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5. BiBLioGrafia ComeNtaDa

5.

BIBLIografIa ComentaDa

a bibliografia que lhes sugerimos abaixo é, certamente, muito mais extensa do que seria necessário para uma eventual consulta em termos do gênero narrativo e, especialmente, da novela, cujos estudos na teoria da literatura não são tão numerosos, dado que, como vimos, ela é referida quase sempre na sua relação com o romance. mas aproveitamos a oportunidade para oferecer-lhes algumas leituras que, ao longo de sua atuação, podem ajudar-lhes nas reflexões às quais frequentemente vocês com certeza retomam, para rever posições, ou simplesmente reativar sua energia, na certeza de que estão no caminho certo. assim, há alguns livros sobre a arte em geral e seu significado na formação dos indivíduos e seus reflexos na sociedade; e outros sobre questões mais gerais de literatura, que precisamos ter em mente, quando trabalhamos com qualquer obra literária, em qualquer gênero.

Como verão, os títulos não só têm complexidades e enfoques diferentes, como nem sempre estarão à sua disposição na biblioteca da escola ou em outra da cidade. mas é fundamental tê-los em algum canto da memória, ou em suas anotações, para aproveitarem oportunidades que aparecem para sua aquisição: eles valem muito.

outros, bastante simples, podem até ser indicados a seus alunos, se quiserem aprofundar-se em algum ponto da discussão. mas mesmo esses são interessantes para eventuais revisões de vocês. o comentário de cada obra pode ajudá-los a direcionar as prioridades de cada um.

ALONSO, Dámaso. Poesia espanhola. ensaio de métodos e limites estilísticos. rio de

Janeiro: inl, 1960. esta obra traz uma reflexão extraordinária (que abrange mais do que a poesia e alcança a obra literária em qualquer gênero) sobre as relações entre o escritor e os vários tipos de leitores: do simples fruidor até o crítico. os três capítulos sobre os diferentes conhecimentos da obra são fundamentais, sobretudo para quem atua como professor/ mediador de leitura. BRÁS, Luiz. Muitas peles. são Paulo: terracota, 2011.

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a obra, composta de vários ensaios, tratando de literatura, autores, editores e crítica, traz uma discussão interessante sobre gêneros literários considerados menores, central no capítulo “duas elites”. CÂNDIDO, Antônio. “o direito à literatura”. in: Vários escritos. são Paulo: duas Cidades, 1995. reunindo artigos e ensaios sobre vários autores brasileiros da maior importância, entre prosadores e poetas, o livro torna-se fundamental especialmente por sua reflexão sobre a transcendência do homem, que, em qualquer época e em qualquer idade tanto sonha, como imagina — o que é fundamental para seu desenvolvimento, feita no capítulo indicado. ___________. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura, v. 24, n. 9, 1972. este artigo trata, essencialmente, da mesma questão referida na obra anterior: a literatura humaniza o homem, pelo que é essencial para a sua formação. seria importante conhecer um desses dois textos de antônio Cândido, por sua argumentação irrefutável sobre a importância da literatura e da leitura literária. COHEN, Jean. Estrutura da linguagem poética. são Paulo: Cultrix/editora da universidade de são Paulo, 1974. obra francesa muito importante para os estudos da linguagem literária, está muito bem traduzida para o português. apesar de tratar mais diretamente do texto lírico, tem pelo menos dois capítulos que nos interessam, na análise desta novela: o terceiro, “a predicação”, e o sexto, “a ordem das palavras”, dadas as características de subjetividade do narrador desta novela. COSSON, Rildo. Letramento Literário — teoria e prática. são Paulo: Contexto, 2006. nesta obra, o autor defende o letramento literário como o grande papel do professor, tornando os estudantes leitores capazes de entender-se, entender seu ambiente e nele atuar. apresenta uma parte prática, que começa exatamente como nós, na criação de motivos para se ler uma obra. CUNHA, Maria Antonieta A. Mergulhando na leitura literária. Vol. 1. Belo Horizonte: see/mg, 2002. embora em princípio seja destinada a professores do ensino fundamental, ao analisar textos literários, a obra tem uma introdução que trata de questões importantes sobre razões de ler e objetivos de diferentes leituras; e na educação, trata sobre estratégias de abordagem da arte e da literatura e a avaliação de experiências envolvendo a arte. ECO, Umberto. “o texto, o prazer e o consumo”. in: Sobre os espelhos e outros ensaios. rio de Janeiro: nova fronteira, 1989. trata-se de um livro que reúne ensaios e conferências feitas ao longo de pelo menos uma década, quando o autor foi refletindo e reformulando seus conceitos de literatura e outras artes, e representação, imagem e ilusão. Como sempre, vara muitas manifestações artísticas, entretenimento e a complexidade das comunicações contemporâneas.

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o capítulo indicado é especialmente importante na discussão entre consumo, arte e prazer. __________. A obra aberta. são Paulo: Perspectiva, 2001. obra fundamental para o entendimento das características fundamentais da arte, especialmente sobre sua incompletude: ela, na verdade, só se “fecha”, se completa, com a participação do leitor, que vai preenchendo, segundo seu repertório de leitura e de vida, as lacunas da obra, deixadas pelo criador, propositadamente. obra essencial. ESCARPIT, Robert. Sociologie de la littérature. Paris: Presses universitaires de france, 1974. se for possível, leiam a obra desse professor, reconhecido mundialmente por seus estudos sociológicos e históricos envolvendo a literatura. nesse livro, depois de uma introdução, na qual defende uma abordagem diferente da literatura, baseada nas vias de acesso a ela possíveis para os leitores, ele foca questões primordiais em três grandes capítulos (produção, distribuição e consumo da arte literária), acabando por distinguir

“consumidores” de “conhecedores” da literatura. GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. são Paulo: Ática, 2001. além de um pequeno histórico do gênero, a obra trata dos pontos mais importantes de cada ingrediente da constituição da narrativa, detendo-se mais no estudo dos discursos, além de trabalhar conceitos como tema, assunto e mensagem. GUERRA, Ernesto da Cal. Língua e estilo de Eça de Queiroz. são Paulo: tempo Brasileiro/ editora da universidade de são Paulo. esta obra tem um extenso capítulo (mais de 40 páginas) sobre o adjetivo e seus diferentes empregos e seu valor estilístico, criando uma “teoria literária do adjetivo”, que pode aplicar-se perfeitamente a autores que tiram especial proveito dessa classe de palavras, ou da expressão adjetiva. GULLAR, Ferreira. Poesia e realidade. in: Uma luz do chão. rio de Janeiro: avenir, 1978. especialmente esse capítulo fala do escritor (embora fale como poeta), de como só ele é capaz de definir seu texto, independentemente das regras da moda ou das teorias literárias. sobretudo, fala da importância do leitor para dar vida ao que o artista escreve. LEITE, Lígia Chiappini. Reinvenção da catedral. são Paulo: Cortez, 2005. documentário, depoimento, reflexão: tudo está presente nessa obra não tão fácil, mas substancial, sobre a longa trajetória da universidade (sagrada como uma catedral), da pesquisa acadêmica para os pares, até aproximar-se da pesquisa necessária para a escola pública. se não puderem ler todo o livro, leiam pelo menos o capítulo “literatura:

Como? Por quê? Para quê?” ________________. O foco narrativo. são Paulo: Ática, 1988. Como sempre faz, a pesquisadora parte de evolução da questão, desde aristóteles, até chegar às indagações de roland Barthes, sempre apontando para a importância fundadora da perspectiva do narrador em qualquer obra ficcional. MOISÉS, Massaud. A criação literária. Prosa i. são Paulo: Cultrix, 2000.

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todo o estudo do gênero narrativo é muito interessante, e, mesmo considerando a novela como um gênero menor e com algumas discutíveis classificações de romances como novelas, tem importantes observações sobre a teoria do gênero. PENNAC, Daniel. Como um romance. rio de Janeiro: rocco, 1993. esta obra tornou-se um clássico nas questões de promoção da leitura não só na frança. embora seja interessante ser lida o mais cedo possível, por professores que lidam com a leitura literária, não é dirigida especificamente a professores dos primeiros anos de ensino. o autor aborda, sobretudo, a leitura de jovens, a quem são oferecidas (ou melhor: impostas) obras que falam pouco à sua vida, a seus gostos, à sua experiência de leitura (ou de escuta da literatura). importante para todos os educadores dispostos a rever suas práticas de sala de aula, especialmente no tocante à exploração da literatura. PORCHER, Louis. Educação artística: luxo ou necessidade? são Paulo: summus, 1982. traz uma reflexão extremamente lúcida sobre a importância das artes, em todas as suas formas, sempre, mas especialmente num tempo do império do mercado, do consumismo e da ligeireza, como o nosso. tem um capítulo excepcional sobre o teatro e a poesia. SEPPIA, Ofelia. et alii. Entre libros y lectores I. el texto literario. Buenos aires: lugar editorial, 2003. se tiverem acesso a essa obra, não percam a oportunidade de lê-la na íntegra. Criada por um grupo de especialistas argentinos, detém-se nas várias questões que dificultam com frequência que estudantes se aproximem da leitura literária. tem uma excelente conceituação da arte literária e dos gêneros literários e suas características. o capítulo sobre o gênero narrativo é bastante elucidativo. SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura em curso. Campinas, sP: autores associados, 2003. Professor e pesquisador de peso, o autor há décadas tem refletido não só sobre as questões ligadas à própria situação de professores e bibliotecários (frequentemente sem um gosto pronunciado pela leitura e uma leitura literária sistemática), mas às estratégias de leitura. essa obra, pertencendo a uma “trilogia Pedagógica”, constrói-se quase como um depoimento e uma aguda reflexão sobre suas próprias experiências como educador voltado para a formação do leitor. acaba por se dizer um composto complexo do que leu e ouviu.

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Dia de São Nunca à Tarde

roberto drummond

isBn: 978-65-88438-06-0

Temas: Projetos de vida, inquietações da juventude, Protagonismo juvenil e o poder transformador da arte

Gênero: novela

ensino médio

Paratexto de apoio ao aluno e material digital: maria antonieta antunes Cunha

EMEDIATO EDITORES LTDA

rua João Pereira, 81 são Paulo – sP – 05074-070

1ª edição 2021

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material digital do Professor Por Maria Antonieta Antunes Cunha

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