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Coluna ANPII

Em crescimento

Com a alta do dólar e o aumento dos custos de importações de insumos agrícolas, a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) mostra de modo ainda mais evidente sua importância como produto nacional, de baixo investimento e que potencializa a produtividade sustentável e a competitividade da agricultura brasileira

Recém entramos em mais um ano que se prenuncia de grandes atribulações em todas as atividades profissionais e sociais. A pandemia, em níveis crescentes quando se pensava que iria regredir, vem trazendo dores a muitas famílias e desorganizando grande número de atividades econômicas.

Felizmente para toda a sociedade, os itens para suprir a necessidade básica dos seres vivos, que é a alimentação, continuam nas prateleiras dos supermercados e na mesa dos brasileiros. O setor do agronegócio conseguiu manter sua produção e sua produtividade nos níveis crescentes dos últimos anos. Houve uma oscilação de preços que é muito mais de política de abastecimento, uma vez que não houve escassez na produção de alimentos.

Muitos dos fatores de produção na agricultura são importados, o que, com a alta do dólar, impacta nos preços dos produtos agrícolas. O nitrogênio, por ser quase que totalmente importado e utilizado em grandes quantidades na agricultura, poderia influir decisivamente no custo de produção na cultura da soja, cujas plantas, pelo alto teor de proteína de seus grãos, necessitam de um provimento significativo do nutriente, na ordem de 80kg para cada tonelada de grão produzida. Se pensarmos na produtividade média da soja no Brasil, de 3.300kg/há, e na área de leguminosa plantada no país, 37 milhões de hectares, teremos a dimensão do volume de material a ser transportado e no peso financeiro que isto teria no custo de produção.

Aí, nesta situação é que aparece mais destacadamente o papel da Fixação Biológica do Nitrogênio. Um produto nacional, que requer baixo investimento e que potencializa a produtividade e a compatibilidade com uma agricultura sustentável, aparecendo cada vez mais como uma das ferramentas fundamentais para o cultivo da soja e de outras leguminosas.

As pesquisas feitas pela empresa Spark, por encomenda da ANPII, têm mostrado uma adesão de 80% dos agricultores brasileiros à técnica da inoculação, indicando que o plantador de soja reconhece no inoculante um produto altamente rentável em sua atividade, bem como totalmente compatível com uma agricultura sustentável, em consonância com o desejo da sociedade de utilizar produtos que propiciem ganhos em produtividade, rentabilidade para o agricultor e, ao mesmo tempo, sejam amigáveis com o ambiente.

Avançando ainda mais no uso do nitrogênio via biológica, vemos que novos tipos de inoculantes, mesclados com o tradicional, à base de Bradyrhizobium, proporciona uma maior produtividade na soja e no feijão. A prática da coinoculação com a bactéria específica para cada uma destas culturas e com a bactéria Azospirillum tem mostrado, através de ensaios de pesquisa e de utilização em lavouras, incrementos expressivos na produção das duas leguminosas. O

Avançando ainda mais no uso do nitrogênio via biológica, vemos que novos tipos de inoculantes, mesclados com o tradicional, à base de Bradyrhizobium, proporciona uma maior produtividade na soja e no feijão agricultor, reconhecendo a validade desta prática relativamente nova, a tem adotado em níveis crescentes, conforme mostra a pesquisa da ANPII/Spark mencionada anteriormente. Em 2019, 15% dos agricultores utilizaram a coinoculação e em 2020 o número já atingiu 25%. Temos certeza de que, em 2021, este número crescerá sensivelmente.

As empresas associadas da ANPII se aparelham, qualitativa e quantitativamente, para atender à demanda do mercado, oferecendo os dois inoculantes dentro de elevados padrões de qualidade, à altura do nível tecnológico do agricultor brasileiro.

A MORTE DE UM PIONEIRO

Paulo Garcia Leite

No final de dezembro recebemos a notícia da morte do pesquisador Paulo Garcia Leite, vítima de Covid-19. Foi o pioneiro na produção comercial de inoculante no Brasil, tendo iniciado a produção em 1956, no Laboratório Leivas Leite, de Pelotas, Rio Grande do Sul. Foi também um dos fundadores da ANPII, tendo sido seu presidente, sempre com uma participação muito ativa na associação.

Fica aqui nosso pesar por tão grande perda. C C

Solon Araujo Consultor da ANPII

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