#311 Revista Forum Estudante - Dezembro 2018

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Redescobrir a Terra Como será o futuro da Agricultura

Revista Forum Estudante | Dez 2018 | Edição n.º 311 | Mensal l Diretor: Gonçalo Gil l Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

Fama Mergulha na vida da Sea

Especial Erasmus+ Modalidades e vantagens deste programa de mobilidade

Study Abroad

Tens o Mundo nas mãos

Euroskills’18 Portugueses brilham em Budapeste



3 | Forum Estudante | dov’18

/Sumário

PASSATEMPOS

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Estes passatempos decorrem até 30 de dezembro de 2018, salvo indicação em contrário no próprio passatempo. Apenas serão atribuídos prémios a residentes em Portugal e somente um prémio por pessoa e morada em cada passatempo. Só será aceite, de cada concorrente, uma participação por dia. O não preenchimento correto do formulário de participação em www.forum.pt/passatempos, leva à desclassificação do participante. Os vencedores residentes na área da grande Lisboa terão de levantar o prémio na nossa sede em Lisboa. Aos restantes, os prémios são enviados via CTT. Após notificação, os vencedores têm um prazo de 15 dias para reclamar o prémio. Os prémios devolvidos não serão reenviados. A idade máxima de participação é de 25 anos, inclusive, a confirmar por documento de identificação. OS PREMIADOS SÃO ANUNCIADOS EM FORUM.PT. NOTA: as cores e modelos apresentados podem não corresponder às imagens apresentadas.

Telefone 218 854 730 FAX 218 877 666 Email geral@forum.pt

PASSATEMPO

Direção Gonçalo Gil goncalo.gil@forum.pt

INSTAGRAM

ÉS UM REBELDE SEM CAUSA? Temos 3 Memofante Shots para tu ganhares

Para teres uma memória de elefante, a Memofante oferece-te 3 embalagens de Memofante Shots. Participa em www.forum.pt

Temos 1 viagem dupla guardada para ti!

Já a pensar na viagem de finalistas? Se quiseres ir à Rebel Village, em Espanha, participa no passatempo a decorrer na conta da FORUM no Instagram. E não te preocupes, não precisas de ir sozinho: a viagem é dupla :)

Football Manager 2019? É só para ti!

Se te queres habilitar a um de 3 códigos digitais para PC do Football Manager 2019 que a Forum e a Ecoplay têm para te oferecer, não tens tempo a perder. Vai já a www.forum.pt e descobre o que tens de fazer para ganhar. Neste jogo tens um papel ativo no campo de treinos, desenvolvendo a tua equipa e aperfeiçoando os preparativos para os próximos jogos. Diverte-te!

www.forum.pt

Fotografia Fábio Rodrigues, Pexels, Unsplash Foto de capa: Depositphotos Design Miguel Rocha miguel.rocha@forum.pt Redação Fábio Rodrigues fabio.rodrigues@forum.pt Vera Valadas Ferreira vera.ferreira@forum.pt Assinaturas Paula Ribeiro Tel.: (218 854 730) pribeiro@forum.pt Anuidade: 10€ Publicidade Félix Edgar (Tel.: 218 854 103) felix.edgar@forum.pt Comunicação José Maria Archer (Tel.: 218 854 780) josemaria.archer@forum.pt Distribuição Vítor Silva (Tel.: 218 854 755) vitor.silva@forum.pt Produção Monterreina Área empresarial Andalucía Cabo de Gata 1-3, sector 2 28320 Pinto Madrid Tiragem: 40 mil exemplares FORUM ESTUDANTE Revista de Cursos, Escolas e Profissões Propriedade e Edição de: PRESS FORUM, Comunicação Social, S.A. Capital Social: 60.000,00¤ NIF: 502 981 512 Periodicidade Mensal Depósito Legal n.º 510787/91 Registo ICS n.º 114179 Sede da Redação Tv. das Pedras Negras, nº 1 - 4.º 1100-404 Lisboa Tel.: 218 854 730 | Fax: 218 877 666 Estatuto Editorial forum.pt/196-institucional/10022-sobre-nos

Administração Roberto Carneiro (Presidente) Rui Marques Francisca Assis Teixeira

SUMÁRIO 04 06 10 16 18 25 36 38 44 47 54

Escolas Notícias daqui e dali

Saberes Para que serve o CNJ? Gaming O regresso da saga Just Cause Cinema O português caçador de auroras Fama Conversa com a youtuber Sea Especial Erasmus+ Livros Prendas de Natal para toda a família Internet Segura Concurso Creepypasta IEFP Euroskills’18 Redescobrir a Terra A nova Agricultura Horoscópos O mês da gula

#TEMA DE CAPA P.20 Estudar no Estrangeiro Vantagens e motivações, modalidades, testemunhos na 1ª pessoa, dicas sobre burocracia e opções de financiamento úteis para quem está a pensar em ir às aulas lá fora.

Revista Forum Estudante #311 // Dez 2018 // e-mail: geral@forum.pt // www.forum.pt


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/Escolas

Sintra investe em 1.6 milhões de euros em requalificação

RBE: Candidaturas abertas para escolas Estão abertas as candidaturas ao programa “Todos Juntos Podemos Ler”, da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) até 21 de dezembro. A iniciativa tem como objetivo integrar novas escolas, apoiar projetos de inovação, incentivar a criação de programas de leitura de âmbito curricular e estimular a implementação de estratégias de melhoria da qualidade dos serviços

da biblioteca escolar. A RBE informa, no seu site, que a apresentação dos projetos deverá ser “efetuada pelas escolas sede de agrupamento e escolas não agrupadas, uma vez que o acesso aos formulários apenas é permitido a estes estabelecimentos”. Mais informações sobre o procedimento de candidatura poderão ser solicitadas para candidatura2019@mail-rbe.org.

A autarquia de Sintra vai investir 1.6 milhões de euros na requalificação das escolas da União de Freguesias de Agualva e Mira Sintra já em 2018/19. Para além da requalificação energética dos edifícios e da remoção de coberturas em fibrocimento, estão previstas intervenções em logradouros e cozinhas, neste caso de modo a garantir a segurança alimentar através da ampliação dos espaços e da substituição de equipamento antigos. O Plano de Investimentos nas Escolas de Sintra prevê, até 2021, a intervenção em 98 escolas, 49 das quais já nos próximos dois anos, num investimento total de 20 milhões de euros.

Vila Verde combate abandono escolar 160 mil alunos avaliam literacia A primeira fase da LITERACIA 3Di decorreu de 19 a 30 de novembro e avaliou as competências de Matemática, Ciência, Leitura e Inglês dos alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. Esta iniciativa abrangeu 160 mil alunos dos 5.º, 6.º, 7.º e 8.º anos. Os alunos que obtiveram o melhor resultado em cada agrupamento escolar (ou estabelecimento de ensino não agrupado) foram apurados para a segunda fase, agendada para março, nas capitais de distrito.

Aí serão encontrados os grandes finalistas que, no dia 17 de maio de 2019, vão competir pelo título de campeões nacionais de literacia, no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, em Lisboa. Na última edição os vencedores das diferentes fases receberam uma viagem a Cambridge com frequência de aulas de Inglês, bolsas de estudo, tablets, smartphones e livros. As escolas dos campeões nacionais de literacia receberam 5000€ para aquisição de material didático.

As escolas do concelho de Vila Verde vão implementar um Plano do Projeto Municipal de Combate ao Insucesso Escolar que pretende elevar as taxas de sucesso escolar e reduzir as taxas de abandono. O Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE) do Cávado foi criado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, no âmbito da PI 10.1: “Redução e prevenção do abandono escolar precoce e estabelecimento de condições de igualdade no acesso à educação infantil,

primária e secundária, incluindo percursos de aprendizagem formais e informais, para a reintegração no ensino e formação”. Financiada pelo Fundo Social Europeu em 85%, num investimento total de cerca de 455 950,58€, esta medida assume-se como um instrumento de ligação e interacção entre as comunidades educativas do Cávado no combate aos níveis de insucesso escolar. O município apresentou três projetos que integram 13 ações, desenhadas pelos Agrupamentos de Escolas e pela Escola Secundária.


Aviso

todos os alunos que venham a usufruir do sistema de vouchers para aceder a manuais gratuitos deverão obrigatoriamente devolver os livros. Quem pretender ficar com os manuais terá de pagar, sob risco de ser excluído do programa no ano letivo seguinte.

A tua escola já tem SELFIE? SELFIE e é uma iniciativa da Comissão Europeia que pretende ajudar as escolas a refletirem sobre a forma como utilizam as tecnologias digitais para o ensino e a aprendizagem. A Self-reflection on Effective Learning by Fostering the use of Innovative Educational Technology é uma das 11 iniciativas do Plano de Ação para a Educação Digital. A ferramenta é modular, sendo que as próprias escolas podem escolher várias afirmações facultativas e adicionar um máximo de oito perguntas personalizadas. A SELFIE vai abranger 76,7 milhões de alunos e professores em 250 mil escolas. Está disponível em 24 línguas da União Europeia.

43%

dos alunos que entram para um curso profissional aos 17 anos terminam-no no período previsto. No início do século passado apenas

10%

da população sabia ler e escrever Neste ano letivo, o conselho de Valongo ofereceu

621 livros e

180

tablets às escolas para promover o sucesso escolar e a leitura

Encontro Jovens Repórteres para o Ambiente em Viseu Entre os dias 9 e 11 de novembro, realizou-se o Seminário Nacional Jovens Repórteres para o Ambiente. Durante três dias, professores e alunos estiveram reunidos, com um dos principais objetivos a passar pela partilha de experiências e de objetivos comuns. De igual forma, os trabalhos incluíram também workshops e a entrega de prémios para algumas das melhores reportagens do ano. O programa incluiu ainda momentos para a realização de trabalho de campo, com destaque para os concursos “Melhor Poster” e “Melhor Foto do Encontro”.

Entre 2012/2013 e 2017/2018, o número de alunos com necessidades educativas especiais (NEE) sofreu um aumento de

41%

, passando de 62.100 para 88.023. No âmbito do novo modelo de flexibilidade curricular, as escolas podem gerir até

25%

da tua carga horária semanal

Ambiente e artistas de mãos dadas para repensar rios e ribeiras Numa iniciativa do Projeto Rios, coordenado pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), Aveiro vai receber a primeira residência artística ambiental com a finalidade de criar uma instalação artística alertando para a problemática dos resíduos nos nossos rios e ribeiras. A residência artística ambiental decorrerá na Quinta Ecológica da Moita, um espaço que resultou da parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, em Oliveirinha, durante os dias 26, 27 e 28 de novembro e de 3 a 14 de dezembro. A residência artística será constituída por alunos de escolas do município de Aveiro e por um grupo de artistas, de várias regiões do país, composto por 7 elementos de várias especialidades artísticas, nomeadamente na área da cenografia, multimédia, pintura, arquitectura e artes plásticas. Nesta ação vários artistas plásticos trabalharão o lixo recolhido das margens ribeirinhas, em especial do centro e norte de Portugal, durante a campanha Rios em Movimento, que decorreu de 8 a 10 de novembro, e na Semana Europeia dos Resíduos, com o propósito de criar uma instalação artística capaz de alertar o público em geral para a importância de reduzir o impacte ambiental sobre os nossos rios e ribeiras, em especial as descargas de resíduos de forma ilegal e irresponsável. Para Joaquim Ramos

Pinto, presidente Nacional ASPEA, este género de iniciativas são uma óptima forma de conscientizar e estimular a participação da sociedade civil acerca das problemáticas dos nossos sistemas ribeirinhos, bem como, da valorização do território, uma vez que

coloca as pessoas no centro das ações de Educação Ambiental e lhes permite ter um contacto direto com a problemática. Através da instalação artística que virá a ser exposta em centros de interpretação e educação ambiental, pretende-se debater o tema dos resíduos e dos riscos ambientais em rios e ribeiras de forma interativa e apelativa em ações de Educação e Comunicação Ambiental, Esta iniciativa conta com o apoio do Fundo Ambiental, enquadrado no aviso “Educação Ambiental + Sustentável: Repensar Rios e Ribeiras”, no âmbito da Estratégia Nacional de Educação Ambiental – ENEA2020.


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/Entrevista

Hugo Carvalho, Presidente do CNJ

“Tenho de mostrar os dentes pelos jovens”

Por Fábio Rodrigues

Como defines a ação do CNJ? O CNJ é uma organização política de representação dos jovens portugueses. É política e faz política, tendo nessa vertente várias dimensões. Uma delas é a de auscultação, ou seja, é um parceiro social que trabalha com vários parceiros como o Conselho Nacional de Educação ou a Assembleia da República.

Qual a outra dimensão? A outra parte é a política de mobilização da atenção mediática, das pessoas ou das instituições, para o que são as causas de hoje dos jovens. Eu, como qualquer outro Presidente do CNJ, tenho de ser a pessoa que fala por uma geração inteira e que, na minha opinião, deve mostrar os dentes pelos jovens.

No seu segundo mandato enquanto Presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Hugo Carvalho fala à FORUM sobre a defesa dos direitos dos jovens e a necessidade de se reforçar a aposta nesta geração. Entre ajustes e correções, uma certeza: “ser jovem, hoje, é ter o Mundo na mão, ter o mundo no bolso”.

Sentes que há uma atitude condescendente para com os jovens? E isso implica a proteção de um espaço de juventude? A nossa maior ambição é criar oportunidade. Nós [os jovens] não somos nenhuns burros, nem analfabetos, nem uns bêbedos estudantes. Existe esta condescendência brutal: de se achar que ainda falta qualquer coisa. Ainda falta experiência, o que quer que seja. Ninguém quer uma luta entre velhos e novos: todos somos precisos. Agora,

E quais são algumas das causas dos jovens hoje? Essa é das perguntas que mais vezes me fazem. A causa é exatamente a mesma que os jovens de há 50 ou 100 anos tinham: serem felizes. E isso envolve olhar para tudo. Os problemas dos jovens de hoje não são os de há 50 anos atrás. O problema maior é que perdemos o espaço de decisão. Os senhores que inventaram a cogestão e a codecisão, hoje, empurram os jovens para o zero, para o nada.

“É preciso ir votar e valorizar as instituições que temos, da junta de freguesia até ao Parlamento”

De que forma? Tiram os jovens dos conselhos diretivos das instituições de Ensino Superior, não querem estudantes a ter associações porque os incomoda… Metade das associações juvenis são presididas por pessoas entre os 30 e os 86 anos que as criaram há muito tempo e as querem preservar. Essas são as mesmas pessoas que, hoje em dia, dizem que os jovens não querem saber.

temos de notar o facto de os sindicatos serem presididos com pessoas quase na idade da reforma, na sua maioria. E de os partidos estarem a envelhecer e do parlamento estar a envelhecer…

Qual poderia ser uma forma de mudar esse cenário? Há correções que são de sistema. Como seria, por exemplo, poder um

dia limitar os mandatos na Assembleia da República. Não são limitados até porque a Constituição da República Portuguesa não o prevê, seria preciso uma revisão constitucional para isso. Mas é assim que temos o Parlamento a envelhecer. Tive várias conversas com deputados que me diziam: “Tem que se rejuvenescer a política”. Então, mas [se] você é deputado há trinta anos…

Qual o papel dos partidos na mudança de que falas? Os partidos poderiam dar o primeiro passo. Os partidos aprovaram todos as quotas de género. É um mecanismo de correção que era necessário. Mas não os vejo minimamente preocupados em ter pessoas mais novas a abraçar a causa pública partidária. O sistema precisa de muitos mecanismos


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/Entrevista de correção, nomeadamente em tudo o que diz respeito ao setor da juventude. Está totalmente obsoleto. Mas é muito complicado porque é um setor muito imobilista: os jovens de há uns anos atrás querem continuar a ser donos dele. Depois, há questões de investimentos nos jovens e na juventude.

Que tipo de questões? Hoje estamos mais estáveis [financeiramente] e todas as medidas que foram tomadas, conforme aumentou a capacidade de as tomar, foram para a geração do costume. Foi desbloqueada a progressão das carreiras para quem está na carreira há muito tempo, não para quem quer entrar nelas. Foram devolvidos os salários aos que tinham cortes. Foram devolvidas as pensões. Aos jovens, nada. Há transferências do Orçamento de Estado para capital da Segurança Social de dezenas de milhões de euros. Não seria mais benéfico investir na nossa geração, a entrar no mercado de trabalho, a criar empresas, a atingir chefias de empresas, etc…? Para que nós, produzindo mais, capitalizássemos a segurança social? Há uma diferença entre garantir algumas gerações a todo o custo, deixando outra na miséria. Deveríamos fazer isto ao contrário.

Pensas que existe um conflito de gerações? Não. Acho que todos são precisos. Portugal tem de ser um país de

gerações e é por isso que é preciso colocar todos em posição de igualdade. Com certeza, haverá competência dos dois lados e, com certeza, os dois lados têm lugar.

Essas visões são conciliáveis? Claro que não vamos agarrar nas pessoas com 60 anos e metê-las na rua. É claro que é difícil, compreendo. Faço questão de dizer e sublinhar isto: os jovens querem para si exatamente

“No meu primeiro ano de mandato, mudei muito mais com um telefonema do que com trinta atividades que organizei”

o mesmo que querem para todas as pessoas: felicidade, acesso ao emprego, acesso à construção da sua família. Eu sou um grande defensor do Estado Social, para ter, por exemplo, Educação e Saúde para todos. E acho fantástico como se tem verificado cada vez mais este fenómeno: parece que só há direitos para uma geração. Os jovens podem andar por aí precários e, normalmente, quem está lá em baixo somos nós [jovens].

Falaste em direitos que são negados aos jovens. Quais? O direito à habitação, o direito a um emprego com condições – o direito a ser feliz. O meu avô está sempre a “ralhar” comigo porque, com a minha idade, já trabalhava e tinha três filhas. E eu nem sequer vislumbro essa possibilidade. É claro que a minha geração está muito melhor em muitos aspetos. Ninguém está disponível para abdicar de direitos. E ninguém deve estar. Mas todos estão confortáveis a ver os jovens a recibos verdes em juntas de freguesia, na administração pública ou no IEFP. E as pessoas, que não estudaram metade do que eu


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/Entrevista

[jovem] estudei, dizem com toda a normalidade: “O puto ainda é novo, ainda precisa de experiência”. É um bocado injusto, acho eu.

Foram as pessoas com 25 anos. E foram todas as que eu pus a trabalhar. Façam o mesmo. Vão-se surpreender”. Acho que isto é uma mensagem brutal.

O cenário que descreves parece reforçar a necessidade dos jovens se “defenderem”, como dizes. Que avaliação é que fazes da ligação dos jovens à sua própria representação?

O que é, hoje em dia, ser jovem?

É a minha pergunta preferida. Tenho a certeza que isto também é culpa nossa. Nós, jovens, estamos afastadíssimos da participação formal e estamos indignados. Quanto mais nos afastarmos, menos vamos decidir. É preciso ir votar: votar mesmo, valorizar as instituições que temos, da junta de freguesia até ao Parlamento. Temos de valorizar isto, porque salvou-nos a vida de coisas que nem sequer temos noção.

Qual o maior perigo que nasce desse afastamento? Um regresso à participação não pelas melhores razões. Isso viu-se em todo o lado: já se viu em França, já se viu na Áustria, vai ver-se no Brasil. Quando as pessoas não veem resposta, normalmente, cansam-se o suficiente para procurar resposta noutros sítios. Os sítios mais populistas dão as respostas fáceis todas e têm uma coisa muito perigosa, que é ter certezas absolutas de tudo: é uma coisa que deveríamos todos desconfiar. Penso que em Portugal também se vai verificar e tenho medo disso.

Sentes que, em Portugal, já existe esse afastamento dos jovens do sistema? Sim. Sinto que há cada vez mais indignação. Isso é péssimo: as pessoas estão indignadas com a política. E o perigo está à vista, pode acontecer o mesmo que nos outros países. O Obama veio ao Porto, há uns tempos, e deixou uma mensagem muito clara: “quem me ajudou a transformar a América, foram as mesmas pessoas que me ajudaram a ganhar as eleições.

Ser jovem, hoje, é uma brutalidade de coisas, nomeadamente de Mundo: ninguém é só português, hoje. Nós nascemos europeus, vamos para todo lado, viajamos para qualquer lado na Europa por 30 euros. Ser jovem hoje, é ter o Mundo na mão, ter o Mundo no bolso. E isso tem consequências [positivas]. Há um estudo da ESN (Erasmus Student Network) sobre a abstenção nas eleições europeias. A abstenção entre estudantes que fizeram Erasmus foi 21%. Em Portugal, 21% foi a taxa de jovens que foi votar às eleições. Isto mostra que, se damos um sinal positivo, mostramos que vale a pena. Ninguém dá valor ao que não conhece, ao que não sabe que existe. É exatamente igual ao CNJ: a maior parte dos jovens não sabe o que é o CNJ. Se não sabe, porque é que há de valorizar?

E como é que um jovem pode ter a perceção do que é o vosso trabalho?

hoje dão cartas em Portugal: os Escoteiros de Portugal, as juventudes partidárias, as juventudes dos sindicatos, as organizações religiosas e, agora, pelos movimentos educativo, LGBT, desportivo, etc... Mas não vale a pena estarmos a dar respostas ‘giras’, a dourar a pílula. Eu não tenho superioridade moral a ninguém para dizer “devias saber mais sobre o CNJ”. A resposta tem de ser o contrário. Tem

“Nós [os jovens] não somos nenhuns burros, nem analfabetos, nem uns bêbedos estudantes”

Nomeadamente, através das nossas organizações. O CNJ foi fundado há 33 anos por organizações que ainda de ser o CNJ e as suas organizações a mostrarem que vale a pena. Aprendi isso com a minha experiência. No meu primeiro ano de mandato, mudei muito mais com um telefonema do que com 30 atividades que organizei.

Que telefonema foi esse? Foi o telefonema que fiz para o Jornal de Notícias, a denunciar que havia empresas a roubar estagiários. E foi só sair nas notícias. Portanto, a pergunta que qualquer presidente do CNJ tem de fazer a si próprio todos os dias é: “como é que mudaste, para melhor, a vida aos jovens hoje?”. Nem todos os dias se consegue responder a isto. Mas deve ser essa a ambição.


9 | Forum Estudante | dez’18

/Futurália

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10 | Forum Estudante | dez’18

/Gaming

Just Cause 4: Furacão de liberdade A saga Just Cause está de volta, para o seu quarto e mais recente título, lançado a 4 de dezembro. Os autores falam “da aventura mais ambiciosa de Rico até ao momento”. A história de Just Cause começa há 12 anos, em 2006, com o lançamento do primeiro título. À época, a receção dos críticos foi positiva e, desde cedo, seria elogiado um dos elementos que se tornaria uma das marcas da saga: “o sentimento de liberdade”, escrevia a revista Edge. Uma marca que fica patente nos mapas de jogo

à dinâmica de jogo. Todos os títulos centram a ação em países fictícios, sendo os enredos baseados nas ideias de libertação, rebelião e ditadura. Se no último título, Rico Rodriguez regressa à sua terra natal para tentar destronar uma ditadura militar, em Just Cause 4 procura enfrentar um exército privado que apoia diversos regimes autoritários.

A nova Causa Se é verdade que haverá temas comuns neste título, também já foram reveladas algumas novidades. Desde logo, haverá um novo motor de jogo (baseado na tecnologia Apex) que envolve novas animações e dinâmicas, nomeadamente no que diz respeito ao clima. Tornados e furacões, por

de grandes dimensões e nas próprias ações do protagonista, Rico Rodriguez. É possível, por exemplo, entrar num avião, pilotá-lo, apenas para, depois, saltar de paraquedas. Liberdade é, de resto, uma palavra que os criadores associam com frequência

exemplo, poderão surgir, oferecendo dramatismo à narrativa. O resultado é “Física nunca antes vista”, escreve Ryan McCaffrey, no portal IGN. Ao mesmo portal, o diretor de jogo, Francesco Antonioli, revelou a necessidade de “apresentar algo de

novo aos fãs”. Se até agora o título era conhecido sobretudo pela diversão associada à destruição, existe a promessa de que algo poderá mudar também na interação com os outros personagens do jogo. “A inteligência artificial deverá ser mais evoluída e com maior capacidade tática, o que apresenta novos desafios”, escreve a Gamespot. No Twitter, a conta de Just Cause 4 tem revelado alguns previews que mostram, por exemplo, Rico Rodriguez a combater um helicóptero, no centro de um furacão. Talvez por essa razão, na mesma plataforma, os criadores descrevem a mais recente adição à saga como “a aventura mais ambiciosa de Rico até ao momento”.


11 | Forum Estudante | dez’18

/Fulbright

Publirreportagem

Trajetos Fulbright

“A melhor experiência que já tive” Catarina Sousa é estudante de licenciatura na Faculdade de Economia na Universidade do Porto e participou no programa SUSI on Social Entrepreneurship organizado pela Universidade do Tennessee, Chattanooga, nos EUA, durante os meses de julho e agosto de 2018. Os custos da participação foram integralmente suportados pelo Departamento de Estado dos EUA. Conhece o seu testemunho. foram a melhor experiência que tive até ao dia de hoje: num grupo dinâmico de 22 estudantes de 19 países diferentes (aos quais agora tenho a honra de poder chamar de amigos),

“Agora, de volta a casa, tenho a garantia de que não podia ter passado o meu verão de melhor forma.” explorámos a vertente do empreendedorismo social abordando aspetos como

a diversidade, a liderança e a gestão. Todas as lições que aprendíamos eram aprofundadas junto de atividades mais práticas. As cinco semanas passaram a correr. A componente teórica não podia ter terminado de melhor maneira, com uma viagem a Nova Iorque, que juntou tanto o aspeto turístico como o empreendedor, e uma última paragem em Washington D.C. Agora, de volta a casa, tenho a garantia de que não podia ter passado o meu verão de melhor forma.

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Há uns meses aterrava em Chattanooga, após 24 horas entre aeroportos. Na viagem para o campus, o responsável pelo programa SUSI na University of Tennesse at Chattanooga disse-me a mim e ao resto do grupo que, nas próximas semanas, iríamos aprender a pensar: não só sobre a cultura nos EUA mas também sobre o mundo que nos rodeia e as questões socioeconómicas que nos assaltam o pensamento diariamente. A verdade é que as semanas que se seguiram

Bolsas para os Estados Unidos da América

Bolsas e programas disponíveis Bolsas Programa Fulbright Bolsas Fulbright para Mestrado e Doutoramento Bolsas Fulbright /Fundação Carmona e Costa para Mestrado em Belas Artes – Desenho Bolsa Fulbright para Investigação Bolsas de curta duração Study of the United States Institutes (SUSI) SUSI para Professores e Administradores do Ensino Secundário SUSI para Professores e Investigadores do Ensino Superior SUSI for Student Leaders from Europe – Para estudantes do 1º ou 2º ano das Licenciaturas.

Comissão Fulbright | www.fulbright.pt

Programas de Orientação Educacional de frequência gratuita Competitive College Club – Para estudantes no 11º ano do ensino secundário em Portugal que pretendam candidatar-se ao ensino superior nos EUA. Pathway to Graduate School – para estudantes com licenciatura que pretendam candidatar-se a programas de mestrado ou doutoramento em universidades nos EUA.


12 | Forum Estudante | dez’18

/Tech

Review: Razer Kraken Tournament Edition

Inovação para imersão

Por João Duarte Silva

Desde logo, este periférico destacase pela sua flexibilidade: combina as características de um headset gaming com a qualidade esperada de um bom headset para ouvir música e ver filmes. Por essa razão, esta é uma das melhores ofertas neste patamar de preço.

Design De um ponto de vista estético, o periférico apresenta o verde clássico da Razer (ou preto, se preferirem), uma robusta armação em alumínio e uma banda acolchoada. Mesmo assim, o peso não é um fator negativo e o conforto, mesmo depois de longas sessões de jogos, é excelente. A camada de gel e o tecido que cobrem as almofadas de espuma ajudam a reduzir o calor e a espuma, com efeito memória, garante que o encaixe é perfeito para qualquer cabeça.

Hardware O potencial dos poderosos drivers de 50 mm é utilizado ao máximo pela inclusão do THX Spacial Sound, uma tecnologia que permite experienciar o som do jogo em 360 graus. Esta característica altera completamente a perceção espacial do som. Em jogos

O headset Razer Kraken Tournament Edition traz os pontos fortes de produtos passados e acrescenta novas tecnologias. O resultado é o estabelecimento de um novo paradigma no mundo dos headsets.

como Overwatch, CS:Go e Battlefield 1 sente-se uma enorme diferença no ambiente e na imersão. O nível de precisão com que conseguimos discernir a origem de todos os barulhos e tiros é incrível e isso nota-se na jogabilidade. Passos, explosões e veículos ouvem-se com uma nitidez e claridade que não existe noutros fones nesta categoria de preço. Para filmes, séries e música, é de esperar que um headset afinado para jogos fique aquém do desejado. No entanto, os Kraken TE surpreendem e dão-nos o pacote completo. A música, mesmo antes de mexer no equalizador, é equilibrada e consistente. O mesmo se pode dizer quando se vê um filme ou uma série: sons nítidos e vivos, sem se sobreporem uns aos outros.

experimentar e encontrar as melhores definições para o que queremos fazer. Permite-nos calibrar o surround, aprimorar a qualidade e clareza do som e ainda equalizá-lo, com controlos manuais ou por escolha de quatro predefinições.

Notas finais Os Kraken TE são uma surpresa muito agradável. A Razer apresentou-nos o que estamos à espera: uma nova versão de um excelente periférico gaming com características topo de gama, qualidade acima do normal e tecnologia inovadora. E como se não chegasse, surpreendeu com um excelente headset para uso geral, desde música, filmes ou navegar na internet.

Software Os Kraken TE não ligam diretamente ao computador. O headset traz um amplificador, para ligar ao computador por usb, onde se liga o periférico. Este amplificador permite controlar o volume, o equilíbrio entre o som das comunicações e o som do jogo, ligar e desligar o THX Spacial Sound e ainda controlar até 17(!) níveis de baixos. O software é, ao mesmo tempo, acessível e complexo. De um ponto de vista utilitário, é muito fácil

Review Total 4.5/5 Design 90% Precisão 90% Ergonomia 95% Software 80% Preço 90%



14 | Forum Estudante | dez’18

/Deco Jovem

Publirreportagem

Desafio SITESTAR.PT 6 “Faz o teu site e divulga as tuas ideias ao mundo!” este é o desafio da 6ª edição do Sitestar.pt! O Sitestar.pt é uma atividade que promove a literacia digital dos jovens, incentivando a criação de conteúdos digitais sob o domínio .pt, para a divulgação de projetos e atividades durante o ano letivo 2018/19. É uma parceria entre a DECO e o .pt O Sitestar.pt convida os jovens a desenvolver e a divulgar conteúdos, ideias, atividades e projetos relevantes em 3 categorias: A categoria “Escola Mais Digital”, que contempla a criação de sites sobre os diferentes saberes, experiências e trabalhos realizados em contexto escolar com a participação dos alunos, como por exemplo: › Sites de trabalhos das disciplinas e projetos específicos › Sites de clubes escolares › Sites dos media na escola (plataforma online do jornal online, rádios e canais de televisão) › Sites das Associações de Estudantes

“Faz a diferença!” é a categoria que contempla a criação de sites que divulguem iniciativas de voluntariado e inclusão social. É muito importante que sejam projetos ou atividades em que os jovens se encontrem envolvidos, desenvolvidos a partir da Escola ou na sua comunidade, como por exemplo: › Sites de ações de voluntariado com crianças, idosos ou população vulnerável; › Sites de iniciativas de inclusão social; › Sites de atividades de sustentabilidade ambiental;

A categoria “Jovens com Talento” desafia os jovens na criação de sites dedicados à expressão artística (música, teatro, pintura, etc.) assim como, atividades desportivas em que os jovens participem e que pretendem promover. Se na escola há: › modalidades desportivas como andebol, futebol ou ginástica; › grupos de teatro ou pintura; › uma banda de música, … estas poderão vir a ser o tema dos sites criados pelos jovens!

Podem concorrer ao Sitestar.pt alunos com idades entre os 14 e os 18 anos dos estabelecimentos de ensino públicos e privados nacionais, desde que aderentes à rede DECOJovem. Estão disponíveis em sitestar.pt mais informações sobre a iniciativa. Inscrições até dia 18 de Janeiro



16 | Forum Estudante | dez’18

/Cinema

Sarapanta

Vem do verbo sarapantar. O mesmo que “atordoa, perturba, espanta, confunde, pasma”.

Caçador de sonhos

Aurora boreal

Fenómeno ótico composto de um brilho observado nos céus noturnos nas regiões polares, em decorrência do impacto de partículas de vento solar com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético terrestre.

Sarapanta é um filme que nos inspira a seguir os nossos sonhos. Em jeito de diário, este documentário acompanha a aventura de Cristiano Saturno, um português no Alasca com “a pancada” das auroras boreais. Mais do caçá-las, este jornalista musical sem qualquer formação em Cinema rende-se a elas: uma maravilha do universo que nos faz sentir mínimos e, simultaneamente, gigantes. Um alerta à necessidade da contemplação. Por Vera Valadas Ferreira

A história deste documentário começou há 44 anos, no Porto. Foi lá que nasceu Cristiano Saturno (Pereira, de nome de batismo), um filho do meio muito especial. Há cerca de 18 anos, mudou-se para Lisboa, para exercer jornalismo musical num jornal diário. Em 2011, numa viagem à Lapónia finlandesa, ficou completamente fascinado com as auroras boreais e começou a ler bastante sobre o assunto. Foi aí que germinou o desejo de realizar um documentário sobre este fenómeno natural que tem tanto de algodão doce como de mercúrio num tubo de ensaio, que às vezes parece uma moca de LSD, outras a tela de um Picasso. Tudo isto fica claro em Sarapanta. Este documentário – com 40 minutos de duração e em inglês – é o resultado de uma viagem incrível pelo Alasca, vizinho do Canadá onde Cristiano vive há um

ano. “Este documentário era o que mais queria fazer na vida”, conta à FORUM. Os 19 dias previstos de aventura esticaram para 45. Tudo financiado com poupanças próprias e sem que este caçador de auroras tivesse qualquer formação em cinema. É por isso que este filme é “um bocado tosco”, nas palavras do seu criador. Não há truques de imagem ou de som: “what you see is what you get”.

As imagens falam por si, ainda que o filme tenha depoimentos de habitantes locais que podem assistir a esta maravilha da Natureza sempre que desejarem. “É melhor do que ir ao cinema”,

dizem às tantas. Bem, para quem não tem tal privilégio, Sarapanta – Chasing the Northern Lights é um excelente placebo. «Não queria fazer uma abordagem científica. Estava mais interessado nas emoções e na poesia», explica Cristiano Saturno. Com partida em Fairbanks — no centro do Alasca e um dos melhores sítios do mundo para ver auroras boreais (e com março no calendário, outra escolha que não foi à toa) — Cristiano, que numa primeira fase ia só “tentar fazer um vídeo ou uma reportagem”, pôs-se assim, para citarmos o filme, “no bom caminho”. O timbre grave do narrador dá voz aos pensamentos do autor deste filme que nunca teve guião. O texto, tão belo como a banda sonora, faz-nos refletir sobre o que vemos, mas também na cegueira que pode ser uma sociedade tecnológica e pouco contemplativa, em que estamos conectados nas redes sociais mas não connosco próprios.


«A partir do momento em que cheguei ao Alaska, tentei sempre afastar-me o máximo possível das luzes da cidade ou povoações. Foi por isso que optei por ficar em cabanas na floresta. Isoleime um pouco para não ter poluição luminosa. É muito intenso estar sozinho, no meio do nada, a ver um espetáculo daqueles no céu. Quando dás por ti, estás a sentir que aquilo é uma experiência religiosa ou algo do género”, conta Cristiano que, a meio caminho, arranjou um parceiro de viagem, “um francês meio louco”. As imagens do autor, que adora “o norte, o gelo, as florestas imensas, as distâncias enormes”, nitidamente exausto, enregelado, mas expetante,

ilustram a dureza física que foi esta demanda. Enfrentou o medo do sombrio e do desconhecido, para não falar nos lobos e nos alces. “O Alasca é um território imenso, selvagem e perigoso. Ouves barulhos e não consegues perceber o que são ou de onde vêm”, confessa. «Tive umas 3 ou 4 experiências muito intensas, sozinho, no meio da floresta, com auroras que estavam de tal forma intensas - eram enormes, com cores brilhantes e movimentos muito rápidos - que eu não percebia se chorava ou se ria. E o facto de estar sozinho a olhar para aquilo levava-me a pensar que o mundo inteiro devia estar ali para sentir o mesmo».

‘Sarapanta’ já esteve em exibição na Rússia, bem como em festivais nacionais como o Muvi (Lisboa) e o Porto/Pos/Doc. Em breve, seguirá para a Corunha (Espanha), pelo que a viagem, apertem os cintos, ainda agora está a começar. “Quero apenas partilhar o que vi, ouvi e senti”, confessa o realizador autodidata que já começa a pensar no próximo filme. «Será sobre coisas que se movem no ar ou sobre a procura de algo maior que nós. Interessa-me a nossa capacidade de deslumbramento e explorar dimensões híbridas, espaços vagos que não percebemos bem o que são. Tentar encontrar poesia na Natureza”.


18 | Forum Estudante | dez’18

/Fama

“A minha vida é tãooo normal!” Diz-se uma “nerd” de filmes de terror, apaixonada por bandas sonoras e com vontade de experimentar ser a atriz sobrevivente num slasher. É youtuber, autora de livros de auto-ajuda e de poesia bem triste, compositora e cantora. Prestes a lançar o seu primeiro CD, a rapariga com nome de mar e cabelo a condizer, confessou-nos que sentia falta da Música na sua vida e o que podemos esperar da sua estreia em disco. Vera Valadas Ferreira

Num formulário, o que escreves no campo da “profissão”? Teria de fazer uma lista de profissões. Para além de ser youtuber também tenho a parte da música, que é bastante forte, e antes disso era compositora. Ao mesmo tempo trabalho em marketing digital. Sempre tive vontade de ser um bocadinho de tudo. É divertido experienciar coisas diferentes. Só assim consigo descobrir aquilo que sou e do que gosto, o que me faz sonhar. Gosto de descobrir um bocadinho mais de mim todos os dias.

Muitos jovens aspiram ser youtubers. Que dicas lhes dás? Ser youtuber é uma grande responsabilidade, é um trabalho sem fins de semana nem férias. Tens de saber imensas coisas: filmar, mexer numa câmara, perceber de iluminação, planear conteúdos, fazer um guião, pesquisar, editar. Exige um conjunto de skills muito grande. As pessoas não têm noção do quão exigente é. Sou mesmo perfeccionista. O meu conselho é serem eles próprios e não tentarem

copiar o que tem sucesso. Temos de ser genuínos. Os teus viewers estão ali para te ver e não a outra pessoa. Só vais ter sucesso se te conetares com o espetador.

Tens bloqueios criativos? Todos os dias. Estou sempre a lutar contra isso. Às vezes é difícil estar

“É divertido experienciar coisas diferentes. Só assim consigo descobrir aquilo que sou e do que gosto, o que me faz sonhar. Gosto de descobrir um bocadinho mais de mim todos os dias” sempre feliz nos vídeos e transmitir essa autenticidade quando não estou assim a 100%. Também há aquela pressão de: “OK, e agora o que posso fazer de melhor? O que vem a seguir?”.

Sentes responsabilidade por teres uma audiência tão jovem? Não gosto de ser tomada como um exemplo pois não sou perfeita, tenho os meus defeitos como todos. Apenas quero criar um espaço na Internet onde as pessoas consigam acreditar nelas próprias e que depois tentem seguir os seus sonhos. Um espaço divertido, onde não importa quem tu és, qual a idade ou a religião. Ali tudo é possível, é um espaço acolhedor, onde todos se apoiam.

Até que ponto tens uma vida glamorosa? Tenho a possibilidade de fazer aquilo que quero, de ter coisas de que gosto, de poder investir nas coisas que quero. Mas, honestamente, a minha vida é tãoooo normal! Não quero ter uma vida assim tão glamorosa porque quero manter a conexão com as pessoas que me seguem. Tenho a noção de que imensas pessoas vivem com menos de 500 euros por mês.

Como lidas com a falta de privacidade associada à fama? Não me incomoda. Estou preparada.


19 | Forum Estudante | dez’18

/Fama

Estou muito grata por ter esses problemas de privacidade porque isso só quer dizer que tenho sucesso. É tão fixe poder estar com as pessoas. Sinto-me feliz sempre que me pedem uma foto ou um abraço. Tenho mesmo muita sorte. É o mínimo que posso fazer por quem me apoia. Tento não levar isto por garantido. Não sei até quando é que isto vai durar. Daí estar muito grata por, independentemente do futuro, poder ter esta experiência especial. De qualquer forma, gosto de fazer muitas outras coisas. Agora vou fazer aquilo que realmente quero: música, performance, dança. Estou muito entusiasmada com esta nova fase da minha vida.

Como é que a música surgiu na tua vida? Ui, adoro música! Sempre tive uma paixão tremenda por bandas sonoras. Quanto ao canto, sempre tive uma voz diferente. Num casting para um musical da escola, a minha professora disse-me que a minha voz era horrível e que eu devia parar de cantar. Levei isso bastante a sério. Não cantava nem no banho. Fiquei com um trauma gigantesco, cheia de vergonha de mostrar a minha voz. Até que um dia surgiu um casting para uma banda – não penso antes de dizer que sim às coisas porque se pensar já não as faço

“Quero criar um espaço na Internet onde as pessoas consigam acreditar nelas próprias e que depois tentem seguir os seus sonhos” – e assim entrei para os Lionskin. Foi uma grande aventura, o momento em que voltei a gostar da minha voz. Agora decidi que faltava essa parte da minha vida. Também escrevo poesia, um lado mais emocional, que muitas pessoas não conhecem. Adoro escrever sobre coisas tristes.

Estás a gravar o teu 1.º álbum. O que podemos esperar? Uau! Está a ser uma experiência incrível. Trabalhei com várias pessoas talentosas na criação dos temas. Temos música pop, menos pop, temas dançáveis e ainda uma balada lindíssima. Mal posso esperar para

mostrar. Estou mesmo orgulhosa do álbum que vai sair em breve. Já imaginei a apresentação ao vivo e vai ter muita dança, entretenimento, cor. Vai ser um show super divertido.

Em janeiro editaste Como Ser Um Unicórnio. Qual é a mensagem desse teu 1.º livro? Adoro escrever. Aliás, estou a escrever um livro desde os 14 anos, uma história mesmo incrível que tenho de publicar. Quando fiz esse meu 1º livro sabia que a minha comunidade de fãs estava a passar imensos problemas com bullying, uma situação horrível

“Tento não levar estas coisas por garantidas. Não sei até quando é que isto vai durar. Daí estar muito feliz e grata por, independentemente do futuro, poder ter esta experiência especial” pela qual passei. Nunca me senti tão sozinha. O bullying fez-me sentir tão pequena. Decidi ajudar de alguma forma as pessoas vítimas de bullying. Quis abrir um canal de comunicação entre pais e filhos, estudantes e professores.

Gostavas de ser atriz? Adorava. Sou uma nerd gigantesca de filmes de terror. Mesmo, mesmo. Já vi quase todos. Quando sofria de bullying passava muito tempo em casa, a ver filmes, em vez de sair. Queria ser realizadora de filmes de terror. Foi por isso que fui estudar para os EUA. Adoraria participar num filme como uma mulher poderosa e “badass”, ou como uma “final girl” num filme de terror, a rapariga que sobrevive num “slasher”. Quem sabe?!


20 | Forum Estudante | dez’18

/Study Abroad

1.

Oportunidades de carreira

Os estudantes que optam por estudar fora do seu país de origem reduzem para metade a probabilidade de se tornarem desempregados de longa duração. Isto porque, entretanto, adquiriram capacidade de adaptação e de decisão, tolerância e competências interculturais que, no mercado de trabalho a uma escala global, são altamente valorizadas. O teu currículo torna-se competitivo cá dentro e lá fora.

3.

2.

Experiências académicas

Eis uma oportunidade única para aprofundares conhecimentos em países relevantes na tua área de estudo. Terás ainda a vantagem de conhecer um sistema educativo diferente do português. Diferentes técnicas e metodologias irão expandir a tua mente e torná-la mais sensível a novos estímulos.

4.

Domínio linguístico

Visão do Mundo

Vivendo entre os falantes nativos, terás a oportunidade de aprender expressões coloquiais e de associar a língua à cultura local, uma vez que serás forçado a aprender a usá-la no contexto do dia a dia. Vale mais do que anos e anos de estudo da língua em contexto puramente académico.

5.

Gosto pelas viagens

Estudar no estrangeiro proporciona-te uma forma única de viajar. Estás de passagem mas não és um exatamente um turista. Eis uma oportunidade para visitar com um orçamento mais low cost as principais atrações da cidade, ou do país, ou até dos países vizinhos, mas também de frequentar os locais dos locais.

Conhecer um novo país vai definitivamente abrir os teus horizontes, fazer-te repensar as tuas ideias sobre o mundo, sobre o teu país-destino mas também sobre o teu país de origem. Conhecerás pessoas de vários recantos e ganharás consciência da diversidade cultural que existe por aí.

RAZÕES para estudar “lá fora” Estudar no estrangeiro representa uma oportunidade de crescimento a nível pessoal e académico, ao mesmo tempo que investes no teu futuro profissional. Descobre aqui os porquês.

7.

Laços de amizade

Afastado do “lar doce lar”, terás mais disponibilidade para te dedicares a novas amizades. Algumas, vais ver, ficarão para toda a vida, tais são os laços de solidariedade que se criam entre quem está “sozinho no estrangeiro”. É bem provável que os teus novos colegas também sejam estudantes deslocados, pelo que as diferenças culturais serão o sal e a pimenta da vossa relação.

6.

Desenvolvimento pessoal

Viver sozinho num país estrangeiro vai obrigar-te a crescer. Serás mais autónomo para tomar pequenas e grandes decisões, é certo, mas com a independência vem também a necessidade de enfrentar situações que irão testar os teus limites. Terás de ser tu a resolver os dilemas do dia a dia. Ultrapassados tais desafios verás que te tornarás uma pessoa muito mais confiante.


21 | Forum Estudante | dez’18

/Study Abroad

O mundo pelos olhos de quem foi Através do estudo em mobilidade ou a tempo inteiro, um pouco por todo o mundo, jovens cruzam fronteiras e descobrem novas culturas. Mas será que a experiência os satisfaz? Alguns estudos internacionais podem dar-te a resposta. Se estás a considerar seguir uma aventura no estrangeiro, será sempre importante saber o que pensa quem já o fez antes de ti. Embora não existam duas experiências iguais, há vários pontos em comum entre muitas delas. Por essa razão, será do teu interesse conheceres, por exemplo, o grau de satisfação que os estudantes internacionais sentem, quais os aspetos que mais valorizam (e desvalorizam), bem como quais as competências que desenvolveram. Um inquérito realizado pela Study Portals a cerca de 16 000 estudantes (2016) avança que a avaliação global dos estudantes como “Muito Bom” (avaliação de 8.8, numa escala de 0 a 10), concluindo que “os estudantes estão muito satisfeitos com as suas experiências internacionais”.

O porquê da satisfação Perante resultados gerais tão positivos, quais os motivos que sustentam esta satisfação? Um estudo de 2014, da mesma organização, coloca no topo das justificações os fatores “cidade e a cultura” e as “razões académicas” (com 25% das escolhas cada uma). Neste campo, em regra, os alunos em mobilidade (através do Programa Erasmus, por exemplo) preferem eleger fatores relacionados com o ambiente da cidade e o acolhimento. Por sua vez, os estudantes a tempo inteiro num país estrangeiro, preocupam-se mais com as razões académicas (nomeadamente, a estrutura, organização e flexibilidade do curso). Outras das razões evocadas para a satisfação com a experiência são “a vida social” (14%), “os serviços universitários” (11%) e o “desenvolvimento pessoal e profissional” (8%). Embora em muito menor número, são ainda relatadas algumas razões para não se recomendar a experiência. Os estudantes que não se sentiram satisfeitos justificam a sua opinião com “razões académicas” (cursos e aulas sem organização), com a desilusão perante os “serviços universitários”(falta de qualidade das residências de estudantes, por exemplo) ou com o custo de vida.

O desenvolvimento de competências Os resultados positivos também poderão ser explicados pelo sentimento de desenvolvimento pessoal. Relatórios como o E-valeate your Exchange (centrado nas experiências no âmbito do Programa Erasmus) confirmam que os estudantes sentem, em regra, “um crescimento em várias soft-skills” : 91% sentem que a sua capacidade de adaptação melhorou e 93% afirmam que a sua consciência intercultural se tornou

mais desenvolvida. Por outro lado, a maioria dos estudantes garante sentirse mais flexível (87%), tolerante (78%) e com maior capacidade de resolver problemas (74%). E os benefícios podem não ficar por aqui: alguns estudos, como o Sobre os Benefícios Cognitivos da Experiência Cultural, divulgado na publicação Psicologia Cognitiva Aplicada, argumentam que “estudar no estrangeiro apoia processos cognitivos complexos que estão na base do pensamento criativo”.


22 | Forum Estudante | dez’18

/Study Abroad

Escolhe a tua modalidade Estudar no estrangeiro é uma opção que faz sentido para diferentes objetivos, e em diversos momentos da tua vida. Como tal, há diferentes opções à tua disposição. Conhece algumas delas.

Ensino Secundário O programa COMENIUS destina-se a alunos da educação pré-escolar até ao ensino secundário e engloba três diferentes modalidades que oferecem aos alunos a oportunidade de frequentar aulas numa escola de um outro país europeu. Na modalidade de mobilidade individual, os estudantes do ensino secundário, com idade mínima de 14 anos, podem frequentar uma escola num país europeu por um período de três a dez meses. A um outro nível, as parcerias multilaterais têm a duração de dois anos e envolvem no mínimo três escolas de três países diferentes, com alunos e professores a terem a oportunidade de viajar. As escolas colaboram no desenvolvimento de projetos em três áreas: a participação ativa dos alunos, matérias de caráter pedagógico ou de gestão e a aprendizagem de línguas. Já através das parcerias bilaterais, são envolvidas apenas duas escolas. Estes são projetos orientados para a aprendizagem de línguas e consistem no intercâmbio de alunos de 12 anos ou mais, em grupos com um mínimo

de dez elementos, por períodos de duração mínima de dez dias. Podes consultar todos os detalhes relativos às várias modalidades do programa COMENIUS no site da Agência Nacional Proalv, na secção de programas.

Ensino Superior Quando falamos em mobilidade no Ensino Superior, há um nome inevitável: Erasmus+. Este é o programa que possibilita aos alunos estudar num país europeu durante um semestre ou um ano. No entanto, há quem não se queira limitar a países europeus. Nesse caso, existem vários protocolos de intercâmbio dependendo da universidade. Quer tenhas em mente um país europeu ou um país fora da Europa o gabinete de Relações Internacionais da tua universidade pode indicar-te qual a melhor opção para passares uma temporada a estudar lá fora. Há também quem se decida por tirar um curso integralmente noutro país. Se for esse o teu caso, deverás ter em atenção aos pré-requisitos de candidatura da instituição de ensino que pretendes e verifica se o curso é reconhecido fora desse país, nomeadamente em Portugal,

se estiveres a pensar em voltar. Podes tentar pedir mais informações junto de um dos Gabinetes de Acesso ao Ensino Superior ou, para informações mais precisas e detalhadas, diretamente junto da instituição de ensino à qual te pretendes candidatar.

Aprender uma língua estrangeira Existe também a opção de viajar para outro país apenas para frequentar um curso ou aulas de uma língua estrangeira. Aqui, as opções são tão variadas quanto as instituições de ensino que oferecem este tipo de cursos. Para que a escolha seja a mais acertada, o aluno pode contactar a embaixada do país de acolhimento em Portugal e pedir informações sobre o reconhecimento das organizações e dos cursos. Qualquer estudante de qualquer nível pode aceder a cursos de idiomas no estrangeiro. No primeiro dia de aulas, é realizada uma prova de nível para determinar em que classe o estudante será colocado, para que aprenda juntamente com colegas do mesmo nível.


23 | Forum Estudante | dez’18

/Study Abroad

Queres ir? Presta atenção a… Candidaturas

Documentação

Na generalidade, as datas limite de candidatura são até ao início das aulas. No entanto, este dado varia consoante o país, a universidade ou o curso. O segredo é começar a procurar e a contactar as instituições com no mínimo um ano de antecedência. A esmagadora maioria dos estudantes inscreve-se nas universidades estrangeiras nos últimos anos do secundário e da licenciatura, respetivamente para ingressar numa licenciatura ou num mestrado. E, nesse caso, recebem as cartas de oferta da escola ainda antes de terminarem os seus estudos em Portugal, sempre na condição, de apresentar o diploma obtido no final desse ano letivo.

A maior parte das universidades exige a apresentação de um certificado oficial do idioma em que se vai estudar, como por exemplo no caso do inglês, um certificado de Cambridge, IELTS ou TOEFL. No entanto podem existir outras formas de comprovar o nível de proficiência do idioma, como por exemplo, através de entrevistas telefónicas, testes das próprias escolas ou até mesmo pelo número de anos de estudo do idioma em causa. Se estás a viajar para um país da União Europeia, o direito de livre circulação permite-te entrar em qualquer país (e nele estudar e trabalhar) tendo apenas um Cartão de Cidadão válido. Se vais para um país fora da UE confirma se precisas de visto (podes verificar no site oficial do país, no site da embaixada do país em Portugal ou perguntando diretamente à embaixada ou consulado). Consulta esta informação com antecedência, uma vez que os pedidos de visto podem demorar a ser aprovados. Confirma também se o teu passaporte está válido. Se não tiveres passaporte, tem em conta que este demora, no mínimo, 5 dias a ser entregue. Para fora da Europa, é necessário ter um visto de estudante para poderes entrar

Equivalências De acordo com uma normativa Europeia, os cursos realizados na Europa têm reconhecimento em qualquer país Europeu. No entanto, se a tua formação for realizada fora do espaço europeu, terás de certificarte se o curso não carece de um reconhecimento posterior em Portugal para, por exemplo, poderes exercer uma profissão.

e permanecer no país. Este processo, em todos os casos, é realizado apenas depois de teres sido aceite na escola e teres realizado já o pagamento de parte ou totalidade do curso. Terás de ter sempre em atenção as condições do visto, nomeadamente se podes trabalhar e a duração total do visto.

Alojamento Verifica a existência de Residências Universitárias, sejam elas públicas ou privadas. Muitas cidades têm residências internacionais direcionadas para estudantes que vêm de fora. Se optares por um apartamento, podes contactar um responsável pelos estudantes internacionais da universidade de destino ou a associação de estudantes local de modo a aconselhar-te na procura. Algumas universidades têm também um grupo no Facebook onde podes perguntar por informações (ou ver se alguém publicou alguma oferta). E tens sempre também a pesquisa online: tenta informar-te sobre os sites mais fiáveis para pesquisares. Lembra-te que alguns hostels têm opções de estadias a longo prazo. Também podes investigar a possibilidade de Homestay – modalidade em que serás recebido por uma família de acolhimento.


24 | Forum Estudante | dez’18

/Study Abroad

Estudar no estrangeiro é caro? Os valores das propinas variam muito de país para país. Poderás encontrar países com propinas gratuitas, propinas financiadas por entidades estatais e países onde os valores podem chegar facilmente aos 50.000€. Os alojamentos também podem variar muito de preço, no entanto alguns países têm bolsas próprias para alojamento. Uma forma de custear a tua estadia no país será trabalhar enquanto estudas mas há outras opções:

Bolsas de Estudo do Estado Os critérios para a atribuição de bolsas do Estado Português são a situação económica e/ ou o mérito do candidato. Este financiamento é acumulável com outras bolsas de estudo, desde que a instituição de ensino portuguesa que o aluno frequenta reconheça a relevância do mesmo integrar o curso no estrangeiro. Existem ainda bolsas estatais financiadas por institutos específicos, de acordo com a missão desses organismos. Inicia a pesquisa e o processo de candidatura com um ano de antecedência, devido ao tempo que estes processos de seleção implicam.

Bolsas de Instituições Privadas Das instituições privadas que garantem financiamento a alunos que estudam no estrangeiro, a maioria são fundações que procuram incentivar a investigação e o desenvolvimento na sua área de atuação.

Acordos Específicos Algumas vezes, são os países de acolhimento que financiam os estudantes que recebem. Através de acordos culturais assinados

entre o Governo português e outros Estados, está prevista a atribuição de bolsas a cidadãos portugueses, através das embaixadas locais, postos consulares ou institutos indicados para o efeito. Os moldes do financiamento variam de país para país, podendo passar pelo simples pagamento de viagens, pela concessão de uma bolsa periódica ou até pela atribuição de uma residência de acolhimento.

Empréstimos Poderás pedir um empréstimo numa entidade bancária. Muitos estabelecimentos de ensino possuem linhas de crédito específicas, através de protocolos com bancos. Convém pedires uma simulação da prestação mensal e da taxa anual de juro, para analisares o esforço financeiro e comparares propostas de vários bancos.

Entidades Empregadoras No caso de já estares a trabalhar, poderás sempre tentar combinar com os teus empregadores o financiamento parcial ou total da tua formação. Todas as empresas possuem verbas para esta finalidade porque são obrigadas, anualmente, a dar formação a pelo menos 10% dos seus funcionários. A tua vontade de evoluir profissionalmente é algo que a tua empresa deverá valorizar.


25 | Forum Estudante | dez’18

/Erasmus+

Erasmus+

Mais do que mobilidade Foi em 1987 que nasceu o Erasmus — à data, um programa que visava a mobilidade de estudantes universitários. Desde então, em trinta e um anos de existência, o Erasmus cresceu. Hoje, envolve dimensões na área da formação, emprego, voluntariado e desporto. Conhece tudo o que Erasmus+ tem para te oferecer.


26 | Forum Estudante | dez’18

/Erasmus+

O Mundo Erasmus+ Começou, há mais de 30 anos, como um programa de intercâmbio para estudantes do Ensino Superior. Atualmente, o universo Erasmus+ é mais alargado, sendo destinado a um público de várias idades e perfis profissionais, nas áreas da educação, formação, juventude e desporto. O que cabe no “mais” em Erasmus+? O crescimento do programa Erasmus é normalmente associado ao número de pessoas envolvidas. Afinal de contas, em 1987, o primeiro grupo de estudantes era composto por pouco mais de 3000 participantes. Atualmente, estima-se que quase 10 milhões de pessoas já tenham participado neste programa. Contudo, este crescimento não se mede apenas em quantidade. À medida que o número de participantes cresce, cresce também a diversidade da oferta Erasmus+. Hoje, o Programa é muito mais do que uma experiência de mobilidade no Ensino Superior para estudantes. Desde 1997, professores e funcionários passaram também a poder participar. Mais recentemente, em 2007, deuse a introdução de uma dimensão mais próxima do emprego, com

a entrada em cena dos estágios curriculares desenvolvidos em empresas. Na mesma altura, apostase na dinamização de cursos e

“+” que mobilidade

Para além do ensino superior, presente desde o início, o Erasmus+ contempla e financia ações em áreas como a formação profissional, a educação de adultos, o ensino escolar, atividades para jovens, voluntariado e desporto. O portal do Programa define a atividade do mesmo como o desenho de oportunidade para qualquer Europeu “estudar, estagiar, ganhar experiência e voluntariar no estrangeiro”. projetos de cooperação internacional. Atualmente, também o voluntariado integra este universo, com a criação

do Serviço de Voluntariado Europeu. Por essa razão, hoje, o Erasmus+ envolve mais do que apenas estudantes do ensino superior: funcionários, professores, estagiários, voluntários ou empresários são alguns dos exemplos de profissionais que integram programas, ao abrigo das várias modalidades. Ao longo das próximas páginas damos-te a conhecer as ofertas Erasmus+ para pessoas e instituições. O que há em comum entre todas elas? Segundo a Comissão Europeia, todas têm “o objetivo aumentar o nível de competências dos cidadãos europeus”. Procuram ainda fortalecer “a ligação da educação e formação ao mercado de trabalho”, bem como “fomentar a cooperação internacional, criando um espaço europeu de aprendizagem”.

sabe mais em: erasmusmais.eu


27 | Forum Estudante | dez’18

/Erasmus+

Para estudantes, professores e muito mais

Na sua vertente de participação individual, o universo Erasmus+ oferece possibilidades a um público de diversas idades e perfis académicos e até profissionais. Estudar, ensinar, estagiar ou fazer voluntariado são algumas das opções. Para ficares a saber mais sobre as tuas opções, contacta o Gabinete de Relações Internacionais da tua Instituição de ensino superior e/ou as 2 Agências Nacionais Erasmus+ (Educação e Formação, Juventude em Ação)

Estudar no estrangeiro Este é, indiscutivelmente, o pilar que mais celebrizou o programa Erasmus. Ao abrigo do Programa, estudantes e formandos têm a oportunidade de estudar noutros países. De acordo com vários estudos, a experiência tem efeitos positivos na empregabilidade e competências transversais dos participantes. Por outro lado, é ainda uma forma de aprender mais sobre outras línguas e culturas. Os períodos de estudo vão de três a doze meses, por ciclo de estudo, bastando aos estudantes estarem matriculados num curso de ensino superior, frequentando, pelo menos, o segundo ano de estudos.

Os estudantes que participam podem receber um apoio financeiro que contribui para as despesas de viagem e estadia. Por essa razão, os valores do apoio variam consoante o custo de vida do país de origem e de destino, a distância ou o número de candidatos.


28 | Forum Estudante | dez’18

/Erasmus+

Completar um mestrado conjunto A dimensão de mobilidade do Erasmus não se fica pela ação individual. Desde 2009, existe a possibilidade de integrar cursos de mestrado organizados, em parceria, por várias instituições de ensino – os cursos Erasmus Mundus. Nesta modalidade, os estudantes dividem o seu percurso académico pelas várias instituições aderentes (em pelo menos dois países), numa duração de 12 a 24 meses. Podem candidatarse estudantes de todo o mundo, devendo apenas ser titulares de diploma de ensino superior ou ter um nível de estudos equivalente. Depois de terminado o curso, os estudantes podem obter um diploma conjunto ou vários diplomas em simultâneo.

Fazer voluntariado No âmbito da iniciativa Corpo Europeu de Solidariedade, o programa Erasmus+ oferece a possibilidade de integrar uma comunidade de jovens interessados em contribuir para uma

sociedade mais justa e inclusiva. Para tal, os participantes (entre os 17 e os 30 anos) trabalham em organizações estrangeiras, durante um período que pode ir das 2 semanas aos 12 meses, em áreas como animação juvenil, ação cultural, ação social ou proteção do ambiente. Os voluntários podem contar com um apoio financeiro, com alojamento, alimentação e transportes locais a serem garantidos. No final, a experiência é reconhecida pelo certificado Youthpass. Há ainda a possibilidade de fazer voluntariado fora da europa.

Ensinar no estrangeiro Se a mobilidade de estudantes é a faceta mais conhecida do Erasmus+, o programa não fica por aqui: professores do ensino superior, ensino secundário, profissional, básico e até pré-escolar podem passar um período a lecionar numa instituição de ensino no estrangeiro. O objetivo passa por possibilitar uma perspetiva mais vasta da educação, apoiar a troca de experiências e boas práticas, bem como melhorar competências

linguísticas e o conhecimento de outras culturas. O Programa está ainda aberto a funcionários que trabalham na área, a profissionais da área de educação de adultos e a trabalhadores de empresas convidados a partilhar conhecimentos sobre um determinado setor.

Estagiar com o Erasmus+ O apoio à transição para o mundo profissional também está incluído no Programa, com a possibilidade de obter uma experiência de trabalho no estrangeiro. Esta vertente destina-se a estudantes do ensino superior, a recém-licenciados, bem como a alunos do ensino e formação profissionais ou recémdiplomados. O objetivo passa por melhorar competências linguísticas e transversais, tais como capacidade de adaptação a outros meios culturais, capacidade de comunicação, confiança ou flexibilidade, valorizadas pelo mercado de trabalho. Os estágios não poderão ultrapassar o período de 12 meses. No final, a experiência é reconhecida pelo Certificado Europass Mobilidade.


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/Erasmus+

Organizações: Apoiar a inovação e as boas-práticas Na sua dimensão mais estratégica, o programa Erasmus+ financia e apoia projetos que procuram a criação de redes e de parcerias internacionais de cooperação. O objetivo passa, por exemplo, pela partilha de conhecimentos e pela aproximação da academia ao mundo do trabalho.

Parcerias Estratégicas O programa Erasmus+ financia e apoia parcerias internacionais, estabelecidas entre, pelo menos, três instituições de três países diferentes. Estas iniciativas podem cruzar várias áreas, dentro dos campos da educação e juventude, envolvendo instituições distantes geograficamente, mas que têm pontos em comum na sua ação. Neste domínio, também é possível a duas instituições de dois países diferentes criarem parcerias de intercâmbio escolar. Através destas iniciativas procura-se promover a inovação ou a troca de experiências e boas-práticas. A sua duração poderá ir até aos 36 meses.

Alianças de Competências Setoriais Neste pilar, inserem-se ainda as Alianças do Conhecimento e as Alianças de Competências Setoriais que procuram aproximar as instituições de ensino superior e as empresas. A primeira centra-se na promoção da inovação, empreendedorismo, criatividade, empregabilidade e troca de conhecimentos, com parcerias até três anos que resultam na publicação de relatórios, orientações ou manuais. A segunda, focada nos currículos, tem como objetivo aproximar o desenho dos cursos às necessidades específicas de setor profissionais específicos. Neste caso, deverão participar organizações de, pelo menos, três países diferentes.

Reforço de Capacidades Os projetos inseridos nestas ações têm dois públicos distintos. Um deles é o próprio ensino superior, com iniciativas que procuram a modernização, a acessibilidade e a internacionalização das instituições. Nestes casos, os projetos centram-se nas áreas de desenvolvimento curricular, modernização da governação e gestão e o reforço das relações com o contexto económico e social. Por outro lado, são também apoiados projetos de reforço de capacidades para jovens que procurem apoiar a cooperação e intercâmbio e a melhorar a qualidade e o reconhecimento da animação de juventude. Podem ainda ser criados acordos de apoio à mobilidade com vista à aprendizagem não-formal.


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/Erasmus+

Testemunhos

O Universo Erasmus+ move pessoas de várias idades, profissões e países. Deixamos-te o testemunho de estudantes, professores e colaboradores que participaram neste programa.

Rafaela de Melo, 22 anos

Naturalidade: Santa Maria de Lamas Destino: Praga (República Checa) Programa: Ensino Superior (Outgoing)

«Nunca teria conhecido tantas pessoas» Três dias depois de fazer 20 anos, apanhei um avião sozinha em direção a Praga, República Checa. Foi lá que fiz um semestre de Erasmus, no 3º ano da faculdade, ano letivo de 2016/17. Sentia-me pouco à vontade em falar inglês e, quando cheguei, percebi que as aulas eram em checo. Os professores foram muito compreensivos e, com muitos trabalhos escritos em inglês, fiz as sete cadeiras em que me inscrevi. Em Praga, fiquei a morar numa residência universitária e partilhava quarto com uma estudante inglesa. Foi a melhor opção. Nunca teria conhecido tantas pessoas! Escolhi estudar no centro da Europa para que fosse fácil e barato viajar. Em 5 meses, visitei 8 país e 14 cidades e o valor da bolsa foi suficiente. O programa Erasmus+ é uma oportunidade que nos é dada e não vejo porque não a aproveitar. Ao nível do “despreendimento” e do “desenrasque”, não haveria melhor prova.

Ataol Canyilmaz, 24 anos Naturildade: Turquia Destino: Coimbra Programa: Ensino Superior (Incoming)

«Oportunidade para ser independente» Estou a estudar Engenharia Civil no ISEC (Intituto Superior de Engenharia de Coimbra), onde vou ficar um semestre. Escolhi fazer Erasmus em Portugal porque vim a Lisboa enquanto turista e realmente adorei o país. Foi por isso que decidi voltar enquanto estudante. Esta é a minha primeira experiência em Erasmus e tenho pena de não poder repetir uma vez que já sou finalista. Divido apartamento com seis colegas, de várias nacionalidades. Os meus melhores amigos são brasileiros, polacos, romenos, búlgaros e, quando tenho saudades da minha língua, turcos. Recomendo a todos esta experiência de Erasmus, pois é de facto uma grande oportunidade de sabermos o que é ser independente. Esta também é a melhor oportunidade para desenvolver, na prática, a gramática em inglês e para aprender a língua do país destino. Tenho aproveitado para viajar para outros países, outras das vantagens deste programa.


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/Erasmus+

Fabrícia Pereira, 41 anos Naturalidade: Santarém Destino: Tarragona, Espanha Programa: Staff

Nuno Santos Jorge, 44 anos

Naturalidade: Lisboa Destino: República Checa, Grécia, Alemanha e Roménia Programa: Docente

«Sou um grande entusiasta do Erasmus» Tenho uma licenciatura em Sociologia na Universidade Nova de Lisboa mas, quando acabei o curso (em 1997), o Erasmus ainda não tinha a projeção que tem hoje. Infelizmente, nunca cheguei a participar no programa enquanto estudante mas já me “vinguei” dessa situação várias vezes: desde que sou professor (há 20 anos), já fiz Erasmus 4 vezes. A primeira vez foi há 10 anos, em Praga, e depois disso já dei aulas na Grécia, Alemanha e Roménia. A maioria das vezes beneficiei de uma bolsa, que me permitiu pagar as despesas de deslocação e alojamento. O período de mobilidade é de 3/4 dias e tenho de lecionar cerca de 8 horas de aulas, em língua inglesa. A experiência tem sido sempre muito enriquecedora, pois permite um contacto direto com alunos e colegas de outros países, bem como um conhecimento mais vivido de outras culturas, organizações e modos de lecionar. Tento sempre sensibilizar os alunos para apostarem na sua mobilidade internacional. Sou um grande entusiasta do Erasmus. Tento promovê-lo o mais que posso, junto dos meus alunos e colegas, pois gostava que este programa fosse ainda mais conhecido e aproveitado do que já é.

«Possibilidade de obter formação de alto nível» Enquanto técnica do gabinete de mobilidade e cooperação internacional do IPSantarém, candidatei-me a uma bolsa de mobilidade Erasmus+, com o objetivo de frequentar uma ação de formação em planeamento estratégico na internacionalização. A ação de formação organizada pela Universitat Rovira e Virgili pareceu-me de grande qualidade (tendo em conta os conteúdos programáticos e o corpo de formadores) e encaixava na perfeição nas minhas necessidades de formação. A ação decorreu durante 5 dias, em Tarragona, e o grupo de cerca de 20 pessoas era constituído por staff de universidades europeias. O balanço foi muito positivo pela possibilidade de obter formação de alto nível, com formadores de renome na área da internacionalização do ensino superior, pela partilha de boas práticas e pela possibilidade de networking. Do ponto de vista cultural, a experiência foi igualmente enriquecedora, uma vez que a cidade de Tarragona tem muito interesse histórico e cultural.


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/Erasmus+

Entrevista a Joana Mira Godinho

“Os jovens ganham muito com a experiência Erasmus+” A Diretora da Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, Joana Mira Godinho, falou à FORUM sobre a evolução do papel deste programa em Portugal e na Europa. A diversificação de ofertas, a crescente popularidade junto da população e os próximos passos a serem tomados foram algumas das questões abordadas. Um crescimento que, assegura, é centrado num mesmo objetivo: “contribuir para uma União Europeia mais forte, democrática e solidária”. O Programa Erasmus+ é conhecido pela grande maioria dos portugueses, pela sua vertente de mobilidade no Ensino Superior. Contudo, é hoje um programa multifacetado que atua em várias áreas e faixas etárias. Pensa que existe, nomeadamente em Portugal, a perceção pública desta transversalidade?

o próprio objetivo do Programa: contribuir para uma União Europeia mais forte, democrática e solidária. O contributo das áreas da Educação, Formação, Juventude e Desporto é fundamental para podermos ter uma

A mobilidade Erasmus no ensino superior é a ação mais conhecida do Programa porque é a mais antiga e a que apoia mais mobilidades. Desde 2014, financiou mais de 50 mil mobilidades de um total de 72 mil, na área da educação e formação. No entanto, julgo que o Programa Erasmus+ também já começa a ser conhecido pelos seus contributos nas áreas do ensino escolar, ensino e formação profissional, educação de adultos e juventude em geral. Apesar da maioria das candidaturas, projetos e mobilidades ainda serem do Ensino Superior, os outros setores já começam a ter visibilidade em todas as áreas. Essa visibilidade continuará a crescer, inclusive no âmbito do próximo Programa de 2021-2027.

O que une todas as atividades e projetos inseridos no Programa Erasmus+, que se espalham pelas área de Educação, Formação, Juventude e Desporto? O que une todas as atividades e projetos nas mais diversas áreas é

estudantes dos ensinos secundário, profissional e superior; assim como de professores e formadores e de outro pessoal de instituições de educação e formação e da juventude e desportos. O Programa também apoia o estabelecimento de parcerias institucionais: entre 2014 e 2018, na área da educação e formação, o Programa apoiou 229 projetos de parcerias estratégicas e cerca de 40 000 participantes.

Uma dessas vertentes está relacionada com a mobilidade de alunos do ensino básico e secundário (e não apenas do superior). Quais são as principais mais-valias que os e as estudantes do ensino secundário poderão retirar de uma experiência Erasmus+?

Europa mais competitiva, socialmente mais coesa e inclusiva, com uma maior participação democrática e um sentimento de pertença forte à União Europeia. Para isso, o Programa apoia mobilidades de jovens, em geral, e de

No âmbito dos projetos de parcerias estratégicas, alunos de todas as faixas etárias, acompanhados por pessoal escolar, podem participar em intercâmbios de curto prazo; alunos com idade igual ou superior a 14 anos podem participar em mobilidade de longa duração para fins de estudos. No âmbito do ensino e formação profissional, formandos e recémdiplomados podem participar em estágios em institutos de formação profissional ou em empresas no estrangeiro. Uma área que tem crescido exponencialmente é a das parcerias escola-escola para intercâmbios de alunos e professores, com cerca de 400 projetos este ano. Os jovens ganham muito com esta experiência,


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/Erasmus+

pois voltam com um maior espírito de iniciativa e de empreendedorismo, tornam-se mais tolerantes face à diversidade social e cultural, aumentam as suas competências linguísticas e, acima de tudo, reconhecem a importância do projeto europeu e dos valores da União Europeia.

Como avalia a popularidade do Programa de mobilidade junto de professores e pessoal não-docente, em Portugal? A “procura” tem alcançado os resultados que ambicionam? O Programa Erasmus+ é muito popular entre professores e outro pessoal das instituições de educação e formação. O número de pessoal docente e não-

“A inclusão é um grande objetivo do Programa, a curto e médio-prazo”.

docente tem aumentado anualmente em todos os setores, sendo responsável por quase um terço dos participantes. Por exemplo, no ensino escolar, quase 4 mil professores e outro pessoal escolar participam numa mobilidade entre 2014 e 2018, tendo o número crescido de 738 em 2014 para 1030 em 2018; mais de 724 formadores da Educação de Adultos participam na mobilidade, tendo o seu número anual aumentado de 137 para 182 no mesmo período. No entanto, esta é uma área que pode e deve crescer mais no futuro.

Uma das preocupações, num passado recente, tem sido também o apoio ao estabelecimento de parcerias entre instituições europeias. Qual o grau de implementação em Portugal? Sente que os agentes de educação e formação europeus estão, hoje, mais próximos? A internacionalização do sistema de educação e formação português está a acontecer, com o apoio do Erasmus+, envolvendo cerca de 1500 instituições portuguesas na mobilidade de estudantes, docentes e outro pessoal de todos os setores, e parcerias estratégicas a envolverem outras tantas 1500 instituições europeias.

No ensino superior, por exemplo, os estudantes portugueses em mobilidade de ensino distribuem-se por cerca de 850 instituições europeias, sendo que um terço dessas mobilidades tem lugar em 150 das 191 instituições de ensino superior europeias do top 500 do Academic Ranking of World Universities. Em 2019, o Programa Erasmus+ vai investir ainda mais em redes, com a implementação de um programa piloto de Universidades Europeias.

Relativamente à vertente da mobilidade de estudantes, diversos estudos apontam vantagens em participar no programa Erasmus, tanto a nível profissional como pessoal. Considera que os jovens estão mais recetivos a participar no programa, atualmente? Os jovens sempre estiveram muito recetivos a participar no Programa, o que poderá ter mudado são as razões pelas quais participam. Atualmente, a tendência é para a mobilidade e a participação em parcerias internacionais serem consideradas como uma obrigação curricular. O estudo A Internacionalização do Ensino Superior Português no Âmbito do Erasmus 2014-2016 de Mário Vale, Herculano Cachinho e Paulo Morgado, mostra que quer os participantes nos projetos Erasmus, quer os responsáveis pelas instituições de ensino superior,

“Em 2019, a grande novidade é a abertura de candidaturas para as primeiras Universidades Europeias”.

consideram a mobilidade Erasmus como um instrumento fundamental ao nível da internacionalização das IES e dos indivíduos que participam na mobilidade. Enquanto desenvolvem a componente internacional da sua formação, os participantes adquirem conhecimentos e competências, incluindo de natureza intercultural, que elevam a sua empregabilidade, preparando-os para o mercado único de trabalho do espaço europeu e alimentando a vontade de querer viver e trabalhar além-fronteiras. As instituições ganham visibilidade,

projeção internacional e oportunidade de participação em projetos e redes institucionais, de âmbito internacional, ligadas ao ensino e à investigação, que favorecem o incremento da sua competitividade no espaço europeu.

No passado, já se referiu ao programa Erasmus+ como um programa “para fazer europeus”. Pensa que essa é uma missão, tendo em conta o contexto político internacional, de especial importância? O Programa Erasmus+ é cada vez mais importante para criar jovens politicamente ativos nas suas comunidades e na União Europeia. Todos os participantes com quem tenho falado, ou que têm sido

“Para 2021-2027, está em consideração a triplicação do número de participantes, de 4 para 12 milhões”

inquiridos sobre o Programa, revelam um enorme orgulho por terem participado nele e, com isso, estarem a contribuir não só para a criação de um espaço europeu de educação e formação, mas para a construção da União Europeia.

Depois do alargamento da área de ação do Erasmus+, quais serão os próximos passos do programa? A inclusão é um grande objetivo do Programa, a curto e médio-prazo. Inclusão de pessoas e instituições de meios desfavorecidos e de pessoas com necessidades especiais; e inclusão de instituições de educação e formação que nunca tenham participado no Programa, assim como de empresas que queiram acolher estágios de formandos e de estudantes e recém-graduados do Ensino Superior. Em 2019, a grande novidade é a abertura de candidaturas para as primeiras Universidades Europeias. Para 2021-2027, está em consideração a duplicação do financiamento, de 14,6 mil milhões de euros para 30 mil milhões, e a triplicação do número de participantes, de 4 para 12 milhões, o que atesta a importância que a União Europeia dá ao Programa Erasmus+.


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/Erasmus+

MOBILIDADE TOTAL

4 MILHÕES de pessoas ENSINO SUPERIOR

ORÇAMENTO

14,7

mil milhões de euros

2 milhões de estudantes

ENSINO PROFISSIONAL 650 mil estudantes

PESSOAL 800 mil professores, formadores e colaboradores

VOLUNTARIADO

ALIANÇAS DE CONHECIMENTO

150

parcerias entre

1500

instituições de ensino e empresas

500 MIL jovens

Números Erasmus+ 2014-2020

25 mil

ERASMUS MUNDUS

parcerias entre

125 mil

25 MIL estudantes

PARCERIAS ESTRATÉGICAS

instituições

ALIANÇAS DE COMPETÊNCIAS SETORIAIS

150 parcerias entre 2000 agentes de educação e formação e empresas


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/Livros

Páginas no sapatinho

Não tens tempo nem paciência para compras de Natal? Entra numa livraria e vais ver que encontras prendas para toda a família. Por Vera Valadas Ferreira Para o Pai que gosta de História político-social e é fã de teorias da conspiração. Thriller com a Coreia do Norte como pano de fundo, tendo 3 protagonistas cujos destinos se cruzam.

Para o Tio intelectual que admira génios levantados do chão. Nos 20 anos do prémio Nobel, esta biografia narra a intensa atividade criativa e a atribulada vida privada do falecido autor.

Para a Avó que adora cozinhar para toda a família e acha imensa graça ao rapaz de bochechas rosadas que aparece na TV. Uma viagem gastronómica pelo coração da Itália.

Para o Padrasto cujo sonho era ter sido advogado (é por isso que ele argumenta tanto) e que adora histórias de tribunais, nas quais os culpados demoram a ser castigados.

// Estrela do Norte D.B. John Editora ASA

// José Saramago - Rota de Vida Joaquim Vieira Livros Horizonte

// Jamie e a Cozinha Italiana Jamie Oliver Porto Editora

// O Grande Golpe John Grisham Bertrand Editora

Para a Mãe, a heroína da família. Eis a história de uma guerreira, uma mulher notável contra a sociedade. Biografia do final do séc. XIX mas que só agora tem versão em português.

Para a Namorada que gosta de fantasia, magia, vampiros, lobisomens e intrigas à moda de A Guerra dos Tronos. Primeiro volume de uma trilogia que será adaptada ao cinema.

Para o Primo que acha que percebe muito de futebol e está sempre a dar bitaites sobre o que faria se fosse ele a mandar. Biografia de Jorge Mendes, “o” agente português.

Para a Irmã mais velha que defende as causas ambientais e de sustentabilidade com unhas e dentes, leva uma vida saudável e tem extremo cuidado com a alimentação.

// Joana D’Arc Marc Twain Alma dos Livros

// As Três Coroas Negras Kendare Blake Porto Editora

// A Orgia do Poder Pippo Russo Editorial Planeta

// Vegetariano em Part-time Jo Pratt Arte Plural Edições

Para a Tia que gosta de policiais nórdicos e da série Donas de Casa Desesperadas. Os erros passados voltam sempre para nos atazanar, diz a moral desta história sobre imperfeição.

Para o Namorado que só não se aborrece com uma história se esta tiver muita, mas mesmo muita, ação e acha que os tipos da CIA e do FBI tem todos muita pinta.

Para a Madrasta que é uma romântica incurável e admira quem escreve o destino com as próprias mãos. Saga familiar contada no feminino que abarca um século de História.

Para o irmão mais novo que, desde criança, deve treinar, constantemente, a sua capacidade de concentração, serenidade e autoconfiança. Segundo livro da série Adoro Yoga.

// O Rapaz à Porta Alex Dahl Editorial Planeta

// O Presidente Desapareceu Bill Clinton e James Patterson Porto Editora

// Como Estrelas Cadentes Sveva Casati Modignani Porto Editora

// Boa Noite Amigos! Lorena Pajalunga Editorial Planeta


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/BEDE’s

Publirreportagem

Bede’s Summer School A Bede’s Summer School, distinguida como uma das melhores Escolas de Verão do Reino Unido pela EL Gazette, recebe estudantes entre os 6 e os 20 anos oriundos de países diferentes, oferecendo programas integrados de férias e de residência académica em 7 localizações espetaculares do Sudeste de Inglaterra, durante os meses de junho e agosto.

Contacts +44 1323 356688 summer.school@bedes.org bedessummerschool.org

Aventuras em Inglês CLAREMONT (dos 12 aos 16 anos)

Inglês Plus LANCING (dos 13 aos 18 anos)

Inglês para o Futuro BRIGHTON (dos 15 aos 20 anos)

Este programa de aventuras de verão, com base na Windlesham House School e na Claremont School, oferece 20 horas de aulas de Inglês por semana e está focado na aprendizagem no exterior, de forma a estimular a curiosidade dos estudantes pelo meio ambiente. As aulas consistem em Competências em Inglês, Explorações (aulas baseadas em CLIL onde os estudantes aprendem através de matérias estimulantes) e Atividades de Aventura. O exame GESE Trinity está disponível para os estudantes que queiram garantir uma qualificação de língua inglesa. Este programa inclui várias modalidades desportivas e atividades todas as tardes. As academias profissionais estão disponíveis, numa grande variedade de desportos e outras atividades. O programa de entretenimento noturno oferece uma oportunidade para recreação e diversão, sendo desenhada para envolver os estudantes na língua e cultura inglesas de uma forma estimulante e inovadora. Diversas excursões permitem aos estudantes visitar locais de interesse. Estas podem consistir numa visita a um castelo, um museu ou um palácio, bem como numa visita a uma atração turística popular como o Big Bem, o Madame Tussauds ou o London Eye. Podem ainda ser mais recreativas como uma visita a um aquário, um zoológico ou um parque temático. Este curso dá as boas-vindas a um número de Campeões Ingleses, oferecendo a oportunidade aos estudantes internacionais de conhecer e falar com crianças da sua idade que falam Inglês como a língua nativa.

Este programa de estudo intensivo, com 25 horas de lições por semana, é especialmente desenhado para jovens adultos que se preparam para o prosseguimento de estudos académicos ou para o início da sua vida profissional. As lições consistem em Competências de Inglês, Competências de Comunicação e Conhecimentos Académicos, que se complementam de forma a criar um curso intensivo de língua Inglesa e, simultaneamente, oferecer aos estudantes estratégias eficazes para comunicação, numa variedade de contextos profissionais e académicos. Uma preparação intensiva para o curso e exame IELTS está também disponível para estudantes (com mais de 16 anos) que pretendam garantir uma qualificação reconhecida internacional e para aqueles que pretendam entrar numa universidade no Reino Unido. Este programa inclui eventos sociais apropriados à idade dos participantes e atividades recreativas durante a noite como paintball, concertos, trilhos de bicicleta de montanha, karting ou idas a discotecas, criadas para imergir os estudantes nas língua e cultura inglesa, estimulando-os de uma forma inovadora. As excursões de fim de semana permitem aos estudantes explorar as cidades de Brighton ou Londres e podem incluir visitas a castelos, museus ou atrações turísticas populares como a Torre de Londres, ou ainda algo mais recreativo como fazer compras no Mercado de Camden ou ir a um musical.

CLAREMONT

Este programa semi-intensivo, com 22,5 horas de aulas por semana, realiza-se no Lancing College e é uma opção perfeita para adolescentes. As aulas de Inglês consistem em Competências de Inglês, Projetos de Pesquisa e Enrequiimentos disciplinas que se complementam para melhorar tanto as competências recetivas como produtivas dos estudantes. Cursos intensivos de preparação para exame estão disponíveis para os estudantes que pretendam garantir as qualificações Cambridge B1 Premliminary, B2 First ou C1 Advanced Qualification. Os estudantes podem criar um programa de estudos mais intensivo, ao escolher até duas academias académicas por semana em disciplinas como Economia, Literatura Inglesa, Relações Internacionais, Gestão, Matemática ou Ciência. Estas academias incluem ainda várias Competências de Comunicação como Escrita Criativa, Debate, Escrita de Ensaio ou Apresentações. Este programa inclui desporto e atividades todas as tardes. Academias profissionais estão disponíveis numa variedade de desportos e outras atividades. O entretenimento noturno do programa oferece a oportunidade para recreação e diversão e está desenhado para envolver os estudantes nas cultura e língua inglesa de uma forma estimulante e criativa. Diversas excursões permitem aos estudantes visitar locais de interesse. Estas podem consistir numa visita a um castelo, um museu ou um palácio, bem como numa visita a uma atração turística popular como o Big Bem, o Madame Tussauds ou o London Eye. Podem ainda ser mais recreativas como uma visita a um aquário, um zoológico ou um parque temático. LANCING

AGES 12–16yrs CAPACITY 100 LESSONS 20 hours per week LEVELS A0–C2 (All Levels) CLASS SIZE 14 TYPICAL BEDS PER ROOM 1–5 beds STAFF:STUDENT RATIO 1:5 DATES 7 July–17 August COURSE FEE £1,050 per week

AGES 13–18yrs CAPACITY 230 LESSONS 22½ hours per week LEVELS A1–A2 (Elementary) CLASS SIZE 14 TYPICAL BEDS PER ROOM 1–2 beds STAFF:STUDENT RATIO 1:5 DATES 30 June–17 August COURSE FEE £1,200 per week

AGES 15–20yrs CAPACITY 80 LESSONS 25 hours per week MINIMUM LEVEL B1 (Intermediate) CLASS SIZE 14 BEDROOMS Single En-Suite STAFF:STUDENT RATIO 1:5 DATES 30 June–17 August £1,500 per week COURSE FEE

bedessummerschool.org

BRIGHTON


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/Internet Segura

As melhores

Creepypastas!

No final de outubro, o Centro Internet Segura promoveu o concurso “Uma Creepypasta sobre Segurança Online”, desafiando jovens a escrever a sua própria micro-história aterradora sobre comportamentos online. Conhece os textos que venceram os dois escalões. O que é uma Creepypasta?

nir Trata-se de um termo criado para defi histórias de terror ou lendas urbanas divulgadas através da Internet, através A da partilha em fóruns e redes sociais. em os term dois de ão junç da e nasc palavra ou te pian inglês: “creepy” (que significa “arre r dize quer (que ste” assustador”) e “copy/pa “copiar e colar”).

“Viv@ Skuad” vencedor do escalão 16 a 20 anos

“Hell is here” (o inferno é aqui) Foi no dia 31 de outubro que tudo aconteceu, era a primeira festa de Halloween que o Cláudio organizava e estávamos todos curiosos como seria uma festa dele, tinha alugado uma casa através de um site dedicado ao Halloween. A casa era a única da rua, e neste dia em especial, aquela rua seria para o resto das nossas vidas, inesquecível. Eram quase 20h00 e recebo uma mensagem da Bruna a dizer: “– Estamos todos cá em baixo, despacha-te”. Agarro no casaco e desço. Dirigimo-nos os 5 para casa do Cláudio. “– Anderson, Rafael, Bruna, Ana e Carolina, até que enfim, entrem…” Assim que chegámos à sala, o Cláudio diz: “– Hoje estão às minhas ordens, vamos ver um filme de terror que se chama O Site”. Depois de muitas risadas, entusiasmados e ligeiramente

assustados começámos a ver o filme proposto e nada previa o que iria suceder aproximadamente 5 minutos depois. A Ana levanta-se, sai da sala e dirigese ao quarto do Cláudio: “– Que barulho é este? Quem está aí?” Nisto olha para o computador e vê uma mensagem a piscar no ecrã: ««««Sai da minha casa»»»» Ana, assustada, tenta apagar a mensagem e não consegue, sai a correr e vem ter connosco à sala aos gritos “- Ajudem-me, fui marcada e vou morrer”. Claro que ficou tudo a rir e ninguém acreditou, mas começou a tocar algo bem alto e sem pensar em mais nada fomos todos a correr para o quarto e, quando lá chegámos, tocava uma música de embalar no YouTube. Desligámos imediatamente a música e o ecrã do computador, após uns segundos o ecrã ligou-se e apareceram uns códigos estranhos, que ninguém percebeu, exceto eu

mas antes de lhes explicar respondo à mensagem no ecrã com “Who are you?” “– Sabem, o meu avô era arqueólogo e ensinou-me vários tipos de línguas, idiomas e outros dialetos. Entre elas estava um tipo de programação que nunca tinha sido usada por ser considerada perigosa. Os símbolos são esses, são iguais.” Cláudio “– Consegues dizer o que está lá escrito?” Carolina “– Sim, quer dizer «Hell is here»” (o inferno é aqui). Após pronunciar essas 3 palavras abriu-se uma porta no chão do quarto com uma escada, um pouco assustados, mas decididos a descobrir que partida era esta, descemos as escadas e quando chegámos lá a baixo, vimos hologramas de vários monstros e ficámos aterrorizados exceto o Anderson que se estava a rir. Tinha sido ele a preparar esta brincadeira toda e enquanto nos acalmávamos o riso dele começou a ficar branco e a boca a sangrar, e nisto cai no chão…


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/Internet Segura

“Marö Wantanabe” 1.º lugar do escalão 21 a 25 anos

Jéssica, 17 anos, tinha dito aos pais que iria passar a noite com uma amiga para rever a matéria da escola. Saiu às 18h30 de casa na sua scooter que lhe tinha sido dada no seu aniversário. “Ela disse que a amiga morava em Monsanto” – declarou a mãe quando foi abordada pelas autoridades. Ao chegar a Monsanto, ela virou para o parque natural, estacionando a scooter ao pé do portão, de acordo com testemunhas oculares que estavam no local na altura. Nunca mais se ouviu falar dela. Passados dois dias, as autoridades abriram investigação dado o desaparecimento da jovem. Ninguém tinha conhecimento da ida de Jéssica ao parque de Monsanto. As brigadas de busca passaram o parque a pente fino sem descobrir rasto algum, e com isto as autoridades decidiram investigar os pertences dela. Ao analisar o computador de Jéssica, descobriram

um registo de conversas num fórum de fãs de uma série com um utilizador chamado “E.V.”. As conversas eram recentes e nessas mensagens estava combinado um encontro no parque de Monsanto. O endereço IP localizava “E.V.” num cibercafé a dois quarteirões do Jardim Zoológico e os registos do cibercafé davam a identidade de “E.V.” como um ex-presidiário registado na base de dados de agressores sexuais da PJ. Após horas de interrogação, o suspeito confessou o crime e o local onde enterrou o corpo de Jéssica, que foi confirmado por reconhecimento da família e teste ADN. A autópsia confirmou o pior: violação e homicídio. O ex-presidiário foi condenado a 25 anos de cadeia e o memorial da Jéssica, feito por amigos e familiares, foi mantido à entrada do parque por semanas. Meses depois, numa noite de

outubro, “Ana” passeava perto do parque quando foi abordada por dois rapazes. A abordagem tornouse agressiva depois de recusar um pedido de um dos rapazes. Ela tentou fugir deles mas foi perseguida até ao parque. Quando pensava estar a salvo dos rapazes, a jovem foi agredida por um deles. Gritou por ajuda, mas sem sucesso... No momento em que ela pensava que o pior lhe iria acontecer, sangue começou a cair-lhe em cima da cara. A garganta do rapaz apresentava um corte severo e os olhos dele estavam vermelhos. “Ana” gritou, empurrou o rapaz de cima dela e fugiu. Depois de ligar ao 112, uma voz começou a ocupar-lhe a cabeça: “O meu nome é Jéssica e morri aqui”. Depois de o acontecimento chegar às notícias, a lenda de Jéssica de Monsanto nasceu, de forma a alertar os/as jovens para não marcarem encontros com pessoas desconhecidas.

Estes trabalhos são da autoria dos participantes do Passatempo “Uma Creepypasta sobre Segurança Online”. Por se tratarem de trabalhos de cariz competitivo, foi preservada a estrutura e a ortografia dos mesmos.

Lê os trabalhos submetidos em www.internetsegura.pt


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Menos é Mais A tua equação da energia

- CO2 + energia limpa Sabes de onde vem a energia que usas?

A energia está em tudo o que te rodeia, na luz, no movimento, no sol, no vento, nos rios, nos oceanos. A energia pode ser classificada de duas formas: Energia renovável, que são recursos naturais, capazes de se regenerarem num curto espaço de tempo e de um modo sustentável, e que através da sua utilização evitam emissões de gases com efeito de estufa; Não renovável, proveniente de fontes que se encontram na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização. As fontes de energia não renováveis mais usadas são os combustíveis fósseis tais como o carvão, o petróleo bruto e o gás natural.

Embora a energia esteja por todo o lado, ela tem de ser convertida. Vem saber como e quais as fontes de energia mais limpas. Oceanos

Os oceanos têm um potencial enorme e diversificado de aproveitamento energético. Uma das formas de aproveitar a energia presente nos oceanos, é através das ondas, embora existam diversas tecnologias, o objetivo é sempre converter a energia cinética e/ou ondulatório das ondas em eletricidade. Outra das formas de aproveitar a energia presente nos oceanos é convertendo a energia das marés em energia elétrica através da construção de diques. Assim, quando a maré enche os diques enchem de água e quando a maré baixa, a água passa por turbinas, produzindo assim eletricidade, à semelhança das barragens. Existe ainda a energia térmica dos oceanos que usa as diferenças de temperatura do mar para criar correntes de convecção que por sua vez fazem acionar turbinas para produzir energia elétrica.

Solar

A energia solar provém da radiação solar que pode ser captada através de diversas soluções, tais como os coletores solares térmicos, os painéis fotovoltaicos, as centrais heliotérmicas, os fornos solares, entre outras. Os coletores solares térmicos transferem a energia do Sol para um fluido permitindo assim o aquecimento de água; os painéis fotovoltaicos convertem a radiação solar em energia elétrica através do efeito fotovoltaico; as centrais heliotérmicas utilizam espelhos que concentram a luz solar para aquecer um fluido, gerando vapor que faz rodar as pás de uma turbina, criando um movimento de rotação do eixo do gerador que produz eletricidade; os fornos solares aproveitam a radiação solar e o efeito de estufa para confecionar alimentos.

Sabias que os painéis solares térmicos para aquecimento de águas são obrigatórios, desde 2006, em todas as habitações e escolas novas ou que sejam alvo de uma grande reabilitação?


41 | Forum Estudante | dez’18

Menos é Mais A tua equação da energia

Biocombustíveis

Eólica

A energia eólica consiste no aproveitamento da energia cinética presente no deslocamento de massas de ar. Este tipo de energia é utilizada há mais de 3.000 anos para a moagem de cereais, nos moinhos de vento. Atualmente, a energia do vento é convertida em eletricidade através do movimento de rotação das pás de uma turbina eólica que promovem o movimento de rotação do eixo dos geradores elétricos. Estas instalações podem ser classificadas como onshore, caso estejam em terra ou offshore caso se encontrem em contexto marítimo.

A biomassa e o biodiesel são possivelmente os biocombustíveis mais utilizados em Portugal. A biomassa é a matéria orgânica de origem vegetal ou animal que pode ter a sua proveniência em subprodutos da floresta, da agricultura, da pecuária, da indústria transformadora da madeira e do papel, bem como a componente biodegradável dos resíduos sólidos urbanos. Quando queimada, é uma fonte de energia que pode ser utilizada em centrais para produzir eletricidade, tendo igualmente um importante papel na produção de calor para aquecimento ambiente e/ou de água. Usar os resíduos da floresta com este fim e de forma racional diminui o risco de incêndio, se a limpeza das florestas for conjugada com o ordenamento florestal. O biodiesel pode ser obtido através de matérias primas de origem vegetal, como é o caso da soja, oleína de palma e colza, ou através da reciclagem de óleos vegetais. Portugal tem a ambição de até 2020, 10% do gasóleo comercializado pelas gasolineiras ser biodiesel.

Hídrica

Geotérmica

A energia geotérmica é obtida a partir do calor presente no interior do planeta. Este calor pode resultar num aquecimento natural da água subterrânea que pode ser utilizado em centrais térmicas e/ou termoelétricas, através de uma turbina cujas pás são movidas pelo vapor de água transmitindo o movimento de rotação ao eixo de geradores produzindo eletricidade. Esta energia pode ainda ser utilizada apenas para produção de calor para aquecer habitações, piscinas, estufas de agricultura, entre outros. Quando este calor é de baixa temperatura, pode ser usado em termas por exemplo.

A conversão da energia proveniente na água, ocorre nas centrais hidroelétricas que podem ter armazenamento em albufeira ou serem de fio de água. As centrais hidroelétricas de albufeira utilizam a diferença de energia potencial entre o nível a montante (albufeira) e o do rio a jusante canalizando essa água para acionar as pás de uma turbina, criando um movimento de rotação do eixo do gerador que, por sua vez, produz eletricidade. Por outro lado, as centrais de fio de água aproveitam a energia cinética do rio para acionar as pás de uma turbina, produzindo eletricidade.

Sabias que é possível produzir energia elétrica dentro das tubagens de água?

Portugal apresenta um mix energético diversificado com as energias renováveis, liderado pela energia eólica e pela energia hídrica.

Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de energia elétrica, aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.


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/Academias Forum

Cresce connosco!

No total, 500 alunos do ensino secundário vão participar nas Academias Forum Estudante, durante o próximo ano. Se quiseres ser um deles, basta fazeres a tua inscrição em forum.pt/ semanasforum. Todas as academias são gratuitas, com as despesas de alojamento e alimentação incluídas, para que só tenhas mesmo de te preocupar com duas coisas: aprendizagem e diversão.

“Uma experiência inesquecível” “Foi do melhor que me aconteceu na vida” “Superou as minhas expetativas”

E TU, estásà Espera de quê? Inscreve-te JÁ em forum.pt/semanasforum e… › Conhece 50 estudantes de todo país › Sabe mais sobre uma profissão › Diverte-te :)


Andreia Coelho 18 anos, Sintra

“Foi do melhor que me aconteceu na vida” «Foi do melhor que me aconteceu na vida. Ajudou a conhecerme, a tornar-me numa pessoa melhor e a desenvolver soft skills. Por outro lado, também me permitiu conhecer novas zonas do país e variadíssimas matérias. Para além de tudo, conheci imensas pessoas que se tornaram, sem dúvida, numa segunda família com quem partilho momentos únicos.»

Francisca Pereira 17 anos, Torres Vedras “Superou as minhas expetativas” «Participei na Academia da Energia e superou as minhas expetativas. Não estava à espera de conhecer tanta gente de tantos pontos diferentes do país. Realizámos atividades interessantes e diversas relacionadas com o tema da Energia, passando por vários pontos da cidade e arredores. Além disso, não faltou tempo para o convívio, que foi sobretudo o que me marcou mais nesta semana.»

Beatriz Arnauth 18 anos, Leiria

“Uma das melhores semanas da minha vida” «A Academia Forum Estudante proporcionou-me uma das melhores semanas da minha vida. Deu-me a oportunidade de conhecer melhor o nosso país, fazer atividades variadas e amigos que me marcaram para a vida. Aprendi sobre vários temas, de forma gratuita. Também ganhei competências e uma rede de contactos muito alargada.»

Sara Silva 17 anos, Ovar “Uma experiência inesquecível” «Para mim, foi das melhores semanas da minha vida. Tive oportunidade de fazer várias atividades interessantes, conhecer sítios lindos e de aprender melhor a História do nosso País. Por fim, mas não menos importante, conheci pessoas por todo o país que são únicas. Resumindo e concluindo, as academias da Forum são, para mim, simplesmente uma experiência inesquecível.»


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/IEFP

Campeonato Europeu das Profissões – EuroSkills 2018

A entrada da equipa portuguesa na cerimónia de abertura do Campeonato Europeu das Profissões

Jovens portugueses mostram competência em Budapeste Não é novidade que os portugueses se destacam cada vez no contexto internacional e nas mais variadas áreas. E muito menos que grande parte das conquistas que arrecadamos são feitas pelas camadas mais jovens da população. Por jovens com garra, competência e cheios de paixão por aquilo que fazem. 19 desses jovens, com idades compreendidas entre os 17 e os 22 anos, integraram a seleção que representou Portugal no Campeonato Europeu das Profissões – EuroSkills Budapeste 2018, que se realizou este ano, de 2 a 7 de setembro, na capital da Hungria. Juntaram-se a outros 500 para competir em 40 profissões diferentes e viver uma experiência inesquecível. Num dos campeonatos mais participados de sempre, e onde as médias de desempenho dos jovens estiveram todas a um nível muito elevado, a seleção Portuguesa teve um resultado de excelência, tendo ficado na 8.ª posição entre 28 países europeus. Na cerimónia de abertura desta edição do EuroSkills foi sublinhada a importância das qualificações para

uma Europa próspera e competitiva e o papel que os jovens assumem na construção do futuro: “A Europa só pode crescer se formarmos bons profissionais. Sem jovens não há futuro e nós temos de assegurar um futuro a esses jovens.” referiu Dita Traidas, Presidente da WorldSkills Europa. Também o Primeiro-ministro Húngaro reforçou o papel determinante

Rui Carvalho no pódio do Budapeste Sports Arena

dos jovens “Nós confiamos no empenhamento da nova geração, vocês são o futuro da Europa!”. Rui Carvalho, na profissão de Comando Numérico Computadorizado - CNC, e Pedro Pereira na profissão de Robótica Móvel (uma prova que se realiza em equipa) foram 2 dos 4 campeões portugueses que conquistaram medalhas e subiram ao pódio da Arena de Budapeste, e nós fomos falar com eles. “Estávamos na plateia do “Budapeste Sports Arena” a assistir à entrega dos prémios, profissão a profissão. Chegou o momento da classificação da minha profissão, Fresagem CNC. Fiquei nervoso e de seguida ouço a apresentadora a chamar por Portugal! Arrepiei-me, dirigi-me para o pódio, em cima do palco, e enquanto recebia a medalha de bronze, o meu sentimento


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/IEFP

foi de “missão cumprida”. Toda a minha dedicação, todas as pessoas que me ajudaram e apoiaram e todo o tempo de preparação tinha dado frutos!” recorda Rui Carvalho com entusiasmo. “Chegar até aqui não foi simples. Sempre me empenhei e foquei nos meus objetivos, não foi só o trabalho no centro de formação, mas também muito trabalho em casa, tendo em conta os recursos disponíveis, tentando perceber o porquê de algumas estratégias não funcionarem. Como resultado, aos poucos fui criando métodos de execução que para mim fossem fiáveis.” Quando lhe perguntámos o porquê da opção por um curso profissional na área da Fresagem, Rui responde “Esta profissão sempre me fascinou, apesar de nos dias de hoje não ser uma profissão tão conhecida como esteticismo ou cabeleireiro. O meu irmão já trabalha nesta área há uns anos e foi-me transmitindo algumas noções e eu fui-me apaixonando pela área. Ferramentas a cortar materiais duros, como que se de manteiga se tratasse, máquinas que, através da programação, trabalham sozinhas e fazem peças bastantes complexas! Ainda hoje fico a pensar como a tecnologia evoluiu e faz com que tudo isto seja uma realidade nos dias de hoje.”

Rui Carvalho numa das semanas de estágio para o campeonato europeu

nos o momento em que anunciaram a medalha de bronze para Portugal e o que sentiste quando subiste ao palco. Pedro: Foi com toda a certeza o momento com mais ansiedade que tivemos até hoje! O momento em que sabíamos que tínhamos feito uma boa prestação, mas não sabíamos como estavam os restantes concorrentes. Sentimos uma enorme alegria e, a juntar isso, a festa que fizemos juntamente com os nossos amigos que também participaram no WorldSkills 2018, com os familiares e professores/ jurados.

Quando e porque é que decidiste seguir um curso profissional? Pedro: Seguir um curso profissional sempre foi a minha escolha, pois acho

Em pé, à direita, a equipa portuguesa de Robótica que conquistou a medalha de bronze

Como encaras a participação no campeonato mundial? Como te estás a preparar? Pedro: Vai ser mais uma oportunidade para mostrar aquilo que, quer eu a nível individual, quer como equipa, mas também como Portugal, valemos na profissão de robótica móvel. A nível de preparação já começámos em força a tentar corrigir todos os erros que cometemos em Budapeste e, mais para o início de 2019, vamos começar a preparar a prova do WorldSkills em Kazan.

O Pedro Pereira é um jovem de 19 anos que já sabe bem o que quer. A trabalhar como técnico de eletrónica numa empresa em Cascais, conseguiu conciliar os horários de forma a não descurar nada. A prova do sucesso está na medalha que trouxe para Portugal, juntamente com o seu colega de equipa, Cleiton Lima. Foste um dos jovens portugueses que subiu ao pódio no Campeonato Europeu das Profissões. Vamos voltar atrás no tempo até ao dia da cerimónia de encerramento do EuroSkills, Budapeste 2018. Descreve-

Se olhares para trás, no teu percurso, o que achas que mais contribuiu para teres chegado até aqui? Pedro: Sem dúvida que foi o meu centro de formação, o CINEL, que permitiu que eu conseguisse entrar no universo dos campeonatos das profissões. Para além disso, quanto mais me envolvia, mais despertava o interesse em querer continuar a aprender.

A equipa portuguesa de Robótica em prova no EuroSkills, Budapeste 2018

que para além do ensino regular, através do curso também obtive uma certificação profissional, que no meu caso foi de técnico de electrónica, automação e computadores. Para além disso, tive exemplos na minha família que também seguiram a via da formação profissional e que nos dias de hoje se destacam profissionalmente nas respectivas áreas. Deixa uma mensagem aos jovens que nos estão a ler. Pedro: Se estás a terminar agora o 9º ano e estás indeciso, procura algo que tu gostes de fazer e estuda para esse fim. Não faças escolhas só porque os teus colegas o fazem, escolhe por ti e de acordo com aquilo que realmente gostas.

www.iefp.pt


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/IEFP

“Esta seleção de 19 jovens correspondeu ao elevado nível de exigência, naquele que foi o maior campeonato europeu até à data. Verificou-se um grande equilíbrio entre os concorrentes dos vários países,

todos eles extremamente motivados e a dar o máximo.” palavras de Carlos Fonseca, o Delegado Técnico da WorldSkills Portugal, que se mostrou satisfeito e orgulhoso do desempenho da equipa portuguesa.

Ao longo dos 3 dias de prova, perto de 100.000 pessoas visitaram o recinto, a grande maioria jovens

Síntese

do resultado da participação portuguesa no Campeonato Europeu das Profissões 3 medalhas de BRONZE

› Rui Carvalho na profissão de CNC (CENFIM) ›F rancisco Campos na profissão de Refrigeração e Ar Condicionado (CENFIM) ›C leiton Lima e Pedro Pereira na profissão de Robótica Móvel (CINEL)

6 medalhas de EXCELÊNCIA (*)

› Francisco Alves na profissão de CAD (CENFIM) ›R ui Martins na profissão de Controlo Industrial (CENFIM) › J osé Franco e Paulo Ferreira na profissão de Gestão de Redes Informáticas (ENTA – Açores) ›D aniel Stelmach na profissão de Mecatrónica Automóvel (CEPRA) › S ónia Caetano e Pedro Simões na profissão de Mecatrónica Industrial (CENFIM) ›B eatriz Soares e Bruno Feliciano na profissão de Tecnologias da Moda (MODATEX) ›D aniel Stelmach, de Tecnologia Automóvel (CEPRA), foi o concorrente português com a melhor pontuação, tendo obtido a medalha de “Best of the Nation”. (*) as medalhas de excelência são atribuídas aos concorrentes cuja pontuação global é igual ou superior a 700 pontos.

estes percursos”. Mas a viagem deste grupo de jovens profissionais não termina aqui. No próximo ano vão participar no 45.º Campeonato Mundial das Profissões que vai decorrer em Kazan, na Rússia e reunirá 1.500 participantes de mais de 70 países e regiões. De 22 a 27 de agosto, mais de 50 profissões estarão em competição, esperando-se que aproximadamente 250.000 espetadores visitem o local da competição - KAZAN EXPO International Exhibition Centre. E nós vamos continuar a acompanhar esta viagem pelo mundo das profissões!

Nota sobre os Campeonatos das Profissões A WorldSkills Portugal, estrutura integrada no Instituto do Emprego e Formação Profissional, a quem compete a organização e a gestão da participação portuguesa nestes eventos, não tem dúvidas em afirmar que a passagem dos jovens concorrentes por um campeonato internacional é uma significativa mais valia em termos de aquisição e reforço de competências de ordem pessoal e profissional. Pela via da formação prévia específica inerente a estas representações internacionais e pelo ambiente de competição e de partilha vivido pelos concorrentes, estes atingem um patamar de excelência que os coloca numa posição muito privilegiada em termos de empregabilidade, começando já as empresas a procurar estes jovens para integrar o seu quadro de recursos humanos e garantir assim que podem contar com mão de obra altamente qualificada. Paulo Feliciano, Vice-Presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional, organismo que tutela os campeonatos das profissões em Portugal, sublinha as mais valias destes eventos para os jovens, que se traduzem, entre outros, na aquisição e reforço de competências de ordem pessoal e profissional, mas não só. “Este tipo de competições, visitadas por milhares de jovens, funcionam como uma estratégia muito eficaz para valorizar o que são estas profissões e o seu conteúdo e exigência que nem sempre são reconhecidos e, por essa via, motivar os jovens para seguirem

Os Campeonatos das Profissões são competições dirigidas a jovens entre os 17 e os 25 anos, que concluíram ou se encontram a frequentar um curso de formação profissional, e que se destacam pelo elevado nível de competências, rigor e domínio de técnicas e de ferramentas para o exercício de cada profissão a concurso. Os Campeonatos das Profissões já se realizam desde 1950 e neles participam atualmente 80 países. Portugal é o único país membro fundador da Worldskills International e ao longo destes anos contou com 727 jovens profissionais em competição e obteve 29 medalhas de ouro, 61 medalhas de prata, 56 medalhas de bronze e 98 medalhas de excelência. Os Campeonatos Nacionais têm lugar de 2 em 2 anos e reúnem os classificados com as melhores pontuações na fase de pré-seleção, que disputam entre si o título de campeão nacional em cada profissão. Os campeões da fase nacional candidatam-se, assim, a uma participação nos Campeonatos Europeu e Mundial das Profissões, organizados, respetivamente, pela WorldSkills Europe e pela WorldSkills International.

Mais informação em:

› https://www.instagram.com/ worldskills_portugal/ › https://www.facebook.com/ WorldskillsPortugal/ › https://worldskillsportugal.iefp.pt/


47 | Forum Estudante | dez’18

/Redescobrir a Terra

Na agricultura, o futuro hoje

www.redescobriraterra.forum.pt Há muito que a agricultura não se resume a uma enxada e uma semente ou a uma lógica de subsistência. Cada vez mais, novas tecnologias permitem reduzir desperdícios e aumentar a produção. Por outro lado, o contacto com a natureza leva um número crescente de jovens a procurar uma vida profissional ligada à área. Sabe mais sobre a realidade deste setor.

Em 2050, a população mundial ultrapassará os 9 mil milhões de pessoas, avança a FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura). Para alimentar este número de pessoas, realça, a produção de alimentos terá de aumentar em 70%. A conclusão é simples: “este aumento será alcançado se existir um investimento em políticas que estimulem a produção agrícola”.

A mudança é já uma realidade. A promoção da evolução tecnológica no setor tem levado a um aumento na eficiência da produção. Agricultura inteligente ou de precisão, recurso a drones e big data ou gestão integrada dos recursos são algumas das possibilidades que já estão disponíveis. Desta forma, entidades como a Comissão Europeia têm destacado

a importância de “ligar” os jovens à agricultura, procurando estabelecer uma geração qualificada dentro do setor que, simultaneamente, esteja aberta à inovação. Ao longo das próximas páginas, trazemos-te alguns exemplos de profissões que surgirão no setor agrícola e ainda o exemplo de um jovem que apostou, com sucesso, num futuro profissional ligado a esta área.

uma iniciativa

C o fi n a n c i a d o p o r :

parceiros

Escola Profissional Agrícola

Afonso Duarte


48 | Forum Estudante | dez’18

/Redescobrir a Terra

As sementes do progresso

O homem sonha e o mundo pula e avança. A exemplo de muitas outras atividades humanas, a Agricultura não escapa a grandes transformações. Tecnologia e sustentabilidade são as forças que conduzem esta evolução. Por Vera Valadas Ferreira

Algumas mudanças já são previsíveis, basta atentarmos nas tendências emergentes, outras são ainda difíceis de imaginar. Analisando o cenário atual e os desenvolvimentos dos últimos anos, já é certo que haverá, em termos genéricos, duas formas de praticar Agricultura. Curioso: são paradoxais mas complementares. Por um lado, assistiremos a uma

espécie de regresso às origens, no qual o Homem planta e colhe para si mesmo e para os seus, num ambiente de partilha comunitária e de fortes preocupações ambientalistas e de sustentabilidade. É aqui que se inserem os conceitos de hortas urbanas ou de agricultura biológica em micro-escala. Depois, num universo macroeconómico, a tecnologia dará espaço a um novo tipo de profissionais

que, mesmo estando na cidade, se dedicarão ao campo ainda que sem sujar as mãos na terra. Engenheiros, traders, pesquisadores, designers, publicitários e empreendedores, entre outros, estarão ao serviço desta atividade económica milenar, num registo que os especialistas denominam de “smart farming”. Vejamos no que consiste uma e outra vertente, e os repetivos potenciais profissionais.


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/Redescobrir a Terra

Smart farming

Back to basics

A agricultura urbana é a agricultura praticada no interior ou na periferia de uma localidade. É realizada em pequenas áreas e a produção dela resultante destina-se a consumo próprio ou a venda em pequena escala, em mercados locais. Pratica-se principalmente em quintais, em terraços ou pátios, ou ainda em hortas urbanas – espaços comunitários ou espaços públicos não urbanizados, em terrenos próprios ou cedidos/regulados pelos municípios. Nestes espaços agrícolas, aplicam-se os princípios da agricultura biológica sustentável, já que, muitas vezes, são dotados de centros de compostagem próprios e de pequenos reservatórios para aproveitamento das águas das chuvas depois usadas na rega.

Nesta linha, já não são raras as hortas recreativas, talhões onde se promove o contacto com a natureza e que podem até ter um fim terapêutico no combate ao stress, a doenças do foro emocional/mental ou para o desenvolvimento psicomotor de pessoas portadoras de deficiência. Depois, há ainda as hortas sociais que visam a subsistência alimentar, em complemento ao rendimento familiar de comunidades em risco de exclusão social. Os urbanistas do futuro planearão as cidades já tendo em mente a importância da agricultura urbana no contexto socio-económico, criando cada vez mais espaços para esta prática. Também os engenheiros agrónomos terão uma palavra a dizer neste universo da agroecologia, contribuindo para a conversão de uma agricultura convencional para a orgânica, melhorando a produtividade.

Dizem os especialistas que os segmentos profissionais ligados ao desenvolvimento e suporte de soluções tecnológicas serão fundamentais na produção agrícola. Serão as máquinas ao serviço das Ciências Agrárias, ainda que concebidas e controladas pela mente e mão humana. Smart Farming significa a agricultura inteligente associada à agricultura de precisão, na qual o conhecimento científico andará de mãos dadas com a inteligência artificial. No mercado “AgTech” darão cartas profissionais não só das áreas da engenharia aeroespacial/processamento de imagens (sim, andaram por aí drones e outros gadgets afins), mecatrónica e robótica (sensores, máquinas autónomas e soluções inteligentes), mas também aqueles que sejam peritos em plataformas de gestão de custos e produtividades, soluções de rastreabilidade, controlo biológico e os sistemas integrados. Tudo isto sem contar com os minimizadores de impacto ambiental, os designers de máquinas agrícolas segundo os padrões de sustentabilidade ambiental, económica e social, ou os peritos em previsões climáticas, capazes de elaborar estudos e interpretar dados de maneira a contornar, por exemplo, o impacto de grandes secas ou precipitações na agricultura. Neste negócio em grande escala, haverá igualmente necessidade de outro tipo de profissionais, nomeadamente pessoas que se dediquem ao Comércio e Relacionamento Internacional, para a realização de transações de colheitas agrícolas com outros países, já que dificilmente estes serão auto-sustentáveis. As áreas de Gestão de Riscos no Agronegócio (especialistas na dinâmica do mercado financeiro) e de Logística e Produtividade (escoamento da produção, armazenagem e transporte) também crescerão exponencialmente. Em laboratório também serão encontradas alternativas científicas à prática agrícola. Com recurso à biotecnologia, os revivalistas de espécies extintas poderão recuperar plantas extintas ou em risco de extinção, enquanto que os agricultores celulares produzirão alimentos a partir de células.


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/Redescobrir a Terra

Entrevista ao “Melhor Jovem Agricultor Europeu”

“A ligação dos jovens ao setor agrícola ainda não está atualizada” Manuel Grave tem 29 anos e é agricultor. Mais: é o “Melhor Jovem Agricultor Europeu”, depois de receber a distinção, em Bruxelas, no dia 18 de outubro, pelo seu projeto de instalação de um amendoal, em Portel, Évora. À FORUM, o agricultor descreve a sua paixão por este setor e a forma como ele pode ser aliciante profissionalmente, destacando o desencontro entre os jovens e a atividade agrícola. 2018 reservou-te dois prémios: “Melhor Jovem Agricultor Europeu” e “Melhor Jovem Agricultor 2018”, O que significa para ti vencer estes prémios e que importância lhes atribuis? Estes prémios foram acolhidos com grande orgulho e satisfação. Significam que as escolhas tomadas, que acarretam algum receio e dúvida devido à sua inovação e ambição tecnológica, foram bem vistas pelos júris dos concursos e por várias pessoas do meio agrícola. Esse é um indicador de que esta exploração tem a possibilidade de se tornar uma exploração de sucesso, na vanguarda da agricultura.

Como surgiu a tua ligação à agricultura? Foi uma área em que sempre quiseste trabalhar ou descobriste esse gosto apenas mais tarde? Sempre fui um grande apaixonado pela agricultura. Tive a sorte de ter contacto com ela desde tenra idade,

por viver na província e no seio de uma família agrícola há várias gerações. Ao longo dos anos, o gosto começou a aprofundar-se e percebi que queria fazer da agricultura o meu modo de vida.

Como classificas a ligação dos jovens à agricultura, de forma geral? Pensas que é atualizada, face ao estado atual do setor? E, no caso de existir um desencontro, como explicas essa diferença de perceção? Penso que a ligação dos jovens ao sector agrícola ainda não está atualizada. Tem melhorado nos últimos anos – a agricultura tem ganho popularidade na sociedade. Ainda assim, há alguma discrepância, principalmente entre os jovens dos grandes meios urbanos. Prende-se principalmente com a falta de ligação das regiões urbanas com o meio rural. Ou seja, os jovens nunca presenciaram operações agrícolas, nunca viram explorações em funcionamento, nem

“Hoje, é mais seguro investir na agricultura”

maneio de animais, etc… E assim vaise criando um fosso entre o meio rural e o meio urbano. Apesar deste conceito estar a mudar, a agricultura


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/Redescobrir a Terra

ainda é muito vista pelas pessoas das grandes cidades como uma ocupação muito simples, do sector primário. No entanto, é dos setores profissionais que mais envolve tecnologia.

Pensas que as vertentes ecológica ou tecnológica do setor, por exemplo, poderão constituir pontos de interesse das gerações mais jovens? O que é a que a agricultura pode oferecer a um jovem estudante, enquanto opção profissional? Penso que sim. Há muito interesse, hoje em dia, nessa vertente tecnológica. E o sector agrícola encaixa-se perfeitamente, uma vez que apresenta opções tecnológicas do mais alto nível, assim como opções ecológicas. Ou seja, é possível na agricultura melhorar estas duas vertentes, o que pode ser bastante aliciante para jovens em formação. Por outro lado, também oferece várias áreas de trabalho: da realização de projetos à consultoria, passando pelo trabalho em explorações de pecuária e agricultura. Neste leque variado de trabalhos, há em alguns a possibilidade do contacto direto com o campo que, aliado à produção de alimentos, forma uma ocupação apaixonante.

Consideras que este avanço tecnológico “amortiza”, de alguma forma, o risco associado ao trabalho agrícola? É mais seguro, hoje em dia, investir na agricultura? Em certa medida, sim. A tecnologia ajuda a amortizar algum risco, como é o caso das previsões meteorológicas, que nos permitem antecipar e realizar as operações com a maior eficácia possível. Outras tecnologias, além de amortizar os riscos, permitem a utilização precisa

dos recursos disponíveis, ajudando a dotar a planta das quantidades estritamente necessárias ao seu máximo desenvolvimento. É o caso das sondas de rega, da rega automática,

“(…) A possibilidade do contacto direto com o campo que, aliado à produção de alimentos, forma uma ocupação apaixonante” da agricultura de precisão, etc. Pode dizer-se que hoje é mais seguro investir na agricultura, não deixando, no entanto, de ser um negócio a céu aberto, que acarreta inevitavelmente a sua quota parte de risco.

Falando especificamente do nosso país: face ao passado do setor, quais são as principais diferenças que registas (ou prevês)? Não posso falar muito de passado, uma vez que estou a trabalhar há 3 anos e meio. Mas noto que tem existido um crescente apoio à agricultura, assim como sensibilização para este setor tão crucial para a sociedade e para a economia. No entanto, prevejo que seja cada vez seja mais difícil cumprir os parâmetros que nos são indicados para receber apoios ou para estar em algum modo específico de produção. Temos que controlar tudo cada vez mais, porque somos inspecionados por todos os detalhes, (que na prática muitas vezes nem fazem muito sentido) o que implica uma organização cada vez maior por parte dos agricultores.

Uma das questões mais pertinentes, relacionadas com esta questão da ligação ao setor agrícola, passa pelas projeções do aumento das necessidades alimentares, para as próximas décadas. Quais pensas que serão as consequências, do ponto de vista do desenvolvimento do setor? É de facto uma das questões mais importantes do nosso setor. Penso que implicará, inevitavelmente, uma intensificação das produções, introdução de cada vez mais tecnologia, manutenção do melhoramento de plantas, seleção de raças, etc. A terra arável que temos é finita, pelo que teremos que inovar e encontrar maneiras de produzir

“[Existe uma] falta de ligação das regiões urbanas com o meio rural” mais, gastando o mínimo de recursos possível. Estas abordagens, executadas com o conhecimento e a tecnologia que hoje possuímos, poderão ser parte da solução para o problema das crescentes necessidades alimentares.


52 | Forum Estudante | dez’18

/Redescobrir a Terra

Quatro formas de Redescobrir

Ao longo do próximo ano, a Forum Estudante a Confederação de Agricultores de Portugal vão promover várias oportunidades de conheceres melhor este setor. Sabe de que formas!

Agricultura na Escola

Prémio Nacional

Agroescola

Agricool

Dia Nacional da Agricultura na Escola

Prémio Nacional Redescobrir a Terra na Escola

Agroescola

Agricool

Este programa vai procurar premiar as escolas que já tenham projetos mais inovadores com a distinção “Agroescola”. O objetivo é incentivar o desenvolvimento de boas práticas e atividades ligadas à agricultura.

Na Feira Nacional da Agricultura, 200 estudantes vão poder fazer um programa residencial de três dias, realizando várias atividades lúdicas e pedagógicas que dão a conhecer o setor.

Dia Nacional

Neste dia, escolas de todo o país vão desenvolver atividades que dão a conhecer o mundo da agricultura aos seus alunos. Exposições, passatempos, encontros com profissionais ou plantação de árvores são apenas alguns exemplos.

Este concurso nacional procura propostas de professores dos ensinos básico e secundário sobre aulas/atividades a desenvolver nas escolas, para implementação futura. Com prémios, pois claro.


www.multiway.org

A melhor experiência da minha

Estes jovens já passaram, ou estão a passar neste momento pela experiência de estudar fora do paÍs através de um dos programas da Multiway. E todos dizem o mesmo:

“Está a ser uma das melhores experiências da minha vida”

E tu de que é que estás à espera? Não deixes fugir esta oportunidade!!! Avenida dos Estados Unidos da América 100 – 13º Fte. 1700-179 Lisboa multiway@multiway.org Multiway.Cursosnoestrangeiro Tel.: 21 813 25 35


54 | Forum Estudante | dez’18

/HorosCópos

Dezembro vai ser, tipo, brutal mas tipo, mesmo, mesmo brutal!

ga

sor Ésotan

Por Profes

Dezembro é historicamente o mês em que as minhas previsões são mais requisitadas. Todos e todas querem saber o que vão receber no Natal. Para vocês, fiéis leitores, faço uma consulta gratuita. Vão receber, deixa ver, estou a concentrar-me, hmmm, já estou a ver o vulto de uma prenda, deixa ver, tem um toque suave, okay, e afinal são três prendas juntas. Parabéns! Ganharam um conjunto com três pares de meias! Satisfeitos?

Aquário

trenó suspensa STOP Vemonos no próximo ano”.

Os nativos de Aquário vão ganhar algo muito especial, a cada chocolate ingerido: peso. Enquanto todos cantam uma modinha de natal, vais acabar num canto do sofá a abrir caixas de bombons com as unhas, de olhos esbugalhados, com um riso maléfico. Se calhar, tens um problema…

Caranguejo

Peixes

(21/05 a 20/06)

(20/01 a 18/02)

(19/02 a 20/03)

Diz-se por aí que o Natal é quando um Homem quiser. Os nativos de Peixes estavam de fones e perceberam que o Natal é onde um Homem quiser. E isso levou-os a comprar aqueles pinheirinhos ambientadores que se colocam nos retrovisores e a enfeitar a despensa que, agora, cheira a “Explosão de Limão”. Que sorte.

Carneiro

(21/03 a 20/04)

Os nativos de Carneiro devem manter sempre um lenço à mão. Os filmes de Natal, por vezes, fazem-nos soltar uma lágrima teimosa, que tentamos reter a todo o custo, com a garganta a arder e a visão embaciada. Não combatas a lágrima, Carneiro. Abraça a tua condição sensível e entra num maravilhoso mundo das emoções que... Eh la, já estás a chorar?

Touro

(21/04 a 20/05)

O Pai Natal deixou um telegrama para ti: “Não vou conseguir entregar as prendas STOP Renas comeram bombons de licor STOP Fomos parados numa Operação Stop STOP Rodolfo detido e carta de

(21/03 a 20/04)

Novo telegrama do Pai Natal: “Rodolfo foi libertado STOP Está um pouco maldisposto mas consegue voar STOP Por vezes, parece adormecer STOP Tenho medo”.

Gémeos

Os nativos de Gémeos encontram-se já em grandes preparativos para o chamado “réveillon”, gizando planos complexos e estratégicos que garantam, cito, “a melhor noite de sempre”. Depois de repetir a frase aos ouvidos dos colegas cinquenta vezes, no período entre as 22h10 e as 23h45, a profecia poderá estar em risco.

Leão

(23/07 a 22/08)

Okay, Leões, informação importante: estás a ver aquele momento, durante uma música de Natal, em que sentes “vou tentar fazer uma segunda voz”, apenas para depois te arrependeres e te manteres ordeiramente no tom? Perde a cabeça: arrisca um vibrato e solta o artista que há em ti.

Virgem

(23/08 a 22/09)

Segundo Charles Dickens, o Natal serve para o idoso recordar a juventude e para “o viajante voltar à sua lareira e lar tranquilo”. Tendo em conta que vocês, caros leitores, são o contrário de um idoso, aproveitem para ficar à lareira e passar pelas brasas. Já agora, recomendo a leitura de Um Conto de Natal, do nosso amigo Mr. Dickens.

SIGNO DO MÊS Capricórnio (22/12 a 19/01)

Já toda a gente sabe que adoras o Natal. Isto poderá dever-se ao facto de andares com um barrete encarnado durante três semanas, a cantarolar o ginglebél ginglebél. Nada contra, mas podias ir mudando o disco. Experimenta o sailente naite.

Balança

(23/09 a 22/10)

Depois do conhecido “Dia da Asneira” nas dietas, os nativos de Balança vão assumir a postura “Quadra da Asneira”, ou seja, vão virar doces como quem está com uma quebra de tensão. Em janeiro, voltam as verduras. E reparem como consegui fazer esta previsão sem um trocadilho com o nome do signo. Notável.

Escorpião

(23/10 a 21/11)

Caros nativos de Escorpião, fiquem com uma receita histórica na família Esótanga: iogurte de mel com açúcar, pedaços de chocolate, açúcar, bolacha esfarelada, açúcar, ananás, açúcar e, como toque final, uma cobertura de açúcar. Se estiver muito doce, experimenta retirar o ananás.

Sagitário (22/11 a 21/12)

Os nativos de Sagitário pensam já em todos os desejos que vão pedir na véspera de 2019. Um deles, ao que parece, será conseguirem focar-se menos nos desejos e mais na forma de os concretizar. O que quer dizer que o desejo em si torna a sua realização impossível. Estão a darme uma dor de cabeça. É melhor pedirem umas férias inesquecíveis ou coisa do género.


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