Revista Grãos Brasil 112

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EDITORIAL

Caros Amigos e Leitores

Ano XIX • nº 112

Janeiro / Fevereiro 2022

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Diretor Executivo Domingo Yanucci

Colaboradores Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Victoria Yanucci

Matriz Brasil Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 99162.6522 / 48 99165.8222 E-mail: graosbr@gmail.com br.graosbrasil@gmail.com diretoria@graosbrasil.com.br Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa

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48 99165.8222 Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

Uma vez mais chegamos a vocês com nova informação. Pe rm a n e n te m e n te s u rg e m te c n o l o g i a s , co n h e c i m e n to, equipamentos, no mundo em contínua evolução que nos leva ao aperfeiçoamento e a uma maior eficiência. Os cientistas hoje percebem que existe algo mais encontrar da matéria e da energia e isso se chama informação. Já em nosso triângulo de ouro nós falamos de 3 lados: Tecnologia (depende muito da infraestrutura) - pessoal (quem executa o manejo dos grãos e sementes) e a base: INFORMAÇÃO. Nesta edição estamos compartilhando informações sobre controle de pragas, fungos, qualidade, segurança, conservação, etc., todas com um enfoque bem prático, de maneira que os responsáveis possam levar sua realidade para a PC tecnificada e a PC de precisão. Milhões de toneladas têm que ser coletadas, acondicionadas, armazenadas, transportadas e muitas delas exportadas, consolidando o fato que o agro Brasileiro é um grande alicerce da economia. Por isso é imprescindível que os armazéns e a logística sejam mais eficientes, de menores custos e perdas. Mas junto com este investimento em infraestrutura é fundamental trabalhar sobre o mais importante, os responsáveis pelo manejo e pós-colheita dos grãos e sementes. Por isso devemos perguntar-nos, o que estamos fazendo para dar treinamento aos milhares de operários, de diversas hierarquias, que ainda hoje devem aprender da prova e erro. Hoje dispomos de muitas ferramentas para chegar e fazer um bom treinamento, sem que seja preciso translados custosos e grandes investimentos de tempo. Com a pandemia aprendemos a implementar assistências técnicas e cursos de atualização a distância. Também temos que considerar que os novos investimentos, estarem de acordo com os grandes desafios que temos, que não só e a mudança climática, o mercado que quer produtos cada vez mais inócuos, com transportabilidade e sobre tudo que tenham "consistência", que mantenha seu padrão ao longo do tempo. Hoje estamos numa onda de excelentes preços, com alguns problemas de estiagem, mas sabemos que estas variáveis não dependem da gente; por isso devemos centrar-nos em aquilo que sim depende de nós. Conhecer a realidade, fazer investimentos inteligentes (novo não é sinônimo de moderno), aperfeiçoar nossos times de trabalho. Os deixo com esta primeira edição do ano, que Deus abençoe suas famílias e trabalhos.

Domingo Yanucci

Diretor Executivo

Consulgran - Granos - Grãos Brasil 0055 48 9 9162-6522


SUMÁRIO

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04 - Análise da Capacidade Armazenagem da Produção de Soja no Mato Grosso - Saulo Tomiyoshi Medeiros e outros 11 - Fungos– Ocratoxina - Prof. Dr. Sergio Paulo Severo de Souza Diniz 14 - Proteções contra explosões de poeiras combustíveis para elevadores de canecas – Diogo Ercolin 20 - Arroz: inovações em um cereal tradicional – Cristina M. Rosell e outros 25 - Potencial de monitoramento de dióxido de carbono para detectar pragas de insetos - Eng. Shlomo Navarro e outros 31 - Procurando economia, redução de custos e altos rendimentos na planta de secagem? – Benecke 32 - Porque é conveniente o Resfriamento Artificial - Cool Seed News 36 Não só de pão.. 37 Utilíssimas Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br

NOSSOS ANUNCIANTES

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LOGÍSTICA

Análise da Capacidade Armazenagem da Produção de Soja no Mato Grosso

Saulo Tomiyoshi Medeiros Gerente de Cadastro e Credenciamento de Armazéns da Conab saulo.medeiros@conab.gov.br Rafael Alves da Silva Analista/Engenheiro Agrícola Gerência de Cadastro e Credenciamento de Armazéns Superintendência de Armazenagem - Conab Stelito Assis dos Reis Neto Superintendente de Armazenagem da Conab Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

Conforme estimativa da produção de grãos do Brasil (safra 2021/2022), o Brasil produzirá cerca de 291,07 milhões de toneladas, o que é 15,16% maior do que foi produzido na safra anterior (CONAB, 2021b). Se concretizado a estimativa, será a maior safra de grãos do país. A previsão é de que somente o estado do Mato Grosso-MT produza cerca de 81,91 milhões de toneladas de grãos, representando 28,14 % da produção de grãos nacional. O Mato Grosso-MT tem a maior participação na produção de grãos do país, seguido dos estados do Paraná-PR (14,73%), Rio Grande do Sul (13,71%) e Goiás-GO (9,92%) (CONAB, 2021b). Em termos de tipos de grãos produzidos, a safra 2021/2022 pode ser assim representada: soja (49,06%), milho (40,26%), arroz (3,94%), trigo (2,68%) e outros grãos (4,06%). Desta forma, o milho e a soja representam cerca de 89,32% da produção de grãos do Brasil. (CONAB, 2021b). A produção de soja no Mato Grosso ocorre durante o início do ano e representam 47,43% dos 81,9 milhões de toneladas de grãos produzidos no estado e 13,34 % com relação da produção nacional de grãos. Assim, diante da importância da safra de soja colhida no início do ano, entre janeiro e abril, no estado do Mato Grosso, é importante analisarmos o parque armazenador desse estado quanto a capacidade de receber, limpar, secar e armazenar os grãos.


TECNOLOGIA

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LOGÍSTICA

Stelito Assis dos Reis Neto Superintendente de Armazenagem da Conab

Como grande parte da produção de grãos é armazenada durante determinado período, várias regiões produtoras de grãos do Brasil têm enfrentado grandes problemas neste segmento agrícola em decorrência da capacidade estática limitada dos armazéns (Lima Júnior et al., 2012; Maia et al., 2013). De acordo com Elias (2003), a armazenagem é o processo de guardar o produto, associada a uma sequência de operações, tais como limpeza, secagem, tratamento fitossanitário, transporte, classificação, dentre outros, com o intuito de preservar as qualidades físicas, químicas e biológicas da colheita, até o abastecimento. A limpeza e secagem dos grãos são importantes procedimentos realizados antes do armazenamento e que possuem o objetivo de manter a sua qualidade durante o período que ficarem armazenados. A retirada das impurezas e redução da umidade, são de extrema importância para evitar a perda de qualidade do produto. Segundo Puzzi (1986), as Unidades Armazenadora podem ser classificadas em: fazenda, coletora, intermediária e terminal. Sendo importante que as capacidades de limpeza e secagem estejam nas Unidades Armazenadoras em nível fazenda e coletoras, que recebem produtos que possuem necessidade desses dois tipos de serviços. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2011) define Unidade Armazenadora [UA] como edificações, instalações e equipamentos organizados funcionalmente para a guarda e conservação dos produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico. O MAPA separa as unidades armazenadoras em quatro tipos: 1) em nível de fazenda - localizada em propriedade rural, com capacidade estática e estrutura dimensionada para atender ao próprio produtor; 2) coletora - localizada na zona rural (inclusive nas propriedades rurais) ou urbana, com características operacionais próprias, dotada de equipamentos para processamento de limpeza, secagem e armazenagem com capacidade operacional compatível com a demanda local; 3) intermediária - loRevista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

calizada em ponto estratégico de modo a facilitar a recepção e o escoamento dos produtos provenientes das unidades armazenadoras coletoras, e; 4) terminal - localizada junto aos grandes centros consumidores ou nos portos, dotada de condições para a rápida recepção e escoamento do produto, caracterizada como unidade armazenadora de alta rotatividade. A pessoa jurídica que executa a armazenagem dos produtos agropecuários tem o dever de solicitar sua inclusão no Sistema de Cadastro de Armazém de Produtos Agrícolas [SICARM], administrado e controlado pela CONAB (Brasil, 2001). Apesar da obrigação do cadastramento de armazéns no SICARM, pode acontecer de a UA estar operando sem realizar o seu cadastramento e ficar de fora da avaliação, uma vez que não há fiscalização e/ou multa pelo não cumprimento da obrigação. Durante vistoria para o cadastramento de armazéns, os técnicos da CONAB coletam os dados do armazém, tais como: capacidade estática de armazenagem (em toneladas), capacidade de recepção (toneladas/hora), capacidade de limpeza (toneladas/hora), capacidade de secagem (toneladas/ hora), capacidade de expedição (toneladas/hora) e coordenadas geográficas. A implementação de armazenagem nas fazendas de regiões produtoras de grãos, onde a demanda de armazenagem seja elevada poderá elevar o nível de renda do produtor, que terá redução nas perdas e nos riscos decorrentes das flutuações dos preços, contribuindo para o desenvolvimento da comercialização. A implementação também favorecerá os consumidores, com o abastecimento contínuo e benefícios com preços mais estáveis (Silva et al., 2008). Uma UA, técnica e convenientemente localizada, constitui uma das soluções para tornar o sistema produtivo mais econômico, propiciando a comercialização da produção em melhores períodos, evitando as pressões naturais do mercado na época da colheita (D’Arce, 2009). A guarda de produto na propriedade apresenta inúmeras vantagens: a minimização das perdas quantitativas e qualitativas no campo; economia do transporte; maior rendimento na colheita por evitar a espera dos caminhões nas filas nas unidades coletoras ou intermediárias; a obtenção de financiamento por meio das linhas de crédito específicas para a pré-comercialização; redução dos custos de transação; disponibilidade do produto para utilização oportuna, além de implicar na redução das filas nos terminais de exportação, constituindo-se em alternativa para fugir dos gargalos logísticos (Nogueira Junior e Nogueira, 2007; Giovine e Christ, 2010). Nesse contexto, objetivou-se identificar possíveis gargalos de armazenagem da produção de soja safra 2021/2022 do Mato Grosso-MT, sendo avaliado os dados de capacidade de estática dos armazéns


LOGÍSTICA e da estimativa de produção de soja do Mato Grosso, assim como os demais dados dos armazéns do MT cadastrados no SICARM (capacidade de recepção, capacidade de limpeza, capacidade de secagem e capacidade de expedição) comparados com a velocidade de colheita da safra de soja. Material e Métodos Para a análise da falta de armazenagem (déficit de armazenagem), adotou-se a diferença entre a capacidade estática dos armazéns a granel e a estimativa de produção de soja (safra 2021/2022) por microrregião do Mato Grosso. Espera-se que as microrregiões com maior déficit de armazenagem correspondam às microrregiões com maiores demandas pelos serviços de armazenagem e, consequentemente, maior a oportunidade para instalação de novos armazéns. Nesta análise de déficit de armazenagem do Mato Grosso não foi considerado o estoque de passagem do milho que pressiona ainda mais a necessidade dos armazéns da região. Para as demais análises, a estimativa de velocidade de colheita da soja no Mato Grosso foi transformada em toneladas por hora, considerando a progressão de colheita divulgado pela Conab na safra 2020/2021. O percentual colhido em cada período foi multiplicado pelo total produzido, previsão

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de safra 2021/2022, em cada localidade e dividido pela quantidade de dias do período considerando 8 horas de colheita diárias. A análise da capacidade dos armazéns (capacidade de recepção, capacidade de limpeza, capacidade de secagem e capacidade de expedição) cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras - SICARM/CONAB versus a produção de soja (safra 2021/2022) do Mato Grosso foi simplificada, considerado o mesmo ritmo de colheita, ou seja, o mesmo percentual de colheita, para todas as microrregiões. O que diferencia as microrregiões é a quantidade soja produzida. Para elaboração dos mapas deste trabalho, utilizou-se: o software “QGIS”; coordenadas geográficas dos armazéns a granel obtidas no SICARM (CONAB, 2021a); arquivos vetoriais correspondentes à base digital do Brasil que dispõem dos polígonos delimitadores do Brasil, dos estados e microrregiões cada município do país no formato “shapefile”, disponibilizados no portal eletrônico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,2020b); dados da produção de grãos do Brasil safra 2021/2022, estimativa de 12/2021 (CONAB, 2021b); dados da produção de soja do Mato Grosso safra 2021/2022, estimativa de 12/2021 (CONAB, 2021b); mapeamento das áreas de cultivo de soja,

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safra 2020/2021 (CONAB, 2021d) e produção agrícola municipal do SIDRA 2020 (IBGE, 2020a). Todos mapas foram elaborados no Datum SIRGAS 2000.

Armazenadoras da microrregião de Arinos-MT e de outras microrregiões limítrofes.

Resultados e Discussão Ao avaliar a produção de grãos do Brasil por microrregião, observa-se na Figura 1 uma forte concentração da produção na região centro-oeste do país, com destaque para as microrregiões de Alto Teles Pires-MT, Parecis-MT, Sudoeste de Goiás-GO, Dourados-MS, Canarana-MT e Sinop-MT.

Figura 2 - Déficit de armazenagem no estado do Mato Grosso - Capacidade estática vs produção de soja Fonte: CONAB (2021a, b, c) e SIDRA/IBGE (2000)

Figura 1 - Previsão da Safra de grãos do Brasil, safra 2021/2022, estimativa de dezembro de 2021. Fonte: CONAB (2021b) e SIDRA/IBGE (2000)

O cenário de capacidade estática de armazéns cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras - SICARM/CONAB versus a produção de soja (safra 2021/2022) do Mato Grosso é apresentada na Figura 2. No balanço geral do Mato Grosso (capacidade estática versus produção de soja), para produção de soja de 38.320,50 mil toneladas e capacidade de armazenagem granel de 37.540,92, estima-se um déficit de armazenagem de 779,58 mil toneladas para armazenar a produção total de soja do estado. O déficit é amenizado em razão do escoamento do produto que segue diretamente para a exportação, sem ficar armazenado por muito tempo, e pela utilização de estruturas emergenciais de armazenamento, como por exemplo os silos bolsa. Conforme análise, as microrregiões com maiores déficits de armazenagem da soja foram Arinos, Paranatinga, Norte Araguaia, Canarana e Parecis (1.271.937, 847.428, 577.673, 568.897 e 404.664 t, respectivamente). No entanto, as microrregiões com superávit de armazenagem da soja foram Alto Teles Pires, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sinop e Alto Araguaia (1.937.388, 1.535.818, 734.224, 259.896 e 227.473 t, respectivamente). Acredita-se que o déficit de armazenagem de algumas microrregiões possam ser supridas por Unidades Armazenadoras localizadas em microrregiões vizinhas com superávit, como pode ser observado no estudo de caso da microrregião de Arinos (Figura 3). Neste caso, o mapa retrata as áreas de cultivo de soja e a localização das Unidades Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

Figura 3 - Mapeamento das áreas de cultivo de soja da microrregião de Arinos-MT e outras microrregiões limítrofes e dos armazéns a granel cadastrado no SICARM. Fonte: CONAB (2021a, d)

No Gráfico 1, a seguir, foi realizado um comparativo da velocidade de colheita da safra de soja durante o período de janeiro a abril com a capacidade de secagem e limpeza. Nota-se que o período mais crítico poderá ocorrer entre o meio do mês de fevereiro e a primeira semana de março. Na primeira semana de março a velocidade de colheita atinge 147.123 toneladas/hora, ultrapassando a capacidade de secagem do Mato Grosso que é de 146.995 toneladas/hora.

Rafael Alves da Silva Analista/Engenheiro Agrícola Gerência de Cadastro e Credenciamento de Armazéns Superintendência de Armazenagem - Conab


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Em contrapartida as capacidades de recepção, limpeza e expedição apresentam valores condizentes com a velocidade de produção, assim, não representarão um gargalo durante a colheita. O modelo de análise foi simplificado e devido as características da soja, existe a possibilidade de armazenar o produto sem secar, em contrapartida a capacidade de secagem utilizada é Grafico 1 - Velocidade da colheita de soja versus capacidade de secagem versus capacidade de média, podendo sofrer reduções limpeza versus capacidade de recepção versus capacidade de expedição (t/h). Fonte: CONAB significativas por problemas de (2021a, b, c) manutenção e recebimento de produto com teor de umidade mais alto. No Mato Grosso a distribuição das capacidades de limpeza e secagem estão aderentes com as funções dos armazéns, estando 80% concentrada nos armazéns Tabela 1 - Capacidades por função dos armazéns Fonte: SICARM - CONAB (2021a). coletores e nível fazenda, conforme Tabela 1. É importante também observarmos quem opera o parque armazenador nesse estado, principalmente, quanto a possibilidade de prestação de serviços de armazenagem por parte dos detentores de equipamentos. Através da Tabela 2, a seguir, pode-se verificar que 30% da ca- Tabela 2 - Capacidades de secagem e limpeza de grãos por tipo de agente armazenador Fonpacidade de secagem é operada te: SICARM – CONAB (2021a). por pessoas físicas, que por lei (Brasil, 2001), não podem prestar serviços de ar- regiões possam ser supridas por Unidades Armamazenagem para terceiros. Além disso, outros 17% zenadoras localizadas em microrregiões limítrofes, dessa capacidade está sendo operada por tradin- como pode ser observado para o estudo de caso da gs, que de forma geral não prestam serviços para microrregião de Paranatinga-MT na Figura 5. terceiros. Desta forma, nota-se uma redução de 47% na capacidade de secagem que estará indisponível para prestação de serviços a terceiros. Esta informação é importante, uma vez que o produtor de soja terá dificuldades de encontrar armazém que prestem os serviços de limpeza e secagem do grão em MT. Conforme análise, as microrregiões com maiores déficits de capacidade de secagem da soja foram Paranatinga, Arinos, Tangará da Serra e Colíder (3.543, 3.172, 1.348 e 1.320 t/h, respectivamente). No entanto, as microrregiões com superávit de capacidade de secagem de soja foram Alto Teles Pires, Primavera do Leste, Rondonópolis e Alto Araguaia (6.885, 4.896, 1.532 e 1.000 t/h, respectivamente). De forma similar ao observado na análise de dé- Figura 4 - Análise da capacidade de secagem da soja vs colheita da ficit de armazenagem, acredita-se que o déficit de produção de soja no estado do Mato Grosso Fonte: CONAB (2021a, b, capacidade de secagem da soja de algumas micror- c) e SIDRA/IBGE (2000) www.graosbrasil.com.br


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LOGÍSTICA Os agentes detentores desses armazéns são na maior parte pessoas jurídicas, 66% do total da microrregião, o que pode possibilitar a prestação de serviços nessa microrregião.

Figura 5 - Mapeamento das áreas de cultivo de soja da microrregião de Paranatinga-MT e outras microrregiões limítrofes e dos armazéns a granel cadastrado no SICARM. Fonte: CONAB (2021a, d)

Partindo para o detalhamento da análise, no nível mais local, analisou-se a Microrregião do Mato Grosso que possui maior gargalo em decorrência do déficit de secagem que é a Microrregião de Paranatinga. A microrregião de Paranatinga apresenta armazéns com secagem e limpeza com função coletora e na fazenda, demonstrando que estão em áreas de produção recebendo produto diretamente da lavoura.

Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro 2021

Conclusões As microrregiões que apresentaram maiores déficits de armazenagem da soja e, consequentemente melhores oportunidades para instalação de mais armazéns no Mato Grosso, foram: Paranatinga, Arinos, Tangará da Serra e Colíder (3.543, 3.172, 1.348 e 1.320 t/h, respectivamente). Quanto ao maior gargalo operacional do complexo de armazenagem do estado, a capacidade de secagem foi a que apresentou a maior necessidade de ampliação, principalmente, nas microrregiões de Paranatinga, Arinos, Tangará da Serra e Colíder-MT. Observou-se a necessidade de expandir a análise para a colheita da 2ª safra do Mato Grosso, assim como, o detalhamento das informações de armazenagem e produção por município.


Fungos – Ocratoxina

Prof. Dr. Sergio Paulo Severo de Souza Diniz Professor Associado Aposentado do Departamento de Bioquímica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) dnz1210@hotmail.com www.spdiniz.combr

FUNGOS

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A ocratoxina é uma toxina, sendo um metabólito do Aspergillus ochraceus, e Penicillium viridicatum, fungos que se desenvolvem em trigo armazenado com umidade superior a 16% e em preparações de pescado fermentado. O microorganismo Penicillium verrucosum é um dos principais produtores de ocratoxina em produtos agrícolas (Diniz, 2015). Os compostos podem ser classificados em três categorias, ocratoxinas A., B e C. A Ocratoxina A é a mais tóxica, e tem demonstrado ser uma potente neurotoxina em muitas espécies animais. O átomo de cloro da ocratoxina A, influencia diretamente a toxidez, já que afeta diretamente a dissociação da hidroxila fenólica da diidroisocumarina. Embora isoladas, as ocratoxinas B e C não apresentam toxidez. A ocratoxina A, em sua ação contaminadora via dieta, passa para o sangue tanto em animais e humanos, e acumula-se em diversos órgãos, tais como rim, cérebro, atingindo principalmente o cerebelo. Ela produz uma inibição também da síntese de proteína e DNA (Belmadani et al., 1999). Estudos histopatológicos confirmaram a nefrotoxicidade da ocratoxina A, sendo ainda registrado um caso de linfoma imunoblástico neste mesmo estudo (Halabi et al., 1998). O uso de ocratoxina A no controle do crescimento bacteriano de E. coli, Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus, Yersinia enterocolitica, Salmonella infantis, Lactobacillus plantarum e L. casei, foi relatado com sucesso por Atroshi et al. (1998). O Aspergillus alutaceus, anteriormente identificado como Aspergillus ochraceus, é a espécie de maior importância na contaminação de cereais com ocratoxina A (Marquardt e Frohlic, 1992), podendo ser isolado também em café, temperos, soja e amendoim, dentro www.graosbrasil.com.br


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FUNGOS ções. Pensa-se que o tempo de meia-vida da ocratoxina A nos seres humanos seja longo. Em mamíferos, redução da taxa de crescimento, anemia, hemorragia, nefrose aguda, enterite, degeneração do fígado, anorexia, diarréia, necrose renal, morbidade, prostração e morte. Em aves: Hipertrofia renal, diminuição do peso corporal, depósito de uratos, atraso no amadurecimento sexual, queda de postura, diminuição da produção de anticorpos, baixa de resistência geral, inapetência, diminuição na quantidade de ovos eclodidos, aumenta à fragilidade intestinal, mancha na casca dos ovos.

do gênero Penicillium, o Penicillium verrucosum é conhecido como produtor de ocratoxina A, especialmente em cereais armazenados (Diniz, 2020).

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS: Ocratoxina A -Apresenta Fórmula Química: C20H18ClNO6; e Peso Molecular: 403,818 g/mol. Mostra-se como um cristal quando em xileno; apresentando um Ponto de Fusão de 169º, emitindo fluorescência verde, e índice de refração de D – 118º (clorofórmio), em ratos DL50: 20 a 22 mg/Kg ratos.

PRIMEIRO ISOLAMENTO Esta micotoxina foi inicialmente descoberta na África do Sul, em 1965, por uma equipe de pesquisadores que trabalhavam no isolamento de cepas de Aspergillus ochraceus. FUNGOS PRODUTORES Aspergillus ochraceus, Aspergillus alutaceus, Aspergillus alliaceuse e Penicillium viridicatum. ALIMENTOS SUSCEPTÍVEIS Cereais e outros alimentos, como feijão, soja, sorgo, trigo, café, cevada, cacau, frutas secas e derivados de origem animal como ovos, leite, derivados de trigo: farinha, pão, derivados de milho e milho, amendoim, pecã, tortas de carne, pó de cacau, queijo, salame, lingüiça, maturada, presunto, curados, carne mofada, pimenta do reino, pimenta vermelha, doce refrigerados e congelados alimentos estocados em casa refrigerados ou não. ANIMAIS SENSÍVEIS Mamíferos e aves em geral. SINTOMAS: O principal órgão atacado é o rim (nefropatia), podendo também atacar o fígado e intestino delgado. Pode causar aborto em suínos e produzir anorexia, diarréia e cessação da lactação em bovinos. É responsável pela nefropatia endêmica que ocorre nos Balcans. Entre os outros efeitos tóxicos temos os teratogênicos, imunotóxicos, genotóxicos, mutagênicos e carcinogênicos. Logo, a ocratoxina A atua através de diversas vias moleculares levando a diferentes lesões tóxicas crônicas (Creppy, 1999). Em muitos animais, esta toxina dificulta a coagulação do sangue e diminui a defesa do organismo contra infecRevista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

Estrutura química da Ocratoxina A

Ocratoxina B Possui Fórmula Química: C20H19NO6 - não possuindo o cloro, tendo Peso Molecular de 369,3732 g/mol. Tendo Ponto de Fusão de 221º. Mostra-se como Cristal em metanol. Emitindo fluorescência azul e índice de refração de D – 35º em metanol. Sua DL50 não é toxico Ocratoxina C Tem Fórmula Química: C22H22ClNO6; tendo Peso Molecular de 431,8716 g/mol. Quando em etanol apresenta-se como cristal. Seu Ponto de Fusão é de 169º. Emite fluorescência: verde-azulada. Tendo Índice de refração: D – 118º (Clorofórmio); DL50: quase não apresenta toxicidade. Conclusão A ocratoxina A torna-se uma relevante micotoxina, pois afeta uma grande gama de alimentos, dentre os quais o café, uma importante commodity; que tem ganho atualmente expressivo valor no comércio mundial. Além de causar grandes comprometimentos fisiológicos em animais e no homem. Apresentando propriedades cancerígenas, nefrotóxicas, teratogénicas, imunotóxicas e, possivelmente, neurotóxicas.


TECNOLOGIA

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SEGURANÇA

Proteções contra explosões de poeiras combustíveis para elevadores de canecas

Diogo Ercolin Técnico de Serviços de Campo IEP Technologies (Latam) diogo.ercolin@hoerbiger.com

Hoje em dia o tema segurança no trabalho é muito bem explorado, chega a ser o item principal da política de qualidade das grandes empresas. Todos os dias, diversos treinamentos envolvendo os funcionários e equipes das grandes e pequenas empresas, são aplicados com o objetivo de salvar vidas e proteger os ativos. Não se pode relaxar quando se fala de segurança dentro da indústria! Os treinamentos de segurança no trabalho são partes do processo de educação e desenvolvimento pessoal e das equipes, e contribuem para mitigar um incidente que possa ocorrer durante o dia a dia do trabalhador. Além dos treinamentos de segurança no trabalho, é preciso olhar para as possíveis causas inseguras que existem dentro de uma indústria ou ambiente de trabalho. Com olhos críticos podemos encontrar diversos locais inseguros e com risco potencial para acontecer um acidente. A explosão por poeiras combustíveis é uma fonte bastante perigosa e está, muito mais presente no meio industrial do que se possa imaginar. Em equipamentos como: Filtros manga, secadores, ciclones, silos, elevadores de canecas e etc. Compreendendo a explosão Veja exemplos abaixo para melhor compreender uma explosão de poeiras combustíveis. Fogo - São necessários três elementos para se ter uma combus-

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022


SEGURANÇA tão, são eles: Combustível, comburente e ignição ou aquecimento. Essa formação é comumente conhecida como o triângulo do fogo. O risco de haver fogo em um ambiente onde se encontram os três elementos é bastante alto.

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Combustível – Responsável por fornecer energia para a queima; Comburente – Reage quimicamente com o combustível/ Ignição / Aquecimento – Necessário para iniciar a reação entre combustível e comburente. Se um dos elementos do triângulo do fogo falhar, ou for controlado, não haverá a combustão e consequentemente, não haverá fogo. Explosão – Para compreender a explosão de poeiras combustíveis, leva-se em conta a base do triângulo do fogo, porém, acrescida de outros dois importantes elementos, a dispersão e o confinamento do combustível. Com a adição desses dois elementos, não haverá o fogo e sim a explosão! A partir disso, tem-se o pentágono da explosão, como mostrado abaixo. Quando um ou mais elemento do pentágono da explosão é controlado, não haverá a combustão necessária para existir uma explosão.

Figura 1. O Triângulo do Fogo

Poeiras combustíveis – Risco de explosão Os equipamentos e maquinários utilizados no processo de fabricação de uma empresa, contribuem com o confinamento dos produtos, e o fluxo dos materiais formam a dispersão ou nuvem de

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SEGURANÇA É basicamente dividido em três partes: Pé, colunas (ou pernas) e cabeça (partes conhecidas popularmente dessa maneira). Suas características construtivas variam de acordo com o tipo de produto a ser transportado. Pode ser construído com correias, correntes e até em aço inoxidável para indústria alimentícia. Suas canecas também variam de forma significativa em relação a necessidade e aplicação do equipamento, podendo ser construídas de diversas formas, tamanhos e materiais.

Figura 2. O Pentágono da Explosão

poeira interna. Dessa maneira, o risco de acontecer uma explosão através do pó combustível é extremamente alto, desde que as características dos materiais transportados sejam explosivas. Sabe-se que a explosão através de poeiras combustíveis, é, muitas vezes, um ponto cego dentro da indústria e precisa ser melhor explorado. Os cuidados estão em todos os setores da indústria, movimentações de cargas, escadas em escritórios e áreas fabris, pátios, produção, maquinários e equipamentos. Porém, nem sempre o risco de uma explosão por poeiras combustíveis é bem observado e tratado da maneira correta. Para exemplificar a falta de observação deste perigo iminente em equipamentos, cita-se o elevador de canecas, que por muitas vezes deixa de ser observado como crítico em relação à explosão por poeiras combustíveis. A seguir, uma breve explicação de como o elevador de canecas se aplica na indústria, bem como o perigo iminente de explosão por poeiras combustíveis está presente neste equipamento. Também será abordado as formas de prevenção e sistemas que possam ser instalados para mitigar os riscos de uma explosão em um elevador de caneca. Elevador de Canecas Quando se pensa em transporte de materiais durante o processo produtivo, pode-se imaginar diversos tipos e maneiras de transportar por meio de tubulações, esteiras, processos robotizados, dentre outros. Um método bastante conhecido, e que agrega no processo contínuo de fabricação e armazenagem, é o transporte por elevadores de canecas. Os elevadores de canecas são bastante empregados na indústria de grãos e produtos em pó. Tem como uma de suas principais funções, elevar verticalmente um produto de um ponto a outro, abastecendo o próximo passo do processo ou armazenagem. Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

Figura 3. Elevador de canecas

Sabe-se que o transporte de materiais em grãos ou materiais em pó em equipamentos, tem-se o risco de explosão quando confinados. No caso dos elevadores de canecas, os materiais são confinados através de suas paredes e colunas. Nos elevadores de canecas o risco de explosão é iminente no pé e na cabeça, podendo ser transportada por suas colunas e canaletas de entrada e saída de produtos. Para mitigar a explosão, deve-se instalar um equipamento de proteção à explosão. Tipos de proteções contra explosões para elevadores de canecas Basicamente, existem dois tipos principais de proteção à explosão para elevadores de canecas. São eles: • Proteção passiva; • Proteção ativa. Proteção Passiva A proteção passiva contra explosões em elevadores de caneca, é baseada nos painéis de alívio ou janelas de explosão, como são conhecidos. A IEP Technologies oferece este tipo de proteção. Para considerar a proteção passiva em um elevador de canecas, alguns fatores devem ser respeitados. Um dos fatores mais relevantes é onde o


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elevador está instalado, em área interna ou externa. Para elevadores de canecas instalados em área interna não é recomendada a instalação da proteção passiva. Isso, se deve ao fato de não ser possível aliviar para fora do prédio (ou conseguir assegurar um raio de proteção) as chamas que saem no caso de haver uma explosão. Os painéis de alívio da IEP Technologies são certificados internacionalmente nas normas ATEX e NFPA. A desvantagem desse tipo de proteção é que se deve considerar uma área segura em caso de alívio da explosão, e geralmente essa área é relativamente grande, nem sempre se tem espaços consideráveis em uma instalação. Essa área deve ser de acesso controlado durante o processo produtivo (mesmo em elevadores instalados em áreas externas), momento esse, que se tem o risco de haver uma explosão (elevador de canecas em funcionamento com produto).

Uma das grandes vantagens é que este tipo de proteção pode ser considerado em elevadores de canecas que são instalados em áreas internas e é o tipo mais comum e eficiente utilizado atualmente. A IEP Technologies tem quase 60 anos de experiência em proteções contra explosões com pós combustíveis, e sabe exatamente a melhor opção de proteção para elevadores de canecas em cada situação.

Figura 6. Unidade de controle IEP Technologies

Figura 4. Painéis de alívio IEP Technologies

Proteção Ativa Na proteção ativa, o funcionamento do sistema de proteção à explosão é baseado no monitoramento da pressão interna nos elevadores de caneca durante produção. Supressores também são instalados nas partes dos elevadores de canecas (Pé, colunas e cabeça). Os sensores SmartDS da IEP Technologies contam com aprovação para instalação em áreas classificadas EX.

Os sistemas ativos de proteção à explosão contam com painéis de controle, sensores e supressores aprovados nas mais exigentes normas europeias (ATEX) e norte americanas (NFPA). Na proteção ativa é possível obter gráficos e históricos em casos de ativações por explosões de poeiras combustíveis.

Figura 5. SmartDS Sensor IEP Technologies

Figura 7. Supressor IEP Technologies Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022


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Para a completa supressão da explosão, o sistema de proteção ativo não passa de 100ms. É extremamente rápido e eficiente! Um sistema confiável é primordial para garantir a integridade dos trabalhadores e dos ativos industriais, conseguindo assim, obter qualidade na operação e no produto final sem interrupções indesejadas. A IEP Technologies conta com um portifólio completo para todas as necessidades de proteções contra explosões de pó combustível. A IEP Technologies está presente em todo o mundo e pode te ajudar a encontrar a melhor solução para sua companhia, contate-nos.

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Arroz: inovações em um cereal tradicional

Cristina M. Rosell Instituto de Agroquímica y Tecnología de Alimentos IATA-CSIC CITAB - Centre for the Research and Technology of Agro-Environmental and Biological Sciences Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro crosell@iata.csic.es

Raquel Garzón1, Rita Beltrão Martins1,2, Carla Brites3,

Instituto de Agroquímica y Tecnología de Alimentos (IATA-CSIC), CITAB - Centre for the Research and Technology of Agro-Environmental and Biological Sciences, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; 2 CITAB - Centre for the Research and Technology of Agro-Environmental and Biological Sciences, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; 3 Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV) 1

O arroz é tradicionalmente considerado um cereal básico na alimentação, mas é consumido principalmente como grão cozido após o polimento. No entanto, a globalização tem permitido tornar visíveis práticas específicas em áreas específicas de consumo e, por outro lado, o desafio da sustentabilidade tem promovido a utilização dos inicialmente considerados subprodutos da moagem. Esses aspectos levaram à incorporação do arroz como ingrediente em uma ampla variedade de alimentos e bebidas. Este artigo tenta tornar visível a importância do arroz além de seu consumo como arroz cozido. Importância do arroz como alimento O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais importantes para consumo humano no mundo, sendo o ingrediente principal da dieta de mais da metade da população mundial. De fato, seu consumo apresentou ligeiro aumento nos últimos anos, atingindo um consumo de 504,3 milhões de toneladas na safra 2020/2021, ou seja, um aumento de 15% em relação à safra 2008/2009. A forma usual de consumir arroz é após o cozimento do grão inteiro polido, que representa até 75% das calorias diárias consumidas em alguns países

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asiáticos e 15% se for considerado mundial. Na África e na América Latina seu consumo está aumentando principalmente devido às mudanças nos hábitos alimentares. Além disso, o crescente interesse pela culinária asiática também está promovendo esse aumento em outras áreas da Europa, nos Estados Unidos ou na Austrália (Figura 1). Produtos de arroz inovadores O arroz branco destaca-se, entre outras características, pela baixa alergenicidade e pelo sabor neutro, tornando-se um dos mais importantes ingredientes Figura 1. Consumo de arroz (kg) por pessoa e ano no mundo. Dados retirados de www.ourworldindata.org utilizados na produção de alimentos prontos para o consumo. Porém, graças à sua versatilidade, é cada vez maior o uso do grão ou da farinha de arroz como um dos principais ingredientes em diversos produtos. Isso se deve à busca contínua por produtos inovadores e saudáveis por parte dos consumidores, mas também à internacionalização da indústria de alimentos, que tem feito crescer a variedade de produtos disponíveis no mercado nos últimos anos. Atualmente você pode acessar produtos que eram tradicionalmente locais ou que eram consumidos apenas em áreas específicas do mun- Figura 2. Produtos à base de arroz encontrados no mercado hoje. do. Por esse motivo, no mercado internacional existe uma grande variedade de aliLanches, biscoitos, cereais matinais e bolachas mentos que têm como ingrediente arroz, que vão de arroz desde bebidas como bebidas vegetais a vinagres, Alguns dos produtos que têm como ingredienou alimentos para veganos, passando por todos os te principal o arroz são amplamente conhecidos e produtos de panificação (Figura 2). consumidos, como é o caso dos cereais matinais. É bem sabido que o principal componente do Estes incluem flocos de arroz ou arroz tufado e poarroz é o amido, portanto a razão amilose / amilo- dem ser consumidos diretamente. Para obtê-lo, pectina é a principal razão pela qual as diferentes são utilizados diversos processos que partem do variedades são mais adequadas para um tipo de arroz tufado (altas temperaturas por alguns segunproduto ou outro. Por exemplo, o arroz glutinoso dos) e depois extrusado ou cozido. Outro exemplo é usado principalmente para fazer doces e sobre- são os biscoitos de arroz, amplamente consumidos mesas. Por outro lado, para obter comida infantil, em países asiáticos e cuja introdução em outros cerveja ou cereais matinais, utiliza-se principal- mercados começou pela necessidade de oferecer mente arroz de grão médio com baixo teor de ami- produtos sem glúten para pessoas com doença lose (12-20% de amilose). Geralmente, é o arroz com celíaca, embora sejam cada vez mais procurados alto teor de amilose (> 25%) que é usado para fazer por todos os tipos de consumidores. A forma tramacarrão de arroz extrusado. Por fim, há alimentos dicional de elaboração nesses países parte do grão em que o uso de um ou outro tipo de arroz não é inteiro lavado e cozido e finalmente moldado e cocrítico e sua seleção é feita de acordo com o resul- zido, porém, atualmente é a farinha de arroz que se tado final desejado, como é o caso das bolachas de utiliza principalmente para a sua elaboração. Além arroz. disso, nos últimos anos tem aumentado a demanwww.graosbrasil.com.br


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da por salgadinhos, como panquecas ou barras de arroz tufado. Muito do sucesso de todos esses produtos se deve ao fato de que as características do arroz permitem que ele seja incorporado e combinado com outros cereais, frutas, frutas vermelhas, legumes, etc. que permitem modificar as características sensoriais e que buscam aprimorar o produto tecnológica e nutricionalmente. Bebidas fermentadas e vinagre de arroz O arroz é o único substrato do vinho de arroz japonês, shake. Para o seu preparo começa com a farinha de arroz, geralmente de granulometria fina, que é submetida a diversos processos de fermentação. No entanto, esta não é a única bebida que se obtém do arroz, também encontramos cervejas, outros vinhos como o que se consome em Taiwan, licores doces como licor de arroz, etc. cujo processo se assemelha a suas contrapartes feitas com outros cereais, exceto no caso de licor. Para o obter, partimos da água obtida após a cozedura e filtração do arroz, à qual se adiciona álcool (gin, vodka ou similar). Por outro lado, no mercado encontramos vinagre de arroz branco, preto ou vermelho, dependendo do arroz utilizado. É um produto tradicional japonês e chinês, resultado da fermentação do amido do grão de arroz. Ou seja, é obtido após a obtenção do vinho de arroz e posterior fermentação para a transformação do álcool em ácido acético. Bebidas à base de vegetais e substitutos de carne O boom no consumo de produtos saudáveis e a maior preocupação com o bem-estar animal têm feito com que os substitutos vegetais dos produtos de origem animal façam parte do dia a dia de muitos consumidores. A bebida de arroz vegetal é a alternativa vegetal mais popular depois da soja e da amêndoa. A farinha de arroz é utilizada no seu preparo e é descrita como um leite desnatado, rico em nutrientes e minerais e com boa digestibilidade. Além disso, nos últimos anos, aumenta-

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ram as estratégias para aumentar ou melhorar as propriedades dessa bebida, seja por fortificação ou pela modificação prévia do grão (fermentação) para utilizá-la como carreadora de probióticos. Os substitutos ou análogos da carne referem-se a produtos alimentares sem carne, mas com sabor, aparência e valor nutricional semelhantes aos produtos tradicionais à base de carne. Porém, as principais fontes de proteína utilizadas para esse tipo de produto têm sido principalmente aquelas obtidas a partir da soja ou do glúten de trigo. O arroz é uma alternativa que elimina os possíveis problemas de alergia a outras proteínas vegetais, embora apresente diferentes complicações tecnológicas, uma vez que não é capaz de obter tais estruturas semelhantes por meio, por exemplo, da extrusão. Porém, já existem alternativas no mercado, como as apresentadas na Figura 2, em cuja composição o arroz está presente como um dos principais ingredientes, além de ser utilizado para a obtenção de produtos semelhantes ao queijo fresco batido. Produtos com arroz integral Embora nos últimos anos o interesse pelo consumo do arroz integral tenha aumentado, principalmente devido ao seu maior aporte de proteínas, gorduras, minerais e vitaminas, sua aceitação ainda é inferior aos produtos obtidos a partir do arroz branco. Principalmente pelo fato de que tanto o farelo quanto o germe representam uma desvantagem na sua produção a nível tecnológico e modificam suas características organolépticas. Portanto, hoje é um desafio aprimorar os produtos obtidos a partir do grão integral, embora muitos dos produtos anteriormente descritos já sejam comercializados em sua forma integral. Para isso, diferentes estratégias têm sido estudadas e continuam a ser estudadas para inativar as enzimas presentes nas camadas externas do grão, melhorar o sabor, a textura, etc. Para tanto, são estudados pré-tratamentos que são realizados na farinha de grãos ou de trigo integral e que modificam suas propriedades funcionais. As diferentes estratégias que existem


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para melhorar a funcionalidade, bem como para melhorar os compostos bioativos do grão ou da farinha de arroz integral consistem principalmente em fermentar ou germinar os grãos previamente, na aplicação de tratamentos físicos (térmicos e não térmicos como alta pressão, ultrassom ou plasma) ou tratamentos enzimáticos ou a combinação de várias dessas estratégias. Portanto, apesar de a principal forma de consumo de arroz ser o grão cozido, o interesse e o desenvolvimento de produtos inovadores à base de arroz estão aumentando e muitos estão chegando ao mercado. Isso mostra a aceitação por parte dos consumidores desse tipo de produto e a importância que vão adquirindo outros tipos de indústrias, que a priori não estavam voltadas para o consumo do arroz ou de sua farinha como principal matéria-prima. Porém, apesar de estarem sendo utilizadas diferentes estratégias que permitem que produtos derivados do arroz ou de sua farinha integral sejam utilizados com a mesma aceitação, obtendo-se resultados promissores, o desenvolvimento desse tipo de produto permanece um desafio. Projeto TRACE-RICE No quadro das inovações sustentáveis em torno do arroz, surge o projeto, financiado pela União

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Europeia, TRACE-RICE. O objetivo do projeto é dotar a indústria do arroz de ferramentas analíticas e digitais que facilitem a rastreabilidade, o controle e a garantia da autenticidade das diferentes variedades de arroz, além de desenvolver produtos à base de arroz mais nutritivos, saudáveis, saborosos e seguro, usando o conceito de economia circular. Este projeto de 4 anos dará um impulso à indústria ligada à agronomia e transformação do arroz, além de benefício social, ao fornecer alimentos saudáveis e seguros, contribuindo para a sustentabilidade do sistema alimentar. Projeto PRIMA da UE “Traçando arroz e valorizando córregos laterais ao longo da blockchain do Mediterrâneo (TRACE-RICE)" coordenado pela Dra. Carla Brites (carla.brites@iniav.pt). Site: http://www.trace-rice.eu


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Potencial de monitoramento de dióxido de carbono para detectar pragas de insetos

Eng. Shlomo Navarro Green Storage Ltd snavarro@013.net

Hagit Navarro Green Storage Ltd Nadav Inbari Green Storage Ltd

Para determinar a presença de insetos em grãos armazenados a granel, foram utilizadas amostragens manuais, armadilhas e sondas. A inspeção manual tem sido baseada em peneiramento, flotação-craqueamento e funis de Berlese para detecção de insetos em granel de grãos. Como esses métodos são demorados, métodos alternativos de detecção, como detecção acústica (Mankin e Hagstrum, 2012), medição de CO2, medição de ácido úrico, espectroscopia de infravermelho próximo e métodos de raios X suaves, foram propostos para a indústria. As vantagens e limitações desses métodos de detecção de insetos foram avaliadas por Neethirajan et al. (2007). Vários cientistas usaram CO2 como um indicador de infestação de insetos (Howe e Oxley, 1952; Calderon e Shayya, 1961) ou infecção microbiana (Steele et al., 1969; White et al., 1982) ou ambos (Muir et al., 1980). Sinha e Wallace (1977) mediram as concentrações de CO2 dentro e ao redor de uma pequena coluna (0,6% do volume total) de canola podre com um teor de umidade de 11 a 13,5% em cerca de 46 toneladas de canola seca. com um teor de umidade de 8,5 para 9,4%. As concentrações de CO2 no saco de deterioração foram de até 2%. Medições de CO2 em uma pilha de trigo em forma de cone de 27 toneladas colocada diretamente no chão sem cobertura indicaram que o CO2 não se difundiu rapidamente para fora da massa de grãos (Muir et al., 1980). Singh et al. (1983) modelaram matematicamente a dispersão de CO2 de três possíveis áreas de deterioração em um silo de grãos (6 m de diâmetro preenchido com trigo a 4,6 m de altura) e concluíram que um sensor de CO2 com resolução de 2 g/m3 (0,1%) localizado próximo ao centro do recipiente pode detectar a deterioração do grão quando a localização é desconhecida. Ileleji et al. (2006) usaram sensores comerciais de CO2 perto de aberturas e fluxo de ar de exaustão de ventiladores no silo de grãos para medir CO2. Eles concluíram que pontos quentes e deterioração www.graosbrasil.com.br


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precoce de grãos podem ser detectados dentro do silo de grãos usando sensores de CO2. Maier et al. (2006) estudaram níveis elevados de CO2 em bolsões localizados de uma massa de grãos causados por insetos, fungos e metabolismo de grãos. O objetivo principal do estudo realizado por Maier et al. (2006) foi monitorar os níveis de CO2 para detecção precoce de deterioração. Os níveis de CO2 medidos variaram de 0,05% a 0,5%, com os níveis mais altos atingindo até 2,5% com um monitor portátil de CO2. Maier et al. (2010) em seu trabalho de monitoramento de concentração de dióxido de carbono para detecção precoce de deterioração em grãos armazenados relataram a presença de uma população de insetos de produtos armazenados pesados de até 27 insetos vivos/kg de grão. Bartosik et al. (2008) realizaram monitoramento periódico de CO2 em silo-bags contendo cerca de 200 toneladas de trigo para detecção precoce de atividade biológica e grãos estragados. Um valor distinto de CO2 foi estabelecido para diferentes grãos de MC, que representa a composição atmosférica típica de um silo-bag com e sem deterioração. Gonzales et al. (2009) examinaram o uso de sensores de umidade relativa (UR), temperatura e dióxido de carbono (CO2) para determinar sua adequação para determinar condições adversas de armazenamento para trigo. Trigo com aproximadamente 11% de MC foi aerado com ar passado através do grão de alta umidade condicionado a MC nominal de 14%, 16% e 18% (base úmida). Sensores monitoraram as condições do ar durante todo o período de armazenamento. A aeração foi fornecida em períodos de 3h a taxas de 5m3h-1ton-1 e 10m3h-1ton-1. Os sensores de dióxido de carbono foram eficazes na detecção indireta de condições de grãos úmidos devido à grande quantidade de CO2 gerada a partir de grãos úmidos. Os níveis de dióxido de car-

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bono monitorados na exaustão do duto de aeração foram geralmente adequados para determinar as condições adversas de armazenamento. Neethirajan et al. sintetizaram uma descrição detalhada dos tipos de sensores de CO2, seus mecanismos de detecção e recursos cobrindo diferentes aspectos da tecnologia de sensores de CO2 (2009). Também Neethirajan et al. (2010) desenvolveu um sensor de dióxido de carbono usando polímero condutor de ácido borônico de polianilina como a região eletricamente condutora. O sensor mostrou ser usado para detectar deterioração em grãos armazenados. Jiang et al. (2014) estudaram as concentrações intersticiais de dióxido de carbono e oxigênio em sementes de canola, soja e trigo armazenadas sob várias condições. A soma das concentrações de CO2 e O2 foi próxima de 21% - 22% na maioria dos tempos de armazenamento hermético e dentro de qualquer cultura. Muir et al. (1985) testaram o CO2 como um indicador precoce de deterioração armazenada de cereais e oleaginosas. As concentrações de CO2 foram medidas em 39 granéis agrícolas armazenados de trigo, canola, cevada e milho no Canadá e nos EUA. A deterioração foi confirmada pela análise de amostras de grãos em 97% dos 34 contêineres com concentrações de CO2 superiores a 0,03% do ar ambiente. Taher et al. (2019) tentaram prever as perdas de soja monitorando o CO2 durante o armazenamento em sacos de silo. Com base em seus resultados, foi desenvolvida uma correlação para prever as perdas de grãos, que considerou a umidade dos grãos como variável independente e um preditor relacionado à concentração de CO2 ao final do fechamento do saco do silo. Zhang et al. (2014) estudaram um método de detecção de CO2 orientado ao local para monitorar a deterioração de insetos e fungos de grãos armazenados em armazéns horizontais chineses. O CO2 produzido pela respiração dos grãos foi relativamente baixo, e a atividade de insetos e fungos afetou significativamente a concentração de CO2 em massa. Até agora, os relatórios se concentravam em métodos de detecção principalmente em deterioração de grãos e muito poucos eram apenas para detectar atividade de insetos usando CO2. A respiração de grãos, a atividade de fungos e a atividade de insetos na detecção de CO2 foram extensivamente investigadas. Nenhum dos estudos se concentrou em correlacionar a infestação de insetos com a detecção de CO2 em feixes de grãos. Além disso, mudanças de temperatura que afetam as correntes de convecção que ocorrem em embalagens grandes e a influência da aeração mecânica na retenção de CO2 não foram relatadas. Portanto, o presente estudo foi realizado para testar as concentrações de CO2 que podem se desenvolver como resultado da


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infestação natural de insetos em um silo aerado vertical contendo trigo seco. MATERIAIS E MÉTODOS Armazenamento em silo As observações foram feitas durante 10 meses de armazenamento em um recipiente de concreto contendo 180 toneladas de trigo. O contêiner tinha 4 x 4 m quadrados e 14,5 m de altura com uma tremonha de 2 m de altura da escotilha de descarga. A base da tremonha foi equipada com um tubo de aeração de 20,5 cm de diâmetro. O silo tinha uma abertura de carregamento de 60 x 60 cm, através da qual eram inseridos termopares, tubos de amostragem e amostras de grãos eram retiradas. O contêiner foi equipado com um sistema de aeração capaz de fornecer 2,8 m3/(h/ton). A aeração foi operada para fornecer ar ambiente do fundo do tanque e o ventilador foi acionado por um termostato que selecionava a temperatura ambiente adequada para a aeração. O número de horas de operação do ventilador foi registrado usando um termohigógrafo localizado próximo ao ventilador. Grão de trigo O trigo armazenado no recipiente era uma cultivar local "Nanasit" com teor de umidade (base úmida) na faixa de 10,5 - 12,6%. As amostras de trigo

foram coletadas usando um amostrador de grãos Prob-A-Vac (Minneapolis, MN, EUA), uma sonda que usava vácuo para amostrar grãos armazenados. Amostras de grãos de 1 kg foram retiradas periodicamente das profundidades do volume de grãos a 1, 3, 5, 7 e 9 m de profundidade da superfície. O teor de umidade foi medido eletronicamente usando o Medidor de Umidade de Grãos Motomco Modelo 919 (Paterson, Nova Jersey, EUA) calibrado para a cultura de grãos local. Para identificar a infestação de insetos, amostras de grãos foram

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peneiradas através de uma malha padrão US #10. Insetos vivos e mortos foram identificados e contados separadamente. Medição de temperatura e gás. Termopares e tubos de amostragem de gás foram instalados usando o tubo externo do Prob-A-Vac na mesma profundidade em que as amostras de grãos foram retiradas (nas profundidades de 1, 3, 5, 7 e 9 m da superfície do volume). A temperatura dos grãos foi medida semanalmente a quinzenalmente. A temperatura do ar ambiente e a umidade relativa do ar foram registradas por meio de um termohigrógrafo que registrou os dados de dentro de uma estação meteorológica localizada próxima ao ventilador de aeração do reservatório. As amostras de gás foram retiradas das profundidades indicadas usando tubos de amostragem de gás de PVC de 3mm de diâmetro interno. As amostras de gás foram analisadas usando um medidor de condutividade térmica (Gow Mac, Bethlehem, PA, EUA). As amostras de gás foram coletadas e analisadas nos mesmos dias em que as amostras de temperatura e grãos foram coletadas. O analisador de gás foi testado e calibrado em relação às concentrações conhecidas de CO2 retiradas do gás CO2 engarrafado antes de cada data de amostragem. RESULTADOS infestação de insetos A população de insetos consistiu de Sitophilus oryzae (L.), Rhyzopertha dominica (F.), Oryzaephilus surinamensis (L.) e Tribolium castaneum (Herbst). Seus números totais contados foram usados para avaliar a relação de sua presença nas amostras de trigo e as concentrações de CO2 medidas associadas detectadas em diferentes profundidades do volume de trigo. Embora todas as amostras e medições tenham sido feitas nas profundidades de 1, 3, 5, 7 e 9 m da superfície do grão, apenas as profundidades de 1, 5 e

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9 m foram apresentadas na Fig. 1. A Figura 1 mostra que os insetos estiveram presentes durante todo o período de observação de junho a meados de abril. O exame de amostras de trigo indicou a presença de uma infestação inicial em meados de junho, variando de uma média de 0,15 insetos vivos por kg de trigo a 2,05 insetos vivos por kg de trigo em março. Esta população de insetos foi maior em profundidades de 3m (não mostrado na Fig. 1) e 5 m da superfície do grão. O exame das populações de insetos revelou que em dezembro houve um ligeiro aumento no tamanho da população total, depois uma diminuição gradual e significativa em março. A população inicial de insetos era de 1 a 4 insetos vivos/kg de trigo. Esta população cresceu para 25 insetos/kg de trigo em outubro-novembro. Ao final das observações em meados de abril, a população de insetos foi reduzida para uma faixa de 1 a 5 adultos vivos/kg sob a influência da aeração durante os meses frios do ano. Mudanças na temperatura do grão a granel e do ambiente. A temperatura do trigo estava inicialmente alta, em torno de 30oC. Através da operação do sistema de aeração houve uma diminuição gradual da temperatura em todas as profundidades testadas de acordo com o resfriamento do ar ambiente, principalmente após outubro e durante os meses frios predominantes em Israel (outubro-março). Nas profundidades de 3 m (não mostradas na Fig. 1) e 5 m houve um ligeiro aumento na temperatura de 1oC e até 5,5oC, respectivamente. A aeração foi realizada de forma intermitente para reduzir a temperatura do grão a granel de um inicial de 28,3o -34,8oC em junho para 16,5o-20,0oC em março. Mudanças nas concentrações de dióxido de carbono As concentrações de dióxido de carbono foram medidas em todas as profundidades amostradas e variaram de níveis quase indetectáveis nas amostras iniciais até 8% quando as temperaturas do trigo caíram para 20oC em março. As concentrações de dióxido de carbono foram detectadas em todas as profundidades testadas e durante o período de observação de junho a meados de abril. Houve uma flutuação nas concentrações de gás que aumentaram constantemente após cada operação do sistema de aeração. Essas concentrações aumentaram gradualmente com o aumento das populações de insetos. No entanto, as concentrações de CO2 estavam em seu nível mais baixo logo antes de o sistema de aeração ser operado e aumentaram imediatamente após o sistema de aeração ter cessado a operação e então diminuído gradualmente até a próxima operação do ventilador. Este aumento na concentração de CO2 foi observado após cada período de aeração.


TECNOLOGIA Umidade do trigo O teor de umidade inicial (base úmida) das amostras de trigo no início das observações em junho estava na faixa de 10,5% a 12,6%, enquanto no final das observações em abril era de 10,4% a 10,9%. O exame de amostras retiradas de diferentes profundidades do grão a granel não mostrou aumento no teor de umidade. Discussão Os primeiros trabalhos realizados por vários pesquisadores já indicavam as vantagens de detectar insetos pela produção de CO2 (Calderon e Shayya, 1961; Howe e Oxley, 1952; Muir et al., 1980; Muir et al., 1985; Neethirajan et al., 2007) e mais recentemente Zhang et al. (2014) relataram um método de detecção de CO2 direcionado ao local para monitorar a deterioração de grãos armazenados por insetos. Embora todo esse trabalho inicial tenha levado a resultados promissores, a produção de CO2 testada pelos insetos não foi perturbada pelas correntes de ar. Além disso, alguns dos trabalhos foram realizados em condições de laboratório e muito pouca informação estava disponível para correlacionar o efeito das correntes de convecção ou o efeito do sistema de aeração na detecção de concentrações de CO2 em relação à população de insetos. Portanto, esses trabalhos não consideraram a rapidez com que o CO2 produzido por insetos pode ser facilmente detectado e correlacionado quando há movimento de ar dentro da massa de grãos. Além disso, parte desses trabalhos considerou em particular detectar apenas a deterioração dos grãos, principalmente sob a influência da atividade microbiana desenvolvida em teores de umidade acima do seu nível crítico para armazenamento seguro (Bartosik et al., 2008; Maier et al., 2006; Maier et al., 2006; Maier et al., 2010; Jian et al., 2014) e não devido à atividade de insetos. O presente estudo indica que o CO2 produzido pode ser atribuído apenas à atividade de insetos, pois a massa de trigo analisada apresentou um teor de umidade muito baixo (10,4% a 10,9%). Essa

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umidade, em termos de umidade relativa do ar de equilíbrio, é muito próxima de 53%. Essa umidade elimina a possibilidade de qualquer produção de CO2 devido à atividade da microflora. Um desenvolvimento interessante e inesperado foi o aumento na concentração de CO2 imediatamente após a aeração. Quando comparamos as concentrações de CO2 imediatamente após a aeração, sempre houve um aumento na concentração de CO2, em quase todas as profundidades de volume de grãos testadas. No presente estudo, para o relatório, foram relatadas apenas três profundidades (1m, 5m e 9m de profundidade). No entanto, na realidade, testamos mais duas profundidades (3m e 7m de profundidade) que exibiram o mesmo padrão das profundidades relatadas. Os autores não têm uma explicação lógica para este notável desenvolvimento peculiar do aumento da concentração de CO2. As concentrações de dióxido de carbono aumentaram progressivamente com o aumento das populações de insetos. A 5 m de profundidade foi de 8% e a 9m de profundidade foi de 7%. Embora o silo não tenha sido vedado e não tenham sido realizadas operações de estanqueidade, concentrações de CO2 foram detectadas mesmo após a operação do sistema de aeração que deveria ter praticamente eliminado todo o CO2. Embora esses resultados indiquem a possibilidade de detecção de infestação de insetos na profundidade do grão, ao final das observações, a uma profundidade de 1m, a concentração de CO2 foi de apenas 0,5%. Esses resultados indicam a dificuldade de correlacionar a concentração de gás com o tamanho da população de insetos. Postulamos porque o gás CO2 está constantemente sob a influência das correntes de convecção criadas devido à mudança de temperatura na massa de grãos, principalmente no caso particular testado, devido ao efeito da aeração do ambiente. Este estudo revelou o potencial e as limitações da aplicação do CO2 como indicador para detectar a infestação de insetos.

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TECNOLOGIA

Conclusões Foi revelada a possibilidade de que mesmo em granéis secos de trigo aerados, a presença de insetos poderia ser detectada por sua atividade metabólica gerando níveis de CO2 significativamente detectáveis de até 8% no ar do granel. Houve um aumento progressivo no tamanho da população de insetos e nas concentrações de CO2 detecta-

das. Houve também um peculiar desenvolvimento inesperado da concentração de CO2 imediatamente após cada aeração intermitente. Ficou claro que as leituras de CO2 foram fortemente afetadas, devido à influência das correntes de convecção, o que impediu a possibilidade de correlação com as populações de insetos existentes.

Figura 1. Concentrações de CO2 monitoradas, temperaturas e número de insetos vivos/kg de trigo encontrados em amostras de grãos colhidas em profundidades de 1m (esquerda) e 5m (direita) durante 10 meses de observação de uma massa de 180 toneladas de trigo armazenada em um contêiner vertical de 14,5 m de altura.

Figura 2. Concentrações de CO2 monitoradas, temperaturas e número de insetos vivos/kg de trigo encontrados em amostras de grãos colhidas a uma profundidade de 9 m (esquerda), número de horas de operação do ventilador de aeração, temperatura ambiente média semanal máxima e mínima durante 10 meses de observação de um trigo a granel de 180 toneladas armazenadas em um silo vertical de 14,5 m de altura. Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022


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Procurando economia, redução de custos e altos rendimentos na planta de secagem?

BENEKE, A MELHOR SOLUÇÃO!! A Beneke, tradicional fabricante de máquinas, traz para o Agronegócio, seu Know-How de 69 anos atuando com sistemas de aquecimento e de combustão, nos mercados nacional e internacional. Sendo o Agronegócio um segmento em ascensão e de busca constante por tecnologia. A Beneke traz a modernização aliada a tecnologia de ponta de seus equipamentos para a secagem de qualquer tipo de grão, comercial ou semente, compatível com qualquer secador, independente de fabricante ou tamanho, podendo ser novo ou também já instalado. Com duas opções em secagem de grãos, sendo a primeira para secagem indireta, através de um sistema com trocadores de calor a vapor, instalados em conjunto com uma caldeira e a segunda um Gerador de Gás quente, com desfagulhador para secagem direta. Neste artigo falaremos mais detalhadamente sobre o sistema indireto. Sistema de Secagem de Grãos - Indireto As vantagens de utilização deste sistema são inúmeras, desde o RISCO ZERO DE INCÊNDIO a eliminação total dos HPA's, menores custos quanto ao seguro de unidade, aumento de produtividade, economia de energia elétrica, menor necessidade de limpeza no secador, redução no consumo de biomassa entre outros benefícios. Uma das grandes vantagens deste sistema é poder utilizar uma caldeira para utilizar mais de um secador, otimizando mão de obra, podemos citar como exemplo esta planta abaixo (Fig. 1), com dois

caldeiras de 35 t/h, totalizando 70 t/h de vapor, queimando picado de madeira, operando 6 sistemas de secagem Beneke, secando 750 t/h com apenas duas pessoas. Se esta operação fosse normal com fornalha, haveria a necessidade de no mínimo 3 pessoas por secador, totalizando 18 pessoas. O desenvolvimento deste sistema teve início em 2008 e hoje já está instalado em centenas de secadores no Brasil e no exterior, neste período a engenharia da Beneke acompanhou, mapeou e compilou dados importantíssimos de fizeram com que o projeto viesse evoluindo constantemente e com isso conseguimos customizar a planta de Secagem, conforme a necessidade do cliente, viabilizando economicamente a instalação, gerando um custo por tonelada seca menor. No grãos as diferenças são imensas, a queima perfeita gerada na Caldeira resulta em economia de biomassa e o Sistema de Secagem garante a estabilidade de temperatura da massa de grãos, com esta estabilidade a um menor índice de trincas e quebras, além de manter o grão vivo, mantendo suas características naturais, sendo mais aceito como ração animal e maior índice de conversão proteica. Nosso clientes optam pelo nosso Sistema, pois acabam tendo um produto diferenciado, acabam tendo facilidade da venda dos grão para o mercado alimentício, inclusive sendo rotulado como "Grão Humano" pois é um produto sem os HPA's, podendo vender a saca por um preço acima do mercado.

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Porque é conveniente o

Resfriamento Artificial

Nos Cool seed News anteriores falamos sobre quanto, como, onde e quando, nesta oportunidade veremos porque é conveniente fazer o resfriamento. Já sabemos que a maior parte do Brasil da Latino américa em geral, não tem condiciones climáticas boas para a armazenagem; isso significa que as pragas atacam mais, os fungos se desenvolvem melhor, as perdas no armazenagem são maiores e para complicar mais as coisas os sistemas de aeração (copiado dos países do hemisfério norte com climas muito mais frios) não permitem fazer um trabalho eficiente. Na armazenagem comercial podemos responder simplesmente que com a refrigeração artificial podemos ter maiores ganhos ou benefícios económicos. Veremos mais detalhe deste assunto e ampliaremos para outros aspectos tão importantes como os económicos. Sabemos que o ideal é ter uma capacidade de resfriamento igual ou um pouco maior a capacidade de recepção de grãos e que este investimento se paga em uma ou máximo 2 colheitas. Resultando a operatória posterior mais em conta que o manejo tradicional (baseado em aeração, secagem excessiva e agrotóxicos). Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

Porquê podemos separa-los em 2 grupos: Benefícios Particulares do armazenista: • Menos perda de peso seco na armazenagem; • Menos necessidade de secagem excessiva; • Evita a secagem que gera a aeração tradicional • Menores gastos em agrotóxicos (pode chegar a eliminar 100% os tratamentos sobre os grãos) • Menores gastos de energia elétrica e combustível • Diminui os fungos e insetos • Diminui os riscos do uso de agrotóxicos e a geração de resistência das pragas • Melhor qualidade de grãos e sementes (valor nutricional – capacidade industrial – poder germinativo - energia germinativa) • Pessoas com melhor condição laboral Benefícios da Comunidade: • Grãos mais sadios e de maior qualidade • Menores perdas de peso seco • Melhor uso de energia. • Menor poluição ambiental e pegada de carbono Vejamos brevemente cada um destes itens (não


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estão dispostos de acordo com a sua importância, está depende de cada empresa em particular). Benefícios Particulares do armazenista Menor perda de peso seco na armazenagem Por cada 50C de incremento se duplica o ritmo de respiração dos grãos e dos fungos. Então se você armazena a 250C sua perda por dia é 4 vezes maior que quando armazena a 150C. isto pode visualizar-se claramente nas curvas de TAS. Uma perda normal de um grão resfriado e de 0,0015% por dia e de um grão armazenado em forma tradicional estamos em 0,0060% por dia, e pode ser maior no caso que tenha problemas mais sérios. Faça suas contas e veja os milhões de reais que significam para você ano a ano. Tem menos necessidade de secagem excessivo Basicamente temos 3 grandes variáveis que afetam o armazenamento: tempo – umidade – temperatura. O tempo depende de fatores comerciais e industriais. Quanto maior umidade, menor deve ser a temperatura e quanto maior a temperatura, menor deve ser a umidade. Os povos antigos onde se iniciou a agricultura se armazenavam vários anos com umidades de 7-8%. Isto em nossas condições atuais seria um suicídio econômico, logo quanto mais recorremos ao frio (baixas temperaturas) melhor. Tendo 0,5 - 1% de umidade a mais, equivale aproximadamente a 50C mais. Por isso, no caso que a gente possa garantir uma baixa temperatura desde o início da armazenagem, não é necessário baixar tanto a umidade para o mesmo tempo de conservação. Isto significa muito dinheiro de combustível e muitos quilos de água que podemos vender a valor de grão.

Evita a secagem que gera a aeração tradicional Os que não dispõem de resfriamento artificial sabem que a prática da aeração, ainda cuidando os níveis de umidade relativa do ar que se insufla, gera ao longo dos meses e das várias doses de aeração uma perda de umidade de 0,5 a 1%. Nas regiões de baixa umidade ambiente (exemplo mato grosso) se torna mais notável esta perda. A aeração trabalha com baixa vazão e se usa em horas inadequadas e praticamente todos os meses de armazenagem, gera grandes perdas de umidade. Também sabemos que a maioria dos armazéns não dispõe de sensor de umidade relativa e temperatura do ar de saíd, normalmente o armazenista se dá conta da perda quando esvazia o silo. Menores gastos em agrotóxicos (podem chegar a eliminar 100 % os tratamentos sobre os grãos) Com o uso de resfriamento os agrotóxicos praticamente ficam limitados aos tratamentos de instalação. Os custos normais de 5 a 10 R$ por tonelada dos cereais podem ser evitados. Menores gastos de energia elétrica e combustível Existe o mito que o resfriamento artificial gasta muita energia elétrica, isto é falso, o gasto vai de 3 a 4 KWh/t. A gente que não está informados comparamos com o gasto da aeração de 0,7 KWh/t, mais devemos ter em conta que durante o armazenagem se dão várias doses de aeração o que eleva ao mesmo o maior gasto de energia elétrica. O resfriamento sobre o grão ou semente seca se faz só uma vez e o antes possível durante toda a armazenagem. Vocês podem calcular em forma simples quantos KWh gastam por tonelada. Em quanto ao combustível, também se diminui o consumo, porque é necessário secar menos, porque armazenamos o grão mais frio. No caso que se implemente a secagem combinada (in bin cooling) o rendimento de secagem se duplica e o consumo de combustível baixa um 30%. Sabemos que a secagem e a prática de maior custo e perigosidade e que pode afetar a qualidade nutricional dos grãos e o poder e energia germinativa de sementes. Diminuir os fungos e insetos A temperatura e o principal fator que afeta a vida dos insetos, ao baixar a temperatura o inseto se multiplica menos ou para sua multiplicação, os ciclos (ovo – larva - pupa - adulto) duram mais tempo ou se detenham, o inseto se movimento menos, etc., tudo isto faz que as pragas insetos deixem de ser um problema para a armazenagem. Enquanto os fungos que sempre acompanham os grãos e sementes, gerando perda de peso seco, perda de qualidade y possibilidades de produção de micotoxinas cancerígenas, ao diminuir a temperatura diminuem sua atividade, já comentamos

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COOL SEED NEWS 35 que por cada 50C que baixar a temperatura o desenvolvimento dos fungos baixa a metade. Diminuir os riscos do uso de agrotóxicos e a geração de resistência das pragas Quando se usam agrotóxicos os funcionários são submetidos a um risco, já que mal usados os praguicidas são potencialmente tóxicos para o ser humano. Também os destinatários dos grãos geram pressão comercial porque não desejam ter resíduos potencialmente perigosos em seus grãos. Por outro lado, sabemos que cada safra é mais difícil o controle dos insetos, devido a seleção natural, os que sobrevivem aos tratamentos têm mais resistência e deixam uma F1 mais difícil de controlar. Por sorte as pragas não tem possibilidade de gerar resistência a fatores físicos como a baixa temperatura. Então se usamos frio podemos controlar melhor as pragas insetos, os agrotóxicos residuais tem maior poder de proteção (mais tempo) e podemos reduzir a dose. Melhor qualidade de grãos e sementes (valor nutricional – capacidade industrial – poder e energia germinativa) O que estamos comentando nos permite ao

término da armazenagem ter um grão de melhor qualidade, comparado com a conservação convencional. Isto pode permitir obter a um preço melhor ou fidelizar um cliente que valorize uma melhor qualidade. O primeiro que se deteriora em um grão é o poder e energia germinativa, imprescindível para sementes ou grãos como cevada que no processo industrial deve germinar. Com o frio conservamos melhor as proteínas, hidratos de carbono, matéria graça, temos menor acidez nos grãos, menos possibilidades de aflatoxinas, etc. etc.. Pessoal com melhor condição laboral O fato de diminuir ou eliminar o uso de agrotóxicos favorece a qualidade de vida dos funcionários, também o fato de que o resfriamento se faz só uma vez (normalmente no início da armazenagem) e não se deve estar pendente das condições ambientais para dar aeração. Benefícios da Comunidade: Grãos mais sadios e de maior qualidade Este é um benefício muito importante para a comunidade. Ter grãos com maior poder nutricional, livre dos danos e contaminações dos insetos e fungos, com menos probabilidade de produtos cancerígenos. Sem dúvida significa um benefício grande para a sociedade.

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36 COOL SEED NEWS Menores perdas de peso seco Isto tem muito que ver com a segurança alimentar, quantos milhões de toneladas significam perdas de 2 a 3 %? As perdas normais na pós-colheita estão em 5 a 7% do volume armazenado. Melhor uso de energia Este é um aspecto muito importante, menor uso de combustível, além do assunto econômico direto, implica um benefício porque diminui o aquecimento global. Também usar menos energia elétrica tem um benefício ambiental. Menor polução ambiental e pegada de carbono Isto está vinculado ao ponto anterior, usa menos energia elétrica, menos combustível e menos agrotóxicos. Uso de energia fotovoltaica O principal custo do resfriamento é a energia elétrica. Sabemos que bem usado se amortiza em 1 a 2 safras. Hoje no Brasil a captação da energia solar com células fotovoltaicas é equivalente a produção de meia Itaipu. Energia solar que normalmente seria inútil pode abastecer não só nossas casas, também nossos armazéns e indústrias. Sem maiores efeitos ambientais, energia limpa, de baixo

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custo. O fato que a energia não usada possa ir para a rede, ser utilizada com bonificação no momento da colheita é muito interessante para uma atividade estacional como a nossa. Podemos quantificar mais em detalhe e ampliar a gama de benefícios económicos, ambientais e sociais, mais apresentados nesta matéria e suficientemente explicativo de porque é conveniente para você o resfriamento artificial.


UTILÍSSIMAS 37

Ministério Da Agricultura Libera Novo Fungicida Microbiológico da Rizobacter

Rizoderma é um produto com formulação 100% líquida e composto por um fungo chamado Trichoderma afroharzianum, já ativo na embalagem, acelerando o tratamento contra doenças no solo e na semente, em diversas culturas, como soja, trigo, arroz e milho. Inovador produto foi fruto de pesquisas desenvolvidas durante dez anos.

A Rizobacter, multinacional líder em microbiologia agrícola, traz mais uma solução inovadora e sustentável para a agricultura brasileira, o Rizoderma TSI - um fungicida microbiológico composto por um fungo ainda inédito no mercado brasileiro, o Trichoderma afroharzianum, que traz uma nova ferramenta ao mercado brasileiro para o combate das doenças do solo e da semente, em culturas de grande interesse econômico do mercado mundial como soja, trigo, arroz, milho, entre outras. O produto foi aprovado no último mês pelo Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O Rizoderma foi desenvolvido no centro de pesquisa e desenvolvimento global da Rizobacter, na Argentina, em pesquisas e desenvolvimentos que duraram dez anos. É considerado a 3ª geração de produtos biológicos, pois é produzido na forma líquida. Sua formulação fluída garante uma maior aplicabilidade no tratamento de sementes de uma forma geral, além disso, permite que as células fún-

gicas sejam mais estáveis e com maior poder fungicida, o que significa maior proteção no campo. Desta maneira, atua mais rápido colonizando a raiz da planta, que terá a produção de metabolitos secundários, entre eles os antibióticos, que vão inibir ou matar outros fungos, além de produzir fito hormônios, que são responsáveis pelo crescimento e metabolismo vegetal. “De maneira didática, o Rizoderma consegue fazer com que a planta cresça mais rápido, de forma protegida e produzindo na raiz mais ácidos orgânicos. Esses, por sua vez, disponibilizam nutrientes que são absorvidos do solo”, destaca Lucas Lopes, gerente de produto da linha de Controle Biológico e Tratamento de Sementes e Grãos da Rizobacter. Sendo um fungicida microbiológico, a inovação da Rizobacter combina múltiplos mecanismos de ação que naturalmente previnem e retardam as possibilidades de desenvolvimento e ataque de patógenos. As biomoléculas produzidas são absorvidas e ativam os mecanismos fisiológicos e bioquímicos de defesa na planta e, assim, dão maior www.graosbrasil.com.br


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Lucas Lopes, gerente de produto da linha de Controle Biológico e Tratamento de Sementes e Grãos da Rizobacter Foto: Divulgação

tempo de proteção durante todas as fases de crescimento da cultura. Outro diferencial do Rizoderma é o fungo já estar ativo dentro da embalagem. Uma vez aplicado, já entra em ação e consegue uma maior eficiência e melhores resultados comparados com os produtos em que o fungo está inativo. "É uma grande conquista para a Rizobacter trazer o Rizoderma ao Brasil. A empresa já é líder no tratamento industrial de sementes de soja no país, com mais de 5 milhões de hectares cobertos por nossos inoculantes e, agora, passa a ter mais uma ferramenta fundamental, para um programa de nutrição e proteção, com a nova solução. Acreditamos que, hoje, seja o produto mais completo, sustentável e tecnológico do mercado", diz Lopes. Resultado comprovado O Rizoderma tem comprovado sua eficácia no controle de múltiplas doenças de sementes e solo, como Sclerotinia sclerotiorum (mofo branco), macrophomina, fusarium, rizoctonia, que afetam a germinação e o desenvolvimento inicial de culturas como milho, soja e trigo. “Graças ao processo de fermentação líquida de alta qualidade, o Rizoderma pode ser aplicado com mais de 90 dias de antecedência na semente”, finaliza Lopes.

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Sobre a Rizobacter A Rizobacter está presente no Brasil desde 1998 com forte atuação no mercado de microbiologia agrícola e tecnologia de aplicação. A empresa integra o grupo Bioceres Crop Solutions - provedor global de soluções para a agricultura, listado na NASDAQ. Utilizando tecnologia de ponta e atuando em mais de 40 países, a Rizobacter conta com as linhas de Inoculantes, Adjuvantes e Óleos Premium, Controle Biológico, Fertilizantes Especiais e Tratamento de Semente. A companhia, líder em microbiologia agrícola, atende produtores em todo o Brasil, promovendo um sistema de produção cada vez mais eficiente e sustentável, liderando programas de pesquisa e desenvolvimento em biológicos para criar produtos que respondam às necessidades atuais e futuras da produção agrícola.


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Nova Estimativa Aponta Para Uma Produção de Grãos Na Safra 2021/22 Em 268,2 Milhões De Toneladas

A produção brasileira de grãos na safra 2021/22 está estimada em 268,2 milhões de toneladas. O volume, se confirmado, representa um crescimento de 5% quando comparada com a temporada passada, o que representa cerca de 12,79 milhões de toneladas a mais a serem colhidas.

“O desempenho da atual safra sofre impacto da forte estiagem, verificada nos estados da Região Sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, que justifica as perdas expressivas nas produtividades estimadas, sobretudo nas lavouras de soja e milho”, explica o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro. “Mesmo com índices pluviométricos mais regulares em comparação ao registrado em dezembro do ano passado, a chuva registrada em janeiro na região Sul não foi suficiente para atingir a média em toda a região”, pondera Ribeiro. Com 16,8% das lavouras já colhidas, a soja deverá registrar uma produção de 125,47 milhões de toneladas, uma queda de cerca de 9% quando comparada com a safra passada. O plantio da oleaginosa ocorreu dentro da janela ideal na maioria das regiões produtoras, o que gerou expectativas positivas. “A influência do fenômeno La Niña interferiu fortemente nas precipitações registradas. Praticamente toda a Região Sul e parte do Mato Grosso do Sul sofreram restrição hídrica severa em novembro e dezembro, além de altas temperaturas, que provocaram drástica queda de produtividade nas áreas”, reforça o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Sergio De Zen. Já para o milho, apesar do clima adverso para a primeira safra, a Conab espera uma recuperação na produção. Segundo a estimativa da estatal, deverão ser colhidos 112,34 milhões de toneladas, um

incremento de 29% em relação a 2020/21. Para a segunda safra é esperado um aumento de 47% na colheita, podendo chegar a 86 milhões de toneladas. “Esse aumento é devido aos preços atrativos praticados pelo mercado e pelo plantio realizado na janela ideal da soja, principal cultura que antecede ao milho”, ressalta o diretor. A produção de feijão deve se manter em torno de 3 milhões de toneladas. A primeira safra, deve apresentar uma queda na colheita de 4,2%, podendo chegar a 935,5 mil toneladas. O resultado reflete a redução tanto de área cultivada quanto de produtividade. No caso do arroz, a Conab estima uma queda de produção em torno de 10%, e a colheita prevista está em 10,57 milhões de toneladas. De acordo com o levantamento, a questão climática no Brasil é apontada como um dos fatores determinantes para as expectativas da safra 2021/22. “As lavouras, principalmente no Rio Grande do Sul, sofreram com altas temperaturas e isso prejudica a fase reprodutiva. Além disso, o tempo seco reduziu sensivelmente os níveis dos mananciais para irrigação, fazendo com que parte das lavouras sejam manejadas em regime de sequeiro ou sub-irrigada, o que reduziu o potencial produtivo das lavouras”, explica o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Rafael Fogaça. Para mais informações sobre as condições das lavouras do país, acesse a íntegra do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022. www.graosbrasil.com.br


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Programa 3S de soja sustentável da Cargill lança aplicativo para produtor acompanhar plano de desenvolvimento

A nova ferramenta oferece um pacote de soluções com foco em técnicas de produção sustentável e acompanhamento individualizado do programa. Os produtores de soja participantes do Programa 3S acabam de ganhar uma nova ferramenta para ajudar na gestão sustentável dos negócios. A Cargill e o Instituto BioSistêmico (IBS), parceiro implementador do programa, lançaram o aplicativo Soja 3S, um novo aliado dos produtores rurais na gestão e melhoria contínua das suas propriedades. O novo aplicativo faz parte do Programa 3S (Soluções para Suprimentos Sustentáveis), uma plataforma de soluções oferecidas pela Cargill desde 2008. “A Cargill tem um compromisso com a sustentabilidade e por isso temos trabalhado lado a lado com os produtores rurais para facilitar a gestão e apoiar seus objetivos de negócio de forma cada vez mais sustentável”, afirma Renata Nogueira. No ano passado, o Programa 3S bonificou 143 produtores que comercializaram soja certificada na safra 2019/2020. Em relação a 2020, o volume de soja certificada comercializada pela Cargill aumentou 75%. O programa é reconhecido pela The European Compound Feed Manufacturers’ Federation (FEFAC), entidade que representa associações nacionais em 24 estadosmembro da União Europeia. Como funciona Cada produtor inscrito no Programa 3S conta com um diagnóstico feito pelos especialistas do IBS que origina um Plano de Qualificação. O novo aplicativo Soja 3S traz mais autonomia ao gestor rural, uma vez que facilita a visualização dos próximos passos para que a propriedade avance para sua qualificação no Programa. Na avaliação de Renata Nogueira, da Cargill, um dos destaques é a adesão voluntária dos produtores, o que aponta para um compromisso cada vez maior do setor e um posicionamento em relação ao uso consciente dos recursos naturais. “Para ser certificada no 3S, aquela propriedade rural precisa oferecer um equilíbrio entre os indicadores econômicos, ambientais e de desenvolvimento. O aplicativo vai facilitar a gestão de todos esses dados de forma prática, assertiva e, ao mesmo tempo, englobando todos os lados desse prisma”, analisa Renata. Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2022

Sobre a Cargill Os 155.000 funcionários da Cargill em 70 países trabalham incansavelmente para alcançar nosso propósito de nutrir o mundo de forma segura, responsável e sustentável. Todos os dias, conectamos agricultores com mercados, clientes com ingredientes e pessoas e animais com os alimentos de que precisam para prosperar. Combinamos 155 anos de experiência com novas tecnologias e percepções para servir como um parceiro confiável para clientes de alimentos, agricultura, serviços financeiros e industriais em mais de 125 países. Lado a lado, estamos construindo um futuro mais forte e sustentável para a agricultura. Sobre a Cargill Brasil No Brasil desde 1965, somos uma das maiores indústrias de alimentos do País. Com sede em São Paulo (SP), estamos presentes em 17 estados brasileiros por meio de unidades industriais e escritórios em 147 municípios e 11 mil funcionários.

GRANOS 145 JÁ CHEGOU! Apresentamos a última edição de nossa primairmã a revista Granos (em espanhol). Entre outros temas, são apresentadas informações sobre: Potencial do Monitoramento de Dióxido de Carbono para Detecção de Insetos Pragas - Secagem de Grãos e Sementes - Trabalho em Espaço Confinado - Hábitos, Ciclo de Vida e Métodos de Controle da Traça da Farinha Plodia interpunctella (Lepidoptera: Pyralidae) – As Aves são o Problema a Resolver? – Rendimento e qualidade do trigo na região centro do país Campanha 2021/22 - Porque é conveniente a refrigeração artificial, etc. Prestigiosas empresas do Brasil e de outras partes do mundo participam desta publicação, que já cumpriu 26 anos e chega a todos os países de língua espanhola. Interessados em fazer assinatura gratuita da revista digital ou fazer publicidade contatar: consulgran@gmail. com




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