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Comerciais: risco elevado
Frotas de risco elevado
Para poderem acompanhar a evolução dos hábitos de consumo, as alterações à circulação dentro e fora das cidades e outras medidas reguladoras de sectores de atividade que obriguem ao uso de veículos comerciais, as empresas devem equacionar soluções que combinem flexibilidade, conveniência e custos de utilização competitivos
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Apandemia e o consequente aumento do comércio eletrónico geraram uma reação em cadeia na atividade logística. E tenha sido pelo aumento do volume de serviços, pelo tipo de produto processado para transporte ou por causa da necessidade de escolher o melhor canal para fazê-lo chegar ao destino final, o conjunto destas e de outras exigências desencadeou mudanças profundas nas cadeias de distribuição, das infraestruturas de recolha, armazenamento e redistribuição, à seleção dos veículos mais indicados para cada etapa do processo e até mesmo na forma de organização das cidades.
Este crescimento da procura acrescentou pressão sobre os prazos do serviço e sobre a rentabilidade da operação, obrigando a maioria dos veículos de mercadorias a uma utilização ainda mais intensa e intensiva, nem sempre a melhor do ponto de vista do desgaste da viatura ou a mais correta no que respeita à condução em si.
A competitividade (ou continuidade) do negócio fala mais alto: como exigir eficiência, bom uso da viatura e uma condução segura, quando, para grande parte dos consumidores, a qualidade do serviço é medida cada vez mais pela rapidez com que ele se processa?
Isto acrescenta responsabilidade ao trabalho de quem gere este tipo de frota que, pelas razões apontadas, fica mais exposta a avarias e acidentes. Os quais, quando são graves, requerem a imobilização prolongada da viatura ou mesmo a incapacidade/absentismo dos condutores.
Sendo de todo impossível evitar que os imprevistos aconteçam, sobretudo num momento em que o crescimento do comércio eletrónico continua a provocar o aumento das operações logísticas e os sectores da construção e das obras públicas estão numa fase de intensa atividade, minorar o risco das operações, para manter o maior número de viaturas permanentemente operacionais, passou a ser o maior desafio para os responsáveis pela gestão destas viaturas.
Uma das respostas para esse desafio está num apurado trabalho de preparação e de antecipação do risco, uma das formas de reduzir a probabilidade da ocorrência do incidente ou de diminuir as consequências do mesmo no caso de vir a acontecer. Parte desse trabalho encontra-se bem detalhado ao longo das próximas páginas, num texto da autoria de Paulo Viegas.
Com um percurso profissional que inclui a gestão de frotas de distribuição, este gestor de frota e atual responsável de compras do grupo Vendap tem presentemente a seu cargo a responsabilidade de gerir diferentes tipos de viaturas ligeiras e pesadas, algumas com especificações muito particulares, destinadas a funções especialmente complexas e por vezes de utilização bastante específica.
O seu texto é um workshop rápido de boas práticas de gestão de frotas difíceis.
Ao longo das restantes páginas deste especial fala-se sobre fiscalidade e sobre a necessidade de dispor de boas ferramentas de gestão e de definição de rotas, numa atividade conhecida por ter uma grande rotatividade de condutores pela mesma viatura. E essa é outra questão nada fácil de gerir.
Fechamos com um quadro dedicado às viaturas 100% elétricas, com os detalhes mais importantes de motor, autonomia e carregamento da oferta atual. Por razões várias, em Portugal, os modelos comerciais totalmente elétricos não estão a conhecer o mesmo ritmo de expansão que os ligeiros de passageiros já vivem nas empresas. E, também neste campo, o aumento da atividade de distribuição e de assistência ao consumidor final está a desafiar os construtores automóveis a desenvolverem produtos em condições de responderem às necessidades atuais, mas também àquelas que se adivinham no futuro.
Como a entrega autónoma.