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Missão elétrica

—— É o primeiro carro da Volkswagen desenvolvido de raiz para se mover exclusivamente com recurso a energia elétrica. O ID.3 assinala também o início de uma nova era na história da marca alemã

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Oconstrutor não hesita em comparar a importância do novo Volkswagen ID.3 à que tiveram para a marca modelos emblemáticos como o Beetle original ou o primeiro Golf.

Afetado ainda na imagem (e nas contas) pelo caso da manipulação dos valores de emissões dos seus carros, o fabricante alemão está a dar a volta ao assunto e quer estar na linha da frente da revolução verde nos transportes. Por isso, o lançamento do ID.3 vem acompanhado de uma promessa: até 2050, todos os carros produzidos pelo grupo terão emissões zero e toda a produção assentará numa dinâmica de sustentabilidade, com utilização de energia renovável, emprego de materiais reciclados e recicláveis e métodos de trabalho sem pegada de carbono.

Tão pequeno como um Golf, tão grande quanto um Passat

Um dos trunfos do ID.3 reside na plataforma modular MEB sobre a qual assenta. Este esquema de arquitetura parece ser a solução para a competitividade futura da indústria automóvel, uma vez que a exibilidade de dimensões e de integração de componentes permite a conceção de modelos elétricos distintos em termos de segmento, autonomia, desempenho, conforto e dotação de equipamento. É o caso: sobre ela vão repousar as carroçarias dos futuros VW ID, de outras marcas do grupo alemão (incluindo modelos comerciais), e também fora do universo Volkswagen, como a Ford, por exemplo. Um esquema de sinergias e de produção em escala que visa reduzir os custos de fabrico e de aquisição de componentes a entidades externas, além de acelerar o desenvolvimento tecnológico de futuras evoluções.

Com que argumentos se apresenta o ID.3 além da eletri cação total? Um dos segredos está, mais uma vez, na plataforma. Apesar de ter uma estrutura exterior equivalente à de um Golf, a base do carro permitiu desenvolver um interior com habitabilidade semelhante à de um Passat. A boa distância entre eixos – 2,77 metros – possível também pela colocação das rodas nos extremos da carroçaria e pela tração traseira, é responsável pela grande capacidade de manobra do modelo e por existir espaço para distribuir módulos de bateria sem necessidade de elevar o conjunto. O que veio reforçar a aerodinâmica, fundamental para reduzir o consumo de energia. Espaço galáctico

O conceito “open space” do interior, os materiais dos revestimentos, a tecnologia presente e o modo de funcionamento de alguns comandos distanciam o ID.3 de qualquer modelo atual da marca. Mas também o afastam da visão de alguns construtores, que estão a optar por aproximar o design, a funcionalidade e a condução de um carro elétrico o mais possível de um automóvel com motor de combustão. O tempo dirá sobre o resultado da aposta da VW numa visão um pouco mais futurista. Na realidade, o propósito daquilo que oferece é tornar a condução mais simples, prática e descontraída, como acontece com a faculdade de comandar por voz muitas funcionalidades de conveniência e de conectividade proporcionadas pelo ID.3. E parece haver também intenção de ensaiar ou começar a criar no condutor e ocupantes a habituação a uma realidade que envolva uma condução cada vez mais interativa

Plataforma versátil

e tendencialmente autónoma. Cliente decide autonomia e equipamento

A quantidade de módulos de bateria alojados na plataforma MEB vai de nir a potência energética e, por conseguinte, a autonomia do ID.3. Em Portugal ainda só está disponível a versão “First Edition” com bateria de 58 kWh, autonomia combinada para cerca de 420 km e preço a partir de sensivelmente 40 mil euros. Mas pode ir até aos 77 kWh (por enquanto…), garantindo 549 km em modo 100% elétrico, ou então dispor de menos capacidade (45 kWh), para um custo de aquisição mais acessível.

Outra vantagem do sistema eletri cado, que inclui motor com o equivalente a 204 cv, é poder recuperar energia elétrica para mais 290 km de estrada em apenas 30 minutos. O que é possível em postos de carregamento de 100 kW.

Para ir ao encontro das necessidades do cliente, as linhas de equipamento seguem uma estrutura igualmente modular. E aqui incluem-se também as empresas, por isso, haverá “Business Line” adaptadas à realidade de cada mercado. Com as naturais vantagens scais associadas à dedução do IVA de aquisição e da eletricidade para a mobilidade do carro ou isenção de Tributação Autónoma, por exemplo.

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