Quem sou eu? Identidade e Auto-Conhecimento

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Quem sou EU? Identidade e Auto-Conhecimento
Empregabilidade#2 E-Book

FICHA TÉCNICA

Título – Quem sou EU?

Identidade e Auto-Conhecimento

Promotor – CME

Editor – Forum Estudante

Coordenação Geral – Rui Marques

Gestão de Projeto – Gonçalo Gil

Coordenação Executiva – Cristina Carita

Autoria – Cristina Carita

Design Gráfico – Miguel Rocha

Data – abril 2022

#5 Exercícios
#3
#1 Introdução
#4 A reter Índice
#2 A minha história
Ferramentas

#1 INTRODUÇÃO

Neste ebook, pretende-se abordar a questão da identidade. Uma questão que pode ser abordada a partir de um conjunto de questões. Afinal de contas, quem sou eu? E quem quero vir a ser? Qual o caminho a seguir? Quais os próximos passos? Vou deixar ao acaso ou preciso planear? Até aqui, a minha identidade foi a de filho, neto, primo, irmão, estudante, amigo. E a partir de agora? Quem

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vai ser o profissional? Como se constrói uma identidade profissional? Qual o perfil necessário? Como me reconstruo?

Estás a entrar numa fase de mudança, ao deixar a identidade de estudante para construir uma identidade de profissional. Para tal, é fundamental que pares e penses em quem és e que faças uma reflexão sobre ti. Isto porque é fundamental saberes quem és para que possas preparar a tua mudança.

Este ebook pretende ajudar-te a fazeres o teu caminho de auto-conhecimento, através de diversas questões e ferramentas práticas que te podem facilitar o processo de reflexão de forma muito prática e dinâmica.

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#2 A MINHA HISTÓRIA

Para responder à pergunta “Quem sou eu?”, cada indivíduo deverá ancorar-se na sua própria história de vida. É ela que conta os vários momentos decisivos, as tomadas de decisão, como se ultrapassaram os obstáculos, como se venceram os medos, como se enfrentaram as dificuldades ou como se celebraram as conquistas. Através da história de vida, também é possível saber quais os episódios caricatos, quem acompanhou estes momentos, qual o cenário de cada cena e as ferramentas ou recursos utilizados.

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Porque é que a história pessoal é importante? Porque é ela que nos dá a unicidade, ou seja, é ela que nos permite diferenciar de todas as outras pessoas. Mesmo histórias semelhantes, contadas por pessoas diferentes, permitem que cada um atribua significados diferentes. E isto é importante, uma vez que, par entrar no mundo do trabalho, todas as pessoas têm que passar por um processo de seleção. A história que acompanha cada um, bem como a forma como se conta e os episódios que se escolhem, são o que permite às pessoas que efetuam a seleção dos candidatos separar as histórias que impactam, que diferenciam e que valorizam.

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No caso de uma mudança de identidade, é fulcral que se selecione muito bem a história a contar. Num tempo de incerteza sobre o futuro, em que muitas coisas parecem fugir ao nosso controlo, esta é uma forma de nos assumirmos como especialistas. Ninguém conhece a tua história tão bem como tu mesmo: tu controlas o que queres e não queres contar. Também controlas o tom em que queres contar a história (enquanto espectador passivo ou enquanto ator interventivo) e os episódios ou momentos mais importantes e que te beneficiam.

Para fazer isto, precisas de refletir e de te preparar para contar a história. De me preparar para contar a história. Como tal, precisas de te conhecer e responder à questão “quem sou eu?”.

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#3 FERRAMENTAS

Para te ajudar a fazer a reflexão pessoal e a saberes qual a história que queres contar sobre ti, vamos apresentar-te algumas ferramentas. Para que estas sejam mesmo úteis, consulta o capítulo sobre Exercícios e responde a todas as questões. De certeza que te vais sentir muito mais preparado para a fase seguinte.

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A primeira ferramenta que te apresentamos tem a ver com as diferentes facetas de cada pessoa. O que tu conheces sobre ti e o que os outros conhecem (ou desconhecem) sobre ti. Este é, portanto, o primeiro exercício que te propomos para responderes à questão “Quem sou eu?”

Este conceito Janela de Johari é representado através de uma tabela de dupla entrada (janela ou matriz) subdividida em quatro áreas: “Eu Público”, “Eu Cego”, Eu Secreto” e “Eu Desconhecido”.

O que é a Janela de Johari?

A Janela ou Matriz de Johari é uma ferramenta criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955, com o objetivo de auxiliar a compreensão das relações interpessoais em várias situações, nomeadamente entre indivíduos, grupos ou organizações. A palavra Johari tem origem dos pronomes dos seus criadores Jo(seph) e Hari(rington).

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Estas 4 facetas do EU significam:

n Eu aberto/público - zona que integra o conhecimento que tens de ti mesmo e também o conhecimento que os outros têm sobre ti;

n Eu cego - zona de conhecimento sobre ti que apenas os outros têm, ou seja, desconhecido de ti;

n Eu secreto - zona de conhecimento que apenas tu conheces e que não partilhas com os outros;

n Eu desconhecido - zona em que nem tu nem os outros têm consciência ou conhecimento.

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eu público eu secreto eu cego eu desconhecido Eu conheço Eu conheço Eu desconheço Eu desconheço Outro conhece Outro conhece Outro desconhece Outro desconhece
Com estes 4 “eus”, consegues perceber e selecionar o que queres contar sobre ti.

Num processo de seleção e recrutamento, tu escolhes qual a informação do teu “Eu Secreto” que queres contar. Numa sessão de entrevista, há uma série de informação não dita que é percepcionada pelo recrutador, mesmo que não a verbalizes – o teu “Eu Aberto”. Necessitas de ter cuidado com o teu “Eu Cego”, uma vez que, pela experiência do recrutador, ele pode ver em ti aquilo que não contaste porque não te apercebeste por não teres refletido o suficiente que, portanto, faz parte do “Eu Desconhecido”.

Desta forma, deves concentrar-te em cada um destes teus “eus” e perceber que características, competências ou momentos consegues identificar em cada um deles e de que forma te podem ajudar na procura de emprego.

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Diferenciação

Todas estas ferramentas (que te permitem pensar quem tu és e qual a história que podes contar sobre ti) servem essencialmente para responder a uma questão fundamental na área da seleção e recrutamento: “Como me vou diferenciar dos outros candidatos?”.

Essa diferenciação é que vai fazer com que sejas escolhido ou preterido. Por essa razão, para te ajudar a fazer este percurso de auto-conhecimento e consciência de quem és, foca-te, antes de mais, nestas cinco grandes áreas:

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Prioridades Conhecimento

➜ O que sabes fazer – lista todas as funções ou tarefas que sabes fazer, a nível pessoal ou académico;

➜ Papéis – identifica que tipo de funções podes desempenhar numa organização;

➜ Prioridades – define muito bem quais as prioridades e quais as áreas que identificas como mais importantes;

➜ Conhecimento – toma consciência dos diferentes tipos de conhecimento que possuis, sendo este conhecimento académico ou não;

➜ O que gost as de fazer – destaca aquilo que te dá prazer fazer, que te motiva e te deixa realizado.

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Esta informação permitirá iniciar a construção de uma narrativa com vista à entrada no mercado de trabalho, compondo a história
O que sabes fazer O que gostas de fazer Papéis

que queres contar sobre quem és e porque deves ser contratado. É através da preparação que vais conseguir diferenciar-te dos outros candidatos. IKIGAI

Esta é outra ferramenta que complementa a reflexão anterior, colocando mais questões e aprofundando as tuas respostas. A procura do sentido na vida está (na sociedade moderna) profundamente ligada ao entendimento de “Quem Somos” (nossas crenças, relacionamentos, cultura, formação, etc), mas também em boa parte sobre “O Que Fazemos” (profissão, vocação, trabalho, lazer, etc).

O que significa “Ikigai”?

É uma palavra japonesa que significa “razão de ser”, “razão de viver”, “objeto de prazer para viver” ou “força motriz para viver”. Trata-se de descobrir qual o motivo que te faz levantar da cama todos os dias. No fundo, qual o teu propósito de vida.

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Assim, em muitos casos, a nossa perceção sobre a nossa “Razão de Ser” dificilmente estará completa sem encontrarmos consonância entre o que somos e o que fazemos. Por outras palavras, num mundo no qual a nossa identidade apresenta uma profunda correlação entre o ser humano e o seu trabalho, são poucas as pessoas que se sentem felizes e com seu propósito realizado sem ter incluído aspetos pessoais e profissionais.

Por isso mesmo, no círculo Ikigai verifica-se a relação entre estes aspetos, ajudando a compreender e detalhar cada um deles. A proposta da filosofia Ikigai é a “desalienação” do trabalho enquanto obrigação social, para uma visão mais humana, na qual podemos encontrar sentido e satisfação naquilo que realizamos.

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Como podes observar no esquema anterior, existem 4 áreas ligadas a aspetos pessoais e profissionais que, na sua interseção, te ajudam a definir qual a área que podes potenciar. Senão vejamos:

Missão – a missão de vida encontra-se na interseção entre o que gostas de fazer e o que o mundo precisa. Há uma verdadeira conexão

17 profissão vocação pelo que podes ser o que o mundo PAGO aquilo que AMA PRECISA no que és BOM paixão missão ikigai

que permite que coloques o teu propósito de vida em ação. Paixão – revela-se nos aspetos do que gostas de fazer com o que és bom a fazer. Quando consegues que estes dois fatores se conectem, tens a paixão pelo que fazes em pleno na tua vida. Profissão – encontra-se na relação entre o que és bom a fazer e o que podes ser pago para fazer. Encontras assim a relação ideal para a tua área profissional.

Vocação – relaciona o que podes ser pago e o que o mundo precisa, numa verdadeira sintonia. Deves refletires em cada uma das áreas e perceber quais os aspetos em que és bom. O que amas fazer? O que o mundo precisa? Em que atividade podes ser pago? A partir daí, podes perceber se consegues cruzar estes aspetos e ganhares mais consciência sobre quem és.

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Análise SWOT

A ferramenta que agora apresentamos permite que analises de forma crítica a tua história e que planeies os passos seguintes. A análise SWOT é uma técnica de planeamento estratégico utilizada para auxiliar pessoas ou organizações a identificar forças, O que é o SWOT?

O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, sendo um acrónimo de Forças (Strenghts), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).

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fraquezas, oportunidades e ameaças relacionadas com a área de criação de negócios ou planeamento de projetos.

A análise SWOT é também utilizada nas áreas dos recursos humanos, sendo aplicada a uma análise do indivíduo. Assim, propõe-se que cada pessoa identifique as suas forças e fraquezas (o ambiente interno da análise).

O que te pedimos é que possas analisar as tuas competências e tarefas no que diz respeito ao emprego a que te vais candidatar. De seguida, deves identificar o que está na envolvente externa, ou seja, que oportunidades te oferece o mercado (ex: área profissional em expansão com muitas vagas de recrutamento) e que ameaças te podem prejudicar nesta tua procura de emprego (ex: concorrência de muitos candidatos).

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Fatores Positivos (Auxiliam o objetivo estratégico)

Fatores Negativos (Atrapalham o objetivo estratégico)

Ambiente Interno (Características da Organização) S Strenghts Forças

W Weaknesses Fraquezas

Ambiente Externo (Características do mercado)

OOpportunities Oportunidades

T Threats Ameaças

Desta forma, a análise SWOT permite-te perceber o que podes controlar e não controlar. Os fatores externos, que estão na envolvente, dizem respeito a características do mercado sob as quais pouco ou nada podes fazer para alterar. Já a análise interna dos pontos fortes e fracos dizem respeito a fatores individuais que podem ser potenciados (as forças) e melhorados (as fraquezas).

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Por essa razão, esta análise pode ser o ponto de partida de um maior desenvolvimento pessoal através da aceitação dos pontos fracos e da criação de um plano de trabalho para os transformar em pontos fortes ou, pelo menos, em melhorar a sua performance. Por exemplo, se a comunicação for um ponto forte, mas o falar ao telefone for um ponto fraco, eu posso melhorar praticando a minha comunicação ao telefone, desenvolvendo o conhecimento sobre atendimento telefónico, preparando de antemão as minhas intervenções telefónicas, entre outros. O que queremos dizer é que um ponto fraco não precisa de se manter como está. É importante identificá-los, mas criar ações para os mitigar ou eliminar.

Porque esta ferramenta é importante? Porque, numa entrevista de emprego, uma das questões muitas vezes colocada tem a ver com os pontos fortes e fracos. Se não estive-

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res preparado, vais dar a resposta que a generalidade dos candidatos dá: “sou teimoso”. Contudo, o que se pretende é que te diferencies dos demais, que identifiques a priori quais os aspetos que vais tornar visíveis e que os ilustres com exemplos concretos da tua história pessoal.

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#4 A RETER

10 aspetos importantes sobre o tema deste ebook:

1.º Encontra as características de cada um dos teus EUS

2.º Lista aspetos para: o que sei fazer, o que gosto de fazer, que conhecimentos tenho, quais as minhas prioridades e que papéis posso desempenhar

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3.º O que AMAS fazer?

4.º Em que és BOM?

5.º De que é que o mundo PRECISA?

6.º Em que atividade podes ser PAGO?

7.º Identifica os teus pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças do mercado de trabalho

8.º Cria um plano de melhoria para cada um dos pontos fracos identificados

9.º Seleciona um ou dois pontos fortes e fracos para uma potencial entrevista

10.º Conta a história (um exemplo curto) de cada um desses aspetos

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#5 EXERCÍCIOS Exercício

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Responde à questão “Quem sou eu?” contando a tua história:

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Identifica os teus EUS

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Exercício 2
eu público eu secreto eu cego eu desconhecido

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Preenche a seguinte tabela:

O que sei fazer

O que me agrada fazer

Conhecimentos que tenho

Prioridades

Papéis/Funções

28 Exercício

Exercício 4

Faz o teu IKIGAI

Agora, cruza as quatro áreas e descobre o que significam.

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AMO PRECISO BOM PAGO

Exercício 5

Faz a tua SWOT – Fatores Internos:

FORÇAS OU PONTOS FORTES

Questões que te podem ajudar: O que tenho de diferente, único e especial; Em que me destaco naturalmente; Quais os meus talentos; O que os outros valorizam em mim

FRAQUEZAS OU PONTOS A MELHORAR

Questões que te podem ajudar: Que competências me faltam; O que os outros me apontam como crítica ou me incitam a mudar; Que receios tenho e o que evito fazer; O que quero melhorar

PLANO DE AÇÃO PARA OS PONTOS FRACOS

Questões que te podem ajudar: para cada ponto fraco, identifica um conjunto de ações para o melhorar

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Faz a tua SWOT – Fatores Externos:

OPORTUNIDADES

Questões que te podem ajudar: Que fatores posso potenciar para atingir os meus sonhos e objetivos; O que me oferece o contexto que posso aproveitar para crescer

AMEAÇAS

Questões que te podem ajudar: Que fatores me podem dificultar ou impedir de alcançar os meus desejos e objetivos; De que forma estas ameaças condicionam o meu crescimento

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