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Karoline Rosenberg

A procura de empresas em crescimento que negoceiam a preços atrativos. Esta é a filosofia de investimento que aplica Karoline Rosenberg através de um fundo da Fidelity International que se converteu numa das referências dos investidores ibéricos para ganhar exposição às ações europeias, um mercado que não está na moda mas que oferece uma maneira barata de investir no mundo. PARTNER

NER T PAR

GESTORA DO FIDELITY FUNDS EUROPEAN DYNAMIC GROWTH

AS DUAS LISTAS DE EMPRESAS

Karoline Rosenberg e Fabio Riccelli têm duas listas: numa estão os títulos em que investem e na noutra os que seguem de forma próxima. Em média, quando incluem uma ação em carteira, fazem-no com um horizonte de investimento de 4-5 anos. As razões para repensar uma posição podem ser duas: ou porque se enganaram na hora de estimar o potencial de crescimento dos lucros da empresa ou porque esta alcançou o preço-objetivo que estipularam para ela.

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om os seus mais de 500 milhões de euros em ativos só de clientes locais, o Fidelity Funds European Dynamic Growth Fund converteu-se num dos fundos de ações europeias de referência na Península Ibérica. O produto com Rating FundsPeople tem um track record que remonta a 2006, mas foi em 2020 que Karoline Rosenberg se uniu oficialmente ao seu colega Fabio Ricelli para ajudar na gestão da estratégia. Na realidade, a sua incorporação foi muito gradual porque Rosenberg e Ricelli já trabalham juntos desde 2017 num produto parecido, mas com uma carteira mais concentrada.

“Eu e o Fabio complementamo-nos muito bem. Vimos de mundos diferente. Ele vem das small caps e o meu background é o do retorno absoluto. Mas partilhamos a mesma filosofia de investimento. Procuramos crescimento, mas a preços razoáveis”, explica. A sua visão aplicam-na sobre a Europa, um mercado que Rosenberg considera apaixonante pelas oportunidades que oferece. “É um lugar onde podemos encontrar empresas com perspetivas de crescimento muito favoráveis e a negociar a múltiplos atrativos. Podem conseguir-se preços de entrada muito bons”, afirma.

Para conseguir o seu objetivo é muito importante eleger bem em que investir e no que não investir. “A dispersão é enorme”, assinala. “A nível setorial é mais extrema do que nunca. As empresas tradicionais (banca, indústrias pesadas...) contam cada vez mais com um menor peso no mercado, enquanto que a ponderação das empresas inovadoras está aumentar. É uma tendência que vai continuar”, augura. No entanto, como gestores, não há só que estar nos setores adequados. Também nas empresas corretas, tentando isolar-se do ruído macro.

Rosenberg clarifica que Ricelli e ela não se centram na parte macro, mas sim na micro e na análise fundamental. No seu caso, explica, “sinto que não posso ter êxito de forma consistente no tempo tentando prever a macroeconomia. É certo que, atualmente, existem muitas preocupações deste tipo, mas muitas delas, como as pressões inflacionistas ou a subida do preço das matérias primas, são problemas globais. Para além disso, para a região não são desafios novos. A Europa tem uma história de limitações de energia que vai resolver por via da inovação”.

Na sua opinião, no Velho Continente residem empresas muito inovadoras e tecnológicas que vão sair reforçadas. “São empresas líderes nos seus setores com elevadas taxas de crescimento, elevadas margens e boas equipas de direção. Podemos encontrar entidades de aparelhos auditivos (Sonova) ou de cuidados dentários (Straumann) com uma quota de mercado muito importante, às quais a inflação não afeta tanto”.

SEM FÓRMULAS MÁGICAS

Outra área onde Roserbberg encontra oportunidades interessantes é no mundo da digitalização, mais concretamente em tudo o que está relacionado com os dados. “É um âmbito que continua a crescer e que afeta setores muito distintos, como o da alimentação, a atenção sanitária, a engenharia e, inclusive, o imobiliário. Em todos eles pode-se encontrar empresas que estão a tentar atualizar e melhorar os seus níveis de negócio com o uso de dados. As empresas estão a dar-se conta de que isto lhes poderá dar uma grande vantagem competitiva”, assinala.

O facto da Europa estar muito avançada em termos de sustentabilidade também é para a especialista uma vantagem competitiva muito importante para as entidades europeias. “Muitas contam com ratings muito bons nesta matéria. É algo que os vai favorecer, dando lugar a menores custos de capital e maiores rendimentos face ao futuro. Os fundos do Next Generation da União Europeia representarão um impulso muito forte neste sentido”. Mas, para poder aproveitar tudo isto, é essencial saber eleger muito bem as empresas adequadas.

“Não há uma fórmula mágica para o fazer. A chave aqui está em antecipar o crescimento da empresa, entendendo

o seu modelo de negócio, a sua vantagem competitiva, as dinâmicas que marcam o seu crescimento, analisando o que estão a fazer os seus concorrentes...”. É um processo de análise fundamental em que, para além disso, se deve ter muito em conta quanto se está a pagar pelo negócio e o que é que estão a descontar no preço. “O facto de uma ação estar barata não é uma razão para a comprar”.

Tendo em conta que investir na Europa significa fazê-lo no mundo, dado que apenas 24% das receitas que recebem as empresas do índice se geram dentro das fronteiras do continente, Rosenberg reconhece que o apoio da equipa de analistas que a gestora tem no terreno em todo o planeta é fundamental no seu trabalho. “Aporta-nos muito valor”, reconhece. É a vantagem competitiva da Fidelity International na hora de ter exposição a um mercado que, embora para muitos não esteja na moda, negoceia a múltiplos muito atrativos. “A Europa oferece-nos uma maneira barata de investir em mundo”, conclui.

“ANALISANDO A PERFORMANCE ATRIBUTION DO FUNDO NOS ÚLTIMOS 12 MESES, O MAIOR CONTRIBUIDOR PROVÉM DO STOCK PICKING DAS NOSSAS POSIÇÕES NO SETOR DA SAÚDE”

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