Revista Carne & Conveniência nº179

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desde 1985

CARNE Nº179 . OS PROFISSIONAIS NÃO DISPENSAM

MITOS SOBRE PRODUÇÃO DE CARNE

Quanto likes vale a verdade?

ESPECIAL EMBALAGEM: Empresas Psicologia do consumidor Fabricantes Nanotecnologia Inovação...




: : EDITORIAL : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Na civilização atual a embalagem é imprescindível.

A embalagem imprime vida na relação do consumidor com o produto! por M. Oliveira

Na hora de escolher uma embalagem de carne, o consumidor considera a aparência física e a coloração dos produtos como principais critérios de escolha. É um momento crucial. A embalagem funciona como uma barreira entre o alimento e o ambiente mas, na verdade, também é uma “fronteira” entre o produto/fabricante e o consumidor final. Digamos, que o consumidor é o guarda fronteiriço e o único a decidir se leva o produto ou não. A derradeira decisão pertence exclusivamente ao consumidor. E isto é um fator a ter em conta! A escolha da embalagem para carne deve levar em consideração, pelos menos, dois pontos muito importantes: o tecnológico, em que a embalagem deve ser avaliada em função de vários fatores como a resistência mecânica, empilhamento, transporte, manuseamento, armazenamento e a segurança alimentar. Atualmente, existe uma grande variedade de materiais especialmente para produtos de carne fresca, congelada, transformados e processados. A tecnologia da embalagem surpreende-nos todos os dias e os grandes fabricantes de embalagens não descansam em minimizar os desperdícios e criar embalagens eco-friendly: o grande desafio do setor.

A vida de prateleira de carne embalada é controlada pelas propriedade da carne (incluindo atividade da água, o pH, a suscetibilidade a enzimas ou microrganismos ou à influencia de oxigénio, luz, dióxido de carbono e humidade ou sensibilidade a esses elementos) e pelas propriedade de barreira da embalagem. Como já disse, a preferência do consumidor é um fator determinante na escolha da embalagem, que prefere embalagens que proporcionem facilidade de abertura, facilidade de transporte, boa visibilidade do produto, toque da embalagem (este aspecto é muito importante) e boa apresentação do produto. A embalagem imprime vida na relação do consumidor com o produto! Na civilização atual a embalagem é imprescindível. As embalagens são fundamentais para proteger os alimentos contra choques físicos, contaminações e perdas, facilitar o transporte não só pelo consumidor mas também pelo fabricante ou embalador. Além de atrair o consumidor para a compra, informa sobre a correta utilização do produto,dados do fabricante, identificação de lotes, receitas culinárias, cadastro HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Point, ou em bom português: Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo. A embalagem protege o consumidor, o produto e o produtor.

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SUMÁRIO Edição bimestral nº 179 . Janeiro/Fevereiro

04 :: EDITORIAL

A embalagem imprime vida na relação do consumidor com o produto!

08 :: MITOS SOBRE A PRODUÇÃO DE CARNE

Quantos likes vale a verdade?

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14 :: DIVEREMBAL

"Em 2019 queremos estar próximo do cliente”

26 :: NOTÍCIAS

ULMA . MULTIVAC . BIZERBA . VARIOVAC . BUSCH

38 :: BEMIS

Facilidade e estética

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42 :: Nanotecnologia

uma nova abordagem na embalagem de carne?

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56 :: TECNOPACK

A embalagem certa

62 :: Psicologia do consumidor

a importância da embalagem nas compras

Revista Bimestral

FICHA TÉCNICA

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Propriedade: Azitania Global Expedition S.L. C.I.F. b8662786 Calle Génova 15 Piso 3 Derecha 28014 Madrid e. revistacarneportugal@gmail.com Assinatura, artigos e publicidade: e. aglobalexpedition@gmail.com Versão em português Isenta de registo a ERC ao abrigo do Decreto-Lei 8/99 de 9/06 artº12 nº1 A

Redação: Diretor: M. Oliveira Chefe de Redação: Glória Oliveira Gestão de conteúdos: Luís Almeida e Aberto Pascual Design Gráfico e paginação: Patrícia Machado Versão impressa e digital: mais de 250.000 leitores (Dados auditados) Revista Carne é associado de: Maitre - Open Plataform for journalists and Researchers e SPJ Society of Professional Journalists



: : MITOS SOBRE A PRODUÇÃO DE CARNE : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Quantos likes vale a verdade?! Autoria: Doutora Ana de Mira Geraldo ageraldo@uevora.pt (ICAAM – Universidade de Évora) Adaptado de: https://www.carnecomciencia.com.br/ quantos-likes-vale-a-verdade/

Frases como “não como carne” ou “adoro este tipo de carne maturada” são cada vez mais frequentes no nosso círculo de amigos. Se por um lado temos os que ouviram ou leram algo que os incomodou e por isso cortam de vez o consumo, no outro, temos os que conheceram novos processos, novos cortes ou mesmo um novo restaurante com um bife maravilhoso.

Mas se basta um vídeo ou um novo restaurante para mudar opiniões, será que os consumidores estão assim tão bem informados no que diz respeito à carne? Será que conhecem a fundo todo o processo até o músculo virar carne? Pois, para mim, não. E na verdade muitos deles não estão interessados… Infelizmente é muito mais fácil acreditar nos vídeos sensacionalistas que chegam via Facebook, Youtube e afins, do que pesquisar um pouco sobre o que é a produção animal com todas as suas idiossincrasias e peculiaridades, e até normas e legislação específicas de cada país. E quem paga caro pelo bife fancy, se

calhar, nem sabe que no supermercado da rua há um idêntico e bem mais em conta. São muitos os adeptos do slogan “criado como antigamente” – caros leitores, foi após o último período glacial, há 11 mil anos, que o homem começou a domesticar animais de produção; é bom que tenha mudado alguma coisa, não?! E mudou, mudou muito. Hoje em dia, existe um controlo apertado no que respeita à sanidade e saúde dos animais; existem normas, regulamentos, decretoslei sobre os mais diversos temas: identificação, alimentação, melhoramento genético, reprodução, medicação, transporte e até abate dos animais; inseminação artificial, transferência embrionária e fertilização in vitro são técnicas recorrentes e cada vez mais se fala em clonagem.

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Da mesma forma, bem-estar animal não é só teoria, é também prática. A legislação sobre o tema está presente por todo o mundo [1,2,3], o controlo é cada vez maior, assim como a consciencialização de todos os intervenientes na produção pecuária. Cada vez mais se fala em zootecnia de precisão - ciência multidisciplinar que requer a colaboração entre engenheiros zootécnicos, fisiologistas, veterinários, etólogos, etc., e cujo objectivo principal é a gestão individual dos animais através do monitoramento contínuo em tempo real da saúde, bem-estar, reprodução e sobre o impacto ambiental causado. Toda esta informação permite uma optimização do sistema de produção, mas a verdade é que vídeos sobre este tema não geram muitos likes nem causam sensação… Rastreabilidade – sabia que hoje se pode ter acesso à informação sobre onde viveu a vaca que deu esse belo bife que tem no prato?! Após o nascimento, os bezerros devem ser identificados com brincos de modo a registar a sua data de nascimento bem como a sua filiação. Sempre que os animais são alvo de vacinação, tratamento, mudam de exploração ou mesmo de dono, deve ser feito um registo de informação. Na verdade, funciona um pouco como o nosso Cartão de Cidadão ou Passaporte – tem a informação básica e os carimbos dos locais por onde já viajamos. Nada disso é perdido no momento do abate, pois são feitos lotes de animais com os seus respectivos números. As carcaças aprovadas seguem com esse número de lote até à desossa, e todas as peças vão para o supermercado com essa identificação.

sério e de valor. O conhecimento “We've got to give deve ser divulgado e quiçá, provocar those animals a mudanças de posicionamento nos mercados [4] ou mudanças decent life and nos consumidores. Valorizar o we've got to give produtor rural e o seu trabalho é them a painless um ponto crucial nesse processo de death. We owe the comunicação e de evolução. animal respect” No futuro, a produção animal será bem sucedida e conseguirá Temple Grandin conciliar os diferentes requisitos e exigências sociais colocados sobre ela, tais como a manutenção de alto nível de saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e proteção ambiental [5]. E espero que seja lema: “We've got to give those animals a decent life and we've got to give them a painless death. We owe the animal respect” - Temple Grandin (Nós temos que dar a esses animais uma vida decente e nós temos que lhes dar uma morte indolor. Devemos respeito ao animal.)

Uma coisa é certa, a qualidade é preocupação de todos – não só do consumidor, mas também de quem a produz. A exigência do mercado por produtos com qualidade levou os produtores a especializarem-se e a adquirirem melhores práticas. Também, as tendências de consumo chegaram à carne, onde a procura por produtos gourmet, orgânicos, sustentáveis ou saudáveis, é frequente. Deste modo, e para responder a essa procura, o produtor tem de ter os seus objectivos claros de modo a posicionar o seu produto no concorrido e controlado mercado. Quebrar ideias feitas ou os chamados “mitos urbanos” não é de todo fácil e leva o seu tempo, mas é necessário mostrar ao consumidor de que o bem-estar animal é cada vez mais uma expressão considerada nas estratégias de sustentabilidade, e que produzir carne é um assunto

Referências bibliográficas: [1] European Comission. Animal Welfare. Disponível em: ‹https://ec.europa.eu/food/animals/welfare_en› Acesso em: 20/06/2017. [2] United States Department of Agriculture. Animal Welfare Act. Disponível em: ‹https://www.nal.usda.gov/awic/animal-welfare-act› Acesso em: 20/06/2017. [3] Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Bem-estar Animal. Disponível em: ‹http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/bem-estar-animal › Acesso em: 20/06/2017. [4] M.J.R. Paranhos da Costa & A.C. Sant’Anna (eds.) Bem-Estar Animal como valor agregado nas cadeias produtivas de carnes. ISBN 978-857805-162-4, Funep, 2016 [5] A. Aland & T. Banhazi (eds.) Livestock housing: modern management to ensure optimal health and welfare of farm animals. DOI 10.3920/97890-8686-771-4_01, Wageningen Academic Publishers, 2013

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: : Diverembal : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Carlos Ferreira, Diretor-Geral

"Em 2019 queremos estar próximo do cliente” Carlos Ferreira iniciou a sua atividade profissional ligada aos aditivos, em 1992. O know-how acumulado, o ambiente multinacional que experienciou e o espírito empreendedor foi a ignição para fundar, em 2004, a sua própria empresa: a Diverembal.

e dar o destaque merecido a uma empresa que vimos crescer e consolidar a sua posição de parceiro a nível nacional de tecnologias emergentes, nomeadamente, para o setor industrial de carnes e alimentar, em geral.

Em 2009, a empresa mudou-se para as atuais instalações e nessa altura a revista Carne publicou uma entrevista em que o nosso interlocutor dava conta de todas as suas expectativas e motivações. Este ano, a Diverembal perfaz 15 anos de atividade e não quisemos deixar de assinalar a efeméride, sem dedicar, com muita satisfação uma entrevista com o fundador da empresa,

Carlos Ferreira, é um empreendedor de sucesso que sabe não só gerir uma empresa mas também liderar, orientar e procurar oportunidades de negócio para o crescimento da empresa e dos colaboradores que integram o projeto.

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Vamos começar pelo princípio? Como sabes, o meu início na área dos aditivos começou em 1990 na Jaegeroma, que detinha as marcas Jaeger (aditivos) e os equipamentos Lutetia. Em 1993 mudei-me para a Sanofi Bio -Industries. Essa divisão da Sanofi passou por várias negociações terminando na Cargill, em 2006. Paralelamente a isso já tinha montado a minha estrutura Diverembal com algumas representadas de embalagem, nomeadamente, a Viskase e em 2009 a Cargill toma a decisão de fechar a estrutura em Portugal e convidou-me para ficar como agente e distribuidor não só para a industria de carnes, como para todo o mercado industrial de alimentação. Foi o grande passo... Sem dúvida. A partir daí mudamos de instalações, precisamente para estas onde estamos agora, onde demos a primeira entrevista à revista Carne, e desde então fomos crescendo criando parcerias com outras representadas de renome. A partir de 2012 começamos a explorar a área dos equipamentos. Tendo em 2015, na Alimentaria de Lisboa, lançado a divisão Divertec, essencialmente, para dividir os setores. Atualmente, quais são marcas trabalhadas pela Diverembal e pela Divertec? Neste momento a nível de consumíveis representados pela Diverembal, estamos a trabalhar com a Mane, uma ex. Divisão da Cargill, com a Viscofan a nível de tudo o que é tripas, com a Bemis no que diz respeito a filmes: filmes flexíveis, rígidos, para flowpack, termoformagem, termoselagem, skin e retráctil. Estamos a trabalhar a parte do pão ralado e produtos para pescado com a Kerry e temos uma parceria com a Brenntag para distribuição de

matérias-primas, a nível nacional. Com a nossa divisão Divertec, a nível de equipamentos estamos a trabalhar GEA, antiga Tiromat, Kramer-Grebe, Koppen’s, entretanto, começamos a trabalhar com multi-cabeçais da Yamato, detetores de metais e raios X da Loma e com a Tomra, dentro da mesma área, mas para outras áreas que não as carnes.

... o ambiente multinacional que experienciou e o espírito empreendedor foi a ignição para fundar, em 2004, a sua própria empresa...

Mas podemos dizer que o corebusiness da Diverembal é a industria de carnes... Continua a ser um dos nossos principais focos, apesar de que neste momento o nosso objetivo é diversificar. As nossas marcas são transversais ao universo alimentar e faz todo o sentido essa diversificação, como fator de crescimento e não está só focado num só mercado, que como sabemos, é um mercado maduro e com alguma recessão a nível de consumo. Os hábitos alimentares mudam, existem outras tendências alimentares como o vegetarianismo, Vegano, e neste conceito, nesta opção alimentar, temos produtos muito interessantes. Paralelamente, queremos ir ao encontro das tendências de mercados, cada vez, com menos “E” (conservantes, corantes e adoçantes) com a apresentação de produtos Clean Label.

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A Diverembal trabalha com marcas muito importantes a nível global de aditivos e ingredientes... Sim, algumas das nossas representadas são marcas das mais importantes do mundo, mas com o apoio e com o desafio que o mercado nos coloca temos de ter a capacidade de ir à procura, ou desenvolver, alternativas a colmatar essa questão. É isso que estão a fazer? Sem dúvida nenhuma. As alternativas passam pela utilização de produtos naturais com importantes propriedades que vêm substituir o produto químico ou o aditivo.

Nas feiras internacionais verificamos, sobretudo, a nível de carnes que existe uma forte tendência para produtos Clean Label. É essa a tendência, não tenho dúvidas. Mas num mercado tradicional como o nosso não existem renitências? O nosso mercado em concreto é muito tradicionalista. Claro que há mercado para o Clean Label e vegetariano, mas quer se queira, quer não, são nichos de mercado. Além disso, o nosso mercado tem outro senão: tendo em conta o grande peso que o setor da distribuição tem, quando apresentamos estes produtos com valor

Por exemplo? Por exemplo, a nível de conservantes. Neste momento está-se a utilizar alternativas com vinagres e acéticos de maneira a substituir outro tipo de aditivos. Logicamente, não é uma troca instantânea, nem a 100%, porque cada um tem as suas características mas dentro das funcionalidades de cada um chega a um resultado equilibrado e apresenta produtos sem o número “E”. A industria de carnes oferece alguma resistência a esta mudança de padrão? A industria de carnes não é resistente. O mercado está sempre à procura de novidades, quer a nível nacional, quer internacional.

acrescentado, com mais valia, a grande distribuição, norma geral, encara com algumas renitências, é um facto. Então é a grande distribuição que resiste... Resiste da seguinte maneira: quer comprar produtos de mais valia ao preço dos convencionais. Os aditivos continuam a ser, digamos, o produto Premium da Diverembal... Aditivos e tripas.

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Podemos juntar a questão dos aditivos ao problema do excesso do uso de plástico? É um problema e uma questão muito sensível. Ambos são preocupantes. A questão dos plásticos é um assunto que está muito em voga, é o bicho papão do mercado, da grande distribuição, do consumidor, e neste momento é mais um desafio que estamos a encarar com muita seriedade. Fala-se em muitas hipóteses: papel, fibras de bambu, cana-deaçúcar... Vamos lá ver. Existem muitas coisas, temos o polietileno verde (polietileno produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar) mas, não nos podemos esquecer dos recursos que existem para produzir cana-de-açúcar e as quantidades que são necessárias. O papel tem uma origem que é a celulose, a matéria-prima para fazer a pasta de papel que vem do eucalipto ou de outras árvores da floresta e há que ter áreas suficientes para substituir em parte ou na totalidade o plástico, e para isso temos que ter um número infinito de plantações.

“... temos conseguido mantermo-nos à tona, crescemos todos os anos, somos respeitados no mercado,...”

A questão ambiental também é muito preocupante: a mancha de plástico do Pacifico Norte que os cientistas estimam que tenha mais de 1,6 milhões de quilómetros quadrados, também nos remete para a necessidade da redução de embalagens ou para um plano de reciclagem, já para não falar da questão cívica do tratamento de resíduos... Recentemente, tive uma formação, em que precisamente se falava dessa gigantesca mancha de resíduos que anda a boiar no Pacifico Norte e, apurou-se que 82% da mancha flutuante de resíduos plásticos tem origem no continente asiático. Há uma discussão muito séria sobre este assunto, por um lado, porque há muito lixo com o facto do lixo dos países ocidentais ser enviado para os países asiáticos para destruição, por outro lado, o facto de não haver infraestruturas nesses países, que como sabemos, é onde se encontra a maior parte da população, para reciclar todos os desperdícios. No mundo ocidental está-se a tentar optar por produtos recicláveis e reciclados, nomeadamente, na questão dos filmes que já foram submetidos a drásticas reduções de micragem nível de embalagens e tentar utilizar preferencialmente o monoproduto para poder reciclar e utilizar mais o papel mas, curiosamente, quem dita as grandes tendências, volta a ser a grande distribuição.

... a mancha de plástico do Pacifico Norte ... também nos remete para a necessidade da redução de embalagens ou para um plano de reciclagem ...

A empresa dispõe de dois armazéns, num total de 1000 metros quadrados, para suportar stocks de forma a nunca faltar com o produto ao cliente.

A grande distribuição tem um papel preponderante mas o consumidor não tem uma palavra a dizer? Já existe uma consciencialização generalizada no consumidor europeu contra o excessos nas embalagens... Em Portugal é diferente. Poderá haver uma franja do consumidor que tem essa consciencialização, mas a maioria não está atento a isso. A reciclagem é uma realidade recente no nosso país, andamos um bocadinho obcecados com isso e, muito bem , está-se a educar as crianças nesse sentido, vejo isso pela minha filha que revela muitas preocupações ambientais e recordo o caso de uma criança de 6/7 anos que escreveu uma carta à McDonalds, a dizer que ia deixar de comer Happy Meal por causa da quantidade de plástico que a embalagem comportava. Portanto, está haver uma consciencialização acerca da necessidade de reduzir o plástico, mas não sei até que ponto esta preocupação é que as pessoas já interiorizaram esta necessidade premente. Talvez nas grandes cidades seja visível, mas noutras regiões do país, penso que não se verifica.

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Em relação ao leque de marca de equipamentos que representam não se pode dizer que sejam acessíveis à maioria das empresas da nossa industria de carnes. A estratégia passa por criar uma elite, limitar as vossas vendas a “meia-dúzia” de empresas que realmente têm volume de produção e, supostamente, capacidade financeira para as adquirir? Dou como exemplo a GEA... A GEA é para um nicho de mercado, não temos dúvidas. Mas nós primamos por ter produtos de uma certa qualidade e de um certo nível. Aliás, é a nossa estratégia quer a nível de aditivos, ingredientes, embalagens, quer a nível de equipamentos. Tivemos a felicidade de fazer este acordo com a GEA, que também temos com outras marcas, mas a GEA dentro da industria de carnes é um fornecedor de topo, para empresas que exigem um certo nível de qualidade, daí ser a mais conhecida. A GEA influenciou a decisão de entrar no “mundo” dos equipamentos? Já com os ingredientes, com o plástico ou com as tripas tentamos apresentar uma solução completa ao cliente, ou seja, não nos limitarmos apresentar ao cliente um formula e a solução para fazer um bom produto mas também a maneira de o embalar e de o apresentar ao mercado. Respondendo à tua pergunta: A GEA é um excelente parceiro, é uma marca de referência no setor das carnes e, para nós, faz todo o sentido trabalhar com marcas que nos ajudam a servir o cliente o melhor possível.

seja, com a plena convicção que estamos capacitados e temos meios para lhe apresentar um layout com os equipamentos; não só com os equipamentos, mas também com as linhas secundárias e propor-lhe um produto para apresentar ao cliente final. Continuamos a falar de um nicho de mercado... Estamos a falar em concreto de uma representada (GEA). A nível nacional e as capacidades que oferece a nível de produção não se adequa à maioria da nossa industria, é um facto. Mas, é muito importante estar presente nesse nicho de mercado. Nas gamas mais baixas existe muita concorrência, e é um mercado muito de preço. Nós queremos apresentar soluções, não queremos entrar em guerras de preços. No entanto, deixa-me dizer que existem industrias médias que preferem investir num equipamento melhor, fiável e duradouro, que lhes dê garantias de produção e qualidade, do que estar a comprar um equipamento mais barato. Não tem a ver com a dimensão da empresa... Tem a ver com capacidades de produção. Não faz sentido adquirir uma máquina sobredimensionada a não ser que haja perspectivas de negócio futuro, a médio prazo. Se a capacidade de produção for dentro da projeção do cliente então há clientes que estão dispostos a investir um pouco mais. São opções.

Tipo chave-na-mão? Exatamente. Apresentar uma solução completa para o cliente que quer fazer, por exemplo, uma linha de cuvetes, de picado ou que

“...Não faz sentido adquirir uma máquina sobredimensionada a não ser que haja perspectivas de negocio futuro, a médio prazo...”

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Esq/Dir: Tiago Ferreira, Gestor de marketing, Carlos Ferreira, Diretorgeral e Diogo Ferreira, Gestor comercial.

“queremos ir ao encontro das tendências de mercados, cada vez, com menos “E” (conservantes, corantes e adoçantes) com a apresentação de produtos Clean Label...”

A política da Diverembal, ou melhor, da sua divisão Susana Ferreira, Gestora de qualidade Divertec é comercializar linhas de equipamento acima da média... Porque temos verificado em alguns casos que as empresas gastaram recursos em equipamentos mais baratos e acabam por repensar a estratégia, incluindo a financeira, porque chegam As vossas vendas são apoiadas por um departamento comercial. à conclusão que barato sai caro. O investimento inicial até Quantos colaboradores trabalham nesta área? pode ser acessível mas depois com a continuação a nível de Neste momento contamos com quatro colaboradores a nível de desgaste, reparações e substituição de peças, faz as contas e embalagens e aditivos, logo no total somos 12 chega à conclusão que sai bem mais caro. Mas volto a dizer: no caso concreto destes equipamentos, temos equipamentos mais E em termos da faturação? pequenos, mas no caso especifico da GEA, realmente, temos um Em 2017, terminamos com 3,2 milhões de euros, e em 2018 leque de clientes limitado. atingimos os 4,8 milhões de euros. De qualquer maneira representar, digamos, marcas Premium representa uma grande responsabilidade em termos de pósvenda e manutenção... O nosso acordo com a GEA é comercial. A GEA dispõe de um departamento técnico, em Portugal. À parte disso, nós, Divertec, temos um departamento técnico.

Estamos às portas da IFFA. Para os representantes de equipamentos para o setor das carnes é como ir a Meca. Vias à IFFA com o objetivo de angariar mais alguma representação? Não. Neste momento não estamos a pensar em novas representadas. Não quer dizer se, eventualmente, surgir algum equipamento que seja interessante e tenha consistência não seja

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analisado. Não vou buscar um representada só por um cliente. Não o vou fazer. O nosso objetivo é consolidar a nossa posição no mercado com as representadas que temos. Qual é o vosso posicionamento face à concorrência? No caso da Diverembal, como se trata de uma área em que estamos inseridos há muito tempo e, digamos, que é a coluna vertebral desta empresa, a relação entre concorrentes é saudável. Algumas empresas ficaram pelo caminho, por diversas razões. No nosso caso, temos conseguido mantermo-nos à tona, crescemos todos os anos, somos respeitados no mercado, damos provas ao mercado que somos uma empresa em que se pode confiar, mas também respeitamos muito os concorrentes, porque os que estão neste momento no mercado, a maioria são empresas sérias e sabem estar no mercado. A verdade é que também apareceu muita concorrência do nada... Os chamados paraquedistas. Começaram a ver que a economia melhorou e viraram-se de repente para Portugal. Alguns conseguiram fazer algumas coisas, outros esbarraram-se porque este mercado é muito heterogéneo, complexo, muita microempresa, há que viajar muito e não é chegar e vencer. Exige muito trabalho, perseverança e consistência. É um mercado muito exigente. Já para não falar do sistema just in time... Hoje em dia, o cliente está mais desperto para a questão do preço - às vezes tem surpresas desagradáveis quando tomas algumas decisões - mas, nem sempre o preço é tudo. Tem que se fazer análise do conjunto das coisas. E, hoje, cada vez mais o cliente exige just in time e temos que dar resposta. Por isso, desde a ultima entrevista que concedemos à revista carne, já duplicamos a nossa capacidade de armazenamento. Temos dois armazéns, num total de 1000 metros quadrados, precisamente para suportar stocks, com os custos inerentes.

Como sabes, só quem faz stocks são os distribuidores. Os clientes não fazem e o fabricante também não. E quando estamos a falar de um prazo médio de entrega por partes dos nossos fabricantes de 12 semanas, ou mais, ter que gerir o stock não é tarefa fácil. Obriga-nos a grandes stocks e a uma gestão delicada de forma a nunca faltar com o produto ao cliente.

Exige muito trabalho, perseverança e consistência. É um mercado muito exigente...

A industria de carnes está consolidada. Houve muitas empresas que encerraram e a industria de certa forma definiu-se. Podemos dizer que há uma industria de volume e há um industria de especialidades? Basicamente é isso. Penso que num futuro próximo vamos assistir à junção de certas empresas através de aquisições ou fusões, porque num mercado tão competitivo, acredito, que o caminho vai ser esse, sobretudo, para se conseguir o volume e a expressão para a grande distribuição. Porquê? Porque não estão a concorrer só com empresas nacionais mas também com a poderosa industria do país vizinho, entre outros, que têm um grande poder de produção. E, para eles, nalguns casos somo um mercado marginal. Depois temos o cliente da especialidade, do produto gourmet, do produto que tem valor acrescentado, e eu acredito muito neste mercado, a especialização por um lado, e a industria de volume, por outro.

Carlos Ferreira, 51 anos. Discurso direto “Sempre ambicionei ter a minha própria empresa e fazer aquilo que gosto. Penso que uma pessoa nunca se pode dar por satisfeito. A vida é uma constante procura de realizações e criação de objetivos. Penso que devemos ter sempre objetivos e lutar por eles. Sinto-me satisfeito e, mais ou menos, atingi todos os objetivos a que me propus mas, entretanto, tenho outros objetivos que gostava de alcançar. Entre eles, consolidar a empresa a nível de equipamentos e, eventualmente, arranjar uma terceira área de intervenção. Gostava de sair com o sentimento de missão cumprida e deixar um legado. Se quiserem levá-lo, ou não, para a frente cabe aos meus filhos decidir”.

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ULMA Packaging inaugura novas instalações ULMA Packaging inaugura novas instalações dedicadas exclusivamente à pesquisa, desenvolvimento e produção de máquinas de termoselagem (traysealing) em Garibai (Oñati), na Região Autónoma do País Basco. Com um investimento de mais de 5 milhões de euros, a nova unidade de fabrico responde às necessidades da produção de termoselagem que quadruplicou as suas vendas nos últimos quatro anos. A Cooperativa Guipuzcoana ULMA Packaging, pertencente ao Grupo ULMA, mudou a sua produção de máquinas de termoselagem para um novo edifício, com 5000 m2 distribuídos por dois pisos, dos quais 4.000 m2 estão dedicados à produção e o resto à pesquisa e desenvolvimento. Esta nova unidade está preparada parara receber no futuro uma área adjacente de 4000 m2.

Esta nova unidade de produção vem oferecer espaço à nova linha de produtos focada na montagem personalizada de termoseladoras.

Esta nova unidade de produção vem oferecer espaço à nova linha de produtos focada na montagem personalizada de termoseladoras. O rápido crescimento desta atividade resultou num aumento significativo da equipa de colaboradores desta área de negócio. Nos últimos anos os quadros especializados relacionados com a termoselagem, passaram de 30 para mais de uma centena de pessoas situadas por todos os departamentos: pesquisa, desenvolvimento, escritório, design de máquinas, técnica, orçamentos, divisão de compras e recepção de materiais, expedição e serviços. Este crescimento veio ajudar a criar, indiretamente, novos empregos em fornecedores locais. Em suma, a fábrica da ULMA Packaging em Garibai (Oñati), a poucos metros das novas instalações que compreendia até há pouco tempo a produção flowpack, máquinas termoformadoras e termoseladoras, havia se tornado muito pequena para albergar

tanta produção devido ao crescimento significativo dessas três áreas de negócio. O investimento no desenvolvimento de novos produtos e máquinas, foi muito bem recebido pelo mercado, resultando num forte crescimento de vendas e obrigando à construção de novas instalações. A nova unidade fabril, oferece uma capacidade de produção de mais de 400 máquinas por ano, com a opção de poder expandir as instalações assim que necessário, graças a um edifício anexo

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que já foi adquirido e que duplicará a atual capacidade. Foram instaladas na área de produção linhas de montagem “LEAN” para a produção de máquinas de termoselagem, baseadas num modelo de gestão focado na criação de um fluxo de produção que ofereça o máximo ao cliente, utilizando o mínimo de recursos possíveis. Foi adicionada uma pequena caldeira auxiliar e uma oficina de manutenção. Tudo isto foi conseguido aplicando as tecnologias mais inovadoras em termos de sustentabilidade e consumo de energia, resultando numa unidade fabril muito eficiente em termos energéticos. A construção e a transferência foram feitos em tempo

recorde: em menos de uma ano. ULMA Packaging dispões de um catálogo de termoseladoras automáticas com instalações para vácuo ou gás injetado, dedicado exclusivamente para o mercado alimentar desde a pequena e eficaz Smart 300 até à poderosíssima TSA 1200, num total de 12 modelos diferentes que respondem a todas as necessidade e capacidades de todo o tipo de industria alimentar.

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MULTIVAC reuniu recentemente algumas dezenas de clientes

Reuniu recentemente algumas dezenas de clientes na sede da Multivac do Reino Unido, em Swidon, para discutir as melhores soluções de se desenvolver a economia circular, no que diz respeito à embalagem e como isso pode ser alcançado através da tecnologia de materiais e equipamentos MULTIVAC.

Economia circular, o que é? A MULTIVAC propôs uma plataforma com cinco oradores ligados ao setor para dar uma visão valiosa sobre um dos maiores desafios que as industrias alimentares e de embalagens já enfrentaram: a redução de desperdícios de plástico através da minimização do conteúdo plástico e o uso de materiais sustentáveis, sem comprometer o desempenho da embalagem nem aumentar o desperdício de alimentos. Desde o design, fabrico e venda até às tendências de consumo. No decorrer da jornada, os visitantes obtiveram um conhecimento profundo de cada perspectiva dentro do desenho da economia circular, desde o design, fabrico, tendências de venda e consumidores. Além disso as demonstrações ao vivo de máquinas Multivac proporcionaram conhecer uma variedade de conceitos e soluções de embalagens alternativas para ajudar a reduzir o consumo de plástico, substituir os materiais existentes e oferecer uma solução reciclável, incluindo o novo NWE PAPERBOARD da MULTIVAC.

Economia Circular é um conceito estratégico que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. Substituindo o conceito de fim-de-vida da economia linear, por novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, num processo integrado, a economia circular é vista como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos, relação até aqui vista como inexorável.

Cinco oradores Com a economia circular como tema principal, os principais especialistas do setor abordaram outros temas como o design sustentável, as perspectivas de venda, as tendências de consumo, as novas tecnologias de reciclagem e as inovações em materiais e equipamentos, para contribuir para um sistema mais sustentável. Rhoda Trimingham, investigadora do Grupo de Investigação de Design da Universidade de Loughborrougf foi a primeira oradora do dia, apresentando o modelo de economia circular aplicado ao setor de FMCG (fast-moving consumer goods. Tradução livre:

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Como um dos principais fabricantes mundiais de máquinas, a Multivac está empenhada em fornecer soluções de embalagem que minimizem ou eliminem o desperdício de embalagens de plástico e o consequente consumo.

bens de consumo rápido) refrigerado, e como isto afeta não só os produtores, mas também como pode e deve projetar as embalagens sustentáveis para o futuro com a colaboração de todas as partes interessadas, incluindo fabricantes de máquinas e consumidores. Kevin Vyse, especialista de embalagem e economia circular da famosa cadeia de distribuição Marks and Spencer, transmitiu aos convidados uma visão sobre a procura crescente de embalagens sustentáveis nos corredores dos supermercados e a redução do consumo de plástico na perspectiva de um comerciante. Orador pelo segundo ano consecutivo, Nathan Ward, diretor da unidade de negócios para a divisão de carne, peixe e aves da Kantar Worldpanel, apresentou uma visão geral das tendências atuais dos consumidores e como os comportamentos dos consumidores se encaixam na economia circular.


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DESIGN

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PRODUÇÃO E RETRANSFORMAÇÃO

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DISTRIBUIÇÃO

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CONSUMO UTILIZAÇÃO

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RECOLHA

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RECICLAGEM

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Economia Circular é um conceito estratégico que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.

Adrian Haworth, diretor de vendas e marketing da Recycling Technologies, apresentou como sua tecnologia inovadora a reciclagem de plásticos misturados no final da vida útil e a sua aplicação em ceras e óleos, para ajudar a fechar o ciclo de resíduos plásticos. Para ajudar a resumir como encaixa cada parte do modelo de economia circular, Elliot Chrisp, Diretor da unidade de negócios da MULTIVAC no Reino Unido destacou a importância de ter em conta a maquinaria e os requisitos de maquinas e materiais no inicio do processo de design das embalagens. Elliot também apresentou uma gama de soluções alternativas disponíveis da MULTIVAC para ajudar os produtores a adotarem embalagens sustentáveis como muito pouco ou mesmo nenhum custo extra.

Demonstração Os convidados tiveram oportunidade de assistir à apresentação da nova solução PaperBoard, uma embalagem/ bandeja à base de fibra de papel que aumenta a reciclabilidade e ajuda a reduzir o consumo de plástico até 80%. Com a capacidade de executar esta solução quer nas termoformadoras, quer nas termoseladoras este conceito pode ser produzido em MAP ou na embalagem a vácuo. O conceito Paperboard da MULTIVAC foi demonstrado numa termoseladora/ embaladora T800 e numa termoformadora/ embaladora R 105 Multifresh. O uso de camadas funcionais possibilita a formação de embalagens em papel que podem ser separadas nas suas respectivas partes pelo utilizador final, ou seja, o consumidor, e quer o material em

papel quer o composto de papel podem ser colocados na cadeia de reciclagem muito facilmente. Além do Paperboard, os visitantes puderam ver a produção de uma solução de embalagem de polímero único PET/PET numa termoformadora R085, onde o material de topo e base da embalagem está pronto para ser reciclado após o uso pelo consumidor. Nem o polímero único nem a solução Paperboard comprometem o desempenho da embalagem, ao mesmo tempo que ambos atendem às características de embalagem MULTIVAC, de Preservar, Promover e Proteger. A Multivac também apresentou uma gama de novos conceitos e materiais de embalagem “Concept Corner”. A equipa especializada de materiais e máquinas MULTIVAC esteve sempre à disposição para responder a perguntas sobre a execução de materiais sustentáveis em equipamentos existentes e novos e para ajudar a diminuir o desperdício de embalagens plásticas. Como um dos principais fabricantes mundiais de máquinas, a Multivac está empenhada em fornecer soluções de embalagem que minimizem ou eliminem o desperdício de embalagens de plástico e o consequente consumo.

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BIZERBA revela impressão sustentável imagem da marca alemã. Por exemplo, o GLM-levo 40 é a solução ideal para situações que exigem desempenho máximo no setor da logística. O sistema de etiquetagem totalmente automático, habilitado para rede, foi desenvolvido especificamente para caixas, e pacotes a granel e é capaz de rotular produtos grandes e pesados. Graças à sua construção modular, pode ser configurado de acordo com os requisitos personalizados e montado em diferentes posições. Além disso, a unidade de rotulagem pode ser equipada com tecnologia de impressão térmica direta ou de transferência térmica. O GLM-Ievo 40 está disponível em diferentes versões. Enquanto a versão de banda única rotula os produtos na escala no modo start-stop, a versão de quatro bandas com faixas de rotulagem separadas destaca-se na operação em movimento.

Sobre a Bizerba BIZERBA oferece aos seus clientes na indústria, comércio e logística um portfólio de soluções globalmente exclusivas de hardware e software em torno do valor central "peso". Este portfólio inclui produtos e soluções relacionadas com fatiamento, processamento, pesagem e rotulagem. Uma ampla gama de serviços, desde consultoria e serviços, etiquetas e consumíveis até ao leasing, completa o portfólio. BIZERBA revela impressão sustentável de uma maneira natural com o seu hardware inteligente para etiquetagem livre de erros e inspeção end-to-end de etiquetas. No centro gravitacional desta inovação encontra-se o sistema de etiquetagem totalmente automático GLM-levo 40 projetado para aplicações de logística pesada. Sistema de rotulagem e inspeção adicionais, assim como sistemas e terminais de enchimento. Por outro lado, a BIZERBA continua na vanguarda e a desenvolver desde rótulos de películas transparentes a etiquetas térmicas diretas e multicamadas. A inovação faz parte do ADN da BIZERBA e uma nova geração de sistemas de etiquetagem e etiquetagem de preços totalmente automáticos cria uma impressão sustentável e consolida a

Desde 1866, a BIZERBA contribuiu significativamente para os desenvolvimentos na área da tecnologia de pesagem e hoje está representada em 120 países. A base de clientes inclui empresas operando globalmente no comércio e indústria, bem como as mais importantes cadeias de distribuição, pequeno e médio comércio de produtos alimentares. Com cerca de 4.100 funcionários em todo o mundo e com sede em Balingen, Baden Wuerttemberg, a BIZERBA está na mesma família há cinco gerações. Instalações de produção adicionais estão localizadas na Alemanha, Áustria, Suíça, Itália, França, Espanha, China e EUA.Também possui uma rede global de locais de vendas e serviços.

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VARIOVAC apresenta o sistema de embalagem mais confiável do setor A VARIOVAC argumenta que as suas máquinas de embalar / encher / selar de alta velocidade são o sistema de embalagem mais confiável do setor: “um autêntico cavalo de batalha durável e de alto desempenho que produz consistentemente embalagens superiores”. A marca refere-se, naturalmente, à gama Optimus e Primus, de alto desempenho para embalar carnes, aves, frutos do mar, queijos, produtos frescos e alimentos de conveniência. Produzem embalagens de atmosfera modificada e a vácuo a partir de materiais flexíveis e semi-rígidos, bem com embalagens skin a vácuo (VSP).

As máquinas de embalar VARIOVAC são construídas em aço-inoxidável para serviços pesados e são projetadas para corresponder aos mais altos padrões de higiene. Projetada para lavagem completa, estas máquinas podem ser limpas com rapidez e extrema segurança. Ambos os modelos incluem painel de controlo, touch screen, multi-idioma, incluindo software de diagnóstico e muita facilidade de utilização. O portfólio de produtos VARIOVAC inclui uma gama alargada e máquinas de embalar termoformadoras e termoseladoras designadas por Primus, Primus MP (Multiperformance), Optimus, Rotarius e Linus.

Ambos os modelos VARIOVAC usam RAPIDAIRSYSTEM® para termoformagem ou termoselagem de qualidade e alta velocidade, alcançando uma produção até 60% acima da média. Uma estação elevatória de 4 pontos melhora ainda mais a termoformagem e a termoselagem de embalagens.

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A VARIOVAC oferece uma gama alargada de bandejas que está naturalmente alinhada com as máquinas termoseladoras Linus e Rotarius

Dispositivos de teste de embalagem (para testar embalagens lavadas a gás). Com os equipamentos “Rondo” e “Quarre” é possível testar em qualquer altura, a colagem do filme e a selagem das embalagens. A braçadeira de fixação pressiona a embalagem até ao nível de teste e o recipiente fechado é evacuado através de um injector (Rondo) ou por uma bomba de vácuo (Quarree). A redução da pressão atmosférica dentro do recipiente de ensaio da embalagem faz encher a embalagem; em caso de fuga as bolhas de ar formam-se junto à eventual fuga. As embalagens defeituosas são retiradas do processo, e embalagens sem qualquer anomalia continuam a ser utilizadas. A VARIOVAC dispõe de um departamento de consumíveis com uma enorme variedade de embalagens de qualidade. Sejam bolsas, bandejas ou filmes. Um departamento que testa as soluções com o próprio produto do cliente, tendo em conta aspectos de higiene (menor carga bacteriana possível), proteção contra secagem e prazo de validade. A VARIOVAC oferece uma gama alargada de bandejas que está naturalmente alinhada com as máquinas termoseladoras Linus e Rotarius:

Bandejas simples, bandejas MAP, bandejas de salmoura e Euro Freshness boxes (Variovac product). Em termos de filmes, quer se trate de alimentos, líquidos, sólidos, frios ou quentes, a variedade de filmes VARIOVAC está patenteada: filmes rígidos, semirígidos, flexíveis, SKIN, retrácteis, de cozinha e lid films. Produtos testados regularmente quanto à sua capacidade de moldagem, selagem, aparência, características após formação, facilidade de remoção, etc. Assim como uma ampla gama de sacos/ bolsas. A VARIOVAC mantém uma parceria com a holandesa Henkelman, um dos líderes mundiais de câmaras de vácuo, máquinas de câmara dupla assim como tanques de contração para o processamento de sacos retrácteis. Além disso, é o parceiro exclusivo da prestigiada empresa Supervac para o exigente mercado alemão.

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BUSCH Eficiência energética no fornecimento de vácuo Com a série R 5, a BUSCH é há mais de 50 anos uma referência mundial na produção de vácuo em máquinas de embalar. Hoje mantém essa posição e continua a desenvolver produtos com elevada tecnologia para soluções de qualidade na indústria alimentar. Nesta indústria, a eficiência energética no fornecimento de vácuo para o embalamento reveste-se de particular interesse do ponto de

vista económico. As máquinas de campânula, de termoselagem e as termoformadoras utilizam a tecnologia de vácuo para embalar alimentos frescos de forma higiénica e duradoura. Quanto maior for o número de máquinas de embalar e mais extensos forem os ciclos de trabalho, maior deve ser a relevância atribuída aos custos de operação envolvidos.

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Produção de vácuo A bomba de vácuo constitui o núcleo do fornecimento de vácuo numa máquina de embalar, com a função de evacuar o ar da câmara e garantir o embalamento à pressão adequada após selagem. Posteriormente pode ainda ser injetado um gás por forma a criar uma atmosfera protectora na embalagem.

Com a série R 5, a BUSCH é há mais de 50 anos uma referência mundial na produção de vácuo em máquinas de embalar. Hoje mantém essa posição e continua a desenvolver produtos com elevada tecnologia para soluções de qualidade na indústria alimentar.

Vácuo centralizado Qualquer empresa que embale produtos alimentares, e que possua várias máquinas idênticas às descritas anteriormente, deve considerar a possibilidade de ter um sistema de vácuo centralizado. A BUSCH é um dos fabricantes mais importantes a nível mundial deste tipo de sistemas centralizados, contando desde logo com uma experiência vasta e consolidada. Graças à centralização pode verificar-se uma poupança energética superior a 50%, tendo em conta que são necessárias menos bombas, em comparação com os equipamentos isolados. Por outro lado, podemos ajustar o rendimento de forma precisa e apenas de acordo às necessidades. Os sistemas de vácuo centralizados oferecem a máxima fiabilidade e segurança, na medida em que todos os componentes relevantes são redundantes. Se uma bomba de vácuo parar para manutenção, a produção geral não é afectada. O custo do investimento pode reduzir-se também ao incorporar bombas de vácuo existentes na instalação do sistema.


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facilidade e estética Os consumidores estão cada vez mais preocupados com questões de sustentabilidade, de acordo com o Relatório Global de Sustentabilidade da Nielsen, 66% dos consumidores gastariam mais com um produto se ele viesse de uma marca sustentável. Até 73% dos millennials pesquisados ​​tinham uma visão semelhante.

Paperly™: Soluções de embalagens sustentáveis que ​​ mantêm praticidade e estética.

Estes consumidores preferem gastar o seu dinheiro em marcas que transmitem mensagens pró-sociais, aplicam práticas de manufatura sustentáveis ​​e exercem padrões de negócios éticos.

Com países que exigem que uma percentagem mínima de material da embalagem seja papel, a fim de que seja reciclável. A Bemis criou uma solução para atender a esses requisitos, onde apresenta uma embalagem feita com 85% de papel.

Com um terço dos consumidores que agora compram marcas com base no seu impacto social e ambiental (Unilever 2017), as empresas não podem mais ignorar as credenciais sustentáveis do ​​ produto e da embalagem. Precisam de atender às expectativas dos seus clientes.

Paperly ™ é uma solução de embalagem à base de papel para carne processada e queijo que se torna a resposta ideal para o desafio que é o embalamento sustentável.

Pode ser termoformado em linhas de embalagem existentes. É combinado com as linhas Bemis EZ Peel® e EZ Peel® Reseal ™, que podem ser complementadas com o acabamento táctil Paper-

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Like ™. Se desejado, esta base fibrosa também pode ser usada com Bemis SkinTite ™ para embalar a sua carne fresca ou peixe. Com uma bandeja de papel feita a partir de recursos renováveis, dá a oportunidade de atrair consumidores que preferem produtos com um toque e aparência mais naturais. Além disso, reduz a sua emissão de CO2 em 75% para maior sustentabilidade. A rigidez do papel e o fino revestimento de alta barreira permitem minimizar o uso de materiais não renováveis na bandeja. A autenticidade atraente vem do peso leve, isolamento térmico e textura das fibras naturais. Além disso, a aparência da embalagem pode ser personalizada, com impressão e gravação em relevo. Vantagens • Reciclável no fluxo de fibra, dependendo da percentagem mínima por país e da especificação escolhida. • Impressão, termoformação e gravação para personalização. • Liners de alta barreira. • Diferenciação na prateleira. • O papel é proveniente de 99% de florestas certificadas pelo FSC. Então, por que usar a embalagem de papel Paperly ™? Bem… • É reciclável no fluxo de fibra, desde que cumpra o percentual mínimo para esse país. • O papel é composto por celulose certificada pelo FSC, portanto, a pegada ambiental é reduzida do início ao fim do produto. • Revestimentos de alta barreira e opções que podem ser reaproveitadas mantêm seu produto fresco. A versatilidade estética do Paperly ™ permite impressão personalizada e design de embalagem, por isso existem inúmeras possibilidades para tornar o seu produto perfeito para os seus consumidores.

SOBRE NÓS

Com um terço dos consumidores que agora compram marcas com base no seu impacto social e ambiental (Unilever 2017), as empresas não podem mais ignorar as credenciais sustentáveis ​​do produto e da embalagem...

A Bemis Europe é um fornecedor de embalagens flexíveis usadas pelas principais empresas de carne e queijo em toda a região EMEA. Trabalha de forma colaborativa com empresas com visão de futuro para fornecer alimentos inspirados e embalagens de consumo que permitam o sucesso do cliente. A Bemis Europe faz parte da Bemis Company, Inc., uma empresa global de embalagens com 60 instalações e 17.000 funcionários em todo o mundo. Com presença nas Américas, Europa e Ásia, a Bemis oferece foco especializado em ajudar cada um de seus clientes a avançar rumo ao sucesso. Deseja saber mais? Contacte-nos em contact@bemis-europe.com

Produto comercializado em Portugal por Diverembal Lda.

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: : Nanotecnologia : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

Nanotecnologia: uma nova abordagem na embalagem de carne? A procura incessante, quase obsessiva por produção sustentável, para não dizer esquizofrénica, o aumento da concorrência e as preocupações com a saúde e segurança alimentar levam as industrias de carne a seguir o caminho inevitável da inovação constante, com todos os custos inerentes. A nanotecnologia está na ordem do dia e tudo aponta para que venha a ter um impacto significativo na industria de processamento de carne através do desenvolvimento não apenas de novos produtos, mas também de novas embalagens. Os potenciais benefícios da utilização de nanomateriais da utilização em alimentos apresentam maior biodisponibilidade, efeitos antimicrobianos, maior aceitação sensorial e entrega direcionada de compostos bioativos. Mas será assim tão linear?

Nanotecnologia A maioria dos historiadores atribui ao físico Richard Feynman a descoberta do conceito de nanotecnologia. No seu discurso em There´s Plenty of Room in the Bottom (1959), Feynman imaginou um dia em que as máquinas poderiam ser miniaturizadas. No futuro idealizado pelo físico norte-americano, quantidades significativas de informação poderiam ser codificadas em micro-espaços, abrindo caminho para inovações tecnológicas surpreendentes. Mas foi o livro Engines of Creation: the coming Era of Nanotechnology (1986), de Eric Drexler, que realmente colocou a ideia da nanotecnologia no mapa. O cientista norte-americano imaginou um futuro de nanorobots

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A nanotecnologia está na ordem do dia e tudo aponta para que venha a ter um impacto significativo na industria de processamento de carne

autorreplicativos: máquinas que construiriam outras máquinas. O autor também imaginou um mundo no qual uma infinidade de dados e informações poderiam ser encaixados num chip do tamanho de uma unha.

Mas afinal, o que é a nanotecnologia? Nanotecnologia é o conjunto de técnicas multidisciplinares que permitem o domínio das partículas com dimensões extremamente pequenas. No fundo, é manipular e controlar materiais ao nível atómico e molecular. Esta manipulação da matéria acontece numa escala nanométrica. Um nanómetro equivale a um bilionésimo do metro (1X10-9). Para fins de perspectiva, podemos imaginar algo com uma moeda de 10 cêntimos em comparação com o nosso planeta. É algo definitivamente muito pequeno. Ainda não há muito tempo o tema na ordem do dia era as descobertas microscópicas. Hoje, a discussão ocorre em torno das inovações à escala nano. O facto é que a ciência penetra cada vez mais em referências infinitamente mais pequenas das estruturas naturais, com o objetivo de extrair a maior quantidade de benefícios possíveis. Com um microscópico electrónico, atualmente, os cientistas são capazes de criar novas características de partículas a partir da sua origem. Com a nanotecnologia é possível, por exemplo, alterar a propriedade de moléculas para repelir a absorção de água e, com isso, construir um tecido impermeável.

As principais aplicações da nanotecnologia Os compostos em escala nanométrica estão presentes em diversos produtos usados no quotidiano. A nanotecnologia traz consigo a possibilidade de uma verdadeira revolução nas nossas vidas. Desde a industria farmacêutica, passando pela industria automóvel, até à industria alimentar, a nanotecnologia é transversal a tudo o que é objecto, a tudo o que é produzido, no nosso dia-a-dia. Longe de ser uma mera promessa futurista, a nanotecnologia apresenta enorme potencial para resolver alguns dos maiores problemas da humanidade. Poderá melhorar, não apenas o desempenho humano, como poderá proporcionar o desenvolvimento sustentável de materiais, água, energia e alimentos, inclusive, nos proteger contra bactérias e vírus desconhecidos.

Benefícios da nanotecnologia na embalagem Vários tipos de nanosensores usados na industria de embalagem de alimentos incluem sensores baseados em nanopáticos, narizes electrónicos, biosensores de matriz, nanocantilevers, nanopartículas em solução e tiras de nanotestes. Uma embalagem com nanosensores é útil para rastrear as condições externas ou internas do produto embalado, no decorrer de toda a cadeia. Nanosensores em embalagens plásticas podem detetar gases em alimentos quando se estragam, e as próprias embalagens mudarem de cor para alertar o consumidor. Além disso, o filme com nanopartículas de silicato pode reduzir o fluxo de oxigénio na embalagem assim como a humidade e manter o produto fresco por mais tempo. A nanotecnologia pode reduzir os resíduos de embalagens associados a alimentos processados e preservar e prolongar a vida útil do produto. A tecnologia atual pode detetar os patógenos microbianos em produtos alimentares de 2 a 7 dias. A nanotecnologia pode ser usada para fabricar embalagens inteligentes. Embalagens que compreendem nanosensores e antimicrobianos para detetar deterioração de alimentos, libertar antimicrobianos para prolongar a vida no linear, permitindo, por exemplo, que os supermercados mantenham alimentos expostos por períodos ainda mais longos nas suas prateleiras.

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A nanotecnologia oferece grande potencial à indústria de carnes. Quer no desenvolvimento de embalagens inteligentes, proporcionar diferentes alternativas, tais como o desenvolvimento de nanopartículas, nanodispersões, nanolaminados, e nanotubos, que, associados aos polímeros, podem fornecer diversas funções, quer pela incorporação de nanopartículas com propriedades antimicrobianas; nanosensores capazes de detectar produtos químicos, agentes patogênicos e toxinas em alimentos; nanopartículas bioativas capazes de manter os compostos em condições ideais, até a sua migração para o produto alimentar e nanocompósitos, que melhorem as propriedades de flexibilidade, barreira a gases e humidade e quanto à absorção de irradiação UV dos materiais aos quais são incorporados, assim como a estabilidade face à temperatura. Atualmente, a maioria das embalagens utilizadas no setor alimentar é de plástico, produzidas com base em polímeros oriundos do petróleo. Em geral, na comparação com outros materiais como papel, madeira, metais, vidros e cerâmicas, as embalagens plásticas destacam-se pelas vantagens que apresentam quanto às características físico-mecânicas como peso, flexibilidade, resistência mecânica, bem como outras características físicoquímicas e biológicas, vinculada à qualidade, saúde e segurança. Em conjunto, essas características além de proporcionarem vantagens significativas no processamento de embalagens e adição de mais valia aos produtos que acondicionam, produzem também reduções de custo de produção e redução dos preços aos consumidores.

Composto de embalagens/características Algumas características críticas das embalagens estão relacionadas com propriedades como flexibilidade, barreira a gases e a humidade, estabilidade térmica e radiação UV do material a ser utilizado; bem como outras situações que podem reduzir a vida útil do produto e pôr em risco a saúde do consumidor. Entretanto, estas podem ser monitorizadas pela inclusão de sensores que detectam microrganismos patogênicos, micotoxinas e proteínas específicas como a gliadina e glutenina.

Nanopartículas de celulose As nanopartículas de celulose podem existir de duas formas distintas como: microfibrilas ou nanocristais. Os nanocompósitos podem melhorar as propriedades de barreira à humidade dos polímeros. As fibras cristalinas aumentam a resistência do material em que estão inseridas e conduzem a processos de difusão mais lentos e, desta forma, permeabilidade é mais lenta. Nanocristais de celulose podem ser adicionados, através de hidrólise ácida, a blenda de poli (ácido láctico) (PLA) e polihidroxibutirato (PHB) para melhorar as suas propriedades finais em sistemas multifuncionais. Para essa incorporação, é necessário o uso de surfactantes aos nanocristais de forma a aumentar a adesão interfacial. O resultado da incorporação deste nanocomposto está relacionado a uma maior interação entre PLA e PHB, além de melhorias na estabilidade térmica, demonstrando boa aplicabilidade na indústria de embalagens para alimentos.

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... as embalagens plásticas destacam-se pelas vantagens que apresentam quanto às características físicomecânicas como peso, flexibilidade, resistência mecânica, bem como outras características físico-químicas e biológicas, vinculada à qualidade, saúde e segurança... Uma nanopartícula é um bilionésimo de um metro. Pode ser difícil entender quanto é pequena.

Argilas e silicatos Devido a sua disponibilidade, baixo custo, facilidade de processamento e comprovada melhoria nas propriedades dos materiais, a argila e o silicato, que são sólidos inorgânicos, vêm ganhando espaço na área de nanotecnologia de embalagens alimentares. A argila dá origem a plaquetas com elevada superfície de contato (750 m2/g) e o silicato consiste em camadas bidimensionais de aproximadamente 1 nm de espessura, dependendo do tipo de silicato usado para revestimento de superfície. Essas nanopartículas aumentam a resistência do caminho difusivo para uma molécula penetrante qualquer. O caminho pode ser prolongado em função da elevada proporção de material de enchimento e do volume de argila. A combinação de nanocargas adicionadas a biopolímeros, para a produção de bionanocompósitos também tem sido bastante utilizada para melhoria da resistência mecânica, como, por exemplo, em nanocompósito termoplástico de amido e argila (5% m/m) que conferem ao produto melhores propriedades mecânicas e diminuem a permeabilidade ao vapor de água.

fotocatalítica do TiO2 está vinculada com a sua estrutura cristalina e pode apresentar-se de três formas distintas: anatase, tetragonal ou ortorrômbica, apresentando, desta forma, reatividades diferentes.

Nanotubos de carbono Dióxido de titânio Uma alternativa para solucionar o problema da susceptibilidade da fotodegradação pela radiação ultravioleta (UV) do filme de polipropileno biorientado é a incorporação de nanocompostos de dióxido de titânio (TiO2), que são estabilizadores deste tipo de radiação em polímeros devido a sua capacidade semicondutora. Estudos relatam que após 6 semanas de análises, o revestimento conseguiu impedir a formação de grande parte da fotodegradação que ocorria nos filmes sem o revestimento de TiO2, comprovando a eficácia de sua utilização em embalagens alimentares. A atividade

Os nanotubos de carbono (NTC) podem apresentar-se com um único átomo de espessura de parede, ou em número maior de tubos concêntricos chamados nanotubos multiparedes, e quando adicionados a polímeros, mesmo em baixas concentrações, podem melhorar as propriedades mecânicas de barreira e aumentar a estabilidade térmica. Foi avaliado a adição de NTC com elevado modo de elasticidade a poli (3-hidroxibutirato) -co- (3-hidroxivalerato) (PHBV), e verificaram melhorias significativas no comportamento térmico e de cristalização, além de melhorias nas propriedades mecânicas, elétrica e de barreira a gases da matriz. Filmes transparentes a luz

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visível, também puderam ser obtidos através dessa incorporação, apresentando boa dispersão, excelente resistência à tração e boa elasticidade. Com essas características, estes filmes têm elevado potencial para aplicação em embalagens de produtos alimentares Estudos sobre os efeitos da orientação das partículas, da taxa de deformação e do conteúdo volumétrico, realizados em nanocompósitos baseados em nanotubos de carbono de parede única e polipropileno (PP), demonstraram haver melhorias nas propriedades mecânicas, mesmo a baixas concentrações.

contra várias espécies de bactérias, incluindo: Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus eepidermidis, Vibrio cholerae, Pseudomonas aeruginosa, Shigella flexneri, Bacillus anthracis, subtilis e cereus, Proteus mirabilis, Salmonella enterica typhimurium, Micrococcus luteus, Listeria monocytogenes e Klebsiella pneumoniae. Além disso, os compostos com prata são tóxicos para os fungos, como por exemplo, Candida albicans e Aspergillus niger. Fibras de celulose, contendo AgNP criadas a partir de íons de prata in situ, têm sido utilizados para reduzir os níveis microbianos de exsudato de carne armazenada em embalagem de atmosfera modificada.

Embalagens ativas pela adição de Nanocomposto Uma série de materiais metálicos em nanoescala têm sido estudados devido às suas propriedades antimicrobianas. Entre estes compostos incluem-se nanopartículas à base de óxido de magnésio, óxido de cobre, óxido de zinco, seleneto de cádmio/ telureto, dióxido de titânio e prata.

Partículas de TiO2 também prometem. Ao contrário dos compostos de prata, a atividade antimicrobiana das nanopartículas de TiO2 ocorre via fotocatálise e, por isto, antimicrobianos baseados emTiO2 são ativos apenas na presença da luz UV. As nanopartículas de TiO2 são eficazes contra patógenos de origem alimentar, como, S.

A vantagem dos agentes antimicrobianos de prata, é que estes podem ser facilmente incorporados a vários materiais, tais como plásticos e têxteis, tornando-se úteis para aplicações com um amplo espectro, mantendo sua atividade antimicrobiana, onde antimicrobianos convencionais se revelaram instáveis. Desde os primeiros relatos, publicados sobre as propriedades antimicrobianas dos coloides de prata, as nanopartículas de prata (AgNP) têm sido estudadas como sendo potentes agentes

choleraesuis, V. parahaemolyticus, e L. Monocytogenes sob radiação UV, mas não no escuro. Foi demonstrado que embalagens de alimentos com filmes de PP revestidos com nanopartículas de TiO2 inibiram o crescimento de E. coli em alface fresca. Em princípio, filmes para embalagens de alimentos que incorporam nanopartículas de TiO2 podem ter o benefício adicional de proteger os componentes de alimentos dos efeitos oxidantes da radiação

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UV e manter boa claridade óptica, pois as nanopartículas de TiO2 são eficientes nestes comprimentos de onda. Outro estudo verificou que o sumo de laranja armazenado a 4 °C, em filmes incorporados com P105 (mistura de TiO2 e nanopartículas de prata (10 nm)) apresentou redução significativa no desenvolvimento de Lactobacillus plantarum. Estudos apuraram que nanopartículas de óxido de magnésio (MgO), na concentração de 100 ppm, promoveram a redução de 1 log de L. plantarum, após 24 horas de exposição, indicando ser um material potenical para a utilização como antimicrobiano em embalagens.

Longe de ser uma mera promessa futurista, a nanotecnologia apresenta enorme potencial para resolver alguns dos maiores problemas da humanidade...

Alguns estudos demonstraram efeito antibacteriano de nanopartículas de óxido de zinco (ZnO) sobre Campylobacter jejuni, através da investigação da sua inibição e a inibição do desenvolvimento celular. Os resultados demonstraram que o C. jejuni foi extremamente sensível ao tratamento com nanopartículas de ZnO. Além disso, concluiu-se que a ação das nanopartículas de ZnO foi determinada como bactericida e não bacteriostática. Cientistas estudaram a toxicidade de diversas nanopartículas de metais, dentre elas: óxido de cobre (CuO), óxido de níquel (NiO), óxido de zinco (ZnO), e trióxido de antimônio (Sb2O3), frente a cepas de E. coli, B. subtilis e S. aureus, e verificaram que todos os tipos de nanopartículas apresentaram algum efeito tóxico, sendo o CuO o de maior expressão. Desta forma, a utilização destas nanopartículas em embalagens alimentares seria uma ferramenta para a manutenção da segurança microbiológica nos alimentos acondicionados.

Embalagens bioativas: incorporando compostos bioativos capazes de prevenir ou reduzir riscos de doenças O termo “embalagens bioativas” tem sido utilizado, genericamente, como referência a embalagens que interagem de forma desejável com o alimento e apresentam na sua composição polímeros de origem biológica ou natural. As nanodispersões e nanocápsulas são os mecanismos ideais para o carregamento destes ingredientes funcionais. A tecnologia de incorporação destas substâncias em pequenas cavidades ou materiais com paredes em nano escala, é o que chamamos de nanoencapsulação. Estes novos nanomateriais oferecem diversas vantagens, como sistema de entrega de compostos : : 49 : :


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Algumas características críticas das embalagens estão relacionadas com propriedades como flexibilidade, barreira a gases e a humidade, estabilidade térmica e radiação UV do material a ser utilizado...

lipofílicos, proteção contra degradação durante o processamento ou durante a passagem pelo trato gastrintestinal, controlo da distribuição em local específico, maior compatibilidade com outros componentes de alimentos, maior absorção, proteção de compostos bioativos como vitaminas, antioxidantes, proteínas e lipídeos.

que catalisam reações, produzindo resultados considerados benéficos do ponto de vista nutricional, por exemplo, ao diminuir a concentração de um constituinte alimentar não-desejado e/ ou produzir uma substância alimentar benéfica para a saúde do consumidor.

Investigadores propuseram uma nova abordagem para os sistemas de distribuição com nanodispersões e nanoencapsulamento, associados aos materiais de embalagens. Nesta nova concepção, as embalagens bioativas ou funcionais seriam, mais precisamente, materiais de embalagem que retém princípios bioativos desejáveis em condições ótimas, até a sua eventual migração para o produto alimentar.

Embalagens inteligentes: incorporadas com Nanosensores para monitorizar e informar as condições dos alimentos

Assim, a principal diferença entre as conhecidas tecnologias de embalagens ativas e a concepção de bioativas deve-se principalmente à manutenção da qualidade e/ou aumento da segurança dos alimentos embalados, podendo estender a vida útil do produto, no primeiro caso, enquanto que as embalagens bioativas têm um impacto direto na saúde do consumidor, através da criação de alimentos embalados mais saudáveis. Estes novos sistemas híbridos de embalagem e atividade funcional, possibilitam a inclusão de prebióticos, probióticos, fitoquímicos, óleos marinhos, alimentos sem lactose e vitaminas encapsuladas, que visam proporcionar uma alternativa mais eficiente em fornecer alimentos com segurança e com características benéficas para a saúde humana. Ainda neste contexto de fornecer alimentos embalados mais saudáveis, há relatos da imobilização de enzimas específicas,

Os nanosensores podem ser colocados diretamente no material de embalagem, atuando como “língua eletrônica” ou “nariz” para detecção de substâncias químicas libertas durante a deterioração dos alimentos. Baseados em nanotecnologia, têm o potencial de revolucionar a velocidade e a precisão com que as indústrias ou agências reguladoras serão capazes de detectar a presença de contaminantes moleculares ou adulterantes em matrizes alimentares complexas. Muitos destes ensaios são baseados em alterações de cor que ocorrem nas soluções de nanopartículas de metal na presença de analitos. Por exemplo, as nanopartículas de ouro (AuNPs), em contacto com grupos de ácido cianúrico, geram seletivamente a melamina, um adulterante usado para aumentar, artificialmente, o teor proteico medido em alimentos para animais e fórmulas para lactentes. A agregação induzida da melamina com as AuNPs altera a cor do vermelho para o azul, podendo ser usada para medir com precisão o teor de melamina no leite cru e em fórmulas infantis, em concentrações tão baixas como 2,5ppb a olho nu. Um sensor, baseado numa metodologia de detecção chamada de imuno-ensaio, ligado a fluorescência, pode ser usado para detectar a presença de gliadina, uma das principais proteínas de alimentos que causam a inflamação em pacientes que sofrem de doença

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celíaca. Este sistema utiliza a fluorescência em metal, a partir de anticorpos antigliadina associados a filmes nanoestruturados de prata, para determinar o teor de glúten, em alimentos livres de glúten, e poderia ser facilmente adaptado para a detecção seletiva de outros analitos à base de proteínas. Um sensor de teor de humidade, baseado em nanopartículas de cobre revestidas de carbono dispersas numa película de tensoativa, foi desenvolvido por uma equipa de cientistas germânicos. Em ambientes húmidos, o intumescimento da matriz polimérica resulta em maior grau de separação inter-nanopartículas. Essa mudança causa o estiramento dos sensores a fim de refletirem ou absorverem diferentes espectros de luz, que podem ser facilmente monitorizados na determinação rápida e precisa dos níveis de humidade das embalagens.

Toxicidade relacionada com os “Nanos” A nanotecnologia tem provocado preocupação e muitos debates. Alguns nanomateriais como nanotubos de carbono, nanopartículas de prata, óxido de silício, óxido de alumínio, dióxido de titânio e zinco podem resultar em imprevisíveis problemas de segurança alimentar. Existe uma preocupação com a inalação de nanopartículas, pois devido ao facto das partículas serem muito pequenas, iludem as barreiras naturais do aparelho respiratório, sendo depositadas e acumuladas nos alvéolos pulmonares, responsáveis pela troca gasosa de oxigênio e gás carbônico com a corrente sanguínea. Quando inaladas, nanopartículas de dióxido de titânio podem alcançar os pulmões podendo ficar acumuladas neste órgão e provocar doenças crônicas, como inflamação pulmonar, pneumonia entre outras.

A forma como as nanopartículas entram no corpo humano, os sítios de penetração, o possível acúmulo e transporte das mesmas também podem determinar um potencial de risco. Com o avanço da utilização da nanotecnologia, pode haver um aumento potencial de fontes indiretas e diretas de contaminação de alimentos, através do contato com as nanopartículas. A migração de nanopartículas da embalagem para o alimento ainda não pode ser considerada significativa, devido a poucos estudos desenvolvidos neste setor. Desta forma, não há diretrizes específicas para a nanotecnologia aplicada a embalagens, onde na maioria dos casos, utilizam-se legislações já vigentes de migração, de maneira geral, de compostos presentes em embalagens plásticas. Na União Europeia, por exemplo, o requisito de segurança está diretamente vinculado com os produtos químicos que podem migrar da matriz da embalagem para os alimentos. As embalagens devem ser fabricadas de acordo com os seus regulamentos, incluindo as Boas Práticas de Fabricação, de forma que qualquer transferência não levante preocupações de segurança alimentar, não altere a composição dos alimentos de uma forma inaceitável ou tenha efeitos adversos de sabor/odor. A Diretiva 82/711/CEE estabelece as regras de base necessárias à verificação da migração dos constituintes de embalagens para alimentos e a Diretiva 85/572/ CEE lista os critérios para avaliar a migração dos componentes dos materiais plásticos. Na Europa o uso de nanopartículas em alimentos ou em contacto com alimentos, deve ser precedido da avaliação pela European Food Safety Agency (EFSA) e ser submetido à Diretiva 1333/2008 como novo aditivo, ainda que a mesma partícula na escala convencional já tenha sido aprovada. Para embalagens de alimentos, atualmente,

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apenas três nanomateriais foram autorizados: o negro de carbono, o nitreto de titânio e dióxido de silício. Porém, o nitreto de titânio não pode ser detectável em alimentos, o negro de fumo não pode ser utilizado em níveis superiores a 2,5% m/mde nas embalagens e para o dióxido de silício o limite de migração específica ainda não foi definido. Nos Estados Unidos o Food and Drug Administration (FDA) ainda não estabeleceu definições sobre nanomaterial, escala nanométrica, ou outros termos relacionados. A agência mantém a posição de que os materiais quimicamente idênticos a um aditivo indireto autorizado em alimentos ou uma substância reconhecida como segura (GRAS), que respeite os limites determinados, podem ser utilizados sem aviso prévio. Como, por exemplo, o alumínio e a argila bentonita, pela melhoria nas propriedades de barreira, a prata pela atividade antimicrobiana e o óxido de zinco pela propriedade de barreira UV e atividade antimicrobiana. Tais materiais são classificados como GRAS, portanto poderiam ser utilizados, pois não há na legislação nenhuma menção referente ao tamanho da partícula. O FDA ainda não definiu se os produtos que envolvem aplicações nanotecnológicas são benignos ou prejudiciais. A agência mantém uma política reguladora com base científica focada no produto, e afirma que estudos científicos que comprovem o risco ou ausência de risco de um produto com aplicações nanotecnológicas são necessários para criar uma norma reguladora. As avaliações técnicas futuras serão específicas, levando em consideração os efeitos biológicos de um dado nanomaterial e o objetivo pretendido.

O FDA ainda não definiu se os produtos que envolvem aplicações nanotecnológicas são benignos ou prejudiciais...

Conclusão O conhecimento sobre os materiais em nanoescala, bem como seu comportamento tem surgido de forma relativamente lenta. O principal fator limitativo é o grau de conhecimento de investigadores e reguladores, que ainda não têm bases científicas comprovadas para gerir os riscos dos nanomateriais. Por esta razão, esta é uma questão que ainda permanece em aberto e representa um dos desafios para a regulamentação da nanotecnologia aplicada em produtos que estarão em contato direto com alimentos. As vantagens desta nova tecnologia são indiscutíveis, no entanto é fundamental esclarecer todas as partes envolvidas (consumidores, investigadores, trabalhadores, produtores e reguladores) a respeito das incertezas e riscos associados ao uso da nanotecnologia, embora estes ainda não sejam totalmente conhecidos. Peça elaborada com base no texto “Application of nanothecnology in food Packaging by Ana Carolina Sergio Almeida, Elisângela Aparecida Nazário Franco, Fernanda Marques Peixoto, Kênia Letícia Ferreira Pessanha e Nathália Ramos Melo. O nosso muito obrigado.

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A embalagem certa A embalagem é o principal elemento de interação e comunicação entre o consumidor, o produto e a marca. Num mercado cada vez mais competitivo, com vários produtos que apresentam características e preços idênticos, a embalagem assume um papel fundamental na diferenciação das marcas. É um dos principais fatores que impulsionam a venda do produto. Se a embalagem for apelativa e a informação for clara, o consumidor sente-se mais cativado, a sua perceção sobre o produto é maior, e as chances de venda aumentam. Por outro lado, se a embalagem for frágil ou descuidada e transmitir debilidades, gera imediatamente uma imagem negativa do produto e da marca. Entre os atributos facilmente percetíveis comunicados pela embalagem estão: a facilidade de utilização, conveniência, conforto, segurança alimentar e proteção do produto.

A gama de tabuleiros e cuvetes compreende dezenas de referências.

Além disso, o design agrega valor aos produtos ao adequá-los de forma eficiente às necessidades e expectativas do consumidor definindo o seu correto posicionamento no mercado. Estes valores podem ser emocionais, mas geram reflexos práticos bastante objetivos como perceção de funcionalidade, identidade, personalidade e, principalmente, fidelidade à marca. No entanto, é importante referir que na base de todas estas perceções se encontram dois importantes fatores: produto de qualidade, e uma embalagem condizente. Neste contexto, visitámos a TECTRAY, unidade fabril pertencente ao Grupo Tecnopack, de Paulo Farinha. A TECTRAY é uma empresa especializada no fabrico de cuvetes que utiliza dois tipos de processos de fabrico: termoformagem e injeção. Na termoformagem a matéria-prima são bobines de PET e PET PE,

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com diferentes cores, micragens e larguras. No processo de injeção utiliza-se PP (Polipropileno) granulado, negro, branco e transparente. “A Tectray nasceu nas instalações da Tecnopack, tornando-se independente há cerca de 4 anos. Revela-se uma empresa em franco crescimento e oferece várias soluções ao nível da embalagem. Embora fabriquemos para várias indústrias, o nosso foco é essencialmente a indústria das carnes, catering e cozinhas industriais. Preocupamo-nos muito com todas as fases do processo produtivo. Temos controlos em todas as fases e uma política de higiene e segurança muito rigorosa”. Sublinha Helena Rosa, Diretora de Marketing do Grupo Tecnopack. Conta com um parque com 10 máquinas, ultramodernas, robotizadas que trabalham ininterruptamente 24 horas por dia, no fabrico de cuvetes. Têm várias referências de tabuleiros e a possibilidade de desenvolver embalagens personalizadas para os seus clientes. Do Grupo fazem ainda parte outras duas empresas que encerram o ciclo de oferta do Grupo Tecnopack na área da embalagem: a ETIRÓTULOS que se dedica à produção e comercialização de etiquetas e rótulos, e a EUROCONVERTE uma unidade de conversão de filme BOPP em bobina ou sacos normais, microperfurados, macroperfurados, de vários tamanhos com ou sem impressão dependendo das necessidades do cliente. Este filme técnico pode ser utilizado nas áreas de Termoformagem, Termoselagem e Flowpacks. Em pleno período de crise onde se verificou uma nítida retração do investimento e muitas empresas sentiram dificuldades económicas, a Tecnopack apostou no investimento. “Com o objetivo de termos uma oferta integrada, sermos mais competitivos e de respondemos de uma forma mais eficiente às necessidades do mercado, decidimos que a nossa estratégia passaria pelo fabrico próprio. Nesse sentido, abordámos a Etirótulos que era uma empresa já existente no mercado, ficámos detentores da maioria do capital, investimos em novos equipamentos e modernizámos os processos. Com a Euroconverte foi diferente, foi uma empresa criada de raiz e como tal foi necessário um grande investimento em infraestruturas e equipamentos que garantissem as melhores condições de fabrico. A integração destas duas empresas no Grupo Tecnopack permitiu-nos ter uma maior capacidade de resposta, prazos de entrega reduzidos e disponibilizar soluções à medida dos nossos clientes” refere a Diretora de Marketing do Grupo.

Fabrico por Termoformagem.

Digi, uma das representações mais antigas da Tecnopack.

A Tecnopack aposta na inovação e num serviço de excelência A Tecnopack é uma empresa de capital 100% nacional, com mais de 20 anos de experiência no mercado e uma carteira com mais de 3000 clientes. Começar um projeto do zero ou otimizar um processo já existente é o dia-a-dia de uma empresa que conta com profissionais qualificados um vasto know-how do mercado e parcerias estratégicas exclusivas com empresas de excelência no panorama nacional e internacional, tais como a Digi, Henkelman, Reepack, entre outros. : : 57 : :


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“Cada cliente é único e tem as suas especificidades, por isso faz parte do nosso trabalho tentarmos chegar o mais próximo possível da sua realidade. Só assim conseguimos acrescentar valor ao seu negócio.”

Helena Rosa, diretora de Marketing do Grupo Tecnopack defende que o crescimento nos próximos anos passará em grande parte pela sinergia entre as várias empresas do Grupo.

Outra aposta da empresa tem sido no desenvolvimento de equipamentos, como é o caso do controlador de peso Tecnopack. “Este equipamento foi desenvolvido pelo nosso departamento de Investigação e Desenvolvimento, onde várias balanças individuais conjugam o peso de cada produto, até obter um peso por embalagem, predefinido pelo cliente. Esta solução foi implementada com êxito assinalável numa série de clientes, como a Aviludo, Greenleaf, Montalva, Vivifoods, entre outros.”, sublinha Helena Rosa. Segundo a nossa interlocutora, o mercado está estável e consolidado: “Temos uma carteira de clientes bastante sólida e,

neste momento, a nossa aposta é na qualidade do serviço que prestamos aos nossos clientes”. Para além da venda de equipamentos, consumíveis e assistência técnica, a Tecnopack presta também serviços de consultoria, onde após visita às instalações dos clientes, faz um levantamento das suas necessidades e desenvolve soluções à medida. “Cada cliente é único e tem as suas especificidades, por isso faz parte do nosso trabalho tentarmos chegar o mais próximo possível da sua realidade. Só assim conseguimos acrescentar valor ao seu negócio. Muitas vezes isso passa por fazermos alguns ajustes e

Controlador de peso Tecnopack. : : 58 : :


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transformações nos equipamentos dos fabricantes bem como desenvolvermos alguns periféricos que visam tornar os processos dos clientes mais eficientes”. E os números falam por si: o fornecimento de embalagens alcança uma quota de mercado no setor industrial de carnes de mais de 30% e o grupo apresenta uma faturação anual de 17 milhões de euros, com cerca de 60 colaboradores. Helena Rosa é perentória em relação a este tema: “Grande parte da produção realizada nas empresas do Grupo é absorvida pela Tecnopack. Penso por isso que o nosso crescimento nos próximos anos passará em grande parte por esta sinergia entre as várias empresas. Cada uma dedicada à sua área de especialização, as fábricas com a produção e a Tecnopack na linha da frente no fornecimento e na prestação de um serviço de excelência”.

Sustentabilidade e defesa do meio ambiente Quando se fala em plástico é inevitável que não se aborde o tema da defesa do meio ambiente. Segundo especialistas, na ausência do plástico seriam gastos 2 a 3 vezes mais recursos para produzir embalagens a partir de materiais alternativos que muitas vezes são também escassos e essenciais para outros fins. O Grupo Tecnopack não é alheio às questões ambientais, tem uma forte política de gestão de resíduos implementada e aplica-a não só nos resíduos diários inerentes ao seu funcionamento mas também nos seus processos de fabrico. Por exemplo, a Tectray dispõe de um sistema de reciclagem presente em ambos os sistemas: injeção e termoformagem. Na termoformagem, a matéria-prima que sobra do recorte das cuvetes é triturada, colocada em big bags e enviada para o fornecedor de matéria-prima que por sua vez a derrete e volta a formar bobines. Na injeção, não existindo

Paulo Farinha e Helena Rosa. : : 59 : :


: : Tecnopack : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

A reciclagem é a palavra de ordem. O desperdício é triturado e misturado com a matéria-prima virgem.

Parque de máquinas de fabrico de cuvetes por injeção e termoformagem.

um desperdício direto associado ao processo de fabrico, uma vez que o plástico é derretido dentro da máquina e injetado em estado líquido diretamente para o molde, o desperdício está diretamente relacionado com cuvetes que ficam mal formadas ou que apresentam algum defeito detetado pelo controlo de qualidade. Neste caso, as cuvetes são trituradas e adicionadas à matériaprima virgem (PP granulado), ambos os materiais são aspirados em conjunto para dentro da máquina, derretem, fundem-se e são injetados para dentro do molde formando assim novas cuvetes. Todo este processo é realizado dentro da Tectray.

Internacionalização do grupo “Num futuro próximo avizinham-se novos desafios. Queremos apostar em novas oportunidades de negócio e nesse sentido a exportação poderá ser um caminho. Já exportamos pontualmente mas, neste momento, estamos a estudar a possibilidade de o fazer numa maior escala. O mercado espanhol poderá ser o nosso alvo preferencial, quer pela proximidade, quer por uma série de contactos já desenvolvidos. No entanto queremos primeiro criar as condições e as bases certas para o fazermos com solidez e sustentabilidade” conclui Helena Rosa.

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Psicologia do consumidor: a importância da embalagem nas compras

Aquilo que motiva a compra de um determinado produto, ultrapassa em grande escala a necessidade pura e simples. Existe uma série de elementos que impõem a sua grande influência, tal como o marketing, a publicidade e a embalagem. A psicologia do consumidor é capaz de dar respostas profundas e detalhadas sobre este assunto. Quantas vezes é que já não nos apaixonamos por um produto, só pela embalagem? Há uma razão que explica o facto das embalagens apresentarem o design e respectivas cores. De facto, uma embalagem não é um simples revestimento ou um mero invólucro para proteger o conteúdo. As embalagens exercem um papel crucial para proporcionar uma excelente experiência de compra. Uma grande parte dos consumidores compreendem a embalagem e o seu interior como uma coisa só. Por outras palavras, para os clientes quer a embalagem, quer o produto são igualmente relevantes. À luz da psicologia do consumidor, é muito interessante abordar a íntima relação entre embalagens e processos de compra! A psicologia do consumidor é um campo voltado para o estudo do comportamento e da mentalidade dos consumidores ao

atravessarem a jornada de compra, ou seja, desde o momento que antecede a efetiva aquisição até ao pós-compra. Quando a embalagem não é agradável, não é bonita, não tem toque, o cliente tende a construir uma impressão negativa quanto á imagem da marca. Atualmente, o consumidor apresenta uma forte inclinação para adquirir produtos que lhe pareçam esteticamente mais interessantes, mesmo que estejam cientes de que o conteúdo continua a ser o mesmo. De acordo com estudos anuais da MeadWest,Co, cerca de 60% dos consumidores compram novamente o produto se a embalagem for funcional e 38% são fortemente influenciados pela sua aparência. A eficiência da utilização desses “gatilhos” mentais nas ações de marketing estão largamente comprovadas. Obviamente, o seu poder varia de acordo com o produto, o perfil da empresa e as especificidades do público-alvo.

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As 5 teorias do comportamento do consumidor Entender o comportamento do consumidor é um modo eficaz de conhecer melhor o seu público-alvo, saber quais são as suas necessidades, vontades, frustrações, desejos e, assim, qualificar o seu processo de decisão. Conhecer profundamente o seu público-alvo é extremamente benéfico para ambas as partes. E isto aplica-se a um pequeno

comerciante de carnes, como se aplica a um industrial de carnes de grandes dimensões. Um produto bem comunicado, além de atender e satisfazer as necessidades e anseios dos clientes, gera mais vendas e, consequentemente, melhores resultados. Confira, a seguir, as cinco teorias do comportamento do consumidor, e saiba quais são os principais fatores que guiam as decisões de compra:

1.

4.

comportamental

Teoria psicanalítica

A partir de um referencial teórico muito utilizado na psicologia, possibilita uma compreensão mais refinada e completa das razões emocionais presentes no comportamento de compra, determinando o papel que os fatores ambientais exercem no consciente do consumidor.

A compreensão acerca do comportamento de consumo vale-se da psicanálise, estudando os impulsos psíquicos que estimulam a aquisição de bens materiais. Nessa perspectiva, o simples ato de compra nada mais é do que uma forma encontrada pelo inconsciente de se manifestar, uma vez que o individuo projeta todas as suas angústias, frustrações e anseios em determinados objetos de cobiça.

2. Teorias antropológicas e sociais O objetivo é apurar o entendimento do consumo enquanto prática social, que é encarado de forma crítica e engloba uma série de condicionantes, como questões históricas, sociais e culturais.

5. Teoria cognitiva É a mais utilizada, atualmente, pelos profissionais de marketing. Tem por objetivo integrar o consumidor com o produto e o ambiente. O consumidor escolhe os produtos que comprará conforme fatores do tipo cognitivos e situacionais.

3. Teoria da racionalidade econômica Este pensamento trabalha a partir da ideia que o consumidor, no seu processo de compra, se comporta de forma racional, adotando uma postura um tanto ou quanto egoísta, procurando sempre alternativas de consumo que lhe proporcionem prazer e satisfação com o menor custo possível.

A importância e os efeitos - do aspecto - de cada embalagem Tanto o aspecto geral no que diz respeito às particularidades de cada embalagem possuem uma determinada importância, ou seja, causam efeitos variados no consumidor. Fatores como a estética, cor, trabalho de impressão, qualidade do material, informação técnica, personalização, proteção do produto e outros aspectos

relacionados ao design são efetivamente levados em conta no momento da compra. Pensando nisso, exploramos embora que sucintamente, a seguir, a importância e os efeitos dos aspectos mais revelantes das embalagens.

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: : Psicologia do consumidor : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :

... uma embalagem não é um simples revestimento ou um mero invólucro para proteger o conteúdo. As embalagens exercem um papel crucial para proporcionar uma excelente experiência de compra...

Cores As cores das embalagens não são definidas aleatoriamente. Pelo contrário, têm por base a psicologia das cores. Esta disciplina científica descobriu, já há algum tempo, que as cores provocam diferentes sensações e reações nos seres humanos, podendo ser utilizadas como um poderoso instrumento de persuasão, levando as pessoas a rejeitarem ou preferirem uma embalagem, mesmo que o produto seja exatamente o mesmo. Harmonizar as cores de uma embalagem é essencial na construção de uma imagem capaz de transmitir confiança, coerência, organização e profissionalismo.

Formato/forma A forma é um dos principais influenciadores para a escolha de um produto. Além de tornar uma peça mais ou menos atraente, cumpre também uma função prática. O formato do produto deve estar associado ao uso que ele terá no dia-a-dia, de modo a facilitar a vida do consumidor. Pense numa embalagem de carne. Numa cuvete, por exemplo. Em termos de embalagem parece a coisa mais simples do mundo, no entanto, quantas vezes já pegou numa cuvete que ao toque revela fragilidade? Os “sensores” do nosso cérebro reagem de imediato e o nosso inconsciente constrói uma imagem negativa sobre o produto. Além de revelar solidez a cuvete tem que se mostrar atraente e abrir da forma mais simples possível. A forma também é muito importante e deve ser condizente com o valor que a marca deseja transmitir com o produto. Não quero personalizar, mas conheço um caso flagrante de um grupo do norte do país que criou uma imagem para os seus produtos e uma assinatura que, na minha opinião, nunca funcionou. Às vezes olho para os produtos desta empresa nos escaparates das grandes superfícies e penso: “é realmente o produto menos sedutor do mercado”.

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Desenho gráfico O desenho gráfico é um dos elementos essenciais para o design de uma embalagem. Desde a seleção dos tipos até às imagens que compõem as embalagens. Por isso, escolher a fonte para um trabalho gráfico não é algo que possa ser feito de animo leve e sem o estabelecimento de parâmetros. Há uns anos, uma empresa do distrito de Lisboa, convidoume para provar uns hambúrgueres que ia lançar no mercado. Confesso, que fiquei surpreendido com a excelente qualidade do produto, com o sabor, textura e suculência dos ditos cujos. Fabuloso. Na altura, fiquei plenamente convencido que o produto ia ser um êxito. Tinha tudo para ser um êxito. Tinha? Um tempo depois foi uma desilusão. Encontrei o produto numa embalagem descuidada, com design monocromático (verde sobre uma caixa branca) e com uma foto de um hamburguer que mais parecia um acidente de cozinha. A marca do hamburguer era o nome da empresa que já, por si, não era famoso, e apesar de ser um excelente produto, não conseguiu transmitir isso ao consumidor. Resultado: o produto foi um fracasso.

Um produto bem comunicado, além de atender e satisfazer as necessidades e anseios dos clientes, gera mais vendas e, consequentemente, melhores resultados...

Informações técnicas Outro requisito crucial diz respeito às informações técnicas contidas na embalagem. Esse espaço deve conter o máximo de informação possível, dando ao consumidor todos os dados que ele precisa saber a respeito do seu conteúdo. Além disso, o marketing reza que as informações técnicas sejam acompanhadas de informações lúdicas, bem-estar e gastronómicas. Refletem uma ficha técnica menos pesada e muito mais atrativa.

Estética Um apelo estético pesa muito no comportamento do consumidor. Isto tem a ver com um prazer que vai muito mais além da utilidade de um item. A beleza, só si só, projeta uma experiencia emocional marcante, envolvendo o consumidor e fazendo com que o produto obtenha uma importante vantagem competitiva, destacando-se da concorrência. A psicologia do consumidor é fundamental para que você possa criar embalagens mais interessantes e funcionais. Por ser um instrumento capital para qualquer estratégia de marketing que se queira bem-sucedida, as embalagens devem ser consideradas, acima de tudo, como um meio eficaz para potencializar a sua argumentação comercial e, assim, alavancar os seus resultados.

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