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Henning Padberg

A dupla consolidada de Thomas Sørensen e Henning Padberg procura replicar o êxito do Nordea 1 Global Climate and Environment Fund colocando agora o foco no S do ESG. O objetivo: alocar capital a empresas que estão a criar soluções para os problemas sociais. Juntar rentabilidade com impacto, mas sem descurar a análise fundamental. “A maioria das soluções sociais estão numa face precoce do seu crescimento. Isso significa que a pista de descolagem do seu potencial é mais longa, mas também que há negócios que ainda têm que amadurecer”, conta Padberg. PARTNER

NER T PAR

CO-GESTOR DO NORDEA 1 GLOBAL CLIMATE AND SOCIAL IMPACT FUND

UMA DUPLA DE SUCESSO

O tandem Thomas Sørensen e Henning Padberg é uma equipa de sucesso. Há 14 anos lançaram o já consolidado Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund, fundo com Rating FundsPeople 2022. Agora colocam o foco no gap social com o novo Global Climate and Social Impact Fund, a nova proposta da Nordea AM que procura gerar um impacto positivo tanto no clima, como na sociedade.

O

nde hoje há consenso, há 10 anos tratava-se de um nicho. Quando o tandem Thomas Sørensen-Henning Padberg lançou há 14 anos o seu já mítico Nordea 1 Global Climate Climate and Environment Fund, a incorporação de critérios ambientais na análise financeira era uma estratégia inovadora e contava inclusive com detratores. Agora, o investimento sustentável está a converter-se num mínimo olímpico na indústria. O mesmo acontecerá com a S de ESG. Agora, afirmam, são os gaps sociais aqueles que cada vez são mais visíveis. A desigualdade, a imigração, a educação, etc. Da necessidade de aliviar essas carências sociais surgiu o lançamento em meados de 2021 do Global Climate and Social Impact Fund.

“Somos investidores temáticos e importam-nos os critérios de sustentabilidade. Tentamos juntar a procura de rentabilidade com o impulso para um mundo melhor”, explica Padberg. Esta filosofia de rentabilidade mais impacto positivo, abre-se agora ao social. “O nosso objetivo é alocar capital a empresas que estejam a criar soluções para atacar estes problemas sociais”, desvenda o gestor.

Como é comum a todas as estratégias sustentáveis da Nordea AM, o engagement é uma parte crucial do processo. A relação ativa entre gestor e empresa. “Queremos melhorar as empresas em que investimos”, afirma. Ou seja, embora não tivessem na carteira as empresas com pior nota ESG (não se veem a investir numa empresa petrolífera, como reconhecem), dariam, contudo, uma oportunidade a empresas que estejam a melhorar o seu perfil ou cujo negócio se baseie em gerar um impacto positivo importante (por exemplo, uma empresa que está a ajudar a tornar mais eficiente e limpa a produção de petróleo bruto). Na verdade, Padberg reconhece que tendem a encontrar melhores oportunidades nesses nomes que estão longe do radar verde. A carteira estrutura-se com base em quatro temáticas: saúde e bem-estar, inclusão e oportunidade, vida sustentável e economia baixa em carbono. Por sua vez, cada temática conta com três ou quatro subestratégias. Por exemplo, água, mobilidade limpa, saúde, habitação, alimentação sustentável, etc. Mas essa divisão é apenas um padrão das tendências às quais querem estar expostos os gestores. Ou seja, que não há uma percentagem de alocação a cada cabaz de temas de forma definida. A carteira é o resultado de um processo de investimento puramente bottom-up, de seleção título a título.

A equipa conta com um modelo de valorização próprio, no qual se combina a análise de impacto e a fundamental. A equipa gestora cuida de riscos de sobrelotação (cluster risks), de diversificação das fontes de alfa. Evitam que uma única empresa contribua mais de 10% para o risco da carteira.

Atualmente, a balança está mais inclinada para as temáticas de clima, reconhece Padberg. Mas por uma questão meramente de oportunidades de investimento “A maioria das soluções sociais está numa fase precoce do seu crescimento. Isso significa que a pista de descolagem do seu potencial é mais longa, mas também que há negócios que ainda têm que amadurecer. Há bons projetos que agora têm que demonstrar que são bons investimentos também”, explica o gestor.

Isto porque no final de contas, a equipa não esquece a segunda parte do seu objetivo: gerar retornos positivos. Por isso, todas as ideias são analisadas a partir do binómio de rentabilidade-risco. “Já tivemos experiências nos primeiros anos do Climate and Environment Fund, que sentimos na pele. Aconteceu-nos uma solução parecer-nos inovadora, mas quando se analisa as contas financeiras a tese de investimento desvanece”, conta Padberg. Um bom exemplo vemo-lo no setor da telemedicina. O gestor reconhece

o potencial de empresas de tecnologia de saúde que estão a revolucionar o setor com soluções mais eficientes, como as consultas online com um médico. Mas também ressalta o risco: são soluções com baixas barreiras de entrada e um âmbito onde a regulação pode mudar as regras do jogo. “O que acontece se um governo decide de um dia para o outro implementar essas soluções no seu próprio sistema de saúde? Então esse modelo de negócio ficaria obsoleto”, coloca. “Há que fazer o trabalho de casa e não se deixar levar por um bom marketing”, sentencia.

Por isso, a equipa gestora prefere negócios mais consolidados. Que tenham demonstrado ser capazes de gerar lucros empresariais. “Que nos ensinem que são capazes de fazer dinheiro”, resume. Para Padberg é o que resume muito bem a filosofia da Nordea: procurar oportunidades emocionantes, mas consolidadas.

Da esquerda para a direita: Henning Padberg e Thomas Sørensen.

“HÁ BONS PROJETOS SOCIAIS QUE AGORA TÊM QUE DEMONSTRAR QUE SÃO BONS INVESTIMENTOS TAMBÉM”

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