![](https://static.isu.pub/fe/default-story-images/news.jpg?width=720&quality=85%2C50)
4 minute read
Coluna Mercado Agrícola
from Cultivar 126
Mais um grande ano começa para o agro brasileiro
Os produtores brasileiros estão com a safra nos campos e a colheita já começa a ocorrer. Os indicativos apontam para uma grande safra e recorde histórico de produção. Em soja, são aguardados perto de 130 milhões de toneladas e se o clima seguir o ritmo de janeiro, a safra pode bater a marca de 135 milhões de toneladas. Há mais de 70 milhões de toneladas negociadas antecipadamente. O milho se aproxima da colheita da primeira safra, que deve resultar entre 23 milhões e 25 milhões de toneladas. A safrinha em plantio deve resultar em recorde histórico de área e passar dos 14 milhões de hectares. Começa com potencial de colher mais de 90 milhões de toneladas se o clima for regular e houver chuvas em bons volumes. A safra, que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em pouco mais de 102 milhões de toneladas, pode passar de 110 milhões de toneladas se o clima for favorável. A primeira safra do milho foi fortemente prejudicada pelo clima no Sul. As perdas acumuladas no Brasil chegam a cinco milhões de toneladas do potencial produtivo. Desta forma, ainda há muito para acontecer com o milho e assim a safra segue aberta. Haverá grandes volumes de milho novamente neste ano. O arroz, já em colheita, mostra potencial de 10,5 milhões de toneladas a 11 milhões de toneladas, também com fôlego positivo para as cotações, que devem ser os melhores níveis médios históricos para os produtores. O feijão, com a segunda safra em andamento, traz indicativos de crescimento da área e correria pelos grãos colhidos na primeira safra. O Brasil caminha para uma grande safra de grãos, com potencial para colher mais de 250 milhões de toneladas neste novo ano. Será um grande ano para o agro brasileiro, que seguirá como suporte para o País sair da crise do coronavírus.
MILHO
A safra do milho está em colheita neste começo de 2021. Houve perdas que se aproximam de cinco milhões de toneladas do potencial desta primeira colheita. Para o segundo semestre haverá dependência da safrinha, que começa com expectativa de recorde histórico de área a ser plantada. Neste começo de ano observam-se forte demanda e pouca oferta e indicativos firmes, mostrando patamares acima dos R$ 80,00 a saca, junto às indústrias de ração, que seguirão compradoras. O milho que chega ao Sul do País, importado do Paraguai, também está liquidando acima de R$ 80,00 a saca. Há expectativas de um mercado um pouco mais calmo em fevereiro, com a colheita da primeira safra a todo vapor.
SOJA
O Brasil observa a safra da soja no início da colheita, devendo avançar nas próximas semanas porque neste ano houve atraso médio de duas a três semanas no plantio. Desta forma, o pico de colheita dos grãos deve ocorrer no começo de março. Há expectativas de recorde de colheita e de exportação para este ano de 2021. As cotações começaram o ano nos maiores níveis desde julho de 2013 em Chicago e assim abrindo excelentes oportunidades de fechamentos para os produtores, que devem ter um excelente ano para os negócios. ARROZ
O mercado do arroz começa o ano com estabilidade nos indicativos e negócios pontuais no Sul. A colheita ainda anda lenta e deve ganhar forças a partir de fevereiro, atendendo às indústrias que devem seguir comprando e apostando em boa demanda no ano e produto com níveis médios muito acima do que estavam sendo trabalhados nos anos anteriores. Boa parte dos ganhos conseguidos no segundo semestre do ano passado deve ficar para o arroz neste ano. Com boas expectativas para os produtores. O setor industrial aposta em forte demanda de arroz em 2021, e com o fim do auxílio emergencial, a tendência é de crescimento de demanda de alimentos básicos, principalmente arroz e feijão.
Curtas e boas
TRIGO - O mercado do trigo segue forte, e como avançou em Chicago, mostra que o grão importado acaba liquidando acima de R$ 1.500,00 por tonelada nas importações novas. Dessa forma, segue a dar fôlego positivo às cotações internas para 2021 e apelo para manter os indicativos acima de R$ 1.300,00 a tonelada para o grão atual, favorecendo o novo plantio, que tende a mostrar crescimento da safra.
EUA - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrou os números finais da safra, com a soja em forte queda, no patamar de 112,5 milhões de toneladas, com perdas de 12,5 milhões de toneladas frente ao potencial inicial. Para o milho, foram 360,3 milhões de toneladas e também grandes perdas frente ao potencial, em torno de 50 milhões de toneladas perdidas para o clima. Desta forma, a safra foi muito abaixo das projeções, e como a demanda mundial foi forte, Chicago chegou aos maiores níveis desde julho de 2013.
CHINA - A China continuou comprando forte e levou mais de 100 milhões de toneladas de soja em 2020. Deve embarcar entre 105 milhões e 110 milhões de toneladas em 2021, liderando a demanda mundial. Marca forte presença a partir de agora na compra do milho, que deve ultrapassar 20 milhões de toneladas neste ano.
ARGENTINA - Os argentinos estão com a safra nos campos e algumas perdas já confirmadas, em ano que o plantio se deu com atraso. Assim, ainda há riscos crescentes em fevereiro e março, quando dependem de boas chuvas para que as perdas não aumentem. Segue com projeção de menos de 48 milhões de toneladas de soja e nível ainda menor para o milho. Vlamir Brandalizze Twitter@brandalizzecons www.brandalizzeconsulting.com.br Instagram BrandalizzeConsulting ou Vlamir Brandalizze