3 minute read

Jenna Barnard

No ambiente de mercado atual, muitos acreditam que a flexibilidade é um requisito indispensável, já que é quase impossível gerar rentabilidades positivas no mercado obrigacionista. É precisamente essa uma das principais características que molda o Janus Henderson Horizon Strategic Bond Fund. A sua abordagem global e flexível permite que se adapte rapidamente afinando a sua estratégia, e consiga assim enfrentar os dissabores que o mercado traz. Ou então simplesmente aproveitar oportunidades quando estas aparecem no horizonte. Jenna Barnard e John Pattullo são as caras por detrás do sucesso da estratégia. PARTNER

NER T PAR

CO-RESPONSÁVEL DE ESTRATÉGIAS DE FIXED INCOME E GESTORA

OBRIGAÇÕES PODEM VOLTAR A SER UM DIVERSIFICADOR?

“As obrigações têm tido um péssimo desempenho, mas por razões lógicas”, assegura. Para a especialista os motivos são claros. A inflação teimosamente elevada e os bancos centrais que se atrasaram e responder de forma muito agressiva, o que considera um erro na política monetária. No futuro, porém, quando a sua postura voltar a um tom mais acomodatício, as obrigações vão desempenhar o seu papel diversificador. “Se isso vai acontecer nos próximos seis meses ou um ano, não sabemos”, comenta.

H

á mais de duas décadas na indústria, Jenna Barnard tem sob a sua alçada várias estratégias de fixed income. Uma delas é o Janus Henderson Horizon Strategic Bond Fund, cuja gestão é partilhada com John Pattullo. Criado em 2017, este fundo da Janus Henderson é gerido ativamente e consegue ajustar-se a ambientes de mercado em constante mudança como o que vivemos atualmente.

Em conversa com a FundsPeople, Jenna Barnard fala justamente do atual contexto do mercado obrigacionista. “Acho que estamos no auge do choque da inflação. Isto combinado com a postura hawkish dos bancos centrais fez com que as yields das obrigações soberanas aumentassem drasticamente, em particular nos EUA. Para a profissional, grande parte deste cenário foi impulsionado pelas rentabilidades reais e não pela expetativa de inflação.“Caracterizaria isto como choque de liquidez”, esclarece.

O medo do pico de inflação e a hawkishness dos bancos centrais causaram este ajuste na liquidez. “Estamos a fazer a transição para o início do growth shock e é muito importante entender que esta situação apenas agora começa a estar refletida nos mercados”, alerta.

Como tal, as obrigações soberanas foram prejudicadas devido à inflação, mas também devido ao choque das yields reais. Jenna Barnard considera que este choque de crescimento irá durar um ano. “Será profundo e será global”, prevê.

MOVIMENTOS NA CARTEIRA

Assim, Jenna Barnard conta que neste momento estão a transformar o portefólio naquilo que apelida de fundo de obrigações core. “Portanto, mais duration, menos crédito e menos ativos com baixas avaliações”, esclarece. Apesar de terem entrado em 2022 com a duration nos três anos - a mais baixa desde 2011 - esta situa-se atualmente nos 7.6 anos. Esta grande mudança de rumo, conta, “reflete o auge cíclico nas yields das obrigações, mas ainda nos sobra margem para subir até aos nove anos, se necessário”.

Além disso, a equipa de gestão está fazer mudanças quanto à sua exposição. Por um lado, está a reduzir o risco de crédito e o risco de high yield desde o quarto trimestre de 2021. “A exposição a high yield está em mínimos (16%)”, explica. Por outro lado, aumentaram a exposição a liquidez e a obrigações soberanas.

VIESES E EXCLUSÕES

O tema do momento, o investimento com critérios ambientais, sociais e de governance, também não é descurado. Segundo conta Jenna Barnard, o Janus Henderson Horizon Strategic Bond Fund está incluído no Artigo 8º da SFDR.

A profissional explica, porém, que não só excluem estes setores por serem prejudiciais para o ambiente e para a sociedade, mas também porque são indústrias com baixos cash flows e extremamente cíclicas. Não nos interessa emprestar dinheiro a este tipo de empresas”, pontualiza.

Além disso, o portefólio tem um certo viés para as indústrias mais modernas. A equipa de gestão foca-se em áreas em crescimento e com elevados cash flows, como é o caso dos centros de dados, em detrimento, por exemplo, dos centros comerciais. “Contudo, também nos cativam os setores antigos, mas fiáveis”, revela a especialista. Saúde, alimentação e embalamento são alguns dos exemplos com que ilustram este interesse.

“ESTAMOS A FAZER A TRANSIÇÃO PARA O INÍCIO DO GROWTH SHOCK, E É MUITO IMPORTANTE ENTENDER QUE ESTA SITUAÇÃO APENAS AGORA COMEÇA A ESTAR REFLETIDA NOS MERCADOS”

This article is from: