Edição 7 GeoMagazine

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GEO MAGAZINE Fevereiro 2014 - Edição 7

ALDEIAS HISTÓRICAS

PENHA GARCIA

por Lusitana Paixão

Além Fronteiras

Paris

by Ana Azevedo e Victor Rolo GUIA BTT

PLANALTO DAS CEZAREDAS com o Rui Duarte EARTHCACHING

10 ANOS DE EC O The Lunchtime Gang reuniuse para nos dar uma bela retrospectiva.

ENTREVISTA DE CARREIRA

Tmob e Laranja MONTANHAS MÁGICAS

por Valente Cruz E muito mais...

O Tiago (tmob) e a Rita (laranja), são um dos casais coqueluche do Geocaching português. Abrem, nesta edição, as portas à GeoMagazine para uma conversa entre geocaching e waymarking. A não perder! Por Flora Cardoso e Gustavo Vidal



GeoFOTO Janeiro 2014 Vencedor - Ferbikes


GEO MAG.

Editorial....................................................................06 Gustavo Vidal dá-nos as boas vindas à GeoMagazine

Projecto ARAE......................................................08 Aveiro Rumo ao Espaço foi o mote para um evento memorável

Guia BTT..................................................................12 Seguimos o Rui Duarte pelo Planalto da Cezaredas

Montanhas Mágicas...........................................20 Acompanhamos os Valente Cruz por mais uma viagem épica Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.

Frente a Frente.....................................................32 A idade é um impedimento para praticar GC?

Earthcaching: 10 anos.......................................36 The Lunchtime Gang assinam um artigo sobre a efeméride

Aldeias de Portugal............................................42 Passeamos pelas Aldeias Penhas Garcia

Entrevista de Carreira......................................50 Conhecemos a Laranja e o Tmob, dois grandes geocachers

Geocoin Portugal 2009.....................................62 Vamos conhecer a Geocoin portuguesa de 2009

O que é o Waymarking?..................................66 Torgut dá-nos os conceitos mais básicos sobre o WM

Guia iniciação ao Waymarking...................68 Razalas, waymarker inveterado, dá-nos uma introdução

Além Fronteiras: Kuwait.................................72 Passeamos com o Hulkman até ao golfo pérsico

1000 palavras, uma aventura.......................76 Vamos ler o texto de Luis Serpa, vencedor do passatempo

Além Fronteiras: Paris......................................78 Seguimos o n@vegante e a anasofiazevedo pela cidade do amor

Ponto Zero...............................................................82 O revisor explica-nos os diferentes tipos de eventos

From Geocaching HQ with Love.................84 O quotidiano norte-americano pela lackey Annie Love

Prémios GPS 2014...............................................86 Os maiores prémios do ano começam já!


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36

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ALDEIAS DE PORTUGAL

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GUIA BTT

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GUIA INCIAÇÃO AO WAYMARKING

72

KUWAIT

Entrevista de carreira...

Tmob e Laranja, um casal de geocachers e waymarkers com uma paixão por viajar. A não perder!

EARTHCACHING: 10 Anos

The Lunchtime Gang junta-se para co-assinar um artigo assinalando a efeméride do seu hobby favorito - earthcaching!

Uma viagem pela Aldeia de Penha Garcia

Pelo Planalto das Cezaredas

Viajamos até ao Golfo Pérsico com o Hulkman


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

Editorial por Gustavo Vidal

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Sejam muito bem-vindos à

entrevista de capa com o

entrou em órbita e acabou

proporcionamos nesta edi-

edição #7 da GeoMagazine!

Tmob e a Laranja, um casal

em Bragança ao sabor do

ção. Um choque de gera-

de Geocachers de referên-

vento. Uma equipa de res-

ções que ao fim de contas

Esta é uma edição bastante

cia, cada vez mais dedicado

gate para a plantar e uma

respira Geocaching pratica-

especial que dá um grande

ao Waymarking.

equipa de aventureiros para

mente da mesma forma.

destaque ao Waymarking,

Igualmente a merecer des-

a elevarem ao estatuto de

E num início de ano em que

uma

comple-

taque nesta edição está o

mítica. Falamos da ARAE

celebramos 10 anos de Ear-

mentar ao Geocaching que

roteiro pelo centro nevrálgi-

e descubram a história por

thcaching, é de saborear a

começa a ganhar cada vez

co do Geocaching de exce-

detrás do seu nascimento.

retrospectiva assinada pela

mais adeptos em Portugal.

lência do centro de Portu-

Em termos internacionais,

mais famosa dupla portu-

Se pretenderem aprofundar

gal: as Montanhas Mágicas.

recomendo que se lancem

guesa especialista na ma-

mais um pouco acerca desta

Descubram nesta edição,

à descoberta do Kuwait,

téria, The Lunchtime Gang!

actividade de geo-referen-

pela mão do Valente Cruz,

guiados pelo Hulkman, ou

De BTT pelo Planalto das

ciação com recurso a GPS,

as caches que se escondem

viajem até Paris e à Dis-

Cezaredas ou a pé por Pe-

não percam o artigo do Tor-

nos cantinhos mais secre-

neyland com o N@vegante

nha Garcia, descubram nes-

gut que explica claramente

tos destas serras.

e a AnaSofiaAzevedo. De

ta edição muitos mais mo-

o que é o Waymarking e o

Acompanhem também o

Seattle nos Estados Uni-

tivos de interesse que vos

artigo do Razalas que expli-

nascimento de uma cache

dos, chega-nos a sempre

vão fazer querer calçar as

ca passo a passo como se

que promete entrar no res-

aliciante crónica da Annie

botas de caminhada e partir

tornarem num Waymarker

trito lote das caches míti-

Love, da sede da Grounds-

à descoberta dos mais be-

de sucesso.

cas. Uma cache que nasceu

peak, com amor.

los recantos de Portugal.

Dentro desta perspectiva

em Aveiro como celebração

Igualmente aliciante é o

recomendamos a belíssima

do dia em que o Geocaching

Frente a Frente que vos

actividade

Boas leituras.


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-)./0&123&453&443

Bombas e equipamentos de bombagem: 5*%'6(17+&'/%'8*(11%'9(-+-&*2%1 -:;<='>:'?'>@<<?;A>'B+2%'C1%-D%'/('E+1% •• Bombas pneumáticas de duplo

diafragma para produtos corrosivos, abrasivos e viscosos

•• Bombas centrífugas autoferrantes para águas carregadas

•• Bombas centrífugas normalizadas para aplicações industriais e águas salgadas

•• Bombas doseadoras para tratamentos de águas

•• Bombas submersíveis para

águas limpas ou carregadas

•• Bombas de rotor helicoidal para produtos viscosos

•• Bombas de carretos para produtos extremamente viscosos ou voláteis

•• Sistemas e acessórios •• Peças multi-marcas •• Motores eléctricos •• Manutenção preventiva e curativa

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Projecto

Aveiro Rumo Ao Espaço Por José Rodrigues (zehunter), Ana Paula Sucena (Caracois Turbo) e Paulo Gordinho (Caracois Turbo)

O Homem vai mais uma vez ao espaço, um evento que embora repetido se reveste de especial importância para a comunidade geocacher, com o primeiro lançamento de um Travel Bug® nomeado TB5JJN1 pelas mãos do astronauta da NASA Rick Mastracchio. Em todo o mundo os geocachers foram convidados a celebrar este lançamento tendo sido para o efeito organizados os mais variados eventos . Portugal não fugiu à regra e um pouco por todo o país começaram a surgir os mais variados eventos comemorativos, em concordância com hora e dia marcados para o lançamento do Travel Bug TB5JJN1. 8

Consultado o mapa e os

eventos que se iam marcando, cedo se percebeu que quem tinha filhos pequenos e morava em Aveiro teria dificuldade em estar presente num dos eventos já marcados mais próximos. Porto ou Coimbra a meio da semana era impraticável. Começou assim o primeiro bichinho carpinteiro a funcionar. Aveiro já merecia um evento e porque não começar por este? Geocaching in Space, Aveiro rumo ao espaço começava a dar os primeiros passos, uma ideia após a outra com 3Mares, Caracois Turbo e Ivaper. O que tinha começado com a possibilidade de um pequeno evento comemorativo começou a tomar proporções diferentes pelas

mãos destes geocachers. Do cafezinho com os amigos num qualquer bar da cidade ao espaço amplo e ao lançamento de uma nave amarrada num balão de ar quente foi um saltinho. Mas como estes geocachers nunca se ficam por uma coisa só, de ar quente o balão passou a hélio, e há que estender o convite a todos os que participassem no evento incentivando-os a construírem as suas próprias naves espaciais, dando assim a possibilidade a cada team de efectuar o seu lançamento. Logistica ao rubro com compra de balões para as naves dos participantes e para a nave do evento que foi o próprio Log Book, leds para os iluminar, balões de to-

dos os tamanhos com luzes brilhantes que iluminaram o céu e tornaram realidade a fantasia de pequenos e graúdos, que por uma noite foram astronautas de corpo inteiro. Publicado que foi o evento os Will attend sucederamse a um ritmo vertiginoso, o que se pensava ser um encontro com alguns geocachers animados a meio da semana em dia de aulas e trabalho, começou a tomar proporções fora do normal. Havia emails a chegar, sms a perguntar qual o tamanho das naves que podiam lançar, coisas que nem tinham sido pensadas. Há que testar balões e pesos, 5g máximo, e no meio destes emails um a perguntar se dava para


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levar 50g: zehunter e o jtlferraz tinham um tracker GPS para lançar no evento. Euforia completa. O tracker vinha lançar uma nova dimensão ao projecto, a loucura instalada e não fosse o evento ter sido feito à noite e até uma câmara teria sido acoplada. No dia do evento chovia desmesuradamente mas nem assim a comunidade geocaher que se juntou desmobilizou, era um êxito estrondoso, estava muito mais gente do que o esperado. O S. Pedro deu uma trégua e os lançamentos começaram culminando com o da Nave principal com direito a contagem decrescente e tudo. Uma centena de participantes olhavam o céu que acen-

dia milhares de luzes com todos os balões e naves lançadas e no meio desse céu seguia a Nave com o tracker acoplado devidamente monotorizado em tempo real por todos os geocachers. As quase 2 horas de voo foram recheadas de emoção. O receio inicial do balão não passar a ria ou o mar ali mesmo ao lado, desvaneceu-se mas os períodos em que o tracker, por falta de rede GSM, deixava de mandar updates deixava toda a gente em suspense, o blackout mais longo fez estremecer e pensar em uníssono “caiu”, mas alguns longos minutos depois lá voltava ele e a euforia instalava-se de novo. Por fim o maior blackout aconteceu na zona

de Vila Nova de Paiva, onde tracker esteve quase 50m sem dar notícias. Já um pouco desesperados alguém contactou um geochacher da zona, que também estava a seguir o balão pelo site criado para o efeito, averiguando se ele sabia de algo, nada… mas, eis que se começa a receber actualizações do tracker, sempre com as mesmas coordenadas e com a velocidade 0. O balão tinha aterrado, por estar tão próximo da fronteira ou ficou sem gaz ou foi abatido pela Força Aérea Espanhola, com medo de nova invasão, mas tinha sobrevivido, tinha aterrado em segurança! Confirmado que estava o local de aterragem, 41.145567,-6.752568, fi-

cou decidido que a missão de resgaste era uma obrigação que o tracker merecia, e que esta incluiria também a colocação de uma cache alusiva ao evento no local de aterragem. O dia seguinte foi para o zehunter de preparação da demanda. Análise de terreno, preparação da missão de resgate. Destemidos e audazes, 48 horas após o evento, zehunter, a muggle Joana e o Tr0V4s, fazem-se ao caminho, equipados a rigor (farnel, gps, lanternas e container gentilmente cedido pelo Caracois Turbo). Saiem de Aveiro cedo, passam em Celorico da Beira a reclamar mais um herói, Tr0V4s, e partem em direção ao cavalinho de Mazouco, onde

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retemperam energias antes

sentava-se ingreme e cheia

e não de menos importância

mente estonteante este FTF

de iniciarem a grande mis-

de silvas, definitivamente

fazer o caminho de regresso

ficaria na memória de todos

são de resgate.

intransponível.

preferencialmente por cami-

estes participantes.

Analisaram o terreno e seguiram em frente numa longa caminhada, explorando o desconhecido. Astronautas por terra com uma longa viagem atribulada pela frente e com uma reentrada não menos difícil. Pareciam vedadeiros Bear Grylls. A cada passo um novo desafio, vegetação densa, muralhas intransponíveis, mato, rochas

em desistir e voltar por novo

nhos menos sinuosos.

caminho, dado que o inicial

Tinha nascido a ARAE (GC-

percorrido pela dificuldade estava fora de questão. Desmoralizados foram avançando em direção ao ponto inicial de onde tinham partido, mas eis que numa última e derradeira tentativa de abordagem contrariando toda a natureza e dificuldades apresentadas zehunter

para escalar, desvios no per-

avançou decidido em direção

curso procurando a melhor

ao GZ e a escassos 5 metros

abordagem, iam desgas-

pelo meio do silvado imen-

tando física e mentalmente

so, avista os restos do balão

estes aventureiros, mas o

cor de laranja (bendita cor), e

espirito de equipa venceu,

uma nova força toma conta

a entreajuda foi uma mais

do trio, que investe sobre o

valia e quase 2h30 depois,

GZ e recupera finalmente o

estavam a 20 m do GZ.

Tracker. Missão cumprida e

Nesse momento instalou-

10

Pensaram

euforia generalizada.

4TA5T). Pelo caminho trocaram-se impressões e emoções e desejou-se que quem viesse a fazer este FTF sentisse a mesma adrenalina e aventura.

Os logs destes destemidos aventureiros

comprovam

mais uma vez a dureza do terreno e a aventura que foi fazer este FTF, que mais uma vez uniu pessoas, e juntou à volta de um mesmo sentimento de partilha e

Passaram-se os dias e os

gosto pelo geocaching, pes-

meses e a ARAE continuava

soas que de outra forma tal-

sem qualquer visita. Algum

vez nunca se conhecessem.

desânimo se instalou, até que num belo dia de Fevereiro uma equipa constituída por Caracois Turbo, Ar3, Obeicha Team e MIkiteam, autointitulada tour Freixo de Espada a Cinta, resolveram qual cruzados aventuraremse ao FTF numa demanda que se tornou uma aventura inesquecível levando ao

se a desilusão no trio de

Foi tempo de colocar a ca-

limite todos quantos nela

aventureiros. Tão perto e

che (um bocadinho ao lado

participaram.

tão longe. A recta final apre-

do GC onde se encontrava)

mente desgastante, fisica-

Emocional-

Mais uma vez se pode afirmar que o geocaching é mais do que um mero jogo é uma forma de estar na vida, de bem com o mundo e com os outros, onde os valores humanos são o cartão de visita de qualquer geocacher. José Rodrigues (zehunter) Ana Paula Sucena & Paulo Gordinho (Caracois Turbo)


P D UB ES ES LI TR T IG CID A AM N A B P D A A E LH G O EN S S VI N IL Tsh irt

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GUIA BTT PLANALTO DE CEZAREDAS Por RuiJSDuarte

Desde que encontrei referências a esta Pequena Rota, quando fazia o levantamento das mesmas no Distrito de Lisboa, que fiquei com imensa curiosidade para aqui vir. Afinal, sempre que vou até à zona de Peniche tenho uma vista privilegiada para um dos locais onde a mesma se desenrola, uma “linha” de ser12

ra ponteado por enormes eólicas...

Com mais vontade fiquei quando no folheto da mesma (http://www.cm-lourinha. pt/Download.aspx?x=25d4da95-8ce2-4fa5-b410780de627f190), disponibilizado pela Câmara Municipal da Lourinhã, li que o percurso seria totalmente ciclável. Assim sim, é que uma PR com 20km não faz jus ao nome de “pequena” e de bicicleta é mais fácil! Habituado ao sobe e desce e sobe e desce do relevo lo-

cal, tinha alguma expectati-

A respeito da marcação no

va de ver in loco o que é que

terreno, está irrepreensí-

o pessoal do Oeste chama

vel e permite que se faça o

de Planalto. Já percorri a pé

passeio sem recurso a mais

quase uma dezena de PR

nada que um olhar atento

por aqui e não teria ficado admirado se se chamassem todas “PR Vais ficar todo rebentado de subir aos píncaros e descer ao fundo dos vales e tornar a subir e repete - Parte1 / Parte 2 / Etc.”. Não é o caso deste local!

e o apoio do folheto. Tive algumas (pequenas) dúvidas em dois ou três locais mas nada que necessitasse mais do que um ou dois olhares para perceber qual o caminho correcto (não obstante, o trajecto pode ser descarregado daqui: http://


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pt.wikiloc.com/wikiloc/view. do?id=5737841). Nas (poucas) informações disponibilizadas pelas entidades oficiais ficamos a saber que o percurso se estende ao longo de 5 localidades de 3 freguesias do concelho da Lourinhã e que o dito Planalto é um território calcário com cerca de 140 milhões de anos, um prolongamento do Sistema Serrano Aire/ Montejunto.

Confirmo que o terreno se assemelha muito ao que se encontra no topo da Serra de Montejunto (que, aliás, se vê ao longe) com as devidas diferenças decorrentes do facto de Montejunto ter o estatuto de Paisagem Protegida e estar assim salvaguardada das eólicas e outros enfeites. Seguindo as indicações do Folheto, estacionei à saída de Reguengo Grande e com um desvio de 50 metros vi-

rei logo uma cache, homónima da localidade, (GC45YTR) Reguengo Grande [Lourinhã].

reservado para a descrição desta terra em particular (existem mais dois do género ao longo da PR).

Isto depois de explorar um pouco o espaço onde deixei o carro, que é interessante sim senhor e onde o mesmo fica bem guardado.

Arrepia caminho... apenas uma subida e já estamos fora de Reguengo, e no meio das couves!

Aí fica também, do lado de fora do recinto, um placard informativo da rota, mais personalizado que a maioria dos que se encontram nas PR já que tinha um espaço

Couves?! Sim, C.o.u.v.e.s!! Nunca vi tanta couve como nos 10 quilómetros iniciais deste passeio... são terrenos e terrenos e mais terrenos, uns a seguir aos outros com milhares de couves nos

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diversos estados de desenvolvimento. Couves e pedras... Somos logo apresentados ao “território calcário” e praticamente por todo o lado se veem as formações rochosas a brotar do chão. Grandes e pequenas, dão um aspecto bem interessante aos terrenos e forçam os caminhos a vergarem-se aos seus caprichos. Os cinco quilómetros que nos separam de Moledo passam a correr e somos aí surpreendidos por uma localidade deveras interessante, cheia de História e de Arte nas ruas, bem cuidada e simpática. Tendo existido aqui um palácio onde residiram D. Pedro I e Inês de Castro, as entidades responsáveis (C.M.L. e J.F.M.) estabeleceram uma colaboração com a Faculdade de Belas -Artes da Universidade de Lisboa e criaram o projecto “Escultura Pública”, aliando a temática dos ilustres residentes à da localidade e “espalhando”, aqui e ali, peças de arte (mais informações em “Moledo com Vida” - http://www.cm-lourinha. pt/News/newsdetail.aspx?news=2c2a6a43-80f84415-9346-2e9a773f882b).

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Temos oportunidade de dar mais um pouco de uso aos poderes de Geocacher, curiosamente em dois locais que não se relacionam directamente com o acima descrito. Uma na Igreja (GC27PGY) Igreja Matriz do Moledo [TG10] e outra, mais uma vez, homónima

(GC33AP2) Moledo [Lourinhã]. A segunda está localizada num local bem recuperado e que merece sem dúvida uma visita, quem sabe para descansar um pouco. Mais quatro quilómetros (de caminhos hortícolas) e estamos já de saída de São Bartolomeu dos Galegos. Apesar de um pouco maior do que a localidade de Moledo, pareceu-me bem menos interessante, talvez pelo trajecto escolhido para se atravessar a mesma. Das três caches que referenciam a localidade aquela que se me apresentou como “melhor” e que justificará um pequeno desvio será a localizada na Igreja Matriz e que, espante-se, é homónima da povoação (GC33APP) São Bartolomeu dos Galegos [Lourinhã]. Seguimos em direcção a Pena Seca e a paisagem altera-se. Descemos, saindo por completo do planalto, e aí temos uma noção da altura do mesmo, à nossa direita, pelo menos em relação à zona mais a Oeste, aparentemente quase plana até ao Oceano. Vemos as Eólicas num plano mais elevado e desaparece momentaneamente a sensação de estranheza por andarmos sempre ao mesmo nível, ou mesmo acima em relação às ditas. É a ultima oportunidade para ver as, por esta altura famosas, Brassica oleracea L. (vulgarmente conhecidas por... couves) já que chegamos ao fim da primeira parte do trajecto. Temos como

brinde a oportunidade de empurrar a bicicleta morro acima até a um género de miradouro que nos permite ver um pequeno vale e a pedreira que vai comendo o planalto. Afinal o percurso não é 100% ciclável. 50 metros são 50 metros! Este passeio pode claramente ser dividido em duas partes, agrícola/urbano até aqui e florestal daqui para a frente. Deixamos Pena Seca, voltamos a subir para o planalto e seguimos para a localidade que dá nome ao passeio, Cezaredas. São quatro quilómetros muito fáceis de vencer, sempre em estradão de terra batida, ladeados por eucaliptos e outras árvores e bem perto de algumas eólicas que se erguem no meio das manchas de vegetação. Temos, sensivelmente a meio desse trilho, oportunidade para procurar uma cache numas formações rochosas bem interessantes, (GC4CZM5) Areosa. Se ainda existir gás nas pernas, podemos fazer um outro desvio, no sentido oposto do da cache anterior e ir em busca de outra cache, esta saída da pena do manchanegra, de nome (GC14R59) Parque Eólico de Serra D´El Rei [Peniche], com uma belíssima vista. São seis quilómetros extra a ter em conta. Cezaredas apresenta-se como uma localidade peculiar, “espalhando-se” em redor e aparentando por isso ser muito mais pequena do que o é na realidade. Esta é a ultima das cinco localidades referenciadas

no passeio e à sua saída começa a parte “mais divertida” do passeio, o BTT mais puro e duro. Dois quilómetros mais agressivos e que obrigam a descermos da bicicleta uma meia dúzia de vezes e a cumprir algumas centenas de metros a pé, geralmente em pequenas descidas. Para contextualizar o terreno, estamos agora na fronteira com a zona da Columbeira, bem conhecida pelos seus desníveis. O final deste troço está bem vincado no terreno e termina junto a umas antigas azenhas em ruínas, perto, claro, de um pequeno rio (Rio Galvão) e onde temos oportunidade de rolar paralelamente a uma antiga levada (também sem uso), do lado da estrada oposto ao do rio. Somos assim guiados de volta a Reguengos Grandes, acompanhado o Galvão e apreciando a relação das gentes locais com o mesmo sob a forma de Azulejaria colocada nas paredes que o guiam pela localidade. Se ainda existirem pernas, podem fazer um pequeno desvio e trepar até à (GC4F5TP) Moinhos no Reguengo Grande, para uma boa vista em redor, se não, é só rolar de volta ao ponto de partida e dar por terminada a “PR2 LRN Pelo Planalto das Cezaredas” simpaticamente disponibilizada pela Câmara local e que proporciona umas belas horinhas com a nossa montada. Rui Duarte - RuiJSDuarte


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MONTANHAS MÁGICAS Por Valente Cruz

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Depois de um artigo sobre o Parque Natural da Serra da Estrela e outro sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês faltava-me este para completar a tríade sobre as montanhas por onde gosto me perder e reencontrar. À falta de haver uma denominação semelhante aos anteriores parques, optei por nomear este artigo, e o conjunto destas serras, com o epíteto de “Montanhas Mágicas”, criado, merecido e proclamado pelas serras da Arada, Gralheira, Montemuro, ao serem agraciadas recentemente com o título de Destino de Turismo Sustentável pela Federação Europarc. Do Maciço da Gralheira, como é geralmente conhecido, fazem parte ainda as serras da Freita, Arestal e São Macário. Uma outra denominação referenciada na região abrangida por estas serras é a do Arouca Geopark, confinado ao concelho referido e que estabelece um território que possui um notável património geológico, elegido sobretudo devido aos 41 geossítios, muitos deles já referenciados pelo geocaching e que terei a oportunidade de explorar de seguida.

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À semelhança dos outros artigos, irei evoluir neste pela minha experiência de descoberta destas serras. Apesar de as Montanhas Mágicas não possuírem a altivez da Estrela ou o

isolamento do Gerês, têm na verdade inúmeros motivos de interesse que, no conjunto, as tornam igualmente apetecíveis. Começarei por referir um quadrado mágico e excecional que considero de visita obrigatória: Rio de Frades, Mizarela, Drave e o Rio Teixeira, sendo que cada um destes locais oferece aos visitantes experiências únicas e inesquecíveis. Rio de Frades é um local deveras especial e encantador. Depois do bulício da exploração mineira, em que trabalharam por lá mais de 3000 pessoas, foi sendo abandonado ao longo do tempo. Mantém contudo uma panorâmica enigmática e bela, com as encostas escarpadas e o rio, que corre de cascata em lagoa. Existem quilómetros de minas de mistério, inclusive algumas que oferecem passagens entre locais de acessos mais restritos. Naturalmente, tal cenário redundou num dos locais mais interessantes para a prática do geocaching e a excelência das suas caches há muito tempo que deliciam quem vai à sua descoberta. A mais antiga é a The Lost Nazi Mine (GCPZHC), que apresenta um dos melhores conceitos de cache que já encontrei, sobretudo pela maravilhosa passagem de um ambiente de escuridão e trevas para um cenário de rara beleza, encimado com uma

cascata muito fotogénica. Nesta passagem, a meio da mina, e com alguma exploração, podemos ter uma perspetiva da dimensão da estrutura de minas de Rio de Frades, uma vez que apenas naquela encosta existem três patamares, cada qual com a sua galeria. Depois desta colocação inspiradora, seguiu-se a referenciação da zona da lavandaria (GC24ZXF), local aconselhado para a pernoita em visitas ao local, e do Caminho do Carteiro (GC2D7E2). Este é um dos percursos de excelência da serra da Freita e tem origem no facto de, e face ao grande volume de correspondências durante a exploração mineira, o carteiro necessitar de deslocar-se diariamente entre Cabreiros, sede de freguesia, e Rio de Frades. Contudo, e devido ao relevo do local, como a deslocação de carro demorava tanto ou mais como a via pedestre, o carteiro optava por ir a pé, seguindo um caminho na encosta íngreme. Dada a qualidade dos canyons por onde corre o rio, o que o torna um dos mais procurados a nível nacional, foi com naturalidade que aparecesse mais uma cache a referenciar a atividade do canyoning, colocada no início do troço inferior (GC2NG8W). Na parte superior do troço de rio de Frades também existe um percurso de canyoning, referenciado inicialmente pelo Chal-

lenge 81 (GC1R9P6), num local onde a respiração já se habituou a ser cortada por todos os que por lá se aventuraram, e que entretanto recebeu a companhia de outros desafios (GC4J9D8). O lado mais inóspito, juntamente com a panorâmica abandonada da exploração mineira, conferem a Rio de Frades um cenário perfeito para aventuras tamanhas e é natural que também o Indiana Jones (GC3BH3J) se decidisse a visitar o local, no Poço do Oito, onde as duas quedas de água compõem a música e as cores da vegetação envolvente unem-se às do céu num bailado de inefabilidades. Aquele lugar parece ter tem o hábito de debicar a memória de quem o visita, como o canto de uma beleza já perdida do mundo. A aldeia da Mizarela, uma das mais características da serra da Freita, é o segundo destino desta viagem. O local é sobretudo conhecido pela cascata da sua Frecha, onde as águas do rio Caima precipitam-se numa queda de cerca de 75 metros. Um dos melhores locais para admirar esta cascata é precisamente de um miradouro que fica junto à estrada (GC1K4AT). Contudo, e como é sabido, os geocachers têm um espírito demasiado inquieto e geralmente não se ficam por observações à distância. O acesso à cache Frecha da Mizarela (GC27T15) é


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Perto de Drave, existe outra aldeia que, apesar de ainda ser habitada, parece ter ficado perdida no tempo também ele fantástico, sendo que em alturas de maior estio poder-se-á aproveitar as idílicas lagoas que se encontram a jusante da queda e, naturalmente, admirar a enorme cascata de perto. Por esta aldeia passa outro percurso famoso da serra da Freita, o PR 7 – Nas escarpas da Mizarela (GC1ZCAP), com início no Merujal e que circunda a majestosa cascata seguindo pelas escarpas das encostas limítrofes, numa contemplação contínua de um vale extraordinariamente belo. Perto da Mizarela encontra-se o ponto mais alto desta serra, São Pedro Velho (GC14ZF7). Do outro lado da encosta nasceu um dos fenómenos geológicos mais famosos da região, único em Portugal e muito raro no mundo: as Pedras Parideiras (GC1JYX9), onde inclusive se poderá visitar um museu, numa serra de encantos e fenómenos, em que as pedras também são Broas (GC1KGR1) e o vento molda as suas vontades.

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O terceiro local do quadrado mágico destas montanhas é Drave (GC1W2Z3). Drave é a aldeia abandonada! Existem outras mas nenhuma se compara a esta. Quase tão antiga como os montes que a

guardam, é o berço maternal de todos os Martins. Situa-se na confluência de três ribeiros: Palhais, Ribeirinho e Ribeiro da Bouça, e aí forma a ribeira de Drave, que desagua posteriormente no rio Paivô. Ir a Drave é sempre uma experiência inesquecível. O percurso mais requisitado para visitar esta aldeia é o PR14 – Aldeia Mágica (GC1VWE2), que parte de Regoufe, mais uma aldeia característica da região e onde se encontra também um complexo mineiro abandonado. Aquando da Segunda Guerra Mundial, enquanto os alemães exploravam o minério em Rio de Frades, os ingleses faziam-no a escassos quilómetros, em Regoufe (GC15B20). Uma outra forma de chegar a Drave é descendo a encosta da serra da Arada, por onde se pode fazer inclusive um desvio para ir em busca de mais uma aldeia abandonada, Gourim (GC1QXZD). Apesar de esta não possuir o encanto da sua vizinha, é também uma descoberta fantástica e muito recomendável. Existem ainda outras formas de chegar a Drave e, de entre todas, a minha preferida talvez seja subindo pelo leito do rio Paivô e posteriormente pela ribeira de Drave. Ob-

viamente, esta abordagem é mais recomendada durante o Verão. Partindo de Regoufe, e depois de uma longa subida, ao invés de continuar-se pelo caminho deverá descer-se por um trilho em busca de memórias perdidas (GC3B8EM). A partir daí é sempre pelo leito xistoso do rio até Drave, com passagem por inúmeras lagoas de águas cristalinas. E o último vértice mágico desta viagem situa-se no rio Teixeira. Este rio, que já foi considerado um dos mais limpos da Europa, é outro ex-libris da região. Nascido, em Manhouce, das ribeiras que calmamente descem da serra, dali segue por vales escondidos até encontrar o rio Vouga. Mesmo em Manhouce é possível visitar algumas lagoas e cascatas muito interessantes, na Cilha (GC2WYT7), ideais para um dia quente de Verão, assim como no seu percurso, no Poço Negro (GC1EB3D), mas será porventura nas proximidades da Quinta de São Francisco (GC2FFQB) que o rio atinge o seu esplendor. À semelhança de Drave, esta quinta tem vindo a ser paulatinamente recuperada pelos seus utilizadores e apresenta-se como um reduto ideal de isolamen-

to entre o melhor que a natureza pode oferecer. Este percurso de rio é também bastante conhecido pela prática do canyoning (GC1RM1P), em que o acesso é feito através de um túnel. A nível pessoal, a última grande descoberta neste local foi um trilho numa escarpa, de fatiar a respiração e testar vertigens, que acompanha o percurso do rio e que também permite chegar a locais e desafios memoráveis (GC2CVCP). Para além dos locais referidos anteriormente, existem muitos outros nas Montanhas Mágicas cuja visita é muito aconselhada. Perto de Drave, à distância de uma encosta, existe outra aldeia que, apesar de ainda ser habitada, parece ter ficado perdida no tempo: a Aldeia da Pena (GC14XQQ). Refugiada no sopé da serra de São Macário (GCR5C1), a primeira grande aventura para chegar à Pena por automóvel é o próprio acesso, devido ao facto de a encosta ser muito inclinada e a estrada ser estreita, o que faz com que qualquer cruzamento de veículos se torne numa pequena odisseia. Uma das histórias mais idiossincráticas da zona, e que acabou também por dar nome a um


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Caminho mítico que sai da Pena, é a do Morto que Matou o Vivo (GC1P5F4). O nome tem origem num episódio duplamente infeliz. Devido ao facto de, no passado, na Aldeia da Pena não existir cemitério, os habitantes tinham de levar os defuntos para a aldeia vizinha, Covas do Rio. Certo dia, num desses percursos e numa parte do trilho muito íngreme, um dos homens que transportava o defunto escorregou e o caixão caiu-lhe em cima, matando-o. Este Caminho pode ainda ser inserido num outro mais geral, conhecido como Trilho Maia (GC3BH45), que liga as aldeias da Pena, Covas do Rio e Covas do Monte (GC1RAPX). Nesta última resiste o maior rebanho comunitário que existe em Portugal e a própria aldeia representa ainda todos os séculos que a fizeram, com as casas feitas para albergar os animais na parte inferior e as pessoas na superior. Os muitos campos em volta da aldeia, e as encostas que se desenham na sua periferia, conferem-lhe um cenário quase alpino. A duas encostas de distância existe outra aldeia muito acolhedora, Fragoselas (GC32WN5), de visita também recomendada. Para além do já referido Trilho Maia, as montanhas e percursos do outro lado do Atlântico inspiraram também que um percurso que sobe desde o rio

Paivô até Póvoa das Leiras recebesse o nome de Trilho Inca (GC2H5XN), mais um percurso fantástico por uma encosta escarpada, cujas vistas se prendem à memória como se a sua própria existência dependesse disso. Ali perto pode-se visitar as Bétulas da Fraguinha (GC1J7JN), as Minas das Chãs (GC1BZMN), os Cotos do Nabo (GC2BM4T) e do Boi (GC16330), em vistas largas e horizontes desmedidos, também encontrados na Cabria (GC19W8B). Seguindo o rasto dos Pastores pelas Veredas (GC2095D) pode ainda visitar-se a icónica aldeia Lomba de Arões (GC1CR84), perto de outra já abandonada (GC3BH4J). Entre Drave e a Aldeia da Pena existe um Portal com passagem pelo Inferno (GC3900N). A estrada serpenteia pelo cume do monte e as encostas apresentam uma inclinação alucinante que acabou granjear o nome ao local. Existem relatos de, em tempos idos e numa altura em que a estrada ainda era em terra batida, haver veículos, incluindo um autocarro, a ficarem pendurados nas ravinas. Daqui também se pode ter uma visão da Garra, modulada pelas encostas limítrofes. Uma das características desta cordilheira é existência de vários locais de acesso bastante complexo. A nível pessoal, uma

outra aventura marcante foram os três dias de descoberta do percurso da ribeira da Pena Amarela (GC2Q49V), um local onde também se explorou o volfrâmio. As dificuldades de progressão foram muitas mas no final ficou a certeza de uma descoberta inolvidável, entre a solidão da montanha. Também por aqui existe um percurso de canyoning; aliás, são raras as encostas destas montanhas por onde não descem ribeiras, com inúmeros desafios (GC3Z24K) e locais reservados a quem se aventurar à sua descoberta, como na ribeira de Vessadas (GC2WYJ6) e em outros recantos perdidos e achados por pequenas comunidades que vão subsistindo (GC3K5EW), em nome de uma fé (GC1E0J9) inabalável na arte feita montanha. Sem medos do lobo mau (GC2MQXT), vale mesmo a pena percorrer ainda outros percursos destas serras, como os Caminhos do Montemuro (GC15D76), Caminhada Exótica (GC411G0), Cercanias da Freita (GC1H643), Rota do Ouro Negro (GC2QKPW), Rota das Tormentas, Viagem à Pré-História e Na senda do Paivô (GC31JDP), sem esquecer ainda uma visita ao vale do rio Paiva, em Alvarenga (GC2D6FQ), no Areinho (GC11NX9), na Cascata das Aguieiras (GC3B8FH) ou em Paradinha (GC1B4D7), aos segredos deixados pela Rota

dos Fósseis (GC3R3K5) e às vistas largas sobre Arouca (GC3R3K5). Na serra do Montemuro pode e deve-se ainda visitar suas Portas (GC1223G), o VG (GC3W5WM), a Rota dos Moinhos (GC2RAWN) e as Minas de Moimenta (GC2RBPN). Querendo e podendo, outros trabalhos (GC40WHF) podem ainda juntar-se numa experiência mais vasta pela região.

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Para finalizar, a última grande aventura por estas montanhas foi o percurso do Ultra Trail Serra da Freita (GC3GVZB). Do momento em que tomei conhecimento da existência do percurso até o viver passaram-se poucos dias, tal foi a inquietude suspirada. Os desafios e as dificuldades são enormes, num périplo de sentimentos acelerados por muitos dos locais e percursos descritos anteriormente, em particular o quadrado mágico definido no início deste artigo, mas a sensação final é absolutamente inenarrável. A assim termina esta viagem pelas Montanhas Mágicas. Visitem-nas e descubram-se na magia de experiências sensacionais e memoráveis. Elas aguardam-vos de vales abertos e com rios de sorrisos!

António Valente - Valente Cruz

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Desde o seu início, o geocaching sempre foi uma actividade universal. Praticada por pessoas de todas as raças, nacionalidades, géneros, credos e idades. Talvez pelo contacto com a nossa criança interior, que nos faz reviver a diversão que é procurar um tesouro.

qualidades, e a experiência de vida acaba por nos fazer valorizar certas coisas em detrimento de outras. Em resumo, o mundo é diferente, quando visto aos olhos de um jovem comparativamente com a visão de uma pessoa com mais experiência de vida.

Não interessa pois se somos mais novos ou mais velhos, se temos mais ou menos experiência de vida: o bichinho de Geocaching contamina qualquer um.

Assim, nesta edição, resolvemos pôr Frente a Frente, dois geocachers em diferentes estádios da vida. De um lado, um geocacher jovem, mas já bastante activo, cheio de energia e vontade de inovar, aproveitando as características da sua idade. Por outro lado, um geocacher com maior experiência de vida, que já descobriu o Geocaching depois dos 65 anos, mas que se aplica com a mesma vitalidade de um jovem, um exemplo de como a velhice ou a juventude são apenas um estado de espírito, e que rugas não

No entanto, facilmente se associam características aos diversos estádios de vida: a irreverência e a rebeldia da juventude, a ousadia dos 20, a ternura dos 40 (como diria o cantor!) ou a sensatez, a sabedoria e a paciência depois dos 60. Embora sejam estereótipos, a verdade é que a fase da vida em que cada um de nós se encontra acentua certas

são mais do que mais umas velas num bolo. Assim, de um lado, Peter97silva, de seu nome Pedro Silva, um geocacher do distrito de Leiria, com quase 17 anos, mas já com um currículo geocacher que dá que falar. Registado em Março de 2012, conta já com mais de 450 founds no seu perfil e 10 caches escondidas. Um exemplo de que afinal, o que conta não é a idade, mas sim a vontade que se tem de praticar um desporto e de se afirmar perante os demais com a sua criatividade e vontade de inovar. Frente a Frente, Alberto Simões, mais conhecido por AIRUC. Nascido há quase 70 anos em Curia (Anadia) encontra-se registado em Geocaching.com desde Janeiro 2010. Reconhecido como o impulsionador do geocaching na Bairrada, reside no distrito de Leiria

desde 1970. Fez parte do Team Espumante, na Bairrada, que posteriormente, lhe dedicou a cache (GC4G173) Homenagem ao AIRUC. No seu perfil, podemos encontrar mais de 1700 founds e 25 caches colocadas, uma delas na Alemanha (GC4HF7M). Duas gerações, duas formas diferentes de ver o mundo. Duas histórias de vida completamente diferentes, duas vidas com preocupações completamente diferentes. Mais de 50 anos separam estes geocachers, mas será que a sua forma de viver e sentir o geocaching é assim tão distinta? Quais serão as diferenças no Geocaching de cada um? Ou será que aquilo que os separa na realidade são apenas uns números no Cartão de Cidadão? Será a idade um factor para se viver esta nossa actividade de forma diferente?


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Descubra quem foi iniciado no Geocaching por um amigo e quem foi iniciado pela família. Quem utiliza um telemóvel e quem usa um GPSr nas suas cachadas. Todas as respostas, já a seguir, Frente a Frente! Alberto e Pedro, muito obrigado por terem aceite este desafio. 1. Com que idade começaste a fazer geocaching? Alberto: O geocaching surgiu-me, tinha acabado de perfazer 65 anos, quando visitava a família na Alemanha, e o meu genro com um “aparelhómetro” amarelado na mão, que designou de GPS, se dirigiu a um sinal de transito numa área de serviço, e escreve qualquer coisa numa tira de papel dentro de uma caixa de rolo de fotografias 35 mm. Posteriormente, noutros locais, lá percebi do que se tratava e, mais tarde, interrogada a minha filha de como come-

çar, efectuei o meu registo a 28 de Janeiro de 2010 e, passados cinco dias, encontrei e registei o “log” da minha primeira cache. Pedro: Faltava-me 1 mês para fazer 15 anos quando me registei no geocaching. com. 2. Perante tantos hobbies possíveis, qual foi a principal razão que te levou a escolher o geocaching como actividade? Alberto: Os meus “hobbies” são muito sedentários, nomeadamente a filatelia, desde os onze anos de idade, a numismática posteriormente e, mais recentemente, a busca e colecção de tudo o que de antigo diga respeito à minha terra natal, de que já fiz três exposições. Assim, o geocaching pareceu-me uma actividade algo divertida, por ser diversificada, dar alguma mobilidade

de busca em vários ambientes, tanto na natureza como em meio urbano e, dando conhecimento desses locais, de personalidades e acontecimentos que, por vezes, ali ao nosso lado, até aí passavam despercebidos da nossa curiosidade. Pedro: Tudo começou quando vinha com um amigo da escola a pé depois de uma manhã de aulas e veio à conversa que ele nos escuteiros procurava uma espécie de tesouros espalhados pelo país. Achei um pouco estranho como poderia funcionar mas a ideia parecia bem engraçada… Ele contou-me que a cerca de 200m de minha casa existia uma cache (e fez-me um grande spoiler!). Achei muito estranho mas nessa tarde convidei os meus primos e fomos lá vê-la. Para encontrar essa cache nem levei GPS, apenas peguei numa

foto spoiler e fui à procura. Depois de bastantes minutos de procura ela apareceu, uma lock&lock com um livrinho lá dentro e uns objectos dos kinders. Nesse mesmo dia inscrevi-me no site e a partir daí fui fazendo várias, que nessa altura pareciam bastante difíceis de encontrar. O geocaching não é o meu único hobby, e não houve uma razão em especial para eu começar...Talvez a conciliação da caça ao tesouro que em pequeno todos víamos na TV e achávamos muita piada com a vontade de conhecer novos locais e pessoas. 3. Como reagiu a tua família quando soube que praticavas geocaching? Alberto: Quanto à reacção da minha família… Foi ela a iniciar-me, e é também com quem tenho participado em algumas cachadas tanto em

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Portugal como na Alemanha, quando a vou visitar. Pedro: A minha família sempre gostou de conhecer novos locais e por isso sempre gostaram do geocaching (até porque no inicio achavam ser uma brincadeira ou alguma mentira que alguém me tivesse contado). São muitas as vezes que vamos a tentativas de FTF, desviar alguns quilómetros para preencher algum distrito ou até fazer bastantes quilómetros “só” para ir à Melhor Cache do País. A nível da criação de caches sempre me ajudaram bastante cada um na sua área, principalmente o meu pai, que tem bastante experiência na área de madeiras. 4. A idade influencia o modo como se sente e vive o Geocaching?

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Alberto: Naturalmente, a idade em toda e qualquer actividade tem a sua influência, pois, com o ir dos anos, normalmente as motivações vão-se alterando. Evidentemente que aquelas caches com maior dificuldade nem sequer dão para pensar: para quando programar uma tentativa? Pedro: Penso que a idade nem é um factor de grande importância, apesar de a idade reduzir a mobilidade penso que a forma de o sentir e viver será sempre divertida e motivante. 5. Na tua opinião, esta é uma actividade para se praticar sozinho, ou em grupo? Alberto: Normalmente faço geocaching individualmente e, sempre que tenho oportunidade, saboreio mais quando acompanhado por algum amigo, nem que seja com um ”muggle”.

Sim, em minha opinião, o geocaching será mais desfrutado quando em companhia. A salutar disputa do “encontro eu/encontras tu”, um diz que será para aqui, o outro mais para ali e, principalmente o desenrolar da conversa sobre todo e qualquer tema, incluso o da cache em si ou do seu móbil, quer sobre o local, etc. Pedro: O geocaching em grupo tem inúmeras vezes mais piada, mas nos dias em que não há companhia ir fazer umas caches é como terapia. 6. Que equipamento utilizas nas tuas cachadas? Telemóvel, GPS dedicado? Alberto: A minha primeira cache foi encontrada sem qualquer equipamento, olhando para o mapa e com o conhecimento que tinha do local em que ela se encontrava, chegando a utilizar, em algumas caches,

um GPSr que um familiar me emprestou. Depois, de esporadicamente ter utilizado o GPS de minha filha, adquiri em leilão, um Garmin 60, que entretanto vendi, tendo comprado um Dakota 20, há cerca de ano e meio. Com a aquisição de um smartphone Android, recorro a ele para leitura de algum “log” eventualmente colocado posteriormente ao ter carregado o GPS, não o usando para a busca da cache excepto em caso de algum “crash” neste, como já me aconteceu. Pedro: O meu inventário já mudou várias vezes desde que me iniciei. Comecei utilizando mapas impressos e micas (dá trabalho, eu sei), a seguir comecei a usar a minha PlayStation Portable para guardar Print Screens dos mapas, o que já ajudava a poupar um bocado em folhas. Depois usei o NDri-


ve G400 do carro que tinha uma autonomia e precisão bastante pequena e bússola nem pensar mas que dava para facilitar um pouco os trabalhos. A seguir comecei a ver o mundo dos smartphones e não perdi a oportunidade de comprar um Vodafone Smart. É lento e tem pouca autonomia, mas android com C:Geo já me durou 2 anos, fez mais de 200 caches e tão depressa não penso trocá-lo por outro. 7. Se tivesses de definir, dirias que praticas um geocaching mais local, ou pelo contrário, grande parte das tuas caches encontradas ficam a muitos quilómetros de casa? Alberto: A minha prática de geocaching tem dois aspectos quanto á área em que normalmente costumo actuar. A maioria das caches que tenho registado, uns quarenta e tal por cento, situam-se num raio de uns trinta a quarenta Km da minha residência e outro grande grupo situase na área de minha terra natal, Curia (daqui o meu nickname). Também aproveito as viagens entre estes dois pontos, nem sempre fazendo a mesma rota, para ir visitando mais uns GZ. Também, entre as mais de 1770 caches que tenho registadas contam-se 166 na Alemanha. Pedro: Obviamente pratico um geocaching mais local, devido ao meu meio de transporte mais utilizado ser a bicicleta, mas talvez cerca de 40% das minhas

caches encontradas são a mais de 40 km de casa. 8. Que tipo de cache preferes? Alberto: Uma cache tradicional com um contentor simples, até colocada ali à mão de semear, de dificuldade 1, mas com uma daquelas vistas ou num recantinho que há muito não nos passava pela retina, pode satisfazer mais que outra, por exemplo, mistério, que até exigiu muita pesquisa que até nos deu bastante prazer e, depois, o contentor muito elaborado está rodeado de lixo – haveria que fazer “CITO”. Agrada-me uma multicache, com não mais de dois pontos intermédios, sem grandes dificuldades de manipulação dos dados recolhidos para obter as coordenadas finais, de modo a que esta acção não nos distraia do motivo que o owner nos quis mostrar, salvo se o motivo da cache era mesmo esse. Pedro: Este Verão descobri as Letterboxes e desde aí não quero outra coisa. São definitivamente o tipo de caches que me dá mais prazer a encontrar devido à forma antiga de caçar tesouros e a menos utilização do GPS e também de mostrarem locais (principalmente edifícios) lindos e abandonados. 9. Founder ou owner. Que faceta de geocacher vos dá mais prazer? Alberto: Claro que me dá grande prazer colocar uma nova cache para que outros conheçam o tema que a ela me levou e, depois, receber o retorno de apreciação dos

outros geocacheres. Embora os meus contentores não sejam grandemente elaborados, a maioria tem sempre um pouco, mesmo um pouco mais que uma simples caixinha. O gosto de ser owner de algumas caches, que serão sempre em muito menor número do que as variadíssimas que vamos visitando, desde as mais banais de rolo de 35 mm, aos mais elaborados contentores e temática tratada na respectiva listing, bem como aos locais que perdurarão na nossa memória, poderá ser ultrapassado pelo prazer da busca e found desta ou daquela que tão depressa não esqueceremos. Assim, direi que prefiro ser founder a ser owner. Pedro: 50-50. Adoro esconder caches bem elaboradas e ler os logs das histórias das pessoas que encontraram, mas também tenho uma grande paixão por aquelas caches com uma grande quantidade de favoritos que dão grande prazer a encontrar e em que no fim deixamos um grande log em agradecimento ao owner. 10. Imaginem que poderias fazer uma alteração a alguma guideline da Groundspeak. Que mudança introduzirias nas regras? Alberto: Não vejo grande necessidade de introduzir ou alterar qualquer regra das guidelines da Groundspeak. Há é que ter um pouco de bom senso e cuidado na colocação do contentor de forma a não ferir património, quer particular quer público e o ambiente em

geral, de modo a não haver a reprovação da comunidade. Há alguma polémica em relação ao modo como se colocam caches, nomeadamente no que se considera ou não ser enterrado; aqui penso que deveria haver um bom diálogo entre o owner e os revisores para se chegar a uma conclusão satisfatória, aliás, como em toda outra situação dúbia.

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Pedro: A guideline da Groundspeak que mais me intriga é possivelmente a das caches enterradas. Na minha opinião uma coisa é uma cache em que se escava um buraco e se tapa com terra, outra coisa é deixar uma parte à superfície e apenas escavar um pequeno buraco para colocar uma parte do container. Mas quem define as regras é a Groundspeak e se queremos esconder caches temos de as cumprir. Aproveito para agradecer ao Team Marretas e aos restantes colaboradores do Geopt por este convite e continuem com o excelente trabalho que estão a desenvolver, tanto a nível da GeoMagazine como do portal em si. Aproveito também para convidar todos os geocachers a visitarem a minha nova criação, a Geodetect (GC4QV1A) e agradeço ao amigo AIRUC as boleias e ajudas em caches que ele me tem dado! Um Grande Abraço!

Bruno Gomes - Team Marretas Fotos cedidas gentilmente pelos entrevistados

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EarthCaching: 10 anos a ver a Terra com outros olhos Por The Lunchtime Gang Passaram em janeiro 10 anos sobre a criação de um novo tipo de caches, ao estilo das caches virtuais, mas com características muito próprias, que lhes abriram as portas a uma década de sucesso. Estamos a falar das EarthCaches!

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A primeira EarthCache foi criada pelo mentor e força motriz do programa das EarthCaches, Gary Lewis (geoaware), a 10 de janeiro de 2004 no Parque Nacional de Murramarang, na Austrália, e foi batizada de “EarthCache I – a simple geology tour of Wasp Head” (GCHFT2). Hoje, a equipa forte do programa é constituída pelo geoaware (Gary

lewis) e o geoawareHQ (Matt Dawson), ambos funcionários do Departamento Education & Outreach Programs da American Geological Society. Com a criação deste novo tipo de caches pretendeuse estender o Geocaching a locais onde é proibido por lei esconder as tão famosas caixinhas como, por exemplo, nos Parques Naturais ou geomonumentos, possibilitando aos seus visitantes a vivência de uma aventura diferente ao travarem conhecimento, de uma forma educativa, com as características geológicas singulares de inúmeros locais por esse mundo fora.

Também em Portugal rapidamente se aderiu a este novo tipo de caches, pela mão e olhar profissional de um geólogo: em 19 de abril de 2005 era publicada a primeira EarthCache em território nacional, chamada “S. Domingos Mine Earthcache - DP/PT/EC1” (GCNJ7E). A novidade da criação das EarthCaches suscitou alguma curiosidade por parte de diversos geocachers e, ainda nesse mesmo ano, surgiram mais duas. Em 2006 foram criadas duas e em 2007 outras dez, maioritariamente pela mão do “mestre criador” danieloliveira que, até hoje, criou 67 EarthCaches, não só em Portugal mas

também no estrangeiro. A partir de 2008 assistiu-se a um grande aumento de número de EarthCaches criadas e também à diversificação dos seus criadores, aparecendo 26 em 2008, 42 em 2009, 31 em 2010, 76 em 2011, 75 em 2012, 59 em 2013 e, para já, 5 em 2014, totalizando actualmente 338 exemplares activos e 24 arquivados (à data de 5/02/2014). Existem estatísticas detalhadas de quem fez mais, quem foi o primeiro, quem tem mais favoritos, etc., mas seriam dados muito maçudos para uma retrospectiva como esta. O que interessa realçar é que


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existem no momento 257 no Continente, 22 no Arquipélago da Madeira e 59 no Arquipélago dos Açores. A história do EarthCaching foi marcada de forma muito positiva em 2009, com a elaboração de uma listagem com as dez melhores EarthCaches existentes em todo o mundo. Nesta honrosa classificação figuraram duas EarthCaches portuguesas, “Cruziana [Penha Garcia]” (GC13D90) do Bargao_Henriques e “Cutouts DP/EC35” (GC1K80T) de danieloliveira. Este último viu ainda outra das suas criações neste Top10, a “Olivine (Mg,Fe)2SiO4 - DP/EC38”

(GC1M15H), localizada no Hawaii. Com o incontornável panorama de excelência das EarthCaches nacionais, não admiraria se algumas figurassem numa lista que entretanto fosse actualizada. O panorama das EarthCaches em Portugal e a sua promoção passou também pela criação de eventos relacionados com aspectos geomorfológicos e geológicos. Nesta vertente, ao longo destes anos, têm sido criados alguns eventos alusivos que incluíram uma componente prática. O primeiro destes foi o “Trace Fossils of Ancient Volcanoes (GCY6QQ)” a 8 de Outubro

de 2006 para comemorar o primeiro International EarthCache Day. Seguiram-se outros, nomeadamente, “EarthCache Day 2008 - PT edition (GC1GAC1) em 2008, “International EarthCache Day 2010 (GC2B8R9) em 2010 e International EarthCache Day 2013: the PT event (GC4CYB4), tal como o título indica, em 2013. 2014 nasceu com uma proliferação de eventos a marcar o 10º aniversário das EarthCaches em Portugal. Com a excepção do Algarve, onde não houve eventos marcados a comemorar esta efeméride, houve-os no resto do país demonstrando que

as EarthCaches estão cá para ficar e maravilhar! Mais do que um hobby de especialistas em geociências, o EarthCaching é uma forma diferente de fazer Geocaching acessível a todos, que permite ver a Terra e os seus processos naturais com outros olhos, tomando conhecimento ou entendendo um pouco melhor o que temos debaixo dos pés… Daniel Oliveira - danieloliveira Paulo Henriques - Bargão Henriques 37


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Earthcache I - a simple geology tour of Wasp Head Foto de JordsAU

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Cutouts - DP/EC35 Foto de btt


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Trace Fossils of Ancient Volcanoes Foto de FVG

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S. Domingos Mine Earthcache - DP/PT/EC1 Foto de Geobumblebee

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International EarthCache Day 2010 Foto de FamiliaSilvestre

Cruz


ziana [Penha Garcia] Foto de Johny PiKos

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Aldeias de Portugal ALDEIAS PENHAS GARCIA

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Penha Garcia é um local digno de um postal ilustrado. Uma aldeia com carácter, com charme e com uma história de mais de 500 milhões de anos! A beleza única da sua paisagem dispensa palavras, mas é num percurso a pé desde a sua imponente muralha até às margens do Rio Ponsul que é realmente possível descobrir, sentir e respirar Penha Garcia. Penha Garcia é uma freguesia do concelho de Idanha -a-Nova, distrito de Castelo Branco. A região é fértil em vestígios pré-históricos e romanos, e a ela sobranceira, denominada Penha, terá sido fortificada desde a mais remota antiguidade.

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No vilarejo, as ruas sinuosas e íngremes apresentam muitos exemplares interessantes da arquitetura tradicional da aldeia, com casas construídas na pedra ruiva da região, o quartzito, e com pormenores bem interessantes, como os balcões e os lintéis das portadas e janelas. O casario típico protegido pelas

imponentes muralhas convida o visitante a percursos por becos e ruelas que nos levam ao cimo do castelo, de onde se vislumbra uma magnífica paisagem sobre o vale onde corre o rio, acompanhado pelos seus moinhos de rodízio, outrora o maior conjunto de todo o concelho. Daqui é possível abraçar com o olhar o grande paredão da barragem de Penha Garcia, construída na garganta do rio. Do penhasco da Penha até às margens do rio Ponsul há uma caminhada de apenas três quilómetros, que nos faz recuar 500 milhões de anos até aos primórdios da vida: uma autêntica viagem no tempo e um dos tesouros mais bem guardados da Beira. A Rota dos Fósseis foi criada em 2003 pela autarquia de Idanha-a-Nova, apresentando finalmente ao mundo o inestimável legado iconológico que, na memória dos antigos, tinha a singela designação de “pedras escrevidas”. As “cobras pintadas” representam, na realidade, ves-

tígios da Era Primária, hoje identificados como rastos de um primitivo ser vivo que habitava os oceanos: os trilobites. Poucos locais no planeta apresentam um conjunto de icnofósseis tão bem preservados, uma das principais razões da sua classificação e inclusão no Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, criado sob os auspícios da UNESCO. O visitante mais ávido de aventura e de espirito mais explorador, encontra aqui na Rota dos Fósseis um percurso de cerca de uma hora e meia, repleto de história. É possível ver de perto as casas tradicionais, compreender a importância outrora estratégica dos moinhos de água, e ainda visitar a Casa dos Fósseis, um pequeno centro interpretativo e casa-museu. A meio do percurso a magnifica cascata convida a um mergulho refrescante e a um belo piquenique, num panorama de excecional beleza natural. Em 2007 o Touperdido revelava ao mundo do Geo-

caching as maravilhas do “Presépio da Beira”, publicando a primeira cache tradicional de Penha Garcia, (GC12KN2) Rota dos Fosseis [Penha Garcia], que ainda se mantém no ativo e goza de excelente saúde. Com intervalo de apenas alguns meses, o Bargão Henriques colocava Penha Garcia nos lugares cimeiros da excelência mundial, com a EarthCache (GC13D90) Cruziana [Penha Garcia], eleita em 2009 uma das 10 melhores EarthCaches do mundo, segundo os rigorosos critérios do programa earthcache.org. Motivos de sobra para programar uma visita a Penha Garcia, um ponto de passagem obrigatório no roteiro do geocacher. Fica o convite à descoberta! Texto/ Fotos: Flora Cardoso - Lusitana Paixão Fontes: www.guiadacidade.pt / www.estilosdevida.rtp.pt / www.cm-idanhanova.pt


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Entrevista de Carreira

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Tmob & Laranja O Tiago (tmob) e a Rita (laranja), são um dos casais coqueluche do Geocaching português. Discretos, mas uma referência incontornável no panorama nacional, seja pelas caches de excelência, seja pelo nível cultural ou pela partilha das suas aventuras além fronteiras.

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Para além do Geocaching, apaixonaram-se recentemente pelo Waymarking, uma actividade complementar das suas viagens, onde o plástico fica relegado para segundo plano. Nesta edição abriram as portas à GeoMagazine e mostraram-nos a receita para a motivação de seis anos de Geocaching. - Apesar de terem contas individuais, grande parte do vosso geocaching desenvolve-se em conjunto. Sentem-se igualmente confortáveis no jogo de forma individual, ou preferem procurar caches em equipa? 52

Sentimo-nos confortáveis na vertente individual do

geocaching, mas normalmente só o fazemos quando a vida profissional nos impede de o fazermos juntos. É sem dúvida em conjunto que o geocaching para nós faz sentido, e é a forma na qual nos sentimos mais confortáveis. No entanto ambos preferimos manter a nossa conta individual, tanto no geocaching.com como nos fóruns dedicados ao tema. É uma questão de opção, no nosso caso funciona bem, mantendo cada um a sua individualidade. - Já se conheciam antes do Geocaching, ou foi o jogo que os juntou? Costuma-se dizer que o melhor do geocaching são as pessoas que se conhecem, e nós naturalmente

que partilhamos essa opinião. Ambos gostamos de caminhadas, da natureza, das viagens e claro da sensação de descoberta, pelo que foi natural descobrirmos o geocaching; iniciámo-nos no jogo de forma individual, mas os gostos semelhantes acabaram por nos juntar. Conhecemonos num evento não oficial, para os lados da Arrábida, combinado através de um fórum de geocaching, e estamos juntos desde então. - No geocaching têm gostos semelhantes, ou pelo contrário aspirações diferentes e complementares que tentam conciliar no terreno? Temos gostos semelhantes em muitas coisas, e no

geocaching também. Essencialmente gostamos de descobrir locais novos, e de aproveitar o tempo livre para passear. Nisto estamos em plena sintonia. No entanto, as nossas diferenças individuais acabam também por surgir. A Rita tem claramente mais paciência para caches mistério ou para procurar caches mais complicadas, enquanto o Tiago gosta mais de coisas simples, e prefere dar atenção aos locais, a procurar uma agulha num palheiro. - O vosso geo-percurso além fronteiras é invejável! Quais foram os países que, no conjunto da viagem, vos deixaram as experiências mais marcantes?


O geocaching é uma óptima ferramenta para quem gosta de viajar, e nós gostamos de tirar partido disso, tanto dentro como fora de portas. Existem muitos locais, principalmente fora das grandes cidades, que só descobrimos graças ao geocaching. Destacaríamos provavelmente a Noruega, pela sua beleza natural. Estivemos lá em 2010, alugámos um carro e durante nove dias percorremos o país dos fiordes, acampando ao longo do percurso. Nem o tempo chuvoso nos conseguiu estragar a experiência de acordar todos os dias com uma paisagem deslumbrante, rodeados de magníficas montanhas e muitas cascatas. Em termos de geocaching, foi também bastante gratificante graças aos locais que nos deu a conhecer, não só de interesse paisagístico, mas também patrimonial, como por exemplo as Stavkirkes (cuja tradução à letra é igrejas de madeira) (GC1QRZ3) originalmente construídas na idade média; nessa altura chegaram a ser milhares, mas hoje restam menos de 30. Em termos de experiências, especificamente relacionadas com geocaching, talvez seja de destacar uma visita meio ilegal a uma antiga estação militar Americana (GC1QGJ0), perto de Munique, na Alemanha. Visitámos a cache na companhia que uns amigos Alemães, que foram essenciais na tradução pois a cache estava toda em Alemão. Também na Alemanha, numa

noite de fim de ano, ao procurar uma cache de lanterna acesa, fomos abordados pela polícia que corria na nossa direcção, a gritar “Polizei”. Como nenhum de nós fala Alemão, pensámos que a situação só se podia complicar; acabámos por usar a palavra “geocaching” o que resolveu o problema de imediato. Que alívio! Também podemos destacar os contrastes com que nos deparámos na China, nos Emirados Árabes Unidos ou na Bielorrússia, que sem dúvida foram experiências singulares, ainda que o geocaching não tenha muita expressão. No fundo, qualquer viagem se traduz em muitas histórias para contar, e apesar de não ser essencial, o geocaching é sempre um bom companheiro. - Qual foi a melhor cache que encontraram, fora de Portugal? Não é fácil eleger só uma, até porque muitas vezes as caches se completam e acabam por constituir uma experiência global, da cida-

de ou do país que se está a visitar. No entanto há sem dúvida caches a assinalar, como a Preikestolen (GCGGHB), na Noruega. Falamos de uma cache histórica, colocada em 2003, num dos locais mais fantásticos que tivemos oportunidade de visitar. Trata-se de uma falésia com 604 metros, praticamente vertical, com o Lysefjorden como pano de fundo. O topo da falésia é quase plano, quadrado, com cerca de 25x25m. Pela quantidade de gente que visita o local poder-se-ia pensar que fica, mesmo ali ao lado da estrada, mas não é verdade, é necessário caminhada de cerca 2h, por um trilho nem sempre simples, mas cujo pináculo é a chegada ao topo. A visita à The Giant’s Causeway Earthcache (GCPCPX), a famosa calçada do gigante, é também uma visita obrigatória na Irlanda do Norte, afinal todos a conhecemos dos livros da escola. Outra cache que também ficou na nossa memória foi a Europe’s First (GC43), na

Irlanda, pelo seu valor histórico. A primeira cache colocada no velho continente, em 2000. - Na preparação das vossas viagens investem muito no planeamento no que concerne ao Geocaching ou as caches surgem naturalmente na vossa rota, já no local?

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Normalmente não investimos muito no planeamento, levamos a base de dados carregada com as caches das zonas que queremos visitar e a coisa acaba por acontecer naturalmente. A verdade é que num destino citadino, nem sempre se justifica grande planeamento, acabamos por visitar os principais pontos de interesse e as caches nas redondezas. Noutro tipo de destinos, onde temos acesso a um carro, a definição da rota é mais dinâmica, por vezes fazendo desvios em busca de alguma cache que identificámos à priori, ou no decorrer da viagem. Exemplos disso são duas na Escócia, a Along the Moray Firth : Icehouse (GC3CD09), com uma colónia de focas

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residente, ou a Glenfinnan View (GC26517), onde se situa o impressionante viaduto famoso pelos filmes do Harry Potter. - Têm projectos para novas viagens? Que destinos estão no topo da vossa lista, a curto-médio prazo? Sendo dois amantes de viagens, projectos não nos faltam. A Ásia e a América do Sul são destinos que estão no topo da nossa lista, mas as grandes viagens estão reservadas mais para o médio-longo prazo. Para já temos pensados alguns destinos mais próximos, e para os quais é mais fácil encontrar voos baratos, estando o mediterrâneo debaixo de olhos, uma vez que é uma zona para nós pouco conhecida. Muitas vezes as viagens, mais do que um destino e uma data concreta, são uma questão de oportunidade, ou da conjugação de factores, como seja a disponibilidade e as promoções do momento. Cá dentro temos o Norte como prioridade, queremos regressar ao Gerês e a Trás -os-Montes, zonas onde já estivemos mas onde há ainda muito para conhecer. Não está excluído também o regresso aos Açores, se surgir a oportunidade de conhecermos mais alguma Ilha. - Qual é o local mais mítico que gostariam de visitar e que consideram mais inatingível?

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Em termos de destinos nada é inatingível, hoje em dia há muitas formas de

viajar sem gastar muito dinheiro, basta estar atento e disponível para tal. São imensos os lugares que fazem parte do nosso imaginário, como seja o Machu Picchu, as Galápagos, os templos de Angkor, e tantos outros. Se não for em 80 dias, como o Willy Fog, pois que seja em 80 anos, mas lá haveremos de chegar. - Voltando ao Geocaching nacional: ao longo dos anos ambos têm mantido um desempenho muito regular no jogo, e são presença habitual nos lugares cimeiros dos rankings nacionais. Costumam acompanhar as estatísticas ou mantêmse completamente alheios aos números? A presença nos lugares cimeiros não é mais do que a consequência de gostarmos muito do geocaching, e de lhe dedicarmos boa parte do nosso tempo livre, desde há vários anos. Mas não é de todo uma situação à qual demos particular relevo. Essas posições irão

certamente alterar-se, e mais dia menos dia iremos deixar de estar nos lugares cimeiros, uma vez que temos um ritmo próprio, que tem sido relativamente constante ao longo do tempo. Mas claro que de vez em quando espreitamos as estatísticas, por uma questão de curiosidade. - Qual é a vossa principal motivação para continuarem a praticar Geocaching? As nossas motivações são as mesmas de sempre, conhecer novos locais e novas pessoas, desfrutar da natureza, divertimo-nos, ou simplesmente ocupar os tempos livres em busca de alguma cache. Claro que mais de seis anos depois, nem sempre é fácil encontrar locais novos, pelo menos no raio de acção habitual. Há que estar atento, e triar um pouco as caches a procurar, havendo hoje em dia várias ferramentas que ajudam nessa tarefa. Intercalar o geocaching de proximidade com alguns passeios a locais mais

distantes, ou que não conhecemos tão bem, é uma boa forma de manter o interesse na actividade, e é algo que sempre tentámos fazer. - O que é que vos enche mais as medidas: Geocaching de Aventura, Local ou Recipiente? Sem dúvida que o local, mas uma pitada de aventura também é bem-vinda! Damos muito pouca importância ao recipiente. Uma banal caixa de rissóis ou rolo de fotografias, desde que num local interessante, é mais do suficiente para a sensação de satisfação estar garantida. É claro que por vezes, também os recipientes mais elaborados nos arrancam um sorriso. No fundo a variedade complementa-se e é uma mais valia no geocaching. Pelo lado negativo, destacaríamos os recipientes que por vezes se confundem com lixo, ou os esconderijos imundos. - Recentemente completaram a série Lusitani e en-


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traram no restrito círculo de geocachers que conseguiram encontrar todas as caches do projecto! Quanto tempo demoraram a completar esta série e que estratégia seguiram para atingir esse objectivo? Deu-nos bastante prazer completar esta série, uma proeza que nos levou mais de cinco anos a realizar. Encontrámos as primeiras caches pouco depois de serem publicadas, em 2008, mas lembramo-nos perfeitamente de termos pensado que dificilmente iriamos completar a série. No entanto, pela via das dúvidas fomos incluindo as caches Lusitani nos passeios que fomos dando. Até 2010 encontrámos a grande maioria, a partir daí, apesar de restarem apenas cinco caches por encontrar demorámos mais três anos até termos a caderneta preenchida, o que só aconteceu em Outubro de 2013, na Lusitani dos Açores. Tivemos oportunidade de concluir a série já no final

do ano passado. Encontrar a cache final, mais do que completar a série, é sinónimo de muitos passeios, e de como agora conhecemos Portugal muito melhor. - A Badge “Concelhos” também é um simpático objectivo ao qual estão atentos! Divertem-se com estes simbólicos desafios dentro do Geocaching? É um aspecto do jogo que vos motiva particularmente? Trata-se realmente de um desafio simbólico, mas depois de tantos anos a procurar caches é mais uma forma de irmos mantendo a motivação, e ao mesmo tempo cumprindo o objectivo de conhecer novos locais. Foi uma “descoberta” recente, uma vez que só no ano passado começámos a dar atenção a esta badge, mas a partir daí tem sido nosso objectivo, ir pintando o mapa dos concelhos. No fundo o objectivo não é novo, apenas a escala é que mudou; recordamos com satisfação quando completámos o mapa dos distritos.

Quem sabe se um dia não passamos a estar atentos às Freguesias. - Dentro do vosso percurso em Portugal, há alguma cache ou algum local que destaquem como a melhor experiência de sempre? Destacar “A” melhor é muito complicado, mas existem alguns locais que nos ficaram definitivamente marcados na memória. Exemplo disso são a Na Linha do Douro (GC1BRPH) e a sua vizinha La Ruta de Los Túneles - Barca d’Alva (GC1C1W9) (esta já com um pezinho em Espanha), que no conjunto proporcionam uma experiência inolvidável, pela beleza paisagística, desafio físico e sensação de descoberta. A MORIA (GC1EFF5), situada na Madeira, e colocada no interior de um túnel de uma levada, com cerca de 2,5km, que percorremos na íntegra, foi um bom desafio porque grande parte do percurso é feito rumo ao desconhecido, uma vez

que nem uma luz se avista ao fundo do túnel; já para não falar em todo o enquadramento natural onde se situa. Na costa vicentina são inúmeras as caches merecedoras de destaque, tantas que seria injusto nomear uma ou outra. No global é sem dúvida um local propício a geocaching de excelência. Por esse Portugal fora existem muitos sítios de grande beleza, destacamos as Portas de Rodão, e a cache Far away, so close (GCF508), ou outros completamente fora dos roteiros turísticos, como a Os Calvários (GCRR0E), que nos leva a seguir os passos dos antigos contrabandistas, saltitando entre Portugal e Espanha, literalmente por dentro do Rio Chança. Graças à capacidade de mobilização, e muitas vezes ao altruísmo dos geocachers, foram possíveis algumas aventuras que recordamos com imenso agrado, como por exemplo as visitas ao Bugio (GC2E26A) ou à Ilha

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Viajar proporciona-nos sempre o contacto com novas gentes, lugares e culturas do Rato (GCQXDH), locais tão próximos mas que dificilmente visitaríamos se não fosse o geocaching.

os 77 favoritos são também uma boa recompensa pela sua manutenção durante este tempo.

- Vocês têm 21 caches escondidas, com uma média elevada de Favoritos. É importante para vocês a escolha do local quando escondem uma cache?

A Rita tem um carinho especial pelo Vale do Arquitecto (GC18ZPR), é um local muito perto da civilização e ao mesmo tempo completamente isolado, onde se consegue ouvir a água do rio a correr, os passarinhos a cantar e respirar ar bem fresco. É sempre bom lá voltar para um passeio. A cache tem alguns favoritos, e alguns logs bastante elogiosos o que quer dizer que a opinião é partilhada por outras pessoas, o que deixa qualquer owner feliz.

Não sendo exclusivamente “grandes” caches, todas elas estão em locais de que gostamos, e aos quais nos dá sempre prazer regressar. Esse sempre foi o mote que utilizámos na colocação de caches. Ainda que neste caso estejamos a falar dos locais, esta máxima pode ser interpretada de forma mais abrangente, quando se trata de recipiente especial, ou quando a aventura é o prato forte da cache. No fundo somos adeptos de caches que, pelo menos, tentem acrescentar algo. - Dentro dos vossos hides, qual é a menina dos vossos olhos?

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Para o Tiago, será provavelmente A Ponta do Cabo (GC18F1B), situada precisamente na ponta do Cabo Espichel, num local que envolve uma pequena caminhada, e onde se pode apreciar uma vista fantástica sobre o cabo e toda a costa a norte, diferente da que provavelmente a maioria das pessoas conhece. Passados seis anos da sua colocação, continua certamente a destacar-se das muitas que agora existem à volta. Os registos e

- Contudo, desde 2010 que não escondem nenhuma cache nova. Acabaram-se os locais de eleição ou acabou a motivação para esconder caches novas? Deixámos de colocar caches quando sentimos que tínhamos atingido o número aceitável ao qual conseguiríamos dar a manutenção necessária, ainda que nessa altura tivéssemos mais algumas ideias para novas caches. Entretanto o número de caches começou a aumentar exponencialmente, o que nos faz pensar que eventuais caches que coloquemos não irão acrescentar muito. Temos obviamente noção que o geocaching não se faz só de caches de excelência, e há espaço para todo o tipo, sendo que também

encontramos muitas caches banais e ainda não foi por isso que nos fartámos do jogo. No entanto, na vertente de owners, temos optado por não colocar nenhuma nos últimos anos, ainda que não tenha sido propriamente uma decisão irrevogável (e mesmo que fosse, agora até as decisões irrevogáveis se alteram). Esperamos no futuro vir a encontrar um local para partilhar, e que tenhamos as condições e a disponibilidade necessárias para as manutenções.

preferência recai na criação de waymarks, que é a tendência geral dentro da comunidade do waymarking. O desafio é ainda maior quando tentamos preencher a grelha de categorias, criando waymarks no máximo de categorias diferentes.

Foi também pouco depois disso que nos começámos a dedicar ao waymarking, o que acaba por saciar o gosto em partilhar locais.

- Se quisessem convencer alguém a converter-se ao Waymarking, quais seriam os principais argumentos que usariam?

- De facto, o Waymarking também é outra vertente na qual estão especialmente empenhados, paralelamente ao geocaching. O que vos desperta especial interesse no Waymarking e quais são os aspectos que vos entusiasmam nesta actividade?

É também uma actividade que envolve a descoberta de novos locais, e apesar de haver muita gente que se dedica exclusivamente ao waymarking, para quem vai começar, é certamente um bom complemento ao geocaching! Que inclui uma excelente base de dados de pontos de interesse catalogados nas mais diversas temáticas.

O waymarking, o filho pobre da Groundspeak, nasceu depois do fim das locationless e das caches virtuais, tendo mantido alguma da sua essência. No fundo consiste em encontrar e/ou georeferenciar locais ou objectos, enquadrando-os numa vasta lista de categorias, que actualmente são mais de 1000. Tal como no geocaching tem duas vertentes, a visita de waymarks existentes e a criação de novos. A nossa

Estes são os princípios do jogo, e no terreno a consequência é desenvolver-se um olhar muito mais atento a pormenores e características daquilo que observamos, tentando enquadra-los nas categorias existentes.

O interesse de cada categoria pode ser questionado, de acordo com os gostos individuais, mas é questão de identificar as que mais nos aliciam. Para além da componente de enquadrar sítios em categorias, a verdade é que o waymarking modifica a nossa forma de olhar para as coisas.


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Experimentem! - Consideram que o Waymarking e o Geocaching andam de mãos dadas como actividades complementares, ou serão antes modalidades totalmente distintas direccionadas para perfis bem diferentes? São duas formas de dar uso aos aparelhos GPS, que consideramos bastante complementares. É um facto que muitos locais interessantes estão também referenciados com caches, mas o waymarking permite uma visão de pormenor. Muitas vezes descobrimos os sítios por causa do geocaching, mas descobrimos os detalhes por causa do waymarking. - Actualmente dedicam mais tempo ao Waymarking ou ao Geocaching? O geocaching foi sempre a actividade à qual dedicámos mais tempo, principalmente no terreno. O waymarking funciona como hobby paralelo, e é muitas vezes feito

à posteri, com base em fotografias tiradas durante os passeios. Esta é outra característica do waymarking, onde muitas vezes a descoberta dos locais ou da sua história surgem mais tarde. - O que é que falta ao Waymarking para atingir a popularidade do Geocaching? Sentem que o Waymarking teria a ganhar com a massificação? O problema do waymarking é uma pescadinha de rabo na boca. Por um lado, tem falta de investimento da Groundspeak por não ter muitos utilizadores, em comparação com o grande gerador de receitas, o geocaching. Por outro lado, sem grandes melhorias ao nível do site, e do desenvolvimento dos modos de interacção com o utilizador, como por exemplo aplicações para smartphones, dificilmente se tornará um jogo de massas. - Costumam planificar as vossas viagens em função do Waymarking, seja por-

que querem visitar determinado Waymark, ou para fotografar algum local onde gostariam de criar um? Não temos por hábito registar visitas a waymarks, e é muito raro visitarmos algum propositadamente. No entanto lembramo-nos de visitar um em Paris, da categoria Movie locations; trata-se do Cafe des deux Moulins, “Amelie” (WM37P8), onde foi filmado o filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Dificilmente visitaríamos o local se não fosse este waymark. Visitar locais com o objectivo de aí criar um waymark é mais frequente, principalmente para conseguir alguma categoria mais rara. A lista de categorias é vasta, e há muitas que são mais comuns de encontrar ou até mesmo exclusivas de certos países. - Dentro do Waymarking há alguma categoria mais complicada que vos tenha dado particular prazer criar um Waymark?

Encontrar locais que se enquadrem em algumas categorias mais complicadas pode realmente ser um desafio, que muitas vezes acontece por acaso. Recentemente ao visitar uma cache, reparámos no texto de uma placa na fachada da igreja, que encaixou perfeitamente numa categoria improvável de encontrar em Portugal, dedicada a memoriais da Guerra do Vietname (WMJYZZ). Outro exemplo a referir, foi uma estátua do Abraham Lincoln que descobrimos por acaso num cemitério de Edimburgo, que acabou por se revelar o único monumento de homenagem à Guerra Civil Americana conhecido fora dos EUA (WMF5Q0). À Rita deu particular satisfação criar waymarks nas categorias Shoe Trees (WMBF9M) e Carnivorous Plant Localities (WMAWPA) que o Tiago ainda não tem na lista. - Existe alguma categoria fétiche que prossigam sem sucesso?

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Não é bem uma categoria fetiche, mas já por duas vezes o Tiago encontrou um Peace Pole (uma vez em Glasgow, outra na Lagoa das Sete Cidades), para verificar à posteriori que já alguém tinha criado esses waymarks. Os Peace Poles são pouco comuns, e consistem em postes/monumentos erigidos um pouco por todo o mundo, como um símbolo internacional de paz, e com a mensagem “Que a paz prevaleça no mundo” escrita em várias línguas, nas várias faces.  - Qual o Waymark que mais orgulho vos deu criar? Criar um waymark numa categoria complicada dá sempre alguma satisfação, mas existe um, não só por pertencer a categoria pouco comum, mas também por ter sido o primeiro waymark criado nesse país. Falamos do Cemitério Militar de

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Minsk (WMJ0DH), na Bielorrússia, criado pelo Tiago na categoria Veteran Cemeteries. A Rita tem bastante satisfação em conseguir alguma categoria que o Tiago ainda não tenha, só para fazer pirraça. - Voltando ao Geocaching, como vêm a massificação da actividade? Essa massificação de alguma forma alterou a vossa forma de praticar Geocaching? Com toda a divulgação e a democratização dos smartphones, era algo inevitável de acontecer, ao qual temos de nos adaptar e aprender a lidar com o excesso de caches em certas zonas. No fundo obriga a planear um pouco melhor os passeios, fazendo por incluir na rota, caches à partida, com maior potencial. - Quais são as vossas Geo -resoluções para 2014?

Não temos por hábito definir geo-resoluções muito concretas, mas acabamos por ter algumas linhas orientadoras. Para este ano, pretendemos focarnos na visita a caches em novos concelhos e algumas mais antigas que nos faltam encontrar, por exemplo as da badge GC6. Está também nos nossos objectivos encontrar caches em 2 ou 3 países novos. - Um grande objectivo, um projecto ou um sonho no Geocaching que ainda não conseguiram alcançar? Uma cache que gostávamos bastante de encontrar, e que ainda não surgiu oportunidade, é a Fenda da Calcedónia (GCGZCK), a qual está nos nossos objectivos deste ano. Um local que fazia parte dos nossos objectivos quando estivemos na Noruega, e que não conseguimos visitar devido

à chuva torrencial é a Kjeragbolten (GC1C6FR), a famosa rocha presa numa fenda a 984 metros de altura, também com o Lysefjorden como cenário. Gostávamos de um dia regressar e fazer a caminhada até lá. - Última mensagem para os leitores da GeoMagazine. Começamos por agradecer este bocadinho e desejar o maior sucesso para o projecto da GeoMagazine. Aos leitores, esperamos encontrá-los por aí em busca de alguma cache, enquanto isso continuem a divertirse, a descobrir novos locais e desfrutar do geocaching. Até já!

Flora Cardoso - Lusitana Paixão Gustavo Vidal - Prodrive


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Geocoins Portuguesas

Portugal 2009 – Descobrimento Depois de interrompida a série temporal de artigos acerca das Geocoins portuguesas, por força da Geocoin PT 2013, que fazia todo o sentido explorar no próprio ano, voltamos nesta edição da GeoMagazine a explorar a ordem cronológica destes metais que tanto fascinam os geocachers. Em 2009, como desde 2006, Portugal não quis deixar de marcar presença no geocaching, cunhando a sua própria geocoin. Mas, desde os primeiros esboços até ao produto final, há 62

sempre uma estória para contar. Fiquem connosco nos próximos parágrafos, em que prometemos uma autêntica viagem no tempo

que o projeto arrancou apenas a 22 de Novembro de 2009. Demasiado tarde para que a geocoin estivesse em circulação no mes-

para uns, ou simplesmente uma série de curiosidades para outros, neste que poderia ser o “making of” da Geocoin Portugal 2013.

mo ano. E assumido, desde logo, pelo mentor do projeto, o Kelux, que, no tópico do Geocaching@PT aberto para o tema, expôs como timing desejável para entrega o primeiro semestre de 2010.

A geocoin portuguesa 2009 veio a tornar-se num caso semelhante ao da do ano passado. Afinal de contas, a estória de ambas termina “no futuro”, O futuro desta foi em 2010. Na verdade, foi quase toda a estória da geocoin, dado

Face a esta data vaga, uma onda de geocachers sugeriu que se avançasse para 2010 sem produção de 2009. Ficaria, assim, 2009, o ano das 5000 caches ati-

vas em Portugal, sem um marco físico. Muito cedo se abandonou a ideia de “saltar” o ano, e no dia seguinte ao da abertura do tópico já os primeiros esboços estavam on-line. Um verdadeiro sprint. Os temas foram aparecendo: caravelas, descobrimentos, mapas, calçada portuguesa, o galo de Barcelos, o elétrico… Era tal a panóplia de símbolos em cima da mesa ao cabo de apenas alguns dias que o difícil, antevia-se, seria escolher. Após bastante debate, a 29


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GEO MAG. de ideias, já decorria 2010. Era, então, hora de votar. Apresentadas as propostas finais, as urnas fecharam no final de Fevereiro de 2010. Duas propostas recolheram quase 80% dos votos. Uma mais tradicional, redonda, com o mapa e a rosa-dos-ventos, recolheu para si 35% dos votos, mas 41%, isso mesmo, 41% dos geocachers que votaram preferiram a proposta seis, da autoria do Maxado. Camões, Lusíadas, viagem à Índia. Toda uma odisseia que, ainda hoje, tantos séculos volvidos, dá forma

Nome: Geocoin Portugal 2009

àquilo que é a identidade

Data: Setembro 2010

do povo português.

os

Sem grandes alaridos, houve ainda tempo para, com o auxílio do FTomar, que pas-

de Novembro de 2009, o Maxado surgiu com algo diferente: Camões. Um mapa com o traçado d’Os Lusíadas, A primeira estrofe do mais célebre poema português. Soou bem, romântico, nacionalista, e isso era meio caminho andado. Claro que não há bela sem senão, e um experiente Kelux cedo encontrou no

Dados da geocoin

Conceção: Maxado e FTomar Arte: Maxado Formato: rectangular

sava assim a integrar o pro-

Dimensões: 6,5cm x 5,00cm com 3,5mm de

jeto da Geocoin PT 2009, se

espessura

abrir um tópico para melhoramentos. Uma das questões mais debatidas prendia-se com

Versões e acabamentos: Antique Silver (RE), Black Nickel + Antique Silver (LE), 4 cores Quantidades: 300 (240 RE + 60 LE)

a qualidade dos detalhes

Icon próprio: Sim

em texto e mapas no metal.

Produção: Direct Mint

Outra questão a debate era a própria figura de Camões.

Supervisão: acasim

Enamel? Relevo? Que cores usar? Tantas perguntas… Tantas respostas em falta… Até que, a meio de Março, o Maxado apareceu com o

desenho alguns pontos a

primeiro artwork. Desagra-

melhorar.

dava, e havia mais trabalho

Após uma calorosa e sau-

a fazer.

dável discussão entre os

Vários contactos volvidos,

dois, e outras que foram

tudo parecia bem encami-

surgindo, lá se fechou o

nhado para um projeto de

tópico para apresentação

sucesso, e no final de Mar63


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

ço esgota-se o tempo para

Para a produção da Geo-

de transferência, acaba-

demos encontrar o traçado

aprimoramentos.

coin, a escolha acabou por

riam por ficar ligeiramente

da viagem em que Camões

recair na Direct Mint. Uma

mais caras que o inicial-

acompanhou

geocoin com tantos deta-

mente previsto. As 300

Gama, e que relataria no

lhes teria que ser bem en-

coins produzidas voaram,

Nova votação, mais algum

tregue, e o resultado final

tendo sido um autêntico

seu livro. Acima do mapa,

debate e saudável troca de

superou todas as expeta-

sucesso.

ideias, e o níquel a ganhar.

tivas. Atrasada, já no se-

Contudo, mais à frente, e

gundo semestre de 2010,

Próximo

passo:

escolha

dos metais.

após troca de ideias, o níquel seria usado para uma

de 2009 fez furor, mesmo

densas geocoins produzidas em Portugal, esta

da

a inscrição “Portugal 2009” e, em baixo, a referência ao geocaching “Por caches à beira-mar plantadas”. No mapa encontram-se assi-

moeda apresenta, na face,

naladas as principais datas

a figura de Camões, em re-

e efemérides do caminho

levo, à frente de um perga-

para a Índia, num verda-

minho contendo a primeira

deiro documento histórico

estrofe d’Os Lusíadas, com

incorporado numa moeda

as letras, também elas, em

que não seria apenas isso.

relevo. Ao canto, uma ro-

Esta seria, sem dúvida, a

sa-dos-ventos representa

moeda que representaria

A edição, concluída em

a paixão portuguesa pelos

Setembro de 2010 com a

Descobrimentos. Nas la-

Portugal perante a comu-

chegada das moedas e dis-

terais, o tracking code e o

tribuição por parte do Ma-

obrigatório “Trackable at

xado, não ficaria concluída

geocaching.com”. No verso

Maxado neste âmbito não

sem uma nova peripécia.

da moeda retangular, um

deixava margem para dúvi-

Desta feita, devido a flu-

mapa de África, Península

das nem para debate.

tuações cambiais e custos

Arábica e Índia, onde po-

edição limitada. Bem, mas mesmo bem na edição regular, ao que parecia, ficava a prata. E assim foi. Após tantos debates, e como faltava um ícone, ainda se colocou na mesa mais esta questão. A falta de concorrência que aqui se fez sentir só podia refletir uma coisa: o trabalho do

64

mas a geocoin portuguesa

Uma das mais icónicas e

Vasco

junto do autor, o que nem sempre é fácil. É sabido que a arte gráfica, depois de transposta para o metal, muitas vezes defrauda expetativas. Não foi o caso, ainda que fosse expetável.

nidade geocacher, durante alguns bons meses. Um projeto vencedor, desde o primeiro momento. João Malheiro - Pintelho


FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

GEO MAG.

65


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

Guia Iniciação

O que é o waymarking por T Explicar o que é o Waymarking? Já passei por isto umas quantas vezes e a partir de determinado momento apurei um guião que segue assim: “Estás a ver as Páginas Amarelas? Uma lista de negócios organizada por categorias? Pronto, o Waymarking é isso, só que em vez de negócios, trata de pontos de interesse”. E agora é que a porca torce o rabo, porque definido o jogo por alto, torna-se necessário passar a coisas um pouco mais complexas. As waymarks são criadas pelos jogadores, e inseridas em categorias adequadas. Estas categorias são também da autoria dos jogadores, ganhando o jogo um toque democrático. Quando alguém sente que existe um tema ainda não representado e que poderá ter interesse, poderá criar um projecto de categoria e levá-lo a votos. Se obtiver uma maioria confortável, será incluida no rol de cate66

gorias existentes. Estas são já mais de mil e estão divididas por grandes temas: animais, edíficios, negócios, cultura, lazer, história, medidas (por exemplo, marcos geodésicos), monumentos, natureza, singularidades, recreio, sinais, estruturas, tecnologia e diversas. Algumas são bizarras, como a Zippy the Pinhead Locations, enquanto outras são perfeitamente expectáveis (igrejas, mesquitas, estações de comboio). Existem categorias que envolvem o jogador numa tarefa. Por exemplo, na Pictures Now and Then, há que encontrar uma foto antiga de um local, e publicá-la juntamente com uma imagem recente e a respectiva história. E há as comerciais, que nos remetem de forma mais directa para aquilo que são umas páginas amarelas (restaurantes de sushi, farmácias, livrarias, etc). Mas esta criação democrática das categorias tem as

suas consequências. Uma, é que ao longo dos anos as tendências de voto foramse alterando. Existe uma longa lista de categorias comerciais, mas actualmente a comunidade dificilmente aprovará algo que vá nessa linha. Por outro lado, nos primeiros tempos do Waymarking existiu um certo caos. Tudo era novo e foram cometidos erros. Foram aceites categorias que nunca o deveriam ter sido e que hoje não teriam hipótese. Era um mundo dominado pelos norte-americanos. Se hoje é algo complicado fazer passar uma categoria que se auto-limite a um país, naqueles primórdios aprovaram-se centenas de categorias para as quais apenas podem ser encontrados waymarks nos EUA. A maioria dos conflictos e das zangas com o jogo ocorrem no processo de submissão de novas waymarks. Ao contrário do que sucede no Geocaching não existem

elementos associados à Groundspeak para desempenhar esta tarefa. São os criadores das categorias e a equipa que formaram que têm a responsabilidade de aprovar a publicação de novas entradas. Ora isto coloca um par de problemas: o primeiro é que existem categorias com condições de aprovação bastante apertadas e alguns elementos têm atitudes na aprovação algo tirânicas. O segundo é que existem categorias ao abandono; sem ninguém a geri-las de forma efectiva podem-se passar semanas ou meses até se obter uma reacção. Sobre estes problemas, dou um conselho aos iniciados: não esquecam que as injustiças que possam vir a sofrer são da responsabilidade de um ou de outro jogador e estão ligados a uma categoria específica. Se querem mandar a toalha ao tapete, façamno apenas nessa categoria e sigam com o vosso Waymarking para a frente.


mero passatempo que lhes

miné algarvia lindissima,

Existe por vezes a tentação

leva uns minutos por sema-

mesmo a pedir para ir para a

de se comparar o Waymar-

na. Há até os que vão crian-

categoria Unique Chimneys.

king com o Geocaching. Não

do as waymarks para sua

Poderia continuar, mas creio

se deve! Não são activida-

própria consulta posterior:

que já passei a ideia. Practi-

des concorrentes mas sim

os seus restaurantes favoritos, as praias onde gostam de ir, o estádio do seu clube, enfim, uma geo-referência-

Torgut Tal como no Geocaching, no Waymarking há diversas formas de jogar. Há elementos que só têm interesse em criar waymarks. E, digo-vos, existe um prazer por descobrir à espera de quem nunca experimentou criar um waymark. Arranjar os vários blocos de texto, adicionar imagens, prever a ficha tal como a comunidade a verá e enviar o “pacote” para aprovação é um momento

agradável,

culminado

pelo e-mail mágico: “a sua waymark foi aprovada”. Uns, concentram-se nas suas categorias favoritas, outros vão tentando criar pelo menos uma waymark

ção pessoal. Um dos grandes atractivos do Waymarking é o treino do

car Waymarking é absorver o mundo que nos rodeia de forma activa e didáctica. Porque depois, tiradas as imagens que precisamos para prosseguir com a nossa criação, há que fazer uma

poder de observação. Assim

investigação mais ou menos

como o Geocaching oferece

sumária. E as coisas que já

aos practicantes uma nova

aprendi a criar waymarks!

noção do espaço e da dis-

Aspectos curiosos sobre lo-

tância, este jogo estimula

cais tantas vezes visitados,

o apetite pela observação

histórias menos conheci-

do mundo que nos rodeia.

das, detalhes quase secre-

Um jogador experiente aca-

tos.

ba por memorizar grande parte das mil e tal categorias existentes, e quando se move, quando viaja, quando anda pelas ruas da sua cidade, olha em redor com outros olhos. Quando visita uma igreja, repara numa série de coisas, candidatas a waymarks em categorias distintas. O cruzeiro, é uma Christian Cross; a igreja, claro, é uma Catholic Church, e pode até ter enquadramento numa categoria onde exista sobreposição (por exemplo, de igrejas

Existem contudo problemas

complementares. Uma e outra têm vantagens e desvantagens. Em Waymarking não se vai à procura de uma caixinha, logo, não existe um desafio. A ideia é ver algo e aprender um pouco sobre o local. E esta simplicidade, segundo a minha experiência, é um dos factores que contribuiu para o sucesso muito limitado do jogo. Mas tem as suas vantagens. Uma delas é que não havendo necessidade de manutenção, as waymarks podem ser criadas em viagem,

sérios no Waymarking. Diria

podendo constituir-se um

que o mais grave é o resul-

belo espólio em regiões me-

tado de todos os outros: as

nos habitadas e países mais

pessoas não aderiram. E por

complicados.

causa disso criou-se um ciclo vicioso. Sem uma massa crítica a Groundspeak não investe no desenvolvimento do jogo, e sem uma aposta em melhorias torna-se dificil agarrar novos practicantes. A escassez de jogadores é desmotivante para alguns que criaram waymarks esperando “visi-

Enfim, o Waymarking teve quase tudo para ser um enorme sucesso. Foi apresentado pela Groundspeak como um novo reino onde as antigas caches virtuais, banidas sem efeitos retroactivos das terras do Geocaching, se podiam reagrupar e renascer de forma perfeita. Falava-se, nada

tas” que nunca chegam. O

mais nada menos, do mun-

interface, na minha opinião,

do no GPS. Uma directoria

é agradável mas carece de

cósmica de pontos de in-

funcionalidades que hoje se

teresse à escala planetária.

especificidade se enquadre

tornaram indispensáveis. A

Mas não agarrou. Talvez

também numa categoria

mais evidente será a impos-

com a tua ajuda...

específica, por exemplo, a

sibilidade de puxar uma co-

Há pessoal que leva este

de pessoas que viveram

lecção de waymarks, como

hobby muito a sério, en-

mais de 100 anos. E a casa

sucede com as pocket que-

quanto para outros é um

defronte, que tem uma cha-

ries do Geocaching.

em cada categoria, numa postura colecionista. Há jogadores envolvidos na administração de categorias, enquanto outros não querem gastar tempo com isso.

medievais); há o cemitério que dá por si uma waymark; e as gárgulas. Pode haver uma campa que pela sua

FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

GEO MAG.

Ricardo Ribeiro -Torgut 67


GEO MAG.

Guia Waymarking

Tudo o que precisam saber Por Pedro Salazar (Razalas)

68

Para quem não conhece, o Waymarking é uma forma de catalogar e dar a conhecer locais relevantes em todo o mundo. Tal como no Geocaching recorre-se a um receptor GPS para referenciar os locais, mas a diferença está no facto de não existir uma cache física/ container para encontrar, mas apenas um local de interesse. Surgiu em 2005 quando a Groundspeak decidiu transformar os tipos de cache locationless, virtual e webcam num novo jogo.

te interessante e que vale a pena visitar. Sendo assim, o primeiro passo é recolher as coordenadas do local e tirar muitas fotos, pois apesar de não se conhecer à priori o que a categoria em causa diz em relação ao número e tipo de fotos, estas são sempre bem recebidas pelos officers (revisores) das categorias. No mínimo duas fotos são exigidas na maioria das categorias e se houver alguma placa identificativa ou informativa é aconselhável tirar também uma foto à mesma.

A vontade de criar uma waymark pode surgir durante um passeio, enquanto se procura uma geocache ou simplesmente quando conhecemos algo realmen-

Já em casa, o passo seguinte é escolher em que categoria vamos criar a waymark. Uma categoria consiste num grupo de waymarks que têm algo em comum.

Quando uma categoria é criada, o grupo de officers define as características que devem estar presentes nas waymarks dessa categoria, e cabe aos utilizadores em geral ir apresentando novas waymarks, de forma a que a categoria vá crescendo. Este pode ser um passo confuso, pois existem 1072 categorias, além de o site não estar muito bem estruturado. Para algumas waymarks é fácil, apenas pelo nome da categoria conseguimos descobrir em qual se encaixa melhor, como exemplo se for um castelo a categoria mais indicada será a “Castles”, quando apenas o nome da categoria não chega temos então de ler a descrição da categoria

para saber se a waymark se encaixa nos requisitos da categoria. Depois de escolhida a categoria está na hora de preencher a informação. Começando pelo nome, que na grande maioria das categorias deverá ter a seguinte estrutura “Nome da waymark - Cidade, País” e de seguida terá de preencher as coordenadas, e seleccionar o país e estado/ distrito. Em seguida, aparece o campo da descrição e da descrição detalhada. A descrição é bastante simples, tratando-se de um pequeno resumo do que trata a Waymark e é obrigatória em todas as categorias. Já o conteúdo da descrição


GEO MAG.

detalhada varia consoante a categoria: algumas especificam exatamente o que devemos descrever, enquanto que em outras a descrição é livre, podendo mesmo não ser obrigatória. Deve-se por isso ler sempre os requisitos de cada categoria. Ambas as descrições devem ser escritas em inglês podendo ser complementadas com uma segunda língua. De forma a clarificar de que se trata a Descrição detalhada, podemos tomar como exemplo a categoria “People-Named Places” na qual é exigido que se descreva separadamente o local e a pessoa que lhe deu nome. Nunca é demais relembrar que caso se citem informações de outros locais, deve-

se mencionar sempre a devida fonte. Por último, temos as variáveis, que são pequenos dados relativos à waymark, e tal com a descrição detalhada podem não existir. No caso de existirem podem ou não ser de preenchimento obrigatório. Exemplificando com a categoria mencionada anteriormente “PeopleNamed Places”, esta tem quatro variáveis: year it was dedicated, Location of Coordinates, Type of place/structure you are waymarking e Related Web address, sendo que as três primeiras são de preenchimento obrigatório e a última é de preenchimento facultativo. Após estes passos, a waymark deve ser subme-

tida para aprovação pelos officers da categoria e após aprovação estará pronta para ser visitada. Em forma de conclusão, uma boa waymark deve ter algo de real interesse e apesar de alguns dos aspectos na criação de uma waymark serem facultativos, na minha opinião o seu conteúdo deverá ser o mais completo possível, de forma a explicar o valor da waymark e de facto justificar uma visita ao local. Agora, se quiserem ir ainda mais longe no mundo do Waymarking poderão sempre aventurar-se na criação de uma categoria. A criação de uma nova categoria envolve vários pontos,

sendo que o inicial é criar um grupo. Contudo, nem todos podem criar um grupo. Estão apenas habilitados para tal, os Premium Members. Aquando da criação do grupo atribui-se-lhe um nome e uma pequena descrição para que todos saibam qual o seu objectivo. Depois de criado o grupo pode-se mantê-lo fechado (os outros waymarkers só se podem juntar a ele por convite) ou aberto (todos os waymarkers se podem juntar a ele). De referir que de uma forma ou de outra, apenas os Premium Members se podem juntar aos grupos. Os membros de um grupo são divididos em três tipos, o leader que como o nome indica é quem lidera o gru-

69


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

po, depois temos os officers

e gestão de uma categoria,

avaliar e aprovar/recusar as

os waymarkers precipita-

que ajudam na revisão dos

para além do leader são exi-

waymarks dentro do prazo

rem-se e não lerem a des-

waymarks e por fim te-

gidos no mínimo mais dois

de 72 horas (apesar de este

crição e requisitos das ca-

mos os regular members

officers.

prazo não ser obrigatório)

tegorias, acabando por não

que são waymarkers que

O último passo na criação

e no caso de recusar uma

os cumprir. Recomenda-se

waymark, explicar os mo-

portanto que leiam sempre

tivos e se possível orientar

atentamente toda a infor-

o Waymarker, para que ela

mação da categoria para

venha a ser aprovada.

uma aprovação sem proble-

se juntaram ao grupo por acharem interessante a categoria que o grupo gere e querem ajudar, mas estes só podem aprovar waymar-

-la para aprovação. Esta é feita pela comunidade de Waymarkers,

consistindo

num processo de votação

Caso um officer tenha dúvi-

ks se o leaders os promove-

que dura três dias e para

das acerca de uma waymark

rem a officers.

que seja bem-sucedida pre-

pode sempre colocar a mes-

Tendo sido o grupo cria-

cisa de uma aprovação de

ma a votos pelos outros

do, pode-se agora passar

dois terços dos votantes.

officers da categoria. Esta

para a criação da categoria

70

de uma categoria é enviá

Se a categoria for aprovada,

votação dura também três dias e a wayamrk é aprova-

propriamente dita, na qual

começam quase de imedia-

tem que se definir objecti-

to a serem submetidas para

vamente as características

revisão, novas waymarks.

e atributos que a waymark

A partir deste momento os

tem que possuir para po-

officers têm duas funções

der fazer parte desta cate-

principais: aprovar apenas

Fica então evidente que

goria. É nesta etapa que é

as waymarks que se enqua-

não é nada difícil ter uma

definida a existência e obri-

dram na categoria e garan-

waymark aprovada. O prin-

gatoriedade da descrição

tir que estas cumpram de

cipal motivo que leva as

detalhada e variáveis. É de

facto todos os requisitos

waymarks serem recusadas

salientar que para a criação

da mesma. O revisor deve

é o facto de muitas vezes

da se tiver 50% ou mais de votos positivos (ocorrendo

mas e claro, para tornarem o trabalho do revisor menos árduo. Fotos: Waymark - Casa de Serralves - Porto, Portugal Waymark - Casa Milà - “Sunday Strip” - Barcelona, Spain

empate, prevalece sempre

Waymark - Casa de Camilo

a aprovação).

Castelo Branco - V. N. Famalicão

Pedro Salazar - Razalas


GEO MAG.

71


Vista sobre o golfo PĂŠrsico


ALÉM FRONTEIRAS Kuwait - Pelo golfo pérsico Por Hulkman


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

O nome Kuwait tem origem do árabe “akwat”, o plural de “Kout”, que significa “fortaleza construída perto da água”. Historicamente, a região era conhecida como Characene, um grande porto do Império Parta e importante ponto de comércio entre a Índia e a Mesopotâmia. No século XIX, o Kuwait estava sob a influência do Império Otomano e depois da Primeira Guerra Mundial, emergiu como um xecado independente sob a protecção do Império Britânico. A descoberta dos grandes campos de petróleo ocorreu na década de 1930, mas foi após 1961, depois do Kuwait ter conquistado a independência do Reino Unido, que a indústria de petróleo do país registou um crescimento económico sem precedentes. Em 1990, o Kuwait foi invadido e anexado pelo vizinho Iraque. Os sete meses de ocupação

74

Museu de ciência

iraquiana chegaram ao fim

Seguem alguns exemplos

depois de uma intervenção

que tive a oportunidade de

militar direta por parte das

visitar nas minhas visitas

forças liderada pelos Esta-

ao Kuwait.

dos Unidos. Hoje é o país com a quinta maior reserva de petróleo do mundo e o ouro negro representa hoje em dia cerca de 95% das receitas de exportação do país. O Kuwait é um país em que o geocaching ainda não entrou em força e o número de caches é ainda muito reduzido. À data deste artigo, o número total de caches é apenas 94. Para complicar ainda mais a “vida” ao geocacher comum, uma considerável parte das caches estão em bases militares americanas que ainda se encontram no país desde a última guerra do Golfo, e que requerem autorização para visitar. Mesmo assim,

GC1C8JT - The Scientific Kuwaiti Uma cache que nos leva a um “Science Centre” com IMAX e outras tecnologias engraçadas.

Mostra-nos

também uma parte do que é a história bem recente do Kuwait. Antes da importância que o petróleo veio a ter, o Kuwait era um país em que uma das principais actividades era a recolha de pérolas de ostras do golfo Pérsico (ou Arábico como preferem chamar na região). A cache, apesar de estar marcada como mistério é uma multi-cache em que temos que fazer umas contas para chegar ao con-

Uma nano em mais um espaço à beira mar. Um local onde podemos beber um café, apreciar a paisagem ou quem sabe comer um kebab. GC1F17Y - Youm Al-Bahhar Youm Al-Bahhar significa literalmente o dia do marinheiro. A cache encontra-se num espaço criado como homenagem aos antigos marinheiros. Conta com lojas típicas, e um pequeno parque de diversões para as crianças. GC1DNVN - Q8 Rockies Localizada numa praia, num espaço que conta com um belíssimo restaurante japonês, este icónico edíficio faz lembrar as velas de um barco. Um simpático espaço para passear numa noite quente.

tainer.

ainda sobram algumas ca-

GC1ZCN9 - Nano @ The

ches para matar o vício!

Gates

João Baptista - Hulkman


GEO MAG.

Hotel e Centro Comercial Ghani Palace

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GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

Passatempo Geopt

Uma aventura, 1000 palavra O Geopt organizou um passatempo subordinado ao tema “Uma aventura, 1000 palavras”. Cada participante foi convidado a partilhar uma aventura de geocaching num artigo de tema livre. O artigo poderia relatar um passeio a solo ou em grupo, a participação num Evento de geocaching, a visita a um monumento, uma caminhada, um passeio de BTT, as últimas férias de verão, ou qualquer outra experiência desde que envolvesse a visita a pelo menos uma geocache. O vencedor, para além de um voucher de estadia de uma noite para duas pessoas no GZHostel do Porto, veria o seu texto publicado na GeoMagazine. Aqui fica 76

o texto vencedor: “No topo de Portugal” por Luís Serpa Quem é que pode dizer que já esteve no topo de Portugal? Eu posso, e já lá estive três vezes! Mas apenas numa dessas viagens é que eu fazia esta atividade que nos leva aos mais variados lugares, o Geocaching. Esta aventura ocorreu no Verão, enquanto estava de férias na minha ilha natal, o Faial. Fui desafiado por um casal amigo da ilha Terceira, para enfrentar um dos maiores colossos do país, o Pico. Rapidamente abracei a ideia e combinou-se um dia para isso, partiríamos cedo, de forma a garantir que dormiria na minha cama.

Estava traçado o nosso destino e com o passar dos dias o êxtase ia aumentando, parecia uma criança pequena à espera do Natal. Todavia, esta excitação não era só por escalar o Pico, mas também pelo facto de aliar esta magnífica caminhada, a três caches existentes pelo caminho, que claramente estavam na lista a se fazer, sendo uma delas a lendária “Atlantis [Pico]”. Chegado o dia D, estava na altura de subir este gigante, porém mal acordei tive logo uma desilusão, pois apesar de estarmos no mês de Agosto, o céu estava muito nublado, e caía uma chuva ténue, sendo forte a possibilidade de haver um

dilúvio. Com estas condicionantes, comecei a perder o ânimo, pensando que esta epopeia teria que ser adiada. Lá fiz um telefonema aos meus amigos, que confirmaram que não seriam demovidos pelo clima e que hoje a montanha seria conquistada. Com esse espírito, embarquei na aventura e meti-me a caminho da ilha do Pico, usando os cruzeiros que ligam diariamente as duas ilhas, estava a atravessar o Rubicon, ou melhor, o canal Faial-Pico, não havia volta a dar! Chegando à ilha vizinha, recorri aos serviços de um táxi para me deslocar até à Casa da Montanha, ponto inicial desta aventura e onde me encontraria com


pera os restantes colegas. Fez-se um breve briefing na mesma edificação, e começou-se esta história, mas esperem, primeiro havia algo a fazer, a cache “Casa da Montanha”. Não demorou muito a aparecer, uma cache que presta uma boa homenagem aqueles que preservam a segurança dos mais aventureiros.

as a restante equipa. Porém, à medida que me embrenhava na altitude, o nevoeiro aumentava, fazendo crescer o meu desânimo, até que algo inesperado aconteceu, como se tivesse atravessado um portal para outro mundo, Sol. Tinha passado o nível das nuvens, e o céu estava completamente azul, revelando a montanha que se erguia à minha frente, bem como todos aqueles campos lindíssimos característicos dos Açores e que deixam qualquer um de boca aberta ao presenciar tamanha beleza. Fantástico, agora sim, tudo indicava que tínhamos de subir hoje ao topo de Portugal. Ao chegar à Casa da Montanha, estavam à minha es-

Após esta pequena paragem, prosseguimos caminho, sempre com muitos risos e grande espírito de camaradagem, contemplando as maravilhas da natureza e a vegetação luxuriante daquele espaço. Todavia, a facilidade que o início apresenta é de curta duração e os obstáculos foram surgindo. Não conseguíamos ver o topo da montanha e tínhamos 45 marcos para passar, marcos esses que servem para nos guiar até ao nosso destino. Ao 16º a rapariga do grupo já se queixava, achando que não conseguiria chegar ao cume, mas como somos unidos, fomos sempre incentivando-a e dando forças para continuar, fazendo muitas paragens, ora para descansar e comer um petisco, ora para apreciar as vistas e tirar algumas fotografias às nossas figuras. A escalada da montanha do Pico tem uma característica muito peculiar. É um percurso feito, diariamente, por muitas pessoas, por isso, encontram-se muitos caminhantes de várias nacionalidades e em cada encontro trocam-se dois dedos de

conversa entre grupos enaltecendo a união entre países, adoro isso, não é só o futebol que une as pessoas, existem muitos pormenores que transmitem o mesmo espírito e este é um deles, tornando este percurso ainda mais sublime. Fomos avançando pouco a pouco, a vegetação ia mudando, até ser praticamente inexistente neste lugar inóspito, tendo sempre o Sol a olhar para nós, enquanto nas altitudes mais baixas existia uma neblina terrorífica. A certa altura atingimos o marco 45, parámos, estávamos perante a cratera que existe no topo, uma paisagem surreal, e bem lá no meio o chamado piquinho, o ponto mais alto do país. É naquela cratera, com muitas grutas e abrigos feitos com pedras idílicos para proteger dos ventos frios que assolam aquele Golias, que as pessoas acampam e passam a noite, à espera de verem o nascer do Sol do topo do país. Nesta cratera fez-se uma pequena paragem, fiz uma milestone, a minha primeira earthcache “Pico’s”. Depois de ter as respostas, retomámos a nossa caminhada, mas não pensem que foi fácil, pois faltando apenas 100 metros, em altitude, aqui o terreno complica bastante, percorremo-lo em marcha lenta e, muitas vezes, usando os quatro membros para completar tal tarefa. Compensou? Sim! E muito! Estávamos no topo de Portugal, estávamos mais altos

do que todas as pessoas no país. É algo indizível, olhar para todo o percurso feito, todos os obstáculos, todas as pessoas conhecidas e agora estar no topo deste marco, faz pôr tudo em perspetiva e ver que todo o grupo chegou ao topo é memorável, como diz o ditado “a união faz a força”.

FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

GEO MAG.

Tivemos pena de uma coisa, devido à condições atmosféricas que se faziam sentir nas baixas altitudes tornou-se impossível ver as restantes ilhas do arquipélago, levando a que combinássemos, que voltaríamos lá acima, e dessa vez então contemplar o que nos é oferecido do tal Monte Olimpo. Mas, esperem, falta uma coisa muito importante, a lenda, “Atlantis [Pico]”. Rapidamente apareceu, e esta foi um dos meus melhores marcos. Uma cache com muita história, já muito antiga e que merece ser preservada. Estava na altura de regressar, pois o tempo começava a ficar serôdio e não queríamos descer de noite. Deixando esta fantástica maravilha para trás, uma coisa não deixámos, a memória daquele dia que ficará para sempre gravado na nossa memória e nunca esqueceremos o fantástico tempo que passámos juntos na realização desta aventura.

Luis Serpa - luis serpa

77


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

Além Fronteiras

Paris O Geocahing tem destas

precipitação iria fazer das

tória, situado no centro de

de la concorde (GC1MN5Y),

coisas, aqui vamos nós à

suas travessuras mesmo

uma grande rotunda onde

local que outrora foi ocupa-

descoberta de novos locais

ao fim do dia.

convergem 12 avenidas

do pela guilhotina durante

(quase todas com nomes

a revolução francesa, ten-

de generais), dispostas es-

do sido retirado para co-

quematicamente de forma

locação desta oferenda do

muito regular, formando o

vice-rei do Egipto em 1829.

e novas culturas, desta vez rumo à “Cidade da Luz e do Amor” pela qual é conhecida Paris. Quatro dias de sorrisos estampados no rosto. Numa mão o GPS e

pelas ruas parisienses, eis que começámos a primeira procura que se tornou também no primeiro DNF: Arc

efeito relógio.

Com o cair da noite, ao al-

de triomphe (GC18TKN).

Deixando o imponente mo-

cance dos olhos já se en-

Mesmo assim, não foi fa-

numento seguimos Cam-

contra a Torre Eiffel res-

tor desmotivante para as

pos Elísios abaixo em di-

plandecendo o brilho das

nossas procuras em terras

reção à não menos famosa

luzes da cidade, criando

Chegados a esta bela ci-

francesas, aliás, estáva-

Praça da Concórdia onde

uma magia no ar, tornan-

dade, o clima que se fazia

mos bem perto de um dos

pudemos apreciar minu-

do-se cada vez mais agra-

sentir em nada se torna-

símbolos mais icónicos e

ciosamente o Obelisco da

dável o percurso escolhido,

va relevante para que não

patrióticos de Paris: o Arco

Concórdia, digo minuciosa-

caminhámos então em di-

pudéssemos aproveitar a

do Triunfo onde são orgu-

mente pois é um local onde

reção ao museu do Louvre

estadia da melhor forma,

lhosamente

os

se encontra a earthcache

onde tivemos um encontro

se bem que a variação da

seus dois séculos de his-

Les crapauds de l’obélisque

de 1º grau com o Memorial

na outra o Guia de Turismo, ferramentas essenciais nesta viagem.

78

No início da caminhada

exibidos


sido demolido no século 14 para reconstrução da residência real até ser transformado em museu em 1793, recinto que na época abrigava vários artistas onde montavam os seus ateliers, trazendo consigo Leonardo da Vinci para França com a Mona Lisa (La Gioconda, sec. 16) a tiracolo. Neste museu é dito que se o visitante passar apenas um minuto observando cada uma das peças expostas, seria necessário permanecer mais de três semanas no seu interior para percorrer os 14 quilómetros de percurso total de visita. Com o glamour que se encontra nesta cidade, convida a disfrutar o momento aproveitando a magia da cidade, rua após rua vai-se encontrando a arte em cada esquina, iluminada pelos a Cézanne, recriação abs-

excelentes candeeiros que

trata da mulher e como é

já por si são obras-primas

claro mais uma cache vir-

que evidenciam a noite

tual que não podia passar

parisiense.

despercebida Who is She?

ções dos diversos espaços

(Paris) (GC6612) e eis que

culturais pode-se encon-

um dos grandes momen-

trar animação de rua que

tos da noite se aproxima

conseguem reunir grandes

Xtrême Moldus Cache #3

grupos de turistas que des-

: Pyramide (GC3NFFP), na

lumbram as destrezas de

pirâmide de vidro e de re-

artistas que por vezes se

ferência mundialmente co-

encontram esquecidos de

nhecida como imagem de

carreiras dignas de desta-

marca do Museu do Lou-

que. Indo em direção à zona

vre, envolvido pelo palácio

histórica de Paris onde to-

do Louvre bem próximo do

dos os estabelecimentos

rio Sena, onde em 1190

de restauração dão a pro-

foi construída uma forta-

var aos seus visitantes a

leza defensiva contra os

gastronomia local. A gran-

ataques dos vikings, tendo

de variedade de culturas

Nas

imedia-

que por aqui se passeiam demonstram a razão de ser uma das cidades mais multiculturais da Europa. Não pudemos deixar de visitar a primeira webcam colocada na cidade, Bonjour de Paris (GCHJA0) que se encontra a escassos metros do não menos famoso centro Pompidou, espaço que demonstra o marco do início das pósmodernidades das artes. O seu aspeto externo é inspirado na arquitetura industrial e novas tecnologias que sobressai grandes tubulações bem como a sua enorme estrutura de aço. No interior podemos encontrar um museu de arte moderna, biblioteca, teatro e outros equipamentos culturais sendo de referir que existe acesso gratuito à internet, jornais e revistas de todas as partes do mundo tal como televisões com canais internacionais, informação bem útil quando estamos em visita fora do nosso país. Com o dia já bem preenchido o seguinte também prometia! Já com o merecido descanso, a cidade ainda tinha muito mais para mostrar, saídos bem próximos nas margens do rio Sena, deparamo-nos com a Torre Eiffel que com os seus 324 metros de altura e com o seu ar imponente resplandece como ícone e cartão postal de Paris e de França, construída em 1889 com a

finalidade de ser uma estrutura

temporária

para

homenagear o centenário da revolução francesa, mudou rapidamente para uma

FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

GEO MAG.

estrutura definitiva pois o imenso sucesso das visitas após a sua inauguração tornou-a permanente, o que o dá mote ao ditado “nunca envelhece!”.

Verificam-se

filas enormes para a bilheteira, mas recomenda-se vivamente a sua visita, pois as vistas que se alcançam do topo são de cortar a respiração. Nas proximidades lá se encontrava Gustave et la Tour (GC4HAV3) a sorrir para nós. As

condições

lógicas

meteoro-

incentivavam

ao

belo passeio pela cidade, acompanhando a margem rio acima, ainda ponderando a hipótese de utilizar os famosos bateaux mouches ou “barcos moscas”, que nos podem guiar até às principais atrações turísticas que estão devidamente

localizadas

junto

ao decorrer das suas margens. Rio acima pudemos apreciar as diversas exposições de rua tal como os diversos monumentos que nos enriquecem a alma e o conhecimento. Pode-se também encontrar locais de travessias das margens, que das 37 pontes que se encontram ao longo do rio algumas são de uma beleza inigualável, todas elas registam um estilo arquitetónico da cidade, bem 79


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

como algumas perpetuam declarações de amor simbolizados

em

cadeados

minuciosamente colocados selando promessas com o ato de atirar ao rio a respetiva chave. Caída a noite estava na hora de regressar pois o dia seguinte seria mais exigente em diversão: Disneyland! Lá nos dirigimos de comboio para um dia completo

de

animação,

pois bem cedinho chegámos às portas deste enorme e divertido parque, já as filas apresentavam algum aglomerado de visitantes e nós com o bichinho em polvorosa para que as portas se pudessem abrir para disfrutarmos do máximo de diversões.

e essas sim foram exata-

(GFC5CA) que nos faz par-

G´s em que o corpo é posto

mente as diversões com

ticipar na bela aventura de

à prova e o viajar no espaço

que nos deliciámos, defi-

Indiana Jones and the Tem-

sem fazer a mínima ideia

nitivamente muito bom,

ple of Peril – Adventurland.

onde e como estar. Reco-

mesmo!

Para emoções bem fortes

idade, pois todo o envol-

Começando esta aventura

The Twilight Zone atira-

vente recriado em torno de

com um passeio bem atri-

nos para o abismo onde

nós transporta-nos à idade

bulado designado por “Big

da inocência. Com dois par-

Thunder Mountain – Fron-

ques temáticos e inaugura-

tierland”, o que nos permi-

do em 1992 ainda continua

te efetuar uma das caches

a deliciar até aos dias de

que se encontram dentro

hoje, muitas das fanta-

do parque, a bem conhe-

sias de imensas crianças e

Assim que as portas se abrem o sentimento de criança vem imediatamente ao de cima, parece que voltámos a ter 10 anos de

80

mendamos sem sombra de dúvidas. Repetimos 5 vezes!

parece que por momentos

Ainda dentro dos par-

ficamos suspensos no ar, o

ques podemos encontrar

que inicialmente prometia

a mítica virtual cache Le

ser uma boa escolha rapi-

Roi Arthur (GCF981) com

damente se transformou

153 favoritos (até à data).

numa assustadora expe-

Quem nunca pensou que

cida earthcache do nosso

riencia (no bom sentido).

não seria capaz de retirar

também de muitos adul-

amigo Daniel aka danie-

tos que gostam reviver as

loliveira, Butte – Hoodoo

Das várias atrações que se

suas infâncias. Com tantas

Voodoo – DP/EC56 (GC2B-

diversões ao dispor, desde

ZGP) permite-nos começar

foi sem sombra de dúvidas

o passear num lago entre

com uma outra perspetiva

a Space Mountain: Mission

os malmequeres até ao

dos supostos passeios en-

2 – Discoverland, pois aqui,

comboio mais feroz que

tre os malmequeres, o que

além da força da gravidade

nos deixa com o estômago

rapidamente se mostrou

ser posta à prova também

E para que o dia fique devi-

colado às costas, sentindo

o contrário. Por ali perto

o sentido de orientação

damente completo estava

o centro de gravidade a ser

estava uma cache virtual

fica deveras atribulado, já

na hora de assistir à ce-

alterado vezes sem conta

Disneyland Paris *Virtual*

para não falar das forças

rimónia de encerramento

encontram neste espaço a que demos como favorita,

a espada (Excalibur) do Rei Artur que se encontrava colocada na pedra, acreditem se essa era a espada dele, será mesmo muito difícil de alguém conseguir retirá-la do local.


FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

GEO MAG.

que durou uns fantásticos

bem á entrada da catedral

de. Estas permitiram-nos

Foi mais uma viagem de

45 minutos de exibição ao

de Notre Dame. Envoltos

apreciar alguns dos monu-

puro lazer em que o geoca-

ar livre, com todas perso-

nesse ambiente fantástico,

mentos de várias perspe-

ching se cruzou e entrela-

nagens da Walt Disney pro-

rodeados dos aromas da

tivas, e de perspetivas que

çou na viagem do início ao

jetadas no palácio e com

cidade, dos sons que nos

não teríamos se aquela de-

fim, como um elo bastante

várias emoções ao rubro

preenchem por dentro e

terminada cache não nos

importante de guia e co-

tais como fogo de artifício,

com imagens que parecem

tivesse levado até lá, como

nhecimento.

jatos de água e línguas de

saídas de filmes de cotos

as que encontrámos nas

Mesmo mesmo de saída,

fogo. E assim se encerra

de fadas, foram momen-

imediações da Torre Eiffel.

ainda tivemos a oportuni-

um dia em que pudemos

tos para sempre recordar

dade de encontrar um con-

reviver as nossas belas

como incomparáveis e ini-

Os containers não eram

gualáveis.

criativos por aí além, re-

tainer maiorzinho, o STADE

infâncias, encontrando os

sumiam-se a containers

DE FRANCE PASSERELLE

O geocaching durante esta

micro, tipicamente urbanos

LIGNE 13 (GC427DN) que

O último dia por terras

viagem teve um papel de

em esconderijos bastante

nos permitiu largar o nos-

francesas,

para

extrema importância para

comuns nas caches exis-

so TB que neste momento

aproveitar o que a restau-

nós. Tal como em viagens

tentes em Portugal. Alguns

já viajou para bem longe de

ração tem para nos ofe-

passadas, decidimos fa-

dos containers encontra-

onde foi colocado! Reco-

recer bem como rechear o

zer um percurso inicial

vam-se a precisar de ma-

mendável, sem dúvida…!

saco dos souvenires. Tor-

baseado apenas nos pon-

nutenção urgente ou reco-

na-se difícil escolher a re-

tos turísticos da cidade

locação devido a obras nos

cordação ideal para trazer,

que pretendíamos visitar,

locais. No entanto, esta

tal é a oferta que se apre-

adaptando as caches exis-

viagem permitiu-nos en-

Ana Sofia

senta no nosso caminho.

tentes na zona para as pro-

contrar caches já bastante

- anasofiazevedo

Ainda assim, durante esta

curarmos. Em Paris encon-

raras, como as caches vir-

difícil tarefa, tivemos opor-

trámos caches colocadas

tuais e a webcam cache,

tunidade de assistir a um

nos locais mais conhecidos

que são sempre diferentes

belo espetáculo acrobático,

e mais icónicos da cida-

e engraçadas de fazer!

nossos herói de sempre.

serviu

Victor Rolo - n@vegante 81


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

Ponto Zero - Coluna do Revisor

EVENTOS Recentemente foram ac-

vio entre geocachers.

tualizadas as Guidelines

Eventos que ocorram fora

para Eventos, como tal nada como rever o que é necessário para publicar um evento.

que não dependam de es-

Um Evento pode ter várias

nimo de duas semanas de

tar listados em geocaching.

componentes e/ou activi-

antecedência e não são pu-

dades. Uma sequência de

blicados com mais de três

Eventos ou eventos com

meses de antecedência em

horas e locais aproxima-

relação à data do evento.

dos e que tenham o mes-

Pode ser autorizada uma

mo público-alvo devem ser

antecedência

submetidos como um úni-

de seis meses pela Grou-

co evento, podendo adicio-

ndspeak, se for comprova-

nar-se à página do Evento

da a necessidade de pernoita dos participantes ou se o Evento for preparado

com para existir, não se

de música, eventos desportivos, festas populares ou encontros de escuteiros

82

Os Eventos têm que ser

do âmbito do geocaching e

de Geocaching (festivais

convívio entre geocachers,

geocaching em si e não um

cada actividade.

Evento.

qualificam como Eventos

A ideia dos Eventos é o

ches é a própria prática de

são exemplos do que não é um Evento de geocaching).

por isso são organizados

Uma reunião de geoca-

vários Pontos Adicionais

por geocachers para conví-

chers para procurar ca-

com as coordenadas de

submetidos com um mí-

excepcional


apenas podem mencionar

a Groundspeak pode atri-

a venda de trackables de

buir a Eventos que, por mé-

Geocaching.com.

rito próprio atinjam mais

As páginas podem incluir uma ligação para uma página externa não comercial e chers que façam uma ins-

Esta designação é atribuí-

crição numa página externa

da pela Groundspeak e o

própria para o efeito.

evento por ser publicado

Os organizadores podem

com uma antecedência de

incluir na página:

até um ano.

- informação básica acer-

Estes eventos têm obriga-

numa localização comercial; – indicação sobre a necessidade de cobrir o custo legítimo do evento (o aluguer de um recinto por exemplo. Uma ementa com preços não é aceitável); - uma lista de patrocinadores, sem logotipos ou URLs. Os organizadores não podem exigir que os geocachers façam ou participem

de locais distantes.

deverá arquivar a página.

Nas páginas dos Eventos deve estar explícito a hora de início do mesmo nas coordenadas

publicadas,

bem como a hora de término, tal como a indicação

Esta acção não é impeditiva

zadores já atingiram esse patamar.

morada), mesmo que seja

do Evento, o organizador

anteriormente os organi-

pode ser pedido aos geoca-

ca da localização (nome e

de modo a atrair visitantes

de 500 participantes, ou se

em qualquer outra actividade além de estar nas coordenadas publicadas no

toriamente que respeitar todas as regras de geocaches comerciais e a designação pode ser negada ou retirada pela Groundspeak caso sejam organizados por empresas de serviços concorrentes sem devida autorização. O custo do acesso ao Mega-Evento deve reflectir o custo de organização do mesmo. Os

Mega-Eventos

são

anunciados na newsletter semanal da Groundspeak e por isso difundidos a nível global.

horário estabelecido. Tudo

Os organizadores de Me-

além disso é opcional, não

ga-Eventos ou de Even-

ainda não o tenham feito,

constituindo por isso o seu

tos que almejem alcançar

possam mais tarde registar

não cumprimento ou par-

essa designação deverão

na página a sua participa-

ticipação impedimento de

contactar a Groundspeak

ção.

que se faça o registo online

directamente para declarar

da participação no Evento.

essa intenção e para rece-

de que os geocachers que

do horário em que cada ac-

Os Eventos, tal como as

tividade terá lugar no caso

outras geocaches, só serão

de existirem vários Pontos

publicados se cumprirem

Adicionais para as várias

as regras para geocaches

actividades.

comerciais.

Passados cerca de 30 dias

As páginas dos eventos

FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

GEO MAG.

berem instruções claras dos passos a tomar.

Filipe Nobre Esta é uma designação que

- MightyReek / MightyREV 83


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

From Geoc with

84

Conheces o Q, dos filmes do James Bond? Bem, eu sou provavelmente o Q, na sede do Geocaching. Eu explico: quando comecei, na sede do Geocaching, existiam apenas cerca de 15 pessoas na empresa. A função que desempenho não existia antes de ter começado a trabalhar aqui e cada nova função que desempenhei também não existia antes de ter assumido essas responsabilidades. Eu comecei na equipa de Community Relations, passei para a equipa de Business Development e actualmente encontrome na equipa de Merchandise. Quando comecei, assumia vários papéis e ajudava qualquer pessoa em qualquer equipa que necessitasse de ajuda. Quando a sede cresceu, a minha fun-

ção foi sendo aperfeiçoada cada vez mais. Ainda assumo vários papéis no meu cargo actual, mas o foco principal é merchandise. A minha principal missão neste cargo é trabalhar com todos os nossos revendedores internacionais, o que inclui qualquer distribuidor que venda merchandise da Loja Oficial Geocaching (shop.geocaching.com) por todo o mundo. Adoro como isso proporciona uma forte ligação a geocachers por todo o mundo, em parte porque essa ligação ajuda-me a fazer o meu trabalho. Pertencendo à equipa de merchandise, estamos sempre à procura de ideias para novos produtos. Queremos encontrar o próximo grande item

que os geocachers precisem ou queiram, seja para praticar Geocaching seja para mostrar o seu amor pelo jogo. Removedor de carraças official do Geocaching? Yeah, já lidei com eles. Esta é a parte Q do meu trabalho. Nós encontramos esses novos e divertidos produtos através de vários canais. Às vezes, vemos o que os nossos distribuidores estão a criar e a vender de forma independente, e trazemos esses itens para a loja. Às vezes temos sessões de brainstorming no escritório para determinar que novos produtos os geocachers poderiam realmente usar (precisas de um removedor de carraças?). Às vezes é apenas um geocacher que tem


FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

GEO MAG.

caching HQ h Love uma ideia e nós procuramos descobrir como a fazer acontecer. É divertido fazer parte de uma equipa que pode ter tão grande impacto no modo como as pessoas fazem geocaching. Ao nível das ferramentas que elas trazem para praticar geocaching, do ”geopack” que usam ou que Geocoins únicas mostram nos eventos.

ching, verás casas de pássaros, con-

nos tópicos de fóruns que falam sobre

tainers que são coelhos falsos, gorros

o que os geocachers trazem nas suas

caseiros, ideias de t-shirts, ideias para

mochilas. Estou sempre a observar e

trackables e a lista continua. Alguns

a esperar encontrar o nosso próximo

desses acabam por entrar na Loja Ofi-

grande produto. Talvez saibas o que

Amigos na sede do Geocaching comentam frequentemente que eu trabalho na parte mais fixe do escritório porque tenho sempre amostras divertidas de novas ideias de produto a rondar a minha secretária. Ocasionalmente também recebemos amostras daquela má ideia de produto. ☺ Se visitares a área de Merchandise na sede do Geoca-

O meu amor pelo jogo ajuda-me a sa-

cial de Geocaching (shop.geocaching. com), outros não.

é? Se sabes, manda-me um email para shop@geocaching.com que eu adoraria saber mais sobre ele. ☺

ber no que os geocachers poderão ou não estar interessados. Estou sempre a dar uma olhadela naquilo que os

Annie Love

geocachers estão a usar no terreno ou

- G Love (Lackey)

aquilo que mostram nos eventos de

Tradução por Bruno Gomes (Team

geocaching. Tenho sempre interesse

Marretas)

85


GEO MAG. FEVEREIRO 2014 - EDIÇÃO 7

PRÉMIOS GPS 2014 Já está no ar a edição des-

mum o facto de se basea-

te ano dos Prémios GPS

rem em diferentes critérios

– Grandes Plásticos do

objectivos que podem servir

Século. O arranque aconte-

para definir a qualidade de

80 Mistério

ceu no dia 19 de Fevereiro

uma cache, a saber: Núme-

com a divulgação das ca-

ro de Favoritos; Classifica-

60 Multi-caches

os votos mais altos, à me-

ches Nomeadas. Algumas

ção GCVote; Comprimento

34 Letterbox Hybrid

dida que forem encontran-

surpresas,

de-

Médio dos Logs; Número

cepções, mas fundamen-

de Fotos e Classificação do

talmente uma enorme lis-

Terreno.

algumas

ta de caches de excelência para animar as caçadas dos Geocachers portugueses nos próximos meses. A GeoMagazine convidavos a conhecer o melhor do Geocaching português em 2013.

escolher uma amostra razoavelmente grande por cada uma das fórmulas, foi procurar reduzir ao mínimo as hipóteses de ficarem de fora caches de um hipotético top 100 e criar uma base

208 Tradicionais

7 Wherigo 1 Earthcache O processo de votação vai decorrer basicamente nos mesmos moldes do ano passado, até 25 de Agosto.

baixo. Neste caso, os pesos dos votos a atribuir serão os mais baixos, podendo progressivamente atribuir

do mais caches da Lista de Nomeadas. Tal como no ano passado, mantém-se a possibilidade de categorizar cada cache encontrada dentro de três categorias previamente es-

As Regras de Votação já

tabelecidas (Local, Aventura

foram publicadas, e relem-

e Recipiente) e posterior-

brando os aspectos es-

mente ordená-las dentro

senciais, cada Geocacher poderá votar em metade

No total são 390, as caches

de selecção suficientemen-

Nomeadas para os Prémios

te alargada que diminuísse

GPS 2013, distribuídas pe-

a necessidade de repesca-

los 20 distritos de Portugal

gens para efeitos de quotas

máximo de 20.

Continental e Regiões Au-

distritais.

Se não tiverem encontrado

Desta forma, chegámos às

40 caches dessa lista, po-

Para se chegar e esta lis-

390 caches Nomeadas cuja

derão votar em metade das

ta, foram utilizadas três

lista poderá ser consultada

encontradas, sendo que em

fórmulas já utilizadas nas

aqui: http://www.geopt.org/

caso de número ímpar, o

anteriores edições dos pré-

index.php/gps-2013/ca-

número de votos disponí-

mios GPS e que têm em co-

ches-nomeadas

veis será arredondado para

tónomas.

86

O objectivo principal de

Por tipos de cache são:

das caches encontradas da Lista de Nomeadas até um

de cada categoria assinalada. As 5 caches Finalistas de cada distrito serão conhecidas a 27 de Agosto a partir das 21 horas, e a Cerimónia de Entrega dos Prémios GPS deverá acontecer em data e local a anunciar oportunamente. A Equipa Geopt


Colaboradores Gustavo Vidal Oscar Migueis Pedro Santos Flora Cardoso João Batista Filipe Sena Joaquim Safara Bruno Gomes Filipe Nobre João Malheiro Victor Rolo

Ana Azevedo Rui Duarte Annie Love Ricardo Ribeiro Luis Serpa Pedro Salazar Daniel Oliveira Paulo Henriques António Valente José Rodrigues Ana Paula Susena Paulo Gordinho

Agradecimentos Habitat Natural Revista Itinerante Geoshop GZ Hostel Merrel FCMP Expedição Nautel Iberpump


GEO MAGAZINE


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