Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18
EVENTOS
GIFF - Geocaching Internacional Film Festival Um evento, mais de uma dezena de cinemas improvisados. GEOTOUR ILHAS DA BRUMA
Tudo sobre o novo projecto dos Açores para 2016
E AINDA...
– Além Fronteiras – Praias fluviais – Cruzilhadas – Ponto Zero – E muito mais...
K!NDER Geocacher, voluntário, atleta. Vamos à boleia do K!nder descobrir tudo sobre estas e outras paixões.
PASSATEMPO GIFF 1º Classificado
Vitor Morgado Prémios: Um Travelbug em cortiça, feito à mão, patrocinado pelo 3º Aniversário do Geo Alentejo - GC67T7N E ainda um lenço com padrão geocaching, cortesia da equipa de revisores, e duas geotags trackable no site geocaching.com
2º Classificado
Cristina Jesus
Prémio: 1 geotag trackable no site geocaching.com
3º Classificado
Silvana Pires
Prémio: 1 geotag trackable no site geocaching.com
O sorteio foi realizado no dia 25 de Dezembro via website random.org A equipa da GeoMag quer agradecer aos 93 participantes deste passatempo e à equipa de revisão e ao Geo Alentejo pela ajuda na elaboração dos prémios.
Índice Editorial................................................................. 04 Travessia Alvão - Marão................................. 06 tWin PeaKs........................................................... 14 Geotour Azores.................................................. 20 Frente a Frente.................................................. 28 Cruzilhadas.......................................................... 34 Mandamentos..................................................... 40 Palácio das Obras Novas................................ 42 Parque Estadual Intervales........................... 48 Entrevista de Carreira - K!nder.................... 60 Waymarking - Bird Watching........................ 82 A a Z - Nuno Gil................................................... 80 GIFF Weekend - Eventos GIFF..................... 88 Praias Fluviais..................................................... 98 GeoMagusto - Deluxe Crazy Edition......... 104 From Geocaching HQ with Love.................. 114 Tutorial - Photo Upload................................... 118 Ponto Zero........................................................... 120
Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90. Créditos
André Dias André Rebelo Annie Love António Cruz Bruno Gomes Filipe Sena Filipe Nobre João Martins Luís Machado Nuno Gil Pedro Almeida Rui Almeida Rui Duarte Sónia Fernandes Tiago Veloso Vitor Sérgio GIFF: -JTAJ $ BOY jorge_53 Mr.moraysbrun Natty_Zé order_81 pedro.b.almeida rjpcordeiro Vsergios Frente a Frente: TEAM JH71 Timearth Com o apoio :
EDITORIAL
por Rui Duarte
We´ve come a long way… Sim…já percorremos um longo caminho! Comemoramos com a edição deste mês, a 19ª, três anos de existência! Três anos onde, de forma ininterrupta, mandámos “cá para fora”, modéstia à parte, uma belíssima revista. (E como escreveu a Flora há um ano) “Dá gosto olhar para o resultado e pensar que esta brincadeira encerra boa parte do melhor geocaching que nos rodeia!”! Foi com enorme prazer que vi aparecer a revista, a Nº0 em Dezembro de 2012, e desde logo fiquei “agarrado” à coisa! Excelente presente de Natal para os entusiastas deste nosso hobbie, sem dúvida!
sobre o Castelo de São Jorge (para a 3ªedição e que acabou por entrar apenas na 4ª… que nervos!!!) e depois outro e mais um (alguns já sugeridos por mim, a ousadia), até ser mesmo convidado a integrar a “redacção” e passar a ter voz activa nos debates e escolhas dos artigos/ convidados e afins! Um ano depois (terá sido um ano depois?!) a Cadeira Editorial… a responsabilidade e a confiança da parte de alguém que nem me conhecia de lado nenhum! Alguma coisa devo ter feito bem (ou mal -.- ) para ter recebido este convite por parte do Filipe, no sentido de ajudar a continuar o rumo (quanto a mim) ascendente que a revista vem tendo desde a sua primeira aparição.
Ainda não sonhava que, alguns meses volvidos, seria convidado a es- Sim… já percorri um loncrever um singelo artigo go caminho! E agora, um 4
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ano e seis edições volvidas dou por mim com um sorriso nos lábios. É assim. UM ANO! Um ano de muito trabalho, de muitos emails trocados, de muitas fotos vistas e de muitos textos revistos… um ano de sentimento cumprido… Seis edições de muitas conversas, de muitas gargalhadas, de muitos e EXCELENTES artigos e carregadas de colaborações cheias de história e estórias! Seis edições verdadeiramente pródigas em “Sim, claro, é um prazer colaborar convosco” e uma mão cheia de “Não, não tenho disponibilidade ou interesse nisso”; Seis edições de “Thumbs Up, está ótimo!” e uma mão cheia de “Não, assim não! Se calhar não explicámos bem o que se pretende.”… seis edições
de “UAU, era mesmo isto!”… A todos, mesmo TODOS, os que se revêm nas linhas acima, quer tenham ficado “Caramba! Está mesmo Fixe!”, ou “Epá, conseguiram colocar as piores fotos pá!”, aos que “O quê? Tem de ficar para a edição seguinte?!” e aos “Já estamos no limite do prazo!? Ainda nem comecei!!!”, o nosso sincero MUITO OBRIGADO! A GeoMag é realmente feita por todos vocês e para todos vocês, e, não tenham dúvidas, o trabalho que dá (e que é muito) não é de perto nem de longe comparável ao prazer que tenho ao “folhear” cada novo número e ver o que o Filipe fez com a paginação, composição, etc.! Sim… já percorremos um longo caminho! Ao longo destes três anos, primeiro sob a batuta do
Gustavo e da prata da casa (e) do GeoPt e neste último ano num formato mais independente, temos feito os possíveis para nos reinventarmos um pouco e darmos, de uma forma ou de outra, novas rúbricas e novos conteúdos, mantendo uma qualidade que me apraz dizer, Muito Boa! E esse longo caminho coloca-nos agora à porta de 2016! Estes últimos meses têm visto um chorrilho de novidades relacionadas com a vossa revista… um restyling, não só ao nível do próprio nome, encurtado para GeoMag (o Filipe diz que é um nome mais sonante, mais “forte”, eu acho que foi para caber nas t-shirts!), mas também na formatação/paginação, o aparecimento do user GeoMag.pt no Geocaching.com e da página
do FB (www.facebook. com/geomagpt/)! Relacionado com estas duas “novidades” temos que, primeiro: festejar o primeiro Evento Oficial promovido pela revista (GIFF Weekend 2015 - PIPOCA-MOS [GC65KC9]), motivado em boa parte pelo desafio lançado pelo Vsergios (queria certamente ganhar o souvenir) e sobre o qual temos que agradecer, não só ao Victor que teve, como castigo, de proporcionar os meios técnicos e de escrever um pequeno rescaldo (deverá estar no artigo sobre os GIFF mais à frente), como aos Team (Nuno) Martinez e (Hugo) SUp3rFM pela cedência do espaço onde a magia aconteceu… sem a generosidades destes companheiros (ainda, mais ou menos, geocachers)
dificilmente teríamos tido um evento com tanto sucesso e tão divertido. Sobre o aspecto do “Sucesso” não posso deixar de mencionar que o dito foi tanto que não houve espaço para toda a gente!!! Os 21 attends que tínhamos na calha no próprio dia do evento não faziam prever que se iriam transformar em 33 até à hora marcada e muito menos que se iriam traduzir nas mais de sessenta pessoas que contei durante a noite! E foi pena… tínhamos disponível, graças ao Cláudio Cortez, um projector e poderíamos ter transformado a sala grande numa verdadeira sala de cinema, caso tivéssemos estes valores presentes ANTES do Evento e a tempo de ir buscar o aparelho (da próxima já sabemos); Segundo, festejar o primeiro Passatempo
Oficial promovido pela revista e que teve como base o primeiro Evento Oficial promovido pela revista… hum… e divulgado pela nossa página do FB. Tínhamos algumas coisinhas para oferecer e lançamos o repto na rede social. Os 93 participantes e o chamado “alcance da publicação” de mais de 8200 pessoas deixaram-nos muito contentes e é com enorme prazer que divulgamos nas páginas da revista os vencedores (está para aí algures). Novos passatempos estão já na calha… parece-me que será um 2016 cheio de prendinhas para os nossos leitores! Despeço-me com os Votos de Boas Festas e de um Excelente Ano Novo, cheio de boas caches e de ar puro. Vemo-nos num Evento por aí…
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O HORIZONTE
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À DESCOBERTA DE…
TRAVESSIA ALVÃO - MARÃO por VALENTE CRUZ
A
ideia partiu do Vítor “Pirat@” Ribeiro. Enquanto
degustáva-
mos uma francesinha – daquelas que nos arregalam os olhos e nos reinventam espaço no estômago – lançou o desafio de fazer uma travessia entre o Alvão e o Marão. Fiquei de imediato interessado, mas a ida foi sendo adiada, tanto pela indisponibilidade dos interessados como pela imprevisibilidade meteorológica. O plano estava definido para uma travessia de dois dias, com pernoita pelo meio, desde o monte Farinha (Senhora da Graça), no Alvão, até às Antenas do Marão. Contudo, dada a escassez de datas disponíveis, optámos por realizar o percurso em dois dias separados. O primeiro decorreu a 15 de outubro.
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Na véspera de ir para a montanha sinto sempre um frenesim de expetativas. Como habitualmente tenho de me levantar cedo, estes dois aspetos acabam por redundar em poucas horas de sono. Ainda não eram 5h00 e eu já estava com a mão no telemóvel para cancelar o despertador. Nem foi necessário escutar o cantar da tecnologia para despertar os sentidos! Como o dia prometia ser longo, arrisquei tomar o meu café ocasional e fiz-me ao caminho. Subsiste em mim um estranho encanto em viajar de carro durante a noite; parece que o silêncio me aproxima do mundo. Com duas paragens pelo meio para apanhar os companheiros da aventura (Vítor Ribeiro, Américo “Dragao88” Alves, José “Power_Red” Carneiro, Cidálio “ell comandante” Oliveira e Fernando Rei), chegámos à Senhora da Graça pouco passava das 8h00. O sol tinha nascido há pouco tempo e a vida acordava para mais um dia de trabalho. O monte Farinha criava uma sombra que tapava as terras de Basto. Às 8h20 partimos para a grande caminhada. O início fez-se sem dificuldades, sempre a descer. Passámos por Vilar de Ferreiros e apanhámos a Levada do Piscaredo, que vai buscar água ao rio Cabril uns quilómetros mais à frente. Aqui 8
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tivemos o primeiro momento de espanto do dia; chegámos a um local povoado de árvores e os raios de sol furavam pela neblina deixando um rasto de encanto no ar. Passámos por algumas ribeiras e prosseguimos pela levada até rio Cabril, precisamente onde este se encontra com o rio Cabrão. Cruzámos as poldras e passámos para a outra margem, progredindo depois pela encosta até à capela que antecede o miradouro das Fisgas de Ermelo. Aproveitámos então para almoçar e continuámos para o miradouro, onde as máquinas fotográficas se deliciaram com a paisagem. É impressionante notar o poder da Natureza neste local; o vale abrese abruptamente aos nossos pés, enquanto o rio Olo segue apressado pelas fisgas da penedia. Contornámos o vale e visitámos as piocas de cima. Aqui, para se passar para a outra margem, é necessário dar um pequeno salto sobre uma passagem mais estreita do rio. Parece que, pelo menos em Ermelo, estas lagoas são conhecidas como pias. Respeite-se então a designação local. Surgiram depois as majestosas cascatas do rio Olo. Quanto mais se aproxima o olhar desta maravilha mais impressionante é a força com que a água se despenha no vazio. Descemos pela encosta e quase a che-
garmos às pias de baixo tivemos o primeiro momento de corta-mato do dia. A vegetação foi engolindo os trilhos e torna-se difícil perceber qual é o melhor acesso. As silvas também não ajudam. Após uma paragem muito aprazível no rio, continuámos em direção a Ermelo. O percurso segue por campos abandonados e por caminhos onde é possível notar os refegos criados na rocha pelas antigas carroças puxadas por animais. Chegados a Ermelo, aproveitámos uma paragem estratégica para consolar o estômago pelas agruras da caminhada. Passámos depois a aldeia típica e prosseguimos até ao vale em frente, onde nos esperava uma longa subida até ao topo do Alvão. Ao longe, as eólicas enganavamnos com a promessa de alcançarmos o céu. Apesar de as encostas estarem um pouco despidas, a zona próxima do ribeiro mantém-se verdejante, tornando a caminhada mais interessante. Cruzámos a estrada e enfrentámos a última grande subida do dia. A encosta inclinada parecia uma escada rolante que nos puxava a tenacidade para baixo. O sol empoleirava-se em despedida no horizonte e o céu criava desenhos coloridos com as nuvens. Com as pernas pesarosas pela distância percorrida, vencemos o
topo e iniciámos a descida para as minas da Farouca. A noite tinha entretanto caído no Alvão e nós tornámo-nos criaturas da escuridão em busca de um merecido descanso, que acabámos por encontrar no centro escutista que fica próximo de Mascoselo. A caminhada terminou às 20h20, cerca de 12 horas depois da partida. Para trás tinham ficado cerca de 30 quilómetros de grandes paisagens! A segunda parte da aventura decorreu no dia 3 de novembro. Mais uma vez saí de casa durante a penumbra e com a promessa de um amanhecer pelo caminho. O encontro ficou marcado para as Antenas do Marão, de onde partimos para o início desta etapa, junto ao centro escutista. Aos amigos já mencionados, para esta caminhada juntouse o Sérgio “sercla28” Oliveira. Desta vez, o tempo parecia querer complicar-nos a vida e a experiência. Para além da chuva frequente, estava um nevoeiro tal que não se via ponta do desafio. Ainda assim, não estávamos dispostos a desistir. Com as primeiras centenas de metros a chuva desanuviou um pouco e acelerámos o passo. À medida que íamos subindo a serra do Marão o nevoeiro ia criando brechas de visibilidade. Aos poucos, a paisagem emergia austera e fiel.
MONTE FARINHA
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Com a chegada ao Alto de Espinho parecia que o final estava apenas à distância de um pequeno esforço. Contudo, sabíamos que nem sempre as caminhadas de montanha são o que parecem. Após alguns momentos de subida começámos a descer em direção ao fundo do vale, onde nos esperavam as minas abandonadas da Ramalhosa. Do alto, seguindo pelo caminho e através do túnel, vislumbrámos os vestígios deixados pela exploração mineira, que esventrou a terra em busca de sustento. Seguiu-se uma longa subida pelas vertentes sulistas desta serra. Pelo meio ainda tivemos a oportunidade de nos cruzarmos com um enorme rebanho de cabras. Ocasional-
COGUMELO
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mente, a meteorologia lembrava-nos que para lá do Marão mandam os que lá estão. O nevoeiro fechava-nos as vistas no imediato e a chuva testava a nossa resiliência. Baixávamos então o olhar e acelerávamos o passo, furando entre os pingos como quem dança com o destino. Aproximávamo-nos do final e pressentimos que nos esquiváramos aos imprevistos do percurso. Porém, logo de seguida descobrimos que um dos troços pensados apresentava problemas de acessibilidade. Assim, também pelo mau tempo, optámos por não seguir por um atalho de incertezas e acabámos por alongar a caminhada. As subidas tornaram-se então mais íngremes e desafiantes. O cansaço começou a
fazer-se notar, mas o grupo superou as dificuldades com a esperança redobrada. Com o sol a despedir-se num horizonte nublado aproximámo-nos do fim. A chegada ao vértice geodésico das Antenas do Marão marcou o fecho da aventura. Levantara-se entretanto um vento frio que nos arrefeceu a alma. Acossados pelo mau tempo e pelo cansaço, surgiu-nos então de surpresa um teto e quatro paredes de conforto. Pareceu um verdadeiro milagre de Nossa Senhora da Serra! Conforme delineado desde o início, fomos então preparar a fantástica sopa da pedra. Foi o final perfeito para uma grande aventura, tão inesperado quão inolvidável! Para além das memórias, ficou o
desafio de Sobrevivência [GC640AW] entre o Alvão e o Marão. No geocaching existem por vezes relatos de falsas descobertas, registos imaginários e estatísticas enviesadas. Porém, é impossível falsear as vivências que nos marcam; aquilo que recebemos é absolutamente impagável e insubstituível, considerando as diferentes vertentes da aventura (preparação, concretização, imprevistos, dificuldades, superação e comemoração). Esta foi uma delas. Valeu por qualquer pódio. E, no fundo, é isto o geocaching! Texto e fotos: António (Valente Cruz)
VALE
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FISGAS DE ERMELO
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O JANTAR
O GRUPO
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tWIn
PeaKS
POR MYSTIQUE*
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“Ao refletir sobre aquele dia, sei que arrisquei demasiado e não o voltaria a fazer. Foi talvez a minha aventura de superação mais insana.” Para falarmos do Pico das Torres, temos que imperativamente falar do Pico do Areeiro e do Pico Ruivo. Só através da Vereda do Pico Areeiro – Pico Ruivo (PR1), conseguimos alcançar o tão fantástico Pico das Torres. O PR1 , leva-nos por uma caminhada fantástica, diversificada paisagisticamente, um pouco dura, mas que nos enche a alma, aos 3 picos mais altos da Madeira: o Pico Ruivo (1861 mts) , o Pico das Torres (1851 mts) e o Pico do Areeiro (1818 mts).
riência que marca e ção para a EC Pico do que guardo com um Areeiro [GC2YG7H]. carinho especial. Um “radar” que nunca A travessia é linear, o funcionou e que a sua que a torna um pouco presença paisagística mais dura se tivermos seria simpaticamente que fazer o caminho dispensada, de todos para trás. A distância os amantes da Natua percorrer poderá ser reza. de 5,6 Km (só num sentido) e ao voltar para trás escolher a de 7 Km , podendo diversificar parte do percurso, totalizando assim uns 12,6 Km, com muitas subidas e descidas brutais.
Estando o PR1, humildemente apresentado, passo agora a descrever a conquista das Twin Peaks Antes de avançar, [GC3EJ5T]. quero ressalvar, que tudo o que possa Com início no Pico escrever sobre esta do Areeiro, assim á experiência, não exis- primeira vista, local tem palavras que muito turístico, com possam fazer jus autocarros a “despeaos sentimentos que jar” turistas, as fotos nos envolvem nesta da praxe junto á placa travessia. As fotos da altitude do Pico do ajudam, mas mesmo Areeiro e onde se retiassim….é uma expe- ra a primeira informa-
estar nos Picos. Nada disso.
E durante 7 dias, toca de vasculhar condições climatéricas, para que a travessia fosse a bom porto. Foi no penúltimo dia que consegui. O trabalho Um centro de inter- de casa é muito impretação da Freira da portante. Madeira. Local a visi- Estava eu a dizer que tar, com informação se inicia a travessia bastante pertinente, no Pico do Areeiro, e para quem se interesassim que começasa pela preservação mos a deixar para trás de espécies. Este é a “paisagem touristic o único local conhefriendly”, as coisas cocido no Mundo onde meçam a fazer sentiocorre a nidificação do. da Freira da Madeira (Pterodroma madei- Alguns metros á ra), espécie endémica frente chega-se ao da ilha e considerada Miradouro do Ninho a ave marinha mais da Manta. Desta plaameaçada da Europa. taforma, onde suFazer o PR1, com postamente esta ave nevoeiro, chuva ou de rapina nidificava tempo instável, é (Manta ou conhecida exatamente a mes- em Portugal contima coisa que ficar no nental como Águia de sofá. E desengane-se Asa Redonda), conque pensa que estan- segue-se avistar a do um grande sol no Fajã da Nogueira, que Funchal, também vai esconde uma grande Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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parte da Floresta Lau- Após o túnel a paisagem muda. Mais rissilva. A partir daqui…Ora selvagem, mais rude, estávamos acima das mais bela. Algumas tinham nuvens, ora debaixo derrocadas estragado proteções, delas. a precaução teria de As panorâmicas que ser redobrada. nos envolviam, era UAUs a todos os mi- A subida para o Pico nutos. Subiam-se das Torres é… Doloescadas, desciam-se rosamente especial. escadas. Estávamos Interminável, numas rodeados por monta- escadas esculpidas nhas, de que gostava na rocha, não parecia mesmo que tivessem ter fim. Cada patauma legenda, para mar que aparecia, saber o que estava a era sempre a subir. A certeza era uma. Esver. távamos próximos da Uma zona com ban- conquista da almejacos esculpidos na pe- da Twin Peaks. dra, oferece-nos um miradouro e uma ca- Assim que passámos che, Freira da Madeira os abrigos dos pas[GC4EGAH]. Durante tores, corremos dealguns minutos, apro- salmados pelo trilho veitamos para repor que aparece á direita. energias, enquanto o Momento fantástico log é feito e a paisa- de geocaching, num cenário de beleza gem degustada. pura. As subidas e descidas, cada vez mais Subir ao Pico das Torabruptas sucedem- res…foi como o culmise e o túnel do Pico nar de algo planejado do Gato (1780 mts) e materializado ali surge. Tempo ainda naquele minuto. Espara olhar para o Pico távamos no tecto da Cidrão, local para uma Madeira. próxima visita. Cerca Após agarrar na cade 100 metros, quase che, o sol desaparenão é necessário utili- ceu e um nevoeiro zar a lanterna e esta- intenso engoliu-nos, mos no outro lado do como se a peça de teatro tivesse chegatúnel. 16
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do ao fim e a cortina Um misto mágico de se tivesse fechado. cores acompanhaSensação estranha… nos durante uma Abrigámo-nos nos travessia bem meabrigos dos pastores, nos exigente. Vários onde descansámos abrigos de pastores, e comemos. A conti- aparecem-nos junto nuação da travessia aos trilhos bem largos para o Pico Ruivo, es- e definidos. tava condenada, pois não se via um palmo á frente do nariz. A solução era regressar ao Areeiro.
Até á conquista dos 1861 mts, podemos encontrar 3 caches. A Pico Ruivo [GC1DXZJ], fica a meio do percurO regresso foi feito so e tem uma vista debaixo de um frio fantástica para o Pico gélido. Mas com um Ruivo. grande sorriso, por A Velhinho do Ruivo dentro e por fora. [GC4FVZV], situada A conquista do Pico Ruivo, acabou por ser através do PR1.2, Vereda do Pico Ruivo, a iniciar na Achada do Teixeira. Cerca de 2,8 km, ida e depois existem várias alternativas nesta caminhada, o PR1- Vereda do Areeiro, ou o PR13 – Vereda da Encumeada ou o PR1.1 – Vereda da Ilha, onde poderemos encontrar os acessos/bifurcações perto da casa de abrigo do Pico Ruivo.
numa espantosa casa do guarda, muito perto já do Pico Ruivo, onde bebemos um chá quentinho e conversámos sobre a vida ali na montanha, com pessoas que vivem ali de Inverno e de Verão.
E a 1861 [GC3VWGT], conquistada no ponto mais alto da ilha da Madeira, em pleno Pico Ruivo, com um sentimento de ter conseguido e sentir que a conquista dos 3 picos, terá tido lugar Enquanto do lado do num dos locais mais Areeiro predominam belos que já estive. as cores cinzentas, Texto/Fotos: aqui no caminho para Sonia Fernandes o Ruivo, predominam os vermelhos ocres. (Mystique*)
PICO DO ARIEIRO
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CAMINHO DA TWN
MIRADOURO NINHO DA MANTA
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“Os sonhos são como uma bússola, indicando os caminhos que seguiremos e as metas que queremos alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem e nos permitem crescer.” Augusto Cury
SUBIDA PARA A TWIN
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GeoTour Azores
por PalhocosMachado & Pedro.b.almeida
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Foi, recentemente, entregue ao Governo Regional dos Açores, a GeoTour Azores, que entrará em funcionamento no início de 2016 e antes da próxima época turística. Esta nova geotour é uma “extensão” da GeoTour Ilha Verde/ Green Island (em funcionamento desde junho de 2015) a todas as ilhas do arquipélago dos Açores. Depois da entrada em funcionamento da nova GeoTour Azores, a GeoTour Ilha Verde deixará de estar disponível (a partir de 18 de junho, data de término do contrato anual com a Groundspeak), pois esta primeira GeoTour portuguesa foi um “balão de ensaio”.
em agosto passado, pelos geocachers Luis Filipe Machado (aka Palhocosmachado) e Pedro Almeida (aka Pedro.b.almeida), a convite da Direção Regional do Turismo. Foi constituída uma equipe de trabalho com geocachers residentes em cada uma das nove ilhas açorianas (dois por ilha) que, em conjunto, puseram “em pé” este projeto regional. Deste projeto de Geocaching, fazem parte 170 “objetivos” (150 caches fixas e 20 caches “joker”), que constam do passaporte virtual desta geotour. Os turistas/geocachers que pretendem aderir a esta geotour, poderão imprimir, se assim o desejarem, o seu “passaporte”, documento este que poderá auxilia-los durante a sua “aventura açoriana”. Ao contrário da atual geotour (Ilha Verde), a GeoTour Azores não funcionará por um sistema de “selos” existentes nas caixas.
O objetivo desta GeoTour é o mesmo da anterior, nomeadamente “conduzir” o turista visitante por estas “ilhas de Bruma”, para que fique a conhecer melhor a realidade açoriana (melhor dizendo: conhecendo a “alma” de cada uma das noves ilhas açorianas), senCada geocacher só do “conduzido” neste poderá participar, nesprocesso através do ta geotour, uma única Geocaching. vez. Este projeto começou A equipe organizadora a ser desenvolvido contemplou, nas re-
gras, a possibilidade dos geocachers que já encontraram caches desta geotour (existentes anteriormente à sua publicação) poderem participar nesta geotour, sem terem que voltar a realizar as caches que já haviam encontrado. Todas as caixas da GeoTour Azores estão localizadas em “locais turísticos” ou são sobre “temas” importantes para cada uma das ilhas e são todas (as 150 caixas fixas) caixas fáceis, para que, por exemplo, uma família de férias na região consiga “encontrar” as caixas com os filhos (pequenos). As caixas “joker”, em número de duas ou três por ilha, são caixas especiais que poderão ser usadas para, em caso de necessidade, substituir qualquer outra caixa, da mesma ilha (que não tenha sido “feita”). Algumas destas caixas “joker” serão já caixas de dificuldade mais elevada, dado não serem obrigatórias. As caixas “joker” são caixas consideradas “Especiais” (caixas premiadas, caixas nomeadas, caixas consideradas “marcos” ou
de grande importância para cada ilha, etc…). Colaboraram na “construção” desta geotour muitas entidades, nomeadamente: Presidência do Governo Regional dos Açores, Direção Regional do Turismo (entidade promotora deste projeto), Direção Regional do Ambiente, Direção Regional da Cultura (com a colaboração de vários museus da Região Açores), todas as 18 Câmaras Municipais da Região Açores, todos os Parques Naturais de cada uma das ilhas, os Serviços Florestais (a nível regional), Marinha de Portugal, GeoParque Açores, Os Amigos dos Açores, Os Montanheiros e…. muitas mais! Para além do prazer que o geocacher, participante nesta geotour, terá ao encontrar as caches que a integram, ficando a conhecer de uma forma profunda a realidade açoriana, poderá ainda ganhar alguns prémios (cuja existência é obrigatória numa geotour). Os prémios serão: a Geocoin Azores (acessível a todos os geocachers, Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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GRACIOSA
GRACIOSA
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FAIAL
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residentes ou não nos “ferramenta turística”, jeto. Quanto às caixas a National Geographic Açores) e “outros pré- imperou o objetivo de integrantes
desta considerou os Açores
mios especiais” (estes promover o turismo geotour, tenha-se em como uma das regiões só acessíveis a geoca- nas “ilhas mais pe- atenção que existem mais bonitas do munchers não residentes quenas”, bem como caixas novas (algumas do…e como um dos nos Açores). Para atin- a deslocação entre já publicadas e outras melhores destinos de gir o prémio Geocoin ilhas. Assim sendo é a publicar brevemen- férias! Azores, será neces- possível “completar” te) colocadas em to- A participação do sário encontrar 50% a GeoTour Azores (e das as noves ilhas. geocacher numa geodas caixas da GeoTour portanto obter a badtour permite obter o (portanto 75 caixas, ge e a geocoin) “enapenas Claro que, em todas as não importando a contrando” ilhas, ficaram muitos ilha) ou completar as quinze caixas deste locais e temas de fora caixas desta Geotour projeto. De qualquer da GeoTour. Existem de um dos grupos de das formas é sempre necessário que o geo- nos Açores em geral, ilhas (grupo oriental, cacher se desloque a, e em cada ilha em grupo ocidental, grupo pelo menos, duas ilhas particular, uma quancentral-norte e grupo tidade impressionanaçorianas. central-sul). te de locais e temas Fazem parte deste Os primeiros geoca“turísticos”, dignos e roteiro de geocaches, chers (não residentes caches de vários for- importantes para cada na região Açores) a matos. A saber: caches uma das ilhas (especompletarem um grutradicionais, caches cificamente) e para a po de ilhas, serão premulti-caches e enig- Região Açores, no seu miados com um dos mas (simples) e ainda todo, que não são posprémios “especiais”. earthcaches, perten- síveis integrar numa Haverá ainda um único centes a um total de “listagem” de apenas prémio “super-espemais de 50 geocachers 150 caixas. Quase que cial” para o geocacher (açorianos, madeiren- se poderia afirmar que que consiga “enconses e continentais) existe “material” para trar” a totalidade das apoiantes deste proje- se “produzir” uma 150 caixas que comto. Registe-se ainda a geotour em cada uma põem esta geotour. colaboração de muitos das ilhas… Registe-
atributo “GeoTour” de Geocaching. É também de destacar que foi, de novo, produzida (pela Cybermap) uma aplicação (gratuita), a Whimzr, para telemóveis android, incluída
onde a
estará Geotour
Azores e que permitirá ao turista/geocacher uma
navegação/in-
formação alternativa e que não necessitará de ligação permanente a uma rede.
Texto: Luís Filipe Machado
(PalhocosMa-
chado) / Pedro Almeida (Pedro.b.almeida) Fotos: Luís Machado,
Na organização des- outros geocachers na se a propósito que, Paulo Peres, Pedro ta geotour, enquanto construção deste pro- muito recentemente, Almeida e Pedro Silva. 24
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Chegamos mais uma vez a Dezembro, e quem pensa em Dezembro, pensa em Natal. Nesta edição natalícia do Frente a Frente resolvemos abordar um tema que se encontra completamente relacionado com a quadra. O Natal é, por excelência, a festa da família, na que os parentes se encontram ou tratam de tornar mais curtas as distâncias, para o poderem festejar em conjunto com a sua família. Pensando nisto, porque não nesta edição da GeoMag, colocar frente a frente duas famílias geocachers? Feitos e aceites os convites, propomo-nos então nesta edição a conhecer um pouco melhor duas equipas familiares de geocachers que vivem este seu hobbie em conjunto, assumindo-o como uma actividade familiar. Assim, de um lado estará a TEAM JH71, família de cinco elementos, constituída pelo José Henrique, nascido em 1971, a sua esposa Tucha de 43 anos e os seus três filhos, os gémeos Inês e Bruno de 14 anos e o Benny de 13. Diz-nos o José que “todos temos atividades extra profissionais, o pai está ligado ao associativismo, a mãe é catequista e os filhos praticam futebol e andam na
música” mas “o Geocaching surge como a atividade que nos permite a simultaneidade da prática de uma atividade em família”. Geocachers desde Outubro de 2012, contam com cerca de 1000 caches encontradas. Residentes no Sobreiro, localidade do concelho de Mafra, deixam-nos muitas sugestões de visita a nível municipal, evidenciando a Aldeia típica José Franco, no Sobreiro, a Vila da Ericeira e as suas praias, a Tapada Nacional de Mafra e o Palácio Nacional de Mafra, como locais a não perder. No entanto, avisam-nos ainda acerca de Mafra: “A gastronomia também é do melhor que se pode encontrar no nosso país e a nível de pastelaria não há igual.” Respondendo às mesmas questões estarão os Timearth. Família de 5 elementos (4 humanos e um canino!), são eles o Manuel com 50 anos, a Mira com 48, a Joana com 20 e o João que conta 12 primaveras, bem com a cadela “ Fly” com 4 anos. Definem-se como “uns cromos que já devíamos ter juízo”! Registados em Geocaching.com há mais de 8 anos (desde Maio de 2007), encontraram já mais de 3800 caches, colocando sempre novos objectivos a si próprios. Como nos
refere o Manuel, os seus próximos objectivos, a “fazer no final do ano”, são a Senda del Oso e as caches por lá existentes, sendo que para Julho está programada a visita a Naranjo de Bulnes “Picu Urriellu”. Porque escolheram esta actividade como ocupação familiar? Qual das teams teve contacto com o Geocaching através de um programa de rádio? Como surgiram as escolhas dos seus nicks? Estas são apenas algumas das perguntas para as quais encontrarão resposta, já de seguida, Frente a Frente! 1. Comecemos esta pequena conversa pela pergunta que não podia faltar: Como surgiu o Geocaching no seio familiar? A qual dos elementos se deve a descoberta desta atividade e como a partilhou e deu a conhecer aos restantes membros da família? TEAM JH71: Geocaching!!!??? Sim, foi esta a minha reação quando pela primeira vez no final de uma reunião da Liga dos Amigos do Sobreiro o meu amigo Hélder Reis me falou do geocaching. O ir “investigar” de que se tratava foi apenas o tempo de chegar a casa. Depois foi criar conta, instalar as aplicações no telemóvel e na primeira
saída em família fomos em busca da nossa primeira cache: uma tradicional na zona ribeirinha de Lisboa. Mas foi com a letter GPN que contagiei toda a família e surge o TEAM JH71 como equipa. Timearth: Em 2007, numa viagem de carro, ouvi um programa na TSF- “mais cedo ou mais tarde vai ser notícia”onde era apresentado o geocaching, como uma atividade de aventura ao ar livre. Chegado a casa, partilhei com as minhas meninas, esposa e filha, (o miúdo ainda era muito pequeno). E, entusiasmado, fui pesquisar a dita actividade na internet. Tendo nós um GPS, ficou decidido que no próximo passeio habitual de BTT por Sintra, iriamos procurar uma cache. Confesso que íamos um pouco apreensivos. Não sabíamos se as caches existiam mesmo e o que esperar de uma dita “cache”. Mas ainda assim, no dia 12 de Maio de 2007, encontrámos a nossa primeira cache. Dai para a frente, como não conhecíamos ninguém, tentámos aprender o melhor que podíamos todas as facetas desta actividade – e como foi atribulada essa aprendizagem. Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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2. Porque escolheram esta atividade para a ocupação dos tempos livres em família? TEAM JH71: Precisávamos de uma atividade que pudéssemos fazer em família, que nos levasse a sair de casa e, principalmente, que nos proporcionasse oportunidades de conhecer locais que de outra forma nunca conheceríamos. O Geocaching é a atividade perfeita para conciliar o gosto pela tecnologia (smartphone, Pc , consolas e GPS) com a aventura na primeira pessoa dos jogos de consola/Pc. Timearth: Esta foi uma actividade que se inseriu facilmente na nossa dinâmica familiar. Somos uma família apreciadora de ar livre, e a muitas actividades a ele associadas. Com o geocaching, em específico, passamos a conhecer sítios que para nós, até então, eram completamente desconhecidos, sítios inclusive no nosso “quintal”. Mas, nessa altura, o mapa português ainda se encontrava muito vazio, e pouco homogéneo. Por momentos pensamos que mais uns meses de procura e todas as caches em Portugal estariam encontradas. De referir ainda que, no nosso primeiro ano nos Picos da Europa, eram inexistentes as caches 30
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na região. Em suma, para nós, o início do geocaching trouxe muitos momentos fascinantes e poéticos, histórias inesquecíveis de algumas aventuras que tivemos. Fizemos novos amigos e partilhamos muitas aventuras em conjunto 3. Pensemos na vossa dinâmica familiar. Consideram que o geocaching pode ser um instrumento na educação dos mais novos? Em que medida? TEAM JH71: Obviamente, desde que o interpretemos com o sentido de atividade de enriquecimento que o mesmo permite. Queremos que disfrutem e vivam cada momento sem a pressa e o stresse natural da “vida profissional”. Quando vamos para determinados locais, tentamos sempre despertar o interesse dos nossos filhos e por vezes dos amigos que se juntam a nós, para tudo o que nos rodeia, nomeadamente na natureza, falando da flora e fauna que estamos a observar e o mesmo se passa a quando de locais históricos e monumentos, tendo sempre como objetivo a oportunidade de valorizar o conhecimento cultural e cientifico. Timearth: O geocaching sem dúvida pode ser uma ferramenta educativa para os mais novos,
e até mesmo para os mais velhos. Na nossa opinião, permite o conhecimento de conceitos mais técnicos ou histórias de lugares que de outra forma permaneceriam incógnitas. Para além deste conhecimento palpável, permite também uma aprendizagem na forma de estar em comunidade. No desenvolvimento da entreajuda, no combate aos medos, persistência na busca dos objectivos e na partilha das alegrias. 4. Timearth e TEAM JH71, são os nomes pelos quais as vossas equipas são conhecidas na comunidade geocacher. Porquê a escolha de um username para toda a família em vez de uma identificação individual de cada um dos elementos? TEAM JH71: Família. Optamos por escolher um username para toda a família, em detrimento de individuais, pois a família é isto mesmo, a união. Os membros: Mãe – Tucha; Filha – Inês; Filho – Bruno; Filho – Benny ; Pai – José Henrique. TEAM JH71, no que concerne ao 71, este advém da data de nascimento do membro mais velho da família, o pai, que despoletou toda esta nossa aventura. Timearth: Na sua tra-
dução literal, Timearth, está relacionado com o “tempo” (time) da “Terra” (earth). Esta escolha tem muito a ver com o nosso gosto pelo planeta e tudo o que há de natural nele. O desfrutar da vida nos diferentes espaços, sejam eles grandes ou pequenos, em família ou com os amigos, recordando sempre os ausentes. 5. Falemos agora sobre as cachadas em família: Como decidem para onde vão? Que tipo de caches habitualmente procuram? TEAM JH71: Quando planeamos as nossas visitas a caches damos preferência a zonas históricas e locais de contacto com a natureza o mais inalterada possível em detrimento de zonas urbanas. Valorizamos bastante os locais onde se encontra a cache, só depois a originalidade do container, por isso, verificamos os found existentes nas caches e o número de favoritos atribuídos, sendo no entanto apenas um indicador. Damos supremacia as caches letter pois foi por aqui que tudo “começou” neste TEAM JH71. Wherigo, mistério, earth e tradicionais são o nosso top 5 de favoritas. Timearth: Fomos para
muitos sítios impulsionados pelas boas caches que ai existiam. Mas de forma geral escolhemos os sítios que gostamos e só depois procuramos as caches que podem estar dentro dos nossos gostos. Muitas vezes, entre procurar uma cache nova ou revisitar uma num local mágico, acabamos por optar regressar aos locais mais especiais. 6. Abordam o geocaching com um trabalho de equipa ou dividem competências pelos diversos membros de família? Vou tentar explicar-me melhor: Frequentemente existem teams onde alguns elementos se sentem mais à vontade na resolução de enigmas, enquanto outros elementos assumem por exemplo, os momentos de maior risco na recuperação de uma cache. No vosso caso, a procura de uma cache é algo no qual
toda a família participa, desde o momento da escolha da mesma, a resolução do enigma (quando a questão se coloca...) e todos os restantes passos, ou este é um trabalho em que cada um tem o seu papel e ajuda em áreas específicas para finalmente procurarem fisicamente a cache em grupo? TEAM JH71: Abordamos o Geocaching como um trabalho de equipa, em que toda a família participa. No entanto, as tarefas são divididas pelos diferentes membros da família, o planeamento e a escolha das caches fica a cargo do Pai que depois de uma seleção as apresenta a restante família para “aprovação”, só depois passa ao chamado trabalho de casa que antecede uma ida para o terreno. Os miúdos da família ficam responsáveis pela resolução dos enigmas
e a Mãe é quase sempre dispensada desta primeira parte do planeamento, cabendo-lhe como missão principal fazer as fotografias no terreno. Ultrapassados os primeiros passos e definidas as estratégias, seguimos para o terreno onde o Pai aquando da existência de locais mais perigosos aborda individualmente o GZ, trazendo depois a cache, sempre que possível até junto da restante família em local seguro. Habitualmente e quando o local permite a abordagem e procura do GZ é feito por todos em conjunto. Timearth: No caso da nossa família, por vezes as etapas estão divididas em dois momentos. No primeiro, a seleção das caches e da zona é feita maioritariamente por nós, elementos mais velhos do team. No segundo momento, a procura propriamente
dita, é feita em algumas das vezes pelo conjunto do team. Noutras apenas os elementos mais velhos e o pequeno explorador, se embrenham na busca insaciável pelo container, enquanto o elemento médio apenas desfruta os locais juntamente com a quatro patas (labrador da família). Refiro ainda que, a nossa dinâmica umas vezes é muito organizada e outras baseia-se no improviso. 7. Geocaching é também algo que facilmente se associa a férias e viagens. Isto leva-me a questionar: No vosso caso, quando decidem um destino de férias ou de viagens, o Geocaching tem um papel preponderante na decisão final ou é apenas um complemento que vem enriquecer a experiência? TEAM JH71: Depois de 2012, as nossas férias passaram a contar com Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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mais um fator decisório no que diz respeito ao destino. Não sendo o principal, é um fator que pode determinar a escolha do local “A” em detrimento do local “B”. Um exemplo que podemos dar são as férias que já estão planeadas para 2016, Açores-São Miguel. Aqui o Geocaching foi o fator de desempate. Agora já estamos a tratar do planeamento dos locais a visitar na ilha tendo como base a existência de caches. Desta forma temos a certeza de ir conhecer locais, por vezes esquecidos dos roteiros turísticos, mas com uma beleza indescritível. É desta forma que associamos o Geocaching às nossas férias em família, pois permite, como se pode ver nas fotos, experiencias enriquecedoras. Timearth: O geocaching entra numa segunda fase na escolha do destino de férias. Primeiramente, opta-
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mos pelos destinos que correspondem às nossas dinâmicas e actividades. No final do ano contamos rumar a La Senda del Oso… Só então, procuramos as caches que se encontram nas redondezas, e aquelas que correspondem aos nossos gostos. Preferimos desfrutar apenas de uma cache num local esplendido ou num local que exija um bom desafio, a 10 em sítios desinteressantes e com pouca segurança (locais próximos de transito rodoviário intenso) ou demasiado poluídos. 8. Para além de procurarem caches, têm também já algumas escondidas em nome das vossas equipas. Qual é o papel da família enquanto owners? O processo de criação e colocação de uma nova cache é algo em que toda a família participa ou pelo contrário, é uma
vertente do geocaching vivida maioritariamente apenas por alguns dos seus elementos? TEAM JH71: O Geocaching só existe porque existem os Owners, por isso logo que começamos a desvendar esta nova atividade rapidamente começamos a pensar na colocação da primeira cache. Enquanto geocacher’s fizemos o primeiro found em 5/10/2012 na cache GC34YX3 [Gare Marítima de Alcântara] e colocamos a primeira cache em 12/10/2012 GC3YHPQ [ESCORPIÃO]. Neste momento temos ativas 29 das 36 caches publicadas por nós. No decorrer deste ano apenas publicamos uma cache e estamos a preparar algumas novidades para 2016. O Sobreiro, localidade onde vivemos, faz parte do concelho de Mafra, zona que recomendo vivamente a visitar, pois temos bons locais e boas caches.
Timearth: No nosso team, a elaboração e colocação das caches está à responsabilidade dos elementos mais velhos. Estes desenvolvem a ideia, definem os locais e por fim implementam. Os mais novos, apenas dão a sua opinião. 9. O Geocaching é uma atividade que tem em si também uma componente social, na medida em que existe no nosso país uma vasta comunidade geocacher, que se encontra fisicamente nos vários eventos que ocorrem durante todo o ano no nosso país mas também virtualmente, através do fóruns e grupos de facebook espalhados pela Internet. Vivem o geocaching maioritariamente no vosso núcleo familiar, cachando apenas em família ou participam frequentemente em eventos e fóruns, interagindo com outros geocachers acerca do tema?
TEAM JH71: Vivemos o so pela actividade tenha bertos por vós. Geocaching
maiorita-
- Dentro das nossas li-
passado pelas várias Votos de um Feliz Natal mitações
queremos
riamente no nosso nú-
fases. Numa fase ini- e Bom 2016… cheio de acreditar que construí-
cleo familiar, fazendo no
cial estivemos sozinhos,
bom Geocaching.
mos algo para o Geoca-
entanto diversas vezes mas mais tarde para um São os votos do TEAM ching nacional que nos Geocaching em conjun- melhor conhecimento e JH71. orgulhamos, to com outros amigos interação, acabámos por Geocachers. A
participação
Timearth: A primeira
frequentar alguns even- sugestão que pudemos muitas vezes com logs nos tos, onde acabámos por fazer é de que vejam feitos nas nossas ca-
eventos é muito condi- conhecer vários tipos de no geocaching um escionada pelo resto das geocachers com dinâatividades que os mem- micas diferentes e hisbros da equipa têm para tórias que enriqueceram fissional”. Vamos sem-
comunidade.
pre que possível aos que
geocaching como uma
nos tempos livres para desfrutar de pequenas
se realizam próximos de
10. Chegamos ao fim da
nós.
nossa entrevista! Dei- fortalecer a relação en-
aventuras que podem
Estamos
igualmente
xando-vos desde já os
registados
no
meus votos de um Feliz Mesmo sendo estes de
fórum
tre os vários membros.
GEOPT com o user: Natal e um excelente
diferentes
JH71, onde sempre que Ano de 2016, peço-vos
personalidades, pois é
apenas mais um favor.
esta dinâmica que enri-
Que sugestão deixa-
quece a vida em conjun-
participamos
de forma construtiva.
idades
ou
Aproveito para deixar riam para outras famí- to. aqui os meus parabéns lias que, tal como vocês, Sejam ainda selectivos, a todos que tornam vêm no geocaching um
procurem os locais com
existência
excelente pretexto para
que se identificam e de-
resume-se ao núcleo
sugestão resume-se a
aprendam a respeitar os
familiar, e por vezes
duas frases:
pontos de vista de todo
possível
a
ches,
cape à vida quotidia- - Ficamos felizes com a na de trabalho. Usem o Geocoin que pensamos
além da sua vida “pro- a nossa passagem pela actividade para a união
possível
- Ficamos comovidos
pelo seu simbolismo, - Temos esperança que o nosso TB faça o seu caminho [TB3N6NG], - Ficamos felizes com momentos e historias incríveis passados com outros geocachers. A todos os que encontraram caches nossas, esperamos que tenham sido momentos agradáveis e divertidos! Acreditamos num Geocaching Poético.
viver boas experiências diquem-se a caches que Aqui fica o link do vídeo Timearth: A nossa di- em família? estão ajustadas à vossa da nossa cache Linha nâmica neste momento TEAM JH71: A nossa dinâmica como team. E Estreita [LINHA ESTREIdesse fórum.
juntamente com alguns - Lembrem-se de que o o team e a sua disposi-
TA-NARROW LINE - GC1Q3GM]: https://www. youtube.com/watch?-
amigos, também geo- Geocaching é um hobbie ção perante as diferen- v=oDTxcqqbn9Y cachers. Por questões e não uma competição.
tes situações. Esque-
de organização familiar, Disfrutem.
çam as estatísticas.
são poucos os eventos
- Existem imensos lo- Gostaríamos ainda de
em que participamos.
cais maravilhosos à es-
Embora o nosso percur-
pera de serem desco- gens:
deixar algumas mensa-
Texto: Bruno Gomes / TEAM JH71 / Timearth Fotos: TEAM JH71 Timearth Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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CRUZILHADAS
a importância de criar bons registos Por Valente Cruz
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Tal como no alpinismo apenas se considera o cume alcançado quando se consegue descer em segurança para contar a aventura, o geocaching apenas se concretiza através dos registos. Oficialmente, uma cache é descoberta quando é feito o registo online, supostamente depois de ter sido assinado o livro de registos da cache. É sabido que os registos são uma parte fundamental do geocaching. Porém, nem sempre os registos se coadunam com a promoção da qualidade no passatempo. Neste artigo irei abordar a importância de criar bons registos. A escolha das palavras não é fortuita, visto que um registo depende de um momento de criação e não se limita à escrita. A fotografia é também uma parte importante da estória que se pretende contar. É indubitável que os bons registos promovem a qualidade do passatempo. Mas, afinal, o que define a qualidade de um registo?
No limite, escrever é uma arte. Como tal, depende da inspiração de cada um. Porém, antes de ser uma arte, escrever é sobretudo um exercício de trabalho. Para escrever bem é fundamental ler bastante. O resto resolve-se com aprendizagem, espírito crítico, persistência, dedicação e muita correção. Ao contrário do que se possa pensar, o último ponto final não termina o texto; tão importante como saber escrever é perceber o que se deve cortar. Na escrita, a simplicidade pode mesmo ser o último grau de sofisticação. Depois de cada frase podemos fazer o exercício de avaliar se não existe uma forma mais simples (e não simplista!) de descrever o que se pretende. Nos registos de geocaching também se pode fazer esse exercício. Contudo, muitos geocachers exageram na parte do corte e os seus registos resumem-se a pouquíssimas palavras, acrónimos, emojis e até mesmo ao vazio.
Ninguém estará à espera de ganhar um prémio através de um registo no geocaching. Porém, e dependendo naturalmente das circunstâncias e da cache, podemos sempre criar algo que valorize o passatempo. Para além do registo escrito, é importante acrescentar fotos. Sem revelar demasiados pormenores sobre o recipiente e a sua localização, as fotografias permitem ter uma perceção imediata e eventualmente mais fidedigna da cache/experiência. Existem alguns tutoriais com dicas e sugestões que podem ajudar os geocachers que pretendem melhorar os seus registos. Em termos práticos, para além de informar o dono sobre o estado atual da cache, um bom registo poderá também divulgar informações relevantes para os geocachers que a visitem futuramente. De forma a criar um bom registo é importante organizar as ideias. Para facilitar,
podemos até separar o registo por partes/parágrafos. Por exemplo: • A listagem – A descoberta da cache começa em casa. O que despertou o interesse? O que se aprendeu? Quais foram as expetativas? • Trajeto/Viagem – Ninguém surge no local da cache por geração espontânea. Qual o contexto ou a razão da visita? Foi fácil ou difícil chegar ao local da cache? Poderá ser útil acrescentar pontos intermédios? • Descoberta do recipiente – Encontrar o recipiente é diferente de encontrar a cache. O recipiente é apenas uma parte da cache. Qual o tempo de procura e a dificuldade associada? Surgiram alguns constrangimentos com a presença de muggles? • Informações várias – Todas as caches são compostas de mudanças.
“No limite, escrever é uma arte. Como tal, depende da inspiração de cada um. Porém, antes de ser uma arte, escrever é sobretudo um exercício de trabalho.” Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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É necessário fazer manutenção? Foi realizada alguma manutenção? As circunstâncias do local alteraram-se? Houve troca de itens, TBs ou geocoins?
guimos, mas vamos tentando. Como donos de caches, é impossível ficarmos indiferente a verdadeiros relatos literários que nos levam a reviver a descoberta ou a experiência.
• Experiência – AcumuComo ninguém nasce lação de memórias. ensinado, também os O que foi mais marcan- novos geocachers pote? Sugestões? derão não perceber de imediato a importância • Depois da cache – de criar bons registos. Existe vida após a desPoderá acontecer que coberta. o geocacher tenha sido O dia de geocaching ter- iniciado no passatemminou nesta cache? Ou po por outro que não qual foi a que se seguiu? valoriza os registos. O geocacher novato • Agradecimento – Mais pensará que a prática do que uma sigla. de ser excessivamente Obrigado! Muito obriga- sucinto ou de não deixar fotos é correta. Assim, do pela partilha! depois de recebermos Para a generalidade um registo vazio numa dos geocachers existirá cache nossa e antes de sempre um primeiro enviarmos um email momento em que por provocador, deveremos mais que se escreconsiderar a hipótese va não se conseguirá de o geocacher não transmitir o quão marconhecer as boas prácante a cache. No nosso ticas do passatempo. caso, e após uma série Inclusive, nesta situade registos bem-intenção, alguns geocachers cionados, acabámos optam por enviar uma por perceber que um mensagem pedagógica bom registo é a melhor e construtiva. Não vaforma de expressar lerá a pena espicaçar gratidão ao dono da uma reação inusitada. cache pela experiência Poderemos estar apeproporcionada. Desde nas a gerar desânimo e então, esforçamo-nos incompreensão. por criar registos que, de alguma forma, levem Mas será que todos os o dono a pensar que va- registos devem ser lonleu a pena criar a cache. gos e pormenorizados? Nem sempre o conse- De uma forma onírica 36
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poderíamos pensar que sim. Contudo, sabemos que a resposta é negativa. Existem muitas variáveis nesta equação comunicacional. A primeira de todas é a disponibilidade. Nem sempre temos tempo para descrever tão bem quanto queríamos a aventura vivida. E é igualmente legítimo que optemos por não o fazer. O geocaching é “apenas” um passatempo e deveremos pesar de forma equilibrada o tempo que lhe dedicamos. Alguns geocachers, mediante a pouca disponibilidade e a aversão ao minimalismo, acabam por atrasar os seus registos. Ganha-se em conteúdo e na promoção da qualidade, mas perde-se em oportunidade.
pode até ser artístico, mas ao observar-se o conteúdo relevante poderemos ficar com pouco. Outros aproveitam o mesmo registo para validar a descoberta de inúmeras caches de contextos diferentes. Torna-se então importante questionarmonos o que será melhor: receber um “Encontrei” ou receber a descrição de como foi o dia, o fim de semana ou mesmo as férias de alguém, e que nada revela sobre a cache em questão. Porque é difícil responder a esta pergunta, uma boa alternativa passa por praticar geocaching num ritmo mais lento, encontrando menos caches, filtrando a qualidade, e dando mais atenção a cada cache. É preferível encontrar apenas uma cache e sair de lá com uma estória para contar, do que não sabermos o que dizer de cem descobertas que não ficaram na memória. Por último, a melhor forma de promover a qualidade dos registos passa por criar caches com qualidade. Ninguém fica indiferente a uma experiência marcante!
De um modo geral e face a uma certa “industrialização” do passatempo, muitos geocachers acabaram por desvalorizar os registos. Existem inclusive diversas estratégias. Uns esperam que alguém faça o primeiro registo e, depois de uma breve introdução, terminam com a referência que o colega já disse tudo. Alguns gostam de ocupar bastante espaço, crian- Texto e fotos: António do desenhos ou men- (Valente Cruz) sagens com símbolos;
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MANDAMENTOS
NÃO ALTERES por
Henry David Thoreau disse uma vez que “as coisas não mudam, nós é que mudamos”.
T i a g o V e l oso
Quem nunca pensou “quem me dera ter feito isto assim” ou “quem me dera não estar sempre a fazer isto”? E o que Que palavras tão aceré que muda por pentadas disse este autor sarmos assim? Rapidaestadunidense, poeta, mente esquecemos... naturalista, ativista anti-impostos, crítico “Nós é que mudamos”, da ideia de desenvol- segundo o ativista anvimento, pesquisador, ti-impostos. E há por historiador, filósofo e aí peritos em mudar as transcendentalista do coisas. Ora desaparece um elemento imporséculo XIX. tante de uma complexa O autor deste brilhante letter e o FTF será meu artigo aposta que todos 4ever. Ora desaparece temos alguma coisa que um container que até gostaríamos de mudar. estava engraçadinho e Quem nunca se arretrabalhado. Por vezes, pendeu de algo? Quem demasiadas vezes, a nunca tentou fazer um cache continua lá, mas retract na sua vida? bastante alterada, como Ninguém é perfeito e se tivesse sido vítima de toda a gente tem limi- 4 bombardeamentos e tes, até os Revisores 2 quedas. Ninguém vê isto? Depois é tudo logs Voluntários. 40
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muito simpáticos.
armes em herói nem em Se a cache está naquele ministro. Não te armes local, daquela forma... em parvo nem em empresa de mudanças. deixa-a ficar. Parece-te que está a 20 Não alteres as coisas, metros do GZ? Deixa-a não são tuas!
ficar, bolas! Se calhar és O site do teu passatu que estás com falta tempo favorito tem de satélite. uma área que se chama Cheira-te que o muro “centro de mensagens”. não é o melhor local? E é grátis. E dá para diaDeixa-a ficar. E escreve logar calmamente com o owner. ao owner. Cheira mal no escon- O owner não responde? derijo? Há restos de Tem estado online? Tem baratas mortas e cor- faltado à chamada? Deipos em decomposição? xa uma nota na listing. Das duas uma. Ou estás Vamos com calma. Não num cemitério. Ou a ca- enchas o mail do Reviche foi aí colocada antes sor com pedidos para do apocalipse zombie. arquivar a cache. As coisas não vão mudar por Escreve ao owner. sermos estúpidos. Não te armes em revisor in loco e loco. Não te ar- Texto: Tiago Veloso (Tiames em censor. Não te gosd)
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P A T RI M Ó N I O
´ Palácio
das Obras Novas por
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R u i J S D u a r te
“Enquanto houver um tupperware escondido debaixo de uma pedra ou atrás de um arbusto, serão sempre lembrados com um sorriso por aqueles que partilham este mesmo hobbie, esta mesma paixão”
Fez este Dezembro quatro anos que o colega Emanuel “JeremiasGato” nos deixou, vitimado pela doença que o assolou. Num ano em que o geocaching ficou bem mais pobre com a infeliz perda de mais cinco companheiros [Roberto D3vil, Crisóstomo, JorgeBig, um dos elementos dos 3aNora (João) e outra da Team PrincesaRita (Carla)], dedicamos esta rúbrica não a um Castelo e suas caches como habitualmente, mas à outra coisa mais parecida.: um Palácio que, estando abrilhantado com uma cache do Jeremias, será o nosso pequeno contributo… Sentimentos e saudades aos familiares e amigos dos nossos companheiros. Enquanto houver um tupperware escon-
dido debaixo de uma pedra ou atrás de um arbusto, serão sempre lembrados com um sorriso por aqueles que partilham este mesmo hobbie, esta mesma paixão, onde quer que estejam, certamente num Evento à nossa espera!
Azambuja. Além do Canal com o mesmo nome e de diversas outras valas (destinadas a estimular a economia, aproveitando as terras enxutas para cultivo) foi construído também um edifício, hoje em avançado estado ruinoso, de nome Palácio das Obras Novas (ou Palácio da Rainha por ter sido terminado já durante o reinado de D. Maria, entre 1777 e 1816).
Vamos então até à Azambuja, onde, quem quer que se dirija (vindo de Sul) irá certamente aperceber-se da placa indicativa do Palácio. O Palácio está locaAtenção! Não esta- lizado na margem cionem aí!!! Fica bas- esquerda da Foz da Vala Real, e serviu, tante longe! ;) além de albergue e de local privilegiado Um pouco de histó- para períodos de reria… pouso à nobreza (Rei Durante o reinado de D. Carlos, Rainha D. D. José (1750 - 1777) Amélia, Príncipe Luís foram contruídas Filipe, entre outros), diversas obras des- como estalagem, entinadas a beneficiar treposto comercial e e rentabilizar os ter- de armazenamento renos agrícolas da de mercadorias, posplanície aluvionar da to administrativo e de
controlo de trafego fluvial, entre outros. A “Vala”, navegável ao longo dos seus 17 quilómetros, servia como “extensão” à principal via de comunicação do país na altura, o Rio Tejo, e o Vale de Santarém, permitindo assim a circulação de passageiros e carga entre estes dois pontos (com ligação às carreiras que ligavam Lisboa a Constância). Com o aparecimento do primeiro troço de c a m i n h o - d e -fe r ro , na década de 1850, e consequente expansão do mesmo para norte, o edifício entrou em declínio e, após o desaparecimento da Companhia dos Canais da Azambuja (que detinha a exploração do canal), ficou confinado apenas ao papel de estalagem…até ao seu completo abandono.
O local… O local é… magnífico, à falta de melhor adjectivo! À chegada à (conhecida como) Avenida das Palmeiras somos logo presenteados com um pouco do que terá sido o espaço nos seus tempos verdadeiramente áureos… sim, “terá sido” é a expressão, já que a ruina já chegou aí…e com força! O malfadado Escaravelho-vermelho tem feito um belo de um festim com as pobres coitadas das árvores e já pouco resta a salvar do esplendor de outrora. Terá sido mesmo o charme desta zona que atraiu até aqui Fernando Trueba e as belas quatro irmãs do filme Belle Époque
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(entre elas Penélope Cruz) e que ajudou a arrebatar o Óscar de melhor filme estrangeiro em 1994 (a somar aos nove prémios Goya em 1993). Grande parte do filme foi gravado em Arruda dos Vinhos sendo que as cenas do rio foram aqui (além das da igreja no Sobral de Monte Agraço e as da estação, perto de Estremoz). O edifício continua belo, belo como nós geocachers nos habituamos a ver este tipo de ruínas, muitas vezes pela mão dos apaixonados pelo “soft-urbex” e em aventuras bem mais complicadas do que a que o Emanuel se propôs a apresentar à comunidade com a sua “Palácio das
Obras Novas (Azam- terior da tal arcada, buja) [GC1F97Z]”. onde a coisa parece Após atravessarmos mais segura. a avenida, paralela ao canal, chegamos ao Palácio propriamente dito! Uma construção composta por dois edifícios “separados” por uma pequena arcada que permite aceder às traseiras dos mesmos. O edifício mais afastado da avenida está em avançado estado de ruína e não permite que se explore o que quer que seja em segurança…o outro, transmite uma relativa (muito relativa) e confortável sensação de que se pode dar uma vista de olhos sem ficar debaixo dos escombros mas... Confesso que apenas me aventurei no in-
Mas, o “Todo” vale mesmo muito mais que a soma das suas partes! Os Edifícios com o Rio ali à sua beira, as enormes Árvores (que não Palmeiras) que o rodeiam e “o encanto natural da zona envolvente”… é algo que tem mesmo de ser vivido in loco e a singela e “simples” cache tradicional que se esconde na “envolvência” sendo o motivo da nossa deslocação à zona não será, de todo, a única memória que traremos na bagagem. Texto / Fotos: Rui Duarte (RuiJSDuarte)
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A L É M F R O N T E IR A S
Parque Estadual Intervales por
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RKelux
A minha primeira visita à única APE Cache ainda ativa, ficou marcada por alguns factos relevantes, para mim e para quem me acompanhou, em 2012. Logo, por eu ser apenas o 2º geocacher português a visitá-la, a seguir ao Lumacafi em 2007. Depois, por uma feliz coincidência, a Lorrie e o Steve, os americanos que viajaram comigo e com a Miyuki desde o aeroporto em São Paulo, tornaram-se um casal após esta aventura connosco; nas palavras da Lorrie “Nunca mais nos separámos desde esse dia!”. Por último, permitiu-me contatar pela primeira vez com a comunidade geocacher paulistana, responsável por mais de metade da atividade no Brasil, quer em termos de caches, quer de jogadores. Entretanto nos últimos três anos, as visitas totais à APE Cache triplicaram, o que provocou o aumento exponencial das caches disponíveis no Parque Estadual Intervales onde está localizada, assim como no percurso de cerca de 250km até São Paulo. Algumas dessas novas caches foram colocadas por geocachers estrangeiros, não sendo estranho terem coincidido no
esclarecer que seria totalmente desaconselhável a menos que tivesse a companhia de alguém experiente no percurso e fluente no idioma, claro. Daí até ao No entanto, muitas perconvite, prontamente tencem ao JRIntervales, aceite, para que fizésum funcionário do parsemos a viagem juntos, que convertido em owfoi um ápice. Como diz ner e entretanto promoo nosso povo em toda a vido à administração... e sua sabedoria, “juntouprovavelmente o nosso se a fome à vontade de passatempo terá ajudacomer”. do a essa promoção, do mesmo modo que ele A cerca de um mês da o tem acarinhado, com data combinada fiquei a sua disponibilidade e com a responsabilide de competência para nos reservar o nosso transmostrar os imensos porte e alojamento para segredos e belezas na- o fim-de-semana de 6 turais do seu local de a 8 de novembro, com trabalho, uma das pou- chegada a São Paulo por cas manchas de Mata volta da hora do almoço Atlântica original ainda de 6ª feira e regresso a preservadas neste país- Seattle e Manaus respetivamente, na noite de continente. domingo. Enquanto community Por mera coincidência, volunteer tenho obsersó dias depois percebi vado atentamente este que havia uma grande crescimento, não só em comitiva de geocachers Intervales, mas em todo experientes, predomio Brasil, por isso a vonnantemente americanos tade de lá regressar era a planear passar esse imensa. mesmo fim-de-semana Quando no início de ou- no parque, para onde tubro, recebi um email de também foi publicado um lackey perguntando um evento GIFF 2015. sobre o grau de loucura Essa anormal afluência que seria um america- de visitantes fez com no viajar sozinho desde que apenas já houvesse Seattle até Intervales, disponibilidade de alojasem falar uma palavra mento nas pousadas do de português, a minha parque para a noite de resposta foi natural- 6ª feira, por isso resermente no sentido de vei a noite de sábado em tempo com o boom das Challenge, entretanto suspensas de novas publicações para um período de reflexão que se aproxima do fim.
um dos escassos hotéis de Capão Bonito, a cerca de 40km de Intervales, já que Ribeirão Grande, ainda que a metade dessa distância, não possui opções de alojamento. Em relação ao rent-acar, reservei um Duster com caixa automática, pois o Chris também queria poder conduzir parte da viagem. A anunciada primeira visita de um lackey ao Brasil, deixou a comunidade paulista naturalmente ansiosa, ao ponto de ter sido alterada a hora e data de outro evento GIFF na cidade, para acomodar a nossa presença. Paralelamente, surgiu outro convite para comparecer numa festa familiar na Vila Mariana que muito me sensibilizou. O atempado planeamento do nosso fim-de-semana por terras paulistanas estava pronto para execução. Foi então, no domingo anterior ao dia da nossa viagem, que surgiu esse tal intrometido do imponderável... Problemas domésticos para resolver impediam que o Chris tivesse esse fimde-semana disponível, e por isso ele desmarcou a sua viagem. E agora eu... faço o quê? Por tudo o que atrás Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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ficou dito, as reservas feitas quase um mês antes, as coisas combinadas com os amigos de São Paulo e o meu vôo já pago, não havia como recuar. Fiz as possíveis alterações, reduzindo os quartos de dois para um em ambos os locais, o carro alugado também passou de TT para utilitário (um pouco arriscado, por causa dos estradões de terra de acesso a Intervales), mas felizmente “lucrei” uma caixa de velocidades para gente grande em vez daquela coisa sem piada que os ianques usam. Tudo o resto ficou como planeado... apenas em modo solitário, ou quase. Só restava aproveitar os quatro dias que faltavam, para gerar pocket queries e rotas para todos os gostos e feitios e muito importante, olhar com olhos de ver as várias Mistery e afins
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existentes no parque. Como atrás comentei, praticamente todas elas se destinam a Challenges, havendo até uma “diz-que-é-uma-espécie-de” Letterbox e uma Reverse Wherigo que pode ser começada em qualquer local do mundo. Destaque para a interessante GC4EBGK... e se estiverem a planear visitá-la, dá jeito conhecer em pormenor todas as anteriores Ape Caches entretanto já arquivadas, entre outras gaitinhas. As restantes não Tradicionais são deveras fáceis de solucionar. Madrugada de dia 6. Acordar às 3h para o vôo da TAM JJ 3747 das 5:24 previsto para chegar a Guarulhos às 11:15, após uma viagem de quase 4 horas. Situação caricata, 45 minutos para recuperar a bagagem na esteira, parece que havia suspeita de
droga... na bagagem de outro passageiro. Após esta inesperada demora, procurei pelo balcão da Localiza, caminhei até determinado ponto no parque de estacionamento e aguardei pela chegada de uma van que me levou sozinho com pompa e circunstância até ao local onde de facto recebi o carro alugado, perto do Pullman Hotel, já fora do aeroporto. É importante comunicar se é nossa intenção usar o carro no interior da cidade de São Paulo, por causa do “rodízio”, ou seja, o último algarismo da nossa matrícula é proibido em certos dias da semana... 2ª feira, algarismos 1 e 2, 3ª feira, algarismos 3 e 4, até 6ª feira, algarismos 9 e 0. Sábado e domingo está “liberado” e as Marginais Tietê e Pinheiros estão excluídas. Fixe, pois é mesmo a Tietê que vou seguir até
entrar na Rodovia Presidente Castelo Branco, que me levará ao sudoeste do estado e ao meu destino, após parar em onze portagens para pagar um total de R$67,30 em numerário, ou com um cartão próprio. Primeira paragem para iniciar a série Em Busca do APE na GC44TPV. Uma grande área de serviço com um shopping bastante prático e um bonito yellow cab estilo anos 50 à entrada. As restantes caches desta série estão sempre do mesmo lado da rodovia e dos estradões, com possibilidade de estacionar sem risco, quase podia chamar-se One for the Road to the APE. Neste mesmo dia o Júnior logou uma Nota na página da Ape Cache alertando para o facto de estar a chover sucessivamente nos últimos 8 dias, razão pela qual
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os estradões de terra se tinham convertido em perigosas pistas de lama... e eu que troquei um carro TT por um Uno. De qualquer modo, só li essa Nota depois de já estar no Parque, duhhh!
bém fotografar alguns placares para resolver as gaitinhas de algumas Multis ao serão. Comecei naturalmente pela Woodpecker, que fica mesmo no jardim da pousada.
No entanto, a presença de uma chuvinha fria e persistente começou a fazer-se notar, ao chegar perto de Capão Bonito, mas, quando finalmente parei o carro em frente à Pousada Pica-pau onde iria pernoitar e olhei para a “camuflagem” castanha que cobria quase totalmente a carroçaria originalmente prateada, comecei a inventar a desculpa que daria quando devolvesse o carro na Localiza, no domingo à noite.
Já vos disse que chovia? Agora copiosamente. Duas das Multis começam mesmo nos edifícios da receção (que entretanto mudou de casa desde 2012) e do centro de audiovisuais. São a GC4FZKG e a GC5W61R e mesmo ao lado temos logo a Earthcache GC452JY. Depois, várias Tradicionais no trilho que ladeia o lago e passa em frente a outra das pousadas do parque. Nos dias anteriores, a vegetação havia crescido bastante e tentou reconquistar o seu território obstruindo as trilhas aqui e ali, o bambu principalmente. “Teria sido uma ótima ideia ter trazido um casaco impermeável... teria!” pensei umas dúzias de vezes. Mais uma interessante Earthcache observada no lusco-fusco (mais fusco que lusco) e era hora de voltar ao quarto para vestir roupa seca antes de ir jantar... as botas, teriam de secar nos pés.
Entretanto já tinha parado na receção do Parque para me registar e recolher a chave do quarto (R$75,00 com o bilhete de entrada no parque já incluído). Como o Júnior já tinha terminado o seu horário de trabalho, não consegui reencontrá-lo ainda na 6ª feira, por isso tratei de rapidamente seguir para a pousada para deixar apenas a mala, fazer uma lavagem rápida das mãos e do rosto e voltei a sair, pois queria procurar as caches mais próximas antes do anoitecer e do Como me despachei jantar. Precisava tam- antes do restaurante 52
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reabrir para o jantar, desci um pouco e fui em busca da Playground, para uma das experiências mais curiosas desta fim-de-semana. Aparentemente afastei-me do local onde deveria ser suposto manter-me, só me apercebendo disso quando começo a ouvir guinchos de um casal de Quero-quero, uma ave de penas pretas, cinza e brancas com as patas altas e esguias com cerca de 40cm de altura. À medida que uma piava para me distrair, a companheira fazia um vôo rasante à minha cabeça, para de seguida trocarem as funções. Ao fim de alguns segundos presumi que estaria demasiado perto de algum ninho e quando me afastei, o comportamento delas sossegou. Pais vigilantes e extremosos, sem dúvida. Por volta das 19:00 estava num Restaurante do Continuum só para mim, para lá de uma ampla sala de refeições, o edifício alberga também uma exposição de artesanato e merchandising e uma micro-loja de conveniência, para aqueles que esqueceram a escova de dentes ou o gel de banho, assim como vários cartazes de temática ecológica e ornitológica local. Após
ter espalhado o meu cachecol do Signal e a coleção de geocoins numa mesa contígua, esperei que mais geocachers aparecessem. Se os minutos iniciais pareciam dececionantes, pois apenas apareceu uma família muggle, pai, mãe e filha que olhavam curiosos para a minha mesa, pouco depois fui premiado com a chegada de um simpático casal canadiano, o Will e a Jess (de origem indiana), respetivamente RATCHET_FMR e EEVAH. Apresentações feitas, com a sempre admiração por encontrarem um voluntário ali no “fim do mundo”, ofereci-lhes uma visita guiada pelas geocoins por ordem cronológica, começando pela Guitarra Portuguesa 2008 até às mais recentes Açores 2015 e as dedicadas ao Brasil, com especial destaque para a Jaguar Geocoin, que está a tornar-se um caso sério de amor à primeira vista. O sempre delicioso jantar de imensos pratos por apenas R$25,00 (imagino se as caminhadas pelos trilhos não conspirarão com o nosso paladar, no sentido de nos fazer achar tudo delicioso ali) foi acompanhado por uma animada conversa e a promessa de uma
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cachada conjunta no sá- o raio do carro ainda mostrava orgulhosabado logo pela manhã. Após a refeição segui- mente a sua empedermos para os nossos nida máscara de beleza em lama avermelhada. quartos, eles na PouAcordei cedo para resolsada Esquilo a alguma ver mais algumas gaitidistância dali e eu com nhas obtidas graças às uma Pica-pau mesmo fotografias da véspera em frente ao Contie pouco faltava para as nuum totalmente vazia 7:30, já estava de novo e na escuridão, só para no restaurante para o mim... não esqueçam pequeno-almoço (café de trazer uma lanterna. da manhã) como comA pousada tem uma binado com os meus arquitetura e decoranovos amigos. Perante ção rústica, utilizando a tanta variedade na ofermadeira não tratada nos ta, desde bolos de forma armários e escadaria e de vários sabores, frutas cepos de árvores como e sumos naturais, cemesas-de-cabeceira. reais, iogurte, leite, café, A casa-de-banho tem chá e sobremesas por um duche com termoasimplesmente R$10,00, cumulador que quase a dificuldade é a escolha não consegue aquecer e não exagerar na dose, a água. Como resultado, especialmente para quando fechei a torneiquem como eu, anda ra, estava a tremer de em luta quotidiana com frio pela primeira vez no uma irritante diabetes Brasil. Felizmente tinha 2 desde que cheguei a três camas individuais à este clima bem mais escolha e edredões foquente e húmido que o finhos e cobertores em de Lisboa. Como se não igual número. bastasse, assim que me Sábado pela manhãzi- sentei na mesa, um dos nha continuava a mes- empregados veio dizer ma chuva fria e chata que os meus pãezinhos acompanhada por ne- estavam quase a sair blina (cerração em por- do forno. Ser mimado é tuguês do Brasil), mas isto, meus senhores!
Como o Will e a Jess nunca mais chegavam e queria aproveitar a manhã ao máximo, por volta das 8:30 saí e recomecei a minha cachada à chuva pela GC461AC. Depois, voltei para o início da trilha da Ape e iniciei a ascensão para o Mirante da Anta e a GC3W4FW, uma T4 a 700m de altitude que com os trilhos enlameados duplica a dificuldade ao ponto de parar de minuto a minuto nas dezenas de metros finais. A óbvia beleza da paisagem verde que se aprecia do mirante, infelizmente estava toda em tons brancos, com a visibilidade limitada a escassos metros. Pelo caminho fui logando outras caches e tendo interessantes encontros com a fauna local, muita passarada esquiva, um par de equídeos e particularmente um sapo com uns bons 30cm de comprimento.
penteia pela vegetação e por essa altura já estava encharcado dos pés à cabeça e nem conseguia manter os ócuros seguros o nariz, por estarem constantemente a escorregar na cara suada, pendurei-os na camisa e fiz todo o percurso em modo Sr. Pitosga. Continuei nas trilhas dos mirantes durante cerca de 10km e depois dirigime para a surpeendente região das grutas e das cascatas em busca dos pontos finais de mais duas Mistery e uma interessante Earthcache numa antiga zona de garimpo de ouro a céu aberto há muito abandonado.
Como entretanto o Will e a Jess tinham-me dito que no dia anterior, apenas tinham conseguido chegar à Ape Cache, na companhia do Júnior e da sua maestria no manejo da catana (terçado), com que foi reabrindo a trilha, cortando ramos e As trilhas nesta área do ramos de bambu e outra parque são essencial- vegetação, evitei esse mente um túnel pouco trilho e escolhi outros maior que o nosso corpo onde nunca tinha andaao nível do solo que ser- do. A já habitual banda
“A óbvia beleza da paisagem verde que se aprecia do mirante, infelizmente estava toda em tons brancos, com a visibilidade limitada a escassos metros.” Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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sonora de aves de todo o género é uma maravilhosa constante e pelo menos a chuva afastou os imensos insetos incómodos que costumam sobrevoar-nos sem parar. Não fosse o chapinhar das botas na lama e os pés a latejar e teria sido um prazenteiro passeio de sábado de manhã. Deveria ter-me fotografado, pois o meu aspeto era de susto e dava jeito para copiar no próximo Halloween, lama nas botas e nas calças até aos joelhos, daí para cima encharcado até aos cabelos. Só quando regressei ao local onde tinha deixado o carro é que me lembrei que já tinha entregue a chave do quarto (check-out até às 10:00), por isso limitei-me a abrir a bagageira do carro, tirar roupa seca da mala e usei a casa-de-banho do restaurante para trocar-me... só as botas ficaram, mas mesmo assim tentei limpar a maior parte da lama, batendo as solas uma na outra por cima da sanita (vaso sanitário). Já estava sentado quando vejo
entrar pela porta dentro, uma família inteira com crianças e avós que estava bem mais enlameada que eu antes havia estado... como se nada fosse. Inspirado com o quadro, ainda meti alguma conversa com eles sobre a tragédia de Mariana ocorrida na véspera, mas não estavam a par de notícias mais frescas que as que já conhecia. Aparentemente para eles o Brasil é São Paulo e o resto é paisagem. No momento em que escrevo, as lamas tóxicas derramadas na rutura da barragem estão a desaguar no Atlântico, mais de duas semanas depois, naquele que é sem sombra de dúvida um dos piores desastres ecológicos do país... e que provavelmente também vai ficar só pela paisagem destruída (ou acabar em pizza, no calão brasileiro). Minutos depois, chegou o casal canadiano, desculpando-se com o atraso pela manhã por uma noite mal-dormida. O Will estava apenas de
meias, tinha deixado as botas dentro do carro, também com quilos de lama agarrada. Almoçámos os três juntos e depois pediram-me que os acompanhasse até Ribeirão Grande no carro deles, pois com o depósito quase vazio, tinham receio de não conseguir encontrar uma estação de serviço sozinhos, falando apenas inglês e hindu. Tinham razão em recear, pois em toda a simpática cidadezinha de população maioritariamente de descendência portuguesa há apenas uma bomba de gasolina, aparentemente de qualidade duvidosa... mas para carro alugado, basta.
almoço, por isso tivemos a oportunidade de desfrutar da paisagem envolvente e do relevo geográfico que tão bem dá nome ao local... entre vales. Colinas e vales em suave sucessão a perder de vista com matizes de verde e rebanhos de gado bovino da raça autóctone nelore, com a característica bossa atrás da cabeça e a pele do papo a descair à frente. Um cenário bem diferente da Columbia Britânica, lar dos meus companheiros, mas vagamente parecido com a ilha de São Miguel nos nossos Açores. A agradável companhia deste casal bem-disposto e conversador, permitiu-me uma cachada como há anos não tinha... e até deu para aprender novas expressões e conceitos, como o “GZCam”, nada mais nada menos que uma foto feita desde o local do esconderijo de uma determinada cache, enquadrando os restantes geocachers, ou vice-versa.
No regresso a Intervales, como tinhamos tempo disponível até à hora do Evento GIFF GC64QXH, fomos procurando as caches finais da série Em Busca do APE, resgatando com resiliência alguns recentes DNFs. Felizmente a chuva deu tréguas e a neblina dissipou-se totalmente depois do Estávamos
apeados
“No momento em que escrevo, as lamas tóxicas derramadas na rutura da barragem estão a desaguar no Atlântico, mais de duas semanas depois” Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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“Conversámos um pouco sobre as estratégias mais ou menos manhosas usadas para ter mais de uma centena de milhar de caches encontradas, como aquela que tinhamos presenciado um pouco antes e várias outras que me deixaram especialmente impressionado” no estradão a cerca de 10km do parque, quando passam por nós duas vans cinzentas em velocidade não aconselhável para o estado escorregadio do piso. Enquanto a da frente prosseguiu o seu caminho, a de trás parou, a porta de correr abriu-se e de dentro saltaram duas pessoas, um homem e uma mulher na faixa etária dos 50 que rapidamente chegaram ao pé de nós. Aproveitando o facto de eu ter na mão o logbook da cache que tinhamos encontrado, limitaramse a carimbá-lo e tão depressa como tinham aparecido, desapareceram. Olhei para ler “Brazil Ape Adventure Nov 2015”. Tinhamos acabado de conhecer parte do Top10 Mundial... Uau!!! Regressados ao parque, apenas fui ao carro buscar de novo as minhas geocoins para que o pessoal as descobrisse e fomos diretamente para a sala de audiovisuais, 58
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pois o evento estava prestes a começar. Fiquei bastante contente por rever e conversar com o Júnior que fez questão de estar presente, mesmo na sua folga de fim-de-semana, assim como o Fernando (NandoNavigator) que também tinha conhecido no Evento do Pátio Paulista em 2012 e que ficou bastante interessado na aventura do Pico da Neblina que o AGT está a programar. Curioso o facto de também estarem por ali alguns dos outros hóspedes das pousadas, sobretudo ornitólogos ou simples observadores de aves, principal fonte de receitas do parque. Pouco depois, começaram a chegar os americanos que tinham ido deixar as bagagens nos respetivos quartos e tentei conversar um pouco com a maior parte deles, dando detalhes sobre o estado do GC no Brasil, as velhas e
novas geocoins brasileiras, conheci o Kanchan, também voluntário e finalmente, as estrelas da comitiva Alamogul (1º em Finds no mundo) e Mondou2 (2º). Conversámos um pouco sobre as estratégias mais ou menos manhosas usadas para ter mais de uma centena de milhar de caches encontradas, como aquela que tinhamos presenciado um pouco antes e várias outras que me deixaram especialmente impressionado, quer pelo quanto estão longe daquilo que se convencionou ser o respeito pelas guidelines, quer pelo elevadíssimo grau de logística necessário para tanto e sinceramente, que me perdoem, mas prefiro continuar com o meu GC de números fraquinhos. Ainda assim, não restem dúvidas de que os achei muito simpáticos e afáveis. Só mais uma foto final, com alguma matreirice pelo meio, afinal uma natural e sã
picardia entre ambos, já que o Festival de Cinema de Geocaching estava a começar e eu precisava viajar para Capão Bonito onde iria pernoitar antes do regresso a São Paulo na manhã de domingo, para umas caches urbanas, a Primeira Comunhão (Primeira Eucaristia) da Victoria na Vila Mariana e mais um Evento GIFF perto do estádio do Palmeiras... tudo isto com a Avenida Paulista vedada ao trânsito e o meu Dakota a insistir que para onde quer que eu quisesse ir, teria de cruzá-la. Uma aventura por si só. Mas, como costuma dizer-se, isso já é uma outra história. ;) Obrigado Parque Estadual Intervales, por continuares a ser o verdadeiro Santo Graal do geocaching mundial... nunca desiludes. Texto / Fotos: Rui Almeida (RKelux)
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ENTREVISTA DE CARREIRA
K!nder Por Rui Duarte
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Bem-vindo André às páginas da GeoMag! Parabéns pelos teus oito anos envolvido (e bem) com este nosso hobbie... Oito anos feitos há apenas um trio de dias! GM - K!nder... Porquê K!nder? Onde foste buscar este teu nick? Existia já relacionado com algum passatempo ou foi criado propositadamente para o Geocaching? AR - O nick K!nder já vinha de outro gosto anterior. Sucintamente, surgiu no mundo dos jogos online, onde, por mera brincadeira, a minha equipa decidiu um dia trocar os nicks por chocolates. Nesse dia optei por kindersurpresa e teve tanto sucesso que fui obrigado a jogar durante uns dias com esse nome, nome que não me agradava especialmente. Passados esses primeiros dias decidi encurtar para Kinder. Quando alguns meses depois conheci o geocaching, tentei registar-me como Kinder, que já estava ocupado e apareci como kinderpt, sendo mais tarde alterado para K!nder por questões de estética.
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GM - Hum... kindersupresa devia mesmo lançar o pânico entre as hordas inimigas online!! [risos] Voltemos então a Dezembro de 2007... Já ouvi falar de muitas maneiras diferentes de tomar conhecimento deste nosso hobbie mas nunca tinha ouvido falar de ninguém que tivesse “sido apresentado” ao Geocaching via uma série infanto-juvenil! Como é que isso aconteceu? AR - Culpado! [risos] Desde pequeno que sempre nutri um especial gosto pelo montanhismo e pela montanha, aliás, os meus pais pensaram em internarme por preferir umas férias na montanha em detrimento de ir para a praia. No início de 2007 o grupo com quem praticava essa minha paixão foi-se desintegrando, uns viram-se pais outros saíram do país, e dei comigo sem grande companhia para as minhas saídas. Amigos meus que sabiam que eu gostava dessas coisas, de aventura e viagens, alertaram-me para que, de tempos a tempos, os “Morangos com Açúcar” faziam umas saídas radicais. Comecei então a ver a série sempre que havia uma das suas saídas. Foi através da série
que conheci os encantos da serra da Freita e foi através da série também que, em Dezembro, tomei conhecimento do geocaching. Achei piada e decidi imediatamente ir investigar um pouco mais na internet. Surpresa, surpresa, tinha uma na minha vila e lá fui em sua busca. Fiquei contagiado e com padrinhos que aparecem na televisão. GM - Depreendo então que vivias (vives?) nas Taipas, correcto? As minhas notas referem que, tal como aconteceu a muitos de nós, a tua primeira experiência nisto foi um redondo DFN, com algumas peripécias pelo meio, spoilers de coordenadas e tudo... [Risos] Confirmas? Apesar de não teres registado o DNF na altura, a tua primeira tentativa foi na TAIPAS PARK [GC14KET] do eterlusitano, logo depois de teres tomado conhecimento de que havia pessoal a esconder tupperwares por aí? O que se passou? AR – Sim, neste momento retornei às Taipas. Na realidade eu não fiz um DNF na cache do eterlusitano, mas uns 3 ou 4 DNFs na mesma. Nos primeiros dias andei intercalado entre a
cache das TAIPAS PARK [GC14KET] e a já extinta 7 Maravilhas de Portugal [GC14NKP]. Não as encontrei e andei convencido que isto dos tupperwares não passava de pura ficção. Alguns dias depois lá voltei à carga à TAIPAS PARK [GC14KET] e, depois de algumas contas e uns quantos arranhões por ter abordado o ponto final da cache de forma pouco ortodoxa, lá acabei por encontrar a minha primeira cache. Finalmente resignei-me de que era real. Como ainda era novo nas andanças e não tinha tido um padrinho físico que me incutisse os bons costumes cometi um erro de novato. No log online vi em baixo a opção de Pontos Adicionais. Apesar de me costumar denominar como uma pessoa que consegue ser demasiado desorganizado, naquela altura pareceu-me por bem guardar as coordenadas finais para mim. O que eu não esperava, na minha inocência, era que ao colocar lá as coordenadas finais elas ficassem visíveis para todos, e não somente para mim. No entanto este engano fez-me ter um primeiro contacto com um geocacher bem mais expe-
URBEX LOVERS
riente, e lá troquei umas durante praticamente mensagens a pedir des- toda a minha infância culpa ao eterlusitano. havia muita coisa que desconhecia e com esta multi fui capaz de coGM – Mas o teu prinhecer alguns pormemeiro found não se nores, não só da cidade, encontra entre essas como da história da duas, certo? Tenho infundação de Portugal. dicação que terá sido na Depois, o ponto final fica E Aqui Nasceu Portugal num local mais calmo, [Guimarães] [GCVTQC] isolado e com bastando Pascoa. Foi assim? te verde em volta, ou Lembraste da sensaseja, o ideal para mim. ção? Foi um “FinalmenQuando a descobri senti te!”, depois das peripéum misto de sentimencias pelas Taipas ou um tos mas o que mais se “Ahaaa, é isto?”? sobressaiu foi mesmo AR – Sim, tens razão, aquele “Finalmente!”. as primeiras tentativas de encontrar deram-me de tal maneira a volta à GM - Depreendo que cabeça que fiquei confu- essas primeiras saídas so. Essa foi realmente a foram “a solo”! Manprimeira que encontrei tiveste esse tipo de e ainda hoje é uma das registo muito tempo? caches marcantes para Quando é que comemim. Apesar de ter vivi- çaste a incluir amigos do perto de Guimarães na equação? “Arrastas-
te” as tuas amizades caras deste nosso munpara este “bravo novo do. *(Adorei a referência mundo” ou angariaste literária) novos? AR - Nos primeiros meses tentei incutir o interesse aos meus amigos, mas foi uma tarefa infrutífera e, como tal, foram meses de difícil arranque e com muito poucas caches. Só passados uns 6/7 meses é que através dum fórum nacional vi que estava a juntar-se um grupo para ir fazer a Na Linha do Douro [GC1BRPH] e a La Ruta de Los Túneles - Barca d’Alva [GC1C1W9], juntei-me a eles e tive o meu primeiro contacto directo com outros geocachers, nomeadamente: Nandini, Rcoelho e o Mantunes. Desde esse momento fui adicionando à minha lista de amigos várias
GM - Hum... e com o refinar do teu Geocaching... És predominantemente Solitário ou o teu geocaching só é realmente Geocaching se puderes partilhar as experiências com os teus amigos, ao vivo e a cores no terreno? AR - Para mim o Geocaching é a partilha, neste momento é muito difícil eu sair para ir procurar uma cache sozinho. Estou numa fase em que prefiro um DNF acompanhado do que um found sozinho [risos]. Eu vejo o Geocaching como uma oportunidade para estar com amigos e conviver.
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GM - Uma boa resposta [risos]! Olhando aqui um pouco para as tuas estatísticas, não se pode deixar de notar a quantidade de T5/D5 encontradas que tens no currículo! Esse gosto por desafios mais exigentes veio com o GPS ou já é do tempo do “gosto pelo montanhismo e pela montanha”?
com as emoções mais fortes da condição humana. Com a experiência cheguei à conclusão que uma cache que me proporcionou um misto de sensações permanece por mais tempo na memória, torna-se inesquecível. Por isso tento sempre fazer uma cache que eu sei que me vai acompanhar.
a praticar escalada mais activamente, mas para este tipo de desafio a autonomia é diferente. Prefiro aqueles nos quais posso ser autónomo. Apesar de defender que nunca se devem praticar sozinhos e sempre acompanhados.
GM - De vez em quando ouço falar (ou leio) soAR - Eu sempre tive bre Cursos de Iniciação um gosto especial por GM - E nesse contex- ou de Associações reladesafios, mas por norto, tens algum tipo de cionadas com estes tema ficava-me só pela desafio “preferido”? mas... Já fizeste algum, vontade. Procurava a Tens mais apetência por propositadamente alguns desafios mais algum T5 específico? pensar nas caches? acessíveis. Só com o Escalada, Espeleologia, AR - Eu já fiz um curso desenvolvimento dos Canyoning, etc.? de salvamento por cormeus gostos no geocaching é que surgiu aque- AR - Por norma prefi- das e faço parte duma la vontade de tentar ir ro as de espeleologia, associação de escalada um bocado mais longe, canyoning ou que en- mas em ambos os casos a vontade de sentir os volva uma montagem não entrei ou frequentei meus receios virem à de corda mais simples. com vista exclusiva para flor da pele e de jogar Recentemente comecei o geocaching. Como
EVENTO E MAIS TARDE LETTER (I SEE DEAD PEOPLE E FALLEN ANGELS)
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desde novo dou uma ajuda numa empresa de actividades radicais, foi um complemento que encontrei para adquirir outras habilidades. Claro que todos esses conhecimentos facilitaramme a preparação para o acesso a caches mais desafiantes. Quem sabe se um dia não farei um a pensar exclusivamente no geocaching. [risos] GM - Com quarenta D5/ T5 “no bucho” estás certamente habilitado para responder a isto... o pessoal cá pelo nosso país percebeu bem o conceito do Terreno? Tenho feitas uma meia dúzia de caches de Terreno 5 e apenas em uma necessitei efectivamente de “ajuda” para chegar à cache. A
tua experiência diz-te que, regra geral, estão “sobrevalorizadas”, ou nem por isso e fui eu que tive sorte [risos]? AR - Essa é uma pergunta pertinente e sobre a qual já muito debati com outros amigos, que também privilegiam esse tipo de caches. No meu entender, não só em Portugal mas num panorama geral, a definição de T5 ou D5 ainda não está bem assimilado. Por exemplo, por vezes aquilo que julgamos ser uma T5 porque é um desafio mental não passa na realidade duma D5, T5 seria quando para fazer a cache é realmente necessário material ou um conhecimento específico numa modalidade mais radical. Como tal sem dúvida que concordo que uma grande maioria das caches em Portugal estão sobrevalorizadas com valores de terreno excessivo. Mas depois temos outras caches que são consideradas T5 por estarem localizadas numa ilha, ou dentro duma mina, mesmo que o acesso à mina seja simples e dentro da mesma não seja necessário mais que uma boa caminhada.
GM - Dessas, “mais radicais”, terás certamente algumas que te deixaram mesmo “UAU”! Podes partilhar alguma/s estória/s com os leitores? AR - Isso é complicado porque já foram tantas aventuras, algumas esperadas, outras nem por isso. Mas quando vi esta pergunta lembrei-me duma que talvez até nem seja a mais interessante mas que sem dúvida que me marcou, não só pela aventura mas como depois me fez conhecer um grupo de geocachers dos quais me tornei muito amigo. A cache era a Cardielo e D. Sapo [GC33QJP] no distrito de Viana do Castelo e fui para esses lados, na bela companhia da Flora, para participarmos num evento de acampamento e CITO. Quando lá chegamos verifiquei que existia uma T5 no meio do rio, não pensei duas vezes e quis fazê-la. Na altura a organização tinha um bote preparado para eventuais pessoas que lá quisessem ir. O problema era que éramos imensos pelo que lancei em jeito de brincadeira “vamos a nado” (convém referir que não me dou muito bem em ambiente marítimo). Ainda não tinha terminado a frase e já os
geocachers de Vila Real tinham saltado à água e começado a nadar. Bem... fiquei pasmado e só pensava que parecia mal não ir, vesti um colete salva-vidas e lá me lancei à água. O que não esperava era que a corrente me fizesse sair completamente de rota, e passado uns 30 minutos ainda me encontrava dentro de água a querer chegar a algum lado. O que é certo é que já no meio da minha aflição vejo um barco dum pescador na minha direcção e fico aliviado, vinha ali a minha salvação... Enganava-me redondamente, o pescador só queria conversar! “Vai para a ilha?” “Sim” “Não vai conseguir, eu tentava era chegar à outra margem” e arranca dali para fora deixando-me a debater na água. Não tinha outra solução, tinha mesmo de ir até a outra margem ao som do ruído ambiente, ou seja, da típica conversa de elevador que o pescador foi fazer com outro dos nadadores que estava a ver se chegava a algum lado. Uns 10 minutos depois lá estava eu a chegar à outra margem e, qual marioneta desorientada, esbracejava e esperneava enquanto caminhava e esperava voltar a ganhar sensi-
bilidade nos membros. A partir desse dia fiquei completamente viciado pelas aventuras com o pessoal da Bila. GM - Hahaha! Grande amigo esse pescador! Só faltou tirar uma foto! [Risos]. Deixemos agora um pouco esta vertente, a da procura, e falemos um pouco do Owner! Quando é que sentiste aquele click, aquele “Vou esconder uma cache!!”? AR – Sim, felizmente ele estava lá para me dar a ajuda de me indicar a outra margem, eu já estava a pensar em afogar por ser mais fácil [risos]. Em termos de colocar caches eu considero que tive dois clicks, o primeiro que foi pouco depois de começar, em que quis dar a conhecer alguns dos lugares que me eram próximos e nos quais me interessava mais dar a conhecer o local, independentemente do container ou da qualidade, e um segundo, que apareceu por volta de 2010, em que quis criar caches que de certa forma tocassem quem as procurava, caches nas quais me preocupei mais com a história, envolvência e progressão. Foi também a partir de 2010 que quis Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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FIGUEIRA DA FOZ T5
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tentar inovar um bocado em termos de eventos e criar algo diferente, fosse na vertente aventura ou na vertente competição. GM - Comecemos então por esse primeiro momento (apesar de seres muito conhecido pelo segundo, já lá iremos [risos])... Conta-nos as histórias por detrás das primeiras colocações! Como recordas essas primeiras caches escondidas? Tinhas expectativas de “O pessoal vai adorar este spot!” ou foi mais “Tenho de partilhar este local, que me diz imenso!”? AR - Sim claro, a primeira foi num percurso pedestre daqui da região, decidi colocá-la num dos moinhos perdidos ao longo do rio, na altura era um local mágico e no meio da floresta como eu gosto (Portuguediz - Sobreposta (Moinhos de Briteiros) [http:// coord.info/GC19JWT]). Claro que para lá chegar não era preciso fazer o percurso, existia um caminho bem mais directo mas que atravessava a casa duma senhora super amigável. Lembro-me de ler os logs de quem lá ia e todos eles referirem a conversa com a senhora.
Aliás, um dos primeiros a lá ir deu em frente da senhora uma valente queda que ficou famosa naquela altura. No log de quem caiu não apareceu muita coisa, mas nos logs de quem foi lá depois a história estava sempre presente, digamos que era o tema de conversa favorito da senhora. Já a segunda cache que escondi foi na cidade onde nasci e ficava num elevador da ribeira do Porto (Ascensor da Ribeira [http:// coord.info/GC1EWPQ]). Um facto interessante era que por essa altura o elevador funcionava e tinha permanentemente uma pessoa a trabalhar lá, o que era engraçado, excepto para mim, como owner, porque ele estava sempre no local da cache à espera que alguém chamasse o elevador. Então para fazer manutenção tinha de ir ao piso 0 carregar no botão e, naquele tempo do elevador descer, o funcionário aperceberse que ninguém viria, e a subida do elevador, tinha eu de fazer tudo. Era caso para dizer que fazia manutenção à cache e à minha condição física, porque ainda eram um número considerável de escadas até lá acima. Ainda hoje essas duas continuam a ser duas
das minhas favoritas, da pouco difundido, e carecia imenso de geodas que coloquei. caches que levassem o turista, ou os habitanGM - Sensivelmente um tes locais, a locais de ano depois dessas tuas interesse. Também por primeiras colocações (E essa altura começaram com mais umas tantas a aparecer bastantes pelo meio), damos com geocachers no norte de mais de meia dúzia em Portugal que estavam a terras de Nuestros Her- fazer proliferar o númemanos... A que se deveu ro de caches e o mesmo tal coisa? Mudança de acontecia com a Galiza, residência? a um ritmo um pouco AR - Não foi uma mu- mais lento. Como comedança definitiva de resi- cei a frequentar bastandência, mas comecei a te aquela zona de Espapassar bastante tempo nha foi com pena que vi nos picos da Europa, e, que uma das zonas com como na altura não ha- mais potencial de Espavia caches nas Astúrias nha ainda estava muito e na Cantábria, lá acabei mal aproveitada. Não por colocar cerca de 5/6 podemos esquecer que caches em cada uma os Picos da Europa posdas províncias. Na altura suem uma grande parte gozava com a situação da sua área dentro desporque dizia que apenas sas províncias. Depois, com essas caches era também temos uma dono de mais de 30% linda costa no norte de Felizmente das caches nessas pro- Espanha. víncias. Dessas caches que agora a comunidade algumas foram sendo espanhola ganhou basarquivadas a pedido de tantes mais apoiantes e geocachers da região, cresceu. Na minha perspermanecendo lá três petiva o arranque do geocaching no Norte de até os dias de hoje. Espanha foi um bocado mais lento comparado GM - O que te parecia o com o do Litoral Norte panorama por lá nesses de Portugal. tempos? Haviam diferenças palpáveis entre o Geocaching Espanhol GM - Vi no teu perfil que tens bastantes caches e o Português? arquivadas dos teus AR - Relativamente a primórdios, várias deessas duas províncias o zenas dos teus primeigeocaching estava ainros dois anos de GeocaDezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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ching... assumi que teria sido decorrente de uma altura mais afastada do Geocaching. A quota parte das Espanholas foi “a pedido”? Hum... que se passou? Eras um “intruso”? AR - Existiu um afastamento da minha parte em relação ao geocaching. Mas, com o meu ritmo lento, vou voltando. Em relação às caches em Portugal, algumas delas foram substituídas por outras que se ajustavam melhor ao local. No caso das caches de Guimarães muitas delas foram arquivadas porque começaram a aparecer novos geocachers na cidade e, como já não estava tão perto, achei que deveria ceder o local a quem melhor pudesse cuidar do local e da cache. A cidade merecia alguém que estivesse mais perto e que tivesse um cuidado com as caches que eu na altura já não podia ter. O caso em Espanha, eu nunca tive alguém que me apontasse como um intruso, mas as minhas visitas à região começaram a cessar, e, apesar de serem caches de fácil manutenção porque estavam em locais mais estratégicos e com poucas visitas, chegou a altura em que ficavam melhor com os locais. 68
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“Já dei por mim algumas vezes a gostar mais de Earthcaches do que caches físicas” Recebi dois pedidos de geocachers locais a perguntar se podiam adoptar a cache, mas como sou uma pessoa muito sentimental com as caches que crio foime difícil desfazer delas, ficando acordado que eu aguentaria as caches até eles terem lá novas. Claro que, dentro das todas as caches arquivadas, existem aquelas que foi por mero descuido meu. GM - São esses os motivos para teres as tuas ECs? Colocares algumas caches em locais mais distantes de casa (Antártica e China parecem bem longe!) que gostavas de partilhar mas não teres de te preocupar muito com a manutenção [risos]? Ou o Earthcaching esteve sempre presente no teu quotidiano? Sendo tu um apaixonado da Montanha per si?
pequeno era um indeciso, tive a minha fase da arqueologia (influenciada pelos filmes do Indy), depois passei pela fase da geologia, em que enchi o quarto com rochas e mais rochas, paleontologia e terminei com a astrofísica. Ou seja, o bichinho da geologia, e não só, esteve muito presente em mim quando eu era jovem. Acabei por esquecer essa paixão e me dedicar mais à Física e Astrofísica. Por outro lado por vezes existem locais, ou eventos geológicos, que pedem mesmo uma Earthcache e não há como evitar a mesma. Já dei por mim algumas vezes a gostar mais de Earthcaches do que caches físicas, existe inclusive um powertrail que acaba por ser o único que até agora consegui mesmo apreciar, e que, por acaso, até é um powertrail de Earthcaches.
AR - É uma das razões, eu faria tudo para conseguir colocar caches GM – Entretanto, cocom uma manutenção meça a tua fase de Orbaixa [risos]. Quando era ganizador de Eventos!
Cafés, Bowling, Karts, etc.. O que te levou para aí? O gostinho pela companhia e pela partilha de aventura? Tens algum em especial de que te recordes? AR - Conforme fui conhecendo outros geocachers comecei a alterar os meus gostos no geocaching. A cache continuava a ser importante, mas comecei a dar mais valor ao convívio e a ter uma boa companhia para as caches. Daí, comecei a organizar eventos, primeiro com o intuito de conhecer geocachers novos onde ia de férias, ou de visita, e depois a tentar fomentar um convívio entre geocachers duma mesma zona. Dentro dos eventos que criei existem dois eventos que guardo comigo. Um deles é o “I See Dead People - Halloween 2010” [GC2G09F], que foi o meu primeiro evento de Halloween e que fugia um pouco ao tipo de eventos de café ou caminhada. Foi um evento focado mais em que o participante tivesse papel activo numa aventura. Os outros, os GeoGolfe, foram eventos que muito me fizeram rir, tanto pelas histórias dos participantes como pelo programa resolver gerar alguns pontos em
TOUBKAL (PONTO MAIS ALTO DO NORTE DE ÁFRICA - MARROCOS) Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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locais que nem o diabo era capaz de pensar. Entre alguns desses locais posso destacar: dentro do estádio do Bessa (Boavista F.C.), meio das rias em Aveiro ou até na ponta do telhado do Dolce Vita em Vila Real. Qualquer um desses locais deu origem a histórias fantásticas. GM - Conta! Conta mais! [Risos] Deixaste-me curioso... até porque não faço ideia do que estás a falar! AR – Pronto, eu conto um pouco sobre ambos. O “I See Dead People” foi um evento ao estilo letterbox. Enviei toda a gente para o meio duma aldeia mais isolada, e de lá ainda os enviei para um local mais afasta-
do, à entrada do mato. A partir daí dividi-os em equipas e deixei-os avançar e desvendarem os mistérios sozinhos. Em traços sucintos, começavam a seguir reflectores para dentro da floresta e, depois de cerca de 1 km, tinham de descer para um “buraco” onde existia uma entrada para uma mina onde tinham de entrar. Lá dentro vinha o segundo enigma em que um MP3 dava pistas para o seguinte passo, que era numa casa abandonada e supostamente assombrada. Nessa casa senhorial tinham de decifrar enigmas escondidos em UV, descobrir códigos e por fim encontrar o local final, uma capela toda ela domada pelas silvas e o mato. A casa e a quinta
BOLEIA (ALBÂNIA - ROMÉNIA)
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é do mais belo que existe e dava para perder aí umas valentes horas a descobrir todos os pormenores. No final de todas as equipas terem descoberto o enigma foi altura de começar um convívio mais no sentido da palavra… tivemos queimada galega, patrocinada pelos bons amigos GeoGang, e mais para o fim até tivemos a presença do Jango, o maior espião que alguma vez Portugal teve, mas não me vou focar nele porque dava para um livro todas as suas aventuras;
pontos aleatórios num determinado raio e durante 4 horas as várias equipas tinham de tentar chegar o mais perto de cada ponto (pelo menos a uma distância inferior a 100 metros), no final ganhava a equipa que tivesse menos pontos. Claro que existe um conjunto de regras mas penso que não é interessante. Então, como aquilo era gerado de forma aleatória, tivemos alguns casos caricatos.
No Porto tivemos um dos pontos dentro do estádio do Bessa, escusado será dizer que com O Geogolfe foi um con- a ânsia de chegar mais ceito adaptado por mim perto tivemos uma das dum site de jogos com equipas que realmente GPS (esqueci-me qual invadiu o estádio por é o site) ao geocaching. uma entrada traseira e Em traços gerais, um conseguiu ir ao campo programa gerava 18 tirar o ponto a 0 metros.
Também calhou um dos pontos no meio do rio Douro e uma das histórias que não me esqueço é a da equipa dos MitoriGeikos, dakidali e lusitana, em que o Zé dos mitori andou empoleirado numa árvore sobre o rio para tentar assim ganhar mais uns metros.
de fora. Só que também tivemos uma equipa que pretendia fazer esse ponto o mais preciso que conseguissem, então, basicamente andaram a chatear o segurança do shopping para que lhes permitisse o acesso ao telhado e lá foram eles tirar um ponto a 0 metros.
Em Aveiro tivemos um dos pontos que calhou no meio da ria, no meio de nada e sem acessos. Então, comecei a receber toda a gente com esse ponto nulo por não terem conseguido chegar lá perto… já tinha desistido que alguém lá tivesse chegado, mas o que é certo é que uma equipa conseguiu. Como? Fácil, segundo eles, pediram um moliceiro emprestado, pousaram as bicicletas a um canto e lá foram, conseguiram mesmo chegar a 0 metros. Por incrível que pareça até conseguiram sair fora do barco. Os 0 metros calhavam num tufo com não mais de 0,5x0,5 metros. Perfeito para uma pessoa. A foto que eles me apresentaram desse ponto vale por mil palavras.
Esses devem ter sido dos meus eventos que mais peripécias do género tiveram. Conseguem imaginar toda a gente maluca atrás dos pontos e eu sentadinho no café muito descansado sem me chatear. [risos] GM –Haha. Devem ter sido momentos bem divertidos, sim senhor! [Risos] Se há “classe” de seres humanos que vejo a colocarem-se nesses papéis é mesmo a dos geocachers!
Passemos então ao dito teu “Segundo Momento” a partir de meados de 2011, o de seres um (como é dito habitualmente sobre estes casos) “Owner de Excelência”... Mas, antes de passarmos a “casos práticos” e visto o teu Por último, em Vila Real, sucesso no meio dos um dos pontos ficava Prémios GPS, elucidapor cima do Dolce Vita me: os prémios aparee tivemos gente que ceram mesmo à medida chegou perto através para as tuas caches? Ou
as tuas caches foram Angels; os registos lepensadas no seio dos varam às outras? prémios? AR - Sim posso dizer AR - Essa minha segun- que foi um bocado de da fase aparece um bo- sorte. Eu acho que é cado por culpa do evento sempre bom para o ow“I See Dead People”. As ner quando recebe bons pessoas gostaram tanto logs porque motiva para que resolvi passar toda que se esforce em criar a aventura do evento caches em que possa para uma cache, “Fallen dessa maneira aumenAngels” [GC2N98F]. Os tar um bocado do seu logs foram aparecen- “ego” [risos]. Claro que do, e admito que gostei os prémios também imenso de ler os relatos contribuíram para o auque me chegavam. Daí mento da qualidade das até decidir que queria caches a nível nacional. criar algo que me pro- Desde que os prémios porcionasse aquele tipo apareceram que se nota de logs foi rápido. En- que existem bastantes tretanto encontrei am- owners que colocam bientes urbanos que me uma extra dedicação às deliciavam e fui criando suas caches, o que para histórias ao meu gos- quem as procura é óptito para cada um deles. mo. Relativamente ao sucesso nos prémios GPS, atribuo grande parte do GM - Então e tu? Neste “sucesso” ao grupo de aspecto, e para quem amigos que me rodeava não conheça a “tua e que partilhava comigo obra” (o que é o meu alguns dos meus gostos. caso, nunca tive oporDigamos que as caches tunidade de procurar ganharam popularida- uma cache tua), onde te de entre quem gostava inseres nesta segunda deste tipo de aventuras, fase do teu geocaching? o que não significa que As tuas caches proporfossem as melhores na- cionavam que tipo de quele ano. Foi uma pura experiência? questão de timing. AR - Com esta segunda GM - Fallen Angels... Escreveste um “Making Of...” dela para o número de Dezembro do ano passado da GeoMag! Foi então “sorte”!? O evento levou à Fallen
fase eu acabei por também começar a entender melhor a importância do log, não só como forma de motivar o owner mas também para quem o escreve. O log não é Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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apenas um registo de found ou DNF, um log é uma memória que ficará guardada e associada a uma cache, aventura, local. Foi talvez nesta fase que eu próprio comecei a ter um pouco mais de cuidado com os meus logs.
lógico, criar a sensação de perigo iminente. Por norma e depois de muitos olhares apercebi-me que a primeira sensação que criava era a de um ódio sobre a minha pessoa, mas que, no final de completo o desafio, se tornava uma sensação Em relação às expe- agradável de auto-suriências que as minhas peração. Nem imaginas caches proporcionavam, as vezes que senti as eu foquei-me em dois orelhas quentes. [risos] dos meus gostos, aventura e urbex. E, como GM – Faço sem dúviquem trabalha por gosto da parte desses! Não não se cansa, tentei deespecificamente em dicar-me a essas duas relação a às tuas caches vertentes. Por um lado criei as caches letter, mas a esse tipo de caonde a experiência está ches mais trabalhadas. centrada numa história Tenho na minha zona mais forte e no jogo en- de acção várias caches tre essa estória e o local a que ainda não fui por onde ela se desenrola. O achar que não compleobjectivo era o de fazer taria os desafios sem com que quem estives- ajuda, e odeio os owner se a experienciar a ca- por isso [Risos]… che conseguisse sentir Se as minhas investio que a personagem da gações estão correctas, estória sentia, levar o em 2012 trouxeste um geocacher a um mundo cabaz cheio de prémios paralelo onde aquela relativos às tuas coloestória deixava de ser cações do ano anterior, uma ficção para passar DNA [GC35289], ROSE a ser a realidade. [GC35289], Fallen AnNa outra vertente, da gels [GC2N98F] e The aventura, centrava a Last Tower [GC2YTR0]. cache mais em criar Três Letters, uma Trasensações fortes aos dicional, muitas estreligeocachers que fossem nhas D/T e mais de 250 suficientemente malu- pontos de Favorito escos para tentarem abra- palhados pelas 4 (e perçar o desafio. Mais que centagens a rondar os um desafio físico, tenta- 90%)… Como é que um va criar o desafio psico- Owner se sente aos ver 72
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prazo?! Consideras que este tipo de cache, intimamente ligadas ao Urbex e afins têm “limite de vida” logo à partida ou foi totalmente inesperado o desfecho que AR - Foi uma noite lhe foi destinado? emotiva, não vou men- AR - Na altura em que tir. O reconhecimento é as coloquei não espesempre bom para quem rava que elas tivessem dedica parte do seu um prazo de vida, ainda tempo a colocar caches. para mais tão curto. Seja ele um reconheci- Coloquei com o intuito mento através dos logs de as ter activas por ou através dos prémios um longo período. De GPS. Durante a gala eu momento considero que sabia que existia uma caches ligadas ao Urgrande possibilidade de bex realmente têm um conseguir um prémio, prazo de vida, apesar mas não estava à espe- de existirem imensas ra de conseguir ver 4 das que perduram e que, por caches premiadas. Não muito mais tempo, vão posso esconder que, continuar activas. Todas destas 4 caches, tenho as minhas que foram araquelas de que gosto quivadas foi por motivo e aquelas que me são de troca de proprietário mais indiferentes. Só do local e perda de auposso agradecer a toda torização. No mesmo a gente que depositou mês vi 5 dos locais em o seu voto numa cache que tinha caches serem minha e as escolheu adquiridos por outra como algumas das suas pessoa e começarem favoritas, já que no dia uma remodelação do foi complicado exercer local. Não tive como evium discurso coerente. tar o arquivamento das caches. Por curioso que [risos] pareça, dois dos locais voltaram ao abandono GM Entretanto, após fortes obras de dessas caches resta remodelação dos mesmesmo a memória e mos. o reconhecimento por parte de quem apreciou as aventuras por elas GM - Perguntei isso proporcionadas... Acha- porque me aconteceu vas que eram caches a exactamente o mesmo o “desabrochar” deste tipo de situação? E que culmina, claro, com o referido e certamente merecido reconhecimento dos seus pares, nas votações?
CACHE 1000
numa cache minha. No caso da minha começaram a roubar materiais dos edifícios e arquivei-a porque já não me parecia que oferecesse condições de segurança (das estruturas). Entraste depois num momento mais calmo em termos geocachianos (parece-me), apesar de voltares a ter uma cache nomeada para os prémios de 2013 (Devils House [GC3HY89]) e então... caches na Roménia!! Roménia?! Onde aparece a Roménia na tua vida?
quanto às caches que visito. Em relação à Roménia ela aparece no âmbito de uma acção de voluntariado que optei por abraçar na minha vida. Como estava numa região muito bonita e isolada resolvi criar duas caches perto da minha aldeia. Uma com uma pequena caminhada que terminava numa pequena aventura radical e a outra dedicada ao projecto de voluntariado e que fica localizada na minha aldeia, no meu antigo escritório. Ou seja, uma de aventura e outra de container.
tece? Foi um convite ou que trabalhasse com crianças, e numa zona foi iniciativa tua? mais isolada, e algumas AR - Era uma ideia que entrevistas depois, titinha já há algum temnha sido escolhido para po só que, sempre que um projecto, e com tudo pesquisava sobre voluno que sempre quis mas tariado, deparava-me levado ao extremo. Muicom custos associados ta criançada e jovens e que eram imputados ao muito isolado do munvoluntário e acabava por do. [risos] desistir. Uns meses antes de embarcar nesta aventura descobri que GM - E foste parar à existia a hipótese de Roménia... fala-nos um fazer voluntariado com pouco do país, para que a EVS (Serviço de Volun- zona foste “destacatariado Europeu) e que do”? os custos eram maioriAR – Bem, é-me imtariamente suportados possível dizer mal do por uma comissão eupaís porque fui recebido ropeia. Para quem não duma forma tão calorosa necessita de muito para que hoje considero que viver, dá para se aguen- parte de mim é romeno tar. [risos] e está indubitavelmente
AR – Sim, depois passei por um momento de acalmia, que ainda se prolonga. Continuo GM - Voluntariado na a fazer geocaching só Roménia?! Como é que Tomei a iniciativa de ligado ao país. Lá criei que sou mais restritivo uma coisa dessas acon- procurar um projecto amigos, voltei com duas Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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CANYONING
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“O meu mote era mesmo o de fazer com que estes jovens abrissem os seus horizontes e quisessem combater a pressão para trabalharem o campo.” irmãs mais novas e muitas memórias. Apesar de, a nível geral, a visão que temos dos romenos e da Roménia ser negativa, é uma visão errada, na Roménia existem dois povos e muitas das vezes associamos o povo romeno com o povo nómada. Tirando uma cidade na Roménia só tenho a dizer bem da população de lá. A minha aldeia chamase Rosia de Amaradia (nota: Rosia pode ser traduzido por tomate então basicamente vivia no tomate de Amaradia - rio) e ficava no “distrito” de Gorj, a sul da Roménia. Admito que a cidade capital de “distrito” me dava um pouco de azia, porque tinha sido a equipa dessa cidade que tinha eliminado o meu Braga da taça UEFA.
era uma desvantagem ao início mas que estava recheada de muitas vantagens, como uma comunidade mais unida e, principalmente, a vantagem da saúde. Cheguei de lá numa forma física e aparência fenomenal. [risos] Em relação ao país: lindas paisagens, monumentos fantásticos, casa do Vlad Tepes, mais conhecido por Drácula, casa duma mitologia transcendental e com cidades mesmo muito bonitas para se visitar. Um conselho ao irem lá, evitem ir para a capital Bucareste e invistam mais noutras cidades, bem mais bonitas, como: Sibiu, Brasov, Timisoara e Iasi. Aconselho vivamente a visita para quem gosta de conhecer novas e ricas tradições.
de jovem da minha aldeia e tentar incutir-lhes uma sensibilidade para questões ambientais, de comunidade, de saúde e desportivas. Às quais, por opção, decidi incrementar depois algumas aulas a nível de línguas, desportivas (como artes marciais, e desportos de campo), culturais (como participação de concursos de escrita e dança) e acima de tudo, muita diversão. Tudo o que era tendência na altura acabamos por fazer. Por outro lado, também consegui, conforme me fui entrosando na comunidade, ajudar na construção da nova igreja e mais tarde, com a devida autorização de outras associações de voluntariado e, voluntários, ir até a cidade (70 kms) e ter algumas actividades em conjunto com eles, como ajudar nas escolas das crianças com problemas motores e mentais, ou no hospital.
pressão para, no final dos estudos, ficarem na aldeia a trabalharem o campo. GM - Deu para lhes incutires o gosto pelo Geocaching, como uma dessas actividades extra? [risos] Havia, além do par de caches que colocaste, alguma espécie de geocaching local?
AR – Tentei. Mas tirando as duas que coloquei, não existia nada por perto. Se bem que neste momento são eles os responsáveis pela manutenção de ambas as caches. Por outro lado, consegui incutir o vício noutros voluntários e já posso dizer que tenho afilhados em todos os continentes, excepto Oceânia, mas hei-de lá chegar. [risos] Depois A minha aldeia ficava, das minhas, as mais digamos, no meio da próximas ficam a mais GM E em que é que montanha e com um de 20 kms em linha reta. consistia o voluntadeficit muito elevado de Digamos que, se tirasse riado? Trabalhar com acessos à mesma, o que uma pocket querie com crianças, certo. Mas em me fazia muitas vezes O meu mote era mes- apenas 100 caches, me ter de andar pelo monte quê, propriamente? mo o de fazer com que daria um raio de cerca uns 12 a 18 kms para AR - O meu projecto, estes jovens abrissem de 70 kms. E não é por conseguir chegar a uma concretamente, era tra- os seus horizontes e falta de potencialidade estrada aceitável. O que balhar com a comunida- quisessem combater a porque a zona é do meDezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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lhor e está dotada, além da montanha, de estruturas de exploração mineira abandonada. Foi lá que vi o local em que queria mesmo colocar uma cache, que era uma máquina de escavação com cerca de 10 andares de altura, imensos patamares e escadas, que iam para todo o lado. Fiquei de boca aberta e só me imaginava a escalar a máquina para ir ver cada compartimento fechado dela. Infelizmente, e apesar de estarem ao abandono por mais de 30 anos, permanecem ainda hoje guardadas por um guarda que durante todos estes anos vai fazendo turnos para vigiar as máquinas abandonadas. Depois, tinhas imensas grutas com vestígios de espécies já extintas, como o tigre dentes de sabre, entre outros, inclusive uma mulher fossilizada ainda muito bem preservada. Um delírio para quem gosta de conhecer esse tipo de coisas. GM - UAU! Parece-me um local mesmo à medida do Geocaching! [Risos] Quem de nós é que não gosta de conhecer este tipo de coisas!? Já te pedi para fazeres uma breve 76
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comparação entre o Geocaching de Portugal e Espanha, na altura em que te aventuravas amiúde do outro lado da fronteira. Agora sobre a Roménia... tens alguma noção de como estava o Geocaching no resto do país? Tiveste oportunidade de te aperceber do estado das coisas em zonas mais habitadas/ desenvolvidas? AR – Sim, tive algum conhecimento do tipo de geocaching na Roménia e países vizinhos. Em relação à densidade de caches, as cidades são muito mais recheadas do que a zona rural. Mas, em comparação com Portugal, muito menos recheadas. A comunidade de geocachers do país concentra-se muito nas suas maiores cidades, por exemplo, cidades da dimensão de Guimarães contam apenas com uma mão cheia de geocachers, sendo a única cache dessa cidade colocada por um geocacher de bem longe. Em questões de containers, tirando caches da cidade de Cluj-Napoca que conta com um geocacher criativo, são tudo containers muito inferiores ao que estamos habituados. Em questões de eventos, é um país também ainda muito parado e
que conta com uma dúzia de geocachers, que vai publicando alguns eventos. Felizmente tive oportunidade de conhecer alguns dos owners mais importantes da Roménia e nota-se que ainda estão a dar os seus primeiros passos. E depois temos sempre algumas caches míticas, como é o caso da primeira cache da Roménia e que era a única que eu queria mesmo fazer, a que ficava no cume do monte ao lado do castelo “comercial” do Drácula. GM - Bem, deve ter sido mesmo uma aventura e tanto! Contaram-me que és fã do hitchhiking... essa faceta vem do mesmo à vontade que te permite ires numa acção de voluntariado para terras de vampiros? Alguma aventura geocachiana relacionada com isso? AR - Eu não sou fã, eu idolatro o hitchhiking. [risos] Esta faceta apareceu depois de ter ido para a terra dos vampiros, foi lá que aprendi a pedir a típica boleia, e nem imaginas o quanto custou porque, nas primeiras semanas, sentia-me envergonhado em esticar o braço com o dedo para cima.
Como se costuma dizer: “Primeiro estranha-se depois entranha-se!” E assim foi quando dei por mim a vergonha tinha ficado de lado e andava eu a fazer milhares de quilómetros à boleia para ir visitar as cidades importantes da zona. Relacionada mesmo com o geocaching não tive nenhuma. [risos] GM – Voltando ao Geocaching… Acalmia... mas nem tanto! [Risos] Apesar de só vermos três caches novas tuas em 2014 (e nenhuma este ano), voltam a ser difíceis/desafiantes qb e com, mais uma vez, o “reconhecimento do público”! Acompanhei (como tenho feito todos os anos, confesso) com algum interesse a realização dos Prémios GPS e assisti a algum amargo relativamente à não nomeação d´As Constelações de Eldair [GC5BKJJ] por parte do pessoal de Vila Real. Estou correcto? Foi assim? O que te parece que aconteceu? AR - Admito que fiquei triste porque, das 3 colocadas, essa seria, no meu entender, a única que talvez se enquadrasse nos prémios. Agora é passado. [risos] O que acontece é que
DNF SPORTS (BI CAMPEONATO)
os prémios têm como factor os gostos a nível nacional, e nem toda a gente pode gostar do mesmo. Os meus gostos são diferentes de A e os de A serão diferentes dos de B. Como tal a “Constelações” não se enquadrou naquilo que a maioria dos geocachers portugueses gosta. São gostos e isso não se discute. Eu fiquei com a impressão que muita gente ficou com a ideia que sou contra os prémios GPS mas, a verdade é que eu acho que a iniciativa é boa, é sempre uma forma de incentivar e motivar os owners a ter um cuidado especial com as caches que escondem. Posso não concordar totalmente com as fórmulas, posso achar que já não se enquadra
tanto nos meus gostos, mas para isso basta-me fazer o trabalho de casa e consigo encontrar as caches que sei que me vão fazer ficar de papo cheio. Convém salientar que se às vezes sou um chato é porque acho que a ideia têm potencial, porque se não o achasse, simplesmente virava as costas e ignorava. Apesar de não ter constado das nomeadas contínuo feliz com a minha “menina” porque grande parte dos logs são deliciosos. [risos] GM - Esse é o espírito! Aproveito para te dizer que gostei muito do filme da Fake Factory (War Will) [GC5G3GR]! Voltando um pouco à tua faceta de geocacher (em oposição a ser
Owner)... uma breve pesquisa pelos teus últimos founds, nomeadamente deste último Agosto para cá, revela uma barrigada de Caches com “C” grande, pelo menos a julgar pela quantidade de favoritos que muitas têm! É o tal “refinamento” de que tens falado? É “este” o teu Geocaching, e para manter? AR – Sim, em Agosto tentei fazer uma semana a vaguear apenas pelas caches com favoritos e que me parecesse que iria gostar e caches de Terreno 5. Fiz alguns logs mas, da última investida a caches T5, optei por fazer apenas “notas”, porque ando preguiçoso para logs físicos e como fico contente se a encontrar e tocar nela, muitas das
vezes, ou não faço o log para não ocupar espaço ou por pura preguiça. Depois, em casa, sei as que fiz e as em que fiz um DNF, e faço o log de acordo com isso. Os DNF ficam como DNF, os founds ficam como nota porque tive preguiça de logar o nick, apesar de ter fotos. Assim, desta forma, tenho desculpa para voltar a algumas delas e colocar tudo em estado regular. [risos] Faço questão de me ir mantendo assim neste registo, tirando excepções em que saia com algum afilhado, ou um grupo, que vá fazer outro tipo de caches que talvez já não me abram tanto o apetite. GM - Para 2016...tens algum plano especial relacionado com o Geocaching para o ano que Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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1ª CACHE E A MAIS MÍSTICA DA ROMÉNIA (DRACULA’S CASTLE)
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vem? Algum evento na calha ou alguma cache em preparação? Acredito que o teu tipo de caches demore um pouco mais a planear e colocar do que as minhas! [risos] AR - Não tenho nada do forno. Talvez apareça algum evento mas em relação a caches estou de licença sabática. [risos] GM - Para terminar, pedia-te algumas considerações sobre o Panorama Actual, nomeadamente daquele que se faz em casa, de roda do PC e com a ajuda da nossa amiga internet... Eras uma pessoa bastante activa, pelo menos num dos fóruns Nacionais. Como vês o papel deles no nosso hobbie? Achas que o proliferar de Grupos e afins no Facebook vai mudar/está a mudar a nossa relação com eles e a maneira de fazermos Geocaching? AR - Eu tenho andado mais ausente dos fóruns nacionais e, mesmo no facebook, já acabei por impedir as notificações de vários grupos dedicados ao geocaching, porque já são tantos, muitas das vezes para a mesma região, que acabava por saturar e existir uma excessiva replicação de informação. Mas, do que
me apercebo em relação aos fóruns, parece-me que a comunidade mais nova não tem aderido tanto como era bom que aderisse. Para mim o trabalho desenvolvido pelos fóruns é excelente. No caso do GeoPT, temos o IAAN para quem é mais viciado ou gosta de estar informado dos seus números, as ferramentas que eles proporcionam no apoio no terreno ao geocaching, as iniciativas de convívio, sejam elas a mini liga (força DNF Sports [risos]) ou os prémios GPS, são todas iniciativas que de certa forma ajudam e dão outro valor no momento de chegar a casa e descalçar as botas. Eu sempre que estou com geocachers que se estão a iniciar, ou que são meus afilhados, dou sempre uma achega para que eles se inscrevam no GeoPT, leiam a informação lá inserida e que, acima de tudo, interajam de forma a dar um novo sangue ao mesmo. Mas, a culpa a quem de direito, e sei perfeitamente que parte da culpa também cai, ou deveria cair, sobre quem pratica este hobbie há mais tempo. Acho que quem já está mais inserido no jogo deveria ter uma “certa” responsabi-
lidade para dar continuidade a novos conteúdos em todos os portais existentes. Dito isto, devia levar uma marretada para começar a contribuir com a minha parte. [risos]
um golo. No segundo ano houve mexidas, algumas saídas e outras entradas, nomeadamente o fora da lei, Gueu. E o único objectivo era marcarmos um golo, e, conseguimos marcar. Nunca me heide esquecer que o nosso primeiro golo, em vez de ser um orgulho, foi para nós uma desilusão porque o primeiro golo dos DNF foi um auto-golo do adversário, ou seja, ficou o sabor amargo. [risos] Nesse ano não perdemos um único jogo das distritais mas fomos desclassificados porque um dos jogadores não estava bem inscrito.
GM - Ainda bem que falas na Mini-liga!! Foram para mim (que estava de fora) momentos bem divertidos, aliando o geocaching à bola! O dobro das possibilidades de haver confusão e picardias! [risos] Lembro-me em particular das “capas de jornais” que iam saindo cá para fora! Podes falar um pouco sobre essa ini- No ano seguinte eu fui ciativa e da tua (vossa) para fora, mas estive participação? com a equipa de coração AR - Sim claro. Eu adoro na Roménia, o que me esta iniciativa do GeoPT valeu quase a expulsão e é com orgulho que fui da minha comunidade uma das pessoas que por um mal-entendido. criou os DNF Sports. A equipa entrou com Na altura da primeira garra e no final, novamini-liga, em parceria mente sem derrotas, com o Carlytos, decidi- conseguiu trazer o tromos criar uma equipa féu para o Norte pela que juntasse alguns dos primeira vez. Foi um maiores viciados das orgulho para mim. E T5 e de preferência de depois, no ano passado, vários distritos. Sendo voltamos à carga para a assim, tínhamos re- defesa do título e, mais presentantes de Braga, uma vez, conseguimos Porto, Aveiro e Viseu na fazer mais um ano sem primeira equipa, e como derrotas e trazer o biainda estávamos a am- campeonato. bientar-nos uns aos A parte das capas para outros fizemos vários mim é das coisas que jogos e não marcamos mais me diverte. CoDezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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meçou no primeiro ano, numa brincadeira que fizemos entre nós e os gasómetros, e que se prolongou pelos anos com uma rivalidade entre as duas equipas. O nosso Ze_ze quando se esmera cria cada pérola.
cer, claro, as equipas mais a sul, que também organizam e dão o seu contributo para a festa.
GM - Estarás então na primeira linha dos que ficaram desiludidos com o (aparente) adiaA equipa DNF Sport, mento da prova para a apesar de muito compe- primavera do ano que titiva, vê a competição vêm. Porque achas que como segundo plano. O tal acontece? objectivo da equipa é ir e AR - Eu não estou desidivertir-se, se o caneco ludido, estava na agenvier para casa melhor, da esta iniciativa mas espero que sim. [risos] a ser adiado, muda-se Pela equipa já passaram a agenda, não é por aí 13 jogadores, entre eles: que o geocacher morre. (10 geocachers) K!nder, [risos] Em relação ao Carlytos, Valente&Cruz, que terá acontecido não Ze_ze, InspectorMax, posso adiantar muito 20ver, Rodry, Gueu, porque não faço parte Dar+, manel86 e depois da organização, prova3 muggles: Diogo, Joel, velmente estariam a Fernando. preparar outras iniciatiApesar das rivalidades vas ou ainda no rescaldo acho que a iniciativa dos prémios. Para tudo promove imenso conví- na vida é preciso motivio entre as equipas. Ad- vação e poderá ter sido mito que já tenho sau- por falta dessa motivadades dos Gasómetros ção, por se calhar verem e da nossa rivalidade, e a comunidade mais depois temos também relaxada à espera que do norte os 20cachar, tudo aconteça. O que é que já nos acompanham certo é que grande parte nestas fases finais por da comunidade não se algum tempo, além de pronunciou sobre a ininos acompanharem por ciativa até bem perto da vezes nas cachadas e data normal. Na minha de muitos terem em opinião, quem começa comum o gosto pelas uma iniciativa tem de caches T5. Sem esque- certa forma uma res80
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ponsabilidade para com a mesma, seja em organiza-la ou em delegar a sua organização, mas também compreendo que por vezes é complicado estar com um peso enorme nas costas e que, quando se vê que grande parte da comunidade está à espera para que tudo apareça feito, pode ser desmotivante. O geocaching nacional precisa que apareça aí um grupo de novos geocachers cheios de força e de vontade. Como já foi referido a minha motivação para procurar geocaches já não é tão forte, mas tenho um truque, junto-me a geocachers novos cheios de pica e lá me carregam para fora de casa e à procura de caixotinhos. Sou um explorador. [risos] GM - E é uma verdade, o aparecimento do pessoal novo (também) pelos fóruns, além de os alimentar com esse sangue novo de que falas, contribui de forma muito positiva para se assimilar alguns “ensinamentos” logo de início, enquanto tenrinhos! Para concluirmos esta nossa viagem pelo teu percurso geocachia-
no, pedia-te, André, que nos deixasses um par de sugestões de boas caches (na tua opinião, claro) para que possamos terminar este ano de 2015 verdadeiramente com o pé direito! [Risos] AR - Obrigado por me fazerem dar esta volta ao passado e redescobrir tanto sobre o meu percurso. Apercebi-me que já nem eu sabia bem o meu caminho e fui presenteado com algumas pérolas que me foram dadas pelas tuas perguntas. Em questão de caches vou deixar algumas então como sugestão. Para os mais radicais: Limite Vertical, Porto; Para radicais e história: Underworld - The Other Side [GC4Q0D0], Vila Real; História e local: O Sentido do Medo [GC35EMB], Viseu; Paisagem: Heart of Darkness [GC1471Q], Braga. E claro, se tiverem vontade, coragem e tempo deem um salto até as Constelações de Eldair [GC5BKJJ]. [risos]
Texto: André Rebelo / Rui Duarte
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w a y ma r k i n g
Birdwatching Locations p o r r u i jsd u a r te 82
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Para o mês de Dezembro, e em pleno Inverno, mando como sugestão um waymark relacionado com algo em que o nosso país é muito interessante neste período, “Localizações para observação de aves”! Portugal é destino invernal de muitas e belas aves, que vêem o nosso ameno cantinho como soberbo para passarem os meses mais frios do ano e transformam as nossas paisagens em verdadeiros paraísos para os amantes, tanto da observação como da fotografia, das aves, principalmente das aquáticas. Não surpreende portanto que, da cerca de uma dezena de waymarks relacionados em terras nacionais (e continentais), apenas um não se refira a habitat aquático e sim serrano (Serra do Socorro, perto de Torres Vedras). Poderia traduzir para este artigo o conteúdo da descrição da categoria no waymarking, mas à semelhança de outros, remete para regras dis-
terísticas de habitats Mediterrâneos ou da Macaronésicos? Descubra o fenómeno do birdwatching e tudo o que a natureza tem para lhe Só o facto de dizer que oferecer.”, temos espao local tem de ter sido lhados pelo nosso país designado por uma au- vários excelentes locais toridade e tem de ter propícios à observação um sinal a dizer que dos nossos bonitos serve para isso mesmo, amigos de penas. observar aves, já me faz Destaco nesta pequena alguma confusão… ser peça o meu “Tagus Biruma casinha escondi- dwatching - Póvoa, Porda junto de uma lagoa, tugal” [WMK295] que, com local para nos sen- mesmo não sendo o metarmos e com janelas lhor local para observar disfarçadas para olhar grande número de aves para a água sem sermos por estar localizado no detectados não chega, Parque Linear Ribeirinho aparentemente. do Estuário do Tejo e ter Adiante, e citando a sempre gente a praticar SPEA (Sociedade Portu- desporto, acaba por faguesa para o Estudo das zer parte do Estuário do Aves), “Sabia que para Tejo, um dos mais imalém das nossas famo- portantes estuários da sas praias e rico espólio Europa e morada (princultural, Portugal é um cipalmente de Inverno) dos mais interessantes de muitos milhares de destinos europeus para aves. Ainda assim, mesa observação de aves? mo com “corredores” e Que algumas das cente- “bttistas”, se escolhidas nas de espécies de aves as melhores condições que pode observar em (manhã cedo conjugado Portugal são ameaça- com a altura da descida das ou endémicas, e que da maré, duas horas muitas delas são carac- depois da maré cheia),
to e daquilo e acaba por ser, confesso, chato. Se tiverem mesmo interesse nisso, podem consultar a dita em http://goo. gl/kgrl2v
qualquer aficionado ou simpatizante da observação destes simpáticos animais poderá observar dezenas de espécies distintas, tais como Flamingos, Guinchos e outras gaivotas, Peneireiros-cinzento, Pernilongos, Pilritos, Borrelhos, etc. Um excelente exemplo do aproveitamento das margens do Tejo e de algumas salinas, entretanto desactivadas, para usufruto da população (e da natureza). Venham ver com os próprios olhos e, quem sabe, procurar também algumas das caches que ali coabitam. http://www.waymarking.com/waymarks/ WMK295_Tagus_Birdwatching_Pvoa_Portugal Mais informações em: h t t p : // b i rd wa t c h i n g . spea.pt/pt/ ou http:// www.avesdeportugal. info/ Texto / Fotos: Rui Duarte (RuiJSDuarte) Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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N u no G i l por
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T eam M a r r etas
Neste Natal de 2015, regressamos a Lisboa, mas com um pézinho no Ribatejo. Nesta edição do Geocaching de A a Z vamos conhecer Nuno Gil, geocacher de 24 anos, nascido em Lisboa mas criado na Moita do Norte, e como ele próprio refere, “com todas as raízes bem fortes em toda essa região”. Residindo em Lisboa desde os 18 anos, por motivos inicialmente académicos e actualmente profissionais, dá pelo nickname de NunoGil, é geocacher desde Março de 2011 e já encontrou mais de 11500 caches, isto para além de já ter escondido outras 577, entre caches tradicionais, multi e mistérios e de ter organizado 32 eventos.
amante dos números, aceitou o nosso convite para nos relevar um pouco mais sobre a visão que tem desta actividade. Quem melhor do que ele para nos dar a conhecer a sua forma de ver este hobbie? Fiquemos então a saber como se define o Geocaching de Nuno Gil, de A a Z!
aparecendo pelo ca- I de Inspector - é como um revisor me minho. E de Eventos - os trata, mas devia ser I melhores locais para de Interessado. conviver, confraternizar e aprender com as pessoas que têm este gosto em comum.
J de “Já comeste fruta hoje” - é dos melhores containers que existem por aí.
F de FTF - algo que L de Locais - sem dúcativa muitos de nós. vida das coisas que mais aprecio, conheEu sou um deles. G de Georibatejo - cer locais que não cosem palavras. É um nheceria se não fosse grupo incrível que o geocaching.
A de Aventura - foram começou a ser consmuitas as que este truído numa cachada hobbie já me proporna Serra de Aire a 6 cionou. de Agosto de 2011 B de “Bora cachar!” e desde aí já muitos - uma expressão que momentos incríveis utilizo com muita proporcionou. frequência, principalH de helderjust - um mente quando ligo ao geocacher e um amiP14. go que me diz muito. C de Carlos - não é um Nunca fui muito fã geocacher registado de “containers” brumas é o muggle que tais até ver os deste mais gosta disto. É menino e as caches o meu pai, o “owner” fantásticas que criou. das minhas caches. Infelizmente fizeramApaixonado pelo geo- D de Desafios - são no desistir do geocacaching, assumido vários os que nos vão ching.
M de Massamá - tinha chegado a Lisboa há uns meses, com 18 anos, para estudar e estava à espera do autocarro para o meu abrigo em Massamá. O Nélio (figueiras) passou por mim a correr, disse para ir com ele procurar uma coisa. E eu fui. Não sabia o que era. Mas encontrei. E nunca mais parei. N de Números - uns gostam e outros não. Mas todos se inte-
“C de Carlos - não é um geocacher registado mas é o muggle que mais gosta disto. É o meu pai, o “owner” das minhas caches.” Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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ressam. Eu gosto e cada um faz como tre eles as geocoins caches em todos os muito.
quer.
O de Orgulho - em R de Rota - às vezes ser owner e dar aos com e outras vezes outros o que gosto de sem. Planeadas ou “à encontrar e descobrir.
balda”… tem é que se
P de Plitvice Lakes - fazer.
são-me
especiais, países do mundo! principalmente as naZ de Zero dias sem cionais. pensar no GeocaU de Ultrapassar - há ching! sempre muito para ultrapassar. Por vezes
nome de uma cache e S de Sorrisos - estão perigos em que nem local absolutamente sempre presentes nos pensamos. incrível onde fiz a mi- meus logs e é como V de Ver - em quase nha última milestone.
quero o mapa, cheio todas as caches. Há
(NunoGil)
sempre algo diferente
Bruno Gomes
Q de Quantilidade - deles.
uns preferem sem o T de Travelbugs - faz para ver, para desconti e outros sem o li parte do “jogo” e é brir, para conhecer. mas dá para fazer das uma parte interes- X de Xenomania - por duas maneiras porque sante do mesmo. En- me
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Texto: Nuno Gil
apetecer
fazer
(Team Marretas) Fotos: Nuno Gil (NunoGil)
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Este ano foram submetidos ao HQ um total de 81 filmes provenientes de 20 países distintos! Destes, 16 (de dez países) foram escolhidos para serem partilhados com a comunidade um pouco por todo o mundo. Cada participante (dos finalistas) recebeu um ano de assinatura grátis do serviço, além de outra “parafernália”, como tags e geocoins. É o terceiro ano em que se realizam os GIFF (e supostamente o último)… nos primeiros dois o HQ divulgou os finalistas online, depois do Evento principal realizado em Seatle. Esta é a primeira vez em que os GIFF estiveram realmente disponíveis para serem aproveitados por todos os geocachers, mediante !454! eventos realizados pela comunidade, à volta do globo! Aproveitámos a ocasião e pedimos aos organizadores dos eventos cá pelo nosso cantinho (oito no continente e três nos Açores) algumas considerações sobre o rescaldo da iniciativa. Aqui estão elas:
GC61DAR - Is there maior tranquilidade e any... GEOCACHER out melhores condições. there? Infelizmente, à hora O evento GC61DAR marcada, apareceram - Is there any... GEO- menos entidades e CACHER out there? foi geocachers do que criado no momento se inicialmente estaem que foi confir- va previsto devido a mada a deslocação várias atividades que à Ilha Graciosa dos estavam a decorrer geocachers Palhocos- nessa noite na ilha. No machado e pedro.b.al- entanto foi possível meida para organiza- apresentar aos preção da GeoTour Açores sentes a GeoTour Açores, os filmes do GIFF naquela ilha. 2015 e alguns produEste foi, provavelmenzidos pelos owners do te, o segundo evento evento relacionados de geocaching orgacom esta atividade. nizado na Graciosa e tinha como principal O principal objetivo do objetivo descobrir se evento foi cumprido. existem “geocachers” Afinal sempre existem geocachers na ilha ativos. Graciosa. Posteriormente verificamos que preenchia os requisitos para se GC6435H - Aigra Nova tornar um evento GIFF GIFF Weekend 2015 oficial uma vez que 7 de novembro de estava previamente 2015 ... A Serra da marcado para o “GIFF Lousã recebe o evenWeekend”. Não podíato Aigra Nova GIFF mos perder esta exceWeekend 2015, numa lente oportunidade de organização da Lousidivulgar os filmes GIFF tânea - Liga de Ami2015 aos participangos da Serra da Lousã tes do evento. e da AirDreams, com Inicialmente esteve o apoio do Município marcado para o centro de Góis, da ADXTUR e de Santa Cruz da Gra- da ADIBER, abrilhanciosa mas o Graciosa tado pela presença de Resort e Business Ho- vários geocachers e tel gentilmente cedeu outros interessados, um local onde este para assistir aos 16 pudesse decorrer com vídeos finalistas do
Geocaching International Film Festival 2015. Num dia de sol, convidativo à prática de geocaching, todos os caminhos confluíram em direção à Aldeia do Xisto de Aigra Nova, uns por caminhos de terra batidas, outros por acesso alcatroado, embora todos com o trajeto repleto de sorrisos no mapa do geocaching, com as viagens de ida e volta aproveitadas para procurar mais algumas das muitas caches escondidas na região. O espírito de convívio foi imperativo na hora de confraternizar sempre com o geocaching como tema de muitas conversas, entre os praticantes de várias regiões de Portugal Continental. Na hora da “sessão de cinema”, o “filme da casa” (único representante da Península Ibérica no Festival) foi o mais acarinhado pelos presentes encontrando-se, consensualmente, “entre os melhores”. Finda a apresentação de todos os vídeos, à boa maneira serrana, Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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foi a vez do convívio se prolongar à mesa, com degustação de vários produtos típicos da região, onde não faltaram a broa de carne, o café de borras e as filhós de cenoura, entre muitas outras iguarias.
como que em família!!! Foi então que me surgiu a ideia assim que vi a publicidade do GIFF 2015 no meu email e pensei, ora aí está uma oportunidade de vermos um filme como é hábito e desta vez relacionado com a razão da nossa existência - o Geocaching!!! Mais tarde reparei que só publicando um evento teria acesso à tão esperada pelicula, e foi o que fiz, publiquei o Evento “Só vai quem quer... ver | Parte 1”
O evento não terminou sem que os geocachers ficassem a conhecer algumas das caches do projeto GeocachINg Xisto, e com a “fotografia de família” do evento, que culminou com um FTF coletivo, à cache Fonte Entretanto contatados Namorados, em mos os amigos geocaAigra Nova. chers mais próximos Aproveito para agra- para a visualização dos decer a partilha daqui- filmes no Evento, mas lo foi o nosso evento. a palavra foi passanObrigado e até breve. do e quando chegou o dia pensámos “Não Muito obrigado a to- vamos ter lugar para dos! tanta gente” :) zemarques82 Num simples evento, GC643HV - “Só vai quem quer... ver” | Edição 1 A sede da nossa equipe Orangotango Team fundada por mim ($ Boy) é utilizada para produzir os nossos containers, e fora da actividade do Geocaching encontramonos por lá para visualizar uns filmes quase 90
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feito exclusivamente para ter acesso ao filme, fizemos um Evento recheado de gente do meio onde foram trocadas ideias, partilhadas aventuras, enfim o que normalmente se faz nos eventos de Geocaching Para terem noção da dimensão estiveram presentes no nosso evento Geocachers de
Cantanhede, Mealhada, Anadia, Oliveira do Bairro, Águeda, Bustos, Ílhavo, Mira, Aveiro, Luso, Pampilhosa, Mortágua, Viseu, Oliveira do Hospital, Torres Novas, Figueira da Foz, Montemor, Coimbra, Leiria, Pombal e Condeixa, e espero não me ter esquecido de ninguém!!! A todos o meu muito obrigado $ Boy aka Hugo Idalécio Couceiro
se prolongou até às 02h00. Pedro Silva aka ordep_81 GC63YEE: GIFF Weekend 2015 - Póvoa de Lanhoso (Portugal) Poder hospedar o GIFF Weekend 2015 - Póvoa de Lanhoso (Portugal) foi gratificante porque o melhor que posso encontrar no Geocaching, são as pessoas, e de facto passamos umas boas horas num ambiente de harmonia onde a boa disposição reinou.
GC64YZ0 GIFF Weekend 2015 - Ilha Terceira Soltaram-se várias Foi uma noite muito gargalhadas com o bem passada, em que desenrolar dos Videos, estiveram presentes e ainda consegui apucerca de 20 pessoas, o rar que o (GeoDog) foi que é um número bas- o favorito, claro que tante aceitável, tendo Portugal nos deixou em conta a nossa rea- orgulhosos, por estarlidade. mos nos finalistas. Foram projetados os 16 filmes, logo depois os organizadores fizeram referência à edição de 2015 dos Geo Terceira Awards, que este ano terá a sua segunda edição e que visa premiar as melhores caches publicadas na lha terceira ao longo do ano, tendo a noite terminado com o habitual convívio que
Foi uma noite verdadeiramente divertida, e moveu varias localidades até à Póvoa de Lanhoso, desde Viana do Castelo até Aveiro. O GIFF Weekend jamais será esquecido por mim, e espero que o tenha feito inesquecível a todos os participantes. A todos eles o meu obrigado pelo carinho
SÃO MIGUEL, AÇORES
GRACIOSA, AÇORES
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AIGRA VELHA
prestado. À GeoMag. obrigado pela oportunidade. Abraços e sejam felizes. GC65CEK: 11º Algarve Meeting 2015 - “GIFF Weekend” Como é hábito, tentamos realizar um encontro mensal de geocachers por terras do “reino dos Algarves”, para conviver com os presentes e com os que aqui se deslocam sazonalmente de férias ou em trabalho. Até agora temos conseguido! É sempre na primeira sexta-feira do “més”, como se diz por aqui. Assim depois da publicação do “11º Algarve Meeting 2015”, apercebi-me que iria decorrer o “Giff Wee92
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kend” nesse fim-desemana e que seria uma boa oportunidade de oferecer aos participantes a visualização dos filmes num ambiente de convívio e partilha que está sempre presente nos nossos encontros (eventos). Assim surgiu o “11º Algarve Meeting – GIFF WEEKEND”. Reunidas as condições, talvez mínimas, mas possíveis, para a divulgação dos referidos 16 filmes, no local do evento, local público, montamos dois computadores, onde depois da habitual troca de apresentações, informações, dúvidas e comentários sobre o tema Geocaching, à hora programada 09:45, todos puderam assistir à mini sessão de cinema. Desde os
graúdos até aos miúdos todos seguiram com atenção e entusiasmo os 16 filmes finalistas, do início ao fim.
Obrigado a todos. JTAJ
GC63XTJ: GIFF Weekend 2015 | São MiAs opiniões sobre o guel, Açores evento foram diversas Os geocachers rjpe podem-se encontrar cordeiro e schindler. nos comentários indi- team organizaram viduais efetuados no na ilha de São Miguel “Attended”. (Açores) o evento Na minha opinião pes- “GIFF Weekend 2015 soal, foi muito positivo | São Miguel, Açores” e fico contente por ter (GC63XTJ), com o inrealizado um dos GIFF tuito de proporcionar Weekend em Portugal à comunidade geocacher as melhores cone único no Algarve. dições possíveis para Quero agradecer a o visionamento dos presença de todos (33 16 vídeos finalistas registos no Logbook) do Geocaching Interos participantes, pois national Film Festival sem eles não havia 2015. os eventos, ao ASU por emprestar um dos No dia 7 de Novembro, computadores e ter alguns minutos antes realizado a foto repor- da hora marcada para tagem, e ao JTA (meu o início do evento, os pai) pela logística e primeiros geocachers lembranças do evento. começaram a chegar
ALGARVE
ENXOFÃES
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TERCEIRA, AÇORES
MIRANDELA
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início à apresentação do vídeo “C9H13NO3 (Adrenaline)”, com o qual concorreu ao GIFF 2014 e venceu na categoria “Most Adventurous”. Seguiu-se um pequeno intervalo, para que os participantes pudessem adPara além de geoca- quirir as suas pipocas, chers, compareceram antes da sessão de no evento alguns cinema. o professores e alunos Naturalmente, (acompanhados pelos evento culminou com a projecção dos filpais) do colégio. Após a habitual to- mes finalistas do GIFF lerância de 10 minu- 2015. No final, entos, foi dado início ao quanto os geocachers evento. A introdução assinavam o logbook ficou a cargo dos (um claquete de cischindler.team, que nema), ainda houve agradeceram a amabi- tempo para algumas lidade da Direcção do trocas de opinião soColégio pela cedência bre quais teriam sido das suas instalações os melhores ou mais e explicaram a todos divertidos vídeos a os presentes como concurso. ao auditório do Colégio do Castanheiro. Entre cumprimentos e conversa animada, muitos não resistiram ao cheirinho das pipocas no átrio e, ainda antes da sessão de cinema se iniciar, deliciaramse a comê-las.
decorreria o evento. Assim, com propósito de envolver a comunidade educativa do Colégio do Castanheiro, o geocacher rjpcordeiro deu início a uma palestra de introdução ao geocaching. Dentro do mesmo âmbito, o aluno e geocacher joaofsviagem team falou um pouco sobre a sua história e experiência no geocaching. Logo após, foi a vez do geocacher Peter! dar
GC60YWV: Mirandela GIFF Weekend 2015 Decorreu no dia 6 de Novembro, com inicio pelas 21 horas, o evento “Mirandela GIFF Weekend 2015”. Um evento oficial do Geocaching HQ, promovido pela equipa “Os Transmontanos”. Decorreu num estabelecimento comercial local, o “Açude Cave Bar”, que gentilmente
cedeu parte das suas instalações para criar uma sala de cinema improvisada. Os participantes, oriundos também de algumas localidades próximas, foram aparecendo, e recebendo o seu bilhete. Depois de devidamente acomodados, escolheram as pipocas de acordo com o gosto de cada um, doces ou salgadas. Os filmes foram visualizados com grande entusiasmo e atenção. No final, todos os bilhetes foram colados no logbook, e tirada uma fotografia de grupo, para mais tarde recordar.
não podia passar em branco, como parece ter acontecido nos últimos anos, onde o projeto Geocaching International Film Festival ficava algo camuflado no meio de tantas outras atividades e projetos da Groundspeak. Já havíamos, os portugueses, participado em grande estilo noutros anos, mas a visualização desses nossos vídeos e de outros filmes do festival era algo obscuro e difícil de perceber onde e como vê-los.
Então nada melhor que promover uma série de eventos, durante um grande fimde-semana de três dias, para que toda a Os Transmontanos comunidade pudesse conviver, comer pipoGC65KC9 GIFF Wee- cas e assistir a estas kend 2015 - PIPOCA- obras-primas, vindas MOS de todos os cantos do Foi após ver um filme, mundo geocachiano. ao sofá, e quase a Claro, nada melhor terminar o prazo legal que aguçar o apetite para a publicação de com uns souvenirs, eventos, que a organi- para além das pipocas, zação da GeoMag pro- claro. Foi uma boa técpôs a apresentação nica de chamamento, dos filmes GIFF 2015 esta e a oportunidade de Geocaching.com dos anfitriões terem Esta oportunidade de mostrar ao mundo as proezas cinematográficas dos geocachers
a possibilidade de mostrar as peças com vídeos em ficheiros de alta qualidade para Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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TELHEIRAS
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que qualquer sala de bilização do pessoal, cinema do mundo não mas assim é que tem se ficasse a rir. graça! O espaço que a E assim foi, a GeoMag princípio parecia suredigiu o requerimen- ficiente rapidamente to oficial ao patrão da encheu e se tornou sala de cinema, o qual, apertado. Até Geocaao ler, aceitou de ime- chers além-fronteiras diato disponibilizar o estavam presentes. seu espaço para o que se previa ser um pequeno ajuntamento de amigos e conhecidos, numa sexta à noite, em Lisboa. Acontece que a divulgação deste evento foi fantástica e a chuva de registos Will Attend não se fez esperar. A poucos dias da apresentação dos filmes o anfitrião propõe então a mudança do Evento para a outra ponta da cidade, para poderem os Geocacher estar mais à vontade e confortáveis a ver os filmes favoritos do ano, num anfiteatro do infantário da ToBeKid, em Telheiras. Os geocachers da organização tinham sido os primeiros a chegar muito antes da hora, para organização da sala e distribuição das pipocas, mas decidiram ir fazer um jantar de elite e foram quase os últimos a chegar, já a casa estava cheia! É de facto incrível a capacidade de mo-
“Caros espectadores, Obrigado pela vossa preferência. Queiram ocupar os vossos lugares. Pedimos que coloquem os vossos telemóveis em silêncio. Por favor não façam barulho durante a projeção do filme. É permitido comer Pipocas dentro da sala. Os casais devem ocupar os lugares mais escuros lá ao fundo. Não é permitido fazer pontaria com as pipocas à careca do espectador da primeira fila. Esperemos que gostem. Bons filmes!” Apagaram-se as luzes, estendeu-se a tela, ligou-se o computador, e… Acção! Pipocas para todos!!!! Muito entusiasmo com a sala cheia à medida que os filmes passavam e alegravam a malta. E foi com
palmas que se recebeu o filme finalista português, um filme com qualidade e belas imagens das nossas melhores casinhas de xisto.
Uma mensagem de Seattle!
O GIFF Weekend foi um rotundo sucesso. Mais de 14.000 pessoas, de 46 países diferentes, puderam Após a transmissão assistir a estes filmes, dos filmes, algumas feitos por geocachers, trocas de opinião pa- para geocachers. recem ter deixado Juntos: sorrimos quanclaro que o vídeo do do “Kato o cão” (Kato cão geocacher, o Kato, the dog) escapou para seria o favorito ao ir fazer geocaching; pódio e à medalha de partilhámos o emoouro, pela originalidacionante momento da de, humor e pela proequipa GCTransAlps va irrevogável do que ao alcançar o pico da realmente é a devoção montanha; aprendeao geocaching. mos como agir perto Terminada a sessão de muggles quando se de filmes, ainda se faz geocaching como proporcionou uma se- uma bailarina. Estes gunda rodagem para momentos, e tantos os geocachers retaroutros, aconteceram datários e que infelizporque vocês decidimente já não haviam ram organizar os vosganho lugar na plateia. sos eventos. Assim, a Ficou prometido partir do Geocaching que para o GIFF PT HQ e em nomes dos 2016 (sim, porque se geocachers em todo o o oficial acaba, nós mundo, obrigado! arranjamos outro) a -JTAJ organização terá as$ BOY segurada a sala 2 para poder acolher toda a jorge_53 população geocacher Mr.moraysbrun de Lisboa e arredores. Natty_Zé A GeoMag agradece e order_81 orgulha-se da presença de todos, que ao pedro.b.almeida participarem fizerem rjpcordeiro um evento, de todos para todos. Vsergios Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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Todos os anos os portugueses fazem o mesmo, como se de uma rotina se tratasse: Esperam ansiosamente, mais de 10 meses, que o seu ano de trabalho acabe e que comecem as merecidas férias, para encher os carros de bagagem e rumar ao seu destino predileto. E para onde toda a gente vai no Verão? Para um lugar bem longe de casa, onde as tarefas e o trabalho não atrapalhem… para um lugar refrescante, sossegado e acolhedor… A PRAIA!
tística. Embora só tenha 17 anos de existência, o meu destino (dos meus pais) é sempre o mesmo quando chega o tão desejado Verão: 2 semanas na praia, para compensar o esforço e dedicação de um ano de sacrifícios. Mas falando de mim… Bem, há 17 anos que não perco um ano de praia (o que não significa que não tenha tempo para viajar e visitar outros destino). É já como uma tradição de família... não pode haver férias sem Praia.
Para além do facto dessa zona ainda não ter sido visitada (Guarda, Castelo Branco e Coimbra), o verão e calor obrigavam-nos a abordar as nossas viagens de uma Praias como Portimão, forma diferente. Albufeira, Praia da Ro- Assim, foi determinado cha, Armação de Pera, um percurso dividido Lagos já foram, em ou- por 3 dias onde pudéstros tempos, o nosso semos conhecer as terras e localidades, mas destino. Mas este ano foi di- também refrescar o ferente. Para além de corpo das altas tempedarmos uns banhos nas raturas. Pudemos pois, águas salgadas do Al- mergulhar em algumas garve (nem poderia ser das belas Praias/Piscide outra forma) ainda nas Fluviais que o Intetivemos uma ótima e rior-Centro Português agradável experiência têm para nos oferecer… Praia com águas quentes e vigiada, a Praia de Monte Gordo, no entanto, já tínhamos corrido meia costa Algarvia antes de nos termos estabilizado aí.
Admito, também eu O destino preferencial faço parte desta esta- dos meus pais é uma pelo Interior do País. Piscina Fluvial de Penha Garcia
pequena cascata com cerca de Na nossa viagem de ida para o 5metros, e está inserida no Interior do País, a primeira pa- vale do Ponsul, assim como na ragem com direito a banhos foi Rota dos Fósseis – do Geoparque Naturtejo. em Penha Garcia. Com o carro estacionado junto à barragem, fizemos uma caminhada por entre as rochas, sempre pelo trilho marcado, até ao Castelo. Foi de lá do alto que vislumbrámos (lá em baixo) uma zona com água e com várias pessoas por perto. Com a temperatura que se fazia sentir tínhamos mesmo de ir espreitar mais perto e confirmar as nossas expetativas.
Na zona podem ser observados, como referido na Earthcache Cruziana [Penha Garcia] [GC13D90], bons exemplares de Icnofósseis. Nome: Piscina Fluvial de Penha Garcia Localização: Penha Garcia | 40.043498, -7.014422
Cache mais Próxima: CruziaDe volta ao trilho, agora em na [Penha Garcia] [GC13D90] sentido inverso, fizemos um (Earthcache) pequeno desvio para observar Classificação (1 a 5): 4 o que se confirmou ser uma Visitada dia 29 de Agosto de piscina fluvial. Foi assim que 2015 descobrimos aquele recanto, registado como favorito, onde pudemos dar uns mergulhos. A piscina recebe a água de uma Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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Praia Fluvial de Santa Luzia Neste dia 31, o objetivo era a aldeia do Piódão. Estavam, no entanto, programadas algumas paragens no caminho de ida para conhecer algumas localidades e para procurar algumas caches. O miradouro da Barragem de Santa Luzia era um dos pontos de paragem, perto do qual fizemos um desvio propositado para conhecer a Praia. Ficámos deveras encantado com o local, mesmo antes de deixar o carro no parque. A zona tem tudo para se poder passar um belo dia em família: árvores altas com copas que proporcionam grandes sombras, uma área de picnics com mesas de merendas, um café/bar, um parque para os miúdos brincarem, um polidesportivo, caminhos pedestres, ciclovia… um local completo e muito agradável.
ainda uma área balnear. Uma zona com areia e chapéus-de-sol com caminho direto para a água. E na água é que está a virtude. Existe a possibilidade de escolha entre a praia da barragem ou a piscina flutuante, colocada no meio da barragem de Santa Luzia e guarnecida pela água da mesma. Água esta, vinda de duas ribeiras, a do Vidual e a de Unhais, além, claro, da do Rio Ceira. Como seria de esperar, a paisagem não fica nada atrás e premeia-nos com uma vista espetacular. Nome: Praia Fluvial de Santa Luzia Localização: Pampilhosa da Serra |40.090388, -7.852200 Cache Relacionada: Um mergulho na piscina [GC2CVA6 ] (Tradicional) Classificação (1 a 5): 4
Para não faltar mesmo nada existe
Visitada dia 31 de Agosto de 2015
Praia Fluvial de Foz d’Égua
informações locais, tem permissão para circulação.
Esta foi outra das praias visitadas durante o nosso percurso por algumas aldeias históricas… Vindos da Barragem de Santa Luzia, e antes de parar em Piódão, viemos a esta praia desconhecida (e fora do programa), apenas guiados pela indicação do meu Dakota20. Assim, viemos sem saber o que haveríamos de encontrar e, foi com grande agrado e prazer que demos com este local! Uma praia natural, na confluência de duas ribeiras (Piódão e Chãs d’Égua) que, depois, correm juntas em direção ao rio de Alvôco, e que é de uma beleza extraordinária. As casas em volta, tradicionais e feitas de xisto (assim como duas pontes feitas do mesmo material), permitem-nos passar por cima de cada uma das ribeiras. No local existe ainda uma ponte suspensa, privada, que, segundo 100
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O mais espetacular é todo o estado de conservação daquele lugar fora de olhares alheios… a praia, fresca e de águas cristalinas, vale mesmo a pena a visita e o mergulho! Lá no alto, um Santuário, local privilegiado como miradouro e que nos dá uma outra perspetiva da beleza do local. Nome: Praia Fluvial de Foz d’Égua Localização: Foz d’Égua 40.247151, -7.812657 Cache Relacionada: Foz D’Égua (Piódão) [GC270CJ] (Tradicional) Classificação (1 a 5): 5 Visitada dia 31 de Agosto de 2015
Praia Fluvial de Loriga Depois de um dia de descanso e de ter visitado algumas aldeias históricas (entre elas o Piódão), neste dia tinha sido decidido uma visitinha diferente à Serra da Estrela… não da forma tradicional – com neve desde o sopé até ao topo – mas de uma outra maneira, com toda ela “limpinha”, para uma perspetiva da paisagem, no Verão! Mas, antes de lá chegarmos, a primeira paragem do dia! Tinha sido programada, mas noutros moldes… levantou-se um nevoeiro cerrado que por pouco não nos estragava os planos! Mesmo assim tivemos sorte, e nesse tempo, em que apreciávamos a Praia de Loriga, o nevoeiro ia desaparecendo aos poucos.
ponto de paragem obrigatória, ficámos a conhecer um pouco melhor o contexto geológico em que se enquadra a zona. A praia Fluvial de Loriga situa-se no Vale Glaciário do Zêzere e recebe as águas que vêm da nascente da Serra da Estrela, a Ribeira de Loriga. Após a admiração do local, pudemos finalmente refrescar o corpo nas águas límpidas e calmas desta bela praia fluvial. Um local que recomendo a todos! Nome: Praia Fluvial de Loriga Localização: Loriga 40.327352, -7.678460 Cache Relacionada: Praia Fluvial de Loriga [GC33QKV] (Tradicional)
Antes de darmos um mergulho neste local que, como outros, ficou registado como favorito e como
Classificação (1 a 5): 5
Praia Fluvial de Valhelhas
Se por lá passarem, não se percam apenas pela água, façam a cache que lá existe.
Vindos de Manteigas, depois de termos visitado o Viveiro de Trutas e o Poço do Inferno, o dia finalizava e ficou marcado por esta paragem… Não foi muito o tempo que estivemos a aproveitar a praia, mas era o que tínhamos e ficámos agradados com o que vimos. Um local sossegado, com campo de futebol, parque de campismo, parque de merendas, duche, uma zona de relvado e outra de areia, bar/café e a praia! Uma zona com excelentes condições e onde certamente se passará uma ótima tarde.
Visitada dia 02 de Setembro de 2015
Nome: Praia Fluvial de Valhelhas Localização: Valhelhas 40.402595, -7.403358 Cache Relacionada: LB1 Praia Fluvial de Valhelhas [GC30BW8] (Tradicional) Classificação (1 a 5): 4 Visitada dia 02 de Setembro de 2015
A praia está inserida no Parque Natural da Serra da Estrela e no curso de água do Rio Zêzere. Com águas limpas, frescas e de qualidade, é uma zona de referência para tomar uns bons banhos. O local ainda nos oferece, para além de tudo o que referi, uma beleza paisagística enorme. Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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Praia Fluvial de Castelo Novo De volta a Lisboa, depois de uma semana bem passada, faltava-nos parar ainda em Castelo Novo para adicionar à nossa lista a visita a mais uma Aldeia Histórica. O carro ficou estacionado junto à escola primária e percorremos a aldeia a pé até ao cimo do Castelo. Observámos o que em tempos idos seria um castelo forte e erguido, mas que a passagem dos anos só nos permite ter a visão de parte da sua história. Mesmo assim é uma aldeia bonita de se visitar, quer pelo castelo (que sofreu uma requalificação), quer pela paisagem que nestas terras interiores são sempre das mais belas. Antes de sairmos de Castelo Novo não podíamos, claro, deixar de visitar a Piscina Fluvial.
para estender as toalhas e 5 tanques de diferentes profundidades é uma zona agradável para tomar uma banhoca no verão. Um local sossegado e tranquilo proporciona-nos bons momentos de descanso com uma bela vista para a Serra da Gardunha. Nome: Piscina Fluvial de Castelo Novo Localização: Castelo Novo 40.077400, -7.490182 Cache Relacionada: Piscina Fluvial de Castelo Novo [GC3N3CZ] (Tradicional) Classificação (1 a 5): 4 Visitada dia 04 de Setembro de 2015
Com um bar, uma zona relvada
Deixo-vos o convite para percorrerem este pedaço do nosso belo Interior, visitar algumas das lindíssimas Aldeias Históricas e usufruírem das águas frescas e límpidas que, invariavelmente, banham as praias locais… além, claro, de procurarem umas boas caches! Fotos / Texto: André Dias (André&Paulo)
FOZ D’ÉGUA
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PARTICIPA NO SEGUNDO
Geo-Terceira Awards 2015 GC67E4R
Descobre o melhor que a Terceira tem para oferecer Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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G E O M A G U S T O
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DELUXE CRAZY EDITION G C 6 3 Z 7 3
por
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Joom
e
S ag i tá r i o
What happens in Vegas stays in Vegas. Podia ser o relato e uma forma condensada e simplista do que se passou, à laia do típico log genérico que é, actualmente e infelizmente, o habitual. A caminho, e ao afastarmo-nos de Montalegre rumo a Mourilhe, percebese rapidamente que vamos mudar de envolvência e assim que a escuridão se nota, rompida somente pelos faróis dos carros, entramos noutro mundo. Precisamente aquele que serve de preparação iniciática para o ambiente do geomagusto. À chegada fomos recebidos pela organização, ainda não transformados, e era tempo de largar a tralha e ver qual seria a cela distribuída. Por esta altura foi passada de mão em mão,
quase secretamente, algumas folhas com escritos; eram as instruções para chegar às coordenadas de um local misterioso e capaz de nos transportar para outra realidade. Dei uma vista de olhos na papelada, procurei as soluções para as milésimas de minutos, confirmei que os minutos só podiam ser aqueles e já está. O resto da leitura ficou para depois. O resultado final já tinha sido obtido. Esperámos mais um bocado e como uma sirene invisível houve algo que nos disse que tinha chegado a hora de ir para o grande salão, que por esta altura já aparecia composto a lembrar o baile da colectividade. Só faltava alguém ganhar coragem e ir pedir uma dança a quem estava, estrategicamente, sentado junto às paredes deixando a
pista de dança vazia.
outra dimensão.
Uma boa parte dos convivas já vinha animada, e preparados aromaticamente para o ambiente, aqueles que se lembravam como é a lareira só trocaram de roupa o necessário para uma transformação.
Com as trocas dos monos o ambiente estava ao rubro e poucos podiam pensar que ainda iria melhorar. Por uma questão de agenda a bênção dos GPSr foi adiada, mas julgo que a hora escolhida foi para potenciar os efeitos e assim não haver mais caches fugidias ou zingarelhos desprovidos de sentido de orientação.
E, de repente, fomos transportados, sem perceber o porquê, para um universo diferente e antes do repasto. Tínhamos entrado numa realidade paralela num misto de Saga Twilight e universos de Tolkien, J.K. Rowling e Milos Forman. Com a chegada do caldo de urtigas chegou a confirmação, algo tinha mudado. Há quem diga que as diversas poções mágicas a acompanhar os outros pratos também contribuíram para a alteração do estado mental, cof cof, melhor dizendo, da passagem para
Finda a cerimónia mais eclesiástica e com mais algum tempo passado chegou altura da preparação e degustação da poção mágica. Depois de se ouvir o esconjuro habitual pareceu-me ouvir, em surdina e vindo de dentro da ampla chaminé as seguintes palavras: …participem connosco desta Queimada. Aprenderão o poder das field notes, resistirão à tentação de
“E, de repente, fomos transportados, sem perceber o porquê, para um universo diferente” Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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logs iguais para todas as caches e acima de tudo respeitarão que cria as caches… Mas acho que foram as influências de todos os vapores etílicos que sentiam na sala nessa altura que me fizeram ouvir algumas coisas. Ou então eram as bruxas, montadas em vassouras, que
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tinham ganho vida e andavam por ali a dizer coisas. Nunca saberei.
e a lembrar um flash, era controlada por um Sagitário, mas também não consigo afirCom a festa animada, mar categoricamente primeiro pelo anun- que era verdade. ciar dos vencedores Já com a noite adiandos vários concursos tada ouvi a música e depois pela música a acabar e estava o pináculo da anima- pronto para novo dia ção tinha chegado. de geocaching, após, Consta que a luz da claro está, uma noite disco, a mais branca retemperadora e um
ainda melhor pequeno-almoço. Obrigado Silvana, Weed Hunter e a todos os que conseguem colocar de pé este evento. Texto : João Martins (Joom) Fotos: João Martins / Jorge Ferreira (Joom / Sagitário)
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FROM GEOCACHING HQ WITH LOVE 114
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“Já fiz um monte de caminhadas ao longo da vida e tenho de dizer que, é muito raro encontrar locais em que se vendam snacks, água ou mesmo cerveja a meio da caminhada!” Não são muitas as pessoas que escolheriam visitar o Alaska em Dezembro. Mas isso não parou um grupo de nove Lackeys da Sede do Geocaching.com, e seus amigos, de passarem 24 horas a visitar a capital do Alaska, Juneau. Com um voo barato e o nosso sentido de aventura, saímos cedo numa manhã de sábado para uma rápida viagem de geocaching. O nosso avião desceu em Juneau ao nascer do sol deliciando-nos com uma espectacular vista de, aparentemente, intermináveis montanhas de cume branco. A única forma de chegar a Juneau é de avião ou barco, uma vez que não existem estradas que nos conduzam a esta parte isolada do sul do Alaska. À chegada, rapidamente levantámos os “nossos” SUV’s e partimos na nossa aventura. Em poucos minutos estávamos a parar na nossa primeira geocache! O cenário: uma névoa que se dissipava num belo
refúgio de vida selvagem, rodeado por montanhas. Não podíamos ter pedido uma melhor introdução ao Alaska. Depois de comermos um saboroso pequeno-almoço, partimos para uma das principais atracções turísticas de Juneau: Mendenhall Glacier (um rio de gelo com 13 milhas de cumprimento). Este lugar é irreal. Se alguma vez tiveres a oportunidade de viajar até ao Alaska, vale bem a pena a visita. É também um óptimo lugar para logar várias EarthCaches e aprender acerca da interessante geologia e história da zona. O geocacher local Avroair (Mark Clemens) estava a organizar um evento no Centro de Visitantes para celebrar o seu feito de ter encontrado caches em todos os 50 estados. O nosso grupo de nove encontrou-se com uma mão cheia de geoachers locais e gostou de conversar acerca do nosso hobby, enquanto apreciávamos a incrível vista
PAG. ANTERIOR: PRIMEIRA CACHE DOS LACKEYS NO ALASKA
do glaciar. De seguida, partimos numa caminhada de uma milha na natureza para Nugget Falls – uma impressionante cascata com quase 400 pés de altura. Posámos para algumas fotos engraçadas em frente ao glaciar e então partimos em direcção à próxima importante paragem do fim de semana.
sobre os geocachers da zona. Quase nem abordámos o grande geocaching que Juneau tem para oferecer e eu sentime inspirada a regressar um dia – esperemos que da próxima vez nos meses mais quentes de verão!
Começámos bem cedo na manhã seguinte pois tínhamos o nosso tempo disponível limitado, antes de apanharmos o Felizmente para nós, nosso voo de regresso um dos geocachers loa Seattle. Tal não nos cais é um empregado de impediu de fazer algulonga data da Alaskan ma óptima exploração, e Brewing Co. e conseclaro, geocaching! guimos a nossa própria afortunada visita pelos bastidores Sinto-me da cervejaria, enquanto por trabalhar com pessaboreávamos a cerve- soas tão incríveis que ja local. Naturalmente, não pensam duas vezes existe uma geocache sobre gastar o seu próem frente à cervejaria prio dinheiro, e abdicar que tivemos de encon- do seu fim de sematrar, antes de começar a na, para uma divertida aventura de geocaching. nossa visita. Na verdade, já estou a O nosso muito longo planear onde havemos dia acabou num evento de ir de seguida. Alguém com jantar, com ainda quer vir a Vegas? mais geocachers locais. Texto: Annie Love Como era um pequeno, e simpático, grupo, con- G Love (Lackey) seguimos ter algumas Tradução por Bruno grandes conversas e Gomes realmente aprendermos (Team Marretas) bastante sobre a zona e Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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NUGGET FALLS
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ALASKA
GLACIAR DE MENDENHALL
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tutorial
PHOTO UPLOAD por
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R u i J S D u a r te
Diz-se amiúde que uma imagem vale mais que mil Que nos leva para a listagem dos nossos últimos palavras... e no geocaching esta famosa expressão registos efectuados (Founds, DNFs, Notas, etc.) tem realmente um terreno fértil para florescer. Com Ao clicarmos nos vários “Manage Images” a manifesta incapacidade de muitos de nós escreverem pouco mais que um TFTC, carregar fotos para os nossos logs pode mesmo ser uma forma de “compensar” os owners desta nossa “falha”. Aparece-nos o quadro onde teremos de selecionar Neste número apresentamos-vos um pequeno “Add images”, para podermos apontar o caminho tutorial sobre uma ferramenta que funciona muito para a/as foto/s que queremos carregar para cada bem para nos ajudar a povoar os registos com as um dos registos: nossas melhores fotografias... quem não gosta de ver umas boas fotografias nos logs, tiradas com verdadeiro prazer, naquele local que nos dispusemos a referenciar com uma nossa menina no mapa da GS? Este artigo é para aqueles que, não querendo/podendo “perder” muito tempo com os registos online, gostavam de ter uma forma simples de postar as fotos. A maneira da GS, uma a uma, não é de todo prática. Falamos-vos então do Photo Upload, parte integrante do Geocaching Tools do Geopt! É uma pequena ferramenta, extremamente útil, que serve para mandarmos para o éter várias (muitas) fotos com pouquíssimo trabalho e está que disponível mediante uma compra e/ou doação ao Fórum Geopt.
Em cada uma das fotos podemos editar alguns parâmetros (nome e descrição) e com um “confirm” voltamos para a listagem inicial, já com o número de fotos a carregar por cada um dos logs. É especialmente útil podermos definir o tamanho máximo das fotos (1024px por definição)...evitamos gastar os dados da net todos a carregar fotos com oito megas! :)
Depois de devidamente instalado e feito o registo do programa, selecionamos o ícone pretendido:
Um último clique, em “Upload All Images” e já está! Uns poucos minutos gastos e todas as nossas fotos a adornar os registos, para deleite dos Owners e todos os outros que perdem um pouco de tempo a fazerem os trabalhos de casa, vendo fotos, lendo as aventuras dos últimos a visitar a cache, etc.. Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte)
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PONTO ZERO
COMO CONTACTAR UM REVISOR P O R M I G H T Y R E V & B Í TA R O
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Existem várias formas de contactar um revisor e várias razões porque contactar um revisor. Dúvidas ou esclarecimentos Se um geocacher tem uma dúvida, precisa de um esclarecimento ou quer reportar alguma situação específica tem duas formas de contactar directamente um revisor. Se o assunto do contacto é uma cache específica é muito importante que seja indicada qual a
A outra alternativa é através do Centro de Mencache em questão, seja através do GC Code ou sagens. de um link para a respectiva página. No canto superior direito da página de perfil, A mais directa e preferida dessas formas é en-
seleccionar “Mensagens”
viar um e-mail directamente ao revisor. Para descobrir um revisor local basta abrir a página de uma cache e verificar quem foi que a publicou.
No campo “Para” escrever o nick do revisor e seleccionar a opção correcta na lista de opções.
A partir da página de perfil seleccionar a opção No campo destinado à mensagem, escrever a endereço de email. sua mensagem e de seguida faça enviar. O revisor poderá responder através do Centro de Mensagens ou através de e-mail que nos permite muitas mais opções.
De seguida, escrever a mensagem no campo indicado para o efeito e, antes de enviar, não esquecer de seleccionar a opção “Quero enviar o meu endereço de e-mail juntamente com esta mensagem.” Só dessa forma será possível ao revisor responder directamente ao contacto. Dezembro 2015 - EDIÇÃO 18
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Revisão de uma cache Durante a revisão de uma cache os revisores poderão colocar algumas questões. Essas questões normalmente são colocadas na página da cache, num registo do tipo Post Reviewer Note, e por norma incluem instruções acerca de como responder e não responder. Se precisar efectuar alterações na cache, após as mesmas também deve colocar uma nova Post Reviewer Note a indicar que já procedeu às modificações.
Outras situações Poderão existir situações em que o revisor pede especificamente para responder por outra via seja que por motivos for, nesse caso deve seguir as instruções que lhe foram dadas. Demora na resposta Se contactou um revisor por e-mail ou já colocou uma Post Reviewer Note na sua cache em revisão há mais de 3 dias úteis e ainda não obteve resposta, por favor tente Para responder através de uma Post Reviewer um contacto directo por e-mail. Pode aconNote basta colocar um novo registo na página tecer que uma notificação tenha falhado ou da cache e seleccionar o Tipo de registo Post um e-mail tenha sido apagado por engano. Reviewer Note Se ainda assim não obtiver resposta tente contactar outro revisor pois pode acontecer que aquele que estava a tentar contactar não esteja disponível de momento. Se colocou um registo numa cache que ainda não está em revisão a mesma não será lida por ninguém até que seja enviada para revisão.
Texto: Filipe Nobre / Vitor Sérgio (MightyREV / Bítaro) 122
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a equipa da geomag deseja a todos os nossos leitores umas festas felizes!
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