AGRICULTURA DE PRECISÃO
Interpretar e agir Ferramentas para determinação de Zonas de Manejo são importantes para auxiliar na tomada de decisão em relação à abordagem específica em cada talhão. No entanto, é necessário saber interpretar corretamente cada dado para garantir o melhor aproveitamento possível da tecnologia e converter em aumento de produtividade
A
gricultura cada vez mais competitiva, com custos elevados e margens apertadas, este é o cenário da agricultura moderna. Mais do que nunca, com o aumento das tecnologias disponíveis para os produtores, se faz necessário o gerenciamento das informações levantadas no campo, porém apenas as informações de qualidade geradas por pessoas qualificadas e comprometidas conseguem levar ao sucesso da lavoura. Os dados de análises sobre condutividade elétrica aparente do solo, índices de vegetação e produtividade das culturas auxiliam muito na identificação e no manejo da variabilidade espacial, direcionando amostragem de solo, acompanhamento no desenvolvimento da lavoura, identificação de problemas com nematoides, variação de textura, fertilidade, aplicações de insumos em taxa variada etc. Isso possibilita uma tomada de decisão específica para cada condição em cada zona de manejo dentro do talhão, respeitando a aptidão de
cada ambiente e impactando significativamente na rentabilidade, garantindo a sustentabilidade e a longevidade da atividade agrícola. Algumas dessas ferramentas de identificação da variabilidade espacial nos campos já são amplamente difundidas e muitas vezes utilizadas sem muito critério. Um exemplo são os índices vegetativos, em que o mais conhecido é o NDVI. Quando obtidos por sensores passivos como imagens de satélite ou drones, é necessário tomar cuidado com relação aos resultados obtidos através dessas ferramentas, pois estes têm seus valores de leituras muito influenciados por fatores climáticos no momento da leitura como sombreamento por nuvens, incidência de luminosidade ou ângulo do sol em relação ao eixo perpendicular ao solo.
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA APARENTE DO SOLO
A mensuração da condutividade
elétrica aparente do solo (CEa) teve como propósito inicial a identificação de problemas com salinidade em campos de produção em zonas áridas com sistema de cultivo irrigado ou zonas com lençol freático de baixa profundidade. Com o passar do tempo, foram descobertas outras finalidades e outras correlações para os dados gerados de condutividade elétrica. A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária do Mato Grosso (Fundação MT), empresa de pesquisa e consultoria sediada em Rondonópolis (MT), trabalha com condutividade elétrica do solo desde 2011, inicialmente voltada à pesquisa e ao desenvolvimento de técnicas para obtenção e uso dos resultados. A partir de 2013, passou a trabalhar também em áreas comerciais e hoje tem em seu banco de dados mais de 35 mil hectares mapeados em propriedades de parceiros e seus dados sendo utilizados para otimização da produtividade e rentabilidade das culturas principalmente soja, milho e algodão.
Charles Echer
Fevereiro 2021 • www.revistacultivar.com.br
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