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Joaquim Luiz Gomes

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Henning Padberg

Henning Padberg

SÓCIO, HEED CAPITAL

“É NATURAL QUE O CAPITAL DE RISCO CRESÇA FRANCAMENTE MAIS DO QUE OS FUNDOS MOBILIÁRIOS”

No ano passado, Heed Capital foi a designação escolhida para renomear a entidade liderada por Joaquim Luiz Gomes. Depois de uma mudança acionista, a entidade foca-se cada vez mais na área de capital de risco.

E

m outubro celebra-se um ano desde a mudança de marca da entidade liderada por Joaquim Luiz Gomes, que deu lugar à atual Heed Capital. A principal mudança foi a estrutura acionista: constituída desde então por 100% de capital nacional, a gestora de fundos mobiliários e fundos de capital de risco deixou para trás a relação acionista que tinha com a Dunas Capital Espanha. “Ganhámos um maior grau de liberdade na nossa atuação. Antigamente se as duas entidades quisessem fazer produtos que eram muito semelhantes, existiam alguns problemas de coordenação. A nossa liberdade estratégica e a agilidade de tomada de decisão aumentaram”, começa por contar o responsável. Essa mesma agilidade é agora visível na área de alternativos. Embora tenham lançado o seu primeiro fundo de capital de risco em 2015, a verdade é que o posicionamento da entidade nesta área acelerou ainda mais recentemente. “A área de alternativos hoje em dia já é muito mais importante do que a área de fundos mobiliários em termos de ativos sob gestão”, diz Joaquim Luiz Gomes sem reservas. Contas feitas, aponta que dos 350 milhões de euros que detêm entre ativos sob gestão e aconselhamento, 200 milhões estão em fundos alternativos e 150 milhões em fundos mobiliários.

Por agora, na área de capital de risco é o imobiliário o grande foco da entidade. O segmento de residências estudantis, por exemplo, tem merecido a atenção da gestora, que trabalha em parceria com uma sociedade gestora de Hong Kong.

Este posicionamento da entidade faz com que a fatia de clientes internacionais tenha crescido. Representam atualmente 1/3 dos ativos sob gestão totais da casa, sendo maior a penetração nos produtos alternativos comparativamente com os mobiliários. “Na área de alternativos, a internacionalização tem sido mais rápida e a diversificação também maior”, esclarece Joaquim Luiz Gomes.

BARREIRA DA DISTRIBUIÇÃO

Dado este dinamismo da área de capital de risco, Joaquim Luiz Gomes vê como natural que esta cresça “francamente mais do que a de fundos mobiliários”. E consegue apontar com facilidade o porquê. “Nos mobiliários temos indiscutivelmente um problema de distribuição”, revela. As barreiras que encontram na distribuição de fundos diz serem ainda muito grandes, e só uma eventual chegada a canais alternativos poderia representar uma solução. “Só assim conseguiríamos almejar crescer nesta área tão depressa como crescemos na de alternativos. Este é um setor onde existe muita concentração, e como independentes que somos não temos hipótese de nos afirmar”, confessa.

Apesar destas dificuldades, Joaquim Luiz Gomes continua convicto de que a área de fundos mobiliários é core para a entidade. No entanto, como refere, estão numa fase de “digestão do crescimento” dos fundos que lançaram no âmbito de capital de risco, e a prioridade passa por organizar a casa em termos de crescimento. “Não podemos entrar em overtrading, nem dar um passo maior do que a perna”, apontou.

RESIDÊNCIAS DE ESTUDANTES

Uma das áreas em que a entidade tem apostado fortemente dentro do capital de risco é o imobiliário, nomeadamente as residências de estudantes.

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