Ge#22. Classe X. A pickup da Mercedes

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Classe X A pickup da Mercedes A Mercedes melhorou profundamente a base técnica do seu primo Nissan Navara, para aterrar onde um Mercedes deve estar: no topo da classe. Mas, na nossa opinião, o Classe X só reinará no planeta das pickups quando receber o motor diesel V6 e uma transmissão 4x4 permanente. Até lá... Ao contrário do nosso país onde as pickups são penalizadas por impostos inadequados, este mercado cresce em todo o mundo, inclusive, na Europa. Por exemplo, em França, impulsionado pela isenção de impostos e imposto sobre veículos de empresa (porque há que fomentar a economia), venderam-se mais de 20.000 unidades com preferência substancial para os modelos de cabina dupla... ao mesmo tempo que o mercado mundial é impulsionado por países emergentes, apaixonados por pickups: economia agrária, meio-terra, meio-asfalto. Em resultado disto, novas caras chegaram ao mercado: Volkswagen Amarok (2011), Fiat Fullback (2016) Renault Alaskan e Mercedes Classe X (2017).

Em termos de 4x4, o know-how não é por decreto, nem porque sim. Os especialistas em pickups contam-se pelos dedos: Toyota, Isuzu, Nissan, Mitsubishi... só a Volkswagen partiu de uma folha em branco. A Fiat dirigiu-se à Mitsubishi, a Renault e a Mercedes à Nissan. A Renault para criar a Alaskan limitou-se a alterar a grelha e substituir os logótipos da Navara, a Mercedes, noblesse oblige, foi mais ambiciosa, apesar de ter recebido do seu cousin, o chassis, a tração integral, a transmissão automática e o bloco diesel original Renault 2.3 turbo diesel biturbo da Navara (190 cv). Todo o resto é caseiro. Não há uma parte do corpo comum. Tudo foi estudado e alterado conforme a perspectiva da engenharia de Estugarda: chassis de longarinas com rigidez à torção, vias alargadas, eixo traseiro rígido multi-link, suspensão dianteira de travessas duplas e blindagem inferior com três secções, distância ao solo reduzida de 22 para 20 cm, quatro travões de disco, frente poderosa com a grande estrela de três


5 pontas assente sobe as imponentes lamelas cromadas e faróis de tecnologia LED de alta performance que saltam à vista inserindo o Classe X que nem uma luva no estilo dos SUVs Mercedes. Olhando para o perfil e para a traseira, não surpreende nem desilude. A solução estética encontrada não foge aos padrões instituídos. Produzidas para trabalhar, as pickups não são propriamente confortáveis, sobretudo para os passageiros dos

bancos de trás: longa distância entre eixos, molas de lâmina (no caso do Classe X só tem versões com esquema traseiro de suspensão com molas helicoidais), para aguentar as cargas. É verdade que a Nissan já adoçou este aspecto na Navara com a adoção da suspensão multi-link que se caracteriza pela utilização de três ou mais braços que ligam o chassi ao seu eixo, mas o Classe X foi mais longe.


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O Classe X foi mais longe: canais alargados 7 cm para acomodar o futuro V6 e o centro da gravidade reduzido 2 cm, proporcionando o melhor

4L. O ESP é desativado no modo de 4L. Se, adicionalmente, o bloqueio de compensação estiver ligado, o ABS também é desativado. Claro que como todos os seus familiares, o Classe X não tem medo de trabalhar. Carrega 1016 Kg e pode rebocar 3500 kg. Tem uma caixa bem

equilíbrio de toda a classe pickup, quer em termos de comportamento, quer em termos de conforto. Verdadeiro XXL com 5,34 metros de comprimento, 3,15 metros entre eixos, e 2340 Kg sob o pé direito, em abono de uma condução flexível. As suspensões suportam sem flexionar as reações de apoio e o eixo traseiro não faz ricochete nas irregularidades da estrada. Curiosamente, ao nível do ritmo “cardíaco”, o diesel de 190 cavalos revela

alguma doçura. As performances não são desonrosas (11,8 de 0 a 100 Km/h) mas, pedia-se mais genica.

escalonada em baixas, regulador de velocidade em descida (DSR Downhill Speed Regulation) de série, para evitar bloqueio das rodas em caminhos íngremes e de pedra solta. Se necessário, como opção, pode aumentar a altura ao solo até 22 cm e aplicar um bloqueio do diferencial traseiro, aumentando a capacidade de combate. Mas a

Mercedes acredita que a sua clientela apreciará especialmente o seu outro grande talento: de todas as pickups, o Classe X, é o que mais se aproxima do comportamento de um SUV.

De acordo com a tradição Mercedes, um controlo circular pode configurar a transmissão de 2WD para 4H em andamento, a uma velocidade inferior a 100 km/h em marcha em frente e a direito. Ao mudar, pisca no visor multifunções a indicação do modo de acionamento selecionado 4H ou


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... de todas as pickups, o Classe X, ĂŠ o que mais se aproxima do comportamento de um SUV.


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A bordo do Classe X Os plásticos do painel de bordo recordam as origens utilitárias mas, surgem na forma de pequenos diamantes a provar que o Classe X não é uma pickup como as outras. Acima de tudo, é a afirmação de casta, incorporando todos os códigos Mercedes de design i n t e r i o r : v e n t i l a d o re s re d o n d o s em forma de turbina, painel de instrumentos elegantemente inserido, ecrã tátil situado, orgulhosamente, na parte superior da consola central e comandado por um touchpad (que

pessoalmente não simpatizo, diga-se de passagem) localizado atrás da alavanca de velocidades comum a todos os modelos da marca. Um painel “Made in Mercedes” que, opcionalmente, pode beneficiar de um folheado em madeira ou de alumínio transversal realçando o elegante e sóbrio painel de instrumentos. O Classe X oferece um design que embora não sofisticado, é funcional, confortável e sedutor. Nenhuma pickup, mesmo a Amarok, não chega a este grau de apresentação. Está-se muito bem dentro do Classe X. Cheira a Mercedes por todo o lado. A Mercedes expandiu os bancos do Classe X para aumentar o conforto.

Louvável, mas os bancos traseiros, já de si bem preenchidos, reduzem o espaço ao teto, um ligeiro inconveniente para passageiros mais altos. E, como em todas as pickups (confesso, que estava à espera de novidades neste ponto), a posição reta e vertical das costas dos bancos traseiros, provocam cansaço, sobretudo nas longas estiradas. O espaço para pernas aceita-se.

... o Classe X não tem medo de trabalhar...


11 ... ao nível do ritmo “cardíaco”, o diesel de 190 cavalos revela alguma doçura...

O que gostamos mais: > Do excelente comportamento em estrada > Eficácia e conforto > Design exterior e interior > Habitabilidade > Segurança quer em asfalto, quer em terra.

O que gostamos menos: > Comportamento em solos de areia

A nossa opinião Em matéria de pickups os ourives são raros. A Mercedes foi bater a uma boa porta e levou o chassi, motor e transmissões da Nissan Navara. Nada de mais. Depois, deu um passo em frente: resenhou tudo e deu-lhe o toque que faltava com o brilho de quem sabe fazer bem: baixou a altura ao solo em 2 cm para apaziguar o comportamento em

estrada, que consideramos excelente. Vestiu-o com equipamentos de pelúcia e proporcionou opções mais refinadas e colocou o Classe X no topo da categoria.

devido à suavidade – pouco provável – deste motor de 190 cv, revelou algumas dificuldades (segundo o nosso critério de ensaio, sem baixar a pressão dos pneus) em manobrar em 4H ( 4x4 Altas) sobre estradões de areia, obrigando à engrenagem do modo de acionamento 4L e vazamento de pneus.

Em termos de off-road, o Classe X tem tudo o que se exige: tração integral, 4Matic, caixa com redutoras e bloqueio de diferencial traseiro. No entanto,

O Classe X destaca-se pela estética, muito mais agradável do que as restantes propostas do mercado, o que certamente será um trunfo a seu favor.


Ficha Técnica Classe X Dimensões Comprimento: 5,34 m Largura: 1,92 m Altura: 1,82 m Distancia entre eixos: 3,15 m Capacidade carga: 1020 Kg Medidas da caixa: 1,59 mx 1,56 m x 0,47 m Capacidade de reboque: 3.500 Kg

Performances fora-de-estrada Ângulo de ataque: 30º Ângulo ventral: 22º Inclinação máxima: 49,8º Passagem a vau: 600 mm

O Mercedes Classe X é fabricado na fábrica espanhola da Nissan. Além dos bloco 2.3 da Navara (190 cv), também é possível encontrar uma versão mais calminha deste bloco, com 163 cv e com apenas um turbo compressor, na versão X 220d. Mas sobre locomoções o Classe X não se fica por aqui, dado que também está disponível um quatro cilindros a gasolina com 165 cv. Seja qual for a escolha do cliente, diesel ou gasolina, pode ser associado a uma caixa manual de seis velocidades ou a uma transmissão automática de sete velocidades. Desta forma, estamos ansiosos pela chegada, muito em breve, da versão que a Mercedes acredita levar o Classe X a reinar no planeta das pickups: o Classe X 350 d, com um V6 turbo diesel de 258 cv e 550 Nm, dotado de todo o equipamento que exige a uma pickup que anseia reinar soberanamente, com destaque para o sistema “muito Mercedes” Dynamic Select, coisa rara no segmento das pickups, permitindo optar entre cinco modos de condução: Comfort, Eco, Sport, Manual e Off-Road. Em função da escolha, o Dynamic Select, atua sobre o funcionamento do motor, rotações de passagem de caixa na transmissão automática e , por último, sobre o sistema Start/Stop ECO.


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Preços • Classe X 220d 4x2 / cx manual / jante 17” / 2.3 163cv > 38.126.09 Euros • Classe X 220d 4x4 4Matic/ cx manual / jante 17”/2.3 163cv > 46.837,61 Euros • Classe X 250d 4x2 / cx manual/ jante 17” / 2.3 190 cv > 41.176,49 Euros • Classe X 250d 4x4 4Matic/ cx manual/ jante 17”/ 2.3 190cv > 47.809,31 Euros Preço do veículo ensaiado (Mercedes Benz Classe X PROGRESSIVE): 63.864,20



15 Já conhece a LEICA STORE? Os mais atentos à arte da fotografia saberão que as máquinas fotográficas Leica permanecem como objeto de culto de muitos profissionais e até de amadores. É um dos nomes mais acarinhados pelos aficionados da fotografia — profissional e não só — pela vertente emocional que lhe é característica. A Leica, marca fundada

em 1914 na cidade de Wetzlar, na Alemanha, chegou a Portugal, com um espaço lindíssimo que vai ao encontro das expectativas dos mais exigentes amantes da fotografia. Descemos a rua Sá da Bandeira, no Porto, passamos pelo icónico Teatro com o mesmo nome, fundado em 1877 e que passou a denominar-se Teatro Sá da Bandeira, definitivamente, em 1910, sendo um espaço para todos, muito admirado pelo seu ecletismo da sua programação. Pois bem, o magnífico Teatro Sá da Bandeira tem agora mais um vizinho ilustre: a primeira loja Leica do país. Mais um motivo – obrigatório – para se deliciar na rua Sá da Bandeira, onde há quase tudo.

Central e cheia de comércio, a rasgar uma das encostas da cidade até à estação de São Bento, a Rua de Sá da Bandeira é seguramente uma das mais importantes do Porto. É também simbólica de um período de reconfiguração da cidade – muito ligada à vitória liberal –, tendo sido aberta para criar uma ligação mais direta entre a atual praça da Liberdade e a rua do Bonjardim, em 1836. O nome desta rua homenageia um dos heróis do Cerco do Porto, o Marquês de Sá da Bandeira (Bernardo de Sá Nogueira), que perdeu um braço a combater, no Alto da Bandeira, em Gaia. Nesta rua, além encontram-se dois emblemas portuenses, como o Mercado do Bolhão e o Teatro Sá da Bandeira, e ainda um comércio diversificado, algum dele bem antigo.

Fotos de Gilles Caron

Pois é nesta deliciosa e movimentada rua, entre os números 48 e 52 que podemos encontrar o novo espaço da Leica que oferece todo o portefólio de máquinas fotográficas, onde se pode ver, por exemplo, todos os componentes que constituem uma máquina fotográfica ou como o corpo da Leica M6 é feito: a partir de um bloco inteiro esculpido interiormente, do género como os povos africanos constroem as suas pirogas, feita de um tronco de árvore cavado, criando o corpo, praticamente, indestrutível. Além disso, a Leica Store alberga uma lindíssima galeria onde se pode ver exposições alternadas de elevada qualidade. Quando visitamos a Leica

Store estava patente a exposição “Conflitos” de Gilles Caron que foi um dos primeiros fotojornalistas. Em 1959 e depois de iniciar os estudos superiores em jornalismo, Gilles Caron cumpre 22 meses de serviço militar na Argélia, período que o marcará profundamente. Em 1966 fundou com Raymond Depardon, entre outros, a agência Gamma e a partir desta altura cobriu todos os grandes acontecimentos da época: Médio Oriente, Vietname, Chade, Irlanda do Norte, Biafra… Onde quer que existisse um conflito, Gilles Caron estava lá com a sua câmara para o registar, até ao fatídico dia 5 de Abril de 1970 em que desapareceu no Cambodja numa zona controlada pelos

Khmer vermelhos. Enquanto repórter de guerra, Caron encontrou-se inúmeras vezes com situações extremas mas nunca deixou de se emocionar com o cinema Nouvelle Vague e a fervilhante cena musical francesa dos anos 60. Trabalhou ocasionalmente nos filmes de Godard e Truffaut e até como fotógrafo de moda. Este desvio até ao mundo do cinema e da moda que, à partida, poderia ser visto como algo estranho ao seu trabalho, afinal deixou uma marca importante no seu vocabulário estético, como pode ser visto nas suas fotografias das manifestações do Quartier Latin ou das ruas do Ulster.


Texto e fotos: Manolo Produção: Glória Oliveira Parceiro de reportagem: Mercedes Benz Classe X Design/paginação: Patricia Machado


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