PARA UMA
ESCOLA
MELHOR
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NÓS SOMOS O QUE FAZEMOS. O QUE NÃO SE FAZ NÃO EXISTE. PORTANTO, SÓ EXISTIMOS NOS DIAS EM QUE FAZEMOS. NOS DIAS EM QUE NÃO FAZEMOS APENAS DURAMOS. ANTÓNIO VIEIRA (1608-1697)
EU ESCOLA
Eu sou a escola? Eu sou na escola? Eu faço parte da escola? O que faz a escola por mim? O que é a escola para mim? O que gostaria que a escola fosse? O que posso eu fazer para uma escola melhor? A palavra «escola» vem do grego scholē que significa «paragem, repouso, descanso, lazer»; depois do latim schola «ociosa discussão, ócio consagrado ao estudo». A minhA EscOlA é um lugAr dE pArAgEm? A minhA EscOlA é um lugAr dE discussãO? Vou observar a minha escola com os olhos do século XXi: será que está preparada para o que se sabe sobre aprender hoje, ou apenas para o que se sabia no passado? Tudo o que sei sobre o mundo é que terá desafios e oportunidades muito para além do que posso imaginar hoje, problemas e possibilidades que necessitarão de criatividade e ingenuidade, responsabilidade e compaixão.
das experiências que vivo hoje na escola depende se, nas próximas décadas, vou apenas persistir vivendo ou viver além, acima, criativamente. Estas experiências são moldadas pelos adultos, pelos colegas e também pelos ambientes físicos onde aprendo. muito para além da transmissão de conhecimentos a escola tem um papel fundamental como lugar de experiências e de vida. um lugar aberto onde ter e, sobretudo, fazer experiências é crítico, passando o espaço, configurado por paredes, portas, janelas, pavimentos, tectos, mobiliário e infra-estruturas, a ter um papel fundamental no processo de aprendizagem pela sua capacidade de acolher, estimular e envolver.
O QUE POSSO FAZER PARA UMA ESCOLA MELHOR?
DIAGNÓSTICO Necessidades mais comuns Espaços de recepção mais acolhedores Espaços de aprendizagem mais inspiradores Espaços sociais mais descontraídos Espaços comuns mais seguros e limpos sistemas e redes mais eficientes e sustentáveis identidade e comunicação mais eficaz e moderna As necessidades mais comuns acima referidas resultam de um processo que parte do princípio que devem ser os alunos a identificar o que é preciso mudar na escola. são questões específicas que podem e devem contribuir para a construção da visão global necessária para edificar uma nova escola.
ESPAÇOS DE RECEPÇÃO
n é fácil chegar à entrada da escola vindo da rua? n é fácil sair do interior para o exterior do edifício escolar? n A entrada principal está bem sinalizada e é fácil de identificar por visitantes ou recém-chegados? n há espaço suficiente para os automóveis e outros transportes pararem em frente à escola e deixarem ou recolherem alunos? n O exterior do edifício escolar é convidativo e atraente? n O interior do edifício escolar é convidativo e atraente? n Eu sinto-me seguro na escola? n Eu sinto-me seguro nos espaços exteriores da escola? n Está alguém a receber as pessoas que entram na escola e tem boas condições para o fazer? n n n
ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM n A minha sala de aula tem boa circulação de ar? n A temperatura na minha sala de aula é confortável? no inverno e no Verão? n Existe bastante espaço para eu realizar o meu trabalho na minha mesa? n Existe bastante espaço para me movimentar na sala de aula e para fazer trabalhos de grupo com outros alunos? n há ruído no interior da sala de aula que perturbe o meu trabalho? n há ruído proveniente do lado de fora da sala de aula que perturbe o meu trabalho? n há luz natural vinda das janelas? n A minha sala de aula tem boa luz? n Eu trabalho confortavelmente à mesa? n As cadeiras são confortáveis? n A sala de aula tem painéis nas paredes para exposição dos trabalhos dos alunos e outros elementos decorativos que a tornem atraente? n A minha sala de aula está limpa? n A minha sala de aula está em boas condições? n n n
ESPAÇOS SOCIAIS
n é possivel utilizar os espaços da escola em horário extralectivo? n é possível fazer intervenções pontuais ou adaptações para permitir realizar actividades especificas, como exposições, teatros ou concertos? n posso adaptar o espaço, segundo a conveniência, em determinados momentos? n há algum programa ou agendamento associado a práticas colectivas (cerimónias, festas, sessões…), nestes espaços? n A escola está aberta à participação da comunidade envolvente (o bairro, a freguesia, a cidade)? n Qual o papel da comunidade na vida da escola? n Tem espaços exteriores onde possa estar, conversar, comer, estudar ou jogar? Em todas as estações do ano? sozinho ou em grupo? n Tem espaços interiores onde possa estar com os meus colegas nos intervalos? n Tem um bar ou uma cantina agradáveis? n Tem uma sala dos alunos ou uma sala de convívio? n é possível os alunos, os professores e os funcionários encontrarem-se e conviverem no mesmo espaço? n n n
ESPAÇOS COMUNS
n é fácil circular na escola para ir de um andar para outro no edifício da escola? n é fácil circular pelo mesmo andar? n Os edifícios da escola e suas áreas exteriores estão geralmente limpos? n O edifício escolar e os espaços exteriores estão cuidados? n Existem cacifos com chaves onde guardo os meus pertences? n As instalações sanitárias são funcionais e limpas? Estes espaços estão adaptados a pessoas com necessidades especiais? n n n
SISTEMAS E SUSTENTABILIDADE n Tenho acesso a computadores que funcionam adequadamente e com acesso à internet? n A comunidade escolar está interessada em contribuir para a redução do impacto negativo da escola no meio ambiente? n Tento contribuir para reduzir o impacto negativo no meio ambiente? n Os acessos à escola estão adaptados a pessoas com necessidades especiais? n Os meus colegas e professores têm facilidade em chegar a escola? n A localização da escola permite utilizar modos de transporte colectivos? n A localização da escola permite utilizar modos de transporte não poluentes? n n n
IDENTIDADE E COMUNICAÇÃO n Os caminhos ou percursos pelo interior do edifício escolar estão bem assinalados ou são fáceis de identificar? n E os caminhos ou percursos exteriores? n A sinalética da escola foi pensada para pessoas com necessidades especiais? n seria interessante a criação e produção de material de apoio personalizado para a escola? n é economicamente viável na escola ou no agrupamento? n n n
IDEIAS Sﾃグ COMO PULGAS: SALTAM DE UNS PARA OS OUTROS, MAS Nﾃグ MORDEM A TODOS. GEORGE BERNARD SHAW (1856-1950)
PROCESSO CRIATIVO
como definir um enunciado (ou caderno de encargos)? como estabelecer critérios? como transformar um tópico complexo num assunto de pesquisa? como escrever um programa criativo sequenciado? como filtrar ideias? como decidir sobre as ideias? como colocar as ideias num plano de acção?
PARA UMA ESCOLA MELHOR depois de teres olhado com atenção para a tua escola e teres identificado o que gostarias de mudar no seu espaço físico, desafiamos-te a apresentar, com os teus colegas e um professor responsável, uma proposta concreta. lê o regulamento que está na última página deste teu caderno de notas. Elementos a entregar com a minha proposta para uma escola melhor identificação da necessidade da minha escola solução e metodologia de abordagem proposta Análise de impacto planeamento Orçamento
A NECESSIDADE
Qual o motivo principal porque a nossa equipa decidiu avançar com esta proposta? Em que contexto ela se insere? porque nunca foi feito? Qual a opinião dos outros colegas, professores e funcionários da escola? descrição, em poucas palavras, da necessidade que a tua equipa observou na escola e sobre a qual decidiu avançar com a proposta que vai apresentar. será muito útil se juntarem fotografias e videos que mostrem a situação actual.
A SOLUÇÃO E A METODOLOGIA Que solução encontrámos? pensámos em alternativas? Quais? porque optámos por esta? O que necessitamos para fazer a mudança? A quem precisamos de pedir ajuda? de que materiais precisamos? de que ajuda profissional precisamos? com quem, dentro da escola, precisamos de falar? nesta fase da proposta a tua equipa deve explicar bem a solução que encontraram, se pensaram noutras soluções e porque escolheram esta. devem também descrever os materiais, procedimentos e pessoas a que terão que recorrer e como vão fazê-lo.
O IMPACTO
como ficará a escola depois da mudança? Quem irá beneficiar com a mudança? Qual a opinião dos outros colegas, professores e funcionários da escola sobre a solução que encontrámos? A análise de impacto é uma previsão do resultado final. A melhor forma de a apresentar é fazendo uma comparação, ponto por ponto, da situação tal como está neste momento e como ficará após a intervenção que propõem. para além dos impactos específicos da proposta este processo permitirá desenvolver uma série de novas competências.Os professores e gestores escolares vão descobrir uma nova maneira de pensar a escola e reconhecer o valor que os seus alunos trazem para essa discussão.Os projectos implementados permitirão aos alunos deixar a sua marca na escola.
PLANEAMENTO
Quanto tempo demorará a intervenção até ficar concluída? Quantas pessoas estarão envolvidas e por quanto tempo? Quanto tempo terá que trabalhar cada pessoa ou equipa? como será dividido o trabalho? Que tarefas existirão? Que dependências existem entre as tarefas a realizar? A tua equipa deverá apresentar um cronograma que mostre o intervalo de tempo em que decorrerá a intervenção. deverá também identificar todas as pessoas ou equipas que nele trabalharão, quais são as suas funções e quanto tempo demorarão a executá-las. deves ter em atenção que muitas tarefas só podem ser feitas depois de outras serem concluídas. O planeamento deve prever essas situações.
ORÇAMENTO
Quanto custará a proposta? Quanto custa cada material que será necessário adquirir? Quanto custa o trabalho de cada pessoa ou equipa que irá trabalhar? como nos informámos dos preços? pedimos orçamentos? Quantos e a que empresas ou pessoas? é muito importante que a intervenção que propõem tenha os custos bem calculados para que não se gaste mais dinheiro do que o valor do prémio que receberão caso ganhem o concurso. devem pedir mais do que um orçamento para tudo aquilo que terá que ser feito. Assim , poderãocomparar os valores e optar por aquele que for melhor sem comprometer a qualidade.
NOTAS E IDEIAS
As ideias expressas neste caderno são ingredientes para serem combinados em diferentes quantidades de acordo com as condições e gostos. A lista não é de forma nenhuma exaustiva. Adiciona, adapta, gera novas ideias e transforma o mundo.
NOTAS E IDEIAS
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FICHA TÉCNICA Fotografia e imagens: © Ricardo Bento, © José Adrião Arquitectos, © Fernado Guerra e Sérgio Guerra, © Parque Escolar E.P.E, Textos de Diogo Teixeira e Rui Nunes da Silva © Forum Estudante 2011