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O que o presente implica e o que o futuro reserva

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Ensaios

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A manutenção de uma frota acarreta inúmeros desafios, o mais exigente dos quais está na gestão de custo dos recursos, num equilíbrio permanente onde também entra o sucesso do trabalho e a satisfação de quem utiliza as viaturas. Esta abrangência de tarefas e exigência de responsabilidades impõe a necessidade de ferramentas próprias que ajudem um trabalho contabilisticamente nada fácil de escrutinar

Agestão de frota é uma área que muitas vezes reporta ao responsável de procurement (inserida no departamento de compras ou de operações, por exemplo) ou sob a responsabilidade dos Recursos Humanos. E ainda que o gestor ou a gestão de frota possa trabalhar com independência em relação a qualquer dos anteriores, o desempenho é sempre avaliado quer nas implicações financeiras, quer de satisfação dos colaboradores.

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Contudo, uma terceira área dentro das empresas tem ganho protagonismo e colocado o trabalho das frotas sob pressão: a área de responsabilidade social empresarial, cuja sigla ESG (“E” de Environmental/Ambiente, “S” de Social e “G” de Governance/Administração Corporativa) agrupa, em redor destes três eixos, fatores não financeiros cada vez mais relevantes para uma empresa.

E não nos referimos apenas às grandes empresas.

De acordo com uma vontade já manifestada por Bruxelas, também as PME e microempresas podem ter de vir a elaborar relatórios (não financeiros) de sustentabilidade corporativa, a que todas as “grandes empresas que sejam entidades de interesse público e entidades de interesse público que sejam empresas-mãe de um grande grupo, cujo número médio de trabalhadores seja, em cada um dos casos, superior a 500” estão obrigadas a fazer desde 2017 (diretiva 2014/95/EU). Basicamente, isto significa “um relato anual sobre a sua análise de risco e práticas efetivas a nível ambiental, social, de direitos humanos e de anticorrupção”, como explica a brochura da APEE, Associação Portuguesa de Ética Empresarial.

EM QUE O ESG CONDICIONA AS FROTAS?

Sendo as frotas automóveis uma das áreas com responsabilidade no consumo energético e nas emissões da empresa, isto explica a pressão que atualmente existe para a diminuição de ambos no contexto da frota. E isto pode acontecer por diversas vias: compensação carbónica, quando a transição para unidades elétricas ainda não é viável; renovação da frota com unidades menos poluentes ou idealmente com emissão zero; ou simplesmente a redução da frota própria, com introdução ou não de outras medidas compensatórias em caso de complementos salariais ou e contratação de empresas externas que passariam a operar em regime de prestação de serviço. Algo que já acontece há vários anos e que pode vir a aumentar graças à facilidade da tecnologia e à rapidez das comunicações.

Este processo de mudança de paradigma já está em curso em alguns países europeus mas pode carecer de alterações fiscais que facilitem o processo para as empresas portuguesas. Contudo, parece ser um percurso inevitável face ao crescimento dos custos de propriedade/ utilização do automóvel, dos riscos que representa (nomeadamente fiscais), das alterações ao modelo de trabalho que aceleraram por efeito da pandemia e até à forma de pensamento das novas gerações.

REVOLUÇÃO EM CURSO NA LOGÍSTICA

Concretamente em relação às frotas de distribuição, o reforço de unidades elétricas na frota está a estimular o desenvolvimento de mais centros logísticos, devido ao aumento do número de encomendas transportadas, mas também para cobrirem as áreas de autonomia dos comerciais elétricos. Num futuro não muito distante, podemos também vir a assistir que cada um dos seus condutores seja um empresário em nome individual que, em nome próprio, utiliza uma viatura que adquiriu beneficiando de condições privilegiadas negociadas entre a entidade para quem presta serviço e um parceiro automóvel. Com este recurso de mobilidade e tecnologia partilhada, o condutor pode a qualquer momento ser contratado para proceder ao levantamento/entrega de uma encomenda junto de um cliente que acabou de a adquirir um artigo através da internet, por exemplo, ou que solicitou a realização de determinado serviço doméstico.

Como facilmente se percebe, o controlo de toda esta atividade e a distribuição destes serviços requer sistemas e plataformas robustas de gestão, multifacetadas e flexíveis, de forma a permitir o controlo simultâneo de serviços, veículos e rotas, a gestão do capital humano (condutores), os comprovativos de realização do serviços, o pagamento dos mesmos, os indicadores de satisfação dos clientes, as compensações aos prestadores do trabalho, etc.

Nas páginas que se seguem iremos encontrar informações relevantes sobre algumas soluções de gestão de frota presentes no mercado nacional, que respondem às exigências do presente: controlo de viaturas, rotas e abastecimentos, obtenção de KPI’s que permitam identificar melhoramentos e emissões de alertas, entre outras.

Sabendo que a evolução destes serviços e respetivas dashboards estão certamente aptos para acompanhar e responder aos desafios de amanhã.

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