do Fluminense, encontra um jeito de explicar o frango contra o Flamengo sem dizer “Quero me enfiar no primeiro buraco que aparecer”

A manchete do mês “Tricolor abandona fantasmas no Chile e inicia retorno para casa” (Globo.com) O Grêmio chamou o Scooby-Doo, os GhostBusters ou o Geléia para resolver seus problemas?

Em alta Maradona O técnico estava certo ao ser garoto-propaganda dos jogos na altitude e se tornou herói boliviano.

Internacional No ano de seu centenário, o Colorado deu o melhor presente para a torcida do Grêmio: provocar a demissão de Celso Hot Hot Hot.

Em baixa

Você pode receber A Várzea todo dia na sua caixa postal. Basta entrar no site www.trivela.com e inserir seu endereço de e-mail no campo de cadastro. Ou então mande uma mensagem para varzea@trivela.com, com a palavra Cadastrar no campo de assunto

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