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Destaque Modelo
A força da eletrificação
—— Uma terceira geração totalmente nova, maior e mais leve, sem a presença de qualquer versão diesel. E há um elétrico mas que não é puro, porque utiliza um motor a gasolina para produzir energia. O que será que o futuro reserva para o modelo que deve grande parte do seu sucesso às empresas?
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Aimportância do Qashqai quer para a Nissan, quer para o mercado, é incontornável. A sua chegada em 2007 respondeu a uma procura que continua a expandir-se até hoje – modelos mais polivalentes, com uma silhueta diferenciadora e uma certa aura de liberdade de movimentos –, satisfazendo uma faixa de utilizadores muito abrangente no género, na faixa etária e no estrato social.
De facto, os SUV representam hoje quase metade das vendas e estão presentes em todas as gamas, dos mais compactos aos maiores no segmento de luxo. E também já os há com forma de coupé, mantendo a altura ao solo em grande parte por causa da dimensão dos pneus, com interior menos versátil e tecnologicamente mais complexo, conceito que não se encaixa nesta terceira geração do Nissan Qashqai.
Apesar da concorrência ser cada vez maior e mais forte, o SUV da Nissan continua a dispor de trunfos suficientes para ambicionar manter-se como referência do segmento. A seu favor joga também uma imagem muito sólida na classe, importante para a valorização dos valores residuais, que a marca acredita venham a crescer nesta nova geração.
É provável que algumas razões que agradavam às empresas e que contribuíram grandemente para os números de venda, pelo menos em Portugal – uma versão diesel com custos de utilização extraordinariamente competitivos, sobretudo para as que desejavam disponibilizar aos colaboradores um carro com imagem valorizada –, não possam ser replicadas pela atual geração; mas, afinal, os tempos são outros e as políticas de frota também conheceram, tal como o Qashqai, uma evolução e uma adaptação a uma nova realidade.
Habitáculo mais convincente
Embora as dimensões exteriores tenham crescido apenas alguns centímetros, a nova estrutura do Qashqai favorece bastante a habitabilidade: existe mais espaço para as pernas dos passageiros do banco traseiro e, ao permitir que as portas tenham um ângulo de abertura maior, o acesso e a instalação de cadeiras de criança neste banco ficaram mais fáceis. A capacidade da bagageira também beneficiou e varia agora entre os 450 e os 504 litros, dependendo da motorização. O exterior mais robusto alinha com um interior mais adulto e definitivamente mais convincente no que toca aos materiais e aos acabamentos. Todas as motorizações do Qashqai são eletrificadas. Ou seja, nenhuma exclusivamente a gasolina e o diesel deixou de ser opção. A versão mais acessível e a que está a ser proposta às empresas dentro do 1.º escalão da Tributação Autónoma utiliza um motor 1.3 DiG-T a gasolina, apoiado por um sistema mild-hybrid de somente 12 V. Este motor está disponível com 140 ou 158 cv, este último com caixa manual de 6 velocidades ou transmissão automática Xtronic. A Nissan Portugal admite que o Qashqai com tecnologia e-POWER possa receber mais interesse da parte das empresas, combinando o tipo de condução de um veículo elétrico com consumos mais reduzidos, proposto por um preço mais competitivo do que um plug-in, pode agradar a este mercado. Além disso, os custos cada vez mais elevados dos veículos com motor a gasóleo (do preço de aquisição às despesas com a manutenção) e ainda razões de imagem ambiental estão a fazer entrar nas frotas cada vez mais unidades a gasolina. Além disso, as expectativas de que o gasóleo possa continuar com vantagens em sede do IVA são cada vez mais reduzidas. A característica principal da mecânica e-POWER é permitir uma locomoção exclusivamente elétrica, servida por uma bateria de apenas 1,5 kWh, cujo carregamento decorre unicamente da energia gerada por um motor a gasolina 1.5 de 157 cv. Mas se isto liberta o Qashqai das habituais preocupações com a autonomia e lhe confere a condução típica de um carro elétrico, não evita, ainda assim, as inconvenientes emissões de CO2. Porém, o Qashqai com este motor só está previsto chegar a Portugal no verão do próximo ano.
Ajustes na suspensão e na direção melhoraram o conforto e o comportamento quando sujeito a desvios bruscos de direção. Comparado com a geração anterior, a insonorização, o design atual, a qualidade dos acabamentos, o vistoso painel digital de 12,3’’ atrás do volante e o evoluído sistema de conectividade contribuem para que este novo Qashqai pareça pertencer a um segmento imediatamente acima. E embora seja tecnologicamente mais evoluído, saúda-se com agrado a manutenção de alguns comandos manuais, como os de climatização e os principais controlos do sistema de som.
Subida de forma
A qualidade menos boa de alguns revestimentos e acabamentos do habitáculo era uma das críticas mais referidas em relação à anterior geração. Mantendo-se suficientemente espaçoso e versátil, outro reparo estava na falta de emoção do seu desempenho. A remodelada segunda geração do Qashqai introduziu melhorias em matéria de segurança, com mais equipamento disponível, e de eficiência, mas continuou deficiente no capítulo dinâmico. Ao contrário de alguns concorrentes diretos, que aliavam uma imagem mais moderna e dinâmica, a uma atitude em estrada mais impositiva. Nesta geração tudo isto se alterou; a silhueta identitária mantém-se, mas foi bastante modernizada, ganhando um ar mais jovem, mais dinâmico e tornando-se mais afirmativa. O ritmo de andamento beneficiou bastante ao receber uma plataforma que, sendo uma evolução profunda da anterior, transfigurou totalmente o comportamento do Qashqai em estrada, dotando a condução de energia e e até algum atrevimento. Gasóleo não há mas muitas empresas já não querem a solução