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Opinião, Pedro Miranda
Opinião
Pedro Miranda
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DEPuTY COMMERCIAL DIRECTOR – BuSINESS DEVELOPMENT | LEASEPLAN PORTuGAL
Estando profissionalmente ligado ao renting automóvel há mais de 25 anos, nunca como agora me faz tanto sentido reconhecer o valor acrescentado deste modelo de “aquisição”. No entanto, passados todos estes anos, verifica-se igualmente que o ritmo de adesão ao renting tem sido substancialmente diferente nos vários segmentos de mercado.
A grande maioria dos maiores grupos económicos e das maiores empresas a operar em Portugal recorre ao renting quase desde a sua implantação no nosso país e isto acontece pelo facto de neste segmento as entidades estarem mais vinculadas a imperativos de racionalidade económica, de controlo de custos, de redução de riscos e de foco nas suas áreas de negócio.
Não será fácil identificar neste segmento de mercado uma entidade que tenha aderido ao renting e que, posteriormente, o tenha preterido em favor de outro modelo de aquisição.
Esta preferência pelo renting já se verifica também no sector da administração pública, a qual manifestou o seu interesse mais tardiamente, mas cujo crescimento tem sido mais acelerado com cada vez mais organismos aderentes, quer na administração central quer administração local.
Renting para pME, EnI e particulares
É, porém, nos segmentos das PME e dos Particulares que o aumento de quota de mercado do renting aparenta ser mais lento. A curiosidade e o interesse sobre o renting por parte destes potenciais clientes são inequívocos. No entanto, o sentimento de posse e fatores emocionais são ainda um obstáculo a
O futuro prefere o renting
que a racionalidade económica seja o fator de decisão primordial.
Os investimentos em comunicação do produto renting destinado a PME e Particulares são cada vez mais significativos e não são feitos apenas pelas empresas de renting. Basta estar atento às peças promocionais para verificar que, com cada vez maior frequência, os fabricantes de automóveis anunciam valores de mensalidades de renting em complemento à promoção do seu produto.
O interesse progressivo na promoção do renting por parte dos vários intervenientes no mercado automóvel junto de PME e Particulares revela bem a atualidade do renting no contexto da alteração generalizada dos nossos perfis de consumo nos anos mais recentes, designadamente na migração de comportamentos de aquisição em favor de alugueres, subscrição, “pay-per-use”, ou qualquer outra expressão que melhor se adeque ao produto em questão.
O renting na mobilidade do futuro
A realidade atual já confirma que, enquanto consumidores, preferimos muitas vezes usar um determinado bem ou serviço em vez de adquirilo. A volatilidade a que todos estamos expostos nos vários domínios da nossa vida incute-nos o instinto de não nos vincularmos demasiado a um produto, especialmente se este obrigar a um investimento elevado e se tiver uma expectativa de depreciação rápida.
É precisamente esta dinâmica que se verifica hoje no sector automóvel associada à qual está uma grande incerteza do que o futuro determinará em termos de soluções de mobilidade. A transição energética, as limitações ambientais, os enquadramentos legais, entre outros, colocaram toda a indústria automóvel em ebulição e introduziram uma boa dose de insegurança nos consumidores.
Perante tantas incógnitas, o renting representa uma opção segura, económica e diversa:
• SEGURA porque é um produto com elevado grau de maturidade, com o qual os principais operadores trabalham há várias décadas; segura porque incorpora todas as variáveis de mercado e as expectativas de evolução do mesmo a médio prazo; e segura porque agrega todos estes elementos e os converte numa renda mensal fixa que cobre todos os custos que um veículo pode gerar;
• ECONÓMICA porque os operadores atuam num mercado bastante concorrencial com os consequentes benefícios a repercutirem-se no cliente; económica porque o princípio das economias de escala aplica-se nesta atividade com enorme impacto; e económica porque as novas tecnologias de “machine learning” e de “inteligência artificial” permitirão automatizar ainda mais os processos de interação com oficinas e condutores, além de um controlo de custos de manutenção dos veículos ainda mais rigoroso;
• DIVERSA porque o renting tem vindo a enriquecer a sua oferta com um conjunto de soluções adequadas às necessidades dos seus clientes a cada momento, incluindo veículos usados. Mas também a possibilidade de contratação por diversos prazos — mais curtos mas também mais longos —, na adequação a circunstâncias extremas nos mercados, como seja a flexibilidade contratual perante a atual insuficiência no fornecimento de veículos novos, ou ainda no fornecimento
chave-na-mão de soluções para transição para a mobilidade elétrica, incluindo a infraestrutura e os meios de pagamento.
A flexibilidade é a chave da adaptação
Sem dúvida que vivemos tempos desafiantes no sector automóvel. Nunca tanta disrupção se projetou no horizonte e obrigou os diversos agentes a repensar o seu papel na cadeia de valor.
De qualquer forma, seja qual for o novo equilíbrio de forças no futuro, os fundamentos da proposta de valor do renting terão sempre adequação a esse novo contexto. Competirá aos diversos operadores interpretar as dinâmicas de mercado, auscultar as necessidades dos seus públicos-alvo e integrar as competências exigíveis para desenvolver as soluções que moldarão o renting do futuro, estando este sempre assente nos seus princípios basilares: mobilidade garantida, conveniência, cobertura de risco e competitividade face às demais ofertas de mercado.