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Coluna Mercado Agrícola
Coluna Mercado Agrícola
Mais um recorde de safra do Brasil e agora com lucros para os produtores
Os produtores brasileiros estão colhendo uma excelente safra em forma de produtividade, produção e principalmente de lucratividade. Fato que não ocorria há vários anos. A Soja saiu de R$ 80,00 a R$ 90,00 por saca no ano passado para níveis de R$ 160,00 a saca neste começo de 2021. Situação que deu condições aos produtores para quitarem dívidas antigas e também investir em insumos da nova safra, com avanços tecnológicos como melhoria no parque de máquinas e no tratamento das lavouras. O milho também registra forte alta, com ganhos positivos, mesmo que uma parte da safra deste ano tenha sido prejudicada pelo clima seco e quente. Têm valores acima dos R$ 73,00 a saca nos portos para setembro, trazendo ganhos antes mesmo do plantio. O arroz saiu dos patamares negativos para cotações entre R$ 85,00 e R$ 100,00 a saca no Sul. Em feijão o ano começou com o grão acima dos R$ 300,00 por saca. O trigo já dá sinais de que os produtores terão bons ganhos porque o mercado internacional avançou forte e o produto importado não chega ao mercado brasileiro abaixo de R$ 1.500,00 por tonelada. O mundo está consumindo muito mais comida com a pandemia e o Brasil seguirá liderando a exportação mundial de alimentos.
MILHO
A safra do milho de verão teve atraso e perdas nas primeiras áreas e agora está em colheita com a maior parte do grão chegando em março. Com isso, os indicativos deste ano seguem firmes e mesmo que ocorra alguma queda nestas próximas semanas, será pequena. Com forte demanda que vem do setor de ração. O milho tem uma safra de menos de 25 milhões de toneladas neste começo de ano para atender ao consumo do primeiro semestre, que, em média, demanda seis milhões de toneladas por mês. Boas expectativas aos produtores. SOJA
O mercado da soja mostra os melhores níveis de cotações desde julho de 2013, quando houve indicativos acima dos 15 dólares em Chicago. Agora os níveis ultrapassam os 14 dólares, com fôlego para ir à frente com forte apoio dos fundamentos. O inverno rigoroso no Hemisfério Norte, que faz aumentar o consumo de ração, atrasará o preparo do solo e provavelmente o plantio se dará com atraso e com riscos climáticos, que normalmente refletem em produtividade menor. Desta forma, o quadro deste momento é de indicativos firmes para este ano no mercado internacional, que segue comprador e tem pouca oferta, enquanto o interno virou o ano comercial com estoques zerados.
ARROZ
O mercado do arroz está em colheita, que neste ano deve ser concentrada em março e alcançar abril no Rio Grande do Sul por conta do atraso no plantio devido à falta de água. Nas próximas semanas tende a ocorrer leve pressão de baixa, com indicativos podendo vir na faixa dos R$ 80,00 a saca aos produtores do Sul. Se as ofertas e vendas seguirem pode até mesmo recuar um pouco mais. Mas o espaço da baixa é pequeno, o ano apertado e logo os indicativos se recuperam.
Curtas e boas
TRIGO - O mercado do trigo segue forte porque o inverno polar no Hemisfério Norte tem causado perdas na safra e junto a isso os grandes exportadores mundiais estão limitando as vendas. O que resulta em fôlego para alta em Chicago, que neste ano está muito acima dos níveis do ano passado, com patamares superiores a 6,50 dólares por bushel, o que faz com que o trigo importado chegue aos portos brasileiros acima dos R$ 1.500,00 por tonelada. O ano está muito favorável para o trigo, também.
EUA - O país vem passando por um inverno polar e longo, sendo que muitos locais estão com os níveis de temperatura mais baixos em mais de 30 anos. Se permanecer com este cenário, terá dificuldades para preparar o solo e plantar no período ideal. Mesmo assim, os primeiros dados USDA mostraram que devem plantar mais soja, passando para 36,4 milhões de hectares frente aos 33,6 milhões de hectares plantados nesta última safra. Para o milho, a projeção é de 37,2 milhões de hectares frente aos 36,7 milhões de hectares deste último ano. Os indicativos seguem fortes e as cotações nos maiores níveis desde 2013. O único obstáculo pode ser o clima.
CHINA - A China volta aos negócios depois do feriadão do Ano-novo Lunar, no final de fevereiro, quando começou o Ano do Boi. O país vem às compras. Neste ano, assume o posto de maior importador mundial de arroz, devendo passar de sete milhões de toneladas, maior importador de trigo, com mais de dez milhões de toneladas, maior importador mundial de milho, que deve passar de 30 milhões de toneladas importadas, e seguindo como maior importador mundial de soja, com mais de 105 milhões de toneladas importadas em 2021. Líder mundial e com fôlego para comprar mais.
ARGENTINA - Os argentinos sofrem com o clima neste ano, com chances concretas de safra menor para milho e soja. No caso da soja, a estimativa inicial era de 48 milhões de toneladas em janeiro, 46 milhões de toneladas em fevereiro e agora já se cogita 40 milhões de toneladas e menos grão para exportar. O milho segue a mesma linha, com perdas grandes devido ao clima. Situação que dá fôlego aos indicativos internacionais. Vlamir Brandalizze Twitter@brandalizzecons www.brandalizzeconsulting.com.br Instagram BrandalizzeConsulting ou Vlamir Brandalizze