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a aVaLiaÇÃo
Como prometido, voltamos a essa questão, um dos itens obrigatoriamente presentes em toda ação educativa.
e para falar dessa questão, vamos lembrar rapidamente as posições do grande filósofo da educação elliot eisner, que, ao apresentar os objetivos da aprendizagem, considera que a escola trabalha objetivos instrucionais (nos quais a pessoa aprende o que é — e isso ela faz em várias disciplinas e conteúdos, que todos os indivíduos são capazes de aprender); e objetivos expressivos (nos quais a pessoa aprende a analisar, avaliar e, eventualmente, transformar o que é — e ela faz isso em contato com outros tipos de conhecimento, por meio dos quais desenvolve gostos, opiniões, atitudes, crenças e ideais).
nos primeiros objetivos, interessa o resultado; nos segundos, o processo, que é diferente e tem caminhos próprios para cada um. a literatura, como todas as artes, atende, sobretudo, a esse segundo campo de objetivos. e, obviamente, cada um desses campos tem formas diferentes de avaliar, porque querem pesar coisas diferentes.
Com relação à avaliação da área expressiva e de qualquer experiência envolvendo a arte, questiona-se muito a validade e a pertinência das formas convencionais de avaliação (resumo, provas, fichas, questionários com perguntas “objetivas”). as artes não são ciências exatas: nelas, predomina a subjetividade. Com relação a elas, raramente se tem uma resposta “incorreta”, porque, plurissignificativas por princípio, possibilitam muitas interpretações e reações, criam várias perguntas e várias respostas possíveis, ou até não querem respostas — apenas, a fruição de diferentes emoções, reflexões impensadas — tudo isso diferente para cada um, e até diverso em cada um, em momentos distintos de sua vida.
se concordamos com essa proposta, temos que pensar, nas aulas de língua Portuguesa, por exemplo, em que aprendizagem cabe uma ou outra avaliação. no caso deste manual, o que vale “medir”? Nele, em várias experiências, estamos explorando gostos, opiniões, preferências, crenças (e até determinados talentos), que não são impostos, nem cobrados. dentre as experiências propostas, quais as que podem, realmente, ter uma avaliação objetiva, merecendo até uma nota? Quando cabe uma autoavaliação adequada?
estas são questões fundamentais que devem fazer parte do melhor planejamento da escola, no tratamento das aprendizagens instrucionais e expressivas, e que mereceriam uma boa discussão entre os professores de sua escola.
Sumário
Dia de São Nunca à Tarde
antes de chegarmos à seção final deste manual, com indicações bibliográficas, gostaríamos de expressar nossa esperança de que tenha sido prazerosa para todos a leitura de Dia de São Nunca à Tarde, e que as experiências em torno da obra, assim como as outras, inspiradas nela, tenham valido o empenho de vocês, professores, e, entre os alunos, representem a conquista de novos leitores, cada vez mais críticos e criativos.