Edição 9 - Geomagazine

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GEO MAGAZINE Junho 2014 - Edição 9

ALDEIAS HISTÓRICAS

LINHARES DA BEIRA

por Lusitana Paixão

Entrevista Histórica

MCA

por Jasafara GUIA PR

PR1 CSC Rota das Quintas por Rui Duarte ALÉM FRONTEIRAS

GEOCACHING EM ESTRASBURGO por Pintelho

ENTREVISTA DE CARREIRA

Sammendes PATRIMÓNIO

Castelo de Palmela por RuiJSDuarte E muito mais...

O seu chapéu de aventureiro é a sua imagem de marca e transporta com ele um interminável rol de histórias prontas a serem partilhadas por uma das mais conhecidas personalidades do geocaching nacional. Por Flora Cardoso



GeoFOTO Maio 2014 Vencedor - noslenfa


GEO MAG.

Editorial....................................................................06 Gustavo Vidal dá-nos as boas vindas à GeoMagazine

Guia Turístico São Jorge...................................08 Vamos conhecer a ilha de São Jorge, Açores

Geocaching em Timor Leste..........................16 O outro lado do geocaching, na sua vertente social

Aldeias Históricas - Linhares da Beira......26 Nota sobre Acordo Ortográfico: Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.

À descoberta de uma aldeia perdida no tempo

Geocaching de A a Z..........................................34 VSérgios numa estreia de rúbrica da GeoMagazine

Guia PR - PR1 Cascais........................................38 Caminhando pela Pequena Rota de Cascais

Frente a Frente.....................................................46 Insularidade Vs. Saturação - um tema pertinente

Entrevista de Carreira......................................50 Sammendes numa entrevista fantástica

Além Fronteiras...................................................62 Geocaching em Estrasburgo, por Pintelho

Geocaching nos Livros......................................70 Jasafara introduz-nos ao mundo dos livros georeferenciados

Património..............................................................76 Conhecemos o Castelo de Palmela

From Geocaching HQ with Love.................86 O quotidiano norte-americano pela lackey Annie Love

Estudo Geocaching.............................................88 Impacto do Geocaching nas várias esferas de vida

Geocaching em Famalicão..............................92 A FamaTeam apresenta-nos a região de Famalicão

Geocacher Histórico..........................................98 Uma entrevista de retrospectiva com o mítico MCA

Geocoin Portugal 2011......................................112 Continuamos a apresentar todas as moedas de Portugal


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ALDEIAS Históricas

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PATRImÓNIO

Entrevista de carreira...

Sammendes em retrospectiva. Uma fantástica entrevista com participações especiais de muitos amigos.

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GEOCACHER HISTÓRICO

MCA conta-nos tudo sobre a sua carreira no geocaching nacional, desde as primeiras aventuras até ao pedido de casamento.

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Uma viagem por Linhares da Beira

Conhecendo o Castelo de Palmela

GUIA TURÍSTICO

Viajando por São Jorge, Açores

Geocaching em timor leste


GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

Editorial por Gustavo Vidal

Este editorial é escrito na ressaca do Evento I São Jorge GeoAventure (GC4V0H3) que decorreu na ilha de S. Jorge nos Açores. Foram cinco dias muito intensos com actividades para todos os gostos, desde BTT, Canyoning, Espeleologia, Pedestraniasmo, Escalada e muito, muito Geocaching. Os Açores são o paraíso do Geocaching!! Com uma beleza natural de cortar a respiração, paisagens verdejantes que se entendem preguiçosamente até ao Altlântico e formações vulcânicas únicas no Mundo, proporcionam lugares deslumbrantes que são o sonho de qualquer Geocacher amante da Natureza.

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Não será por isso de estranhar que o Governo Regional dos Açores através da sua Direcção Regional de Turismo esteja a investir forte no Geocaching como forma de fomentar o GeoTurismo.

Prova disso está o recente encontro em S. Miguel de uma comitiva de Geocachers com o Presidente do Governo Regional, Dr. Vasco Cordeiro ou a candidatura da Câmara Municipal de Lagoa (S. Miguel) à organização da Cerimónia de Entrega dos Prémios GPS 2013 (GC52ABK), isto, claro está, para além do apoio financeiro da Direcção Regional de Turismo dos Açores à organização do I São Jorge GeoAdventure.

gens espectaculares que ficarão gravadas durante muitos anos na memória de quem as viveu e que serão também um aperitivo para aquilo que será a edição de 2015 deste evento, na ilha do Pico.

Os Açores estão definitivamente na moda no que toca a Geocaching e por isso, a próxima edição da GeoMagazine estará centrada neste fantástico arquipélago que atrai os Geocachers como se de um íman se tratasse.

Na entrevista histórica, fiquem a conhecer melhor o MCA, um dos Geocachers pioneiros de Portugal.

Aliás, nesta edição já terão um pequeno aperitivo disso com uma foto reportagem sobre São Jorge e um pequeno resumo daquilo que se viveu naquela magnífica ilha durante o evento. Ima-

Destaque de capa desta edição para a entrevista a SamMendes, uma respeitadíssima referência do Geocaching ribatejano, que aqui nos fala acerca da sua carreira e das suas caches de excelência.

Em termos nacionais, para além do destaque óbvio a S. Jorge, recomendo o passeio por uma das mais belas aldeias históricas de Portugal, Linhares da Beira, o património do Castelo de Palmela, a Rota das Quintas em Cascais ou a região de Famalicão. Do estrangeiro, uma reportagem de Geocaching sobre

Timor-Leste e outra sobre Estrasburgo ou a habitual crónica de Annie Love, do quartel-general do Geocaching com amor. Nesta edição estreamos uma nova rubrica que muito vos recomendo, Geocaching de A a Z, tendo como convidado o VSérgios. Igualmente recomendável é o Frente a Frente entre um Geocacher que não tem mãos a medir para dar abasto às torrentes de caches e powertrails que são despejadas em Lisboa a cada dia, ou um Geocacher do Corvo com um número limitadíssimo de caches na sua ilha que tem que fazer uma gestão prudente das caches por encontrar para não as esgotar todas. Muito mais há para descobrir nesta edição número 9 da GeoMagazine. Boas leituras e até ao próximo número, com grandes revelações do Arquipélago dos Açores.


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GEO MAG.

Guia Turístico

São Jorge, Açores Por RuiJSDuarte

Ainda mal tinha chegado de São Miguel, numa primeira incursão ao Arquipélago dos Açores (onde tive oportunidade de praticar “geocaching familiar” do Bom), e já estava de olhos postos em alguns tópicos do Geopt, em que um tal de teamjorgenses mostrava interesse em levar até São Jorge uma vintena de geocachers (do continente e de outras ilhas) para a realização de um evento local.

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Entre uns posts e outros acabei por, quase sem querer, sugerir que podia ser que tivesse oportunidade de me juntar ao grupo se me fosse dada essa opor-

tunidade... após um email do organizador e o definido “Eu vou a São Jorge” foram um sem fim de negociações, quer em casa, quer no serviço, que acabaram por me ser deveras favoráveis.

Primeiro dia Com o alto patrocínio da SATA e do mau tempo (voo cancelado), acabámos por chegar a São Jorge cerca de 24 horas mais tarde que o previsto e, da Fábrica da Uniqueijo (visita prevista para a tarde deste dia), só lhe vimos a cor…, os que chegaram de manhã tiveram certamente direito a uma excelente visita!

O passeio para nós começou praticamente com a visita à Casa do Parque/Ecomuseu de São Jorge onde fomos apresentados aos diversos ângulos da Ilha. Tempo muito bem passado com as funcionárias do Museu e a enquadrar o que iriamos ver nos dias seguintes. “Despachadas” as apresentações passou-se ao Geocaching “Puro e Duro”, com a descida à Fajã do Ouvidor e à Fajã da Ribeira d’Areia por um bem inclinado e bonito trilho (troço final da PR4SJO). Foi um começo “muito forte”, numa zona de excelência e que sem surpresas é

uma das estâncias balneares da Ilha. Ambas as Fajãs são interessantes mas a zona envolvente à Fajã do Ouvidor é qualquer coisa de magnifico e merece uma visita bem prolongada (tive a oportunidade de lá voltar mais uma vez, uns dias mais tarde, com algum pessoal que ainda faltava chegar). O Jantar deste primeiro dia realizou-se no Restaurante Açor e foi de lamber os beiços… que bueno o Arroz de Polvo (das sobremesas é melhor não falar que me começa a subir o colesterol)!


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Segundo dia Encontro marcado para o Café Livramento que seria o local mais visitado ao longo da semana! Grande surpresa logo ali, um pequeno café de Vila/Aldeia mas com um “Galão de Autor”! Coisa mais bonita pá… sempre que olhava para um (e olhei para muitos ao longo dos dias) lembrava-me de gelatarias italianas! Nham! O grupo compôs-se durante o dia com a chegada dos restantes Geocachers! A partir daqui seríamos praticamente sempre cerca de 20 praticantes (um pouco mais, um pouco menos) a palmilhar a

ilha e a fazer crer que não ficaria uma pedra por revirar! Foi dia para passear pelos Concelhos das Velas e da Calheta e após a passagem pela “Urzelina”, a mesma transformou-se na palavra mais ouvida! Era Urzelina para aqui e Urzelina para ali… com as mais diversas variantes à coisa. Para a parte da tarde estava reservado um troço do Trilho Pedestre PR3SJO: entre Lourais e a Fajã de São João, acompanhados por uma das funcionárias do Parque Natural de São Jorge e o Evento WWWFM XI—Eu amo São Jorge… momentos bem divertidos que contaram com

a colaboração de todos os presentes, e, com o Ilhéu do Topo ali, a olhar para nós e a pedir uma Geocache (não fosse propriedade privada e ia ver com quantas braçadas se vencem 400 metros!). O jantar fez-se novamente no Restaurante Açor e visto a Vila estar em festa fomos dar uma voltinha aproveitando para ouvir a Banda Filarmónica!

Terceiro dia O dia mais esperado por alguns dos presentes! ;) Havia programa especial marcado! O Btt!

O belo do pequeno-almoço e, siga para a Cordilheira Vulcânica Central, para o evento “Expedição Continental ao Pico da Esperança“ organizado pelo Cláudio (CLCortez), e em que nós, os “Cubanos” invadimos o Pico da Esperança para a colocação de uma sua Geocache. Do local é possível (com sorte e bom tempo) observar todas as ilhas que fazem parte do Grupo Central, além de inúmeros pontos de interesse logo ali. Ainda antes de pegarmos nas bikes, e rolarmos desalmadamente por ali abaixo, fomos prestar a devida homenagem às vítimas do aci-

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dente com o avião da SATA há alguns anos. Momentos sempre com algum “aperto”, principalmente por termos tido um voo cancelado por mau tempo em São Jorge e por alguns de nós (Eu e o PauloHércules) estarem diretamente ligados à aviação (civil e militar). Munidos das bicicletas, e com algumas Câmaras GoPro espalhadas pelo pelotão, viemos serra abaixo, num misto de (muita) loucura e liberdade. Tivemos direito a algumas paragens: Parque Florestal de Santo Amaro, Parque das Macelas e Parque Florestal das 7 Fontes, onde fizemos o almoço e recuperámos o fôlego, aproveitando para subir ao Miradouro do Pico da Velha, um dos locais com a melhor vista de todos os (muitos) que visitámos ao longo da semana. O passeio de BTT terminou a grande velocidade no Farol de Rosais, local de nidificação dos famosos e barulhentos Cagarros. Uma zona com a cara das caches do Paulo (PauloHércules) e/ou do Cláudio (CLCortez), sem duvida! 12

Esta parte terminou com um evento de CITO e res-

pectiva recolha de algum lixo, sempre omnipresente onde existam seres humanos. Visto ainda não estarmos de rastos, siga para o Morro das Velas, local ímpar mesmo ali à mão de semear aos habitantes da Vila, não fosse ser necessário trepar até lá acima! Todos, mas todos os passos são bem dados… para não variar a máquina fotográfica é obrigatório e temos muito onde a utilizar! Para o jantar, Sopas em Santo António! D:I:V:I:N:A:L, ponto final parágrafo! Surpresa reservada para a noite, visita aos 200 metros da bonita Gruta da Beira, com o seu acesso bem inclinado mas facilmente vencido com a entreajuda dos presentes. O dia acabou “finalmente”, e com um sorriso nos lábios!

Quarto dia O dia da verdadeira caminhada, com início na Serra do Topo (depois do pequeno-almoço da praxe, claro) para onde nos dirigimos logo pela fresca. Este trilho (PR1SJO) liga a Serra do Topo à Caldeira de Santo Cristo, numa primei-

ra fase, e depois à Fajã dos Cubres. Um trilho exigente mas muito bonito e que me fez lembrar algumas vezes da minha bicicleta… Curiosamente, e para quem não gosta dos chamados Power Trails, acabou por ser este o passeio onde mais me esforcei para encontrar e ajudar a encontrar Geocaches. Fruto de ir no pequeno grupo que seguia à frente lá fui tirando umas caches para o caminho (o Owner ia a fazer manutenção às ditas) e olhando para o GPSr enquanto gritava as dicas para o elemento designado para encontrar esta ou aquela cache. O tempo, encoberto ao início, foi abrindo e deixou ver a paisagem realmente espetacular da zona. Uma pequena paragem na ponte para repor energias e uma breve visita à Cascata de Cima, um local “daqueles”! Já no final do primeiro troço, à entrada da Caldeira de Santo Cristo, uma visita ao Centro de Interpretação do local (aberto apenas para nós) com direito a uma nova apresentação da Ilha, sua natureza e costumes das suas gentes, e a um filme

sobre o terramoto que afectou a zona. O almoço correu de forma abençoada (paredes meias com a Igreja, no adro) tal como o café tomado lá perto! Bem falta fazia. Outro dos pontos bem interessantes de todo o passeio dá pelo nome de “Furna do Poio”! Mais um daqueles sítios que nos deixa de queixo caído… uma gruta muito bonita com um enorme espelho de água doce interior! O destino final estava já à vista e para lá caminhávamos, não sem antes dar um pouco de uso ao binóculos e ao livro de campo de aves que simpaticamente tinham à disposição para a observação das ditas (garajaus e patos) na lagoa da Fajã dos Cubres. Para a noite estava reservado o São Jorge Geocoin Fest. Quase, quase uma festa privada para as Geocoins do Paulo (PauloHércules) que fruto de uma mega operação logística, fizeram a ponte Oeiras/Velas para comparecerem ao evento. São suas cerca de dois terços das peças (entre GC e TB) em exposição (terão sido cerca de 1000, no total.) e mais um belíssimo repasto,


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GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

desta vez na Quinta do Canavial. Era também a despedida aos primeiros a abandonar a Ilha, o Cláudio (CLCortez) e família, tendo como destino a ilha do Pico (e Faial).

Quinto dia Sendo o dia em que poderíamos dormir mais uma horita, levantámo-nos uma hora mais cedo que o usual. Tínhamos muito para fazer e seria sem dúvida o dia mais duro! Começamos pela visita às duas caches que tínhamos feito depois do jantar, desta vez à luz do dia, seguido do pequeno-almoço da praxe e do reconhecimento do que será o trajeto da Wherigo (a ser colocada). Havia já um local assinalado como ponto final da mesma (reconhecimento do CLCortez) mas por mais que procurássemos, não demos com o acesso… fomos portanto subindo, subindo, subindo, até que encontrámos um novo (e perfeito) local para o efeito. O outro ficaria reservado para a Multicache que queríamos colocar, isto se déssemos com ele, claro! De volta ao centro de Velas, e, como ainda não estávamos satisfeitos, siga para a Fajã João Dias, aquela que era referida como sendo a mais dura de todas, com direito a subida de volta ao carro. Excelente passeata, de nível de dificuldade algo elevado mas que acabou por se fazer muito bem, graças à companhia.

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O almoço, servido no local onde aparecemos todas as manhãs às 07:30 para um Galão com grande pinta, foi providenciado pelos/

as Geocachers que não foram à Fajã e foi mesmo “à Patrão”, a comida (frango e pizza) estava deliciosa e desapareceu a um ritmo digno de figurar em alguns records! Incrivelmente, o melhor estava para vir… depois de quatro dias de atividades fantásticas e de locais de luxo, o Canyoning!!! Ahhaaa, o Canyoning… Para mim, foi o baptismo na modalidade e fiquei fã… qual fã, fiquei verdadeiramente apaixonado! Choveram dicas, choveram conselhos, todos eles bem acolhidos e devidamente assimilados, tendo como resultado uma experiência inesquecível, vivida intensamente e que correu de forma exemplar, terminando (no caso do primeiro grupo, eram dois) com uma verdadeira sessão de solário no final da garganta, quais lagartixas a tomar a dose diária de vitamina D! O jantar estava marcado para o Restaurante Maré Viva, com a presença de ilustres convidados, entre os quais o Diretor Regional do Turismo, Dr. João Bettencort e a Dra. Janete Fonseca, Vereadora Municipal da Juventude e Desporto, e com direito a reportagem no Jornal “O Breves”.

vez não iria escapar! Tinha sido identificado pelo Bruno (Team Marretas) o local provável para aceder a essa zona e lá nos colocámos a caminho, com um último “essencial” no bolso para proceder à colocação da segunda Multicache da Ilha. Sem surpresa verificou-se que o acesso também não era o correto mas, depois de um pouco de exploração pelos arredores e de se invadir o espaço da Santa Casa da Misericórdia, e, após consulta aos simpáticos trabalhadores verificou-se que seria mesmo ali… o tal caminho passa pelo pátio da instituição sendo de livre passagem. Siga, para cima era o caminho (o normal, portanto) e em poucos minutos estávamos com mais uma belíssima vista sobre a Vila e sobre o porto, onde já se encontravam o barco que levaria os outros para a Ilha vizinha. Com tal tarefa concluída foi tempo de explorar/fotografar mais um pouco do centro e de fazer umas visitas aos postos de turismo em busca de recuerdos. Alguns dos locais por onde passámos na outra noite foram também assim revisitados de dia, e com outros olhos.

em miniatura no seu final, entre as Fajãs lá em baixo e os miradouros lá no topo. Em termos de Geocaches… enumerar e/ou nomear as melhores caches/experiencias encontradas/vividas em São Jorge é um exercício bastante complexo de se executar (para mim), principalmente tendo em conta que estivemos em praticamente todo o lado e procurarmos a quase totalidade das Geocaches existentes, sempre (mesmo sempre) em amena cavaqueira e boa disposição que invariavelmente relegavam as caches em si para segundo lugar e o respectivo “found” para apenas uma missão a cumprir, sem mais. Ainda assim, locais/geocaches como a “Fajã do Ouvidor”, “Furna do Vigia”, “Urzelina”, “Calheta”, “Ponta do Topo”, “Velas”, “Pico da Esperança”, “Parque Florestal de S. Amaro”, “Parque Florestal 7 Fontes”, “Reserva Florestal de Recreio das 7 Fontes”, “Farol e Ponta de Rosais”, “Morro das Velas”, “Fajã de Cubres”, “Caldeira de Santo Cristo” e “Fajã de João Dias” são APENAS alguns dos pontos de paragem obrigatória e estarão todos georreferenciados para os Geocachers que se seguem! Deixo um sentido Abraço e

E, acabou-se… o resto um grande Agradecimento foram despedidas e al- ao Pedro e a todos os ouSexto dia guma turbulência… tros que, de uma forma ou O sexto dia ficou marcado pela despedida entre quem iria enfrentar o mar e rumar ao Pico e os que teriam uma parte da manhã livre para mais uma voltinha pelas Velas. Depois do flop que tinha sido a tentativa de alcançar o Miradouro referenciado, no dia anterior, desta

Os dias (muito bem) passados em São Jorge revelaram uma ilha de contrastes bem marcados, entre os tons de verde da vegetação (endémica e invasora) e o negro da rocha omnipresente, entre as descidas gigantescas e com declives enormes para aceder a povoações

de outra, contribuíram de forma incrível e sem reservas para tornar esta experiência em algo de verdadeiramente fenomenal!

Rui Duarte - RuiJSDuarte


GEO MAG.

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Geocaching em TimorLeste Por José Pereira

Timor-Leste — A ilha Lafaek Timor-Leste, oficialmente República Democrática de Timor -Leste, é um dos países mais jovens do mundo, e ocupa a parte oriental da ilha de Timor, no Sudeste Asiático, além do enclave de Oecusse, na costa norte da parte ocidental de Timor, da ilha de Ataúro, a norte, e do ilhéu de Jaco, ao largo da ponta leste da ilha. As únicas fronteiras terrestres que o país tem ligam-no à Indonésia, a oeste da porção principal do território, e a leste, sul e oeste de Oecusse, mas tem também fronteira marítima com a Austrália, no Mar de Timor, a sul. Com 14 874 quilómetros quadrados de extensão territorial,

Expresso - Missão de Paz a

ções Unidas de Apoio em Timor

deravelmente menor do que o

Timor, surge na sequência do

-Leste (UNMISET). Em 20 de

mais pequeno dos estados bra-

massacre de Santa Cruz, ocor-

maio de 2002 a independência

sileiros, Sergipe. A sua capital é

rido 12 de novembro de 1991,

de Timor-Leste foi restaurada e

Díli, situada na costa norte.

e teve como principal objectivo

as Nações Unidas entregaram

chamar a atenção da opinião

o poder ao primeiro Governo

pública internacional para a

Constitucional de Timor-Leste.

causa timorense. Entre os por-

A língua mais falada em Timor

Conhecido no passado como Timor Português, foi uma colónia portuguesa até 1975, altura em que se tornou independente, tendo sido invadido pela Indonésia três dias depois.

tugueses que estavam a bordo destacam-se SAR Dom Duarte Duque de Bragança e o Ex-pre-

Até 1999, as Nações Unidas

sidente Ramalho Eanes.

consideraram-no oficialmente

Em 30 de agosto de 1999, a

território português por descolonizar. Foi, porém, considerado pela Indonésia como a sua 27.ª província com o nome de “Timor Timur”. Em 30 de agosto de 1999, cerca de 80% do povo timorense optou pela independência em referendo organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

esmagadora maioria dos timorenses votou a favor da independência, pondo fim a 24 anos de ocupação indonésia,

-Leste era o indonésio no tempo da ocupação indonésia, sendo atualmente o tétum (mais falado na capital). O tétum e o português formam as duas línguas oficiais do país, enquanto o indonésio e a língua inglesa são consideradas línguas de trabalho pela atual constituição

na sequência do referendo pro-

de Timor-Leste.

movido pelas Nações Unidas. O

Iniciei-me no geocaching em

resultado do referendo gerou

março de 2010 com o nick Team

confrontos por parte de gru-

Pereira acompanhado pelo meu

pos pró-Indonésia. O conflito,

filho e incentivado pelo Viera.

que destruiu boa parte da infra

HP e pelo Team MaM e desde

superfície

Portugal teve um papel mui-

-estrutura do país e matou mil

então percorri o País de Norte

equivalente às áreas dos distri-

to importante na libertação

pessoas, só foi resolvido com a

a Sul à procura de caixinhas.

tos portugueses de Beja e Faro

de Timor-Leste. O Lusitânia

mobilização da Missão das Na-

Motivos profissionais obriga-

Timor-Leste

16

somadas, o que ainda é consi-

tem


GEO MAG.

ram-me a passar sete meses

sulta popular, através da qual

às nossas Docas de Lisboa mas

nismo se poder adaptar mini-

em Timor, sendo essa uma

os timorenses decidiriam o fu-

muito mais virada para o turis-

mamente àquele clima. Levava

oportunidade única de juntar

turo do território ante duas al-

mo.

na minha bagagem o então in-

o útil ao agradável e cachar do

ternativas: autonomia especial,

outro lado do mundo! Aqui fica

integrado à República Indoné-

o meu relato dessa aventura.

sia, ou separação total desse

Nesse tempo deixei em casa os

país, com caminho livre rumo

meus dois geocachers preferidos: a Renhau (esposa) e o Gato Cocas (filho), nunca pensei que a separação fosse tão DURA… Viajei para Timor em Maio de 2011 fazendo parte do Grupo avançado do Sub Agrupamento Bravo da GNR que ali esteve até 2012 com 12 contingentes, fazendo parte da Missão das Nações Unidas em Timor-Leste ou UNAMET (sigla derivada do inglês United Nations Mission in

à independência. Antes de sair de Portugal, lembrei-me de verificar se lá estavam caches escondidas. Foi com agrado que vi que sim. Como sabia que íamos fazer escala em Singapura aproveitei para tirar todas as caches da zona central para o caso de poder fazer alguma. A chegada foi um verdadeiro choque… nunca tinha estado num clima tropical… depois de sair do aeroporto, o ar fazia lem-

A zona é toda iluminada e atravessada por um rio onde navegam barcos com turistas, os inúmeros bares e pubs são bastante cuidados e cheios de animação. No meio desse ambiente aproveitei para deixar o grupo e tentar fazer duas caches que ali se encontravam a cerca de 300 metros. A primeira foi um DNF e era na base de um candeeiro que ficava numa ponte que atravessava o tal rio… Parecia que o azar me acompanhava e o tempo escasseava… mais uma tentativa e

separável amigo “amarelinho” que estava aos pulos na mala, desejoso de cachar naquela parte desconhecida do mundo. Com surpresa descobri que entre os camaradas do nosso contingente havia um geocacher (Doxtor1) que estava inscrito na Groundspeak desde 2010 e que nunca tinha passado da inscrição, pois nunca tinha feito um found! Mal tivemos tempo livre, fomos fazer a nossa primeira cache, GC127RK – Cristo Rei. É uma multicache que ainda se encontra ativa e foi feita na companhia do Doxtor1 e Bar-

brar o ambiente quente, húmi-

FOUND!!! O meu primeiro found

do e sufocante de uma sauna.

fora do país e logo do outro lado

paz criada pelo Conselho de Se-

Singapura é verdadeiramente

do mundo na cache GL5CW-

gurança das Nações Unidas em

magnífica, com quilómetros de

WD!!! Quando chegámos a Díli o

Com o tempo, o número de

11 de junho de 1999, por meio

East Timor). Foi uma missão de

reirosTimor, que se iniciou no geocaching já em Timor-Leste.

zonas verdes muito bem cuida-

ar parecia irrespirável devido ao

geocachers em Timor foi au-

da resolução 1246, para condu-

das. Impressionante! Existe no

clima quente e húmido. Demo-

mentando e juntaram-se a nós

ção da realização de uma con-

centro uma zona muito idêntica

ramos dias para o nosso orga-

o EOD8 e o 2PAR, entre outros.

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GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

Realizámos o nosso primeiro

zer a manutenção. Os owners

sozinhos, aparecem muggles

ao rapaz que fosse ter com ele

evento GC2VPQF – Meet the

desta cache e de outras que lá

o que dificulta termos um GZ

sempre que quisesse ir passear

Portuguese Geocachers a 12 de

fizemos eram da Irlanda e ti-

seguro para colocar uma cache.

pelas águas do rio ou do mar. O

maio de 2011, num bar que ti-

vemos a honra de os conhecer

Para se ter a noção, bastar dar

rapaz aceitou a oferta e, a par-

nha uma vista privilegiada para

num evento realizado mesmo

um exemplo, que ainda recor-

tir daquele dia, muitas foram

o mar e para o magnífico pôr-

perto do local onde moravam,

do com admiração. Estávamos

as viagens que os dois amigos

do-sol de Timor.

no Oceanview. Mostraram ser

numa praia, num local isola-

fizeram juntos. A amizade entre

geocachers ao mais alto nível

do da ilha, quando de repente

os dois era cada vez maior, mas,

e ficaram muito felizes por co-

me dizem que estávamos a

nhecer geocachers portugue-

ser observados. Efetivamente,

ses e por não serem os únicos

numa encosta com um declive

geocachers em Timor. Na altu-

bastante acentuado, estavam

ra tinham planos para ir para a

crianças a observar o que fa-

Mongólia, mas ficaram em Ti-

zíamos na praia e que se des-

mor.

locavam tão facilmente naquele

Ainda colocámos lá cinco ca-

terreno como um atleta numa

Uma das caches mais difíceis que tivemos a oportunidade de fazer foi a Dili Ridges-1 (GC21VEA) dos geocachers irlandeses Shamcock & U-Bend. É uma cache que fica a uma altura considerável. Sendo uma cache tradicional mais parece uma multi, pois temos de seguir pontos de referência físicos, como por exemplo um tanque de água da época dos portugueses ou uma trincheira da época da guerrilha timorense, por onde nos temos de orientar para chegarmos ao GZ. Levámos duas garrafas de água congelada cada um e quando regressámos vínhamos completamente a seco! O calor durante a subida é sufocante e a entreajuda dos membros da equipa (EOD8, BarreirosTimor e eu) foi fundamental para atingirmos o nosso objetivo. Durante a subida avistámos dois timorenses que cruzaram o nosso trilho a carregar um tronco enorme. Desapareceram tal como tinham aparecido, em

da ativas. As caches lançadas foram: GC2XGCQ – A piece of Portugal in East Timor que lancei com o José Ribeiro na Praia dos Coqueiros e que apenas durou cerca de 20 dias pois foi descoberta por muggles locais

pista de corrida! Em Timor nunca estamos sozinhos! Timor -Leste tem uma beleza invulgar com praias de areia branca e corais, onde o azul do mar é deslumbrante e as caches são raras, o que nos proporciona o triplo do prazer quando efetua-

que incineraram completamen-

mos um found.

te o GZ.

Em Timor-Leste a população

E a GC2X725 – Praia de Cristo

protege os Lafaeks (crocodilos

Rei (earthcache) que ainda está ativa e é do 2PAR, a GC35AWY

de água salgada), apesar de ser perigosa devido à A Lenda do

- DILI Former Military Ammuni-

Crocodilo:

tions Storage do Doxtor1 (ainda

Reza a lenda que há muito,

ativa), cache essa onde fiz DNF pois quando estava perto do GZ fui chamado de urgência para o quartel e onde já não pude regressar, devido ao regresso de-

segundos já estavam embre-

finitivo a Portugal, a GC2XHCA

nhados na densa vegetação

- FPU/GNR/EOD TEAMS – TRI-

que ali existe! Enquanto cami-

BUTE que foi a cache que mais

nhávamos debaixo do sol tórri-

me tocou até hoje. Trata-se de

do ouvíamos os “tokes” (espé-

uma homenagem a um cama-

cie de lagarto que apenas existe

rada nosso que faleceu naquele

naquela parte do planeta) com

local e que que resolvemos ho-

os seus chamamentos: “toke,

menagear daquela forma.

toke, toke”. Chegados ao local,

muito tempo, um crocodilo já muito velhinho vivia numa ilha

perguntou aos outros animais o que achavam da ideia. Todos lhe disseram que era muito ingrato da parte dele querer comer o rapaz que o tinha salvado. O crocodilo percebeu que estava a ser muito injusto e ficou com muitos remorsos. Então, resolveu partir para longe, para esconder a vergonha. Como o rapaz era o seu único amigo, pediu-lhe que fosse com ele. O rapaz saltou para o dorso do crocodilo e deixou-se levar pelo mar fora. A viagem já ia longa quando o crocodilo começou a sentir-se cansado. Já exausto, resolveu parar para descansar, mas, naquele momento, o seu corpo começou a crescer e a transformar-se em pedra e terra. manho de uma ilha. O rapaz,

codilo já não tinha forças para

que viajava no seu dorso, pas-

apanhar peixes, por isso estava

sou a ser o primeiro habitante

quase a morrer de fome. Certo

daquela ilha em forma de cro-

dia, resolveu entrar terra aden-

codilo. E assim nasceu a ilha de

tro à procura de algum animal

Timor.

que lhe servisse de alimento. Andou, andou, andou, mas não conseguiu encontrar nada para comer. Como andou muito e ças para regressar à água. Um

conta com um único log apesar

rapaz ia a passar e encontrou

de estar ativa. O geocaching em

o crocodilo exausto. Teve pena

Timor-Leste não é fácil devido

dele e ofereceu-se para o ajudar

Usámos uma das garrafas para

ao clima, ao facto de a ilha ser

a voltar. Então, pegou-lhe pela

improvisar um container estan-

densamente povoada e onde

cauda e arrastou-o de volta à

que e que durasse o suficiente

de um momento para o outro,

água. O crocodilo ficou-lhe mui-

até os owners poderem fa-

apesar de pensarmos estar

to agradecido e, em paga, disse

logbook intacto.

Antes de tomar esta decisão,

Cresceu tanto que ficou do ta-

AMBENO 1556 que até à data

bastante danificada, mas com o

o rapaz era a melhor solução.

Como era muito velho, este cro-

não comeu nada, ficou sem for-

que vimos a cache, infelizmente

o crocodilo pensou que comer

da Indonésia chamada Celebes.

Por fim a GC30EZ1 - OECUSSI –

foi com uma alegria esfuziante

18

ches, estando duas delas ain-

um dia, a fome foi mais forte e

No ano de 2011 Timor-Leste foi percorrida por uma onda portuguesa de geocachers que realizaram eventos, colocaram caches e tudo fizeram para divulgar o geocaching junto da comunidade

timorense,

um

grupo a que tive a honra de pertencer e onde aumentei a minha família. José Pereira - zekarlos


Dili Ridges-1 GC21VEA – Finalmente o GZ!!! (Da esquerda para a direita EOD8, BarreirosTimor e zekarlos).


GEO MAG.

Fabrico manual de tais – Díli

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Dili Ridges-3 GC22F62 Leito do Rio perto da casa do então Presidente Ramos Horta


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Coral, nas praias de Timor-Leste s達o aos milhares espalhados pela areia

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Dili Ridges-3 GC22F62 Parte da hist贸ria de Portugal em Timor, um VG de 1956. (zekarlos e BarreirosTimor).

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Dili Ridges-3 GC22F62 - Perto de uma aldeia no cimo da montanha.


GEO MAG.

Perigo Lafaeks! (crocodilos de รกgua salgada) Na foto BarreirosTimor e zekarlos.

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GC2XHCA - FPU/GNR/EOD TEAMS – TRIBUTE a cache Homenagem

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Díli – “Baía dos porcos”


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Dili Ridges-3 GC22F62 a descida pelo leito do rio

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Aldeias Históricas Linhares da Beira Por Flora Cardoso 27


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A paisagem é montanhosa, típica Beirã. Estamos no sopé da vertente Nordeste da Serra da Estrela, e mal avistamos a placa que indica o corte à esquerda em direcção a Linhares, iniciamos a subida da sinuosa estrada que nos leva, curva e contracurva, até meia encosta da Serra. É aqui que temos encontro marcado com uma das mais belas Aldeias Históricas de Portugal: Linhares da Beira. Por altura da Primavera, os tons de roxo e amarelo tomaram conta do lugar. A urze e a giesta em flor em toda a encosta e no vale circundante são um regalo para a vista num espetáculo natural de rara beleza!

30

O castelo, imponente e poderoso, é a peça central da arquitetura de origem militar de Linhares da Beira. Ocupa todo o cabeço rodeado por enormes rochedos graníticos escarpados, e daqui avista-se o horizonte em toda a sua plenitude. Um lugar de incalculável valor estratégico, a cerca de 820 metros de altitude, para romanos, visigodos e muçulmanos que, ao longo dos tempos foram sucessivamente ocupando a região.

É no entanto no contexto da reconquista cristã que tem origem a sua estrutura fortificada, como parte integrante de todo um sistema defensivo que guardava a Bacia do Mondego na retaguarda das fortificações da raia Beirã. A vila guarda, até hoje, o traço característico de um povoamento medieval, e desde o Castelo é possível observar o casario, edificado num formato triangular, claramente condicionado pela natureza acidentada do terreno e por limitações de espaço. Notam-se os quarteirões irregulares, as ruas estreitas e sinuosas, as travessas a recortarem as casas, aqui uma escadaria, ali um varandim. É contudo nesta bonita desordem que reside o charme e a tipicidade de Linhares da Beira. Aqui o vizinho vive tão perto, que há muito se tornou parte da família. Os habitantes, de natureza afável e conversadora, saúdam os visitantes com a simplicidade do gesto e da palavra: “É bonita a nossa aldeia, tem aqui muito que ver! Bom dia, vá com Deus”! Uma pequena caminhada pelas ruelas da aldeia, le-

va-nos à descoberta de inúmeras casinhas de granito, como manda a tradição; nos pátios e nos balcões não faltam as floreiras e os vasos coloridos, a dar as boas-vindas ao visitante. Distinguem-se ainda algumas casas nobres, com magníficas janelas manuelinas e portas brasonadas. Ao cruzar o Arco entramos na judiaria, um pequeno bairro na transversal da rua principal. Linhares da Beira foi a última paragem do nosso roteiro pelas Aldeias Históricas da raia. O sentimento que fica, é o de ter acabado em grande, com a visita a uma das mais belas fortificações de Portugal. Hoje em dia Linhares é conhecida como a Capital do Parapente, e todos os anos centenas de aficionados da modalidade participam no Open de Parapente, saltando da pista oficial instalada num penhasco, algumas centenas de metros acima da vila. Quanto aos geocachers, também encontrarão aqui bons motivos para uma visita à Aldeia: Historical Villages – Linhares da Beira [GCPA9C], escondida em 2005 pelo Walrus, é

uma das 10 caches originais do projeto Historical Villages, que tinha por objetivo dar a conhecer a rede de Aldeias Históricas oficiais de Portugal. Uma caderneta de luxo que ainda hoje mexe com o imaginário de muitos geocachers! No centro da vila, uma homenagem ao Último Alcaide Mor de Portugal [GC4JF1X], e para os mais aventureiros, uma investida ao mundo do Parapente [GC1WFAJ] pela mão do cmatos, promete uma fabulosa panorâmica sobre Linhares e as suas muralhas. O Castelo é de visita gratuita, o ar da Serra da Estrela é tão puro e genuíno como as gentes que aqui vivem. Vale por isso a pena visitar Linhares da Beira, e fica o convite à descoberta. Texto / Fotos: Flora Cardoso - Lusitana Paixão Fontes: www.tabernadoalcaide.serradaestrela.net www.cm-celoricodabeira.pt www.guiadacidade.pt


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Geocaching de A a Z Geocaching de A a Z é uma nova secção da GEOMagazine onde se pretende que, em cada número, um geocacher selecionado nos dê a conhecer o que é para si o Geocaching, percorrendo e utilizando todas as letras do alfabeto. Um perfil informal sobre a sua forma de ver e definir o seu próprio geocaching, através de uma completa sopa de letras. Nesta edição, VSergios, geocacher de Lisboa e também conhecido nacionalmente como um dos Homens da Luta do Geocaching, aceitou o nosso convite para ser o pioneiro e, desta forma, dar a conhecer o que é para si o Geocaching de A a Z. A de Amigos 34

Esta é cliché, eu sei. “Ah e tal, o melhor que o geocaching me trouxe foi os amigos”, dizem por aí. Há muita coisa boa que o geocaching nos traz, mas os amigos são de facto o que mais nos marca. A amizade, a ajuda o companheirismo... o amor! É o que nós mais precisamos, é o que nós mais gostamos. Portanto, sem dúvida, A de Amigos. B de Batota Estou na segunda letra e não gostava já de referir isto... mas de facto vejo a batota afetar muita gente no geocaching. Mais gente do que aquilo que eu gostava. A mim não me afeta, e gostava que não afetasse tanta gente. Podemos ser mais felizes sem nos preocuparmos em demasia com

a batota dos outros. Eu não me preocupo. Mas por outro lado também aconselho a que cada um, ao seu alcance, faça o mínimo para evitar a batota em demasia, estando atento a alguns logs nas suas caches e intervindo de acordo... mas sem insistir muito no assunto. Espera, acho que devia ter escolhido Bifana! C de Conteiner Eu sei. É container que se escreve (é só para tomarem atenção a isso, sff). E até prefiro que se chame só Cache. Podia ter escolhido tantas palavras com C, mas é por andarmos feitos putos atrás dos Containers que nos divertimos tanto com o geocaching. D de Deixa-me estar

Até tenho uma cache com esse nome (http://coord. info/GC3JEC9). Sim, de vez em quando sabe muito bem estarmos sozinhos, a contemplar a paisagem, o infinito... a nossa cabeça. Respirar fundo e reorganizar as ideias. É preciso também estarmos com nós próprios, deixarem-nos estar! O geocaching é bom para isso. E de Evento Gosto de um bom evento. Quer dizer, o evento nem precisa ser muito bom. Basta ser feito com carinho e pelo prazer do convívio, para nos divertirmos e passarmos um dia fantástico; aprender coisas novas, conhecer gente nova. Partilhar aventuras. F de Fantástico


guesa de geocaching. Não preciso fazer publicidade a todas as ferramentas que já foram e continuam a ser disponibilizadas e só tenho pena de não ter mais capacidades para contribuir mais para a comunidade. Mas claro, quero falar também da Geochurrascada. Aquele evento maravilhoso lá para Setembro que marca a entrada no novo ano geocachiano. Um evento simples e singelo, mas com muita diversão. Tudo aponta para que os Homens da Luta estejam a prever isso para domingo, dia 21 de setembro ;) Kirikiri, kiriririri H de Homens da Luta

Tenho um amigo que adora a palavra fantástico. Usa-a bem, claro. Quando uma cache é espetacular, é Fantástica, Fantástica! A vista... Fantástica, Fantástica! A bifana Fantástica, Fantástica! E é isso que gosto quando faço caches com ele, sítios fantásticos, apesar do seu mau Feitio (que também é com F). Não vou dizer que é um geocacher que agora está em Angola, senão toda a gente percebia que era o Trevas. G de... epá espera, esta é difícil... Geopt! e também Geochurrascada. Foi de bom grado que vi nascer o (sim, “o”) geopt. org. Um novo espaço, mais aberto e mais comunicativo com toda a grande e crescente comunidade portu-

Os Homens da Luta são... são uns malucos que começaram por brincar com aquilo que realmente achavam que estava mal, e que ía crescendo mal, no panorama do geocaching nacional, pá! Foi há uns anos. As preocupações eram outras. Ainda muito singelas. Era a correria maluca ao FTF, que na altura ainda era capaz de ser no dia a seguir à cache ser publicada, era as geocoins a aparecer, Geocoin é a Reação, pá. E que depois desapareciam... Hoje em dia as motivações para estes homens da luta fazerem chegar a todos a palavra da Diversão e do Companheirismo já são mais tantas outras: os founds de sofá, os eventos uns atrás dos outros, a água contaminada... muita coisa que anda mal, mas que mesmo assim as podemos aproveitar para nos divertirmos. Estamos cá para nos divertirmos, pá! I de Imaginação

A imaginação na construção de caches é um dos maiores valores no geocaching. E imaginação de muitos geocachers está mais que comprovada por tanta cache que tem aparecido e que leva a malta ao rubro. E não falo só de contentores fantásticos. Falo de belas histórias, histórias que fascinam e embelezam as nossas buscas. Gosto de ver isso. E cada vez surgem mais. J de Jolas Sim. Jolas e bifanas. Quantas vezes não fomos nós nas nossas aventuras de geocaching para a Nazaré mas não chegamos a passar de Peniche porque nos ficamos pelas esplanadas a apreciar bifanas e jolas? Perdi a conta... A corrida às caches fica para segundo plano, desde que já se tenha conseguido encontrar uma ou outra cache. É geocaching sem pressa. O objetivo é a diversão, e também não me lembro desta alguma vez ter faltado. K de... não sei, olha, KFC pode ser? Pode. São muitas as vezes que o almoço passa por ataques fortíssimos no colesterol em prol de uma ou duas horas de alegria e descontração. Ou KFC ou outra rede qualquer, ou mesmo não almoçar se a cache que se pretende encontrar é mais longe. L de Liberdade Liberdade! Como em tudo na nossa vida, devemos usufruir da liberdade para fazermos o geocaching como melhor gostamos. É isso que é bom. Eu faço as

que eu quero, tu escondes as que gostas, tu corres para os rankings e eu a ver se consigo descobrir pelo menos uma hoje ao fim desta tarde soalheira. Não interfiramos em demasia com os outros, pois estaremos a comprometer com a liberdade deles.

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M de Mariolas Porquê? Porque é o que tenho mais saudades. Adoro caminhar no Gerês, esse paraíso do geocaching, e ir deixando as mariolas, uma após outra, para trás de mim, e a cada passo sentir que “Há sítios no mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição.” Miguel Torga, Diário VII N de Nunca viria aqui se não fosse o geocaching Este é daqueles chavões que todos já ouvimos. Mas é verdade. Se não fosse o geocaching provavelmente os passeios ao domingo eram sempre iguais, ou quase. Se não fosse o geocaching, quando fossemos à Serra da Estrela, seria provável não conhecer aquele recanto fantástico. Ou mesmo aqui ao pé de casa... se não fosse o geocaching não conhecia alguns dos bonitos recantos da serra onde moro. Adoro. O de Obrigado, Obrigado bastante Gosto sempre de agradecer. Por mais que a cache seja “poucachinha”, é sempre um contributo de um geocacher para toda a comunidade. Por menos que me tenha divertido, ter tentado encontrar a cache 35


GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

já foi uma satisfação. E se o

sideração que tenho por

é como tudo na vida. Não

meu obrigado for bastante,

estes geocachers que se

precisamos de ter os discos

então podem crer que a sa-

disponibilizam

voluntaria-

todos de todas os músicos

tisfação foi enorme.

mente e de braços abertos

do mundo, devemos ouvir

P de Partilha

a toda a comunidade, para

apenas aquilo que nos faz

um trabalho de responsa-

sentir bem. E por vezes re-

bilidade e que por vezes

petir...

requer uma grande dose de

V de Vicio

Geocaching é partilha. Não fosse um dia, há 14 anos atrás, o Dave Ulmer querer partilhar a localização da “stash” que escondeu para

todos eles.

X de X marca o local Era o X que marcava o local. Agora são as coordenadas GPS. É o progresso e a tecnologia ao serviço da diversão. No geocaching gosto de conjugar estes fa-

Não tenho vícios. A não ser

tores com a Natureza, como

este, o geocaching. Onde

prova que eles não estão cá

é que já se viu um gajo le-

para destruir nada, antes

os outros lá do newsgroup

S de Surpresa

dele, e não estávamos aqui

A surpresa é um fator forte

vantar-se às 4:00 da manhã

pelo contrário. Há que saber

na descoberta de muitos lo-

para ir numa aventura com

ponderar e usar tudo o que

cais e também, ou se calhar

tuperwares? Onde é que

a ciência e a engenharia nos

Partilhar um local querido,

principalmente, de grandes

já se viu passar 86400 se-

dão para mantermos o pla-

um local belo, partilhar uma

caixinhas. A aventura e a

gundos seguidos a procurar

história

uma

satisfação já são grandes

caixinhas? Onde é que já se

Miss Universo a falar...)

verdadeira, partilhar uma

na busca, mas quando, sem

viu sair do casamento do

Y de You are here

aventura...

partilhemos,

esperar, damos de caras

melhor amigo para ir procu-

mas apenas as coisas boas.

com uma cascata de água

rar caches? Onde é que já se

límpida e fresca ou um com

viu olhar para uma árvore e

um mecanismo engenhoso

pensar apenas em escon-

que te faz chegar às mãos a

derijos? Só pode ser vício...

os dois agora, eu a escrever e tu a ler isto.

inventada,

Q de Quero! Quero!

é

o

nome

da

bookmark que tenho há uns anos com aquelas caches de sonho que um dia conto procurar. Se calhar deviam

caixinha, vai ser difícil desfazer aquele sorriso idiota da cara...

A minha mulher não pode ler isto, mas eu não me lembro do último dia que passou sem que eu não me

ser mais, mas já me conten-

T de Terapia

to com tantas que gostava

Que me perdoem os psi-

de achar. É o sonho a man-

Mas é um vício muito sau-

cólogos e os psiquiatras,

ter o geocaching vivo dentro

dável.

mas há lá melhor terapia

de mim. Um dia vou acordar

para uma mente devassa-

e irei procurar aquela em Bragança e no fim do dia passo na D. Amélia Lamas lá da secretaria do geocaching e levanto os 150€. E no outro dia a outra em Oliveira de Azeméis, e vou viver o geocaching como eu Quero! R de Revisores Revisores, esses arrogantes que pensam que estão a cima de... ah espera, já me publicaram a cache! 36

paciência. Um bem haja a

caches destas.

A sério, é extrema a con-

da que uma boa caminhada, um respirar do fresco ar da montanha, um alegre convívio com os amigos, uma pausa para beber água cristalina do riacho, enfim... uma boa geocache! U de Utopia

lembrasse de geocaching.

Você está aqui. É o que dizem aqueles mapas dos grandes recintos, dos centros comerciais... aqueles mapas de que nunca mais precisámos,

felizmente.

Agora somos guiados fielmente pelo GPS. Mas quero alertar para o facto de não devermos confiar a nossa vida apenas ao nosso pequeno aparelho recetor de

W de Wherigo

posições. Eu reparo que ao

São umas caches fantásticas, mas onde a imaginação e alguma perícia técnica têm que reinar, senão não passarão de umas multicache normais. Eu adoro fazê-las com a minha filha e outros miúdos, porque enquanto

neta mais vivo (pareço uma

passeamos

e

Utopia é pensar que que

procuramos pistas vamos

se pode viver para encon-

tendo sempre uma história

trar as caches todas. Acho

com a qual interagir. Gosta-

que esse desejo deixa mui-

va de ver mais ferramentas,

ta gente frustrada, e não

e mais simples, disponibili-

há necessidade disso. Isto

zadas para construir mais

longo destes valentes anos de geocaching o meu sentido de orientação ficou um bocado ferrugento, e fico desgostoso com isso. Podemos moderar o uso e tentar orientar-nos cada vez mais ligando aos nossos apurados sentidos. Vamos ficar mais contentes connosco. Z de Zadeus!

Bruno Gomes - Team Marretas


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GUIA PR PR1 CSC Rota das Quintas Por RuiJSDuarte

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Andava eu a remexer nos meus apontamentos à procura de um local para ir passear em modo caminhada, quando me apercebi que existia uma Pequena Rota na zona de Cascais à qual não tinha ido fazer o reconhecimento, justamente a primeira do Concelho, a PR1 CSC Rota das Quintas. Um

nome tão genérico que não diz nada sobre a realidade do passeio. Realço que apenas duas Quintas merecem o destaque com letra capital... parece-me pouco para se dar tal nome a uma PR. Ainda assim, é mesmo um dos poucos pontos negativos a realçar do passeio.

O local escolhido para o estacionamento foi a zona da Barragem da Mula e escolhi (invariavelmente, apercebi-me agora) o sentido dos ponteiros do relógio para atacar o percurso. O primeiro quilómetro e meio faz-se pelo interior da interessantíssima Quinta

do Pisão onde temos oportunidade de ver um Forno de Cal (e seus anexos) em excelentes condições de conservação e uma gruta, a Gruta de Porto Covo (tem um portão que impede o acesso ao interior propriamente dito), ambos munidos dos respectivos Painéis (bem) Informativos. À che-


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gada à gruta fui recebido por um pequeno morcego que, depois de dar um ar de sua graça, desapareceu rapidamente na escuridão. Na listing da [GC12D6E] Gruta do Porto Covo [Alcabideche] podemos encontrar mais informações sobre estes locais (e outros dois,

nas proximidades, uma Azenha e uma Capela), além das respectivas coordenadas, como pontos a visitar. Uma listing das boas e à moda antiga, portanto. Seguem-se 500 metros de alcatrão apenas a servir de ligação aos “single tracks” que nos irão levar até Al-

corvim de Baixo. Temos aqui uma excelente oportunidade para apreciar um pouco da paisagem e vegetação que podemos encontrar nas arribas a norte do Guincho, mas na versão “fácil”, sem a perspectiva por vezes extremamente inclinada dos trilhos das arribas. É realmente um troço muito bonito,

com uma breve passagem à beira da aldeia do Zambujeiro. Nestes três quilómetros passamos por mais duas geocaches, [GC4T2BK] Veterinário Municipal de Cascais e [GC471AE] Astérix & Obélix, a primeira, escondida nos metros que me-

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deiam a passagem pela zona dos cercados (o trilho passa mesmo junto à rede) e a entrada do recinto e a segunda praticamente à entrada do último “single”. Não sendo caches excepcionais são caches bastante simpáticas, uma com um container bem generoso e a outra mais virada para o disfarce e que, neste contexto, caem que nem ginjas! Gostei bastante de ambas e acabam invulgarmente por ficar mesmo a matar na PR. Um pequeno aparte para referir que ao passar junto da cerca do Canil tive oportunidade de ver uma jovem a brincar alegremente, “jogando à bola” com um dos canídeos residentes! Um momento que me deixou com um sorriso para o restante passeio, ver que não

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O regresso à Barragem

Acabado o aquecimento (cumpridos que estão os cinco quilómetros planos) vamos ao exercício propriamente dito! Esperam-nos outros cinco, estes praticamente sempre a subir!

não vemos muito mais que o chão e o verde da vegetação. Um pouco antes, ainda no interior da localidade, mais propriamente no Caminho do Uruguai, encontramos “O” local para habitar! Simbiose perfeita entre a construção, a Natureza e tudo o resto (perto da Quinta Magnólia)... não sei explicar melhor, é mesmo irem lá ver com os próprios olhos!

Passamos por Janes (o troço menos interessante do passeio) e pela Malveira da Serra, onde podemos encontrar mais uma geocache [GC293QZ] Fortaleza, e é sempre em ascensão até sermos engolidos pela Serra. Não é assim tanto no sentido figurado... o trilho escolhido para o efeito é mesmo muito arborizado e

A PR “empurra-nos” para o interior do Parque Temático Pedra Amarela e para a zona de influência do “SPT - Sintra Power Trail” pelo que neste ultimo pedaço do trajeto existem, além da [GC518R2] O Sobreiro de Sintra (ainda no exterior do recinto), várias geocaches dedicadas ao projeto que podem ser procuradas.

to de Prado e Serra que

obstante a vida ali não ser (provavelmente) o melhor período para os animais, ainda há quem dedique algum do seu tempo a contrariar isso.

faz-se já em modo relax, passando pelas minas e tanques acima da mesma e com o espelho de água a acompanhar a ponta final do passeio. No dia em que fiz a visita a barragem estava na sua capacidade máxima e foi a primeira vez que tive oportunidade de ver as descargas. Um belíssimo passeio, misrepresenta muito bem algumas das paisagem do Concelho de Cascais! está, às suas geocaches!

Rui Duarte - RuiJSDuarte


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Cada vez mais se fala da saturação de caches nas grandes superfícies urbanas, principalmente na capital, onde o número de caches continua em constante crescimento. Há quem diga que existe uma cache a cada esquina. Defende-se que quantidade não é necessariamente sinónimo de qualidade. Mas frequentemente se esquece que ainda existem zonas no nosso país em que a saída de uma nova cache é ainda um acontecimento esporádico, visto com expectativa pelos geocachers da zona, que seguem ansiosamente a saída de cada cache nova na sua zona.

No frente a frente desta edição é mesmo este o tema que iremos abordar: Saturação vs Insularidade. Por um lado, iremos ter a oportunidade de observar o ponto de vista de um geocacher de Lisboa, concelho com mais de 1500 caches, e com novas caches a serem publicadas quase diariamente. Frente a frente, um geocacher da ilha do Corvo, no Arquipélago dos Açores, ilha composta por um concelho com apenas 12 caches disponíveis. Para além do número reduzido de caches na sua área de acção este geocacher depara-se ainda com o factor do seu isolamento geográfico, ca-

racterístico de quem reside numa região insular. Assim, de um lado estará Pedro Mocisso, geocacher de Cascais, de 27 anos, que dá pelo nick de P14. Este geocacher é o 2º geocacher com mais caches encontradas no concelho de Lisboa, sendo também o primeiro do ranking no que concerne a caches encontradas nos concelhos de Oeiras e Amadora. Praticante registado em Geocaching.com em Agosto de 2009, tem já mais de 8700 geocaches encontradas. Frente a Frente, colocamos as mesmas questões a Rui Pimentel, geocacher da

ilha do Corvo, com 16 anos, com o nick de discoverer man. Registado em Maio de 2012, contabiliza umas modestas 17 caches encontradas no seu perfil, 7 delas na Ilha do Corvo, sendo que 3 das caches da ilha são suas. Duas vivências de geocaching diferentes, duas ofertas completamente opostas, no que concerne à quantidade de geocaches disponíveis. Duas realidades distintas no mesmo país, que nos ajudarão a repensar a forma como olhamos para os números e para a abundância (ou não!) de geocaches com que nos cruzamos no dia-a-dia. O que muda-


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riam estes geocachers na realidade geocachiana das suas áreas? Como planeiam eles um dia de cachada? Descubra a resposta a esta e a outras perguntas, Frente a Frente! 1. Tendo em conta o número de caches existentes na tua zona, como planeias uma cachada? Pedro Mocisso: As cachadas que eu faço servem muitas vezes para conhecer novos locais, desde novos concelhos, serras ou pequenas aldeias abandonadas e também tenho a curiosidade de conhecer novas caches. Quando planeio uma cachada tento colocar tanto ca-

ches simples como também caches desafiantes pelo terreno ou pela dificuldade para que a coisa seja equilibrada. Rui Pimentel: Como existe um número reduzido de caches na ilha, não consigo preparar uma cachada. Quando saem caches novas, eu e os meus colegas Flávio. Corvo e PauloReis17 juntamo-nos e vamos “atrás” das caches. 2. Como acompanhas a saída das novas caches? Pedro Mocisso: Acompanho a publicação através de notificações de email das caches do concelhos de Cascais, Oeiras, Sintra, para além do

Alto Alentejo onde gosto de saber quando saem Wherigo, Letterbox e Earthcache. Rui Pimentel: Como existe um número reduzido de praticantes de geocaching na ilha, sabemos sempre quando é que um envia uma cache para submissão; a partir daí vou todos os dias ao sítio oficial do geocaching na internet, acompanhando a saída da cache. 3. Como fazes a gestão destas novas publicações? Vais a correr procurar cada cache nova ou preferes fazer uma gestão mais conservadora das caches por encontrar? Pedro Mocisso: Se for muito perto da minha casa ou do

local de trabalho tento fazer um registo dela no próprio dia ou no dia a seguir para matar o vício da cache do dia. Se estiver longe dela, deixo para uma oportunidade em que consiga passar lá, seja em trabalho ou pequeno passeio ou cachada. Rui Pimentel: Se as caches forem aceites pelos revisores durante a semana, eu e os meus colegas planeamos bem a saída e no fimde-semana mais próximo “embarcamos” numa nova aventura. 4. Irrita-te ou incomoda-te de alguma forma não conseguires encontrar todas as caches da tua zona ou não

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existir mais nenhuma para procurar? Pedro Mocisso: O Geocaching é um passatempo, não tenho o objetivo de fazer todas as caches e sei que algumas nunca irei fazer. Uma das caches que tenho mais perto de mim, é uma cache aquática do Team Ribeiro: PEDRA FURADA GC4N94M; espero um dia ter oportunidade de fazer mergulho e quem sabe fazer a cache, mas não me incomoda ter a cache no GPS por fazer. Algumas vezes só tenho caches por fazer a 8km ou 10km: é uma boa razão para conhecer novos locais. Rui Pimentel: Eu tenho amigos de outros lugares, que quando me contam as suas aventuras com novas caches que saíram recentemente e que eles já as encontraram, fico incomodado por não ter também caches novas na ilha para as poder encontrar e poder contar também as minhas aventuras. 5. Como avaliarias o rácio qualidade/quantidade das caches existentes na tua zona?

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Pedro Mocisso: Infelizmente existe demasiada quantidade e muito pouca qualidade. Não vejo que isto altere a curto/médio prazo. Eu até compreendo que se queira mostrar um Museu, Jardim ou uma Igreja. Mas muitas vezes há tanta pressa em colocar a cache que não se pensa no container, é só colocar; por esse motivo Lisboa é uma

das cidades europeias com mais caches/m2. Alguns locais davam para meter uns container engraçados, outros não.

descobrir. Na minha opinião, a ilha do Corvo ainda tem muitos locais espectaculares para serem colocadas novas caches.

fazer apenas caches em certos locais ou de certos owners. São factores que podem fazer muita diferença na maneira de estar.

Rui Pimentel: Eu acho que a ilha do Corvo ainda pode ter mais caches, mas as que existem agora estão bem escondidas e em óptimos locais.

7. Consideras os rankings importantes na tua forma de ver e estar no geocaching?

Mas compreendo que para quem viva num local mais isolado seja uma alegria quando sai uma cache nova porque vai usar o GPS e fazer o found.

6. Que critérios utilizas na colocação de nova cache? Sentes que na tua área de acção ainda há espaço e pontos de interesse para mais caches? Pedro Mocisso: Para colocar uma cache tem que ser um local com história, que seja agradável ou com algum desafio extra caso contrário acho que não vale a pena. Também o gz da cache deve ser um local limpo e agradável para todos, desde ao mais pequeno geocacher ao simples muggle. Penso que a cidade de Lisboa e também algumas cidades da área da Grande Lisboa estão entupidas de caches. Ainda existem uns locais que poderiam ter umas caches como por exemplo, florestas ou matas sem forçar a quantidade. Rui Pimentel: Eu quando coloco uma cache nova tenho sempre dois critérios em conta. O primeiro é se o local onde a cache vai ser colocada tem alguma história ou beleza natural; por sua vez, o segundo é se a cache está fácil de ser encontrada e se é perigosa para as pessoas que a vão

Pedro Mocisso: Infelizmente existem rankings que não são saudáveis, porque existe pessoas que levam isto demasiado a sério. Ser o número 1 de algum concelho ou Badge para mim é-me indiferente, prefiro fazer algumas caches boas do que ser o número 1 da Amadora. O único badge que pretendo concluir é o de conhecer todos os concelhos de Portugal continental. Rui Pimentel: Eu, pessoalmente, não ligo muito aos rankings pois eu sou da opinião que o geocaching é um jogo para nos divertirmos e para podermos descobrir novos locais e não um jogo de competição. Logo não acho importantes os rankings. 8. Concordas com a ideia de que a grande ou pequena disponibilidade de caches na zona de acção de um geocacher e sua respectiva qualidade, são factores que ajudam a definir a sua forma de vivenciar o geocaching? Pedro Mocisso: Neste momento, no distrito de Lisboa, existem mais de 4000 caches: boas ou más, é só uma questão de procurar o que pretendemos. No entanto, claro que podemos

Rui Pimentel: Cada geocacher coloca as caches conforme pode, mas eu sou da opinião que quanto mais atractivas forem as caches, mais pessoas vão cativar para a prática do geocaching. 9. Por fim, diz-nos: Se pudesses, o que mudarias na realidade geocachiana da tua zona? Pedro Mocisso: Para mim, um pouco mais de qualidade nos containers e menos quantidades de caches já seria bom, com direito a um pouco de civismo nas melhores caches pois já sabemos que quando existe uma cache boa infelizmente ela não dura para sempre. Rui Pimentel: Se eu pudesse mudar alguma coisa na realidade geocachiana da ilha do Corvo era, sem margem de dúvida, a sua quantidade de caches, pois volto a insistir que o Corvo ainda tem lugares espectaculares para as colocar.

Bruno Gomes - Team Marretas Fotos cedidas gentilmente pelos entrevistados



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Entrevista de Carreira

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Sammendes Sammendes é sinónimo de tranquilidade, dedicação, superação e convívio. Vamos conhecer uma das maiores personalidades do geocaching nacional, nesta excelente entrevista de carreira.

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O chapéu ao estilo aventureiro e o colete apetrechado não levam ninguém ao engano: mais do que uma imagem de marca, revelam a verdadeira personalidade do nosso amigo, Sammendes. Por detrás do semblante tranquilo e discreto, uma personagem que marca todos aqueles que de uma ou outra forma têm a sorte de conviver com este grande amante da natureza, do ar livre e das paisagens agrestes. Com um percurso notável desde 2007, o Samuel destaca-se num estilo muito próprio na sua forma de praticar Geo-

caching: aqui o que conta acima de tudo é o convívio, a caminhada e o saboroso desafio. E porque é também um excelente contador de histórias, é uma honra receber um convidado deste calibre na GeoMagazine. Obrigada por aceitares o convite, e bem-vindo Sam! GeoMagazine:

Sammen-

des, comemoras este ano 7 anos de Geocaching! Sempre foste praticante regular, a um ritmo moderado mas com um percurso muito consistente. Como caíste no “caldeirão” dos caixotes?

Sammendes: A primeira vez que ouvi falar de Geocaching foi mesmo através da minha mulher (Margarida). Somos assinantes da revista Visão e por volta dos finais de 2006 início de 2007 esta revista publicou um artigo sobre o tema, ela leu-o e deu-mo a ler também. Por portas e travessas conseguimos ver que a cache que tínhamos mais próxima de casa era a Calçada Romana e à Portuguesa (GCMD9N), no Alqueidão da Serra. Imprimimos a página da cache, acertamos o dia e partimos à descoberta. Como sempre fui um entusiasta

da Cartografia, Orientação e outras coisas mais, na altura já tinha um GPS (GARMIN II plus). Chegados ao local, a coisa não correu muito bem. Embora com as coordenadas colocadas no GPS, não sabíamos bem o que procurar. Ainda andamos por ali algum tempo mas acabamos por desistir. Dali só paramos na Nazaré, onde nos abrilhantamos com um peixinho grelhado num dos restaurantes da marginal. Mais tarde voltei a pensar no assunto, ainda tinha o artigo comigo, voltei a ler e coincidência das coincidências, na manhã


seguinte, quando o despertador tocou ficou sintonizado numa estação de radio (não sei precisar qual) onde o tema da conversa era o Geocaching, na altura entrevistavam alguém sobre o assunto. Daí até o “bichinho” se instalar foi um piscar de olhos. GM: Estiveste ligado ao escutismo, como foi o teu percurso nesta atividade? S.M.: O meu percurso nos Escoteiros teve o seu início pelos 13 anos, no CNE e teve o seu términus por volta dos 50 anos na AEP. Iniciei este modo de estar na vida (é assim que eu entendo o Escotismo: “um modo de ser e de estar”) como Escuta e acabei como Escoteiro. Fui Júnior, Sénior, Caminheiro (era assim que na altura se designavam os grupos etários), e mais tarde dirigente. Como dirigente fui Chefe de Unidade e de Agrupamento no CNE e por último Chefe de Grupo na AEP.

curamos que em todas as atividades de Escoteiros esteja presente: a habilidade manual, a formação do carater, o desenvolvimento físico, o serviço aos outros e o sentido de Deus (independentemente da crença religiosa). A lei do Escoteiro também é um poderoso auxiliar, na medida em que é uma lei pela positiva, onde em todos os artigos é afirmado que, “O Escoteiro é… e nunca o Escoteiro não pode…” GM: Vives em Torres Novas, mas a tua carreira profissional no mundo militar levou-te a cumprir missões além-fronteiras, onde já estiveste confrontado com duras realidades, em particular no Afeganistão. É fácil estabelecer uma barreira física e mental entre as responsabilidades profissionais e os momentos de ócio e descontração? S.M.: Em vez de ócio e descontração podemos chamar-lhes períodos de des-

canso e de camaradagem, isto porque em missão não há lugar para o ócio, há sempre qualquer coisa para fazer, e a descontração fica guardada para casa, quando se descontrai num teatro de operações raramente as coisas correm bem. Também não existem barreiras separadoras, é natural que em missão após um período de atividade surja um outro de descanso, este por sua vez é aproveitado da melhor maneira por cada um dos intervenientes. Para o bem-estar do militar em missão contribuem vários fatores onde o mais importante para mim foi e é o bem-estar da família; é muito importante quem ficou na retaguarda, e aqui tenho de tirar o chapéu à minha mulher que nessas alturas teve de ser pai e mãe em simultâneo. Podem acontecer os mais variados contratempos mas sabendo nós que a família está bem, dá-nos logo 50%

de hipóteses para a resolução de qualquer problema. GM: O Ribatejo afirmouse nos últimos anos como uma das regiões mais dinâmicas ao nível do Geocaching, mas nem sempre foi assim. Como observas a evolução da atividade, numa zona onde começaste praticamente sozinho e onde as tuas caches marcaram e inspiraram toda uma nova geração?

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S.M.: Não tenho um panorama geral do país para corroborar essa afirmação, mas que fazemos bem a nossa parte, fazemos! De um modo geral há por aí muito boa gente a fazer Geocaching e nós aqui pelo Ribatejo não fugimos à regra. Nos primórdios de qualquer atividade há sempre aqueles que são os primeiros praticantes, no meu caso particular quando iniciei a corrida aos tupperwares, já o Geocaching existia há cerca de 6, 7 anos. Nessa

GM: É usual dizer-se que o Escutismo é uma grande escola de vida. Partilhas dessa opinião? Quais são para ti os mais importantes valores que se retiram dessa experiência? S.M.: Sim, partilho dessa opinião, é de facto uma escola, uma boa escola. Como disse anteriormente, ao considerar o Escotismo como um modo de ser e de estar, valores como a verdade, a lealdade, a fraternidade, a proteção da natureza entre outros, são, ou devem ser, uma constante na vida de um Escoteiro. Para que isto aconteça pro-

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altura éramos de facto muito poucos, a coisa parecia assim um pouco misteriosa, o meu primeiro encontro imediato de 3º grau com uma nova espécie, foi mais ou menos assim: vinha eu do GZ da primeira cache que existia no Bonito, com o plástico na mão, eis que surge alguém a dizer: “olhe essa coisa que tem ai é minha”. Nada mais nada menos que o Fernando (Ftomar). Logo a seguir e através do Fernando conheci o Manelov (um famoso dinossauro da época), lá para os lados da Ponte de Sor, mais tarde o Sérgio Cruz, poderoso tubarão da zona, não havia FTF que lhe escapasse, isto apenas para referir os primeiros, os outros que me perdoem. Quanto às minhas caches serem inspiradoras para outros Geocacheres, acho que é uma coisa natural. A minha inspiração também foi sendo refinada em função das caches que fui encontrando. É muito gratificante sentir que contribuímos para que as novas gerações de Geocacheres façam mais e melhores caches. GM: À semelhança do teu percurso como Founder, também és um Owner de grande consistência, com cerca de 30 caches escondidas ao longo destes 7 anos, praticamente todas ativas e de boa saúde. Qual é o segredo da longevidade das tuas caches?

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S.M.: Acho que primeiro é preciso gostar dos lugares

onde se colocam e depois do que colocamos. Desde que me iniciei como owner apenas tive que desativar duas caches a primeira foi o Moinho dos Gafos (GC1DJRF) onde não resultou o modo como a coloquei, não havendo alternativa quanto a mim, desisti dela, a segunda foi a Casa Memorial General Humberto Delgado (GC15CYF) que nunca teve uma boa relação com a vizinhança e quando assim é não há disfarce que resulte. Mas ainda tenho a esperança de a colocar novamente à luz do dia. GM: Entre muitas criações de sucesso, são de destacar algumas caches que continuam a desafiar os geocachers mais temerários: A série Arrife Twins (GC174X7), Santa Marta Hill (GC2GVYX), a Grande Árvore do Trancão (GC23NF6) ou ainda a mítica 110cm de cache (GC18Y13). De entre todas as caches que escondeste, há alguma que seja para ti mais especial do que as restantes? S.M.: Particularmente não tenho uma cache preferida, todas elas apareceram dentro de um determinado contexto de a cordo com a minha progressão no Geocaching. Lembro a primeira, Santa Marta Hill, preocupou-me bastante, foi testada uma e duas vezes para que nada falhasse pois os examinadores seriam de alto gabarito. O FTF foi feito pelo Manelov e o Ftomar chegou em segundo. Os mesmos princípios foram sendo usados para as restantes.

GM: Num episódio especial das filmagens Out Of The Box, onde presenteaste o Geopt com uma espetacular reportagem sobre a 110cm de cache, dizias que “uma cache especial é antes de mais, um lugar especial que desejamos partilhar”. Ainda existem alguns lugares que te digam muito, e que desejas no futuro partilhar com a comunidade geocacher? S.M.: Disse e continuo a afirmar o mesmo propósito, não coloco uma cache apenas por colocar. Quanto a outros locais, ainda existem alguns, no entanto há um outro fator não menos importante que é a minha capacidade de as manter de boa saúde. Assim como eu não gosto de encontrar uma cache mal tratada e desprezada, quem procura as minhas caches tem todo o direito de as encontrar bem. GM: Nas tuas caches mais exigentes nunca há lugar para facilitismo, e mesmo quando te propões a guiar amigos em visitas de grupo, não poupas ninguém, nem a ti próprio, aos acessos mais agrestes e desafiantes! Este poderia ser o teu lema? As vitórias mais sofridas são as mais compensadoras? S.M.: Embora corrobore com a afirmação e de particularmente gostar muito de uma boa luta, a coisa não é bem assim. Todos aqueles que guiei até à 110, só para citar uma delas, foram por melhores caminhos que aqueles que

foram sozinhos. O problema é que a serra é um sistema vivo e muito complexo, a vegetação cresce sem controlo, é muito difícil encontrar e tentar seguir o caminho que nos conduziu ao objetivo há quinze dias ou há um mês atrás. Este rótulo vem de uma das primeiras atividades que tive com pessoal do Georibatejo, mais concretamente quando se fez o Tour dos Arrifes uma das suas primeiras atividades. A dada altura, aquando da aproximação de um deles, que tem a particularidade de estar rodeado de tojo que nos dá pelo peito, o pessoal saiu dos carros e seguiu em frente pelo meio dos tojos, conforme indicavam os GPSs, e eu fui com eles, é por ali, é por ali, não regateei esforços. Após o found e assinado o logbook, grande parte do pessoal dispersou pelo mesmo caminho. Como não me apetecia ficar mais picado, disse: “já chega de praxe, eu vou por aqui”. Quem estava ainda por perto seguiu-me. Claro que chegamos mais rapidamente aos carros. Ficando aqueles que ainda estavam no meio dos tojos a ser alvo da chacota dos outros. Só que eu nessa altura não estava a guiar ninguém, aproveitei o facto para fazer a manutenção às caches. Logo o facto de não haver lugar para facilitismo quando me proponho a guiar


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amigos em visitas de grupo não é de todo intenção minha. As condicionantes do terreno é que determinam a progressão. GM: Com 4 filhos bem formados e uma esposa companheira que tem sido o teu braço direito também nas aventuras de Geocaching, podes afirmar que o “saber viver” cabe numa roulote estacionada numa qualquer paisagem do nosso país, com um bom petisco à mão? S.M.: Cabe numa roulote, numa tenda e algumas vezes ao relento. Claro que o petisco é uma constante, ainda não aprendi a alimentar-me de ar e vento, embora na minha zona se diga que é meio sustento. GM: Tens sido presença assídua nos mais variados eventos de Geocaching, não só no Ribatejo como em muitos outros programas em outros pontos do país. E há sempre uma mãozinha tua junto do grelhador. O convívio é a melhor parte desta atividade?

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S.M.: Sem dúvida, o convívio é sempre a melhor parte destas atividades, daí a minha participação nelas. O facto de por vezes ser apanhado com a mão na massa, é uma particularidade minha, não sou capaz de ficar na passividade vendo que falta uma mãozinha para ajudar aqui ou ali. Por norma não pergunto, agarro-me à tarefa e ponto, se não gostarem que eu esteja por ali é só dizerem, o que me levou a ajudar, também me faz retirar de mansinho sem qualquer problema.

GM: Tens participado em grandes e boas aventuras, eventualmente a mais recente terá sido Na Linha do Douro (GC1BRPH). Qual é a tua melhor memória de Geocaching? Há alguma aventura que te tenha marcado especialmente? S.M.: A grande aventura foi sem sombra de dúvida Los Balconcillos (El Caminito del Rey) (GC3JHW0) em segundo fica a La Ruta de Los Túneles - Barca d’Alva (GC1C1W9) sem esquecer o GeoAcampamento (GC3DMA5), em Mondim de Basto, organizado pelo nosso amigo Henrique, em dois anos consecutivos. GM: Alguma cache ou local que esteja na tua linha de mira e que gostarias de visitar um dia? S.M.: Neste momento tenho a mira fixada na Linha do Tua (GC2NW78), tudo aponta para uma excursão de dois dias em autonomia. Antes que aquela coisa fique definitivamente cheia de água. GM: Ultrapassada a barreira dos 50 anos, ganhamos em experiência e confiança, ou perdemos agilidade e tendemos a impor-nos alguns limites? S.M.: Não sei bem se esta é uma pergunta ou uma afirmação. É claro que aos 50 o fulgor dos 20 anos é uma recordação. No entanto estamos bem mais cientes dos nossos limites, sabemos até e aonde podemos ir. GM: Vale das Quebradas (GC4DE3N) é uma das tuas mais recentes caches escondidas, e consta da lista das Caches Nomeadas dos

Prémios GPS 2013. Na tua opinião quais os ingredientes que levaram ao destaque desta cache? S.M.: Para mim há que conjugar três fatores: o acesso, o container e o local onde está plantada. Acho particularmente que o Vale das Quebradas satisfaz em pleno estes mesmos fatores. GM: Para ti o que significam os Prémios GPS, e como encaras esta nomeação do Vale das Quebradas? S.M.: Não significam. O meu contributo para os prémios limita-se apenas aos favoritos que coloco nas caches que me agradam, acho que os prémios induzem a competição e essa não é a minha praia, por outro lado, acho que nem todas a caches nomeadas têm as mesmas oportunidades quando sujeitas a concurso. No entanto, isto não me inibiu de assistir às duas primeiras galas em Mondim de Basto, foi giro nomeadamente na primeira, com aquela inexperiência toda a tentar colocar de pé um programa em direto, na segunda a coisa já correu melhor. Quanto à nomeação do Vale das Quebradas, fiquei bastante surpreendido visto que apenas tinha sido visitada em três ocasiões. Somava na altura seis ou sete favoritos, e acho que agora anda aí na casa dos dez. Mas esta não foi a primeira, a 110 também já tinha sido nomeada. GM: Inquirimos alguns colegas e amigos que se relacionam contigo, dentro e fora do âmbito do Geocaching.

Eis os comentários que recolhemos, acerca do Sammendes: Quando comecei nestas andanças do geocaching um dos primeiros nomes que ouvi falar foi do Sammendes, até porque na altura, uma das melhores caches da zona era (e continua a ser) a 110 cm de cache. Na altura olhei para o perfil dele, pelo que vi e pelas fotos achei que devia ser mais um convencido e arrogante. Puro engano. Depois de o ter conhecido mudei completamente de opinião. Fizemos desde então varias caches juntos, muitas delas do próprio, nomeadamente a tal 110 cm, as caches da Gardunha, os Arrifes, e recentemente o Vale das Quebradas. Embora nestes casos a sua companhia nunca sei bem se é uma ajuda ou um estorvo, pois se por um lado facilita a descoberta de alguns caminhos, por outra nos obriga a desbravar mato com caminhos mesmo ao lado, ao ponto de passado uma semana ainda andarmos a tirar picos do corpo. De qualquer forma a sua presença é sempre muito agradável, a ponto de desde então termos feito varias atividades que nada têm a ver com o geocaching, nomeadamente caminhadas, noites de copos, e as ultimas passagens de ano. Muitas vezes ainda a meio caminho de uma cache dele já me dava vontade de lhe dar com um pau no lombo pela dureza das mesmas, mas o facto de se repetir algumas das caches (duras, diga-se de passagem), em vez de dedicar o tempo a fazer outras dá para fazer uma ideia do caráter do Samuel e das suas caches, que juntamente com a esposa se tornou não


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só num amigo geocacher, mas num amigo de família. Afelizardo

Falar do Samuel é fácil, já que ele como pessoa passou de um desconhecido a amigo de casa. No geocaching encontramos muitos desconhecidos que passam a conhecidos, mas felizmente também há pessoas como o Samuel e a sua esposa Margarida que devido a sua simplicidade depressa se torna amigo. Quando falo de simplicidade é só mesmo como pessoa porque em termos de geocaching é TRAMADO. Tive o prazer de fazer as caches na Gardunha e não são muito mais fáceis do que as dos Arrifes ou a 110cm ou a mais recente, Vale das Quebradas. Foi com o Samuel e a Margarida que passei um dos melhores dias de geocaching na aventura da Serra da Gardunha. É também já conhecida a forma como ele “encanta” miúdos e graúdos, até com a minha filhota Matilde (patita07), parecem duas crianças a brincar, o cumprimento deles “ - Ó feia! - Ó feio tu é que és!” Tazadormir

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Ora então o amigo Samuel, o que dizer… Bem, quando o conheci em 2011 estávamos nós, um pequeno grupo numa das suas caches após termos feito da página da cache um pequeno fórum a combinar a coisa uma vez que era necessário o uso de equipamento especial para aceder à mesma. De surpresa, lá nos brindou com a sua visita e para nós novatos foi uma honra e até

com algum nervosismo, conhecer ali um dos dinossauros que por aqui plantava das caches mais duras mas ao mesmo tempo também das mais satisfatórias. Depois disso e com a recente criação do GeoRibatejo que aconteceu nesse mesmo mês, os geocachers da região foram-se conhecendo melhor e convivendo mais uns com os outros. Nestes últimos quase 3 anos foram inúmeras as caminhadas, as cachadas e os eventos na sua companhia e até nos eventos não oficiais do GeoRibatejo é presença assídua tanto nos GeoAbafadinhos como nas GeoPassagens de ano em que nas últimas duas até foi o nosso anfitrião. Caminhante incansável seja qual for o terreno é um exemplo de meter inveja para qualquer jovem de 20 anos. Quando nos guia até as suas caches mais inacessíveis faz questão de nos levar pelo pior caminho (eheheh). Sempre bemdisposto e pronto a dar uma boa gargalhada. Ultimamente tem vindo também a revelar os seus dotes ao grelhador em parceria com o António Felizardo como puderam constatar durante a Mini Super Liga Geopt 2013 (GC4TEDW) com aquele banquete que nos prepararam. Um amigo que, se tiverem a oportunidade de conhecer, não é de desperdiçar. Parabéns pela entrevista de carreira e um abraço. Davidsantos87

GM: Um especial agradecimento ao António, à Sandra e ao David pelo entusiasmo em colaborarem nesta entrevista! Que comentários

te merecem estes testemunhos Sam? S.M.: Se eu não soubesse que este pessoal só bebe “água” iria achar que já estavam com o “grão-na-asa”. Eu por deformação escotista tento ser o mais fiel possível à Ultima Mensagem do Chefe, aqui subentenda-se Chefe por Baden Powell, em que a dada altura diz: “Creio que Deus colocou-nos neste mundo encantado para sermos felizes e apreciarmos a vida”; mais à frente, noutra passagem acrescenta: “o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuirmos para a felicidade dos outros”. Ora aqui estão incluídos estes meus amigos que deram o seu testemunho assim como muitos outros não referenciados. O meu obrigado a todos eles. GM: E afinal, que diabo se leva desta louca corrida aos tupperwares, no fim de contas? S.M.: Leva-se o cheiro das folhas esmagadas, o gosto da água dos riachos, a textura da rocha, o ranger do cascalho e da areia debaixo das solas, o voo dos pássaros, o barulho da água a cair, resumindo: muitas arranhadelas, grandes canseiras, vistas largas, lugares deslumbrantes. GM: Samuel, não podíamos fechar esta entrevista sem dar a palavra a uma pessoa muito especial e importante na tua vida, a tua esposa Margarida! Fica a bonita mensagem… Como é fácil de entender, quase quatro décadas de con-

vivência com o Samuel não se conseguem resumir em poucas palavras e pouco tempo… No entanto, o que posso acrescentar é que consegui um amigo, companheiro nas loucuras da vida, que sempre me estende a mão, me dá um sorriso ou uma repreensão, me acarinha ou desafia outra vez, que nunca esquece os nossos quatro filhos quando precisam de palavras amigas ou de uma especial atenção. E sempre sobra tempo para os amigos naquele espaço que nunca acaba! Seja na vida familiar, profissional ou com os amigos, a disponibilidade do Sammendes não tem limite, o impossível não faz parte do seu vocabulário. Agora, ano após ano, desafio atrás de desfio, vamos partilhando outras loucuras, outros desafios, mantendo o espírito com que iniciámos a vida em comum, e deixando o mundo um pouco melhor do que o encontramos, como um dia disse Baden Powell. E não preciso de dizer muito mais, porque as ações valem mais que mil palavras... Margarida Calado Mendes

GM: Muito obrigada a todos aqueles que gentilmente colaboraram nesta entrevista de carreira. Samuel, foi um gosto enorme, muito obrigada por aceitares este convite da GeoMagazine. Contigo sentimo-nos em família!

Flora Cardoso - Lusitana Paixão


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Além Fronteiras

Geocaching em Estrasburgo Por Pintelho Sou um privilegiado. Estrasburgo é a sede do poder político da Europa dos 28. Essa mesma Europa cheia de coisas estranhas, como uma bandeira com doze estrelas, porque quando alargou para quinze estadosmembro achou-se que mais de doze estrelas não era estético. E agora, a 28, continuam doze. Nessa mesma Europa a sede do Parlamento é aqui, independentemente de três em cada quatro semanas os Eurodeputados se encontrarem em Bruxelas.

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E, porque sou um privilegiado, foi-me dada a possibilidade de participar nas comemorações do Dia da Europa – nove de Maio. Participei a título

profissional, num evento que a Europa quis voltado para os jovens, o EYE – European Youth Event – e foi-me dada a oportunidade de conhecer gente de uma diversidade fantástica, feliz, a festejar uma Europa que, a todos os níveis, ainda tem muito a provar. Mas, políticas comuns aparte, durante as menos de 48h que durou esta aventura, a minha cabeça teve mais vezes que lidar com a questão “esta indumentária será adequada a esta dificuldade de terreno?” do que com questões como “o que vou jantar hoje?”. Está claro que, cada um dos poucos momentos livres tinha que ser passado a conhecer a cidade, a com-

prar recuerdos mas, também, a fazer Geocaching. Não foi muito, nem podia ser, mas foi uma jornada muito intensa, surpreendente e maravilhosa, que não podia deixar de partilhar! Venham comigo até àquele que intitulei como “The EYE of the Geocacher”! Parti do Porto e fiz escala em Bruxelas. Infelizmente, uma escala demasiado curta para “picar o ponto”. Fiquei-me pela cerveja belga num dos muitos bares do aeroporto. E que bem me soube! Já em Estrasburgo, o pequeno aeroporto respirava juventude, com os voluntários que recebiam as pessoas de sorriso rasgado e uma energia desmedida, t-shirt azul, que tanto acompanharia estas

quarenta e oito horas. Do aeroporto à cidade são cerca de quinze minutos de comboio. Uma viagem rápida demais para travar conhecimento com a speaker italiana que se sentou à minha frente. Já na cidade, a primeira impressão foi de uma organização germânica. A estação central, intermodal, apesar de grande, era bem arrumadinha, e resisti a ligar o GPSr logo ali. A prioridade era apanhar o elétrico até ao hotel. Paragem rápida no hotel para cumprir os mínimos olímpicos do check-in, e estava de volta nas ruas. Pilhas carregadas e GPSr ligado. A minha viagem começaria pela Place de la


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République, praça onde podemos encontrar uma grande quantidade de edifícios municipais e regionais da Alsácia. Antes disso, uma nota importante. A cidade de Estrasburgo é relativamente pequena. Com pouco mais de trezentos mil habitantes, é a capital da Alsácia e sede do Parlamento Europeu e do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Localizada muito próximo da fronteira com a Alemanha e percorrida por um sem número de canais, a cidade foi fundada pelo império romano e mudou, sucessivamente, de mãos entre franceses e alemães. Esta história marca a geografia e toponímia de Estrasburgo.

Descrevo a cidade, enquanto vou descrevendo a forma como a percorri. A Praça da República faz lembrar a Boavista, no Porto. Uma enorme rotunda, com um jardim e estátua ao centro. É um pouco mais pequena, contudo. Dos lados externos, os tais edifícios públicos. E logo ali percebi que estava na Europa. Ao lado de cada bandeira da França, uma bandeira azul com as doze estrelas. E poucas, muito poucas bandeiras da Alsácia. E foi neste cenário que ganhei o meu souvenir de França. Com as coordenadas a baterem um pouco ao lado – os edifícios robustos, de pedra, ao melhor estilo alemão, baralham

a receção de satélite em muitas zonas da cidade – sentei-me num banco de jardim, na rotunda, e retirei uma porca falsa (GC22FJ8). Nada mau, pensei. Se por aqui os containers urbanos tiverem todos boa camuflagem, só podem ser boas, estas 48 horas! Decidi seguir junto ao canal que serve de fronteira a norte da Grande Île. A Grande Île encerra o pequeno e pitoresco centro histórico, património da Humanidade, e é o local onde se concentra a maioria dos monumentos da cidade. É o ex-libris de Estrasburgo. Naquela hora, resisti, e fui apreciar os canais, menos turísticos. O passeio fica a alguns

metros de altura, evitando inundações nas cheias. Contudo, algo prende a atenção. A espaços, escadas levam a um carreiro em terra batida, mesmo ao lado do canal. Decidi seguir, entre duas pontes, por esse carreiro, e deparei-me com alguns casais de namorados ou, simplesmente, amigos. A cidade vive os canais, e aquele parecia-me um dos menos movimentados. Que surpresa! Alguns metros adiante, enquanto procurava a segunda cache da viagem (GC24A31), consegui ver uma ave, em voo rasante, a pescar. E o barulho das asas a chapinharem a água é digno de um filme de Holywood. Grandes efeitos especiais!

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Segui ainda até mais uma das inúmeras igrejas da cidade que, devido às distintas ocupações históricas, se divide entre o protestantismo e o catolicismo. A cache tinha uma série de DNFs, e deduzi que lá não estivesse, mas não tinha tempo para mais antes do jantar, que estava combinado, para preparar o painel que me levara ali. Decidi, então, insistir um pouco, e dei com a cache. Apesar do erro de coordenadas – a imponência da estrutura não faria prever outra coisa – dei com a magana, e de boa saúde. Uff… A primeira Multi em França já estava no papo (GC1FX10). E assim terminaria o dia #0 da visita: sem conhecer o centro histórico, sem conhecer a zona eurocrata mas, por esta altura, já apaixonado pela cidade. Tive o prazer de jantar numa mesa com uma italiana, uma belga e um húngaro, os participantes do meu painel que já tinham chegado. A conversa foi agradável. O tema do debate e a Alsácia foram os principais motivos, acompanhados pela tradicional tarte flambée e um vinho branco da Alsácia. Em Roma, sê romano, e a noite terminou, no hotel, feliz e a descansar. Os planos para sexta-feira eram mais que muitos. Seria O dia! O segundo dia da viagem amanheceu enublado e, para mim, bem cedo. A cidade era para se des-

frutar, e o tempo escasso. Dormir, nestes casos, é uma espécie de perda de tempo. Tudo começou com um delicioso pequeno-almoço no hotel, de onde saí para a zona europeia. Afinal de contas, estávamos no dia da europa e o EYE arrancava nessa manhã. Numa olhadela rápida ao GPSr apercebi-me que podia encontrar ali uma série de caches dedicadas à Europa, algumas das quais bem perto dos locais por onde eu ia andar. Saí do elétrico junto à entrada Agora do Parlamento Europeu, onde se preparava a cerimónia de abertura do evento. Contudo, e como ainda tinha tempo, decidi contornar a pé os canais, fotografando os bonitos edifícios envidraçados, até à entrada do edifício Winston Churchil, ponto de acreditação para os oradores. De caminho, havia uma cache mesmo junto ao canal, com vista para o hemiciclo (GC3Q5R3) No canal, apesar de ser cedo, já navegavam uns pequenos barcos para turistas, a lembrar os famosos bateaux mouches de Paris. Não a consegui abordar. Estrasburgo respira saúde, e eram muitos os que por aqueles caminhos praticavam o seu jogging matinal. Fui então ao Parlamento. Como madruguei, pude deambular por aqueles imensos corredores, quase vazios, cujo silêncio era apenas quebrado pelos

jovens voluntários que, atarantados, ultimavam pormenores para receber toda aquela mole humana. Os participantes ainda não podiam aceder aos corredores, e os speakers dormiam, ou passeavam, quase todos. Espreitei a sala onde, horas depois, participaria no debate. Enorme, formal e austera. Não tão simpática para os oradores como para a audiência, já que os primeiros se sentavam numas mesas corridas em cima de um estrado, sem contacto ocular entre si. Saí e fui procurar a cache Europa #1 (GC11GDE). No dia da Europa. A cache tem uma vista privilegiada para a ponte pedonal que liga o edifício principal ao edifício WiC. Ao chegar ao GZ, estava uma jovem sentada, acompanhada pela sua bicicleta. Num banco com provavelmente mais de cem metros de comprimento, ela estava sentada, precisamente, no local para onde a setinha apontava. “És Geocacher?” perguntei. Possivelmente, uma participante no evento, que aproveitava a hora morta para procurar umas caches, tal como eu. “O quê?” respondeu. Não percebera o meu inglês. Espero que fale inglês. “És geocacher?”, repeti, e apontei para o papelucho que ela segurava entre os dedos. “Ah! Queres um? Sim,

claro!”, respondeu, estendendo-me um pacote de tabaco que guardava na mochila. Que situação constrangedora, pensei. Mas não iria desistir. Sentei-me junto a ela, e expliquei-lhe que não fumava, e que a confundira com outro geocacher. Claro está que tive que explicar o que era o geocaching. Disse-me que era de Estrasburgo e estudava na faculdade de enfermagem. Quando percebeu que eu estava no evento do Parlamento quis saber o que se estava lá a passar, mas manteve o ar desconfiado. Claro, esta história de caça ao tesouro, e de ela estar precisamente no lugar de um desses tais tesouros, soava a conversa de engate!

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GEO MAG.

Optei por uma nova abordagem. Enchi-me de esperanças de as coordenadas estarem certas, pedi licença para procurar debaixo dos bancos e… uff!, apareceu no primeiro lugar que tateei, como se fosse completamente fácil, natural e desinteressante mas, pelo menos, provei-lhe que esta coisa do geocaching existia mesmo. Loguei, recoloquei e expliquei que era para os seguintes. Perdeu o interesse, e seguiu para a faculdade. Eu, contente, tinha encontrado a Europa #1, no dia da Europa. Dirigi-me novamente para a entrada Agora, onde, a escassos metros, se escondia mais uma cache da série Europa.

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GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

Desta feita, com cerca de cinco mil jovens em redor, seria mais que difícil de a resgatar. Misturei-me na multidão. Afinal de contas, apesar de estar lá na qualidade de orador, também sou jovem, ora bolas! No final, troquei duas ou três impressões com Atilla, o arquiteto húngaro que partilharia o meu painel, e segui para o centro da cidade. Decidi apanhar o elétrico na paragem Wacken, nome que dirá muito aos fãs da música mais pesada, mas que nada tem a ver com a mítica aldeia alemã. Este desvio valeu-me mais uma daquelas caches tipo porca, junto a um centro de exposições (GC2EFGA). Aqui, estas são as mais comuns. Segui caminho. Ainda não era desta que ia para a Grande Ilha. Com poucas horas até ao encontro para o nosso painel, às 14h, o plano para aquele final de manhã era conhecer a Petite France. A Petite France é um pequeno aglomerado de ilhotas, cortadas pelos canais, com todo o tipo de casas tradicionais francesas. Pitoresca ao máximo, é uma das zonas mais turísticas da cidade e é, também, uma das mais apetecíveis para um copo ao pôr-do-sol.

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Encontrei lá a cache das Ponts Couverts (GC113XR), um dos símbolos da cidade, e passei pelo restaurante mais catita que me recordo de ver em Estrasburgo. Ain-

da venho cá jantar logo, pensei. As vistas, daquela esplanada em madeira, frente àquela casa em madeira, na encruzilhada entre dois canais, permitiam abraçar com a vista todo o perfil da Grande Île, dado que um dos canais que ladeavam esta esplanada era o largo canal que delimitava, a sul, a ilha.

baterias eletrónicas, tal era o barulho de plástico a ser castigado. Quando olhei, era um jogo em que dezenas de miúdos, com um pad debaixo dos pés, tinham que acertar, de forma ritmada, nos locais certos. Conceito engraçado que ainda me prendeu a atenção durante uns instantes.

Com alguns minutos, entrei na ilha, decidido a subir ao miradouro da catedral e a ver, de cima, o edifício onde, mais tarde, tentaria brilhar. A agulha, que se ergue mais de 140m acima do chão, está omnipresente no centro da cidade. Quebrava aqui o meu plano, mas valeria a pena.

Aos poucos reuni-me com os elementos do meu painel. Christophe (alemão), Kim, (Taiwan), Atilla e Rok (Eslovénia). Um moderador, dois ex-Erasmus e dois recrutadores. Ainda Daphne e Vanessa, as responsáveis na comissão pelo programa Erasmus+, e dinamizadoras do painel, que tão amigavelmente nos acolheram.

Sobre a gótica catedral, defendida por dezenas de gárgulas, falarei adiante, no devido espaço. Aqui, fico-me nos mais de trezentos degraus que sobem setenta metros. Nada mais, pois a outra metade está inacessível, em avançado estado de degradação. Salva-se a agulha porque alguns andaimes, por dentro, reforçam a estrutura, alvo de vários incêndios. 142m acima do solo. Subi, mirei, fotografei, desci e comi num café próximo. Comer não foi bem o termo correto. Calculei mal o tempo para subir a catedral e tive que emborcar o almoço. The show must go on, e segui direto, sem mais geocaching nem demoras, para o Parlamento. À entrada, parecia que havia um concurso de

Não me lembro de estar muito mais nervoso que isto noutras ocasiões, sobretudo porque estava a ser webstreamed. Contudo, o painel correu bem e, no final, fomos visitar o hemiciclo, uma das salas mais imponentes que já visitei no estilo moderno. O resto de sexta passou sem geocaching. Após a sessão, fui com Kim e Atilla celebrar. Cristophe tinha reunião de trabalho em Frankfurt, ao bom estilo alemão, e perdemos Rok no entretanto. Vanessa e Daphne estariam com outros painéis. Após paragem no hotel para trocar de roupa (toca a vestir a sweat do Geopt), seguimos para o centro da cidade, onde tivemos os primeiros contactos com a zona turística. Contudo, todos queríamos ir

jantar à Petite France, e a grande ilha podia esperar. Acabámos a jantar na “minha esplanada”. A jantar e a beber duas boas garrafas de vinho francês. Um momento de puro deleite. Daqui seguimos para um centro da cidade repleto de jovens. Com concertos, arte de rua e nada de geocaches. Surpreendeu-me que toda aquela juventude bebesse tão pouco álcool, mas isso foi só até perceber o preço da bebida. Em contrapartida, raros eram os que não fumavam, fosse tabaco ou algo mais. Bebemos umas cervejas, conversámos sobre as diferenças culturais entre Taiwan, Budapeste e Braga. Percebemos o fascínio da Kim pela “velha” Europa e admirámo-nos com a diferença. Já meio embriagados, seguimos rumo ao hotel. Era hora de repousar um pouco. Mas não muito, pois sábado era “O” dia dedicado ao geocaching e a conhecer Estrasburgo. Acordei cerca de duas horas após adormecer. Doía-me a cabeça, sentia uma sede imensa, mas o ânimo para conhecer o âmago de Estrasburgo superava tudo isso. Ergui-me, tomei um pequeno-almoço bem calórico e segui rumo ao Parc de l’Orangerie. Este imenso parque, perto das instituições europeias, era o cenário ideal para curar a ressaca. E tinha seis caches, à laia de powertrail.


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GEO MAG.

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Antes, porém, fui procurar a tal cache que os desportistas me impediram de encontrar na véspera. Fácil de alcançar com a mão, desta feita, com tempo, rapidamente a loguei, num local cuja vista diferente para o Parlamento, se não fosse o geocaching, nunca conheceria.

que, ao sábado de manhã, desfrutavam da zona, com um mini-zoo ao ar livre, e com imensas aves, à solta, que permitem boas fotografias. Piquei o ponto com uma das caches (GC11GCC) e regressei ao centro. Pelas 11h tinha agendado um evento na Place Kleber.

No parque, a primavera já se fazia sentir, e as árvores deitavam uma seiva pegajosa, que deixava um rasto branco na minha camisola preta. Optei por nem procurar a maioria das caches, tal era a quantidade dessa seiva, e dos inúmeros muggles

Antes, porém, visitei a Place Broglie, com os seus edifícios municipais, quase todos Art Nouveau. Caminhei, finalmente, pela Grand Île. Desfrutei das pequenas ruelas, visitei as incontáveis igrejas, construídas umas após as outras, à laia de des-

pique entre franceses e alemães. Comprei recuerdos. E visitei por dentro a catedral de Notre Dame. À entrada, tal como na véspera, um vento fortíssimo, que apenas soprava ali, na Praça da Catedral. Mais tarde conheceria a lenda. Entrei. Lá dentro, tudo gótico. Os altares, adornados em dourados, marcavam a visita. Mas a estrela da companhia era, sem dúvida, o relógio astronómico. Completo, delicado, divertido e muito informativo. Uma peça única no mundo. Saí e dirigi-me à Place

Kleber. Tinha marcado um evento aqui (GC536MZ). No mesmo local onde ontem milhares de jovens dançavam ao som dos Asian Dub Foundation, hoje não existia palco. Fora substituído por centenas de faces gigantes, em tom de cinza, coladas no chão. Faces anónimas, faces famosas. Faces de jovens ou dos que, enquanto jovens, marcaram a história da Europa e do mundo. Mas o problema estava precisamente aí. É que, vedado, estava um espaço de cerca de 50 x 20m e, no centro, precisamente no centro, estavam as coordenadas do


evento que eu agendara. Dei algumas voltas. A sweat do Geopt denunciar-me-ia em Portugal. Mas ali, de pouco servia… Encontrei, finalmente, o geocacher checo Dragon Riders. Que coincidência. Um geocacher que estivera em Braga meses antes, e cuja primeira cache encontrada em Portugal fora minha. Estava ali, com uma turma, a assistir ao evento. E com ele levava uma aluna, também geocacher. Ficámos em amena cavaqueira até que, cerca de quinze minutos após a hora marcada, decidimos erguer os GPSr e procurar por mais geocachers. Surpreendentemente, não estava mais ninguém do evento eurocrata. Surpreendentemente, cerca de uma dúzia de geocachers da região reuniamse ali ao lado, à espera do owner português. Pela primeira e única vez durante a estadia, tive dificuldades em comunicar em inglês. A maioria – todos – os geocachers da Alsácia, falavam unicamente o francês. E o Dragon Riders e a aluna foram embora logo depois do encontro, muito antes de terminado o evento. Restava-me a mim, como Owner, segurar o barco com um francês abaixo do

básico, e sem nenhum interlocutor.

bertação. Nunca dará tréguas, dizem.

(GC1CBWR), numa ponte

Após escassos minutos de diálogo, quase impossível, fizemo-nos a um

Voltando ao almoço, foi algo constrangedor, tentar participar numa conversa em francês acerca de geocaching e das atividades quotidianas dos geocachers alsacianos, conversa essa em que apenas uma geocacher, pontualmente, me tentava integrar. Aí, confesso, senti-me perdido.

gansos provocavam os

enigma (GC1J7GT) que havia naquela mesma praça. Assim, com ajuda do Owner, é fácil. O primeiro mystery encontrado em França… Com batota. Ainda vinguei um DNF na praça Homme de Fêr (GCRD0Q), onde, na véspera, procurara nos sítios errados, e pude finalmente encontrar a cache da catedral (GC10562), mais uma das famosas porcas, antes de almoçar, adivinhem, uma tarte flambée. Pelo caminho, um dos convivas explicou-me que aquele vento, que se sente apenas na fachada principal da Catedral, não é mais que o vento que levou o diabo a visitar a sua imagem, representada nas paredes da Catedral, num quadro em que ele seduz um grupo de virgens, com serpentes a saírem-lhe das costas, sem nenhuma dar por isso. Ao ver-se retratado no edifício, decidiu entrar e ver se, no interior, havia mais algum culto em sua honra, tendo aí ficado aprisionado. Desde essa data, o vento que o transportou remoinha pela praça, à espera da sua li-

Entretanto, após mais uma cache de despedida (GCZBDB), consegui uma dica acerca da tal geocache que se encontrava frente à entrada Agora, em plena YO! Village. Apanhei o elétrico, saí, apertei o atacador e loguei a cache (GC16QK7), entre milhares de pessoas. Assim, sim! Olhei para o relógio e, sob a ameaça de uma chuva miudinha, ainda tinha cerca de uma hora. Apanhei novamente o elétrico, saí na Praça da República, e dirigi-me a mais uma catedral. A terceira que visitava na cidade. Esta, protestante, alemã, fora da ilha mas, ainda assim, com uma rosácea imponente. Em obras, sem turistas (como é possível?), a cache (GC19G1C) apareceu com facilidade. E o tempo, que naquela pequena cidade estica, ainda dava para mais uma

ali à frente. Por baixo, os canoístas. Sim, muitos

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canoístas e muitos gansos convivem naqueles canais, com uma dose de cumplicidade improvável. Até ao último momento, esta cidade mágica surpreendeu-me. Dirigi-me à sinagoga, gigante, reflexo de mais uma comunidade expressiva, a judaica, onde parava o elétrico, e regressei ao hotel, onde apanhei o autocarro para Frankfurt. Ali, tive o azar de embarcar na porta A2 e não na A25, residência de uma famosa virtual. Nem tudo são rosas. Hoje, escrevo estas linhas à distância de mais de um mês, e continuo a dizer: Estrasburgo é, sem dúvida, uma das mais surpreendentes cidades da Europa. Se encontrei tão poucas caches na cidade e fiquei tão fascinado, o que me esperaria se encontrasse cada uma das caches que povoam os recantos da urbe? Daquela Veneza ou Amesterdão à escala? Estrasburgo. Hei de te rever!

João Malheiro - Pintelho

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Geocaching em Livros Este artigo pretende fazer uma apresentação com alguns considerandos meus dos livros que julgo serem os únicos até agora que, em português, são sobre ou se referem ao geocaching. Apesar de dois indicarem nos respectivos sites que estariam disponíveis na FNAC, quando os procurei já não estavam em stock pelo que tive de fazer a encomenda ou às editoras ou no caso do “Artigo 41” à Livraria Bertrand de Ponta Delgada. Chegaram-me rapidamente, mas claro que ao preço de capa (sem desconto FNAC) teve de se somar portes. Como refiro mais adiante, os dois livros de ficção embora falando sobre Geo70

caching, não o têm como fio narrativo principal; são contudo livros de fácil e agradável leitura. Comprando-os estão a ajudar jovens escritores portugueses (um do Continente e outro de S. Miguel). Quanto ao ensaio é o único que foi escrito por um verdadeiro geocacher com experiência e é um óptimo guia sobre este nosso hobby.

•• “Capítulo 41” de Almeida Maia

sua carreira leccionado em todos os ciclos de ensino. É autor da Coleção Segredos - manuais escolares para o 1º ciclo, publicado pela Lisboa/Raiz Editora, estando atualmente adotados em escolas de todo o país. É autor do livro “Recursos para aulas de substituição”, publicado pela Texto Edito-

Segue-se assim a apresentação dos livros, pela ordem em que os li.

Autor Nuno Matos Valente (faz

2012 o seu primeiro livro

•• “A Ordem do Poço do

geocaching com a team

juvenil de aventuras, inti-

Inferno” de Nuno Matos Valente

•• “Geocaching – uma fer-

ramenta de sensibilização ambiental” de Nuno Fonseca

Cabrestos)

res. Publicou em Dezembro de

tulado “A Ordem do Poço do Inferno” através da nova

Nascido em 1977, é pro-

editora “Edições Escafan-

fessor desde o ano de

dro”.

2002, tendo ao longo da


ta em Portugal. O aparecimento de um estranho artefacto, escondido durante séculos no Mosteiro de Alcobaça, conduz a uma aventura onde tudo é posto em causa, em que um antigo poço de pe-

nossa região e passamos a maior parte das nossas ho-

Explicado desta forma, não parece nada de especial, mas acreditem que é muito divertido e viciante! Como

tesouro”, mas muito mais

experimentar” pág. 18 (boa

interessante,

explicação, descontando as

porque

em tudo na vida, não é pos-

se

De D. Afonso Henriques

passa no mundo real.

ao Grande Terramoto de

O objectivo é descobrir pe-

ternativo onde os factos e acontecimentos

formam

as peças de um puzzle que é desconstruído e rearranjado pelo autor, recorrendo ao humor e apelando aos instintos aventureiros dos

no” (dezembro de 2012), de

jovens leitores.

Nuno Matos Valente, ilus-

A Ordem do Poço do Infer-

trado por Joana Raimundo

no é o primeiro de três li-

e publicado pelas Edições

vros que formam a coleção.

Escafandro.

Segue-se “O Tesouro do

Numa tarde de geocaching,

Califa” (junho de 2014) e “A Floresta de Metal” (dezem-

Ulisses deparam-se com

bro de 2015).

uma estranha sequência de

Referências ao geocaching

aquele, que provocava tre-

equipas de geocaching da

que proporciona antes de

construir um universo al-

era

tesouro”.

Hidras uma das melhores

parecido com a “caça ao

história de Portugal para

fenómeno

de caches, numa “caça ao

ser mais exacto, Somos os

sível perceber a sensações

do Inferno” baseia-se na

estranho

uma equipa – um clã para

O geocaching é um jogo

Lisboa, “A Ordem do Poço

eventos inexplicáveis. Que

esconderijo e ir à procura

a realidade nem sempre é o

contada.

a Xana, o Leo, o João e o

muito unido, mas mesmo

ras livres a praticar.

de Portugal está muito mal

“A Ordem do Poço do Infer-

seguir as coordenadas do

tróleo vem demonstrar que que parece e que a história

Sinopse

pa. Não somos só um grupo

“Naquela altura o nosso grupo estava a participar

competições e as caches nos muros…)

quenos “tesouros” escon-

“O Ulisses carregou na te-

didos, chamados caches,

cla Enter e apareceu no

que podem estar escon-

ecrã um mapa e uma lista

didos em qualquer lugar,

com os nomes das caches

como no buraco de uma ár-

do campeonato.

vore, por trás de uma pedra de uma muro, numa fenda, num sinal de trânsito ou noutro sítio qualquer. Para descobrir uma cache escondida, é preciso usar um aparelho de GPS que nos indique a sua localização.

A maior parte estava riscada, o que queria dizer que já as tínhamos encontrado. Só nos faltavam encontrar quatro…. A decisão de procurar caches durante aquela tarde virou do avesso a minha vida e dos meus amigos.

Quando se consegue en-

Transformou uns dias nor-

contrar a cache, que habi-

mais em dias inesquecíveis

tualmente é uma caixinha

e umas semanas de vidas

com objectos lá dentro,

na experiência de uma vida.

abre-se e escreve-se lá o nosso nome, no livro de registos, Depois só temos de a esconder no mesmo sí-

Decidimos que em primeiro lugar, iríamos procurar uma que se chamava “O Arco”. Só depois podería-

numa competição de geo-

tio, sempre sem deixar que

caching e, a um mês do

ninguém perceba onde es-

final da prova, estávamos

tão escondidos estes “te-

empatados no primeiro lu-

souros”. Por fim só temos

gar com uma equipa rival –

de registar a descoberta na

de imaginar que iriam par-

Os Mosquitos.

internet, num site próprio.

ticipar na descoberta mais

Eu, o Ulisses, o João e a

Qualquer pessoa que esteja

(isto é possível? Uma bónus

importante alguma vez fei-

Xana formamos uma equi-

equipada com um GPS pode

de uma só cache…)

mores de terra seguidos de uma chuva pestilenta? Naquele dia, quando saíram de casa, estavam longe

Junho 2014 - EDIÇÃO 9

GEO MAG.

mos procurar a segunda, o “Monge Morto”, porque era n’”O Arco” que estavam escritas as coordenadas para encontrarmos a cache do “Monge Morto”” pág

25

71


GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

E segue-se por mais algu-

Não me parece que o 2º vo-

edição: “Geocaching – Uma

dos Açores (só o mega é de

mas páginas uma cacha-

lume da trilogia que ainda

Ferramenta de Sensibiliza-

Lisboa porque ainda não se

da que acaba no cemitério

não li, mas cuja sinopse se

ção Ambiental”.

tinha realizado o de são Jor-

dos Monges por trás do

pode ler aqui, aprofunde o

convento de Alcobaça…De-

tema geocaching…

pois jorra petróleo! (http:// www.jn.pt/paginainicial/ pais/concelho.aspx?Distrito=Leiria&Concelho=Alcoba%E7a&Option=Interior&content_id=2362134) e o geocaching acaba.

A

sinopse

começa

por

Um livrinho que devia fazer

A relação é mesmo Geoca-

da obra é o da introdução

parte do kit de iniciação de

ching <=> Caça ao Tesouro

ao Geocaching, atividade de

todos os geocachers

e que acaba por ser o en-

ar livre no qual se utiliza um

redo da trilogia. E sempre é

receptor de navegação por

mais emocionante encontrar o “Tesouro do Califa” do se encontra na maioria das caches…

“Numa tarde de geocaching

Claro que algumas aventu-

…“, mas depois e embora

ras de geocaching são qua-

se façam alguma referên-

se tão emocionantes como

cias ao mesmo e os jovens heróis sejam geocachers, o geocaching só está presente no início do livro. Claro

isso, especialmente se considerarmos como tesouros os sítios que conhecemos na sequência de se fazer

que como bons geocachers

uma caixinha…

se metem em aventuras e

A propósito. “Poço do In-

entram onde não o deveriam fazer, mas isso também já os “Cinco” da minha geração e os protagonistas

ferno”, “Tesouro do Califa” e “Floresta de Metal” são belos nomes para caches.

satélite (Sistema de Posicionamento Global – GPS) para encontrar tesouros (ou “geocaches”) colocados em qualquer local do mundo. Os destinatários da obra agora editada são todos aqueles que começam agora a descobrir e a mostrar algum interesse por esta atividade.

Autor

Para além de abordar as

Nascido a 29 de junho de

regras e as boas práticas que podem contribuir para que o Geocaching seja uma atividade sustentável, a publicação apresenta um cariz didáctico que desenvolve

da colecção “Uma Aventu-

a sua mais-valia enquanto

ra…” sem ser geocachers o

ferramenta de sensibiliza-

fazem. São características

1979, na cidade açoriana de Ponta Delgada, Pedro Filipe Almeida Maia é autor dos romances de ficção policial Bom Tempo no Canal – A Conspiração da Energia, laureado com o Prémio Literário Letras em Movi-

ção ambiental.

mento 2010, e Capítulo 41

os geocachers prolongam

Minha opinião sobre o livro

até à idade adulta.

tida, que inspirou o espetá-

Ao contrário dos outros

culo de dança Atlântida.

O target do livro são os

dois este livro não é roman-

pré-adolescentes,

embo-

ce, mas sim um ensaio e é

Participa como co-autor na

ra o tenha lido com prazer.

definitivamente sobre Geo-

Como no “Capítulo 41” são

caching. Começando pelo

misturados factos históri-

nome a acabando no con-

cos com mitos e sociedades

teúdo.

inerentes aos jovens e que

secretas, neste caso e sem querer desvendar muito da história, ligados aos Templários. Em resumo não é um livro em que o enredo esteja 72

ge).

Nuno Fonseca, o objectivo

que o lixo que actualmente

Minha opinião sobre o livro

De autoria do associado

Autor Nuno Fonseca, geocacher (nick netuseraz) e organizador da Cerimónia de Entrega dos Prémios GPS 2013. Sinopse

Faz uma boa introdução sobre os conceitos básicos do geocaching, explana as razões porque pode ser uma “ferramenta de sensibilização ambiental”, passa

centrado no geocaching,

Os Amigos dos Açores –

por todos os assuntos rele-

mas em que o autor conhe-

Associação Ecológica di-

vantes associados e exem-

ce bem o jogo.

vulgam a sua mais recente

plifica isso tudo com caches

– A Redescoberta da Atlân-

série de livros infantis Vamos Sentir com o Necas e assina as crónicas Pavilhão Auricular do semanário Terra Nostra e Cronicista do Jornal Fazendo. No género novela, escreveu o drama Nove Estações, selecionado para a Mostra LabJovem 2014, e foi distinguido com o Prémio Discover Azores 2014 com a poesia Vinhas e Epigeus. Sinopse


O professor universitário

arqueológicas recentes que

A palavra ficara na aurícu-

rou e abriu-o com os dedos

Paolo Benevoli, que lidera

reacendem a polémica da

la. “Uma espécie de caça ao

trémulos. Nada de especial:

uma secreta investigação

passagem de outros nave-

tesouro moderna”, dissera

um aglomerado de peque-

da localização da Atlântida,

gadores pelos Açores antes

Eusébio. Para jogar, bas-

nas folhas de papel, uma

é assassinado, tal como o

dos portugueses e temas

tava um aparelho de GPS

esferográfica em forma de

seu assistente, logo após

controversos que lançam o

e vontade de se aventurar.

canivete e um porta-cha-

ser encontrada uma lápide

debate à ribalta.

Era fornecida uma refe-

ves. Limpou a transpiração

rência, ou o GC CODE, que

e saiu para a claridade.

com uma mensagem extremista no átrio do Palácio de Sant’Ana. A seita Free the Landscape of Atlantis ameaça pôr a descoberto

Referências ao geocaching “-Ah, meu! Esqueci-me de perguntar uma cena, pá – bateu com a palma da mão

achados arqueológicos cho-

na testa.

cantes que podem obrigar a

-Di-diga – Eusébio recom-

reescrever toda a História. Capa da autoria de D.er Miguel Maia, com a participação de Catarina Pires. Será que outros povos já conheciam os Açores antes da chegada dos navegadores portugueses? Poderão ter deixado provas da sua passagem? As nove ilhas de bruma podem ser o que resta da Atlântida perdida? Que segredos esconderá o fundo oceânico do Atlântico? O alarme dispara! Movimentam-se políticas,

autoridades civis,

policiais

e militares; accionam-se meios terrestres, marítimos

pôs o sorriso. -A malta vende travel bugs aqui?

seria consultado na internet, e eram devolvidas as respectivas

coordenadas.

Com a massificação das

- E então? – questionou Fernando. - Aqui não há nada de es-

tecnologias móveis, mui-

pecial.

tos acabavam por recorrer

-Tás enganado! Anda comi-

a aplicações móveis, pois indicavam quais os esconderijos mais próximos. Depois de chegar ao local,

go q’eu já te mostro. Não vieste aqui em vão – o corvino apressou-se a descer um patamar. Num gesto

- Ah, fa-fazes geocaching

o que, por si só, podia ser

– os seus olhos brilharam.

uma façanha, era suposto

– Mas isso é fantástico!

encontrar um recipiente,

Sim, te-tenho travel bugs,

normalmente

caches ca-camuflados ou

O lojista tinha deixado bem

ma-magnéticos, geocoins,

claro que os receptáculos

tralveltags…

podiam ser de qualquer tipo

-Tá-se, meu! Era só para

ou tamanho, desde uma

- Mas, isso é…uma pedra! –

caixa de anéis até um barril.

observou John.

saber se tinham.” pág. 74 (Diálogo entre um surfista que não sabe falar e o Eusébio (gago como dá para perceber) um dos protagonistas da história e que no fim do livro vai fazer uma volta ao mundo…Sem ser

camuflado.

Normalmente resistentes à água, lá dentro era habitual encontrar um livro de registos, um lápis ou mesmo objectos para troca.” Pág. 251 (o que é o geocaching explicado a um muggle)

ágil, ajoelhou-se sobre um monte de pedras. Remexeu-as, como se uma delas fosse o que procurasse. - Cá está! – levantou-se e sacudiu as calças.

- Parece uma pedra, mas,,, - num gesto denunciado, abriu-a como se fosse uma caixinha de jóias – Já viram? - Bem! – exclamou Manuel, - Saíste-me cá um artista… parece mesmo uma rocha,

para se perceber que o Eu-

“-Estamos no sítio certo,

sébio é entendido em geo-

senhor Fernando – anun-

caching a passagem não

ciou John. – As coordenadas

adianta nada…)

são exactamente estas.

“Há aqui sequências de le-

- Então é este, aqui – Apon-

tras e números, Muitas!

tou.

mundo sustém a respiração

- Mostra lá isso – pediu

- Vou sozinho, pai. Ficas

com containers disfarçados

para assistir a um tumulto

Fausto. – Ora bem, só sei

aqui fora.

de pedras e tudo ☺).

nunca antes visto nas paca-

concluir que começam to-

tas ilhas.

dos pelas letras GC. Se isso

John introduziu-se ansio-

E grosso modo parece-me

samente e apalpou as pa-

que referi todas as passa-

redes. Um pingo de suor

gens que dizem respeito a

frio escorreu-lhe pela testa

geocaching. A tal lista de

quando desvendou um Tu-

GC Code lá de cima implicou

pperware dissimulado na

viagens a S. Miguel (onde se

vegetação musgosa. Suspi-

passa o grosso da acção),

e aéreos; Judiciária, GNR e Interpol unem forças; snipers assumem posições, tropas apertam o cerco; jornalistas ligam as câmaras, testam os microfones… e o

Nesta história surpreendente do autor galardoado de “Bom Tempo no Canal – A Conspiração da Energia”, desfilam descobertas

já estava complicado, agora é que o caldo entornou!” pág. 222 (Complicado, menos para um geocacher!) “Geocaching.

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está muito bem disfarçado. . Debaixo do nariz de toda a gente – o corvino retirou a moeda com cuidado. - …” pág. 265 (isto do geocaching é mesmo fantástico,

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à Terceira e ao Corvo (com

liciais misturando factos

mente não é um livro em

passagem pelas Flores).

históricos com outros não

que o enredo principal gire

Minha opinião sobre o livro

comprovados mas que fa-

à volta do geocaching. O

zem parte de mitos anti-

geocaching aqui é praticado

gos. Neste caso o mito da

por muggles e com objeti-

Embora a deslocação às caches sejam parte integrante da intriga do livro, só muito marginalmente o geoca-

Atlântida. Capítulos curtos, intercalando várias partes

ching faz parte da trama do

da acção que culminam com

livro.

a explicação do mistério em

É um livro da mesma onda dos de Dan Brown e José Rodrigues dos Santos, po-

poucas páginas no fim do livro. Lê-se bem, mas definitiva-

vos que nada têm a ver com geocaching. No desenrolar

dokus e cifras de César. O livro refere bastantes locais das ilhas dos Açores onde decorre o enredo, reconhecíveis por quem já lá esteve. Por exemplo um

do livro é também preciso

dos locais é o Monte Brasil

resolver enigmas que são

na Terceira.

de fácil identificação pelos geocachers mas que só o esperto Eusébio consegue

Joaquim Safara - Jasafara

resolver como sejam su-

Caches referidas no livro Geocaching – uma ferramenta de sensibilização ambiental waypoint

cacheName

Tipo

Distrito

Data Publish

GC8EF9

Translant Chess Cache

Traditional

Arquipélago Dos Açores

2001-05-15

GC1YFNT

The Horseman of Corvo

Traditional

Arquipélago Dos Açores

2009-09-10

GC2P52E

The Enchanted Forest - Terceira Açores

Multi

Arquipélago Dos Açores

2011-03-17

GC2TV19

A Batalha da Praia da Vitória

Traditional

Arquipélago Dos Açores

2011-04-25

GC32QY1

GEOCOINFEST Europe - Lisbon | Portugal

Event

Lisboa

2011-08-28

GC33PQK

Gruta do Carvão [São Miguel - Açores]

Earthcache

Arquipélago Dos Açores

2011-09-08

GC34WGW

Código 11.11.11 - Code 11.11.11

Event

Arquipélago Dos Açores

2011-09-27

GC34HF0

Baía de Angra do Heroísmo (Terceira)

Mystery

Arquipélago Dos Açores

2011-09-28

GC35DK2

Furnas meat stew [São Miguel - Açores]

Earthcache

Arquipélago Dos Açores

2011-10-12

GC35ND6

Saboteur - The Ultimate Mission [SMiguel - Açores]

Multi

Arquipélago Dos Açores

2011-10-18

GC374EK

Furnas Do Enxofre

Multi

Arquipélago Dos Açores

2011-11-06

GC346E2

The Kings Orders

Letterbox

Arquipélago Dos Açores

2011-12-07

GC3AQKJ

1º Evento CITO da Ilha Terceira

CITO

Arquipélago Dos Açores

2012-01-13

GC34XEV

Family Time / Tempo em Familia [S.Miguel - Açores]

Multi

Arquipélago Dos Açores

2012-01-16

GC377T9

Tomaz com Z [São Miguel - Açores]

Letterbox

Arquipélago Dos Açores

2012-01-16

GC391ZJ

The Tunnel [São Miguel - Açores]

Traditional

Arquipélago Dos Açores

2012-02-05

GC39P5Y

I am Legend

Multi

Arquipélago Dos Açores

2012-02-19

GC3DNJY

Green Meeting!

Event

Arquipélago Dos Açores

2012-03-02

GC3A118

Grupo Folclórico das Doze Ribeiras

Mystery

Arquipélago Dos Açores

2012-04-10

GC3CP4B

Duty Free @ Ponta Delgada [São Miguel - Açores]

Mystery

Arquipélago Dos Açores

2012-04-13

GC3F49P

Monkey Business!!!

Multi

Arquipélago Dos Açores

2012-05-14

GC3927V

T Rex @ Lagoa [São Miguel - Açores]

Letterbox

Arquipélago Dos Açores

2012-05-28

GC3J8NW

O Tesouro de Porto Afonso [Graciosa - Açores]

Traditional

Arquipélago Dos Açores

2012-06-01

GC3969J

LUSO [São Miguel - Azores]

Multi

Arquipélago Dos Açores

2012-07-15

GC38X4J

Faja Lopo Vaz [Flores - Azores]

Earthcache

Arquipélago Dos Açores

2012-11-28

GC51JAC

São Jorge GeoAdventure CITO [São Jorge - Açores]

CITO

Arquipélago Dos Açores

2014-04-12

Nota: Os GCCode dos CITO’s não existiam pelo que os substituí pelo do primeiro e último realizados no arquipélago dos Açores.

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Património

CASTELO DE PALMELA Por RuiJSDuarte

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Depois de na GeoMagazine #3 termos visitado o Castelo de S. Jorge, voltamos nesta edição à temática dos castelos de Portugal e o seu património. A apenas algumas dezenas de quilómetros do Castelo de São Jorge, temos no Castelo de Palmela pano para mangas no que diz respeito à História do nosso País, ou não estivesse “do outro lado do rio”, e consequentemente bastante mais vulnerável que o seu vizinho Lisboeta. Vamos perceber um pouco do espaço reservado com todo o mérito por Palmela, sua altaneira “fortificação”, nossa independência e no nosso Geocaching, claro!

Origens Os muitos vestígios arqueológicos encontrados relegam a ocupação humana na zona para os idos anos de 310 a.C., com a fundação de um povoado onde hoje se situa Palmela, e, para a construção de uma primeira posição fortificada pela mão dos Romanos cerca de 400 anos depois (106 d.C).

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Estudos recentes vêm mostrar que desde essa altura nunca mais a zona deixou de ser ocupada, primeiro pelos Visigodos e posteriormente pelo Muçulmanos (responsáveis pela construção do primeiro verdadeiro forte, entre os sec. VIII e IX, e ampliado entre os séc. X e XII).

O Castelo na História Apenas após a vitória de- (que consistia numa forcisiva na Batalha de Na- mação defensiva por parMedieval A época da “Reconquista cristã da península Ibérica” foi conturbada para Palmela e seu Castelo que foram andando de mão em mão, entre Cristãos e Muçulmanos... Ora eram conquistados pelas forças de Dom Afonso Henriques (em 1147) ora voltavam para mãos muçulmanas, para serem novamente reconquistadas (em 1158), e perdidos de seguida e... adivinharam... nova investida em 1165 (24 de Junho), beneficiando então de obras de reforço (provavelmente bastante necessárias). Com a “passagem de testemunho” entre Dom Afonso Henriques e Dom Sancho I (em 1185) esses domínios foram ofertados à Ordem Militar de Santiago (tal como Almada e Alcácer do Sal) e, lá vieram novamente os “infiéis” (pela mão do califa Abu Yusuf Ya’qub al-Mansur) abocanhando pedaços do território nacional, dos Algarves e até Almada (em 1191), danificando bastante as defesas de Palmela pelo caminho. Reconquistada algures entre 1194 e 1205, foram envidados os necessários esforços na sua recuperação e confirmada a anterior doação aos monges de Ordem Militar, que aí instalaram a sua sede (1).

vas de Tolosa em 1212 (numa coligação “all star” liderada por Afonso VIII de Castela e com os exércitos de Sancho VII de Navarra, Pedro II de Aragão, Afonso II de Portugal, dos cavaleiros do reino de Leão e das ordens militares de Santiago, Calatrava, Templários e Hospitalários) sobre o Califado Almóada é que se reconquistaram as terras entre o Rio Tejo e Évora.

te de peões armados com lanças, esperando cargas de cavalaria inimiga).

A construção da Torre de Menagem (em estilo gótico), para defesa da porta principal, terá sido construída por volta de 1323, aquando da confirmação da atribuição do Foral à Vila, já por Dom Dinis.

O Castelo estaria ainda em destaque em 1484 aquando da conspiração de Dom Diogo (duque de Viseu) e de Garcia de Meneses (bispo de Évora) contra Dom João II, em que este último, sabendo dos planos para a sua morte, atraiu e matou o primeiro a Palmela (dizem que ele próprio o apunhalou) e encarcerou o segundo na cisterna do Castelo (onde morreria poucos dias depois).

Tratados os assuntos com os Muçulmanos, era altura de lidar com os Castelhanos, com o seu cerco a Lisboa (Março de 1382) e com o incendiar/pilhar dos arrabaldes da Vila de Palmela pelos mesmos. Foi do alto das torres deste Castelo que o Condestável Dom Nuno Álvares Pereira acendeu grandes fogueiras de forma a assinalar perante o Mestre de Avis o seu regresso de Fronteira (Portalegre), onde tinha brilhantemente derrotado os espanhóis na Batalha dos Atoleiros, com a proporção de praticamente 1 para 3 e utilizando pela primeira vez em Portugal a chamada técnica de «pé terra»» ou «pé em terra»

Durante o reinado de Dom João I procederam-se a obras de ampliação e reforço no castelo (1423), juntamente com a edificação de uma Igreja (2) e do Convento onde a Ordem de Santiago (entretanto emancipada de Castela) se iria instalar, a título definitivo em 1443.

O Castelo na História Moderna Em 1755, altura do grande terramoto, o Castelo seria seriamente danificado. Não obstante, continuaria ocupado pelos freires de Palmela até ser ordenada a extinção das Ordens Religiosas em Portugal (no ano de 1834), passando então para as mãos do Exército português, que para aí destacou um contingente de militares.


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Em termos de Geocaching, o Castelo encontra-se georreferenciado desde 2003 (...) O seu aspecto atual começou a desenhar-se para a Comemoração dos Centenários (os 300 anos da Restauração da Independência em 1940 e os 800 anos da Independência de Portugal em 1943) com um conjunto de intervenções e derrube de construções, além de alterações nas janelas da Igreja de Santiago, em 1945. O convento seria reconvertido em pousada em 1945 e passou a integrar, na década de 70, a rede conhecida por Pousadas de Portugal. O recinto do Castelo tem sido, desde finais do século XX, alvo de prospecção arqueológica e alguns dos seus espaços foram transformados em alas museológicas (além de áreas de serviço e comércio). O castelo serviu entretanto como cenário para algumas fitas do pequeno e grande ecrã, como o filme “La Noche del Terror Ciego” (Tombs Of The Blind Dead) de Amando de Ossorio (1971) e a série juvenil “Uma aventura” (adaptação do livro “Uma Aventura no Castelo dos Ventos”) de Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães (2005).

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A arquitetura do castelo, por estar adaptado ao terreno, é-nos apresentada como um polígono irregular e tem como reforços das muralhas alguns torreões, quadrados e circulares. A evolução defensiva apresentada anteriormente é demonstrada pelas muralhas e seus três níveis: O Interno, do séc. XII e XIII, é obviamente a muralha mais antiga e tem duas torres cilíndricas além da torre de Menagem (reforçada e aumentada no séc. XIV ) e sua famosa cisterna. O Intermédio, do séc. XV, com muralhas mais robustas e onde se localizam a praça de armas, a Igreja de Santa Maria e o convento e a Igreja de Santiago de Palmela. O Externo, do séc. XVII, com muralhas modernas preparadas para resistir aos tiros de artilharia (incluindo baluartes, revelins e tenalhas). O Castelo está classificado como Monumento de Interesse Nacional desde 1910. (1) Igreja de Santa Maria do Castelo É considerada como sede

Evolução Defensiva e da primeira paróquia de Arquitectónica Palmela e foi construída

no sec. XII. Está presentemente em ruínas (vitima do terramoto de 1775) e restam apenas a Sacristia, onde foi instalado o GEsOS (Gabinete de Estudos sobre a Ordem de Santiago) e os portais de entrada. Podemos ver alguns exemplares de azulejos e lápides funerárias entre os vestígios arqueológicos presentes no local. (2) Igreja de Santiago de Palmela Santuário de construção de tal modo simples que dificilmente encontra paralelo no sec. XV, o que a torna parte de um lote bastante restrito de edifícios que terão sido incubação para o Estilo Manuelino. A sua construção ficou terminada em 1482 tendo sido iniciada aquando da transferência da Ordem de Santiago para a zona. É nesta Igreja que está sepultado o último mestre da referia Ordem, Jorge de Lancastre (filho ilegítimo de D.João II e Ana de Mendonça, dama da Rainha Dona Joana).

Geocaching Em termos de Geocaching, o Castelo encontra-se georreferenciado desde 2003 com uma “grandfathered” Virtual Cache denominada Palmela (GCG2QA) da autoria de um casal holandês, Chris &

Martha (Charter Member), que nos “obriga” a subir ao alto da Torre de Menagem e que conta até agora com mais de 500 visitas e mais de 750 fotos e com uma Wherigo Cache chamada O Cavaleiro da Ordem de Santiago (GC3K55K), implementada no ano passado e que se encontra presentemente a concorrer aos Prémios GPS 2013, contando até ao momento com 55 favoritos e com uma percentagem superior a 80% na preferência de PM e que totalmente a propósito nos apresenta à Ordem de Santiago e nos mostra um pouco das redondezas do castelo. Duas caches que se complementam realmente muito bem e que servem perfeitamente como cartão-de-visita a esta muito interessante zona e quem sabe sirvam de motivação para uma Tour aos restantes monumentos, ali, mesmo à mão de semear e que nos são simpaticamente apresentados por um roteiro implementado no terreno pelas autoridades locais. PS – Vejam o filme, brilhante! (www.youtube. com/watch?v=2JJHHMzeL0w) Rui Duarte - RuiJSDuarte


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From Geoc with

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É bom ter objectivos na vida. O que é melhor? Alcançar esses objectivos. O que é fixe sobre o geocaching? Quantidades infinitas de metas que podes atingir! Com tantas opções, podes tornar os teus objectivos tão fáceis ou desafiantes quanto possível. Fácil: Encontrar três tipos de cache num dia. Difícil: Encontrar 10 tipos de cache num dia. Fácil: Encontrar 10 tradicionais num dia. Difícil: Fazer uma cache de terreno 5 numa caminhada de 10 milhas. Fácil: fazer um novo amigo no próximo evento de geocaching. Difí-

cil: juntar 200 amigos para ir fazer bruning a um local aleatório. Como estamos a entrar na época principal de geocaching, estive a pensar nos meus próprios objectivos de geocaching. Uma vista de olhos sobre a minha página de estatística em Geocaching.com fez-me perceber que não estou muito longe de preencher a grelha Dificuldade/Terreno (também conhecido como o desafio Fizzy, ou “Fizzy challenge”, em inglês). Claro, ainda tenho algumas das combinações mais difíceis

por encontrar. Mas uma coisa que nunca considerei no passado foi criar pocket queries que me pudessem ajudar a encontrar aquelas caches que eu preciso… Agora, quando sei que vou sair para cachar, corro uma rápida Pocket Query para determinar se é possível preencher mais um lugar na grelha. Melhor ainda, ando a planear saídas com os meus colegas de trabalho para ajudar a enfrentar a minha grelha. Decidi perguntar aos meus colegas na Sede do Geocaching quais eram os seus

objectivos pessoais para este ano. Tal como eu, Jon Stanley (Moun10Bike) encontra-se a tentar completar o Fizzy challenge. Porém, está mais adiantado do que eu, necessitando apenas de uma cache para completar o desafio. Também tem trabalhado numa série de “uma cache por dia” (encontra-se actualmente nos 856 dias) e em encontrar uma geocache em cada novo país que visita. Ben and Jayme (benandjayme) estão trabalhando no desafio local de 50000 pés de elevação (1.524 metros) (GC24K9Z)


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caching HQ h Love nas montanhas de Washington. A ideia baseia-se no conceito de completar caminhadas para geocaches suficientes para acumular 50.000 pés de ganho de elevação. Que melhor maneira de combinar o amor pelo ar livre com geocaching? Jeremy (Jeremy) diz-me que gostaria de encontrar 100 mistérios, o que inclui completar a série Peace Sign (GC241QM) aqui no nosso quintal. Jenn (MissJenn) gostaria de preencher a sua grelha de 366 dias de geocaching e tem a grelha impres-

sa na sua secretária para ajudá-la a lembrar-se dos dias em falta. Actualmente, tem 299 dias preenchidos na sua grelha. Como um viajante de bicicleta, Reid (reidsomething) gostaria de encontrar todas as caches no seu trajecto de bicicleta para o trabalho. ScatterMyCaches (também conhecido por Derek) apenas quer encontrar mais caches este ano do que encontrou no ano passado. E em relação a uma das minhas colegas mais recentes, Bri (briety) gostaria de ver durante quanto tempo conseguirá

manter a sua série continua (actualmente em 35 dias) enquanto se foca em sair para o ar livre. Ela até capaz de dar cor a um novo estado no seu mapa de estatísticas numas próximas férias. Aqui na Sede, nós gostamos de ajudar as pessoas com a obsessão de desafios criando mais para a comunidade. No verão passado nós fizemos o “31 em 31” para o mês de Agosto. Encontrar uma cache por dia durante o mês inteiro e 31 novos souvenires eram vossos. Estamos a mexer os cordelinhos

este ano para vos desafiar de forma diferente. Para os coleccionadores de ícones: o desafio deste ano será para vocês! Se ainda não tens, desafiote a definir as tuas próximas metas de geocaching. Mesmo que não as atingas todas, terás definitivamente algumas aventuras incríveis no processo. Annie Love - G Love (Lackey) Tradução por Bruno Gomes (Team Marretas) 87


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Resultados do estudo do impacto do Geocaching nas várias esferas de vida Por InvisibleCatchers

De todos os Geocachers que tive oportunidade de conhecer, pude verificar que o significado da prática de Geocaching varia de pessoa para pessoa, no entanto, existe um consenso quanto a considerar que o Geocaching é uma atividade positiva e com benefícios. Este estudo surge com a curiosidade de perceber que efeitos o Geocaching tem, efetivamente, na vida das pessoas que o praticam e se as opiniões são generalizadas.

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alguns dos resultados obtidos. A recolha de dados foi realizada através de um questionário online. Neste, encontravam-se duas perguntas abertas: 1. Da sua experiência pessoal, em que aspetos considera que a prática de Geocaching pode ser benéfica? 2. Quais são os principais objetivos / motivações quando pratica Geocaching?

É, então, o principal objetivo deste trabalho perceber se a prática de Geocaching tem impacto positivo em diferentes esferas de vida, nomeadamente, no bem-estar físico, no bem-estar mental, na vida social e no conhecimento de uma forma geral.

As respostas a estas duas questões merecem uma análise minuciosa e cuidada, no entanto, quando apresentada através de uma “nuvem de palavras”, cujo método consiste no destaque das palavras que surgem com mais frequência, percebem-se as ideias essenciais subjacentes a estas respostas.

Segue-se a descrição do estudo e apresentação de

As descrições realizadas na primeira pergunta estão

ilustradas na Imagem 1. Assim, as palavras que mais se destacam traduzem as opiniões de que benefícios do Geocaching se prendem com a oportunidade de conhecer novos locais, exercício físico, conhecimento, o contacto com a natureza e outras pessoas. Na Imagem 2 estão destacadas as palavras que apareceram com mais frequência na resposta à segunda questão. Então, os objetivos e motivações consistem no conhecimento de novos locais, a descoberta, aventura, natureza e, claro, encontrar caches. Este é, provavelmente, um resultado expectável para aqueles que conhecem de perto esta atividade, mas será este um resultado corroborado pelos restantes dados? Descrição da amostra e das dimensões em análise Neste estudo participaram 337 geocachers, dos quais

68,3% são do sexo masculino e 31,8% do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 13 e os 68 anos. De todos os respondentes, 109 (32,3%) são da zona Norte do país, 72 (21,4%) do Centro, 99 (29,4%) de Lisboa e Vale do Tejo, 6 (1,8%) do Alentejo, 32 (9,5%) do Algarve, 18 (5,3%) das Ilhas dos Açores e da Madeira e 1 (0,3) que apresenta residência no estrangeiro. Quando analisados os hábitos da prática de Geocaching por zona de residência, verifica-se que são as zonas Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Algarve que praticam Geocaching com mais frequência, nomeadamente, de 1 a 3 vezes por semana. Destaca-se, no entanto, que nenhuma zona se distingue pela reduzida frequência com que pratica Geocaching, traduzindo assim que a maioria dos res-


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pondentes são geocachers ativos. O questionário foi desenvolvido de modo a medir 4 dimensões nas quais o Geocaching pode ter um impacto positivo. As dimensões são (1) o impacto no bem-estar físico, (2) o impacto no bem -estar mental, (3) o impacto na vida social e, por fim, (4) o impacto no conhecimento. Para avaliação do bem-estar físico foram realizadas questões como: se com a prática o geocacher aumentou o exercício físico, nota melhorias a esse nível e se realiza a atividade, maioritariamente, a pé. No bem-estar mental as questões englobavam o aumento da sensação de relaxamento e de emoções agradáveis aquando a prática do Geocaching, a atenção focada especialmente na atividade ao invés dos problemas do quotidiano e a diversão que a prática proporciona. No impacto na vida

social foram destacadas questões acerca do Geocaching como determinante no aumento de amizades e momentos de convívio, frequência com que se está com a família/amigos, participação em fóruns ou grupos de Geocaching e auto perceção da melhoria da vida social desde o início da prática do Geocaching. Por fim, o impacto do Geocaching no conhecimento foi avaliado tendo por base questões acerca do aumento de conhecimentos em História e Geografia, capacidade de raciocínio, orientação espacial, criatividade e utilização das novas tecnologias. Todas as questões tinham uma escala de 6 pontos: 1 - Discordo Totalmente a 6 – Concordo Totalmente. Principais resultados A média das respostas nas 4 dimensões situa-se acima do valor 4, traduzindo-se em concordância quanto ao

impacto positivo que o Geocaching tem no bem-estar físico, bem-estar mental, conhecimento e vida social. No Gráfico 1 estão expostas as médias das respostas para as 4 dimensões e, por fim, a média do fator que avalia o impacto geral do Geocaching (tendo por base a junção das anteriores dimensões) segundo a frequência com que os participantes praticam Geocaching. Tal como esperado, quanto mais frequente a prática de Geocaching, mais elevados são os benefícios percebidos e o impacto que esta atividade tem nas várias esferas de vida¹. Segundo podemos identificar no gráfico, este comportamento verifica-se em todas as dimensões em análise, exceto na dimensão do impacto no bem-estar mental. Nesta, as respostas encontram-se muito próximas umas das outras,

traduzindo-se na unanimidade quanto ao impacto positivo, independentemente da frequência com que se realiza Geocaching. Verifica-se também um impacto positivo destacado nos benefícios que o Geocaching traz para o conhecimento. As opiniões divergem, principalmente, na dimensão que avalia o impacto na vida social, sendo os que menos praticam Geocaching que consideram que este tem menos impacto na sua vida social. Os benefícios são mais percebidos à medida que a frequência da prática de Geocaching aumenta. A dimensão com valores mais baixos, mas ainda assim na metade positiva da escala, é o impacto que o Geocaching tem no bem-estar físico. Sendo o impacto que o Geocaching tem na vida social o mais controverso procurouse identificar um indicador a partir do qual se verificam

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GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

benefícios significativos. Assim sendo, e com base no número de caches encontradas, verifica-se que são, geralmente, os geocachers com mais de 1000 caches encontradas que identificam um impacto mais positivo e significativo do Geocaching na vida social². Quando analisados esses resultados segundo a idade, verifica-se que independentemente da frequência com que praticam Geocaching, são os respondentes com menos de 20 anos e com mais de 41 anos que avaliam mais positivamente o impacto do Geocaching nas diferentes dimensões. Os indivíduos entre os 21 e 30 anos apresentam resultados mais baixos comparando com os restantes, diferenciando-se significativamente daqueles com mais 41 anos. Apesar disso, importa destacar que todos se situam acima do ponto 4 na escala de concordância utilizada (escala de 1 a 6), mostrando que apesar das diferenças identificadas, todos os grupos concordam com a existência de benefícios do Geocaching nas várias esferas avaliadas.

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Percebeu-se que a auto perceção dos respondentes do sexo masculino e do sexo feminino são semelhantes. Salientar, ainda, que os resultados revelam que o sexo masculino identifica mais benefícios quanto ao impacto do Geocaching em todas as 4 dimensões quando comparado com o sexo feminino, no entanto, essas diferenças não são significativas. São também os respondentes casados que identificam mais benefícios no Geocaching, sendo essas diferenças

significativas quando comparados com os respondentes solteiros e em união de facto³. Quando analisadas as respostas segundo a zona de residência, não se encontraram diferenças significativas, pelo que se entende uniformidade dos geocachers quanto aos benefícios do Geocaching⁴. Também entre os membros e membros premium se identificaram diferenças quanto à perceção dos benefícios, sendo que são os segundos que consideram que o Geocaching tem mais benefícios para o conhecimento, vida social e bem estar físico⁵. Este aspeto pode ser refletido à luz da frequência que praticam Geocaching, de facto, 78,3% dos membros premium praticam Geocaching mais do que uma vez por semana, enquanto que dos membros que constituem esta amostra, 53,5% fazem Geocaching com a mesma frequência (mais de uma vez por semana). Curioso foi perceber o impacto do Geocaching quando divididos os respondentes pela existência/ inexistência de caches escondidas (como owners). Identificou-se que os geocachers que não apenas procuram caches mas também as escondem, percecionam mais benefícios e um impacto mais positivo do Geocaching no bem-estar físico, vida social e conhecimento sendo estas diferenças significativas⁶. No bem-estar mental as diferenças não são significativas, no entanto, uma vez mais destaca-se o grupo de geocachers que já esconderam caches com média mais elevada do que aqueles que não são owners de nenhuma cache.

As 4 dimensões em análise explicam 37,2% da variância da satisfação global com as várias esferas de vida⁷. De todas as dimensões, é o impacto no conhecimento que revela maior correlação com a satisfação global, sendo esta também a que tem maior efeito na satisfação (4,8%). Segue o impacto no bem estarmental com mais efeito na satisfação global (2,9%) e o impacto no bem-estar físico (1,7%). A dimensão com menos efeito na satisfação global é, então, o impacto que o Geocaching tem na vida social (0,4%) (resultados da regressão linear na tabela 3). Conclusão Segundo os dados obtidos, importa destacar que existe concordância quanto ao impacto positivo advindo da prática do Geocaching. Apesar de poderem ser notadas algumas diferenças, que foram individualmente identificadas anteriormente, importa concluir que os benefícios percebidos são transversais segundo o sexo, idade, estado civil, local de residência e antiguidade na prática do Geocaching. Destaca-se que, quanto mais frequente a prática de Geocaching, maior é o impacto deste no bem estarmental, conhecimento, vida social e bem estar-físico. Assim sendo, pode considerar-se esta uma atividade benéfica para a melhoria das várias esferas de vida, especialmente no que respeita o bem-estar mental e aumento do conhecimento, tendo estas também um efeito significativo na satisfação global destas esferas. As vantagens aumentam substancialmente quando

se acrescenta às buscas do tesouro, a experiência de esconder caches. É este igualmente um resultado a reforçar, uma vez que o Geocaching parece trazer mais vantagens àqueles que procuram e escondem caches. Com isto, confirma-se o testemunho de muitos geocachers quanto às suas experiências subjetivas, destacando o Geocaching como uma oportunidade de conhecer novas localidades, de experienciar momentos de aventura, diversão, relaxamento, aumentar conhecimentos sobre História e Geografia entre outros, mas também de convívio. O Geocaching parece, assim, ser uma excelente opção de ocupar os tempos livres e, em simultâneo, contribuir para o desenvolvimento de bem-estar interno e externo. Agradecimentos Aproveito para deixar um agradecimento especial a todos os que participaram neste estudo, de norte a sul do país, ilhas e estrangeiro. A participação de cada um foi preciosa para concretizar os objetivos propostos. A disponibilidade imediata e adesão que tive, foi surpreendente, e comprovou, uma vez mais, que o Geocaching dá muito a quem está pronto a receber, mas a comunidade geocachiana também tem muito para oferecer. Um grande OBRIGADA a todos e boas cachadas!

Adriana Paiva⁸ - InvisibleCatchers


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Imagem 1 - Da sua experiência pessoal, em que aspetos considera que a prática de Geocaching pode ser benéfica?

Imagem 2 - Quais são os principais objetivos / motivações quando pratica Geocaching?

¹F(4,332)=7,707, p=0,001 ²F(5,331)=10,075, p=0,000 ³F(3,332)=4,368, p=0,005 ⁴F(4,331)=0,625, p=0,645 ⁵Impacto no bem-estar físico: t(335)=-3,202, p=0,001; Impacto no bem estar-mental: t(335)=-0,752, p=0,453; Impacto na vida social: t(335)=-6,030, p=0,000; Impacto no conhecimento: t(335)=-2,113, p=0,035 ⁶Impacto no bem-estar físico: t(335)=-2,459, p=0,014; Impacto no bem-estar mental: t(335)=-1,751, p=0,081; Impacto na vida social: t(335)=-7,154, p=0,000; Impacto no conhecimento: t(335)=-3,265, p=0,001 ⁷F(4,332)=50,764, p=0,000 ⁸Psicóloga, contacto: estudo.geo.impacto@gmail.com

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GEO MAG.

Geocaching em Famalicão Por Fama Team

Vila Nova de Famalicão entra para o Geocaching em outubro de 2006, com a publicação da multi-cache Lenda da Imagem da Nossa Senhora do Carmo [GCQYPP] e, só no ano seguinte, é que surge a segunda geocache. No final de 2010 V. N. Famalicão já contabilizava 65 caches ativas e atualmente já ultrapassamos a barreira das 200.

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Após uma fase mais estacionária do Geocaching neste concelho, um grupo de geocachers famalicenses juntou-se, formando a

FamaTeam, de forma a dar novamente vida a esta atividade no seu concelho. Foi então que surgiu o primeiro projeto para dinamizar o Geocaching: o FamalicãoChallenge, que contou com a publicação de 49 caches tradicionais mais uma cache bónus [GC4WQW2]. O FamalicãoChallenge, desde o seu início, andou a par do passado e do presente do concelho. É exemplo disso a cache FamalicãoChallenge - Primeiros Povoados em Gavião [GC4WFTX], que dá a conhecer um antigo po-

voamento Suevo, após a invasão da Peninsula Ibérica, no início do séc. V. Bernardino Machado [GC4TM6B], eleito Presidente da República por duas vezes, e Alberto Sampaio [GC4TMZ0], escritor e historiador, são personalidades com origens em V. N. de Famalicão e que marcaram a história de Portugal. Outras grandes personalidades homenageadas por este projeto passam pelo famalicense Cardeal Cerejeira, que foi o 14º Patriarca de Lisboa, e Monsenhor Abílio

Pereira [GC4TZGR] que se formou em Teologia pela Universidade de Coimbra e que, durande três décadas foi Reitor do Santuário do Sameiro. O FamalicãoChallenge também dá a conhecer infraestruturas que serviram para que o concelho se tornasse um dos mais induatrializados do país, como é o caso da cache FamalicãoChallenge - Rede Ferroviária [GC4VBCQ]. Desde sempre que o nome “Famalicão” esteve relacionado com os têxteis e tal associação não podia


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passar despercebida, sendo assim mencionados, a história de umas das maiores empresas têxteis do país e também um dos principais responsáveis pela industrialização do concelho, Narciso Ferreira [GC4TNJ2], que chegou a ser proprietário do maior património industrial do país. Como os têxteis estarão sempre relacionados com Famalicão, e vice-versa, seria então importante dar a conhecer à comunidade de geocachers os métodos e a maquinaria anteriormente

utilizados, levando-os ao Museu da Indústria Têxtil, nome adotado para a cache GC4WQTM que se encontra nas suas imediações. Apesar da época repleta de adversidades que a indústria têxtil tem vivido, o concelho evolui e tal facto também é referido na cache FamalicãoChallenge - Um Concelho Industrial [GC4TZH1]. De forma a tornar o FamalicãoChallenge um projeto de referência e que desse a conhecer o melhor que Famalicão tem para oferecer,

revelou-se fundamental incluir algumas das festividades e romarias existente. A cache FamalicãoChallenge - Festas Antoninas [GC4TM5D] retrata a maior festividade do concelho, que acontece em junho. Outra festividade muito relacionada com o norte do país é o Festival da Doçaria Conventual [GC4TMZ6], festividade igualmente relembrada neste projeto. V. N. de Famalicão detém um vasto património arquitetónico, inclusive edifícios da arquitetura Românica no

concelho, tais como a Igreja de Santiago de Antas e a Igreja de Santa Maria de Arenoso. Outro dos edifícios arquitetónicos com bastante importância para o desenvolvimento do concelho na época medieval e retratado no FamalicãoChallenge é o Mosteiro de Santa Maria de Oliveira [GC4TNJB]. O Mosteiro de Landim, cujas origens remontam ao decorrer do Séc. XII, que convidamos a visitar com outra geocache ali colocada [GC4ZZDR], é hoje um exemplar dos mais ricos e emblemáti-

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cos do estilo Românico en-

das várias espécies ani-

#18

colinas

sendo a organização dos

tre Douro e Minho.

mais que por ali habitam,

circulares em terra, que ti-

mesmos distribuídos pe-

por exemplo a salamandra,

nham o objetivo de prote-

los diferentes elementos

esquilos,

ger o dólmen, cobrindo-o

desta equipa. Os eventos

Foi a partir do Séc. XVI que Famalicão se começou a expandir, criando um vasto conjunto de solares, sobretudo, no Vale do Rio Este e, atualmente, alguns dos

raposa,

coelho

bravo e outros (geralmen-

[GC512DV],

completamente.

te podem ser encontrados nos arredores da cache Trilho das Eiras #05 – Mata de

Posto isto, são várias as ra-

quais têm-se transforma-

zões que podem levar um

dos em casas de turismo

O percurso inclui, ainda,

rural. São exemplos disso,

miradouros naturais que

percurso. Para além das 27

e dadas a conhecer à co-

permitem vistas fabulosas

munidade de geocachers,

em várias direções, são

a Quinta de Pindela [GC-

exemplos disso as caches

[GC4V7VN].

Trilho das Eiras #11 – Torre de Vigia [GC513V1] e #15 –

Após o sucesso obtido com

Clareira [GC50EKJ].

o FamalicãoChallenge, com

Também

a atribuição de mais de 200 favoritos, surge uma nova investida

da

FamaTeam:

o Trilho das Eiras, que em menos de um mês conta com o mesmo número de favoritos. O Trilho das Eiras é um percurso circular com uma extensão de 9 km constituído por 27 caches, cujos containers estão relacionados com os temas do trilho ou com a fauna e flora existentes. O monte das eiras é a segunda maior área florestal do município de V. N. de Famalicão que vai alternando entre a área agrícola e vinícola proporcionando uma paisagem rica e diversificada. Apesar do eucalipto ser a espécie arbórea dominante, outros tipos de árvores podem ser encontradas, tais como o pinheiro bravo

a

componente

arqueológica é destacada neste percurso uma vez que é uma área com grande

geocacher a percorrer este caches do Trilho das Eiras e 4 outras que já incentivavam o conhecimento deste património, esta é uma ca-

regular, com arruamentos e construções de planta circular ou quadrangular, correspondente aos primórdios da influência romana na região. Nesta área florestal

contamos

três

castros,

nomeadamente,

são e Xiripiti [GC4WTKH], Revolução dos Plásticos

construída, sendo possível

vica (C.I.T.O Monte das Ei-

ainda usufruir de outros as-

ras [GC4YG7K]) e diversão

petos de interesse, tornan-

(Party & Geo [GC549PG]).

do cada experiência única e

A adesão tem sido boa e diversificada. Claro está que apesar da organização dos

te social do Geocaching, as

eventos ser proveniente

opiniões são divergentes.

de elementos FamaTeam, o

Para a FamaTeam, esta re-

sucesso de cada um depen-

sume-se em oportunidades

de dos seus participantes

de convívio e socialização

e é neles que apostamos

com pessoas conhecidas

este projeto. Até à data, os

e desconhecidas e com as

geocachers que têm parti-

quais partilhamos de interesses comuns (nomeadamente

o

Geocaching)

permitindo não apenas aumentar a nossa rede social,

(destacado pela cache Tri-

de experiências e conhe-

lho das Eiras #17 [GC50F-

cimentos

JY]), o Castro de Vermoim

numa oportunidade para

#23 [GC512RX] e o Castro

planear futuras investidas

das Eiras #22 [GC50EKZ].

de caça ao tesouro, em gru-

O último é o castro maior

po.

e a sua pedra formosa.

licãoChallenge – 1ª Impes-

com responsabilidade cí-

como proporcionar partilha

tornando visível o balneário

contro [GC4WRE7], Fama-

sagística, arqueológica e

o Castro de Santa Cristina

e também o mais escavado

atividade (Ponto de En-

a realização de atividades

No que respeita a verten-

proto urbana de estrutura

entre os amantes desta

componente natural e pai-

castrejos dotados de fortes

e uma clara organização

cipal objetivo o convívio

[GC52B99]), mas também

memorável.

várias ordens de muralhas

malicão e têm como prin-

minhada com uma elevada

concentração de vestígios sistemas construtivos, com

têm sido concretizados no concelho de V. N. de Fa-

Compostela [GC50N9C]).

4V7V7] e a Quinta da Costa

Junho 2014 - EDIÇÃO 9

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traduzindo-se

Motivados pelos diferen-

cipado assumem um papel essencial com o convívio, boa disposição e partilha, transformando o nosso investimento em motivação para continuar a trabalhar para realçar o que de melhor tem o Geocaching.

Hugo Peixoto

tes benefícios identifica-

- Maçarico

dos anteriormente, surge

Adriana Paiva

e o cedro. Com alguma sor-

Num pequeno planalto é

outro projeto FamaTeam:

te, quem percorrer o trilho

possível encontrar as qua-

a realização de um even-

pode usufruir da companhia

tro Mamoas de Vermoim

to em cada mês de 2014,

- InvisibleCatchers (elementos FamaTeam)

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GEOCACHER HISTÓRICO

MCA Por Jasafara


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O MCA é um dos Geocachers pioneiros em Portugal. Registado desde 2003, teve dois anos “muitos intensos” na actividade, mas depois abrandou o ritmo e dedicou-se mais a outros hobbies como a fotografia, o BTT, o TT, ou simplesmente à família. O Jasafara desafiou-o a abrir o baú das suas memórias e a partilhar com os leitores da GeoMagazine algumas das passagens que marcaram a sua actividade de Geocacher. Descubramno nestas páginas da GeoMagazine. GeoMagazine: Comecemos pelo nick: MCA, o que significa? MCA: O meu nick é uma homenagem a um membro da banda Beastie Boys chamado Adam Yauch e cujo nome artístico era MCA (provavelmente significava MC Adam sendo que MC é um Master of Cerimonies, algo conhecido no mundo do Rap). Os Beastie Boys foram das primeiras bandas de Rap cantado por brancos e marcaram o panorama musical durante mais de 30 anos com o seu som inconfundível. Entretanto o verdadeiro MCA faleceu em 2012 vítima de cancro. GM: Para quem não te conhece, resume o teu CV. De onde és, onde estás, para onde vais?

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MCA: Sou um jovem de 36 anos, aventureiro, com um enorme gosto pela natureza e pelas verdadeiras amizades. Casado (como se vê pelos episódios do anel e da despedida de solteiro) e já

com 2 filhos, de 2 e 7 anos. Sou bancário de profissão e como hobbies tenho a fotografia, a bicicleta, as caminhadas, o geocaching e os Citroen 2CV (o meu primeiro carro e que ainda mantenho). GM: Não és da primeira geração de geocachers (2001 e 2002) mas apareces logo a seguir (inscrição no Geocaching.com em 23 de Setembro de 2003) e estás bem dentro do top 100 dos geocacher mais antigos e no top 10 dos mais antigos ainda activos. Explica lá como chegaste ao geocaching? MCA: Descobri o Geocaching em 2003 através do meu amigo ppinheiro pois queria perceber como funcionava aquele aparelho que ele tinha trazido dos Estados Unidos e a que chamava de GPS. Na altura fazíamos vela juntos e ele começou a utilizar o GPS no barco. Fiquei curioso sobre o aparelho e numas férias no Algarve fui ter com ele a Vilamoura para me mostrar como funcionava o aparelho e o jogo (geocaching) que tinha recentemente descoberto.

desta cache, que se encontrava numas ruínas de um moinho situado no quintal de uma vivenda, que na altura não estava vedado. Passados uns anos passei lá e o moinho encontrava-se dentro de muros e por isso já não acessível, ainda que tenha um marco geodésico no topo. Lembro-me apenas que a cache era uma caixa micro de rolo fotográfico e que se situava no meio de um bairro de vivendas bastante perto da N125. GM: Depois registaste-te e a primeira cache tentada a solo na cache Amalia [Lisboa] (GCD953) não correu muito bem. MCA: Pois… o ppinheiro emprestou-me o seu GPS (era um Garmin 45XL), o tal que tinha vindo dos Estados Unidos, e lá fui eu de madrugada, com medo que alguém me visse, procurar a cache Amália. Claro que o erro de sinal era muito e a experiência era pouca e não dei com a cache, mesmo após insistência. Comecei a não achar piada nenhuma a esse tal de MAntunes que escondia caches tão complicadas.

GM: Fizeste o 1º found no início de Setembro na cache Estrela [POÇO de Boliqueime] (GCG5AK). Lembras-te alguma coisa desta cache há muito arquivada? Pelo local é fácil deduzir que terá sido numas férias pelo Algarve.

GM: Mas não desististe e uma semana depois uma cachada pelo Cabo da Roca correu bem melhor, com dois founds, um dos quais numa cache emblemática: The Lonely Lookout dos Greenshades (GCGGAY). Ficaste agarrado?

MCA: Exactamente, eu estava em Montegordo e fiz 80kms para ir ter com o ppinheiro a Vilamoura e de seguida fomos à procura

MCA: Sim essas duas caches foram magníficas. A do Cabo da Roca porque envolvia descer a encosta e foi uma aventura para

quem nunca se tinha metido nesse tipo de andanças. A Lonely Lookout foi uma espécie de paraíso pois fizemos a caminhada sem nada de jeito no horizonte e quando chegamos ao local damos com uma vista deslumbrante num sítio muito pouco visitado. Falei desse sítio a muitos amigos nos anos que se seguiram, tal foi o encanto. Tem-se uma vista magnífica sobre o Cabo da Roca. GM: Fiz a pergunta anterior, mas não preciso da resposta. Ficaste mesmo agarrado, tanto que em 2004 no teu primeiro ano completo, bateste-te pelo 1ª lugar no ranking de founds. Tinhas noção disso? 62 caches num ano, só 4 menos do que o Portelada! MCA: Não tinha noção disso, até porque nunca liguei muito aos números. Sempre preferi fazer as caches pela aventura e não pela estatística e ainda hoje, após mais de 10 anos de geocaching, tenho apenas 344 caches encontradas. De qualquer maneira na altura havia mais tempo para cachar, conheci muitos locais novos e graças ao geocaching fiz muitos amigos que ainda hoje mantenho. É algo que me marcou bastante, que me proporcionou e continua a proporcionar fantásticas aventuras. GM: Participaste no 1st CITO Event in Portugal [Sintra] (GCHQH4) num belo campo de lapiás. Costumas praticar TO (Trash Out) mesmo sem a parte do CI (Cache In)?


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De facto o que interessa menos no geocaching é a caixinha. Ela é apenas um pretexto para nos levar a um local MCA: Hoje em dia ando pouco pelo campo, acaba por ser quase só 1 ou 2 vezes por ano, com os expedicionários. O tempo não permite mais. Sou muito cuidadoso em não fazer lixo e sempre que posso apanho algum lixo. Nos expedicionários temos sempre essa preocupação. GM: Quase um ano depois participaste no teu primeiro evento e no quarto realizado em Portugal: 3.º Encontro de Geocachers @ PT (GCHM6E). Qual a tua relação com os eventos? Consideras-te uma pessoa e um geocacher sociável?

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MCA: Sim sou bastante sociável. Aliás apareci sozinho, sem conhecer ninguém, no encontro mensal de geocaching na Praça de Londres, que se fazia no McDonalds, e apresentei-me a toda a gente. Nesse dia conheci ilustres geocachers como o MAntunes, o Bargão Henriques, o Lobo Astuto, o Rechena, entre outros. A partir daí convenci o ppinheiro a aparecer também e começámos a participar quer nos encontros mensais quer em caçadas conjuntas, as quais me levaram a locais fantásticos (por exemplo a Six Feet Under (GCH618), a Linha do Douro (GC1BRPH) ou a Fenda da Calcedónia (GCGZCK), entre tantos outros). Como disse uma das coisas mais importantes que encontrei no geocaching foi a amiza-

de e o espírito de camaradagem. Fiz amigos para a vida, mesmo sem estar à procura. GM: Para acabarmos esta passagem pelos eventos, notei que o teu evento mais recorrente foi a GeoChurrascada em que participaste nas seis primeiras edições (de 2005 a 2010). O facto de as primeiras edições deste evento terem sido organizado pelo pinheiro deve ter influenciado isso, não? MCA: Sim, inicialmente ajudei o ppinheiro na organização da primeira e tentámos juntar o maior número de pessoas possível. Foi muito giro. Depois foi ficando cada vez maior com o crescimento do geocaching em Portugal e eu fui tendo cada vez menos tempo quer para cachar quer para aparecer em encontros, fruto da vida profissional e familiar cada vez mais agitada. Já faltei a 2 ou 3, de facto. GM: Em nome dos Homens da Luta que não deixaram morrer a iniciativa estás convidado a retomares a participação na edição de 2014. MCA: Obrigado. GM: Fizeste uma única Locationless (Reverse) Cache em Portugal a Roman Bridges (GC8C49) e algumas virtuais, a primeira das quais não era virtual quando a fizeste, a Kir-6

at Belem (GCA262). Nesse tempo podia-se mudar os tipos das caches e existiam estes dois tipos entretanto descontinuados e passados para o Waymarking. com. Alguns dos primeiros geocachers preocupavamse com a pegada ecológica que os containers deixavam. Achas que geocaching sem Tupperware não é bem geocaching ou para ti o encontrar a cache não é o mais importante?

as mais interessantes e a procura do tesouro escondido sem sermos apanhados por muggles faz parte da graça do jogo pelo que acabei sempre por preferir as tradicionais.

MCA: Excelente questão. De facto o que interessa menos no geocaching é a caixinha. Ela é apenas um pretexto para nos levar a um local, esse sim, o que realmente interessa, se for bem escolhido. Tenho pena que com o crescimento exponencial do geocaching se tenha em muitos casos passado a dar mais importância à caixinha do que ao local, com a febre das estatísticas e dos founds. De qualquer maneira penso que o geocaching é um jogo livre e há espaço para que cada um o pratique de acordo com aquilo que gosta, há apenas que seleccionar as caches de acordo com o que achamos importante (um local maravilhoso a 10h de caminhada vs um local sem interesse nenhum mas que demora 2 min a encontrar a cache e num dia conseguimos fazer 50 founds). Há espaço para todos e isso é excelente. De qualquer maneira sempre achei as caches tradicionais

GM: Falando de “coisas” que antes eram permitidas nos primeiros anos, explica lá a cache Hitch Hiker “Geo Power Smurf” (GCHB5X).

GM: Fizeste só duas EarthCaches. Isso ajuda a responder à pergunta anterior? MCA: Sim nunca me interessei muito por este tipo de caches, é um facto.

MCA: Se bem me lembro era um Travel Bug. Não sei é se já existiam nessa altura. Infelizmente deixei-o na Prado do Vidoal e nunca mais se soube dele. GM: A tua primeira participação do Geocaching@PT em 1 de Março de 2004 foi para organizar uma cachada à Six Feet Under, caçada Conjunta em 2 takes. Só passaram pouco mais de 10 anos. Lembras-te disto? MCA: Lembro-me como se fosse ontem. Foi uma aventura entrar para dentro da Terra. Ouvi falar desta cache uns tempos antes no encontro mensal e quando vi as fotografias fartei-me de chamar nomes a quem tinha colocado uma cache desta natureza. Depois fui lentamente convencido por várias pessoas, uma delas o


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MAntunes, que não era assim tão difícil e que até ia lá comigo para me mostrar o caminho. Acabei por aceitar o desafio e promover uma espécie de evento para que outros pudessem aproveitar a oportunidade, já que a maioria estaria como eu, cheio de medo de lá ir sozinho. Foi uma experiência fantástica embora para mim um esforço enorme de auto-controle pois nunca tinha estado tantos metros abaixo do chão num sítio tão fechado e com passagens cada vez mais difíceis à medida que se vai descendo. Mas valeu cada minuto e ainda lá voltei duas vezes uns tempos mais tarde. GM: Tive o prazer de te conhecer na Monsanto Subterrâneo (GCTV7D). Foste bem acompanhado por uma data de dinossáurios. De alguns deles voltaremos a falar deles a propósito dos expedicionários, mas deixo-te a foto como pretexto para falares de estórias passadas com estes ou outros geocachers e que queiras compartilhar.

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MCA: Estes são alguns dos grandes amigos que fiz no Geocaching. Não vou enumerar os outros todos, porque são bastantes, mas naturalmente as maiores aventuras foram vividas com os Expedicionários, em especial o MAntunes, o Bargão Henriques, o Clcortez e o Almeidara, ainda que em algumas das expedições tenhamos tido o prazer de ter mais um punhado de geocachers connosco incluindo todos os que estão nessa foto e muitos mais. Realço no entanto uma aventura

que me marcou, pelo perigo em que me meti, quando procurámos uma cache feita especialmente para nós: Aos grupos expedicionários [Serra do Gerês] (GC1WRND). Esta cache foi escondida pela nossa amiga Silvana e encontra-se num local fabuloso. Com a experiência de caminhada que fui adquirindo veio algum excesso de confiança e no dia desta caçada, cometi o erro de tentar subir sozinho por um lado da montanha, diferente de toda a gente. Vime numa situação um pouco complicada em que não conseguia progredir para cima e tinha receio de voltar para baixo (tenho vertigens, imagine-se). A aventura está bem descrita no log dessa cache. GM: Como peça separada a esta entrevista estarão os míticos episódios que têm a ver com o teu pedido de casamento e com a despedida de solteiro. Felizmente a tua situação matrimonial continua estável (senão talvez não tivesses tanto prazer em relembrar essas ocasiões). Depois da prenda que a tua agora esposa encontrou na primeira “cache” que encontrou ela ficou conquistada para o geocaching ou nem por isso? E os teus filhos? MCA: Ela sempre gostou do Geocaching e na altura fazíamos sempre juntos. Mas como nunca foi muito aventureira no que respeita a subidas difíceis ou caminhadas longas, as caches mais espectaculares que fiz ela não estava presente. Os

meus filhos ainda não conhecem o Geocaching mas é uma falha que terei que corrigir, até porque tenho caches quase à porta de casa. GM: Pelos posts, logs e fotos vê-se que além do geocaching tens/tinhas hobbby’s comuns a muitos geocachers, TT, BTT, Fotografia, Caminhada… Qual aquele com que ocupas mais tempo actualmente numa altura em que não te tendo desligado do geocaching o fazes de forma muito casual? MCA: O hobby onde sou mais activo é a Fotografia, sem dúvida. Logo seguido da bicicleta, que hoje em dia é muito pouco BTT e muito mais bicicleta urbana. TT já não faço pois já não tenho veículo 4x4 e caminhadas faço pontualmente com os Expedicionários (já andámos pela Peneda-Gerês, Serra da Estrela, Linha do Douro, Bragança, Rio Sabor, etc). GM: A tua participação virtual (grupo Yahoo, Geoaching@PT e GeoPT) nunca foi muito activa. Tive o prazer de ser o responsável pela última participação na sequência de um relembrar de estórias despoletado por mim onde também se fala bastante dos Expedicionários, mas peço que aqui relembres a sua origem. MCA: Os Expedicionários são um pequeno grupo de geocachers que costuma fazer uma aventura anual que consiste num fim-desemana de geocaching num qualquer ponto do país. Ge-

ralmente elegemos caches em locais interessantes e com caminhadas envolvidas, ainda que no caminho e nas redondezas façamos algumas mais ‘acessíveis’. Mas o objectivo é visitar caches daquelas que ‘valem mesmo a pena’, mesmo que isso implique caminhar 10 ou 12 horas para fazer apenas um found. No fundo tratou-se de um conjunto de 4 amigos que começaram a ir para o Gerês juntos: MAntunes, Bargão Henriques, Clcortez e MCA. Mais tarde começámos a convidar amigos para virem connosco, chegámos a ter um grupo grande, mas nos últimos anos quem tem sido mais regular tem sido o Almeidara. O nome expedicionário surgiu quando criámos um grupo de discussão no Yahoo para podermos combinar as aventuras, trocar mapas, sugerir percursos, etc.. Não sei se ainda existe mas foi o nome que na altura escolhemos e passámos a chamar às nossas aventuras Expedições, geralmente como nomes pomposos como “Expedição Tempos e Contratempos pelo Gerês. Mas foi fofinho.”. Os expedicionários começaram com uma caçada que fiz com o Manuel Antunes, Cláudio Cortez e PH (Bargão Henriques) ao Gerês, mais concretamente em 22/10/2005 se não estou em erro, dia em que visitámos várias caches fantásticas entre elas a Stairway to Heaven (GC640F) e a Fenda da Calcedónia. No dia seguinte fizemos a “Tou às Aranhas” [Gerês] (GCPDB6).


Esta foi simplesmente uma experiência fantástica para mim, e muito dura pois não estava habituado a caminhadas tão puxadas, uma boa parte fora de trilhos. Acho que os logs evidenciam alguma desta emoção que senti pela aventura vivida e superada. Na altura foi apenas uma caçada conjunta de bons amigos mas gostámos tanto que repetimos nos anos seguintes e a certa altura criámos o tal grupo de discussão no yahoo que apelidámos de Expedicionários. Mas nada formal, apenas um nome que nos é querido. GM: A maioria das entrevistas históricas anteriores foram centradas nas caches colocadas pelos entrevistados. No teu caso isso não aconteceu porque não tens nenhuma cache

que se possa considerar icónica. No entanto tens algumas caches não arquivadas de 6 dígitos (e algumas já com mais de 10 anos) o que é sempre de destacar e és o owner da primeira sudokucache de Portugal. Pedia-te que passasses em revisão as seis caches que constam no teu perfil. (GCH3A5) Guincho Yellow Cache A minha primeira cache, durou muito pouco tempo (2 meses). Era num ponto alto por cima da praia do Abano, no Guincho, local de TT e de grande vista. Havia pouca vegetação e não havia bons sítios para a esconder. Foi vandalizada penso que por ser uma zona muito frequentada quer por pessoal do TT quer por caçadores e os cães devem tê-la apanhado. Decidi por isso não

voltar a colocá-la. Chamava-se Yellow pois o container era uma caixa plástica amarela bastante grande. (GCH3A5) Windmill Route A dita caixa amarela veio para esta cache, e está nas fotos da descrição da mesma (bem como o meu velhinho GPS III+ que mais tarde deu lugar ao GPS V). Esta cache era para ser uma multi, para obrigar as pessoas a fazer o trajecto de 10kms até aos moinhos, e devia ter sido. Na altura por ingenuidade minha achei que ninguém ia fazer a cache se os obrigasse a andar 10km e por isso acabei por colocá-la apenas no que teria sido o ponto inicial da multi, um VG com uma vista 360º sobre duas serras, e sugerir o percurso apenas na descrição. Julgo que a maioria das pessoas que a

visita acaba por não fazer o percurso, que vale mesmo a pena, seja a pé, de bicicleta ou de 4x4. Tem-se mantido ao longo destes anos, acho que só desapareceu uma vez. Já teve inúmeros containers porque as pessoas insistem em partir as caixas e depois entra água. Mas sobrevive. Já tem tantas visitas quantas caches eu tenho encontradas. E já fez 10 anos de existência!

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(GCHHNB) Guincho Micro Cache Esta foi de facto a sucessora da Guincho Yellow cache, pois não havia caches nesta zona, que gosto bastante. Era uma micro (rolo fotográfico) colocado nas paredes interiores de uma ruína. Durou bastante tempo, embora tenha tido alguma manutenção e tenha tido que mudar de sítio algumas

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vezes devido às pessoas utilizarem o local como WC ou para rituais com velas e afins. Acabou por ser arquivada por falta de tempo meu em ir recolocá-la. (GCHT8J) Chapel with a View Esta situava-se numa capela no Restelo e tinha muitas visitas de turistas. Era um pequeno jardim em volta da capela mas rapidamente se tornou num sítio frequentado por drogados e começaram a aparecer vestígios de seringas etc.. Achei por bem desactivar a cache antes que houvesse problemas para quem a visitava e nunca encontrei um sítio decente alternativo para a recolocar pelo que foi também arquivada. (GCHT8J) Bicas Beach

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Mais uma cache escondida em 2004 e que ainda dura. Já desapareceu 2 ou 3 vezes e já teve manutenção feita pelo meu amigo BTRodrigues por falta de tempo de eu ir lá. Mas das últimas vezes já fui eu que lá fui. Encontra-se no sítio original, um pouco afastado do trilho, e pretende levar as pessoas a fazer um passeio pelas arribas. Tive dúvidas quando a coloquei sobre se o local seria interessante mas as pessoas têm gostado e por lá tem ficado. (GCQGW1) Sudokache Escondida durante a febre dos sudoku em 2005, a ideia era decifrar um Sudoku para encontrar a coordenada. O local tem uma vista fantástica sobre a grande Lisboa e é pouco conhecido e o esconderijo tem resistido aos tempos, nunca desapa-

receu, embora eu pense que o local é bastante visitado e suspeito até que nas imediações da cache haja um local que já tenha servido de abrigo a alguém. Continua a ter visitas após quase 10 anos. Nunca escondi mais caches porque não tenho tempo para depois fazer a manutenção. Mas ainda bem que há pessoas que o fazem e que até adoptam as caches dos outros pois assim estes activos não se perdem e continuam a poder ser visitados por quem não conhece os locais. GM: Embora não participes, vais acompanhando os fóruns? Estás a par das “trincas” do geocaching actual? MCA: Não acompanho nenhum dos fóruns actualmente, embora esteja ins-

crito nos dois (ou se calhar já há mais, não sei). Nunca participei em nenhum tipo de “guerra” e não estou de todo a par do que se passa. Prefiro manter-me longe disso pois não foi isso que me trouxe ao geocaching nem que me manteve cá por mais de 10 anos. Estou cá pelos amigos e pelas aventuras, nada mais. GM: Considero uma heresia da venda do teu GPS original. Como foste capaz de te desfazer de um GPS icónico com esse!? Qual é o teu GPS actual? MCA: É um facto. De qualquer maneira hoje seria apenas uma peça de colecção pois a tecnologia evoluiu muito. O GPS era extremamente lento e os mapas, que já os tinha, muito fracos comparados com o que temos hoje. Na altura


precisei do dinheiro para fi-

lumbrantes. Nós começá-

nanciar a compra seguinte.

mos quando ainda nem ha-

Actualmente tenho um Gar-

via 100 caches em Portugal

min Dakota 20 que embora

e cada uma era uma aven-

tenha um ecrã fraquinho

tura por si só. Para mim

é um excelente aparelho.

uma cache num sítio não

Comprei logo que saiu e já

espectacular

me acompanhou em muitas

sentido de existir. Não quer

aventuras.

dizer que nunca tenha feito

GM: Ainda manténs o 2CV?

nenhuma mas sou capaz de

Fizeste muito TT com ele? Afinal é um carro também mítico. MCA: Sim ainda mantenho o 2CV, mas agora como carro de passeio. Fiz muitos kms com ele enquanto primeiro carro mas nunca nada de radical, o TT que fazia foi com os 4x4 que tive (Suzuki Vitara, Opel Frontera e Land Rover Defender). Em termos de geocaching os carros que mais utilizei foram o Vitara e o Defender mas quando a família cresceu troquei para um carro mais familiar. GM: Embora tivesses sido um dos geocachers mais activos em 2004 e 2005, depois quase abandonaste o geocaching e há data de hoje tens menos de 400 caches feitas. Embora isso seja uma situação comum a grande parte dos geocachers mais antigos, como é que a explicas? MCA: Penso que já respondi mais acima. O que me move, e penso que seja comum a muitos dos geocachers mais antigos, é a aventura de lá chegar e a descoberta de locais fantásticos e des-

tem

Encontro com o MCA

Junho 2014 - EDIÇÃO 9

GEO MAG.

pouco

ter uma do outro lado da rua e passarem anos até a fazer. Não perco tempo a fazer caches apenas para a estatística. Não estou em competição com ninguém. Respeito aqueles que praticam o geocaching dessa forma mas não tem nada a ver comigo e sinceramente acho que é desvirtuar o conceito de aventura que está na base do geocaching. Mas como estamos num mundo livre cada um pratica da forma que lhe dá prazer e há espaço para todos. Depois como hoje em dia tenho pouco tempo disponível e as caches boas implicam meses de planeamento e viagens, acabo por fazer só meia dúzia de founds por ano. Mas tenho tentado fazer pelo menos uma expedição anual, uma espécie de balão de oxigénio para o ano seguinte. Isso e rever os bons amigos, companheiros de aventuras e com os quais já partilhei muitas alegrias e também muito sofrimento e muita adrenalina. Joaquim Safara - Jasafara

Não esteve fácil de combinar este encontro por indisponibilidades várias, mas finalmente na 25ª hora lá consegui marcar um pequeno encontro com o entrevistado. Apesar de ser o único dos meus entrevistados históricos que já conhecia pessoalmente fiz questão de me encontrar com ele antes da entrevista ser publicada (e para saberem como eu levo este ritual a sério vejam na revista de Agosto o que tive de fazer para manter a tradição). Assim e depois de saber que ele morava mesmo ao pé do Parque das Conchas, sítio onde eu tenho uma cache adoptada do Almeidara um dos expedicionários regulares nas últimas edições, foi fácil escolher o sítio. Encontramo-nos no ponto inicial da cache (GC10YZD) A Lenda da Casa Assombrada, que tinha intenção de repor hoje e fomos conversando até o ponto final, que fiquei a saber que quando ele a fez não era no sítio actual. Fomos ao GZ que infelizmente não está em condições para a reposição da cache pelo que terá de mudar de lugar, mas como ele tinha de fazer uma cache para o “boneco” fomos até à (GC3EG3Y) Fonte do Parque das Conchas que curiosamente era onde ficava originalmente o ponto final da Lenda da Casa Assombrada. Não trouxe o famoso bastão de caminhada de casa (com poderes telecinéticos para encontrar caches) mas um ramo apanhado do chão serviu para o efeito e em menos de nada estava com a cache da mão. Uma cache a menos de 100m da casa dele e por fazer há dois anos. Os geocachers do antigamente são mesmo diferentes…

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GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

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Pedido de casamento Outra peça que merece ser autonomizada e que antecede a da despedida de solteiro é a da original forma que arranjou para pedir a namorada em casamento. Ou seja colocou o anel de noivado numa “cache” que escondeu e depois levou a futura noiva a descobri-la. Ou seja chegou à cache como namorada…

…e saiu como noiva. GM: Sobre o pedido de casamento, as informações são menores. Seria por exemplo muito interessante saber as coordenadas e ter fotos se existirem? MCA: Aqui vou enviar-te 2 ou 3 fotos do local e da caçada, não tenho muitas (nota : tanto quanto sei estas fotos estão

aqui a ser apresentadas pela primeira vez). A coordenada exacta da cache não tenho, deve estar em algum backup antigo, mas estive a ver as fotos e consegui identificar o local pois existe agora uma cache lá, a Gião em Arcos de Valdevez (GC1845E). Pelas minhas fotos vêse que é o mesmo local. Eu na altura saí do carro

‘para tirar fotografias’ e fui esconder a cache a 80m do carro, e depois voltei com o GPS com o Go To já feito e disse-lhe que havia para ali uma cache e para ser ela a procurar. O pedido ocorreu no dia 7 de Abril de 2004 por volta das 12h30, segundo os meus registos.


Despedida de Solteiro A primeira vez que li alguma coisa sobre o MCA julgo que foi a propósito da sua mítica despedida de solteiro. Uma louca cachada pela noite dentro com o objectivo de bater o Record de caches feitas num dia (oito). Porque isso diz muito sobre como era o geocaching em Portugal em 2004 (imaginem os anos anteriores…) decidi autonomizar do corpo da entrevista a descrição desta épica jornada. Assim e em primeiro lugar importa contextualizar a cachada no panorama das caches existentes na altura (15 de Outubro de 2004). Existiam em todo o país (continente e ilhas) menos de 200 caches activas. Nos distritos onde decorreu a cachada (Setúbal e Évora) elas eram no máximo 35 (digo no máximo porque não verifiquei se alguma já estaria arquivada na altura). Compreende-se assim como é que a cachada teve como pontos altos a corrida ao FTF da Ribeira de Canha (GCKRDF) e ao TTF da The Lighthouse [Sesimbra] (GCKQXP) (esta com dois founds separados por uma hora no primeiro sábado após a publicação) publicadas há nove e sete dias respectivamente. Como curiosidade estas eram também as únicas caches que ainda nenhum dos participantes tinha feito. E o MAntunes continuou sem fazer a The Lighthouse. Como não foi ele a encontrar a cache

apenas deixou uma note. Até hoje... Felizmente foi ele que fez o FTF em Vendas Novas. E passemos a palavra ao homenageado deste evento. Mas a despedida foi preparada pelo padrinho (ppinheiro) que no seu primeiro log também conta quase tudo GM: Sobre a tua despedida de solteiro não sei se chegaste a ver a minha investigação em 2012 (http://goo.gl/6ACPL4)? Parece-me que não deve restar muito a acrescentar mas nada como um toque teu. Por exemplo a que horas chegaste a casa e a que horas estava marcado o casamento? MCA: Em resumo foi assim: 312Km em 10h46m entre o ponto de encontro e a última cache. A caçada começou às 22h30 na Torre Vasco da Gama de sexta para sábado, portanto decorreu no dia 16 de Outubro (visto que o primeiro found foi já as 00h01) e devo ter chegado a casa pelas 10h e fui dormir. À tarde não me lembro mas fui tratar do fato e afins. O casamento só foi no dia seguinte, dia 17, Domingo, em que acordei bem cedo e fui tirar fotos (do noivo) para as docas. Portanto não foi seguido, houve uma noite de sono normal pelo meio. Participantes - 8 loucos: •• MCA (o noivo)

•• ppinheiro e Gabriela •• 2 cotas (Diamantino e Elvira)

•• Lobo Astuto •• MAntunes •• Bargão Henriques Aqui vai a lista das 8 caches, por ordem, com os meus logs: (há mais informação nos logs dos outros bem como fotos) Parque da Paz (Almada) 00h01m (GCJRBV) Despedida de solteiro ‘Geocaching All Night Long’ Cache 1: Atravessámos o parque em passo rápido, de lanterna e GPS em punho, a contar piadas e lá fomos andando a comparar o tamanho das leds de cada um.... Chegados ao local toca de ir para o meio dos picos e lá estavam não sei quantos gatos-pingados de cú para o ar a enfiar a lanterna no meio do mato. Após uns 10 minutos lá estava ela, a sorrir para mim! A noite começava bem. IN: Escova para sapatos OUT: pulseira relógio Perdido na Mata (Barreiro) - 01h15m (GCG4MH) Despedida de solteiro ‘Geocaching All Night Long’ Cache 2: Estacionámos os popós e lá fomos nós mata a dentro a ver se encontrávamos algum fuzileiro ou cãozileiro. Na realidade encontrámos uma mata completamente desnudada. Parece que alguém levou as árvores todas! Felizmente a cache ainda lá estava e com todos a procurar no sítio errado lá fui eu sorrateiramente até ao sítio da cache. Quando a encontrei comecei a

bater com o meu bastão no tararuére para que todos ouvissem o som: “Meninos, conhecem este barulho???” eheheheheh AH POIS É!! Sem waas nem cartografia. (eu acho que eles fizeram de propósito para eu encontrar tanta cache, só pode) IN: 1 jogo CD-ROM e um acesso sapo CD-ROM OUT: Porta chaves (da tailândia) NOTA IMPORTANTE: Rechena, há um problema com a cache, aconselho a que vás lá com urgência. Não divulgamos pois estragaria a caçada a futuros visitantes.

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O Castelo (Montemor-oNovo) - 03h15m (GCJEQ7) Despedida de solteiro ‘Geocaching All Night Long’ Cache 3: Esta foi giríssima, fui à frente e enganei-me (propositadamente) no caminho para que o grupo pudesse chegar lá primeiro, afinal já estava farto das bocas sobre eu encontrar sempre as caches primeiro. Bom, quando finalmente voltei para trás e fui pelo caminho certo lá cheguei atrás deles já estavam todos em pesquisa, mas como a noite ainda era longa concentrei-me no meu GPS e lá fui direitinho à cache.... “Meninos, conhecem este barulho???” (MCA a bater com o bastão na caixa....) eheheheh mainada! IN: calculadora OUT: Bola (do PH) The Jewell of Saphire 03h55m (GCED4F) Despedida de solteiro

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GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

‘Geocaching All Night Long’ Cache 4: Esta foi muito gira, a aldeia é fantástica, especialmente à noite e com um frio de rachar. Ai, se não fosse o Moscatel tinhamos morrido todos congelados. Desta vez fiz mesmo de propósito para não encontrar a cache, senão acho que me deixavam ali mesmo... ehehehehhe No regresso vimos um fantasma à porta da igreja, bolas que foi assustador! IN: Sabonete + Shampoo + Kit informativo SIDA OUT: Guarda-chuva Ribeira de Canha - 04h55m (GCKRDF) Despedida de solteiro ‘Geocaching All Night Long’ Cache 5: Bolas que estava frio..... brrrrrr..... Lanternas, GPS, casacos, LEDs, era só equipamento! Cuidado com a água, cuidado com a areia, e lá estava ela (mais uma vez deixei os outros encontrar né??? eheheh) IN e OUT: não me alembro, já estava cheio de sono Mouriscas 06h43m (GCG349) Despedida de solteiro ‘Geocaching All Night Long’ Cache 6: Mais uma, afinal tava tudo cheio de sono e a procurar no sítio errado. Desta vez foi a Elvira que encontrou. TNLN

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The Lighthouse - 08h14m (GCKQXP) Despedida de solteiro ‘Geocaching All Night Long’ Cache 7: Mais uma! A vista é excelente e vimos o nascer do dia.

Obrigado por esta cache, já não vinha a Sesimbra há alguns anos... TNLN Cristo Rei - 09h16m (GCJW6E) Despedida de solteiro ‘Geocaching All Night Long’ Cache 8: Depois de uma tentativa falhada às 23 e tal do dia anterior, lá voltámos (os resistentes MCA, MAntunes, Ppinheiro e Gabriela) às 9:16am e desta é que foi! Mai nada para acabar em beleza! Bom eu cá por mim fico por aqui, já fiz 8 caches, acho que já me posso ir casar. Vou dormir umas horinhas, preparar as coisas e amanhã lá vou eu para a festança. Depois disso, México aqui vou eu!

Testemunhos Só muito em cima do fecho da entrevista me lembrei de pedir uns pequenos testemunhos aos restantes expedicionários originais e aos participantes da despedida de solteiro. Devido ao pouco tempo não foi possível ter aqui a participação de todos. Pronto... ok.... já não consigo deixar de dar um resumo muito resumido do como vejo o MCA e os restantes elementos, no seio dos Expedicionários originais: - O MCA é o Gentleman - O PH é o líder natural - O Cláudio e eu somos os depravados. Manuel Antunes - Mantunes Bem, em relação ao MCA, ele é o mais “menino” do grupo, o mais medricas,

o mais cauteloso e mais prevenido. Não sai para lado nenhum sem uma série de equipamentos e preparação física feita. Quando nos surge uma dificuldade pelo caminho, na dúvida ele é sempre o primeiro a dizer “Pá, eu acho melhor não...” Por ser o mais cuidadoso é também um Senhor. Talvez por ser também bancário é metódico e muito simpático. E talvez por isso e por estar fechado o ano inteiro num escritório, quando apanha uma Expedição dos Expedicionários é o primeiro a dizer que sim! Uma excelente companhia em qualquer situação! Tem um espírito calmo e muito virado para o geocaching “antigo”, não indo em euforias e tendo assim poucas caches encontradas. Amante de TT, não diz que não a uma aventura dessas, embora já não tenha o seu querido Vitara. E por fim, um bom e verdadeiro Amigo. Alguém com quem podemos contar. Uma pessoa 5 estrelas! Resumidamente é isto. Espero que tenha sido suficiente e que tenha passado a melhor imagem possível de uma excelente pessoa! Cláudio Cortez - clcortez Mas que raio de bastão de caminhada que acerta sempre em cima da cache! [ah é preciso explicar mais, então pronto?] Uma das recordações mais divertidas dessa noite foi a capacidade do MCA, sem GPS, encontrar as caches, recorrendo a um bastão de caminhada, que eu presumo que fosse mágico, porque

enquanto andavam todos de rabo para o ar à procura e de repente se ouvia o toc toc do bastão a bater no plástico da cache.... enfim… só pode ter sido magia! Foi uma noite bem passada e divertida. Nuno Correia - Lobo Astuto Eh pah… Assim? Tão de repentemente? A coisa que mais me lembra foi do nascer do sol em Sesimbra e de andarmos todos a gozar o pagode com o Luís que não se calava com o “amanhã boume casar…” mesmo na manhã do dia do casamento. Ahhh e aquele tipo que andou toda a noite atrás de toda a gente sem fazer um único log, nem sequer de “note” porque já tinha encontrado a maioria senão mesmo todas as caches. Ou de ter, pela primeira vez, experimentado o “ozi” com as m888 penduradas de um Toshiba SP4600 que já era velho nessa altura, mas que ainda existe e que passou a viagem toda a enrolar o cabo da antena do GPS na alavanca das mudanças, até que desisti e só desembrulhei aquilo tudo uns dois dias depois… Já nem me lembro que carro é que tinha nessa altura… E de na volta ter parado em Coina para dormir numa bomba da Galp, tanto era o sono. Olha, pronto, já não me lembro de mais nada! Diamantino - 2 Cotas Desde que me iniciei no Geocaching, por via dos excelentes amigos e


companheiros de aventura que fui conhecendo e que muito enriqueceram a minha ligação a esta actividade, fiquei definitivamente adepto das buscas em grupo. Nessa linha, a ideia da despedida de solteiro do Luís cativou-me imediatamente! Como poderia perder a oportunidade de partilhar uma experiência única com um grupo tão fantástico de amigos? E se assim o pensei, melhor o senti! Foram realmente uma noite e madrugada que dificilmente se esquecem, num excelente convívio, muito salutar. Da margem sul ao estuário do Sado, das ribeiras do Alentejo às arribas de Sesimbra, de cada cache se fez uma aventura, elemento

aglutinador de muitas amizades que ainda hoje perduram! Passados 10 anos, continuo a não dispensar a companhia do Luís em cada expedição anual que realizamos. É um dos meus parceiros inseparáveis, com quem melhor partilho o ritmo, o esforço, as alegrias e as dificuldades, numa teia de vivências que por muitos anos perdurarão na minha memória!

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Paulo Bargão Henriques - PH Obrigado a todos pela colaboração! Encontramonos numa cache por aí. Joaquim Safara - Jasafara

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GEO MAG. Junho 2014 - EDIÇÃO 9

Geocoins Portuguesas

Portugal 2011 - Janela Gótica Na senda do que vêm sen-

seu testemunho, direta-

Apresentadas mais algu-

votos. Houve ainda vota-

do os artigos na GeoMaga-

mente da Amazónia.

mas ideias, e é já em De-

ção para os metais a esco-

zine acerca das Geocoins

Corria ainda o ano de 2010

zembro que, baseado na

lher. Posteriormente deu-

rosácea da Igreja da Gra-

se andamento à produção

ça, em Santarém, o RKelux

de samples, pré-reservas,

da comunidade, numa altura em que se ultimam os detalhes da arte da Geocoin Portugal 2014, eis chegada a hora de falar sobre uma das mais distintas geocoins que a comunidade produziu, a Geocoin Portugal 2011 – Janela Gótica. Como sempre, falaremos

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quando o mtrevas, propondo alternância entre os

brinda a comunidade com o

e reservas.

nacionais, lançava, no Geo-

seu primeiro esboço.

No final, para aquecer os

caching@PT, o projeto. De

A moeda versava sobre um

ânimos, houve direito a

dois fóruns de Geocaching

acordo com o cronograma inicial, bem ambicioso, a Geocoin estaria na rua em Maio de 2011, pronta a viver em pleno o ano para

dos mais genuínos exemplos do gótico do século XIV em Portugal, e várias ideias surgiram com base no original.

alguma discussão sobre a propriedade do projeto. Findas as discussões, concluiu-se que o projeto, da comunidade e para a comunidade, teria viabilidade

um pouco do processo

que seria produzida.

criativo, da produção e

A primeira proposta, ain-

das peripécias mas, nesta

da em Novembro, partiu

edição, contamos com um

do lgass, e versava o hino

contributo muito especial.

nacional, o mapa e as qui-

O Rui (RKelux), por entre

nas. Patriótica, sem dúvida.

jornalistas, jogadores de

Após algumas iterações,

Seguiu-se a votação, com

pedra só, também o seu in-

futebol e muitas tarefas

seguiram-se as ideias do

oito ideias, de três autores,

terior continha… um vitral.

de organização, lá arranjou

Maxado,

a concurso. A janela gótica

Sobre os pormenores, me-

um tempinho e deu-nos o

projetos anteriores.

viria a ganhar com 37% dos

tais, quantidades e preços,

repescadas

de

Posteriormente,

houve

ainda tempo para a apresentação de algumas novas ideias, sobretudo por parte do RKelux e do lgass.

para continuar, em 2012. Quando a Geocoin chegou, tinha uma particularidade. Criada com base numa rosácea construída de uma


deliciosos, só mesmo lendo

Busquei as imagens dispo-

to de eu ter cedido a pedi-

do Rui (Kelux), em primeira

níveis para traçar a estru-

dos do site onde a produzi-

tura em desenho vetorial,

mos, no sentido de tornar o

Geocoin Portugal 2011 por

tentando ser o mais fiel

seu preço, o mais aliciante

Kelux:

possível ao original em pe-

possível para todos, o que

Desde 1986, quando fiz

dra.

consegui, tendo em conta

a minha primeira visita a

Penso que a ideia de ter

pessoa. É sua a palavra!

Santarém (não esta do Pará aqui relativamente perto de Manaus, mas a original, portuguesa, claro), sempre me fascinou a perspeti-

das 280 geocoin produzidas para Portugal (230 dual tone nickel / gold + 50 black nickel), produziu mais 700 geocoins, cujos materiais podem ser vistos na ficha em anexo. No final, poucos terão sido os que não viram nesta uma das mais belas criações portuguesas no campo das geocoins. Algo a que, aliás, a comunidade sempre nos habituou – cunhar as mais belas moedas portuguesas! Mais detalhes, daqueles

em mais acabamentos de

por ser determinante para

metal do que inicialmente estava previsto, sete no

A seguir à Filigrana, con-

acaba por ser uma curiosa

foi tal que o produtor, além

curso, o MTrevas, acabou

Na fase da produção houve

datado de 1380 e agora,

o sucesso desta geocoin

acabou por ser produzida

total.

plar de arquitetura gótica,

Para fechar, de referir que

gerida pelo mentor do con-

eleita na votação final.

rém é um magnífico exem-

artigo.

Assim esta Janela Gótica,

Santa Maria da Graça, ao

centro histórico de Santa-

ficha que anexamos a este

aplicações tipo vitral, su-

que esta proposta fosse

O templo, localizado no

podemos saber tudo na

a complexidade da geocoin.

va que temos da Igreja de chegar à cidade.

alguns atrasos da parte de quem estava responsável por isso, pelo que acabei por ser eu a produzi-la, o que levou a constrangi-

coincidência estar lá sepul-

mentos da parte de alguns

tado Pedro Álvares Cabral...

utilizadores do fórum onde

o descobridor do “meu”

o concurso se fez, pelo fac-

Junho 2014 - EDIÇÃO 9

GEO MAG.

tinua a ser a 2ª que mais gosto, daquelas que desenhei até hoje. João Malheiro - Pintelho Rui Almeida - Kelux

Brasil. Para além da sua imponente fachada principal, foi a rosácea de topo, esculpida de um único bloco de pedra e única no mundo, que me cativou mais a atenção. Aquando da apresentação de propostas no concurso de design para a geocoin portuguesa de 2011... penso que até foi na sequência de uma sugestão do T@ ndre, para usar a Janela do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar. Pela sua forma geométrica perfeita e pelas recordações que atrás referi, preferi a rosácea e materializouse em ideia.

Dados da geocoin Nome: Geocoin Portugal 2011 – Janela Gótica Data: 2011 Versões: Antique Gold RE; Satin Silver RE; Gold / Nickel RE; Antique Silver XLE; Black Nickel / Polished Silver XLE; Satin Gold XLE; Black Nickel (PT apenas) Formato: circular Tamanho: 1,75 polegadas de diâmetro; 3 mm de espessura Desenho: Kelux Produção: Geocoinshop.de 113


Vota jรก na tua cache favorita do ano 2013 http://gps.geopt.org


Agradecimentos Colaboradores Gustavo Vidal Oscar Migueis Pedro Santos Flora Cardoso João Batista Filipe Sena Joaquim Safara

Bruno Gomes João Malheiro Rui Duarte Annie Love Adriana Paiva Hugo Peixoto José Carlos Pereira

Habitat Natural Revista Itinerante Geoshop GZ Hostel Merrel FCMP Expedição Nautel Orientarte


GEO MAGAZINE


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