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Acabei o Curso e Agora?
Terminaste a licenciatura ou o mestrado e estás prestes a entrar no mercado de trabalho. O que fazer a seguir? Como nos devemos preparar para esta nova realidade? Deixamos aqui algumas sugestões para a tua entrada no mercado de trabalho.
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Prepara-te para o mundo do emprego!
Currículos, entrevistas, cartas de apresentação e perfis de LinkedIn são parte importante de quem se preparar para entrar no mercado de trabalho. Partilhamos contigo algumas dicas para que tudo corra sempre pelo melhor.
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O Futuro do Trabalho
O relatório “The Future of Jobs 2023” do Fórum Económico Mundial olha para como o mercado de trabalho vai evoluir nos próximos cinco anos. Trazemos-te as principais conclusões. 20
Criar uma carreira profissional envolve necessariamente vários passos. O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) conta com várias medidas destinadas a apoiar-te nesses vários momentos. Descobre tudo aqui.
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Entrevista a vencedora do programa CEO 4 One Month Leonor Silva foi a vencedora nacional do programa internacional “CEO for One Month”. Durante várias semanas, Leonor acompanhou Alexandra Andrade, CEO da Adecco, e agora partilhou connosco a sua experiência.
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Entrevista a Tânia Gaspar
Em entrevista, a psicóloga especialista em matérias de trabalho, Tânia Gaspar, fala-nos sobre a relação dos jovens com o mercado de trabalho, dandonos a conhecer mais sobre o que é que estes pretendem atualmente quando procuram o primeiro emprego.
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O que é um Estágio Profissional?
O estágio profissional é uma opção que tem vindo a ser reforçada para quem está a entrar no mercado de trabalho. Neste texto, deixamos-te algumas informações sobre o que deves ficar a saber antes de ingressares num estágio profissional.
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Maior empregabilidade Instituições de Ensino Superior reunidas em Coimbra para pensar a empregabilidade dos jovens diplomados
Bem-vindos ao mundo do trabalho
Bem-vindos ao mundo do trabalho
As páginas que se seguem têm um objetivo comum: facilitar a tua entrada no mercado de trabalho. Por essa razão, podes contar com artigos que procuram ajudar-te a obter melhor preparação possível.
A diferença está, muitas vezes, nos detalhes. Por isso, trazemos-te textos que oferecem respostas a algumas das questões mais frequentes relacionadas com as principais ferramentas na procura de emprego: Como consigo elaborar um currículo eficaz? Como devo escrever uma carta de apresentação? Como devo preparar uma entrevista de emprego? E como posso utilizar as redes sociais em meu proveito?
Tendo em conta a preponderância das plataformas digitais no mundo do trabalho, podes também contar com
um artigo que te apresenta as principais mais-valias do LinkedIn, detalhando como podes utilizar esta plataforma estrategicamente, para que encontres o emprego ideal para os teus interesses e perfil. Fica ainda a conhecer todas as formas como o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) te pode ajudar em três momentos diferentes da transição para o mercado de trabalho: formação, orientação e oportunidades.
A maioria dos textos que se seguem colocam em evidência o que te é pedido, enquanto alguém se encontra
prestes a iniciar uma carreira profissional. A lista poderia alongar-se por vários parágrafos: competências técnicas, competências transversais, apresentação eficaz, presença em várias plataformas, boa utilização das redes sociais e pessoais, etc…
Esta ideia do que é exigido, mesclada com o contexto laboral atual, pode fazer-te sentir que o mercado de trabalho é um lugar hostil. Poderás até sentir essa exigência como uma injustiça. Afinal de contas, a ideia de um primeiro emprego é a de que existe uma carreira que começas agora a construir.
Contudo, mais do que transmitir-te o que é exigido, pretendemos que conheças as atitudes que te podem ajudar na transição para o mundo do emprego. Tudo para que
conheças os principais desafios que te serão apresentados, nesta nova fase da tua vida, e para que possas preparar-te de forma condizente.
Ao transmitir-te as melhores técnicas de preparação para o mercado de trabalho, não pretendemos que te sintas “afogado” em exigências. Afinal de contas, grande parte do teu crescimento profissional chegará naturalmente, à medida que fores desempenhando tarefas e cumprindo novos objetivos.
Contudo, o conhecimento das tendências do mercado de trabalho pode ajudar-te a dar este primeiro passo. É certo que ninguém nasce empregável. Contudo, a empregabilidade é uma característica – e esse será o ponto em que te pretendemos ajudar – que se pode e deve desenvolver.
Acabei o curso.
E agora?
Terminaste a licenciatura ou o mestrado e estás prestes a entrar no mercado de trabalho. A confusão e a indecisão sobre o que fazer a seguir são sentimentos normais, chegado este momento. O que fazer a seguir? Como nos devemos preparar para esta nova realidade? Deixamos aqui algumas sugestões para a tua entrada no mercado de trabalho.
Ter o teu currículo pronto e atualizado
O Curriculum Vitae (CV) é vital para a tua candidatura a um emprego. Quer seja a primeira vez que te estás a candidatar ou já o tenhas preparado para quando te candidataste a um estágio, tenta mantê-lo atualizado com a tua experiência anterior de uma forma resumida. E tenta adaptar à vaga que te estás a candidatar, escrevendo informação como o tempo da experiência e as tuas funções, de uma maneira breve, mas atrativa.
Realizar um estágio profissional
Saído do curso, podes ter a oportunidade de estagiar na tua área através de um estágio profissional. Os períodos de duração divergem, podendo ir de 9 a 12 meses e o valor que recebes varia consoante o teu nível de estudos e também do perfil que a empresa procura. Podes utilizar este período para meter em prática tudo o que aprendeste durante os teus anos de ensino e no final do período de estágio, a porta pode estar aberta para continuares na empresa, desta vez com contrato.
Aprofundar conhecimentos e competências
O final de um curso pode significar o início de outro. Podes continuar a tua vida académica e prosseguir para uma das várias opções que o ensino superior te proporciona (pós-graduação, mestrado, doutoramento) ou então optar por outras. Frequentar uma formação profissional ou aprender uma língua estrangeira pode dar-te vantagens quando concorres a uma vaga de trabalho.
#1 #2 #3
Fazer um gap year ou voluntariado
Podes sentir que precisas de descansar um pouco. Explorar um mundo diferente daquele que conheces, viajar, expandir horizontes e entrar em contacto com diferentes realidades. Porque não fazer um gap year ou então experimentar voluntariado com uma causa com que te identifiques? Conheces pessoas diferentes, desenvolves competências sociais e, ao mesmo tempo, enriqueces a tua cultura e experiência.
A digitalização é inevitável. Já quase todas as candidaturas para emprego são feitas online, com o CV em formato .pdf e, dependendo da tua área, com o trabalho guardado em discos externos. Para agregar tudo, podes dar uso a redes sociais como o Linkedin, ou então criar um portfólio online e assim criando uma plataforma onde disponibilizas todo o teu trabalho para que o teu futuro empregador te conheça melhor. #4 #5 #6
Preparar uma carta de motivação
Dependendo do emprego para o qual te candidatas, podem pedir-te uma carta de motivação para entregar. Inicialmente podes questionar-te como se faz, mas não te preocupes. Existem modelos disponíveis na internet que te podem ajudar a ter algumas ideias e também poderás pedir a amigos e conhecidos que já se encontrem na sua vida profissional dicas sobre como fazer uma boa carta de motivação.
Criar um portfólio online ou Linkedin
Prepara-te para o
Currículos, entrevistas, cartas de apresentação e perfis de LinkedIn são parte importante longo da tua carreira profissional. Partilhamos contigo algumas dicas para que tudo
#1 Descomplica o teu Currículo
A porta de entrada para o mercado de trabalho é o teu Curriculum Vitae (CV). Sabe mais sobre a preparação do CV ideal e simplifica este processo!
1º Passo – Conhece-te
É importante que saibas o que queres apresentar no teu currículo. Sendo assim, deves conhecer-te e saber responder a algumas questões sobre ti. Desde logo, deves pensar nas tuas capacidades e competências, colocando a ti mesmo as questões: “O que gosto de fazer?”, “O que sei fazer?” ou “O que ainda não sei fazer?”. Depois, podes pensar nos tipos de trabalhos que mais gostas, fazendo perguntas como “Em que tipo de funções quero trabalhar” ou “quais as empresas onde gostaria de trabalhar”. Pensares nas competências que deténs para esses trabalhos e naquelas que ainda necessitas é também relevante. Por fim, mantém sempre o foco no storytelling pensando “que história vou contar sobre mim?”.
2º
Passo – Organiza-te
A estrutura do teu currículo é um passo importante. Independentemente do formato que escolheres, existem campos “obrigatórios”. Para além dos dados pessoais (nome, data de nascimento, número de telefone e e-mail), deves incluir formação académica e habilitações (das mais recentes para as mais antigas), indicando curso, ano, instituição de ensino, média e trabalhos importantes realizados. Não esqueças ainda de acrescentar toda a formação complementar realizada nos últimos 5 anos que seja relevante para a função a que te candidatas. Outras partes importantes do currículo são a experiência profissional (nome de empresas para as quais trabalhaste, a duração, as funções desempenhadas, tarefas efetuadas e metas atingidas) e aptidões e competências (conhecimentos linguísticos e digitais, competências técnicas e sociais, etc.).
3º Passo – Apresenta-te
Se tivesses de promover-te enquanto profissional, o que dirias? No teu currículo, é importante que incluas uma secção para a tua apresentação. Este espaço não deve ser muito extenso nem aborrecido para quem está a ler. Deves
apresentar-te de forma breve, destacando as tuas melhores capacidades e os aspetos mais marcantes do teu percurso académico e profissional. No fundo, trata-se daquilo que te torna único ou única. Esta é a tua oportunidade para captares a atenção do(a) recrutador(a) e fazeres a diferença!
4º Passo – Filtra as informações mais relevantes
No desenvolvimento do CV, deves ter cuidado para não caíres no exagero! Começa por ser sintético ou sintética, utilizando, no máximo, duas páginas (preferencialmente apenas uma). É importante que saibas focar os teus pontos fortes e valorizar as tuas competências, especificando como as adquiriste. Existem certamente informações sobre exemplos específicos do teu percurso que podem ser aprofundadas durante uma entrevista. Lembra-te: o teu CV deve funcionar como um teaser que suscita a curiosidade do(a) recrutador(a) para a próxima etapa: a entrevista.
5º Passo – Adequa o teu CV à função que pretendes
Ser seletivo ou seletiva nos elementos que escolhes partilhar também é fundamental. Por essa razão, no teu CV, não deves incluir experiências ou formações que não acrescentem valor à função a que te estás a candidatar. A coerência entre as tuas aptidões e aquilo que é necessário para a função em questão é um aspeto a valorizar. Podes começar, por exemplo, por utilizar termos chave presentes na oferta de emprego e realçar experiências e qualidades essenciais para a mesma.
6º Passo – Informações complementares: sim ou não?
Existem informações complementares que enriquecem o teu currículo e que são uma mais valia para o mercado de trabalho. Exemplo disso são as ações de voluntariado que podes acrescentar ao teu CV. Assim, poderás demonstrar proatividade e outras competências, diferenciando o teu perfil!
mundo do trabalho
de quem se preparar para entrar no mercado de trabalho e vão acompanhar-te ao corra sempre pelo melhor.
7º Passo – Linguagem clara, objetiva e direta
A forma como escreves também importa. O teu currículo deve ser claro e objetivo e de fácil compreensão, simplificando o seu processo de leitura e facilitando o trabalho ao recrutador.
8º Passo – Não mintas
A honestidade é uma boa prática no desenvolvimento do currículo. Não deves incluir informações falsas sobre o teu percurso, visto que num momento de entrevista poderás ser questionado(a) sobre isso. Acredita que é muito fácil identificar e confirmar uma informação falsa colocada num currículo, que vai descredibilizar por completo a tua candidatura.
9º Passo – Layout adequado
Apesar de considerado, muitas vezes, como menos importante, a apresentação gráfica do teu CV é uma excelente oportunidade para seres original e dares o teu cunho pessoal ao documento. No entanto, não deves utilizar formatações excessivas! Além disso, cuidado com a fotografia. Deves utilizar uma fotografia atual e que te represente, tendo sempre em atenção a imagem que ela transmite sobre ti e para a pessoa que
recebe o teu CV. O aconselhado será utilizares uma fotografia mais “institucional”.
10º Passo – Revê
No final, é importante que reserves um tempo para rever atentamente o documento, de forma a encontrares possíveis erros ortográficos ou gralhas, além de retirares tudo o que não for importante. Neste caso, poderás pedir ajuda a alguém para que possa reler e dar uma segunda opinião.
O que é o Curriculum
Vitae (CV)?
O curriculum Vitae (CV) é o documento de apresentação de um(a) candidato(a), onde são descritos os seus dados pessoais, habilitações académicas e experiências profissionais, assim como as suas competências pessoais e sociais. O CV é, assim, essencial para o(a) recrutador(a) no momento de contratar.
#2 Guia prático para a tua carta de apresentação
Estás cada vez mais perto dessa oportunidade de emprego que tanto desejas! Mas antes, já pensaste na tua carta de apresentação e como podes utilizá-la a teu favor? Não percas tempo e descobre tudo sobre este documento.
O que é?
Uma carta de apresentação é um documento complementar ao Curriculum Vitae. Nesta carta são apresentadas as principais características, motivações e mais-valias de um(a) candidato(a) a determinada função, sendo por isso personalizada de acordo com a oferta de emprego.
Não se trata de uma cópia resumida do CV, mas sim de uma ferramenta de apresentação dos teus atributos e incentivos enquanto profissional para determinada função dentro de uma empresa ou instituição.
A preparação:
À semelhança do CV, também a carta de apresentação exige um processo de preparação cuidado e especialmente pensado de acordo com as características da empresa e respetiva função à qual te candidatas.
Neste sentido, em primeiro lugar, deverás conhecer-te: Quem és tu enquanto profissional?
Além de mencionares as tuas competências e objetivos, é importante que tenhas presente o teu percurso académico e profissional e respetivos factos a destacar.
De seguida, é importante fazeres um trabalho de pesquisa sobre a empresa ou organização à qual te candidatas, tendo em mente as suas principais características, nomeadamente no que toca à sua missão, visão e valores, para que consigas alinhar os teus objetivos com os objetivos da empresa.
O desenvolvimento:
Assim que começares a escrever a tua carta de apresentação, deves ter sempre presente a necessidade de mostrares que és a pessoa indicada para aquela posição. Para tal, deves focar não só as tuas características, mas sobretudo enquadrar as mais-valias que podes representar para o cargo. Este é o momento para mostrares confiança e certezas que queres agarrar esta oportunidade!
Seja em formato digital ou físico, o teu texto deve começar a partir da referência aos principais traços da tua
personalidade, bem como aos motivos pelos quais te candidatas. Deves procurar personalizar a tua carta de apresentação, valorizando a tua trajetória e aquilo que te torna único ou única.
Com base no trabalho de pesquisa que efetuaste anteriormente, é essencial relacionares o teu percurso profissional e académico e as tuas aptidões com as principais necessidades da empresa ou organização à qual te candidatas.
Contudo, tem em mente que uma carta de apresentação não deve ser muito extensa, sendo o recomendado três a quatro parágrafos com frases curtas, para facilitar a sua leitura e compreensão.
No fundo, para elaborares uma carta de apresentação de sucesso deves cumprir alguns princípios-chave (ver caixa).
A importância da revisão
Este passo é extremamente importante para garantires que tens uma carta de apresentação de sucesso. Não basta apenas escrever um documento e enviar. Tal como em qualquer processo, deves reservar algum tempo para rever a tua carta de apresentação, várias vezes se necessário, para que encontres possíveis erros ortográficos ou gralhas.
Neste sentido, poderás também pedir uma segunda opinião a outra pessoa ou utilizar plataformas de revisão de texto, como o Grammarly, o Ginger ou o FLiP.
Lembra-te: a existência de erros ou frases pouco claras na tua carta de apresentação pode levar o/a recrutador/a a pensar que não tiveste cuidado na preparação deste documento e que, por isso, não levas este processo assim tão a sério.
Princípios-chave
#1 Início eficaz
A abertura de uma carta de apresentação pode (e deve) ser original, mas, sobretudo, eficaz. Isto quer dizer que deves criar um início que capte a atenção, evitando, ainda assim, entradas demasiado originais ou pouco claras.
Poderás responder logo às necessidades de forma objetiva e direta, afirmando, por exemplo, “Em resposta ao vosso anúncio de recrutamento, considero que reúno as qualidades profissionais que correspondem ao perfil que procuram”.
Esta é uma oportunidade de personalizares a tua candidatura e valorizares as tuas competências e percurso profissional.
#2 Motivações claras
A partir daqui, poderás começar a abordar as razões que te levaram a apresentar candidatura. Nesta etapa, deverás ter em mente os objetivos da empresa, de forma a demonstrares aptidão e interesse em preencher a vaga.
#3 Tom positivo
Não há espaço para frases na negativa na tua carta de apresentação. Opta sempre por um registo “positivo” que poderá tornar o teu discurso assertivo e confiante. Ainda assim, deverás evitar descrições exageradas, realçando as tuas qualidades de forma objetiva e honesta.
Lembra-te: o discurso positivo deve ser também credível.
#4 Discurso claro, conciso e direto
Evita a complexidade. Deves procurar construir frases curtas e com uma linguagem de fácil compreensão.
Ao excluíres informações desnecessárias irás mostrar capacidade de síntese e de resposta aos objetivos propostos.
#5 Autenticidade
Aquilo que escreves deve ser autêntico e verdadeiro. Não há necessidade de incluíres informações falsas só porque queres impressionar o/a recrutador/a. Preza sempre pela honestidade.
#3 O segredo para a tua entrevista de emprego
Antes de mais, não há que ter medo de uma entrevista de emprego. O processo de preparação e a própria entrevista são mais simples do que parecem. Lembra-te: não tenhas receio de mostrar confiança e de apresentar as tuas capacidades e mais-valias. Afinal de contas, os recrutadores estão lá para te ouvir.
Preparação:
sim ou sim?
A preparação de uma entrevista não tem de ser complexa ou assustadora. Começa por recolher o máximo de informação possível sobre a empresa ou instituição à qual te candidatas, nomeadamente a sua atividade, dimensão, produtos e/ou serviços, remuneração, entre outros. O saber não ocupa lugar! Por isso, quanto mais souberes sobre a empresa, melhor será o teu desempenho durante a entrevista.
Em seguida, recorda as informações que apresentaste no teu currículo e na tua carta de apresentação. Nestes documentos tens um resumo das tuas principais capacidades e motivações, que serão certamente questionadas pelos recrutadores. Lembra-te: deve existir coerência entre as informações que apresentaste nestes documentos e aquilo que referes na tua entrevista.
Além disso, podem ser aprofundados outros temas numa entrevista de emprego. Por essa razão, deves conhecer-te bem e saber destacar os teus pontos fortes e fracos, além de outros traços de personalidade que te caracterizem.
Lembraste quando dissemos que devias filtrar as informações mais importantes para o currículo? Pois bem, este é o momento para aprofundares algumas questões que resumiste neste documento. Assim, para a tua entrevista, deves levar contigo toda a documentação que consideres importante e que enquadre o perfil que traçaste no teu currículo e carta de apresentação. Poderá ser interessante levares, por exemplo, o teu portfólio, trabalhos realizados, diplomas e certificados e, ainda, cartas de referência ou outros documentos que consideres úteis para a função à qual te candidatas.
Algo que deves ter também em conta é a possibilidade de te serem colocadas questões relacionadas com a resolução de problemas ou casos práticos para avaliação da tua capacidade de reação e raciocínio. Contudo, não vale a pena preocupares-te demasiado com o tipo de exercícios, uma vez que não vais saber até este surgir. Mas, prevê essa hipótese para que não sejas apanhado/a de surpresa.
O teu papel na entrevista:
Lembra-te: esta entrevista é pensada para ti. Este é o momento de captares a atenção de quem te está a entrevistar. Muitas vezes, são os pormenores que importam e cada traço da tua atitude neste momento importa!
Para demonstrares interesse e uma atitude dinâmica podes colocar as tuas próprias questões no momento certo (ver caixa). Seguramente, antes e durante uma entrevista vão surgir algumas perguntas na tua cabeça.
Caso exista abertura por parte dos entrevistadores, por exemplo quanto te é questionado se tens dúvidas, poderás aproveitar para abordar alguns temas que consideres relevantes (condições e métodos de trabalho, objetivos e desafios da empresa e/ou da função à qual te candidatas, possibilidades de progressão e remuneração).
No entanto, tem atenção a este último tópico. O salário é um tema que podes abordar ou, até mesmo, que pode ser prontamente apresentado e questionado pela pessoa que te está a entrevistar. Para ires preparado/a deves ter uma noção dos valores praticados em funções semelhantes e podes indicar um intervalo com valores mínimos e máximos.
O que perguntar?
• Qual será a minha função dentro da empresa?
• Quais os principais desafios inerentes à função?
• Quais os objetivos e metas da empresa?
• Quais as possibilidades de progressão na carreira profissional?
Lembra-te: a decisão não está nas tuas mãos. Ainda que a entrevista seja pensada para ti, não deves pressionar-te para seres perfeito/a. Esta é uma conversa onde apenas tens de recordar o teu percurso e as tuas capacidades, colocando-as em evidência para que tudo corra bem.
10 passos para o sucesso
#1
Sê pontual. É importante que chegues, pelo menos, 15 minutos antes da hora marcada, para que consigas preparar-te com calma, já no ambiente da entrevista.
#2
Cuida da tua apresentação e da tua postura. Não deves parecer desleixado/a aos olhos dos entrevistadores. Opta por mostrar confiança na medida certa.
#3
Não deixes frases por terminar: sê conciso nas tuas respostas e mostra que dominas o assunto, indo diretamente ao objetivo das perguntas.
#4
Procura manter o contacto visual com o grupo de entrevistadores, evitando olhar para baixo quando falas. A tua capacidade de diálogo é importante e ela está presente, também, no teu olhar.
#5
Evita a linguagem mais informal, nomeadamente expressões como “tipo” ou “hã”, para que não causes uma má impressão.
#6
Não tentes monopolizar o ritmo da entrevista. Segue o rumo pensado pelos entrevistadores.
#7
Não mintas nem exageres a realidade. A verdade é a escolha mais acertada.
#8
Não temas o silêncio e utiliza-o a teu favor. É importante pensares nas respostas. Mas, este processo deve ser rápido, para que não percas a atenção de quem te entrevista.
#9
Memoriza o nome e o cargo do/a entrevistador/a ou do grupo de entrevistadores.
#10
Procura manter uma postura positiva, alegre e simpática. A tua empatia é um aspeto a valorizar. Além disso, no final não te esqueças de agradecer a oportunidade.
#4 Porquê ter um perfil no LinkedIn?
Com mais de 4 milhões de utilizadores e cerca de 130 mil empresas presentes nesta rede, em Portugal, o LinkedIn tem-se revelado, cada vez mais, como uma plataforma essencial para a procura de emprego e para a gestão de carreira. Sabendo isto, é importante que consigas tirar proveito desta plataforma!
O que é o LinkedIn?
Atualmente, o LinkedIn é a maior rede social corporativa, tendo como principal foco a criação de conexões entre profissionais do mundo inteiro. Nesta plataforma, os profissionais podem elaborar os seus currículos, procurar empregos e estabelecer uma ampla rede de contactos profissionais com diferentes pessoas. É a partir do LinkedIn que as empresas conseguem encontrar não só os candidatos ideais para as suas vagas, como também perfis de potenciais clientes.
Rede social Vs Rede profissional
O LinkedIn deve ser visto como uma rede profissional, e não como uma rede social. Contrariamente a outras redes sociais que utilizas certamente no teu dia a dia, esta plataforma tem um cariz mais sério e formal. Não deves procurar entretenimento no LinkedIn ou a partilha de conteúdos imediatos com amigos ou conhecidos. Na verdade, esta rede é o espaço ideal para criares a tua identidade profissional, procurares oportunidades de emprego e estabeleceres conexões úteis para a tua vida profissional.
Por onde começar?
Hoje, o LinkedIn é absolutamente imprescindível para iniciares o teu caminho no mercado de trabalho. Para criares o teu perfil nesta plataforma, deverás ter em mente quatro questões: “Qual o meu objetivo nesta rede? O que quero comunicar? Quais as minhas áreas de interesse? Com quem quero relacionar-me?”.
Este é o ponto de partida para garantires e potenciares a tua presença nesta plataforma. Começa por ampliar a tua rede profissional, estabelecendo conexões com diferentes pessoas. É igualmente importante procurares conhecimentos pertinentes e encontrares referências académicas para, no fundo, fortaleceres a tua procura de emprego.
Como utilizar?
Assim que começares a utilizar o LinkedIn nunca deves descurar três importantes áreas de atuação: o perfil; os conteúdos e a rede de conexões.
Em primeiro lugar, o teu perfil é essencial para te dares a conhecer. Lembra-te: o teu perfil deve ser atrativo e representar-te enquanto profissional.
Em segundo lugar, estão os conteúdos que te interessam e que partilhas com a tua rede de contactos. Estes elementos são essenciais para complementar o teu perfil, fortalecendo a tua presença nesta plataforma.
Por último, mas não menos importante, não deves esquecer a criação de relações e conexões no LinkedIn: analisa perfis e envia convites. Contudo, além das pessoas, esta plataforma é ideal não só para conheceres novas empresas e respetivas áreas de atuação, assim como para observares o mercado, reconhecendo o setor que te interessa e respetivas tendências e competências necessárias.
Como construir um perfil de sucesso?
Este processo é muito importante para garantires que tens um perfil cativante e detalhado.
Título Profissional
Esta é a primeira informação que surge associada ao teu perfil. Por isso, deves começar em grande e apresentar os dados de forma concisa e objetiva. Para tal, pode ajudar responderes às seguintes questões: Quem sou? O que faço? O que me distingue dos outros perfis?
Assegurar uma presença profissional
Encontrar as pessoas certas
Interagir, criando valor
Estabelecer conexões e relações profissionais
Fotografia
Deves escolher uma fotografia atual e adequada. Presta atenção à resolução da fotografia, sendo que o destaque deve estar no teu rosto. Para ajudar, podes pedir a alguém para tirar a fotografia.
Sobre
Neste campo deves apresentar-te, de forma resumida, focando aspetos como a tua história e principais conquistas, assim como as tuas áreas de interesse, competências e motivações.
Experiência e Formação
Por um lado, no campo da experiência, podes adicionar informações sobre as tuas experiências profissionais, mencionando a empresa, a duração e data, a localização e a descrição (com funções e resultados). É igualmente relevante acrescentares anexos como documentos ou vídeos considerados pertinentes para o teu percurso.
No que toca ao campo da formação, deves destacar dados como a instituição de ensino, o diploma, a área de estudo, a data de frequência e conclusão e, ainda, uma descrição breve.
Certificados e Competências
Como aspetos diferenciadores podes (e deves) incluir informações sobre os teus certificados para evidenciar as tuas competências e mais-valias.
Na prática, deves adicionar o nome do certificado, a organização emissora do mesmo, a respetiva data e, caso exista, o código da credencial.
Além disso, tens a oportunidade de fazer referência a outras experiências relevantes do teu percurso, como o caso de ações de voluntariado e, ainda, outras competências pertinentes (geralmente 5 competências dentro do setor que te interessa), assim como conhecimentos adicionais (idiomas e aptidões interpessoais).
Recomendações e interesses
Nesta rede podes também receber e atribuir recomendações. Este é um passo importante no decorrer da tua atividade profissional, já que mostras interesse e iniciativa neste domínio.
Já no campo dos interesses e causas, tens o espaço ideal para adicionares informações complementares e que te caracterizam enquanto pessoa. Este pode ser um aspeto a valorizar por parte dos recrutadores. Aqui podes aprofundar algumas causas que apoias, valores ou outros aspetos que te representem.
Informação atualizada e personalizada
Resumo cativante
Foto de perfil adequada
Descrição das funções e especializações
Utilização de palavras-chave
O futuro do mercado de trabalho
O futuro do mercado de trabalho
O relatório “The Future of Jobs 2023” do Fórum Económico Mundial olha para como o mercado de trabalho vai evoluir nos próximos cinco anos, analisando as expectativas dos empregadores e oferecendo reflexões sobre como as tendências sócio-económicas e tecnológicas vão influenciar os locais de trabalho no futuro. Sabe tudo aqui.
Quais as tendências macro que moldam o futuro do mundo do trabalho? Qual o seu impacto nas profissões, competências e trabalhadores? O relatório “The Future of Jobs 2023” procurou realizar uma previsão para os próximos 5 anos, partindo da perspetiva de cerca de 803 empresas que empregam mais de 11 milhões de funcionários.
Para começar, o relatório indica que 69 milhões de empregos vão ser criados, enquanto no caminho inverso 83 milhões de empregos vão desaparecer. Tal mudança será causada pelo o avanço da economia verde, pela busca de maior produtividade e eficiência e pela adoção de novas tecnologias. As mudanças na educação, saúde e agricultura também são apontadas no relatório como influenciadores de mudanças no perfil das profissões.
Um dos fatores de transformação de negócios mais prevalentes será a contínua adoção de tecnologia. A adoção de novas e melhores tecnologias e o alargamento do acesso digital foram identificados por 85% das empresas que participaram no relatório como uma das tendências transformadoras do seu negócio.
Uma aplicação mais abrangente dos padrões ESG (ambientais, sociais e de governança) nas suas organizações também vão impactar o seu dia-a-dia. Outros fatores são macroeconómicos tais como: o aumento do custo de vida, um lento crescimento económico, a transição ambiental, escassez de stock e preocupações dos consumidores quanto a problemas sociais e ambientais, o impacto da pandemia de COVID-19, maior divisão geopolítica e o dividendo demográfico em economias em crescimento.
Futuro tecnológico
Entre as tecnologias mais prováveis de ser adotadas nos próximos cinco anos estão o “big data”, a computação em nuvem e da Inteligência Artificial (IA). Espera-se que as empresas também abracem a utilização de plataformas digitais e aplicações no dia-a-dia das suas operações, efetuando uma transição para o comércio digital. A robotização, tecnologia de armazenamento de energia e a adoção de tecnologia de ledger distribuído são outras das tendências identificadas.
Espera-se que o impacto da tecnologia nos próximos cinco anos no mercado do trabalho seja positivo. Análise de “big data”, alterações climáticas e tecnologias de gestão ambiental, encriptação e cibersegurança são algumas das áreas que poderão oferecer maior empregabilidade no futuro.
De acordo com o estudo do Fórum Económico Mundial, a introdução da automação no mercado de trabalho tem ocorrido a um ritmo mais lento que o esperado. É estimado pelas organizações que apenas 34% das tarefas do seu dia-a-dia sejam desempenhados por máquinas, com os restantes 66% a ser desempenhados por seres humanos. Este ritmo contraria as previsões de 2020, onde se
esperava que quase metade (47%) das tarefas nas empresas fossem automáticas, com estes valores a serem revistos em baixa para 2027 (42%).
Ao contrário do que se esperava no que respeita à substituição de humanos por máquinas nas linhas de trabalho, é esperado que a IA cause maior agitação no mercado de trabalho. Com cerca de 75% das empresas a querer adotar os serviços de IA para as suas tarefas, o que leva 50% a esperar que esta crie maior oferta e 25% a esperar perda de oportunidades laborais.
As áreas onde se espera maior crescimento estão maioritariamente relacionadas com tecnologias, em profissões como Especialista em IA e “Machine Learning”, especialista em sustentabilidade, analista de “business inteligence” e analista de segurança da informação. Com a transição das economias para as energias verdes, espera-se que a área da engenharia também acompanhe esta tendência para o crescimento.
No sentido inverso, espera-se que trabalhos relacionados com tarefas mais burocráticas entrem em declínio. De acordo com o documento, profissões como bancário, funcionário dos correios, funcionários de caixas de supermercado ou bilheteiras são alguns dos ofícios que se espera que entrem em declínio.
A visão dos empregadores
E quais são as qualidades mais procuradas no mercado de trabalho pelos empregadores? Em 2023, as características que mais se procuram no potencial funcionário são o pensamento analítico e o pensamento criativo. O pensamento analítico é considerado uma capacidade fundamental pelas empresas. Outras capacidades que são procuradas em futuros colaboradores são o pensamento criativo, a resiliência, a flexibilidade, motivação, curiosidade e capacidade de aprendizagem, empatia e escuta ativa.
O crescimento da importância das capacidades cognitivas reflete a relevância da rápida resolução de problemas no local de trabalho. Capacidades como a literacia tecnológica, auto-eficiência, atitudes socio-emocionais (empatia, resiliência, etc), capacidade de aprendizagem entre outras “skills” vão continuar a ser características procuradas em funcionários nos anos vindouros.
Atualmente, apenas metade dos funcionários parece ter acesso a oportunidades de formação adequadas. No período de 2023-2027, as empresas vão procurar melhorar as competências na área do pensamento analítico, pensamento criativo, treinar os funcionários na utilização da IA e “big data”, desenvolver conhecimentos na área da liderança e influência social. Grande parte das empresas espera ver um retorno neste investimento no prazo de um ano, tanto na satisfação do trabalhador, como no aumento da produtividade dos funcionários.
De maneira a cumprir os seus programas de diversidade e inclusão, as empresas vão priorizar a contratação de mulheres, jovens abaixo dos 25 anos e de pessoas com deficiência. Outras prioridades serão pessoas de diferentes religiões, etnias ou raças, trabalhadores acima dos 55 anos, da comunidade LGBTQIA+ ou que vêm de empregos com menor remuneração.
E em Portugal?
De acordo com o relatório da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), “O Futuro do Trabalho em Portugal: O Imperativo da Requalificação”, elaborado em parceria com a Nova School of Business and Economics (SBE), o país apresenta “um elevado potencial de automação, em que 50% do tempo despendido em tarefas laborais é suscetível de ser automatizado recorrendo a tecnologias já existentes”.
O relatório, que data de outubro de 2019, ainda não reflete o impacto da pandemia de COVID-19, mas deixa algumas conclusões sobre o que esperar na década corrente.
Um dos fatores referidos para a possível adoção de tecnologias de automação é a baixa taxa de desemprego, que conduz a uma dificuldade por parte das empresas em encontrar mão-de-obra. Tal dificuldade, poderá traduzir-se no investimento em automação para, assim, colmatar esta lacuna.
O cenário base utilizado no relatório assume que “metade das tarefas que têm potencial de ser automatizadas serão automatizadas até 2030”. Neste cenário, perspetiva-se a “redução de 1,1 milhões de postos de trabalho”.
Contudo, neste mesmo cenário, espera-se que a adoção da automação crie entre 0,6 a 1,1 milhões de novos empregos. O que conduz a este cenário são fatores como o “crescimento direto dos setores ligados à oferta e manutenção de tecnologias ligadas à automação” e “o
crescimento económico que tem origem no aumento da produtividade que a automação proporciona”.
Evidenciada neste estudo fica a necessidade de cerca de 700 mil trabalhadores terem “de alterar a sua ocupação ou adquirir novas capacidades até 2030”. O desafio colocado pela automação é a requalificação da força de trabalho de forma atempada, que se torna necessária de forma a que “os postos de trabalho criados em ocupações e setores diferentes possam ser ocupados pelos trabalhadores que viram a sua ocupação automatizada”.
O estudo indica que o impacto não será igual em todas as regiões do país. O “maior impacto em percentagem do emprego regional”, ficará concentrado em regiões onde atividades como “a manufatura, comércio, atividades administrativas e agricultura têm uma elevada participação no total do emprego”. As regiões menos afetadas quanto à perda de postos de trabalho serão Norte, Lisboa e Algarve. Já o Centro e o Alentejo vão ser as regiões mais
Este estudo reconhece que, atualmente, em Portugal, no que toca ao trabalhador “a qualificação dos trabalhadores é baixa para uma elevada fração da força de trabalho, o que torna o processo de requalificação mais difícil, que num contexto de automação de atividades, pode implicar a necessidade de aprender a desempenhar tarefas de maior complexidade”.
De acordo com o documento da CIP, em 2016, o potencial de automação de Portugal estava equiparado com a China (50%), estando apenas atrás do Japão (53%) e 1% acima da média global (49%). Países como a Itália, Espanha, Estados Unidos, França e Noruega, apresentavam menor potencial quando em comparação com Portugal.
Com o objetivo de acelerar a requalificação de trabalhadores, surgiu em Portugal o projeto Pro_Mov, liderado pela Sonae, Nestlé e SAP. O objetivo destas entidades “é garantir uma empregabilidade superior a 75% aos formandos em situação de desemprego”, avança o comunicado de divulgação da iniciativa.
O projeto está integrado no programa europeu R4E –Reskilling 4 Employment, criado pelo ERT - European Roundtable for Industry, que tem como ambição “ajudar na requalificação de um milhão de europeus até 2025”.
Descarrega aqui o Future of Jobs Report 2023
Como o IEFP te pode ajudar a entrar no mundo do trabalho Formação, Orientação e Emprego.
Criar uma carreira profissional envolve necessariamente vários passos. Entre garantir a formação adequada e encontrar a oportunidade ideal, pode também ser necessário investir tempo e energia no processo de procura de emprego. O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) conta com várias medidas destinadas a apoiar-te nesses vários momentos. Descobre tudo aqui.
Guia do Primeiro Emprego
Formação. Prepara-te para o mundo do trabalho
Programa Jovem + Digital. Uma nova abordagem ao mercado de trabalho
O contexto vivido atualmente, durante a pandemia provocada pela Covid-19, tem implicado várias e profundas alterações sociais e económicas. Uma das mais importantes diz respeito ao mundo do trabalho e das empresas, que agora procuram alargar os seus negócios ligados à área digital.
Num contexto pandémico em que os recursos digitais são ainda mais importantes, o aumento desta necessidade tornou mais evidente a falta destes profissionais no mercado de trabalho. Por essa razão, o IEFP elege como uma das suas prioridades a utilização da formação e das qualificações para a resolução deste desencontro.
Lançado em outubro de 2020, o Programa Jovem + Digital procura reforçar a qualidade, a eficácia e a agilidade da formação e da qualificação profissionais, “com vista à aquisição pelos jovens de competências específicas na área digital”.
Por essa razão, esta iniciativa destina-se aos jovens com idades entre os 18 e os 35 anos, com habilitação de nível secundário ou superior, bem como os que não tenham concluído o último ano do ensino secundário e aos que estejam a realizar processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) deste nível de ensino. Desta forma, os jovens podem abordar de outra forma a entrada (ou reentrada) no mercado de trabalho.
O programa inclui percursos de formação na área digital em áreas como Linguagens de Programação (Java, .NET, Python e Web), Cibersegurança, Gestão de Redes Sociais, Comércio Digital, UX/UI Design, Análise de Dados, Business Intelligence, entre outros. Os cursos têm uma duração que pode ir até às 350 horas. Todos os integrados nestas formações têm direito a uma bolsa de formação e ao subsídio de alimentação, bem como ao seguro de acidentes pessoais, durante o período de formação.
Para saber mais, clica aqui
Geração Pro. Por dentro dos cursos de aprendizagem
“Quando te perguntarem o que vais fazer da vida, diz-lhes que vais fazer o que gostas”. É com esta frase que começa o vídeo de promoção da campanha Geração Pro, do IEFP. Lançada no final de 2017, a ação teve como objetivo afirmar os Cursos de Aprendizagem do IEFP como uma oferta formativa à disposição dos jovens, depois de terminado o 9.º ano de escolaridade, que permite obter uma certificação escolar (correspondente ao 12.º de escolaridade), e uma certificação profissional (nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações). Tudo isto, sem esquecer a possibilidade de prosseguimento de estudos a nível superior.
Os Cursos de Aprendizagem têm uma duração de 2 anos e meio (o equivalente ao 10º, 11º e 12º anos de escolaridade) e juntam os estudos com a obtenção de experiência profissional em empresas parceiras do IEFP. “Depois, com o 12º ano no bolso, és livre de escolher o que queres fazer: podes continuar a estudar ou procurar uma oportunidade de trabalho”, destaca o IEFP, no seu site.
Qualquer interessado pode frequentar um Curso de Aprendizagem, desde que tenha menos de 25 anos, o 9ª ano de escolaridade e ainda não tenha concluído o Ensino Secundário. A abordagem prática do ensino é uma das marcas destas formações, uma vez que o objetivo é a preparação para o desempenho de uma profissão. Por essa razão, do total de 2800 a 3700 horas de formação (cerca de 2 anos e meio), 40% da formação são realizadas numa empresa (cerca de nove meses).
Durante um Curso de Aprendizagem, os formandos têm ao seu dispor vários apoios. Desde logo, recebem subsídio de refeição e de transporte, bem como uma bolsa de profissionalização. Em alguns casos, poderá ser ainda atribuída uma bolsa de apoio para material de estudo e subsídio de acolhimento ou alojamento.
Para saber mais sobre os Cursos de Aprendizagem, clica aqui.
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Cursos de Especialização Tecnológica. Rumo ao nível 5!
Os cursos de especialização tecnológica (CET) são opções formativas que procuram responder às necessidades do mercado de trabalho a nível de quadros intermédios. Nesse sentido, tratam-se de formações de nível pós-secundário não superior. Neste tipo de formações, encontrarás dois tipos de ofertas: os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) e os Cursos de Especialização Tecnológica (CET). Em ambos os casos, após a conclusão, serás detentor de uma qualificação de nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações. Depois de terminares um destes cursos, terás ainda acesso a concurso especial de acesso a uma licenciatura, sendo que as disciplinas concluídas durante o CET ou o CTeSP terão equivalência.
Ministrados nos Centros de Formação Profissional do IEFP, os Cursos de Especialização Tecnológica (CET) caracterizam-se por serem mais curtos que os CTeSP – a sua duração é de apenas de um ano (entre 1200 a 1560 horas, num total de 60 a 90 créditos ECTS – Unidades do Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos). Outra das marcas do CET é o seu foco no “aprender fazendo”, com pelo 85% do currículo dedicado à formação prática e tecnológica, num total de 360 a 720 horas de formação em contexto de trabalho.
Para aceder a um CET, não necessitas de ter concluído o ensino secundário, bastando que tenhas concluído todas as disciplinas do 10.º e 11.º anos, estando matriculado ou matriculada no 12.º ano sem o finalizares. Desta forma, poderás também concluir o secundário através destas vias, enquanto completas um curso de nível 5.
Sabe mais sobre os CET aqui
Orientação. Encontra apoio na procura de emprego
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Espaço “Como procurar emprego”. Um apoio digital
O IEFP disponibiliza-te, no seu site, o acesso a um conjunto de recursos e serviços facilitadores da tua inserção no mercado de trabalho. No espaço “Como procurar emprego”, podes encontrar apoio em áreas como “técnicas de procura de emprego”, “gestão da carreira” ou “divulgação de CV”.
Através do portal iefponline, podes ficar a conhecer os principais passos de uma procura de emprego bem sucedida, aprendendo a elaborar o teu CV, a responder a anúncios de emprego, realizar candidaturas espontâneas e preparares-te para entrevistas, por exemplo. Por outro lado, no que diz respeito à “Gestão da Carreira”, quem procura entrar no mercado de trabalho pode encontrar neste mesmo portal o “Espaço Orientação”.
O portal iefponline serve ainda como plataforma de divulgação de currículos, dando a conhecer o teu perfil profissional a potenciais empregadores. Para tal, deves elaborar um CV que destaque a tua experiência, conhecimentos, competências e potencialidades, divulgando o mesmo em bolsas de emprego online. É possível ainda disponibilizar mais do que uma versão do teu CV, depois do registo no portal.
Para além destas ferramentas, no espaço “Como procurar emprego”, o IEFP deixa um conjunto de conselhos para que possas procurar e encontrar oportunidades de trabalho ajustadas ao teu perfil. Para além de “ver diariamente os anúncios de emprego existentes”, deves consultar as ofertas disponíveis nos serviços de emprego, nos gabinetes de inserção profissional, bem como noutras entidades e bolsas de emprego online. O IPEF recomenda ainda a mobilização de uma rede de relações, ou seja, o contacto com as pessoas que conheces, manifestando o teu empenho em encontrar um emprego.
Podes visitar o espaço “Como procurar emprego” aqui
Espaço Orientação. Desenvolve e gere a tua carreira
Um dos apoios disponibilizados através do portal iefponline concretiza-se no “Espaço Orientação”, uma secção dedicada à exploração de informação e atividades úteis para te apoiar na gestão da tua carreira.
O espaço está dividido em quatro percursos fundamentais. Desde logo, através do “Percurso Competências para o Trabalho”, é possível encontrar apoio na identificação das competências que possuis, aprendendo a melhorar competência relacionais, criativas e de gestão da
informação, bem como de gestão do tempo ou de tomada de decisão e aprendizagem. Por outro lado, no “Percurso Contacto Profissional”, o foco está no conhecimento do mercado de trabalho, com a identificação da estratégia de inserção profissional adequada ao teu perfil. Neste percurso, é ainda possível aprender a construir um currículo eficaz, por exemplo, ou encontrar apoio nas técnias de resposta a anúncios, realização de candidaturas espontâneas ou preparação de entrevistas de emprego.
O “Espaço Orientação” guarda ainda um percurso destinado a que possas conhecer melhor a tua própria personalidade, interesses, valores, capacidades e competên-
cias, numa lógica de autoconhecimento – o “Percurso Exploração”. Desta forma, a partir deste diagnóstico, será possível que descubras as oportunidades mais adequadas para ti em termos do teu perfil de educação e formação, em Portugal e na Europa. Outro dos caminhos que é apresentado aos visitantes deste espaço é o “Percurso Empreendedorismo”, que procura desenvolver o potencial empreendedor, apoiando a identificação de situações em que o poderás aplicar e dando a conhecer todos os passos envolvidos na criação do próprio negócios, bem como todos os apoios com que podes contar.
Podes saber mais sobre o “Espaço Orientação” aqui
Emprego. Criar oportunidades
Estágios Ativar.pt. Facilitar a entrada no mundo do trabalho
O programa de estágios Ativar.pt foi fundado “num contexto muito difícil”, em plena crise pandémica, salienta o IEFP, funcionando como um “apoio à transição do mundo das qualificações para o mercado de trabalho”. Entre outros públicos, os estágios Ativar.pt destinam-se a todos os e as jovens com idade igual ou superior a 18 anos e menor ou igual a 30 anos e que detenham uma qualificação a partir do nível 3 do Quadro Nacional de Qualificações (Ensino Secundário).
As oportunidades garantidas pela medida Estágios Ativar.pt respondem às necessidades dos “jovens recém-formados, com pouca experiência profissional” e que necessitem de uma oportunidade para “consolidar e experimentar os seus conhecimentos”, potenciando oportunidades de emprego.
Nesse sentido, estes estágios têm uma dupla valência. Tanto podem funcionar como um estímulo à inserção de jovens no mercado de trabalho ou como uma oportunidade de reconversão profissional por parte de alguém que se encontre desempregado.
Os estágios Ativar.pt têm, habitualmente, uma duração de 9 meses não prorrogáveis. Nos casos em que o IEFP reconheça que o estágio é desenvolvido no âmbito de projetos de interesse estratégico, seja para a economia nacional ou para a região, a duração pode variar entre os 6, os 9 e os 12 meses.
Estes estágios conferem também aos participantes a oportunidade de beneficiar de um rendimento obtido através de uma bolsa de estágio e subsídios. O valor desta bolsa varia em função da qualificação do estagiário – poderá ir dos 526,57€, no caso do Nível 3 (Ensino Complementar), até aos 1053,14€, no caso do Nível 8 (Doutoramento).
Para além da bolsa, o estagiário tem direito a refeição ou subsídio de alimentação, seguro de acidentes de trabalho e, nalgumas circunstâncias, a subsídio de transporte. Estes apoios são pagos pela entidade promotora do estágio, sendo comparticipados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). A medida prevê ainda a atribuição de um apoio financeiro aos empregadores que celebrem contratos de trabalho com os estagiários, logo após o final do estágio.
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2Emprego Interior Mais. Mobilidade apoiada para um interior sustentável
Um dos apoios financeiros prestados pelo IEFP diz respeito aos trabalhadores que celebrem contratos de trabalho por conta de outrem ou criem o seu próprio emprego ou empresa nos casos em que o local da prestação de trabalho implique a mobilidade geográfica para território do interior.
A medida está inserida no Programa Trabalhar no Interior e destina-se a quatro tipos diferentes de perfis, entre os quais todos os desempregados e empregados que procurem um novo emprego (inscritos no IEFP ou serviços de emprego) e emigrantes que tenham saído de Portugal após 31 de dezembro de 2015 e que tenham residido fora do país pelo menos durante um ano.
O apoio financeiro corresponde a 6 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (2659,2€ em 2022), nos casos em que se celebre um contrato de trabalho por conta de outrem ou se crie o próprio emprego ou empresa num local situado em território do interior, desde que esteja implicada a mudança de residência.
O apoio é majorado em 20% por cada elemento do agregado familiar que acompanhe o trabalhador na mudança de residência (até um limite de 3 vezes o valor do IAS). Pode ainda ser concedido um apoio complementar para comparticipação dos cursos de transporte de bens para nova residência.
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«Ser CEO por um mês é uma experiência impactante na vida de qualquer jovem»
Leonor Silva foi a vencedora nacional do programa “CEO for One Month”, um programa internacional do grupo Adecco que permite que “jovens aspirantes a CEO” sejam a sombra do CEO da empresa no seu país. Durante várias semanas, Leonor acompanhou Alexandra Andrade, CEO da Adecco, e agora partilhou connosco a sua experiência
Como tiveste conhecimento do programa CEO 4 One Month?
O meu conhecimento do programa CEO 4 One Month foi um pouco diferente do dos outros candidatos. Foi através das redes sociais internacionais da Adecco e não apenas da Adecco Portugal em si. Basicamente descobri o programa através de um anúncio do grupo Adecco, de outro país, e achei que seria uma iniciativa engraçada de ter em Portugal. Por acaso, isso coincidiu com uma amiga minha nesse mesmo dia ter-me falado do programa português.
Podes partilhar como foi a tua experiência? O que foi mais desafiante?
O programa incluiu seis fases e incluiu provas como testes de personalidade ou de inglês. Como o programa tem dimensão internacional, também se avalia a capacidade em outras línguas. Há também fases como entrevistas ou testes de escrita, para perceber quais são as nossas motivações e o nosso CV. Aquilo que é mais desafiante vai depender de pessoa para pessoa. Eu sou uma pessoa mais people oriented e então acho que, para mim, são mais fáceis as entrevistas.
“O impacto que o CEO tem na empresa não passa apenas pela tomada de decisões estratégicas”
Do teu período a acompanhar a Alexandra Andrade, CEO da Adecco Portugal, o que é que mais te impressionou?
Acho que aquilo que mais me impressionou foi perceber o que é o dia-a-dia de uma CEO de uma empresa que é uma Fortune 500, de um grupo gigante com um impacto internacional. E é impossível perceber o impacto que a Alexandra tem na empresa se não acompanharmos o dia-a-dia dela numa base mais alargada de tempo. A
“[Ser CEO por um mês] é uma experiência educacional significativa e impactante na vida de um jovem. É realmente transformador”
minha perspetiva numa semana foi diferente da perspetiva em quatro semanas. Todos os dias são diferentes. Há semanas mais calmas e há semanas claramente mais aceleradas. O que me impactou mais foi perceber o que é que é o dia-a-dia – as reuniões internas, as decisões estratégicas, reuniões com outros países para tentar perceber e alinhar as expectativas. O impacto que o CEO tem na empresa não passa apenas pela tomada de decisões estratégicas. Passa também pela motivação que se tem de dar quando as coisas não correm tão bem, por mostrar sempre o lado mais otimista, de companheirismo e
Qual pensas ser a parte mais desafiante do dia-a-dia
Percebi que numa posição de CEO é importante ser uma pessoa prática e racional, porque há decisões que assim o exigem. Foi o que mais retirei desta experiência e o que mais me impressionou. Eu tinha o objetivo de poder participar nas reuniões e interagir com outras pessoas. É uma experiência educacional significativa e impactante na vida de qualquer jovem. É realmente transformador.
Foste selecionada para o top 10 Global. O que muda da experiência nacional para a internacional?
A exigência é de um nível que não esperava. Estamos a concorrer com pessoas de outras culturas, com backgrounds muito distintos dos nossos. Enquanto que o bootcamp em Portugal é apenas um dia, o internacional são quatro dias. Quatro dias muito intensos e diferentes do processo de seleção de Portugal, que é muito mais focado nas nossas competências interpessoais e em grupo.
O que levas desta experiência para a tua vida profis-
Esta experiência não tem só um impacto a nível profissional. Para mim, ajudou-me a desenvolver em níveis que não é bem possível descrever. Aquilo que mais se leva desta experiência são as pessoas que se conhecem . Ainda mantenho relações com pessoas que conheci na Adecco, algo que me orgulha bastante. A paixão com que vemos as pessoas a fazer o seu trabalho impacta a nossa vida.
Entrevista a Tânia Gaspar, psicóloga especialista em matérias de trabalho
«Para os jovens, trabalhar também passa por ganhar novas experiências e competências»
«Para os jovens, trabalhar também passa por ganhar novas experiências e competências»
A relação dos jovens com o mercado de trabalho está a mudar. A procura de maior autonomia a possibilidade de conciliar a vida pessoal com a profissional, e a busca de uma empresa ou organização com que se identifiquem são algumas das tendências habitualmente destacadas. Em entrevista, a psicóloga especialista em matérias de trabalho, Tânia Gaspar, fala-nos sobre a relação dos jovens com o mercado de trabalho, dando-nos a conhecer mais sobre o que é que estes pretendem atualmente quando procuram o primeiro emprego.
O que procuram os jovens quando se candidatam a um emprego?
O que temos vindo a verificar é que tem havido mudanças ao longo do tempo, em relação à função que o trabalho tem na vida das pessoas. Há alguns anos, estava muito mais estabelecido que a pessoa tinha o seu trabalho, progredia dentro da empresa e era bastante valorizado estar toda a vida no mesmo contexto e ter segurança no trabalho. A questão do rendimento e da autonomia não eram tão valorizadas. Hoje em dia, os jovens acabam por valorizar mais essas componentes. Gostam de estar bem, gostam de fazer aquilo que se sentem bem a fazer. Têm uma grande perceção de justiça relativamente à questão salarial e em relação ao relacionamento com os colegas.
Quando lhes perguntamos porque mudam de empresa, os jovens dizem ser importante para eles conhecer outras abordagens. No fundo, trabalhar, para eles, também passa por experiências, conhecer coisas novas, ganhar novas competências. Não há a necessidade de ficar vinculado a uma determinada função ou a uma determinada empresa.
Antigamente, as nossas oportunidades profissionais também estavam circunscritas a uma perspetiva geográfica. Agora, com a globalização, já não é assim. É muito mais fácil trabalhar no estrangeiro, quer fisicamente, quer através de forma híbrida ou mesmo em teletrabalho. Há novas formas de trabalho, mais flexíveis, que permitem aos jovens manterem-se no seu país, mas auferir rendimentos mais elevados e ter maior flexibilidade laboral. É uma realidade para qual as empresas portuguesas precisam de estar mais conscientes, para acelerarem o processo de conquista e se adaptarem.
Pode dizer-se que os jovens são atualmente mais exigentes no que diz respeito ao que pretendem da entidade empregadora?
De alguma maneira, os jovens estão mais conscientes dos seus direitos. Em termos culturais, as relações são mais horizontais. Hoje em dia, o profissional vai a uma entrevista de emprego, mas quem está a ser entrevistado é a entidade empregadora. Quase que se invertem os papéis. O profissional pensa: “Será que esta entidade me vai cap-
tar e apresentar argumentos interessantes para eu trabalhar com ela?”. Tudo o que são valores de liberdade, relacionados com igualdade de género, de oportunidades, a preocupação com o ambiente… Todas essas questões da responsabilidade social, acabam por ser muito valorizadas pelas novas gerações. Já não é só o ter um emprego para ganhar o rendimento, muitas vezes é também associar-se aquela empresa. De alguma forma, empresas que não tenham uma imagem social tão positiva, digamos assim, fazem com que os jovens não se sintam motivados para trabalhar lá. Esta questão da imagem passou a ter muito mais impacto, no sentido que também as pessoas vão moldando as crenças e as ideias que têm em relação às empresas. No fundo, a exigência tem a ver com as condições. Há várias coisas que uma empresa tem de fazer para contribuir para a satisfação do profissional.
“Hoje em dia, o profissional vai a uma entrevista de emprego, mas quem está a ser entrevistado é a entidade empregadora”
Questões como o equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar são cada vez mais relevantes quando se procura um novo emprego?
Sim. Muitos dos profissionais referem esta questão da capacidade e liberdade de conseguir conciliar o trabalho com outras atividades. Às vezes, nem é vida familiar. Agora já não é o conciliar com a vida familiar até porque os jovens constroem essa vida mais tarde. São jovens que querem conciliar a possibilidade de trabalhar e estudar, de trabalhar e ter atividades desportivas, atividades com
“Algo que os jovens fazem melhor é conseguir separar os momentos em que estão a trabalhar dos que estão a fazer outras coisas da sua vida – as gerações anteriores tinham maior dificuldade em fazê-lo”
os amigos, culturais e recreativas, associativas… No fundo, têm vontade de viver a sua vida como um todo. Portanto, se tiverem um emprego que os obrigue a trabalhar até muito tarde, que não os deixe ir ao ginásio ou estar com os amigos, por exemplo, assim que consigam uma alternativa que lhes dê essa liberdade, aceitam. A questão de terem mais liberdade, de poderem ficar mais vezes em teletrabalho, de trabalharem por projetos também é relevante. Em vez de ter um horário das 9 às 17, têm tarefas para fazer. E, de alguma maneira, gerem essas tarefas com os seus hábitos de sono, os seus hábitos de diversão, atividades extracurriculares. Até com as atividades académicas. Isso é muito valorizado pelos jovens.
Qual a relevância das modalidades de teletrabalho ou trabalho híbrido, no mercado de trabalho atual, particularmente no caso dos jovens?
Tem muita relevância. Já antes da pandemia existiam algumas funções que permitiam as pessoas trabalhar no estrangeiro, estando aqui. Podia ficar no país, mas ter um trabalho remoto. Atualmente, mesmo os jovens que estavam cá acabaram por ter muita relutância em voltar ao sistema anterior. Chegaram até a haver trabalhadores que se ameaçaram demitir se tivessem de voltar a trabalhar presencialmente. O melhor de dois mundos é a situação híbrida. É aquele que mais está associado a bem-estar e a saúde mental. Porque tem duas funções: permite que em alguns dias a pessoa consiga ficar em casa, ter maior liberdade de gerir os seus horários, poupar dinheiro em alimentação e em transportes e por outro lado a perceção de confiança da entidade empregadora. Muitas vezes as entidades empregadoras não deixam, porque não confiam que o seu profissional faça bem o trabalho quando está em casa. É importante os profissionais sentirem que a entidade empregadora confia neles para desempenharem as suas funções. O estar só em teletrabalho pode ser muito isolador, podendo uma pessoa sentir-se sozinha e falta das relações laborais. O ideal é conciliar o presencial com o online.
Quais são as barreiras que mais costumam aparecer quando se procura o primeiro emprego?
Salientava duas. Por um lado, as expectativas dos jovens, que não são bem realistas em relação ao mercado de trabalho. Há cada vez mais cursos com estágios incorporados e isso é bom para os habituar à experiência de como é que é em contexto laboral, como vão aplicar os conhecimentos que tiveram na sua formação mais conceptual, mais académica. Esta questão deve ser trabalhada: as expectativas, tendo o maior contacto, sempre que possível, com o mercado de trabalho. Por outro lado, o próprio mercado de trabalho tem um critério que é muito surreal: a experiência. Os anúncios dizem sempre que tem de ter experiência profissional de dois anos. Realmente não é fácil uma pessoa que acaba o curso, se não tiver um estágio onde ganhe experiência, ter uma oportunidade. Isto leva a que muitas vezes os jovens acabem por ter que estar a trabalhar voluntariamente para ir ganhan-
do a dita experiência. Muitas vezes, acabam por preferir trabalhar numa área que não a deles, para receber o seu ordenado, para começarem a construir a sua autonomia, do que às vezes estar a fazer este trabalho de voluntariado para ganhar experiência e poder mais tarde ficar. Isto leva a que jovens desenvolvam muitas vezes projetos em áreas que não são as deles e até pode correr bem, abrindo novas oportunidades. Ou então acaba-se por perder um profissional de uma determinada área.
Fatores como a estabilidade e progressão na carreira continuam a ser determinantes quando se procura um emprego?
A estabilidade não me parece que seja um valor determinante neste momento. Não é um valor tão grande como reação ao próprio sistema, que está menos estável. E os jovens por uma questão de adaptação acabaram por não valorizar tanto. A progressão na carreira continua a ser um valor. Não como antes, em que progredir na empresa significava ganhar mais responsabilidades e um maior vencimento. Mais do que progressão na carreira, os jovens procuram novos desafios.
Os jovens procuram mais empregos dos quais se consigam desligar ao final do dia?
Essa pergunta tem duas respostas. É importante não confundir esta nova atitude dos jovens com menos investimento, menor qualidade e menos motivação para o trabalho. Ou seja, estes jovens podem estar no trabalho e no tempo de trabalho a fazer o mesmo, de uma forma muito competente, motivada e focada. Algo que os jovens fazem melhor é conseguir separar os momentos em que estão a trabalhar dos que estão a fazer outras coisas da sua vida – as gerações anteriores tinham maior dificuldade em fazê-lo. Existem muitas formas de desligar do trabalho, por exemplo, não ver os e-mails uma hora antes de sair do trabalho, em vez de ir direto para casa ter uma atividade entre o trabalho e ir para casa. Há várias estratégias que podemos usar para não levar o trabalho para casa.
Empresas que ouvem os funcionários, as suas sugestões e preocupações são as mais procuradas?
Sim. A questão de dar voz aos profissionais é algo estrutural para um ambiente de trabalho saudável. É importante perceber como isso é feito. Este “dar voz” tem que ser feito de alguma forma sistemática. Tem que haver um mecanismo e uma cultura da própria organização em que existam canais fáceis de acesso, em que se eu quiser dar uma opinião e sugestão sei onde o devo fazer, conheço o procedimento e sei se vai haver uma resposta. Pode ser algo impossível, mas que tenha uma resposta contingente. As pessoas têm de ter segurança de que podem dizer aquilo que pensam, de uma maneira construtiva, e sentir que não vão ser penalizadas por fazê-lo. E também ter a confiança de que, se a organização puder fazer ou puder corresponder àquilo que foi sugerido, será feito.
“Dar voz aos profissionais é algo estrutural para um ambiente de trabalho saudável”
O que deves saber sobre o Estágio Profissional?
O estágio profissional é uma opção que tem vindo a ser reforçada pelo para quem está a entrar no mercado de trabalho. No último ano, foram feitas atualizações quanto a esta modalidade, numa ação que pretende a valorização do emprego jovem com a aprovação da Agenda do Trabalho Digno. Neste texto, deixamos-te algumas informações sobre o que mudou e que deves ficar a saber antes de ingressares num estágio profissional.
Entrou em vigor, a 1 de maio de 2023, a Agenda do Trabalho Digno. Um conjunto de 70 medidas assentes em quatro eixos, sendo um deles a valorização do emprego jovem. Algumas das medidas que entraram em vigor visam os estágios profissionais, estando entre elas a atualização da remuneração mínima do estágio, que passou a ser 80% do salário mínimo (608€) e a subida das bolsas de estágio de IEFP para licenciados (960€).
Numa coluna de opinião no jornal online ECO, sobre a Agenda do Trabalho Digno, o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, destacou a importância de “garantir a inserção” dos jovens no mercado de trabalho. Refere medidas como os Estágios ATIVAR ou o Compromisso Emprego Sustentável que permitem, que “80% dos estagiários estejam no mercado de trabalho” ou que apoiam “a celebração de 30 mil novos contratos de trabalho sem termo até ao final de 2023”, respetivamente.
No ano de 2022, foram aprovados 66 mil estágios Ativar. pt, tendo 9 mil resultado em conversões para contratos sem termo, o equivalente ao pagamento de 204 milhões.
Embora seja uma medida que traga benefícios, houve, em 2016, relatos de abusos e alegadas fraudes, que conduziram a uma “auditoria Interna” por parte do IEFP. Estas medidas visavam “defender os estagiários e para que eles possam estar mais acompanhados”, revelou o então Presidente do IEFP, António Valadas da Silva, ao jornal Público.
Como em qualquer relação de trabalho, é importante que tu próprio conheças os direitos e deveres a que estás sujeito. Tudo para que esta oportunidade te seja apresentada de forma justa e também para que saibas o que é esperado de ti.
Para esclarecimento de dúvidas e obtenção de mais informações: e-mail: iefp.info@iefp.pt telefone: 300 010 001
Prémio ao Emprego
As entidades promotoras que celebrem um contrato de trabalho sem termo com o estagiário (até 20 dias úteis depois da conclusão de estágio) recebem um prémio de valor equivalente a duas vezes a retribuição base mensal prevista, até ao limite de 5 vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais. O recebimento deste prémio implica a obrigação de manter o contrato de trabalho durante 12 meses.
Quais são os meus
direitos enquanto estagiário?
Duração e vencimento
A duração tipo destes estágios é de 9 meses, não prorrogáveis. Nos casos de entidades “abrangidas pelo regime especial de interesse estratégico”, o contrato poderá ter a duração de 6, 9 ou 12 meses. O vencimento é calculado em função da qualificação do estagiário e varia entre os 624,56€ e os 1.201,08€.
Refeição e subsídio de alimentação
O estagiário tem direito a refeição ou subsídio de alimentação, conforme praticado para a generalidade dos trabalhadores da entidade promotora do estágio. Na sua ausência, a entidade pagará o subsídio fixado para os trabalhadores da função pública (6€). Por fim, este subsídio pode ser pago em forma de tickets ou através de cartão de refeição.
Seguro
É direito do estagiário beneficiar de um seguro de acidentes de trabalho que preveja os riscos que possam ocorrer durante e por causa do estágio.
Dispensa
No caso dos estágios de 12 meses, os estagiários têm direito a um período de 22 dias úteis de dispensa, cujo gozo pode ter lugar após seis meses completos de execução do contrato de estágio. O estagiário pode renunciar a este direito, a não ser que o estágio seja suspenso por facto que não lhe possa ser imputável (como o encerramento temporário do estabelecimento). O período de gozo da dispensa deve ser combinado com a entidade de acolhimento. Destaque ainda para o facto de o estagiário não ter direito a subsídio de férias ou de natal.
Orientação
Todos os estagiários têm direito a ter um orientador que fará o acompanhamento técnico e pedagógico, supervisionando o seu progresso. No final, este responsável avaliará os resultados obtidos, tendo em conta os objetivos fixados no plano individual de estágio.
Faltas
As faltas são justificadas ou injustificadas, de acordo com o regime utilizado na generalidade dos trabalhadores da entidade promotora. O contrato de estágio será cessado caso o número de faltas injustificadas atinja os 5 dias (consecutivos ou interpolados) ou caso o número total
de faltas justificadas atinja os 15 dias (consecutivos ou interpolados) ou 30 dias (no caso dos estagiários com deficiência ou incapacidade). As faltas injustificadas, injustificadas por motivo de acidente (desde que tenha direito a compensação pelo seguro de acidentes de trabalho) ou faltas justificadas (nos termos aplicáveis à generalidade dos trabalhadores da entidade promotora).
Experiência
O IEFP destaca que o é considerado estágio o desenvolvimento de uma experiência prática em contexto de trabalho. Por essa razão, o estágio não pode consistir na ocupação de um posto de trabalho.
Transporte
Nos casos de estagiários que sejam pessoas com deficiência ou incapacidade, vítima de violência doméstica, refugiados, ex-reclusos ou toxicodependentes em recuperação, estes têm direito a que a entidade de acolhimento assegure o transporte entre a residência e o local do estágio. Em alternativa, a empresa poderá pagar as despesas de transporte ou um subsídio de transporte que equivale a 10% do Indexante de Apoios Sociais (43,58€).
Horário
É aplicável ao estagiário o regime da duração e horário de trabalho, dos descansos diário e semanal, dos feriados, das faltas e da segurança, higiene e saúde no trabalho aplicável à generalidade dos trabalhadores da entidade promotora.
Certificado gratuito
No final do estágio, deve ser facultado ao estagiário o respetivo certificado, de forma gratuita.
Internacionalização
Existe a possibilidade de realização de uma parte do estágio no estrangeiro (até um terço da sua duração), seja por períodos seguidos ou interpolados. Para tal, a entidade promotora deverá indicar essa intenção ao IEFP.
Trabalhador Estudante
Os candidatos a estágio que já possuam este estatuto antes da data de seleção poderão continuar a estar incluídos nesse regime. Nos restantes casos, os estagiários só poderão justificar as faltas motivadas por prestação de provas de avaliação.
Recusar funções
O estagiário poderá recusar a prestação de trabalho, ainda que a título temporário, que não se enquadre nas atividades relacionadas com o estágio. Estas são, habitualmente, definidas no contrato de estágio.
Instituições de Ensino Superior reunidas em Coimbra para pensar a empregabilidade dos jovens diplomados
Realizou-se, no dia 6 de dezembro, a edição de 2023 do Encontro Nacional dos Gabinetes de Promoção de Empregabilidade no Ensino Superior. O dia foi dedicado à colaboração, partilha de experiências e identificação de desafios comuns.
Cerca de 30 representantes de Gabinetes de Promoção de Empregabilidade de instituições de ensino superior estão hoje reunidas, na Escola Superior Agrária de Coimbra, num encontro nacional integrado no âmbito do Consórcio Maior Empregabilidade (CME) dinamizado pela Forum Estudante. “Este é um espaço de encontro, de diálogo e de partilha de experiências”, destacou o CEO da Forum Estudante, Rui Marques, na abertura dos trabalhos.
Numa altura em que “a realidade vai mudando de forma cada vez mais rápida e inesperada”, continuou Rui Marques, momentos como este encontro nacional –que permite a colaboração e a partilha de experiências – são “um fator de valor acrescentado para as instituições”. A possibilidade de “encontrar capacidade de trazer inovação para este diálogo” foi outra das mais-valias destacadas.
Antes, a responsável pela empregabilidade do Politécnico de Coimbra, Sara Proença, começou por dar as boas-vindas aos presentes. “Tenho a certeza que será um dia profícuo, com partilha de boas-práticas entre elementos do consórcio”, explicou, destacando a importância do regresso às atividades presenciais do CME para
que seja possível às instituições de ensino superior “discutir os assuntos que as unem”
Um mundo em mudança
Grande parte do dia de trabalhos foi dedicado à partilha, na primeira pessoa, da experiência dos gabinetes de promoção de empregabilidade ao longo do ano de 2023. Em apresentações com cerca de 15 minutos de duração, estas estruturas elencaram os principais desafios e oportunidades encontradas na sua atividade, partilhando ainda algumas das suas principais práticas.
No total, durante o dia de hoje, 30 participantes de 11 instituições de ensino superior trabalharam, durante o dia, os temas ligados à promoção da empregabilidade de jovens diplomados. Uma área que, recordou Rui Marques, também tem conhecido mudanças profundas. A dificuldade das empresas em reter talento e a competitividade global foram alguns dos exemplos partilhados, bem como a mudança de mentalidade dos jovens em questões como a valorização da política ambiental, da responsabilidade social ou da possibilidade de teletrabalho.
A resposta para enfrentar a complexidade, reforçou Rui Marques, deve passar pela colaboração. “Qualquer gabinete de empregabilidade vai hoje muito além de ensinar a fazer currículos, ajudar a preparar uma entrevista ou organizar feiras de emprego”, destacou, aludindo à importância da partilha de boas-práticas. “Há um potencial extraordinário na colaboração e o Consórcio Maior Empregabilidade é, cada vez mais, a resposta aos desafios complexos da sociedade”, concluiu.
O Diretor da Forum Estudante, Gonçalo Gil, recapitulou depois o trabalho realizado pelo CME ao longo do ano de 2023. Para além das várias reuniões de trabalho online e da publicação de vários ebooks sobre competências para a empregabilidade, foram realizados três webinares e desenvolvidos dois estudos sobre empregabilidade jovem que serão publicados entre o final deste ano e o início de 2024. A autora de um destes estudos, Diana Aguiar Vieira, fez depois uma breve apresentação do trabalho realizado.
Os jovens e a carreira
Empregabilidade e Desenvolvimento da Carreira. Necessidades e Práticas dos Estudantes do Ensino Superior é o título do estudo conduzido por Diana Aguiar Vieira, especialista em empregabilidade, carreira e competên-
cias e docente do ISCAP. Numa intervenção à distância, a autora fez uma contextualização deste trabalho de investigação que envolveu um inquérito a 737 estudantes do ensino superior
A intervenção de Diana Aguiar Vieira serviu para apresentar alguns dos resultados preliminares deste estudo que será publicado no início de 2024. Partindo de conceitos que afirmam a empregabilidade e carreira como realidades integradas em sistemas mais amplos, revelou, a investigação procura compreender de que forma “pode um profissional de carreira atuar no contexto envolvente”.
Situando as instituições de ensino superior e as entidades empregadores “no contexto imediato que rodeiam os indivíduos”, a especialista salientou o papel que “recursos psicológicos individuais” podem ter, ao trabalharem dimensões como a auto-eficácia – a confiança dos estudantes em desempenhar tarefas e lidar com os desafios que surgem na procura do emprego e na adaptação ao trabalho.
A partir desta premissa, o estudo tem como objetivos explorar a existência, na comunidade estudantil, de perfis de desenvolvimento de carreira, bem como avaliar o conhecimento dos serviços de empregabilidade por parte dos estudantes, o seu grau de participação em atividades deste âmbito e as suas preferências. A análise dos comportamentos de carreira adaptativos, a identificação das necessidades para desenvolvimento de carreira e dos recursos utilizados são outros dos objetivos deste estudo
Ao final do dia, realizou-se uma sessão de trabalho coletiva, para reflexão e discussão do plano de atividades do CME em 2024. Podes saber mais sobre o Consócio Maior Empregabilidade aqui.
“O IMPACTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL”
NA PRIMEIRA PESSOA
O novo ebook do IEFP, em conjunto com a Forum Estudante, explora a forma como a formação profissional, através dos cursos de aprendizagem do IEFP, mudou a vida de jovens de vários pontos do país e setores de atividade. Fica a conhecer essas histórias.