EDITORIAL |
POLUIÇÃO E DEFESA DO AMBIENTE por Manolo
A emissão CO2 é uma das principais causas do aquecimento global e, naturalmente, já faz parte do nosso quotidiano.
A pressão para oferecer serviços disponíveis sem qualquer tipo de falha leva a que se continuem a sobre dimensionar os sistemas a todos os níveis da hierarquia, desde as fontes de alimentação primárias até às de apoio. Por exemplo, já foi estimado que a Google sobre dimensiona energeticamente os seus datacenters em cerca de 50%. Além disso, numa tentativa de garantir a redundância dos sistemas de alimentação, são ainda mantidos por gigantescos geradores diesel a funcionar permanentemente de modo a garantir que o sistema não falha. Quando nos ligamos à internet, o ciberespaço pode assemelhar-se muito ao espaço sideral no sentido em que parece infinito e etéreo. Mas, se pensarmos sobre a energia do mundo real e o espaço físico ocupado pela internet, começaremos a entender que as coisas não são assim tão simples. Neste contexto, o recente escândalo na industrial automóvel da manipulação de testes de emissão de gases nocivos e que foi tornado público pelas autoridades norte-americanas, veio corroborar o que há muito defendo sem qualquer tipo de preconceito: vivemos na era da pseudo defesa do ambiente. O problema é que o globo não se compadece com este faz-de-conta.
Neste patamar do percurso da vida humana na Terra é praticamente impossível interromper a emissão de C02 de uma vez por todas, até porque as fontes de emissões são cada vez maiores. Só para lhe dar uma ideia e que não é de conhecimento da maioria, os sites, devido aos servidores utilizados para mantê-los no ar, são uma das fontes mais poluidoras do mundo. Estima-se que se fossem um país, os servidores seriam o 5º maior poluidor do mundo; e em 2020 poderão se tornar no 2º. Só ultrapassados pela China. O impacto ecológico do Ciberespaço, agrava-se. Ou seja, cada vez que coloca um post no Facebook ou assiste a um vídeo no Youtube, no telefone, no tablet ou no computador, todo um sistema de plataformas electrónicas, conhecidas com datacenters é acionado. Essa infraestrutura é constituída por milhares de servidores que alimentam infindavelmente a cloud que não para de crescer. Um estudo recente da Greenpeace estimou que a demanda ultrapassava os 1000 bilhões de kWh.
A Comissão Europeia tinha conhecimento de que as emissões verificadas nos testes em laboratório não correspondiam às emissões verificadas nos testes de estrada e que tal assunto já era objeto de debate interno. Os documentos datam de 2013, ou seja, dois anos antes de as autoridades norte-americanas tornarem público que a Volkswagen contornou os testes de emissões. Os documentos não se referem a um marca em particular. No entanto, a 4x4 sabe que as discrepâncias entre emissões em laboratório e emissões em condução de estrada foram detetadas em 2011 pelo Centro de Investigação Conjunta da Comissão Europeia. Quando se levanta a voz de um pseudo-ambientalista contra a passagem de um jipe por um trilho; quando o canal público de televisão se recusa a passar todo-o-terreno porque “ambientalmente não é de bom tom”; quando uma operadora de telemóveis, uma empresa petrolífera, ou mesmo uma companhia de eletricidade se escusam de apoiar um evento com jipes porque “ não se coaduna com a nossa política de ambiente”, só conheço uma palavra para esta gente: HIPÓCRITAS.
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| SUMÁRIO
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EDITORIAL
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DACIA DUSTER
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EXPLORERS AVENTURA
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QUINTA DO FONTELO - TURISMO DE NATUREZA
POLUIÇÃO E DEFESA DO AMBIENTE
OS SENHORES DO DESERTO
TEMOS TUDO NA NATUREZA, INCLUSIVE MAGIA
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AUTOMÓVEIS
NÃO HÁ DESERTO QUE META MEDO
MERCEDES-BENZ GLE 350 D 4MATIC COUPÉ OS DINOSSAUROS TINHAM RAZÃO!
&
FICHA TÉCNICA Revista Bimestral PROPRIEDADE: Azitania Global Expedition S.L.U. Calle Génova 15 . Piso 3 Derecha 28014 Madrid e. aglobalexpedition@gmail.com
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ABENTEUR & ALLROAD
"MEU CARO, ISTO É O WOOSTOCK DO 4X4"
C.I.F. B8662786
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BILLING RATES 2015
DIRETOR: Manolo Oliveira
ENCONTRO DE GERAÇÕES
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ROAD BOOK PINHEL
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CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4X4 - PENAFIEL
DE DISCOVERY SPORT EM PINHEL, CIDADE FALCÃO
POSTOS À PROVA
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CAMPEONATO REGIONAL TRIAL E RESISTÊNCIA DA MADEIRA UMA PÉROLA DE TRIAL
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SUBSTANTIVO FEMININO UMA MULHER CHAMADA ELSA
Nº 63
GESTÃO DE CONTEÚDOS: Glória Oliveira REDAÇÃO (Colaboraram neste número): Luis Almeida, Paulo Marques, Lídia Silva, Miguel Ángel Fernández, Nuno Freitas, Vitor Freitas, Paulo Lentes, Paulo Dias, António Mendonça, Paulo Oliveira e Thomas Schmitt. DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃO Patrícia Machado IMPRESSÃO Azitania Global Expedition S.L.U. Tiragem: 10.000 exemplares e versão digital, com mais de 250.000 leitores. 4X4. A REVISTA COM ADN DE AVENTURA!
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NÃO HÁ DESERTO QUE META MEDO O deserto do Sara tem mais 2,5 milhões de anos e, ao contrário do que se possa pensar, só um terço dos 9.065.000 km2 de superfície são constituídos por areia e dunas, o restante por zonas inóspitas e sinuosas, cobertas por um oceano de pedras pontiagudas e desafiantes. De oeste a este, estende-se desde o Oceano Atlântico até ao Mar Vermelho; e de norte a sul abarca a costa mediterrânica e o Atlas até ao Sahel. Eterno, imenso, de uma beleza confrangedora, sobrecarregada de mitos, história e romantismo; este é o cenário onde levámos o Dacia Duster 4x4 a testar os seus limites e...os nossos! O Dacia Duster é um fenómeno de vendas.
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É uma história de sucesso mundial, que ultrapassou todas as expectativas da casa Renault. Depois do seu lançamento, em 2009, já se venderam mais de um milhão e meio, em todo o mundo e em Portugal já se matricularam mais de 4500 unidades e a tendência mantém-se em alta. A ideia desta peça não é apresentar o Dacia Duster 4x4 até porque já o fizemos quando do
seu lançamento e, posteriormente, nos vários ensaios dinâmicos que o leitor teve oportunidade de nos acompanhar. Entenda, antes, como um veredito sobre as capacidades de um veiculo 4x4, de custo reduzido, concebido à prova de qualquer piso, com reais capacidades para enfrentar as mais diversas situações e que muitas vezes é olhado de lado, fazendo jus à desconfiança
típica do consumidor quando está perante um produto novo e acessível. Como diz o provérbio: “quando a esmola é muita, o pobre desconfia”. Mas, para nós, um 4x4 é um 4x4. Cada um tem as suas características e cabe aos condutores conhecer as suas potencialidades e potenciar as suas virtudes. E na verdadeira essência do Todo Terreno todos os 4x4 regem-se pelos mesmos parâmetros, e, quando necessário, todos alcançam o mesmo destino. O Dacia Duster 4x4 é um veículo compacto, leve e graças à sua estrutura garante uma excecional agilidade que contribui para potenciar o seu desempenho em qualquer terreno e a sua posição elevada de condução permite oferecer uma melhor visibilidade, criando uma amplitude 4x4 sobre o terreno. Partir para as pistas desértica do Norte de África com um Dacia Duster 4x4, motor de dCi de 110 cv, com quatro elementos, bagageira atulhada, mais uma mala de tejadilho e com pneus que não eram os mais indicados, não é propriamente um desafio apetecível. Que o diga o meu amigo Nogueira, da AFN, quando me encontrou na estação de combustível em Erfoud e que ficou boquiaberto, lá do alto do seu poderoso Nissan Patrol. Nem queria acreditar. Mas um desafio é um desafio e, caro leitor, eu, iria com o Dacia Duster 4x4 até ao fim do mundo.
| As capacidades todo-o-terreno do Duster 4x4 surpreendem os mais clássicos.
Como não se trata de uma competição desportiva e o objetivo é alcançar o destino ao final de cada dia sem massacrar a mecânica, o nosso andamento, ao qual chamo vulgarmente de andamento expedicionário, é tranquilo, para que se possa desfrutar da experiencia e os pneus tenham tempo de “ler” o terreno. Com um motor dCi 110 cv, o Dacia Duster 4x4 com que deambulamos pelas pistas do Norte de África é um SUV simples, honesto, cumpridor naquilo que promete e com capacidades todo terreno capazes de surpreender. Tendo em conta que o Dacia Duster 4x4 (Prestige, o modelo mais equipado) custa menos do que 24.000 Euros, por mais que não se queira, é a partir deste pressuposto que vamos analisar as performances deste 4x4. | Excelente parceiro de aventura, o Duster 4x4 conta uma altura ao solo de 21cm, 30º ângulo de ataque, 36º de ângulo de saída e 23º de ângulo ventral. Proteções traseiras e dianteira, assim como argola de reboque em ambos os lados.
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"eterno, imenso, de uma beleza confrangedora, sobrecarregada de mitos, história e romantismo..."
Apesar da altura ao solo de 21 cm, o Duster 4x4 não apresenta muita oscilação lateral. A suspensão é rígida a ponto de evitar o “rolling” mesmo em curvas mais apertadas. No comportamento fora de estrada a situação mantém-se mas revela uma certa tendência para saídas de frente em pisos de baixa aderência, o que pode ser compensado eficazmente pela escolha de pneus apropriados e uma condução adaptada às circunstâncias. Apesar de ser um SUV, o Duster não economiza no estilo e na atitude e não perde o perfil de um verdadeiro todo-o-terreno. O porte, as linhas robustas. Esta sensação continua quando se entra no carro. um interior generoso e simpático com bom equipamento, simples e funcional.
A nossa viagem começou com algumas centenas largas de km em auto estrada e graças às suas vias largas, o Duster ganha em estabilidade mas também lhe permite um surpreendente à vontade por caminhos de terra. Não sendo um puro e duro de raiz revela boas aptidões que deixa alguns dos clássicos 4x4 à beira de um ataque de nervos. Em verdade se diga que isto se deve, sobretudo, a dois fatores: por um lado, uma altura ao solo, de 21cm, que é um excelente indício para um SUV com estas dimensões, por outro, um chassis robusto e ainda uma suspensão que lhe permite alguma flexibilidade torsional.
Recorde-se que o Dacia Duster 4x4 não tem redutoras. A caixa de velocidades está dotada de uma 1.ª relação curta** (5,79 km/h às 1000 rpm) para avançar nos pisos mais acidentados, arrancar em subida ou muito carregado e segurar o veículo nas descidas. O seletor de tração apresenta 3 modos: “2WD” (tração dianteira), “AUTO” (gere automaticamente as necessidades de tração e aderência, podendo essa distribuição chegar aos 50/50 e “LOCK”, que bloqueia completamente o bloqueio central, o que se revela muito eficaz em piso de areia solta, onde o pequeno-grande Dacia Duster 4x4 está à vontade.
| Bem insonorizado, confortável e com um motor que oferece um bom desempenho, o Duster 4x4, proporciona uma boa aventura, mesmo com 4 passageiros.
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| Casper, o piloto de pesos pesados com o seu MAN e Manolo com o Duster 4x4. A história de David e Golias recriada com amizade.
| Descendentes de ganeses, feitos escravos pelas razias árabes , os Pingeons du Sable / Groupe Zaid expressam todas as suas emoções pela música. É sempre um prazer ouvi-los.
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| O Dacia Duster 4x4 movimenta-se nas dunas “ovo” com natural souplesse.
| Seletor de tração.
Curiosamente, quer em estrada, quer em todo-o-terreno o comportamento não se altera e o consumo de combustível reflete-se da mesma forma. Em autoestrada com o carro cheio a uma velocidade média de 120 km/h ou em caminhos arenosos e tortuosos no modo “AUTO” ou “LOCK” a média de consumo de combustível nunca baixou dos 8 litros, por cada 100 km.
grandes e com motores de 3000 cc. a experiência é muito gratificante. Os 110 cavalos deste motor oferecem um bom desempenho. Mantém um boa capacidade de aceleração que está diretamente relacionado com uma caixa de 5 velocidades bem escalonada.
Apesar de se já terem vendido mais de milhão e meio de unidades não é usual ver-se um Dacia Duster 4x4 a deambular pelas pistas
do Norte de África. Primeiro, porque o grosso da coluna do êxito de vendas é a versão 4x2, segundo, porque o conceito fora-de-estrada de um SUV, não é propriamente a filosofia de um veiculo todo-o-terreno. Falta atrevimento. A nossa percepção é que o Dacia Duster 4x4 chega onde os outros chegam. Tem as suas limitações, é verdade, mas é um digno aventureiro. Percorre os trilhos de areia com natural souplesse, e apesar dos seus 1461 cc. atreve-se por caminhos ou na abordagem de vaus a prior “reservados” a clássicos 4x4, de rodas
Em pista tem um excelente desempenho, oferece um conforto de guiabilidade notável. Com ângulo de ataque de 30º, 36º de ângulo de saída e 23º de ângulo ventral, não há deserto que meta medo.
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OS SENHORES DO DESERTO De Tombouctou a Meca, de Ouarzazate a Rub al-Khali, os mais elegantes Senhores do Deserto preferem o 4x4 ao dromedário, o gps ao sabre ou à Kalashnikov, a estratégia à insensatez, a descoberta à invasão mas continuam competitivos e até imprevisíveis. Para os conhecer melhor é preciso procurá-los. Desta vez, foi na segunda edição do Explorers Aventura que os encontramos. Paulo Dias, Tiago Saraiva, António Mendonça e Sérgio Loureiro, em nome da Cidade Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus, foram os grandes senhores de uma prova de navegação bem organizada e que ultrapassou todas as expectativas. Que a percepção do que é uma participação numa prova de navegação muda de pessoa para pessoa, é um dado adquirido. Que a preparação, a experiencia e a motivação daqueles que participam também é diferente, já nós sabemos. Que é muito difícil organizar um prova de navegação que agrade a gregos e a troianos, é um facto. Se, a isto, ajuntarmos que a participação pode ser em carro ou em moto, então, as coisas ainda ficam mais difíceis, mas não impossíveis. Depois de quase duas décadas a participar em provas de navegação no Norte de África, confesso que a segunda edição Explorers Aventura me surpreendeu pela positiva. Se, na primeira, não poupei criticas à organização por algumas decisões menos acertadas, perante uma prova irrepreensível como foi esta não poderia deixar de elogiar o trabalho de Alberto Pascual e Esteban Aguirre, desde sempre os mentores deste tipo de provas. A segunda edição do Explorers Aventura, ampliou o rol de emoções ao abrir 5 categorias de participação. Duas para as motos: “Enduro” e “Trail” e três de carros: “4x4 Navegação” (equipas com dois jipes), “4x4 Aventura” (equipas com um só automóvel) e “SUV”, para veículos deste segmento. Curiosamente, não houve participantes na classe “SUV”, provavelmente, pelas desconfiança que os seus proprietários
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| Pinhel Cidade Falc茫o/ JPneus, a caminha da vit贸ria da primeira etapa
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| 2 categorias de motos e 3 de carros. Uma caravana com mais de 150 participantes.
têm sobre as reais capacidades deste tipo de veículos, em provas de navegação e ambientes do norte de África. Na categoria “4x4 Navegação” participaram duas equipas portuguesas: “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus”, com os pilotos Sérgio Loureiro e Tiago Saraiva e o com navegadores António Mendonça e Paulo Dias e a formação açoriana “Expedições Açores 4x4” oriunda da ilha Terceira, com os pilotos Nuno Rosado e Marco Vieira e os navegadores Vera Ponte e Ricardo Costa. A dinâmica da categoria consistia em localizar o maior número possível de waypoints, estrategicamente situados ao longo de um extenso percurso e alcançar o Controlo de Chegada dentro do horário estipulado, dado que as penalizações por atraso deitavam por terra todo o trabalho de uma jornada. Nada que graças à sua experiencia os navegadores portugueses já não soubessem. Além disso, é usual a organização complicar, em termos de navegação, o final das etapas. E neste cenário, é necessário tomar decisões adequadas.
Recordo que um conhecido participante, num famoso Sahara Aventura, chegou ao Controlo de Chegada 20 minutos antes de o mesmo abrir e, como tinha tempo, resolveu conquistar mais um waypoint que ficava ali muito perto e era ”um instantinho”. O perto tornou-se longe e um labirinto apimentado com lama-chocolate fez o resto. Não só não entrou no controlo fora do tempo, como foi fortemente penalizado, hipotecando definitivamente a possibilidade de uma boa classificação final. Recepção de participantes, verificações técnicas e administrativas tiveram lugar, em ambiente de festa, na mítica localidade de Erfoud, também conhecida por “Portas do Deserto”.
| 1º ETAPA. JBEL SARGHO EM TODA A SUA PLENITUDE A primeira etapa começou em Erfoud e terminou em Boulmane Dadés com uma duração de 10 horas. Uma típica etapa de montanha, com passagens pelo Jbel Ougnat e norte de Jbel Sargho, com planícies e pistas rápidas, numa primeira parte, e pistas sinuosas de montanha, de andamento muito lento e com muitas pedras, na parte final.
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| Tac Curiel, 6º da geral.
| Xport 4x4 Aventura, 3º da classe Aventura 4x4 e 11º da geral.
| Expedições Açores 4x4 atravessa o leito seco de um rio e alcança o Controlo de Passagem Obrigatória.
Jbel Sargho é a cadeia montanhosa mais impressionante do norte de África, com 2700 metros de altitude e foi cenário de uma das mais extraordinárias epopeias de guerra franco-marroquinas (1933), nas quais as tropas francesas aliadas ao Sultão de Marrocos enfrentaram um resistência impressionante e heroica das tribos Ait Atta liderada pelo Cheik Assou Oubassiam. Foi neste maciço rochoso que o célebre capitão Henry de Bourzanel, um dos principais protagonistas desta guerra, foi morto na luta contra os berberes.
seguidas de pura navegação sob uma temperatura castigadora de quase 40º, para máquinas e participantes.
Era uma etapa longa e difícil. Excluindo as a categoria de duas rodas “Trail” que faziam o percurso por estrada, estavam à partida 37 equipas e mais de 130 participantes, que iriam enfrentar uma etapa de 10 horas
A equipa açoriana começou a sua participação nesta segunda edição do Explorers Aventura de forma cautelosa, como se o objetivo fosse, sobretudo, sobreviver a esta primeira etapa. Um estado de espírito constrangedor ainda com resquícios na memória da famigerada participação na primeira edição desta prova que se revelou madrasta para os açorianos, onde tudo e mais alguma coisa lhes aconteceu. Não pontuaram o suficiente para se poder dizer que entravam com o pé direito, mas também não se podia dizer o contrário. A oitava posição não merecia qualquer discussão.
| Excelente prova, com um organização à altura.
| "Toyota Lanzarote Lat 25 Expediciones”, a única equipa espanhola que tentou ameaçar a hegemonia portuguesa.
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| António Mendonça, Sérgio Loureiro, Paulo Dias e Tiago Saraiva, os Senhores do Deserto.
A “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus” contabilizou 37 waypoints, entre estes o CPO (Controlo de Passagem Obrigatório) e o CF (Controlo Fotográfico), conseguindo ainda alcançar dois waypoints do Troféu Explora. A formação de Pinhel conquistava assim a liderança da prova, seguidos de muito perto por “Toyota Lanzarote Lat 25 Expediciones”, “Tac Curiel” e “Superauto Motor” dispostos a morder os calcanhares à equipa lusa. No final da etapa, a opinião era unânime: etapa muito bem desenhada, com paisagens extraordinárias, reunindo todos os ingredientes para desfrutar em pleno da navegação. No hotel Xaluca Dadés, a piscina e o bar protagonizaram o papel principal até à hora do jantar onde toda a caravana desfrutou do estupendo buffet e partilharam opiniões e
experiências pela noite dentro. Se a primeira etapa nos havia transportado de Este para Oeste, a segunda etapa, levar-nos-ia de Norte a Sul, unindo as cidades de Boumalne Dadés e Zagora.
| 2ª ETAPA. DO LABIRINTO DA MONTANHA AOS PALMEIRAIS DE ZAGORA. (OU QUANDO UMA FOTO FAZ TODA A DIFERENÇA) Desde logo, no burburinho do pequeno-almoço era patente que o alvo abater era a “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus”. A conquista da liderança por parte da equipa portuguesa era algo mal digerido pelos principais adversários espanhóis que, tacitamente, se uniam na esperança que
| Ricardo Costa, Nuno Rosado, Vera Ponte e Marco Vieira, o melhor fair-play da prova.
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| Towca Aventura, vencedor da categoria 4x4 Aventura e 9º da geral.
| “Forotran- the Rat Pack”, 4º da geral, regista fotograficamente mais um waypoint.
um imponderável, uma falha, um erro, destronasse da liderança, a equipa já sobejamente conhecida por ter vencido a primeira edição desta prova.
montanha e transformava-se na mais recente vitima do feitiço de Jbel Sargho. A formação açoriana encontrava sérias dificuldades para sair da montanha, não encontrava a “porta” de saída, como se estivessem a ser forçados por uma força endeusada a seguir o caminho errado. Finalmente, ao cabo de oito horas, encontrariam a famigerada “porta de saída” ou o fim do feitiço o que não evitaria a desclassificação da etapa, por entrada tardia no Controlo de Chegada.
Não era segredo nenhum que a equipa guardense apresentava-se como favorita e a sua estratégia, experiencia e competitividade eram difíceis de contrariar. Mas, ainda a procissão ia no adro e numa prova de navegação tudo é muito subjetivo. Na etapa de transição entre a montanha e o deserto, saindo de novo em direção ao mítico Jbel Sargho, desta vez de Oeste para Este, por pistas de montanha com o altímetro a marcas 2200 metros de altitude. Desfiladeiros de cortar a respiração, pistas muito lentas e apertadas, sinuosas e até perigosas, mas de uma beleza confrangedora, inóspita, lunar e misteriosa, eram os ingredientes do prato do dia. “Expedições açores 4x4” enfronhava-se na misteriosa e labiríntica
Mas a jornada viria a ser marcada pelo duelo de “titãs” travado em pleno Jbel Sargho, entre a formação beirã “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus” e a formação espanhola “Toyota Lanzarote Lat 25 Expediciones” da ilha mais oriental do arquipélago das Canárias, onde José Saramago, escritor português e Prémio Nobel de Literatura, viveu os seus últimos dias. As duas equipas não se perdem de vista, cruzam-se, acenam simpaticamente, controlam-se e redefinem estratégias. Já se avista
| Controlo de Passagem Obrigatório.
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o leito do rio Dra, o mais longo da Argélia e Marrocos com 1100 km de comprimento, correndo de noroeste-sul, separando o Anti Atlas do Jbel Sargho. Para trás ficam os monumentos basálticos e as pistas tortuosas; já se avistam as planícies sarianas e os verdejantes palmeirais do vale do Dra. Queimam-se os últimos cartuxos, que é como quem diz: conquistam-se os últimos waypoints. Ambas as equipas estão cientes que um waypoint pode fazer toda a diferença. Já nos derradeiros minutos da etapa, a formação de Pinhel redefine a estratégia e desaparece do ângulo de visão da equipa canarinha que segue para o último waypoint antes da meta. Sérgio Loureiro e Tiago Saraiva, pilotos, puxavam pelos galões para cumprir as indicações dos seus navegadores, António Mendonça e Paulo Dias, respetivamente. Num golpe de mestre, a formação de Pinhel captura dois waypoints e vence a etapa por uma nesga, ou melhor, por uma fotografia. Além de consolidar a liderança da geral, a formação de Pinhel, conquistava a liderança do Troféu Explora, curiosamente, com a vantagem de uma fotografia. “Toyota Lanzarote Lat 25 Expediciones” assegurava a segunda posição e “Luz Y Led” fechava o pódio do dia, sem no entanto deixar de ameaçar a posição 3, na geral, da formação “Superauto Motor”. A caravana pernoitaria no famigerado Hotel Reda. | Os homens de Pinhel na pista de Tissermounime.
| 3ª (4ª) ETAPA. GRANDIOSA MARATONA. A ETAPA-RAINHA. Às primeiras horas da manhã o calor já era sufocante. O arco insuflável da BF Goodrich assinalava o local de partida e estava montado na pista de Tissermounime, a Este de Zagora. Todas as categorias passavam pelo arco numa zona ampla, salpicada de pequenas dunas, vegetação rasteira e trilhos arenosos. Para a categoria “4x4 Navegação” (a principal da prova), onde participavam as equipas portuguesas, seriam duas jornadas longas e difíceis, já que se tratava da etapa da Etapa Maratona, a etapa rainha do Explorers Aventura. Durante dois dias, as equipas, navegariam 31 horas, com um paragem obrigatória de 10 horas. Ficava ao critério de cada equipa escolher o momento da paragem e onde pernoitar. Uns, optam por acampar, outros, por ficar num albergue ou num hotel. É indiferente, o importante é que o gps indique uma paragem de uma boa dezena de horas.
| Luz Y Led, 5º da geral.
Os participantes percorreriam cerca de 300 km, diariamente, entre montanhas, planícies, palmeirais, dunas, com temperaturas altíssimas que superavam, na grande parte do dia, os 43º à sombra. As classe “Aventura 4x4” e “Enduro” que não participavam na etaparainha, tinham pela frente uma etapa não menos dura até Alnif. Um percurso tortuoso e algo lento ao principio mas que proporcionava a única passagem entre Jbel Tadrart e Jbel Rhart, subindo na direção Norte até Tazzarine para depois convergir para Este até Jbel Mrhorfi e, finalmente, de novo rumo a Norte na direção de Alnif. As classes “Aventura 4x4”, “Trail”, “Enduro” e a organização pernoitariam no hotel “Kasbah Meteorites” , enquanto que a classe “Navegação 4x4” deambulava num etapa dupla, 100% desértica, 100% Off-road, exclusiva para navegadores de topo.
| A “armada” portuguesa: “Pinhel cidade Falcão/ JM Pneus” e “Expedições Açores 4x4”. Poucos mas muito bons. A equipa de Pinhel venceu a prova e a equipa da Terceira recebeu o Prémio Fair-Play.
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| Curva do Dra, vista da necrópole pré-islamica de Foum El Rjam, que siginifica "passagem de tumulos”. A vista é de cortar a respiração. Um dos waypoints estava precisamente aqui.
E é nestas alturas, como jornalistas, que somos assaltados por uma sensação súbita, um sobressalto. Estamos na prova para fazer o nosso trabalho, fazer a melhor cobertura possível dentro da deontologia que nos rege, primeiro, por convicção, segundo, por obrigação. Mas, não somos máquinas com ON/OFF no nosso sistema nervoso, nas nossas emoções.
ganha laivos de irritabilidade. “Calma, ainda estamos dentro do tempo” ouve-se. E, finalmente, numa visão tridimensional, as equipas portuguesas, aproximam-se da meta em andamento tranquilo e seguro. Primeiro, a formação de Pinhel, poucos minutos depois a formação da ilha Terceira. É a descompressão total! Chega a emocionar.
Quer se queira, quer não, estamos a torcer pelos “nossos” (leia-se: portugueses) e apesar dos veículos terem gps-localizador, instalado pela organização, cria-se a ansiedade natural de saber como é que estão as equipas. Saber se estão bem, se não tiveram nenhuma avaria, e, à medida que o tempo vai passando aumenta a pressão. A tensão e a ansiedade atingem o pico, quando nos confrontamos com os momentos da chegada, quando vemos outras equipas chegar e as “nossas” a retardar e a ampulheta do tempo a esgotar-se. No horizonte, levanta-se uma nuvem de pó e a esperança reacende e quase ao mesmo tempo se desvanece: é o adversário mais direto e a tensão
Depois dos abraços da praxe, Paulo Dias, porta-voz da equipa de Pinhel, dá-nos conta como a “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus” viveu esta etapa maratona: “O inicio da etapa foi muito rápida e tivemos o primeiro contratempo, um furo, que rapidamente foi resolvido. De seguida fomos à procura do primeiro waypoint Explora, uma casa em Dada Atta junto ao Jbel Bani e nas margens do rio Dra. Perdemos um hora à procura mas lá encontramos o “morabito” que nos deus acesso a outros pontos Explora. Continuamos a etapa junto à fronteira da Argélia onde fomos obrigados a parar em dois postos de controlo militar que nos fizeram perder algum tempo. O nosso objetivo era
| Superauto Motor, 3º da geral.
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alcançar o Ponto Fotográfico (havia dois); optamos por fazer no primeiro dia o CF2 situado numa montanha perto do planalto de Fezzou, pelas 19h30m. Já sem luz do Sol, a nossa preocupação foi encontrar um local para pernoitar e assim cumprir a paragem obrigatória de 10 h. O local escolhido foi um albergue em pleno deserto, rústico, básico, mas que oferecia condições mínimas para descansar e fazermos um pequeno check-up aos veículos. No dia seguinte, já com sol no horizonte fomos capturar o máximo de pontos possíveis. Fizemos uma paragem em Remlia, para abastecer os veículos, neste caso com o sempre suspeito combustível vendido em jerricã, pois por ali não existem postos de combustível. De seguida, seguimos na direção de Taouz para encontrar o último ponto do troféu Explora que faltava e, depois, convergir na direção da Chegada, junto ao Erg Chebbi”, concluiu. A equipa Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus concluía a Maratona com 2090 pontos em waypoints e 200 pontos do Troféu Explora. A formação açoriana optou por uma estratégia diferente. Completamente refeitos da penalização da segunda etapa, os elementos cortaram a
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meta da etapa maratona com o sorriso a alegria do dever cumprido. Ricardo Costa, navegador e porta-voz dos terceirenses deu-nos conta como a “Expedições Açores 4x4” viveu a etapa maratona: “Era um etapa bastante longe e nós optamos por fazer os dois pontos obrigatórios separados por cerca de 200 km, onde a contagem decrescente não parava rumo final ao Erg Chebbi. Seguimos para o primeiro ponto obrigatório que se situava a 30 km de Rissani, curiosamente, num planalto onde já tínhamos estado em 2011, no saudoso “Sahara Aventura”, local de cortar a respiração em pleno Sara, onde se fica completamente embasbacado com a imensidão que realmente é o deserto. A etapa estava a correr bem, conquistámos alguns waypoints sem grande dificuldade, mas com muita atenção para não fazer erros de navegação tendo em conta também que teríamos de parar, obrigatoriamente, 10 horas. O local escolhido foi a típica cidade de Rissani (em vez do acampamento), pois ter uma senhora na equipa faz-nos ter outro tipo de atenção. Uma boa refeição, um bom duche e descansar algumas horas numa cama fazia renovar o espírito para
o segundo dia desta maravilhosa e excitante etapa maratona. 620 Pontos faziam-nos acreditar numa boa prestação, estávamos com espírito, confiança e as máquinas pareciam acreditar como nós; não davam sinais de qualquer problema. Isto claro, depois do Nissan Patrol dos nossos companheiros Vera Ponte e Marco Vieira ter ficado plantado no único marco de sinalização que havia no deserto. Depois de conquistarmos mais um waypoint, uma pequena distração ia deitando tudo a perder com o Patrol a ficar com a frente suspensa em cima do pino, tendo o amortecedor da direção ficado no local para prevenir futuros navegantes. Até parecia aquela história do Ari Vatanen que num “Dakar” foi bater na “única árvore que havia no deserto”. Forças retemperadas, foram mais de 200 km até ao final de etapa onde mais alguns waypoints e o segundo controlo obrigatório cumprido,
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assegurava-nos um total de 850 pontos que nos daria o 3º lugar na etapa. À boa maneira terceirense, o final de cada etapa era um período de descontração e de festa e dos fundos infindáveis dos jipes aparecia sempre um chouriço, um paio, um queijo, uma garrafa de tinto nacional e outras iguarias que em conjunto com a formação de Pinhel, comunicação social lusa e outros amigos espanhóis, fazíamos o balanço do dia...sempre bem regado.” Concluiu Ricardo Costa visivelmente satisfeito com a prestação da sua equipa. Nesse dia a equipa de reportagem da revista 4x4, optou por seguir a pista com direção a Este, a Norte de Alnif, contornamos a população de Tazoulait, onde estavam marcados alguns waypoints com distância entre si de cerca de 20 km, passamos pelo lago Maider, pelo estreito de Mahrech, até ao oásis com o mesmo nome, também conhecido por Porta de Belém. Esta volta foi propositada porque, confesso, quando passo por aqui não resisto à tentação de o revisitar.
| Momentos de glória e de confraternização para as equipas portuguesas.
Este lugar perdido é, para mim, um dos sítios mais bonitos e tranquilos do deserto marroquino. É um templo natural. Desde que visitei este lugar pela primeira vez (há mais de 20 anos) que não me sai da cabeça. Tem uma beleza tão natural que a faz imensa. Trata-se de um desfiladeiro impressionante e muito bonito, com um pequeno oásis de palmeiras que serve de união entre as planícies desérticas pré sarianas, comunica com as pistas que vem do norte e do sul que nos conduzem a Tafraout ou a Remlia. Há alguns anos, aqui, havia apenas um belo palmeiral, um poço de água e uma pequena casa de adobe que servia de refúgio para os nómadas. Hoje, já existe um albergue mas a beleza do oásis continua lá e de certa forma o local mantém-se sagrado, por isso o nome de Porta de Belém. A melhor maneira de o desfrutar é tomar um chá à sombra fresca de uma
palmeira, observando o local, sem pressa, claro! A caravana reencontrou-se no complexo Belle Etoile. Um acampamento que recria o ambiente de 1001 noites, em pleno maciço de dunas, com duche, restaurante, música ao vivo, cavaqueiras à volta da fogueira, convívio e bar à disposição de todos os participantes. Uma maneira de ser tornar um Cheik, um Sultão ou um nómada por uma noite ou, pelo menos dormir no deserto, com todas a comunidades. Feitas as contas, a formação de Pinhel era o grande vencedor da etapa maratona, consolidava a sua posição d e lid er, quer na classificação absoluta, quer no troféu Explora. “Toyota Lanzarote Lat 25 Expediciones” seguia na segunda posição e, surpreendentemente ou não, “Expedições Açores 4x4” assegurava com todo o mérito a terceira posição na classificação da etapa-rainha.
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CLASSIFICAÇÃO FINAL TOP 5 1.º 2.º 3.º 4.º 5.º ... 8.º
Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus Toyota Lanzarote Lat 25 Expediciones Superauto Motor Forotran- The Rat Pack Luz y Led ... Expedições Açores 4x4
150 109 96 91 85 ... 63
Classificaram ainda as seguintes equipas: Tac Curiel, Mitsubishi Press Team, Africa Spirit, Towca Aventura, Eje Central, Xport 4x4 Aventura, Team Mercurio TT, Pódio o Ambulancia, Ocejon 4x4 Ruedas Plus, Ocejon Aventura 2, Secomoto Dicotr.es, Andorra La Vella Team, Ferpa Aventura, Costa de la Luz e Desguaces El Rubio.
| 5º Etapa. A cereja no bolo: o Erg Chebbi. A derradeira etapa, tinha como cenário principalo Erg Chebbi, também conhecido por Dunas de Merzouga: um maciço de dunas com cerca de 6 km de largura máxima, e cerca de 40 km de comprimento, no sentido norte-sul. As dunas mais altas chegam a ter entre 130 e 150 metros de altura. Durante os períodos mais quentes do ano, há marroquinos que sofrem de reumatismo que vão ao Erg Chebbi para serem enterrados até ao pescoço. Diz-se que isso cura a doença. Com uma vantagem confortável para o segundo classificado e sem waypoints do troféu Explora para fotografar, a formação de Pinhel entrou em modo tranquilo, gerindo a seu belo prazer a vantagem, salvaguardando qualquer imponderável.
| Equipa açoriana no inicio da etapa maratona. A etapa rainha.
A última etapa era a mais curta, com apenas 4 horas de duração e 40 waypoints escondidos no Erg Chebbi e nas imediações de Erfoud, onde estava colocado o arco insuflável da BF Goodrich que assinalava o final da segunda edição do Explorers Aventura. No ar pairava a convicção que seria muito difícil “Pinhel Cidade Falcão/ JM Pneus” não ser aclamado vencedor. Mas se dúvidas houvesse, a formação de Pinhel coroava com êxito a sua prestação ao fazer o pleno. Ouro sobre azul, vencia a última etapa e a sua prestação resumia-se só a vitórias, tornando-se , ao cabo de duas edições, o único vencedora da prova. No fim, já no hotel Xaluca onde decorreu a cerimónia de encerramento, podíamos observar as caras com a alegria do dever cumprido mas, por outro lado, com aquele olhar agridoce, nostálgico, de quem não queria que esta aventura terminasse.
| “Ferpa Aventura”, 18º da geral.
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“PINHEL CIDADE FALCÃO/ JM PNEUS” foi o vencedor absoluto da segunda edição do Explorers Aventura, acumulando também de forma categórica a vitória do Troféu Explora. “Towca Aventura” foi o vencedor da categoria “Aventura 4x4” e 9º da geral.
| QUINTA DO FONTELO - TURISMO DE NATUREZA
TEMOS TUDO NA NATUREZA, INCLUSIVE MAGIA Texto: Manolo Fotos: Manolo e Luis Almeida Fotos interiores: João Morgado
...o luxo e a segurança do Volvo XC 90 D5 AWD aliados ao charme da Quinta do Fontelo... A libelinha levanta-se cuidadosamente da folha do azevinho, que nasceu à sombra de um carvalho tricentenário, batendo as quatro asas, primeiro devagar, depois cada vez mais depressa. Paira por alguns segundos e, subitamente, segue em frente, voando em curvas arrojadas , descendo quase até ao solo, subindo novamente, com os seus dois pares de asas transparentes a bater tão rapidamente que parecem invisíveis, completamente, alheia aos cavalos que galopam livremente nos pastos verdejantes. É a magia da natureza. A Quinta do Fontelo, em Vouzela, é um daqueles lugares mágicos, que tem o poder de seduzir e privilegiar o contato direto e genuíno com a natureza no seu estado mais puro.
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A casa da quinta, de linhas depuradas, ambientes minimalistas e janelas rasgadas para a paisagem envolvente, orgulha-se da sua panorâmica angular para as serras do Caramulo e de São Macário, em toda a sua plenitude. O sitio ideal para descansar, cuidar do corpo e da alma. A nossa viagem até à Quinta do Fontelo no “Coração do Centro” foi muito confortável aos comandos do Volvo XC90 D5 AWD. A partir de Lisboa, os acessos são fáceis e rápidos: A1 até Aveiro, entra na A25 direção Viseu e sai na saída 13 (Vouzela). são de cerca de 302 km, dos quais mais de 260 são em autoestrada, o único senão, o Volvo XC90 D5 AWD paga classe 2, nas portagens. O 4x2 (D4 FWD) paga classe 1 – com via verde.
| A VIDA É A PRIORIDADE MÁXIMA A partir de 2020, nenhum ocupante de um carro da Volvo morrerá ou terá ferimentos graves em caso de acidente. Este é o grande objetivo da marca sueca que, para isso, segue na liderança de desenvolvimento de novas tecnologias de segurança ativa e passiva.
| VOLVO XC 90 D5 AWD Com 4,95 m de comprimento (em vez dos 4,80 do seu antecessor), 2 m de largura e 1,77 de altura, o “animal” é imponente. Além disso, não só se impõe pela luzes de LED, a nova assinatura de luz da marca, como também pelo visual, uma certa “gentrificação” deste grande SUV que quer competir com a “alta costura” alemã, do seu segmento. Entre nós, a gama XC 90 começa nos 59.953,00 Euros D4 versão diesel
de 190 cv com duas rodas motrizes, mas o que se vende mais é a gama D5 que tem como preço base o valor de 59.953,00 Euros (embora o preço do “nosso” modelo de ensaio seja de 104.498,00 Euros, devido aos equipamentos opcionais). Mecanicamente, podemos afirmar que houve uma revolução na marca sueca. O melodioso motor de 5 cilindros desapareceu dando lugar a um de quatro cilindros e 1969 cc., que constitui a base de todas as versões, quer a gasolina, diesel ou híbrido recarregável. Além disso, o volvo XC90 é construído sobre um nova plataforma de módulos configuráveis que a marca denomina por SPA, podendo assim dar forma a modelos diferentes na mesma linha. Mais leve do que a média da categoria, mesmo assim, o XC90 ainda ultrapassa as duas toneladas e meia de peso (2750 Kg).
| A Quinta do Fontelo proporciona excelentes passeios de charme.
| Suspensão pneumática Four-C levanta alguns centímetros o Volvo XC 90 no modo Off-road.
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| Minimalismo, sofisticação, valorização da luz natural e muito conforto.
À chegada à Quinta do Fontelo ao fim da tarde, enrosca-nos na envolvência bucólica. A luz ténue e doce do entardecer ilumina o envelhecer do dia e a magia do espaço transcende as nossas expectativas.
o seu estilo clean mas sofisticado oferece-nos aquela sensação da exclusividade, não no sentido de supérfluo restrito, mas de um bem-estar intrínseco, que só os lugares mágicos podem oferecer.
Através de uma calçada bem cuidada rasgamos o verde da propriedade até à casa. O ambiente minimalista de toda a casa transmite a sensação de um oásis de tranquilidade, de um verdadeiro refúgio do caos e da confusão que marcam o mundo lá fora.
Em traços arquitectónicos, a preservação do espaço e a difusão da luz natural, num jogo de luz incorpóreo, engrandecem o espaço. A luz não é prisioneira e, ao mesmo tempo, transmite essa liberdade ao visitante.
O ambiente está cuidadosamente decorado, contém apenas o essencial aliando a estética à funcionalidade, um verdadeiro Lifestyle. Não é uma casa carregada de história, muitas vezes uma sobrecarga para proprietário e cliente. A Quinta do Fontelo com a sua dimensão,
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E essa luz liberta-se por todo o lado: nas suites, nos quartos, num banho relaxante na banheira com jacuzzi vendo o sol, ao fundo, a esconder-se atrás da encosta; na varanda, pela manhã, enquanto assiste ao despertar da natureza; por todo o lado.
O motor D5 é portanto um 4 cilindros, nada de mais, nada desagradável ao ouvido e relativamente discreto. Binário generoso (470 Nm às1750 rpm), potência de 225 cv e dois turbos que movem facilmente a máquina (para quem gosta destas coisas, vai dos 0 a 100k em 7,8 segundos) e caixa automática de 8 velocidades que cumpre devidamente o seu papel. O consumo anunciado médio é de 5,8 L mas na vida real vai ter que contar com mais uns bons 2 litros. Em termos de emissões Co2, o construtor aponta para 152 (g/km). Vamos acreditar no rigor sueco.
No plano dinâmico, o novo XC90 recorda o condutor que é grande, imponente e pesado. As suspensões foram pensadas para o conforto e para a segurança e proporcionam um rolamento excelente, aliás, em linha com a filosofia do modelo. Através de um seletor, o condutor pode definir o tipo de condução: Eco, Confort, Dynamic, Off-Road, ajustando o carácter do motor em conformidade com a opcional suspensão pneumática Four-C quando instalada (como acontecia na unidade ensaiada) e consistência de gestão. Em termos gerais, o comportamento dinâmico do XC 90 D5 AWD não engana, não desilude nem surpreende, é equilibrado e previsível.
“A NATUREZA NÃO FAZ NADA AO ACASO” ARISTÓTELES
| 225 Cavalos, cilindrada: 1969 cc, Binário máximo (Nm/rpm) 470/1750, velocidade máxima 220 Km/h.
A luz é o tónico para várias atividades. Desde caminhadas pelos 20 hectares de floresta intacta (com indicação de percursos), fotografia e visualização com as espécies, reconhecimento de natureza. Percorrer a propriedade de segway todo-o-terreno, ou no seu próprio veiculo 4x4. Se não tem veiculo 4x4 pode desfrutar da mesma sensação com o 4x4 da casa. Mas, a aproximação à natureza também se faz a cavalo. Cavalos árabes e lusitanos fazem parte da coudelaria da Quinta do Fontelo.
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Poderá visitar a moderna cavalariça e dar um passeio a cavalo, pela densa mata, requintado e romântico. Se é desportista, a Quinta do Fontelo, também pensou em si. Pode usufruir de um recinto desportivo polivalente para “basquete”, ténis, andebol, futsal, entre outros. Para além do parque infantil, das piscinas aquecidas para adultos e crianças, pode desfrutar de um loundge para aqueles pequenos grandes momentos, como ler, beber um bebida refrescante ou aquecer as mãos com uma bebida quente, conversar ou simplesmente desfrutar da magia do momento.
| O Volvo XC 90 tem excelentes interiores, com a qualidade e o design sueco. Insuperáveis.
| COMPORTAMENTO OFF-ROAD Com a referida suspensão pneumática (que pode ser controlada também a partir da bagageira, para facilitar as operações de cargas e descargas), a altura ao solo varia entre 227 mm e 267 mm (fixa de 238 mm nas versões com suspensão convencional); a passagem a vau é de 450 mm; os ângulos de ataque (23,8°), saída (23,2°) e ventral (21,3°) são interessantes; e o modo Off-road ajusta o funcionamento da mecânica para permitir-lhe ultrapassar dificuldades e obstáculos que só não podem ser mais radicais devido aos pneus de baixo perfil. Dependendo do nível de acabamento, padrão ou opção, o XC90 estabelece características de segurança ativa e passiva que complementam um pacote já abrangente, o que lhe permite reivindicar ser o mais seguro de todos os SUV . As suas grandes portas abrem-nos para um universo de luxo. É a primeira sensação. O painel de instrumentos arrebata, e a utilização de madeiras naturais das florestas da Escandinávia deliciam; define o tom
para um ambiente extremamente acolhedor, despretensioso e zen. O sistema de som Hi-fi Bowers et Wilkins e os seus 19 autofalantes transformam o habitáculo do XC 90 no mais acústico do auditórios. Esta versão D5 está corretamente insonorizada e o som é fabuloso. Único. Os assentos traseiros da segunda fila são independentes, deslizantes de desdobram-se 40/20/40. A terceira fila de assento é bastante acessível devido ao deslizamento da segunda fila de assentos. A boa noticia é que a terceira fila de assentos oferece um elevado nível de conforto e espaço suficiente, desde que não meça mais de 1,70 m de acordo com a Volvo, ou até mesmo 1,76 m de acordo com a nossa experiencia. Nas mordomias da Volvo – sempre bem-vindas – e dependendo do nível de equipamento , os ocupantes desfrutam de ajustes independentes do fluxo do ar-condicionado.
| VOUZELA, A 2,5 KM DA QUINTA DO FONTELO Visita obrigatória. A história do concelho de Vouzela não se pode dissociar da de Lafões, dado que, por motivos geográficos, ambas fazem parte de um todo. As raízes históricas de Vouzela remontam ao séc. XV. Em 13 de maio de 1436 o rei D. Duarte instituiu o concelho de Vouzela ou Lafões, composto por 44 freguesias e 13 coutos. A posição central de Vouzela conferiu-lhe até aos fins do séc. XIX um certo destacamento em relação aos outros concelhos. Atualmente, o concelho de Lafões reparte-se grosso modo por três concelhos: Vouzela, Oliveira de Frades e S. Pedro do Sul. De origem muito remota, como atestam os inúmeros monumentos megalíticos, o concelho de Vouzela é um autêntico manual de história, onde cada canto conta um pouco do passado, do que foi e é o Homem como essência!
| GASTRONOMIA A oferta é muita e só tem que ter uma preocupação: com a linha. Mas um “pecado” destes até Deus perdoa, senão vejamos: a vitela de Lafões, ex-libris da região, os rojões de porco, o cabrito assado no forno, as papas de milho ou o arroz de feijão com pataniscas de bacalhau, sem esquecer a famosa sopa seca de Alcofra. Além disso, não deixe de provar a broa de milho e os vinhos locais e vai ver que só damos bons conselhos. Termine a maratona com os obrigatórios pastéis de Vouzela. Quer mais um conselho? Comece a dieta só depois de passar pela Quinta do Fontelo.
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| QUINTA DO FONTELO Rodeada de vegetação centenária e serenidade, a Quinta do Fontelo é um retiro concebido para o reencontro com a natureza, com extrema qualidade, detalhes e um serviço personalizado. A Quinta do Fontelo fica em pleno vale do rio Vouga, numa Beira Alta rica em história, património, gastronomia e águas termais - a fórmula perfeita para dias inesquecíveis. Uma das principais linhas orientadoras deste projeto é a ecologia. Na Quinta do Fontelo privilegia-se o uso do que é natural, nomeadamente a madeira e a pedra. Capta-se a energia através de painéis solares e a iluminação, interior e exterior, é garantida por lâmpadas de baixo
XC 90 Em conclusão: Este Viking ao tornar-se maior e até mais burguês, pisca o olho, com elegância, às famílias que pretendam uma sólida alternativa aos SUV do país de Angela Merkel. Esta é uma escolha intencional apoiada por uma forte política de segurança, o que é consistente no ADN da marca. E como em tudo na vida, a segurança tem um preço, e aqui está um exemplo. Poucos são os que podem medir forças com os construtores premium germânicos, é um facto. No segmento dos grandes SUV de luxo, o Range Rover é um caso à parte mas o Volvo XC90 tem todas as condições para converter a hierarquia. Na verdade, tem todas as qualidades para enfrentar sem complexos os seus rivais. O único ponto fraco está na oferta do motor: quer a gasolina quer a diesel só tem para oferecer o 4 cilindros., incluindo nas versões mais potentes e caras. Quando se paga 60.000 Euros ou mais (excluindo extras), alguns poderão exigir mais alguns cilindros.
Quinta do Fontelo 3670-151 Vouzela
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N 40.71415, W 8.12358 T. 232 778 097
E. info@quintadofontelo.com www.quintadofontelo.com
consumo. A água da chuva e do riacho que atravessa a propriedade é retida em tanques de pedra e posteriormente utilizada para a rega. Tendo em conta as várias espécies animais e vegetais que habitam o espaço, os responsáveis da Quinta do Fontelo, regem-se pela máxima: “smoke free environment”, (“Fume ambiente puro”, numa tradução livre). A preferência vai tendenciosamente para o que é local: os produtos, os mercados, os fornecedores, as pequenas lojas e, sobretudo, o contacto com as gentes da terra. Porque são elas que dão vida e cuidam, dia após dia, o ambiente e tradições que envolvem a Quinta do Fontelo.
O QUE MAIS GOSTAMOS NO DISCOVERY SPORT: Segurança Guiabilidade Conforto Equipamentos Tecnologia Som O aumento das dimensões Prestações familiares
O QUE MENOS GOSTAMOS: Alguns detalhes de acabamento (cabeças de parafusos à mostra, não era necessário)
| MERCEDES – BENZ GLE 350 D 4MATIC COUPÉ
OS DINOSSAUROS TINHAM RAZÃO! Texto e Fotos: Manolo
Senhora de uma beleza quase celestial, a atriz Bryce Dallas Howard em “Mundo Jurássico” faz o papel de Claire, uma mulher com poder, decisora, por vezes inox, que usa batons vibrantes e consegue fugir de um “Indominus Rex”, o mais sanguinário dos dinossauros, de saltos altos. Uaaau! Além disso, a beldade de cabelos cor de fogo, conduz um Mercedes-Benz GLE (450 AMG Sport) que se desenvencilha muito bem em todo-oterreno, ainda por cima, numa ilha tropical infestada de dinossauros.
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Sai do cinema ainda com o pensamento em 3D e desejoso de ensaiar o dito cujo. Por razões que a razão conhece muito bem, ou seja, por ser jornalista também na área dos automóveis, coube-me o privilégio de ensaiar e expressar a minha humilde opinião acerca do Mercedes- Benz GLE 350 d 4MATIC Coupé. Lindo. Sem dinossauros e sem Bryce Dallas Howard confesso, que estive largos minutos parado, sentado ao volante, sem pressas, apreciar todos os pormenores do habitáculo do GLE Coupé. Passei as mãos pelos distintos materiais, corri o dedo pelo pespontado dos assentos, do tablier e dos forros da porta em pele, senti o toque dos botões e manípulos, respirei o ar próprio do habitáculo de um Mercedes-Benz de quase 120.000,00 Euros (inclui cerca de 14.000,00 de extras) e concluí: sete anos depois da BMW, a Mercedes puxou dos galões e apresentou o seu grande SUV Coupé, e de que maneira!
| O GLE incorpora de série a transmissão integral l 4MATIC. A distribuição de binário traseiro/dianteiro é de 50/50.
Não gostam de admitir. Mas às vezes, os construtores premium inspiram-se no seu pior inimigo para levar adiante um novo modelo: o Audi 7 Sportback “encostou” ao Mercedes CLS, no segmento dos coupés de quatro portas. O BMW Série 2 Active Tourer “encostou” ao Mercedes Class B e, só para dar mais um exemplo, entre muitos, o BMW Série 4 Gran coupé, inspirou-se no Audi A5. Diz-se que no caso do GLE Coupé, a Mercedes usou o mimetismo: janelas bem altas, tejadilho inclinado, teto baixo, aparência imponente seguindo as peugadas do BMW X6, o seu grande adversário. Mas será que foi mesmo assim? Com o novo focinho, o Mercedes GLE não é susceptível de ser confundido com o finado ML. Com o seu contorno lateral fluido, o habitáculo baixo e alongado com um longo arco do tejadilho, as rodas poderosas, a popa suave, grelha do radiador atraente com friso central cromado, um par de óticas alongadas que evocam as do imponente S-Classe Coupé, uma maneira subtil de justificar o nome “coupé” para um SUV de cinco portas, o GLE coupé é o modelo, na minha opinião, que melhor encarna o novo sistema de designação da Mercedes-Benz.
| O GLE Coupé tece um ar de família com o prestigioso Classe S Coupé.
Ao volante do GLE 350 d 4MATIC , conseguimos uma média de 8,5 l/100 km contra a estimativa oficial de 6,9 l/100 km. Mas, verdade seja dita, as estradas secundárias do Alentejo seduzem-nos com mil tentações para aproveitar-mos bem o binário de 620 Nm de 4.9 logo às 1600 rpm para extirpar da terra, sem apelo nem agravo, aqueles 2250 kg, deste peso-pesado cheios de charme, conforto, tecnologia e power. A nova transmissão automática 9G-Tronic cumpre, embora no modo de condução dinâmica continua a mostrar o seu temperamento pacifico. Em estrada aconselhamos a mudar para o modo Sport.
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ALGUMAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS MOTOR:
6 cilindros em V a 90°, injeção. direta common-rail, Biturbo + intercooler, Diesel, 2987 cm3
POTÊNCIA: BINÁRIO: TRANSMISSÃO:
TRAVAGEM: PESO: MALA: DEPÓSITO: VELOCIDADE MÁXIMA: ACELERAÇÃO 0-100 KM/H: EMISSÕES DE CO2:
258 cv/3600 rpm 620 Nm/1600-2400 rpm Integral permanente, cx. Auto 9 velocidades Independente com triângulos sobrepostos à frente; Independente multibraços atrás DV/DV 2250 kg 650-1720 litros 93 litros 226 km/h 7,0s 187 g/km
PREÇO: PREÇO DO CARRO ENSAIADO:
97 350 € 117,707.00 €
EXTRAS:
Teto de abrir panorâmico Suspensão Airmatic Sistema de som Harman/Kardon Linha interior AMG Linha exterior AMG Pack Parking com câmara de 360º Pack de memórias Tablier em pele
SUSPENSÃO:
| O Mercedes GLE Coupé desenvolve 258 cv e oferece um binário de 620 Nm/1600.
| AGRADÁVEL ESTE V6 Inteiramente aprovado, este V6 biturbo de 3,0 litros, sem falhas, de ruído contido, suavidade na cidade, grande capacidade de resposta em estrada; uma força tranquila, de tração integral, que se encaixa perfeitamente na filosofia do GLE Coupé. Com um comprimento de 4900 mm, altura de 1731 mm, largura de 2003 mm e mais de duas toneladas de peso, podemos dizer que o GLE é um “monstro”. Mas, revela uma agilidade surpreendente, bem acima do que o ML nos tinha habituado. As molas e amortecedores também são mais flexíveis, para isolar impactos das eventuais irregularidades do piso. Com a carroçaria mais baixa que o GLE “convencional”, o GLE Coupé define-se por uma estética que não invade o espaço dedicado aos passageiros (4 e 5 cm a menos à frente e na traseira). Os bancos traseiros recusam-se a “embalar” passageiros: espaço suficiente para acomodar adultos, janelas generosas para admirar a paisagem e bastante espaço para as pernas. Podemos compará-lo a um sedan
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classe E. O vidro de trás é pequeno e complica o retrovisor mas rapidamente nos habituamos. Para além do considerado fundamental a este nível, o modelo conta já com jantes de 20”; faróis dianteiros por LED adaptativos com assistente de máximos; suspensão Agility Control; sistema Dynamic Select (permite optar entre os modos de condução Comfort, Sport, Individual e baixa aderência, actuando sobre a direcção, transmissão, caixa de velocidades, resposta do motor e auxiliares de condução); bandos dianteiros desportivos com regulação elétrica; sistema Pre-Safe; assistente de sinais de trânsito; sistema de navegação; volante desportivo multifunções; sistema de controlo de descidas fora de estrada; portão traseiro de operação elétrica; sistema de navegação. E se este SUV faz virar cabeças por onde passa, afinal de contas, os dinossauros “do Mundo Jurássico” tinham razão. A Bryce Dallas Howard fica muito bem ao volante do GLE mas, modéstia à parte, eu também fico. Ah, já me esquecia, que cabeça a minha, não hesitava em votar no GLE 350 d 4 MATIC coupé, como SUV do Ano.
| A suspensão pneumática AIRMATIC, com amortecedores adaptativos, ajustase automaticamente a qualquer tipo de estrada, de carga e situações de condução. O condutor pode optar entre uma condução confortável ou desportiva, o que proporciona uma maior estabilidade e uma sensação de condução ainda mais agradável.
O QUE MAIS GOSTAMOS: A apresentação geral O espaço interior Performances de alto nível Conforto de qualidade superior com a suspensão pneumática Comportamento em estrada irrepreensível Comportamento em todo-o-terreno Consumos controlados Tecnologia e equipamentos
O QUE MENOS GOSTAMOS: Caixa automática em condução mais dinâmica Sistema multimédia continua pouco intuitivo Visão periférica em cidade. Preço (como não podia deixar de ser): o GLE Coupé tem um preço inicial de 59.747,00 €, 13.715,50 € de extras e paga 44.248,50 € de taxas e impostos. Valor total do carro ensaiado: 117.711,00 €.
| Um habitáculo insuperável e uma nova consola central enriquecida com um ecrã maior. Um dos extras de maior luxo é o sistema opcional de ionização do ar interior. Estas medidas têm um efeito refrescante e melhoram a qualidade do ar do habitáculo. As portas, com o seu ângulo de abertura particularmente alto e os bancos em posição elevada, asseguram um acesso bastante mais fácil, com um grande nível de conforto e espaço.
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| ABENTEUR & ALLROAD
“MEU CARO, ISTO É O WOODSTOCK DO 4X4” Num país onde a modalidade lúdica e cultural 4x4 sofre severas restrições, mais por imposição dos famigerados interesses políticos do que, propriamente, pela defesa do ambiente, por mais incongruente que pareça, é palco da maior feira da Europa de 4x4 e afins. Uma contradição? Nem por isso. “Abenteur & Allroad é o bastião das preparações para grandes aventuras, é uma feira de culto. Ao contrário do que se possa pensar um país que impõe regras proibitivas à prática do todo-o-terreno não é um país que defende a natureza, é um país que revela uma hipocrisia
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muito grande na gestão do seu património natural e põe em causa o exercício dos direitos, deveres, liberdade e garantias dos cidadãos. Um homem magro, que em conversa vim a saber ser holandês, com cerca de 55 anos, cabelo curto, porte atlético, vestido com calças e camisa caqui e mochila às costas, ao ver-me maravilhado com o ambiente, disse-me: “ meu caro, isto é o Woodstock do 4x4”. Bad Kissingen, fica no estado da Baviera, a cerca de 150 km de Frankfurt e é, por muito ortodoxo que pareça, é palco anual da maior
feira de 4x4 e afins. Com mais de 200 expositores, onde se incluem os melhores fabricantes e preparadores do mundo, e cerca de 100.000 visitantes em apenas 4 dias, o certame ao ar livre “Abenteur & Allroad” (em tradução livre: Aventura & Todo-o-terreno), é o ponto de encontro de todos os apaixonados 4x4 de longa distância e aventuras em várias geografias e latitudes. Prepare o gps. A feira é uma mostra efervescente de equipamentos, veículos, peças e soluções. De stand em stand, vê-se milhares de adeptos, como formigas, à volta dos carros, dos camiões e
dos stands. O dia está muito bonito, e no ar paira uma atmosfera, diria, de pré-aventura. Para muitos, a aventura começa com a preparação. Concordo. Os olhares vagueiam entre as tendas multicolores e a exposição de veículos todo-o-terreno de todo o tamanho, credo e raça. A tração total, é o mote e domina todos os espíritos que pagaram 15 Euros para entrar. Parece-me justo. E à medida que vamos deambulando pela feira, em modo interessado, enchendo o saco de papéis, recolhendo cartões, indagando sobre produtos, curiosamente, pouco a pouco, chegamos à conclusão que o nosso mundo 4x4 (leia-se: português) é fervoroso, às vezes até de mais e, ao mesmo tempo, tão limitado. O leitor que me perdoe o desabafo. No stand da Seikel, preparador, especialista em tração integral, chamou-nos atenção uma carrinha Volkswagen Caddy “Cruiser” , suspensão levantada e com tração às quatro rodas. Explicam-nos que podem fazer o mesmo com um simples Passat ou qualquer outro modelo da Volkswagen, que podem transformar
utilitários em veículos todo-o-terreno fantásticos, sem perder as suas aptidões quotidianas. E a novidade deste preparador de Freigericht, nos arredores de Frankfurt, é o “Seikel T5 extreme”, uma transformação Off-road “Hardcore” que permite, por exemplo a um VW Caddy, atacar com êxito uma subida de 100% ( inclinação de 45º), garantidamente. A primeira experiencia foi com o sexagenário VW T1, conhecido na Alemanha por “Bulli” e que se notabilizou entre nós como “pão de forma”. E, já agora, se não sabe, fica a saber: a ideia de construir a famosa furgonete Volkswagen “pão de forma”, foi do importador holandês da marca alemã, Ben Pon, que em 1947 desenhou e construiu uma espécie de um minibus muito simples, sobre as rodas de um Volkswagen “carocha”. O primeiro modelo de “pão de forma” foi construído entre 1950 e 1967, seguindo-se outras versões. Agora, mais na moda do que nunca. O espaço da feira compreende mais de 110.000 metros quadrados ladeado por pistas TT de vários níveis de dificuldade, envolvidas
na floresta. Um espaço para experimentar carros novos, pistas para os jipes mais clássicos onde os proprietários podem levar o seu próprio jipe e testar os limites de ambos, com vários obstáculos e graus de dificuldade, e pistas trialeiras para os mais radicais. Os mais radicais não são esquecidos e podem conduzir e testar, em condições extremas, vários veículos preparados para trial à disposição dos visitantes. As condições sine qua non são: ter carta de condução, assinar um termos de responsabilidade e passar imune ao teste rápido de álcool feito no momento. O “deslumbramento” custa 20 Euros por volta. Uma das zonas mais emblemáticas e que causa mais frenesim é a das peças. Tudo o que se possa imaginar em termos de peças, vende-se aqui. Desde peças novas, passando por peças recondicionadas e até às mais usadas. Existem expositores especializados em marcas especificas onde os tifosi da marca se concentram, e seja em que país for, os acérrimos apaixonados de uma marca são iguais, em todo o lado. Quer sejam grandes e loiros, quer sejam mais pequenos e morenos.
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Mas o borburinho das opiniões estendem-se a todos os stands sem descriminações. “A troca de impressões, as comparações, as experiências e até as reclamações fazem parte do ritual. São muito úteis. Muito do que aqui se diz faz parte do nosso relatório de feira. Muitas vezes são a base de novas ideias e a evolução de outras. Estar numa feira também é saber ouvir os visitantes”, quem o diz é o responsável do stand da Steyer.
comboio, como veio acontecer. Por aqui, os comboios são uma “seca”: chegam e partem à hora certa. Mas valeu a pena. Os camiões com base Steyer, do exército austríaco, foram mantidos em “reserva” durante algum tempo. Em determinada altura decidiram “aposenta-los” e levaram-nos a leilão público. A Excap adquiriu alguns e transformou-os em fabulosos camiões de expedição. A maior parte deles nem 100.000 km tinha.
O tempo urge, a nossa visita à Abenteur & Allroad foi por mero acaso. Estava em Frankfurt por outras razões profissionais, onde me desloco com alguma frequência, e dei de caras com o anúncio da feira. Apanhamos um comboio e lá fomos como não podia deixar de ser. Foi uma visita fugaz, esta feira merece mais, mas deu para reconciliar o espírito com a paixão.
A experiencia com GVW 11,5 (com distribuição de carga de 7,5 toneladas) foi inesquecível. 6600 cc. turbocharged motor diesel, 6 cilindros de série, com 180 cv, com direção assistida e sem electrónica a bordo. Tração às quatro rodas permanente e uma engrenagem de redutoras impressionante.
Tínhamos que partir mas antes disso não resisti ao convite de dar uma “voltinha” num camião de expedições (o meu sonho) preparado pela “Excap”, enfim, com o risco de perder o
Consumo entre os 22/24 litros por cada 100 km, com uma velocidade média de 100 km/h, podendo chegar aos 125 km/h de velocidade máxima (com pneus 14.00R20).
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(Na maior par te dos países europeus a velocidade máxima permitida para este tipo de veículos é de 100 km/h), uma cabina enorme e a garantia de peças Steyer sobresselentes, pela MAN, empresa que adquiriu a Steyer. Ao redor do mundo as peças Steyer podem ser encomendadas via MAN. A missão da Excap é transformar estes “velhos” Steyer em carros praticamente novos com intervenções técnicas no chassis e na cabina. Isto inclui o desmantelamento do veiculo, a decapagem, substituição de tubos de ar e de combustível reconstrução da grelha de proteção do radiador, inserção de luzes de projeção H7, substituição de todos os parafusos, anilhas, porcas, arruelas e abraçadeiras. Todas as peças desmontadas são decapadas e galvanizadas. No comboio de regresso a Frankfurt a paisagem que passa por mim, sem a ver, é minha testemunha. Os comboios partem e chegam sempre a horas e aquele camião não me sai da cabeça.
| BILLING RATES 2015
ENCONTRO DE GERAÇÕES Texto: Luis Miguel Almeida Fotos: Luis Miguel Almeida e organização
Começou em 2002, quando não havia ainda internet. Minto, havia internet mas não havia telemóveis. Minto, já havia telemóveis mas não havia tablets. É verdade. A primeira edição daquele que é hoje o maior (há quem diga mesmo ser o melhor) encontro de Land Rover em solo português não ocorreu assim há tanto tempo mas… desde então nunca mais parou de crescer e as 600 viaturas presentes são o espelho disso mesmo. Para os alfacinhas é assim uma espécie de “Marchas de Lisboa” com um só propósito carro alegórico; para os tripeiros é uma
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espécie de antecipação de «S. João»; para os conimbricenses é uma versão light da «Queima das Fitas»; para os minhotos é uma espécie de «Romaria da S.ª da Agonia»; para os poveiros é uma espécie de «mini-S. Pedro»; para os adetos da Land Rover é «Rates Billing» ou melhor «Rates» como lhe chamam os amigos. Ano após ano, a pequena freguesia de Povoa de Varzim transforma-se, transfigura-se, acorda e ganha vida. Perde o título de freguesia e transforma-se em “nação”… pelo menos para todos os que seguem a religião «Land Rover». Quando em 2002 uma centena de aficionados
se juntaram nos terrenos da Escola Agrária de Rates - hoje Rates Park - o espaço era igual ao que era hoje. Um espaço pequeno com uma configuração única - uma enorme meia-lua em relva e outra metade em empedrado a permitir acampamento “selvagem”. Era fundamentalmente isto e pouco mais. Mas o pouco mais fez toda a diferença. É que o pouco mais era a alma do Rates Billing. Não estamos a falar das viaturas – se bem que são elas o ator principal - mas falo das pessoas que até levaram as viaturas; as pessoas que mais do que nutrirem o amor a uma marca única – que o é – se deslocaram e continuam
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a deslocar a Rates não com sentido de adoração desmedida mas porque é lá que se encontram com os amigos – que por acaso até têm viaturas da mesma marca – mas é quase um mero acaso. Rates não é um mero encontro de viaturas da mesma marca; não é uma concentração de viaturas iguais ou parecidas; não é um centro de exposição de venda de acessórios em que o logótipo Land Rover é tónica; não é uma romaria sem sentido nem um ponto de encontro de alguns comerciantes. Rates é e tendo sido desde o primeiro momento, um pretexto de encontro entre adeptos da marca Land Rover e não só. É um encontro de famílias e de amigos que se encontram e desfrutam ao longo do ano e que em Rates se voltam a encontrar para mais uns dias agradáveis. Rates é reservado a viaturas Land Rover mas todos os aficionados da vida
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ao ar livre, os aficionados de aventura de boa disposição são todos bem-vindos. Os Land Rover são uma das marcas mais populares em Portugal. Já o eram com os Serie, reforçaram com o Defender, Range Rover e Discovery e as mais recentes gerações - carregadas de chips e sensores eletrónicos - mantiveram-se entre as mais vendidas a nível nacional. O espírito de Rates tem se mantido inalterável e por isso se compreende que as várias gerações convivam entre si como respeito mútuo. Dizia-me José Carlos Carneiro – um dos mentores do projeto Rates – que Rates é isto mesmo um encontro de gerações entre novos e menos novos, em são convívio puro e simples como o todo-o-terreno deve ser. “Nós – referindo-se a alguns veteranos (e não refiro a viaturas) que lhe faziam companhia andamos no todo-o-terreno há vários anos acompanhamos a evolução do todo-o-terreno
e creio que a Land Rover é uma marca impar que muito contribuiu para esse desenvolvimento. Aqui - em Rates - temos muitos putos novos que antes vinham com os pais no lugar de pendura e que hoje vêm a conduzir porque nutrem este espírito”. Rates é efetivamente um encontro único, pela simplicidade do espaço; pela simplicidade do conceito; pela simplicidade da organização; pela simplicidade das pessoas. Por tudo isto, Rates tem crescido sem crescer. Como diz Daniel Santos - um dos mentores do Rates Billing e se manteve como homem do leme ao longo de todas as edições - “não queremos crescer mais do que isto. Rates Billing é isto mesmo. É este ambiente familiar que queremos manter. Temos crescido em número de presenças que nos obrigou a esticar o espaço de campismo mas no essencial o centro de Rates têm-se mantido porque queremos que se mantenha o carisma inicial”.
| ROAD-BOOK PINHEL, CIDADE FALCÃO
DE DISCOVERY SPORT EM PINHEL, CIDADE FALCÃO Pinhel está apostado em dar a conhecer a sua região e atrair investimentos e pessoas para o concelho. Pinhel está apostado em dar a conhecer a sua região e atrair investimentos e pessoas para o concelho. Paira no ar o perfume da dinamização expelido por fazedores de futuro com ações concertadas e inseridas em estratégias devidamente pensadas e planeadas. Por outro lado, com a panóplia de SUV que chega ao mercado, a Land Rover tem que trabalhar muito para manter o seu status de ícone. A concorrência é mais dura do que dantes e obriga os ingleses a trabalhar duro para não perderem mercado o que, aliás, diga-se de passagem,
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não se verifica, muito antes pelo contrário, a marca inglesa está em todos os Top e a tendência é para continuar. Perante estes dois casos de sucesso: a compatibilidade da Land Rover com a natureza e o valor que dá à proteção do meio ambiente e a preocupação de Pinhel em proteger o seu vasto e rico património natural, a revista 4x4 rumou a Pinhel, Cidade Falcão, naturalmente, aos comandos do Land Rover Discovery Sport.
No local onde se ergue o Castelo de Pinhel existia, desde a época pré-romana, um recinto fortificado. Com D. Afonso Henriques esta área assumiu um papel de destaque na reconquista cristã, papel reconhecido e sublinhado por D. Sancho I, em 1189, com a atribuição de carta de foral a Pinhel, à qual se seguiu a construção do castelo.
| DISCOVERY SPORT Quando na primavera de 2008 o gigante indiano Tata adquiriu a Jaguar e a Land Rover, nunca pensamos que alguns anos mais tarde, essas duas lendas britânicas em declínio, trariam ao mercado modelos como o Jaguar XF, XJ, F-Type e XE e um novo trio Land Rover (Evoque, Range Rover e Range Rover Sport), numa mistura de inovação e tradição, típico do espírito britânico. Com a renovação do Discovery e quem sabe, talvez um dia, do anti-diluviano Defender, é no coração da gama que a Land Rover trabalha, afincadamente, hoje em dia. Apesar da boa reputação entre clientes resolveu parar com a nomenclatura Freelander em favor do Discovery Sport, reorganizando o portfólio em três eixos principais: Defender para a aventura, Range Rover para o luxo e Discovery para a versatilidade ou polivalência.
| PINHEL CIDADE FALCÃO Iniciamos a nossa visita pelo ponto mais altivo da cidade: o castelo. Outrora baluarte imprescindível na defesa do território, o castelo de Pinhel é um guardião da história, de façanhas heroicas e gloriosas batalhas.
Construído a uma cota de cerca de 650 metros de altitude, destaca-se na paisagem, controlando uma vasta área de visibilidade, e faz parte da história, cultura e identidade do território português. Mantém na sua praça de armas as duas bela torres defensivas, Menagem e Prisão, em excelente estado de conservação e com os interiores remodelados com muito bom gosto, frequentemente utilizado para exposições e outros eventos culturais. Calcorrear a zona histórica de Pinhel, é ir ao encontro da história. Cruzar-se com ela ao dobrar da esquina, segui-la nas calçadas empedradas, revê-la na arquitetura que vai da traça medieval aos solares setecentistas e oitocentistas que preservam a história e a entidade do povo pinhelense. A cidade Falcão é conhecida como a “cidade com mais solares por metro quadrado”. O velho truque para conhecer bem Pinhel é, antes de tudo, dirigir-se ao Posto de Turismo onde, aliás, fomos recebidos de forma muito simpática. Depois da visita à Câmara Municipal de Pinhel onde também fomos muito bem recebidos por Rui Ventura, Presidente da autarquia, visitamos a novíssima Casa da Cultural onde está instalado o museu dedicado ao pintor José Manuel Soares. 4x4 49
Mestre Soares como era mais conhecido, entre outras coisa, é o autor das ilustrações sobre batalhas de Portugal que há uns anos surgiam nos livros de História. A Casa da Cultura adaptada ao antigo Paço Episcopal de Pinhel, edificado em 1783, ainda recebe uma biblioteca e o museu municipal.
| ROAD-BOOK TURÍSTICO “Um território histórico de defesa e proteção, um refúgio da natureza..., uma cultura comum." O concelho de Pinhel é caracterizado por paisagens bucólicas, pequenas
colinas, e planaltos recortados por cursos de água, de onde se destaca o Rio Côa. A arquitetura tipicamente beirã das aldeias e a boa gastronomia convidam a uma estadia mais prolongada de modo a descobrir a paisagem rural , onde predomina uma grande mancha de vinha da qual se extrai o afamado vinho de Pinhel. Sugerimos que passe primeiro pelo Posto de Turismo de Pinhel, que fica na Rua de Santa Maria, na antiga capela com o mesmo nome. Informe-se sobre a vasta oferta gastronómica, alojamentos, localização de pontos de interesse históricos, culturais e outros. Depois, a pé, visite a cidade e em seguida parta à descoberta seguindo a sinalética do nosso Road-book turístico.
Nota 1 metros: 0 Rotunda do Tribunal de Pinhel em direção às Escolas.
Nota 2 metros: 600 Direção das Escola Secundárias.
Nota 3 metros: 900 Rotunda decorada com colunas em pedra.
Nota 1
| DISCOVERY SPORT. IMPERTURBÁVEL NA ESTRADA Na estrada o Discovery Sport é soberano. Muito preciso e desprovido de movimentos corporais parasitários, desliza silenciosamente e exibe uma excelente estabilidade em todas as circunstâncias. O conforto é igualmente um dos seus pontos fortes com uma boa filtragem do ar e uma excelente insonorização face ao barulho do vento ou do motor que se faz ouvir bem em altos regimes.
Nota 4 metros: 1.100 Segue à esquerda em frente à Quinta da Torre.
Nota 4
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Nota 5 metros: 1900 Na rua Cidade de Castelo Branco, vira à direita, em frente ao nº 42
Nota 6
Nota 6 metros: 3.500 Ponto Explora. Entre pedras.
Nota 7 metros: 4.400 Para Bogalhal Velho. À direita entra em terra.
Um exemplo é a aldeia medieval abandonada de Santa Maria de Porto de Vide, vulgarmente conhecido por Bogalhal Velho. É um sítio solene de imensa beleza paisagística.
Nota 7
Existem locais belíssimos em Portugal e completamente alheados dos roteiros turísticos, estão perdidos algures na bruma dos tempos e caíram no esquecimento. É o caso deste cenário grandiloquente de Bogalhal Velho.
Ao chegar deparamo-nos com as ruínas poéticas de uma povoação, que teve alguma importância medieval, rodeada de matagal, no centro, encontra o esqueleto gótico da igreja (típico dos templos medievais na região), vestígios de habitações e muros. O resto da descoberta é por sua conta.
| MENOS DE 4,6 METROS Nota 8
Se o estilo do Discovery Sport contrasta fortemente, por exemplo, com o Freelander, a sua semelhante ao Evoque é evidente (tem a mesma base) o que não deixa de ser uma escolha curiosa da Land Rover mesmo que lhe confira um incontestado sex-appeal. Com menos de 4,6 m, o Discovery Sport é um pouco mais compacto que um BMW X3 por exemplo, mesmo com mais dois assentos.
| HABITÁCULO PARA 5... O Discovery Sport, realmente, propõe 7 lugares em opção. Mas sinceramente, investir o seu dinheiro nesta terceira fila opcional porque as criancinhas acham muita piada, sabe a pouco, quando na verdade não consegue lá meter um ser humano de estatura normal. Os outros cinco lugares são extremamente confortáveis, o banco traseiro é deslizante, o que faz variar o volume da mal entre os 689 e os 479 litros. Uma bela herança.
Nota 8 metros: 6.100 Ponto Explora. Estacione e descubra Bogalhal Velho. Nota 9 metros: 6.100 Volta pelo mesmo caminho.
Nota 10 metros: 7.800 Entra em Asfalto à Direita.
Nota 11 metros: 9.300 Entra no Bogalhal.
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Nota 12 metros: 9.400
Ponto Explora. Estacione e visite Bogalhal. Conheça um pouco da ruralidade beirã. A Igreja Matriz do Bogalhal, situa-se no Largo da Igreja, é de estilo românico e tem a torre sineira colocada na fachada. Também deverá visitar o lagar da aldeia.
Nota 13 metros: 9.400 No Bogalhal desce à direita pela rua do Cemitério.
Nota 14 metros: 9.600 Segue Pista Principal (P.P.).
Nota 15 metros: 9.900 Nota 12
Nota 16 metros: 10.200
Nota 17 metros: 12.200 Chega ao casario e vira à esquerda.
Nota 18 metros: 12.300 Continua à esquerda.
Nota 19 metros: 14.000 Segue P.P.
Nota 20 metros: 14.100 Segue P.P.
Nota 21 metros: 14.600 Segue P.P.
Nota 22 metros: 15.700 Segue P.P. Desfrute!
Nota 23 metros: 16.300 Entra em asfalto à direita. Nota 17
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| ATENÇÃO: COLOQUE OS KM A ZERO. Hora do almoço: optamos pelo “O Petisco”, restaurante de ambiente informal, que fica nas imediações de Pinhel, situado na Quinta da Cheinha. É verdade que fica a cerca de 15 km deste ponto, mas foi-nos recomendado e não nos arrependemos de termos feito o vai-e-vem. O restaurante tem um excelente cardápio e uma prestigiada carta de vinhos, com destaque para os vinhos da região. Meu deus, as costeletas
de cabrito estavam divinais. Se pretende fazer o mesmo que nós na Nota 23, em vez de virar à direita, vire à esquerda na direção de Pinhel. Para chegar até ao restaurante, siga a direção da Zona industrial de Pinhel, e em seguida a direção para Valbom e logo encontrará o restaurante “O Petisco“, com parque de estacionamento.
Nota 24 metros: 400 Sai do asfalto à direita.
Nota 25 metros: 1000 Segue P.P.
Nota 26 metros: 1.100 Entra em asfalto à direita.
Nota 27 metros: 1.700 Entra em terra à esquerda. Ao lado direito encontra a aldeia de Azevo.
Nota 28 metros: 2.100 Segue P.P.
Nota 29 metros: 2.700 Segue P.P.
Nota 28
| ACERCA DO MOTOR A versão ensaiada é a 2.2 L (2.179c.c.) TD4 Diesel de 150 cv (existe uma versão com 180 cv) Velocidade máxima: 180 Km/h Binário máximo: 400 Nm Um motor da casa (Jaguar – Land Rover) simpático, com alguma elasticidade mas pecador em termos de consumo. Apesar de uma
condução souplesse (dentro de todos os limites e em modo Eco) não conseguimos baixar do 8,5/9 litros, por cada 100 km. O nosso modelo estava equipado com a caixa automática de 9 velocidades e, sinceramente, não acrescenta muito em relação a modelos com menor número de velocidades. Se na teoria as vantagens são muitas, na prática não se sentem. Esta caixa de velocidades faz-me lembrar a célebre frase de Voltaire “ O perfeito é inimigo do bom”.
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Nota 30 metros: 3.000 Segue P.P.
Nota 31 metros: 3.400 Segue P.P.
Nota 32 metros: 3.700 Entra no leito do ribeiro do Porquinho, que desagua no rio Massueime, um dos rios de Portugal, e que por sua vez é uma afluente do Côa e subafluente do Douro.
Nota 33 metros: 4.200 Segue P.P.
Nota 34 metros: 4.400 Segue à direita.
Nota 35 metros: 4.700
Nota 35
| 4 RODAS MOTRIZES Fiel à reputação Land Rover, o “nosso” Discovery Sport oferece AWD e o famoso “Terrain Response” que muda os parâmetros do veiculo, em função do tipo de superfície que encontra debaixo das rodas. Embora seja Land Rover, este Discovery, não está à altura das nossas expectativas. Passa bem a vau 60 cm de água e é, sem dúvida, mais eficiente que
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os seus concorrentes, mas a ausência de redutoras e os seus tímidos ângulos não me fazem esquecer o meu “velho” Discovery 300. Não lhe chamem Freelander ou Evoque mas esqueçam o “velho” Discovery de roda na porta traseira.
Nota 36 metros: 5.300 STOP segue em direção a Vieiro.
Nota 37 metros: 6.300 Entra em terra à esquerda.
Nota 38 metros: 6.600
Nota 39 metros: 7.700 Segue P.P.
Nota 40 metros: 8.000 Converge à direita por P.P.
Nota 41 metros: 8.400 Segue P.P.
Nota 42 metros: 9.600 Entra em asfalto à esquerda.
Nota 44
Nota 43 metros: 11.000 Converge à esquerda na direção de Stª Eufémia. Nota 44 metros: 11.800 Os habitantes de Santa Eufémia denominam-se de Samarras e têm uma curiosa devoção por Nossa Senhora das Fontes – culto muito raro em Portugal. Nas tardes de Verão, são muitos os que se deslocam até à Ermida da Senhora das Fontes aproveitando a acolhedora e magnífica paisagem que a Natureza oferece. Fazem-se piqueniques à sombra de árvores milenares, prova-se a água fresca e saborosa da fonte ali situada. Reza a lenda que quem por ali passar e provar daquela água, casará em Santa Eufémia. Na foto, a Igreja de Santa Eufémia – Casa Episcopal.
Nota 45 metros: 12.200 Entra em asfalto na direção de Pinhel.
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Nota 46 metros: 13.100 Estacione e visite a Ermida. ERMIDA SENHORA DAS FONTES É dos mais notáveis de Portugal e o primeiro da província.
Nota 47 metros: 000 Atenção: Coloque os KM a zero. Volte pelo mesmo caminho no asfalto.
Nota 48 metros: 400 Sai do asfalto junto a campo de futebol.
Nota 49 metros: 1600 Segue P.P.
Nota 50 metros: 2000 Segue P.P. Nota 49
Nota 51 metros: 2.100 Segue P.P. à esquerda.
Nota 52 metros: 3.100 Segue P.P.
Nota 53 metros: 4.500 Segue P.P.
Nota 53
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| TRANSMISSÃO E SUSPENSÃO Caixa automática de 9 velocidades Controlo de Estabilidade Dinâmica (DSC) Controlo de Descida de Declives (HDC) Controlo de Estabilidade com Atrelado Controlo de Estabilidade da Inclinação (RSC) Controlo Electrónico de Tração (ETC) Direção Assistida Elétrica (EPAS) Sistema de Travagem Anti-bloqueio de última geração (ABS) Suspensão – Dianteira: McPherson; Traseira: molas helicoidais integradas. Tecnologia Stop/Start inteligente Terrain Response (incluindo modo Eco)
Nota 54 metros: 5.300 Segue entre muros.
Nota 55 metros: 5.900 Segue P.P.
Nota 56 metros: 6.000 Segue entre muros. Está na zona da Serra de Santa Eufémia.
Nota 57 metros: 6.200 Converge para a direita.
Nota 58 metros: 6.800 Entra em asfalto à esquerda.
Nota 59 metros: 7.100 Segue empedrado (Rua da Ameixoeira).
Nota 60 metros: 7.300 Cruza asfalto. Está em Pala. Atualmente, Pala é uma das maiores aldeias do concelho de Pinhel e uma das mais importantes do mesmo. A atividade económica mais relevante da aldeia, centra-se na agricultura, nomeadamente na produção vinícola. A sua elevada produção neste campo, faz desta terra, uma das maiores produtoras de vinho do concelho de Pinhel, levando a que a mesma tenha sido até rotulada de "Pala Capital da Vinha".
Nota 61 metros: 7.400 Largo das Almas. Sobe à direita (Portão vermelho com as iniciais A.L.).
Nota 62 metros: 7.700 À direita (caixas do correio).
Nota 63 metros: 7.900 À esquerda para rua da Arrifana.
Nota 64 metros: 8.000 Entra em terra e vira à direita.
Nota 65 metros: 8.200 Segue P.P.
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Nota 60
| MULTIMÉDIA O nível multimédia começa a ser pedra de toque nos veículos da marca britânica. Se, ainda não há muito tempo atrás a Land Rover estava longe da Audi, BMW ou Mercedes, hoje, a sua tecnologia é bem mais intuitiva e está ao nível dos melhores “tenores”. A partir de um ecrã táctil possibilita muitas possibilidades, podendo ser o espelho de certas aplicações do seu smartphone.
Nota 66 metros: 9.100 Converge para a direita.
No equipamento de série, inclui-se: Bluetooth com streaming de áudio, centro de informações com ecrã TFT a cores de 5”, ecrã táctil a cores de 8” de informação e entretenimento, sistema de navegação SD e sistema de som Land Rover; rádio, MP3, 10 altifalantes + subwoofer 250W.
Nota 68 metros: 9.600 Ponto Explora. Descubra a pedra sofá.
Nota 67 metros: 9.300 Segue P.P.
Nota 68
| António Mendonça e Paulo Dias, foram imprescindíveis na marcação deste Road-book. Muito obrigado.
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Nota 69 metros: 10.000 Segue P.P.
Nota 70 metros: 10.400 Converge à esquerda.
Nota 71 metros: 10.800 Segue P.P. à esquerda.
Nota 72 metros: 11.200 Entra em asfalto à direita. Está a chegar a Souropires.
Nota 73 metros: 11.500 No chafariz à esquerda.
Nota 74 metros: 11.700 Segue empedrado em frente.
Nota 73
| PREÇOS A gama Discovery Sport está disponível a partir de 48.112,00 Euros, no entanto o “nosso” Discovery Sport tem como base o P.V.P (preço venda ao público) de 68.430,00 devido aos extras num lista de cerca de 20 itens onde consta: Sensor de reconhecimento de sinais de trânsito, sistema d e câmaras surround, navega ção (inclui disc o rígido com capacidade para gravar 10 CD , leitor de DVD e controlo por voz), tejadilho panorâmico, jantes em liga leve de 19 polegadas e nove raios “Style 902”, bancos em couro Windsor e Ivory, vidros fumados “Privacy”, acesso sem chave, entre outras mordomias.
Nota 75 metros: 11.900 A Casa de Távora foi uma das mais ilustres Casas nobiliárquicas portuguesas. Estudos apontam que a fundação da aldeia de Soutopires tem a ver com a expansão beirã da família Távora. Aqui pode ver um belo solar senhorial, classificado como imóvel de interesse público – em estado de abandono - construído no fim do século XV, e que representa um dos mais importantes exemplares de um solar senhorial em Portugal. Nota 75
Igreja do lado direito. Convergir à esquerda junto ao chafariz.
Nota 76 metros: 12.100 Segue em frente. Deixa capela à esquerda.
Nota 77 metros: 12.800 Entra em terra à direita. Deixa capela à esquerda.
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Nota 78
Nota 78 metros: 12.800 Ponte Romana. Testemunho da influencia romana na região. Também pode passar a vau pelo lado direito da ponte. Antes de o fazer, avalie a situação.
| CONCLUSÃO: O Discovery Sport que na nossa opinião tem mais de familiar do que Sport, é um sucesso sagrado para a Land Rover, é um facto. A ver pelo número das primeiras vendas o fabricante acertou na muche. Além disso, é dificil para nós considerá-lo um substituto seja do que for tanta é a diferença de prestações e de...preços! Na nossa opinião, está criado um “buraco” no acesso à gama Land Rover.
Nota 79
Nota 79 metros: 13.900 Segue P.P.
Nota 80 metros: 14.600
Nota 81 metros: 15.200 Converge ao lado direito.
Nota 82 metros: 15.600 Segue P.P. à direita.
Nota 83 metros: 17.000
| FIM DO PERCURSO. Entra em asfalto à direita em direção a Pinhel. Depois deste percurso que, seguramente, foi do seu agrado, não saia daqui sem saber porque Pinhel é cidade falcão: Vivia-se o ano de 1385 em que D João I é aclamado rei nas cortes de Coimbra, tornando-se o primeiro Rei de Portugal da dinastia de Avis. Alguns dias depois dá-se a célebre Batalha de Aljubarrota em que as tropas portuguesas comandadas por D. João I vencem o exército castelhano. Quando estes batiam em retirada os corajosos pinhelenses capturaram o falcão de estimação do Rei de Castela. Um gesto que mereceu farto elogio do monarca português que descreveu a cidade de Pinhel como “Pinhel Falcão, Guarda-Mor de Portugal”. Desde então o brasão inclui um falcão e é atual imagem de marca da região.
O QUE MAIS GOSTAMOS NO DISCOVERY SPORT: Habitabilidade para 5 Conforto Acabamentos Tecnologia Mala (continua a ser enorme) Guiabilidade Presença Equipamento
O QUE MENOS GOSTAMOS: Preço Terceira fila de bancos Comportamento limitado em todo terreno (para um Land Rover) Consumo 4x4 59
Para jantar, optamos pelo Restaurante Falcão, na Avenida Carneiro Gusmão, 25, em Pinhel. Ambiente agradável, boa apresentação, atendimento simpático, comida caseira e preços acessíveis.
nova de carvalho francês seis a oito meses e só é comercializado no final do segundo ano de idade) que nos surpreende pelo seu equilíbrio e frescura.
Por sugestão do proprietário optamos por beber um “7 Capelas Tinto”, um excelente vinho da Casa Baraças (baracaswine.com). Um vinho produzido com uvas da casta Touriga Nacional “casada” com uma pequena percentagem de Tinta Roriz. É um vinho de cor rubi, com uma aroma frutado com madeira ligeiramente saliente (estagia em madeira
Para pernoitar escolhemos a “Quinta das Pias”, uma quinta de agricultura biológica familiar que foi totalmente remodelada. A origem do nome da quinta vem das mais de cem pias de pedra que se encontram no seu espaço, que vão desde a pia batismal, até às pias onde comiam os animais.
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| CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4X4 - PENAFIEL
| Tabô Team.
POSTOS À PROVA Texto: Luis Miguel Almeida Fotos: www.fotoslente.com
A quarta ronda do Nacional de Trial 4x4 revelou demolidora para as equipas. Uma ronda exigente, com muitos obstáculos naturais, e com temperaturas elevadas que obrigou a um enorme esforço por parte das equipas.
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Tiveram que suar as estopinhas as equipas presentes na 4.ª prova do Campeonato Nacional de Trial 4x4. Em Penafiel, o clube Pena Trilhos manteve a tónica da organização em promover eventos “duros” e apresentou obstáculos dignos de uma prova de Trial 4x4 “à antiga”. Num dia marcado pelas temperaturas altas as muitas equipas presentes não tiveram tarefa fácil. Ao longo de um percurso com cerca de 2000 metros de extensão, as dificuldades foram imensas com particular destaque para as zonas
de lama que se revelaram um verdadeiro martírio para as equipas presentes. Na classe Absoluto, a Tabô Team – campeã em título – voltou a apresentar-se na máxima força dominando a prova do início a fim o que lhes permitiu reforçar a posição de líder rumo à revalidação do título. Em quatro provas, a dupla Flávio Gomes e Rui Carvalho conta já com três triunfos quando faltam apenas duas provas para o final. Na segunda posição, uma surpresa. A Land
Rover Teles 1, com, Ricardo Teles e Ricardo Rocha não começou da melhor forma com um ritmo mais moderado mas na ultima hora encetou um ataque que só não chegou para bater a Tabô Team. A completar o pódio terminou a Preparações Badinho 4x4. Pedro Costa e Bruno Silva começaram bem mas problemas elétricos obrigaram as paragens longas impedindo-os de lutar pela vitória. Na classe XL, uma das interessantes de acompanhar a luta pela vitória foi intensa com a Mister Reboques e a Ladricolor/STS/ Euro4x4parts a alternarem no comando. Rui Querido, navegador por Ivo Mendes, por parte da Ladricolor/STS/Euro4x4parts adotaram uma toada atacante e nem mesmo os problemas mecânicos sofridos, ao nível do sistema de direção, os impediram de alcançar um importante triunfo para as contas do campeonato. Um resultado que lhes permite ascender à segunda posição do campeonato. António Henriques e Marcelo Lopes, da Mister Reboques, também estiveram envolvidos na luta pela vitória vindo a contentar-se com o segundo posto. A completar o pódio em Penafiel, estiveram José Sobral (em substituição de Carlos Rodrigues) e Miguel Costa. A dupla da Valvolinas/XS5/Leirilumen terminou próximo dos antecessores e mantém a liderança no campeonato agora com seis pontos para a Ladricolor/STS/Euro4x4parts e com 11 pontos para a Mister Reboques. | Land Rover Teles I.
Já o campeão em titulo, Luís Jorge – agora a defender as cores da peçaslandrover.com -, navegado por Tiago Santos, não foi além da quarta posição ocupando igual posição no campeonato. Na classe Promoção, a dupla Rui Policarpo e Ricardo Barreira – que não tinham participado na prova de Chaves – voltaram os triunfos, dominando do inicio e fim e terminando com 5 voltas de vantagem sobre os segundos classificados. A dupla Canelas Pneus, de António Silva e Luis Bacelo, teve que lidar com problemas ao nível do sistema de combustível, vindo a atrasar-me irremediavelmente, mantendo, ainda assim a liderança no campeonato. A Mister Reboques 2, de Hugo Tenreiro e André Lopes num renovado UMM, não tiveram prova fácil vindo a completar o pódio mas já afastados dos restantes participantes. | Preparações Badinho 4x4.
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| XL Ladricolor.
A prova penafidelense contou ainda com maior adesão na classe Super-Proto. A correr em casa, Emanuel Costa e Nuno Araújo voltaram a alinhar no campeonato nacional de trial 4x4 e demonstraram porque são uma das figuras nacionais da modalidade ao garantir a vitória com tranquilidade. De regresso ao nacional de trial 4x4 esteve ainda a Paleta, de Jorge Silva
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e de Tiago Soares que garantiram o segundo posto. O degrau mais baixo do pódio terminou a Pizzaria Refúgio com a dupla Ricardo e Paulo Lourenço, eles que asseguraram já a conquista do título nacional da classe. A prova contou ainda, a titulo excepcional, com uma classe extra. Em Penafiel correu-se
ainda o Troféu Nortenha – casa penafidelense dedicada ao comercio de pneus novos e recauchutados – que contou com boa adesão. A Tuff4x4, de Diogo Barros e José Paulo saiu vencedora seguida pela Jipar/Autodiesel 4x4, de Nelson Sousa e Miguel Tadeu e pela dupla Bruno Teles e António Fonseca da Land Rover do Teles II.
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| CAMPEONATO REGIONAL TRIAL E RESISTÊNCIA DA MADEIRA
UMA PÉROLA DE TRIAL Texto: Paulo Marques Fotos: Lídia Silva
| 100TTerra, campeões da classe Extreme.
Numa organização do Núcleo de 4x4 do Clube Desportivo e cultural do Porto Moniz, teve lugar na célebre pista dos Lamaceiros, no concelho de Porto Moniz, a terceira e última prova do Campeonato Regional Trial e Resistência 2015. A multidão entusiástica que se deslocou até à costa norte deu o seu tempo por bem gasto, dado que os participantes corresponderam de forma superior proporcionando um grande espetáculo de trial. O “pontapé de saída” foi dados com as habituais verificações técnicas e documentais na Frente Mar da Vila de Porto Moniz, tendo como cenário de fundo as belíssimas piscinas naturais. Após as verificações, o pelotão subiu em caravana até à pista dos Lamaceiros, para então dar inicio ao prólogo, um importante componente de cada etapa do
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campeonato, pois em causa estava o ponto extra que é obtido às equipas que conseguem o tempo mais rápido de volta, em cada classe. Na classe Promoção a equipa mais veloz foi a “Vulcanizadora 25 de Abril” que com o seu Mitsubishi Pajero bateu a concorrência e amealharam o precioso ponto para a classificação geral. Na classe “Extreme” a equipa mais rápida foi a “100TTerra” ,em Nissan Patrol, adicionando igualmente mais um ponto extra para a sua contabilidade. Nota para o facto que o prólogo terminou pela noite dentro, o que o tornou ainda mais dificil e, ao mesmo tempo, mais espetacular.
| Madventure 4x4.
Miguel Fernandes que cumpriram 27 voltas, como acabaram por perder a segunda posição para os estreantes “Team Fora de Estrada”, com Luis Filipe/Cristiano Silva aos comandos do Toyota BJ40 que completaram a duas horas, com 23 voltas. Na quarta posição classificou-se a briosa “Auto Jeitinho”, de Alexandre Santos/Luís Barreto, também em Toyota BJ40, com 10 voltas, depois de um inicio muito turbulento. O azarado do dia na classe “Promoção” foi a dupla Nuno Berenguer/ Filipe Marques, com as cores da “Vulcanizadora 25 de abril”, que arrancaram no lote dos favoritos, mas com apenas algumas centenas de metros percorridos, se desvaneceu. Um avaria irreparável em tempo de prova, obrigou à desistência , deitando por terra as suas aspirações em renovar o titulo obtido na edição de 2014, do “CRTR”. Após as três provas, Márcio Corte/Miguel Fernandes, da “Relaxa que Encaixa” sagraram-se Campeões Regionais da Classe Promoção de Trail e Resistência com 28 pontos, seguidos da “Magno Car Service /100 TTerra”, com 22 pontos e “Vulcanizadora 25 de abril” com 18 pontos, que ocuparam a segunda e terceira posição do pódio, respetivamente. Classificaram-se ainda nesta classe as seguintes equipas: “Auto Jeitinho” com 10 pontos; “Team Fora de Estrada”, com 8 pontos e a “Team Carxop”, com 7 pontos.
| Magno Car Service.
Na classe "Extreme", a equipa “100TTerra”, de Diogo Sousa/Paulo Sousa, em Nissan Patrol imprimiram um ritmo eficaz na transposição dos obstáculos, não permitindo qualquer veleidade à concorrência,
| ASH Team. | Auto Prestigio.
No domingo, aconteceu o momento mais esperado por todos os aficionados que se deslocaram ao Porto Moniz: a prova de 2 horas de Trail Resistência. Ao longo da prova existiram algumas secções da pista que eram comuns às duas classes, e outras que eram exclusivas de cada classe, diferenciando-se entre si, principalmente, pela dureza e dificuldades em transpor os obstáculos. Nesta prova houve um condimento extra, a chuva, que caiu intensamente na noite anterior o que veio aumentar o grau de dificuldades para todas as equipas. Na classe “Promoção”, com três candidatos ao titulo separados apenas por 2 pontos, a liderança esteve do principio ao fim nas mãos da equipa “Relaxa que Encaixa”, da dupla Márcio/Corte em UMM Alter, ainda que ao longo da primeira hora a “Magno Car Service /100TTerra”, de Duarte Gomes/Henrique Maciel, em Nissan Patrol, andasse muito perto do lider. Mas, um imponderável mecânico fê-los ficar pelas 10 voltas. Não só entregou de bandeja a vitória à dupla Márcio Corte/
| Auto Jeitinho.
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| Team fora de Estrada.
| Prato e Prego.
conseguindo completar 15 voltas á pista. Dominou as 2 horas com larga vantagem sobre o segundo classificado, a “Madventure 4x4” de Rui Freitas/Hélder Castanho em Suzuki Proto V6, que participaram pela primeira vez nesta edição de 2015 do CRTR e concluíram 9 voltas. A “Prato Prego” de Carlos Costa/Roberto Flor estrearam um Toyota LJ70 e conseguiram o seu objetivo de pontuar nesta última jornada, totalizando 5 voltas ao circuito. Na quarta posição classificou-se a “Auto Prestigio” de Armando Jardim/Miguel Ângelo, em Toyota BJ73, que após alguns problemas mecânicos conseguiu regressar à pista e finalizar com 3 voltas. Finalmente, uma palavra para a “ASH Team” de Adriano Santos/Elsa Henriques. Após percorridos escassos 100 metros, tiveram um problema no seu Toyota BJ 40 e ficaram parados durante quase a totalidade da prova a tentar solucionar o problema. Só já muito perto do final, conseguiram regressar à pista, passando pela meta 30 segundos depois da hora limite, o que segundo reza o regulamento não valida uma volta. Fica, no entanto, o registo do esforço titânico, deste casal.
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| “Relaxa que Encaixa”, campeões da classe Promoção.
Feitas as continhas todas, a dupla Diogo Sousa/ Paulo Sousa amealhou 25 pontos e conseguiu repetir a proza alcançada na época de 2014 sagrando-se, assim, bicampeões regionais da classe “Extreme” de Trial e Resistência da Madeira 2015. “Prato Prego” com 14 pontos e “Madventure 4x4”, com 8 pontos, ocuparam o segundo e terceiro lugar do pódio, respetivamente. O quarto lugar pertence a “Auto Prestigio” com 6 pontos e a fechar o TOP 5, a “ASH Team” , com 4 pontos. Atribuídos os títulos e fechada a época de 2015 do “Campeonato Regional Trial e Resistência da Madeira”, antevê-se, desde já, uma época de 2016 ainda mais competitiva. Soubemos junto da organização, que estão previstas inovações e também já existem novidades anunciadas a nível do parque automóvel, o que deixa os amantes desta espetacular vertente do todo-o-terreno com grandes expectativas quanto ao futuro da modalidade, na Pérola do Atlântico.
| SUBSTANTIVO FEMININO
UMA MULHER CHAMADA ELSA Entrevista: Paulo Marques Fotos: MP Photografia, Nuno Freitas, Lídia Silva e Vítor Freitas Photography.
Casada, dona de casa, mãe de dois filhos, empresária, conselheira técnica em redes de gás, dirige conjuntamente com o marido uma empresa de distribuição de gás, mulher a tempo inteiro com todas as vicissitudes e compensações daí resultantes. É natural da Ilha da Madeira, onde vive, gosta de se manter em forma e é navegadora do marido em provas de trial. Chama-se Elsa Henriques e reflete na perfeição o espírito de família, no todo-o-terreno, ou vice-versa. Quem é a elsa fora das pistas? A Elsa é casada com o Adriano e tem dois filhos. Possuo, justamente com o meu marido, uma empresa de distribuição de gás, da qual sou conselheira de segurança. Também pratico culturismo com o Adriano sendo por isso que tenho o hábito dizer que trabalhamos juntos e vivemos juntos.
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Como é que tudo começou? Tudo começou há 10 anos e a minha estreia foi num passeio TT em que estava grávida de 5 meses da minha filha. Curiosamente, nesse dia tombamos 2 vezes para o lado e, em vez de ficar nervosa, fiquei muito entusiasmada e o todo-o-terreno entranhou-se em mim até aos dias de hoje. E tanto assim que 3
meses depois da minha filha nascer já estava novamente a bordo de um 4x4, pelas lindíssimas serras da Madeira. Como é que a família e os amigos reagiram? Toda a família reagiu bem e apoiou-me, e o Adriano obviamente não fugiu à regra, pois sempre partilhamos dos mesmos gostos pela
| O casal com os filhos. A Maria e o Rodrigo.
aventura. Os amigos foram incríveis no apoio e visto que eu e o meu marido temos todos os nossos amigos em comum, o apoio tornou-se ainda mais fervoroso. O que a levou a participar no tt de competição, dado que se trata de uma vertente que na madeira é praticada “100%” , por homens? A resposta é simples. Tudo o que o Adriano faz eu gosto de fazer, portanto, é com toda a naturalidade e satisfação que participo com ele no todo-o-terreno a nível competitivo.
É verdade que a adrenalina por vezes é tanta que é difícil perceber as manifestações de quem está à volta da pista mas, ao mesmo tempo, também é difícil deixar de ouvir as suas manifestações de apoio aquando da nossa passagem, pois quando é possível também
alimenta um grande sonho: participar numa edição “King of Portugal”. Mas estamos conscientes que para participar ainda temos um longo caminho a percorrer, a começar por toda a logística que uma participação destas implica. O facto de não termos uma linha de
fazemos questão de contribuir com algum espetáculo, em retribuição ao carinho do público.
serviço regular de ferryboat entre a Madeira e o continente já é um entrave muito considerável.
São experiencias que perduram na memória para sempre... Tenho muitas. Já são 9 anos como co-piloto e, certamente, muito mais história surgirão daqui para a frente até porque a nossa equipa
Que mensagem deixa às senhoras que porventura tenham o desejo de experimentar as emoções do todo-o-terreno? Obviamente que deixo uma mensagem de encorajamento e, se quiserem basear-se no
Quando ingressou no pelotão do campeonato regional trial e resistência como é que foi recebida pelos restantes participantes? Fui extremamente bem recebida, pois todos já me conheciam do TT turístico. E como toda a estrutura do campeonato assemelha-se a uma grande família, nunca me senti descriminada, muito pelo contrário, pois já fui auxiliada algumas vezes no decorrer das provas e quando é necessário também não hesito em ajudar outra equipa. Durante as provas, sente-se acarinhada pelo público ou a adrenalina é tanta que deixa de ouvir o que se passa à sua volta? Sem dúvida que o público nos acarinha durante a competição e, por vezes, de uma forma mais intensa por parte das espectadoras femininas. Facto que encaro de forma natural, porque de certa forma as senhoras veem-se ali representadas num mundo onde os homens predominam.
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pois como a Elsa já referiu fazemos o possível por partilhar o que de melhor a vida tem. E devo confessar que, por vezes, a vontade dela é maior que a minha. Dentro do carro são marido e mulher ou simplesmente piloto e navegadora? Já alguma vez entraram em conflito? (Gargalha) Diria que existe um mistura, já que não nos conseguimos abstrair completamente do facto de sermos um casal. Por vezes existem conflitos de circunstância, mas isso faz parte. Nós somos um dupla de concorrentes, mas sobretudo, somos um casal e isso é o mais importante. Quais as qualidade que destaca na elsa enquanto navegadora? A maneira desenvolta como encontra soluções no terreno. Desembaraça-se bem. Em jeito de brincadeira e modéstia à parte, posso dizer que tem um bom treinador. meu exemplo, tentem viver uma vida a dois, em casa ou na rua. No fundo, é tentar viver a vida e o melhor que ela tem. E posso garantir-lhes que o TT é um poderoso “antisstress”, pois não conheço nenhum praticante de todo-o-terreno que sofra de depressão.
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Dois dedos de conversa com Adriano Santos, o marido. Como é que analisa o entusiasmo da elsa em participar em competições oficiais? É extraordinário e, ao mesmo tempo, muito natural. Tem desde sempre o meu total apoio,
A dupla de trial é para continuar? Sem qualquer dúvida! Oficialmente tudo começou no dia do nosso casamento, no momento em que dissemos o “Sim” dentro da igreja. Desde então, tornou-se um pacto para todas as situações da vida.