Não percas! Entrevistas com Boss AC, Domi e Matias Damásio
Revista Forum Estudante | Nov 2018 | Edição n.º 310 | Mensal l Diretor: Gonçalo Gil l Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€
CONHECE o
Ninja aka Richard Tyler Blevins
e S ports
Muito mais que um jogo // A vida de um eAtleta // A ascensão dos desportos eletrónicos // Que profissões surgirão?
IEFP
Já Conheces o portal vi@s?
WWW.LISBOAGAMESWEEK.PT
FIL
PARQUE DAS NAÇÕES
FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA
15 • 18 NOVEMBRO
3 | Forum Estudante | nov’18
/Sumário
PASSATEMPOS
CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Estes passatempos decorrem até 30 de novembro de 2018. Apenas serão atribuídos prémios a residentes em Portugal e somente um prémio por pessoa e morada em cada passatempo. Só será aceite, de cada concorrente, uma participação por dia. O não preenchimento correto do formulário de participação em www.forum.pt/passatempos, leva à desclassificação do participante. Os vencedores residentes na área da grande Lisboa terão de levantar o prémio na nossa sede em Lisboa. Aos restantes, os prémios são enviados via CTT. Após notificação, os vencedores têm um prazo de 15 dias para reclamar o prémio. Os prémios devolvidos não serão reenviados. A idade máxima de participação é de 25 anos, inclusive, a confirmar por documento de identificação. OS PREMIADOS SÃO ANUNCIADOS EM FORUM.PT.. NOTA: as cores e modelos apresentados podem não corresponder às imagens apresentadas.
www.forum.pt Telefone 218 854 730 FAX 218 877 666 Email geral@forum.pt Direção Gonçalo Gil goncalo.gil@forum.pt Fotografia Arlindo Camacho, Fábio Rodrigues, Pexels, Unsplash Foto de capa: Samuel Zeller on Unsplash Design Miguel Rocha miguel.rocha@forum.pt
Há 3 Memofante Shots para ti Para teres uma memória de elefante, a Memofante oferece-te 3 embalagens de Memofante Shots. Participa em www.forum.pt
Ganha um rato Naga Epic Chroma
Redação Fábio Rodrigues fabio.rodrigues@forum.pt Vera Valadas Ferreira vera.ferreira@forum.pt
Se queres habilitar-te a receber um rato de gaming Razer Naga Epic Chroma, um equipamento sem fios concebido para jogos Massive Multiplayer Online (MMO), participa no passatempo que está a decorrer em www.forum.pt
Assinaturas Paula Ribeiro Tel.: (218 854 730) pribeiro@forum.pt Anuidade: 10€ Publicidade Félix Edgar (Tel.: 218 854 103) felix.edgar@forum.pt Comunicação José Maria Archer (Tel.: 218 854 780) josemaria.archer@forum.pt Distribuição Vítor Silva (Tel.: 218 854 755) vitor.silva@forum.pt Produção Monterreina Área empresarial Andalucía Cabo de Gata 1-3, sector 2 28320 Pinto Madrid Tiragem: 40 mil exemplares
PES 2019? É só para ti!
Se te queres habilitar a um dos códigos digitais para PS4 do Pro Evolution Soccer 2019 que Forum e a Ecoplay têm para te oferecer, não há tempo a perder. Vai já a www.forum.pt e descobre o que tens de fazer para ganhar.
SUMÁRIO 04 06 10 12 14 16 26 28 30 32 36
Escolas Notícias daqui e dali Profissões Queres trabalhar com crianças? Fama O Boss está de volta! Música Conversas com Domi e Matias Damásio Viagens 5 dicas para a tua viagem de sonho Tech A criatividade índie nos videojogos Teatro Recordar Gisberta pela tolerância Cinema Do Real a Grindelwald Desporto Ficar fit... com ballet IEFP As vi@s do emprego Pancadas Há asneiras saudáveis?
FORUM ESTUDANTE Revista de Cursos, Escolas e Profissões Propriedade e Edição de: PRESS FORUM, Comunicação Social, S.A. Capital Social: 60.000,00¤ NIF: 502 981 512 Periodicidade Mensal Depósito Legal n.º 510787/91 Registo ICS n.º 114179 Sede da Redação Tv. das Pedras Negras, nº 1 - 4.º 1100-404 Lisboa Tel.: 218 854 730 | Fax: 218 877 666 Estatuto Editorial forum.pt/196-institucional/10022-sobre-nos
Administração Roberto Carneiro (Presidente) Rui Marques Francisca Assis Teixeira
#TEMA DE CAPA P.19 eSports Os desportos eletrónicos conquistam espaço e investimento, mundialmente, com mais atletas, mais patrocínios e mais competições. Qual o panorama em Portugal? Que oportunidades surgirão na área? E como é, afinal, ser um eAtleta?
Revista Forum Estudante #310 // Nov 2018 // e-mail: geral@forum.pt // www.forum.pt
4 | Forum Estudante | nov’18
/Escolas
JRA em Viseu
Forum Estudante e ADENE em roadshow pelas escolas da Grande Lisboa Durante o mês de outubro, 14 escolas da região da Grande Lisboa ligaram-se à mensagem da eficiência energética, através do projeto “(-é+) A Tua Equação de Energia!”. Resultante de uma parceria entre a Forum Estudante e a ADENE, o projeto visa sensibilizar alunos e professores para um olhar crítico sobre os consumos de energia e a forma de
os reduzir na escola. O interesse dos estudantes pelas questões energéticas/ ambientais foi visível em várias instituições de ensino. Os mais velhos aprenderam, por exemplo, como poupar energia não deixando os seus gadgets e demais equipamentos eletrónicos em stand-by. Já entre os mais pequenos, houve quem quisesse aprender a escolher eletrodomésticos de melhor eficiência energética, para assim ajudar os seus pais a poupar dinheiro. Este projeto tem como objetivo estimular alterações de comportamento, seja por impacte indireto (no núcleo familiar ou de amigos, por exemplo) ou direto (na Escola ou enquanto cidadãos), tendo em vista alcançar o respetivo reflexo a nível social, económico e ambiental.
Participantes da Tourism Academy com Ana Godinho Aproveitando a cerimónia de abertura do ano letivo na Escola de Turismo de Setúbal, no dia 27 de setembro, a Forum Estudante proporcionou o encontro entre Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo, e três dos participantes da Tourism Academy 2018 – a academia de verão da Forum Estudante dedicada ao tema do Turismo. Rafael Jerónimo, Diogo Silva e Matilde Barros estiveram à conversa com Ana Godinho a quem relataram a sua experiência naquela academia. Apesar de, por motivos de agenda, a Secretária de Estado não ter marcado presença na edição deste ano, Ana Godinho deixou a promessa de estar presente na Tourism Academy 2019.
Da esquerda para a direita, Rafael Jerónimo, Ana Mendes Godinho (Secretária de Estado do Turismo; Manuel Caldeira Cabral, ex-Minitro da Economia; Matilde Barros e Diogo Silva
Os estudantes e professores envolvidos no projeto Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA) reúnem-se, entre os dias 9 e 11 de novembro, no Instituto Politécnico de Viseu. Este Seminário Nacional JRA servirá para “incentivar a comunicação e a partilha de objetivos comuns”, bem como a “troca de experiências”, explica a organização. O programa contempla ainda a realização de workshops (sobre elaboração de artigos e publicação online) e o reconhecimento das melhores reportagens do ano, com a atribuição de prémios.
Secundária de Esposende vai ser requalificada A Escola Secundária com 3.º Ciclo Henrique Medina, de Esposende, começou a ser alvo de obras de requalificação e ampliação. Trata-se da primeira intervenção de fundo desta que é a única escola secundária do concelho, construída há já 37 anos. Com um investimento superior a 2 milhões de euros, o projeto prevê a demolição do atual bloco oficinal e a construção de um novo edifício que marcará a entrada da escola e que incluirá vários espaços: receção, sala de projeção, biblioteca, secretaria e arquivo. O atual refeitório também sofrerá melhoramentos.
5 | Forum Estudante | nov’18
/Escolas
Escolas ajudam a realizar desejos com a Make-A-Wish Estão abertas as inscrições para a 6.ª Edição do Programa “Make-AWish Vai À Escola”. Todas as escolas estão convidadas a participar e a embarcar nesta aventura, contribuindo para a realização de desejos a crianças e jovens gravemente doentes. O objetivo passa também por desenvolver o espírito de solidariedade e de responsabilidade social, com atividades que promovem a criatividade e sentido de equipa. Desde 2015, o Programa “Make-A-Wish Vai À Escola” esteve presente em mais de 750 escolas nacionais, envolvendo um universo de cerca de 300 mil alunos. No ano letivo anterior, foram realizados 20 desejos!
12,6%
dos alunos entre os 18 e os 24 anos deixou de estudar sem completar o secundário em 2017. Não queiras fazer parte das estatísticas.
76,4%
dos professores apresentam sinais de esgotamento emocional diz um estudo recente de uma investigadora da Universidade Nova.
399.775 é o número de estudantes que, em 2017, frequentaram o secundário dos cursos gerais, profissionais ou outras vias.
16
Apenas dos 24.435 professores do 1.º ciclo do ensino básico público têm menos de 30 anos de idade.
“Fazer código” nas escolas do Norte Um total de 49 agrupamentos de escolas da região Norte vão receber o programa digital “Make Code: Programa o Teu Futuro”. A iniciativa, promovida pela Fundação da Juventude, procura estimular o interesse dos alunos nas áreas das tecnologias e ciências. Com um enfoque específico na programação, o projeto conta com a parceria da Microsoft. As Escola Secundárias do Cerco e Rodrigues de Freitas, no Porto, serão as primeiras a receber este projeto.
Encontro Nacional de Monitores do Projeto Rios lança novos desafios
45,2%
dos professores do 3.º ciclo do básico têm mais de 50 anos de idade.
2.461
é o número de bibliotecas de escolas públicas ou privadas que integram o programa rede de bibliotecas escolares. Procura a da tua escola.
A Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) realizou, nos dias 20 e 21 de outubro, o V Encontro Nacional de Monitores do Projeto Rios (PR), em Penacova, com o objetivo de promover a partilha de experiências dos monitores do Projeto Rios que atuam em diversas regiões do País. A iniciativa procura também criar um momento de proximidade e partilha, entre os participantes, a coordenação nacional do PR e a direção da ASPEA, numa perspetiva de avaliação e definição de estratégia futuras para o Projeto. O encontro contou com 32 participantes, oriundos de vários pontos do País, com a intenção de “aprender um pouco mais daquilo que poderão fazer para melhorar a atitude cívica e ambiental dos grupos que coordenam”, uma vez que, “consideram estes encontros fundamentais para partilhar conhecimentos e experiências com todos os outros monitores”, diz-nos Jorge Pimentel, monitor de vários grupos na zona de Famalicão. Para a Professora Helena Freitas, da Universidade de Coimbra, o Projeto Rios “é um Projeto incrível, com um potencial imenso, destacando-se o seu
papel na valorização do território”. Por sua vez Luísa Seixas, investigadora da Universidade Nova de Lisboa, destaca a importância do projeto “sobretudo na sensibilização das comunidades locais, sendo um bom exemplo onde se verifica a ausência de barreiras geracionais”, onde todos podem integrar de forma benéfica. Joaquim Ramos Pinto, presidente da direção nacional da ASPEA, acompanhou todo o encontro e ouviu atentamente as propostas de melhoria com a intenção de, junto da coordenação Nacional do Projeto Rios, abraçar alguns desafios e colmatar algumas das necessidades apontadas.
Ainda não conheces o Projeto Rios?
O projeto Rios tem várias ações agendadas onde podes participar: a “Campanha Rios em Movimento”, por exemplo, vai decorrer nos dias 8, 9 e 10 de novembro, com ações de limpeza em rios e ribeiros, cursos de monitores em diferentes regiões do país e ações de voluntariado ambiental. Vê toda a informação em www.projectorios.org e http://aspea.org. Podes contactar a organização através do e-mail: projetorios@aspea.org
6 | Forum Estudante | nov’18
/Saberes
10 PROFISSÕES PARA QUEM QUER...
trabalhar com crianças
Todas as edições, damos-te a conhecer várias opções para um futuro ligado a uma vocação. Para mais informações sobre estas saídas profissionais (como cursos, médias ou vagas), visita forum. pt. Este mês, conhece algumas opções para quem quer trabalhar com crianças. Por Fábio Rodrigues
Animador/a Sociocultural Estes profissionais trabalham uma grande variedade de vertentes: podem, por exemplo, ajudar na reabilitação de jovens ou organizar atividades desportivas ou culturais. As tarefas por eles desempenhadas resumemse como pertencendo aos âmbitos formativo, lúdico e dinamizador. As palavras de ordem são energia e criatividade. Historicamente, o objetivo de um animador sociocultural é gerar participação, com o objetivo final de de criar uma solidariedade ativa e baseada na responsabilidade civil. Como tal, o trabalho efetua-se no terreno, adaptando a abordagem aos diferentes públicos ou contextos. Organizar, coordenar e executar atividades e eventos (educativos, culturais ou desportivos), preparar programas de ocupação de tempos livres (como campos de férias), acompanhar o desenvolvimento
artístico das crianças (pintura e música, por exemplo) e identificar carências dos grupos com que trabalha são as suas principais tarefas.
Assistente Social No âmbito da sua intervenção junto das crianças, um assistente social analisa a situação familiar e social de menores com carências, procurando responder às suas necessidades. Esta profissão é ideal para quem tem um especial gosto em ajudar os outros e se sente motivado para lutar por uma causa. O objetivo último destes profissionais é promover a mudança social, ou seja, ajudar pessoas afetadas por fenómenos de exclusão, injustiça, pobreza, desemprego ou doença. O setor público é responsável por uma parte significativa do recrutamento, de forma a que possam trabalhar nos domínios da Justiça, da Segurança Social e da Saúde.
As principais tarefas de um assistente social que trabalhe com este público passam por diagnosticar necessidades das crianças, procurar respostas, aconselhar e acompanhar as situações e mobilizar apoios, sempre procurando o bem-estar da população com que trabalha.
Terapeuta da Fala Estes profissionais desempenham o seu papel quando há dificuldades de comunicação, normalmente associadas a perturbações no desenvolvimento da linguagem ou da fala. Atuam também junto de crianças surdas, autistas ou multideficientes. O objetivo de todo o seu trabalho é, através de várias técnicas, aumentar as capacidades de compreensão e expressão oral, recorrendo, em alguns casos, à comunicação não-verbal. Desenvolver técnicas para ultrapassar problemas é, assim, a principal tarefa de um terapeuta da fala, que deve ter em vista a melhor articulação de sons,
Conhece as restantes profissões em forum.pt
Médico/a Pediatra | Professor/a do 1.º Ciclo do Ensino Básico | Professor/a de Música | Psicólogo/a | Enfermeiro a fluência, o ritmo da linguagem. Casos como a gaguez e a dislexia também são tratados por estes profissionais. É importante, nesta tarefa, adaptar a abordagem às características da criança, recorrendo a jogos, histórias ou desenhos para aumentar a motivação. Cada vez mais, esta é uma área onde a tecnologia é uma aliada, sendo por isso também necessário o domínio de certos recursos e aplicações informáticas que ajudam a criança a ultrapassar os obstáculos. Capacidade de comunicação, criatividade, resiliência e capacidade de trabalho em equipa são também essenciais.
Auxiliar de Ação Educativa Estes são profissionais que conheces bem, uma vez que a escola não é feita apenas de professores e alunos. Os auxiliares de ação educativa são responsáveis por fazer a ligação entre
os vários elementos de uma escola. Como tal, a sua área de trabalho não é específica, podendo passar por tarefas como acompanhamento de crianças, controlo de entradas e saídas, vigilância dos espaços, receção e acompanhamento de visitantes, acompanhamento de passeios e visitas de estudo ou prestação de esclarecimentos. É por esta razão que ser auxiliar de Ação Educativa requer muita polivalência, trabalho de equipa e capacidade de empatia. Por outro lado, pode ser necessário ter conhecimentos nas áreas de higiene e segurança, novas tecnologias (se estiver numa biblioteca ou centro de recursos) ou jogos educativos.
Educador/a de Infância Quando nos referimos a um/a educador/a de infância, estamos a cingir-nos ao pré-escolar, ou seja, a trabalhar com crianças que têm, tradicionalmente, entre os 3 e os
6 anos de idade. Este trabalho é realizado em creches e jardins de infância e tem uma vertente muito forte na dinamização de jogos e brincadeiras que permitam desenvolver as capacidades físicas, psíquicas e emocionais. Algumas das tarefas desempenhadas por estes profissionais são a organização de atividades individuais e de grupo; o estímulo da aprendizagem a vários níveis (físico, social, intelectual); o desenvolvimento de competências de higiene, de comunicação e de expressão artística (música, dança ou artes plásticas) ou a criação de atividades lúdicas que permitam às crianças interagir e socializar entre si. Como tal, para se trabalhar nesta área, é necessário ser alguém com sentido de responsabilidade, ter capacidade para estar atento e ensinar, possuir um caráter imaginativo, dinâmico e alegre, bem como disponibilidade para dedicar todo o tempo e recursos necessários a uma criança.
8 | Forum Estudante | nov’18
/Academias Forum
Cresce connosco!
No total, 500 alunos do ensino secundário vão participar nas Academias Forum Estudante, durante o próximo ano. Se quiseres ser um deles, basta fazeres a tua inscrição em forum.pt/ semanasforum. Todas as academias são gratuitas, com as despesas de alojamento e alimentação incluídas, para que só tenhas mesmo de te preocupar com duas coisas: aprendizagem e diversão.
Júlio Faria
16 anos, Braga
“Como é possível fazer tantas amizades, conhecer novos locais e aprender tanto em apenas uma semana? Com a Forum foi possível! Foi uma experiência incrível (que já recomendei aos meus amigos) onde reinou a felicidade refletida nas caras dos 50 jovens lá presentes. São memórias que ficam”.
Rúben Matos 17 anos, Lisboa
“A Forum é sinónimo de experiências daquelas que superam todas e quaisquer expetativas. É sinónima de sítios únicos. Sinónima de pessoas que entram na nossa história. Amizades que se fazem numa semana e que duram uma vida inteira”.
Inscreve-te JÁ em forum.pt/semanasforum e… › Conhece 50 estudantes de todo país › Sabe mais sobre uma profissão › Diverte-te :)
Beatriz Ribeiro
17 anos, Coruche
“[Participar] foi uma das melhores coisas que me aconteceu: graças à Forum fiz amizades que espero levar para a vida, vivi experiências que nunca pensei viver... a Fórum foi, é e será sempre a melhor coisa que me aconteceu!”.
Ana Catarina Serra 17 anos, Loures
“A Forum transmite-nos um ambiente tão bom! Foi, sem dúvida alguma, a iniciativa que mais me marcou e, não só me deu a conhecer diversas coisas, como também pessoas cinco estrelas, que me marcaram imenso”.
10 | Forum Estudante | nov’18
/Fama
BOSS AC
«AINDA SINTO QUE TENHO MUITAS COISAS PARA DIZER» Ontem, ou melhor, há 20 anos, ele foi o manda-chuva. Hoje tem um disco novo e continua a rimar contra a maré, contando histórias pessoais. Amanhã, ou seja, nos próximos meses, não faltarão oportunidades para conhecer ao vivo este álbum. À sexta-feira ou noutros dias da semana.
Por Vera Valadas Ferreira Foto ©Arlindo Camacho
A Vida Continua… é um título positivo ou algo desiludido? É totalmente positivo. Tudo se resolve, amanhã é outro dia, há que lamber as feridas, seguir em frente. O disco acaba com crianças e passa uma imagem de futuro. Tive presente o conceito de tempo: o Ontem, o Hoje e o Amanhã. O Ontem vem da necessidade de
«No início as coisas não foram muito fáceis, não éramos vistos como músicos na verdadeira aceção da palavra. Havia muita desconfiança à volta do rap» homenagear as minhas origens, de quando me apaixonei pela cultura hip-hop. O Hoje porque tenho de me manter relevante: o que eu fiz ontem já está feito. E o Amanhã porque tenho sempre os olhos postos no que vou fazer a seguir.
No tema O Verdadeiro assumes que sentes falta de quando o hiphop estava no início. Porquê? Há algum saudosismo porque foram tempos de descoberta, mas já passou, a vida continua. Essa música relata o meu, o nosso percurso, uma vez que conta com a participação dos Black Company e do DJ Ride. Eu e toda esta malta abrimos caminho para que o hip-hop possa estar hoje a viver o seu momento mais fértil e produtivo de todos os tempos em Portugal. Isso não teria sido possível se não tivéssemos trilhado esse caminho.
Como encaras esta aproximação do hip-hop à cultura mais mainstream? É um fenómeno em crescendo que agora está mais visível. Muitos dos projetos de hip-hop nacional, com mais qualidade e visibilidade, são fenómenos mais de Internet e coisas espontâneas. Nesta era do digital, o paradigma mudou e já não se precisa da “máquina” como antigamente. Há uns anos atrás era impossível fazer alguma coisa sem editoras, pois não se conseguia chegar a ninguém. Hoje, posso fazer uma música no meu quarto que depois ponho no YouTube e no dia seguinte acordo e sou uma estrela. O hip-hop massificou-se de
uma forma que se tornou o novo pop. As fronteiras estão cada vez ténues: já não se sabe onde começa um e acaba o outro. Há uma miscigenação de estilos e linguagens.
Como é que te manténs atualizado? Essa foi uma das razões que fez com que estivesse 6 anos sem editar. Tive de fazer essa introspeção e perceber qual a minha relevância nos dias
«Se queres ser rapper… É mesmo fundamental cultivares o conhecimento. Não podes escrever se não tiveres vocabulário. É preciso ler, estar atento, ver mundo e, mais do que tudo, ouvir. Falamos muito e escutamos pouco. Estuda, cultiva-te. E não tem necessariamente de ser na escola». de hoje, quando há tanta coisa a acontecer. Será que ainda vale a pena? Será que ainda tenho música para dar? E a resposta foi um rotundo sim. Ainda sinto que tenho muitas coisas para dizer. Mas por ter essa noção do tempo que passa, quis fazer uma coisa que honrasse as minhas raízes mas sempre com atualidade: Boss AC já de 2019. Tive de me adaptar. Sinto-me atualizado mas não deixo de ser quem sou. Não descurei nunca a minha essência. Isso reflete-se neste disco: com coisas mais próximas dos anos 90 e outras com uma linguagem muito mais atual com as colaborações de malta mais emergente como Super Squad, Ella Nor e Matay.
De novo celebras as tuas raízes cabo-verdianas, cantando em crioulo e convidando a banda Ferro Gaita… É uma constante no meu trabalho. É muito difícil adjetivar a minha carreira mas, e talvez seja a razão de ainda aqui continuar, tenho sido persistente e coerente. No início, as coisas não foram muito fáceis, não éramos vistos como músicos na verdadeira aceção da palavra. Havia muita desconfiança à volta do rap. Com altos e baixos
mantive-me fiel aos meus valores e objetivos. Faço sempre questão de ter esse lado cabo-verdiano nos meus discos.
Até que ponto as tuas letras são autobiográficas? Ah, completamente! Há uma ou outra música em que posso relatar algo que alguém próximo de mim tenha vivido, mas este álbum é sobretudo muito pessoal. Há muitas mensagens quase
«Tive de fazer essa introspeção e perceber qual a minha relevância nos dias de hoje. Será que ainda vale a pena? Será que ainda tenho música para dar?» subliminares que exigem atenção. Faço muitos recados a mim próprio. Musicalmente, sou muito influenciado pela música cabo-verdiana mas também pela portuguesa – até porque cresci no bairro da Bica (Lisboa) – pela muita música brasileira que a minha mãe me dava a ouvir ou pelo muito jazz que o meu pai me dava a ouvir. Com os meus tios, tive doses cavalares de reggae, que foi o meu primeiro amor musical. Ainda hoje ouço. E depois muito funk e, eventualmente, muito rap.
Fala-nos de Bernas, o tema no qual descreves o choque da morte desse teu amigo. O Bernas foi meu DJ durante 14 anos. Foi uma morte que me afetou bastante porque, tal como a canção conta, a última vez que falámos ao telefone foi numa quinta-feira sobre irmos entrar em estúdio na segundafeira. Trabalhámos duas músicas para este álbum: uma chamava-se A Vida Continua… e a outra Morreu. Diz-me lá se isto não é irónico!?! É um sinal da vida. Isto bateu-me à séria. Não sou supersticioso ou religioso, mas dou muita importância a simbologias. As estrelas alinharam-se para me enviar uma mensagem muito forte. Quando fiz a música foi mais para exteriorizar os meus sentimentos. Foi escrita e gravada de rajada, numa manhã. Nunca mais a ouvi porque me perturbava. Refleti muito se a incluía no álbum. Logo a seguir vem A Vida Continua…, na qual o Bernas colaborou e que ele dizia que tinha mesmo sido escrita para ele...
12 | Forum Estudante | nov’18
/Perfil
2018 está a ser um “ano especial” para Domi, culminando com o lançamento do seu EP de estreia este mês. O percurso até aqui foi rápido, explica o rapper de Portimão, tendo em conta que a primeira letra foi escrita há pouco mais de três anos: “Sinto que aconteceu tudo no momento certo”.
«Este EP sou eu» Por Fábio Rodrigues Foto da frente Fábio Rodrigues Foto de fundo Arlindo Camacho
Foto © Fábio Rodrigues
Para um rapper, parece ser inevitável ter “sons antigos”. Uma rápida pesquisa facilmente revela as faixas de início de carreira, normalmente com um menor número de visualizações e piores condições de gravação. Contudo, esse não parece ser o caso de Domi. Em toda a Internet, contam-se apenas oito singles. “Tenho poucas músicas”, reconhece Domi, antes de garantir: “tudo o que tenho está público e no YouTube”. Este é um dos factos que levam o rapper de 20 anos a concordar que “aconteceu tudo muito rápido”, sobretudo olhando a um dado: “Há artistas que demoraram mais tempo para conseguir o que eu consegui”. A velocidade da ascensão de Henrique “Domi” Domingues parece inegável. Em setembro de 2015 gravava a sua primeira música. No final de 2017 assinava com a Universal Music Portugal. Este mês apresenta o seu EP de estreia – 3.ª Maior. Pelo meio, lança os referidos oito singles que acumulam, no total, 9 milhões de visualizações no YouTube.
Tudo começa com uma letra escrita ainda durante o Ensino Secundário e, à medida que vai relatando a sua história, Domi vai referindo alguns nomes que o auxiliaram neste percurso: Bleak, Uzzy, Charlie (Beats), a agência Swag On e, por fim, a Universal Music Portugal. “As pessoas sempre apostaram em mim”, realça o rapper, acrescentando que “algumas apareceram no momento certo”. Ainda que tudo tenha sido rápido, ressalva, “isso não quer dizer que não tenha passado por passos encadeados” que garantiram “um crescimento sustentado”. O rapper enumera como exemplo os concertos espalhados pelo País, com condições amadoras ou em que o cachet se resumia a 30€. De igual forma, destaca, o caminho não foi feito sem decisões importantes. “Vim para Lisboa, deixei um curso superior, comecei a trabalhar para ter dinheiro para as minhas coisas”, explica. Tudo para “conseguir estar no sítio que me disponibiliza o maior número de ferramentas para trabalhar”. O resultado final deste trabalho está condensado no EP 3.ª Maior – um “cartão de visita”, numa lógica de “rap introspetivo, feito de dentro para fora”. “Este EP sou eu”, reforça. Para o futuro, Domi não tem dúvidas e quer fazer do rap a sua vida. No próximo ano, espera um período “mais atribulado, com mais concertos”. E admite explorar outros temas, possivelmente mais sociais e interventivos – uma vertente com “um peso histórico no rap”. “No fundo, é para isso que o rap existe”, conclui.
13 | Forum Estudante | nov’18
/Música
“Sonho ganhar um Grammy” Matias Damásio, o tal trovador romântico cujo tema Loucos teve mais de 45 milhões de visualizações no YouTube, apresenta agora Augusta, um álbum dedicado à avó, com as participações de Pérola, Aurea e Cláudia Leitte. A 24 de novembro, estreia-se na Altice Arena, numa celebração do sucesso que está a anos-luz das origens humildes deste cantor angolano.
Por Vera Valadas Ferreira Fotos ©Arlindo Camacho
Porquê a dedicatória à tua avó? É uma das mulheres importantes na minha vida. Este lado romântico enquanto compositor e cantor vem dela: era uma romântica incurável que pregava o amor todos os dias. Fui o único neto que viveu com ela. Com ela, ouvi muito cedo a palavra “amote”. Aprendi que uma infância com amor faz toda a diferença. Mesmo nas circunstâncias pobres em que vivíamos.
Quando é que percebeste que sabias compor? A minha mãe era lavadeira. Foi sobre o seu sofrimento que fiz a minha primeira canção. Nasci em 1982, ainda vivi com o país em guerra, e as minhas letras eram desabafos. Com essa música sobre a minha mãe ganhei um concurso da TV de Angola, cujo prémio foi um carro zero quilómetros, tinha eu 18 anos. Isso incentivou-me. Mais do que entrar na música pela beleza da arte, fi-lo porque precisava de um trabalho. Encontrei um caminho para melhorar a vida, mas depois descobri a sua magia.
Nunca te deslumbraste com o sucesso? Como não entrei na música para aparecer na televisão, nunca me
deslumbrei muito. Sou um artista, um trovador. A TV, a rádio e as revistas acontecem por consequência. Foi fácil não me deslumbrar porque logo a seguir casei-me, tive filhos muito cedo. Quando ganhei os primeiros dólares já pensava em casa própria, carrinhos de bebé, guardar dinheiro para o meu filho se formar. Como filho mais velho, também cresci com esse sentimento de responsabilidade face aos meus irmãos.
“De onde eu vim até onde cheguei é muita coisa”
Neste novo álbum sentes a pressão de igualar o êxito anterior? Nunca tenho a pressão de fazer algo. As pessoas chegam a mim, nunca vou atrás delas. Canto com a verdade e espero que elas compreendam. O que canto nas canções é o que vou vivendo.
A Altice Arena era um sonho antigo? É a realização de um grande sonho. É uma sala mítica, onde já cantaram os maiores artistas do mundo, onde já fui ver concertos e já participei noutros. É um privilégio e uma celebração destes anos de sucesso. Quero chegar ao coração das pessoas, que este concerto mude algo nas suas vidas
Que outros sonhos tens por realizar? Na minha vida, as coisas são feitas uma de cada vez. Não tenho grandes planos. Claro que sonho ganhar um Grammy, um dia. Gostava muito de tocar no Estádio da Luz. A minha vida está a ser uma alegria, uma vitória, mas não tenho metas. De onde eu vim até onde cheguei é muita coisa. Seria quase deselegante pensar em mais do que isso. Tudo o que recebi está muito além das expetativas de quando era miúdo. Os mais velhos não nos deixavam sonhar: tinham medo que nos magoássemos.
14 | Forum Estudante | nov’18
/Viagens
Preparar antes de partir Se pensas viajar no próximo verão, reserva os teus voos já já, antes que os preços aumentem em janeiro. Assim o aconselha Carla Mota, autora, com Rui Pinto, do blogue Viajar entre Viagens e do livro Próximo Destino. Dicas sobre viagens de sonho à medida da carteira de qualquer um, até mesmo de maçaricos. Por Vera Valadas Ferreira
1.
Viajar sozinho ou em grupo? Para quem nunca viajou e tem pouca confiança em fazê-lo sozinho é aconselhável ir em grupo. Mas o mais importante é ir. Não nos devemos prender pela companhia. Viajar implica sair da nossa zona de conforto e emm grupo sentimo-nos mais confiantes em termos sociais e de segurança.
aprendem-se determinadas skills para futuras viagens. Não precisamos de ir muito longe para ver das paisagens mais bonitas do mundo. Olhamos para a Madeira e os Açores e pensamos: “é já ali e vou em qualquer altura”. E não é assim: é de ir já!
2.
Ir para fora cá dentro? Nos tempos de liceu conheci Portugal de mochilas às costas, de comboio, autocarro ou à boleia. É importante começar-se por conhecer Portugal até por uma questão linguística: é fácil comunicar, desenrascar, pedir ajuda. Assim
5.
Melhor altura? Planeio as minhas viagens, voo e roteiro, com 3 a 8 meses de antecedência. Há a questão dos vistos, que encarecem as viagens, e das vacinas. Os estudantes só podem viajar nas férias escolares, quando os preços são muito elevados, a não ser que se comprem os voos com bastante antecedência. Já a estadia, quanto mais cedo se começar a procurar, mais oferta haverá. Há destinos, como Paris ou Londres, em que não dá para só tratar disso quando lá chegamos.
Viajar… Este guia oferece-te dicas sobre alojamento, refeições, transportes, vistos e atividades para 10 grandes roteiros, 6 percursos na Natureza, 7 escapadinhas culturais e 7 destinos de praia. Cenários de sonho com um orçamento low-cost.
3.
Primeira viagem ao estrangeiro? Sugiro um país do qual se domine a língua e só mais tarde territórios mais diferentes culturalmente, como os países árabes ou a China. Sentimo-nos atraídos por países exóticos mas essa “grande viagem” pode começar em Marrocos, aqui tão perto e económico. É uma viagem culturalmente muito diferente, com um orçamento bastante reduzido, que permite descobrir coisas novas como a religião, a arte, a gastronomia.
4.
Prazer caro? As viagens estão cada vez mais acessíveis a uma fatia cada vez maior de população. Vejo cada vez mais adolescentes a viajar, raparigas sozinhas, jovens que fazem o gap year. E agora, que o Interrail é gratuito para quem 18 anos, é de aproveitar.
enriquece-nos na capacidade de aprender, através do contacto visual e do testemunho das pessoas. Uma vez chegados a um novo país somos despertados pela curiosidade. É a forma mais informal mas mais eficaz de aprender sobre a Cultura e a História. Um aluno que não viaja não tem o mesmo tipo de conhecimento, está num campo completamente diferente de abstração daquilo que é hoje uma sociedade global, o que é a multiculturalidade e os problemas de emigração.
16 | Forum Estudante | nov’18
/Tech
«Há bons jogos feitos em Portugal» Ricardo Campos é coordenador do projeto Indie X – uma plataforma de encontro para produtores de vídeojogos independentes inserida na Lisboa Games Week. Em conversa com a FORUM, explica as principais qualidades destes títulos e o lugar que ocupam no mercado global. Os desenvolvimentos independentes, realça, oferecem “margem criativa para testar e fazer coisas novas”. Como descreves a tua relação com os vídeojogos? Grande parte do meu dia é passado como crítico de vídeojogos. Não só meu site Rubber Chicken, que é independente, como com a coluna de vídeojogos que tenho no Observador. Nestes 7 anos em que escrevo sobre vídeojogos, sinto que, cada vez mais, parte do meu dia de trabalho passa por procurar jogos fora do espectro mainstream, ou seja, títulos sem representatividade mediática, fazendo quase um exercício de curadoria. Em muitos casos, são pequenas pérolas que mais ninguém conhece, de alguma forma. Antigamente, saiam 8 jogos por semana, agora saem 400. É difícil conseguir peneirar tanta oferta. Por essa razão, penso que os consumidores devem encontrar vozes que os ajudem nas suas escolhas.
“Fico embasbacado com produções mainstream. Mas surpreendido só fico com jogos indie”.
E em que contexto nasce o Indie X? O protótipo do Indie X foi feito em 2015, numa banca do Rubber Chicken, no Lisboa Games Week. Construímos um pequeno stand, com cinco postos de jogos que tínhamos conhecido e que queríamos mostrar ao público português. A recetividade foi muito boa e, em 2016, criámos o Indie Dome – o projeto anterior ao Indie X. Como
tínhamos muitas editoras a virem ao Lisboa Games Week, havia muitas já com alguma dimensão (como a Square Enix) que cumpriram algo que era a nossa intenção: proporcionar um contacto com os developers portugueses. Este é o primeiro grande evento em que não tens os indies num canto ou no último pavilhão da feira, mas sim à frente. Isso tornou-se quase num porta-estandarte do evento. Este ano quisemos dar um passo em frente: O melhor jogo do evento vai receber 5 mil euros, que é um valor muito considerável. O único prémio a nível ibérico é o da Playstation, no valor de 10 mil euros. No futuro, queremos um prémio só para portugueses, para ajudar ao desenvolvimento.
Como foi o processo de seleção para o concurso? Foi uma surpresa. Devemos ter cerca de 200 candidatos do mundo todo. Infelizmente, não vão estar todos representados pois a qualidade foi muito alta. Este foi o ano em que foi mais difícil escolher 25 jogos. Há muitos jogos muito bons que gostaríamos de apresentar ao público, mas não temos espaço.
Estes eventos são importantes para dar visibilidade aos jogos indie? Sim. No mercado dev [de desenvolvimento] português, há poucas empresas sólidas. O que há mais são pequenos estúdios indie que, infelizmente, mais cedo ou mais tarde, vão extinguir-se. É importante unificar
a produção nacional, cuja qualidade tem aumentado muito ao longo dos anos, devido à democratização dos meios e às melhores ferramentas. Atualmente, há bons jogos feitos em Portugal. E é bom criar essa interligação entre developers nacionais e estrangeiros. Queremos que o Indie X seja esse grande momento anual de contacto da comunidade com o grande público. A nossa ambição que é o Indie X e o Lisboa Games Week sejam uma referência no panorama internacional.
“Os bons jogos indie não mascaram as suas limitações e estas acabam por ser úteis para se demarcarem”.
O que é que a oferta indie acrescenta ao universo dos vídeojogos? Nós fazemos militância indie porque acreditamos que há uma margem de risco nesse mercado que, por razões óbvias, o mercado mainstream não pode correr. O investimento próprio ou de menor volume dá-te margem criativa para testar e fazer coisas novas. Há uma maior experimentação artística. Fico embasbacado com produções mainstream. Mas surpreendido só fico com jogos indie. Porque só eles me mostram coisas que não estava à espera. Isso é grande parte daquilo que nos motiva a continuar este trabalho.
Essa liberdade e a inovação são importantes para “fugir” às tendências mainstream? Sim. Porque, mesmo no substrato indie, quase se consegue ver quais são as trends. Se um jogo tem sucesso na esfera indie, passados uns meses vão surgir vários jogos a tentar beber daquela influência. Há casos de sucesso de jogos indie que depois têm repercussões no mercado mainstream: coisas tão inovadoras que conseguem chegar a um patamar superior de produção. O Minecraft começou como um jogo indie e acabou com uma venda milionária à Microsoft. Os jogos indie são quase um barómetro: se aquilo funcionou, então é uma boa ideia que vamos tentar aplicar.
“Este é o primeiro grande evento em que não tens os indies num canto ou no último pavilhão da feira, mas sim à frente”. E qual o grau de conhecimento destes jogos por parte do público? Para além dos jogos que são incontornáveis, há uma grande fatia de jogos que deveriam ser conhecidos. No mercado indie, há alguns criadores que são ingénuos e até irrealistas mas há também uma margem de criadores com uma ideia e um conceito muito forte no qual apostam. Claro que há limitações técnicas óbvias, mas os melhores exemplos de bons jogos conseguem fazer dessas limitações também a sua própria linguagem. Os bons jogos indie não mascaram as suas limitações e estas acabam por ser úteis para se demarcarem. Nos últimos 6 anos, as ferramentas ficaram muito democratizadas e começamos a ver produções que, não estando ao nível dos blockbusters, facilmente rivalizam com eles. O que é bom é bom, ponto final.
18 | Forum Estudante | nov’18
/Tech
Review: Razer Ifrit
Conforto e discrição
O novo headset ifrit da razer foi projetado para ser uma solução de áudio discreta para streamers de todos os tipos. A aposta passou por juntar as ferramentas necessárias para um gamer, num periférico que não ocupa demasiado “espaço” na imagem. O que, para um streamer, é um “must have”.
Por João Duarte Silva
À medida que o streaming de jogos se torna cada vez mais popular, os headsets tornam-se essenciais para o bom funcionamento desta nova profissão. É neste contexto que surge o kit minimalista projectado para os mesmos: o Ifrit.
Design Este periférico possui um design básico, uma armação de plástico resistente e flexível (com os fios com auriculares a sair da mesma), juntamente com um microfone condensador agregado por um braço ajustável. Podemos, por isso, concluir que o objetivo é garantir discrição, sendo estes leves e práticos para usos prolongados, com um design completamente inovador na marca. Uma coisa é certa, o problema de um headset que gera calor ao longo de inúmeras horas de uso foi resolvido.
Hardware Com um microfone condensador ajustável que reduz a captação de ruído de fundo, a voz sai projetada sem ruído e com clareza. Este periférico vem ainda acompanhado do Razer USB Audio Enhancer – um conversor analógico para digital que eleva a
qualidade do áudio, reduzindo o ruído estático e de fundo. Este conversor permite também que duas pessoas falem através do mesmo dispositivo, uma medida implementada para facilitar o co-streaming.
Conclusões Sendo considerado um produto de nicho, este periférico é direcionado para quem quer obter a melhor experiência de streaming de jogos e, ao mesmo tempo, manter a cabeça sem peso, sem preocupações, mantendo a sua imagem na transmissão limpa de quaisquer “headphones grandes”. Após uso prolongado é possivel verificar que este periférico é muito mais resistente do que aparenta e
providencia uma boa experiência de som através do usb audio enhancer. O resultado final é uma boa ferramenta para streaming.
Review Total 4.5/5 Design 90% hardware 100% Ergonomia 100% Software 90% Preço 95%
e S ports o jogo ficOU sério
A mudança foi rápida e muitos podem ainda não se ter apercebido dela: os desportos eletrónicos conquistam espaço e investimento. Mais atletas, mais patrocínios e mais competições têm marcado os últimos anos. Qual o panorama em Portugal? Que oportunidades surgirão na área? E como é, afinal, ser um eAtleta? Procuramos dar-te as respostas, ao longo das próximas páginas.
20 | Forum Estudante | nov’18
/Saberes
ESPORTS
Quando o jogo s
Em 2019, prevê-se que a indústria de desportos eletrónicos (eSports) alcance um volume de negócio total de mil milhões de dólares. Uma evolução que implica o aparecimento de novos investimentos e até de postos de trabalho. Há relativamente pouco tempo, pesquisar “lol” no Google resultava, inevitavelmente, em imagens cómicas, mais ou menos engraçadas que fossem. A mesma pesquisa, realizada em 2018, oferece-nos milhares de milhões de resultados sobre o jogo “League of Legends”. Resultados esses que, de resto, dominam os resultados de topo da pesquisa. A mudança chegou rapidamente, que o diga o presidente do canal desportivo ESPN, John Skipper. Em 2014, Skipper garantia à Forbes que os eSports não eram “um desporto”, mas sim “uma competição”, como o Xadrez ou as Damas. Quatro anos depois, em janeiro deste ano, a mesma ESPN revelava que a sua transmissão da liga de Overwatch teve uma audiência online superior a alguns jogos de futebol americano: um total de 10 milhões de espetadores, em várias plataformas. Há outros números que evidenciam este crescimento. Segundo dados revelados pelo YouTube, por exemplo, 8,2% das visualizações da plataforma são dedicadas aos desportos eletrónicos (num total de 32 milhões de horas). A previsão é que, em 2018, os eSports movimentem 850 milhões de euros, destaca o Forum Económico Mundial. Passados três anos, em 2021, esse valor deverá subir 65%, com um volume de negócios previsto na ordem dos 1400 milhões de euros. Esta crescente fatia do bolo financeiro é recheada pelo crescente interesse de investidores. Desde logo, são as consultoras como a DeLoitte que aconselham a “capitalizar o crescimento da indústria de eSports”. “Para muitos negócios na área dos média e entretenimento, os eSports oferecem uma forma de alcançar uma faixa etária que está cada mais fora do seu alcance”, pode ler-se no
microsite da empresa destinado a novas tendências e oportunidades de negócio. De acordo com o fundador e CEO do grupo que detém a Dot Esports – um website especializado em desportos eletrónicos – há três tipos de investidores que se movimentam neste mercado. Para além de celebridades (como Shaquille O’Neill ou Jennifer Lopez) e de equipas desportivas tradicionais (como algumas equipas de NBA), o site especializado em tecnologia destaca a entrada de “magnatas” como o russo Alisher Usmanov que, em 2016, investiu 100 milhões de dólares para comprar a equipa polaca Virtus.Pro. Estes dados levam Riad Chikhani a concluir que os eSports “caminham para o mainstream”.
E em Portugal? Ramiro Teodósio é pwresidente de uma das equipas de eSports portuguesas – a FTW Sports Club. Para o dirigente, ainda que o crescimento financeiro global deste mercado seja uma realidade, em Portugal não se sente “nada de muito significativo”. Uma realidade que difere, por exemplo, da vizinha Espanha: “em Espanha, uma liga [Superliga Orange] movimenta 2 milhões de euros. Em Portugal, a Liga Portuguesa de LOL não ultrapassa os 30 mil euros”. Esta realidade, realça, “não só vai mudar, como terá de mudar”. Para Ramiro Teodósio, as potencialidades do mercado de eSports não irão passar despercebidas às empresas e investidores. E a mudança, acredita, partirá das próprias empresas: “Em Portugal, estamos atrás porque as empresas ainda não sabem como fazer parte desta indústria – mas as próprias empresas sentem que têm de fazer mais e querem fazer mais”.
o sai do ecrã
As eProfissões Perante este crescimento financeiro, que oportunidades profissionais poderão surgir? A resposta óbvia poderá passar por atleta, comentador ou streamer. Contudo, para Ramiro Teodósio, as oportunidades não ficam por aqui. Desde logo, na área da Informática, com a procura acentuada de desenvolvimento de aplicações, videojogos e programas, bem como com a prestação de assistência a atletas, clubes ou eventos. Por outro lado, numa área onde “se vive do digital”, o presidente da FTW destaca as profissões relacionadas com design e multimédia (nomeadamente edição de vídeo, grafismo ou web development). Destaque ainda para as oportunidades em Gestão (na organização de clubes e eventos), Direito (para registo e oficialização de marcas, jogos e plataformas) e Psicologia (numa lógica preventiva de acompanhamento da vivência saudável dos videojogos). Independentemente da área profissional, Ramiro Teodósio não tem dúvidas que, na indústria de eSports, todas estas profissões serão “potenciadas de uma forma mais criativa”. Isto devido ao constante desenvolvimento tecnológico e pela inexistência de um formato préestabelecido: “Aqui, é necessário explorar o desconhecido – não existem limites para a imaginação ou criatividade”.
22 | Forum Estudante | nov’18
/Saberes
«Isto já não é só um vício ou uma brincadeira» Chama-se Igor “Pika” Martins, tem 18 anos, nasceu em Almada mas vive na Charneca de Caparica. Jogador de Counter-Strike: Global Offensive, representa atualmente a equipa Pro do Galatics Esports Club, depois de assinar o seu primeiro contrato profissional enquanto gamer. Concilia a sua vida de aAtleta e as “muitas horas à frente do computador” com os estudos, uma vez que acabou de entrar na universidade, para tirar uma licenciatura em Educação Física e Desporto. “Para chegar onde estou hoje tive de trabalhar muito”, realça. Como tudo começou O início da minha carreira no mundo do Gaming, mais concretamente no Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), deu-se a novembro de 2014 – um mês depois de adquirir o meu primeiro verdadeiro computador. Ao início era só mais um jogador que jogava com alguns amigos, mas sempre com vontade de ganhar. Quando consegui juntar 4 amigos num lobby de CS:GO, tive a ideia de criar a minha primeira equipa.
Fizemos um logo e demos um nome à equipa muito original: escolhemos a letra inicial de cada nick dos 5 membros da equipa, e à volta desse conceito, formaram-se então os KATIN. Foi, acima de tudo, uma altura de aprendizagem e adaptação ao jogo, onde o compromisso ainda não era muito grande. O objetivo era apenas mantermos sempre o mesmo lobby, ter alguma vantagem sobre os adversários naquela competição e subir no ranking.
Subir no ranking até ao Pro Para quem começou no escalão Silver 1 e chegou à Global Elite, confesso que não foram tempos fáceis. Acima de tudo, foi muito demorado. Foram passando longos meses e, depois de perceber que este era “o” jogo, comecei a pensar um pouco mais a sério no que toca a equipas. Desde então, foquei-me nesse tipo de projetos. Para chegar onde estou hoje, tive de trabalhar muito e sofrer muitas alterações em termos de equipas e também de organizações. Há cerca de
23 | Forum Estudante | nov’18
/Saberes
“Atualmente, salvo raras exceções, é muito difícil tirar um ordenado mínimo ou até perto disso como jogador.” um ano encontrei estabilidade após a minha entrada para os Galatics e, desde então, foi menos um problema com que me preocupar. Foi só uma questão de ir tentando alcançar, juntamente com outros jogadores, um bom nível de jogo, para finalmente ter a oportunidade que estou a ter agora: a subida para a equipa profissional da organização e, consequentemente, a assinatura do meu 1º contrato de jogador.
Jogar e Estudar Ao longo destes anos, sempre segui o meu sonho: receber com este jogo algo em troca das horas de trabalho que coloco em todos os projetos em que participei. Também para que possa mostrar aos meus pais que é possível jogar e estudar, tirando partido dos dois. Os meus pais nunca foram muito apologistas de que eu seguisse este caminho e, lá pelo meio, tive alguns altos e baixos, por isso mesmo. Quando me fizeram a proposta para representar a equipa Pro, senti que era o reconhecimento de todo esse trabalho e, de certa forma, deu a entender aos meus pais que isto já não é só um vício ou uma brincadeira, como durante muito tempo o foi. Antes de chegar a este patamar, representei durante praticamente 10 meses a organização, tanto enquanto Academia como equipa Evolution – que são como os escalões de formação mas onde as idades não
são a regra principal. Desde que tive a minha primeira promoção de Academia para Evolution, senti que podia levar isto para a frente, de forma a chegar ao meu objetivo, e assim foi. Acima de tudo, senti o meu trabalho recompensado, porque sabia que a oportunidade ia chegar mais cedo ou mais tarde.
Rotinas de treino Entrei este ano para a universidade, com o intuito de me licenciar em Educação Física e Desporto, e tenho aulas das 14h até às 18h. Demoro uma hora no regresso a casa e, assim que posso, ligo o computador para libertar um pouco o cansaço das aulas e dos transportes públicos. Por norma, os nossos treinos começam às 21h00 e terminam às 01h00. Isto durante a semana. Ao fim de semana, utilizamos um dos dias para treinar, mediante as nossas disponibilidades, e o outro para folgar. As terças são o nosso dia de folga fixo. Tento chegar às 15 horas de treino semanais pois, para além de ser o membro mais novo da equipa, sou também o IGL [In-Game Leader, o capitão] da mesma. Assim sendo, o planeamento dos treinos é por minha conta, com ajuda do nosso treinador. Não sou muito de viajar nem de sair só por sair, por isso, passo muitas horas à frente do computador e isso resume parte dos meus últimos anos. Sobretudo depois de ter deixado o
futebol, ao fim de 10 anos de federado, devido ao cansaço excessivo.
Apurar a técnica A nível individual, existem muitas formas de treino específicas. Porém, a que atualmente aplico por achar mais adequada para mim passa por fazer um ligeiro aquecimento dentro do jogo, antes das partidas importantes. Nos dias de treino, como jogamos durante tantas horas seguidas e é apenas um treino, sei que mais cedo ou mais tarde vou estar ao meu nível.
Aposta no futuro No que toca a fazer disto vida, ou a ter um futuro como eAtleta, ainda tenho as minhas dúvidas. Atualmente, salvo raras exceções, é muito difícil tirar um ordenado mínimo ou até perto disso como jogador. Porém, acredito que, com a evolução que esta área está a ter, vai haver cada vez mais investimento. Vamos chegar a um ponto em que a maioria dos jogadores, mesmo não recebendo o ordenado mínimo, vão utilizar isto como um género de um part-time, em que podem conjugar com um trabalho ou até com outro part-time. Sinto que já existe uma pequena melhoria com a profissionalização recente de duas equipas portuguesas. Isso chama também novos investidores e interessados neste mercado.
24 | Forum Estudante | nov’18
/Saberes
NINJA
Fort
Em setembro, Richard Tyler Blevins tornou-se o primeiro eAtleta a figurar na capa da revista de desporto ESPN, naquele que é um verdadeiro feito entre estrelas dos campeonatos virtuais. Falamos de Ninja ou NinjasHyper, o CR7 da Internet. Por Vera Valadas Ferreira Foto ©Carlo Cruz/Red Bull Content Pool
Ele é a personalidade com mais seguidores no Twitch – a plataforma de live streaming de vídeo – onde já conta com tantos seguidores como Portugal tem de habitantes: mais de 11 milhões. Tanta é a atenção que capta que ultrapassou mesmo Cristiano Ronaldo como o atleta que gera mais interação nas redes sociais. “Tyler Blevins supera Cristiano Ronaldo”, titulava o jornal italiano Corriere Della Sera, em maio deste ano. Em média, um stream de Ninja é visto por 43 mil pessoas. Mas, no segundo que demoraste para ler este número, estes dados podem já estar desatualizados. É que Ninja é especialista a bater recordes, ou não jogasse 10 a 12 horas por dia. De acordo com a revista Fortune, os rendimentos do gamer ultrapassam os 500 mil dólares mensais. À ESPN, Ninja disse que o valor se aproxima agora do milhão de dólares por mês. Como é que este rapaz de 27 anos, nascido em Detroit, nos EUA, criou um império? Tudo começa em 2009. Depois de concluir o ensino secundário, Ninja começou a jogar Halo 3 profissionalmente. Cloud9, Renegades, Team Liquid foram algumas das equipas pelas quais alinhou até à atual Luminosity Gaming. Dois anos depois, aventurouse no streaming, mostrando ao mundo a sua perícia em títulos como H1Z1 e PlayerUnknown’s Battlegrounds. Mas foi apenas quando começou a jogar Fortnite Battle Royale que as visualizações dispararam. Há dois anos tinha 500 mil seguidores. Em apenas seis meses, esse número cresceu 250%. Já em abril deste ano, bateu um novo recorde, no evento Ninja Vegas, ao acumular uma audiência de 667 mil espetadores. No YouTube, a comunidade de seguidores ultrapassa os 17 milhões. Independentemente da sua popularidade, Ninja tem apenas uma regra: não jogar com streamers do sexo feminino, em nome da saúde do seu casamento. É que a mulher é quem lhe trata da parte burocrática deste rico negócio.
25 | Forum Estudante | nov’18
/JES
Publirreportagem
Jovens líderes capazes de
mudar o mundo
Já são conhecidos os vencedores da 1.ª edição do Programa Jovens Empreendedores Sociais, promovido pela Universidade Europeia, Laureate International Universities e International Youth Foundation, com o apoio da Forum Estudante e da Ashoka Portugal.
O que é o JES?
Os fundadores dos cinco projetos vencedores
Esta é a 1.ª edição do Programa Jovens Empreendedores Sociais (JES) em Portugal. Dirigido a jovens entre os 18 e os 29 anos, o JES tem como objetivo reconhecer e recompensar projetos empreendedores de carácter social. Simultaneamente, a iniciativa procura oferecer visibilidade a jovens líderes que, pelo seu carisma e propósito de vida, atuam como personalidades inspiradoras de uma sociedade mais rica e de um mundo melhor.
A Diretora do Programa JES, Susana Martins
Explicame.pt (uma plataforma aberta à comunidade estudantil que procura valorizar o trabalho dos explicadores), Just a Change (reconstrução de casas em situações de pobreza), APAC Portugal (reinserção de reclusos e ex-reclusos com vista à diminuição da reincidência criminal), Menos (combate do desemprego através do micro-empreendedorismo e da tecnologia) e Revolução das Minhocas (transformação do lixo de cozinha em fertilizante natural) foram os cinco melhores projetos. Em avaliação estiveram 44 projetos empreendedores de carácter social e ambiental que foram analisados por especialistas desta área. O desafio foi dirigido a jovens entre os 18 e os 29 anos, fundadores ou cofundadores de iniciativas que procuram a transformação social baseada na equidade, justiça e na proteção do meio ambiente.
Os critérios de eleição basearam-se na capacidade de liderança, impacto social, sustentabilidade e visibilidade dos projetos e dos seus jovens líderes que atuam como personalidades inspiradoras de uma sociedade melhor. Os cinco vencedores rumam agora Madrid, com um prémio monetário de 2000 mil euros no bolso, para
“O Mundo de hoje precisa de pessoas generosas” Pedro Barbas Homem, Reitor da Universidade Europeia
uma semana de formação onde terão contacto com uma poderosa rede de contactos e com os vencedores de antigas edições do Programa Jovens Empreendedores Sociais, em Espanha.
Os jovens líderes contam ainda com a mentoria dos Ashoca fellows portugueses e vão ver os seus projetos divulgados pela rede internacional da Laureate International Universities e integrados na rede de jovens empreendedores YouthActionNet que conta, mundialmente, com cerca de 1500 membros em mais de 90 países. As edições internacionais deste programa já distinguiram mais de 1900 jovens empreendedores mundialmente. “O Mundo de hoje precisa de pessoas generosas”, frisa o Reitor da Universidade Europeia, Pedro Barbas Homem. Para a mesma fonte é importante “marcar a diferença através da capacitação de líderes, para que tenham impacto na comunidade”. O objetivo deste programa da rede Laureate, com 18 anos de existência e presente em 94 países: “a identificação de talentos que sejam capazes de disseminar boas ideias, num mundo marcado pela desigualdade”.
/Teatro
A
BAN DEI RA DA TOLERÂNCIA Luis Lobianco tem no currículo o humor dos Portas dos Fundos, mas agora traz a Portugal um assunto sério. Na peça de teatro Gisberta narra o drama da transformista brasileira vítima de transfobia que, em 2006, foi torturada por um grupo de 14 adolescentes, entre os 12 e os 16 anos. Aos 45 anos acabou morta num poço na Cidade Invicta.
Foto ©LUCIANA MESQUITA
26 | Forum Estudante | nov’18
Foto ©Aline Macedo
“Não acredito que os haters sejam a maioria” Como surgiu a ideia deste projeto?
Foto ©Aline Macedo
Conheci através da música Balada de Gisberta, uma composição de Pedro Abrunhosa e interpretada por Maria Bethânia. Tocado pela canção e a fim de saber exatamente do que se tratava, fui pesquisar e então me deparei com a sua história. Fui arrebatado! Por coincidência, isso aconteceu no dia em que se completavam 10 anos da morte dela. Ao decidir fazer a peça, desde o início entendi que não iria interpretar Gisberta, mas sim contar a sua história. E assim é: Não a interpreto, mas dou voz a várias personagens que conviveram com ela tanto no Brasil, como na Europa.
O mundo está cada vez mais intolerante? Como podemos mudar essa tendência? Engajando-nos a causas sociais urgentes. Não acredito que os haters sejam a maioria mas tornam-se quando omitimos nossas opiniões, ações e votos. Não acho que todo mundo deve ser militante mas informar-se com responsabilidade já é um início. Usar as redes sociais com moderação é um caminho. E ocupar os teatros, museus e espaços públicos é fundamental. Há uma política do medo sendo imposta e não devemos ceder. A cidade é nossa e os encontros são revolucionários.
A Arte deve ser uma arma?
Após o sucesso no Brasil, o espetáculo estará em cena no Porto, a 27 e 28 de novembro, no Teatro Sá da Bandeira, e em Lisboa, de 4 a 6 de dezembro, no Teatro Tivoli BBVA. Gisberta tem direção de produção de Claudia Marques, texto de Rafael Souza-Ribeiro e direção de Renato Carrera. O preço dos bilhetes oscila entre os 12 e os 22,5 euros. Ao mostrar ao público a vida de Gisberta Salce Junior, desde a infância e a adolescência, vividas em São Paulo, até à mudança para Portugal, já com 20 anos, num momento em que escalava uma vaga de homicídios a transexuais na sua cidade-natal, esta peça pretende «manter içada a bandeira da tolerância». Tragicamente, 25 anos depois de ter atravessado o Atlântico, Gisberta acabaria vítima dos ódios que a fizeram fugir do Brasil, num caso chocante, fortemente mediatizado. Esta tragédia acordou a sociedade portuguesa para o debate de temas que afetam pessoas LGBTQ (Lésbicas, Gay, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgéneros). Gisberta, a peça, funde política, história, música, teatro, humor, poesia e ficção. Gisberta, a pessoa que passou de diva transexual da célebre “movida” do Porto a prostituta sem-abrigo e seropositiva, é aqui recordada ora de forma poética, ora documental, sendo que alguns dados são ainda inéditos para o grande público português.
Foto ©Fernando Young
Vera Valadas Ferreira
A arte é uma lanterna, um cobertor, um escudo, uma joia mas arma não. No mundo atual o que menos precisamos é mais armas. No Brasil há o projeto de armar a população e isso pode ser catastrófico numa sociedade com tantas disparidades sociais, crime organizado e ideais neofascistas em alguns setores. A arte nesse momento deve iluminar cabeças, cobrar responsabilidade de um olhar para a História e causar empatia.
28 | Forum Estudante | nov’18
/Cinema
Cinema do real inspira festival A quinta edição do Porto/Post/Doc – festival portuense dedicado ao cinema do real – acontece de 24 de novembro e 2 de dezembro, em vários espaços da cidade. A programação inclui uma secção dedicada a estudantes.
Para esta edição, o Porto/Post/Doc apresenta uma nova identidade gráfica. Na sua base, está a ideia de invasão. A imagem pretende retomar uma ideia do escritor Victor Hugo: “é mais fácil resistir à invasão de um exército do que à invasão de uma ideia”, explica a organização. Durante 9 dias, as ideias do cinema do real que vão ocupar vários espaços do Porto, passando por espaços como o Teatro Municipal do Porto – Rivoli, o Cinema Passos Manuel, o Cinema Trindade, o Planetário do Porto, a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e a Escola das Artes - UCP. Com uma “filosofia eclética”, realça a organização, o Porto/Post/Doc
inclui uma Competição Internacional e vários programas paralelos como, por exemplo, a secção Transmission, composta para documentários sobre música e festas noturnas. Na programação, destaque para a retrospetiva integral da obra de António Reis e Margarida Cordeiro, com a apresentação de uma versão restaurada e digitalizada de uma obra maior do cinema português, Trás-osMontes. A mesma obra será o foco do seminário “Fórum do Real”. Para além de um workshop de três dias sobre as questões de género no cinema, o Porto/Post/Doc inclui ainda uma secção do festival exclusivamente reservada a filmes realizados por estudantes em Portugal (ver caixa).
Apoio ao sangue novo A Competição Cinema Novo é a secção do festival dedicada a filmes realizados por estudantes em Portugal (portugueses ou não) e a estudantes portugueses no estrangeiro. O vencedor terá a oportunidade de viajar até Berlim e participar no emblemático Festival Internacional de Cinema de Berlim – Berlinale, «o local perfeito para ver, aprender e descobrir mais sobre a indústria cinematográfica», frisam os responsáveis. A Competição Cinema Novo integra o Projeto Educativo do Porto/Post/Doc, que promove atividades de formação na área do cinema destinadas a várias faixas etárias (da pré-primária ao ensino superior).
29 | Forum Estudante | nov’18
/Cinema “Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald” chega a 15 de novembro às salas de cinema. O filme continua acompanhar Newt Scaramander e desenvolve a história do universo de Harry Potter… Antes de Harry Potter.
A saga continua Estreia: 15 de novembro Realizador: David Yates Com: Eddie Redmayne, Johnny Deep, Jude Law
A primeira aparição do nome Newt Scaramander acontece cedo em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Contudo, surge num local pouco óbvio: a lista de manuais para alunos do primeiro ano de Hogwarts. Nela, podemos encontrar o nome de um dos livros: “Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los”, do “magizoologista” Newt Scaramander. Em 2001, a autora da saga de Harry Potter, J. K. Rowling, lançou o livro com o mesmo nome que, em 2016, chegaria aos cinemas. Nele, Eddie Redmayne dá vida ao estudioso de criaturas mágicas, numa visita a Nova Iorque, em 1926, durante a qual vários animais mágicos escapam. Spoilers aparte, o final do filme é marcado pela breve aparição do
Ingvar Eggert Sigurðsson Poppy Corby-Tuech Grimmson Vinda Rosier Johnny Depp Kevin Guthrie Gellert Grindelwald Abernathy
poderoso feiticeiro Gellert Grindelwald (Johnny Deep). Grildelwald que, como o título comprova, promete ter um papel central nesta sequela, tal como um outro nome bem conhecido: Albus Dumbledore (Jude Law).
Rivais e amantes? Os leitores da saga de Harry Potter estarão familiarizados com a complexa relação entre Dumbledore e Grindelwald. A história comum entre os dois feiticeiros é explorada num dos últimos títulos, estabelecendo-se entre o carinho e a rivalidade. Já depois da publicação, em 2007, num discurso em Cambridge, a autora revelou: “sempre pensei no Dumbledore como sendo gay, sendo que se apaixonou por Grindelwald”. Tendo em conta que o novo título de “Fantastic Beasts” acompanha a relação entre os dois feiticeiros, desde
Eddie Redmayne Newt Scamander Alison Sudol Queenie Goldstein
Dan Fogler Jacob Kowalski
cedo se colocou a questão sobre a possibilidade de ser retratada com maior detalhe a sua ligação amorosa. O realizador, David Yates, começou por revelar que a homossexualidade de Dumbledore não seria explicitamente referida. Alguns meses mais tarde, em entrevista à revista Empire, esclareceu que, simplesmente “o foco não estará na sexualidade”, sendo esta encarada como algo natural. Ou seja, embora Dumbledore não se assuma como gay, isso será óbvio para os espetadores. De resto, acrescentou Yates, haverá mesmo “algumas cenas que são momentos muito sensuais entre ele [Dumbledore] e Grindewald”. Sobre o tema Jude Law realçou a naturalidade com que encara este detalhe sobre a personagem que representa: “Sim, ele é homossexual. No entanto, a sexualidade não nos define. Ele é multifacetado”, realçou.
Callum Turner Theseus Scamander
Katherine Waterston Porpen(tina) Goldstein
Zoë Kravitz Leta Lestrange
Claudia Kim Nagini
Jude Law Albus Dumbledore William Nadylam Yusuf Kama
Ezra Miller Credence Barebone Brontis Jodorowsky Nicolas Flamel
Perenelle Flamel
30 | Forum Estudante | nov’18
/Desporto
Ser uma barra a ganhar músculos Queres sentir a leveza e a elegância de um bailarino e dar por ti com um corpo forte e tonificado como uma GI-Jane ou um Rambo? Então o Ballet Pilates é a modalidade de que estavas à espera. Por Vera Valadas Ferreira
Tal como na Música, também no Desporto assistimos a uma combinação de estilos, técnicas e linguagens. Isso resulta na criação de novas modalidades e sub-modalidades, cada vez mais eficazes na sua capacidade em moldar o físico dos praticantes e também em entretê-los. Foi assim que nasceu o Ballet Pilates – ou o Xtend Barre, como é denominado em alguns estúdios – uma prática que ajuda a moldar e a tonificar o corpo, nomeadamente os glúteos, os abdominais e as pernas. Às tradicionais poses de ioga e técnicas de respiração, para não falar das famosas bolas de Pilates, este método cada vez mais em voga (sobretudo no Brasil e agora aos poucos em Portugal) soma outros “adereços”. Pode haver fitas, tecidos acrobáticos, bastões com elásticos, pesos e halteres de 1kg e, claro está, a clássica barra de ballet. É sobretudo aqui que se realiza o treino de força essencialmente isométrico e com muitas repetições, utilizando o peso do corpo ou acrescentando pouca carga externa.
Quando deres por ti estás a aprender os movimentos clássicos de pliés, elevés, tendu, arabesque, passé e battement, com a particularidade de não vestires collants ou sapatilhas de pontas. As posições de pés e pernas típicas do ballet são inseridas em cada exercício, executadas em grupos de 8 repetições, e sempre esticando a cervical e descontraindo os ombros, os conselhos que quem pratica Pilates mais ouve da boca dos seus instrutores.
“Em cada sessão de uma hora, perde-se cerca de 600 calorias, um valor bastante acima da média (…)” De frente ao espelho dás por ti a pensar que até davas um grande bailarino… ou que pelo menos já tens pernas de bailarino, vá. Também fortalece os músculos e melhora a postura. Outras das vantagens destes exercícios é que, em cada sessão de uma hora, perdese cerca de 600 calorias, um valor bastante acima da média nisto de dar o corpinho ao manifesto. Ao contrário da musculação ou da ginástica localizada, que trabalham partes do corpo, este método trabalha o corpo como um todo, tornando-o mais esquio, forte e saudável, sem acréscimo excessivo de massa muscular.
31 | Forum Estudante | nov’18
/IEFP
Conheces o portal VI@S? O Vi@s é um portal de orientação que o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) disponibiliza a todos os cidadãos. Utiliza-o para construíres a tua carreira! A carreira é a variedade e a sequência de atividades de aprendizagem, de trabalho e de lazer em que te envolves ao longo da vida. Inclui o trabalho, mas não é só o trabalho! A tua carreira está sempre a “acontecer”, vai-se desenrolando com as diferentes decisões que vais tomando. Mas há períodos de mudança que é importante que prepares antecipadamente! Vais passar de um ciclo de estudos/ formação para outro? Estás a transitar dos estudos/formação para o teu 1.º emprego? Procuras um novo emprego? Então, o portal Vi@s é especialmente útil para ti!
Como é que o Vi@s te pode ajudar? O portal tem quatro percursos temáticos, com diferentes tipos de informação e atividades exploratórias (questionários, exercícios, fichas de reflexão), isto é, quatro vi@s, que podes percorrer de forma independente ou integrada, de acordo com a situação de carreira em que estejas e as necessidades que sintas.
Se precisas de… › Melhorar o teu autoconhecimento, aperfeiçoar o conhecimento que tens sobre as tuas características de personalidade, interesses, valores, capacidades e competências e saber mais sobre diferentes atividades profissionais, oportunidades de educação e formação em Portugal e na Europa, ou sobre medidas de apoio ao emprego e as ofertas de emprego disponíveis, percorre a vi@ Exploração
Portal VI@S https://vias.iefp.pt
› Descobrir quais as competências que tens mais e menos desenvolvidas e aprender a melhorar competências relacionais, criativas, de gestão da informação, de gestão do tempo, de tomada de decisão e de aprendizagem, entra na vi@ Competências para o Trabalho › Saber mais sobre o mercado de trabalho, aprender a procurar trabalho por conta de outrem, elaborar currículos, responder a anúncios e realizar entrevistas de emprego, então, acede à vi@ Contacto Profissional › Descobrir se tens potencial empreendedor e/ou desenvolvê-lo, saber os passos a dar para a criação do próprio emprego e os apoios com que podes contar, percorre a vi@ Empreendedorismo Neste portal, tens também uma área pessoal, designada O Meu Portfólio, na qual podes guardar, de forma organizada, as atividades
que nele realizas e, ainda, outros documentos que consideres importantes para a tua carreira. Assim, sempre que quiseres, podes consultálos, atualizá-los ou enviá-los para o teu email e daí remetêlos para estabelecimentos de ensino, associações, entidades empregadoras ou para quem pretendas. No Vi@s, podes ainda aceder a um Centro Multimédia com recursos relevantes para o desenvolvimento da tua carreira e, em Eventos, informar-te sobre a data e local em que vão ter lugar certames de educação/ formação e emprego. A informação que encontras no Vi@s e a realização das atividades que nele te são propostas vão ajudar-te a responder às tuas interrogações, a planeares a mudança para uma nova fase da tua carreira e a facilitar a tua integração, bem-sucedida, nessa nova fase. Se após a exploração que fizeste sentires ainda necessidade de ser apoiado por um profissional de orientação, utiliza o formulário de contacto existente no próprio portal, contacta o psicólogo do teu estabelecimento de ensino ou um técnico de orientação do teu serviço de emprego. Não percas tempo! Conhece e explora o portal Vi@s, acede à vi@ ou às vi@s que melhor correspondem ao que precisas compreender para decidir e agir na transição de carreira por que estás a passar.
32 | Forum Estudante | nov’18
/IEFP
Gostas de desafios e tens vontade de ajudar os outros? Junta-se ao Corpo Europeu de Solidariedade! Regista-te em: https://escorps.eu/en/home-candidate-section/ O que é o Corpo Europeu de Solidariedade? O Corpo Europeu de Solidariedade é a nova iniciativa da União Europeia dirigida aos jovens, dando-lhes a oportunidade de fazer voluntariado ou de trabalhar em projetos, no próprio país ou no estrangeiro, em benefício de pessoas e comunidades de toda a Europa. Aos 17 anos já te podes inscrever no Corpo Europeu de Solidariedade, mas só podes participar num projeto depois de fazeres 18 anos. A participação nos projetos do Corpo Europeu de
Solidariedade está aberta aos jovens até aos 30 anos de idade. Depois de se inscreverem, os participantes no Corpo Europeu de Solidariedade podem ser selecionados e convidados a integrar uma vasta gama de projetos, relacionados, por exemplo, com a prevenção das catástrofes naturais ou a reconstrução na sequência de catástrofes deste tipo, a assistência em centros de requerentes de asilo ou a resposta a outras questões sociais a nível da comunidade. Os projetos apoiados pelo Corpo Europeu de Solidariedade podem durar entre dois e doze meses, decorrendo, regra geral, em países da União Europeia.
www.iefp.pt
Vantagens de participar no Corpo Europeu de Solidariedade Participar num projeto do Corpo Europeu de Solidariedade é uma experiência interessante para qualquer jovem. Independentemente de te quereres candidatar ao ensino superior ou encontrar um emprego, esta experiência ser-te-á muito útil. O Corpo Europeu de Solidariedade pode ser uma oportunidade para exerceres uma atividade interessante, que poderá proporcionar-te a aquisição ou o
reforço de competências facilitadoras da tua futura integração no mercado de trabalho. Depois de participares num projeto, tens direito a receber um certificado de participação, que poderás utilizar quando te candidatares a um emprego ou a um curso. Participando no Corpo Europeu de Solidariedade, também beneficiarás de uma série de outras vantagens, em função do tipo de projeto em que participares. Terás a possibilidade de conhecer novas dinâmicas culturais, consolidar a aprendizagem de outras línguas e experimentar práticas profissionais em contextos solidários, muitas vezes diferentes dos habituais no teu País.
Que apoios posso receber? Apoio financeiro para os candidatos Entrevista de emprego
De €100 a €350, de acordo com o país de destino
Relocalização
De €700 a €1400, de acordo com o país de destino
Curso de Línguas
Até €1500
Reconhecimento de diplomas/ qualificações
€400 (flat rate)
Regresso ao país de origem
Custos declarados em documento legal
Os participantes que forem recrutados para um emprego receberão um contrato de trabalho e um salário, em conformidade com as normas do país para onde vão trabalhar. Ainda podes receber apoio financeiro, desde que apresentes a candidatura antes do início da ação a que o apoio respeita.
Para mais informação consulta: www.iefp.pt/projetos-e-iniciativas
34 | Forum Estudante | nov’18
Menos é Mais A tua equação da energia
Já conheces a Etiqueta Energética? A disponibilização de informação precisa e comparável relativamente ao consumo de energia de produtos e equipamentos deve influenciar a tomada de decisão do consumidor, motivando para uma escolha mais eficiente, e assim com um menor esforço financeiro e ambiental na sua utilização. Por isso vamos saber um pouco mais sobre a etiqueta energética e a sua importância! Exemplo da indicação da classe energética e correta apresentação da etiqueta
Que produtos e equipamentos apresentam etiqueta energética?
Onde podes encontrar a Etiqueta Energética?
A rotulagem através desta etiqueta tornou-se obrigatória desde 1992 e atualmente já é obrigatória para lâmpadas, pneus e vários eletrodomésticos: máquinas de lavar loiça, lavar roupa, secar roupa, fornos elétricos, equipamentos de refrigeração (frigoríficos, combinados e arcas), aparelhos de ar condicionado, aspiradores e ainda televisores.
Nas lojas físicas, cada produto ou equipamento deve apresentar a etiqueta energética completa. Esta deve ser colocada no produto, na frente ou superfície superior, de modo a que seja imediatamente visível ao cliente que consulta o produto. No caso de produtos vendidos em embalagem, esta deve apresentar a etiqueta (impressa diretamente na
embalagem ou colada na mesma). É o caso das lâmpadas, cuja indicação de classe energética deve estar junto ao preço, mas na embalagem deve estar impressa a etiqueta completa. Em lojas online, a classe energética deve ser indicada junto às características do produto ou equipamento. As etiquetas energéticas, bem como a ficha do produto com as demais características relevantes no contexto da eficiência energética do
Imagem de uma loja online promocional em que a classe energética é indicada junto às características
LED
LED
LED
3840 x 2160 · Ultra HD · LED 16:9 · Smart · 189 cm
3840 x 2160 · Ultra HD · D-LED 16:9 · Smart · 190 cm
3840 x 2160 · HD · D-LED 16:9 · Smart · 188 cm
mesmo, devem estar disponíveis para consulta direta ou através de um link. Em folhetos promocionais, ou outros materiais de publicidade, a classe energética também deve estar presente.
A Escala de Eficiência Energética A escala de eficiência energética de produtos e equipamentos apresenta tipicamente sete classes, entre A e G. No entanto, sempre que é atribuída etiqueta energética a um produto prevê-se, desde logo, que a etiqueta seja revista em vários momentos. Para a maior parte dos casos, no momento inicial a escala vai de A a G e, num segundo momento, após a etiqueta energética desse produto estar em vigor há algum tempo, tipicamente dois anos, são introduzidas novas classes energéticas para motivar os fabricantes a desenvolver soluções energeticamente ainda mais eficientes eliminando as classes inferiores, entre E e G e introduzindo novas classes no topo da classificação, A+, A++ e A+++. Atualmente, as máquinas de lavar roupa e loiça, aparelhos de refrigeração e televisores são classificados de acordo com uma escala, de 7 classes, de A+++ (mais eficiente) a D (menos eficiente). A etiqueta dos aspiradores tem uma classificação de A a G, migrando para A+++ a D, de forma faseada, até 2020.
Como deves ler a etiqueta! A etiqueta energética foi concebida para ser única no Espaço Económico Europeu (EEE), utilizando uma
Fornecedor ou marca comercial e modelo O tipo de produto é identificado pelo pictograma
Radiador
Toma de água Reservatório
Nível máximo de ruído exterior
Esquema de uma etiqueta de equipamentos de preparação de água quente sanitária
Da esquerda para a direita: Etiqueta Energética da máquina de lavar loiça, do frigorifico, do televisor e do aspirador
linguagem neutra com recurso a pictogramas. Tal significa que um produto comercializado em Portugal deverá apresentar a mesma etiqueta energética que o mesmo produto comercializado num outro país EEE.
Como podes calcular a poupança de energia? A consulta deste tipo de informação é muito importante porque pode trazer, no futuro, grandes economias de energia no caso da escolha recair sobre um equipamento mais eficiente, ou grandes gastos caso se compre um equipamento menos eficiente. Passando da teoria à prática. Caso se opte por um equipamento de classe A+++ (por exemplo, um frigorífico), em detrimento de um de classe A+, a poupança pode ser cerca de 450 euros para o tempo de vida útil do
equipamento, considerando 15 anos. Para calculares esta poupança, basta multiplicares o consumo pelo custo da energia presente na fatura. Se não souberes podes multiplicar por 0,185 €/ kWh. Depois, basta subtraíres o menos eficiente pelo mais eficiente e tens a tua poupança anual. Não te esqueças que a eficiência da utilização só depende de ti. Podes ter o equipamento mais eficiente tecnologicamente, mas se o utilizares de forma ineficiente ele terá um comportamento ineficiente e gastarás mais energia e dinheiro do que o efetivamente necessário.
Se quiseres saber mais sobre a etiqueta energética consulta o site www.labelpack-a-plus.eu/portugal/
Comparação entre um frigorifico de classe A+++ e um de classe A+ (site da DECO)
Classe de eficiência energética do aquecimento de água
O consumo anual de eletricidade, expresso em kWh em termos de energia final e/ou o consumo anual de combustível, expresso em GJ em termos de PCS (Poder Calorífico Superior)
156
245
90
39
29,32 €/ano
313
239
78
44
58,83 €/ano
58,83 € - 29,32 € = 29,51 € 29,51 € x 15 anos = 442,65 € Tempo de vida
Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de energia elétrica, aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Poupança
36 | Forum Estudante | nov’18
/Pancadas
Chama-me todos os n*mes
Andamos uma vida inteira a controlar, pelo menos em público, o nosso vocabulário mais duro, sujo e maroto, para agora uma neurocientista publicar um livro a explicar que, afinal, D!zer Pal*vrões F*z Bem.
Emma Bryne esmiúça no seu primeiro livro a forma como “o calão está ligado à inteligência, reduz a dor, atenua o stress e ajuda a confiar nos outros». Isto são apenas algumas das «incríveis conclusões científicas» que é possível descobrir na obra desta investigadora na área da Inteligência Artificial e Neurociência, que chega agora a Portugal, numa aposta da editora Planeta. Para a especialista, dizer palavrões “pode parecer fútil – e, para alguns, pouco civilizado –, mas é uma parte incrivelmente útil da linguagem”. Isto porque mostra “como os nossos cérebros, emoções e até as sociedades funcionam”.
Os palavrões existem desde que os humanos começaram a comunicar, acrescenta Emma Bryne, e está provado que “ajudam vítimas de AVC a recuperar a linguagem». Para além disso, facilitam a coesão de grupo, melhoram a gestão do stress e reduzem a violência, por exemplo. De forma divertida, este livro apresenta case studies improváveis: desde os chimpanzés que inventaram as suas próprias “asneiras” ao homem que, depois de perder metade do cérebro, ganhou uma compulsão para praguejar. Há também capítulos sobre “os palavrões no local de trabalho”, o síndrome de Tourette (pessoas no espetro do autismo, que falam sem
filtros e dizem tudo o que lhes vem à cabeça) ou as versões internacionais da coisa, como se dizer um palavrão numa língua estrangeira fosse menos mau ou mais chique. Quem nunca começou por aprender um idioma diferente decorando, precisamente, um ou outro palavrão que atire a primeira pedra, sim? Aqui também se fala “do género e os palavrões”, uma secção que desconstrói o mito de que «uma senhora não diz isso» ou que, no mínimo, as mulheres praguejam menos que os homens. Vai-se a ver e não é bem assim: elas têm é preferência por outros palavrões. Sim, há palavrões específicos para cada género e estes até podem funcionar como quebra-gelo. Diz a The Economist que “os leitores vão de decerto fazer uma nova apreciação do lado mais sujo da linguagem”. É isso mesmo… Caraças?
Photo ©Gabriel Matula on Unsplash
Por Vera Valadas Ferreira
38 | Forum Estudante | nov’18
/HorosCópos
A castanha é tão castanha como qualquer coisa castanha. Tipo chocolate.
ga
sor Ésotan
Por Profes
Professor Esótanga traz-te um cartuchinho de novidades “quentes e boas”. O tempo é de São Martinho mas já há quem pense nos doces do Natal. Não se preocupem: dá para todos!
Capricórnio
Touro
Os nativos de Capricórnio gostam mesmo é de castanhas… de chocolate. Para quem não sabe do que se trata, são coisas com 100% forma de castanha e 100% feitas de chocolate. “As castanhas são tão castanhas como outra coisa castanha”, vai ser a justificação preferida, durante este mês.
Nativos e nativas de Touro, pela última vez, digam comigo, aprendam de uma vez por todas, para que nunca mais se enganem, mas estou a falar a sério, já ninguém percebe como chegámos a este ponto, digam comigo, agora e para sempre: o nome da bebida é “jeropiga” e não “jeropinga”.
(22/12 a 19/01)
(21/04 a 20/05)
Aquário
Caranguejo
Tendo em conta a posição de Plutão, face à rotação de Andrómeda e à luminosidade vinda de Alpha-Centauri, será melhor que os nativos de Aquário apertem os atacadores antes do intervalo. Just sayin’
Os nativos de caranguejo vão ter uma tendência para o pensamento introspetivo, para a contemplação da natureza e para a procura interpretativa do significado metafísico das coisas deste Mundo. No final, vão ter vontade de comer um chocolate.
(20/01 a 18/02)
Peixes
(19/02 a 20/03)
Os nativos de Peixes são uns românticos do outono. Adoram descer a rua, olhar os novelos de fumo que saem dos assadores de castanhas e apertar mais um botão do casaco, enquanto sorriem para si próprios. Só não vão contar com a chuvada que vai cair a seguir.
Carneiro
(21/03 a 20/04)
Quantas castanhas conseguimos comer de uma só vez? Eis a perguntar intemporal a que os nativos de Carneiro tentarão responder, no magusto da escola. A resposta virá na forma de uma grande dor de barriga.
(21/03 a 20/04)
Gémeos
(21/05 a 20/06)
Para os nativos de Gémeos, trago uma reflexão que pode ser muito relevante: “o verão de São Martinho são três dias e mais um bocadinho”. Daqui concluímos, amigos e amigas, que é a altura de, infelizmente, aceitar a realidade e arrumar os calções na gaveta. A saúde agradece.
Leão
(23/07 a 22/08)
Mais virados para a prática, os nativos e nativas de Leão vão levar a sério a máxima “se queres algo bem feito, faz tu”, esquecendo que, infelizmente, não sabem fazer trufas marinadas em molho de ostras (acompanhamento de soufflé de presunto). O resultado não será inspirador. Compra castanhas.
SIGNO DO MÊS Sagitário (22/11 a 21/12)
Recentemente, comprei uma bola de cristal 4K que vinha com um cabo HDMI e consegui ligar a Netflix. Quanto às previsões, os nativos de Sagitário vão planear um assalto a um banco, comandados por um misterioso “Professor”… Esperem aí, há aqui qualquer coisa que não bate certo.
Virgem
(23/08 a 22/09)
Não há fome que não dê em fartura, diz-se por aí, esquecendo-se que, muitas vezes, o contrário também é verdade. Depois de um verão inesquecível, os nativos de Virgem serão os mais reticentes em abraçar a nova estação. Ainda vamos ver alguns a fazer planos para ir à praia, no meio de um temporal.
Balança
(23/09 a 22/10)
O ascendente de Balança está num movimento descendente, o que tem tanto de confuso como preocupante. O resultado será uma propensão para uma narina direita entupida e uma leve comichão naquele ponto das costas que é muito difícil de coçar.
Escorpião
(23/10 a 21/11)
Quando os astros distribuíram a sorte e a fortuna para este mês, os nativos de Escorpião estavam na fila para a casa de banho. Daqui resultarão algumas complicações graves, nomeadamente três queimaduras ligeiras e duas pisadelas em poças de água.