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Pinhal Total . Oleiros
Sentir a natureza...de ribeira em ribeira Se me perguntasse qual era a melhor maneira de conhecer o concelho de Oleiros, não hesitaria em responder: através do passeio todo-o-terreno turístico Pinhal Total. E porquê? Porque se trata de um roteiro natural, que nos leva a conhecer os cantos mais recônditos e belos do concelho, provavelmente, no seu estado de conservação ancestral; um privilégio. Reunimos três fatores importantes, indispensáveis, para participar num passeio de todo-o-terreno turístico: a defesa do ambiente, o veiculo e o alojamento, quando é caso disso. Mas sobre o veiculo e o alojamento já lá vamos. Em Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, designado pela Assembleia das Nações Unidas, muito se fala e pouco se faz, mas é primordial que tenhamos em mente, sem preconceitos nem artifícios
pseudo-ecológicos, que temos de lutar pela preservação ambiental e equilíbrio do sistema. Fartos de ouvir discursos extremistas e desarrazoados sobre defesa do ambiente e preservação do planeta, sejamos honestos, todos sabemos que todos os gestos que fazemos são poluidores. A simples compra de um iPhone compreende um percurso poluidor, o próprio consumo é poluidor; o desperdício alimentar é outro fator importante de poluição; Dito isto, parece-me claro, que não é possível acabar com a poluição. A palavra-chave é reduzir, ao ponto de permitir ao planeta que seja eficaz na regeneração. Sim, porque o planeta tem essa capacidade. E, isso, depende de nós. Verdade. Neste contexto, o passeio de todo-oterreno turístico “Pinhal Total”, que este ano comemora 10 Anos de existência,
... três fatores importantes, indispensáveis, para participar num passeio de todo-o-terreno turístico: a defesa do ambiente, o veiculo e o alojamento, quando é caso disso...
está na linha da frente e é um dos nosso preferidos. Não participamos em todas as edições mas, naquelas que estivemos presentes, assistimos sempre a uma grande preocupação ambiental da parte da organização: a Associação Pinhal Total.
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L200 com o seu aspecto barba-rija, mas sedutor e elegante.
Mitsubishi L200. Neoclássica O nosso veiculo de eleição para acompanhar o passeio comemorativo da
A melhor maneira de respeitar a natureza é interagir com ela “Pinhal Total” é um evento anual de turismo sustentável que respeita a natureza sem preconceitos, e leva os participantes a entenderem, por montes e vales, o valor inestimável da riqueza natural da região. Como? Interagindo com ela; respeitando-a. O respeito pela natureza não se faz por Decreto, mas através da interação, minimizando os impactos negativos ambientais e socioculturais, ao mesmo tempo que promove benefícios económicos para as comunidades locais e destinos.
Pinhal Total, foi a Mitsubishi L200, um dos grande pesos pesados do segmento. Campeã de vendas e aptidões fora-deestrada inegáveis. A Mitsubishi recorre a um sólido chassis com barras transversais e molas de lâmina no eixo traseiro, com o passar dos anos foi ganhando em conforto sem perder capacidade de carga e
Tal com o nome do passeio indica, a região não oferece uma paisagem fácil, sedutora, paradisíaca, daquelas que aparecem nos “em perigo de extinção” calendários de parede. Não. A paisagem é de uma beleza natural, agreste, crua,
personalidade off-road. A L200 é comercializada com dois tipos de carroçaria: Club Cab mais orientada para o trabalho, e Cabina Dupla, com quatro portas, cinco lugares confortáveis e um interior bem desenhado e vistoso. As variantes mecânicas, ambas a diesel: 154 e 181 cv.
confinada ao relevo acidentado das serras. Sobretudo, nesta altura do ano (fevereiro) a paisagem é áspera composta, essencialmente, por pinhal e, na minha opinião (que me desculpem os oleirenses), a região goza de uma beleza
Controlo de tração: Caixa manual de 5 velocidades, com redutoras (2,6:1)
Neste sentido, o passeio da Pinhal Total cumpre o seu papel e é catalisador para o desenvolvimento positivo e sustentável da região. Foram mais de 500 os entusiastas que participaram nesta edição: grupos de amigos, famílias inteiras conduzidas por “pilotos” prontos a testar as suas capacidades de condução (leia-se: perícia e leitura de terreno) e, ao mesmo tempo, desfrutar tranquilamente da paisagem e do contacto com a natureza. L200 oferece uma capacidade de carga de 1030 kg
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singular, longe de ser inóspita, revela alguma rudeza a até alguma monotonia na sua mesmice. E a conclusão a que chego cada vez que participo no “Pinhal Total” é invariavelmente a mesma: este pessoal de Oleiros, sabe receber e sabe organizar um passeio TT turístico de qualidade, com preocupações ambientais, num cenário pouco deslumbrante, é verdade. Tiro-lhes o chapéu! A vegetação que caracteriza a região, para além do pinhal que ocupa grande
parte da área florestal, pertence ao estrato arbustivo: carqueja, urze, sem esquecer a torga, os incontornáveis tojos, fetos e esteva que por altura do passeio (fevereiro) não estão floridos. Não é uma beleza fácil. Na época da floração, o mato vinga-se dos “maus olhados” e dá à luz lindas e vibrantes flores. As ribeiras e açudes fazem hino à beleza e serpenteiam e refrescam com veemência todo o território. É o milagre da floresta apadrinhada pela montanha e pela água.
Num lindíssimo dia de chuva (tão belo como um dia de sol, como escreveu Fernando Pessoa) a décima edição do Pinhal Total, proporcionou um excelente dia em contacto com a natureza. Parafraseando Fátima Fidalgo, uma filha da terra, no seu livro “Ao sabor do Pinheiral Bravo”: “escreveu-se uma história reconfortante com cheiro a resina e a terra molhada”, frase que podia muito bem ser o titulo desta peça. Ainda fui tentado...
L200. Na estrada e nos trilhos Nesta incursão pelos trilhos do concelho de Oleiros, numa autentica via verde de coesão com a natureza, submetemos, naturalmente, a Mitsubishi L200 (5ª Geração) 2.4 litros de 181 cv, às agruras de solos de xisto e argila e muitas, mas mesmo muitas, passagens a vau. Um clássico que seduz qualquer praticante que se preze. Tarefa fácil com o sistema de tração Super Select 4WD II que permite eleger entre quatro modos de utilização: propulsão traseira, tração total com repartição de binário entre ambos os eixos; já em desafios off-road temos a opção 4x4 com o bloqueio do diferencial e, se as coisas se complicam de verdade, a tração total com redutora engrenada. A tração Easy Select 4WD associado à opção M-Pro, adiciona um bloqueio do diferencial traseiro.
Mesmo que não tenha a vocação de um 4x4 puro, tipo “sobe paredes” a L200 é incrivelmente versátil e passa quase em todos os lugares, na medida do razoável, bem entendido. O motor de alumínio de 4 cilindros em linha, 2.4 l, turbo de geometria variável e intercooler. 181 cv às 3500 rpm e 430 Nm às 2.500, com uma caixa manual de 6 velocidades promete um consumo de combustível homologado de apenas de 6, 6 a 8,5 litros por cada 100 km. Somando os quilómetros que fizemos desde Lisboa até Oleiros aos do percurso fora-de-estrada a melhor média que conseguimos (8,7 litros/100Km); não esteve longe do
A L200 com o seu aspecto barbarija mas sedutor e elegante, adora rolar fora-de-estrada...
A L200 com o seu aspecto barba-rija mas sedutor e elegante, adora rolar fora-de-estrada. Está a jogar em “casa”.
Participaram nesta edição mais de 500 pessoas.
Jantar de gala, comemorativo do 10ª aniversário da Pinhal Total.
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Quotas TT Ângulo de ataque Ângulo de saída Ângulo ventral Altura ao solo: Passagem a vau: Diâmetro viragem: Pneus: Seletor de modos:
19º 30º 16º (164º) 18 cm 40 cm 10,7 m 245/65 R17 2H, 4H, 4L e 4LL
11 anunciado pelo construtor. Vamos, portanto, acreditar que emite 189 g/Km de CO2. Um pouco oca em baixos regimes, a L200 exprime-se verdadeiramente quando o turbo começa assobiar. Ao nível do chassis, esta L200 beneficia de um corpo mais rígido com torção melhorada. Outra característica interessante é a sua capacidade de reboque de 3100 kg, que encanta os proprietários de cavalos,
madeireiros e agricultores em geral. Em estrada, destaco o os recursos de conforto e segurança. Está muito à frente da rusticidade dos modelos anteriores, digamos que a L200 de ultima geração inspira-se nos equipamentos de SUV mais chique, mesmo que os plásticos sejam muito “pickup” e, sobretudo, muito japonês.
O “Pinhal Total” deambulou tranquilamente pelos trilhos da freguesia Oleiros/Amieira O Património natural da região é um dos maiores atributos desta vila, com locais aprazíveis como a Praia Fluvial, no aproveitamento da Ribeira de Oleiros, no sítio do Açude Pinto, muito frequentada durante o verão e que impôs uma primeira paragem para o pequeno-almoço: uma mesa farta
de iguarias caseiras, que, segundo me apercebi, saíram das mãos das senhoras afetas à organização. A passagem pelo Viveiro do Vale do Gato, marcou de alguma forma os mais atentos. Um projeto de rearborização que teve como mais-valias a
O Património natural da região é um dos maiores atributos desta vila...
incorporação de novas espécies fomentando a biodiversidade, a manutenção de espécies autóctones e a criação de pontos de água (Lagoa da Lontreira). Pelo caminho ficava a pista de obstáculos para os mais audazes com honras de tambor e gaita de foles e, pelas nossas contas, oito passagens a vau. Uma manhã bem molhadinha. Do pequeno-almoço ao almoço, foi um ápice; passou a correr entre trilhos enlameados, escorregadios, passagens a vau passadas com mestria, algumas botas encharcadas, alguns capôs abertos, algumas teimosias, e um espírito de satisfação à
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prova de bala. O repasto teve lugar no restaurante do pavilhão municipal de Oleiros, numa demonstração simpática da gastronomia local, onde o maranho e o bucho encabeçavam o cardápio. Como habitualmente, e desde já, o que consideramos uma excelente ideia, o percurso estava dividido por
cafeteira, saboreávamos a fabulosa vista sobre a Vila de Oleiros que se dissipava docemente à medida que o sol se escondia na linha do horizonte.
pequenos troços aproximadamente de sete quilómetros, findo o troço, o road-book sugeria colocar o contaquilómetros a zero. À tarde, repetiuse a dose e o último troço levou-nos ao Cristo-Rei, situado no Alto das Sesmarias. Segundo o autor da obra, o Mestre Américo Lima, a obra representa “ Uma síntese idealizada entre o cristo
Rei de Almada, na margem sul do Tejo e o Corcovado do Rio de Janeiro”. Uma obra discutível que marcou a entrada do povo do concelho no segundo milénio.
Na vila, ainda houve tempo para os mais arrojados experimentarem a pista espetáculo de obstáculos e assistir a um espetáculo de fogo de artifício. Um espetáculo dentro de outro. O jantar
de gala, fechou esta magnifica jornada de todo-o-terreno turístico com chave de ouro.
E enquanto se saboreava a tradicional filhó quente, de lamber os dedos e beberricava café quentinho da
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Cristo-Rei no Alto das Ssmarias, onde a caravana degustou as tradicionais filhรณs quentinhas de fim de percurso.
RefĂşgios do Pinhal
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“Há lá coisa mais bonita que acordar com o sol a beijar a terra? “ A expressão não podia ser mais doce quanto quem a proferiu. Filomena, expressiva, elegante, diligente e muito simpática, uma das proprietárias de “Refúgios do Pinhal”, é o eco de bemreceber; transmite à nossa chegada todo o bem-estar do mundo. E, como bem-estar é sinónimo de prazer, e porque a recepção é um “cartão de visita”, este contacto de primeiro grau dá-nos aquela sensação de nos conhecermos há muito tempo. Uma sensação boa. “Refúgios do Pinhal” é uma unidade de turismo rural, está situada a cerca
de 1 km da vila de Oleiros e a escassos metros da Ribeira Grande o que, desde logo, acentua a atmosfera bucólica, o fascínio romântico do lugar. A arquitetura dos edifícios foi pensada para ligar o passado ao futuro, o aspecto rústico do xisto e da madeira do exterior está em perfeita harmonia com os toques de modernidade dados pela decoração de interiores. A nossa estadia no “Refúgios do Pinhal” foi uma espécie de visita de médico; uma estadia de uma noite, o que nos pareceu pouco. Estávamos em fevereiro. Chegamos ao fim da tarde
Filomena, expressiva, elegante, diligente e muito simpática, uma das proprietárias de “Refúgios do Pinhal”, é o eco de bemreceber... debaixo de um céu de chumbo e chuva crescente e a primeira conclusão a que chegamos é que este “refúgio” merecia que o tivéssemos conhecido debaixo de um sol radioso. Ambicionávamos que o céu de chumbo desse lugar a um céu pincelado de farrapos de azul. Chrónos parece que ouviu as nossas preces e, no dia seguinte, presenteounos com um lindo céu azul de anil e um sol radioso.
19 O que nos permitiu sair para a parte exterior deste turismo rural absolutamente irrepreensível que esta família, apaixonadamente, criou. A casa tem 10 quartos, com características
A água corre por todo o lado
de charme. Os quartos são distribuídos pelas várias casas de xisto, com acesso à varanda para que todos possam contemplar o milagre da natureza, ali mesmo à nossa frente, com uma vista soberba sobre a ribeira e a serra. O pequeno-almoço é oferta casa e, confesso, até me senti mal. Tenho o mau hábito de não comer nada de manhã, com exceção de dois ou três cafés, e perante tantas iguarias, tanta qualidade e sobretudo tanta simpatia, custou-me não corresponder às expectativas. A sala do pequeno-almoço é digna de nota. Adaptada à casa de um velho
diferentes e todas a ver com a região. Em oleiros podemos encontrar muitos perfumes da natureza, característicos das terras do centro do país. Foi este o ponto de partida para a escolha dos temas dos quartos, inspirados nas flores
campestres da região: Alecrim, Papoila, Malmequer, Marcelas, Rosmaninho, Carqueja, Giesta, Girassol , Violeta e hortênsia. Nós ficamos no Girassol. Muito confortável, acolhedor e muito bem decorado com nuances de alojamento
moinho, houve a preocupação de não o deixar de ser. Enquanto tomamos o pequeno-almoço para além da paisagem natural podemos observar o moinho, movido a água, a moer o milho, usado pelos próprios na confecção da deliciosa broa.
som melódico e suaves das águas que correm na ribeira de caudal todo o ano. Abrir a cancela e levar os miúdos a cumprimentar as ovelhas que pastam indiferentes aos rouxinóis e outras aves, atraídas pela frescura verdejante do local, celebram de dia e de noite com
cânticos surpreendentes, em conjunto com o som harmonioso da corrente. Ou dar um passeio calmo, pelas margens da ribeira a tentar adivinhar ou diferenciar o amieiro do choupo, o salgueiro do freixo ou do sabugueiro que transmitem uma energia mágica à paisagem.
sorriso da Filomena com um “até breve”. Gostaria de terminar esta prosa sem o cliché literário do “havemos de voltar” mas isso é exatamente o que aqui quero escrever de forma ainda mais afirmativa: vamos voltar ao “Refúgios do Pinhal”. Pelo turismo, pelas casas de xisto, pelas
oliveiras, provavelmente, centenárias dos jardins, pelo moinho, pela elegância, pelo conforto, pelas pessoas que lá conhecemos.
Aquela piscina inserida no verde infinito, as ombreiras das portas das casas de xisto, o sitio perfeito para nos sentarmos a escrever ou a desenhar tranquilamente com o
... A casa tem a classificação de turismo rural o que, na nossa opinião, é uma classificação muito tímida...
As velhas casas foram transformadas num turismo rural de charme onde pontuam muitos elementos do passado e do presente. Uma casa de campo cheia de urbanidade. A casa tem a classificação de turismo rural o que, na nossa opinião, é uma classificação muito tímida, para o conforto e envolvência de qualidade de vida que a casa proporciona. Devido à minha vida profissional conheço muito tipos de alojamento e, sinceramente, fiquei muito bem impressionado, muito bem mesmo, com o turismo rural “Refúgios do Pinhal”. Já na hora da partida, despedimo-nos do
www.refúgiosdopinhal.pt
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Enquanto toma o pequeno-almoço, para além da paisagem natural podemos observar o moinho, movido a água, a moer o milho, usado pelos próprios na confecção da deliciosa broa.
Parceiro de reportagem: MITSUBISHI L200; Texto e fotos: Manolo; Produção: Glória; Design/paginação: Patricia Machado
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