Revista 4x4 Competição e Aventura, nº64, Janeiro/Fevereiro, 2016

Page 1



EDITORIAL |

URBANO DEPRESSIVOS POLITICAMENTE CORRETOS por Manolo

Esta edição chega às suas mãos recheada de temas que eu, como responsável editorial, espero que lhe agrade. É para isso que trabalhamos. O TT está bem e recomenda-se. A paixão cresce: há muitas adeptos novos nesta nobre modalidade turística e muitas caras jovens. Carros novos nem tanto, devido à crise económica e à injustiça tributária cruel que impera até nos mais ínfimos pormenores, como é o caso das portagens onde os proprietários de veículos com tração às quatro rodas continuam a ser discriminados, com base em regras pouco claras, confusas e, obviamente, injustas aos olhos da União Europeia. No entanto, o que não falta é por ai gente que pretende desluzir o TT como atividade lúdica, cultural, social, familiar, económica e, sem preconceitos nenhuns, em fusão com a natureza. É de prever que dentro de algum tempo, na onda do politicamente correto das “questões fraturantes” e sem qualquer tipo de lobby ou agremiação que nos valha, vamos ver um qualquer deputado pseudo ambientalista, sufocado pelo cotão, daqueles que não sabe distinguir espécies infestantes das autóctones, propor sucessivamente, a constitucionalização da proteção da flora infestante (que põe os nossos técnicos florestais à beira de uma ataque de nervos), a proibição de circular nos trilhos, a criminalização de quem vai passear em família ou com amigos, no seu 4x4 em pleno campo e depois, quem sabe, mais tarde, a proibição de respirar. Antes que isso aconteça, e em causa própria, pode ler nesta edição a peça, Aventura na Barrosinha, como registo do que é uma bela jornada de TT – toda ela e não apenas o momento da condução, que tanto incomoda os pseudo ambientalistas, urbano depressivos, ressabiados e politicamente corretos. Para que se possa entender, estando em boa-fé, o que é o TT como demonstração de amizade e companheirismo, em contacto com a natureza (num tempo onde todos fazem amizades e se sentem muito à vontade para emitir pareceres, julgamentos e opiniões, fundamentalmente, nas redes sociais), qual a importância do TT como ato sócio cultural, didático, e qual a intima relação entre o TT e a preservação da natureza e da agricultura. E para que se entenda também, a importância que o TT, e tudo o que à volta dele se move, tem para a sustentação do que resta da atividade económica, sobretudo, do interior do país, cada vez mais, despovoado e agonizante.

A minha filha mais nova, hoje, com cerca de 30 anos, arquiteta e acérrima defensora do meio-ambiente, quando tinha 8 anos de idade, na escola, a professora pediu à sua turma para fazer uma redação sobre como tinham passado o último fim de semana. Nesse fim de semana tínhamos estado num célebre passeio TT, organizado pelo saudoso Clube Land Rover de Portugal, para os lados de S.Pedro de Sul e Vouzela, uma região lindíssima. Eu tinha um Discovery 200 e a minha filha, com a curiosidade própria da sua idade, registou todas as sensações, desde a terra fresca à observação de animais quase como um sexto sentido. A sua redação foi um choque naquela turma. Não pelo valor literário, nem pela semântica, mas porque a maioria dos meninos afirmava que tudo aquilo que ela escreveu era mentira. Na sua redação lia-se que tinha atravessado ribeiros, que tinha visto uma mãe-javali com os seus filhotes a desaparecer na mata, à nossa frente (ainda tenho esse slides), que teve muito medo quando viu uns bois à frente do jipe, que viu um uma árvore muito alta e grossa (carvalho) que ouviu os adultos dizerem que tinha mais de quatrocentos anos, que esteve dentro de um moinho de água, entre outras coisas. A minha filha veio para casa muito chorosa porque ninguém acreditava no que escreveu. Felizmente, a professora sabia que era verdade e com base na sua redação deu uma aula sobre natureza apoiada por uma projeção de slides que eu próprio dispensei. Estávamos nos anos 80, a tendência era passear pelos centros comerciais (era?), a defesa e o contacto com a natureza era só para alguns maluquinhos que tinham a mania de passar fins de semana enfronhados nas serras e nos vales deste país. Hoje, felizmente, há muito mais gente em contacto com a natureza, o perigo vem daqueles que não sabem nem sonham que também existem sábados ou domingos mais felizes do que os sábado e domingos dos centros comerciais. Nesta edição, para além da apologia dos dias bem passados, das dicas, da 18ª Edição das 24 Horas TT Vila de Fronteira, do trial, do Grândola Aventura que foi um êxito, dos nossos peculiares ensaios e do Road-book turístico para 4x4 e SUV, chamo a Vossa atenção para aquilo a que chamo um anacronismo rolante: o Mercedes G. Deus criou o Homem, e o Homem criou o G. Boa leitura.

4x4

3


| SUMÁRIO

3

EDITORIAL

6

VAMOS ROUBAR 9 ÀS 1001 NOITES!

10

1º TROFÉU VILLAS DO ÍNDICO NAVEGAÇÃO

14

KIA SPORTAGE

20

TT TURÍSTICO

26

MERCEDES CLASSE G 350 DIESEL

34

24 HORAS TT VILA DE FRONTEIRA

URBANO DEPRESSIVOS POLITICAMENTE CORRETOS

AUTOMÓVEIS

PROGRAMA PROGRAMA

&

TRABALHO MUITO BEM FEITO AVENTURA NA BARROSINHA OU A APOLOGIA DE DIAS BEM PASSADOS ANACRONISMO ROLANTE FESTA RIJA

FICHA TÉCNICA Revista Bimestral Janeiro/Fevereiro 2016 PROPRIEDADE: Azitania Global Expedition S.L.U. Calle Génova 15 . Piso 3 Derecha 28014 Madrid e. aglobalexpedition@gmail.com C.I.F. B8662786

48

GRANDOLA AVENTURA

A VITÓRIA DA EXPERIÊNCIA (OU A PAIXÃO DA NAVEGAÇÃO)

DIRETOR: Manolo Oliveira

74

BMW X6 XDRIVE 40D

GESTÃO DE CONTEÚDOS: Glória Oliveira

80

SUZUKI VITARA

84

CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4x4 . 2016

GRANDE, FORTE E BONITO. VIVA O LUXO! 1.6L DDIS GLX 4x4 OU 4x2? VENHA O CLIENTE E ESCOLHA

CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4x4

92

CAMPEONATO NACIONAL DE NAVEGAÇÃO 4x4 . 2015 TRILHOS DO ESTREITO RENOVAM TÍTULO

4

4x4

Nº 64

REDAÇÃO (Colaboradores nesta edição): Luis Almeida, Miguel Angel, Fernandez, Paulo lentes (Fotos) . Victor Hugo, Ana Rita Martins, Alberto, Pascual, Paulo Maria (Fotos) e Pedro Santos. DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃO Patrícia Machado IMPRESSÃO Azitania Global Expedition S.L.U. Tiragem: 10.000 exemplares e versão digital, com mais de 250.000 leitores. 4X4. A REVISTA COM ADN DE AVENTURA!



| VAMOS ROUBAR 9 ÀS 1001 NOITES!

VAMOS ROUBAR 9 ÀS 1001 NOITES! 22 ABRIL A 1 DE MAIO . PROGRAMA

... Eterno, imenso, de um beleza confrangedora, sobrecarregada de mitos, história e romantismo; este é o cenário onde o queremos levar. O ar está impregnado de especiarias exóticas e do burburinho de vendedores ambulantes, clientes, adivinhos e vendedores de sumos de toranja. Nos vales altos das montanhas do Atlas os Berberes, habitantes originais da região, continuam a viver da mesma forma que viviam há séculos. O deserto do Sara tem mais de 2,5 milhões de anos, e ao contrário do que se possa pensar, só um terço dos

6

4x4

9.065.000 km2 de superfície são constituídos por areia e dunas, o restante são zonas inóspitas e sinuosas, coberta por um oceano de pedras pontiagudas e desafiantes. Eterno, imenso, de um beleza confrangedora, sobrecarregada de mitos, história e romantismo; este é o cenário onde o queremos levar.


22 ABRIL (SEXTA-FEIRA) LISBOA – ASILAH Dedicaremos parte do dia para chegar ao porto de Algeciras. Desde ali, em Fast Ferry, navegamos até à cidade espanhola de Ceuta onde passaremos para Marrocos pela fronteira de Tarajal/Bab Sebta. Uma vez, em território marroquino, percorreremos 20 km de estrada até alcançar a nova auto estrada que nos levará a Asilah, em menos de uma hora. Asilah, que já foi portuguesa é hoje uma das mais belas e limpas medinas de Marrocos. Percorreremos as suas ruelas . Para jantar aconselhamos a CASA GARCIA. NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO E O JANTAR NÃO ESTÃO INCLUÍDOS Alojamento no Hotel Al Khaima

23 ABRIL (SÁBADO) ASILAH – MARRAKECH - OUARZAZATE 08,00 Pequeno-almoço no hotel Al-Khaima 08,30 Saída para Marrakech por auto estrada 14,00 Saída de Marrakech através da estrada de Tizi n’ Tichka 15,00 Almoço em Taddart (refeição não incluída no programa) 16,00 Percurso pela Rota dos Kasbahs 19,00 Panorâmica do Kasbah de Ait Ben Haddou 20,00 Chegada a Ouarzazate. Jantar e alojamento no Hotel Dar Chamaa A saída para Marrakech obriga-nos atravessar o Alto Atlas, a cadeia montanhosa mais impressionante do Norte de África. Vamos subir até aos 2300 metros de altitude. Através da famosa “Rotas dos Kasbahs” chegaremos à cidade de Ouarzazate, o “Hollywood marroquino”, onde já se rodou um bom número de superproduções cinematográficas. Antes, já teremos visitado o Kasbah de Ait Ben Haddou, Património da Humanidade. Hoje, ficaremos alojados no Hotel “Dar Chamaa”. Este hotel foi recentemente inaugurado, é dirigido por europeus, encontra-se fora do centro urbano, em pleno palmeiral e é uma das opções de alojamento mais interessantes de Ouarzazate. NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO NÃO ESTÁ INCLUÍDO

24 DE ABRIL (DOMINGO) OUARZAZATE - TAZENAKHT – FOUM ZGUID 08,00 Pequeno-almoço no Hotel Dar Chamma. 08,30 Saída de Ouarzazate por pista (todo terreno) até Tazenakht 09,30 Saída em Tazenakht. Ligação por estrada até à pista (todo terreno) de Sarah. Almoço pelo caminho (piquenique por conta própria). 17,00 Chegada ao Hotel Dar Bab Ramal, em Foum Zguid. Convívio e jantar. Hoje, vai ser um dia longo e temos de aproveitar bem as horas de Sol. Desde Ouarzazate, vamos até Tazenakht utilizando a pista “tuna”. Vamos poder visitar, sem nos alongarmos muito, as famosas lojas de tapetes desta última população. Depois de uma ligação por asfalto pela estrada de Taliouine, rumamos para sul para alcançar os oásis de Asarrakh e Aguname. Daí, teremos duas hipóteses de chegar ao hotel, ou pela montanha ou por estrada. Depende do tempo que tivermos. De qualquer das maneira o Hotel Dar Bab Rmal será, sem dúvida, um excelente final desta longa e emocionante jornada. NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO NÃO ESTÁ INCLUÍDO

25 ABRIL (SEGUNDA-FEIRA) FOUM ZGUID - IRIKI – ERG CHEGAGA – M’HAMID EL GZLANE – ZAGORA 08,00 Pequeno Almoço no Hotel Dar Bab Rmal 08,30 Saída por pista até ao lago Iriki. Continuação por rio de areia, passando pelo Erg Chegaga (maciço de dunas) até ao Oásis Sagrado. Continuação por pista até M’hamid El Gzlane. 14,00 Almoço no Hotel M’hamid El Gzlane (por conta própria). 15,00 Visita ao Palmeiral de M’hamid e ao Kasbah de Oulad Driss. Ligação até Zagora. Jantar e alojamento em hotel Zagora Palhais Asma Hoje, será um dia inesquecível. Pela manhã atravessaremos o mítico lago Iriki, onde o rio Draa passa subterraneamente, entretanto, nós, seguimos pela superfície em direção ao Erg Chegaga (Maciço de dunas). Dali, percorreremos uma ligação também arenosa até M’hamid El Gzlane, onde será o almoço. Depois de visitarmos o palmeiral de M’hamid e o Kasbah de Oulad Driss e o famoso Vale do Draa chegaremos a Zagora, um bom sitio para fazer um curta revisão aos nossos carros para enfrentar as próximas etapas. NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO NÃO ESTÁ INCLUÍDO

4x4

7


26 ABRIL (TERÇA-FEIRA) ZAGORA- MERZOUGA 08,00 Pequeno almoço no Hotel Palais Asmaa 08,30 Percurso por trilhos: Zagora/Ait Ouaziz/Taghbalt/Oum Jrane/ Tafraoute/Hassi Ramila/ Taouz. Almoço: piquenique por conta própria 19,00 Por estrada até Merzouga Jantar e alojamento no albergue Tomboctou 16,00 Asfalto até Merzouga e passeio de dromedário até ao pico da grande duna para assistir ao pôr-do-sol. 19,00 Jantar e alojamento no albergue Tomboctou www.xaluca.com, (com panorâmica sobre o maciço de dunas do Erg Chebi). Hoje, realizaremos uma das etapas clássicas dos “Mehari” (caravana de dromedários) junto à fronteira da Argélia. Num percurso lindíssimo carregado de história e até de mistério. Alguns dos nossos anteriores participantes comentaram que “só por este dia já valeu a pena vir a Marrocos”. Em Ait Ouaziz podemos observar as gravuras rupestres, depois “atacamos” um troço bastante arenoso mas de uma beleza extasiante nas imediações de Hassi Ramilia e, por fim, finalmente, ufff!, encontramos o asfalto que nos levará até Merzouga. Inebriados com tanta beleza mudamos de montada e vamos de dromedário até ao pico da GRANDE DUNA assistir a um pôr-do-sol único, indescritível! (Já vi pessoas a chorar de emoção...) NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO NÃO ESTÁ INCLUÍDO

8

4x4

30 ABRIL (SÁBADO) MARRAKECH – ASILAH Pequeno almoço em Riad Al Idrissi. Manhã livre em Marrakech. Visita à cidade. Almoço por conta própria 14,00 Saída por autoestrada até Asilah 20,00 Chegada a Asilah. Alojamento no Hotel Al Khaima. Jantar por conta própria NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO E O JANTAR NÃO ESTÃO INCLUIDOS

1 DE MAIO (DOMINGO) ASILAH – LISBOA 08,00 pequeno almoço em hotel Al Khaima 08,30 Saída até à fronteira de Bab Sebta e embarque em ferry boat Ceuta-Algeciras. A hora de chegada prevista a Algeciras é por volta das 13,30 (em Portugal é menos uma hora). Depende de cada um, mas a hora de chegada prevista a Lisboa será por volta das 19,30/20,00 h NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO E O JANTAR NÃO ESTÃO INCLUIDOS


27 ABRIL (QUARTA-FEIRA) MERZOUGA – ERFOUD 08,00 Pequeno almoço em Albergue Tomboctou 08,30 Saida de Merzouga através das dunas até ao Oásis de Oubira. Percurso pelo rio seco (seco desde os tempo biblicos) até Tisserdimine. Visita a uma mina de extração de fosseis. 13,00 Chegada a Erfoud. Almoço no Restaurante “Les dunes” (almoço por conta própria) 14,30 Chegada ao Hotel Xaluca. Tarde livre para visitar a vila do deserto, comprar algumas recordações, regatear, beber um chá de menta (como só aqui se bebe), conhecer mais de perto a fascinante vida bérbere (embora por uma questão de marketing eles digam que são touaregues). Este dia é marcado pela passagem por uma das clássicas etapas do Paris-Dakar. NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO NÃO ESTÁ INCLUÍDO

28 ABRIL (QUINTA-FEIRA) ERFOUD – BOULMANE 08,00 Pequeno almoço no Hotel Xaluca 08,30 Saída de Erfoud poe asfalto até Jorf. Visita às misteriosos construções de Hansjorg Voth. Continuação por asfalto até Alnif .13,30 Almoço (piquenique por conta própria). Percurso “mágico” através de Jbel Sargho até Boulmane Dadés. 18,00 Chegada ao Hotel Xaluca Dadés. Jantar e alojamento no hotel Xaluca Dadés Neste dia, além da passagem pelo magnifico Jbel Sargho, com os seus habitantes de roupas coloridas, vamos visitar as antigas canalizações de água subterrânea e as construções do arquiteto alemão Hansjorg Voth que realizou em pleno deserto: a escada celeste, a espiral áurea, a cidade de Orion... NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO NÃO ESTÁ INCLUÍDO

29 ABRIL (SEXTA-FEIRA) BOULMANE DADÉS – MARRAKECH 08,00 Pequeno almoço no hotel Xaluca Dadés 08,30 Saída por pista pelo Vale das Rosas, Amezri e Vale de Tessaoute até Toufghine. É o adeus às pistas. Depois vamos por asfalto até Marrakech. 18,00 Chegada a Marrakech. Recepção no Hotel Riad Idrissi. Visita à Medina e à famosa Praça Jmaâ El Fna (Jantar livre não incluído) Para conhecer Marrakech é necessário perdermo-nos. Não há outra hipótese. A cidade no sul de Marrocos é um labirinto, um labirinto desenhado para proteger os seus habitantes de inimigos, dos ventos frios do inverno e do calor impiedoso do verão... NOTA: NESTE DIA O ALMOÇO E O JANTAR NÃO ESTÃO INCLUIDOS

4x4

9


| 1º TROFEU TROFÉU VILLAS DO ÍNDICO NAVEGAÇÃO

10 4x4


1º TROFÉU DE NAVEGAÇÃO “VILLAS DO INDICO” 2 A 17 DEZEMBRO 2016 . PROGRAMA

Moçambique, as suas gentes e os seus encantos, a simpatia de um povo que sabe bem receber, terra índica, cheia de vida e de belezas escondidas, intocadas na sua natureza feita de praias sem fim, da Baía do Tungué passando pelas paradisíacas ilhas de Cabo Delgado à Ilha de Moçambique, com a sua cultura milenar e património da humanidade, das surpresas da Reserva Natural do Arquipélago de Bazaruto à dádiva de Inhambane, ponto de passagem obrigatória das baleias em migração, da praia do Xai-Xai, (abrindo-nos o apetite com umas deliciosas ostras), à Ponta de Ouro, um dos destinos favoritos dos amantes por mergulho. Moçambique é também um dos novos santuários do mundo, investindo na recuperação da vida selvagem, com a sua variedade de reservas naturais e uma aposta forte no turismo cinegético de qualidade, onde se desenvolve uma consciência ambiental cada vez maior. Nas cidades, que nos parecem tão familiares com a sua arquitectura que cruza a história e culturas tão diversas, sente-se o pulsar da vida quotidiana, desde o burburinho dos seus bazares ao exotismo do artesanato aos museus, bares e restaurantes. Mas como não podemos contar tudo, preparamos esta prova de navegação com um programa adjacente para que possa usufruir da aventura que sempre sonhou. Um sonho de viagem para encontrar as

pistas para usufruir a cultura, as pessoas, a gastronomia e a beleza de um país à sua espera para ser descoberto e acarinhado. Moçambique é rico em fauna e flora, terrestre e marítima. A orografia e o clima determinam três tipos de vegetação: floresta densa nas terras altas do Norte e Centro do País, floresta aberta e savana no Sul e, na zona costeira, os mangais. Estes ecossistemas constituem o habitat de espécies selvagens como elefantes, leões, leopardos, chitas, hipopótamos, antílopes, tartarugas, macacos e grande número de aves. A esta riqueza associam-se belas paisagens, quer nas zonas altas, quer nas zonas costeiras. Para possibilitar aos visitantes uma vivência com esta riqueza, em grande parte afectada pela guerra, estão em recuperação parques, como o parque Nacional de Gorongosa que é um dos melhores de África, este parque é um tesouro de Moçambique que proporciona benefícios ambientais, educacionais, estéticos, recreativos e económicos a toda a humanidade. O clima em Moçambique, influenciado pelas monções do Oceano Índico e pela corrente quente do Canal de Moçambique, é de uma maneira geral tropical e húmido, com uma estação seca que, no Centro/Norte, varia de quatro a seis meses enquanto no Sul, com clima tropical seco, se prolonga por seis a nove meses.

4x4

11


SEXTA-FEIRA . 2: LISBOA > JOANESBURGO Voo noturno (durante a noite de 2 para 3 dezembro) SÁBADO . 3: JOANESBURGO Recolha dos veículos de aluguer (pickup Nissan e Toyota, 5 lugares) Compra de mantimentos para a expedição Visita da cidade e descanso Jantar e alojamento no Aero-Guest Lodge DOMINGO . 4 : JOANESBURGO > MAPUTO Percurso de ligação até Maputo. Jantar, alojamento e pequeno-almoço no hotel Indy Village. SEGUNDA-FEIRA . 5: MAPUTO > CHINENGUELE ETAPA 1 de navegação até Chindenguele.

12 4x4

Jantar, alojamento e pequeno-almoço em Lake View Resort TERÇA-FEIRA . 6: CHINDENGUELE > BARRA (INHAMBANE) ETAPA 2 de navegação até Barra Jantar, alojamento e pequeno-almoço no Bali Hai Lodge quarta-feira, 7: Barra (Inhambane) > Pomene ETAPA 3 de navegação até Pomene Jantar, alojamento e pequeno-almoço no Pomene Lodge QUINTA-FEIRA . 8: POMENE > VILANCULOS ETAPA 4 de navegação até Vilanculos Jantar, alojamento e pequeno almoço no resort Villas do Indico SEXTA-FEIRA . 9: VILANCULOS ETAPA 5 (em laço) Vilanculos > Vilanculos Jantar, alojamento e pequeno almoço no resorts Villas do Indico


O

ÍNDIC

IQ

N

A

VI

MOZ

AM

VE

UE

O NTURE

D

B

TERÇA-FEIRA . 13: GORONGOSA > CHIREDZI (ZIMBABUÉ) Incursão no Zimbabué. Visita ao Parque Nacional Chimanimani Jantar, alojamento e pequeno-almoço* em regime Camping. (todas as pickups têm tenda (2), frigorifico, fogão, almofadas, etc.) *Juntamos o que cada um leva de mantimentos para fazermos um grande jantar. Será um noite fabulosa de África à volta da fogueira.

Sábado . 17: Regresso a Portugal (Lisboa).

D

SEGUNDA-FEIRA . 12: GORONGOSA Visita ao Parque Nacional da Gorongosa Jantar, alojamento e pequeno-almoço no Hotel Girassol Gorongosa Lodge & Safari.

Quinta-feira . 15: Travessia do Park Kruger Travessia do Parque Kruger: Shingwedzi > Letaba > Olifants > Satara > Skukuza. Jantar, alojamento e pequeno-almoço em Skukuza Restcamp.

PREÇOS: Inscrição (por elemento): 1500,00 € Viagem de avião (por elemento), marcação com antecedência entre os 600 e os 700 dólares.

A

Domingo . 11: Vilanculos > Gorongosa Ligação turística até ao Parque da Gorongosa Jantar, alojamento e pequeno almoço no Hotel Girassol Gorongosa Lodge & Safari.

Quarta-feira . 14: Chiredzi > Parque Kruger Passagem pelo Parque Nacional Gonarezhou até Paturi. Passagem de fronteira e entrada no Parque Nacional Kruger. Jantar, alojamento e pequeno almoço em Punda Maria Rest Camp

V I L LAS

SÁBADO . 10: VILANCULOS Jornada de descanso Possibilidade de visita de barco ás ilhas de benguerra e Bazaruto (não incluído no custo da inscrição). Cerimónia de Entrega de Prémios Jantar, alojamento, e pequeno-almoço no resorts Villas do Indico.

GATION

ALUGUER DE VIATURA: 100/120 dólares/dia. Lotação: 5 elementos PEDIDO DE INFORMAÇÕES: revista4x4@revista4x4.pt

4x4 13


| KIA SPORTAGE

TRABALHO MUITO BEM FEITO. MISSÃO CUMPRIDA. O Sportage é o KIA mais vendido da Europa e o novo modelo chega-nos com aquilo que só só ele sabe fazer: um estilo de fazer inveja. Testamos alguns dos modelos que serão comercializados em Portugal e só nos apraz dizer: parabéns, os homens fizeram um trabalho muito bem feito.

Se o Sportage já existe desde 1994, é sobretudo depois de 2010, com a sua terceira geração, que começa a dar nas vistas. Este foi o primeiro trabalho do estilista vedeta Peter Schreyer, cuja missão era tornar o KIA desejável. Missão cumprida: o KIA Sportage é o modelo mais vendido na Europa (à frente do Rio e do Cee’d, com 105.000 unidades vendidas em 2015) e despertou tanto entusiasmo no seu lançamento que os prazos de entrega, em alguns países, chegaram a ser dignos de modelos premium: até um ano de espera! Discussões, mais ou menos acesas, entre “puristas” e outros nem tanto, sobre a designação Crossover ou SUV, à parte, até porque as marcas vivem bem com essa “confusão”, aqui na casa, e sem qualquer

preconceito vamos designar este novo Sportage de quarta geração por SUV compacto. Não é preciso muito para se concluir que o fresquíssimo Kia Sportage se destaca por um look muito feliz e atraente e um totalmente e renovado design interior e exterior que, no nosso caso, foi amor à primeira vista. Alicerça-se inequivocamente no sucesso do modelo anterior, e apesar, da atualidade deste, curiosamente, a KIA apresenta o novo Sportage num momento em que as vendas do seu SUV compacto atingem recordes quase inusitados.

| o novo KIA Sportage distingue-se do seu parente, Hyundai Tucson, por um design mais europeu e melhores materiais e acabamentos.

14 4x4


| DIMENSÕES E ESTILO SPORTAGE O design é o primeiro critério para a compra de um SUV e, neste sentido, KIA continua de peito feito a querer morder os calcanhares ao segmento premium. Isto é o mínimo que se pode dizer sobre o novo Sportage que exibe uma poderosa grelha frontal com focinho de tigre proeminente. Aliás, sem querer especular, encontramos no design do novo Sportage alguns resquícios de marcas premium, como o Porsche Macan, por exemplo. As curvas generosas do corpo dão a sensação de estar a lidar com um veiculo muito maior, mas o comprimento aumentou apenas 4 cm para atingir os 4,48m. Um gabarito que coloca o novo Sportage no top entre os grandes

do seu segmento: 4,45m para o “desaparecido” Renault Kadjar, os mesmos 4,48m para o seu parente Hyundai Tucson, contra os 4,38m do Nissan Qashqai. Além disso, o novo Sportage mantém o seu perfil facilmente reconhecível, com uma distância entre eixos de 2,67m e um spoiler traseiro mais longo e aerodinâmico, que lhe dá um ar mais sport. Desde o ponto mais elevado (1,635m, igual ao seu antecessor) a silhueta do Sportage estreita-se maliciosamente na direção traseira, enquanto que as cavas das rodas mais arrojadas, conferem ao Sportage um aspeto mais poderoso e dinâmico.

| NA ESTRADA, O SPORTAGE DESTACA-SE PELO CONFORTO E PELAS SUAS PERFORMANCES Para a uma primeira impressão, ensaiamos o Sportage 2.0 CRDi Diesel, caixa automática de 6 velocidades, com 136 cv, nas versões duas e quatro rodas motrizes, o 1.7 CRDi Diesel de 115 cv (provavelmente a grande fatia das 1000 unidades que a marca tem como objetivo vender em Portugal até ao final do ano) e o 1.6 T GDi gasolina, com tração integral e caixa de sete velocidades ( este último, aliás, como toda a gama de tração integral só comercializado em Portugal por encomenda). Mesmo ante de passarmos às mecânicas, o volante reserva um boa surpresa. A posição de condução é muito agradável, a ergonomia é excelente, com o volante bem vertical, como eu gosto e o tablier clean, lindíssimo e funcional: excelente acesso aos botões do painel. Os acabamentos do tablier e dos assentos com longos pespontos que lhe dão um ar mais desportivo e acrescenta-lhe um maior apelo visual e dinâmico. Há muito de Sport neste Sportage. As performances do novo Sportage merecem destaque, sobretudo, na linha GT onde as suspensões são ligeiramente mais firmes, refletindo os benefícios de agilidade da nova suspensão traseira multi-link.

4x4 15


O CRDi 136 cv , o coração da gama, é uma proposta honesta, convincente, na versão duas rodas motrizes e transmissão manual (0100 km/h 10,3s). No entanto, a minha preferência recai naturalmente na versão integral com caixa automática de 6 velocidades. O prazer de condução eleva-se tanto em estradas sinuosas como em pistas de gravilha. Só tenho pena que esta versão diesel não tenha disponível a nova caixa de 7 velocidades de dupla embraiagem (DCT) que apenas está disponível no 1.6 T-GDi (gasolina de 177 cv), recentemente lançada com o novo Kia Cee’d. De qualquer maneira não é com as suas mecânicas que o Sportage se distingue, embora tenha o mérito de apresentar motores KIA. O Diesel é um “velho” nosso conhecido, é fiável mas não tão sóbrio com o construtor anuncia (6,9 de média num ritmo moderado no nosso ensaio, contra os 4,6 l/100km anunciados).

| UM CHASSIS MAIS CUIDADO Se este novo Sportage renovou completamente o estilo exterior e o seu habitáculo, ele assenta sobre o mesmo chassis do modelo anterior. Mas as mudanças na estrutura são substanciais (39% mais rígida), novos pontos de ancoragem e alteração na direção (assistida eletricamente montada sobre a cremalheira e não na coluna) e, ainda, o alargamento entre eixos de 3 cm. O resultado é convincente na estrada com um excelente nível de conforto, mesmo com rodas de 19” equipadas num dos nossos modelos de ensaio e que não seria de todo a minha escolha. O carro fica perfeito com jantes pneus 225/60R17.

16 4x4


Por sua vez, o dinamismo não é o ponto forte destes SUV no que diz respeito ao centro de gravidade, no entanto, o Sportage faz melhor que o seu parente Hyundai Tucson, com o qual compartilha chassis e motores, com uma orientação mais franca nas viragens.

| MOTOR. VALORES INTERESSANTES Os motores diesel equipam a maior parte dos Sportage vendidos na Europa e o novo modelo continua a disponibilizar o 1.7 de 115 cv (que já vai na terceira geração) e o “mexido” 2.0 “R” que assim dá mais um passo em frente no que se refere à economia de combustível, à performance e ao desempenho.

O motor 2.0 turbo diesel está disponível com duas opções de potência 136 cv e 185cv ,com 373 Nm e 400 Nm de binário, respetivamente (este último não chega a Portugal).

| A BORDO DO KIA SPORTAGE O novo Sportage apresenta um interior totalmente novo, que representa uma das mais significativas melhorias em relação ao modelo anterior. A ideia da brigada do design foi criar um habitáculo que oferecesse um painel de instrumentos amplo e direcionado para as necessidades do condutor, mas com um design simples e moderno.

4x4 17


| MEUS AMIGOS, ACERTARAM NA MUCHE. Neste segmento de SUV, os valores familiares são muito importantes e o Sportage compreende-os bem. Todos os ocupantes usufruem de mais espaço. À frente, condutor e passageiro usufruem de mais espaço para as pernas. Os bancos que podem ser aquecidos oferecem posições (10) para todos os gostos.

de 465 para 503 litros. Embora de forma meramente sensitiva também nos dá a sensação que a insonorização melhorou significativamente. O ruído de passagem não passa para o interior transmitindo um conforto acústico acima da média, pouco usual no segmento dos SUV compactos. Além disso, o novo Sportage obteve a classificação máxima (5 estrelas) nos testes de colisão Euro NCAP.

O acolhimento de passageiros nos bancos traseiros, oferece uma altura ao teto com mais 1,6 cm e bancos reclináveis em sete posições (entre os 23 e os 37 graus) para uma melhor postura de conforto. Podemos ter uma porta USB e até, em opção, assentos aquecidos na traseira, quer no assento, quer nas costas. O conforto parece ser a palavra de ordem e se os materiais não são premium, disfarçam muito bem. Na verdade, o tipo de material é semelhante ao modelo anterior, mas os acabamentos são efetivamente muito melhores, com destaque para a versão GT Line.

| O SPORTAGE APRESENTA TAMBÉM UM ESPAÇO DE ARRUMAÇÃO PARA A COBERTURA DA BAGAGEIRA SOB O PISO. ASTUCIOSO.

Nem sempre quando as dimensões são maiores o veiculo ganha espaço. Mas no caso do Sportage o aumento da dimensão, a nova configuração do pilares e pela colocação do vidro traseiro, 3 cm mais alto que não versão anterior, dão uma sensação de mais espaço no habitáculo, que na realidade é verdade. O novo teto panorâmico de abrir de corpo único potencia a sensação de arejamento. As mais amplas dimensões da nova carroçaria só podem refletir-se no aumento de espaço. A comprová-lo é o aumento do espaço de carga

AS MOTORIZAÇÕES PARA O MERCADO PORTUGUÊS SÃO: GASOLINA 1.6 Gdi ISG 132 cv 161 Nm 147 Co2

1.6 T-Gdi 177 cv 265 Nm 169 Co2

DIESEL 1.7 CRDi ISG 2.0 CRDi ISG 115 cv 136 cv 280 Nm 373 Nm 119 Co2 127 Co2 será comercializado nas versões EX, TX e GT LINE

Os utilizadores do novo Sportage poderão escolher de entre as tecnologias de prevenção ativa de perigos. Os sistemas disponíveis incluem: . Travagem Autónoma de Emergência (AEB) . Sistema de Aviso de Saída de Faixa de Rodagem (LDWS) . Sistema de Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem (LKAS) . Assistente de Máximos (HBA) . Função de Informação do Limite de velocidade (SLIF) . Detecção de Ângulo Morto ( BSD) . Alerta de Tráfego Traseiro (RCTA)

TX Pack Premium (Teto de abrir Panorâmico + Estofos Pele)

OPCIONAIS: LKAS – Lane Keep Assist System; SLIF – Speed Limit Information Function; Luzes traseira LED; Smart Key c/ Start Button; HBA – High Beam Assist; Sensores de parqueamento (Fr/Tr); Sistema de navegação c/ Câmera; Estofos em tecido e pele.

GT LINE Volante D; Pedais de alumínio; Acabamentos preto/ Lacado brilhante.

EQUIPAMENTO EX ABS/ESC; 6 Airbags; HAC - Hill Assist Control; DBC - Downhill Brake Control; TPMS - Tire Pressure Monit. System; Sensor de Chuva e Luz; Bluetooh hands-free; Ar Condicionado Automático; Computador de Bordo; Comandos Audio Volante; Cruise Control; Espelhos Ret. Eléctricos e Retrateis; Volante em Pele; Rádio leitor CD e MP3.

18 4x4

PREÇOS GASOLINA 1.6 GDi 132 cv (versão EX) 1.6 T-Gdi 177 cv (versão GT-Line)

27.550,00 € 33.050,00 €

DIESEL 1.7 CRDi 115 cv (versão EX) 1.7 CRDi 115 cv (Versão TX) 2.0 CRDi 136 cv (Versão GT Line)

30.050,00 € 33.050,00 € 38.050,00 €



| TT DACIA TURÍSTICO DUSTER 4X4

AVENTURA NA BARROSINHA OU A APOLOGIA DE DIAS BEM PASSADOS A Associação Alcácer Trilhos & Aventura TT (Alcácer do Sal) levou a efeito mais uma edição da sua insubstituível paixão de outono, a Aventura na Barrosinha.

A herdade da Barrosinha é um propriedade privada com 2000 hectares, que guarda todos os segredos da natureza. Uma vez por ano, abre os seus portões à “Aventura na Barrosinha” num passeio TT, informal, divertido, bem comido e bem bebido (leia-se: em qualidade), numa apologia aos dias bem passados. Um dia de sol, como este, é o dia ideal para

20 4x4

uma passeata de jipe, mas se perguntar a cada um dos participantes, a resposta mais comum que vai ouvir é que deveria ter chovido bem, mas bem, de véspera. Para efeitos de reportagem fotográfica, por um lado, é bom, por outro, seria desejável um desses outros dias em que às oito horas da manhã já estamos ensopados até aos ossos, patinando na lama, metendo redutoras para segurar o “bicho”, rogando pragas por não ter trocado

de pneus mas, agradecendo aos deuses por termos este vício que nos faz saltar da cama, por vezes de madrugada num sábado de manhã, mal dormidos, nem sempre bem dispostos, para percorrer quilómetros e quilómetros de trilhos. “Fazem tudo isso para andar de jipe” é o que dizem os que não sabem nem querem saber. Não, digo eu, fazemos tudo isso , e bem mais


(centenas de quilómetros de estrada, para cima e para baixo), com portagens a faturar Classe 2, infinitos trabalhos com o jipe, com o material de regate, enfim, com o material todo, pelo prazer de estarmos todos uns com os outros, por vezes tão diferentes mas sempre tão juntos, alguns, por nos vermos a envelhecer assim, cúmplices desta paixão, ano após ano, pelo prazer de vivermos cada outono como ele merece ser vivido – a ver outra vez os ribeiros a correr, as estevas a florir, a hortelã de ribeiro e os cogumelos selvagens a renascer, o sol a levantar-se de manhãzinha rente aos outeiros ou sobre os campos de arroz. Neste caso, vindo de Lisboa e antes de me juntar à concentração na Herdade da Barrosinha, não resistimos à sedução de observar Alcácer do Sal do alto da ponte rodoviária da EN 253 e deleitarmo-nos com o espetáculo de ver um das mais antigas cidades da Europa, espreguiçar-se tranquilamente sobre o rio Sado, onde espelha o branco das casas que flanqueiam toda a marginal. Depois, atravessamos Alcácer na direção Este, passamos o mercado ao lado esquerdo, a praça de touros ao lado direito, seguimos na direção do Torrão, atravessamos a ponte à direita, sobre campos de arroz cortado e um pouco mais à frente chegamos à aldeia da Barrosinha que se funde na memória com a herdade do mesmo nome. Para nós é uma revisita e já por várias vezes percorremos os seus trilhos das quais, uma das vezes, foi quando a revista 4x4 organizou o memorável “No Rasto da Cegonha”, um passeio TT para toda a família mas onde só as senhoras podiam conduzir. Um sucesso. Das coisas melhores que guardo de mais de 40 anos de praticante TT são os pequenos hotéis e pensões de província onde por vezes passamos algumas horas, poucas, a dormir. É um mundo antigo , submerso, resiliente, comovente. À chegada à Herdade da Barrosinha deparei com um desses exemplos: o hotelzinho rural da Barrosinha. Mesmo a precisar de uma mãozinha, reflete um certo conforto nostálgico. A Herdade da Barrosinha, oferece uma envolvência de grande tranquilidade. Rodeada por uma área florestal com eucaliptal, pinhal manso e montado de sobro, a atividade florestal é a base de outras atividades, como

4x4 21


a caça (coelhos, lebres, javalis, perdizes, galinholas, narcejas e pombos). colheita de cogumelos, espargos e ervas aromáticas. Na componente agrícola destacam-se as áreas de arroz, junto às margens do Sado, a área da vinha, as áreas de pastagem, onde pastoreiam bovinos em regime extensivo e o conjunto de hortas, onde os residentes na aldeia cultivam os seus primores.

ainda reflete as atividades do passado e a sua importância do ponto de vista histórico e cultural, compreendendo duas antigas fábricas de descasque/ embalamento de arroz e produção de rações, a antiga escola primária, cantina, serração e malhadas.

Não é segredo nenhum que a Herdade da Barrosinha passa por um período de transição. Propriedade de um consórcio bancário, procura novos investidores e novas formas de exploração.

Ao percorrer a herdade, como tivemos oportunidade de o fazer em cerca de 50 km de trilhos, podemos encontrar vários montes alentejanos, duas capelas (Nossa Senhora da Conceição e Senhor dos Chagas), uma pista de aviação, pequenas hortas (dos moradores), adega e a aldeia da Barrosinha, onde ainda residem antigos e atuais funcionários, em casas térreas, brancas de janelas coloridas.

A Companhia Agrícola da Barrosinha, foi fundada em 1947 e é detentora de um património construído, outrora grandioso, e hoje tantas vezes apenas nostálgico, mas que

A diversidade paisagística, responsável pela sua riqueza de fauna e flora, em muito se deve ao facto de ser percorrida por 8 km do rio Sado, e de ser composta por zonas de arrozal,

22 4x4

vinha (100 ha), serra e açude, cada uma com as suas características e particularidades. O passeio TT “Aventura na Barrosinha” experimentou todos estes “sabores”, todas estas sensações e tentações. Após a concentração inicial, com o indispensável reforço matinal, a caravana composta por cerca de 70 veículos, atravessou a vinha, o montado e marcou encontro num dos açudes da herdade. Embora não estivesse cheio, as chuvas abundantes que caíram durante todo o mês de outubro, devolveram a água aos ribeiros, córregos e charcas. Praticar todo terreno depois de terem caído as primeiras chuvas de outono é um prazer que faz da chegada ao terreno um deslumbramento sempre renovado, já para não falar do perfume a terra molhada, essência inebriante, que nos revigora.


"... Com 14º e taninos redondos, o tinto da Barrosinha recomenda-se..."

O percurso desemboca, numa das margens e a “ponte” para a outra margem, é uma miragem, como diz a canção. A passagem faz-se pelo “leito” verdejante, enlameado, onde a progressão se pode efetuar, digamos, por três troços diferentes e de diferentes graus de dificuldade. Os aventureiros q.b. por um lado, os mais intrépidos por outro e os mais radicais sempre nas passagens mais profundas, com as habituais “invenções”; diagonais de alta performance que resultam sempre em belos atascanços para gáudio de fotógrafos e amigos, numa demonstração do ADN do TT turístico: emotivo, sem riscos e divertido. Após a “epopeia” da travessia, a caravana concentrou-se de novo no núcleo central da herdade. A adega da Barrosinha abria as suas portas para a degustação dos seus vinhos tinto, branco e rosé. Expectante, até porque os vinhos das herdade não

me eram totalmente desconhecidos mas, sinceramente, não guardava boas memórias. Digamos que, no que diz respeito ao vinho tinto foi uma agradável surpresa. O branco e o rosé não provei, mas a ter fé no palato de outros probantes, a adega da Barrosinha deu um salto qualitativo, na produção dos seus néctares. O tinto, bem produzido a partir das castas Castelão, Trincadeira, Aragonês e Cabernet Sauvignon dá, salvo raras exceções, o habitual aroma a frutos vermelhos, mas o que mais me impressionou neste vinho foi o seu sabor suave e, ao mesmo tempo, denso e persistente. Com 14º e taninos redondos, o tinto da Barrosinha recomenda-se. Pão fresco, queijo e uns enchidos da tal horrenda “carne processada”, maravilha fatal de quem gosta de um dia bem passado no

campo, enriqueceram a degustação. Na adega, com mais de meio século de existência podemos apreciar a conjugação entre o tradicional e o moderno. Exibe com orgulho as tradicionais ânforas argelinas de fermentação, uma área de envelhecimento com barricas de carvalho e uma moderna linha de engarrafamento. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de visitar as instalações da Sociedade Agrícola da Barrosinha, como a serração ou a taberna. Uma taberna castiça de “copo-detrês”, lindíssima mas a precisar urgentemente de dinamização. A caravana enfronhou-se de novo na Barrosinha em direção à Serra da Maceira, que foi o mote para visitarmos a capela de Nossa Senhora da Conceição, que foi construída em 1681, reedificada em 1888 e reparada em 1938.

4x4 23


A manhã já se fazia cara e os mais intrépidos não queriam abandonar o açude de todas as emoções e até de alter ego, onde por vezes alguns “pilotos” revelam o seu outro “eu”. Alguns atascanço depois, a caravana começou a pingar no salão de festas da Barrosinha onde o repasto, bem cheiroso, já esperava nos tachos e panelas. O almoço é um dos momentos mais aguardados de uma passeata de jipe. Uma fraternidade de mulheres, homens e crianças, cansados e sujos, vai sentar-se à mesa com

24 4x4

a alegria das cantinas da escola ou da tropa. As senhoras começaram de véspera a preparar a sopinha e a magnificentíssima (o leitor que me perdoe o exagero do adjetivo) feijoada de javali. À mesa partilhamos histórias, conhecemos gente gira com vícios comuns e trocamos contactos ao sabor da boa doçaria. Tudo longe do olhar purificador da ASAE, da lei e dos bons costumes. No final, como um bando de conspiradores após uma reunião secreta, dispersamo-nos, cada um a caminho da sua cidade, onde

ninguém sabe nem sonha que também existem sábados mais felizes do que os sábados passados em centros comerciais. No nosso caso, ainda fomos calcorrear as ruas estreitas de Alcácer do Sal e acabamos por desembocar na Biblioteca Municipal onde estava a decorrer a feira do livro. Numa sala contígua decorria a Roda dos Contos, com a presença do contador de histórias montemorense Carlos Marques e exímios contadores de história locais. Foi a cereja no topo do bolo.



| MERCEDES CLASSE G 350 DIESEL

ANACRONISMO ROLANTE " ...não estamos a lidar com um 4x4 mas sim com um anacronismo rolante. Um mito." Não é todos os dias que se ensaia um carro novo com tantos anos de vida como eu de profissão. Este 4x4 da Mercedes veio ao mundo em 1979 destinado a seguir uma promissora carreira militar, mas foi na vida civil que se transformou num ícone do 4x4 mundial. Progressivamente, aburguesou-se, acolheu novas motorizações desde o V6, passando pelo V8 até à “loucura” do V12 65 AMG! Esta peça não faria sentido, se não estivéssemos a falar de coisas diferentes. O leitor compreenderá: não estamos a lidar com um 4x4 mas sim com um anacronismo rolante. Um mito.

| UM POUCO DE HISTÓRIA Antes de mais, porquê a letra G? Simplesmente, porque em alemão todo-o-terreno diz-se Geländewagen. O Mercedes Classe G nasceu sob encomenda do Xá da Pérsia (atual Irão), Mohammad Reza Pahlavi que na época era um importante acionista da marca. Na época o monarca, conhecido como “Rei dos Reis” encomendou vinte mil unidades para uso militar. O “G” foi criado através da cooperação entre a Mercedes e a Steyr-Daimler-Puch AG, especialista austríaco em veículos com tração total. Também estava previsto uma versão civil. Após seis anos de estudos o Mercedes “G” estava pronto mas, entretanto, a chamada revolução iraniana, em 1979, promovida por islamitas, comunistas e liberais provocaria a queda e consequentemente a fuga, do Xá para o Egito e a instalação de Ayatollah Khomeini, autoridade religiosa xiita e lider da revolução, como chefe máximo do país. O Mercedes “G” acabaria por encontrar algumas oportunidades militares, graças ao Peugeot P4, um veiculo militar usado pelas forças armadas francesas, fabricado pela Peugeot e mais tarde pela Panhard, inspiradíssimo sob licença, no Mercedes Geländewagen, mas seria a versão civil que faria do G um ícone do 4x4 mundial. | Agora, o “G” inclui de série jantes de liga leve de cinco raios, de 45,7 cm (18”).

26 4x4


MERCEDES CLASSE G 350 DIESEL |

| Apesar das patentes evoluções tecnológicas o “G” mantém o velho pisca.

4x4 27


No inicio, O Mercedes “G” fora concebido para uso militar com inusitadas capacidades fora de estrada e um alto nível de fiabilidade. O “G” tinha nascido para ser bom. Atualmente, são várias as forças armadas que utilizam o Mercedes “G”: Alemanha, Suiça, Argélia, Rússia, Grécia, entre outros...e mesmo a marinha do Estados Unidos. Inicialmente era muito espartano, vindo ao mundo com 72 cavalos. O primeiro facelift surgiu em 1990, após 11 anos de carreira. Entretanto, pelo caminho foi fazendo alguns upgrades: o ar condicionado aparece em 1981, o conta-rotações em 1985, os vidros elétricos em 1987 e o ABS em 1989. O airbag surgiria em 1994 e apesar destes melhoramentos pontuais, o Mercedes “G” teria de esperar mais vinte e dois anos pelo segundo facelift, em 2012. Passado 3 anos, em 2015, um novo facelift, se assim se pode chamar, com a introdução de novas e potentes motorizações, mas com o mesmo aspeto de barba rija de sempre.

| MAIOR POTENCIA, MENOR CONSUMO DE COMBUSTÍVEL Todos os modelos da Classe “G” oferecem uma potencia superior em cerca de 16% , bem como um menor consumo de combustível na ordem dos 17%. 2015, foi o ano do facelift das motorizações, se assim se pode chamar. O Classe G adapta-se às normas anti poluição Euro 6 que, entretanto, entrou em vigor em setembro, mantendo o mesmo ar de puro e duro, um autêntico barba rija. O G 500 adopta o novo motor V8 de 4.0 litros biturbo que desenvolve 422 cv com um binário de 610 Nm. Este motor apareceu pela primeira vez no concept-car do G 500 4X4 2 , no salão automóvel de Genebra. Mesmo o G 500 ganhou outra energia com o novo motor de 8 cilindros desenvolvido pela Mercedes AMG, oferecendo uma potencia de 422 cv e um binário de 610 Nm. O novo G 500 acelera dos 0 aos 100 km/h em 5,9 segundos e o seu consumo combinado (NEDC) é de 12,3 litros/100 km (anterior: 14,9 l/100 Km).

" ...Todos os modelos da Classe “G” oferecem uma potencia superior em cerca de 16% , bem como um menor consumo de combustível na ordem dos 17%. "

28 4x4


Os motores das restantes versões do modelo Classe G também foram aperfeiçoados: o G 350 (nas fotos e ensaiado pela revista 4x4) beneficiou de um aumento de potencia de 211 para 245 cv, acompanhado de um aumento do binário de 540 Nm para 600 Nm. O consumo combinado diminuiu dos 11,2 litros/ 100 km para os 9,9 l /100 km, facto que no nosso ensaio agradou bastante.

e, sobretudo, com as características de performance incomparáveis em todo-o-terreno, com o sistema de tração integral permanente, a caixa de redutoras e os três bloqueio do diferencial, que podem ser acoplados/desacoplados com o veículo em movimento.

| O “G” POR DENTRO O AMG G 63 debita agora uma potência de 571 cv (anteriormente era de 544 cv), com um binário de 760 Nm; Ao invés dos 612 cv de potência, o motor de 12 cilindros no AMG G 65 produz agora 630 cv e um binário de 1000 Nm, tornando-se no 4x4 de série mais potente do mundo.

Para permitir que as rodas girem independentemente entre si, o veiculo está equipado com diferenciais nos eixos motrizes. Nas curvas a roda interior percorre uma distancia inferior à percorrida pela roda exterior, logo roda a uma velocidade inferior. A função do diferencial é distribuir uniformemente o binário entre as duas rodas independentemente

| MAIS CORES PRA O G Acabou o domínio do preto e do cinzento, cores até agora predominantes no Classe G. A palete de cores alargou com cores vivas, amarelo, laranja, vermelho ou verde, que dão ao G um visual mais informal. As versões G 350 D, 500 e AMG G 63, estão equipadas de série com a função ECO start/stop, que permite reduzir o consumo de combustível e as emissões, deligando o motor quando o veiculo se encontra parado.

| ENSAIO 4X4: ATITUDE INCOMPARÁVEL EM QUALQUER ALTITUDE Ao cabo de quase quatro décadas a Mercedes mantém a conhecida base robusta da carroçaria que continua a oferecer uma resistência generosa para suportar o aumento de potência. É uma sensação deliciosa; o mesmo bater de porta (leia-se: encaixe como de fosse magnético), as dobradiças das portas continuam robustas e bem visíveis. Em termos de luz, ostenta o mais moderno com uma tira de leds por baixo do farol, por outro lado, mantém o pisca “quarentão” com a cabeça do parafuso à mostra que conjuntamente com o pneu suplente, pendurado na porta traseira, lhe dá aquele charme de “barba rija”, sedutor, sem igual na concorrência. A sensação de conduzir um “G” é única. Estamos ao volante de um ícone do 4x4 mundial, com todas as suas características iniciais: estéticas

4x4 29


| As dobradiças continuam robustas e bem visíveis. A imagem de puro e duro sedutor.

| A forma quadrada, o espaço, as performances e a roda pendurada na traseira, revelam que o construtor de Stuttgart pretende perpetuar o seu Classe G.

da diferença de velocidade entre ambas. O mesmo acontece entre o eixo dianteiro e o eixo traseiro, pelo que num veiculo de tração integral permanente é necessário compensar esta diferença de rotação/ velocidade entre os eixos, existindo assim a necessidade de utilização de um terceiro diferencial, o diferencial central. No Classe G o diferencial central é integrado na caixa de transferências.

o bloqueio do diferencial da frente não estiver acionado, todo o binário que em virtude do bloqueio do diferencial central é enviado para o eixo dianteiro, perde-se pela roda que não tem tração. Como resultado do bloqueio do diferencial dianteiro o binário é distribuído uniformemente pelos dois semieixos do eixo dianteiro e transmitido ao chão pela roda que tem tração.

Quando uma roda de um dos eixos perde o contacto com o solo o diferencial automaticamente direciona todo o binário para ela. Esta roda vai girar livremente e a roda que tem tração não recebe nenhum binário, ficado o veiculo imobilizado.

A ativação dos bloqueios dos diferenciais só é possível com a caixa de transferências em redutoras (posição “L” - Low Range) e só deve ser feita em terrenos de baixa aderência (não pavimentados) pois provoca uma alteração significativa no comportamento da direção do veiculo. Os bloqueios são acionados numa sequencia lógica e de acordo com a necessidade de tração. A ordem de bloqueio dos diferenciais é: 1. caixa de transferência, 2. eixo traseiro e 3. eixo dianteiro. Esta sequência tem ainda por objectivo garantir a segurança pois o bloqueio do diferencial dianteiro é o que mais altera o comportamento da direção do veículo. No Classe G, quando todos os diferenciais estão bloqueados a desativação do bloqueio do diferencial central desativa automaticamente os outros dois.

Este efeito pode ser eliminado através do bloqueio do diferencial. Um bloqueio a 100% dos diferenciais resulta numa distribuição homogénea do binário e da velocidade para todas as rodas do veiculo. Consequentemente as rodas que tem tração recebem o mesmo binário e rodam à mesma velocidade das que não tem, logo o veiculo mantem a tração. Quando apenas uma roda da frente tem tração e as três restantes giram livremente, temos de bloquear os três diferenciais. Se

| A maior parte dos instrumentos foram redesenhados.

30 4x4


| CHASSIS A combinação do sistema de controlo electrónico de tração (4ETS) com a caixa de transferência e o bloqueio a 100% dos 3 diferenciais é um dos argumentos de peso e exclusivo do Classe G. Os seguintes sistemas funcionam em cada situação especifica de modo a garantir a segurança e maximizar a tração. Tração integral Permanente – Configurada para garantir máxima tração garante uma distribuição de binário 50/50 entre o eixo dianteiro e o traseiro. Controlo Electrónico de Tração (4ETS) – Através da aplicação dos travões nas rodas com menos tração, canaliza o binário para as rodas com mais tração tornando a facilitando a condução em condições extremas (gelo/neve/lama). Bloqueio de 3 diferenciais – garante que o binário é direcionado para a ou as rodas com melhor tração.

Quando todos os diferenciais estão bloqueados, a tração de uma única roda é suficiente para mover o Classe G. Este exemplo mostra a circunstância mais desfavorável possível, onde apenas uma roda tem tração, três estão a patinar e nenhum dos diferenciais está bloqueado. O veículo não se move mesmo que o diferencial central esteja bloqueado. O binário direcionado para o eixo traseiro não é transformado em tração. As rodas continuam a patinar mesmo que os diferenciais centrais e traseiro estejam bloqueados pois nenhuma das rodas traseiras tem tração. O binário transferido para o eixo dianteiro via diferencial central (bloqueado) perde-se pela roda que patina pois é a que oferece menor resistência. Somente quando bloqueamos o diferencial dianteiro o binário é distribuído equitativamente por ambas as rodas dianteiras e o veiculo se move.

| TRAÇÃO

| PARA SUPERAR OBSTÁCULOS DIFÍCEIS - AS REDUTORAS

Redutoras – garante máxima tracção em terrenos difíceis, por exemplo lama ou areia, e pode ser engrenado a velocidades até 40 Km/h utilizando o interruptor “L – Low Range”

Ultrapassar obstáculos difíceis e pendentes acentuadas requer o máximo binário possível à mais baixa rotação, a baixa velocidade ou mesmo desde o arranque. Para isto o Classe G está equipado com uma caixa de velocidades adicional. Para além do diferencial com bloqueio a 100%, esta caixa, a caixa de transferências, conta ainda com um conjunto de redutoras que altera a relação de 1:1 para 1:2. Isto significa que por cada duas voltas do veio de entrada (veio primário) há apenas uma volta do veio de saída (veio secundário). Assim para a mesma velocidade do veiculo esta redução na relação e consequente aumento de rotação do motor, duplica o binário disponível.

Bloqueio dos diferenciais: Bloqueio dos diferenciais central, traseiro e dianteiro utilizando os interruptores na consola central só é possível em redutoras. Acionamento eléctrico dos bloqueios de diferencial de acordo com a necessidade de tração na sequencia; Diferencial central, diferencial traseiro e diferencial dianteiro.


| MERCEDES G 500 4X42

| VANTAGENS DAS REDUTORAS . Facilita a condução fora de estrada por disponibilizar maior binário a menor velocidade. . Percursos fora de estrada são mais facilmente cumpridos com menor esforço do veículo. . Permite descidas lentas controladas mesmo em caso de fraca aderência. A configuração da suspensão de série foi modificada, com amortecedores otimizados para um melhor controlo da carroçaria e um conforto superior de condução na estrada e fora dela. Visivelmente, o novo G 350 é particularmente fácil de identificar pelo respetivo para-choques resenhado e pela extensões dos guarda-lamas, agora equipados de série, na cor da carroçaria. Além disso, o G 350 também inclui de série jantes de liga leve de cinco raios de 45,7 cm (18”). Ao comandos do G 350 a sensação de segurança e de solidez é um dado adquirido. O interior de elevada qualidade, o painel de instrumentos atraente na forma de dois anéis com ecrã multifunções de 11,4 cm e ponteiros e instrumentos redesenhados. Não existem barulhos parasitas e o toque dos matérias é sublime.

Após revelar-se extremamente popular entre os potenciais clientes, o protótipo G 500 4X42 recebeu luz verde para produção e já está disponível para encomenda nos concessionários Mercedes-Benz. O pack tecnológico é constituído por uma cadeia cinemática com tração integral, incluindo eixos descentrados e o novo motor V8 biturbo de 4 litros, com uma potência de 422 cv. Também foi implementado um novo chassis com amortecedores duplos e amortecimento ajustável. No interior do G 500 4x42, os ocupantes beneficiam de um conforto irrepreensível. Observando as características principais do chassis e da cadeia cinemática ( que é a parte da mecânica que descreve o movimento, determinando a posição, a velocidade e a aceleração de um corpo em cada instante), torna-se evidente que estamos perante um Super 4x4que também apresenta uma performance absoluta convincente no asfalto. Devido à largura das vias significativamente maior em relação à dos veículos de produção em série (+ 264 mm), às rodas de maiores dimensões compostas por jantes de 22 polegadas e pneus 325/55 R 22, e ainda o amortecimento ajustável com o modo Sport que o faz descrever curvas com uma dinâmica extremamente elevada, quer em estrada quer fora dela.

| UM VERDADEIRO 4X4 Ao conduzir o G 350 sentimos que estamos no mundo do 4x4. No verdadeiro. Nada de SUV ou outras ondas feitas para a estrada mas que, de tempos a tempos, metem o pezinho na terra. Se o tempo permitir. Não, ao volante do G estamos com o verdadeiro. E neste mundo existem ainda alguns resistentes como o Defender (em extinção), o Wrangler ou mesmo o Lada Niva, mas o “G” é de outro campeonato. A tecnologia, as performances, os materiais são nitidamente superiores.

O Mercedes Classe G tem uma razão de ser num mercado muito concreto: satisfazer aqueles que procuram um verdadeiro TT, de aspeto robusto, sólido, imponente no seu todo, com performances off-road incríveis, mas que ao mesmo tempo não querem renunciar a um interior e a um equipamento de topo, selecionado de uma berlina de

luxo. É claramente dirigido a um público especializado, que procura a diferenciação num conceito 4x4, no patamar mais superior. No fundo, é como diz uma amigo meu: “Vem-se do campo cheio de lama, enquanto se toma banho manda-se lavar o carro e depois vai-se ao Belcanto jantar”.

CLASSE G . 2015

CAIXA

JANTE

CC

CO2

CV

PREÇO BASE

ISV(1)

SGPU(1)

P. PÚBLICO (SEM IVA)

P. PÚBLICO (COM IVA)

463.348.13 463.234.13 463.272.13 463.274.13 463.324.12

AUTO. AUTO. AUTO. AUTO. AUTO.

18" 18" 20" 20" 22"

2.987 3.982 5.461 5.980 3.982

261 289 322 397 323

245 422 571 612 422

73.455,31 € 87.122,25 € 118.752,47 € 228.041,29 € 192.588,60 €

35.070,73 € 32.013,54 € 43.838,61 € 57.354,66 € 37.035,00 €

10,55 € 10,55 € 10,55 € 10,55 € 10,55 €

108.536,59 € 119.146,34 € 162.601,63 € 285.406,50 € 229.634,15 €

133.500 € 146.550 € 200.000 € 351.050 € 282.450 €

32 4x4

G 350 d G 500 MERCEDES-AMG G 63 MERCEDES-AMG G 65 5 500 4x42


4x4 33


| 24 HORAS TT VILA DE FRONTEIRA

FESTA RIJA Num fim-de-semana alucinante, cheio de sol apoiado por uma temperatura primaveril, a Vila de Fronteira, onde em 1384 ocorreu a célebre batalha dos Atoleiros, recebeu milhares de adeptos para assistir às 24 Horas TT Vila de Fronteira, oferecendo o seu colorido à festa do TT, evento organizado pelo ACP Motorsport com o apoio do município de Fronteira. O Sadev Oryx de Francis Lauilhe foi o vencedor, mas coube ao AC Nissan Proto de

34 4x4

Alexandre Andrade e Miguel Campos, o papel principal.

Terródromo, ladeado de público ao longo de todo o percurso.

A equipa francesa constituída por Francis Lauilhe, Pierre Marie Lauilhe, Louis Lauilhe e Philippe Berruer, venceu a edição de 2015 das 24 Horas TT Vila de Fronteira. A formação do Sadev Oryx demonstrou uma improvável regularidade ao longo de toda a corrida, assumindo a liderança, em definitivo, a partir da 16ª hora e foi a primeira equipa a ver a bandeira de xadrez ao cabo de 112 voltas ao

A melhor formação totalmente portuguesa concluiu as 24 horas TT Vila de Fronteira na sexta posição. Foi a Nissan Navara, com o nº7, de Victor Conceição, Tiago Rodrigues, Nuno Pires e João Carvalho, que conquistou ainda a vitória na categoria Promoção C. A fechar o pódio, o grande animador da corrida, o AC Nissan Proto de Alexandre Andrade,


Reportagem com o apoio: O Kia Carens está disponível na versão 1.7 CRDi de 136 CV de potência, de 7 lugares, com transmissão manual ou automática de 6 velocidades.

Cédric Duplé, Yann Morize e Miguel Campos. O piloto de Famalicão aceitou o convite de Mário Andrade, Manager da estrutura mais bem sucedida do circuito alentejano, e contribuiu para mais uma excelente classificação entre os melhores, desta vez a terceira posição. A equipa do AC Nissan Proto era uma das candidatas à vitória neste desafio de resistência e mostrou sempre que era a mais rápida. Essa evidência começou nos treinos cronometrados, ao alcançar a pole-position.

O tempo realizado foi suficiente para bater o recorde de pista. Com o primeiro lugar na grelha de partida, a formação luso-francesa arrancou determinada a ganhar vantagem. E foi isso que fez. Mas um percalço mecânico e, posteriormente, um acidente com um companheiro de equipa, impediram-nos de vencer.

| À PRIMEIRA MEIA-DÚZIA DE HORAS O AC Nissan Proto, com o nº22, arrancou

em primeiro e destacou-se dos demais para gáudio dos milhares de espectadores que emolduravam de cor e entusiasmo os 17 km do terródromo da Vila de Fronteira. O carro inscrito pela Família Andrade saiu da pole-position e dominou superiormente durante as primeiras cinco horas, apesar de alguns percalços. Contudo e depois de um acidente que envolveu o carro nº29, o BMC Emmepi do italiano Paolo Bachella que entrou em despiste colhendo meia dúzia de espectadores (donde resultaram alguns

4x4 35


36 4x4

O Kia Carens está disponível por apenas 26.681 Eur. Chave na Mão. Se quiser mais distinção e conveniência, está disponível um excelente Navigation Pack, composto por um avançado Sistema de Navegação com 6 actualizações gratuitas dos mapas Europeus, com Camera de auxílio ao Estacionamento incorporado e sistema de som com Sub-hoofer.


feridos prontamente socorridos pelas equipas de socorro da organização) e que levou à interrupção da corrida durante cerca de 1h30m, a equipa teve que parar na box para resolver um problema relacionado com a transmissão do carro, caindo na classificação e oferecendo a liderança da corrida ao Sadev Oryx. A formação francesa arrancou do quinto lugar, nunca ameaçou o lider até então, mas andou sempre entre os primeiros classificados. À passagem pela quinta hora passava para a frente da classificação e concluiria o primeiro quarto da prova com uma distância superior a quatro minutos para o segundo e terceiro classificados.

Na segunda posição surgiria a formação capitaneada por José Lopes, acompanhado por Sérgio Batista, José Dimas e Emanuel Sousa, aos comando da Mitsubishi L200, com o nº6. A formação portuguesa imprimiu um ritmo muito consistente nesta fase inicial e subiu gradualmente na classificação. A completar o TOP 5 estava o Mitsubishi Pajero da equipa Tempo 24H, da Letónia, com o nº5, liderada por Igor Skoks e o Bowler Wildcat, com o nº46, de Filipe Correia, Paulo Pinto, Nuno Tordo e João Rato, quarto e quinto respetivamente.

crescendo do quarteto Alexandre Franco, Pedro Grancha, Bruno Sá e Luiz Queiroz . Ao cabo de seis horas de prova mantinha a sexta posição e liderava a classificação da categoria T2 com a Nissan Navara, com o nº65. Menos bem estava o vencedor da edição de 2014. O Caze Nissan Buggy de Jean Cristophe Brochard, Stéphane Santucci e Mickael Caze que se contentava com a 14ª posição. Nota também para o Mitsubishi Pajero (nº14) de Alejandro Martins, Ricardo Porém, Paulo Marques e João Rosa. Apesar de partir como o melhor carro luso, cedo teve que parar para trocar a caixa de velocidades, afundando-se na classificação.

Destaque para a prova regular e em

4x4 37


| E APÓS A SEXTA HORA, O AC NISSAN PROTO, RECONQUISTA O COMANDO DA PROVA Quando a prova atingia metade do tempo, ou seja, 12 horas, era a equipa de capitaneada por Alexandre Andrade que após ter feito uma recuperação simplesmente sensacional com o AC Nissan Proto liderava a prova. Aliás, a equipa regressou ao comando logo após a sexta hora e no segundo quarto da corrida o seu domínio foi avassalador. E as continhas eram fáceis de fazer: com 55 voltas dadas ao Terródromo de Fronteira, dominava categoricamente e tinha 16 minutos de vantagem (quase duas voltas de avanço) sobre o Sadev Oryx, que seguia na segunda posição, limitando-se a rolar, a perder tempo, sem atacar, sem qualquer expectativa a não ser aguardar “cinicamente” por um percalço do lider. Nesta altura, o último lugar do pódio era

| JOÃO RATO VENCE DESAFIO MAZDA PELA TERCEIRA VEZ Líder do Desafio Mazda à entrada para as 24 Horas TT Vila de Fronteira, João Rato podia conquistar a vitória na competição logo à passagem pela 12ª hora. E assim o fez. O excelente piloto de Portalegre liderava neste particular e alcançava o máximo de pontuação atribuída, ou seja, 12,5 dos 50 que podiam ser conquistados na prova alentejana. Com a vantagem que já dispunha, com os seus dotes de piloto, e com a máquina a revelar-se bastante fiável nos momentos das grandes decisões, fechou com naturalidade as contas a seus favor.

38 4x4

ocupada pela equipa da Letónia, Tempo 24H, em Mitsubishi Pajero que, ao mesmo tempo, liderava a categoria T1.

Franco , em Nissan Navara, continuava a liderar a categoria T2 e mantinha a oitava posição na geral.

As condições atmosféricas mantinham-se estáveis com o tempo seco a impor as regras. Durante o dia andou-se de tee.shirt, e à noite as temperaturas não baixaram a mínimos de outras edições e eram muitos os carros que se mantinham em competição. De referir que dos 90 carros à partida, 23 eram de equipas estrangeiras, o que revela bem a credibilidade que as 24 Horas TT Vila de Fronteira granjeiam internacionalmente.

Paralelamente à competição, havia outro “mundo” que fervilhava na zona dos restaurantes, no rebuliço da feira improvisada; venda de castanhas e de algodão doce e, ao mesmo tempo, de gelados e cerveja fresca. O porquito a rolar no espeto, as bifanas a espalhar perfume no ar, as tendas de venda de tee.shirts, polos, pneus, vinhos, aventuras, pins, canecas e medalhas, cintos e blusões, farturas e churros, pastéis de nata gigantes. Para além desta bela confusão, fervilhavam a um ritmo frenético as zonas da boxes e as zonas de campismo. Vila de Fronteira vivia intensamente a festa e voltava a ver o céu iluminado às 23 horas quando houve o tradicional e espectacular fogo de artifício, que levou alguns concorrentes a pararem na berma para o apreciarem.

Não era de estranhar, portanto, que entre os primeiros cinco concorrentes havia dois concorrentes do campeonato francês de resistência: o Nissan MGR 206 cc, Nº43, de Antoine Galland que surgia na quarta posição, no último lugar do TOP 5, o Rivet RM Sport, com o nº4, de José Castan. Neste período já longo da prova a formação de Alexandre


O Kia Carens está disponível por apenas 26.681 Eur. Chave na Mão. Se quiser mais distinção e conveniência, está disponível um excelente Navigation Pack, composto por um avançado Sistema de Navegação com 6 actualizações gratuitas dos mapas Europeus, com Camera de auxílio ao Estacionamento incorporado e sistema de som com Sub-hoofer.

4x4 39


40 4x4


"...dos 90 carros à partida, 23 eram de equipas estrangeiras, o que revela bem a credibilidade que as 24 Horas TT Vila de Fronteira granjeiam internacionalmente..."

| SEGUNDA METADE DAS 24 HORAS À entrada da segunda metade das 24 Horas, o AC Nissan da família Andrade regressa à boxe para reparar o fole da roda traseira direita e mudar de piloto e dá-se nova mudança no comando da corrida. Quando faltavam apenas seis horas para o término da corrida, o Sadev Oryx de Francis Lauilhe está na frente e, curiosamente, só tem na mesma volta o Mitsubishi Pajero X5 de Igor Skok, assegura o segundo posto. Depois de regressar à pista, o AC Nissan oferece um autentico espetáculo. Enceta uma recuperação de suster a respiração. Alexandre Andrade, levantava voo e travava um duelo com o Sadev Oryx que, em abono da verdade, ofereceu muito pouca resistência, aliás, estaria muito pouco tempo na liderança da prova. Aliás, os 4m 30s, que separava o carro de Francis Lauilhe de Alexandre Andrade não foram suficientes e à décima quarta hora já o AC Nissan Proto estava confortavelmente na liderança.

Mas todos sabemos que os imponderáveis são o sal de uma corrida. Alexandre Andrade, protagoniza um acidente que resulta num capotanço do AC Nissan e a sua equipa perde quase três voltas. A estrutura de Lauilhe aproveita para voltar ao primeiro lugar, e desta vez, com mais margem para segurar a vantagem. Sempre com um andamento consistente, a formação da Letónia liderada por Igor Skoks mantinha-se nos lugares do pódio. Após a realização de três quartos da prova esta no segundo posto com 81 voltas concluídas no Terródromo. Entretanto e apesar do acidente, Alexandre Andrade, regressava às boxes. A equipa recuperou minimamente o carro e Cédric Duplé, que tinha sido o mais rápido dos treinos, entrou para a pista com o intuito de recuperar terreno. Dificilmente conseguiria recuperar as quase três voltas, mas mesmo assim, imprimiu um ritmo avassalador e recuperou quase duas voltas, enquanto que o Sadev Oryx jogava com o tempo e pedia a todos os santinhos destas coisas do todo-

o-terreno que lhe aguentasse a liderança até ao fim. Curiosamente, a equipa de Francis Lauilhe limitou-se a rolar, não imprimiu nenhum andamento de defesa, não alterou a sua estratégia, o que leva a crer que se a prova durasse mais uma hora o AC Nissan de Alexandre Andrade iria-lhe complicar muito a vida. Lauilhe foi um justo vencedor mas teve a sorte da corrida pelo seu lado e aproveitou-a bem. O Bowler Wildcat de Filipe Correia, Paulo Pinto, Nuno tordo e João Rato continuava a dar bom conta de si, como a equipa portuguesa mais bem classificada. Ao cabo de 18 horas, estava no quinto lugar absoluto e em segundo entre os T1, categoria que era comandada pelo Pajero de Skoks. João Lopes, Sérgio Baptista, José Dimas e Emanuel Sousa também mostravam serviço, ocupavam o sétimo lugar da geral e lideravam entre os carros ca categoria C. No T2, o líder do costume. A Nissan Navara inscrita por Alexandre Franco mantinha-se na frente e reservava lugar no TOP 10, à geral.

4x4 41


Finalmente, quando a buzina que anunciava o final da maratona se fez soar, a equipa francesa capitaneada por Francis Lauilhe, consagrava-se vencedor da 18º edição das 24 Horas TT Vila de Fronteira. A formação do Sadev Oryx demonstrou uma tremenda regularidade ao longo de toda a corrida, não assumiu riscos, esteve sempre na expectativa dos percalços dos seus mais diretos adversários e assumiu a liderança, em definitivo, a partir da 16ª hora e ser a primeira equipa a ver a bandeira de xadrez ao fim de

42 4x4

112 voltas. Igor Skoks, Rudolph Skoks e Arvis Pikis, pilotos que nos últimos anos nos têm visitado para participar nesta grande maratona de resistência TT, conseguiam o objetivo a que se tinham proposto. Depois de um quinto lugar no passado, levaram o Mitsubishi Pajero, um 4x4 convencional, à segunda posição, apenas a uma volta da equipa vencedora. O AC Nissan Proto de Alexandre Andrade, Cédric Duplé, Yann Morize e Miguel Campos e também

de Mário Andrade, porque não dizê-lo, que esteve ininterruptamente nas boxes a dar apoio e a dirigir a estrutura. O empresário português residente em França, detentor do recorde de vitórias na maratona alentejana não participou, desta feita, como piloto em consequência de uma queda de moto, dias antes, que resultou na fratura de algumas costelas. A estrutura luso-francesa era apontada como a grande favorita, mas alguns percalços, relegaram-na para o terceiro lugar, também a uma volta do Saved Oryx.

Trabalho, diversão ou uma saída especial com a família – quaisquer que sejam os seus planos, o Kia Carens de 7 lugares e Classe 1 nas portagens, é o companheiro ideal. Multifuncional e versátil, as abrangentes soluções de segurança e a grande facilidade de utilização provam que o novo Carens tem tudo o que é necessário num Crossover.


4x4 43


A melhor formação totalmente portuguesa acabou as 24 Horas TT Vila de Fronteira num honroso sexto lugar. Foi a Nissan Navara de Victor Conceição, Tiago Rodrigues, Nunes Pires e João Carvalho, que conquistou ainda a vitória na categoria Promoção C. Entre os cinco primeiros, os carros do campeonato francês de resistência dominaram. O Pajero que veio da Letónia foi o “intruso” que conquistou a segunda posição e venceu

a categoria T1. Na T2 a Nissan Navara de Alexandre Franco venceu e terminou no oitavo lugar da geral a 11 voltas do vencedor. Nota de destaque, também, para o Polaris RZR, com o nº61. Este UTV não só se impôs na categoria T3 como concluiu a maratona entre os dez melhores da geral, com um impressionante nono posto. O vencedor da promoção A foi o Mitsubishi Pajero, nº 63, de Jorge Melo, Amaro Melo, José Teixeira e Nuno Mota que acabou no

TOP 20, em 14º da geral, enquanto o Renault Super 5, nº42, foi o melhor na Promoção B. À geral concluiu no 53º posto. A 18ª Edição das 24 horas TT Vila de Fronteira contou com a participação de duas formações exclusivamente femininas. E neste particular, a mais forte foi a Nissan Navara, com o nº70, de Sónia Ferreira, Fabiana Gomes, Sandra Domingues e Isabel Rosa que concluíram a prova em 43º da classificação absoluta.

| AS “24” SEM ELES NÃO ERA A MESMA COISA Destacamos igualmente o feito da equipa oriunda de Santiago Maior, Alandroal, formada por Rui Cardoso, Armando Coelho, Márcio Rosado, Armando Conchinha e João Pedro Santos que conduziram o “lendário” Nissan Patrol GR, o recordista de participações em Fronteira, até à 55ª posição, com 69 voltas cumpridas ao traçado de Fronteira.

44 4x4


| MIGUEL CAMPOS NAS “24” Uma dezena de anos depois da estreia nas carismáticas 24 Horas TT Vila de Fronteira, Miguel Campos voltou à grande festa do

todo-o-terreno nacional e acabou no pódio. O piloto de Famalicão aceitou o convite de Mário Andrade, proprietário da estrutura mais bem-sucedida no circuito alentejano,

e contribuiu para mais um lugar entre os melhores, desta vez o terceiro posto.

| O ÚLTIMO DOS MOICANOS Foi o único a rolar no terródromo de Fronteira. Destaque para o UMM 4x4 Alter, dos irmãos Manuel e Fernando Azevedo e de Mário Alves. A equipa nortenha manteve assim a tradição de colorir as 24 horas TT Vila de Fronteira com um, apenas um, ícone luso-francês do todo-o-terreno mundial: o carismático UMM. Problemas mecânicos ditaram a desistência, mas alguma coisa nos diz que ainda havemos de ver durante muitos anos este amarelinho a rolar orgulhoso no terródromo de Fronteira e com os autocolante da revista 4x4.

7 anos, sem custos adicionais. Isso significa 2.555 dias ou 150.000 km de condução, livres de preocupações e com um custo de manutenção mais baixo. Este acréscimo para 7 anos de garantia simplificam a experiência do proprietário com o seu Kia.

4x4 45


| AC NISSAN “VITAMINADO” COM OS AUTOCOLANTES DA REVISTA 4X4 O AC Nissan de Mário Andrade, o recordista de vitórias em Fronteira, ostentou mais uma vez os autocolantes da revista 4x4. A par disso, foi o único concorrente que não se esqueceu de homenagear José Megre, o criador da prova, igualmente, com um autocolante de cada lado do Nissan. É com muito orgulho que vimos o nosso autocolante no carro da família Andrade, ao lado do de José Megre, o mentor do todo-

46 4x4

o-terreno, em Portugal. É com orgulho que apoiamos estes nossos amigos que, ano após ano, valorizam a prova e são grandes promotores da mesma além fronteiras. O Todo-o-terreno regressa em Março de 2016 com a 1ª prova do campeonato nacional, a Baja Rota do Douro. Para os dias 30 de abril e 1 de maio está marcada o Rally TT Vinhos Carmim, prova organizada pela secção de Motorismo da SAR, pontuável para os campeonatos de autos, motos, quads e buggys/utv.

| Um Volvo que já andou por África e um Terrano que tem a mania que é um Renault 4. É o espetáculo da Festa do TT, em Fronteira. Onde mais podia ser?

A qualidade dos acabamentos e o conforto e qualidade do seu habitáculo, fazem desta versão um testemunho único e um companheiro para o seu dia-a-dia nacidade…ou fora dela.



| GRÂNDOLA AVENTURA

A VITÓRIA DA EXPERIÊNCIA (OU A PAIXÃO DA NAVEGAÇÃO)

... com mais ou menos experiência, todos fazem com que o Grândola Aventura seja um lindíssimo tributo à Navegação. ... De este para oeste, de norte para sul, de quadrícula em quadrícula, com ou sem coordenadas, com menos ou mais intuição, com melhor ou pior estratégia, com mais ou menos experiência, todos fazem com que o Grândola Aventura seja um lindíssimo tributo à Navegação. A ciência, arte, prática, tecnologia e o culto da descoberta ficaram bem patentes na 8ª edição do Desafio Turístico Internacional de Fotografia e Navegação “Grândola Aventura”, que apresentou uma mão cheia de novidades. Desde logo, a criação de uma nova categoria para iniciados denominada “Nómada” que trouxe ao concelho de Grândola novos visitantes, novos

48 4x4

adeptos da modalidade e levou outros a desenferrujarem os seus conhecimentos de leitura de cartas e manuseamento de gps. A vitória, sem surpresas, da equipa beirã Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus foi resultado de uma estratégia bem delineada, fruto de uma vasta experiencia e de um verdadeiro conhecimento do terreno. Mantendo a tradição, o desafio de navegação do litoral alentejano disputou-se em duas jornadas: a de sábado onde as equipas dispunham de 8 horas para tentar localizar o maior número de waypoints e, a de domingo, que contava com 6 horas para alcançar o mesmo objetivo.


4x4 49


... A pressa não é boa conselheira e a melhor estratégia é perder (leia-se: ganhar) algum tempo a delinear a estratégia, que sair à caça do primeiro waypoint que nos ocorre, sem saber se depois teremos de regressar e voltar a passar pelo mesmo sitio, desperdiçando tempo. ...

As verificações técnicas e administrativas realizaram-se no fim de tarde de sexta-feira. Desta vez, no recinto de feiras de Grândola, inseridas na AR PURO, Feira de Atividade ao Ar Livre, especializada em turismo ativo combinando aventura, ecoturismo e turismo de natureza. A reunião das várias atividades outdoor, incluindo o tt, numa feira como a AR LIVRE é bom presságio. E, a mensagem da primeira edição foi muito clara: as preocupações de conservação de natureza e um maior e melhor conhecimento da relação entre prática desportiva, meio ambiente, turismo ativo e preservação ambiental permitirão um uso mais racional e equilibrado deste bem comum. Às oito da manhã (hora gps) de sábado, o primeiro participante saía ao encontro de 41 waypoints, um Controlo de Foto, um de Segurança e 4 waypoints “Explora” (sem coordenadas). Como é habitual, após a partida as equipas param nas imediações para preparar a estratégia que irá nortear a sua prestação ao longo do dia. É um momento muito importante. A primeira coisa a fazer é

50 4x4

transferir a lista de waypoints, recém entregue pela organização no gps oficial para os gps pessoais, ou marcá-los nas cartas topográficas originais fornecidas pelo centro Geoespacial do Exército, com quem o Grândola Aventura mantém uma simpática parceria desde a primeira edição, e ter uma visão global da localização dos mesmos: localizar as zonas interditas, estrategicamente, selecionadas pela organização com o objetivo de criar dinâmicas diferentes. A pressa não é boa conselheira e a melhor estratégia é perder (leia-se: ganhar) algum tempo a delinear a estratégia, que sair à caça do primeiro waypoint que nos ocorre, sem saber se depois teremos de regressar e voltar a passar pelo mesmo sitio, desperdiçando tempo. O que apontava para uma manhã luminosa rapidamente foi conquistada por uma neblina espessa, que deixou a imprensa nacional e estrangeira presente, sobretudo os fotógrafos, à beira de uma ataque de nervos. Mas, por volta das 10 horas da manhã os deuses refletiram e o sol regressava com um largo sorriso, tomando conta da situação e mantendo-se assim durante todo o dia.


| ADEGA BREJINHO DA COSTA. ONDE A NATUREZA E A TRANQUILIDADE SE FUNDEM O Controlo de Segurança estava instalado nas imediações do lugar de Brejinho de Água e a coordenada de gps convergia convictamente para a Adega Brejinho da Costa. O controlo abria às 11 horas e, como previsto, não tardou que as primeiras equipas chegassem, sob um sol radioso, de sorriso largo, às lindíssimas instalações da Adega Brejinho da Costa.

É numa beleza selvagem e calma, onde a natureza e a tranquilidade se fundem, que se produzem os vinhos Brejinho.

As equipas teriam que fazer uma pausa obrigatória mínima de 15 minutos, para um happy moment; controlar, assinalar manualmente na carta (obrigatório) os waypoints fornecidos no momento pela organização, rever a estratégia, comentar as primeiras descobertas da manhã, confraternizar, descansar, provar algumas da iguarias da região, adquirir e fazer prova de boca – com responsabilidade - dos excelentes néctares produzidos por uma empresa familiar, fruto do grande cuidado colocado numa atividade onde todos os detalhes são importantes. Para além de excelentes vinhos, a proteção da paisagem e o respeito pelo ambiente, são a chave de uma viticultura que é, cada vez mais, um fator de atração turística e uma prática cultural. A visita à Quinta do Brejinho, foi uma mais valia para todos os participantes nacionais e estrageiros. Ficamos a saber que as castas foram escolhidas com base, como numa história de amor, numa relação solo/proximidade do mar guiados por um só objetivo: a qualidade.

4x4 51


52 4x4


Ficamos também a saber que todos os trabalhos efetuados em regime de proteção integrada, garantem uvas de primeira escolha. Por outro lado, as baixas produções, controladas através de podas e mondas de cachos, efetuadas com grande rigor, garantem uma matéria-prima de primeira qualidade. Portugal pode transformar-se num dos melhores destinos de enoturismo do mundo. As previsões são de crescimento de 10% ao ano, num setor que se baseia nos mais genuínos produtos nacionais – a cultura, a tradição e a geografia.

O Turismo do Vinho é um segmento da atividade turística que se baseia na viagem motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos e das tradições e cultura da localidade que o produzem. O vinho está irreversivelmente associado ao néctar do deuses, em alusão à bebida e comida dos deuses que habitavam o Olimpo, conforme reza a mitologia grega. Miguel Santos, Diretor de Produção e Luis Simões, Enólogo, fizeram as honras da casa. Dois jovens, simpáticos, que se assumem acima de tudo como apaixonados da vinha. Miguel, empreendedor e enérgico,

4x4 53


dedica-se à gestão quer a jusante quer a montante das atividades da adega. Luis, divide o seu tempo entre a Viticultura e a Enologia aplicando todo o seu conhecimento, experiencia e uma enorme paixão por aquilo que faz, revelando, em ambos os casos, um amor eterno pelo vinho.

matéria-prima tão majestosa se construíram as naus que dobraram o Cabo da Boa Esperança, afirmando-se estas terras especiais com um longínquo potencial de descobrimento que promete. A visita à Quinta do Brejinho impõe-se por 1001 razões mas, sobretudo, pelos seus vinhos.

Quando se conversa com estes dois profissionais é mais fácil perceber o que leva à paixão do vinho. Neste contexto, a adega Brejinho da Costa está situada numa região privilegiada pela natureza. Visitar a Quinta do Brejinho é uma mais valia cultural e é conhecer um lugar que exprime uma singularidade notável. Tão invulgar como o vinho, esta região junta longas e belíssimas praias e zonas arenosas chamadas de brejinhas a uma grande mancha florestal de pinheiro manso. E desta

Os vinhos da Quinta do Brejinho, apresentam forte carácter regional, marcadamente atlânticos, demonstrando uma frescura natural com tendência para envelhecer. A linha Base Costa SW é marcadamente frutada, enquanto a linha Brejinho tem uma boa relação qualidade/ preço para o consumo diário; já a linha Reserva Premium prima pela qualidade/ longevidade superiores.

| QUINTA BREJINHO DA COSTA Reserva 2011 - Tinto Pinta-se de um rubi intenso e expressivo. É nos aromas vegetais, balsâmicos e de fruta vermelha madura, que reaviva e alegra a nossa memória olfativa. Entra poderoso e profundo, terminando com uma elegância que só um tinto nascido a beira do mar no faz sentir tão sublime sensação.

54 4x4

Ótima combinação com vários pratos de carnes, por ser um vinho fresco acompanha também muito bem vários pratos da cozinha tradicional. Castas: Syrah, Alicante Bouschet e Touriga Nacional


| “Os nossos vinhos são o fruto do empenho num projeto vitivinícola moderno e ousado, onde as tecnologias de ponta se ligam à tradição do processo de vinificação“ - Pedro Santos, Diretor de Produção.

| “Os vinhos Brejinho são o resultado de um mix favorável de condições: solo arenosos, o clima único da região, e muito sol temperado pela proximidade do mar – condições inigualáveis para o cultivo das nossas uvas” – Luis Simões, Enólogo.

Após o great moment proporcionado pela adega Brejinho da Costa, as equipas regressavam gradualmente às lides da navegação. Pela proximidade de um waypoint que se situava revés na retaguarda do edifício principal da Adega, as equipas eram naturalmente tentadas a “picar” esse ponto e apontavam o “azimute” para sair pelo portão principal, o caminho mais curto e fácil para alcançar o waypoint. No entanto, a saída obrigatória era exatamente pelo lado oposto da propriedade, por um estradão pela extremidade contrária da Quinta do Brejinho. Um momento de rara beleza.

é muito agradável, pois o traçado rectilíneo permite acelerar um pouco mais. Enquanto isso, os navegadores tentam resolver em tempo real o “enigma” que instantaneamente se colocou dado à circunstância de não poderem sair pelo portão por onde entraram: encontrar o caminho do waypoint por detrás da adega ou seguir para outro, eis a questão.

A partir deste local, o percurso ganha outro encanto, em especial com o sol a dardejar a propriedade. A condução torna-se mais entusiasmante, com a vinha dividida por castas a debruar a pista. O piso é seguro e as vinhas continuam a fazer companhia e do ponto de vista da condução

Os contrastes tornam o campo paradoxal e, por isso mesmo, o adeus à propriedade que nos reconfortou ganha outra dimensão: uma pista de areia, farta e profunda impõe as suas regras e começa a dança das redutoras com os jipes a sair ora para o lado esquerdo, ora para o lado direito, conforme a opção escolhida por quem navega. Mais informações em: www.brejinhodacosta.pt

4x4 55


56 4x4


Uma das coisas mais atrativas e surpreendentes desta região do Alentejo Litoral, é a quantidade de “rios” de areia que vivem à sombra da floresta, que proporcionam uma paisagem única e momentos emocionantes de condução. A chamada condução técnica ao mais alto nível, quer pela dificuldade, quer pela navegabilidade; circular por tão diferentes elementos naturais, sem esquecer o atrativo das paisagens que, ao fim do dia, desfilam pelos olhos dos participantes.

quatro horas da tarde, altura em que as primeiras equipas passam sob o pórtico da meta, na feira de actividade ao ar livre e perante a presença entusiástica de milhares de visitantes. De regresso ao ponto de partida, é tempo de recuperar forças, visitar a feira de atividades, participar nas atividades outdoor e meditar no carácter mágico de uma terra tão serena que nos infunde numa introspetiva de paz. Enquanto isso, a organização apura as classificações do dia, numa azáfama peculiar, concentrada e responsável.

Com mais ou melhor sorte, com mais ou menos experiência as equipas foram encontrando o maior número de waypoints possíveis até às

“Os vinhos Brejinho são o resultado de um mix favorável de condições: solo arenosos, o clima único da região, e muito sol temperado pela proximidade do mar – condições inigualáveis para o cultivo das nossas uvas”.

| RESTAURANTE “O CRUZAMENTO” Finalmente, como é tradição, participantes e organização reúnem-se no restaurante “O cruzamento” onde se serve, com carácter tributário, a saborosa cozinha alentejana que desfila diante dos nossos olhos e dos nossos paladares. A cozinha da região que hoje é o Alentejo já poderia ser considerada elaborada e cheia de ricos produtos trazidos do Mediterrâneo e do Oriente, bem antes da chegada dos romanos mas foram eles que, estruturando as culturas do pão, azeite e vinho já existentes mas sem grande destaque lançaram o vinculo e fundamento da atual cozinha alentejana. Além disso, o conhecimento das especiarias é um das bases da arte da cozinha porque permite diferenciar pratos, dando-lhes o sabor tão peculiar da região, elevando o nível do paladar. Ora, o restaurante “O Cruzamento”, muito bem dirigido, pelo low-profile e simpatia de José Carlos Palma, é tributário e herdeiro de uma herança gastronómica que, ao mesmo tempo, revela a alma de um povo, de forma simples e requintada.

O Restaurante “O Cruzamento” é na verdadeira acessão da palavra uma casa simples, sem grandes voos, a não ser servir bem. O atendimento é muito bom e rápido. A comida é muito saborosa e vem em doses generosas. Desde o bacalhau assado, passando pelo ensopado de borrego ou pelos pezinhos de porco com grão até ao famoso Jantarinho Alentejano, o Ex-Libris da casa, é garantia de comida caseira bem feita, ótimos preços e bom atendimento. Curiosamente, uma grande parte dos mais de 1000 navegadores que já passaram pelo Grândola Aventura, oriundos de várias partes do país, confessam que nas suas deslocações de lazer em direção ao Alentejo ou ao Algarve (inclusivamente estrangeiros, como é o caso de espanhóis que se deslocaram propositadamente a Grândola para visitar a feira do chocolate) referem que fazem escala “obrigatória” no “O cruzamento”, desde que o conhecem, para almoçar ou jantar. O restaurante “O Cruzamento” tornou-se por mérito próprio o bastião gastronómico do Grândola Aventura.

4x4 57


58 4x4


4x4 59


| NAVEGAÇÃO 1ª ETAPA Sem surpresas, a formação beirã “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus”, adiantava-se no marcador. Experientes, especialistas em navegação, conhecedores do terreno e estrategas, o quarteto de navegadores formado por Paulo Dias, Tiago Saraiva, António Mendonça e Sérgio Loureiro conquistava o primeira lugar com 810 pontos, sem qualquer penalização. Quem também não sofreu qualquer penalização foi a formação

60 4x4

“Melides Fora de Estrada” que somou 705 pontos e aproveitou a 100% a sua prestação, conquistando a segunda posição com 705 pontos. A formação de José e João Pablo, Paulo Rocha e Hélder Vieira tinha menos 10 pontos que a sua conterrânea “Furões de Grândola TT”, entretanto, esta foi penalizada em 120 pontos por atraso de 8 minutos caindo para o último lugar do pódio, com 595 pontos. Apesar da penalização, Fábio Pereira, Tiago Correia, António Cidrão e Humberto Espada prometiam não baixar os braços e contrariar o prejuízo na segunda etapa.


A surpresa do dia, pela negativa, foi protagonizada pela equipa nº 4, “Quinta do Fontelo/ Duomaquete”, eternos favoritos. A formação composta por um naipe de excelentes navegadores: José Magalhães, Luis Almeida, Hugo Pacheco e Paulo Oliveira não foram além de um de 4º lugar com 540 pontos. “Um erro de estratégia esteve na base do desaire” , confessava José Magalhães. A fechar o Top 5, a “L’Attitude/ Kompinchas” com 410 pontos e sem qualquer penalização. O sexteto alfacinha formado por Aníbal Madeira,

José Brandão, Paulo Gomes, João Brites, António Matos e José Manuel Carmo, comemorava assim, em modo tranquilo, a sua oitava presença na oitava edição do Grândola Aventura. Esperava-se mais... “Meca Motorsport/ Arma Team 4x4" foi outra das equipas que esteve longe das suas possibilidades. A formação de Grândola formada por António Areias, Paulo César, João Romão, João Pereira e Luis Chainho somou 405 pontos, alcançou a 6ª posição mas ficou aquém das expectativas.

4x4 61


62 4x4


Assim como a “BragAventura/ BF Consultores/ CF 4X4/ Freitas Car Service”. A equipa minhota, da “Cidade dos Arcebispos”, também conhecida pela “Roma Portuguesa”, composta Adolfo Sampaio, Norberto Fernandes (presentes em todas as edições do Grândola Aventura), José Carvalho e Hilário Mello, ocuparam a 7ª posição, com 350 pontos, beneficiando da penalização aplicada à equipa da Marinha

Grande, “SeiçaPneus/ CasaPro/ GerêsMont”. A formação composta por Gonçalo Fernandes, Roldão Seiça, Jorge Carvalho e César Lopes, tinha acumulado 395 pontos, mas um atraso de 8 minutos, traduziu-se numa penalização de 120 pontos, relegando a equipa para 9ª posição com 275 pontos.

4x4 63


64 4x4


4x4 65


Dado que a 8ª posição foi ocupada por um “intruso” da classe Nómada (equipa formada por um só jipe). A formação da Maia “Alternativa TT”, inscreveu-se como habitualmente na classe Aventura (a clássica do Grândola Aventura com dois jipes e 4 elementos no mínimo) mas à última hora o segundo jipe não pode participar e a equipa optou pela nova classe. A equipa formada pela simpática dupla Filipe Alves e Alexandrino Sousa, intrometia-se na classificação e conquistava um lugar no TOP 10 com 310 pontos. Além disso, assegurava categoricamente a liderança na classe Nómada. A fechar o TOP 10 a formação beirã “TTúlia/ JM Pneus”, provavelmente, uma das equipas mais azaradas da prova. Logo no inicio da primeira etapa viu-se reduzida a um jipe, por avaria, como tal, dos 260 pontos obtidos foram subtraídos 104 de penalização. A formação com o nome de equipa porventura mais singelo da prova, obrigou os seus 4 elementos: José Manuel Rodrigues, Miguel Justino, António Duarte e Cláudio Saraiva, a partilharem o mesmo carro até ao final da prova.

66 4x4

“Quinta Travessa” (Nómada) surgia da 11ª posição. A equipa formada por Manuel Afonso, Jorge Alves, João Martins e Nuno Matos com as cores de uma excelente unidade de alojamento rural, em Vieira do Minho, foi estreia absoluta no desafio do litoral alentejano. Falhou um Controlo de Foto e somou 124 pontos que lhe valeu a segunda posição, da jornada, na classe Nómada. Os modestos 190 pontos obtidos pela AS4X4 reduzidos a 115 por penalização de 5 minutos de atraso também surpreendeu os demais. A formação da Beira Serra algarvia, Miguel Guia, Nelson Cruz, Teodoro Teixeira, Fernando Torcato e Bruno Godinho, tiveram uma etapa para esquecer reconhecendo que a estratégia escolhida não foi a melhor. Os navegadores de Salir tiveram que se contentar com o 12º da geral. Em compensação, foram eleitos a equipa “Simpatia” da prova.


4x4 67


Classificaram-se ainda: 13º “TT Maps Team” (Nómada). A equipa de Aveiro, formada pelos irmãos Hugo e Ricardo Jorge; 14º “Discoveroasis” (Nómada) de António Sousa e João Paulo Dias; 15º “Forotrans/ the Rat Pack” (Aventura), de Juan Iriarte, Jose Malmierca, Elena Bravo e Maria Dolores Salguero; 16º “Assador Barrosão/ Temas&Palavras ”(Aventura), de João Andrade, Ricardo Cartucho, Pedro Matos e Francisco Aleixo;

68 4x4

17º “Baja 046” (Nómada), de Vítor e Frederico Antunes; 18º "Pegasus ”(Aventura) de Fátima Reis, Margarida Casanova, Pedro Redol e João Carpinteiro; 19º “Master TT/ Profender”, de Luis Menezes, Manuel Gonçalves; Hugo Velho e Nuno Pimentel. As restantes 6 equipas sem qualquer pontuação.


A etapa de domingo, teve o seu preâmbulo na freguesia do Carvalhal, terra das cabanas de colmo, outrora habitação de trabalhadores rurais e salineiros, construídas com os materiais abundantes na zona: junco, estorno e cana em estrutura em madeira e que hoje são motivo inspirador de casas e resorts de luxo. Para além das praias, das planuras de areia, do melhor restaurante de praia do mundo, do peixe fresco, da batata doce, as ruínas romanas de Tróia são um dos pontos mais interessantes da freguesia. Monumento

arqueológico situado na margem esquerda do rio Sado, as ruinas abrangem várias construções do período entre os séculos I ao IV dC e estão classificadas como Monumento Nacional desde 1910. Uma etapa mais curta, com meia dúzia de horas, 35 waypoints, um Controlo de Foto e quatro waypoints Explora. Etapa compacta de trilhos de areia, floresta e passagens a vau para maquilhar o jipe que se ocuparia como na jornada anterior, de fazer as delicias dos participantes.

4x4 69


70 4x4


| NAVEGAÇÃO 2ª ETAPA A “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus” fazia o pleno e confirmava a sua superioridade, ao vencer a derradeira etapa, com 405 pontos, juntando à vitrine de troféus a vitória do desafio “Explora”. “Melides Fora de Estrada” ficava na segunda posição, com 230 pontos e a fechar o pódio a “L’Attitude/ Kompinchas", com 215 pontos. Finalmente, e depois de todos cruzarem o arco da meta, sem qualquer problema nem danos nos carros, fazendo jus à dinâmica do Grândola Aventura; um desafio disputado na totalidade por trilhos autorizados, sem dificuldades acrescidas, com regras de segurança muito bem definidas, limites de velocidade, a pensar no prazer de condução fora de estrada, no desafio lúdico da descoberta de sítios interessantes

do ponto de vista paisagístico, cultural e etnográficos do concelho de Grândola e, sobretudo, proporcionar um excelente fim-de-semana com família ou entre amigos. A equipa de verificação de dados esteve mais uma vez, à altura dos acontecimentos. Experientes e com know-how, passaram a pente fino todas as equipas, sem exceção, para apurar eventuais irregularidades; transito por zonas proibidas, excessos de velocidade ou fotos captadas fora dos parâmetros exigidos. Sim, porque para além dos waypoints o Grândola Aventura também é um desafio de fotografia. A classificação oficiosa foi afixada, passando a Oficial sem qualquer reclamação por parte dos participantes. A classificação geral ficou assim ordenada:

8º DESAFIO TURÍSTICO INTERNACIONAL DE NAVEGAÇÃO E FOTOGRAFIA "GRÂNDOLA AVENTURA" CLASSIFICAÇÃO GERAL CLASSIFICAÇÃO

NOME

TOTAL

CLASSE

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º

6 1 3 7 10 9 7 2 11 12 17 14 18 8 20 16 19 21 5

Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus Melides Fora de Estrada Furões de Grândola TT lÁttiude/ Kompinchas Meca motorsport/ Arma Team 4x4 Bragaventura/ BF Consultores/ CF 4x4/ Freitas Car Service Quinta do Fontelo/ Duomaquete Alternativa TT Seiça Pneus/ CasaPro/ GerêMont AS4X4 TTMaps Quinta Travessa Ttúlia 4x4/ JM Pneus Master TT/ Profender Pegasus Baja 046 Discoveroasis Forotrans/ The Rat pack Assador Barrosão/ Temas&Palavras

1230 775 640 625 575 565 540 505 415 345 300 274 221 155 133 114 99 30 14

Aventura Aventura Aventura Aventura Aventura Aventura Aventura Nómada Aventura Aventura Nómada Nómada Aventura Aventura Aventura Nómada Nómada Aventura Aventura

(Houve 6 equipas que não efetuaram qualquer ponto)

4x4 71


| António Jesus Figueira Mendes, Presidente da Câmara Municipal de Grândola, no uso da palavra. Ao seu lado direito membros da organização e ao seu lado esquerdo Carina Batista, Vereadora do Turismo.

| António Mendonça (Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus) recebe das mãos da Capitão Sónia Baldaia, um dos muitos presentes sorteados entre os participantes.

| E vão... 3 vitórias, no Grândola Aventura, para a formação do distrito da Guarda “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus”.

72 4x4


| Momento alto, em que as senhoras exibem a “Grandolina a Aventureira”. Uma forma de homenagear todas as senhoras participantes que ao volante ou com as cartas na mão participam ativamente na festa da navegação. Da esquerda para direita: Capitão Sónia Baldaia, em representação do Centro Geoespacial do Exército, Fátima Reis e Margarida Casanova da equipa Pegasus, e Maria Dolores e Elena Bravo da equipa espanhola, Forotrans/ The Rat Pack.

| CERIMÓNIA FINAL Com as continhas todas feitas, a cerimónia de encerramento decorreu à boa maneira da região, ao som do Cante Alentejano no recinto nobre dos pavilhões da Feira AR–PURO com a digníssima presença de António Jesus Figueira Mendes, Presidente da Câmara Municipal de Grândola, Carina Batista, Vereadora do Turismo, Capitão Sónia Baldaia, em representação do Centro Geoespacial do Exército e José

Pablo, representante da Associação de Agricultores do Concelho de Grândola, entre outras personalidades ligadas aos Bombeiros, Juntas de Freguesia, Turismo, patrocinadores e imprensa nacional e regional. António Jesus Figueira Mendes, salientou, uma vez mais, a importância de um evento desta natureza para a promoção do concelho em Portugal e no estrangeiro.

O Grândola Aventura agradece o apoio, simpatia e disponibilidade das seguintes entidades, empresas e organizações:

Organização: Rotas e Sistemas e Revista 4x4. ÍNDIC

IQ B

VI

MOZ

AM

D

A

A

N

VE

UE

O NTURE

O

V I L LAS

D

GATION

4x4 73


| BMW X6 XDRIVE 40D

GRANDE, FORTE E BONITO. VIVA O LUXO! O céu carregado de chumbo, frio, muito frio, vento forte, chuva muita, vários alertas laranjas por todo o país. Decididamente, não era o dia para sair de casa e muito menos para fotografar automóveis. Mas, permitir que a perspectiva de mau tempo impedisse o sentido da vida, que é vivê-la na sua plenitude, mesmo com chuva, vento e frio, mesmo com tudo, é abrir a porta a que outra justificação qualquer o faça. Se devemos combater a mentalidade da justificação com a motivação, o BMW X6 x-Drive 40d era motivo mais que suficiente para nos fazermos à estrada. O X6 não veio ao mundo para ser discreto, a começar pelas dimensões. Com os seus 4909 mm de comprimento, 1989 de largura e 1702 diria que é o “descendente cósmico” do mamute ancestral. O carro é grande, sim

74 4x4

senhor, e quando se está ao volante não é fácil ignorar este facto. O X6 40d é um pouco preguiçoso no arranque, embora o construtor jure a pés juntos que acelera de 0-100 Km/h em 5,8 segundos. À sensação de lentidão no arranque não está completamente alheio o facto de pesar 2180 kg mas, uma vez em modo avião (leia-se: velocidade cruzeiro) revela um desempenho excepcional. Mais que suficiente para o uso diário na maior suavidade. O propulsor a diesel do BMW x6 xDrive 40d, que é o mesmo que serve de base para o Mini All Racing, vencedores de três das últimas quatro edições do Dakar, dá uma ideia do potencial deste modelo. Vem equipado com o conhecido 6 cilindros e 4 válvulas por cilindro de 2.993 centímetros cúbicos desenvolvidos pela engenharia de Munique. Conta com um

sistema de injeção direta tipo Common-rail e está sobrealimentado mediante dois turbo compressores de geometria variável (TwinPower Turbo), o qual finalmente implica que é capaz de alcançar uns respeitáveis 313 cavalos de potencia com um binário máximo de 630 Nm, às 4400 rpm, com 165 g/Km de emissões CO2, demonstrando inequivocamente que se trata de um puro raça da coudelaria Bayerische Motoren Werk.

O Cromeleque dos Almendres... Existem poucos lugares cuja mística é tão poderosa que nem o próprio tempo parece conseguir tocá-los irreparavelmente. A Herdade dos Almendres, localizada na freguesia de nossa Senhora de Guadalupe , guarda ciosamente um desses raros monumentos em que a magia primordial de tempos já esquecidos brinca com a nossa imaginação e nos transporta às origens.


| Envolto numa aura de misticismo e encantamento, o Cromeleque dos Almendres, é uma autentica máquina do tempo, assim como o BMW X6 d40 é a máquina do seu tempo.

Curiosamente, apesar da posição elevada de condução, sentimos ao volante, uma condução muito próxima do resto das berlinas da marca. Todos os elementos nos são familiares, porquanto a habituação é praticamente imediata, unicamente, devemos ter cuidado com as dimensões e com a visibilidade do vidro traseiro, diria que é quase catastrófica, opinião que se desvanece rapidamente com o hábito. É, no entanto, o preço a pagar pela compra do SUV X6 com o natural upgrade de coupé. É curioso observar que os veículos que nos procedem ou que se encontram perto de nós, se afastam quase impulsivamente, apesar de praticarmos uma condução perfeitamente tranquila e dentro das regras. Tal é o poder de agressão que este modelo emana. A cidade não é o melhor habitat para o X6 mas

mesmo em estrada impõe a sua estatura máscula e agressiva. Nas ruas estreitas exige mais cuidado embora a maior altura de condução contribua para antecipar as manobras dos outros veículos. O mesmo se passa para estacionar: o sistema de ajuda ao estacionamento, somado às câmaras de perímetro (vista superior) são indispensáveis. Na estradas nacionais e, sobretudo, regionais, como aquela que nos levou até ao Cromeleque de Almendres, em Nossa Senhora de Guadalupe, no concelho de Évora, exige alguma cautela inicial devido às suas generosas dimensões. Bom, não são exatamente as de um pequeno SUV como o Nissan Juke, por exemplo, mas uma vez acostumados imprime-se – mesmo debaixo da intempérie – um ritmo de cruzeiro realmente incrível, com uma facilidade

surpreendente e uma condução de extrema precisão. O propulsor conduz-nos de curva em outra, com uma reação incrível da caixa, Steptronic de 8 velocidades, provavelmente, a melhor caixa do mundo.

Há aproximadamente sete mil anos atrás, por volta do século V, Antes de Cristo, a região da Península Ibérica assistiu à sedentarização progressiva dos seus povos. De caçadores seguiram as migrações sazonais das suas presas, os seres humanos passaram a cultivar as suas próprias terras e a criar os seus próprios animais para pastoreio e consumo. Começaram, então, a nascer e a crescer populações com raízes seguras e personalidades bem definidas, consoante os locais onde se estabeleciam e as tradições que paulatinamente iam construindo. 4x4 75


O seu comportamento em estrada é admirável e a suspensão suporta bem o peso. Obviamente, desde que estejamos conscientes do seu tamanho e peso. Se excede o limite da inércia, logicamente, o jogo vira-se contra nós e apesar da grande área de contacto com o solo, com as suas enormes rodas (255/50 R19 107 W XL com jantes 9 J X 19” de liga leve) e tamanho considerável dos travões, pode contrariar a natureza deste “mamute” e vai ter problemas em pará-lo civilizadamente. Além disso, se a condição do piso da estrada é bastante irregular e pouco idóneo, cada uma

das rodas transmite de imediato uma maior quantidade de potencia disponível, através do eficaz sistema XDrive de tração às quatro rodas, proporcionando, instantaneamente, um casamento quase perfeito entre os eixos. Otimiza a estabilidade direcional nas curvas, criando uma dinâmica de correção. Na autoestrada revela-se gigante ao nível das berlinas da marca. A configuração das suspensões não é dura e, juntamente com o grande conforto interior e a excelente insonorização, torna-se uma delicia, muito apetecível, para grandes deslocações. Um pequeno senão: os pneus como são grandes em contacto com asfalto áspero criam um

O Cromeleques dos Almendres é um reflexo claro e de proporções gigantescas dessa era de encantamento pagão, também providencialmente conhecida por Período da Pedra Polida. Construído voltado a nascente e a poente, este recinto megalítico (mega = grande; litho = pedra) situa-se numa encosta suave bem alentejana, na Herdade dos Almendres.

Constituído por dois recintos distintos, edificados entre o final do século VI e o século III A.C. este cromeleque é um dos maiores e mais importantes monumentos megalíticos do mundo, bem mais antigo do que o famoso Stonehenge, No seu apogeu, o conjunto arquitectónico do Cromeleque dos Almendres teria mais de uma centena de monólitos, pedras em granito de diversos tamanhos,

76 4x4

pequeno rumor, quase imperceptível, mas que é transmitido para o interior. Temos que ter muito cuidado em não exceder os limites legais de velocidade, não só porque a carta por pontos vai ser uma realidade dentro de muito pouco tempo mas, também por reconhecermos que no X6 não é fácil ser juiz em causa própria. O potente motor, a 120 km/h fixa-se nas 1.800 rpm, na oitava velocidade que juntando a sensação de baixa velocidade que o carro transmite pode levar a cometer alguns excessos. Melhor recorrer ao Cruise Control para evitar alguma surpresa menos agradável.

dispostas de forma circular ou elipse. Desta centena, ainda restam noventa e cinco monólitos em perfeito estado de conservação, que pode visitar sempre que lhe apetecer. Não tem horário, não precisa de ingresso de entrada e está em pleno montado; o Cromeleque de Almendres perdura no tempo.


O interior do X6 impressiona. Não pelo espaço em si, quem o observa de fora espera mais espaço no interior mas, pelo requinte, pelo design e excecional qualidade dos materiais. Estamos no reino do luxo, ideal para quatro passageiros, menos confortável para cinco. Todo terreno. Verdade seja dita que o X6 não é um modelo projetado para viver o seu dia-a-dia fora de estrada. Nem pela configuração das suspensões, nem pelo tipo de pneus montados, nem pela altura ao solo. É verdade que nos podemos permitir algumas veleidades fora de estrada graças à tração total. Inclusive, percorremos alguns caminhos nos montados adjacentes ao Cromeleque dos Almendres onde o X6 cumpriu perfeitamente a sua função com a maior segurança, personalidade e à vontade. Aliás, o acesso ao monumento megalítico ainda se faz por pista de terra, durante alguns quilómetros. No entanto, se a pista começa agonizar e se torna semi trialeira, convém carregar no “botão” do bom senso e voltar para trás.

Anjo Gabriel electrónico. As condições atmosféricas levam-nos a debruçar sobre o Assistente de condução Plus do X6 que combina os sistemas de aviso de saída de faixa de rodagem, embate na traseira, colisão com transeuntes e aviso com função de travagem urbana, ao que se junta o Cruise Control ativo com função Stop&Go e o sistema de assistência em trânsito, já para não falar do Head-Up Display que projeta a cores todas as informações no campo de visão do condutor,

Chove copiosamente (o saudoso António Alçada Baptista que foi meu Chefe de Redação - com letra grande – “passava-se” completamente quando alguém da redação usava este advérbio), digamos, por uma enorme gratidão que tenho a este Senhor, que chove a cântaros e um estranho nevoeiro toma conta da estrada. São 7 horas da manhã. As nuvens do nevoeiro rodopiam e trespassam-se pelas árvores, parece não haver obstáculos ao nevoeiro e a visibilidade é quase nula. Felizmente, as luzes de nevoeiro em LED do X6 proporcionam uma luz impressionante.

do assento aquecido. Vira a cabeça para cima e observa através do teto de abrir panorâmico, uma corrente de cinzento em furiosa contramão e diz: “Isto hoje vai correr bem, vocês vão ver”.

O fotógrafo amuado com os deuses, ajusta eletricamente o seu banco, entretém-se a mexer no sistema de navegação profissional, insere rapidamente o nosso destino, prático e muito intuitivo, aprecia o sistema de som Surround criado em parceria com Harman/ Kardom. Absolutamente fabuloso! Ouve-se You’ve Got a Friend” de James Taylor, o fotógrafo sorri e refastela-se no conforto

Apesar dos monólitos terem predominantemente uma forma mais ovoide, existem bastantes megálitos, pedras de proporções maiores, com formatos fálicos. Uma destas pedras alçadas de tamanho descomunal, intimamente ligada com o Cromeleque, embora isolado do mesmo, é o Menir dos Almendres. No solstício de verão e quando visto do Cromeleque, o Menir dos Almendres aponta ao nascer do sol.

permitindo-lhe concentrar-se inteiramente na estrada, o que levou o fotógrafo a exclamar: Isto é um Anjo Gabriel Tecnológico. O habitáculo de luxo do X6 animou-se.

veiculo mais versátil, sente-se à vontade em vários terrenos e corresponde de igual forma às actividades profissionais e lúdicas. Numa perspetiva de SUV, ainda por cima, coupé, o BMW X6 tenta conjugar (e acreditamos que o faz satisfatoriamente) o melhor desses dois mundos, acionando uma pitada de desportivo, exclusividade e representatividade. É um símbolo de êxito pessoal ou profissional e como tal a sua aquisição escapa a parâmetros meramente racionais.

Este autentico todo-o-caminho Premium que é o BMW X6 xDrive 40d é todo um compêndio de know-how do fabricante alemão. É certo que a marca dispõe outras opções para rolar superiormente como o BMW Série 6 Coupé (o grande coupé), no entanto, o X6 é um

O Cromeleque dos Almendres foi erigido em três etapas: os três círculos concêntricos de monólitos em forma ovoide remontam ao Neolítico Antigo; o recinto com duas elipses irregulares terá sido construído durante o Neolítico Médio; e no Neolítico Final, ambos os recintos terão sido modificados para a forma que mantém até aos nossos dias.

4x4 77


Ainda que a verdadeira função do Cromeleque e do menir dos Almendres não seja precisa, a forte ligação que ambos têm à agricultura e pastoreio parece ser inegável. O Professor José Hermano Saraiva, acreditava que o fecundar do ventre terreno com falos em pedra era uma forma de culto à fertilização das terras para lavoura. O Menir e várias outras estelas do Cromeleque dos Almendres apresentam decorações em relevo e tamanho natural que também nos remetem para a lavra e a criação de gado. Estas são denominadas de báculos, ou seja, gravuras em forma de cajado de pastor. Outras gravuras predominantes nos menires

deste monumento são linhas onduladas e radiais, círculos e covinhas. Os menires estão atualmente ,todos numerados. Os decorados, e por isso imperdíveis, são os 5, 13, 48, 56, 57, 58, 64 e 76. O Cromeleque dos Almendres foi descoberto em 1964 pelo investigador Henrique Leonor Pina, enquanto fazia o levantamento da Carta Geológica de Portugal. Imóvel de Interesse Público desde 1974, o maior conjunto de menires estruturados da Península Ibérica viu, a 29 de janeiro de 2015, os seus inquestionáveis méritos arqueológico e científico finalmente reconhecidos, quando

o Conselho de Ministros o reclassificou como Monumento Nacional. Hoje, faz parte do Circuito Megalítico do Alentejo. Envolto numa aura de misticismo e encantamento, o Cromeleque dos Almendres, é uma autentica máquina do tempo . passear por entre os menires é regressar a uma época mais simples, muito mais simples e tranquila, à era dos druidas e da comunhão com a natureza. Venha á Herdade dos Almendres e passe um dia sereno e retemperador, a dois ou em família, por entre as malhas da história, que nem o próprio Tempo se atreveu a deslaçar.

| Ainda passamos por Évora...

Ainda passamos por Évora, pelo seu templo romano, erroneamente conhecido por Templo de Diana, Ex-Libris da cidade que em 1986 foi considerado Património Mundial pela UNESCO. Mas, sobre Ebora Liberalitas Lulia, a Capela dos Ossos ou a Igreja de S. Francisco falaremos num próximo ensaio. Como as condições atmosféricas não davam tréguas, resolvemos regressar a casa sem antes passarmos pelo restaurante “A Moagem”, em Arraiolos, onde o Sr. Carlos (alternando, como sempre, entre a boa disposição e os dias menos bons) continua apresentar os verdadeiros sabores

78 4x4

alentejanos. Optamos por Migas à Carvoeiro e cabrito assado no forno. Uma delicia. Na viagem de regresso, o nosso fotografo adormeceu. Aqueceu o banco, puxou o encosto para trás, adormeceu profundamente, e assim foi até à porta da sua casa. - Companheiro, chegamos... acorda! Acordou meio estremunhado, abriu os olhos, olhou ao redor, sorriu e perguntou: “Quanto é que custa este carro?” - Sem opções: 100.239,99€, com opções: 136.830,99€. - Pois, logo à noite envio-te as fotos, abraço.

Apesar de tudo, acabou por ser um excelente dia para ensaiar um dos modelos mais iconoclasta da BMW que se impôs definitivamente. O QUE GOSTAMOS MAIS: Qualidade dos materiais Comportamento dinâmico Motor e caixa automática Relação consumo/prestações O QUE GOSTAMOS MENOS: Visibilidade posterior Peso excessivo Arranque inicial



| SUZUKI VITARA

1.6L DDIS GLX 4X4 OU 4X2? VENHA O CLIENTE E ESCOLHA.

Não se trata de uma apresentação. O leitor mais atento recordar-se-á que fizemos apresentação do novo Suzuki Vitara faz alguns meses, aliás, dois meses antes do seu lançamento no mercado português. No entanto, uma coisa é estar numa apresentação internacional onde, numa primeira abordagem, ensaiamos vários modelos, chegamos a algumas conclusões que transmitimos aos nossos leitores e, outra coisa, é fazer quilómetros, muitos quilómetros e pôr em funcionamento todas as funcionalidades e compará-las com a cartilha do construtor. Mais de mil quilómetros percorridos, deu para aprofundar a nossa análise sensitiva e materializar a nossa opinião sobre o novo Vitara. Perdeu alguma rusticidade de peso-pluma do puro e duro que foi o sal do primeiro Vitara, é verdade, mas por outro lado, ganhou nas exigências de momento. As conclusões seguem nos parágrafos

80 4x4

seguintes, e representam apenas e só a nossa opinião. O Suzuki Vitara é um dos carros mais honestos do mercado. Não promete mundos e fundos mas o que promete cumpre e os proprietários de veículos da marca fundada por Michio Suzuki, sabem do que falo. A nossa escolha recaiu nas versões Diesel 1,6 DDIS GLX, 4x2 e 4x4. Apesar de se aproximar dos crossovers de vocação urbana: Renault Captur, Jeep Renegade e Fiat 500x, por exemplo, este Vitara de 4ª geração é um produto de valor acrescentado: um modelo de tração simples e o mesmo modelo com tração às quatro rodas com uma verdadeira transmissão integral denominada AllGrip com 4 modos de condução, que faz toda a diferença e o catapulta, com confiança, para aventuras fora de estrada.


| A ergonomia está muito bem pensada, mas os materiais cumprem os serviços mínimos (apanágio da marca).

| A mala é das maiores do segmento (375l). Abertura em linha reta, de fundo duplo e armazenamento lateral: o volume é explorável até 1120 litros, com os assentos dobrados.

O novo Suzuki Vitara mantém, visualmente, alguns traços de pequeno todo-o-terreno, lutador, que arregaça as mangas quando é preciso, com as linhas angulosas, capô abaulado (característico do Vitara), e proteções da carroçaria, se bem que a maioria são decorativas. Não surpreende que vá ao encontro das exigências atuais: um pouco de personalização ( acabamento em dois tons com retrovisores e puxadores da portas a condizer) revelam uma aparência de solidez à frente e o pára-choques dianteiro de forma trapezoidal indica uma forte ligação à estrada. As linhas da carroçaria e as saídas de ar laterais situadas no capô são detalhes da primeira geração do Vitara. As linhas que percorrem todo o comprimento da carroçaria contribuem para o aspecto duro de um SUV. Para além disso, a procura da Suzuki por uma excelente aerodinâmica reflecte-se no design das aberturas do pára-choques, na linha do tejadilho que baixa suavemente até à

parte traseira, nas superfícies planas da parte de baixo do veículo, nos retrovisores laterais e nas bordas do pára-choques dianteiro, cuja forma foram o resultado de diversos estudos efectuados em túnel de vento. Faróis de LED com o projetor azul ajudam a economizar energia e transmitem modernidade, e uma altura ao solo de 18, 5 cm que mais parece uma break sobrelevada do que um verdadeiro todo-o-terreno. A posição elevada do condutor é bem ao nosso gosto e oferece uma amplitude de condução poderosa. O ambiente interior prima por cumprir os serviços mínimos (apanágio da marca). Apesar de alguns efeitos de estilo mantém a histórica sobriedade. Curiosamente, apesar da evolução natural, o Suzuki Vitara continua a revelar o sentido prático da engenharia japonesa. A porta da mala é

4x4 81


| Tração às quatro rodas com uma verdadeira transmissão integral denominada AllGrip com 4 modos de condução.

bastante acessível, a mala é uma das maiores do segmento (375l), o banco traseiro é perfeito para dois adultos (rebatível 60:40), incluindo a altura ao teto e muito espaço de arrumos. No que diz respeito ao equipamento, não fica atrás da concorrência. Ecrã táctil de 7 polegadas com conectividade via smartphone (que pode ser utilizado inclusive com luvas), câmara de visão traseira, sistema de navegação, Cruise Control adaptativo, bancos aquecidos, chave inteligente e ignição com botão, indicativo de faróis acesos, indicador de mudança de óleo, indicação de pressão de pneus, quatro altifalantes, dois Tweeter, rácio CD com MP3 E Bluetooth, retrovisor interior dia/ noite, porta USB, tomada de corrente 12V, airbags frontais, laterais, de cortina e de joelhos, ABS com EBD, ESP (Programa electrónico de controlo de estabilidade), Travagem de emergência autónoma (RBS), controlo de descidas pendentes, sensores de estacionamento, teto solar, etc (alguns destes itens só nas versões mais equipadas).

82 4x4

| COMPORTAMENTO EFICAZ No inicio desta peça referimos que o Vitara é um dos carros mais honestos do mercado. Destaco, sobretudo, as performances em estrada e fora dela, a fiabilidade e longevidade, virtudes tradicionais da marca japonesa. É certo que o Suzuki Vitara não oferece performances desportivas, precisa de mais de 10 segundos para atingir os 100 km/h. Nada de extraordinário, mas nós não somos tiffosi’s do arranque, nem ninguém que compra um Suzuki Vitara quer arrancar no semáforo em dois segundos. Em contrapartida, o rácio da transmissão manual é perfeito, as passagens de caixa são suaves, a condução e as performances são muito agradáveis. O novo Vitara com tração às duas rodas, caixa de manual de seis velocidades, motorização diesel tem emissões CO2 de “apenas” 106 g/Km. A diferença entre o 4x2 e o 4x4 está na transmissão. O 4x4,


incorpora, naturalmente, uma nova geração de tecnologia 4x4 Allgrip, que usa uma função de retroalimentação, economiza combustível, melhora o nível de emissões e conta com quatro modos de condução: AUTO: prioriza a poupança de combustível, usa a tração dianteira por defeito e passa automaticamente para a tração integral se detecta uma derrapagem. SPORT: ideal para estradas com muitas curvas. Usa a tração às quatro rodas de acordo com o uso do acelerador. SNOW: para superfícies com neve, caminhos de terra e em mau estado. Usa a tração às quatro rodas, otimiza o controlo 4x4 de acordo com o uso da direção e acelerador para dar estabilidade e tração em superfícies com menos aderência. LOCK: para situações ainda mais complicadas, como areia ou barro. Um diferencial autoblocante faz a gestão entre as rodas em eventual derrapagem ou atascadas e transfere a força para as rodas livres. A versão 4x4 é, sem margem para dúvidas, a melhor do seus segmento. O sistema ALLGRIP com quatro modos de selecção permite uma condução segura e divertida em diversas superfícies, tendo iniciado a sua caminhada de êxito com o Suzuki SX4 S-CROSS e desde então obtido uma excelente reputação. O conhecido motor diesel D16AA 1.6 oferece 120 cv sem pestanejar. O novo sistema EGR e um VGT controlado electronicamente ajudam a conseguir um excelente comportamento do binário (320 Nm às 1750 rpm) a par de baixas emissões e uma poupança de combustível significativa. Curiosamente, a Suzuki contraria a habitual tendência das motorizações

4x4 apresentarem valores de emissões e consumos mais elevados. De facto, o sistema ALLGRIP da Suzuki permite umas emissões que são claramente baixas para um SUV com tração às quatro rodas. O Vitara equipado com o sistema ALLGRIP e caixa manual de cinco velocidades possui 134g/km e no caso da caixa automática de seis velocidades, 138g/km. Em termos de consumo, fizemos uma média 6,5 l/100 km o que se aproxima bastante do anunciado pelo construtor (6,2 l/100km). Dimensões: Comprimento total: 4.175 mm Largura total: 1.775 mm Altura total: 1.610 mm Distância entre eixos: 2.500 mm Pneus: 215/60R16 ou 215/55R17 O QUE MAIS GOSTAMOS: Performances Motor/caixa Design exterior Equipamento O QUE MENOS GOSTAMOS: Materiais do habitáculo P.V.P. Modelos gasolina: dos 18.373 € aos 25.111 € Modelos diesel: 21.337 € aos 30.018 € (o P.V.P. não inclui despesas administrativas, pintura metalizada e taxas legais).

4x4 83


| CAMPEONATO NACIONAL TRIAL 4X4 . 2016

CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4X4 A edição de 2015 do Campeonato Nacional de Trial 4x4 terminou em Rebordosa em ambiente de festa. Ao longo de seis provas, a competição foi imensa, a dureza extrema, a animação uma constante, o público foi imenso. No final, saúdam-se os Campeões nas várias categorias pelo empenho e dedicação que fizeram da edição de 2015, uma competição intensa. O último duelo decorreu em Rebordosa, localidade pertencente ao conselho de Paredes, no norte do país – um pouco a norte da cidade do Porto. Já em 2014 tinha sido este o palco de todas as decisões, e em 2015, a história repetiu-se. Não admira por isso que alguns a considerem como a prova rainha da modalidade. A formula repetiu-

84 4x4

se, com a organização a apresentar uma prova concentrada mas de elevado grau de dificuldade a obrigar as equipas a cuidados redobrados.

| CLASSE ABSOLUTO A formação da TáBô Team 4x4 sagrou-se BiCampeã nacional. Em 2014, a dupla dominou a categoria alcançando a vitória por cinco ocasiões (em 6 possíveis). Em 2015, porém, a tarefa revelou-se mais exigente. Na ultima ronda, Flávio Gomes entrou cauteloso vindo a forçar o andamento na fase intermédia da prova aproveitando os azares alheios. Um furo e problemas ao nível do guincho impediramno de chegar à vitória, mas a segunda posição

alcançada foi suficiente para revalidar o título de campeão nacional. Esteve em destaque a formação Team RJ 4x4, que garantiu o primeiro triunfo da carreira. A fechar o pódio da classe ficou o formação Team Dediland/Tuff 4x4 – que havia vencido também na ronda de Mação.

| CLASSE XL Também nesta classe houve revalidação do titulo de campeão nacional. A formação Ladricolor/STS/Euro4x4parts, também não venceu mas a segunda posição alcançada permitam-lhe segurar o ceptro final. Em Rebordosa, queriam fechar com chave de ouro mas problemas ao nível do turbo obrigaram


4x4 85


a cautelas suplementares. A vitória na prova ficou na posse da dupla Peçaslandrover.com. Destaque ainda a formação da Autorlando, estreante no Campeonato Nacional de Trial 4x4 que assegurou a terceira posição na prova. Nas contas finais, Rui Querido sagrou-se campeão nacional da Classe XL, com o pódio a ficar completo por Luís Jorge vice-campeão e António Henriques, segundo e terceiro respectivamente.

| CLASSE SUPER PROTO Foi a classe que menor adesão mereceu ao longo da temporada. Antes mesmo da última ronda, a dupla da Pizzaria Refugio havia já assegurado o título de campeão.

86 4x4

Na última ronda, o interesse ficou por saber se alguma equipa iria pôr em causa a supremacia dos irmãos Lourenço. Com vários inscritos – a deixar antever uma temporada de 2016 animada – a grande vencedora foi a dupla da NPower 78 – com o Crawler “home made” baseado numa Toyota Hilux. Terminou na segunda posição a formação espanhola Desguaces los Santos.

| CLASSE PROMOÇÃO A Canelas Pneus chegou à última ronda já com o título nacional assegurado. A vitória na prova de Rebordosa ficou na posse dos estreantes da Helderfil. Com um UMM, a formação da Mister Reboques 2 assegurou a segunda posição.

| MEMORIAL JOSÉ COSTA O ano de 2015 foi madrasto para a comissão organizadora do campeonato que perdeu um dos seus elementos mais queridos. José Costa – o “Costinha” entre os amigos – era um homem simples mas de uma dedicação extrema. Um veterano nestas andanças do Trial 4x4 que vestia a camisola no momento de ajudar. Um espirito que a organização pretende manter vivo e lançou uma classe própria aberta a estreantes. A vitória ficou na posse da Landroverdoteles/D6) seguida pela Tufão Team e pela Offroad projects/ Cameirao4x4).


| NOVIDADES O ano de 2016 trará algumas novidades. As quatro classes existentes em 2015 vão manter-se mas terão denominações distintas. A Classe Absoluto será apelidada de Extreme, na qual participarão “viaturas com um peso total máximo em carga inferior ou igual a 3.500 kg, com ou sem modificações (conforme regulamento técnico), derivados de veículos TT homologados, ou viaturas protótipos, desde que a sua construção seja na base de um chassis em longarinas, ou tubular, de uma carroçaria monobloco, com para-brisas, portas, etc”. A medida máxima permitida dos pneumáticos será até 37” (trinta e sete polegadas) inclusive. A classe XL passa a chamar-se Proto estando reservada a “viaturas especiais com um peso

total máximo em carga inferior ou igual a 3.500 kg, de dois lugares, desde que a sua construção seja na base de um chassis em longarinas ou na base de uma carroçaria monobloco ou em chassis multitubular ou viaturas de Turismo com modificações/ alterações semelhantes, com para-brisas, portas, etc”. A medida máxima permitida dos pneumáticos será até 38” (trinta e oito polegadas) inclusive. O Campeonato Nacional de Trial 4x4 tem vindo a evoluir ao longo dos anos. Ano após ano, a Comissão Organizadora do campeonato tem procurado ir ao encontro das expectativas quer dos praticantes quer do público. De modo a contribuir para o enriquecimento da modalidade, a edição de 2016, irá contar com mais uma classe. Em 2016, os UTV e os Buggy

serão admitidos passando a incorporar a Classe TT UTV/Buggy. “São admitidos a participar nesta classe os UTV’s e Buggy’s desde que em conformidade com as normas impostas pelo Código da Estrada. É da responsabilidade dos pilotos o cumprimento destas normas. Haverá uma classificação separadamente para esta Geral Individual para pilotos e navegadores”, esclarece a comissão organizadora do Campeonato Nacional de Trial 4x4. Outra novidade prede-se com facto das equipas poderem escolher o número – com exceção do #1 que está reservada ao Campeão da classe. Será ainda disputada a classe Absoluto que determina, digamos assim, o campeão dos campeões.

4x4 87


| CALENDARIO 2016 20 FEVEREIRO: Formação comissários e diretores de prova, Paredes 13 MARÇO: CNTrial 4x4 Valongo, Clube Trilhos do Norte/CM Valongo 24 ABRIL: CNTrial 4x4 Mação, Mac TT – Clube TT de Mação 5 JUNHO: CNTrial 4x4 Chaves, Moto Clube Chaves 7 AGOSTO: CNTrial 4x4 Bragança, Associação TT Sem Limites 2 OUTUBRO: CNTrial 4x4 Torres Vedras, Clube Ecomotor 23 OUTUBRO: CNTrial 4x4 Paredes – Clube TT Paredes Rota dos Móveis 19 NOVEMBRO: Gala de entrega de prémios, Lisboa

| GALA TRIAL 4x4 EM LISBOA A festa de encerramento da temporada de 2015 do Campeonato Nacional de Trial 4x4 decorreu em Lisboa. Numa cerimónia cheia de pompa e circunstância, a organização da decidiu homenagear todos os que, de diversas formas, contribuíram para o sucesso da competição, a começar, claro está, pelas equipas – sem as quais não existe competição – mas sem esquecer também os organizadores e os comissários de pista. O Museu Nacional do Desporto, no Palácio da Foz em Lisboa, foi o palco escolhido para atribuir os galardões do ano de 2015. Na categoria de Melhor Equipa destacaramse a Tabô Team 4x4 (Classe Absoluto); a Ladricolor/STS/Euro4x4parts (Classe XL); a Pizzaria Refúgio (Classe Super Proto) e a Canelas Pneus (Classe de Promoção), tendo

88 4x4

os respectivos pilotos e navegadores sido igualmente condecorados. Destaque para Flávio Gomes, Rui Querido e António Silva que se sagraram bicampeões das respectivas classes. Mas os prémios não se ficaram pelo reconhecimento aos vários campeões. A organização do campeonato atribuiu ainda prémios especiais a algumas personalidades que, de diferentes formas, contribuíram para engrandecer a competição, contribuído de forma significativa para a dignificação da modalidade. Luís Jorge recebeu o Prémio Carreira; Flávio Gomes o Prémio Prestígio enquanto que o humorista Pedro Alves – da dupla Quim Roscas e Zeca Estacionâncio – recebeu o Prémio Dedicação. Já o Prémio Fair Play – resultante de votação por parte das equipas – ficou na posse da formação Team RJ 4x4.

GALARDOADOS: Melhor Equipa Absoluto: TáBô Team 4x4 Melhor Equipa XL: Ladricolor/STS/Euro4x4parts Melhor Equipa Super Proto: Pizzaria Refúgio Melhor Equipa Promoção: Canelas Pneus Melhor Navegador Absoluto: Rui Carvalho Melhor Navegador XL: Ivo Mendes Melhor Navegador Super Proto: Paulo Lourenço Melhor Navegador Promoção: Luis Bacelo Melhor Piloto Absoluto: Flávio Gomes Melhor Piloto XL: Rui Querido Melhor Piloto Super Proto: Ricardo Lourenço Melhor Piloto Promoção: António Silva Prémio Carreira: Luís Jorge Prémio Prestígio: Flávio Gomes Prémio Dedicação: Pedro Alves Prémio Fair Play: Team RJ 4x4


4x4 89


| ALTERAÇÕES 2016 Em 2016, o regulamento irá sofrer algumas relativamente à temporada anterior. A Comissão organizadora do campeonato nacional, em conjunto com a Federação Portuguesa de Todo-o-Terreno Turístico e Trial 4x4, com o Clube Trilhos do Norte e com os clubes que vão receber as seis provas que compõem o calendário de 2016, apresentaram as diretrizes da nova época. A principal alteração prende-se com a inclusão de uma nova Classe, a de UTV/Buggy, a qual terá especificidades próprias. Artigo 4.º – VEICULOS 4.5 - Campeonato Nacional Trial 4x4 – Classe TT UTV/Buggy

| CISION Em crescendo. É inegável que o Campeonato Nacional de Trial 4x4 tem apostado bastante na promoção da competição. Em 2014, de acordo com dados da empresa de consultoria CISION, o campeonato tinha chegado à impressionante barreira dos dois milhões de euros de retorno mediático. Uma barreira que revelava difícil de superar mas, o ano de 2015, revelou-se ainda mais positivo em termos de retorno mediático, já que, de acordo com dados da CISION, o campeonato terá alcançado cerca de 2,5 milhões de euros em retorno mediático.

90 4x4

4.5.3 - É obrigatório que possuam luzes traseiras (stops) 4.5.4 - A medida máxima permitida dos pneumáticos será até 31" (trinta uma polegadas) inclusive. 4.5.5 - Retrovisores exteriores obrigatório lado condutor. 4.5.6 - Os pontos de ancoragem obrigatórios – 1 ponto à frente, 1 ponto na retaguarda e 1 ponto nas duas laterais do veículo, estando todos devidamente sinalizados. 4.5.7 - Cintos de segurança obrigatório, no mínimo três pontos de fixação e corta cintos. 4.5.8 - Obrigatório uso rede de janelas lado condutor. 4.5.9 - Aconselhável o uso de fato competição. 4.5.10 - Instalação obrigatória de 2 extintores

incêndio de 2 kg (1 interior e 1 exterior) ou extintor incêndio tipo ABC 4,25 apontar para motor e depósito combustível com 3 cabos de activação (1 dentro e 2 fora na parte da frente) 4.5.11 - Instalação de 1 ou mais corta correntes com acessível parte exterior. 4.5.12 - Obrigatório uso de tejadilho fechado. 4.5.13 - Obrigatório uso de portas. 4.5.14 - Obrigatório uso de capacete com homologação (MX ou estrada com queixada Integral) e também o uso de óculos de protecção. 4.5.15 - Obrigatório de guincho frontal. 4.5.16 - Obrigatório uso de cintas. 4.5.17 - A viatura poderá ser recusada se não estiver em bom estado de conservação.



| CAMPEONATO NACIONAL DE NAVEGAÇÃO 4X4 . 2015

TRILHOS DO ESTREITO RENOVAM TÍTULO Texto: Luis Miguel Almeida Fotos: Organização CNN

Tiago Dias e João Martins revalidaram o título de Campeões Nacional de Navegação 4x4. Ao longo das seis provas, a dupla revelou-se a mais forte ao garantir três triunfos, um terceiro lugar e dois quartos. Uma performance que lhes permitiu manter a taça em casa. O Campeonato Nacional de Navegação 4x4 continua de boa saúde e prova disso é o elevado número de equipas inscritas ao longo das seis provas que compuseram a edição de 2015. Num pais com vasto património florestal e rural e onde temos liberdade de circulação fora de estrada – com as necessárias impedimentos por parte das regiões protegidas – as provas de navegação 4x4 continuam a ser uma excelente alternativa aos passeios turísticos para todos aqueles que pretendem conjugar a pratica de todoo-terreno com a descoberta de novos locais. Em 2015, o campeonato nacional de navegação

92 4x4

4x4 manteve a mesma configuração de anos anteriores, ou seja, com as provas ser disputadas com liberdade de equipamentos e com a validação dos waypoints a ser feita por intermédio de fotografia. Este ano, a caravana percorreu seis regiões – Oleiros, Loures, Fafe, Sobral, Ponte de Lima e Lousã. Na primeira ronda, que decorreu em Oleiros, nota positiva para Nuno Neta e José Pereira, da Nobre & Marques/ Auto elétrica Nelson que garantiram o triunfo. A confirmar o crescendo de forma a dupla Mário Mendes e João Reis, da Megape 2, garantiram o segundo posto

enquanto os irmãos Paulo e Ricardo Reis, da Maxidrive – eles que já foram campeões nacionais – garantiram a terceira posição. Já os campeões em título, Tiago Dias e João Martins, da Trilhos do Estreito, ficavam-se pela quarta posição ex-equo com a dupla Adolfo Sampaio e Norberto Fernandes da BragAventura/ BF Consultores/ Enjoy Learn. Na segunda prova, disputada em Loures, triunfo para a dupla Luis Loureiro e Alípio Neto, da Megape 1 – eles que não compareceram na ronda inaugural; seguidos pela dupla da Maxidrive (que ascendia ao comando


da classificação), e com o terceiro posto a ser ocupado pela formação dos Trilhos do Estreito. O terceiro desafio conduziu as equipas até Fafe. A dupla do Trilhos do Estreito foi a que melhor se orientou amealhando a vitória e subia ao comando da classificação geral. Na segunda posição ficou a formação da Megape 2 – que em Loures não tinham ido além da última posição – enquanto o terceiro posto seria ocupado pela dupla Emanuel Costa e Nuno Araújo, do Stand Emanuel Costa, numa das raras aparições no Nacional de Navegação 4x4. A quarta ronda, em Sobral, viu a formação de Trilhos do Estreito reforçar a liderança depois de mais uma vitória. A Megape 2 surgia novamente na segunda posição e mantinhase assim na luta pela vitória final; enquanto o terceiro posto era agora ocupado pela Megape 1, que assim também se mantinha entre as primeiras posições da geral. Avizinhava-se uma luta interessante até final e assim foi. Em Ponte de Lima, na quinta prova, a que contou com numero recorde de inscritos, a Trilhos do Estreito voltou a amealhar o triunfo garantindo assim alguma margem para os perseguidores diretos. A formação da Quinta do Fontelo/ MCoutinho, composta por Paulo Oliveira e Hugo Pacheco – naquela que foi a única aparição em provas do nacional de Navegação 4x4 e que marcou o regresso às competições nacionais de uma das mais experientes duplas da especialidade – garantiu o segundo posto; enquanto o terceiro degrau foi ocupado pela dupla Elisio Carvalho e Patrícia Freitas da CF4x4/ Freitas Car Service, eles que nas anteriores três provas não tinham sido felizes. Na última ronda, que decorreu na região da Lousã, a dupla da CF4x4/ Freitas Car Service foi a grande dominadora ao garantir o triunfo – o primeiro desta dupla em provas do nacional de navegação. A Megape 2 garantiu a segunda posição na prova enquanto a terceira posição ficou na posse da dupla da BragAventura/ BF Consultores/ Enjoy Learn. Contas feitas, a formação do Trilhos do Estreito/ OFM garantiu o título nacional com 16 pontos de margem sobre os segundos classificados Megape 2 e 32 pontos de vantagem sobre os terceiros classificados, a Megape 1.

4x4 93


CLASSIFICAÇÃO GERAL CLASSIFICAÇÃO

NOME

TOTAL

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º 23º 24º 25º 26º 27º 28º 29º 30º

Trilhos do Estreito/ OFM/ Tiago Dias/ João Martins Megape 2/ Mário Mendes/ João Reis Megape 1/ Luis Loureiro/ Alípio Neto BragAventura/ BF Consultores/ Enjoy Learn Naturjipe/ CRN/ Nelson Oliveira/ Henrique Freitas MCG Goe Team/ Hélder Martins/ Pedro Caré Megape Ladies/ Rosário Vasco/ Margarida Sá CF4x4/Freitas Car Service/ Elisio Carvalho/ Patrícia Freitas Tração ToTTal/ Jorge Pratas/ Sérgio Mendes Team Maxidrive/ Paulo Reis/ Ricardo Reis Nobre&Marques/ Auto elétrica Nelson/ Nuno Neta/ José Pereira MGongalves/ HVelho/ Manuel Gonçalves/ Hugo Velho TransAct Lat Team/ Jorge Martins/ Ricardo Barreira Quinta do Fontelo/ MCoutinho/ Paulo Oliveira/ Hugo Pacheco Stand Emanuel Costa/ Emanuel Costa/ Nuno Araújo RoTTarcos Perdidos/ Ricardo Braga/ Miguel Braga Sarjoi/ Digujá/ Hugo Santos/ Filipe Silva Tuff 4x4/ José Oliveira/ Narciso Faria Alternativa TT/ Alexandrino Sousa/ Filipe Alves Más Noticias 4x4/ Manuel Silva/ Marco Silva Iberveda NSA Team/ António Robalo/ João Martins NVE/ José Nogueira/ Ricardo Fernandes Jonas Love/ Paulo Serôdio/ Vítor Rafael Os Aventureiros de Coimbra/ José Pereira/ Rui Margalho Silsegur/ Ricardo Silva/ Marta Santos Casa do Largo – Caneças/ Artur Alves/ António Alves Duomaquete/ Luis Almeida/ José Magalhães Brincar Automóveis/ Nuno Carvalho/ João Fernandes Vimaranes TT/ Frederico Ribeiro/ Mauro Lafuente Mogamilk/ D6 4x4/ Sérgio Fernandes/ Daniel Barros

136 120 104 84 82 76 75 67 59 50 42 36 30 26 24 22 20 20 20 20 18 14 14 12 10 8 6 4 3 2

94 4x4


4x4 95



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.