Revista +Saúde 3ª Edição/Ano 1

capa AndrĂŠ masato

2 revista +saĂşde

Primeiro inverno

editorial

A

revista +Saúde nasceu em pleno verão brasileiro, sol escaldante e altas temperaturas. Agora é a vez do inverno e as preocupações típicas das estações mais frias do ano. Na edi-

ção n°3 da +Saúde, nossa preocupação começou pela cabeça, afinal, quem primeiro sente as mudanças climáticas são os cabelos. Os cabeleireiros

top five de Ourinhos dão as dicas.

Ainda na cabeça, esta edição traz novidades na área oftalmológica e constata que má postura também gera disfunções temporomandibulares. E o ronco, tecnicamente denominado distúrbio do sono, para alívio das esposas, tem cura. Por falar nas mulheres, é bom ficar por dentro dos cuidados na hora de decidir pelas próteses de silicone.

Dr. José Luiz de Lima, nosso colunista pediátrico, alerta para o perigo da obesidade infantil e orienta como agir com as crianças. Ah, essas crianças! Conheça “Baby”, o curioso animal de estimação de um adolescente ourinhense: uma jibóia.

A +Saúde foi especular com o consultor Jean Claude Cara porque o vinho, consumido dentro de limites, além de prazer pode trazer benefícios à saúde. Nossa capa deixa claro a homenagem a um dos nomes de maior destaque da área da saúde: Dr. Masato Nobuyasu. O renomado ortodontista cuidou muito bem de uma carreira que completa 40 anos ao final de 2010 e também da preparação profissional de seus 2 filhos. Dr. André e Dra. Leda trazem no DNA a vocação e a competência do pai, mas, não ficaram nisso. Mestres em Ortodontia e cada qual especialista em outra área - Cirurgia e Estética, respectivamente -, os irmãos fazem jus a essa verdadeira dinastia de profissionais da Odontologia. É ler pra ver!

ERRATA

Foto capa

Studio Kaihara

Na edição anterior, na reportagem “Tuberculose tirou Chuca das quadras”, erramos ao identificar o microorganismo causador da Tuberculose Ganglionar que vitimou a atleta como sendo um vírus, quando na verdade trata-se de uma bactéria, denominada Mycobacterium ou Bacilo de Koch.

3 revista +saúde

4 revista +saĂşde

ENFRENTANDO os

CABELOS

DIAS FRIOS N

o Brasil, as estações não são tão definidas quanto na Europa e América do Norte, mas, quando chega o inverno e a consequente queda mais acentuada na temperatura média, os cabelos também sofrem. Pensando nisso, sobretudo em como prevenir problemas e garantir a saúde das madeixas, 5 profissionais da área foram convidados a revelar para nossos leitores seus truques, fruto de conhecimento e muita experiência.

Amiltom de Carvalho (Miltinho), André Moia, Jessé Tamellini (Cabelaria), Pedro Pires Filho (Pedrinho) e Ricardo Diana contribuíram com diversas dicas úteis, algumas comuns entre eles e outras bastante originais. É só conferir!

Amilton Francisco de Carvalho, mais conhecido por Miltinho, começa lembrando que essa estação é propícia para se cuidar dos cabelos. “É a época do ano em que não se vai à piscina, à praia, então há tempo para tratar os estragos decorrentes dos hábitos de verão”, pondera. Recomenda aproveitar o inverno para as hidratações e microhidratações.

Miltinho adverte que se deve evitar dormir com o cabelo molhado, o que enfraquece os fios e os torna quebradiços. Também condena a água excessivamente quente do chuveiro. Segundo ele, ela provoca descamação do couro cabeludo e ressecamento da extensão dos fios.

Mesmo assim, o cabeleireiro admite 6 revista +saúde

que há produtos que ajudam a controlar esses problemas comuns do inverno.

Miltinho defende os produtos de maior qualidade, normalmente mais caros, porém, mais eficazes. “O princípio ativo desses produtos é mais concentrado, por isso dão mais resultado”, explica.

O profissional chama a atenção para a alimentação, que deve ser balanceada por outros benefícios já conhecidos, mas, também, objetivando a saúde dos cabelos. A preferência por frutas e alimentos não gordurosos é sugerida por ele e até o consumo de castanhas, como a do Pará, que por ser rica em Selênio contribui para o fortalecimento de cabelos e unhas.

André Moia afirma ter uma convicção: “inverno para os cabelos é período de hibernação”. E concorda que este é o período do ano em que os fios estão livres de sol excessivo, do cloro da piscina, do sal da água do mar e do ar mais poluído e seco, sendo então o mais propício para o cuidado através de shampoos adequados a cada raiz, condicionadores sem enxague, hidratantes e máscaras potencializadoras para cada tipo de espessuras e fios.

Preconiza também o uso da água morna no banho e dá outra dica complementar: “Vale a pela pagar mais por um silicone importado que realmente selará as cutículas do fio do que correr o

Jessé Tamellini opina que é importante entender as características individuais de cada pessoa para saber como melhor cuidar tanto do cabelo quanto da pele, assim como ter condições de escolher o shampoo e creme condicionador mais adequados. Ele exemplifica citando a diferença entre o cabelo de um descendente oriental e um afro-descendente, quando os fios de cabelos deste chegam a ter o dobro da espessura do segundo.

Também signatário dos conselhos de se evitar água quente nos cabelos e o mau hábito de lavá-los à noite, Jessé afirma que em casos de queda de fios excessiva é recomendável a consulta a um médico dermatologista, pois o problema pode

risco com outro mais barato que certamente contém óleos comuns misturados causando mais agressão ainda”. Mas, lembra que não existe produto milagroso, portanto, a região do cabelo que estiver extremamente prejudicada dificilmente será recuperada.

André acredita que a ação de um bom produto capilar se dá ao impedir que as regiões melhores e saudáveis se tornem irrecuperáveis. “Assim, a cada corte retira-se a região ruim, e com o uso contínuo de bons produtos, o que era raiz do cabelo será ponta com muita saúde, rompendo um ciclo de erros que parecia sem fim”.

decorrer de outras causas.

Sobre a alimentação mencionada por Miltinho, Jessé completa dizendo que café em excesso, álcool e cigarro também devem ser evitados. Todos eles, conforme o cabeleireiro, contribuem para o enfraquecimento e a queda. E vai além: “hoje o estresse é também vilão, importante motivador de queda de cabelo”, esclarece, sugerindo a busca pelo equilíbrio emocional e melhor qualidade de vida.

Lembrando dos homens, Jessé sugere o uso de ceras e pomadas em substituição ao gel com álcool, o qual, segundo ele, abafa o couro cabeludo enfraquecendo as raízes dos fios.

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CABELOS

Pedro Pires filho, o midiático Pedrinho, concorda com seus colegas sobre os riscos da lavagem noturna e da água quente em excesso nos cabelos. E dá uma dica para quem não abre mão do banho quentinho: “jogue um último jato de água resfriada (não gelada)

os tais fungos, destacando a impor-

sobre os cabelos para selar as cutí-

o abafamento das glândulas sebá-

culas dos fios”. Reduzir o tempo de

ceas.

tância do uso nos salões de aparelhos específicos para a higienização de escovas e pentes.

E para fugir da oleosidade mais incidente no inverno, a dica de Pedrinho é lavar os cabelos pelo menos 3 vezes por semana, evitando

exposição do cabelo à água quen-

Cabelo curto também é uma

te durante o banho também ajuda.

boa dica, segundo Pedrinho. “No

Pedrinho aponta outro vilão do

Brasil, existe o hábito de se usar o

inverno para os cabelos: os elásti-

cabelo mais comprido no inver-

cos. Ele explica que com o cabelo

no. Na Europa e EUA é o contrá-

preso e a umidade natural do frio,

rio, prefere-se o cabelo curto, que

podem se formar fungos.

seca mais rápido e expõe menos a

Uma das maiores preocupações do profissional, aliás, é com

pessoa até a riscos de resfriados”, salienta.

Ricardo Diana também alerta para

leves. “E para ajudar na hora de de-

não dormir com os cabelos molha-

sembaraçar e escovar, use um leaver,

dos, pois danifica os fios, tornando-

que não precisa de enxague”, ensina.

os fracos e quebradiços. Recomen-

O “amigo” secador também é

da que ao lavar os cabelos deve-se massagear o couro cabeludo. “Dessa forma você ativa a circulação e oxigena o couro e a massagem também acelera o crescimento dos cabelos”, ensina.

Para o problema da água quente indica o uso da temperatura morna e esclarece. “A descamação provocada pela água quente pode ser confundida com caspa, mas não é”.

sinônimo de problemas no inverno, de acordo com Ricardo. Como o ar quente provoca o enfraquecimento e ressecamento dos fios, Ricardo sugere a aplicação de um protetor térmico antes de usar o equipamento.

O cabeleireiro faz coro com a dica da hidratação, mas alerta que o intervalo ideal entre uma e outra é de quinze dias para os cabelos mais danificados.

O recondicionamento térmico

Como os cabelos ficam mais

é outra novidade para recuperar as

oleosos no frio, Ricardo orienta esco-

madeixas, mas deve ser feito por

lher cremes e condicionadores mais

profissionais.

8 revista +saúde

FARMÁCIA

A IMPORTÂNCIA DO SILíCIO ORGÂNICO

O

desenvolvimento de

Dr. Alexandre Dala Déa Ereno, basi-

ção da fixação do cálcio no tecido

estudos e pesquisas

camente, o Silício Orgânico regula

ósseo, a estimulação da reposição

na área da saúde

o metabolismo em vários tecidos,

de cabelos mais resistentes e es-

contribui para a descoberta de me-

particularmente nos ossos, cartila-

pessos, da dureza e estabilidade

dicamentos e técnicas com poder

gem e tecido conjuntivo. “Trata-se

das unhas, além da manutenção da

de tratar com eficiência doenças

de um importante oligoelemento

elasticidade das paredes dos vasos

dos mais diversos tipos, mas tam-

que desempenha um papel funda-

sanguíneos e do miocárdio.

bém para indicar práticas de caráter

mental na saúde humana”, informa.

preventivo. O exercício dessa pro-

O

farmacêutico,

responsável

O farmacêutico destaca a importância

do

acompanhamento

filaxia e sua incorporação ao nosso

pela “A Magistral Farmácia de Ma-

médico para o uso do Silício Orgâ-

cotidiano como comportamento

nipulação”, localizada em Ourinhos,

nico, necessário em qualquer tipo

básico para se evitar a chegada de

explica que uma das

males prejudiciais à nossa saúde é

principais funções do

até uma forma mais inteligente e

Silício ocorre na ativi-

eficaz de fugir das doenças, justa-

dade da enzima prolina

mente porque nos afasta da neces-

hidroxilase. “A prolina é

sidade de nos submeter a tratamen-

o principal constituinte

tos mais radicais, exames, remédios

do colágeno, o qual é

e, muitas vezes, cirurgias.

requerido na formação

Hoje, a área da saúde indica diversas substâncias que, uma vez

“Trata-se de um importante oligoelemento que desempenha um papel fundamental na saúde humana”, informa o farmacêutico Dr. Alexandre Dala Déa Ereno.

do deoxicolágeno para a formação do colágeno tipo 1”.

de ingestão medicamentosa ou

absorvidas em quantidade e quali-

Alexandre esclarece que a ab-

mesmo de caráter meramente nutri-

dade preceituadas por profissionais,

sorção intestinal do Silício diminui

cional, e indica os casos em que sua

podem nos livrar de transtornos e

com o envelhecimento, sendo ne-

adoção como suplemento alimentar

garantir melhor qualidade de vida.

cessária sua reposição através de

pode gerar excelentes resultados,

suplementação alimentar.

como nos tratamentos nutricionais,

A deficiência do Silício no corpo humano, por exemplo, pode causar

O profissional elenca uma série

períodos pré e pós cirurgias plásti-

numerosos tipos de doenças dege-

de benefícios do Silício Orgânico,

cas, tratamentos dermatológicos,

nerativas, incluindo o Mal de Alzhei-

como o efeito lifting oral, a promo-

tratamentos voltados à medicina

mer e processos de envelhecimento

ção da alta hidratação de colágeno

esportiva, períodos pré e pós proce-

de tecidos.

cutânea, o aumento da síntese de

dimentos estéticos com laser, carbo-

colágeno e elastina, a potencializa-

xiterapia, peeling, entre outros.

De acordo com o farmacêutico

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9 revista +saúde

DISTÚRBIOS DO SONO

RONCO:

DESAGRADÁVEL E PERIGOSO “Os benefícios do tratamento da apnéia são grandes, devolvendo ao paciente uma boa qualidade de sono e energia para poder ter uma vida normal e, logicamente, reduzindo a chance de apresentar alguma doença com consequências graves”.

Dr. Nivaldo Botega, médico pneumologista

O

ronco, aquela sinfonia que não deixa dormir quem está por perto, pode incomodar bem mais do que parece. O ruído é um sinal de alerta de que o ar está tendo dificuldades em passar pela faringe. Em alguns momentos, pode haver uma obstrução que interrompe a passagem do ar provocando uma pausa na respiração (apnéia), podendo vir acompanhada de interrupção do sono.

Essa quebra do sono que a pessoa não percebe é chamada de microdespertar.

De acordo com o médico pneumologista Dr. Nivaldo Luiz Botega, a apnéia do sono é um mal que além de atrapalhar o sono está relacionada com um aumento de eventos cardiovasculares, tais como, hipertensão arterial, infarto, acidente vascular cerebral e arritmias cardíacas no período noturno. “A longo prazo, o portador de apnéia do sono que não faz o tratamento adequado tem uma 10 revista +saúde

chance três vezes maior de enfrentar uma dessas complicações”, alerta.

A apnéia atinge mais os homens, geralmente os de meiaidade e obesos. A explicação é simples, segundo o médico. Com o passar dos anos, a musculatura da garganta se torna mais flácida e assim mais propensa à vibração e à obstrução. Além disso, quando engordam, os homens ganham volume no abdômen, no tórax e no pescoço. Ou seja, na parte superior do corpo. Já as mulheres engordam nas pernas, nos quadris, no abdômen, na cintura e nos glúteos, regiões que não comprometem tanto o sistema respiratório.

Estar acima do peso é um dos fatores de risco da apnéia, embora os magrinhos não estejam livres desse mal. Saiba que a apnéia também gera dificuldades para perder quilos, pois altera a produção da leptina e da grelina, duas substâncias que regulam o apetite.

POLISSONOGRAFIA - Se você ronca muito alto, tem dores de cabeça, falta de disposição e sonolência ao longo do dia, não importa quantas horas tenha descansado, está na hora de procurar um médico. O exame de polissonografia é um meio eficaz para o diagnóstico, mapeando o comportamento do sono durante à noite. Seu médico, provavelmente, irá requisitar esse exame.

A apnéia pode ser leve (5 a 15 paradas respiratórias por hora de sono), moderada (16 a 30) ou acentuada (31 para cima). Nos casos mais leves costuma-se usar um aparelho bucal, que desloca a mandíbula e a língua de 5 a 7 milímetros para a frente, aumentando a distância entre a língua e a faringe.

O CPAP (sigla em inglês para Pressão Nasal Aérea Positiva Contínua) é indicado para apnéias moderadas e graves.

Trata-se de uma máscara colocada ao redor do nariz. Ele empurra o ar vindo de um compressor e forma uma espécie de colchão na garganta.

Assim, as vias aéreas não se fecham.

Há também o procedimento cirúrgico que hoje em dia é indicado apenas em situações que o paciente só apresenta ronco ou apnéia de grau leve.

ESTÉTICA nhamento clínico e radiológico. A prótese

C

PRÓTESES DE SILICONE:

não causa nem favorece o aparecimento

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

é necessário que a paciente e o médico

da doença, mas pode dificultar a visualização de alterações nos exames, atrasando o diagnóstico e tratamento. Nesses casos, fiquem atentos a qualquer tipo de alteração, inclusive porque a prótese interfere na sensibilidade da mulher durante o autoexame.

Outro problema que ainda persiste,

olocar um implante de silicone já deixou de ser um sonho

mesmo com a evolução dos materiais usa-

distante para muitas brasileiras. A popularização da cirur-

dos nos implantes, é a diminuição da resis-

gia e as facilidades de pagamento abriram a possibilidade

tência das próteses com o passar dos anos.

para um grande número de mulheres. Hoje, depois dos Estados Unidos,

Por isso, é aconselhável a substituição das

o Brasil é o país onde mais se realizam cirurgias desse tipo, com cerca de

mesmas a cada oito ou dez anos. Os exa-

30 mil casos por ano. Mas, mesmo sendo uma cirurgia simples, alguns

mes mais comuns para detectar rupturas

cuidados devem ser tomados antes e depois da colocação de próteses.

são a mamografia e o ultra-som. No entan-

A revista + Saúde pesquisou e constatou que a primeira coisa que a

to, um novo exame, a Ressonância Nuclear

mulher deve fazer é procurar um médico mastologista com o objetivo

Magnética das mamas, consegue detectar

de realizar uma avaliação completa. O médico vai examinar as mamas

problemas na prótese e nas mamas de difí-

e solicitar uma mamografia e/ou um ultra-som mamário. Esses exames

cil avaliação com mais precisão.

vão mostrar se há alguma lesão não palpável de aspecto benigno ou

É muito importante que a mulher faça

com suspeita de malignidade. Caso seja diagnosticado algum proble-

esse

acompanhamento

das

próteses.

ma, a mulher deve se submeter a um tratamento antes da colocação

Quando ocorre uma perfuração, o silicone

das próteses. Caso não haja nenhuma alteração, a paciente está liberada

pode extravasar pelo tecido mamário e se

para a cirurgia.

alojar em outras regiões, causando pro-

Na maioria dos casos, o acompanhamento clínico de pacientes com

blemas sérios. Pela mesma razão, a mulher

implantes mamários é o mesmo para mulheres sem próteses. No en-

nunca deve recorrer a pessoas não espe-

tanto, atenção especial deve ser dada à interpretação das mamografias,

cializadas para os implantes. Há casos de

já que as próteses comprimem a glândula contra a pele, dificultando a

pacientes que utilizam injeções de parafina

visualização e detecção de pequenas alterações.

ou silicone livre nas mamas. Esses materiais

As mulheres com alto risco de câncer de mama devem estar cientes das dificuldades que um implante poderá promover em seu acompa-

causam sérios danos ao organismo, podendo levar a graves problemas à mulher.

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11 revista +saúde

CURIOSIDADE

O

vinho, apesar de estar presente há muitos séculos na trajetória da humanidade, vem, atualmente, exercendo um fascínio cada vez maior sobre o homem. Esse fascínio, entretanto, não se deve apenas à riqueza de sensações que um bom vinho pode nos proporcionar, aguçando-nos os cinco sentidos (visão, olfato, paladar, tato e audição). É cada vez maior o interesse de cientistas e pesquisadores em estudar as propriedades dessa bebida e seus benefícios para nossa saúde.

A revista +Saúde foi ouvir Jean Claude Cara, um franco-brasileiro especialista em vinhos que reside em Ourinhos. Jean já foi certificado em 2 módulos pela Wine and Spirits Education Trust de Londres, a mais conceituada escola sobre vinhos do mundo.

Jean nos conta que, desde a década de 50, o vinho vem chamando atenção dos especialistas para suas virtudes terapêuticas. “Foi através de um estudo de 1991 da Organização Mundial de Saúde que surgiram as primeiras constatações, quando se revelou o chamado ‘Paradoxo Francês’, concluindo que a ingestão regular e moderada de vinho reduziria em 40 a 60% o índice de mortes por doenças cardiovasculares”, relata.

Sabe-se que os fatores de risco para doenças do coração, são: consumo de gordura saturada, nível de colesterol sérico, pressão arterial, índice de massa corporal, tabagismo e sedentarismo. Apesar dos franceses ingerirem mais gordura saturada - em função da culinária francesa se utilizar muito de manteiga, queijos, patês -, fumarem mais e serem sedentários, através deste estudo constatouse que o índice de doenças cardiocirculatórias em sua população correspondeu à metade, se comparado com outras populações de mesmo nível sócio-econômico e cultural.

Após essa revelação, conforme Jean, Além de prazer muitos cientistas alegaram que esse e sensações gusfenômeno se devia ao efeito vasotativas singulares, o dilatador do álcool sobre as artérias. vinho também pode reverter benefícios à saú“Mas, em 1995, outro estudo, publide humana, desde que cado no British Medical Journal, anaconsumido em doses lisou os consumos de vinho, cervemoderadas. ja e licor em 24 mil pessoas, num 12 revista +saúde

período de 12 anos. Apenas o vinho tinto tinha diminuído a taxa de mortalidade. Provouse, portanto, que havia algo de diferente no vinho tinto”, explica Jean.

Posteriormente, os americanos, ao pesquisar sobre os “radicais livres”, descobriram os polifenóis, fitoquímicos que, além de dar coloração às frutas e vegetais, também possuem ação anti-inflamatória e antioxidante. Além disso, essa substância ativa a enzima que ajuda a restabelecer os níveis celulares de ATP (a forma de energia que utilizamos). Sua ação antiinflamatória se deve à inibição de proteínas inflamatórias que ocorrem quando o sistema imune é ativado.

Os polifenóis (em cerca de

200 tipos) são encontrados na casca e nas sementes das uvas.

Por isso, estão mais concentrados no vinho tinto, em cuja fabricação estes elementos da fruta são utilizados.

Os principais fitoquímicos no vinho tinto são os flavonóides e o resveratrol, inibindo significativamente a oxidação dos lipídios e o colesterol das membranas celulares. A causa principal da doença coronária é a oxidação das células da parede das artérias, pelo que estes agentes antioxidantes são de primordial importância para impedir a formação de placa e consequente estreitamento arterial.

Esse efeito auxilia também na diminuição de 40 a 60% do risco de Acidentes Vascu-

lares Cerebrais isquêmicos (quando há uma obstrução de vasos, diminuindo o aporte sanguíneo), que representam 70% das ocorJean Claude Cara, rências de AVC. consultor em vinhos Já o consumo abusivo (mais de 5 copos/dia) aumenta o risco de AVC hemorrágico (em que os vasos se rompem e extravasam sangue no tecido cerebral). Por isso, o consumo deve ser moderado.

O agora ourinhense Jean Claude vai mais longe. Segundo ele, estudos mais recentes realizados nos Estados Unidos mostram ainda que o resvera-

Vinho e Coração Aumento do Colesterol HDL, principalmente as frações HDL2 e HDL3 – considerado o bom Colesterol pelas ações benéficas que exerce ao sistema cardiocirculatório.

Diminui o Colesterol LDL e sua oxidação – situação inicial do processo de Aterosclerose; Dilata os vasos sanguíneos diminuindo a resistência ao trabalho do Coração.

Aumento da resistência e elasticidade da parede vascular;

Diminui a agregação plaquetária e o fibrinogênio e aumenta a atividade fibrinolítica e antitrombina – todas ações que dificultam a formação de coágulo, que é a causa principal de oclusão dos vasos sanguíneos, fato este que causa infarto do miocárdio, derrame cerebral e gangrenas; Modifica a camada interna dos vasos sanguíneos – o endotélio, alterando a produção de óxido nítrico e diminuindo outras moléculas de adesão ao endotélio, dificultando dessa maneira a Aterosclerose; 13 revista +saúde

trol auxiliaria no combate ao câncer. “Pesquisa feita por 2 biólogos moleculares da Universidade da Carolina do Norte (EUA), publicada em junho de 2000, relata evidências de que esta substância, encontrada na casca da uva, promove a morte das células cancerígenas por meio da inibição de uma proteína específica”.

Além disso, conta Jean, o resveratrol se mostrou um agente anti-envelhecimento.

Pesquisadores de Harvard conseguiram com ele ativar o gen Sir2, que estabiliza o DNA e com isso diminui o declínio celular. Dessa maneira, eles conseguiram aumentar em 70% a vida de alguns seres unicelulares e em 33% a da mosca da fruta. Esses são dados experimentais e em animais muito simples, mas são animadores.

Particularmente aqui no Brasil, o químico gaúcho André Souto, da PUC do Rio Grande do Sul, em um trabalho inédito, analisou os tintos nacionais e concluiu que estão entre os vinhos com maior concentração dessa molécula promissora, perdendo apenas para os vinhos franceses.

Com tudo isso, nosso entrevistado aconselha a ingestão do vinho sempre acompanhando as refeições, com muita moderação, sendo o indicado para as mulheres 1 taça/ dia, enquanto que os homens podem se permitir de 2 a 3 taças/dia.

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Trombose – um dos benefícios do vinho é sua ação anticoagulante ajudando muito a prevenir tromboses. Úlcera - estudo americano sugere que consumo de vinho protege contra a úlcera não havendo contra indicação, apenas para casos de hepatite e cirrose.

Hipertensão - estudo inédito feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) com ratos hipertensos mostrou que aqueles que receberam um extrato de vinho (sem álcool e água) tiveram queda na pressão arterial de até 30%. experimento foi feito com um Cabernet Sauvignon Mal de Alzheimer - além de benéfico para doenças cardíacas, cânceres e úlceras, o vinho protege contra o Mal de Alzheimer. Segundo especialista, o consumo diário moderado da bebida reduz em 75% a chance de desenvolver a doença.

Problemas cardiovasculares - redução de até 50% (estudo do Hospital Corporativo de Epidemiologias da Dinamarca). Contribui na diminuição do mau colesterol e aumenta o colesterol saudável, torna o sangue mais fino, é anticoagulante e antioxidante. Aumenta a formação de óxido nítrico, importante para a dilatação dos vasos coronarianos.

Câncer - Pesquisas confirmam que o vinho reduz em 24% o risco de câncer.

Tumores Malignos - beber vinho em doses moderadas continua sendo um bom remédio. Estudo publicado na edição atual do Journal of Thrombosis and Haemostasis mostra que, entre as pessoas que costumam ingerir álcool, aquelas que bebem exclusivamente vinho têm menos chances de desenvolver determinados problemas de saúde do que as que tomam cerveja ou uísque, por exemplo. Segundo os pesquisadores, a principal proteção da bebida seria no sistema cardíaco. Além disso, como alguns antioxidantes típicos das frutas também aparecem na bebida, tumores malignos também seriam menos freqüentes nos apreciadores da bebida à base de uva.

Gripes e resfriados – o vinho aumenta a imunidade contra gripes e resfriados.

Pedras nos rins - diminui a ocorrência de pedras nos rins.

Diabetes - auxilia a prevenir o diabetes.

Catarata - um dos maiores problemas de pessoas com mais de 65 anos é a Catarata. Pesquisas comprovam que a ingestão de vinho, diariamente, reduz em até 34% os riscos de adquirir a doença.

15 revista +saĂşde

Capa

Dra. Leda, Dr. Masato e Dr. André: duas gerações de profissionais da Odontologia.

DINASTIA MASATO F

amiliares do professor Aurélio Buarque de Holanda, autor do mais famoso dicionário da língua portuguesa, contam que ele recusou a inclusão de seu nome na própria obra como sinônimo da palavra “dicionário”, referência que seria mais que legítima. Em outras áreas, há sempre nomes de profissionais também facilmente associados a seus campos de atuação. É o caso de Masato Nobuyasu, o cirurgião dentista “ourinhense” – natural de Pompéia/SP -, mestre em Ortodontia, cujo nome está tão intimamente ligado à sua área que, especialista e especialidade, poderiam ser perfeitamente confundidos.

Essa associação, entretanto, está longe de ser sequer ponderada por Dr. Masato, cuja maneira simples com que fala da carreira que construiu em 40 anos de profissão – completará 16 revista +saúde

no final de 2010 - é tão perceptível quanto o reconhecimento e prestígio que conquistou entre seus colegas, alunos e pacientes.

Em outubro deste ano, Masato Nobuyasu lançará, após sua palestra, o seu segundo livro (Terapia do Tratamento Ortodôntico), para mais de 5 mil ortodontistas que estarão presentes no 17°Congresso Brasileiro de Ortodontia, o maior da América do Sul. O primeiro livro, editado há 2 anos, tratou do Diagnóstico e Planejamento Ortodôntico.

Graduado pela Faculdade de Odontologia de Lins, especialista e mestre em Ortodontia, além de atender em sua clínica em Ourinhos e por 20 anos em Assis, Dr. Masato leciona em cursos de graduação e pós-graduação há 25 anos. Dos cursos de especialização promovidos pela APCD (Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – Regional de Ourinhos), aos da universida-

de UNOESTE de Presidente Prudente, até os cursos em Cuiabá/ MT realizados pela Associação Brasileira de Ortodontia, Masato Nobuyasu é nome requisitado e valorizado.

Mesmo evitando as salas de aula durante os primeiros 15 anos de sua carreira profissional, Dr. Masato admite que aprecia as duas práticas: clínica e magistério. “Descendente de japonês tem dificuldade de se expressar em português, eu achava que não daria certo como professor, mas a insistência de muitos amigos acabou me levando à sala de aula”, relembra do alto de sua humildade e dos mais de 20 mil casos atendidos.

Sem dúvida, Dr. Masato tornou-se uma referência nacional e internacional em sua especialidade. Sua dissertação de mestrado, por exemplo, estabeleceu padrões cefalométricos de Ricketts para os indivíduos

brasileiros. Anteriormente, os diagnósticos ortodônticos baseados na cefalometria de Ricketts contavam somente com padrões universais, não exatamente iguais aos do brasileiro.

Durante décadas, a Ortodontia se popularizou e se difundiu pelas diversas faixas etárias e classes sociais. Quando antes só adolescentes usavam aparelhos dentários, hoje, de crianças de 1 ano até pessoas da chamada terceira idade podem ser vistas fazendo o tratamento e exibin-

sato, foi a compreensão por parte dos especialistas quanto a importância da multidisciplinaridade objetivando prognósticos satisfatórios. “Antigamente, a Ortodontia propunha basicamente o alinhamento dos dentes com o objetivo de se melhorar a estética bucal. Há bastante tempo, se

Dr. André Masato, ortodontista e especialista em cirurgia bucomaxilofacial.

Como qualificação, dedicação e competência estão sendo repassados de pai para filhos. Na família Masato Nobuyasu, há anos esse processo é cuidadosamente gerenciado por um dos maiores nomes da Ortodontia no Brasil. do aquele “sorriso metálico ou cerâmico”. “O próprio aumento da expectativa de vida do brasileiro contribuiu para isso, afinal, são os idosos que precisam melhorar sua capacidade mastigatória, muitos mais que os jovens”, avalia Dr. Masato.

Sobre essa evolução da Ortodontia no Brasil e sua popularização, Dr. Masato pondera que houve prós e contras. Se por um lado a socialização da Ortodontia contribuiu para ampliar o acesso da população a essa especialidade, por outro, considerando os casos de maior complexidade, o aumento indiscriminado de profissionais - muitos sem a qualificação necessária nem sempre é favorável quanto aos resultados dos tratamentos.

Outro aspecto que mudou significativamente com o desenvolvimento das técnicas ortodônticas, segundo Dr. Ma-

reconhece que um tratamento ortodôntico pode solucionar inúmeros problemas de ordem funcional e postural, e aí entra a necessidade do auxílio de outras áreas da saúde, como psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, Dr. Masato autografando seu primeiro livro otorrinolaringolodurante Congresso de Ortodontia. gia, ortopedia, nutrição, entre outras”, defende.

Na opinião do Dr. Masato, é fundamental que o ortodontista estude e busque conhecimentos adicionais também em outras disciplinas e especialidaCapa do des. “Preconizo isso para meus primeiro livro: alunos, eles se assustam, mas é verdade”.

Diagnóstico e Nessas quatro décadas dediPlanejamento cadas à Ortodontia, Dr. Masato Ortodôntico enfrentou outro desafio, de ca17 revista +saúde

Capa ráter profissional, mas também familiar. Seus dois filhos, André Masato e Leda Tieko Nobuyasu, escolheram por identidade e vocação a mesma carreira. Mais que isso, também se pós-graduaram mestres em Ortodontia.

Dra. Leda ainda se aperfeiçoou em Plástica Dentária, que engloba desde técnicas de clareamento até a implantação de lentes de contato (o nome é esse mesmo), recurso muito utilizado por atores e atrizes de TV que fazem questão de dentes com aspecto de perfeição. Dr. André enveredou para a área cirúrgica, especializando-se em Cirurgia Bucomaxilofacial.

As especialidades em que Dr. André e Dra. Leda atuam, além da Ortodontia, abrangem áreas da Odontologia que complementam a proposta de atendimento global do Instituto Masato, a clínica onde os três trabalham em conjunto. “A participação de meus dois filhos no atendimento ortodôntico de nossos pacientes somou em muito para a manutenção da qualidade pela qual sempre primei. Com suas especialidades complementares, essa mesma qualidade ganhou extensão e excelência, pois conseguimos ali mesmo solucionar outros ti-

pos de problemas, embora não tenhamos deixado de envolver outros profissionais sempre que necessário”, atesta Dr. Masato.

A especialidade do Dr. André Masato, em particular, é bem abrangente no campo da cirurgia, desde as reconstruções pela ocorrência de traumas ou patologias, até a Cirurgia Ortognática, voltada primordialmente às correções estéticas e funcionais, como dos ossos da face, muitas vezes decorrentes de deformidades faciais hereditárias ou adquiridas.

Dr. André e Dra. Leda falam com orgulho da missão de honrar o nome que seu pai escreveu e ainda escreve dentro da Odontologia. “Meu pai é uma pessoa muito reservada, dedicado extremamente ao estudo, é comum vê-lo pesquisando outras especialidades, inclusive as da Medicina, durante todo um final de semana, e escrevendo seus artigos e livros”, conta Dra. Leda.

“Outro aspecto que também se destaca no perfil profissional do meu pai é sua abordagem humanista e global de cada caso, de cada paciente. Ele nunca enxerga um caso apenas por um prisma e jamais sem prestar atenção a todo o contexto psi-

Dr. André Masato atende em Ourinhos e Piraju.

18 revista +saúde

Além das clínicas, atua como professor em cursos de pós-graduação em Ortodontia.

“Meu pai é uma pessoa muito reservada, dedicado extremamente ao estudo, é comum vê-lo pesquisando outras especialidades, inclusive as da Medicina, durante todo um final de semana, e escrevendo seus artigos e livros”, conta Dra. Leda.

cológico e comportamental do indivíduo, isso faz muita diferença, e vejo que ele passa isso para nós e para seus alunos de pósgraduação”, observa Dr. André.

Dr. André e Dra. Leda levam ainda o atendimento com a marca Masato para cidades como Piraju, Cambará e Andirá.

“Todos os casos, mesmo que estejam sob meu atendimento ou de minha irmã, passam por uma mesa clínica de avaliação prévia com os 3 profissionais avaliando, discutindo e propondo os melhores procedimentos”, revela Dr. André. Ambos atestam também o valor que atribuem à ética profissional, prezando pelo bom relacionamento com outros profissionais, inclusive sempre retornando pacientes que chegam até eles por recomendação de outros especialistas.

Seguindo também no magistério os passos do pai, Leda e André lecionam em cursos de especialização em Ortodontia, em Ourinhos e outras localidades.

19 revista +saĂşde

ODONTOLOGIA

Má postura pode

provocar disfunção temporomandibular punho em uma direção neutra (sem dobrar) teclado diretamente à sua frente mouse próximo ao teclado e no mesmo nível

joelhos discretamente abaixo do quadril pés apoiados no solo ou em descanso para os pés

ombros e quadris alinhados encosto adaptado à curvatura da coluna descanso de braço na altura do cotovelo

altura do assento abaixo da rótula

O uso de microcomputadores é uma das situações em que a má postura é mais frequente. Veja acima como se postar diante do micro.

É

comprovado cientificamente que o equilíbrio da articulação temporomandibular e da dor orofacial está diretamente relacionado com a boa postura das pessoas, seja para dormir, trabalhar, teclar no computador, ler, andar, etc.

Quando o indivíduo adquire maus hábitos posturais, 20 revista +saúde

uma das conseqüências é a sobrecarga na musculatura de sustentação. Trabalhos e estudos científicos indicam íntima relação entre as desordens temporomandibulares e as alterações posturais. Em outras palavras, a má postura pode ser causa ou conseqüência de problemas temporomandibulares.

A postura corporal global interfere na posição da cabeça que, por sua vez, é diretamente responsável pela postura da mandíbula. E a relação inversa também pode ocorrer.

O desequilíbrio entre a postura da mandíbula em relação ao restante do sistema esquelético aparece frequentemente como fator contribuinte para o surgimento de problemas com efeitos na mastigação, deglutição, fonação e respiração.

Uma alteração postural comum é o posicionamento anterior da cabeça. Esta posi-

sintomático do paciente. ção leva a hiperextensão da O tratamento global é de cabeça sobre o pescoço, com importância fundamental, para retrusão da mandíbula, favofazer com que o paciente adquirecendo o apertamento bucal, ra e mantenha uma boa postuagravando assim a disfunção temporomandibular e dor oro“Desequilíbrio entre a postura da facial. mandíbula em relação ao restante A fim de reindo sistema esquelético aparece freserir o equilíbrio quentemente como fator contribuinque foi perdido te para o surgimento de problemas.” devido a instalação de uma dera, tanto da cabeça, ombros e formidade, é de grande imporde toda coluna vertebral, protância uma equipe multidisciporcionando ao indivíduo conplinar para avaliar o indivíduo, dições de uma vida saudável e pois o tratamento não deve se sem dor. restringir apenas ao aspecto

21 revista +saúde

Unimed Ourinhos

SOCIAL

renova contrato com

Casa Arco-Íris

A

Unimed Ourinhos e AMU (Associação da Mulher Unimed) renovaram no último dia 5 de março a parceria com a Casa Arco Íris de Ourinhos.

Essa parceria ocorre desde 25 de julho de 2009 e objetiva o atendimento às crianças abrigadas. A partir desta renovação, o atendimento foi expandido também para a realização de exames.

A Casa Arco Íris abriga de 20 a 25 crianças e adolescentes, de ambos os sexos, como medida

22 revista +saúde

de proteção. A indicação de abrigo acontece através do Conselho Tutelar ou da Vara da Infância e Juventude, sempre que uma criança Dr. Laércio de Oliveira Filho, Dr. Jair Bernardelli, Dr. Eduardo Maita, Dr. Sérgio Abujamra e ou adolescente se Dr. Oswaldo Luiz F. Paschoal. encontram em sidas as crianças abrigadas recetuação de risco pessoal ou sobam atendimento médico nos cial e com seus direitos violaconsultórios dos médicos coodos, esgotadas todas as outras perados da Unimed Ourinhos medidas de proteção. Essas e tenham acesso aos exames crianças, muitas vezes, chelaboratoriais da rede credengam ao abrigo em situação de ciada. desnutrição, com A iniciativa tem atendido verminoses e inMaria Ivone Jaime às expectativas da Casa Arco fecções, o que re(Casa Arco Íris); Íris e satisfeito a Diretoria da quer atendimento Adenir Maita Unimed Ourinhos, compondo médico imediato.

(Vice Presidente da Associação da Mulher suas ações de ResponsabilidaO contrato de Unimed de Ourinhos); de Sócio-Ambiental e colaboatendimento é Maristela Bernardelli rando com a Rede de Proteção sem custo para Presidente da AMU). da Infância e Adolescência de a Casa Arco Íris e Ourinhos. objetiva que to-

PREVENÇÃO

Álcool em gel:

aliado contra a H1N1 “O produto deve ter concentração de 70% de álcool.

Somente neste percentual ele consegue atravessar a membrana de vírus e bactérias.”

E

m 2009, quando a nova gripe Influenza A H1N1 se alastrou pelo País, um produto até então mais difundido no meio médico acabou ganhando popularidade: o álcool em gel. Estoques de supermercados e farmácias chegaram a se esgotar, tamanha a procura pelo produto. Com a chegada do inverno, mesmo com a vacinação preventiva realizada em menos da metade dos brasileiros, essa modalidade de álcool deve ter sua procura novamente aquecida.

O uso do álcool em gel, entretanto, requer atenção e cuidados. A população deve procurar produtos legalizados e registrados no Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa). Para ser eficaz contra vírus e bactérias da Influenza A H1N1, o produto deve ter concentração de 70% de álcool.

Somente neste percentual ele consegue atravessar a membrana de vírus e bactérias.

No caso de álcool manipulado, a atenção é para o estabelecimento escolhido. É necessário que possua licença sanitária, que garante que a farmácia cumpre boas práticas de higiene e conta com profissional capacitado.

O álcool em gel é uma alternativa para aquelas pessoas que não têm como lavar as mãos em determinadas situações do seu dia-a-dia. É mais prático porque pode ser levado em um pote pequeno. Seu uso deve ocorrer em conjunto com bons hábitos de higiene.

23 revista +saúde

PET

A

maioria das crianças adora animais e, desde cedo, podem começar uma campanha familiar para ter ao seu lado o seu bicho de estimação.

Especialistas sugerem esperar até que a criança tenha pelo menos 3 anos, para aí sim comprar ou adotar um animalzinho. Um dos motivos é que a chegada de um bicho de estimação em casa dá trabalho, e crianças pequenas dão mais trabalho ainda, por isso a confusão pode ser grande demais

réptil, uma cobra? Quem sabe, uma jibóia? Acredite se quiser, é esse o animal de estimação do adolescente Mário Salomão Cury Pires, 14, aluno do Colégio COC Jean Piaget, em Ourinhos. Aluno nota 10, dedicado, soube seduzir seu pai quanto ao desejado presente e, no Natal passado – pasmem –, Pai Noel deu-lhe de presente a “Baby”, uma jibóia que atualmente está com 1,30m de comprimento.

Se a escolha parece estranha, reveja seus conceitos,

Uma jibóia de estimação Não se incomode se seu filho pedir um cão ou um gato.

O estudante ourinhense Mário Cury, cria uma cobra dentro de seu apartamento há 5 meses.

24 revista +saúde

de uma vez só para a família.

Além do mais, quando o novo mascote chega em casa, sempre há um período de adaptação, durante o qual certamente vão acontecer acidentes. É importante, portanto, que a criança tenha certa maturidade para lidar com o comportamento desconhecido do “novo amigo”, por volta dos 7 ou 8 anos de idade, quando também poderá ajudar nos cuidados que toda criação exige.

Mas, como agir no caso de seu filho querer adotar um

pode ser puro preconceito.

Nossa reportagem apurou que o risco de uma picada, embora Baby não seja venenosa, ou qualquer outro acidente – jibóias matam por asfixia –, é tão improvável quanto levar uma mordida do seu cão de estimação, por exemplo. É bom deixar claro que Baby foi comprada em um petshop, está devidamente certificada pelo IBAMA e possui, inclusive, um chip eletrônico de identificação sob a ponta de sua cauda.

Quando nossa reportagem chegou ao apartamento onde

Mário e Baby residem harmonicamente, o susto foi grande pois o garoto já abriu a porta com o animal enrolado em seu pescoço. Minutos depois, produtor e fotógrafa se familiarizaram com o bichinho e até posaram para fotos segurando-o nos braços.

Mário relata que desde pequeno nutre o gosto por animais incomuns, como tartarugas e minhocas, que também já abrigou em sua casa. Também teve cachorro, porém, por incrível que pareça, a adaptação ao apartamento foi mais

difícil que a jibóia Baby.

Baby vive em um terrarium com aquecedor – é ideal manter temperatura próxima de 25°- e água. Não transpira, portanto, não cheira mal.

Raramente faz necessidades fisiológicas, somente após as refeições, portanto, dá pouco trabalho.

Quer saber mais?

Pergunte direto ao dono da Baby. O e-mail dele é mariocuryp@hotmail.com

A cobra come a cada 30 dias, normalmente um porquinho da Índia ou coelho. É preciso deixá-la quieta por uma semana depois da refeição, mas, depois disso - garante Mário - ela fica bem tranqüila.

25 revista +saúde

pediatria

obesidade na infância

Por Dr. José Luiz de Lima*

*Dr. José Luís de Lima é médico pediatra. lima.joseluiz@yahoo.com.br

H

oje não se tem dúvida de que a obesidade se trata de mais uma doença genética. E como toda doença genética, para se prevenir, deve-se pensar no problema desde o início da vida. Não recebendo o leite materno nos primeiros choros, o bebê pode se sentir rejeitado pela mãe, aí então recusar o seio. Pior, pode começar a tomar leite de vaca (Nan, Nestogeno, Ninho, Longa-Vida). Esse tipo de leite serve para engordar bezerros, não fará outra coisa com seu filho.

Com o uso da mamadeira ele vai sugar muito mais leite que mamaria no peito da mãe ou não saciar seu instinto de sucção (na mamadeira o bebê só usa 2 músculos para mamar). Desse modo, pode tornar-se um eterno insaciável por mais que coloque coisas na boca – serão provavelmente os futuros mascadores de chicletes, fumantes, bebedores ou comedores insaciáveis.

A mamadeira é uma das primeiras “más-mães-substitutas” que a criança tem contato.

Comer leva a uma paz temporária que se assemelha ao colinho, a um carinho de mãe, e quando falta 26 revista +saúde

esse carinho o falso logo se apresenta.

Principalmente com o primeiro filho ou com o filho único os pais estão muito ansiosos e só fazem ou sabem uma coisa que acalma o nenê: “tampar a boca” com leite ou comida.

Também com esses primeiros filhos, os pais oferecem tudo,

mesmo antes deles pedirem, nem os deixam pedir ou conquistar aquilo que querem.

Estes continuam achando que criança tem que ser gordinha para ser bonita e saudável. No tempo dos avós, tempo de guerra e penúria, quem era magro eram os doentes e pobres. Hoje se sabe que uma boa nutrição se mede em primeiro lugar pelo crescimento da criança e não pelo peso. É só verificar que quase não existem velhos gordos – os que comem demais, mesmo sendo magros, morrem mais cedo.

Pessoas “recheadas de sentimento de culpa” por trabalhar fora e/ou ansiosas para ter o neto ou o

bebê mais “bonito” da redondeza ficam sempre com medo dele passar fome. Insistem na quantidade de comida e se esquecem da qualidade.

Muitas destas pessoas fazem algumas chantagens mentirosas do tipo: “Só vai ficar bonita se comer bastante” ou “Só vou gostar de você se comer” – essas crianças vão engordar na vida adulta com essas mensagens que ficaram no inconsciente.

A obesidade pode começar em qualquer idade e pode levar a criança a uma baixa auto-estima, ter dificuldade de se socializar, ser alvo de chacotas, desenvolver problemas ortopédicos, diabetes, pressão alta, pedras nos rins e na vesícula, problemas cardíacos, etc. É importante lembrarmos que crianças com tendências à obesidade devem ter um acompanhamento médico, com exames de laboratório mais freqüentes: triglicérides, glicemia, colesterol, ácido úrico, entre outros.

Os pais devem demonstrar prazer nos exercícios, nos esportes, nos pequenos sacrifícios. Podemos e devemos estimular nossas crianças a ter um estilo de vida saudável e isso significa: trocar um programa de TV, computador ou videogame por um passeio em família, chupar um sorvete depois de uma caminhada em que gastou as calorias, dar valor ao ar fresco da manhã ou da tarde, admirando um pôr-do-sol e todas as maravilhas da natureza e destacando sempre o seu Criador.

27 revista +saĂşde

Lentes intra-oculares multifocais avançam na guerra contra a Catarata

OFTALMO

Dr. Carlos Abujamra: segundo no Brasil a implantar uma lente intra-ocular multifocal tórica

A

Catarata, que nada

ponsável pelo foco, é a doen-

mento do CBO (Conselho Bra-

mais é que a opa-

ça ocular que mais cresce no

sileiro de Oftalmologia) aponta

cificação do crista-

Brasil por conta do envelheci-

que a doença atinge 17,6% dos

lino, lente natural do olho res-

mento da população. Levanta-

brasileiros com até 65 anos e

28 revista +saúde

47,1% dos que têm idade entre

A primeira paciente foi uma

65 e 74 anos.

moradora de Santa Cruz do Rio

Recentemente, a Anvisa

Pardo.

(Agência Nacional de Vigilân-

As lentes suplementares

cia Sanitária) aprovou o uso de

são implantadas no sulco ciliar,

lente intra-ocular suplementar

atrás da íris (parte colorida do

que pode livrar do uso de ócu-

olho), através de uma incisão

los aquelas pessoas que já passam pela cirurgia da Catarata, única forma de tratar a doença.

Quem possui altos graus de miopia,

hipermetropia

“...o astigmatismo residual, doença que atinge a parte central da córnea, pode agora ser corrigido com a lente suplementar tórica.”

ou aberrações de alta ordem pode ficar com grau residual após a

de 3 milímetros que é feita na

cirurgia de Catarata, o que ago-

córnea. Produzidas em mate-

ra é eliminado pela lente suple-

rial 100% biocompatível com a

mentar asférica. A novidade, é

estrutura ocular, são mais finas

que o astigmatismo residual,

e flexíveis que as lentes con-

comum em portadores de ce-

vencionais.

ratocone, doença que atinge a

O Oftalmocentro, em

parte central da córnea, pode

uma noite de palestras, apre-

agora ser corrigido com a lente

sentou

suplementar tórica.

profissionais da região esta

recentemente

aos

De acordo com o oftal-

lente suplementar e a lente

mologista, diretor do Oftalmo-

intra-ocular multifocal tórica,

centro de Ourinhos, Dr. Carlos

antecipando-se ao Congresso

Alberto Abujamra, o segundo

Brasileiro de Catarata e Cirurgia

médico especialista a realizar

Refrativa, em Natal/RN, onde

esse procedimento cirúrgico

um dos destaques foi o lança-

no País, a lente suplementar

mento dessa lente.

corrige erros refrativos residuais da cirurgia de Catarata.

29 revista +saúde

UMA VIDA mELHOR ATRAVÉS DO ESPORTE

rio de qualidade de vida. Segundo a coordenadora, pode-se observar entre outros resultados, melhora na resistência respiratória dos participantes, mais agilidade e força nos membros superiores. Mas, o que ela considera mais significativo é a melhora da auto-estima e da autonomia de cada um. “Quando você se sente um paciente, você se sente doente. Mas como atleta, volta a sonhar”, afirmou Rosângela Busto.

“Minha vida mudou totalmen-

Por Ananda Ribeiro*

te”, disse Wesley Alves de Almeida, 23 anos, que participa do projeto desde o final do ano passado.

Parceria entre o Centro de Educação Física e Esporte da UEL e o Hospital Universtário faz diferença na vida de pessoas vítimas de paraplegia por lesão medular

O

Wesley mora em Rolândia (PR) e contou que o basquete tem o ajudado muito a desenvolver sua autonomia e que agora está bem

projeto de pesquisa O Espor-

atletismo, basquete, halterofilismo,

mais fácil fazer sua transferência da

te na Saúde e na Qualidade de

natação, tênis de campo e tênis de

cadeira para o banco de um carro,

Vida de Pessoas com Paraplegia

mesa, todas adaptadas para pesso-

por exemplo. Disse também que

as com paraplegia.

gosta muito dos treinos e que por

por Lesão Medular teve início em novembro de 2007. Coordenado pela professora doutora

Entre todas essas modalidades

ele jogaria todos os dias. Wesley,

Rosângela Marques Busto, formada em Educa-

propostas, a maior parte dos pa-

que antes passava a maior parte

ção Física e especialista em Educação Especial

cientes optou pelo basquete em

do tempo em casa, hoje participa

pela UEL e mestre e doutora em Educação pela

cadeira de rodas. “Eles já vinham de

até de campeonatos de basquete

Universidade Extremadura – Espanha, o proje-

um atendimento individual e esta

e não descarta a possibilidade de

to visa avaliar os benefícios da prática esportiva

modalidade permite um contato

levar o esporte como profissão.

sistematizada na saúde e na qualidade de vida

maior com outras pessoas”, acredi-

de pessoas com paraplegia por lesão medular.

ta a professora.

Alguns, dentre esses novos atletas, já participaram de campeo-

Em 2006, o professor Fausto Orsi Medola,

Cerca de 50 pessoas, em ida-

natos nacionais e estaduais. Outros

fisioterapeuta e especialista em Fisioterapia

des entre 19 e 50 anos, já passa-

que participam das modalidades

Neurofuncional pela UEL, teve a idéia de de-

ram pelo projeto e atualmente são

de Halterofilismo e Atletismo, in-

senvolver um projeto que integrasse o departa-

atendidos aproximadamente 20.

cluindo mulheres, recebem bolsas

mento de Ciências do Esporte da Universidade

Os estudos são feitos por meio de

da Comissão Paraolímpica para

Estadual de Londrina (UEL) e os pacientes de

avaliação antropométrica, meio

treinar. Os treinos de basquete

fisioterapia do Hospital Universitário (HU), víti-

utilizado para medir partes do cor-

acontecem todas as terças e quin-

mas de paraplegia por lesão medular. No início,

po, testes motores relacionados à

tas, das 14h às 16h, no Centro de

a convite de Medola, a professora Rosângela

saúde, exames laboratoriais, avalia-

Educação Física e Esporte (CEFE)

Busto realizou uma pesquisa com os pacientes

ção cardiorrespiratória e questioná-

da UEL.

do HU por meio de questionários e os convidou para irem até a UEL. Na Universidade, eles tiveram contato com seis modalidades esportivas: 30 revista +saúde

*Ananda Ribeiro é ourinhense, aluna do 1°ano de Jornalismo da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Reportagem produzida para o projeto Conexão Ciência-UEL

NEGOCIﾃグ

31 revista +saﾃｺde

32 revista +saĂşde